Download - Cead-20132-Pedagogia-pr - Pedagogia - Letramento e Alfabetizacao - Nr (a2ead168)-Caderno de Atividades Impressao-ped4 Letramento e Alfabetizacao

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Pedagogia

Caderno de AtividadesLetramento e Alfabetização

Caderno de AtividadesPedagogia

Disciplina

Letramento e Alfabetização

Coordenação do CursoProfessora Cleudimara Sanches Sartori Silva

Professor Msc. Lindolfo Anderson Martelli

AutoraRosemeire Lopes da Silva Faria

FICHA TÉCNICA

Equipe de Gestão EditorialRegina Cláudia FiorinAna Cristina FerreiraJoão Henrique Canella FiórioPriscilla Ramos Capello

Análise de ProcessosJuliana Cristina e SilvaFlávia Lopes

Revisão TextualAlexia Galvão AlvesGiovana Valente FerreiraIngrid FavorettoJulio CamilloLuana Mercúrio

DiagramaçãoCélula de Inovação e Produção de Conteúdos

ChancelerAna Maria Costa de Sousa

ReitoraLeocádia Aglaé Petry Leme

Pró-Reitor AdministrativoAntonio Fonseca de Carvalho

Pró-Reitor de GraduaçãoEduardo de Oliveira Elias

Pró-Reitor de ExtensãoIvo Arcangêlo Vedrúsculo Busato

Pró-Reitora de Pesquisa e PósGraduaçãoLuciana Paes de Andrade

Realização:

Diretoria de Planejamento de EAD José Manuel Moran Barbara Campos

Diretoria de Desenvolvimento de EAD Thais Costa de Sousa

Gerência de Design EducacionalRodolfo PinelliGabriel Araújo

© 2013 Anhanguera Educacional

Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua por-tuguesa ou qualquer outro idioma.

Como citar esse documento:FARIA, Rosemeire Lopes da Silva. Letramento e Alfabetização. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2013. p. 1-222. Disponível em: <www.anhanguera.edu.br/cead>. Acesso em: 17 julho 2013.

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

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Tema

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• As muitas facetas da Alfabetização e os seus conceitos.

• A natureza do Processo de Alfabetização, considerando esta como um conjunto de habilidades e um fenômeno de natureza complexa.

• Condicionantes do Processo de Alfabetização e as implicações educacionais.

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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Se a intenção da escola é formar pessoas leitoras e escritoras competentes, é necessário dar sentido ao ato de ler e de escrever; como atingir esse objetivo?

• Qual é a condição básica para a leitura e a escrita com autonomia?

• Emília Ferreiro (apud SOARES, 2011) procura ver a criança no seu processo de aquisição da escrita, ou seja, seus estudos levam os professores a verificar o que a criança sabe e o que ela não sabe. Por que isso é importante?

LEITURAOBRIGATÓRIA

Concepção de Alfabetização

Um grande desafio do professor alfabetizador e da escola é garantir que as crianças aprendam a ler e escrever. Muito se discute sobre alfabetização, há quem considere que esse processo se resume à aquisição da língua escrita.

Aprender a escrever é mais do que apenas aprender a representar os sons, ou seja, é mais do que aprender a simbologia gráfica dos sons existentes na fala. Hodiernamente, aprender a escrever envolve a aprendizagem de modos do discurso, ou seja, entender os gêneros existentes à disposição do falante para que este possa interagir na sociedade, bem como novas maneiras de se relacionar com os interlocutores, considerando as diferentes situações de comunicação.

É preciso considerar que o processo de aprendizagem é constante e ocorre de maneira

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LEITURAOBRIGATÓRIA

contínua, isto é, o homem aprende desde a infância, durante todos os estágios de sua vida está inserido no contexto de aprendizagem.

Dessa forma, corroborando com entendimentos apresentados por Soares (2011), deve-se entender que o processo de alfabetização também é permanente, não se limita à aprendizagem da leitura e da escrita, envolve as relações sociais e culturais, tendo em vista que o homem é produto do seu meio e nele precisa viver adotando um papel de cidadão ativo em sua sociedade.

Soares (2011) destaca três pontos de vista no debate sobre o conceito de alfabetização: (1) a língua escrita não pode ser entendida apenas como a mera representação da língua oral; (2) há diferenças entre a língua escrita e a língua oral; (3) a concepção de alfabetização não é igual em todas as sociedades. Os dois primeiros consideram a alfabetização como sendo um processo individual, já o terceiro ponto de vista a entende como um processo social.

Ressalta-se que uma teoria da alfabetização coerente, segundo Soares (2011, p. 18), precisa se basear em um conceito “desse processo suficientemente abrangente para incluir a abordagem ‘mecânica’ do ler/escrever, o enfoque da língua escrita como um meio de expressão/compreensão, com especificidade e autonomia em relação à língua oral”, considerando, ainda, os determinantes sociais das funções e objetivos da aprendizagem da língua escrita.

A complexidade e a multiplicidade de facetas no tocante à alfabetização justificam o porquê desse tema ser discutido por diferentes profissionais, levando ao destaque de habilidades diferentes, conforme a área de atuação. Uma teoria de alfabetização consistente exige articulação e integração dos estudos e pesquisas acerca das diversas facetas existentes, visto que reuniria o entendimento da Psicologia, da Psicolinguística, da Sociolinguística e da Linguística propriamente dita. Por exemplo, na perspectiva psicológica, o sucesso do processo de alfabetização depende da relação inteligência/alfabetização. Devem-se observar as relações entre percepção do esquema corporal, estruturação espacial e temporal, discriminação visual, psicomotricidade e outros. Emília Ferreiro (apud, SOARES, 2011), em suas investigações sobre os estágios de conceitualização da escrita e o desenvolvimento da ‘lecto-escrita’ na criança, percebeu que o sucesso ou o fracasso da alfabetização está relacionado com o estágio de compreensão da natureza simbólica da escrita em que se encontra a criança.

Para Salles et al. (2010, p. 1), convém destacar, o “sucesso ou fracasso no processo de ensino-aprendizagem da leitura/escrita sofre a influência de fatores biológicos, neuropsicológicos,

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psicossociais (dos contextos familiar e escolar) e pedagógicos”.

Na perspectiva psicolinguística, analisa-se o processo de alfabetização com base na caracterização da maturidade linguística do indivíduo, nas relações entre linguagem e memória e na interação entre as informações que são apreendidas pelo sistema visual. Já na perspectiva sociolinguística, o processo de alfabetização deve ser analisado sob o enfoque das funções sociais da língua, considerando o processo de interação. Assim, a escola tem como objetivo primeiro formar leitores e escritores competentes, e isso precisa ser feito desde o início da escolaridade. Para tanto, é preciso dar sentido ao ato de ler e escrever. Muitos teóricos, porém, discutem sobre o seguinte questionamento: como a escola atingirá esse objetivo?

Essa é uma pergunta que cada professor alfabetizador e a escola precisam responder, considerando que cada escola está inserida em um contexto, em que há peculiaridades concernentes às relações sociais, econômicas e políticas.

Como se observa, muitos entendimentos teóricos são formulados na tentativa de discutir o processo de alfabetização e as responsabilidades do professor e da escola, por isso há diferentes conceitos. Cabe, então, ao estudioso escolher as concepções e os conceitos que mais se enquadram à realidade analisada. Como acadêmico de Pedagogia, você é exposto a esses diversos entendimentos e terá a oportunidade de formular o seu conceito.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:

Leia a obra Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura, de autoria de Magda Soares.

O texto procura encontrar uma maneira mais ampla de conceituar letramento, uma vez que tenta confrontar tipologias tipográficas e tecnologias digitais de leitura e de escrita.

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v23n81/13935.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012.

Leia o texto O que é letramento.

O texto destaca a importância de alfabetizar o aluno em um contexto em que leitura e escrita tenham sentido.

Disponível em: <http://www.verzeri.org.br/artigos/003.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2012.

Leia o documento Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa /Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: 144p.

Trata-se de um texto de leitura obrigatória para os educadores, em especial, os professores de Alfabetização e Letramento, pois apresenta orientações fundamentais sobre o ensino da língua materna.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

VÍDEOS:

LETRA VIVA – PGM. 1: INFÂNCIA, CULTURA E EDUCAÇÃO. O vídeo apresenta discussões interessantes sobre alfabetização e letramento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, bem como projetos e atividades para professores que trabalham a linguagem com crianças.

Disponível em: <http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=4270>. Acesso em: 22 jun. 2012.

LINKSIMPORTANTES

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Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

Ponto de Partida:

Leia o fragmento a seguir:

“[...] começamos a enfrentar uma realidade social em que não basta simplesmente ‘sa-ber ler e escrever’; dos indivíduos se requer não apenas que dominem a tecnologia do ler e escrever, mas que saibam fazer uso dela [...]” (SOARES, 2011, p. 29).

Nesse contexto, qual é o papel da escola?

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Leia o fragmento a seguir e responda às questões de 1 a 3.

Alfabetização

Refletindo sobre o que a criança pensa a re-speito de ler e escrever

Muitas crianças chegam à escola sedentas de saber. Há uma expectativa, por parte de-las, de que, ao final do primeiro dia de aula, na primeira série, todos sairão lendo. A fanta-sia se mistura ao real e, como isso não acon-tece, evidentemente fica uma interrogação: Afinal, quando iremos ler e escrever?

O tempo de cada um para construir seu apre-ndizado torna esse momento único, impedin-do que se possa prever o que acontecerá e como acontecerá essa trajetória, até que

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RESPOSTA DISSERTATIVA

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AGORAÉASUAVEZ

cada um desses pequenos cidadãos, cheios de desejos, adentrem no mundo dos livros.

O que efetivamente ocorre é que raras vezes suas construções pessoais são considera-das, tratando-se essas crianças, quase sem-pre, como indivíduos sem história e sem cul-tura.

O que temos observado é que as crianças se alfabetizam em suas comunidades, através de experiências diárias, através de sua cul-tura, religião, situação econômica, experiên-cias linguísticas, isto é, de seu ambiente alfa-betizador vivenciado.

Nesse sentido temos observado que há um certo consenso entre os pesquisadores da área, no que tange ao desenvolvimento das noções e concepções relativas à leitura e à escrita apresentadas pelas crianças.

Essas concepções por elas trazidas, geral-mente estão relacionadas aos fatores socio-culturais experienciados na sua realidade, ou seja, suas crenças e atitudes sobre alfabet-ização são resultantes das concepções que elas possuem sobre o que a escrita repre-senta o que é possível ler. [...]

(BOLZAN, Doris Pires Vargas. Disponível em: <http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-alfabetizar-letrar/lecto-escrita/artigos/alfabet-izacao-refletindo-sobre-a-crianca.pdf>. Aces-so em: 22 jun. 2012.)

Questão 1:

Analise o seguinte excerto: “Muitas crianças chegam à escola sedentas de saber. Há uma expectativa, por parte delas, de que, ao final do primeiro dia de aula, na primeira série, todos sairão lendo. A fantasia se mistura ao real e, como isso não acontece, evidentemente fica uma interrogação: Afinal, quando iremos ler e escrever? [...]”. Considerando o trecho destacado, explique por que as crianças não aprendem a ler de forma tão rápida como gostariam.

Questão 2:

Para a autora, qual é a importância do ambiente alfabetizador vivenciado?

Questão 3:

Segundo a autora, há certo consenso entre os pesquisadores da área (alfabetização). Explique no que consiste esse consenso.

Questão 4:

Com base no texto As muitas facetas da alfabetização (Livro-Texto, p. 13) e no seu conhecimento de mundo, analise a seguinte afirmação:

A escola valoriza a língua escrita e censura

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

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ÍNICIOAGORAÉASUAVEZ

a língua oral e espontânea. Quais são as consequências dessa prática para a criança em situação de aprendizagem da leitura e da escrita?

Questão 5:

Analise as frases a seguir:

1) Rosa já leu Ruth Rocha. Rosa já escreveu uma carta a Ruth Rocha.

2) Rosa já sabe ler. Rosa já sabe escrever.

Explique o que significa ler e escrever nas duas frases.

Questão 6:

Pensando nas concepções de alfabetiza-ção abordadas pela autora do Livro-Texto, analise as afirmativas abaixo e marque a correta:

a) Na alfabetização, o professor deve ensinar o sistema alfabético e algumas convenções ortográficas, o que garante a possibilidade de ler e escrever.

b) A capacidade de produzir textos é dependente da capacidade de grafá-los.

c) Algumas situações didáticas favorecem especialmente a análise e a reflexão sobre o sistema alfabético e a correspondência fonográfica. São atividades epilinguísticas, em que o aluno precisa: ler, embora ainda não saiba ler; e escrever, apesar de não saber ainda escrever.

d) A conquista da escrita alfabética garante ao aluno a possibilidade de compreender e produzir textos em linguagem escrita.

e) Alfabetização é uma habilidade, é um fenômeno de natureza complexa.

Questão 7:

Da leitura do Livro-Texto, página 17, pode--se concluir, seguindo um dos pontos de vista apresentados na obra, que no pro-cesso de alfabetização não se pode levar o aluno à mera tradução da língua oral para a língua escrita. Sobre esse aspecto, marque a alternativa correta:

a) O processo de alfabetização precisa levar o aluno não só a reconhecer o código, mas a compreendê-lo, fazendo a relação fonemas-grafemas, entendendo como deve ser usado e qual o seu significado no texto.

b) O conceito de alfabetização não depende de características culturais, econômicas e tecnológicas, depende apenas do código.

c) A língua escrita não é a mera representação da língua oral. Assim, alfabetização seria levar à aquisição do alfabeto.

d) Ensinar o código da língua escrita e ensinar as habilidades de ler e escrever são os únicos objetivos reais da alfabetização.

RESPOSTA DISSERTATIVA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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e) O processo de alfabetização não precisa levar o aluno a reconhecer o código e a compreendê-lo, basta fazer a relação fonemas-grafemas, entendendo como deve ser usado e qual o seu significado no texto.

Questão 8:

Segundo Soares (2011), as perspectivas psicológicas têm predominado no estudo e na pesquisa acerca da natureza do proces-so de alfabetização. A esse respeito, julgue as alternativas a seguir e marque a correta:

a) Nas pesquisas psicológicas, estudam-se os processos psicológicos que são considerados necessários para a alfabetização, assim como os processos psicológicos pelos quais o homem aprende a ler e a escrever.

b) A pesquisa psicológica, embora seja importante, não enfatiza as relações entre inteligência (QI) e alfabetização.

c) Os estudos psicológicos focam de maneira artificial as relações entre os aspectos fisiológicos e neurológicos, mas pontuam de forma consistente a discriminação visual e auditiva.

d) Os estudos psicológicos não procuram explicar o papel desempenhado pela ideologia do dom na tentativa de justificar o fracasso em alfabetização.

e) Recentemente o foco da análise psicológica passou a ser o uso da língua oral em contexto de variação.

Questão 9:

Considerando que a língua é um sistema discursivo organizado no uso e para o uso, escrito e falado, de modo contextualizado, dos diferentes textos (SOARES, 2011), quais são as condições básicas para a lei-tura e a escrita com autonomia? Marque a alternativa que melhor responda à pergun-ta apresentada.

a) Apropriar-se do sistema de escrita, que envolve aprendizagens muito específicas, conhecer além do código, saber dar sentidos às coisas e entender o uso da língua.

b) Conhecer a diferenciação entre a escrita alfabética e outras formas gráficas, saber decodificar as letras.

c) Entender a relação do plano sonoro com o plano das letras, fazendo a passagem de forma adequada.

d) Observar que a relação escrita e leitura exige um vasto conhecimento do código.

e) Saber fazer a representação de fonemas por meio de grafemas e de grafemas em fonemas.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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Questão 10:

Na perspectiva sociolinguística, o processo de alfabetização é visto sob o enfoque das funções sociais da língua. Sobre essa pers-pectiva, marque a alternativa correta.

a) Na perspectiva sociolinguística, estuda-se a alfabetização como um processo que estabelece relações entre sons e símbolos gráficos ou entre fonemas e grafemas.

b) Na perspectiva sociolinguística, focam-se investigações sobre os estágios de conceitualização da escrita e o desenvolvimento da ‘lecto-escrita’ na criança.

c) O sucesso ou o fracasso da alfabetização está relacionado com o estágio de compreensão da natureza simbólica da escrita em que se encontra a criança.

d) O sucesso do processo de alfabetização depende da relação inteligência/alfabetização.

e) Na perspectiva sociolinguística, a alfabetização é estudada como um processo intimamente relacionado com os usos sociais da língua.

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INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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FINALIZANDO

Estudando este tema, você viu que o processo de alfabetização não se limita à aprendizagem da leitura e da escrita, mas envolve as relações sociais e culturais, tendo em vista que o homem é produto do seu meio e nele precisa viver adotando um papel de cidadão ativo.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa /Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: 144p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

DIÁRIO NA ESCOLA – SANTO ANDRÉ. O que é letramento. Disponível em: <http://www.verzeri.org.br/artigos/003.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2012.

SALLES, Jerusa Fumagalli de; PARENTE, Maria Alice de Mattos Pimenta; FREITAS, Lia Beatriz de Lucca. Leitura/escrita de crianças: comparações entre grupos de diferentes escolas públicas. Paidéia (Ribeirão Preto) 20(47): 335-344, ND. 2010 Dec. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2010000300006&lang=pt>. Acesso em: 18 jun. 2012.

SOARES, Magda B. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v23n81/13935.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012.

SOARES, Magda B. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.

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Hodiernamente: atualmente, hoje em dia.

Corroborando: verbo no gerúndio, infinitivo – corroborar, que significa concordar validar, abonar.

Psicomotricidade: integração das funções mentais e motrizes sob o efeito da educação e do desenvolvimento.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

GLOSSÁRIO

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Tema 1

As muitas facetas da alfabetização

Ponto de PartidaResposta: A escola deve introduzir a criança no mundo da escrita, possibilitando que ela domine o código alfabético, mas, sobretudo, tornando-a uma criança letrada. O ideal seria alfabetizar letrando.

Questão 1Resposta: Cada criança tem o seu tempo, pois muitos fatores influenciam na aprendizagem, tais como, a bagagem cultural e o meio linguístico do qual faz parte. Algumas entram na escola praticamente alfabetizadas e vão ler e escrever com mais facilidade do que aquelas que não foram expostas a situações que estimulem sua entrada no universo da leitura, o que naturalmente influenciará na aprendizagem da escrita. Soma-se a isso o fato de que, na escola, raras vezes as construções pessoais são consideradas, tratam as crianças, quase sempre, como indivíduos sem história e sem cultura.

Questão 2Resposta: A autora destaca que as crianças se alfabetizam em suas comunidades, por meio de suas experiências diárias, por meio de sua cultura, religião, situação econômica e, é claro, suas experiências linguísticas. Esse contexto (ambiente alfabetizador vivenciado) favorece o desenvolvimento da criança e é muito importante para a sua aprendizagem, em especial no tocante à leitura.

Questão 3Resposta: O consenso se refere ao desenvolvimento das noções e concepções relativas à leitura e à escrita apresentadas pelas crianças. Tais concepções (trazidas pelas crianças), geralmente, estão ligadas a fatores socioculturais presentes em sua realidade, ou seja, as crenças e as atitudes sobre alfabetização resultam das concepções que elas possuem sobre o que a escrita representa e o que é possível ler.

GABARITO

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Questão 4Resposta: É preciso considerar que o processo de alfabetização sofre a marca da discriminação em favor das classes socioeconomicamente privilegiadas, e a escola culturalmente valoriza a norma culta, considerada a norma de prestígio, determinando que esta norma deve ser usada na escrita. Assim, adota-se a cultura do erro. E como a fala é mais espontânea e está sujeita ao desvio da norma culta, a escola se preocupa mais com a escrita, desconsiderando a riqueza da fala dos alunos, levando às dificuldades na aprendizagem.

Questão 5Resposta: É importante destacar que há diferença no significado de ler e escrever nas duas frases. Na primeira, percebe-se que o significado é mais consistente e apropriado, pois envolve a compreensão da escrita como uma forma de expressar significados e entendimentos, e a leitura não é um ato mecânico. Na segunda, percebe-se que ler e escrever são atos mecânicos, como se ler fosse apenas decodificar e escrever a codificação dos sons.

Questão 6Resposta: Alternativa C.

Questão 7Resposta: Alternativa A.

Questão 8Resposta: Alternativa A.

Questão 9Resposta: Alternativa A.

Questão 10Resposta: Alternativa E.

GABARITO

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

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Tema

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• Argumentos sobre a relação entre língua escrita, sociedade e cultura.

• O conceito de alfabetismo, suas dimensões e relações.

• A dimensão individual do alfabetismo.

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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Qual seria uma teoria considerável para a alfabetização?

• Como se pode classificar o ato de ler sob a perspectiva da dimensão individual do alfabetismo?

• O que caracteriza uma pessoa como alfabetizada?

LEITURAOBRIGATÓRIA

Língua escrita, sociedade e cultura: relações, dimensões e perspectivas.

A busca pelo significado do alfabetismo nas sociedades e culturas letradas e a discussão sobre o seu conceito, analisando suas dimensões e suas relações com a sociedade e a cultura, tomaram conta dos estudos acadêmicos.

Caminha-se pelos diferentes conceitos de alfabetismo, suas dimensões e relações. Para a dimensão individual do alfabetismo, é tarefa árdua definir um conceito, considerando as várias habilidades pessoais que o constituem. As habilidades de leitura e de escrita nunca foram iguais, pois possuem suas peculiaridades. As pessoas são diferentes, não falam da mesma forma, não se comportam linguisticamente do mesmo modo e desenvolvem tais habilidades à sua maneira.

Ler para a dimensão individual seria “um conjunto de habilidades e conhecimentos linguísticos e psicológicos, estendendo-se desde a habilidade de decodificar palavras escritas até a

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LEITURAOBRIGATÓRIA

capacidade de compreender textos escritos” (SOARES, 2011, p. 31). Assim, dentro do contexto da habilidade de leitura necessariamente se inserem as habilidades de pensamento cognitivo (e metacognitivo), de captar o sentido de um texto escrito e de interpretar uma sequência de acontecimentos e um conjunto de argumentos; não se lê apenas o código. Já a escrita seria um conjunto de habilidades e conhecimentos linguísticos e psicológicos diferentes das da leitura, já que vão desde a habilidade da simples transcrição de sons, de associação de fonemas a letras, até a de comunicação com um leitor em potencial.

Escrever envolve não só conhecer e dominar – pelo menos é assim que deveria ser – os recursos linguísticos disponíveis para o uso do falante-escritor, mas também ter noção de texto, saber que uma sequência de frases soltas não forma um texto, saber organizar as palavras adequadas à situação criada no texto, escolher vocabulário conforme o contexto criado, usar os léxicos corretamente, pontuar com precisão, fixar os objetivos do texto e decidir como desenvolvê-los.

Segundo Cagliari (2002), o principal objetivo da escrita é a leitura, por isso essa é a atividade fundamental para a formação de um indivíduo consciente e crítico.

Como se percebe, não se escreve por acaso, sempre há uma intenção por trás de tudo que se escreve, mesmo que esta seja de caráter e natureza pessoal. O escritor só escreve com base nas experiências adquiridas em seu dia a dia.

Ao se ter consciência disso, ultrapassa-se a fronteira da perspectiva individual e adentra-se na dimensão social, podendo, inclusive, aproximar-se do que hoje rotineiramente se chama de Letramento (no Livro-Texto, em vários momentos, Soares utiliza a palavra alfabetismo numa concepção que hoje os estudiosos preferem denominar de letramento, havendo, então, a troca de palavras, mas não de entendimento e acepção). Este é composto pelas consequências sociais e históricas da introdução da escrita em uma sociedade, ou seja, pelas mudanças sociais e discursivas fruto do fato de a sociedade ter se tornado letrada. Nesse contexto, pode-se perguntar: qual é o núcleo do conceito de letramento? A resposta a essa pergunta é uma só: o núcleo do conceito de letramento são as práticas sociais de leitura e de escrita.

Voltando à discussão anterior, convém mencionar que, na perspectiva da dimensão social do alfabetismo, este não é somente um estado ou condição pessoal, pois se trata de uma prática social: “o alfabetismo é o que as pessoas fazem com as habilidades e conhecimentos de leitura e escrita, em determinado contexto” (SOARES, 2011, p. 33).

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Em suma, como se sabe, ler e escrever são processos diferentes, que exigem aprendizagens distintas. A noção de alfabetismo vai além do conhecimento do alfabeto e da representação da língua nesse sistema, pois envolve mais do que simplesmente conhecer o código e associá-lo a um significado, corresponde à inserção no universo das letras, do léxico e das modalidades discursivas.

Nessa discussão, emerge o conceito de alfabetismo funcional. Alfabetismo não se limita ao saber ler e escrever, isto é, não seria, simplesmente, um conjunto de habilidades de leitura e escrita, mas, sim, saber fazer uso dessas habilidades para responder às demandas sociais.

Embora sejam importantes todas essas abordagens, o fato é que ainda não se tem bem definido qual o real conceito de alfabetismo e muito se fala sobre alfabetização e letramento, ora considerando-os sinônimos, ora complementares. Para que o professor possa fazer um bom trabalho em sala de aula, para combater o fantasma do fracasso na alfabetização, é preciso adotar uma teoria concreta e entender a realidade que se apresenta nas escolas.

O professor, embora enfrente desvios de fala e problemas em sala de aula (GOMES, 2011), precisa acreditar que as crianças são capazes de aprender e que ele é um dos responsáveis pela leitura que fazem do mundo. Assim, formar-se-ão cidadãos capazes de conduzir as sociedades do futuro.

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Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:

Leia o artigo Reflexões acerca do letramento: origem, contexto histórico e características, de auto-ria de Elson M. Silva.

O artigo apresenta algumas importantes discussões sobre o fenômeno Letramento.

Disponível em: <http://www.cereja.org.br/pdf/20041105_Elson.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

Leia o artigo Letramento: uso da leitura e da escrita para além da adaptação social, de autoria de Elza Maria Kratz Pauletto e de Jane Sirlei Kuck Konrad.

O artigo comenta a questão do letramento como direito humano absoluto, como instrumento de inserção social e de libertação.

Disponível em: <http://forum.ulbratorres.com.br/2010/mesa_texto/MESA%208%20E.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2011.

Leia o artigo Alfabetização e letramento: refletindo sobre as atuais controvérsias, de autoria Lúcia Lins Browne Rego.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alfbsem.pdf>. Acesso em: 18 de jun. de 2012.

VÍDEOS:

Alfabetização e Letramento – parte 1.

Trata-se de vídeo elaborado para formação de professores, que visa a articular e a sistematizar a discussão sobre os conceitos de alfabetização e letramento.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Gb_HDtzgmGo>. Acesso em: 25 jun. 2012.

LINKSIMPORTANTES

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Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

AGORAÉASUAVEZ

Ponto de Partida:

Magda Soares (2011), ao discutir sobre al-fabetização/alfabetismo, procura deixar claro que as capacidades de ler e escrever, falar e ouvir com compreensão, atendendo a con-textos diferentes de interação, não se desen-volvem espontaneamente. O que significa isso?

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Leia o fragmento a seguir e responda às questões de 1 a 3.

As dimensões do aprender a ler e a escrever[...] As práticas específicas da escola, que forneciam o parâmetro de prática social segundo a qual o letramento era definido, e segundo a qual os sujeitos eram classificados ao longo da dicotomia alfabetizado ou não alfabetizado, passam a ser, em função dessa definição, apenas um tipo de prática – de fato, dominante – que desenvolve alguns tipos de habilidades, mas não outros, e que determina uma forma de utilizar o conhecimento sobre a escrita. (1995, p. 19)

Mais do que expor a oposição entre os conceitos de “alfabetização” e “letramento”, Soares valoriza o impacto qualitativo que este conjunto de práticas sociais representa

RESPOSTA DISSERTATIVA

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AGORAÉASUAVEZ

para o sujeito, extrapolando a dimensão técnica e instrumental do puro domínio do sistema de escrita:

Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se Letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos (In RIBEIRO, 2003, p. 91).

Ao permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza, sistematize, confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique, e garanta a sua memória, o efetivo uso da escrita garante-lhe uma condição diferenciada na sua relação com o mundo, um estado não necessariamente conquistado por aquele que apenas domina o código (SOARES, 1998).

Por isso, aprender a ler e a escrever implica não apenas o conhecimento das letras e do modo de decodificá-las (ou de associá-las), mas a possibilidade de usar esse conhecimento em benefício de formas de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural.

(Silvia M. Gasparian Colello. Alfabetização e Letramento: Repensando o Ensino da Língua Escrita)

Questão 1:

No texto acima, a autora, reportando-se a outros autores, diferencia alfabetização de letramento. Explique essa diferença.

Questão 2:

Segundo o texto, o efetivo uso da escrita garante ao indivíduo uma condição “diferenciada na sua relação com o mundo, um estado não necessariamente conquistado por aquele que apenas domina o código”. Por que quem apenas domina o código não tem a mesma condição diferenciada como mencionado no texto?

Questão 3:

Conforme o texto em análise, como se deve entender os atos de ler e escrever?

Questão 4:

Ler e escrever são processos de um mesmo fenômeno, a comunicação por meio da língua escrita, mas são processos diferentes. Explique no que consiste essa diferença.

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

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ÍNICIOAGORAÉASUAVEZ

Questão 5:

A concepção individual de alfabetismo procura explicar o que uma criança está fazendo e aprendendo, foca as habilidades, o conhecimento e as intenções de crianças individualmente. Seguindo essa concepção, alguns estudiosos entendem que o indivíduo é o responsável principal pelo processo da obtenção da leitura/escrita, porque o conhecimento e as habilidades têm origem nesse indivíduo. Qual seria o problema disso? Explique.

