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Centro de Ensino Superior Fucapi - CESF Departamento de Engenharia de Produo Eltrica

Manuteno Produtiva Total

Diagrama de Causa e Efeito, Diagrama de Pareto e Carta de Tendncia.

Professor: Hidd Equipe: - Paulo Csar de Lima Pinheiro. - Geraldo Majela de Souza Oliveira. - Joo Fbio Santana Freitas. - William Rodrigues de Paiva. - Mrio Freitas do Valle.

ndice

1 Introduo_______________________________________________________2 2 Carta de Controle 4 Grfico de Pareto ______________________________________________4 ______________________________________________26 3 Diagrama de Causa e Efeito________________________________________23 6 Bibliografia Bsica_______________________________________________29

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1 IntroduoO desenvolvimento da qualidade de produtos e servios tem se mostrado, na atualidade, como fundamental para que as empresas assumam vantagens competitivas no mercado. Cada vez mais, a preferncia dos clientes se voltar para produtos de empresas que optaram por adequar-se aos novos paradigmas de administrao de seus negcios. Logo, o aprimoramento da qualidade implica na necessidade de atacar e resolver os problemas que se acumulam e impedem uma ao duradoura. Por que no pensarmos em desafios? A cada etapa do processo de aprimoramento definem-se novas metas que se transforma em desafios, e, uma vez vencidos abrem as portas para outros. Essa a essncia do aprimoramento contnuo da qualidade. Muito mais do que enfatizar os problemas buscar-se- uma metodologia de como vencer e apreender com os desafios O primeiro passo para soluo de um problema, consistem em ter-se bem definido o conceito do que um problema. Existem muitas maneiras de se definir o que seja um problema, mas, dentre elas, adota-se que :

Uma visvel e importante deficincia no desempenho de um processo Detalhamento dos termos que chamam e merecem a ateno: Visvel entende-se que o problema palpvel, quantificvel, ou seja, distante de palpites ou achismos. Utilizao de mtodos adequados de mensurao sero necessrios para atribuir-lhe maior clareza e objetividade. Importante significa que ao problema foi imputado juzo de valor, considerandose fatores como custo, risco, tempo, entre outros. Afinal, como solucionar os problemas? Existem vrios caminhos que conduzem a soluo de problemas, e que guardam entre si muitas semelhanas, todos porm fundamentadas no mtodo cientfico. Neste ambiente se enquadram as Ferramentas para o Aprimoramento da Qualidade, como meio de facilitar o trabalho daqueles que so responsveis pela

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conduo de um processo de planejamento ou anlise e soluo de problemas. Estas ferramentas tem os seguintes objetivos: Objetivos das Ferramentas da Qualidade: Facilitar a visualizao e entendimento de problemas Sintetizar o conhecimento e as concluses Desenvolver a criatividade Permitir o conhecimento do processo Fornecer elementos para o monitoramento dos processos

2 Grficos de ControleOs grficos de controle so o meio pelo qual a variao de um processo controlada. Com base num estudo da variao do processo possvel a partir do grfico de controle verificar se a variao do processo somente fruto da influncia de causas comuns ou no. A Figura 1 ilustra um grfico de controle genrico que tambm chamado de carta de controle.

Figura 1- Grfico de controle genrico.

O grfico apresenta uma zona de controle delimitada pelos limites naturais do processo, denominados de limite superior de controle (LSC) e um limite inferior de controle (LIC). Eles so separados por uma linha central (LC). Tanto a linha central quanto os limites de controle so calculados a partir de uma estatstica (mdia, mediana, frao de no-conformidades, etc.) correlata a uma caracterstica da qualidade de interesse para a satisfao do

