Cenário Econômico
e Social
Maio/2014
UGE/NA - NEP 2/21
2014. © Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae
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Presidente do Conselho Deliberativo
Roberto Simões
Diretor Presidente
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Diretor Técnico
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Diretor de Administração e Finanças
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Unidade de Gestão Estratégica
Gerente
Pio Cortizo
Elaboração e Execução:
Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional – Núcleo de Estudos e Pesquisas
Paulo Jorge de Paiva Fonseca (coordenação técnica)
UGE/NA - NEP 3/21
Sumário
Objetivo .................................................................................................. 4
Metodologia ............................................................................................ 4
Economia Internacional ........................................................................... 5
Economia brasileira ................................................................................. 8
Oportunidades para as MPE .................................................................. 18
Conclusão .............................................................................................. 20
Painel – Impacto do Cenário Econômico Social na forma de atuação do
Sebrae ................................................................................................... 21
UGE/NA - NEP 4/21
Objetivo
O presente trabalho nasce da necessidade de se elaborar e manter atualizado
um cenário de longo prazo para as micro e pequenas empresas vis-à-vis a conjuntura
macroeconômica brasileira e internacional, com o objetivo de subsidiar a
elaboração/revisão do Plano Plurianual do sistema SEBRAE e a conseqüente
definição de ações estratégicas junto a essas empresas, identificando riscos,
oportunidades de melhorias e possibilidade de desenvolvimento de novos programas e
produtos.
Metodologia
Este cenário se balizou em dados/informações obtidas em fontes secundárias
(IBGE, BACEN, IPEA, MTE, FGV, CNI etc), que disponibilizam, periodicamente, dados
sobre importantes variáveis macroeconômicas.
Para efeito de projeção das variáveis macroeconômicas brasileiras, como
inflação, câmbio, meta da taxa Selic e PIB, foram consideradas as expectativas dos
analistas de mercado (mediana), disponibilizadas no site do Banco Central do Brasil.
Para as variáveis macroeconômicas de outros países/blocos econômicos, como o PIB,
por exemplo, foram utilizadas as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Este trabalho apresenta um cenário único (mais provável), de longo prazo, para
as MPE e sua atualização ocorrerá nos meses de maio e setembro de cada ano.
UGE/NA - NEP 5/21
Economia Internacional
Segundo o Departamento de Comércio do governo norte-americano, o PIB dos
Estados Unidos atingiu, em 2013, a cifra de US$ 17,1 trilhões, representando aumento
de 1,9% sobre o ano anterior. Embora esse resultado tenha superado as expectativas
do FMI, que esperava alta de 1,6%, ficou abaixo do crescimento de 2,8% observado
em 2012, e poderia ter sido melhor, não fosse a redução dos gastos públicos e a crise
na Europa.
Pesou a favor desse crescimento o consumo pessoal e o aumento das exportações e
dos investimentos fixos dos residentes e não residentes.
Fato positivo, o entanto, foi o crescimento de 3,2% do PIB daquele país no último
trimestre de 2013, puxado pelos gastos das famílias e pelas exportações.
O Federal Reserve – FED (Banco Central americano) deve ampliar a redução dos
estímulos monetários, à medida que a economia der sinais mais fortes de
recuperação, o que deve ocorrer a partir do segundo semestre de 2014.
O aquecimento da atividade econômica norte-americana faz com que o seu mercado
se torne mais atrativo, provocando mudança nos preços dos ativos globais e fuga de
capitais de países emergentes, principalmente, uma vez que os investidores preferem
investir em economias mais fortes, estáveis e de menor risco, o que deverá manter a
trajetória de alta do dólar nos países emergentes, como o Brasil.
O FMI projeta crescimento de 2,8% para o PIB dos EUA, em 2014, com a dívida
pública atingindo 106% do PIB do país. Com isso, as perspectivas são de continuidade
de recuperação da economia norte-americana, mas em ritmo moderado, neste e nos
próximos anos, sem contribuir, de forma significativa, para um crescimento mais
robusto da economia mundial.
Gráfico 1
2,5
3,6 3,1
1,9
-0,3
-2,8
2,5
1,8
2,8
1,9
2,8 3,0
2,2
20
04
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14
*
20
15
*
20
19
*
Fonte: FMI (relatório abr/14) * Projeções
PIB dos EUA (em %)
86%
95% 99%
103% 105% 106% 106% 107%
20
09
20
10
20
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*
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*
20
19
*
Dívida pública dos EUA (em % PIB)
UGE/NA - NEP 6/21
O PIB da Zona do Euro, por sua vez, caiu 0,5% em 2013, segunda queda anual
consecutiva.
Os indicadores da Zona do Euro continuam a mostrar incertezas em relação à
recuperação da economia da região, especialmente no que diz respeito ao mercado
de trabalho e às contas públicas. Porém, a perspectiva de medidas de estímulo, como
a redução das taxas de juros e aumento da compra de ativos, por parte dos bancos
centrais europeus desses países, tende a melhorar o cenário traçado para essa
região, nos próximos anos.