Questão 6:

Sobre a relação escrita, sociedade e cul-tura, julgue as afirmações a seguir e marque a alternativa correta:

a) Ao analisar a relação escrita, sociedade e cultura, é importante voltar-se para o exame do papel e do lugar da língua escrita nas modernas sociedades e culturas letradas.

b) Ao analisar a relação escrita e sociedade, percebe-se que a cultura ocupa um papel secundário nas modernas sociedades e culturas letradas.

c) Ao analisar a relação escrita e sociedade, concentra-se nos aspectos sincrônicos dessa relação e não se preocupa com os aspectos históricos.

d) Ao analisar a relação escrita e cultura, busca-se verificar as dimensões da leitura e da escrita, sem considerar a influência do meio linguístico e as experiências dos indivíduos leitores.

e) Ao analisar a relação escrita e sociedade, orienta-se nos aspectos diacrônicos dessa relação, deixando de lado os aspectos sincrônicos que são ditados pelas relações sociais.

Questão 7:

Para resolver esta questão, leia o seguinte tre-cho:

Partindo da concepção da língua escrita como sistema formal (de regras, conven-ções e normas de funcionamento) que se legitima pela possibilidade de uso efetivo nas mais diversas situações e para diferen-tes fins, somos levados a admitir o paradoxo inerente à própria língua: por um lado, uma estrutura suficientemente fechada que não admite transgressões sob pena de perder a dupla condição de inteligibilidade e co-municação; por outro, um recurso suficien-temente aberto que permite dizer tudo, isto é, um sistema permanentemente disponível ao poder humano de criação (GERALDI, 93 apud, COLELLO, 2011)

Marque a alternativa correta:

a) O paradoxo ao qual o autor se refere está ligado ao uso formal da língua, o que

RESPOSTA DISSERTATIVA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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AGORAÉASUAVEZ

a escola precisa ensinar mesmo que o aluno não queira aprender.

b) O paradoxo ao qual o autor se refere diz respeito à língua como sistema de regras (norma padrão-culta), que deve ser ensinada na escola e que dita o que se deve falar e escrever, e à língua como um instrumento de interação social, que pode ser usada com liberdade pelo falante.

c) O paradoxo ao qual o autor se refere está ligado ao ato de ler e de escrever, pois são processos diferentes e opostos.

d) O paradoxo ao qual o autor se refere diz respeito à língua como sistema de regras (norma padrão-culta), que deve ser ensinada na escola e que dita o que se deve falar e escrever.

e) O paradoxo se refere a um recurso suficientemente aberto que permite dizer tudo, isto é, um sistema permanentemente disponível ao poder humano de criação, mas este não faz uso do que tem a sua disposição.

Questão 8:

“Novas demandas sociais pelo uso da lei-tura e da escrita exigiram uma nova pala-vra para designá-las. Ou seja: uma nova realidade social trouxe a necessidade de uma nova palavra” (SOARES, 2011, p. 29). Nesse discurso, a autora do Livro-Texto já faz referência, mesmo que inconsciente,

a uma nova palavra que passou a circular pelos discursos dos educadores e estudio-sos da educação (convém lembrar que as ideias de Soares apresentadas no livro Al-fabetização e Letramento datam de 1995). No contexto atual, qual seria essa palavra? Marque a alternativa que responde correta-mente ao questionamento.

a) Alfabetismo

b) Literatura

c) Alfabetização

d) Letramento

e) Análise do discurso

Questão 9:

Considerando o grande número de habili-dades e de conhecimentos que envolvem a leitura e a escrita, bem como a natureza heterogênea dessas habilidades e conhe-cimentos e a gama de gêneros de escri-ta existentes, o conceito de alfabetismo adotado pela dimensão individual se torna impreciso. Marque a alternativa que melhor justifique essa afirmação:

a) Não há como precisar quais habilidades e/ou conhecimentos de leitura, quais habilidades e/ou conhecimentos de escrita deveriam ser aplicados para se caracterizar um estado ou condição de alfabetismo.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIO

b) Escrever envolve desde a habilidade de traduzir fonemas em grafemas, até a as habilidades cognitivas, incluindo habilidades motoras.

c) As habilidades e os conhecimentos de escrita e leitura devem ser utilizados diferencialmente para produzir um grande número de diversos materiais escritos.

d) Há como precisar quais habilidades e/ou conhecimentos de leitura, quais habilidades e/ou conhecimentos de escrita deveriam ser aplicados para se caracterizar um estado ou condição de alfabetismo.

e) A escrita, assim como a leitura, na sua dimensão individual, é um conjunto de habilidades e conhecimentos linguísticos e psicológicos.

Questão 10:

Considerando que ainda não se tem bem definido qual o real conceito de alfabetismo e muito se fala sobre alfabetização e letra-mento, ora considerando-os sinônimos, ora complementares, como o professor pode trabalhar em sala de aula para combater o fantasma do fracasso na alfabetização? Mar-que a alternativa que responda ao questio-namento apresentado.

a) O professor precisa trabalhar a língua como um instrumento de comunicação, sistematizado e único, apresentando as normas exigidas pela sociedade,

perpetuando o ensino tradicional voltado ao ensino da gramática.

b) É preciso adotar uma teoria concreta e entender a realidade das escolas. O professor precisa acreditar que as crianças são capazes de aprender, cada uma a sua maneira, e que ele é um dos responsáveis pela leitura que elas fazem do mundo.

c) O professor deve entender que as crianças são oriundas de contextos sociais e linguísticos diferentes e isso limita a aprendizagem, por isso o fracasso na alfabetização.

d) As pessoas são diferentes, a forma de falar não é igual, cabe à escola uniformizar o uso da língua utilizado pelos alunos. Isso deve ser o foco do trabalho do professor.

e) O professor precisa adotar como prática em sala de aula o estudo do léxico e das normas, para depois inserir as crianças no mundo da leitura.

AGORAÉASUAVEZ

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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Estudando este tema, você viu que a busca pelo significado do alfabetismo nas sociedades e culturas letradas e a discussão sobre o seu conceito, analisando suas dimensões e suas relações com a sociedade e a cultura, tomaram conta dos estudos acadêmicos. Embora os estudos sejam importantes, você observou que ainda não se tem uma definição precisa e uma teoria concreta sobre o assunto.

FINALIZANDO

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 2002.

GOMES, Maria Lúcia de Castro. Metodologia do ensino de língua portuguesa. 2 ed. ver. e ampl. Curitiba: Ibpex, 2011.

KRATZ, Elza Maria Pauletto; KONRAD, Jane Sirlei Kuck. Letramento: uso da leitura e da escrita para além da adaptação social. Disponível em: <http://forum.ulbratorres.com.br/2010/mesa_texto/MESA%208%20E.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2011.

REGO, Lúcia Lins Browne. Alfabetização e letramento: refletindo sobre as atuais controvérsias. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alfbsem.pdf>. Acesso em: 18 de jun. de 2012.

SILVA, Elson M. Reflexões acerca do letramento: origem, contexto histórico e características. Disponível em: <http://www.cereja.org.br/pdf/20041105_Elson.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.

REFERÊNCIAS

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ÍNICIOGLOSSÁRIO

Acepção: tendência, escolha, significação, entendimento.

Fonemas: menor unidade de som de uma língua capaz de fazer distinção entre dois vocábulos. Ex.: bala, mala, tala.

Linguística: ciência da linguagem, seu foco de estudo é a linguagem humana.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

GABARITO

Tema 2

Língua escrita, sociedade e cultura: relações, dimensões e perspectivas.

Ponto de PartidaResposta: Quando a autora afirma que as habilidades de ler e escrever, falar e ouvir com compreensão, não se desenvolvem espontaneamente, ela quer ressaltar a importância do contexto escolar, sobretudo das aulas de alfabetização e letramento para a formação do aluno. Falar a criança aprende no seu meio linguístico, e entra na escola com uma rica bagagem linguístico-cultural, a qual precisa ser aproveitada e explorada pelo professor alfabetizador. No entanto, para escrever e ler de forma efetiva, é necessário que a criança

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seja inserida no universo escolarizado, e a escola e o professor têm uma participação decisiva nos resultados desse processo.

Questão 1Resposta: Alfabetização seria o processo pelo qual se adquire o domínio de um código, bem como das habilidades de como utilizá-lo para leitura e escrita, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita. Já o Letramento refere-se ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos.

Questão 2Resposta: Porque o uso efetivo da escrita permite que o indivíduo interprete, divirta-se, seduza, sistematize, confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique, e garanta a sua memória. Por causa disso, escrever e ler não podem ser considerados como apenas o ato de codificar e o de decodificar.

Questão 3Resposta: Ler e escrever significa saber fazer o uso desses conhecimentos em benefício de formas de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural. Ler e escrever seriam práticas sociais..

Questão 4Resposta: Os processos de ler e de escrever envolvem diferenças fundamentais entre as habilidades e os conhecimentos empregados nos dois processos. Escrever envolve não só conhecer e dominar os recursos linguísticos disponíveis para o uso do falante-escritor, mas também ter noção de texto, saber que uma sequência de frases soltas não forma um texto, saber organizar as palavras adequadas à situação criada no texto, escolher vocabulário conforme o contexto criado, usar os léxicos corretamente, pontuar com precisão, fixar os objetivos do texto e decidir como desenvolvê-los. Ler seria atribuir sentido às coisas. Dentro do contexto da habilidade da leitura necessariamente se inserem as habilidades de pensamento cognitivo e metacognitivo, de captar o sentido de um texto escrito e a de interpretar uma sequência de fatos e de acontecimentos e um conjunto de argumentos entre outras.

GABARITO

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ÍNICIO

Questão 5Resposta: O problema desse entendimento é que se destacam os processos internos e ignoram-se as procedências sociais e culturais da alfabetização/letramento. Esquece-se de que o indivíduo é produto do seu meio linguístico e social, nele interage com os seus interlocutores e se comunica com a sociedade.

Questão 6Resposta: Alternativa A.

Questão 7Resposta: Alternativa B.

Questão 8Resposta: Alternativa D.

Questão 9Resposta: Alternativa A.

Questão 10Resposta: Alternativa B.

GABARITO

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seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

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Tema

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• A dimensão social do alfabetismo.

• Argumentos sobre alfabetismo e algumas perspectivas de análises.

• As perspectivas psicológica, linguística e sociolinguística.

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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Por que o alfabetismo ultrapassa o limite dos conhecimentos individuais concernentes ao ato de ler e escrever?

• Como se pode classificar o ato de ler sob a perspectiva da dimensão social do alfabetismo?

• Como pode ser conceituado o letramento?

LEITURAOBRIGATÓRIA

A dimensão social do alfabetismo Ao analisar o alfabetismo sob a dimensão social, percebe-se que este não se trata de um estado ou condição individual, vai além dessa perspectiva, pois está ligado ao que os indivíduos praticam com as habilidades e os conhecimentos relacionados à leitura e à escrita.

Assim, pode-se afirmar que o alfabetismo ultrapassa o limite dos conhecimentos individuais, e adentra no campo das práticas sociais da leitura e da escrita, considerando que as pessoas são seres sociais e interagem entre si.

A autora, ao afirmar que é muito difícil encontrar um conceito para o alfabetismo, menciona pontos de vista conflitantes sobre a sua dimensão social.

Por um ponto de vista, o alfabetismo seria importante e fundamental para que o cidadão ‘funcione’ efetivamente na sociedade tal como ela é. Assim, funcionalmente alfabetizada

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LEITURAOBRIGATÓRIA

seria a pessoa que, segundo a Unesco (1978, apud SOARES, 2011), envolve-se, de forma efetiva e ativa, em atividades e contextos em que o alfabetismo seja necessário, em outras palavras, é aquela pessoa que consegue fazer uso da leitura e da escrita para o seu desenvolvimento e de sua comunidade.

Os defensores desse entendimento pregam que a leitura e a escrita devem ser usadas como instrumentos para satisfazer as demandas sociais e os objetivos pessoais. O ato de ler e o de escrever seriam realizados porque a sociedade exige que sejam feitos. Essa concepção é fraca, pois não considera a autonomia do falante e sua capacidade de ser sujeito histórico de uma sociedade da qual faz parte e que ajudou e ajuda a construir.

Outro ponto de vista entende que o alfabetismo está relacionado com processos sociais mais amplos, ou seja, processos que definem, transmitem e reforçam valores, crenças, padrões de comportamento, políticas, tradições, entre outros (versão revolucionária).

Paulo Freire foi um dos primeiros a defender a força revolucionária que tem o alfabetismo, considerando alfabetizado aquele que compreende a importância e consegue usar a leitura e a escrita como instrumento para tornar-se consciente da realidade, na medida em que consegue fazer uma leitura crítica do seu mundo e do mundo que o rodeia, sendo capaz de transformá-lo. Assim, o alfabetismo seria uma ferramenta que promove a mudança social.

Nesse contexto, percebe-se que alfabetização e letramento se interpenetram, uma vez que ambos focam a formação de um indivíduo capaz de ler além das letras. O conceito de Letramento envolve a ação de estar em contato com distintos tipos e gêneros textuais, de compreender o que eles trazem e qual é a sua função no processo de interação.

Letramento é um vocábulo que pode ser considerado novo no vocabulário da Educação e das Ciências da Linguagem. Trata-se de uma nova perspectiva acerca da prática social da escrita. Nessa perspectiva, compreendendo o letramento como o uso da leitura e da escrita em práticas sociais, observa-se que os sujeitos podem ser analfabetos, ou seja, não saber ler e escrever, porém podem, de certo modo, ser considerados letrados, já que fazem uso da leitura e da escritura em práticas sociais. Por exemplo, imagine uma pessoa que não saiba ler nem escrever e tenha que pegar um ônibus para ir ao trabalho. Mesmo sem tais habilidades, ela consegue fazer isso, reconhece o ônibus que precisa pegar e se dirige ao seu trabalho, interage com os seus colegas, em sua sociedade, e consegue se comunicar.

Como se vê, deixa-se de lado o entendimento de que analfabetos não praticam a leitura e a escrita, visto que, conforme a concepção do letramento ideológico (MALINOSKI, 2012),

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ÍNICIO

embora não alfabetizadas, as pessoas podem alcançar níveis de letramento até superiores aos que as pessoas escolarizadas alcançam, uma vez que não é apenas a leitura e a escrita que possibilitam o desenvolvimento desses níveis cognitivos. Há outras formas de atividades humanas que permitem o desenvolvimento do aspecto cognitivo no homem, como por exemplo, o envolvimento dos indivíduos nas ações e situações sociais e nos movimentos relacionados à política.

O significado de alfabetizado alterou a concepção do analfabeto, pois o letramento ultrapassa o limite do ato de ler e de escrever, refere-se ao uso que o indivíduo faz da leitura e da escrita socialmente. Nesse contexto, deve-se considerar que a leitura na escola não pode se transformar na leitura da escola (KRAMER, 2012).

Em síntese, é preciso entender a importância do alfabetismo para a transformação do indivíduo e de suas relações e práticas sociais, por isso é muito difícil formular um conceito único de alfabetização e de letramento, sendo necessário buscar a contribuição de várias ciências (Linguística, Psicolinguística, Psicologia, Educação, entre outras) para se entender esse fenômeno cuja complexidade tanto incomoda os estudiosos.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:

Leia o artigo Língua escrita, sociedade e cultura: Relações, dimensões e perspectivas, de autoria de Magda Becker Soares.

O texto apresenta importantes considerações sobre a tríade escrita, sociedade e cultura.

Disponível em: <http://educa.fcc.org.br/pdf/rbedu/n00/n00a02.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2012.

Leia a resenha elaborada por Michelle Brugnera Cruz sobre o artigo Letramento: um tema em três gêneros, de autoria de Magda Soares. Belo Horizonte: Autêntica, 2003, 128 p. ISBN 85-86583-16-2.

A resenha leva o leitor a fazer uma importante reflexão sobre alguns conceitos apresentados por Magda Soares acerca do alfabetismo e letramento.

Disponível em: <http://www.edrev.info/reviews/revp57.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2012.

Leia o texto A leitura como forma simbólica: o letramento ideológico, de autoria de Marlei Gomes da Silva Malinoski.

O texto discorre sobre a leitura e sua representação como forma estruturada de cultura nas práticas escolares, evidenciando o letramento ideológico.

Disponível em: <http://www.utp.br/proppe/pesquisa/seminarios_de_pesquisa/trienio_2008-2010/UTP_XIV_sempesq_IX_IC_2010/pdf’s/pdf_chla/resumo_amp_chla_a_leitura.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

VÍDEOS:

O que é ser alfabetizado e letrado – parte 1. Trata-se de um vídeo que esclarece o conceito de alfabetizado e letrado.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=aFCJFSy6eq8>. Acesso em: 25 jun. 2012.

LINKSIMPORTANTES

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ÍNICIO

Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

Ponto de Partida:

Definir um conceito para alfabetização e letramento tem sido um problema para os estudiosos, pois são conceitos comumente confundidos ou até sobrepostos. É importante fazer a distinção, mas também é fundamental aproximá-los. Explique essa afirmação.

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Leia o fragmento a seguir e responda às questões de 1 a 3.

Letramento em texto didático: o que é le-

tramento e alfabetização

Analfabeto é aquele que é privado do alfa-beto, a que falta o alfabeto, ou seja, aquele que não conhece o alfabeto, que não sabe ler nem escrever. Analfabetismo é o modo de proceder como analfabeto. Alfabetizar é tor-nar o indivíduo capaz de ler e de escrever. Alfabetização é a ação de alfabetizar...

É nesse campo semântico que surge a pa-lavra letramento. Na verdade, conhecemos a palavra letrado que significa versado em le-tras, erudito. Conhecemos também a palavra iletrado que significa não ter conhecimentos literários.

A palavra letramento é nova em nossa língua e surgiu com a autora Mary Kato em 1986 em seu livro “No mundo da escrita: uma per-

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

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spectiva psicolinguística”, sendo em seguida usada em diversos livros, muitos de educa-ção.

O termo letramento surgiu porque apareceu um fato novo para o qual precisávamos de

um nome, um fenômeno que não existia antes. Fomos buscar a palavra letramento na pala-vra inglesa literacy que significa condição de ser letrado. Essa palavra é do mesmo campo semântico que a palavra inglesa literate, que significa pessoa que domina a leitura e a es-crita. Pessoa letrada é aquela que aprende a ler e a escrever e que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se em práticas sociais de leitura e de escrita, ou seja, que faz uso frequente e competente da leitura e da escrita. A pessoa letrada passa a ter uma outra condição social e cultural, muda o seu lugar social, seu modo de viver, sua inserção na cultura e consequentemente uma forma de pensar diferente. Tornar-se letrado traz consequências linguísticas, cognitivas.

(CRUZ, Michelle Brugnera, 2007. Disponível em: <http://www.edrev.info/reviews/revp57.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2012.)

Questão 1:

Conforme se depreende do texto, pessoa letrada é a mesma coisa que pessoa alfabetizada?

Questão 2:

Segundo o texto, uma pessoa que sabe apenas assinar o seu nome, mas consegue realizar suas atividades diárias de forma eficiente, interage com seus interlocutores de forma produtiva, envolve-se em movimentos políticos, não se perde ao ter que pegar o ônibus para ir ao trabalho e voltar para casa, sabe fazer cálculo e não aceita que alguém lhe passe para trás em uma transação econômica, deve ser considerada letrada ou alfabetizada?

Questão 3:

Por que a autora do texto afirma que “A pessoa letrada passa a ter uma outra condição social e cultural, muda o seu lugar social, seu modo de viver, sua inserção na cultura”?

Questão 4:

O termo “letramento” para Magda Soares (2011) relaciona-se ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita, nos contextos em que é preciso ler e produzir textos reais. Isso separa alfabetização de letramento? Deve-se considerá-los opostos? Explique.

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

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ÍNICIO

Questão 5:

Nas discussões apresentadas pela autora do Livro-Texto sobre alfabetismo na dimensão social e associando isso com o que estudou até aqui sobre letramento, infere-se que o principal objetivo da escrita é a leitura, que é a atividade fundamental para se formar um cidadão crítico e consciente. Considerando essa afirmação, explique qual é o papel da escola e do professor nesse processo?

Questão 6:

Considerando o processo de alfabetização, sobretudo as habilidades de ler e escrever, e valendo-se do seu conhecimento de mundo, marque a alternativa correta:

a) Esse processo centra-se apenas no desenvolvimento de capacidades referentes à motricidade fina e à percepção visual da base alfabética.

b) É possível afirmar que o processo de alfabetização envolve um processo de memorização de um código com letras e sílabas que formam estruturas como palavras e frases.

c) O que está em jogo é a construção de conhecimentos e a compreensão de como a forma escrita alfabética pode representar a linguagem, observando a função social da escrita.

d) É um processo de treino de um conjunto de habilidades motoras sensoriais importantes para uma escrita legível e de acordo com a norma culta.

e) É o desenvolvimento de habilidades de memória motora, por meio do treino com cópia do alfabeto, de palavras, de frases.

Questão 7:

São inúmeras as concepções e perspectivas teóricas e metodológicas em que se pode analisar o fenômeno do alfabetismo/letramento. Analise as afirmações a seguir e marque a que apresentar a relação correta.

a) Perspectiva da Sociolinguística – estuda as relações entre língua oral e escrita e os efeitos dos contextos sociais e linguísticos sobre a aprendizagem da língua escrita.

b) Perspectiva Textual – investiga as diferenças entre texto oral e texto escrito no tocante à gramática.

c) Perspectiva Educacional ou Pedagógica – investiga as condições institucionais e programáticas de promoção do alfabetismo, visando, principalmente, ao ensino tradicional da leitura e da escrita.

d) Perspectiva Histórica – analisa a história dos sistemas de escrita, mas não dos objetos da escrita, dos processos de acumulação, difusão circulação da escrita ao longo do tempo.

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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AGORAÉASUAVEZ

e) Perspectiva Sociológica – estuda a leitura e a escrita como práticas sociais, porém não pesquisa as relações entre essas práticas e as características sociais dos que as exercem.

Questão 8:

Com o processo de aprendizagem, a criança passa a perceber que escrever não é equivalente ao ato de falar, confrontando o sistema fonológico com o ortográfico, e logo verá que a escrita é uma convenção social. Ela perceberá que tem várias maneiras de escrever e falar. Considerando essa afirmação, analise as alternativas a seguir e marque a perspectiva que esteja de acordo com a afirmação apresentada:

a) Perspectiva Histórica.

b) Perspectiva Linguística.

c) Perspectiva Pedagógica.

d) Perspectiva Sociológica.

e) Perspectiva Política.

Questão 9:

Observando as diferentes perspectivas de análise do alfabetismo/ letramento, segundo a autora do Livro-Texto, é possível afirma que:

a) O estudo do alfabetismo deve ser necessariamente multidisciplinar, pois apenas com a contribuição de

várias ciências se poderá chegar a um entendimento real desse fenômeno.

b) As diversas perspectivas de análise do alfabetismo tornam o estudo complexo e impreciso.

c) O estudo do alfabetismo não deve ser multidisciplinar, pois isso tem provocado uma enorme confusão no discurso do educador, dificultando o entendimento real desse fenômeno.

d) É complexo articular a multiplicidade de perspectivas em uma teoria concreta, por isso não é adequado recorrer a diferentes ciências para se estudar o fenômeno do alfabetismo.

e) A multiplicidade de facetas do fenômeno alfabetismo, a variedade e heterogeneidade de dimensões não são produtivas, pois confundem o professor alfabetizador.

Questão 10:

Sobre o conceito liberal, funcional, do alfabetismo (letramento), marque a alternativa correta:

a) Para a concepção liberal, o alfabetismo prevê o uso da leitura e da escrita como práticas sociais, focando a relação entre alfabetismo e sociedade.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIO

Estudando este tema, você viu que é preciso entender a importância do alfabetismo para a transformação do indivíduo e de suas relações e práticas sociais, por isso é muito difícil formular um conceito único de alfabetização e de letramento, sendo necessário buscar a contribuição de várias ciências.

b) Para o conceito liberal, o alfabetismo tem o poder de promover o progresso social e individual, acredita-se que o alfabetismo tem apenas consequências positivas.

c) Para a concepção liberal (revolucionária), o alfabetismo é considerado um conjunto de habilidades necessárias para responder às práticas sociais.

d) Para a concepção liberal, o alfabetismo é considerado um conjunto de habilidades necessárias para responder às práticas socialmente construídas, envolvendo o ler e o escrever.

e) Para a concepção liberal (revolucionária), o alfabetismo tem um valor pragmático, ou seja, é um instrumento para a sobrevivência do indivíduo em sociedade.

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FINALIZANDO

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CRUZ, Michelle Brugnera. Resenha do livro Letramento: um tema em três gêneros (Magda Soares). Belo Horizonte: Autêntica, 2003, 128 p. ISBN 85-86583-16-2. Disponível em: <http://www.edrev.info/reviews/revp57.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2012.

KRAMER, Sônia. A leitura escrita como experiência – seu papel na formação de sujeitos sociais. Disponível em: <http://www.presencapedagogica.com.br/capa6/artigos/31.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

MALINOSKI, Marlei Gomes da Silva. A leitura como forma simbólica: o letramento ideológico. Disponível em: <http://www.utp.br/proppe/pesquisa/seminarios_de_pesquisa/trienio_2008-2010/UTP_XIV_sempesq_IX_IC_2010/pdf’s/pdf_chla/resumo_amp_chla_a_leitura.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.

SOARES, Magna Becker. Língua escrita, sociedade e cultura: Relações, dimensões e perspectivas. Disponível em: <http://educa.fcc.org.br/pdf/rbedu/n00/n00a02.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2012.

REFERÊNCIAS

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ÍNICIO

Cognitivo: vocábulo derivado da palavra cognição – ato ou efeito de conhecer, faculdade de adquirir um conhecimento, percepção.

Letrado: versado nas letras, tem conhecimentos das letras, culto.

Sociolinguística: área da Linguística que estuda a relação entre língua e sociedade.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

Tema 3

Da Alfabetização ao Letramento: a dimensão social do alfabetismo

Ponto de PartidaResposta: É importante fazer a distinção porque, ao se introduzir o conceito de letramento no discurso adotado pela educação, tem-se ameaçado o entendimento e a especificidade do processo de alfabetização. A aproximação dos dois conceitos é necessária porque o processo de alfabetização, mesmo sendo distinto e específico, complementa-se no contexto do conceito de letramento, pois o ideal é alfabetizar letrando, ou seja, um está ligado ao outro. Não são iguais, mas não são opostos, são complementares.

GLOSSÁRIO

GABARITO

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Questão 1Resposta: Analisando o texto, percebe-se que os termos alfabetizado e letrado não são iguais. Pessoa letrada é aquela que aprende a ler e a escrever e que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se em práticas sociais de leitura e de escrita, ou seja, que faz uso frequente e competente da leitura e da escrita. Já o indivíduo alfabetizado é capaz de ler e de escrever apenas, não necessariamente faz uso social dessas habilidades. Como se percebe, o significado de alfabetizado é limitado se comparado com o de letrado.

Questão 2Resposta: Considerando o texto, entende-se que pessoa letrada é aquela que aprende a ler e a escrever e que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se em práticas sociais de leitura e de escrita, ou seja, que faz uso frequente e competente da leitura e da escrita. A pessoa letrada passa a ter uma outra condição social e cultural, muda o seu lugar social, seu modo de viver, sua inserção na cultura e consequentemente uma forma de pensar diferente. Tornar-se letrado traz consequências lingusticas, cognitivas. E pessoa alfabetizada é a que é capaz de ler e de escrever apenas, não necessariamente faz uso social dessas habilidades. Considerando o trecho em análise, não é possível dizer que a pessoa descrita no enunciado da questão seja alfabetizada ou letrada. Mas, levando em conta a concepção de letramento ideológico, é bem possível dizer que a pessoa descrita seja letrada e não alfabetizada.

Questão 3Resposta: Porque ela faz uso da leitura e da escrita como práticas sociais, ou seja, sabe usar essas habilidades em diferentes contextos sociais e interacionais. Por isso é que se tornar letrado traz consequências linguísticas e cognitivas.

Questão 4Resposta: É preciso ficar claro que alfabetizar e letrar são duas ações inseparáveis, o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita. Portanto, não são opostos, são práticas que se complementam.

GABARITO

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ÍNICIOGABARITO

Questão 5Resposta: O professor tem uma responsabilidade tamanha no processo de educação das crianças dos anos iniciais, principalmente no que concerne à leitura e à escrita. Essas são habilidades fundamentais para que o aluno possa ser inserido na sociedade de uma forma produtiva, sendo um cidadão consciente e crítico. Para que se consiga esse êxito, é fundamental que a escola possibilite ao professor condições para que ele possa inserir seus alunos no universo da leitura, assim poderá alfabetizar letrando. Mas, é claro, o sucesso somente será possível a partir do envolvimento da escola, do professor e da família.

Questão 6Resposta: Alternativa C.

Questão 7Resposta: Alternativa A.

Questão 8Resposta: Alternativa B.

Questão 9Resposta: Alternativa A.

Questão 10Resposta: Alternativa B.

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seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

AGORAÉASUAVEZ

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Tema

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Alfa

betis

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• As perspectivas de análise do alfabetismo.

• A perspectiva sociolinguística de análise do alfabetismo.

• A perspectiva linguística de análise do alfabetismo e a oposição fala X escrita.

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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Por que é importante considerar a bagagem de conhecimentos que o aluno traz do seu meio social e linguístico ao se ensinar a língua materna sem sala de aula?

• O ensino tradicional adotado em muitas escolas tem proporcionado condições para que o aluno realmente aprenda a ler e escrever de forma efetiva?

• Qual é a importância de conhecer as diferentes teorias e abordagens que versam sobre o alfabetismo/letramento?

LEITURAOBRIGATÓRIA

Alfabetismo: Perspectivas de Análise

Diversas perspectivas teóricas e metodológicas podem ser adotadas ao se analisar o fenômeno alfabetismo. É importante destacar que a variedade e a heterogeneidade das dimensões do alfabetismo, bem como a diversidade de suas relações com a sociedade e a cultura, levam à conclusão de que é muito difícil elaborar um conceito universal ou adotar uma teoria única, tendo em vista as diversas perspectivas de análise que podem ser adotadas (observar que, partindo dessa realidade, chega-se ao conceito de letramento).