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cliente. Por exemplo, pode ser estabelecido um grfico de controle para controlar a resistncia mdia trao de um eixo. A linha central a mdia da estatstica que est sendo controlada. O limite superior e o inferior so, respectivamente, k mais vezes o desvio padro da estatstica e k menos vezes o desvio padro dessa mesma estatstica. Geralmente o valor utilizado de k trs, ou seja, o LSC a mdia mais trs desvios e o LIC a mdia menos trs desvios. O limite superior de controle, a linha central e o limite inferior de controle do grfico de controle so caractersticas do processo e no da especificao do produto/processo. Eles so os limites naturais do processo, algo como a carteira de identidade do processo. Erroneamente, algumas pessoas colocam no grfico de controle os limites de especificao do produto. Quando o processo est sob controle estatstico, ou seja, somente sobre efeito de causas comuns, as estatsticas se distribuem aleatoriamente dentro dos limites inferiores e superiores. J quando uma causa especial ocorre, ela poder ser prontamente identificada pela anlise de uma ocorrncia ou de um conjunto de pontos que tendem a sair para alm da zona de controle. Logo, pela anlise pontual ou da seqncia de pontos de um grfico de controle possvel avaliar se um processo est sob controle estatstico ou no. Para fazer essa avaliao, primeiro necessrio calcular os limites naturais do processo. Isso poder ser feito por meio da estatstica do processo. Quando no se dispe desses dados, ento, uma amostragem representativa do processo deve ser feita para o clculo dos parmetros necessrios de acordo com o tipo de grfico de controle a ser utilizado. Aps o clculo do limites naturais do processo e da definio da formao do subgrupo racional (tamanho e freqncia de coleta), ser possvel verificar se o processo est sob controle estatstico (somente sob influncia de causas comuns). O grfico de controle somente poder ser utilizado como instrumento de controle do processo quando o processo estiver sob controle estatstico, pois somente nesta condio os limites de controle e linha de controle realmente representam o comportamento do processo. Assim, para cada subgrupo coletado, o valor da sua estatstica calculado, o valor plotado no grfico e ele interpretado para avaliar se existe ou no a presena de causas especiais. Caso no exista presena de causas especiais, o processo deve continuar sendo operado normalmente. 2.1 Interpretao de Grficos de Controle Os valores das estatsticas postas no tempo (eixo x da Figura 3.1) fornecem indcios de que o processo est sob controle estatstico ou no no momento em que um valor adicionado ao grfico de controle. Tambm possvel saber pela interpretao de mais pontos do grfico se o processo tender 5

a estar sob controle estatstico ou no. O Quadro 3.1 ilustra as regras mais comuns para a interpretao de grficos de controle. Vale observar que alguns autores sugerem o teste de hiptese de seqncias especialmente para verificar se houve aleatoriedade no processo de amostragem. O detalhamento desse mtodo no faz parte dos objetivos deste trabalho.

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Quadro 2.1. Regras para interpretao de grficos de controle. 2.2 Tipos de Grficos de Controle Os grficos de controle mais comuns para o controle de atributos so: Grfico p (frao defeituosa): utilizado para controlar a frao defeituosa de um subgrupo racional cujo tamanho pode variar; Grfico de np (nmero de defeitos): utilizado para controlar o nmero de defeitos de um subgrupo racional cujo tamanho constante. s vezes, este grfico prefervel, por ser mais fcil, trabalhar com um valor numrico que represente, em unidades a frao defeituosa; Grfico c (nmero de defeitos em um produto): utilizado para controlar o nmero de vrios tipos de defeitos em uma unidade de produto amostrada; e Grfico u (nmero de defeitos em uma amostra): utilizado para controlar o nmero total de defeitos de um subgrupo racional de tamanho diferente de um. Os grficos de controle mais comuns para o controle de variveis so: Grfico (mdia aritmtica): utilizado para controlar a mdia aritmtica do subgrupo racional de uma determinada varivel de interesse. Para cada amostra retirada calculada a mdia .

Grfico s (desvio-padro): utilizado para controlar o desvio-padro dentro do subgrupo racional, sendo mais recomendado quando o tamanho do subgrupo ou amostra maior que nove. Grfico R (amplitude): utilizado para controlar a amplitude dos valores de um subgrupo racional, sendo mais recomendado quando o tamanho do subgrupo ou amostra menor que nove; Grfico x (indivduos): quando os dados so obtidos num longo intervalo ou a formao de subgrupos racionais no eficiente, um grfico dos valores individuais da varivel recomendvel. Um exemplo os processos contnuos muito rpidos ou muito lentos, ou ainda, produo de lotes unitrios. Vale destacar que o controle de variveis correlatas a uma caracterstica da qualidade pelo grfico das mdias pode aparentemente indicar que o processo est sob controle estatstico. Contudo, ele pode no estar, porque a mdia no sensvel a valores muito dispersos. Por exemplo, saber a mdia de