A China, por sua vez, continua a registrar desaceleração no seu ritmo de atividade,
mas o governo vem tentando conter esse movimento com medidas gradativas de
estímulo, como a programação de novos gastos em infraestrutura e a facilitação do
acesso ao crédito. A desaceleração do ritmo de crescimento da economia desse país
já vem afetando negativamente o mercado global ser esse um importante destino das
commodities da Ásia e da América Latina, incluindo o Brasil, de bens de capital dos
EUA e da Europa e de eletrônicos do Japão. E essa situação poderá se agravar, a
depender da continuidade e magnitude dessa desaceleração.
O FMI projeta, para 2014, ligeira recuperação do PIB da região do Euro (+ 1,2%), e de
7,5% para o PIB da China, sendo que, em 2015 e 2019, o PIB chinês deve registrar
crescimentos menores, de 7,3% e 6,5%, respectivamente, sinalizando continuidade de
redução do ritmo de crescimento da segunda maior economia do planeta.
Gráfico 2
Assim, o cenário externo de lenta recuperação da economia dos EUA e europeia, além
da desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa, pouco beneficiará o
Brasil, principalmente, no tocante às exportações. É provável até que a China continue
redirecionando parte de suas exportações para países emergentes, incluindo o Brasil,
o que manterá acirrada a concorrência com as empresas brasileiras, tanto no mercado
interno brasileiro como no mercado internacional.
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
10 12 14 16
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014* 2015* 2019*
Fonte: Relatório FMI - abril/14 * Projeções
Crescimento do PIB (em % a.a.) BRICS x EUA x Zona do Euro
China
Índia
Brasil
Rússia
UGE/NA - NEP 7/21
Resumo da economia internacional:
Continuidade de recuperação lenta e gradual da economia dos EUA.
Perspectiva de ligeira recuperação da economia da Zona do Euro, com o PIB
da região devendo fechar 2014 com crescimento de 1,2%.
Desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa se mantém, com
reflexos na economia global, contribuindo para a redução de preços das
commodities, principalmente, minerais e metálicas.
Com a retração dos mercados globais, a China deve continuar a direcionar
maior quantidade de seus produtos para países emergentes, como o Brasil,
acirrando ainda mais a concorrência como os produtos nacionais, interna e
externamente.
Cenário internacional continua fragilizado, pouco contribuindo a economia
brasileira, principalmente, no que tange às exportações e preço das
commodities.
UGE/NA - NEP 8/21
Economia brasileira
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro atingiu R$ 4,8 trilhões em 2013, crescendo
2,3% sobre o ano anterior, quando a alta foi de apenas 1,0% ante 2011 (Gráfico 3).
Pela ótica da oferta, destacou-se, em 2013, a Agropecuária, com alta de 7,0% (em
2012, o PIB desse setor experimentou retração de 2,1%), puxada pelo bom
desempenho da agricultura, silvicultura e exploração florestal, seguida pela alta de
2,0% no setor de Serviços (+1,9% em 2012) e de 1,3%, na Indústria (-0,8%, em 2012).
No setor de Serviços, sobressaíram-se os Serviços de Informação (+5,3%),
Transporte, armazenagem e correio (+2,9%), Comércio (+2,5%), Serviços imobiliários
e aluguel (+2,3%) e Administração, saúde e educação pública (+2,1%). Na Indústria,
destacou-se a atividade Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (2,9%),
alavancada pelo consumo residencial de energia elétrica. A Indústria de
Transformação e a Construção Civil cresceram ambas 1,9%.
O destaque negativo ficou com a Extrativa mineral, que acumulou queda de 2,8% no
ano, influenciada pela extração de minérios.
O PIB per capita, por sua vez, teve expansão de 1,4%, em termos reais, alcançando
R$ 24.065,00.
Pelo lado da demanda agregada, destacou-se a Formação Bruta de Capital Fixo
(FBCF), que pode ser entendida como Investimentos, com alta de 6,3%, revertendo a
queda de 4,0 % observada em 2012. Já o Consumo das Famílias e da Administração
Pública aumentaram 2,3% e 1,9%, respectivamente, menos que em 2012, quando
registraram elevações respectivas de 3,2% e 3,3%.
7,0%
1,3%
2,0%
2,3%
2,3%
1,9%
6,3%
2,5%
8,4%
-2,1%
-0,8%
1,9%
1,0%
3,2%
3,3%
-4,0%
0,5%
0,2%
-5,0% -3,0% -1,0% 1,0% 3,0% 5,0% 7,0% 9,0%
Agropecuária
Indústria
Serviços
Consumo Famílias
Cons. Ad. Pública
FBCF
Exportação
Importação
Óti
ca d
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PIB
Ó
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Fonte: IBGE
Gráfico 3 - Desempenho do PIB - 2012 e 2013 (em %)
2012 2013
UGE/NA - NEP 9/21
As exportações cresceram 2,5% no acumulado de 2013, enquanto as importações
acumularam alta bem mais expressiva, de 8,4%.
De janeiro/2012 a março/2014, houve significativa recuperação das receitas nominais
dos Serviços e do Comércio Varejista, destacando-se a desse último, enquanto a
produção da Indústria de Transformação pouco variou no período (gráfico 4).