Ao estudar este tema, depara-se com entendimentos acerca do alfabetismo sob o viés histórico, antropológico, sociológico, psicológico, psicolinguístico, sociolinguístico, linguístico, discursivo, textual, literário, pedagógico e político. Essa abordagem multidisciplinar sucinta conduz a um entendimento mais amplo e completo sobre esse fenômeno.

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LEITURAOBRIGATÓRIA

Destaca-se a abordagem histórica, uma vez que foca o estudo sobre os sistemas de escrita, os suportes da escrita e seus objetos, bem como sobre a circulação e distribuição da escrita ao longo do tempo.

Ressalta-se, ainda, a perspectiva sociolinguística, que foca a relação entre a língua oral e a língua escrita, evidenciando as diferenças e os reflexos disso no contexto de aprendizagem, considerando que cada aluno traz em sua bagagem linguística influências do seu meio social e linguístico. Essa discussão conduz à reflexão sobre as variedades linguísticas, tão importantes no trabalho de alfabetização e letramento.

O processo de variação ocorre em todos os níveis de uso da linguagem, no entanto é mais evidente na fala, na pronúncia das palavras. Convém ponderar que o fenômeno da variação é complexo em virtude de os níveis não serem estanques, uma vez que eles se superpõem. Vários são os contextos em que se apresentam a variação, esta pode ser determinada por condições sociais, culturais, regionais e históricas.

No contexto da escola, é fundamental discutir sobre a necessidade de se conhecer e respeitar as diferenças linguísticas. “É importante ter um discurso condizente com a realidade social, mas a consideração da modalidade linguística que o educando traz de casa, é essencial, já que a democracia e a liberdade de expressão devem acontecer desde o espaço escolar” (SOUZA & PAUTZ, 2012, p. 2).

O aluno entra na escola e se depara com uma linguagem diferente daquela que utiliza em seu meio linguístico e social, isso acaba prejudicando o processo de aprendizagem da língua e, consequentemente, o seu desempenho no uso da linguagem na modalidade escrita e oral. Um dos maiores erros no ensino da língua materna em sala de aula é que a maioria dos professores adota o pressuposto de que os alunos não sabem a língua. Os falantes nativos sabem e compreendem a sua língua, o que ocorre na escola é um choque de realidades. Por isso o professor não pode ensinar a língua portuguesa aos alunos como se estivesse ensinando uma língua estrangeira.

Apenas com respeito pela linguagem do aluno, “é possível levá-lo a aprimorar-se da variedade linguística valorizada socialmente, o que possibilitará a ele a adequação de uso da linguagem às diversas situações sociais em que precise se manifestar” (SOUZA & PAUTZ, 2012, p. 2). Se isso não ocorrer e adotar-se o ensino tradicional (que despreza uma variedade linguística que se afasta da convencionalmente definida como “correta, culta, adequada”), continuará a se perpetuar a discriminação linguística e agravar o fracasso escola no tocante ao ensino da língua portuguesa.

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ÍNICIO

Respeitar a forma como o aluno fala e se comunica não significa desvalorizar a língua, desobedecer às regras gramaticais ou afrontar a norma culta, mas sim aceitar que não existe apenas uma maneira de se falar a língua portuguesa. Não é preciso substituir uma modalidade por outra, o necessário é fazer com que todos entendam que há diferentes situações de uso da língua, condicionadas por diversos fatores e que o falante precisa saber transitar em meio a diferenças e se comunicar de forma eficiente em todos os contextos interacionais.

Embora a escola tenha a função de ensinar a norma culta, ela não pode desejar substituir a modalidade de fala do aluno pela modalidade que julga ser mais adequada (a modalidade culta), mas pode fornecer-lhe condições para que seja capaz de se comunicar em qualquer contexto linguístico e social. Isso quer dizer que a escola pode fazer com que o aluno domine também “a modalidade de maior prestígio, para que, com isso, ao mesmo tempo em que ele possa conseguir sua ascensão social, também continue participando de seu grupo de origem, não sofrendo, assim, um processo de despersonalização” (SOUZA, PAUTZ, 2012, p. 3).

Na perspectiva linguística em que se pode analisar o alfabetismo, ressalta-se a relação do sistema fonológico com o sistema ortográfico, tendo em vista que a passagem do plano fonológico para o plano ortográfico oferece certa dificuldade, considerando os modos de funcionamento dos sistemas de escrita e as particularidades da língua.

Seguindo essa perspectiva, pode-se dedicar às diferenças entre a fala e a escrita. Para tanto, reporta-se a Koch (1997). Segundo esta autora, a fala e a escrita consistem em duas possibilidades de uso da língua que se valem do mesmo sistema linguístico e que, embora tenham características próprias, não podem ser consideradas dicotômicas.

A fala é contextualizada, implícita, redundante, não planejada, fragmentada, incompleta, pouco elaborada, com pouca densidade informacional; já a escrita é explícita, condensada, planejada, não fragmentada, elaborada, com densidade informacional.

De forma objetiva, Mac-Kay (2011, p. 1) apresenta o seguinte entendimento: “Falar e escrever são formas diferentes de dizer e expressar significados construídos na linguagem e pela linguagem, dentro de uma situação interativa social”.

Muito se tem a discutir sobre esse assunto. Interessante é que você, acadêmico, busque diferentes fontes de pesquisa e procure formar as suas concepções, assim poderá transformar as suas experiências de leitura em conhecimento efetivo.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:

Leia o texto A diversidade linguística no contexto escolar, de autoria de Antônio Escandiel de Souza e de Sílvia Pautz.

O texto discorre sobre a diversidade linguística e destaca a importância desse assunto no contexto escolar.

Disponível em: < http://jararaca.ufsm.br/websites/l&c/download/Artigos/07_L&C_1S/L&C1s07_An-tonio.pdf >. Acesso em: 13 jun. 2012.

Leia o texto Fala e escrita – suas especificidades, de autoria de Ana Paula M. Goyano Mac-Kay.

O texto discorre sobre as diferenças entre a fala e a escrita, pontuando alguns entendimentos linguísticos.

Disponível em: < http://www.cefac.br/library/artigos/8dd51d7774b0c3fd436f3eb732e488aa.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2012.

Leia o texto A segmentação no processo de aquisição da linguagem escrita, de autoria de Tânia Maria Augusto Pereira (UFPB).

O artigo procura esclarecer os motivos que levam as crianças a segmentarem a escrita fora das normas ortográficas.

Disponível em: <http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2011/05/ARTIGO-201.pdf>. Acesso em: 12 de jun. de 2012.

Leia a entrevista realizada com a autora Magda Soares com o título: Letrar é mais que alfabetizar.

Disponível em: <http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/magda_soares_letrar_alfabetizar.pdf>. Acesso em: 12 de jun. de 2012.

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ÍNICIO

Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

VÍDEOS:

O que é ser Alfabetizado e Letrado – Parte 1.

O vídeo apresenta discussões interessantes sobre alfabetização e letramento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, e apresenta exemplos de atividades que podem ser realizadas em sala de aula. O texto foca a importância de se trabalhar com textos nas aulas.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=DHBnZNflA98&feature=related>. Acesso em: 23 jul. 2012.

LINKSIMPORTANTES

AGORAÉASUAVEZ

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Ponto de Partida:

Leia o fragmento a seguir:

Usando as palavras de Abaurre, Fiad e Mayrink-Sabinson (1997, p. 22), ao entrar “[...] em contato com a representação escrita da língua que fala, o sujeito reconstrói a história de sua relação com a linguagem”. Isso implica em uma desestruturação do sistema linguístico construído, seguida de uma reestruturação que comporte os novos saberes com os quais o sujeito entra em contato. Concorda-se com Silva (1994, p. 09) que “o trabalho simultâneo com a linguagem oral e escrita implícito nessa nova atividade faz com que a criança utilize a escrita como um lugar privilegiado de reflexão e atuação sobre a linguagem”. Como fruto desse trabalho de reflexão e atuação, ao começar a adquirir a escrita, a criança entra em constantes conflitos com relação à maneira como se entrelaçam os modos de enunciação falado e escrito do sistema linguístico, no que se refere, por exemplo, às convenções ortográficas características do modo de enunciação escrito. (PEREIRA, Tânia Maria Augusto. A segmentação no processo de aquisição da linguagem escrita).

Considerando o trecho citado, explique a seguinte afirmação apresentada pela autora:

“a criança entra em constantes conflitos com relação à maneira como se entrelaçam os modos de enunciação falado e escrito do sistema linguístico”.

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Leia o fragmento a seguir e responda às questões de 1 a 3.

Como se poderia, então, definir letramento?

Letramento é, de certa forma, o contrário de analfabetismo. Aliás, houve um momento em que as palavras letramento e alfabetismo se alternavam, para nomear o mesmo conceito. Ainda hoje há quem prefira a palavra alfabetismo à palavra letramento – eu mesma acho alfabetismo uma palavra mais vernácula que letramento, que é uma tentativa de tradução da palavra inglesa literacy, mas curvo-me ao poder das tendências linguísticas, que estão dando preferência a letramento.

Analfabetismo é definido como o estado de quem não sabe ler e escrever; seu contrário, alfabetismo ou letramento, é o estado de quem sabe ler e escrever. Ou seja: letramento é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

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ÍNICIO

e escrita que circulam na sociedade em que vive: sabe ler e lê jornais, revistas, livros; sabe ler e interpretar tabelas, quadros, formulários, sua carteira de trabalho, suas contas de água, luz, telefone; sabe escrever e escreve cartas, bilhetes, telegramas sem dificuldade, sabe preencher um formulário, sabe redigir um ofício, um requerimento. São exemplos das práticas mais comuns e cotidianas de leitura e escrita; muitas outras poderiam ser citadas.

(Resposta de Magda Soares em entrevista. Disponível em: <http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/magda_soares_letrar_alfabetizar.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2012).

Questão 1:

Da leitura do trecho exposto anteriormente, o que se pode entender ao ler a seguinte afirmação da autora: “curvo-me ao poder das tendências linguísticas, que estão dando preferência a letramento“. Explique.

Questão 2:

Ao iniciar a sua resposta, a autora define letramento como o contrário de analfabetismo. Da leitura do texto, em síntese, como se pode definir letramento?

Questão 3:

Observando a resposta de Soares à pergunta exposta no texto em análise, percebe-se uma contradição na definição de pessoa letrada, se comparada com a concepção de letramento ideológico, segundo a qual para ser letrada uma pessoa não necessariamente precisa ser alfabetizada. Exponha o seu ponto de vista acerca dessa questão.

Questão 4:

A escola não pode desejar substituir a modalidade de fala do aluno pela modalidade que julga ser mais adequada (a modalidade culta), ou seja, a variante de prestígio. Explique essa afirmação.

Questão 5:

A multiplicidade de facetas do fenômeno alfabetismo e a variedade e heterogeneidade de dimensões pelas quais se pode analisá-lo tornam esse assunto muito interessante e complexo. Explique como o alfabetismo pode ser analisado, seguindo a perspectiva educacional ou pedagógica.

Questão 6:

O aluno entra na escola e se depara com uma linguagem diferente daquela que utiliza

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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em seu meio linguístico e social, isso acaba prejudicando o processo de aprendizagem da língua. Considerando essa afirmação, analise as alternativas a seguir e marque a correta:

a) Respeitar a forma como o aluno fala e se comunica significa desvalorizar a língua e desconsiderar o que a literatura clássica apresenta.

b) Na escola, é preciso substituir uma modalidade de uso da língua por outra, bem como fazer com que todos entendam que há diferentes situações de interação, condicionadas por diversos fatores, mas o registro formal é o que deve preponderar e ser privilegiado na escola.

c) Os alunos, como falantes nativos que são, sabem compreender a sua língua, o que ocorre na escola é um choque de realidades, por isso o professor não pode ensinar a língua portuguesa aos alunos como se estivessem ensinando uma língua estrangeira.

d) Não se pode considerar um erro o fato de o professor adotar como pressuposto que os alunos não sabem a língua, pois o que eles aprendem na escola é muito diferente do que falam, ou seja, eles realmente não sabem a norma culta.

e) O desempenho do aluno no uso da linguagem na modalidade escrita e oral não recebe influência do meio linguístico de origem desses alunos, pois a escolha automaticamente apaga essas influências.

Questão 7:

A natureza da palavra escrita origina-se do simbolismo humano, uma especificidade humana, pois, enquanto a fala é uma convenção cultural espontânea, a escrita é uma convenção social sistêmica e ambas (oralidade e escrita) são tecidas por uma mediação simbólica. Pensando no processo de alfabetização e valendo-se do que aprendeu com as discussões acerca do alfabetismo e suas concepções de análise, julgue as afirmações a seguir e marque a alternativa correta:

a) A língua portuguesa, como qualquer língua, tem o certo e o errado somente em relação à sua estrutura. Com relação a seu uso pelas comunidades falantes, não existe o certo e o errado linguisticamente, mas o diferente. Isso tem sido bem trabalhado pelos alfabetizadores, por isso não se pode falar em fracasso na alfabetização.

b) A fala evolui com o tempo e numa mesma língua nacional podem ocorrer vários dialetos, isso favorece a aprendizagem da escrita, não havendo conflito entre o que a escola ensina e o que a criança aprende ao fazer uso da língua em contexto de interação social.

AGORAÉASUAVEZ

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIOAGORAÉASUAVEZ

c) Muitos falam do choque existente entre a função da escrita trabalhada pela escola e a função da escrita entendida pelo aluno, esta sendo pessoal e interacional, mas isso não passa de especulação teórica.

d) A forma como o alfabetizador tem trabalhado em sala de aula não permite que a criança encontre-se dividida entre a função instrumental e as funções pessoal e interacional da escrita.

e) A criança, no decorrer do processo de alfabetização, começa a perceber que a escrita é arbitrária, ou seja, que não se escreve do mesmo jeito que se fala, pois a palavra escrita terá que obedecer a algumas normas, a escrita tem uma linguística própria.

Questão 8:

Segundo Soares (2011), uma perspectiva sociológica de análise do alfabetismo focaria __________.

Marque a alternativa que completa o enunciado:

a) o estudo das relações da leitura e da escrita como práticas sociais e as características sociais dos indivíduos que a exercem.

b) o estudo histórico das possibilidades de acesso à escrita e a influência da imprensa.

c) o estudo da introdução da escrita em sociedade de cultura primária.

d) o estuda da relação do aspecto fonológico com o aspecto ortográfico, sendo a ortografia uma convenção humana.

e) o estudo das diferenças entre o texto oral e o texto escrito.

Questão 9:

As reflexões feitas até agora permitiram que você entendesse que o estudo do alfabetismo tem de ser necessariamente multidisciplinar, e que a contribuição de diferentes ciências possibilitará chegar a um entendimento claro desse fenômeno. Considerando essa afirmação e os entendimentos de Soares (2011), marque a alternativa correta:

a) O campo de estudo do alfabetismo tem se limitado a análises sobre a origem do falante e a influência do meio no seu processo de aprendizagem da escrita.

b) Pode-se afirmar que o campo de estudos da escrita, como foi constituído nas últimas décadas, é fruto do cruzamento das principais áreas de categorização das atividades intelectuais tradicionais no pensamento ocidental, quais sejam, a história, a linguística, a sociologia, a educação, a antropologia e a psicologia.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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AGORAÉASUAVEZ

c) Uma perspectiva linguística de análise do fenômeno alfabetismo estuda as condições e os programas de promoção do alfabetismo.

d) Um estudo seguindo a perspectiva pedagógica procura observar que a relação entre a escrita e a leitura exige um vasto conhecimento do código, bem como o conhecimento sobre a representação de fonemas por meio de grafemas e de grafemas em fonemas.

e) O fenômeno alfabetismo é o contrário de letramento, enquanto este se refere ao uso social que os indivíduos fazem da leitura e da escrita, aquele se preocupa com a aquisição do código e suas convenções.

Questão 10:

Leia o trecho a seguir para resolver a esta questão:

“A cada momento, multiplicam-se as demandas por práticas de leitura e de escrita, não só na chamada cultura do papel, mas também na nova cultura da tela, com os meios eletrônicos”, diz Magda, professora emérita da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Se uma criança sabe ler, mas não é capaz de ler um livro, uma revista, um jornal, se sabe escrever palavras e frases, mas não é capaz de escrever uma carta, é alfabetizada, mas não é letrada”, explica. Para ela, em

sociedades grafocêntricas como a nossa, tanto crianças de camadas favorecidas quanto crianças das camadas populares convivem com a escrita e com práticas de leitura e escrita cotidianamente, ou seja, vivem em ambientes de letramento.

(Trecho retirado de entrevista de Magda Soares. Disponível em: <http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/magda_soares_letrar_alfabetizar.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2012).

Considerando o texto em análise, julgue as alternativas a seguir e marque a correta:

a) Multiplicaram-se as demandas por práticas de leitura e de escrita, não só na chamada cultura do papel, mas também na nova cultura da tela, com os meios eletrônicos, quem consegue viver nesse cenário é considerado alfabetizado e não letrado.

b) O indivíduo que sabe ler e não é capaz de ler um livro, uma notícia de jornal, ou até mesmo um manual, é alfabetizado, mas não é letrado.

c) Em sociedades grafocêntricas como a nossa, tanto crianças de camadas favorecidas quanto crianças das camadas populares convivem com a escrita e com práticas de leitura e escrita cotidianamente, mas não vivem em ambientes de letramento.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIO

d) Alfabetizar é mais do que letrar, pois aquela envolve o conhecimento das letras e a associação desta com os seus respectivos sons.

e) As crianças de classes sociais desprivilegiadas têm mais condições de serem inseridas no mundo letrado porque são oriundas de um meio social e linguístico que favorece à aprendizagem, pois oferece inúmeras experiências.

AGORAÉASUAVEZ

FINALIZANDO

Estudando este tema, você viu que o processo de alfabetização não se limita à aprendizagem da leitura e da escrita, mas envolve as relações sociais e culturais, tendo em vista que o homem é produto do seu meio e nele precisa viver adotando um papel de cidadão ativo.

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KOCH, Ingedore V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997.

MAC-KAY, Ana Paula M. Goyano. Fala e escrita – suas especificidades. Disponível em: <http://www.cefac.br/library/artigos/8dd51d7774b0c3fd436f3eb732e488aa.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2012.

PEREIRA, Tânia Maria Augusto. A segmentação no processo de aquisição da linguagem escrita. Disponível em: <http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2011/05/ARTIGO-201.pdf>.

SOARES, Magda B. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.

SOUZA Antônio Escandiel de; PAUTZ de Sílvia. A diversidade linguística no contexto escolar. Disponível em: <http://jararaca.ufsm.br/websites/l&c/download/Artigos/07_L&C_1S/L&C1s07_Antonio.pdf >. Acesso em: 13 jun. 2012.

REFERÊNCIAS

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ÍNICIO

Língua materna: a língua mãe de uma nação, a língua pátria.

Heterogeneidade: substantivo que indica variedade, é o contrário de homogêneo.

Condizente: termo sinônimo de relacionado a, de acordo com algo.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

GLOSSÁRIO

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Tema 4

Alfabetismo: Perspectivas de Análise

Ponto de PartidaResposta: Ao entrar na escola, a criança se depara com uma realidade linguística, na maioria das vezes, bem diferente da que vive no seu ambiente linguístico de origem, e isso já lhe causa estranheza. Quando inicia o processo de aprendizagem da escrita, ao tentar fazer relação desta com a fala, sente muita dificuldade, pois o plano da escrita não representa fielmente o plano fonológico, há convenções ortográficas que podem causar dúvidas.

Questão 1Resposta: O termo letramento é relativamente novo e está muito presente nos discursos dos educadores. Ao fazer a afirmação de que ela se curva ao poder das tendências linguísticas, a autora deixa claro que aceita o termo, mas implicitamente evidencia que não concorda com o uso de letramento, ao contrário de alfabetismo. Ela prefere o termo alfabetismo.

Questão 2Resposta: Letramento é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive.

Questão 3Resposta: O acadêmico deve expor o seu ponto de vista, então a resposta é subjetiva. No entanto, sugere-se que mencione o fato de que é difícil limitar a condição de letrado a quem saber ler e escrever apenas, pois muitas vezes aquele que sabe ler e escrever não lê com propriedade e nem mesmo sabe o que escrever, pois não faz uso efetivo da leitura e da escrita. Também é complexo considerar que uma pessoa que não seja alfabetizada seja letrada, por isso esse assunto gerou e gera muita discussão e ainda não se tem uma definição precisa e concreta para letramento e pessoa letrada, pois depende do ponto de vista e da concepção adotada.

GABARITO

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ÍNICIO

Questão 4Resposta: É verdade que a função da escola é ensinar a norma culta que, na maioria das vezes, não é a modalidade (variante) que o aluno utiliza em seu meio social. No entanto, a escola não pode desconsiderar a experiência do aluno, nem tentar substituir a modalidade de fala que ele trouxe do seu meio linguístico pela modalidade que julgar mais adequada, mas pode fornecer-lhe condições para que seja capaz de se comunicar em qualquer contexto linguístico e social. Isso quer dizer que a escola pode fazer com que o aluno domine também a modalidade de maior prestígio, para que, com isso, ao mesmo tempo em que ele possa conseguir sua ascensão social, também continue participando de seu grupo de origem, não sofrendo, assim, um processo de despersonalização.

Questão 5Resposta: Adotando essa perspectiva, pode-se investigar os processos metodológicos e didáticos de introdução de crianças e adultos no muito da escrita. Pode-se também estudar a relação do grau de alfabetismo dos diversos contextos familiares com o sucesso ou o fracasso na aprendizagem da leitura e da escrita.

Questão 6Resposta: Alternativa C.

Questão 7Resposta: Alternativa E.

Questão 8Resposta: Alternativa A.

Questão 9Resposta: Alternativa B.

Questão 10Resposta: Alternativa B.

GABARITO

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seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

AGORAÉASUAVEZ

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Tema

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• Argumentos sobre a discussão acerca da necessidade de qualidade na educação.

• Perspectivas de análise da qualidade na alfabetização e no letramento.

• Os fatores determinantes da qualidade na alfabetização e no letramento.

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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Como medir a qualidade da alfabetização?

• Quais são as propriedades, os atributos e as condições que constituem a qualidade da alfabetização?

• Como oferecer as mesmas condições e oportunidades de aprendizagem a regiões e contextos socioeconômicos antagônicos?

• Considerando a análise da qualidade concernente à alfabetização e ao letramento, será que todas as crianças têm as mesmas condições e oportunidades de aprendizagem?

LEITURAOBRIGATÓRIA

Em Busca da Qualidade em Alfabetização

Há muito tempo se tem discutido sobre o grau de qualidade do processo de alfabetização, em especial sobre ser ou não pertinente a tentativa de medir a qualidade e o fato de tal assunto ser discutido reiteradas vezes, mas não haver nada em concreto que possa explicar a situação pela qual a educação, em geral, vem passando há anos.

Como menciona Freitas (2012, p.1), “os discursos sobre a qualidade da educação ocuparam espaços privilegiados nos debates educacionais principalmente a partir dos anos 1990”. Isso porque emergiram fortes discussões acerca da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9394/1996).

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LEITURAOBRIGATÓRIA

Com a LDB, o ensino público sofreu significativas transformações, em busca da suposta melhoria da qualidade na educação e, principalmente, reduções dos altos índices de analfabetismo (FREITAS, 2012).

O fato é que a precariedade do sistema de ensino público, somada “ao reduzido número de atendimento efetivo da população em idade escolar e acrescentando ainda uma outra parcela que resulta dos índices de evasão e repetência, instala dentro de nossas escolas o fracasso escolar” (FREITAS, 2012, p.1).

Para falar sobre qualidade na educação é necessário considerar diversos fatores. Há quem afirme que os problemas existentes na educação são consequências da falta de investimento e do descaso que perdura há décadas; outros argumentam que é cômodo jogar a culpa dos reiterados resultados negativos e do fracasso escolar na política ou na situação do país.

Nesse contexto, convém ponderar sobre uma questão que, com certeza, é um dos problemas que agravam a situação da qualidade da educação oferecida nas escolas brasileiras, qual seja, a formação do educador, a formação do docente. Hoje há inúmeras instituições que oferecem cursos de graduação e pós-graduação, na modalidade presencial e a distância. É verdade que o acesso ao banco universitário ficou mais fácil, muitos profissionais estão sendo formados. Todavia, perguntas vêm à tona: como é a formação desses profissionais? Que tipo de professor as universidades colocam no mercado?

Para responder a essas questões, seria necessário fazer uma pesquisa cuidadosa sobre o ensino oferecido nas universidades e faculdades, bem como sobre os egressos dessas instituições. O que se pode afirmar, baseando-se nos indicadores usados pelos órgãos de avaliação do Ministério da Educação, assim como pelos acontecimentos que ocorrem no dia a dia das escolas brasileiras, é que pessoas, com formação frágil, têm sido responsáveis pelo ensino oferecido nas escolas. Essa discussão pode ser radical, mas se faz necessária.

Conforme os entendimentos de Saviani (2009, p. 143, apud MOREIRA & GORETTE, 2012, p. 1):

a necessidade da formação docente surge desde Comenius, no século XVII. Ele ainda apresenta a primeira escola voltada a formação docente em 1684, por São João Batista de La Salle, em Reims. Contudo, a ideia de institucionalizar escolas próprias para a formação do professor, surge da sistematização das ideias liberais em expandir o ensino a todas as camadas sociais no século XIX. Essas prioridades, no entanto sofrem grandes influências e acabam por precarizar-se devido às dificuldades encontradas na relação escola-cidadão.

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ÍNICIO

Como se percebe, não é de hoje que se sabe o quão importante é investir na formação e na qualificação dos professores. Isso tem sido apontado como uma possível solução para o fracasso que se apresenta na alfabetização, que vem exigindo atenção especial e soluções para um ensino de qualidade.

Para discutir sobre a qualidade da alfabetização, Soares (2011) se reporta a duas perspectivas, quais sejam: a procura por fatores determinantes da qualidade da alfabetização (por exemplo: a interferência de fatores intra e extraescolares na aquisição, a adequação ou inadequação dos recursos utilizados no processo de alfabetização, entre outros) e a procura por aferir essa qualidade, por meio da avaliação dos resultados do processo de ensino e aprendizagem da língua escrita.

Seguindo a primeira perspectiva, busca-se enfrentar o problema com propostas de intervenção, adotando-se mudanças curriculares, substituição de métodos de alfabetização por outras alternativas metodológicas consideradas mais eficientes. Como se vê, a preocupação centra-se apenas nos recursos utilizados no processo de alfabetização e letramento.

Na segunda perspectiva, avalia-se a qualidade com base nos índices de exclusão, evasão, repetência, ou seja, em função do nível de atendimento à demanda por alfabetização ou do nível de satisfação dessa demanda (aprovação e permanência na escola).

Convém ponderar que essas perspectivas são contraditórias, tendo em vista que é preciso “definir com clareza que propriedades, atributos, condições constituem essa qualidade da alfabetização” (SOARES, 2011, p. 50).

Corrobora-se com o entendimento de Soares, tendo em vista que são inúmeros os pontos que precisam ser considerados ao se analisar e definir a qualidade da educação, em especial no processo de alfabetização e letramento, etapa fundamental para a formação de indivíduos que sejam autônomos, capazes de se posicionar na sociedade de forma proativa, capazes de interagir em qualquer situação de comunicação.

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Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:

Leia o artigo Ações para melhoria da qualidade da alfabetização na rede estadual de ensino de Minas Gerais. Anais do 7º Encontro de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte – 12 a 15 de setembro de 2004.

O texto apresenta um conjunto de ações voltadas para o enfrentamento dos problemas relacionados à alfabetização no 1° ciclo da Educação Fundamental, na rede de ensino do Estado de Minas Gerais.

Disponível em: < https://www.ufmg.br/proex/arquivos/7Encontro/Educa24.pdf >. Acesso em: 17 jun. 2012.

Leia o artigo Letramento e alfabetização: uma prática pedagógica de qualidade, de autoria de Emilli Moreira Diogo e Milena da Silva Gorette.

O texto discute a necessidade de se adotarem práticas pedagógicas de qualidade no processo de ensino e aprendizagem da alfabetização e letramento.

Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5806_2767.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2012.

Leia o artigo A leitura e o processo de alfabetização e letramento. Fé de Souza Freitas (ES-COLA MUNICIPAL SÃO JOÃO).

O texto apresenta uma reflexão sobre os processos de leitura e de letramento desenvolvidos na sala de aula e em meios populares, investigando as práticas sociais de leitura.

Disponível em: <http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem13/COLE_3174.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2012.

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ÍNICIO

Ponto de Partida:

Magda Soares (2011, p. 52), ao discutir so-bre a qualidade na alfabetização, argumenta: “aquilo a que nos referimos, nós, do Terceiro Mundo, quando discutimos a qualidade da

alfabetização não é aquilo a que eles, os do Primeiro Mundo, se referem, quando falam em qualidade da alfabetização”. O que sig-nifica isso?

Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

VÍDEOS:

ALFABETIZAÇÃO (Nova Escola alfabetização/outubro). Trata-se de vídeo que apresenta uma dis-cussão importante sobre alfabetização, evidenciando exemplos de ações adotadas por educadores.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=zRCe801Oz5w&feature=related>. Acesso em: 19 jun. 2012.

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RESPOSTA DISSERTATIVA

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Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Leia o fragmento a seguir e responda às questões 1 e 2.

Práticas Pedagógicas que conciliam alfabetização e letramento

Um ponto primordial ao se tratar de prática pedagógica é reconhecer que os alunos já possuem conhecimentos prévios, assim, é importante que os professores façam um diagnóstico do conhecimento de seus alunos, para saberem de onde devem partir e planejar suas atividades.