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trs nmeros 50 no diz se esse valor foi obtido de uma amostra constituda dos valores 48, 50 e 52 ou se 25, 50 e 75. Neste caso, necessrio complementar um grfico de com um grfico s ou R, dependendo do tamanho do subgrupo ou amostra. Assim, somente poder garantir se o processo est sob controle estatstico, se as estatsticas em ambos os grficos estiverem sob controle estatstico, ou seja, se no ocorrerem quaisquer das situaes do Quadro 2.1. 2.2.1 Grficos de Controle para Atributos Os grficos de controle para atributos so: Grfico p (frao defeituosa) Esse grfico utilizado para controlar a frao defeituosa de um subgrupo racional. Nesse tipo de grfico controlada a frao defeituosa de um tipo de defeito. Esse tipo de avaliao, conforme ou no - conforme, uma distribuio binomial, onde = p (frao defeituosa) e . Logo

Quando a frao defeituosa p for desconhecida, ento necessrio fazer uma amostragem inicial para estim-la. Pata tanto, os seguintes passos devem ser seguidos: a) tomar pelo menos m amostras (20 a 25) de tamanho n, geralmente 50 no mnimo; b) calcular p que igual ao quociente do nmero total de defeitos encontrados pelo nmero total de peas inspecionadas. ( c) substituir p por p para o clculo de LSC, LIC e LC; d) plotar cada o p de cada amostra no grfico; );

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e) interpretar o grfico de controle para verificar a ocorrncia de causa especial; caso no seja encontrada nenhuma causa especial, os limites so aqueles calculados no passo (c); caso seja encontrada uma ou mais causas especiais, verificar o que aconteceu naquela amostra e elimin-la; recalcular novamente os limites de controle e repetir os passos de (d) e (e); no caso de eliminar muitos pontos no grfico, refazer o processo de amostragem. Quando o valor da frao defeituosa (p) muito pequeno para detectar uma mudana ser necessrio aumentar o tamanho (n) da amostra. Seno, uma nica pea no - conforme j indicar que o processo est fora de controle. Alguns autores desenvolveram mtodos especficos para o clculo de n descritos a seguir. 1) Determinar n de tal modo que a probabilidade de achar pelo menos 1 defeito na amostra seja pelo menos Considerando, por exemplo, que num

processo qualquer p seja 0,01 e = 0,95, teremos: , indo com o complementar P(n defeitos < 0) < 0,05 numa tabela de Poisson acumulada teremos que a mdia de ser igual a 3,00. Logo, o tamanho da amostra n ser de no mnimo 300 unidades. 2) Determinar o tamanho da amostra n de tal modo que se tenha 50% de chance de detectar uma mudana no processo. Adotando k = 3 no grfico de

controle teremos: . Considerando p = 0,01 e que se deseja detectar uma mudana de p para 0,05, o que implicar

que

. Ento ser: 3) O ltimo mtodo garantir que o LIC ser maior que zero, o que

implica que seja igual a 0,05 e o k adotado seja igual a 3, teremos:

. Supondo que p

; portanto . Estes mtodos valem tambm para o grfico de np apresentado a seguir Grfico np

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Esse grfico utilizado para controlar o nmero de unidades defeituosas (np) de uma amostra para um mesmo tipo de defeito. s vezes, prefervel trabalhar com um valor numrico que represente, em unidades de peas, a frao defeituosa. Este grfico mais fcil de se operacionalizar, basta contar segundo um critrio de avaliao o nmero de defeitos na amostra e plotlo no grfico np. Os limites de controle so:

Quando o valor de p (frao defeituosa) da populao for desconhecido, deve ser usado procedimento idntico ao grfico p descrito anteriormente. Grfico c Esse grfico utilizado para controlar o nmero de diferentes defeitos (c) que uma unidade do produto amostrada pode apresentar. A contagem de uma varivel aleatria (defeitos) numa unidade de produto uma distribuio de Poisson onde c = n mdio de defeitos encontrados no produto. Portanto, os limites do grfico c so:

Quando o parmetro c da populao for desconhecido, necessrio fazer uma amostragem para estim-lo. Deve-se seguir os mesmos passos descritos para o grfico p, substituindo c por c no clculo dos limites naturais do processo. Grfico u Esse grfico utilizado para controlar o nmero total de diferentes defeitos de uma amostra (u). Ele adequado para aumentar a quantidade de informaes sobre a ocorrncia dos defeitos ou quando no existe uma unidade natural de produto, como por exemplo: bobinas de papel, rolos de filmes plsticos etc.