A menor elevação do Consumo das famílias, em 2013, deve-se, em grande parte, ao
aumento do nível de endividamento da população e às sucessivas elevações das
taxas de juros, e indica também que o modelo de crescimento da economia brasileira,
baseado no aumento do consumo, vem se esgotando. Por outro lado, os aumentos
nas receitas do Comércio e dos Serviços mostram que esses setores ainda estão
conseguindo se beneficiar do crescimento do consumo, mesmo que modesto. Já a
produção industrial brasileira não tem alavancado, em função de fatores como a forte
concorrência com os produtos importados e queda da produtividade.
Os Investimentos, por sua vez, responderam pela metade da variação do PIB em 2013
e foram impulsionados, em grande parte, pelos Programas de Investimento em
Logística, pelo programa Minha Casa Minha Vida, além do Programa de Sustentação
do Investimento (PSI).
O PIB do primeiro trimestre de 2014, por sua vez, registrou alta de 0,2% sobre o
trimestre anterior. Puxou esse crescimento a Agropecuária (+3,5%) e os Serviços
(0,4%), enquanto a Indústria recuou 0,8%. Em relação ao PIB do mesmo período do
ano passado, houve aumento de 1,9%, com a Agropecuária crescendo 2,8%, os
Serviços, 2,0%, e a Indústria, 0,8%.
Diante desse quadro, analistas do mercado financeiro prospectam crescimento de
1,6% para o PIB em 2013, devendo apresentar elevações maiores nos próximos anos.
97,8
100,6 105,8
115,9
107,6
134,3
101,6
123
90
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t/13
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dez
/13
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/14
Fonte: IBGE
Gráfico 4 - Desempenho da Indústria, Comércio e Serviços (Número índice - Indústria: média de 2012 = 100; Comércio e Serviços: média de 2011 = 100)
Indústrias de transformação Volume vendas Comércio Varejista Receita Nominal Comércio Varejista Receita Nominal Serviços
UGE/NA - NEP 10/21
CÂMBIO
Após ter se apreciado em 2011, o dólar voltou a se valorizar em relação ao real,
chegando a atingir R$ 2,42, em janeiro deste ano. Entretanto, em abril, já retornou
para o patamar de R$ 2,23 (Gráfico 6).
Esse novo patamar de taxa de câmbio tende a beneficiar a indústria nacional,
principalmente, os setores que vinham sofrendo forte concorrência com produtos
importados, como o Têxtil e Confecções, por exemplo. Com a redução dos custos
(desonerações fiscais, redução do custo com energia elétrica etc) e o câmbio mais
favorável a esses setores, as empresas poderão direcionar um volume maior de
investimentos para inovação, com vistas a buscarem melhoria de processos e
diferenciação/diversificação de seus produtos, obtendo, assim, maior competitividade.
Analistas do mercado financeiro prospectam dólar a R$ 2,45 ao final de 2014 e a
R$ 2,51, ao final de 2015.
2,2%
3,4%
0,0%
3,0%
4,3%
1,3%
2,7%
1,1%
5,7%
3,2%
4,0%
6,1%
5,2%
-0,3%
7,5%
2,7%
1,0%
2,3% 1,6%
2,0% 2,5%
3,0% 3,1%
19
96
19
97
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*
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*
20
18
*
Fonte: IBGE * Projeções: BACEN - Boletim Focus (16.05.2014)
Gráfico 5 - Evolução do PIB (em %)
1,55
2,42
2,23
1,40
1,60
1,80
2,00
2,20
2,40
2,60
Jan
-11
Fe
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-13
fe
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abr
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4
fev
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Fonte: BACEN
Gráfico 6 - Taxa de câmbio - dólar compra, fim do período
UGE/NA - NEP 11/21
Ressalte-se, no entanto, que desvalorizações cambiais, embora beneficiem as
empresas exportadoras e a indústria nacional, tendem a majorar os custos das
empresas que utilizam insumos importados em seus processos produtivos, podendo
ocasionar repasses de parte desses aumentos de custo ao longo de cadeias
produtivas, pressionando os índices de inflação.
INFLAÇÃO
Segundo o IBGE, o IPCA acumulado nos doze últimos meses até abril de 2014 ficou
em 6,28%, permanecendo acima da meta de 4,5% definida para este ano.
Esse índice de inflação foi puxado pelos grupos “Despesas Pessoais” (+8,67%) e
“Educação” (+8,65%), como pode ser observado no Gráfico 7, a seguir.
A inflação acumulada nos últimos doze meses até abril do grupo “Alimentação e
Bebidas” foi de 7,38%, puxada pelos preços de produtos como Frutas e Hortaliças e
Verduras, que chegaram a acumular alta de 16,5% e de 15,2%, respectivamente,
nesse período. Mas são os grupos “Despesas Pessoais” e “Educação” que vêm
puxando a inflação, acumulando elevações nos preços de, respectivamente, 8,67% e
8,65%, nos últimos doze meses até abril.
Com o objetivo de conter a crescente (e resistente) alta de preços, o Comitê de
Política Monetária do Banco Central (COPOM) elevou, em abril, pela nona vez
consecutiva, a taxa básica de juros (Selic), de 10,75% ao ano para 11,00% ao ano.