Partindo da prática social, o conteúdo terá sentido para os alunos, que irão construindo conhecimentos gradativamente e desenvolvendo uma atitude transformadora da sociedade, pois ele perceberá que conhecimento científico faz parte da sua vida e pode contribuir para melhorá-la. As atividades devem promover tanto a alfabetização como o letramento, de maneira, que o ensino do código alfabético seja conciliado com o seu uso social em diferentes ocasiões.

Enfim, o professor alfabetizador deve também utilizar, criar estratégias de ensino de acordo com as características de seus alunos, sem esquecer que

a educação é um ato político e deve romper com as situações de opressão que muitas vezes as pessoas sofrem e nem a percebem.

(DIOGO, Emilli Moreira & GORETTE, Milena da Silva. Letramento e alfabetização: uma prática pedagógica de qualidade.

Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5806_2767.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2012.)

Questão 1:

No texto acima, a autora fala sobre a im-portância de se adotarem práticas ped-agógicas que conciliam alfabetização e le-tramento. Analise a seguinte afirmação da autora e emita a sua opinião a respeito: “é importante que os professores façam um diagnóstico do conhecimento de seus alu-nos, para saberem de onde devem partir e planejar suas atividades”. Produza um parágrafo de pelo menos cinco linhas.

Questão 2:

Para a autora, como o professor deve trabalhar para garantir um ensino de qualidade?

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

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RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

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Questão 3:

Conforme Soares (2011), alguns problemas têm estado ausentes das discussões acerca da qualidade da alfabetização. A quais problemas ela se refere?

Questão 4:

Considerando a pergunta anterior e a resposta que você formulará a tal questionamento, explique por que a autora faz a seguinte afirmação “As consequências disso têm sido, parece-me, graves” (p. 53). A que consequências ela se refere?

Questão 5:

Duas perspectivas têm sido adotadas nas análises e discussões sobre a qualidade da alfabetização, no contexto da escolarização básica. Quais são essas perspectivas?

Questão 6:

A respeito do tema qualidade da alfabetização, considerando a discussão apresentada por Soares (2011), analise as alternativas a seguir e marque a correta:

a) A natureza de paradigmas curriculares e metodológicos não tem sido considerada na discussão sobre a qualidade da alfabetização.

b) Aqueles que buscam os fatores determinantes da qualidade da alfabetização desconsideram a interferência de fatores intra e extraescolares na aquisição da língua escrita.

c) A adequação ou inadequação do equipamento escolar e do material didático de alfabetização tem sido apontada como fator determinante da qualidade da alfabetização por aqueles que buscam aferir tal qualidade, avaliando os resultados do processo de ensino e aprendizagem.

d) Aqueles que buscam os fatores determinantes da qualidade da alfabetização consideram como um desses fatores a competência ou a incompetência do professor alfabetizador.

e) Aqueles que buscam os fatores determinantes da qualidade da alfabetização não procuram, no entanto, enfrentar o problema com propostas de intervenção.

Questão 7:

Para resolver a esta questão, leia o seguinte trecho:

Para Magda, um grave problema é que há pessoas que se preocupam com alfabetização sem se preocupar com o contexto social em que os alunos estão

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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inseridos. “De que adianta alfabetizar se os alunos não têm dinheiro para comprar um livro ou uma revista?” A escola, além de alfabetizar, precisa dar as condições necessárias para o letramento. A educadora faz uma critica ao Programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação que prevê a alfabetização de 20 milhões de brasileiros em quatro anos.

Para ela, o programa irá, na melhor das circunstâncias, minimamente alfabetizar as pessoas num sentido restrito.

“Onde elas aprendem o código, a mecânica, mas depois não saberão usar.”

Um ponto importante para letrar, diz Magda, é saber que há distinção entre alfabetização e letramento, entre aprender o código e ter a habilidade de usá-lo. Ao mesmo tempo em que é fundamental entender que eles são indissociáveis e têm as suas especificidades, sem hierarquia ou cronologia: pode-se letrar antes de alfabetizar ou o contrário. Para ela, essa compreensão é o grande problema das salas de aula e explica o fracasso do sistema de alfabetização na progressão continuada. “As crianças chegam no segundo ciclo sem saber ler e escrever. Nós perdemos a especificidade do processo”, diz. (Diário na Escola – Santo André – é um projeto do Diário em

parceria com a Secretaria de Educação e Formação Profissional de Santo André, 2003).

Considerando o texto em análise, marque a alternativa correta:

a) Muitas pessoas se preocupam com a alfabetização, considerando o contexto social em que as crianças estão inseridas, porque os alunos não têm dinheiro para comprar um livro ou uma revista.

b) Além de alfabetizar, a escola deve dar condições necessárias para o letramento.

c) A falta de recursos para comprar livros não interfere no processo de aprendizagem dos alunos, pois todos têm acesso às mesmas condições educacionais.

d) Uma condição para letrar é o conhecimento de que há distinção entre alfabetização e letramento, mas esses dois fenômenos podem ser trabalhados ao mesmo tempo.

e) Alfabetização e Letramento não são indissociáveis, pois têm as suas especificidades.

Questão 8:

“(...) antes de buscar fatores determinantes da qualidade da alfabetização, ou avaliação de seus resultados, é preciso definir com clareza que propriedades, atributos, condições constituem essa qualidade da alfabetização” (SOARES, 2011, p. 50).

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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Considerando a afirmação apresentada, analise as alternativas a seguir e marque a correta:

a) Determinar as propriedades, os atributos e as condições que constituem a qualidade da alfabetização é tarefa difícil.

b) Uma razão para a dificuldade de determinar as propriedades, os atributos e as condições que constituem a qualidade da alfabetização é que o alfabetismo é uma variável não contínua e discreta.

c) São verdadeiras as dicotomias amplamente usadas: alfabetismo/analfabetismo, alfabetizado/analfabeto.

d) Não se pode definir a diversidade de conhecimentos como razão para a dificuldade em determinar as propriedades, os atributos e as condições que constituem a qualidade da alfabetização..

e) Habilidades e usos de escrita são fundamentalmente semelhantes a habilidades e usos de leitura.

Questão 9:

Soares (2011), após tecer vários comentários sobre a qualidade da alfabetização, chega a duas conclusões. Considerando essa afirmação, marque a alternativa correta:

a) O problema da qualidade da alfabetização é enfrentado por meio de propostas de intervenção que visem a atuar sobre os fatores determinantes.

b) Uma discussão sobre a qualidade da alfabetização não deve buscar uma determinação das propriedades, atributos e condições do alfabetismo.

c) As análises e as discussões sobre a qualidade da alfabetização focam as habilidades e os conhecimentos de escrita e leitura.

d) A qualidade discutida em termos da avaliação dos resultados do processo de alfabetização tem se mostrado a melhor alternativa de análise.

e) Uma discussão sobre a qualidade da alfabetização precisa conduzir a uma tomada de posição em relação à universalização ou particularização das propriedades, atributos, condições que devem constituir a alfabetização.

Questão 10:

A autora apresenta um questionamento para iniciar a discussão, qual seja, “Em busca da qualidade em alfabetização: em busca... de quê?”. Como ela responde a esse questionamento? Marque a alternativa correta:

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAINDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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FINALIZANDO

Estudando este tema, você viu que a busca pelo significado do alfabetismo nas sociedades e culturas letradas e a discussão sobre o seu conceito, analisando suas dimensões e suas relações com a sociedade e a cultura, tomaram conta dos estudos acadêmicos. Embora os estudos sejam importantes, você observou que ainda não se tem uma definição precisa e uma teoria concreta sobre o assunto.

a) A qualidade na educação só pode ser alcançada quando se conseguir definir quais são os atributos necessários às pessoas alfabetizadas.

b) A busca é por uma ideologia e uma política para a alfabetização da criança.

c) A busca é por uma qualificação adequada aos professores alfabetizadores.

d) As características do contexto definem o perfil do indivíduo alfabetizado.

e) Busca-se uma metodologia que seja adequada ao processo de ensino e aprendizagem na alfabetização.

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ÍNICIO

DIOGO, Emilli Moreira; GORETTE, Milena da Silva. Letramento e alfabetização: uma prática pedagógica de qualidade. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5806_2767.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2012.

FREITAS, Fé de Souza. A leitura e o processo de alfabetização e letramento. Disponível em: <http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem13/COLE_3174.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2012.

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.

REFERÊNCIAS

GLOSSÁRIO

Perdurar: durar muito tempo, existir por muito tempo.

Primordial: essencial, relativo ao princípio.

Indissociáveis: inseparáveis.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

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Tema 5

Em Busca da Qualidade em Alfabetização

Ponto de PartidaResposta: As propriedades, os atributos e as condições que constituem a qualidade da alfabetização não são os mesmos nos países do Terceiro Mundo e do Primeiro Mundo, em função do estágio de desenvolvimento desses países, pois o investimento em educação é diferenciado, o que, naturalmente, influenciará no que é oferecido aos alunos.

Questão 1Resposta: É importante destacar que a resposta é subjetiva, no entanto, sugere-se que o acadêmico mencione o fato de ser fundamental que o professor valorize a experiência do aluno, principalmente quando trabalhar com o ensino da língua materna. Partindo da prática social, o conteúdo terá sentido para os alunos, que irão construindo conhecimentos gradativamente e desenvolvendo uma atitude transformadora da sociedade.

Questão 2Resposta: O professor alfabetizador deve utilizar e criar estratégias de ensino de acordo com as características de seus alunos. Infere-se da leitura do texto que o ensino deve ser significativo para o aluno. As atividades devem promover tanto a alfabetização como o letramento, de maneira, que o ensino do código alfabético seja conciliado com o seu uso social em diferentes ocasiões.

Questão 3Resposta: A autora refere-se à dificuldade de determinar o ponto em que a criança pode ser considerada ‘alfabetizada’, à diversidade dos conhecimentos, às habilidades e aos usos envolvidos na alfabetização e no alfabetismo, bem como à variedade de conceitos da alfabetização e alfabetismo, determinada pela relação de dependência desses conceitos em relação ao contexto histórico, social, econômico, político, cultural, educativo.

GABARITO

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ÍNICIO

Questão 4Resposta: Não considerar os problemas pontuados na resposta da questão 3 acaba por atribuir à alfabetização um conceito demasiado amplo, que muitas vezes ultrapassa os limites do mundo da escrita, ou, ao contrário, atribuir a ela um conceito excessivamente restrito (a mera codificação de fonemas e codificação de grafemas). No primeiro caso, a qualidade da alfabetização está relacionada aos numerosos e variados atributos necessários para a pessoa ser considerada alfabetizada; no segundo, está relacionada a tão poucos atributos que se tornam nada. Ao se analisar a qualidade da alfabetização, não considerando a relação de dependência desta com o contexto histórico, social, econômico, político, cultural e educativo, tem-se como consequência a discriminação que ocorre entre escolas inseridas em contextos sociais diferentes.

Questão 5Resposta: Ou se buscam os fatores determinantes da qualidade da alfabetização, ou se procura aferir essa qualidade por meio da avaliação dos resultados do processo de ensino e aprendizagem da língua escrita.

Questão 6Resposta: Alternativa D.

Questão 7Resposta: Alternativa B.

Questão 8Resposta: Alternativa A.

Questão 9Resposta: Alternativa E.

Questão 10Resposta: Alternativa B.

GABARITO

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seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

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Tema

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As

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• A relação entre a alfabetização e a cidadania.

• A busca por qualidade na alfabetização.

• Dificuldade no acesso à leitura para alunos de classes sociais desprivilegiadas.

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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Qual é o papel da escola na formação da cidadania?

• Como a escola pode cumprir com essa função?

• Que papel tem a alfabetização na construção e no exercício da cidadania?

LEITURAOBRIGATÓRIA

As Relações entre Alfabetização e Cidadania

O termo cidadania tem estado presente no discurso político e acadêmico, desde os anos oitenta. Associam-se a esse tema outros assuntos como saúde, educação e escola.

O vocábulo cidadania origina do latim civitas, que significa cidade. Foi usado pela primeira vez para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que ela possuía. A cidadania é, portanto, uma qualidade de todos os membros de uma sociedade, conferindo-lhes direitos e deveres de participação na vida pública.

Para o desenvolvimento da cidadania, foi necessário buscar a conquista da liberdade e da democracia. Esses pilares permitiram ampliar as possibilidades de participação cívica e construir sociedades em que impere a igualdade e a justiça.

Nesse contexto, convém ponderar que não há como falar em educação sem pensar em cidadania, nem como falar em cidadania sem pensar em liberdade, autonomia e capacidade de se posicionar em uma sociedade. Para se formar um cidadão crítico e capaz de participar e atuar na sociedade de forma ativa, é necessário considerar que a escola tem um papel decisivo.

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LEITURAOBRIGATÓRIA

Para iniciar a discussão, Soares (2011) apresenta os seguintes questionamentos: “haverá relação entre alfabetização e cidadania? Que papel pode ter a alfabetização na construção e no exercício da cidadania?” (p. 55). Tais questões levam a reflexões importantes sobre a função da escola e o papel do professor no processo de ensino e de aprendizagem e na formação de um cidadão crítico e consciente.

Segundo o texto, pode-se discorrer sobre a relação alfabetização e cidadania partindo-se de duas perspectivas: a de negação e a de afirmação.

Pela perspectiva da negação, entende-se que o acesso à leitura e à escrita não é imprescindível ao exercício da cidadania, já que não é condição para a conquista da cidadania, mesmo que o senso comum defenda que somente quem sabe ler e escrever é capaz de participar dos discursos sociais, de agir politicamente, de assumir responsabilidades e de ser consciente e livre. Ou seja, segundo o ponto de vista da negação, “a alfabetização não é imprescindível ao exercício da cidadania” (2011, p. 56).

Nesse contexto, Soares (2012, p. 2) afirma que:

A ênfase excessiva posta no analfabetismo como causa da exclusão da cidadania, e a cidadania, e a correspondente ênfase na alfabetização como fator essencial para evitá-la ocultam as causas mais profundas dessa exclusão, que são condições materiais de existência a que são submetidos os “excluídos”, as estruturas privatizantes do poder, os mecanismos de alienação e de opressão, tudo isso resultando na outorga diferenciada de direitos sociais, civis e políticos às diversas classes e categorias sociais.

Sobre a perspectiva da afirmação, Soares (2011, p. 58) afirma que:

Na verdade (o que se pode afirmar, aliás, sobre qualquer outra tecnologia), a leitura e a escrita estão enraizadas em uma ideologia da qual não podem ser isoladas: o valor e a importância da língua escrita não são inerentes a ela, mas dependem da função e dos usos que lhe são atribuídos no contexto social. Atribuir aquisição da língua escrita um valor positivo absoluto revela uma visão etnocêntrica: estudos antropológicos têm apontado o fato de que, em culturas ou grupos predominantemente orais, a comunicação escrita é, muitas vezes, vista mais como um mal do que como um bem.

Em suma, a alfabetização aparece situada no tempo histórico e no espaço social e político em que precisa ocorrer, sendo entendida como algo enraizado em uma ideologia, da qual não pode ser separada. Ressalta-se que o valor e a importância da alfabetização não podem ser considerados inerentes à ideologia, porém dependem da função e dos usos atribuídos no contexto social. Na perspectiva da afirmação, a alfabetização é entendida como instrumento na luta pela conquista da cidadania.

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Convém ponderar, ainda, que a alfabetização nas escolas públicas e os programas de alfabetização de adultos não têm proporcionado às classes trabalhadoras ultrapassar o limite do mundo da escrita, pois se tem alfabetizado o indivíduo para que ele seja mais produtivo ao sistema. Dever-se-ia alfabetizar para que ele se apropriasse de um instrumento fundamental para a conquista da cidadania efetiva: a leitura. É triste chegar à conclusão de que, embora se alfabetize, impossibilita-se que o indivíduo tenha acesso à leitura, pois faltam bibliotecas e os livros não são acessíveis à classe popular (são muito caros), o que aumenta ainda mais a discriminação, separando a sociedade e os alunos entre aqueles que possuem situação financeira melhor (e têm acesso à leitura) e os que mal têm o que comer.

Assim, a alfabetização seria um instrumento para que o homem lute pela cidadania, cabendo aos gestores, aos professores e ao Poder Público fazer uma reflexão mais rigorosa sobre esse tema, em busca da construção de uma sociedade realmente democrática em todos os sentidos, garantindo educação de qualidade a todos.

LEITURAOBRIGATÓRIA

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:

Leia o artigo Língua escrita, sociedade e cultura: Relações, dimensões e perspectivas, de autoria de Magda Becker Soares.

O texto apresenta importantes considerações sobre a tríade escrita, sociedade e cultura.

Disponível em: <http://educa.fcc.org.br/pdf/rbedu/n00/n00a02.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2012.

LINKSIMPORTANTES

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Leia o artigo Universidade, Cidadania e Alfabetização, de autoria de Magda Becker Soares.

O texto apresenta importantes considerações sobre a relação universidade, cidadania e alfabetização, focando o papel desta na construção da cidadania.

Disponível em: <http://w3.ufsm.br/regina/Artigo1.htm>. Acesso em: 15 jun. 2012.

Leia o texto Cidadania na escola: desafio e compromisso, de autoria de João Reis.

O autor argumenta que uma educação para a cidadania, adequada aos atuais desafios educativos, é um problema complexo e suscita interpretações plurais.

Disponível em: <http://www.apgeo.pt/files/section44/1227091905_Inforgeo_15_p113a124.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2012.

Leia o documento O desafio da alfabetização global, elaborado e publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (2009).

O documento apresenta informações e entendimentos fundamentais para a discussão sobre a qualidade na alfabetização.

Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0016/001631/163170por.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2012.

VÍDEOS:

Caminhos da Escola – Educação para a Cidadania – Ep. 32. Trata-se de um vídeo que discorre sobre a cidadania na escola e como esta pode ajudar na formação de cidadãos que participam e são comprometidos com a sociedade (Programa Caminhos da Escola – TVESCOLA).

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=aZH2UXiJvbE>. Acesso em: 14 jun. 2012.

LINKSIMPORTANTES

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ÍNICIO

Ponto de Partida:

Relacionar a alfabetização à construção de cidadania tem sido uma constante na educação. Ressalta-se o papel da escola e do professor nesse processo. Com base no seu conhecimento de mundo e no que aprendeu ao refletir sobre as discussões apresentadas por Soares (2011), respon-da: como a escola, os professores e alfabe-tizadores poderão cumprir com o seu papel na construção da cidadania?

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Leia o fragmento a seguir e responda às questões de 1 a 3.

Atualmente, se reconhece a importância de se usar algumas práticas da escola tradicional, que são entendidas como as facetas da alfabetização segundo Soares, assim como os equívocos de compreensão do construtivismo foram percebidos e ajustados e muitos aspectos da escola nova tidos como essenciais. Com tudo isso, não se pode negar uma prática ou outra, só por ela estar fundamentada em uma ou em outra concepção, mas, sim, avaliar quais são as suas contribuições e se convêm serem utilizadas para um processo de alfabetização significativa.

Dermeval Saviani, em seu livro Escola

Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

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RESPOSTA DISSERTATIVA

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e Democracia (2008), apresenta que aspectos da escola tradicional são importantes para a educação. Com a teoria da curvatura da vara, ele mostra que para a educação ter mais qualidade, a “vara” deve permanecer reta, e não curvada para a teoria nova, nem para a teoria tradicional, mas sim, alinhada. E ainda argumenta que uma pedagogia comprometida com a qualidade educacional e voltada para a transformação social, deve incorporar aspectos positivos e relevantes da pedagogia tradicional e da pedagogia nova, de modo que o ponto de partida seja a prática social sincrética e o de chegada uma prática social transformada.

Assim, se faz necessário resgatar a significação verdadeira da alfabetização e delinear corretamente o conceito de letramento, de forma que eles não se fundam e nem se confundam, apesar de, como já foi dito, necessitarem acontecer de maneira inter-relacionada. Com uma prática educativa que faça uma aliança entre alfabetização e letramento, sem perder a especificidade de cada um dos processos, sempre fazendo relação entre conteúdo e prática e que, fundamentalmente, tenha por objetivo a melhor formação do aluno.

(DIOGO & GORETTE. Letramento e alfabetização: uma prática pedagógica de qualidade).

Questão 1:

Conforme se depreende do texto, não se podem desconsiderar os conhecimentos da pedagogia tradicional; o que deve ser feito?

Questão 2:

No texto em análise, expõe-se o seguinte entendimento: “uma pedagogia comprometida com a qualidade educacional e voltada para a transformação social, deve incorporar aspectos positivos e relevantes da pedagogia tradicional e da pedagogia nova, de modo que o ponto de partida seja a prática social sincrética e o de chegada uma prática social transformada”. O que significa o trecho destacado?

Questão 3:

Analisando o texto em estudo, pode-se dizer que o professor (educador) tem responsabilidade e a obrigação de analisar as correntes e concepções pedagógicas? Explique.

Questão 4:

Segundo a autora do Livro-Texto, a relação alfabetização e cidadania pode ser analisada sob duas perspectivas. Quais são essas perspectivas? Explique-as.

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

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ÍNICIO

Questão 5:

Explique a seguinte afirmação, apresentada pela autora do Livro-Texto: “As sociedades modernas, porém, são fundamentalmente grafocêntricas” (SOARES, 2011, p. 58).

Questão 6:

Considerando as reflexões sobre a relação alfabetização e cidadania, apresentadas por Soares (2011), analise as afirmações a seguir e marque a correta:

a) Infere-se das reflexões que as responsabilidades dos que promovem e desenvolvem programas de alfabetização são inseridas em um objetivo maior, qual seja, participar da construção de uma sociedade mais justa e da constituição de uma identidade política e cultural para o conjunto do povo brasileiro.

b) As reflexões levam a descobertas de soluções sólidas para o combate ao precário acesso que o povo brasileiro tem à leitura e à escrita.

c) As reflexões levam à percepção de que a introdução de criança e adulto no mundo da escrita não é feita para controlar e regular o exercício da cidadania.

d) Infere-se que a introdução no mundo da escrita tem levado os indivíduos além do limiar desse universo, pois eles conseguem ingressar efetivamente no mundo da leitura.

e) As reflexões levam à constatação de que se alfabetiza para que o indivíduo se aproprie de um bem cultural fundamental à conquista da cidadania, por isso não se pode falar em fracasso na alfabetização.

Questão 7:

Segundo a Unesco (2009, p. 51), “as oportunidades de alfabetização para jovens e adultos precisam dedicar a mesma atenção à qualidade atribuída a outros aspectos da educação”. Considerando essa afirmativa, analise as alternativas a seguir e marque a correta:

a) A educação básica de alta qualidade constitui-se em um direito de todos os que dela precisam: adultos, jovens e crianças, independente de classe social, da cultura e do meio do qual fazem parte.

b) A baixa qualidade de algumas iniciativas de alfabetização não tem preocupado os tomadores de decisão e estes não questionam o valor desse investimento.

c) Embora haja poucas reflexões sobre a qualidade na alfabetização, os interessados pelo assunto (a população em geral) são exigentes em relação à promoção da qualidade em todos os níveis.

d) As demandas por alfabetização são diversas, no entanto há uma única abordagem ou método de alfabetização

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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que é considerado adequado para as variadas situações de ensino e aprendizagem.

e) Os alfabetizadores trazem para seu trabalho em sala de aula habilidades que são muitas vezes derivadas de sua experiência, mas fogem do sistema de ensino formal.

Questão 8:

Segundo a Unesco (2009, p. 57), “A alfabetização é uma atividade que se baseia na língua, e em contextos que envolvem mais de uma língua, surge a pergunta: que língua usar para a alfabetização?”. Sobre esse assunto, julgue as alternativas a seguir e marque a correta:

a) Para que se possa realizar um trabalho de alfabetização que atenda às reais necessidades do aluno, é importante que a alfabetização se dê na primeira língua ou na língua que o aluno conhece melhor (na língua materna).

b) Para que se possa ter êxito no trabalho de alfabetização, considerando um contexto multilíngue, é importante que a alfabetização se dê em todas as línguas com as quais o aluno tenha contato.

c) O primeiro passo a ser dado no trabalho de alfabetização é ensinar a língua oficial do país, desconsiderando a experiência linguística do aluno.

d) Quando se elaboram programas de alfabetização eficazes para um ambiente

multilíngue, não é necessário compreender como as pessoas utilizam o seu vernáculo.

e) Ao se elaborarem programas de alfabetização eficazes para um ambiente multilíngue, não se preocupam em compreender como as pessoas utilizam as diferentes línguas em sua comunicação diária.

Questão 9:

Por ambiente letrado, tem-se entendido o ambiente em que as pessoas adquirem e usam suas habilidades de leitura e escrita, incluindo o que elas escrevem e leem. O que e como poderia ser um ambiente letrado rico e dinâmico? Marque a alternativa que responda mais adequadamente ao questionamento:

a) O ambiente letrado precisa envolver bibliotecas com acervo variado, ter jornais e livros de diferentes temáticas à disposição dos alunos, apresentar condições para as pessoas não apenas adquirirem competências de leitura e escrita, mas também terem meios e oportunidades de usá-las e mantê-las de forma significativa.

b) O ambiente letrado não necessariamente precisa ter bibliotecas, ter jornais e livros de diferentes temáticas à disposição dos alunos, bem como não precisa apresentar condições para que as pessoas não apenas adquiram competências de leitura e escrita, pois estas podem se valer da experiência adquirida em seu dia a dia.

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INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETAINDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIO

c) No ambiente letrado precisa haver bibliotecas para uso dos alunos, bem como precisa apresentar condições para as pessoas apenas adquirirem competências no uso da gramática, focando a norma culta.

d) Um ambiente letrado apresenta condições para as pessoas apenas adquirirem competências de leitura e escrita, sendo estas entendidas como decodificação e codificação, respectivamente.

e) Um ambiente letrado contém cenários diferentes, em que o aluno manuseia vários textos, como instrumento para o estudo da gramática.

Questão 10:

Por que, nas discussões apresentadas pela autora do Livro-Texto, relativiza-se o papel da alfabetização na conquista e no exercício da cidadania? Marque a alternativa que responda corretamente à pergunta:

a) A alfabetização é condição indispensável para a conquista e exercício da cidadania.

b) A alfabetização é entendida como o instrumento para a aquisição das habilidades de leitura e escrita, sendo uma técnica que independe do contexto social em que ocorre.

c) A alfabetização é um dos determinantes da conquista e do exercício da cidadania, sendo, então, um instrumento na luta para essa conquista.

d) A alfabetização possibilita o alfabetismo e a pessoa, sendo alfabetizada, consegue ser reconhecida como cidadã, por saber ler e escrever.

e) A alfabetização, até mais que o letramento, possibilita ao indivíduo exercer sua cidadania de forma plena.

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INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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DIOGO, Emilli Moreira; GORETTE, Milena da Silva. Letramento e alfabetização: uma prática pedagógica de qualidade. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5806_2767.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2012.

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.______________. Língua escrita, sociedade e cultura: Relações, dimensões e perspectivas. Disponível em: <http://educa.fcc.org.br/pdf/rbedu/n00/n00a02.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2012.______________. Universidade, Cidadania e Alfabetização. Disponível em: <http://w3.ufsm.br/regina/Artigo1.htm>. Acesso em: 15 jun. 2012.

REIS, João. Cidadania na escola: desafio e compromisso.Disponível em: <http://www.apgeo.pt/files/section44/1227091905_Inforgeo_15_p113a124.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2012.

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. O desafio da alfabetização global. 2009. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0016/001631/163170por.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2012.

FINALIZANDO

Estudando este tema, você viu que é preciso entender a importância do alfabetismo para a transformação do indivíduo e de suas relações e práticas sociais, por isso é muito difícil formular um conceito único de alfabetização e de letramento, sendo necessário buscar a contribuição de várias ciências.

REFERÊNCIAS

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ÍNICIOGLOSSÁRIO

Sincrético: é um adjetivo que denota o resultado da fusão de culturas ou teorias diferentes (sincretismo é o substantivo).

Suscitar: é um verbo transitivo que significa provocar, originar.

Sociolinguística: área da Linguística que estuda a relação entre língua e sociedade.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

GABARITO

Tema 6

As Relações entre Alfabetização e Cidadania

Ponto de PartidaResposta: Se os administradores da educação, os professores, os alfabetizadores não assumirem de forma rigorosa a reflexão sobre a alfabetização no quadro mais amplo de seu significado social, político, cultural, e não trabalharem conjuntamente para que vençam os obstáculos que existem no caminho de formação do aluno, continuar-se-á formando pessoas incapazes de assumir sua cidadania de forma plena.

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Questão 1Resposta: Segundo o autor citado no trecho em análise, é fundamental conciliar os conhecimentos tradicionais com os conhecimentos novos, ou seja, é preciso equilibrar a “vara”, não deixando que se incline para o lado da pedagogia tradicional, nem para o lado da pedagogia nova, do que se entende que cabe ao educador considerar a contribuição dessas correntes na formação de sua concepção pedagógica.

Questão 2Resposta: Como mencionado na resposta à questão anterior, importante se faz conciliar as duas pedagogias. Para evidenciar isso o autor usa a expressão ‘prática social sincrética’, que seria a prática social que funde ou relaciona elementos culturais diferentes. Isso permitirá que se alcance uma prática social transformadora, ou seja, que poderá transformar, por meio da educação (alfabetização), porque não dizer, o aluno em um cidadão consciente e participativo.

Questão 3Resposta: O acadêmico precisa reconhecer que o autor ressalta a importância de o educador não negar uma prática ou outra, só por ela estar fundamentada em uma ou em outra concepção, mas, sim, avaliar quais são as suas contribuições e se convém serem utilizadas para um processo de alfabetização significativa. Com uma prática educativa que faça uma aliança entre alfabetização e letramento, sem perder a especificidade de cada um dos processos, sempre fazendo relação entre conteúdo e prática e que, fundamentalmente, tenha por objetivo a melhor formação do aluno.