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Da distribuio de Poisson temos , onde o nmero mdio de defeitos encontrado na amostra cujo tamanho pode ser varivel.

Quando o parmetro u da populao for desconhecido, necessrio fazer uma amostragem para estim-lo. Deve-se seguir os mesmos passos descritos para o grfico p. 2.2.2 Grficos de Controle para Variveis Os grficos de controle mais comuns para variveis so:

Grfico Esse grfico utilizado para controlar a mdia amostral de uma determinada varivel de interesse. Para cada amostra retirada calculada a

mdia aritmtica

, onde:

; sendo xi o valor de cada elemento da

amostra. Da distribuio amostral de

, sabe-se que:

e

Logo os limites naturais do processo sero calculados pelas frmulas:

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Existem valores tabelados de A, onde: Quando a mdia do processo () desconhecida, preciso estimar a mdia por meio de uma amostragem representativa do processo. Deve-se seguir os seguintes passos: a. tomar k (20 a 25) amostras de tamanho n (4, 5 ou 6) elementos; b. calcular a mdia aritmtica de cada amostra de tamanho n;

b. calcular a estimativa da mdia do processo. c. calcular de duas formas: pelo desvio padro das amostras; ou pela amplitude das amostras.

Pelo desvio padro das amostras, primeiro deve ser calculado o desvio padro mdio das amostras ; depois deve ser calculado uma

estimativa de pela frmula , onde c2 um fator de correo tabelado cs2=que depende do tamanho da amostra n. Assim os limites naturais do processo sero:

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onde: A1 um valor tabelado. Pela amplitude da amostra, primeiro deve ser calculado a amplitude mdia das amostras ; depois deve ser estimado pela frmula

, onde d2 um fator de correo tabelado que tambm depende do tamanho da amostra n. Assim os limites naturais do processo sero:

onde: A2 um valor tabelado. d. calcular os limites LSC, LIC e LC do grfico de e. calcular os limites de um grfico de s ou R, para controlar a disperso dos dados da amostra (as frmulas se encontram a seguir); f. plotar o valor de mdia amostral e sua medida de disperso (s ou R) nos grficos de controle; g. interpretar os grficos de controle para verificar a ocorrncia de causa especial; h. caso no sejam encontradas quaisquer ocorrncias de causa especial (seguindo as regras do Quadro 2.1), os limites so aqueles calculados no passo (d); Caso seja encontrada uma ou mais causas especiais, verificar o que aconteceu naquela amostra e elimin-la, refazendo os clculos a partir do passo (b); caso sejam eliminados muitos pontos, refazer o processo de amostragem. 13

A freqncia de amostragem e o tamanho da amostra devem ser funo do custo de se detectar causas especiais e a velocidade do processo. Geralmente para detectar grandes mudanas no processo so utilizados tamanhos de amostra n = 4, 5 ou 6. Para detectar pequenas mudanas no processo, utiliza-se n = 15 a 25. Grfico s Conforme foi observado anteriormente, o grfico de controle da mdia no evidencia por si a variao entre os valores de um subgrupo. Assim sendo, necessrio controlar a disperso dos valores do subgrupo. Uma alternativa o grfico s. Sendo a mdia e o desvio padro de uma distribuio de s amostral, respectivamente limites naturais do processo sero:

, tem-se que os

Onde: B1, B2 e c2 so valores tabelados. Quando o desvio padro da populao for desconhecido, deve-se fazer uma estimativa do desvio padro das amostras por meio da frmula

um valor tabelado em funo do tamanho do subgrupo. Substituindo , calcula-se os limites de controle:

Os valores de B3 e B4 so tabelados. Deve-se fazer a interpretao dos valores plotados no grfico, seguindo as regras do Quadro 2.1, para aceitao 14

ou no dos limites calculados. Isso deve ser feito conjuntamente com uma carta de mdia, que controla a posio dos valores. Grfico R Esse grfico de controle mais utilizado que o grfico s para controlar a disperso dos valores de um subgrupo. Isto se deve ao fato de que mais simples calcular a amplitude (R) de um subgrupo que o desvio padro (s). Entretanto, o contedo da informao mais pobre uma vez que pela amplitude no possvel saber a distribuio dos valores dentro do intervalo representado por ela. Sendo a mdia e o desvio padro de uma distribuio de R amostral, respectivamente tem-se que os limites naturais do processo sero:

Onde: D1 e D2 so valores tabelados. Quando a amplitude da populao desconhecida, deve-se estimar o valor de R por meio de uma amostragem representativa.

Os limites de controle do processo so dados por:

Onde: D3 e D4 so valores tabelados. Deve-se fazer a interpretao dos valores plotados no grfico, seguindo as regras do Quadro 2.1, para aceitao ou no dos limites calculados. Isso deve ser feito conjuntamente com uma carta de mdia, que controla a posio dos valores.

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Grfico de x Quando os dados so obtidos num intervalo longo de tempo, dificultando a formao de um subgrupo num tempo hbil para tomada de deciso, ou, ento, a formao de subgrupos racionais no eficiente, a soluo controlar os valores individuais da varivel de interesse. Como no possvel calcular a amplitude (R) do processo, ela substituda pela amplitude mvel (MR) que calculada a cada par de medidas. Para estimar a amplitude mvel do processo uma amostragem significativa do processo precisa ser feita. Para cada par de valores calculada a MR. Depois a amplitude mvel mdia calculada.

Os limites de controle do grfico de x sero:

2.3 Grficos de Pr-Controle Quando um processo apresenta pouca variao, os limites de controle do grfico de controle, calculados segundo as frmulas vistas anterior, ficam muito prximos da linha e todos os pontos plotados ficam praticamente em torno ou em cima da linha. Nesses casos, os grficos de controle tradicionais perdem o poder de predio do processo. Para remediar esse problema surgiram os grficos de pr-controle cuja lgica diferente dos grficos de controle tradicionais. As principais vantagens advindas do emprego desse tipo de grfico so: indica mudanas na centralizao do processo; indica mudanas na disperso do processo; assegura que a percentagem de no-conformidades no ultrapasse nveis pr-determinados; no requer o registro, o clculo, ou a marcao em grfico dos dados observados; pode ser utilizado com atributos ou mesmo com caractersticas visuais; pode ser empregado na fabricao de pequenos e grandes lotes; 16

utiliza diretamente as tolerncias da especificao, no sendo necessrio o clculo dos limites de controle; as instrues de utilizao so simples e facilmente assimilveis pelo pessoal da produo; e apresenta uma reduo no custo do controle. Dentre as desvantagens, ressaltam-se: deve-se ter certeza de que a tolerncia natural do processo menor que a tolerncia da especificao (o processo deve ser bastante capaz). Alm disso, deve-se ter certeza que a distribuio dos valores individuais normal; a presena de causas especiais de variao (indicando uma condio fora de controle) no detectada, a no ser que sejam gerados produtos fora de especificao; muito mais uma inspeo de produto do que um controle do processo.

A aplicao do grfico de pr-controle no imediata, sendo exigidos os seguintes requisitos: o processo (ou sistema) deve estar sob controle estatstico, ou seja, s apresentar variaes aleatrias (causas comuns); e o processo deve apresentar um ndice de capacidade Cp maior que 1,33 (ou Cp maior ou igual a 150%). O Quadro 2.2 mostra alguns critrios para este tipo de considerao, preferencialmente.