6,2
8
7,3
8
7,6
2
6,8
3
4,7
5
3,6
2 6
,62
8,6
7
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5
0,5
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0,00
5,00
10,00
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Fonte: IBGE
Gráfio 7 - IPCA - taxa (%) acumulada em 12 meses até abril/14, por grupo
UGE/NA - NEP 12/21
A expectativa dos analistas do mercado financeiro, segundo o Boletim Focus do Banco
Central, é de que o IPCA feche 2014 em 6,47%, acima do patamar verificado em 2013
e próximo ao teto da meta (6,5%), voltando a se reduzir nos anos seguintes, com
repique em 2018 (Gráfico 9).
EMPREGO E RENDA
O ritmo de crescimento da quantidade de pessoas ocupadas vem perdendo força
desde 2013. Nos primeiros meses de 2014, esse indicador mostra certa acomodação,
mantendo-se praticamente no mesmo patamar do ano anterior. Já o rendimento médio
real do trabalhador iniciou 2014 em um nível maior que o observado no ano passado,
quando ficou estável em relação a 2012 (Gráfico 10).
Fato positivo é constatar que, desde 2013, a geração líquida de postos de trabalho
vem sendo impulsionada pelos pequenos negócios, enquanto as médias e grandes
empresas têm demitido mais do que contratado, segundo dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (CAGED, divulgado pelo MTE).
7,31 6,70 6,28
12,50
7,25
11,00
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00 em
% a
.a.
Fonte: IBGE e Bacen
Gráfico 8 - Inflação (IPCA acum. 12 meses) X Taxas de juros (Selic)
IPCA (acum. 12 meses) Taxa Selic
4,31%
5,91%
6,50%
5,84% 5,91%
6,47%
6,00%
5,50% 5,50%
6,12%
2009 2010 2011 2012 2013 2014* 2015* 2016* 2017* 2018*
Fonte: IBGE * Projeções: Bacen - Boletim Focus de 23.05.14
Gráfico 9 - IPCA - Variação anual (%)
UGE/NA - NEP 13/21
Tem contribuído também para o aumento do rendimento médio real das pessoas
ocupadas, a política de reajuste do salário mínimo, que considera a taxa de
crescimento do PIB de dois anos antes do reajuste, acrescida da inflação do ano
precedente.
Porém, com o desempenho mais fraco do PIB, desde 2012, os reajustes reais do
salário mínimo tendem a ser menores, o que certamente contribuirá para a redução do
consumo. Paralelamente, os reajustes reais de salários dos trabalhadores, em geral,
não atrelados ao salário, também têm sido menores. Além disso, dois outros fatores
que têm agido no sentido de inibir o consumo são os aumentos das taxas de juros e o
nível de endividamento da população.
TAXAS DE JUROS E CRÉDITO
Após ter sofrido nove aumentos consecutivos (de abril/2013 a abril/2014), a taxa
básica de juros da economia (Selic) foi mantida em 11% pelo Comitê de Política
Econômica do Banco Central (COPOM), em sua última reunião (maio/2014). Esses
aumentos tiveram por objetivo conter o consumo e, por conseguinte, a inflação, uma
vez que tendem a provocar encarecimento das operações de crédito bancárias, em
geral.
Pelo Gráfico 11, a seguir, pode-se perceber, a título de exemplo, aumentos contínuos
nas taxas de juros do crédito pessoal (para pessoa física) e do capital de giro (pessoa
jurídica), pelo Sistema Financeiro Nacional. O saldo da carteira de crédito dos bancos,
referente ao crédito pessoal, continua crescente, mas o saldo referente a operações
de capital de giro, mostra certa estabilidade. Com o aumento da inadimplência, os
bancos tornaram-se mais seletivos nas concessões de crédito, dificultando o acesso
ao crédito para os interessados.
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
2500
2600
21.200
21.700
22.200
22.700
23.200
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/13
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Fonte: IBGE Obs.: Os dados se referem a pessoas com 10 anos ou mais ocupadas e ao rendimento médio nominal referentes às regiões metropolitanas das cidades de Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre.
Gráfico 10 - Pessoas ocupadas X Rendimento médio real
Pessoas Ocupadas (em mil) - eixo da esquerda
Rendimento médio real das PO - eixo da direita
UGE/NA - NEP 14/21
O nível de endividamento das famílias no Sistema Financeiro Nacional continua
crescente, tendo atingido, em março/2014, 45,73% da renda acumulada por elas nos
últimos 12 meses. Já a inadimplência do consumidor, embora tenha se reduzido em
meados de 2013, voltou a subir, retornando aos elevados níveis de 2012 e inicio de
2013 (Gráfico 12).
O volume de microcrédito direcionado a microempreendedores, pelo sistema
financeiro, também cresceu de forma significativa, principalmente, ao final de 2013,
mas neste ano já retoma aos níveis de meados do ano passado. Já a inadimplência
nessa linha também registrou aumento expressivo, e permanece em níveis elevados,
na faixa de 6,3% (Gráfico 13).
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
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100.000
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200.000
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300.000
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400.000
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1
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Nov
Dez
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3
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Fonte: Bacen
Gráfico 11 - Saldo de Crédito (CG e CP) X respectivas Taxas de juros X Selic
CG (Capital Giro - saldo R$ milhões) CP (Crédito Pessoal - saldo R$ milhões)
Tx. Juros CG (% a.m.) Tx. Juros CP (% a.m.)