Questão 4Resposta: Pela perspectiva da negação, entende-se que o acesso à leitura e à escrita não é imprescindível ao exercício da cidadania, já que não é condição para a conquista da cidadania, mesmo que o senso comum defenda que somente quem sabe ler e escrever seja capaz de participar dos discursos sociais, de agir politicamente, de assumir responsabilidades e de ser consciente e livre. Já sob a óptica da afirmação, ressalta-se que o valor e a importância da alfabetização não podem ser considerados inerentes à ideologia, porém dependem da função e dos usos atribuídos no contexto social. Nessa perspectiva, a alfabetização é entendida como instrumento na luta pela conquista da cidadania.

GABARITO

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ÍNICIOGABARITO

Questão 5Resposta: Quando a autora faz essa afirmação, ela quer chamar a atenção para o fato de a grafia ser o centro, ou seja, a sociedade é centrada na escrita, que está incorporada à vida política, econômica, cultural e social; a escrita é mitificada.

Questão 6Resposta: Alternativa A.

Questão 7Resposta: Alternativa A.

Questão 8Resposta: Alternativa A.

Questão 9Resposta: Alternativa A.

Questão 10Resposta: Alternativa B.

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seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

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Tema

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• As funções da língua e da escrita.

• O alfabetismo funcional e o ensino da leitura e da escrita.

• As diferenças linguísticas e o fracasso escolar na alfabetização.

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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Que relação pode haver entre as diferenças de funções atribuídas ao uso da língua em diferentes classes sociais e o desempenho da criança na escola?

• Quais podem ser as funções da escrita no processo de alfabetização?

• Qual é a relação entre as diferenças linguísticas (diferenças de registros) e o fracasso escolar na alfabetização?

LEITURAOBRIGATÓRIA

Alfabetização: As Funções da Escrita

A escrita ocupa uma função muito importante na vida do ser humano. Muitos objetos, aparelhos e recursos usados hoje em dia são produtos da invenção humana, todavia, há de se considerar que a maior invenção da humanidade é a escrita.

A escrita surgiu para atender a uma necessidade humana básica: a comunicação. Na pré-história, o homem utilizava os desenhos para passar mensagens, registrando-os nas cavernas. No entanto, não havia padronização, não era um código que pudesse proporcionar a comunicação de forma plena. Era preciso organizar e padronizar os códigos.

Nesse contexto, aparece a escrita como instrumento, sem igual, para proporcionar ao homem condições de registrar suas ideias, seus pensamentos e guardar sua história para a posteridade.

119

LEITURAOBRIGATÓRIA

Na escola e fora dos seus murros, porque a sociedade valoriza sobremaneira a escrita, esta deve assumir uma função social, deixando de ser apenas o código que representa os sons produzidos pelo homem (grafemas) para ser a representação gráfica do pensamento humano. A escrita precisa, então, ser significativa.

Soares (2011) faz uma reflexão sobre as funções da escrita no processo de alfabetização, bem como sobre o fracasso escolar na alfabetização que vem mobilizando estudiosos de várias áreas, como a Linguística, a Pedagogia e a Psicologia, sobretudo a Sociolinguística, que procura entender o porquê de o fracasso escolar ser marcante nas classes mais populares, associando-o às gritantes diferenças existentes entre o dialeto padrão e os dialetos não padrão.

Freitag (2010, p. 224), citando Torres e Jesus (2008), afirma que:

o fracasso escolar está diretamente relacionado com a concepção de língua assumida pela escola. As ideologias que tentam explicar o fracasso da escola (as autoras evocam Magda Becker Soares em seu estudo ‘Linguagem e escola: uma perspectiva social’), sempre estão associadas a uma concepção de língua(gem) e a busca de um culpado pelo problema.

Para discutir esse tema as autoras citadas por Freitag (2010) mencionam algumas ideologias e concepções adotadas pela academia. Destaca-se a ideologia das diferenças culturais, segundo a qual a escola é a responsável pelo fracasso escolar, uma vez que encara com discriminação a diversidade cultural, fazendo com que as diferenças se tornem deficiências. Esse é um problema que tem consequências sérias para o processo de ensino e aprendizagem na alfabetização e no ensino da língua portuguesa de forma geral.

Nesse sentido, evidencia-se a concepção de heterogeneidade linguística que se apoia na ideia de que “todas as línguas são adequadas às necessidades e características da cultura a que servem e igualmente válidas como instrumentos de comunicação social” (FREITAG, 2010, p. 225).

Os estudos linguísticos vêm tentando esclarecer o problema que envolve o ensino da escrita do dialeto padrão a falantes dos dialetos não padrão. Tais estudos evidenciam os elementos estruturais da língua, descrevendo a gramática dos dialetos não padrão em comparação com a gramática da língua escrita, procurando identificar as diferenças entre as gramáticas da fala e da escrita. Ao se focarem essas diferenças, acaba-se caindo na concepção de língua adotada pela escola durantes décadas, qual seja, a língua é vista

120

ÍNICIO

como a expressão de pensamento. “Há várias políticas por trás dessa concepção à medida que ela inspira as gramáticas pedagógicas dentro de um modelo socioeconômico para o qual a escola é o lugar da perpetuação dos privilégios de uma minoria rica” (BARBOSA & SOUZA, p. 14). Assim, expressar o pensamento seria o falar bem e o escrever bem, habilidades restritas a grupos sociais economicamente privilegiados, como registra a história da educação no Brasil. Esse pensamento trouxe muitos prejuízos para o processo de alfabetização e o ensino da língua portuguesa nas escolas. Uma pergunta não se pode deixar de fazer: o que seria falar bem e escrever bem? Uma resposta a esse questionamento demandará outras questões.

Registra-se, todavia, que após a década de 1990 as discussões sobre o ensino da língua portuguesa começaram a ser influenciadas por uma visão sociointeracionista, fruto de estudos linguísticos.

Retornando aos entendimentos de Soares (2011) sobre a função da escrita, observa-se que a autora menciona as pesquisas sobre alfabetização numa perspectiva funcional, dedicando-se, primeiramente, ao sentido que se pode dar à palavra função: uso, papel. Nesse sentido, função da língua escrita se referiria, então, aos usos da língua escrita em uma determinada estrutura social. Em síntese, a perspectiva funcional do processo de alfabetização pode ser entendida de duas formas, quais sejam: (1) evidenciando o uso da escrita em determinada estrutura social, com estudos de suas características, considerando seus determinantes e suas consequências e o valor atribuído à escrita (função da língua escrita = uso, papel da língua escrita); (2) observando a finalidade atribuída à enunciação em situações de interação, com estudos das articulações entre o uso da língua e os contextos sociais de interação (função da língua escrita = finalidade da língua escrita).

Adotando a perspectiva funcional com foco na função social da escrita, estudam-se as relações da aprendizagem da língua escrita e o valor e o papel social que grupos linguísticos e sociais diferentes atribuem-lhe. Na perspectiva funcional com foco nas finalidades da educação, estudam-se as articulações entre o “uso da língua e os contextos sociais de interação, suas repercussões na organização do sistema semântico e as implicações disso para a aprendizagem da escrita” (SOARES, 2011, p. 66).

Com relação às diferenças linguísticas, convém mencionar os linguistas Labov e Bernsteisn, citados por Soares (2011), que deram significativas contribuições à discussão acerca da influência do meio linguístico e social na forma como o falante usa a sua língua, destacando o registro utilizado por classes sociais diferentes.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LEITURAOBRIGATÓRIA

Nesse contexto, considerando o impacto que as diferenças de registro causam nas aulas de língua portuguesa, provocando problemas na aprendizagem dos alunos e o consequente fracasso escolar, destaca-se o questionamento apresentado por Soares (2011, p. 67): “Que relação haverá entre as diferenças de funções atribuídas ao uso da língua em diferentes classes sociais e o desempenho da criança na escola?”. Para responder a esse questionamento, a autora faz uma importante reflexão sobre textos produzidos por crianças, na tentativa de compreender com qual função elas usam a escrita.

Ao analisar a produção textual de alunos de classes sociais diferentes, percebe-se com clareza o valor que a escrita assume nessas classes, como reflexo do nível cultural e social desses grupos linguísticos, o que naturalmente será visível em sala de aula.

LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:

Leia a entrevista realizada com a autora Magda Soares com o título: Letrar é mais que alfabetizar.

Disponível em: <http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/magda_soares_letrar_alfabetizar.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012.

Leia o texto O papel social da leitura e da escrita: ser alfabetizado é ser letrado?, de autoria de Ilana da Silva Rebello Viegas (UFF).

122

ÍNICIO

O texto apresenta uma discussão sobre a questão de ser alfabetizado e ou letrado, pois não basta ser alfabetizado para vivenciar plenamente a cultura escrita e responder às demandas da sociedade.

Disponível em: <http://www.filologia.org.br/ixsenefil/anais/17.htm>. Acesso em: 17 jun. 2012.

Leia o texto Alfabetização, fracasso escolar: pacotes educacionais são a solução?, de autoria de Raquel Meister Ko. Freitag.

O texto apresenta uma interessante reflexão sobre alfabetização e fracasso escolar, destacando as soluções que se tem buscado para esse problema.

Disponível em: <http://www.uft.edu.br/pgletras/revista/resenhas/texto_12.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

Leia o texto Letramento e alfabetização: Psicogênese ou Sociogênese, quais os caminhos da apropriação da escrita?, Flávia da Silva Castro.

O texto discorre sobre a apropriação da escrita, destacando a teoria da psicogênese.

Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/Vmostra/V_MOSTRA_PDF/Educacao/82685-FLAVIA_DA_SIL-VA_CASTRO.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2012.

VÍDEOS:

O que é ser Alfabetizado e Letrado – Parte 1. O vídeo apresenta discussões interessantes sobre alfabetização e letramento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental e apresenta exemplos de atividades que podem ser realizadas em sala de aula. O texto foca a importância de se trabalhar com textos nas aulas.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=DHBnZNflA98&feature=related>. Acesso em: 24 jul. 2012.

LINKSIMPORTANTES

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Ponto de Partida:

Leia o fragmento a seguir:

Considerando a discussão apresenta por Soares (2011, p. 67), faça uma reflexão, com os seus colegas, sobre o seguinte questiona-mento: “Que relação haverá entre as diferen-ças de funções atribuídas ao uso da língua em diferentes classes sociais e o desempe-nho da criança na escola?”. Produza um tex-to de pelo menos 10 linhas para responder a essa questão.

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1:

O alfabetismo funcional tem preocupado pesquisadores. Isso os levou ao conceito de “letramento” em substituição ao de “alfabetização”, pois o conceito de alfabetização tornou-se insatisfatório. Explique essa afirmação.

Questão 2:

Na discussão sobre o fracasso na alfabetização e sobre o fato de muitos egressos da Educação Básica não serem capazes de ler e escrever com propriedade, dois questionamentos são necessários: o que falta a uma pessoa que sabe ler e escrever? Por qual motivo

Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVARESPOSTA DISSERTATIVA

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ÍNICIO

muitos terminam a Educação Básica e não conseguem entender e interpretar um texto? Considerando o seu conhecimento de mundo e as reflexões propostas pela autora do Livro-Texto, formule um parágrafo para responder a esses questionamentos.

Questão 3:

Segundo a discussão apresentada por Soares (2011), o que leva a criança a (des)aprender as funções da escrita?

Questão 4:

As diferenças entre o dialeto padrão e os dialetos não padrão têm sido apontadas como as principais causas do fracasso escolar na alfabetização. Emita a sua opinião sobre isso em forma de um texto coeso e coerente, de pelo menos 10 linhas.

Questão 5:

Soares (2011, p. 66) faz a seguinte afirmação: “classes sociais diferentes atribuem funções diferentes ao uso da escrita”. Explique essa afirmação.

Questão 6:

Soares (2011) discute alfabetização e letramento, em vários momentos,

apresentando pontos de vista da Sociolinguística. É possível fazer várias reflexões sobre a importância de abordar os estudos sociolinguísticos voltados ao processo de alfabetização. Recorrendo ao que conseguiu assimilar e à sua experiência, analise as afirmações a seguir e marque a alternativa correta:

a) As diferenças entre a língua usada pelos alunos em seu meio linguístico e a ensinada na escola não contribuem para o fracasso na alfabetização.

b) Tomar os conhecimentos que os alunos trazem para a escola como ponto de partida para a construção de novos conhecimentos é o foco do ensino tradicional e, por isso, não é necessário recorrer à Sociolinguística para se ensinar a Língua Portuguesa.

c) Os estudos da Linguística voltados para os problemas da alfabetização são antigos e ultrapassados, por isso os professores não mais os utilizam.

d) As diferenças entre a língua usada pelos alunos em seu meio linguístico e a ensinada na escola contribuem para o êxito alcançado no processo de alfabetização.

e) A Sociolinguística pesquisa as relações entre língua oral e escrita, bem como os efeitos dos contextos sociais e linguísticos sobre a aprendizagem da língua escrita. Isso já justifica abordar os estudos sociolinguísticos voltados ao processo de alfabetização.

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RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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Questão 7:

Observe a seguinte afirmação: “Os estudos desse autor foram muito importantes para a Sociolinguística. Ele explicou diferenças linguísticas entre indivíduos pertencentes a classes sociais diferentes, procurou verificar se tais diferenças influenciam no processo de aprendizagem da língua”. Marque a alternativa que apresenta o nome do estudioso ao qual se refere o enunciado apresentado.

a) William Labov.

b) Emília Ferreiro.

c) Magda Soares.

d) Ferdinand Saussure.

e) Dermival Saviani.

Questão 8:

Ensinar a leitura baseando-se no treino da habilidade de decodificação do código escrito é uma prática pedagógica antiga da escola, tão criticada pelos discursos acadêmicos. Qual é o fundamento dessa crítica? Marque a alternativa que melhor responda a pergunta:

a) Essa prática de leitura volta-se à expansão da escolarização, pois a escola passou a receber classes que antes eram excluídas do universo escolar.

b) A escola é a mais importante agência de letramento que adota um tipo de letramento: a alfabetização, preocupando-se com o uso social da leitura e da escrita.

c) Essa prática se distancia das práticas sociais de leitura que são vivenciadas por distintos grupos sociais e linguísticos, em diferentes contextos e épocas.

d) Essa prática escolar de leitura foge da decodificação, buscando controlar a alfabetização.

e) Durante o século XX, o ensino de leitura não era mais centrado na decifração do texto escrito, daí o surgimento das críticas.

Questão 9:

Sobre alfabetização e letramento, analise as afirmativas a seguir e coloque V para as verdadeiras e F para as falsas:

( ) Uma pessoa alfabetizada não é necessariamente uma pessoa letrada.

( ) A pesquisa psicogenética, ao abordar a alfabetização, descarta o ensino de letras, sílabas e palavras, mas não coloca o texto e sua compreensão como ponto de partida e de chegada da alfabetização, prioriza o ensino da norma.

( ) A escolarização real e efetiva dos indivíduos é a primeira condição para o letramento.

AGORAÉASUAVEZ

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIO

( ) É obrigação da escola priorizar o ensino da escrita, considerando que a concepção de alfabetização deve partir da notação escrita e centrar-se na forma correta de grafar as palavras.

Marque a sequência correta:

a) V, F, F, F.

b) V, V, F, F.

c) V, F, F, V.

d) V, F, V, F.

e) F, F, F, F.

Questão 10:

Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

Vive-se, hoje, numa sociedade que costuma ser chamada de __________, uma vez que a vida social é organizada em torno da __________. No cotidiano dos cidadãos, as práticas de __________ são constantes e estão em todos os espaços, a todo momento, assumindo diferentes funções.

a) grafocêntrica – leitura – leitura e escrita.

b) iletrada – leitura – escrita – alfabetização.

c) letrada – leitura – letramento.

d) iletrada – leitura – alfabetismo.

e) grafocêntrica – escrita – leitura e escrita.

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INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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FINALIZANDO

Estudando este tema, você viu que o processo de alfabetização não se limita à aprendizagem da leitura e da escrita, envolve as relações sociais e culturais, tendo em vista que o homem é produto do seu meio e nele precisa viver adotando um papel de cidadão ativo.

REFERÊNCIAS

CASTRO, Flávia da Silva. Letramento e alfabetização: Psicogênese ou Sociogênese, quais os caminhos da apropriação da escrita? Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/Vmostra/V_MOSTRA_PDF/Educacao/82685-FLAVIA_DA_SILVA_CASTRO.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2012.

FREITAG, Raquel Meister Ko. Alfabetização, fracasso escolar: pacotes educacionais são a solução? Disponível em: <http://www.uft.edu.br/pgletras/revista/resenhas/texto_12.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

SOARES, Magda B. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.

VIEGAS. Ilana da Silva Rebello (UFF). O papel social da leitura e da escrita: ser alfabetizado é ser letrado? Disponível em: <http://www.filologia.org.br/ixsenefil/anais/17.htm>. Acesso em: 17 jun. 2012.

SOUZA, Ivane Pedrosa; BARBOSA, Maria Lúcia Ferreira de Figueiredo. Sala de aula: avançando nas concepções de leitura. In: SOUZA, Ivane Pedrosa; BARBOSA, Maria Lúcia Ferreira de Figueiredo. Práticas de leitura no Ensino Fundamental. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/37503495/Pratica-Livro>. Acesso em: 18 jun. 2012.

128

ÍNICIO

Grafema: unidade forma mínima da escrita.

Dialeto Padrão: a forma de uso da língua considerada como a correta e que deve ser adotada por toda uma comunidade linguística.

Enunciação: ação e maneira de enunciar, de se expressar.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

GLOSSÁRIO

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Tema 7

Alfabetização: As Funções da Escrita

Ponto de PartidaResposta: Embora a resposta seja subjetiva, sugere-se que o acadêmico se lembre de que, ao entrar na escola, a criança se depara com uma realidade linguística, na maioria das vezes, bem diferente da que vive em seu ambiente linguístico de origem, e isso já lhe causa estranheza. Quando inicia o processo de aprendizagem da escrita, ao tentar relacionar a fala com a escrita, sente muita dificuldade. As consequências disso podem ser gravíssimas, pois muitas vezes o aluno se sente inferiorizado (discriminado pela forma como fala) e acredita que a língua ensinada na escola é a correta, e a que ele usou, até então, e usa no seu meio linguístico, em situação de comunicação e interação, deve ser esquecida. Esse choque de realidades tem contribuído, sobremaneira, para o fracasso na escola.

Questão 1Resposta: O sentido restrito que alguns designam ao termo alfabetização, considerando este apenas como o processo de ensinar a ler e escrever, esquecendo que ler deve ser muito mais que apenas decodificar letras e escrever mais do que codificar sons. Nesse contexto, o termo alfabetização se tornou insatisfatório, pois saber ler e escrever não quer dizer que o indivíduo saiba realmente fazer uso da leitura e da escrita de forma plena; muitos, embora alfabetizados, eram analfabetos funcionais. Por isso, cresce o número de adeptos do termo letramento, que passou a designar o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita em um contexto de formação de leitores críticos, criativos e que entendem a função social da escrita.

Questão 2Resposta: Saber ler e escrever não é suficiente para vivenciar com plenitude a cultura escrita, para ler diferentes gêneros textuais e responder às demandas da sociedade.

GABARITO

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ÍNICIO

Questão 3Resposta: As diferenças sociais e linguísticas encontradas em sala de aula e a prática da escola de valorizar uma variante de prestígio (a culta) em detrimento das demais levam a criança a desaprender as funções da língua e da escrita que aprendeu no seu contexto cultural e a procurar aprender as funções ditadas pela escola. Com isso o aluno acaba deixando a forma natural como usa a sua língua, com a qual sempre conseguiu se expressar em sua sociedade, perdendo a criatividade e a naturalidade, o que terá como consequência a falta de habilidade para se expressar de forma eficiente, tanto na oralidade como na escrita.

Questão 4Resposta: A resposta é pessoal, mas se sugere que o acadêmico faça a seguinte reflexão:

A criança, quando entra na escola, depara-se com uma realidade distinta da que encontra no meio em que está inserida. Isso ocorre com a maioria das crianças de origem social desprivilegiada, as de classes populares, em que comprar um livro é muito difícil. Quando percebem que a forma como falam é diferente da que a escola ensina, acabam se retraindo e se fechando, não querem falar para não serem corrigidas, para não errar. Isso prejudica o processo de aprendizagem e leva ao fracasso escolar.

Questão 5Resposta: Como apresentado pela autora, em classes sociais diferentes também são diferentes as funções atribuídas à escrita, o que acaba tendo repercussão na escola, em especial, nas aulas de alfabetização, momento em que se procura desenvolver o processo de aquisição (aprendizagem) da escrita. As funções são diferentes porque o meio social e linguístico, ou seja, o contexto cultural influenciará a criança, e esta dará à língua e à escrita o valor e a função conforme o que aprende no contexto em que está inserida. Se a criança vive em um meio em que não se valoriza a escrita e a leitura, em que todos, ou praticamente todos, estão distantes do mundo da leitura, ela também será assim e terá dificuldade na escola.

Questão 6Resposta: Alternativa E.

GABARITO

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Questão 7Resposta: Alternativa A.

Questão 8Resposta: Alternativa C.

Questão 9Resposta: Alternativa A.

Questão 10Resposta: Alternativa E.

GABARITO

seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

AGORAÉASUAVEZ

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Tema

08

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• Argumentos sobre a função representativa da escrita.

• Argumentos sobre a função reguladora da escrita.

• Classes sociais diferentes atribuem funções diferentes à escrita.

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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Qual é a relação da diferença de classes sociais com a função exercida pela escrita?

• Por que crianças de classes sociais populares percebem como função dominante da escrita a função reguladora?

• Por que crianças de classes sociais privilegiadas percebem como função dominante da escrita a função representativa?

LEITURAOBRIGATÓRIA

As Funções Representativas e Reguladoras da Língua na Escola

Nas sociedades contemporâneas, a escola é a instituição responsável pela promoção oficial do letramento. Todavia, o que se tem argumentado é que as práticas de letramento realizadas na escola são diferentes das existentes fora dela e isso pode ser um problema no processo de aprendizagem nos anos iniciais, tendo em vista que as atividades escolares costumam não reproduzir as situações vivenciadas pelo aluno no seu contexto cultural.

Esse choque de realidades pode dificultar a aprendizagem e criar uma distância entre o que o aluno aprende na escola e o que ele vivencia em seu meio social e linguístico, criando a cultura, errônea, de que o conteúdo aprendido na escola é para ser usado apenas dentro dela, o que faz com que a aprendizagem não seja significativa.

137

LEITURAOBRIGATÓRIA

Não se pode esquecer que as crianças “chegam à escola dominando a linguagem oral (variante empregada por seu grupo social), influenciada pelo padrão familiar, televisão e membros da sociedade que estão culturalmente inseridos” (ALMEIDA, 2012, p. 1). A função assumida por essa linguagem está relacionada ao seu dia a dia: “sua adaptabilidade à realidade, facilitar os relacionamentos, expressar seus sonhos, desejos, opiniões, bem como seu ingresso à vida ajudando na conquista de sua autônoma” (op. cit, p. 1).

Nesse contexto, convém ressaltar que as crianças chegam à escola apresentando uma relativa desenvoltura no uso do seu vernáculo; cabe, portanto, ao professor aproveitar a bagagem do aluno sem interromper bruscamente a forma como usa a sua língua, impondo as normas do padrão culto.

Ao discorrer sobre as funções da escrita, Soares (2011) menciona estudos sobre o processo de alfabetização na escola, focando análises que evidenciam as funções que predominam no uso que se faz da língua. A função representativa da língua é aquela em que o falante compreende a fala com orientação no referente, ou seja, a língua seria usada para transmitir conteúdo, para ensinar. A função reguladora da língua, para os falantes, no processo de alfabetização, tem aspectos que controlam o comportamento linguístico, dizendo o que deve ou não ser usado na fala e atendendo ao que prescreve a norma, não como ensino da leitura e da escrita de forma efetiva.

Você observará, ainda, várias situações de leitura e escrita de crianças em fase de alfabetização. É feita uma comparação entre a forma como as crianças de classe social privilegiada e as crianças das camadas populares entendem a língua ensinada na escola e qual é a função da linguagem predominante (reguladora ou representativa).

O texto evidencia que, no processo de socialização das crianças, algumas funções da linguagem predominam e estão relacionadas às camadas sociais. Ao analisar os textos das crianças, é possível perceber as funções mais presentes no grupo social a qual elas pertencem.

A autora levanta várias hipóteses, uma delas está relacionada à forma como as crianças das classes favorecidas percebem as funções que a escola atribui à escrita, por isso elas produzem um discurso mais de acordo com o que a escola espera. “A linguagem da escola é a linguagem das classes favorecidas; as funções que predominam no uso que se faz da língua na escola são aquelas que também predominam no uso da língua por essas classes” (SOARES, 2011, p. 67).

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ÍNICIO

Segundo as observações da autora do Livro-Texto, as crianças de classe alta perceberão a função representativa, entendendo que a professora usa a língua com o intuito de ensinar, transmitir conteúdo e falar diversas coisas. A fala seria orientada para o referente, usa-se a 3ª pessoa. A função reguladora viria em segundo plano, para chamar a atenção dos alunos.

No entanto, as crianças de classes populares levam para a escola uma linguagem em que predominam outras funções (divergentes da adotada pela escola), por isso as diferenças são gritantes. Essas crianças entendem a língua com função reguladora (disciplinar, organizar a sala, mandar fazer as atividades), escrevem para agradar a professora, fazem conforme os modelos apresentados, por isso produzem textos artificiais.

A hipótese levantada pela autora de que crianças de classes sociais diferentes interpretam a situação de enunciação de formas diferentes e com expectativas distintas parece se comprovar considerando o resultado da análise dos textos produzidos por vários alunos: “o contexto cultural de classe e o processo de socialização que nele tem lugar levariam a criança a privilegiar determinadas funções, no uso da língua” (SOARES, 2011, p. 73).

A escola erra ao insistir em levar os alunos a usar a escrita com as funções que ela (escola) acha mais adequada. As condições de produção da escrita na escola e a consequente avaliação dessa escrita na verdade constituem um processo de aprendizagem/desaprendizagem das funções da escrita. Enquanto a criança aprende a usar a escrita nas funções que a escola privilegia, desaprende o uso da língua em situação de interação real, o que refletirá, naturalmente, na sua escrita.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:Leia o artigo Letramento e alfabetização: uma prática pedagógica de qualidade, de autoria de Emilli Moreira Diogo e Milena da Silva Gorette.

O texto discute sobre a necessidade de se adotarem práticas pedagógicas de qualidade no processo de ensino e aprendizagem da alfabetização e letramento.

Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5806_2767.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2012.

Leia o artigo Alfabetizar: O Dilema Nosso de Cada Dia, de autoria de Marina S. Rodrigues Almeida.

O texto discute sobre sérios problemas com a alfabetização, observados em crianças entre 10 a 12 anos de idade.

Disponível em: <http://www.profala.com/arteducesp14.htm>. Acesso em: 16 jun. 2012.

Leia o artigo Práticas de leitura e escrita no 1º ciclo: desafios do alfabetizar letrando, de autoria de Magna do Carmo Silva Cruz.

A autora discute práticas de leitura e escrita e faz uma reflexão sobre o processo de alfabetização e de letramento.

Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/posteres/GT10-2841--Int.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

VÍDEOS:ALFABETIZAÇÃO (Nova Escola alfabetização/outubro). Trata-se de vídeo que apresenta uma discussão importante sobre alfabetização, evidenciando exemplos de ações adotadas por educadores.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=zRCe801Oz5w&feature=related>. Acesso em: 19 jun. 2012.

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ÍNICIO

Ponto de Partida:

Após ler o material disponível e fazer uma reflexão sobre o processo de aprendizagem na alfabetização, considerando o seu conhecimento de mundo, responda: qual é a condição básica para a leitura e a escrita com autonomia?

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1:As práticas de letramento realizadas na escola são diferentes das existentes fora dela e isso pode ser um problema no processo de

aprendizagem nos anos iniciais. Explique essa afirmação.

Questão 2:Em seu texto, Soares (2011) fala sobre o uso da linguagem na função representativa ou imaginativa. Explique no que consiste essa função.

Questão 3:A discussão e os estudos sobre a alfabetização têm focado um questionamento, qual seja: “como se deve ensinar a ler e a escrever?”. Tradicionalmente, acreditava-se que o processo de alfabetização iniciava e

Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

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RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

terminava dentro da sala de aula (não ultrapassava esse limite espacial) e que as crianças aprendem a ler e escrever apenas por meio de cartilhas.

Considerando o que você estudou até agora, faça uma reflexão sobre os seguintes questionamentos e produza um parágrafo para respondê-los:

• O ambiente escolar é o único espaço em que a escrita e a leitura estão presentes? Será que antes de entrar na escola as crianças já têm noção sobre a função da escrita?

Questão 4:Segundo Soares (2011, p. 81), “[...] estudos sociolinguísticos sob uma perspectiva estrutural têm mostrado como a escola dificulta o processo de aquisição da língua pela criança pertencente às camadas populares [...]”. O que, então, os estudos sociolinguísticos sob uma perspectiva funcional têm demonstrado?

Questão 5:Analise o texto a seguir e explique qual é o problema de se trabalhar com esse tipo de texto em sala de aula, quando se está no processo de alfabetização.

O JACARÉ BEBE CAFÉ

A JIBOIA BEBE CAJUADA.

E O BODE?

O BODE JOGA DADO E BEBE ÁGUA DE COCO.

Questão 6: Sobre os processos de alfabetização e letramento e o papel da escola nesse contexto, analise as alternativas a seguir e marque a correta:

a) O processo de alfabetização envolve, apenas, um complexo processo de análise da representação linguística.

b) Pode-se afirmar que a pessoa que sabe ler e escrever pensa melhor do que aquela que não tem essas habilidades.

c) Os novos estudos sobre o letramento procuram romper a segregação tradicional entre aquele que aprende e aquele que ensina, mas não possibilitam que haja alteração das práticas de alfabetização.

d) Os estudos sobre letramento levam à compreensão da dimensão sociocultural da língua escrita e de sua apreensão pelos sujeitos envolvidos na aprendizagem.

e) Os estudos linguísticos demonstram que é preciso voltar-se para o ensino da norma culta.