Quadro 2.2. Requisitos para a aplicao do pr-controle. Alm desses requisitos bsicos relacionados, necessrio criar condies para que os resultados sejam corretos, visando adequao ao autocontrole, conforme segue: APLICABILIDADE TECNOLGICA DO PROCESSO:

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O processo precisa ser de natureza tal que permita a clara definio das responsabilidades para a tomada de deciso. Geralmente, os processos mais simples so os mais indicados. Por exemplo: tornear, furar, etc. PROCESSO SOB CONDIES DE AUTOCONTROLE: O processo deve conter os meios e condies para que o trabalhador possa: - saber exatamente o que deve fazer e quais os resultados esperados; - saber exatamente os resultados do que est fazendo; - ajustar o processo quando houver divergncias que sejam relevantes. TREINAMENTO DO OPERADOR: Tanto para o controle do processo, como na tomada de decises. CONFIANA MTUA: Tanto para a delegao ao operador da importante responsabilidade de decidir sobre a qualidade do produto e do trabalho, como para assumir esta responsabilidade. O procedimento para utilizao do grfico de pr-controle segue os seguintes passos: 1. construo do grfico de pr controle que consiste em dividir a amplitude da tolerncia de especificao em trs zonas diferentes, traando as linhas de pr-controle, conforme a Figura 2.2. Devido diviso em regies (aceitao, alerta e rejeio) esse grfico conhecido como grfico de farol;

Figura 2.2. Grfico de pr-controle ou do farol. A zona central (de aceitao) compreende metade da tolerncia total e, 86% da rea da figura da distribuio normal. Em outras palavras, a probabilidade de um valor qualquer cair na zona de aceitao 0,86. Conseqentemente, a chance de se ter um valor caindo nas zonas laterais (regio de alerta ou de 18

rejeio), que compreendem juntas, a outra metade da tolerncia total de especificao, ser 0,14. O fluxograma da Figura 2.3 ilustra, de forma esquemtica, a seqncia de aes para a utilizao do grfico de pr-controle.

Figura 2.3. Critrios de deciso do pr-controle. Os critrios para utilizao do grfico de pr-controle so: PROCEDIMENTO DE AJUSTAGEM DO PROCESSO Ajuste a mquina (set-up) e verifique as peas. O ajuste s considerado correto quando 5 (cinco) peas consecutivas estiverem dentro da regio de aceitao (verde).

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PROCEDIMENTO DE UTILIZAO (Durante a produo, ou seja, aps iniciar a produo) Seguir os seguintes passos: i - avaliar 2 peas consecutivas; se ambas estiverem na regio de aceitao continue normalmente a produo; ii - se pelo menos uma estiver na regio de rejeito (vermelha), necessrio tomar providncias corretivas; selecionar as peas produzidas; quando os reajustes forem feitos (seguindo procedimento de ajuste do processo), voltar ao passo i. iii - se uma ou duas peas estiverem na regio de alerta (amarela), verificar mais trs peas, seguindo os seguintes critrios: a) se pelo menos 3 (trs) peas estiverem na regio de aceitao, e nenhuma na regio de rejeio, continuar normalmente a produo; b) Se pelo menos 3 (trs) peas estiverem na regio de alerta e nenhuma na regio de rejeio providencie as aes corretivas; quando os devidos ajustes forem feitos (segundo procedimento de ajuste do processo) voltar ao passo i; c) se qualquer pea estiver na regio de rejeio, deve-se fazer novos ajustes do processo de acordo com o procedimento de ajuste; aps o ajuste voltar ao passo i; d) qualquer outra condio diferente das trs anteriores, deve-se fazer o ajuste do processo. Vale observao que em todos os casos de necessidade de reajuste, selecionar as peas disponveis para facilitar a anlise do processo (peas produzidas, matria-prima, ferramentas, etc.). 2.4 Construo de Grficos de Controle As principais etapas na construo de um grfico de controle so: a) treinamento e conscientizao do pessoal; b) escolha das caractersticas da qualidade a serem controladas; c) escolha dos pontos do processo que sero controlados; d) padronizao do processo produtivo (definio dos parmetros de operao); e) escolha do grfico a ser utilizado; f) coleta dos dados;