Selic (% a.a.)
45,73
152,5
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
180,0
30
35
40
45
50
55
60
jan
/10
mar
mai
o
jul
set
no
v
jan
/11
mar
mai
o
jul
set
no
v
jan
/12
mar
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jan
/13
mar
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jul
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12
mes
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Fontes: Bacen (endividamento) e Serasa (Inadimplência)
Gráfico 12 - Endividamento X Inadimplência
Endividamento (eixo da esquerda)
Inadimplência (eixo da direita)
UGE/NA - NEP 15/21
Segundo o Boletim Focus do Banco Central, analistas do mercado financeiro
prospectam aumento da taxa básica de juros (Selic), que deve fechar 2014 em 11,25%
a.a., aumentando ainda mais em 2015 (12,00% a.a.), só voltando a cair em 2016.
Fato positivo foi constatar que houve migração de 32 milhões de consumidores, das
classes D/E para a classe C, entre 2003 e 2011, o que fez com que os consumidores
desta classe passassem a representar mais da metade da população (54%). Trata-se
de uma mudança estrutural, que alterou o perfil de consumo do brasileiro. Esses 32
milhões de “novos” consumidores passaram a demandar produtos e serviços que
antes não demandavam. A continuar esse ritmo, a perspectiva é de que, neste ano, a
classe C passe a representar 58% do total de consumidores, com a migração de mais
15 milhões de pessoas, provenientes das classes D/E.
1.269
709
6,3
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
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Inad
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(%)
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ilhõ
es)
Fonte: BACEN
Gráfico 13 - Microcrédito concedido a microempreendedores X Inadimplência
Microcrédito concedido (R$ milhões) Inadimplência no microcrédito (em %)
13,75%
8,75%
10,75%
11,50%
7,25%
10,00%
11,25%
12,00%
11,00% 10,50%
10,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014* 2015* 2016* 2017* 2018*
Fonte: Bacen *Projeções analistas financeiros - Boletim Focus (23.05.14)
Gráfico 14 - Taxa Selic (% a.a.) - Projeções
UGE/NA - NEP 16/21
Apesar dessas estimativas otimistas para o crescimento da classe “C”, o menor ritmo
de elevação da massa salarial pode anular, parcialmente, o efeito positivo que o
aumento da classe “C” venha a causar na economia.
POLÍTICA FISCAL
Para tentar minimizar as dificuldades enfrentadas pelo setor industrial e proporcionar
maior competitividade às empresas do setor, o Governo lançou, em agosto de 2011, o
Plano Brasil Maior (PBM), focando mais especificamente os setores que vinham
enfrentando forte concorrência com os produtos importados.
Uma das principais medidas contempladas no PBM foi a desoneração da folha de
salários com a substituição da contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a
folha de pagamento, por uma alíquota de 1,0% ou 2,0% sobre o faturamento das
empresas, dependendo do setor. Essa medida, que abarca atualmente 56 setores da
economia, teria validade até o final deste ano, mas o governo decidiu torná-la
permanente. Destaque-se que essa decisão representa uma renúncia fiscal da ordem
de R$ 21,6 bilhões, por ano.
No início de 2014, o governo havia anunciado corte de R$ 44 bilhões nas despesas,
preservando-se, no entanto, os gastos previstos para os setores de saúde, educação,
desenvolvimento social e ciência, tecnologia e inovação, já com a intenção de cumprir
a meta de superávit primário de R$ 99 bilhões (1,9% do PIB), definida para este ano.
Pelo menos, no primeiro quadrimestre de 2014, a meta estipulada para o período (de
R$ 28 bilhões) foi cumprida, tendo em vista que o governo central (União, Previdência
Social e Banco Central) registrou superávit primário de R$ 29,6 bilhões.
Apesar do esforço do governo, o risco de a meta de superávit primário não ser atingida
este ano persiste, considerando a elevação dos gastos públicos e a perspectiva de
redução das arrecadações, em função de uma atividade econômica mais retraída.
0
40
80
120
160
200
2003 2011 2014
9664
49
66105
118
1323 29
em
milh
õe
s d
e p
esso
as
Fonte: Centro de Políticas Sociais (FGV)
Mudança na configuração das classes sociaisA e B: acima de R$ 7.475,00
C: de R$ 1.734,01 a R$ 7.475,00
D e E: até R$ 1.734,00
UGE/NA - NEP 17/21
Resumo do cenário nacional:
• A taxa básica de juros (Selic) saiu de 7,25% (março/2013) para 11% a.a.
(abril/2014) e deverá permanecer em patamar elevado neste ano, chegando
em 11,25% a.a. e em 2015 (12% a.a.), só voltando a cair a partir de 2016.
• Crédito para capital de giro das empresas mostra certa estagnação, o que
pode estar associado ao aumento da inadimplência, fazendo com que os
bancos se tornem mais seletivos na concessão do crédito.
• Inflação (IPCA) permanece elevada, próxima ao teto da meta (6,5%) e deve
fechar 2014 em 6,47%, segundo expectativas dos agentes financeiros, caindo
a partir de 2015, com repique em 2018.