AGORAÉASUAVEZ

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ÍNICIO

Questão 7:Sobre o processo de alfabetização, analise as afirmações a seguir e marque a alternativa correta:

a) É fundamental retomar as técnicas de decifração do código escrito, pois se deve considerar que o trabalho de alfabetização deve partir da simples priorização do domínio do código.

b) É preciso estabelecer e compartilhar metas e objetivos, porém sem o envolvimento de alunos, pais e docentes nos processos de avaliação e de reorientação.

c) É fundamental que o docente retome as práticas tradicionais de alfabetização, uma vez que as escolas alfabetizavam com qualidade.

d) É preciso definir meios para alcançar objetivos, bem como organizar o processo, registrar e socializar atividades realizadas.

e) É preciso buscar a progressiva institucionalização de espaços coletivos, voltando-se para o ensino da norma no processo de alfabetização.

Questão 8:

Considerando a alfabetização e o letramento, pode-se afirmar que:

a) Estudos e pesquisas procuram esconder os problemas nos processos e resultados da alfabetização de crianças no contexto escolar, diante da persistência do fracasso da escola em alfabetizar.

b) Letramento é um termo que passou a fazer parte do discurso e da linguagem dos educadores há pouco tempo; surgiu da necessidade de nomear comportamentos e práticas sociais na área da leitura e da escrita, não contempladas pelo processo de alfabetização.

c) É necessário reconhecer que, por serem distintos, alfabetização e letramento são processos independentes.

d) A alfabetização não terá sentido se for desenvolvida no contexto de práticas sociais de leitura e de escrita.

e) A alfabetização nas escolas brasileiras há muito tem sido trabalhada focando a perspectiva do letramento, então não há porque se falar em fracasso escolar.

AGORAÉASUAVEZ

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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Questão 9:Pedrinho é aluno do ensino fundamental 1, é assíduo, copia tudo o que a professora passa, todavia troca e “come” letras quando escreve e pula palavras na leitura. Com o objetivo de corrigir tais problemas, sua professora pede para Pedrinho fazer cópias todos os dias. Considerando a solução adotada pela professora e os entendimentos sobre o ensino reflexivo da língua escrita, analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta:

a) A intervenção adotada pela professora garantirá a superação dos erros apontados e aprimorará a escrita, embora seja uma atividade mecânica.

b) Embora as atividades extras tenham sido cuidadosamente elaboradas, não garantem a superação das dificuldades, pois esta depende do esforço e da vontade do aluno.

c) Resta, apenas, à professora a proposição de atividades de reforço para serem realizadas em casa, uma vez que a família precisa fazer a sua parte.

d) A intervenção da professora é ineficaz, por propor uma atividade mecânica e não levar o aluno a fazer reflexão sobre a língua.

e) A proposição da professora visa à aprendizagem na perspectiva do letramento.

Questão 10:Para resolver esta questão, analise o texto a seguir:

A pipa

A pipa é de Pedro

Pedro solta a pipa

A pipa balasa...balasa...

No céu agu...agu

Pedro si... si... si...

Pedro fala

Como a mia pipa e bonita.

Tia coniceso e u estou coso dada de você.

Observando o texto acima, analise as afirmações a seguir e coloque (V) para as verdadeiras e (F) para as afirmativas falsas.

I. ( ) O texto evidencia o que a criança queria fazer por meio da escrita, demonstra habilidade no uso da escrita com função social e interacional.

II. ( ) Embora o texto não demonstre conflito entre o uso da escrita com a função instrumental escolar e seu uso com a função interacional e pessoal, o aluno apresenta pleno domínio da escrita e entende a função social da língua.

III. ( ) Percebe-se que a criança está dividida entre a função instrumental e as funções pessoal e interacional, ela produz as duas escritas de forma alternada, ou

AGORAÉASUAVEZ

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIO

Estudando este tema, você viu que a forma como as crianças das classes favorecidas percebem as funções que a escola atribui à escrita influencia na produção de um discurso mais de acordo com o que a escola espera. As crianças das classes populares acabam se distanciando desse discurso, pois não têm a mesma percepção.

seja, redação e bilhete para a professora se misturam, o que evidencia o conflito.

IV. ( ) Observa-se que a criança procurou seguir o modelo ensinado pela escola, demonstrando não saber qual é a função da língua escrita.

V. ( ) A hipótese levantada é a de que a criança, em especial a das camadas sociais populares, desaprende usar a língua em situação de interação, ao iniciar o processo de aquisição da escrita.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

a) F, F, F, F, F.

b) V, F, V, F, F.

c) V, V, V, V, V.

d) F, F, V, V, V.

e) F, V, F, V, F.

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FINALIZANDO

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CRUZ, Magna do Carmo Silva. Práticas de leitura e escrita no 1º ciclo: desafios do alfabetizar letrando.Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/posteres/GT10-2841--Int.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

ALMEIDA, Marina S. Rodrigues. Alfabetizar: O Dilema Nosso de Cada Dia.Disponível em: <http://www.profala.com/arteducesp14.htm>. Acesso em: 16 jun. 2012.

DIOGO, Emilli Moreira; GORETTE, Milena da Silva. Letramento e alfabetização: uma prática pedagógica de qualidade. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5806_2767.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2012.

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.

REFERÊNCIAS

GLOSSÁRIO

Vernáculo: é o nome dado à língua nativa de um país ou de uma localidade.

Decifração: ação de decifrar.

Desenvoltura: desembaraço, agilidade.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

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ÍNICIO

Tema 8

As Funções Representativas e Reguladoras da Língua na Escola

Ponto de PartidaResposta: Muitos fatores estão envolvidos no processo de leitura e escrita e interferem no resultado obtido. Para adquirir autonomia, o indivíduo precisa ser inserido em situações reais de leitura e de escrita, ele precisa entender o processo e compreender a função social da escrita.

Questão 1Resposta: As atividades escolares costumam não reproduzir as situações vivenciadas pelo aluno no seu contexto cultural.

Esse choque de realidades pode dificultar a aprendizagem e criar uma distância entre o que o aluno aprende na escola e o que ele vivencia em seu meio social e linguístico, criando a cultura, errônea, de que o conteúdo aprendido na escola é para ser usado apenas dentro dela, o que faz com que a aprendizagem não seja significativa.

Questão 2Resposta: A linguagem na função representativa ou imaginativa é usada para representar o que se sabe ou se cria, não para representar o que se pensa ou se sente, como se faz ao usar a linguagem na função pessoal ou interacional.

Questão 3Resposta: Os acadêmicos precisam discorrer sobre o assunto, dizendo que o processo de alfabetização vai muito além dos muros e das paredes da escola e que o aprendizado da escrita e da leitura não se dá somente por meio de cartilhas. É importante destacar que o ambiente escolar não é o único espaço em que as crianças podem entrar em contato com a escrita e com a leitura, uma vez que, antes de entrarem na escola, elas convivem com

GABARITO

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os textos disponíveis em seu meio social, como por exemplos: revistas, jornais (dos pais), anúncios de lojas (principalmente relacionados ao que elas gostam), placas, cartazes, outdoors e outros. Portanto, quando a criança entra na escola, ela sabe que a escrita tem uma função social. A escola tem, então, a tarefa de sistematizar essas informações, de modo que as crianças possam aprender a ler e a escrever.

Questão 4Resposta: Os estudos sob a perspectiva funcional evidenciam o processo de desaprendizagem das verdadeiras funções da escrita e denunciam o processo de aprendizagem de uma escrita que nega a sua funcionalidade, tirando o direito do cidadão de usar a escrita para dizer a própria palavra.

Questão 5Resposta: Ao se deparar com esse modelo a criança entenderá que é esse o texto que deve produzir, procurará obedecê-lo. Há uma sucessão de sentenças entre as quais não há coesão nem coerência, não há unidade temática.

As crianças das classes favorecidas, em geral, convivem com livros e ouvem histórias, e perceberão que um texto como esse é apenas para aprender a ler, mas as crianças de camadas populares, que não têm acesso a livros nem têm quem leia uma história, por exemplo, acabam aprendendo a escrever sem a intenção de contar uma história; ela escreve sentenças sem coesão, sem coerência, e não compreende o papel da língua escrita dentro de um processo de interação. Produz um texto artificial.

Questão 6Resposta: Alternativa D.

Questão 7Resposta: Alternativa D.

Questão 8Resposta: Alternativa B.

GABARITO

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ÍNICIO

Questão 9Resposta: Alternativa D.

Questão 10Resposta: Alternativa D.

GABARITO

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seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

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Tema

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• A mudança de paradigma na educação e a busca por um método para a alfabetização.

• Discussão sobre os métodos tradicionais e os métodos considerados avançados.

• A busca por um método segundo a visão de diferentes ciências.

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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Como se pode conceituar método?

• Há algum método que consiga atender realmente às necessidades dos alunos no momento da aprendizagem?

• Na atualidade, há razão para se buscar um método para a alfabetização?

LEITURAOBRIGATÓRIA

Alfabetização: em busca de um método

Durante anos se tem discutido e estudado em busca de definir um método que possa dar conta dos problemas existentes na escola, em especial no tocante à alfabetização. A história da alfabetização no Brasil evidencia, principalmente desde o final do século XIX, disputas acirradas entre as “antigas” e as “novas” teorias que tentam explicar a dificuldade encontrada pelas crianças ao aprender a ler e a escrever, especialmente na escola pública.

A história de insucessos na alfabetização provocou, provoca e ainda incomoda os estudiosos e profissionais ligados à educação. Várias reflexões foram feitas e inúmeros textos publicados, na tentativa e apresentar uma justificativa para as reiteradas demonstrações de incompetência textual de muitos egressos da educação básica. Os resultados das avaliações oficiais realizadas pelo Ministério da Educação têm demonstrado o baixo desempenho dos alunos na leitura. A Prova Brasil, exame complementar que faz parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, realizado pelo INEP/MEC, contempla

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LEITURAOBRIGATÓRIA

alunos de escolas públicas e particulares do país. O objetivo é avaliar o desempenho de estudantes (do 5º e do 9º ano do ensino fundamental) em Língua Portuguesa e Matemática. O resultado dessa prova possibilita que professores, equipe pedagógica e diretores reflitam sobre o desempenho indicado por essa avaliação, podendo, assim, adotar ações a fim de elevar a qualidade de ensino da educação básica.

No texto, Soares (2011) apresenta vários entendimentos de diversas áreas da ciência com o intuito de se definir um conceito de método e descobrir o porquê de ser necessário encontrar um que esteja mais adequado à realidade que se quer mudar: o fracasso na alfabetização ainda presente nas escolas.

Antes de prosseguir com o discurso, alguns questionamentos se fazem necessários: o que realmente são métodos de alfabetização? Como definir quais os métodos são adequados e eficientes?

Frade (2003, p. 21) argumenta que:

tenho como hipótese que o problema da visibilidade ou invisibilidade metodológica pode explicar posturas e práticas de professores e mesmo um certo desamparo com relação ao “como fazer”.

Também Magda Soares (1990) ao fazer a pergunta “Alfabetização: em busca de um método?” aborda a questão do método, num sentido amplo, na defesa de que a existência de princípios gerais retirados das diversas ciências contemporâneas não seria incompatível com tendências sociointeracionistas e construtivistas. Pode-se dizer, então, que nem sempre o método está ligado a uma adesão por uma vertente metodológica estrita, nem a um livro para alfabetizar.

O que assusta a todos os que buscam respostas a esse problema é que, aparentemente, não existe um método (ou proposta, como querem alguns que preferem fugir do termo método) que possa realmente ser eficiente para solucionar as disparidades e fazer com que todas as crianças aprendam a ler e escrever de forma eficiente. Segundo alguns teóricos, aprende-se a ler lendo, ou seja, lendo diferentes textos de tipos e gêneros variados, principalmente aqueles que não se costuma ler, e, ainda, aprende-se a escrever, escrevendo, dedicando-se ao ato de escrita com aplicação e de forma contextualizada. Qual, então, será o método que possibilitará aos alunos ler e escrever efetivamente? Para essa pergunta, apenas se destaca uma resposta: pode ser qualquer método que envolva a inserção do aluno no universo da leitura de forma produtiva e que permita que o aluno

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ÍNICIO

entenda a função social da leitura e da escrita. Não se pode, portanto, aceitar que não se tem mais solução para o tão falado fracasso na alfabetização. É preciso ajudar as crianças a entrarem no mundo da cultura letrada, para isso é necessário pensar em métodos de alfabetização, mesmo que os paradigmas da educação tenham mudado e haja estudioso que condene a escolha de um método. Como pontapé inicial, deve-se ter bem claros quais são os objetivos que se persegue, e saber que, sem proposições metodológicas claras, corre-se o risco de ampliar o fracasso escolar, ao invés de eliminá-lo.

Então, é preciso que os estudiosos e os pesquisadores adotem definições claras e conceitos precisos, e tenham conhecimento das habilidades e atitudes que caracterizam uma pessoa alfabetizada, para que se possa orientar com eficiência e propriedade os professores, ajudando-os a encontrar o método que melhor se enquadre à realidade de seu universo escolar.

E cabe à escola (gestão e coordenação), como corresponsável pelo trabalho realizado pelo professor em sala de aula, a função de possibilitar e facilitar que o processo de ensino e aprendizagem ocorra de forma efetiva, oferecendo condições para que o aluno desenvolva habilidades e competências essenciais para a sua inserção na sociedade de forma ativa e participativa. Como fazer isso? Um bom começo seria criar ambientes letrados e espaços em que prepondere a cultura da leitura e da escrita e em que reine a criatividade.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:Leia o texto A competência leitora do aluno do Ensino Fundamental: o que dizem os docu-mentos oficiais e o que exige a Prova Brasil, de autoria Paula Rayane de Sena.

Acesso em: 14 jun. 2012. O texto apresenta uma reflexão sobre a competência leitora e os indicadores das avaliações oficiais do Ministério da Educação.

Disponível em: <http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/conpeex/pibid/trabalhos-pibid/pibid-paula--rayane.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2012.

Leia o texto Alfabetização hoje: onde estão os métodos?, de autoria Isabel Cristina da Silva Frade, 2003.

O texto apresenta uma reflexão sobre o problema da visibilidade ou invisibilidade metodológica, que pode explicar posturas e práticas de professores.

Disponível em: <http://www.presencapedagogica.com.br/capa6/artigos/50.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2012.

Leia a entrevista realizada com a autora Magda Soares com o título: Letrar é mais que alfabetizar.

O texto apresenta uma reflexão sobre a relação letrar e alfabetizar.

Disponível em: <http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/magda_soares_letrar_alfabetizar.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012.

VÍDEOS:Emilia Ferreiro - outubro de 2006. O vídeo apresenta um trecho da palestra de Emilia Ferreiro na 1ª Semana de Educação, em outubro de 2006, em que a autora fala sobre a oposição entre alfabetização e letramento e entre construtivismo e método fônico.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ImQa0t_qVm4&feature=related>. Acesso em: 14 jun. 2012.

158

ÍNICIO

Ponto de Partida:

Falar sobre método é realmente difícil, pois não há um método em especial que consiga atender a todas as realidades diferentes existentes nas escolas brasileiras. Cada uma tem suas características e especificidades, por isso não há uniformidade no trabalho realizado. Considerando essas afirmações, explique: qual é o papel do professor e da escola? Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Para responder às questões 1 e 2, leia o trecho a seguir, retirado da obra Alfabetização hoje: onde estão os métodos?

Se fizermos uma análise das práticas de professores inovadores de sucesso – e temos um período de mais de vinte anos para analisar – perceberemos uma série de procedimentos metodológicos que se repetem. Junto com as preocupações com a função social da escrita e com as hipóteses dos alunos, percebe-se em relatos e em observações de práticas, uma ênfase no contexto de uso, no texto ou nas palavras significativas, tais como, o nome, focalizando-se, primeiramente o sentido e a memorização, para depois explorar aspectos da análise silábica e fonológica.

Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

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Nesse caso, identificam-se procedimentos do método global que supõe, em primeiro lugar, uma aproximação com a totalidade (seja ela texto, frases ou palavras) para depois se proceder à análise de partes como as sílabas. É comum encontrar hoje o trabalho que incentiva a memorização de parlendas, músicas, poemas e a proposição de desafios que supõem o reconhecimento de palavras faltosas, o reordenamento de frases do mesmo texto que são recortadas e embaralhadas e, em última instância são propostas análises das relações entre a oralidade e a escrita e entre fonemas e grafemas [...] Capovilla (2002), defensor da volta do método fônico no Brasil, classifica as práticas construtivistas como aplicações dos princípios do método global. Pode-se também descrever um movimento inverso, nas práticas atuais que aplicam, simultaneamente, alguns princípios dos métodos sintéticos de alfabetização, que priorizam o trabalho com unidades menores, letras, fonemas e sílabas, na organização do trabalho. Parte-se do alfabeto como unidade significativa (porque seu conhecimento se presta a um aprendizado da escrita), busca-se o reconhecimento de sílabas iniciais e finais, mas num contexto em que ler e escrever é trabalhado como uso (FRADE, 2003, p. 21).

Questão 1:A autora menciona o método global. Segundo o texto, como se pode explicar esse método?

Questão 2:A autora menciona os métodos sintéticos de alfabetização. Segundo o texto, de forma objetiva, como se pode explicar esses métodos?

Questão 3:

Considerando a discussão sobre a busca de um método, pergunta-se: onde encontrar o conhecimento sobre como alfabetizar, adotando-se diferentes métodos e materiais? Os egressos dos cursos de formação de educadores têm conseguido alfabetizar?

Questão 4:Por que Soares (2011) afirma que, numa perspectiva histórica, a pergunta “Alfabetização: em busca de um método?” surpreende?

Questão 5:Segundo Soares (2011, p. 89), “Uma concepção associacionista do processo de aquisição da escrita considera o método fator determinante da aprendizagem”. Explique essa afirmação da autora.

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RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

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ÍNICIO

Questão 6: A discussão sobre método de alfabetização, em virtude dos resultados catastróficos, é muito acirrada e difícil. Considerando o que foi discutido e o entendimento de Magna Soares sobre o assunto, marque a afirmação correta:

a) Muitos analisam a questão, considerando o problema da aprendizagem da leitura e da escrita seguindo apenas o quadro dos paradigmas conceituais tradicionais, o que leva muitos professores a conseguirem definir um método de alfabetização adequado à realidade da escola.

b) O método na área da alfabetização se tornou um conceito estereotipado, pois, ao se falar em método, logo se pensa nos tipos tradicionais: sintéticos e analíticos, não havendo mais outras alternativas, o que é um erro, uma vez que há inúmeras alternativas, conforme o quadro conceitual adotado.

c) Ana Teberoscky e Beatriz organizaram e publicaram um método de alfabetização que vem sendo usado pelos alfabetizadores e tem dado muito resultado no processo de ensino e aprendizagem.

d) Muitas das abordagens escolares derivam de concepções de ensino e aprendizagem da palavra escrita que ampliam o processo da alfabetização e da leitura, valorizando a decodificação dos símbolos linguísticos.

e) O Alfabetizador, considerando que a criança está imersa num contexto social letrado, tem definido seu método e acabando com o problema do fracasso na alfabetização, principalmente, nas classes populares.

Questão 7:Considerando a concepção psicogenética, analise as alternativas a seguir e marque a correta:

a) Uma concepção psicogenética considera o aprendiz o centro do processo de aquisição (aprendizagem) da escrita, sendo este o sujeito ativo, pois define os seus problemas e constrói hipóteses e estratégias para saná-los.

b) Uma concepção psicogenética não considera o aprendiz o centro do processo de aquisição (aprendizagem) da escrita, sendo o método o fator determinante desse processo.

c) Segundo a concepção psicogenética, o método tradicional de ensino não é prejudicial, pois não dificulta os processos de aprendizagem da criança.

d) De acordo com a concepção psicogenética, o método tradicional de ensino não bloqueia os processos de aprendizagem da criança, dando-lhe liberdade de criar.

e) Uma concepção psicogenética considera o docente o centro do

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INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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processo de aquisição (aprendizagem) da escrita, pois este é quem direciona a aprendizagem por meio de um método adequado à realidade da sala de aula.

Questão 8:Com base no conteúdo trabalhado e recorrendo ao que conseguiu aprender ao fazer as leituras reflexivas, julgue as afirmações a seguir e marque a correta:

a) É fundamental que as crianças tenham muitas oportunidades de escrever, mesmo antes de saber grafar corretamente as palavras, pois, quanto mais fizerem isso mais aprenderão sobre o funcionamento da escrita.

b) Criando oportunidades para as crianças escreverem, não permitindo que elas confrontem hipóteses sobre a escrita e que pensem em como esta se organiza, pode ser mais fácil alfabetizar letrando.

c) A participação dos alunos em práticas de leitura e produção de textos reais e significativos é necessária. Mas não é preciso expor os alunos a vários tipos de textos, pois isso eles observam no seu dia a dia.

d) É importante entender todas as facetas da alfabetização, bem como todos os seus condicionantes, por isso recorrer aos conhecimentos psicológicos, linguísticos, sociolinguísticos e pedagógicos se torna desnecessário, pois cada área tem suas

concepções e isso confunde o professor. Este precisa assumir uma postura política diante das implicações ideológicas do significado e do papel atribuído à alfabetização, e a partir daí fazer suas escolhas.

e) Na interação com a sociedade, desenvolve-se a leitura de mundo, por meio do contato com letreiros em placas, cartazes, muros, outros objetos; à escola, então, não caberá a tarefa de sistematizar essas informações, pois os indivíduos tornam-se leitores e escritores ao interagir em seu meio social.

Questão 9:Para resolver esta questão, analise o texto a seguir:

O pato

O pato não pia.

O pinto pia.

Não, não, não...

O pato é bonito.

O pinto avoa cum aza di vião.

Cunsigo fazer profe

Observando o texto acima, analise as afirmações a seguir e marque a alternativa correta.

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INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIO

a) Na produção textual não se observa conflito entre o uso da escrita com a função instrumental escolar e seu uso com a função interacional e pessoal.

b) Seguindo o modelo ensinado pela escola, a criança se apropria dos conhecimentos, demonstrando que conhece a função da língua escrita.

c) Percebe-se que a criança encontra-se dividida entre a função instrumental e as funções pessoal e interacional da escrita.

d) A hipótese levantada é a de que a criança, em especial a da camada social privilegiada, desaprende usar a língua em situação de interação, ao iniciar o processo de aquisição da escrita.

e) O texto evidencia a intenção da criança, ela utiliza com propriedade a escrita, demonstrando habilidade no uso da escrita com função social.

Questão 10:Imagine a seguinte situação: Em uma escola do Ensino Fundamental, uma professora do 2.º ano A vespertino costuma iniciar a sua aula fazendo um ditado, faz isso todos os dias. Sua colega, por sua vez, professora do 2.º ano B vespertino, não adota essa prática, por não julgar adequada, prefere iniciar suas aulas lendo histórias aos alunos.

Considerando as reflexões realizadas por Soares (2011) sobre alfabetização e

letramento e os estudos linguísticos atuais, analise as alternativas a seguir e marque a correta:

a) A atividade de ditado, mesmo se não for contextualizada, sempre deve ser adotada, pois apenas serve como avaliação da evolução dos alunos, não sendo uma das estratégias que possibilita que o professor analise as escritas das crianças e identifique suas hipóteses.

b) A professora que aplica a atividade de ditado preocupa-se com a competência leitora dos alunos, permitindo-os que façam a transposição do plano fonológico para o plano da escrita de forma tranquila e pausada.

c) A professora que não adota o ditado priva os alunos da oportunidade de codificar sons orais.

d) A professora que inicia suas aulas lendo uma história aos alunos possibilita que eles sejam inseridos no universo da leitura, o que os ajudará, também, a entender a função da escrita.

e) A prática adotada pela primeira professora está de acordo com os estudos voltados a uma pedagogia inovadora, a adotada pela segunda professora é tradicional e criticada pelos estudiosos da educação.

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INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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FRADE, Isabel Cristina da Silva. Alfabetização hoje: onde estão os métodos? 2003.Disponível em: <http://www.presencapedagogica.com.br/capa6/artigos/50.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2012.

SENA, Paula Rayane de. A competência leitora do aluno do Ensino Fundamental: o que dizem os documentos oficiais e o que exige a Prova Brasil.Disponível em: <http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/conpeex/pibid/trabalhos-pibid/pibid-paula-rayane.pdf>. Acesso em 14 jun. 2012.

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011. ______________. Letrar é mais que alfabetizar. Disponível em: <http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/magda_soares_letrar_alfabetizar.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012.

Estudando este tema, você observou o quão difícil é estabelecer um método único de alfabetização, pois existem diversos entendimentos, questiona-se, inclusive, se é adequado falar em método.

FINALIZANDO

REFERÊNCIAS

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ÍNICIO

Tema 9

As Relações entre Alfabetização e Cidadania

Ponto de PartidaResposta: Há uma variedade muito grande de textos publicados sobre alfabetização e letramento, muitos defendem um ou outro método, por isso cabe ao docente a responsabilidade de analisar e escolher o método que seja adequado à realidade de sua escola. Não se pode esquecer de que o docente precisa aprimorar seus conhecimentos e saber o que está sendo discutido no mundo acadêmico sobre alfabetização e letramento. À escola, cabe dar condições para que o professor realize um trabalho que atenda às necessidades de seus alunos; sem apoio é difícil trabalhar de forma eficaz e eficiente.

GABARITO

Estereotipado: marcado, caracterizado por um estereótipo.

Preponderar: prevalecer.

Acirrada: exasperado, excitado.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

GLOSSÁRIO

165

GABARITO

Questão 1Resposta: O método global supõe, em primeiro lugar, uma aproximação com a totalidade (o todo), seja ela texto, frases ou palavras, para depois se proceder à análise de partes, como as sílabas.

Questão 2Resposta: Os métodos sintéticos de alfabetização priorizam o trabalho com unidades menores, letras, fonemas e sílabas, na organização do trabalho; partindo-se do alfabeto como unidade significativa (porque seu conhecimento se presta a um aprendizado da escrita), busca-se o reconhecimento de sílabas iniciais e finais, mas num contexto em que ler e escrever é trabalhado como uso.

Questão 3Resposta: Esses questionamentos remetem a pesquisadores que discorrem sobre a dificuldade de se encontrar um método para o trabalho de alfabetização, considerando a realidade das escolas brasileira. Respondendo a primeira pergunta, pode-se afirmar que não há um lugar em específico para se encontrar o conhecimento sobre como alfabetizar, esse conhecimento está pulverizado nas inúmeras publicações existentes sobre o assunto. Cabe ao educador buscar analisar os diferentes entendimentos, formar o seu entendimento sobre o assunto e escolher a melhor maneira de trabalhar. Responder a segunda pergunta é um pouco mais complicado, pois requer uma análise global, com fundamento em pesquisas concretas sobre os resultados da alfabetização. O que se pode afirmar é que os resultados da alfabetização não são animadores, o que leva à conclusão de que não se está conseguindo realizar o trabalho de alfabetização como deveria ser feito.

Questão 4Resposta: Segundo a autora, não havia dúvida, pois se estava mesmo em busca de um método. Na prática escolar, essa busca foi intensa nas décadas de 1950 e 1960, continuando em 1970. O desprestígio da questão do método de alfabetização atingiu a área científica antes de chegar à escola; neste espaço, durante anos, buscou-se escolher o melhor método para alfabetizar. Houve uma mudança de paradigma, nos últimos anos, nos estudos e pesquisas, por isso a necessidade de se buscar um método de alfabetização já não mais passou a ser consensual.

166

ÍNICIOGABARITO

Questão 5Resposta: Para a autora, segundo a concepção associacionista, por intermédio da exercitação de habilidades hierarquicamente ordenadas, a criança pode aprender a ler e a escrever, daí a importância de um método.

Questão 6Resposta: Alternativa B.

Questão 7Resposta: Alternativa A.

Questão 8Resposta: Alternativa A.

Questão 9Resposta: Alternativa C.

Questão 10Resposta: Alternativa D.

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seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

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Tema

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• As perspectivas do ensino da Língua Portuguesa.

• Perspectiva Gramatical X Perspectiva Instrumental.

• As mudanças de paradigma no ensino da Língua Portuguesa.

172

ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• O fenômeno da conquista ao direito à escolarização pelas camadas populares provocou mudanças na escola?

• Qual é a função do ensino da Língua Portuguesa na escola?

• Em que momento a gramática perdeu a sua posição de destaque no processo de ensino da Língua Portuguesa? Por que isso ocorreu?

LEITURAOBRIGATÓRIA

Novas Perspectivas do Ensino da Língua Portuguesa: Implicações para a Alfabetização

Há muito tempo se discute sobre o ensino da Língua Portuguesa na escola. Várias são as hipóteses levantadas para o resultado negativo verificado na alfabetização.

Embora haja muitos enfoques na discussão sobre o ensino da Língua Portuguesa no nível fundamental, dois enfoques são evidenciados e merecem alguns comentários.

O primeiro está relacionado ao fenômeno da conquista ao direito à escolarização pelas camadas populares, que dantes não ingressavam no universo escolar, pois este era apenas para a elite. Essa nova realidade obrigou a escola a enfrentar situações diferenciadas para as quais não estava preparada, precisou haver uma mudança nos seus paradigmas.

173

LEITURAOBRIGATÓRIA

A escola passou a ter no seu universo alunos oriundos de meios linguísticos distanciados do padrão estabelecido pela norma culta (ou norma padrão, que é considerada a variante privilegiada; aquele que a utiliza destaca-se na sociedade como sendo uma pessoa culta e notória. Esse ponto de vista é tido como discriminatório pelos linguistas) e deparou-se com variedades linguísticas que deveriam ser consideradas no processo de ensino da Língua Portuguesa. Essa nova realidade trouxe muitos problemas e obrigou uma mudança na postura da escola e do professor.

