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SANTOS

Segunda-feira, 29 de junho de 2015

DESENVOLVIMENTOacima da média

Expansões do porto, exploração do pré-sal, obrasde infraestrutura e turismo animam os negócios

Above average developmentPort expansions, pre-salt exploration, infrastructure

works and tourism drive business

SOCIALSOCIALEducação e saúde ganham atençãopermanenteEducation and healthalways priorities

PRÉ-SALPRE-SALTImpacto é positivo.E a produçãoapenas começouPositive impact andproduction only beginning

INOVAÇÃOINNOVATIONEspaço reservadoà atração daalta tecnologiaMaking space toattract high tech

TURISMOTOURISMInfraestruturadá base aosegmentode negóciosInfrastructure underpins booming business segment

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4 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS

F estejado como o segundo maior mercado de consumo nacional, o interior de São

Paulo ocupa posição de liderança no mapa econômico brasileiro por conquistas compro-vadas. No pelotão de frente do ranking do Produto Interno Bruto (PIB) municipal – os 20 maiores –, por exemplo, há seis cidades paulistas. Em outra filtragem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando vistas as não capitais, isto é, os mu-nicípios de todo o interior brasileiro, sete dos dez principais estão no Estado de São Paulo.

Sobre este rico cenário, a série de revistas especiais Cidades em Crescimento, que o DCI inicia com a presente publicação, quer lançar um olhar mais aprofundado e analíti-co. Para mostrar não só a prosperidade econô-mica dos principais municípios paulistas, mas também as conquistas nas áreas sociais que visam ao bem-estar da população. As revistas serão bilíngues – português e inglês – e circu-larão encartadas na edição nacional do DCI. Um reparte especial será distribuído em even-tos, missões empresariais ao exterior e inicia-tivas que visem à atração de investimentos e negócios ao interior paulista.

A cidade escolhida para inaugurar a série foi Santos. Hospedeira do maior porto do País e da América Latina e, nas águas vizinhas, das riquezas do pré-sal, responde pelo 14º PIB do Brasil e o 5º do Estado de São Paulo. Marcas vigorosas que não a impedem de se manter com o 6º Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Ou seja, um ótimo lugar para se viver, investir e empreender.

Os Editores

Com US$ 116,1 bilhões embarcados em 2014, o porto mantém a liderança no País e na América Latina e está em constante expansão.

O prefeito Paulo Alexandre Barbosa fala sobre o plano geral de metas que estabeleceu para a administração e os novos projetos em andamento.

CONSELHO EDITORIAL: Alaide Quercia, Cristiane Quercia, Andreia Quercia, Claudia Rei, Rubens Pedretti Júnior, Roberto Lira e Liliana LavorattiDIRETORIA: DIRETOR-EXECUTIVO: Rubens Pedretti Júnior - [email protected]ÇÃO: DIRETOR: Roberto Lira – [email protected]; EDITORA-ABERTURA: Adriane Castilho – [email protected]; EDITORA-FECHAMENTO: Liliana Lavoratti [email protected]; EDITORES: Anna Lúcia França, Camila Abud, Claudia Bozzo, Davi Brandão, Renato Carvalho, Renê Gardim, Vanessa Stecanella e Wagner Gueller

CARTA DO EDITOR SUMÁRIO

Interior paulista,um cenáriode prosperidade

PORTO

Entrevista

10

8

Inovação 23 Construção civil 31

Saúde 42

Educação 46O futuro do pré-sal 28Parque Tecnológico 26

34

38

A cidade investe na infraestrutura para se firmar como endereço prefe-rencial para o turismo de negócios

Um dia de discussões entre governo e empresários sobre a necessidade de melhorias e expansão do porto

TURISMO

10º FÓRUM COMEXLOG

DEPARTAMENTO COMERCIAL: DIRETORA DE MERCADO: Katiane Oliveira – [email protected] . GERENTES COMERCIAIS: Nacional - Sandro Bertoloti [email protected] ; São Paulo- Luciana Wensko [email protected]; EXECUTIVOS DE CONTAS: Grandes Agências, José M. Molina; Governos e Prefeituras, Sergio Albacete; PME, Aline Lopes, Samir Moura e Pedro Cardoso; Marketing – Fabiana MarchDCI SEDE SÃO PAULO: Rua Major Quedinho, 90 – 7º e 8º andares, Centro, São Paulo, SP, CEP 01050-030. Telefone (11) 5095-5200. Publicidade – (11) 5095-5300/5301 [email protected]/[email protected]. Redação – Telefone (11) 5095 5200, fax (11) 5095-5308, [email protected]