• Meta de superávit primário para o setor público consolidado este ao (1,9% do
PIB) corre o risco de não ser atingida, em função das desonerações fiscais,
aumento dos gastos públicos e perspectiva de redução da receita, com
arrefecimento da atividade econômica.
• Taxa de câmbio (RS/US$) tende a continuar desvalorizada, favorecendo a
indústria nacional e os exportadores. Mas, por outro lado, penaliza os
importadores de insumos e pode pressionar os índices de inflação.
• Investimentos devem continuar puxando o crescimento do PIB, neste e nos
próximos anos, com menor participação do Consumo das famílias, tendo em
vista o elevado nível de endividamento e inadimplência da população.
• Pela ótica da oferta (produção), o setor de Serviços, que inclui o Comércio,
continuará a dar sustentação ao PIB do país nos próximos anos, com ligeira
recuperação da Indústria.
• Desoneração (INSS) sobre folha de pagamento para 56 setores, de caráter
permanente, somada à redução das tarifas de energia elétrica, tende a
minimizar os custos de produção das empresas brasileiras, aumentando suas
competitividades frente a produtos importados.
• Analistas do mercado financeiro prospectam elevação de 1,6% para o PIB em
2014, devendo registrar taxas pouco maiores nos anos seguintes, chegando a
2017 e 2018 com crescimento em torno de 3,0%.
UGE/NA - NEP 18/21
Oportunidades para as MPE
A Copa do Mundo de Futebol (junho e julho de 2014) e os Jogos Olímpicos (2016)
devem proporcionar grandes oportunidades para os pequenos negócios no país. Só o
impacto da Copa do Mundo na economia brasileira, por exemplo, está estimado em
R$ 142 bilhões (Ernst & Young, 2010).
Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Sebrae aponta que a
Copa do Mundo tende a beneficiar, mais diretamente, nove setores, por conta dos
investimentos antes, durante e depois do evento. São eles:
Construção civil;
Tecnologia da informação;
Turismo;
Produção associada ao turismo;
Comércio varejista;
Serviços;
Vestuário;
Madeira e móveis; e
Agronegócio.
Além dos investimentos previstos para os eventos esportivos, o Governo Federal
aponta para a continuidade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que
se soma aos investimentos que serão realizados pelos setores público e privado, em
decorrência da descoberta do petróleo da camada Pré-Sal. Só a Petrobras pretende
investir R$ 87 bilhões até 2016 no Pré-Sal. Junto com os investimentos, surgem
inúmeras oportunidades para pequenos negócios na cadeia produtiva do petróleo e
em atividades diversas em regiões de grandes obras.
Projeta-se também, para os próximos anos, forte transformação da composição etária
da população brasileira, o que sinaliza novas oportunidades de negócios a serem
oferecidos para o público de faixa etária igual e superior a 60 anos, cuja
representatividade na população será cada vez maior, atingindo 30% em 2050 (o triplo
da representatividade atual).
26% 26% 24% 21% 20% 19% 17% 14% 13% 12% 11% 10% 10% 9% 9%
23% 22% 21% 21% 21% 18% 17%17% 16% 14% 12% 11% 11% 10% 10%
18% 19% 19%18% 18%
18% 18%17%
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15% 15%15% 15%
6% 6% 6% 7% 7% 8% 9%11% 12% 12%
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14% 14%
6% 6% 7% 7% 8% 9% 10% 12% 14% 16% 19% 21% 24% 27% 30%
0%
10%
20%
30%
40%
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60%
70%
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100%
19
80
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19
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20
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20
05
20
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20
15
20
20
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25
20
30
20
35
20
40
20
45
20
50
Fonte: IBGE - dados obtidos em mar-11
Envelhecimento da população brasileira
60 ou mais anos
50 a 59 anos
40 a 49 anos
30 a 39 anos
20 a 29 anos
10 a 19 anos
0 a 9 anos
UGE/NA - NEP 19/21
O quadro, a seguir, consolida os principais eventos, programas e projetos previstos
para este e próximos anos no país, sendo que alguns deles já estão em andamento.
Especifica ainda os setores envolvidos e os respectivos volumes de recursos
correspondentes aos investimentos e às desonerações fiscais, o que pode ser
entendido como uma janela de oportunidade para as empresas que atuam ou que
venham a atuar nesses setores.
Quadro de oportunidades para os pequenos negócios
Eventos Ano SetoresInvestimentos/desonerações
(estimativas)
Copa do Mundo 2014Construção civil, turismo, TIC, Comércio varejista, Serviços,
Vestuário, Madeira e móveis e AgronegóciosR$ 142 bilhões
Olimpíadas (RJ) 2016 Idem acima R$ 30 bilhões
Internet longo prazoTecnologias de Informação e Comunicação (TIC), e-
commerce e web 2.0ND
Petrobras (Pré-sal) até 2016 cadeia produtiva do petróleo R$ 87,4 bilhões
Logística R$ 158 bilhõesEnergia R$ 466,3 bilhõesSocial e Urbano (Bolsa família, Minha Casa Minha Vida etc) R$ 365,1bilhõesTotal R$ 989,4 bilhões
Desonerações fiscais (INSS
sobre a folha de pagamento) 2013 e 2014
Construção civil, Bens de capital, Material elétrico, Têxteis e
confecções, Couros e calçados, Plásticos, Móveis, Fabricação de
aviões, Fabricação de navios, Fabricação de ônibus, Aves, suínos e
derivados, Pescados, Pães e massas, Fármacos e medicamentos,
Autopeças, Equip. médicos e odontológicos, Bicicletas, Pneus e
câmaras de ar, Papel e celulose, Vidros, Fogões, refrigeradores e
lavadoras, Cerâmicas, Pedras e rochas ornamentais, Tintas e
vernizes, Construção metálica, Equipam. ferroviário, Fabricação de
ferramentas, Fabricação de forjados de aço, Parafusos, porcas e
trefilados, Brinquedos, Instrumentos óticos, Call Centers, Design
houses, Hotéis, TI e TIC, Suporte técnico de informática, Manutenção
e reparação de aviões, Aéreo, Marítmo, fluvial e navegação de apoio,
Rodoviário coletivo, Comércio varejista.