Culturalmente, no ensino da língua materna, a escola se preocupou apenas com os padrões linguísticos ditados pela classe dominante. Recebia alunos oriundos de classes sociais privilegiadas que tinham acesso à leitura e conviviam no meio linguístico mais próximo da norma culta, e o papel da escola seria perpetuar o ensino voltado para os rigores gramaticais, por exemplo.

O segundo enfoque está relacionado à análise das determinantes teóricas da prática pedagógica do ensino da Língua Portuguesa. É importante analisar o ensino da língua do ponto de vista das novas perspectivas teóricas que mencionam e propõem novos paradigmas didáticos. Ao se referir a novas perspectivas do ensino da Língua Portuguesa, evidenciam-se os entendimentos fundamentados na visão linguística, que se contrapõe à visão tradicional adotada pela escola, que, historicamente, priorizava o ensino da língua materna com foco na perspectiva gramatical. Insta ressaltar que, segundo Soares (2011, p. 101), “esse ensino quase exclusivamente restrito ao ensino da gramática não parecia inadequado em uma escola que existia predominantemente para a burguesia: esta já falante do dialeto de prestígio social (a chamada ‘norma culta’)” (grifo nosso). Ou seja, esperava-se que a escola oportunizasse a alfabetização e o conhecimento das normas e regras de funcionamento da norma culta, apenas. Mas, a partir dos anos 1960 (antes já havia uma movimentação), começa a mudar o perfil da clientela escolar, em especial a das escolas públicas.

A partir dos anos de 1970, com a nova realidade nas escolas, que passaram a receber alunos das classes populares, surgiu a preocupação de instrumentalizar esses alunos para que tivessem um desempenho de acordo com as exigências da sociedade capitalista. O ensino passou a ter a função de fornecer recursos humanos para o desenvolvimento industrial, daí o sentido instrumental dado aos currículos e grades escolares. Por isso, a disciplina Língua Portuguesa ou Português passou a ser chamada de Comunicação e Expressão (nos anos iniciais) e Comunicação em Língua Portuguesa (quatro últimos anos). À língua nacional “se deveria dar especial relevo, como instrumento de comunicação e como expressão da

174

ÍNICIO

cultura brasileira” (SOARES, 2011, p. 102) – perspectiva instrumental do ensino da Língua Portuguesa.

Como consequência desse processo, a gramática perde sua posição de destaque e passa-se a valorizar a teoria da comunicação, surgindo outra perspectiva para o ensino da língua materna, com objetivos pragmáticos e utilitários, “já não se trata mais de levar ao conhecimento do sistema linguístico – ao saber a respeito da língua – mas ao desenvolvimento das habilidades de expressão e compreensão de mensagens – ao uso da língua” (SOARES, 2011, p. 102).

A postura do professor precisou ser modificada a fim de atender à nova realidade, o método de trabalho teve que ser revisto e outras estratégias e procedimentos pedagógicos passaram a ser escolhidas.

Nesse contexto, acrescenta-se o entendimento de Gomes (2011, p. 45):

nós, professores, deparamo-nos com duas questões importantes no processo de aprendizado da língua materna na escola. A primeira é que a criança traz consigo uma língua falada que influenciará na aquisição. Da escrita. A segunda é que essa língua será modificada com o passar do tempo pela reflexão sobre os diversos gêneros, contextos de uso e o próprio funcionamento da linguagem.

E importante destacar também que a criança entra na escola com uma gramática adquirida e com um vocabulário que, até então, foi suficiente para que ela expressasse suas necessidades e se comunicasse em seu meio linguístico. “Ao entrar na escola, ela já traz consigo toda uma experiência linguística no seu dia a dia e já utiliza as regras próprias do dialeto de sua comunidade” (GOMES, 2011, p. 43).

Essas questões levam à reflexão quanto ao real objetivo do ensino da Língua Portuguesa. A esse respeito Gomes (2011, p. 43) argumenta:

o objetivo mais geral do ensino de português para todas as séries da escola é mostrar como funciona a linguagem humana e, de modo particular, o português; quais os usos que tem e como os alunos devem fazer para estenderam ao máximo, ou abrangendo metas específicas, esses usos nas modalidades escrita e oral, em diferentes situações de vida.

Assim, ler e escrever são os objetivos maiores da Educação da Criança nos anos iniciais, no entanto é preciso concordar que a escola tem por obrigação ensinar também a norma culta (norma padrão), pois todo cidadão deve dominar a língua padrão e integrar de pleno direito a condução, a produção e a transformação da sociedade de que faz parte.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LEITURAOBRIGATÓRIA

Por isso, convém destacar que oferecer a possibilidade de inserção das crianças oriundas de classes populares em outros contextos sociais, como o educacional, sem as colocar em posição de inferioridade pela variedade linguística que usam é também uma obrigação da escola e do professor.

Como fazer isso nas aulas de Língua Portuguesa? Uma resposta seria ensinar a língua Portuguesa não como se ela fosse um idioma estrangeiro. Outro ponto fundamental é que o professor precisa acreditar que o aluno, oriundo de um meio linguístico distante dos padrões estabelecidos pela norma culta, tem, sim, condições de aprender essa norma.

O docente não pode ficar preso ao livro didático ou às “cartilhas” (se estas ainda existirem) para alfabetizar, mas trabalhar leituras de diferentes textos e metodologias que tragam para dentro da sala de aula a “palavramundo” (termo criado por Paulo Freire), ou seja, palavras e leituras do cotidiano da criança. Ao ensinar a língua portuguesa para a criança, o professor precisa, ainda, investigar as expectativas dos alunos com relação aos diferentes modos de fala, às suas leituras de mundo, ao modo de pensar a escrita, ao que esperam aprender na escola (CAGLIARI, 2004).

Em suma, a escola precisa possibilitar aos alunos o domínio da língua, oral e escrita, para que eles participem de forma ativa na sociedade, já que é, por meio da língua, que o homem tem acesso à informação, pode expressar seus pensamentos e sentimentos, bem como defender seus pontos de vista e produzir conhecimento. Isso faz da escola o espaço no qual se deve garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos importantes para que sejam cidadãos críticos e conscientes.

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ÍNICIOLINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:Leia o texto Alfabetização, fracasso escolar: pacotes educacionais são a solução?, de auto-ria de Raquel Meister Ko. Freitag.

O texto apresenta uma interessante reflexão sobre alfabetização e fracasso escolar, destacando as soluções que se tem buscado para esse problema.

Disponível em: <http://www.uft.edu.br/pgletras/revista/resenhas/texto_12.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

Leia o texto Alfabetização de Magda Soares e Francisca Maciel (organização), 2000. Série Estado do Conhecimento.

O texto apresenta resultados de pesquisas sobre a alfabetização, expondo materiais, referências e estatísticas sobre esse assunto.

Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/7320587/Alfabetizacao-Magda-Soares-Livro->. Acesso em: 18 jun. 2012.

Leia o texto Letramento e alfabetização: Psicogênese ou Sociogênese, quais os caminhos da apropriação da escrita?, Flávia da Silva Castro.

O texto discorre sobre a apropriação da escrita, destacando a teoria da psicogênese e outras teorias.

Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/Vmostra/V_MOSTRA_PDF/Educacao/82685-FLAVIA_DA_SILVA_CASTRO.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2012.

Leia o texto Língua Padrão, Gramática e aula de Português: para além das palavras de ordem, de autoria de Márcia Mares, 2011.

Disponível em <http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/3075778>. Acesso em: 17 jun. 2012.

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LINKSIMPORTANTES

VÍDEOS:O que é ser Alfabetizado e Letrado – Parte 1. O vídeo apresenta discussões interessantes sobre alfabetização e letramento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental e apresen-ta exemplos de atividades que podem ser realizadas em sala de aula. O texto foca a impor-tância de se trabalhar com textos nas aulas.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=DHBnZNflA98&feature=related>. Acesso em: 24 jul. 2012.

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ÍNICIO

Ponto de Partida:

Considerando a discussão sobre a diversidade linguística encontrada em sala, faça uma reflexão sobre a seguinte afirmação: em sala o professor, fatalmente, vai enfrentar desvios de fala. Em sua opinião, como deve ser a postura do docente?

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1:É fato que o ensino da língua/linguagem deve ser entendido como um dos indutores que levam ao conhecimento, auxiliando na

interação social entre os indivíduos e a relação desses com o conhecimento. O ensino da Língua Portuguesa deve ser trabalhado considerando-se a dimensão heterogênea da língua. O que significa isso? Explique.

Questão 2:Considerando o seu conhecimento de mundo e o que aprendeu ao analisar o conteúdo apresentado no Livro-Texto, explique qual é o objetivo do ensino da Língua Portuguesa, principalmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

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Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

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Questão 3:

Conforme Soares (2011), até os anos 1960, no ensino da língua materna havia o predomínio da perspectiva gramatical. Explique essa perspectiva.

Questão 4:Durante a década de 1970 e os primeiros anos de 1980, perdurou a perspectiva instrumental do ensino da Língua Portuguesa (SOARES, 2011). Explique, de forma sucinta, essa perspectiva.

Questão 5:Observando a discussão apresentada pela autora do Livro-Texto acerca do ensino da Língua Portuguesa, nos anos 1960, 1970 e 1980 (anos iniciais), percebe-se que, após 1970, a gramática perdeu sua posição de destaque e passou-se a valorizar a teoria da comunicação, surgindo outra perspectiva para o ensino da língua materna, com objetivos pragmáticos e utilitários: “já não se trata mais de levar ao conhecimento do sistema linguístico – ao saber a respeito da língua – mas ao desenvolvimento das habilidades de expressão e compreensão de mensagens – ao uso da língua” (SOARES, 2011, p. 102). Nesse contexto, surge a pedagogia tecnicista. Como essa pedagogia via o ensino da Língua Portuguesa?

Questão 6: A Psicologia Associacionista é o quadro teórico da perspectiva instrumental do ensino da Língua Portuguesa. Sobre esse quadro teórico, analise as afirmações a seguir e marque a correta:

a) Os entendimentos da Psicologia Associacionista foram defendidos até o final dos anos de 1990, pois retratavam a realidade das escolas.

b) Nos anos 1980, cresce a discussão sobre o ensino da Língua Portuguesa com foco na perspectiva teórica psicogenética adotada pela Psicologia e pela Psicolinguística, trazendo uma nova concepção sobre o processo de aquisição e de desenvolvimento da língua materna. Assim, a teoria Associacionista foi perdendo campo.

c) Segundo o quadro teórico associacionista, o aluno é considerado um sujeito ativo que constrói suas habilidades e seu conhecimento da linguagem oral e escrita por meio da interação social.

d) Com a Psicologia Associacionista ocorreu uma radical mudança de paradigma metodológico na prática escolar da alfabetização, passou-se a rejeitar a ideia dos pré-requisitos e hierarquização de conhecimentos e habilidades.

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RESPOSTA DISSERTATIVA

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RESPOSTA DISSERTATIVA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIO

e) Com a Psicologia Associacionista emergiu o entendimento de que a aprendizagem é fruto de uma progressiva construção de estruturas cognitivas, na relação da criança com a língua escrita.

Questão 7:Esta teoria defende que muitos são os erros cometidos pelo aluno no processo de alfabetização, por isso interessante seria treiná-los para que possam aprender a grafia correta das palavras. Essa afirmação se refere a que quadro teórico? Marque a alternativa que responde a essa pergunta:

a) Associacionista.

b) Linguista.

c) Gramatical.

d) Psicogenético.

e) Sociolinguístico.

Questão 8:Segundo Soares (2011), fora da escola a es-crita é utilizada com a finalidade de interagir, escrevem-se cartas, bilhetes, registram-se in-formações e outras. A autora faz uma crítica à escola. O que, segundo ela, ocorre dentro da escola? Marque a alternativa que responda a essa pergunta:

a) Para a autora, dentro da escola a escrita assume um caráter falso, artificial, pois se trabalha de forma descontextualizada, os alunos produzem redações com uma função puramente escolar.

b) Para a autora, dentro da escola a escrita assume um caráter interativo, pois se trabalha de forma contextualizada, os alunos produzem redações com uma função puramente comunicativa.

c) O texto do aluno não depende de textos oferecidos pelo professor, eles não se prendem a textos alheios, mas criam conforme a situação de letramento planejada na escola.

d) Na escola o aluno não constrói um intertexto, pois não segue mais os modelos apresentados pelo professor, pois é inserido no mundo da leitura de forma natural, por isso pode criar suas composições textuais.

e) Percebe-se que na escola o aluno tem como referência, ao escrever, o texto e os desenhos dados, o que é produtivo, pois ele não se limita e não é moldado por essas produções.

Questão 9:Considerando as discussões acerca da habilidade da escrita e as perspectivas apresentadas por Soares (2011), analise as alternativas a seguir e marque a correta:

AGORAÉASUAVEZ

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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a) A boa prática social da escrita se fará pela boa produção de uma redação durante a prova.

b) Escrever é uma habilidade que apenas algumas pessoas possuem.

c) Com o advento do computador, a habilidade da escrita não tem sido muito exigida no ambiente de trabalho.

d) A escrita deve ser estimulada, mas não precisa ser trabalhada com tanta preocupação, pois o mais importante é a criança saber ler.

e) Escrever é uma das atividades mais complexas que o ser humano pode realizar, uma vez que exige raciocínio e a articulação de várias etapas, tais como definição de metas, realização de um plano, a escolha do vocabulário a ser adotado e outros.

Questão 10:Um profissional que trabalha com a Língua Portuguesa em sala de aula, mesmo que seja nos anos iniciais, precisa deter conhecimentos sobre os fundamentos e sobre a metodologia de ensino da Língua Portuguesa. Com base nessa reflexão e no que você estudou, analisando a teoria trabalhada, julgue as afirmações a seguir e marque a alternativa correta:

a) Para os PCN, a organização dos conteúdos deve se pautar nos seguintes eixos básicos: usos e formas da língua oral; usos e formas da língua escrita.

b) Deve-se trabalhar a Língua Portuguesa como uma única forma de expansão, desconsiderando as possibilidades de uso de uma língua, já conhecida e dominada em sua variedade oral.

c) No ensino da Língua Portuguesa, o professor não precisa considerar os conhecimentos anteriores dos alunos em relação ao que se pretende ensinar, pois a escola tem a obrigação de ensinar a norma culta.

d) Deixar o estudante escolher o que quer ler não é recomendável, pois os alunos não têm condições de saber o que é bom ou ruim para sua idade.

e) No ensino voltado para a criança, um engano tem tomado conta dos estudiosos, já que estes entendem que o trabalho deve ser orientado para as diferenças entre língua falada e língua escrita, destacando as variações dos usos linguísticos. Assim o aluno nunca aprenderá a usar a norma culta corretamente.

AGORAÉASUAVEZ

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

182

ÍNICIO

CAGLIARI, L. C. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 2004.

MARES, Márcia. Língua Padrão, Gramática e aula de Português: para além das palavras de ordem. 2011.Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/3075778>. Acesso em: 17 jun. 2012

SOARES, Magda B. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.

SOARES, Magda; MACIEL, Francisca Maciel (organização). Alfabetização. Série Estado do Conhecimento. 2000. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/7320587/Alfabetizacao-Magda-Soares-Livro->. Acesso em: 18 jun. 2012.

Estudando este tema, você viu que o processo de alfabetização não se limita à aprendizagem da leitura e da escrita, envolve as relações sociais e culturais, tendo em vista que o homem é produto do seu meio e nele precisa viver adotando um papel de cidadão ativo.

FINALIZANDO

REFERÊNCIAS

183

Tema 10

Novas Perspectivas do Ensino da Língua Portuguesa: Implicações para a AlfabetizaçãoPonto de PartidaResposta: O professor deve estar preparado para enfrentar essa situação e ter consciência de que não mais vai encontrar salas de aulas homogêneas, com alunos praticamente alfabetizados e letrados, pois já convivem em ambiente que favoreçam a sua formação. Irão encontrar alunos com bagagens linguísticas diferentes, uns oriundos de ambiente que favorece a leitura e a escrita, outros de ambiente que nem sequer valoriza essas práticas. A postura do professor precisa ser de compreensão e de vontade de aprender com a diversidade, de aproveitar a riqueza linguística com a qual se deparará para realizar um trabalho que realmente possibilite que os alunos aprendam de forma efetiva e com qualidade.

GABARITO

Pragmático: prático, ações práticas.

Dialeto: variedade de uma língua.

Instrumentalizar: operacionalizar, oferecer instrumentos.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

GLOSSÁRIO

184

ÍNICIOGABARITO

Questão 1Resposta: O professor em sala de aula precisa valorizar a bagagem linguística que o aluno traz do seu meio social, respeitando as diferenças e trabalhando de forma a fazer com que todos tenham a mesma oportunidade de aprendizagem.

Questão 2Resposta: De uma forma geral, independente do ano escolar, o objetivo mais geral do ensino de português é mostrar o funcionamento da linguagem humana; quais os usos que tem e como os alunos devem fazer para estenderam ao máximo esses usos nas modalidades escrita e oral, em diferentes situações de vida.

Questão 3Resposta: De acordo com essa perspectiva, o ensino da Língua Portuguesa na escola era entendido como o ensino da gramática da língua. Não se focava outra coisa em sala de aula, trabalhava-se com as regras ditadas pela gramática normativa. Esse ensino não parecia inadequado na época, pois a escola existia para atender a burguesia, que já falava o dialeto de prestígio.

Questão 4Resposta: Com a nova realidade nas escolas, que passaram a receber alunos das classes populares, surgiu a preocupação de instrumentalizar esses alunos para que tenham um desempenho de acordo com as exigências da sociedade capitalista. O ensino passou a ter a função de fornecer recursos humanos para o desenvolvimento industrial, daí o sentido instrumental dado aos currículos e grades escolares. Por isso, a disciplina Língua Portuguesa ou Português passou a ser chamada de Comunicação e Expressão (nos anos iniciais) e Comunicação em Língua Portuguesa (quatro últimos anos). À língua nacional “se deveria dar especial relevo, como instrumento de comunicação e como expressão da cultura brasileira” (SOARES, 2011, p. 102). A gramática perde sua posição de destaque e passa-se a valorizar a teoria da comunicação.

Questão 5Resposta: Tomando como base a Psicologia Associacionista, que fundamentava o ensino e orientava sua operacionalização, a pedagogia tecnicista defendia o ensino da Língua Portuguesa voltado para técnicas de redação, exercícios estruturais e treinamento de habilidades de leitura.

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GABARITO

Questão 6Resposta: Alternativa B.

Questão 7Resposta: Alternativa A.

Questão 8Resposta: Alternativa A.

Questão 9Resposta: Alternativa E.

Questão 10Resposta: Alternativa A.

seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

AGORAÉASUAVEZ

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Tema

11A

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• O ensino da Língua Portuguesa e o Processo de Alfabetização.

• Argumentos sobre as perspectivas de ensino da Língua Portuguesa na escola.

• Como trabalhar em salas heterogêneas e como ensinar a Língua Portuguesa.

190

ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Por que ensinar Língua Portuguesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental?

• Por que trabalhar com textos-modelo não funciona?

• Ao entrar na escola, o aluno já domina as regras discursivas da linguagem oral?

LEITURAOBRIGATÓRIA

Alfabetização e o Ensino da Língua Portuguesa

O ensino da Língua Portuguesa, como já exposto em discussões anteriores, é tema de muitos estudos e pesquisas publicadas no universo acadêmico. Esse tema tem chamado muito atenção, nos últimos anos, por causa dos resultados obtidos nos exames oficiais aplicados pelo Ministério da Educação. Reiteradas vezes os índices do desempenho dos alunos da educação básica têm comprovado que é necessário repensar a educação brasileira.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), a Prova e Provinha Brasil, dentre outros, demonstram que as capacidades de leitura e escrita dos alunos configuram quadro de ineficácia das práticas didáticas, o que não é de responsabilidade exclusiva do professor, mas resultado de uma questão estrutural que envolve todo um contexto (WANDERLEY, 2012, p. 14).

A perspectiva construtivista trazida pela Psicogênese e por uma Psicolinguística nela referenciada tem exercido influência no trabalho realizado na alfabetização, sobretudo nas práticas pedagógicas adotadas em sala de aula. No entanto, é preciso entender que o

191

LEITURAOBRIGATÓRIA

aluno, além de aprender a escrita, deve compreender qual é o uso que se pode fazer dela em atividade real de enunciação.

Quando o aluno domina as regras discursivas na linguagem oral, consegue contar histórias com coerência e coesão; se isso for aproveitado nas aulas de Língua Portuguesa, poderá fazer com que o desempenho do aluno na produção textual seja significativo. Ocorre que, ao entrar na escola, o aluno passa a conviver com uma linguagem escrita com baixo grau de textualidade e passa a formar uma concepção falsa de texto, acreditando que o texto artificial que produz é o correto. Quando tem liberdade para escrever, em situação espontânea de produção textual, produz com a mesma propriedade com que fala.

Nesse contexto, Soares (2011) apresenta uma crítica à forma como a escola encara os gêneros textuais que existem além dos seus muros, fazendo com que eles assumam um caráter falso, pois não privilegia a escrita para a interação social. A escola, tradicionalmente, adota uma prática pedagógica em que o aluno é condicionado a produzir textos pré-moldados, seguindo sempre um modelo determinado. Ao escrever o aluno tem como referência textos e desenhos apresentados pelo professor.

Nesse tipo de atividade, o aluno não conta a sua história, mas faz um intertexto, mesclando poucas ideias realmente suas. As fragilidades discursivas dos textos produzidos pelos alunos em fase de alfabetização são fruto dos textos com os quais conviviam. Ao vincular o seu texto a um desenho, por exemplo, é comum que o aluno construa uma lista de sentenças soltas, independentes e declarativas, usando o presente do indicativo, sem utilizar continuadores discursivos, nem conectivos, como as conjunções, por exemplo. Os textos não têm coesão. Segundo Soares (2011, p. 111), no entanto, “em situações de produção espontânea, alunos, mesmo ainda na fase de alfabetização, escrevem verdadeiros textos – textos com alto grau de informatividade e unidade temática”.

É importante lembrar que a língua é um sistema discursivo organizado para o uso escrito e falado, de forma sempre contextualizada. No entanto, para se escrever e ler com autonomia é necessário apropriar-se do sistema de escrita, que envolve aprendizagens muito específicas, como o conhecimento do alfabeto, da forma gráfica das letras, dos seus nomes e de seu valor sonoro. Como se sabe, “a língua escrita tem como propósito a interação entre as pessoas através do tempo e do espaço, por isso as suas condições de produção diferem das condições da língua oral, utilizada para a comunicação face a face, in loco” (FONCESA, 2001, p. 24).

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ÍNICIO

Nesse contexto, considera-se que, para que o aluno leia, produza textos e tenha a oralidade desenvolvida, ou seja, possua as capacidades indicadas pelos PCN, é fundamental que o trabalho desenvolvido pelos professores nas aulas de Língua Portuguesa no ensino fundamental seja consciente e aprofundado, envolvendo atividades reflexivas e interativas.

Ressalta-se a importância de se trabalhar com a concepção de gêneros textuais e não de tipos textuais, pois os tipos são limitados, já os gêneros envolvem uma gama textual variada, tendo em vista que eles têm função sociocomunicativa. Os tipos, por sua vez, estão relacionados a aspectos estruturais e de norma.

Gênero textual é considerado uma unidade de linguagem em uso, ou seja, faz parte do processo comunicativo, em que há aquele que produz e aquele que recebe o texto, com intenções ou finalidades bem definidas (para que serve o texto). Assim, não são os aspectos formais e estruturais da língua que vão determinar o gênero, mas, sim, a sua natureza funcional e interativa. Nesse sentido, o texto é um instrumento de interação.

Por isso, é fundamental trabalhar em sala de aula adotando-se a concepção de gêneros textuais, pois assim será possível contemplar as situações comunicativas cotidianas dos alunos, explorando textos dos mais simples aos mais complexos: telefonema, carta, bilhete, reportagem, bula de remédio, aula expositiva, receita culinária, lista de compras, piada, dentre outros.

Com essa prática o ensino da língua ultrapassa as formas linguísticas, já que envolve o seu contexto de uso e suas condições de produção. Como o ensino tradicional não englobava essas situações, muitas críticas ao ensino da Língua Portuguesa surgiram, em especial a valorização exagerada da gramática normativa que se distanciava da realidade linguística e discursiva dos estudantes.

Convém, então, mencionar o seguinte entendimento: “Portanto, quando se pensa no verdadeiro objeto de ensino da língua, tem-se que considerar os usos sociais que os falantes fazem dela, centrado na concepção sociointeracional da linguagem” (SILVA FILHO, 2012, p. 01).

Logo, não convém que o docente use o texto como pretexto para corrigir ortografia, concordância, regência, caligrafia, mas precisa usá-lo como fonte de informação a respeito de seus alunos, de seus progressos e dificuldades. Esses aspectos analisados nos textos servirão de subsídios para a programação de atividades futuras (CAGLIARI, 2004, p. 126-127).

LEITURAOBRIGATÓRIA

193

LEITURAOBRIGATÓRIA

Em suma, é preciso que a escola, no trabalho de alfabetização, possibilite que a criança tenha acesso à escrita e à leitura de uma forma mais produtiva, sem que perca a naturalidade com que usa a língua em situação de interação, com heranças oriundas do seu meio linguístico. É necessário que ela entenda a real função da escrita e da leitura e aprenda a fazer uso delas com eficiência e produtividade.

LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:Leia o artigo Práticas de leitura e escrita no 1º ciclo: desafios do alfabetizar letrando, de autoria de Magna do Carmo Silva Cruz.

A autora discute práticas de leitura e escrita e faz uma reflexão sobre o processo de alfabetização e de letramento.

Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/posteres/GT10-2841--Int.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

Leia o texto Ensino de leitura e escrita: marcas de uma prática, de autoria de Lazara Nanci de Barros Amancio.

O texto apresenta uma reflexão sobre aspectos do gênero escolar e possível percurso empreendido por uma alfabetizadora anônima.

Disponível em: <www.seer.ufu.br/index.php/emrevista/article/download>. Acesso em: 17 jun. 2012.

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ÍNICIOLINKSIMPORTANTES

Leia o texto O Processo de Referenciação na produção escrita escolar, de autoria de Cristina Mara França Pinto Fonseca, 2001.

Este trabalho tem como objetivo analisar o processo de referenciação em textos escritos escolares.

Disponível em: <http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Letras_FonsecaCM_1.pdf>.Acesso em: 18 jun. 2012.

Leia o texto O Ensino da Língua Portuguesa nas séries iniciais do Ensino Fundamental: processos de aprendizagem em situações lúdicas, de autoria de Marta Maria Silva de Faria Wanderley.

O texto trata da importância do lúdico no processo de ensino de Língua Portuguesa nas séries inicias, partindo-se de discussão de relato de experiência do curso de formação de professores.

Disponível em: <http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem04/COLE_4053.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2012.

Leia o texto Leitura e Competência Leitora: o discurso do gênero textual propagandístico nas aulas de Língua Materna, de autoria de Urbano Cavalcante da Silva Filho.

O texto faz uma reflexão sobre a utilização do gênero textual propagandístico nas aulas de língua materna.

Disponível em: <http://www.filologia.org.br/xiicnlf/textos_completos/Leitura%20e%20compet%C3%AAncia%20leitora-%20o%20discurso%20do%20g%C3%AAnero%20textual%20propagand%C3%ADstico%20nas%20aulas%20de%20l%C3%ADngua%20materna%20-%20URBANO.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2012.

VÍDEOS:Alfabetização e Letramento – Parte 01.

Trata-se de vídeo elaborado para formação de professores, que visa a articular e a sistema-tizar a discussão sobre os conceitos de alfabetização e letramento.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Gb_HDtzgmGo>. Acesso em: 16 jun. 2012.

195

Ponto de Partida:

Leia Considerando a discussão sobre gênero e tipo apresentada na leitura obrigatória desta unidade, explique por que é fundamental entender a diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual. Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1:Com base na reflexão realizada, responda ao seguinte questionamento: O professor deve criar oportunidade de escrever mesmo quando as crianças não saibam fazer isso? Explique.

Questão 2:Conforme abordado no Livro-Texto, o trabalho com o texto surgiu como uma possibilidade de mudança no processo de Alfabetização, em que o

professor passa a assumir uma postura interlocutiva perante o seu aluno.

Ao se pensar em aprendizagem da língua escrita, o que isso representa?

Questão 3:

Analise o texto a seguir:

João vai à escola.

A mãe busca o João na escola.

AGORAÉASUAVEZ

Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

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ÍNICIO

A avó de João é boa.

Considerando a reflexão realizada até aqui, explique o que esse texto demonstra.

Questão 4:Como você observou, estudos foram feitos com o objetivo de analisar a nova clientela da escola, que passou a dividir o espaço “sala de aula”

com alunos burgueses. Qual é a consequência?

Questão 5:O acesso das crianças das camadas populares à escolarização representou ao sistema educacional a inclusão de padrões

culturais e variantes linguísticas diferentes das que formavam o cenário escolar. Qual foi a consequência disso?

Questão 6: Considerando os entendimentos apresentados por Soares (2011), analise as alternativas a seguir e marque a correta:

a) O professor, valendo-se da concepção tradicional de ensino da língua materna, cria condições de leitura e produção de textos escritos na escola.

b) A criança, na escola, forma um conceito falso de texto escrito, mas quando tem liberdade realiza textos produtivos utilizando regras discursivas da linguagem oral, as quais domina.

c) Em situação de produção textual espontânea, o aluno não consegue produzir verdadeiros textos, pois não entende a função social da escrita.

d) É natural que os alunos na escola tentem imitar os textos apresentados pelo professor, é assim que conseguirão entender o verdadeiro uso da linguagem em situação de interação social.

e) Se o professor oportunizar aos alunos situações de produção textual espontâneas, todas as produções feitas pela turma serão iguais, pois é comum seguir o texto estudado em sala. Isso é produtivo no ensino da língua portuguesa.