Editora: Rosvita Laux – [email protected]: Jaime Matos – [email protected] inglês: Kendra Johnson – [email protected]órteres e colaboradores: Cristiane Bottini, Erico Luiz, Iolanda Nascimento, Gisela Bello, Isabel FernandesRevisor: Mauro de BarrosArte: Editoria de arte.comProjeto gráfico, edição de arte, fotografia e infografia: Renato Brandão – [email protected],Alex Silva – [email protected]ção e editoração eletrônica: Ronald Capristo Trapino, José Roberto SagliettiFotos da capa: Tadeu Nascimento e Agência Petrobras/DivulgaçãoImpressão: Log & Print Gráfica e Logística

EXPEDIENTE

SANTOS

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6 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS

SANTOSSão Vicente

Participação nasexportações do estado

Share of state's total exports

7,55%

Área (km²)

280,67 População (2014)

Population

422.740Taxa analfabetismo (2010)

Illiteracy rate

2,22%Grau de urbanização

Urbanization (%)

99,83%4,36

1,0

3,36

Exportações (2014 – US$ bilhões FOB)Exports (2014 - US$ billions FOB)

Importações (2014 – US$ bilhão FOB)Imports ( 2014 - US$ billions FOB)

Saldo (2014 – US$ bilhões FOB)Trade Balance (2014- US$ billions FOB)

Estrutura empresarial/Corporate Structure

B

B

Fonte/Source: IBGE (Cadastro Central de Empresas/ Central Company Register )

p

Pessoal ocupado assalariado

Salaried workers

165.487

151.943

120

5

121110092008

Número de empresas atuantes

Number of active companies

3,33,3

121110092008

Salário médio mensal (Salários mínimos)

Average monthly salary (multiples of the minimum wage)23.287

23.200

121110092008

PIB (2012 )R$ milhões correntesGDP (2012 - R$ millions)

37.722,53PIB per capita (2012)

R$ correntesPer capita GDP (2012 - R$ )

89.898,17

Coleta de lixo(2010 – % domicílios)

Trash collection (2010 - %of households)

99,80Abastecimento de água

2010 – % domicílios)Water supply (2010 - %

of households)

99,56 Rede de esgoto

(2010 – % domicílios)Sewerage system (2010 - %

of households)

95,29Médicos/1.000

habitantes (2014)Doctors per 1,000 inhab

(2014)

6,34

Fonte/Source: PNUD

1º2º3º4º5º6º7º8º9º

10º0,8 1,000

CuritibaBrasília

JoaçabaNiterói

SANTOSVitória

Balneário CamboriúFlorianópolis

Águas de São PedroSão Caetano do Sul 0,862

0,8540,8470,8450,8450,8400,837

0,8270,8240,823

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (IDHM)MUNICIPAL HUMAN DEVELOPMENT INDEX

Os 10 melhores do Brasil/The 10 Best in Brazil

Expectativa de vida (anos)

Life Expectancy (years)

78

SAÚDE E BEM-ESTARAN EYE ONWELL-BEING

In Portuguese, commas are used in theplace of decimal points, and decimal points

are used in the place of commas.

APRESENTAÇÃO

Strong economy, with quality of life

Economia forte, com qualidade de vida

Com um Produto Interno Bruto de R$ 37,7 bilhões, Santos é a quarta economia paulista e a 14ª nacional, cujo principal motor é o porto, o maior do Brasil

e da América Latina e peça fundamental para o comércio exterior brasileiro. Por ali foi movimentado no ano passado quase um terço (27%) de toda a carga embarcada ou de-sembarcada no País. Em valor, US$ 116,1 bilhões – 25,3% do total exportado.

No futuro próximo a economia será bafejada também pela influência dos resultados da produção do petróleo no pré-sal, que tem crescido firmememente.

As conquistas, no entanto, não ficam restritas ao campo econômico. Santos é a sexta cidade brasileira no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). A população, virtualmente estável, mostra alto perfil educa-cional: 23% tem o curso superior, ante a média estadual de 11,6% e a nacional de 8,81%. E o atendimento à saúde tam-bém é exemplar. Por exemplo, a cidade tem 6,3 médicos para cada mil habitantes, bem à frente da média nacional, de 1,8.

Neste cenário, o município se coloca em posição privi-legiada na atração de novos investimentos privados. O turismo continua interessando aos aplicadores. Até 2017, o número de leitos da rede hoteleira deverá crescer 48%, de 4.066 para 6 mil. Serão mais sete hotéis na cidade, que hoje tem 22, com 1.643 apartamentos.

Ao lado das atividades tradicionais, o que se quer agora é trazer empresas inovadoras de tecnologia. Para isso, foi criado o Parque Tecnológico, autarquia municipal encar-regada de atrair investimentos que gerem empregos e pro-movam a inclusão social por meio da união entre pesquisa e setor produtivo.