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g) clculos dos limites de controle (LSC, LIC e LC); h) acompanhamento do processo; e determinao dos limites do processo, aps estar sob controle estatstico. ii) Todas as decises necessrias nessas etapas devem ser tomadas levando em considerao os custos envolvidos, a infra-estrutura necessria, as exigncias do cliente e a tecnologia do processo da empresa. Os limites de controle (k.) devem ser escolhidos de acordo com a qualidade exigida. O tamanho da amostra deve ser determinado de modo que a formao de subgrupos racionais seja executvel economicamente. A freqncia da amostragem deve ser determinada levando em considerao tambm o tamanho do lote a ser fabricado e o tamanho da amostra. Os valores das estatsticas postas no tempo no grfico de controle serviro para o operador do processo tomar a deciso de continuar produzindo ou no antes de atuar na remoo da causa especial. 2.5 Escolha do Tipo de Grfico de Controle A escolha do tipo de grfico de controle a ser utilizado depende da caracterstica da qualidade a ser controlada, se ela uma varivel ou um atributo. Alm disso, dependendo do caso importante saber o tamanho do lote de produo e levar em considerao alguns processo de produo. O fluxograma da Figura 2.4 ilustra um esquema de orientao para a escolha do melhor grfico a ser utilizado. i)

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Figura 2.4. Procedimento para escolha do grfico de controle. Algumas observaes so importantes sobre o fluxograma da Figura 2.4. Por exemplo, a homogeneidade na natureza do processo acontece em processos tais como pintura, banhos qumicos, pintura por imerso, etc. Outro aspecto que vale destacar que mesmo o tamanho da amostra ou subgrupo (n) sendo maior ou igual a 9 elementos, o grfico de pode ser utilizado em face

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da dificuldade de calcular o desvio padro (s). Naturalmente que neste caso, haver uma perda de informao como j explicado novamente. 2.6 Revises dos Limites de Controle Os limites de controle dos processos precisam ser revisados sempre que so identificadas mudanas tcnicas no estado do processo. Estas mudanas podem ser melhorias no padro de operao do processo, mudana de especificao de matria-prima, reforma do processo etc., ou seja, toda vez que algo for somado ou subtrado do conjunto de causas comuns do processo. Esta reviso deve ser feita o mais rpido possvel para se evitar falsos alarmes ou fabricao de produtos fora de especificao com conseqente perda de produtividade. Mesmo quando mudanas tcnicas no forem feitas no processo, deve-se fazer revises baseadas na amplitude das flutuaes. 2.7 Benefcios do CEP Os principais benefcios da utilizao do CEP so: a) controle da variao dos processos; b) reduo do refugo e retrabalho com conseqente diminuio dos custos; c) melhoria da qualidade de conformao; d) autocontrole por parte dos operadores dos processos (quem faz a "qualidade"); e) aumento da produtividade e motivao dos operadores dos processos; f) reduo para o mnimo ou eliminao das necessidades de inspeo; e g) possibilidade de sistematizao das informaes geradas nos grficos de controle para futuros estudos de melhoria dos processos com a utilizao da Metodologia de Anlise e Soluo de Problemas (MASP) e as Sete Ferramentas Estatsticas da Qualidade.

3 Diagrama de causa e efeitoO diagrama de causa e efeito serve para identificar, explorar e ressaltar todas as causas possveis de um problema. um meio organizado de representar a relao entre o efeito e todas as possibilidades de causa, ao dividi-la em conjuntos de causas tais como matria -prima, mquina, mo-de-obra e mtodo. Utilizando-se um grupo de pessoas (trabalhadores, engenheiros, consultores etc.) pode-se levantar todas as causas que provocam o efeito em anlise. Assim, podese ter um grande nmero de causas para cada efeito. Lembre-se que estas categorias de causas so apenas sugestes.

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O que e para que serve ? O diagrama de Causa e Efeito a representao grfica das causas de um fenmeno. um instrumento muito usado para estudar: 1. Os fatores que determinam resultados que desejamos obter (processo, desempenho, oportunidade); 2. As causas de problemas que precisamos evitar (defeitos, falhas, variabilidade). Exemplos de diagramas de causa e efeito Os dois exemplos a seguir ilustram os dois tipos de diagrama de causa e efeito. O primeiro diagrama (Causa e Efeito: Desempenho Desejado) refere-se a algo que desejamos, isto , um bom restaurante. Os fatores que determinam um bom restaurante so: instalaes, comida, localizao e atendimento. Para que a comida seja boa, precisamos ter higiene, bom paladar e variedade. A higiene, por sua vez, depende dos ingredientes (saudveis, bem conservados) e do preparo (receita, cuidado, etc). O diagrama detalhado colocando as causas do efeito desejado, depois adicionando as causas destas e assim por diante at que fique bem claro como obter o objetivo visado.