Questão 7:O que é ensinar português na Educação Infantil e nos anos iniciais? Analise as alternativas a seguir e marque a correta:

a) É trabalhar com a língua de forma fragmentada, contextualizada, ensinando a metalinguagem, pois é isso que os alunos não aprendem no seu meio social e linguístico.

AGORAÉASUAVEZ

RESPOSTA DISSERTATIVA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

RESPOSTA DISSERTATIVA

197

b) É investigar as expectativas dos alunos com relação aos diferentes modos de fala, às suas leituras de mundo, ao modo de pensar a escrita, o que esperam aprender na escola, é proporcionar situações que os levem a entender as funções sociais da leitura e da escrita.

c) É adotar as orientações do livro didático ou das cartilhas para alfabetizar, é proporcionar atividades e metodologias que tragam para dentro da sala de aula um discurso diferente do que o aluno aprendeu no seu meio linguístico.

d) É ensinar português como se estivesse ensinando pessoas que não sabem falar o portu¬guês.

e) É nunca ler os clássicos da literatura infantil em sala de aula, pois estes não possibilitam uma leitura espontânea.

Questão 8:Conforme a autora do Livro-Texto, a que se deve atribuir as fragilidades discursivas dos textos produzidos por alunos em fase de alfa-betização? Analise as alternativas a seguir e marque a correta:

a) Deve-se atribuir às situações de produção de textos espontâneos, pois o aluno precisa se apropriar das técnicas discursivas da escola.

b) Deve-se atribuir à forma como os professores trabalham textos em sala de aula, adotando a perspectiva dos gêneros textuais.

c) Deve-se atribuir, em grande parte, aos modelos de textos com os quais os alunos convivem nos anos iniciais de escolarização.

d) Deve-se atribuir à alfabetização desenvolvida no contexto de práticas sociais de leitura e de escrita.

e) Deve-se atribuir à alfabetização trabalhada com foco na perspectiva do letramento.

Questão 9:Analise as afirmações a seguir e marque a correta, seguindo os entendimentos de Soares (2011):

a) Por causa do caráter escolar das produções textuais realizadas pelos alunos, no ensino da língua portuguesa o aluno desaprende as regras discursivas aprendidas por ele nas situações de oralidade, à medida que tenta assimilar o discurso adotado pela escola.

b) Embora o professor se preocupe em elaborar atividades extras, estas não garantem a superação das dificuldades, pois isso depende do esforço e da vontade do aluno.

AGORAÉASUAVEZ

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIO

c) A escrita, que no espaço da escola serve para interação, fora dos seus muros assume um caráter artificial e descontextualizado.

d) A intervenção do professor no processo de ensino da língua portuguesa é decisiva, pois o aluno não consegue observar sozinho como funciona o seu vernáculo, mesmo sendo falante nativo.

e) A concepção gramatical visa à aprendizagem na perspectiva do letramento.

Questão 10:Considerando as discussões sobre o ensino da Língua Portuguesa e a Alfabetização, julgue as afirmações a seguir, colocando (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas:

1. ( ) As novas tendências sobre o ensino da Língua Portuguesa e a Alfabetização defendem o ensino que foca o trabalho com grafemas e fonemas, deixando o texto para depois de o aluno ser alfabetizado.

2. ( ) Na época da Alfabetização, a criança precisa ter contato com letras, fazendo a passagem do plano fonológico para plano da escrita, sem se preocupar com a leitura.

3. ( ) Alfabetizar na perspectiva do letramento contraria os pressupostos do ensino da língua materna.

4. ( ) O uso da língua como discurso é o que vem sendo denominado como letramento.

5. ( ) Além de aprender as letras e os sons, a criança precisa desenvolver habilidades de uso desses elementos linguísticos em práticas sociais de escrita.

Agora escolha a alternativa que apresenta a sequência correta:

a) F, F, V, V, V.

b) V, V, V, V, F.

c) V, V, F, F, F.

d) F, F, F, V, V.

e) V, V, V, V, V.

AGORAÉASUAVEZ

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

199

AMANCIO, Lazara Nanci de Barros. Ensino de leitura e escrita: marcas de uma prática. Disponível em: <www.seer.ufu.br/index.php/emrevista/article/download>. Acesso em: 17 jun. 2012.

CAGLIARI, L. C. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 2004.

CRUZ, Magna do Carmo Silva. Práticas de leitura e escrita no 1º ciclo: desafios do alfabetizar letrando. Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/posteres/GT10-2841--Int.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

FONSECA, Cristina Mara França Pinto. O Processo de Referenciação na produção escrita escolar. 2001. Disponível em: <http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Letras_FonsecaCM_1.pdf>.Acesso em: 18 jun. 2012.

Estudando este tema, você viu que é fundamental repensar as práticas adotadas no ensino da Língua Portuguesa, bem como repensar os paradigmas até então em voga, com vistas a possibilitar um trabalho que realmente atenda às necessidades dos alunos e possibilite que eles superem os seus limites.

FINALIZANDO

REFERÊNCIAS

200

ÍNICIO

SILVA FILHO, Urbano Cavalcante da. Leitura e Competência Leitora: o discurso do gênero textual propagandístico nas aulas de Língua Materna. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/xiicnlf/textos_completos/Leitura%20e%20compet%C3%AAncia%20leitora-%20o%20discurso%20do%20g%C3%AAnero%20textual%20propagand%C3%ADstico%20nas%20aulas%20de%20l%C3%ADngua%20materna%20-%20URBANO.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2012.

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.

WANDERLEY, Marta Maria Silva de Faria. O Ensino da Língua Portuguesa nas séries iniciais do Ensino Fundamental: processos de aprendizagem em situações lúdicas.Disponível em: <http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem04/COLE_4053.pdf>. Acesso em 16 jun. 2012.

REFERÊNCIAS

GLOSSÁRIO

Sociointeracional: é um termo utilizado na Sociolinguística, em que ‘socio’ vem de social (na sociedade) e ‘interacional’ de interação.

Postura interlocutiva: postura interacional, de diálogo, de comunicação.

Lúdico: adjetivo que faz referência a brincadeiras; o substantivo é ludicidade.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

201

Tema 11

Alfabetização e o Ensino da Língua Portuguesa Ponto de PartidaResposta: Direciona o trabalho com a leitura, a compreensão e a produção de textos. O gênero atende a uma necessidade sociocomunicativa, já o tipo diz respeito à estrutura do texto. Trabalhando com gêneros, o professor pode inserir o aluno no universo da leitura e da escrita de forma mais produtiva.

Questão 1Resposta: É preciso destacar que, no tocante à escrita de textos, fundamental se faz que as crianças tenham muitas oportunidades de escrever, mesmo antes de saber grafar corretamente as palavras, pois, quanto mais fizerem isso, mais aprenderão sobre o funcionamento da escrita.

Criando oportunidades para as crianças escreverem, permitir-se-á que elas confrontem hipóteses sobre a escrita e pensem em como esta se organiza, o que representa e, principalmente, para que serve.

Questão 2Resposta: Na sociedade atual em que as pessoas são obrigadas a se aprimorar, a fazer cada vez melhor para que se mantenham no mercado de trabalho, muitas habilidades são extremamente necessárias. Uma das principais é saber ler e interpretar diferentes textos de forma eficaz. Nesse contexto, ressalta-se o papel do professor como um agente, que pode possibilitar uma aprendizagem efetiva.

Para que isso ocorra, como muitos estudiosos já pontuaram, é fundamental que o professor proporcione diferentes momentos de aprendizagem significativa aos alunos. Na aprendizagem da língua escrita, por exemplo, não se aceita mais que o professor trabalhe de forma descontextualizada, fazendo com que o aluno aprenda tão somente o código,

GABARITO

202

ÍNICIOGABARITO

mas não saiba interpretá-lo dentro de um contexto comunicativo. Ou seja, o aluno aprende as letras, os sons, as palavras, mas não sabe interpretá-las dentro de um texto, nem sabe construir um todo significativo.

É preciso “alfabetizar letrando”, para garantir desde o início do processo de alfabetização a participação dos alunos em práticas de leitura e produção de textos reais e significativos. É necessário que eles sejam expostos a vários tipos de textos para que aprendam a identificar as suas formas e funções. Deve-se, então, dar oportunidade para os alunos trabalharem com uma grande variedade de escritos sociais, de textos impressos e orais. Assim, poderão entender a função social da leitura e da escrita.

Questão 3Resposta: O texto é uma sequência de frases soltas, sem coesão, é artificial, demonstra falta de discursividade. O aluno que produz um texto como esse não entende a finalidade da produção textual, procura reproduzir o que aprendeu de forma mecânica na escola.

Questão 4Resposta: A escola se torna um ambiente heterogêneo, no qual a diversidade linguística prepondera. Assim, a prática de ensino do professor deve adaptar-se a essa heterogeneidade, a fim de instrumentalizar todos os alunos para que estes realmente se apropriem dos conhecimentos necessários ao uso efetivo da leitura e da escrita.

Questão 5Resposta: Isso provocou uma distância entre os discursos já existentes na escola e outros provenientes das camadas populares. As discussões sobre o ensino da Língua Portuguesa não devem se limitar à reflexão sobre as diferenças culturais e linguísticas dos alunos.

Questão 6Resposta: Alternativa B.

Questão 7Resposta: Alternativa B.

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GABARITO

Questão 8Resposta: Alternativa C.

Questão 9Resposta: Alternativa A.

Questão 10Resposta: Alternativa D.

seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Seções

seções Seções

CONTEÚDOSEHABILIDADES

REFERÊNCIASFINALIZANDO

GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES

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Tema

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Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

ÍNICIO

Este Caderno de Atividades foi construído tendo como base o livro “Alfabetização e Letramento”, da autora Magda Soares, da Editora Contexto, 2011, Livro-Texto 263.

ROTEIRO DE ESTUDO:

Rosemeire Lopes da Silva FariaLetramento e Alfabetização

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdos Nesta aula, você estudará:

• A educação como prática de liberdade.

• A relação educador/educando no processo de ensino e aprendizagem.

• Por qual razão aprender a ler, lendo e a escrever, escrevendo.

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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES

Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Paulo Freire criou verdadeiramente um método de alfabetização?

• É possível alfabetizar sem método?

• Por que a nova concepção de alfabetização, criada por Paulo Freire, é considerada revolucionária?

LEITURAOBRIGATÓRIA

Paulo Freire e Alfabetização: Muito Além de um Método

Nesta aula você estudará um pouco sobre as ideias de Paulo Freire, estudioso que desenvolveu não uma prática de alfabetização, mas mais do que isso, uma pedagogia crítico-liberadora, a Pedagogia do Oprimido, método de alfabetização de adultos. Para Soares (2011) não é adequado entender dessa forma, pois o trabalho de Paulo Freire vai muito além de um método, ele criou uma concepção de alfabetização, dentro de uma nova concepção de educação: educação como prática da liberdade, educação como conscientização.

Método sempre foi entendido como modo de proceder, como um conjunto de meios para orientar a aprendizagem. Ao se falar de método na alfabetização, logo se pensa no caminho que levará a criança ou o adulto a aprender a ler e escrever. Adotando esse entendimento, não se pode aceitar, realmente, que Paulo Freire tenha criado um método. Ele criou uma concepção de alfabetização que transforma, significativamente, o material que se utiliza para alfabetizar, o objetivo de se alfabetizar e as relações sociais em que se alfabetiza.

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LEITURAOBRIGATÓRIA

Essa concepção de alfabetização coloca o método a serviço de uma política e filosofia da educação.

Em seus estudos, Freire afirma que a cultura do educando pressupõe o ato de conhecimento, serve como um ponto de partida para que ele progrida na leitura do mundo, entendendo que é sujeito histórico, é responsável por sua história e participa da história de outrem, vivendo em sociedade de forma ativa, com posições bem definidas e atuante nos processos políticos. Essa relação consolida a educação como prática da liberdade, à medida que possibilita a formação de indivíduos críticos e conscientes. Seu pensamento quebrou a tradição de dominação, uma vez que procurou pensar a realidade considerando o mundo do educando e construindo a prática educacional com respeito à linguagem e à história da coletividade.

Paulo Freire não elaborou um método de alfabetização, mas sim inventou uma nova concepção de alfabetização, de certa forma revolucionária se comparada com as concepções anteriores. Ele considerou o contexto cultural do educando e procurou desenvolver “a articulação do saber entre educador e educando em uma troca de conhecimentos constante, pois não há docência sem discência, e vice versa, Paulo Freire acredita que o educador popular não somente ensina, mas também, aprende” (MARTINS, 2012, p. 02).

Nessa relação entre ensinar e aprender, destaca-se a participação de todos os envolvidos nesse processo de forma ativa e produtiva. O educando não somente aprende, o que é melhor, ele ensina, e ensinando consegue aprender efetivamente, pois pensa naquilo que ensina. O ato de pensar leva à reflexão, e isso possibilita a aprendizagem consciente e real.

A educação pensada por Freire conta com sujeitos realmente envolvidos e preocupados com o processo. Sua proposta foi, então, muito além da alfabetização, o ato de ensinar a ler e escrever; saber ler e escrever objetivava conscientizar os indivíduos, instruindo-os para que se comprometam com a conscientização política.

Nos entendimentos de Paulo Freire, educação e alfabetização andam sempre juntas. Aquela, entendida como prática da liberdade, ocorre “quando educador e educando encontram-se em um diálogo aberto que define as estratégias pedagógicas, bem como os conteúdos que vão permear a trajetória educacional” (MARTINS, 2012, p. 02).

Assim, a educação compreendida como prática da liberdade precisa auxiliar o homem (ou mulher, oprimidos) a conquistar a sua liberdade; livre da opressão, poderá ser sujeito de sua própria história de libertação. O trabalho proposto por Paulo Freire não visava à repetição

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ÍNICIO

das alienações e da massificação, pelo contrário, objetivava tornar possível a libertação por meio do diálogo e da reflexão sobre inúmeras e diversas formas de pensar. Nesse contexto, evidencia-se a importância da leitura na formação do pensamento.

Segundo Freire (2001, p. 01):

Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante. Ninguém lê ou estuda autenticamente se não assume, diante do texto ou do objeto da curiosidade a forma crítica de ser ou de estar sendo sujeito da curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do processo de conhecer em que se acha. Ler é procurar buscar criar a compreensão do lido; daí, entre outros pontos fundamentais, a importância do ensino correto da leitura e da escrita. É que ensinar a ler é engajar-se numa experiência criativa em torno da compreensão. Da compreensão e da comunicação.

Resumidamente, Freire ao refletir sobre a relação de intimidade entre pensar, ler e escrever e sobre a necessidade de se viver intensamente essa relação, apresentou a seguinte sugestão:

quem pretenda rigorosamente experimentá-la que, pelo menos, três vezes por semana, se entregasse à tarefa de escrever algo. Uma nota sobre uma leitura, um comentário em torno de um acontecimento de que tomou conhecimento pela imprensa, pela televisão, não importa. (FREIRE, 2001, p. 01).

Como se vê, para o autor não importa o que se leia ou se escreva, podendo até ser uma carta para destinatário inexistente. O importante é se envolver no processo de leitura e escrita.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SITES:Leia o documento O Método Paulo Freire de Alfabetização: estratégia de representação social nos movimentos populares, de autoria de Adriana Cristina Kozelski, 2011.

O texto apresenta uma reflexão sobre os estudos de Paulo Freire.

Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/4375_2355.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

Leia o texto Paulo Freire: muito além da técnica em educação, de autoria de Mara Lúcia Martins.

O texto faz uma síntese da história do alfabetizador e suas produções.

Disponível em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0069_01.html>. Acesso em: 17 jun. 2012.

Leia a Carta de Paulo Freire aos professores – Ensinar, aprender: leitura do mundo, leitura da palavra, 2001.

O texto apresenta uma mensagem de Paulo Freire ao docente sobre a importância de ensinar, aprendendo e aprender, ensinando, bem como sobre a importância da leitura na formação de um indivíduo crítico.

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000200013&lang=pt>. Acesso em: 18 jun. 2012.

Leia o texto Revisitando a História da Educação Popular no Brasil: em busca de um outro mundo possível, de autoria de Dulcinéia de Fátima Ferreira Pereira e Eduardo Tadeu Pereira.

Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/40/art05_40.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2012.

LINKSIMPORTANTES

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ÍNICIOLINKSIMPORTANTES

VÍDEOS:Caminhos da Escola – Educação para a Cidadania – Ep. 32.

Trata-se de um vídeo que discorre sobre a cidadania na escola e como esta pode ajudar na formação de cidadãos que participam e são comprometidos com a sociedade (Programa Caminhos da Escola – TVESCOLA).

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=aZH2UXiJvbE>. Acesso em: 24 jul. 2012.

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Ponto de Partida:

Para Soares (2011, p. 122), “métodos de alfabetização vão e vêm, surgem e desaparecem”. Por que Paulo Freire permanece e permanecerá?

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1:

Explique a seguinte frase de Soares (2011, p. 121): “falar de um ‘método Paulo Freire de alfabetização’ é não só uma incorreção, mas também uma redução”.

Para resolver as questões 02 e 03, leia o texto a seguir:

Segundo Paiva (1987), no final da década de 1950, aconteceu o II Congresso Nacional de Educação de Adultos, em que educadores manifestaram diferentes posições relacionadas à nova perspectiva educacional. Dentre essas concepções, encontramos o pensamento de Paulo Freire, o qual atrai vários adeptos, como: educadores, intelectuais, estudantes, líderes comunitários de todo o país, em prol de uma Educação popular que “[...] preconizava a alfabetização e a conscientização de todos” (BEISIEGEL, 1989, p. 15).

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Instruções: A fim de verificar o seu entendimento sobre o tema estudado, apresentam-se a seguir algumas questões. O objetivo é possibilitar que você possa efetivamente transformar os entendimentos e as informações aos quais foi exposto em conhecimento efetivo. É importante destacar que as atividades propostas podem ser desenvolvidas como atividades de reflexão, em situação de autoestudo, e não são avaliativas, mas contribuem para o seu crescimento intelectual. Aproveite!

RESPOSTA DISSERTATIVA

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ÍNICIO

Paulo Freire, juntamente com outros educadores, sugeriu: a revisão dos transplantes que agiram sobre o nosso sistema educativo, a organização de cursos que correspondessem à realidade existencial dos alunos, o desenvolvimento de um trabalho educativo com o Homem e não para o Homem, a criação de um grupo de estudo e de ação dentro do espírito de autogoverno, o desenvolvimento de uma mentalidade nova no educador, que deveria passar a sentir-se participante do trabalho de soerguimento do país; e, finalmente, a renovação dos métodos e processos educativos com a rejeição daqueles exclusivamente auditivos, substituindo o discurso pela discussão e utilizando as modernas técnicas de educação de grupos com a ajuda de recursos audiovisuais. (PAIVA, 1987, p. 210).

Esse período foi marcado por mobilizações em favor da Educação popular. Nele se iniciou uma luta para que se mudasse a visão preconceituosa que se tem sobre o analfabeto, como um ser incapaz, deficiente. À frente desse movimento, encontramos marxistas e cristãos. Pode-se afirmar que esse processo vai se afunilando principalmente na luta contra o preconceito ao analfabeto, juntamente com a luta pelo seu direito ao voto.

Ocorre também a difusão dos ideais de Paulo Freire, que começa a perguntar: “A serviço de quem educamos? Para quem educamos? O que ensinamos? Como ensinamos?”.

Para Freire, a Educação não poderia ser vista apenas como ferramenta para a transmissão de conhecimentos e reprodução das relações de poder instituídas no capitalismo, como acontecia na Educação bancária (cf. FREIRE, 1987), mas, sim, como uma ação capaz de libertação e emancipação das pessoas. “Uma prática cultural libertadora deveria envolver um trabalho intelectual de reelaboração dos elementos ideológicos da tradição de um povo” (BRANDÃO, 2008, p. 28).

Na primeira metade dos anos 1960, os movimentos voltaram-se à promoção da cultura popular, questionando-se não apenas sobre a “[...] forma ingênua e folclórica” (FÁVERO, 1983) como se pensava a cultura do povo brasileiro, mas também, e principalmente, sobre os usos políticos de dominação e alienação da consciência das classes populares.

Começaram a brotar, no Brasil, movimentos voltados para a promoção da cultura popular, dos quais Freire participou. Juntamente com outras pessoas, fundou e participou do Movimento de Cultura Popular de Recife (MCP). Esse movimento tinha a intenção de levar a todas as pessoas a cultura produzida pelo povo. O

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RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVA

RESPOSTA DISSERTATIVAINDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

MCP pretendia trabalhar com educação e cultura popular. Mais do que levar a cultura, pretendiam resgatar, nas pessoas, o seu potencial criador. Reafirmavam, na prática, que todo ser humano produz cultura na sua relação com o outro e com o mundo. (PEREIRA; PEREIRA, 2010).

Questão 2:Segundo o texto em análise, “Para Freire, a Educação não poderia ser vista apenas como ferramenta para a transmissão de conhecimentos e reprodução das relações de poder instituídas no capitalismo”, como então ela deve ser vista?

Questão 3:

No texto, os autores apresentam a seguinte afirmação: “todo ser humano produz cultura na sua relação com o outro e com o mundo”. Em sua opinião, o que significa isso? Explique.

Questão 4:Como você responderia as seguintes perguntas apresentadas no texto: “A serviço de quem educamos? Para quem educamos? O que ensinamos? Como ensinamos?”.

Questão 5:Segundo Soares (2011, p. 89), “Uma concepção associacionista do processo de aquisição da escrita considera o método fator determinante da aprendizagem”. Explique essa afirmação da autora.

Questão 6: Considerando os entendimentos teóricos apresentados por Soares (2011), analise as afirmações a seguir, coloque V para as verdadeiras e F para as falsas:

( ) Associar Paulo Freire a um método de alfabetização, principalmente à alfabetização de adultos, parece ser adequado, considerando o trabalho realizado pelo autor.

( ) Método, tradicionalmente, é considerado no campo da educação como o modo de proceder diante de uma realidade de ensino.

( ) Se se entender método de alfabetização de forma restrita, não se pode, é claro, referir-se a um método Paulo Freire de alfabetização.

( ) Paulo Freire se inclui no rol daqueles que propõem um método eclético, que abarca a síntese e a análise, possibilitando uma reflexão sobre o como ensinar, para que ensinar e por que ensinar.

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ÍNICIO

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

Marque a alternativa que apresenta a sequência correta:

a) F, V, V, V.

b) F, F, F, F.

c) V, V, V, V.

d) F, V, F, V.

e) F, F, V, V.

Questão 7:Conforme Paulo Freire, toda prática educativa precisa demandar processos interativos que possam favorecer _________________. Marque a alternativa que completa corretamente a lacuna:

a) o espírito negativo e o fechamento ao risco.

b) a construção, reconstrução, a constatação de que apenas é possível mudar, se forem mantidos os paradigmas existentes.

c) o nível de linguagem do homem, em diferentes situações de comunicação.

d) a construção dos saberes e a constatação de que para haver transformação é necessário querer ser transformado.

e) a constatação de que para mudar, são necessárias práticas assistemáticas.

Questão 8:Para Paulo Freire, a alfabetização é entendida como ato de conhecimento, como um ato criador e como ato político. Considerando essa afirmação, julgue as alternativas a seguir e marque a correta:

a) Para Paulo Freire é possível negar a natureza política do processo educativo, por isso os educadores precisam separar a alfabetização das atividades políticas, mesmo que se pense na preservação das estruturas sociais.

b) A libertação do homem, conforme Paulo Freire, inicia em sua reflexão sobre o mundo, sua humanização, mas se concretiza em sala de aula, com o trabalho do professor no ato de alfabetizar.

c) A educação pode ser estática, imóvel, parada, no entanto precisa ser mais que uma relação entre educando e educadores, pois envolve trocas mútuas de experiências.

d) O processo de alfabetização de adultos, para ser um ato de conhecimento, demanda entre educadores e educandos uma relação de diferenças. O professor é o mestre; o aluno, o aprendiz.

e) Para Paulo Freire, a atitude dialógica é, acima de tudo, uma atitude em que se demonstra amor, humildade e fé nos homens, no seu poder de fazer e de refazer, de criar e de recriar.

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INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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Questão 9:Para Freire (2001, p. 01), “Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante. Ninguém lê ou estuda autenticamente se não assume, diante do texto ou do objeto da curiosidade a forma crítica de ser ou de estar sendo sujeito da curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do processo de conhecer em que se acha”. Sobre esse assunto, analise as afirmações a seguir e marque a correta.

a) Da leitura do trecho, pode-se concluir que ler e escrever exigem envolvimento, é preciso entrega; só se aprende a escrever, escrevendo; a ler, lendo.

b) Da leitura do trecho, pode-se concluir que ler e escrever exigem envolvimento, é preciso reflexão e aprendizado; só se aprende a escrever aprendendo técnicas de redação.

c) Da leitura do trecho, pode-se concluir que ler e escrever exigem a participação dos interlocutores, de forma ativa, é preciso reflexão e aprendizado, não basta o envolvimento, é preciso conhecer regras.

d) Da leitura do trecho, pode-se concluir que para se ler com propriedade é preciso assumir uma postura de leitor, não basta o envolvimento, é preciso conhecer regras gramaticais.

e) Da leitura do trecho, pode-se concluir que para se escrever com propriedade é

preciso assumir uma postura de redator, não basta o envolvimento, é preciso conhecer regras gramaticais.

Questão 10:Tendo em vista as ideias de Paulo freire, julgue as afirmações a seguir e marque a correta:

a) Deve-se pensar em uma alfabetização que transforma o material de aprendizagem e não o objetivo da aprendizagem.

b) Não se pode conceber uma alfabetização que transforma a realidade das relações sociais, pois isso implicaria mudança de atitude e segregação social.

c) É preciso alfabetizar não apenas para aprender as técnicas de ler e escrever, é muito mais do que isso, é necessário entender a alfabetização como tomada de consciência, como a conquista de uma consciência crítica.

d) Com um texto como ‘Eva viu a uva’ pretende-se levar o aluno simplesmente à aquisição de técnicas de leitura e escrita, o que não prejudica o entendimento global do texto nem a criatividade.

e) A Educação poderia ser vista como ferramenta para a transmissão de conhecimentos e reprodução das relações de poder.

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA

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ÍNICIO

FREIRE, Paulo. Carta de Paulo Freire aos professores – Ensinar, aprender: leitura do mundo, leitura da palavra. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000200013&lang=pt>. Acesso em: 18 jun. 2012.

KOZELSKI, Adriana Cristina. O Método Paulo Freire de Alfabetização: estratégia de representação social nos movimentos populares, 2011. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/4375_2355.pdf>. Acesso em: 17 jun. 2012.

MARTINS, Mara Lúcia. Paulo Freire: muito além da técnica em educação.

Disponível em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0069_01.html>. Acesso em: 17 jun. 2012.

PEREIRA, Dulcinéia de Fátima Ferreira; PEREIRA, Eduardo Tadeu. Revisitando a História da Educação Popular no Brasil: em busca de um outro mundo possível. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/40/art05_40.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2012.

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. 6 ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2011.

Estudando este tema, você viu que é preciso entender as ideias e contribuições de Paulo Freire, pois este não só revolucionou a maneira de se pensar a educação como também possibilitou o surgimento de novos discursos em favor de um trabalho de alfabetização e letramento que envolva os alunos como sujeitos ativos dentro do processo de aprendizagem.

FINALIZANDO

REFERÊNCIAS

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Alienação: o significado adotado nesse texto é de falta de consciência dos problemas e das informações existentes.

Discência: substantivo relativo à discente (aluno).

Soerguimento: é o ato ou o efeito de soerguer, ou seja, de levantar.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

GLOSSÁRIO

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ÍNICIOGABARITO

Tema 12

Paulo Freire e Alfabetização: Muito Além de um Método Ponto de PartidaResposta: Porque suas contribuições não se limitam a métodos, mas se baseiam em reflexões sobre a educação, o papel do educador e a formação de leitores, propondo a construção de um novo homem, de uma nova sociedade. Por isso, seus ensinamentos são atemporais.

Questão 1Resposta: A autora justifica essa afirmação ao dizer que Paulo Freire não criou um método, mas, sim, uma teoria da educação, uma pedagogia. O seu método de alfabetização na verdade é uma das instâncias em que sua teoria se traduz em prática.

Questão 2Resposta: A educação deve ser vista como uma ação capaz de libertar e emancipar as pessoas, sendo uma prática cultural libertadora, e deve envolver um trabalho intelectual de reelaboração dos elementos ideológicos da tradição de um povo.

Questão 3Resposta: A resposta é pessoal. Mas, o acadêmico pode lembrar que o sujeito é que faz a sua história, relacionando-se em sociedade e com o mundo. O ser humano é um ser eminentemente social, não teria cultura se não se comunicasse com o mundo.

Questão 4Resposta: A resposta é pessoal. No entanto, o aluno pode se valer das discussões já realizadas no decorrer do desenvolvimento dos temas deste Caderno e afirmar que, para responder a esses questionamentos, o educador precisa entender o real propósito da

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GABARITO

educação e qual é o seu papel nesse processo. Segundo o texto, “Para Freire, a Educação não poderia ser vista apenas como ferramenta para a transmissão de conhecimentos e reprodução das relações de poder instituídas no capitalismo, como acontecia na Educação bancária (cf. FREIRE, 1987), mas, sim, como uma ação capaz de libertação e emancipação das pessoas. “Uma prática cultural libertadora deveria envolver um trabalho intelectual de reelaboração dos elementos ideológicos da tradição de um povo” (BRANDÃO, 2008, p. 28)”.

Questão 5Resposta: Para a autora, segundo a concepção associacionista, por intermédio da exercitação de habilidades hierarquicamente ordenadas, a criança pode aprender a ler e a escrever, daí a importância de um método.

Questão 6Resposta: Alternativa A.

Questão 7Resposta: Alternativa D.

Questão 8Resposta: Alternativa E.

Questão 9Resposta: Alternativa A.

Questão 10Resposta: Alternativa C.