With a R$ 37.7 billion GDP, Santos is the fourth largest municipal economy in the state of São Paulo and the 14th

largest in Brazil. The driving force is its port, the largest in Latin America and key to the country’s foreign trade. The port handled nearly a third (27%) of all the cargo that was shipped or received by Brazil last year. In dollar terms, US$116.1 billion – 25.3% of total exports.

But Santos’ success is not limited to the economy. It ranks sixth in Brazil on the Municipal Human Development Index (MHDI). The population has a high level of education: 23% have a college degree, compared to the state average of 11.6% and the national average of 8.8%. And health care is exemplary: the city has 6.3 doctors for every 1,000 inhabitants.

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CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 7

SANTOSSão Vicente

Participação nasexportações do estado

Share of state's total exports

7,55%

Área (km²)

280,67 População (2014)

Population

422.740Taxa analfabetismo (2010)

Illiteracy rate

2,22%Grau de urbanização

Urbanization (%)

99,83%4,36

1,0

3,36

Exportações (2014 – US$ bilhões FOB)Exports (2014 - US$ billions FOB)

Importações (2014 – US$ bilhão FOB)Imports ( 2014 - US$ billions FOB)

Saldo (2014 – US$ bilhões FOB)Trade Balance (2014- US$ billions FOB)

Estrutura empresarial/Corporate Structure

B

B

Fonte/Source: IBGE (Cadastro Central de Empresas/ Central Company Register )

p

Pessoal ocupado assalariado

Salaried workers

165.487

151.943

120

5

121110092008

Número de empresas atuantes

Number of active companies

3,33,3

121110092008

Salário médio mensal (Salários mínimos)

Average monthly salary (multiples of the minimum wage)23.287

23.200

121110092008

PIB (2012 )R$ milhões correntesGDP (2012 - R$ millions)

37.722,53PIB per capita (2012)

R$ correntesPer capita GDP (2012 - R$ )

89.898,17

Coleta de lixo(2010 – % domicílios)

Trash collection (2010 - %of households)

99,80Abastecimento de água

2010 – % domicílios)Water supply (2010 - %

of households)

99,56 Rede de esgoto

(2010 – % domicílios)Sewerage system (2010 - %

of households)

95,29Médicos/1.000

habitantes (2014)Doctors per 1,000 inhab

(2014)

6,34

Fonte/Source: PNUD

1º2º3º4º5º6º7º8º9º

10º0,8 1,000

CuritibaBrasília

JoaçabaNiterói

SANTOSVitória

Balneário CamboriúFlorianópolis

Águas de São PedroSão Caetano do Sul 0,862

0,8540,8470,8450,8450,8400,837

0,8270,8240,823

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (IDHM)MUNICIPAL HUMAN DEVELOPMENT INDEX

Os 10 melhores do Brasil/The 10 Best in Brazil

Expectativa de vida (anos)

Life Expectancy (years)

78

SAÚDE E BEM-ESTARAN EYE ONWELL-BEING

In Portuguese, commas are used in theplace of decimal points, and decimal points

are used in the place of commas.

INFOGRAFIA: ALEX SILVA/EDITORIA DE ARTE

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8 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS

Um programa com 151 metas, avaliado a cada três meses, é o mapa que indica às secretarias municipais os caminhos que a administração deve seguir

Prioridade é alcançar a máxima eficiência

Conseguir maior eficiência da má-quina pública, qualificar mão de

obra para o mercado de trabalho local e encontrar novas alternativas de in-vestimento público. Estas são três das prioridades com que o prefeito de San-tos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), trabalha.

Ao assumir o governo, em janeiro de 2013, as sete principais secretarias, que reúnem 85% dos servidores da cidade, passaram a seguir um plano geral de metas, em que os bons resultados es-tão atrelados a melhorias para a pasta e bonificação nos salários. A partir do início de julho, a iniciativa se estenderá para as outras dez secretarias. O objeti-vo é fortalecer o caixa em um momen-to de queda da arrecadação. “Isso não é uma prática usual no setor público e é inédita na Baixada Santista”, afirma Barbosa.

Veja a seguir os principais trechos da entrevista concedida pelo prefeito para a presente edição:

Cidades em Crescimento – O senhor assumiu a prefeitura em janeiro de 2013 e adotou um programa de efici-ência. Quais são os resultados conse-guidos até agora?Paulo Alexandre Barbosa – Ao assu-mir, com auxílio da Fundação Vanzo-lini, criei um programa de metas de desempenho e resultados para sete se-cretarias, que reúnem 85% dos nossos servidores. A partir de julho a iniciativa se estenderá para as outras dez secreta-

rias. São 151 metas que foram criadas e que são avaliadas trimestralmente. Os resultados serão anunciados em breve, mas têm sido muito bons. No início de junho, implementamos uma ação que visa reduzir os processos em papel da prefeitura. Por exemplo, o servidor, ao solicitar licença-prêmio, não precisa mais fazê-lo por papel. São pequenas iniciativas que trarão economia de R$ 500 mil por ano. Isso ajuda a fortalecer o governo em um momento em que a arrecadação caiu 4% de janeiro a maio.