R$ 16 bilhões (2013) e
R$ 24 bilhões (2014)
Programa de Investimento em
Logística: Rodovias e Ferrovias2013 a 2017 Construção civil pesada R$ 79,5 bilhões
PAC 2 de 2011 a 2014
UGE/NA - NEP 20/21
Conclusão
O crescimento da economia brasileira continuará mais atrelado ao dinamismo do
mercado interno do que do mercado internacional, tendo em vista o lento processo de
recuperação da economia americana e dos países que integram a Zona do Euro e a
desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa.
Embora as commodities agropecuárias, minerais e metálicas devam continuar a ser
representativas na pauta de exportação brasileira, seus preços não devem apresentar
aumentos significativos, em função do desaquecimento da economia global.
Diante desse quadro, as perspectivas para as empresas exportadoras brasileiras não
são tão otimistas quanto se desejaria, em que pese o novo patamar do câmbio (real
mais desvalorizado em relação ao dólar). Já as empresas que atuam
predominantemente no mercado interno tendem a se beneficiar mais da atual taxa de
câmbio e das desonerações fiscais, que objetivam aumentar a competitividade dessas
empresas frente aos produtos importados.
Os aumentos reais menores da renda do trabalhador, associado ao menor
crescimento do mercado de trabalho, ao aumento do nível de endividamento da
população e da inadimplência do consumidor, deve agir no sentido de reduzir o
consumo, contribuindo cada vez menos com o crescimento do PIB, pela ótica da
demanda agregada.
Apesar do cenário pouco favorável, oportunidades para os empreendedores (e futuros
empreendedores) de pequenos negócios continuarão a surgir, podendo-se destacar os
eventos esportivos, como a Copa do Mundo, neste ano, as Olimpíadas, em 2016, na
cidade do Rio de Janeiro, assim como os programas e projetos da cadeia do petróleo
e gás e tantos outros que envolvem grandes volumes de investimentos, em diversos
setores da economia.
Dado esse cenário, seria de se esperar que as empresas procurassem investir mais
em inovação e sustentabilidade, pois assim teriam condições de buscar melhorias em
processos e diferenciação/diversificação de seus produtos/serviços, o que contribuiria
significativamente para o aumento de suas competitividades frente aos concorrentes
externos, mais precisamente.
Painel – Impacto do Cenário Econômico Social na forma de atuação do Sebrae
Ameaças/Oportunidades para as MPE Oportunidades para atuação do Sebrae Programas associados
> Maior participação dos Investimentos no PIB.
> Aumento da participação das MPE nas cadeias produtivas
setoriais, principalmente, na área de infraestrutura logística
(rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos etc) e na
Construção civil.
> Reforço/ampliação dos projetos de atendimento, ou
seja, com abordagem territorial e setorial: Setorial; Setor-
segmento; Encadeamento produtivo (cadeia produtiva do
Petróleo e Gás, por exemplo) e desenvolvimento
territorial.
SEBRAETEC; ALI; SEBRAE MAIS e
NEGÓCIO A NEGÓCIO;
TERRITÓRIO DA CIDADANIA, NA
MEDIDA.
> Crescimento moderado do PIB (entre 1,6% e 3,0%).
> Ingresso de 15 milhões de novos consumidores
na classe C, provenientes das classes D/E, em 2014.
> Indústria: Maior concorrência interna, tanto com
produtos importados quanto nacionais.
> Serviços: Desempenho melhor que a indústria,
mas com tendência de taxas de crescimento
menores.
> Consumo das famílias em ritmo menor, em função
da redução da renda real e do elevado nível de
endividamento/inadimplência da população.
> Elevação das taxas de juros.
> Reajustes reais (acima da inflação) de salários
continuam, mas em ritmo menor.
> Taxa de câmbio mais desvalorizada (oscilando
entre R$ 2,20 e R$ 2,50 por dólar).
> Aumento da concorrência interna.
> Aumento dos Investimentos em Inovação e/ou diferenciação
de serviços e produtos e em Sustentabilidade, para recuperar
competitividade.
> Redução da receita das empresas.
> Custos (operacionais e financeiros): Se, por um lado, taxas de
juros mais elevadas e aumento real dos salários agem no
sentido de elevar os custos das empresas, por outro, as
desonerações fiscais e redução no preço da energia tendem a
reduzí-los.