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O segundo diagrama (Diagrama Causa e Efeito: Problema) refere-se a um efeito indesejado, o consumo excessivo de combustvel por um automvel.

Como fazer o diagrama de causa e efeito 1. Defina o problema a ser estudado e o que se deseja obter (o que deve acontecer ou o que deve ser evitado). 2. Procure conhecer e entender o processo: observe, documente, fale com pessoas envolvidas, leia. 3. Rena um grupo para discutir o problema, apresente os fatos conhecidos, incentive as pessoas a dar suas opinies, faa um brainstorming. 4. Organize as informaes obtidas, estabelea as causas principais, secundrias, tercirias, etc. (hierarquia das causas), elimine informaes irrelevantes, monte o diagrama, confira, discuta com os envolvidos. 5. Assinale os fatores mais importantes para obteno do objetivo visado (fatores chave, fatores de desempenho, fatores crticos). Para organizar o diagrama de causa e efeito, voc pode usar as seguintes classificaes de causas:

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Os Ms: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Mo de obra Mtodo Material Mquina Meio ambiente Medio

Algumas regras bsicas: 1. defina o problema que voc pretende investigar de forma precisa, isto , evite termos abstratos e idias muito genricas. 2. identifique as causas do problema sob investigao em reunies ou em sesses de brainstorm. Convide para a reunio todas as pessoas envolvidas no processo. 3. resuma sugestes em poucas palavras 4. concentre-se nas causas passveis de serem sanadas. Afinal, se as causas de um problema no podem ser removidas, o diagrama de causa e efeito ser simples exerccio intelectual, sem qualquer aplicao prtica.

4. DIAGRAMA DE PARETO utilizado quando necessrio ressaltar a importncia relativa entre vrios problemas ou condies, no sentido de escolher o ponto de partida para a soluo de um problema, avaliar um progresso ou identificar a causa bsica de um problema. O diagrama de Pareto uma forma especial do grfico de barras verticais, que nos permite determinar quais problemas resolver e qual a prioridade, alm de permitir que se estabeleam metas numricas viveis a serem alcanadas. O diagrama de Pareto, conforme ilustrado na Figura 4.1, elaborado com base em uma folha de verificao e/ou em uma outra fonte de coleta de dados, que nos ajuda a dirigir ateno e esforos para priorizar as causas vitais.

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Fonte : Brassard (2000, p. 22)

Figura 4.1 Exemplo de Diagrama de Pareto

4.1 Construo do Diagrama de Pareto Selecione os problemas a serem comparados e estabelea uma ordem atravs de um Brainstorming ou da utilizao de dados existentes. Selecione um padro de comparao como unidade de medida e um perodo de tempo para ser analisado. Rena os dados necessrios dentro de cada categoria. Compare a frequncia ou o custo de cada categoria com relao a todas as outras categorias. Liste as categorias da esquerda para a direita no eixo horizontal em ordem decrescente de frequncia ou custo. Os itens de menor importncia podem ser combinados na categoria outros que colocada no extremo direito do eixo, como ltima barra. Acima de cada classificao ou categoria desenhe um retngulo cuja altura representa a freqncia ou custo naquela classificao. 4.2 Interpretao tpica do Diagrama de Pareto Eventos mais freqentes ou de maior custo no so sempre os mais importantes, por exemplo, dois acidentes fatais requerem mais ateno que 100 cortes no dedo. Marque o grfico com clareza, mostrando a unidade de medida (media monetria, porcentagem ou quantidade). Este tipo de grfico usado freqentemente para anlise e apresentao. possvel avaliar a efetividade de uma ao corretiva, comparando-se di diagramas de Pareto antes e depois da ao corretiva, conforme mostra a Figura 4.1

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Fonte : Brassard (2000, p. 22)

Figura 4.2 Diagrama de Pareto antes e depois da ao corretiva

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5 Bibliografia Bsica1. Monografia apresentada para obteno do Certificado de Especializao pelo Curso de Ps Graduao MBA em Gerncia de Produo do Departamento de Economia, Contabilidade, Administrao e Secretariado da Universidade de Taubat.- paginas 15 e 16. 2. Apostila da Universidade Federal de So Carlos, Prof. Dr. Roberto Antonio Martins, pginas 14 a 38.

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