> Taxa de câmbio desvalorizada:
> Encarecimento dos preços dos insumos/bens importados tende
a beneficiar a indústria nacional, que produz bens similares,
mas penaliza as empresas que comercializam esses bens
importados ou os utilizam em seus processos produtivos.
> Aumento da competitividade para o exportador.
> Ampliação de ações voltadas a investimentos em
inovação e/ou diferenciação de produtos.
> Desenvolvimento de soluções orientadas para as
necessidades atuais e futuras das MPE.
> Maior conscientização dos empreendedores para
adoção de ações voltadas à sustentabilidade.
> Capacitação do empreendedor para um melhor
gerenciamento financeiro do seu negócio (fluxo de
caixa).
> Apoio à capacitação de empresas no processo de
internacionalização.
SEBRAETEC; ALI; SEBRAE MAIS;
NEGÓCIO A NEGÓCIO;
TERRITÓRIO DA CIDADANIA; NA
MEDIDA; SEI.
> Gastos públicos devem permanecer em níveis
elevados
> Continuidade de aumento das compras governamentais com
maior participação das MPE.
> Maior participação das MPE nas Compras
Governamentais.
> Aprofundamento do processo de implementação da Lei
Geral das MPE nos municípios.
SEBRAETEC; ALI; SEBRAE MAIS;
NEGÓCIO A NEGÓCIO;
TERRITÓRIO DA CIDADANIA.
> Eventos esportivos: Copa do Mundo (2014) e
Olimpíadas no Rio de Janeiro (2016).
> Serviços: Turismo (hospedagem, bares e restaurantes,
operadoras e agências de turismo, organizadores de eventos e
outros); Economia criativa (souvenir, cultura, entretenimento,
gastronomia como identidade culinária local); Serviços em
geral Tecnologia da informação; Cursos de línguas estrangeiras.
> Indústria: Construção civil, Madeira e Móveis, Moda (Têxtil e
confecções, couro e calçados, gemas e jóias).
> Comércio: Comércio Varejista; Artesanato.
> Agronegócios: Apicultura, Cafeicultura, Cachaça, Floricultura,
Fruticultura, Mandiocultura, Suinocultura, Vitivinicultura.
> Ampliação de projetos com abordagem setorial e
territorial: Setorial, Setor-segmento e Territorial, nas
cidades onde ocorrerão esses eventos e nas cidades
circunvizinhas.
> Participação em feiras de negócio e rodadas de
negócio
SEBRAE 2014; SEBRAE MAIS;
NEGÓCIO A NEGÓCIO.
> Aumento expressivo do número de
Microempreendedores Individuais (MEI), devendo
superar o número de Micro Empresas (ME), já em
2015.
> Quantidade de Micro e pequenas empresas tende
a crescer de forma vegetativa, acompanhando o
crescimento da população.
> Inclusão no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
> Emissão de Notas Fiscais.
> Auxílio maternidade, Auxílio doença e Aposentadoria pelo
INSS.
> Facilidade na abertura de conta bancária e obtenção de
empréstimo bancário.
> Isenção de tributos federais e pagamento de valor fixo
mensal: R$ 34,90 (comércio ou indústria), R$ 38,90 (prestação de
serviços) ou R$ 39,90 (comércio e serviços), atualizados
anualmente com base no salário mínimo.
> Aumento da concorrência.
> Aumento da inadimplência.
> Aumento do atendimento/capacitação desse público.
> Desenvolvimento de soluções específicas para os MEI,
incluindo cursos/treinamentos para melhor
gerenciamento financeiro do seu negócio, sem desprezar
o atendimentos às micro e pequenas empresas, que
continuarão a crescer e a demandar os produtos e
serviços do Sebrae.
NEGÓCIO A NEGÓCIO;
TERRITÓRIO DA CIDADANIA; SEI e
NA MEDIDA.
> Aumento da expectativa de vida da população.
> Envelhecimento da população brasileira
> Turismo; Clínicas médicas, de fisioterapia, de estética, de
repouso, serviços de enfermagem/cuidadores(as) etc.
> Reforço/ampliação dos projetos com abordagem
setorial: Setorial; Setor-segmento e Encadeamento
produtivo.
> Elaboração de estratégias específicas para os setores e
segmentos que se beneficiarão com essa tendência.
SEBRAETEC; ALI; SEBRAE MAIS.
Inte
rnac
iona
l > Cenário internacional:
= Economia dos EUA em lenta recuperação;
= Desaceleração da economia chinesa;
= Lenta recuperação dos países da Zona do Euro.
= Mercados emergentes continuarão a puxar o
crescimento da economia mundial, mas crescerão
menos.
> Redução das exportações, em volume e valor (menor
demanda mundial e queda de preço das commodities) .
> Busca de mercados alternativos (emergentes), como, por
exemplo, Ásia, Norte da Áfria, Oriente Médio e América Latina.
> Aumento da concorrência externa.
> Melhor capacitação das empresas voltadas à
exportação (redução de custos, investimentos e
redirecionamento de mercado).
> Maior divulgação e utilização dos produtos da Unidade
de Acesso e Inovação e Tecnologia (UAIT)
SEBRAE MAIS (Planejando para
internacionalizar)
Cenário prospectivo: Principais Tendências
Nac
iona
l
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