ENTREVISTA/PREFEITO PAULO ALEXANDRE BARBOSA

FOTO: PATRICIA ZEPPELLINI/GOVERNO DE SÃO PAULO

Erico Luiz

Pequenas iniciativas trarão economia de R$ 500 mil por ano. Isso ajuda a fortalecer o governo em um momento em que a arrecadação caiu 4% de janeiro a maio

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CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 9

Raise the efficiency of the machinery of government, train the workforce for the

local job market and find new alternatives for public investment. These are three of the priorities set by Santos Mayor Paulo Alex-andre Barbosa.When he took office in January 2013, seven of the city government’s main departments started to work with a plan that will be ex-tended to include another ten in July. The goal is to strengthen the administration’s cash position at a time when revenue is down. “This is not a common practice in the public sector and it is unheard of in the San-tista Basin region,” said Barbosa. The main excerpts from the mayor’s interview with Developing Cities/Santos are below:

CC – Muito se tem falado das Parcerias Público-Privadas (PPPs) como forma de prefeituras e governos estaduais au-mentarem os investimentos. Como San-tos tem visto isso?PAB – Elaboramos uma legislação mu-nicipal sobre PPPs, que foi aprovada no ano passado pela Câmara. Em março, assinamos acordo com a Fipe [Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, ligada à FEA/USP] para estudos de PPPs em três áreas: iluminação pública, construção de uma nova rodoviária e garagens subter-râneas. Os estudos deverão ser entregues em março de 2016. A ideia é ver o que po-deremos oferecer de garantias, contrapar-tidas e como poderíamos fazer parcerias nestas três áreas.

CC – Hoje cerca de 40% da arrecadação anual de Imposto Sobre Serviços (ISS) está atrelada às atividades portuárias. A exploração gradual do pré-sal poderá agregar uma nova atividade à economia de Santos. Como a prefeitura trabalha para que o trabalhador da cidade possa participar desse ciclo de crescimento? PAB – Temos um foco na qualificação da

A program with 151 targets is assessed every three months and maps out the course the municipal administration should take

Priority: achieve maximum efficiency

Nossa preocupação não está apenas no ensino universitário. No básico vamos investir para que cada professor tenha um computador e cada aluno, um tablet

mestrado e doutorado tenha o custo do curso bancado pela prefeitura. Isso será iniciado nesse segundo semestre.

CC – Como está o projeto do complexo de viadutos para melhorar a logística de chegada e saída dos caminhões ao porto?PAB – Hoje todos esses deslocamentos são feitos por um único viaduto. Com a obra, passam a dispor de outros sete. É um projeto importante, de R$ 700 milhões. Uma parte, cerca de 40%, é da prefeitura, as outras duas partes cabem ao governo paulista e à União. Assinamos acordo com a Caixa Econômica Federal, estamos avançando. O início das obras pode se dar no fim de 2016. Já a Dersa está fazendo os estudos executivos das obras que a União e o governo de São Paulo teriam de fazer. A expectativa é de que todas as obras pos-sam ser realizadas em paralelo. O tempo de entrega seria de 18 meses.

You took office in January 2013 and ad-opted an efficiency program. What are the results so far?When I took office, I created a perfor-mance and results-based program for seven departments that employ 85% of our public servants. Starting in July, the initiative will be extended to another ten departments. We created a total of 151 targets, which will be assessed every three months. In early June, we implemented a system to reduce the number of paper processes in the municipal government. They are minor initiatives that will save R$ 500,000 per year. This helps strengthen the government at a time when revenue fell 4% from January to May.

Nearly 40% of ISS services tax revenues currently come from port activities. The growth of pre-salt oil exploration could result in a new economic activity for San-tos. What is the local government doing to make sure the city’s workers can partici-pate in this growth cycle? We are focusing on training the local work-force. This is a key part of our growth strat-egy. First, we have a plan to bring innovation to the city, which will help attract a higher caliber of investment. We are building the region’s first technology park, which will be opened next year. We have reserved an adjacent plot for [the oil giant] Petrobras to build its first technology center in the state of São Paulo. Nearby, there will be a tech-nical school, a technical university, and a Universidade de São Paulo local campus for oil and gas engineering. But we are not just worried about the university level: we are also going to invest so every school teacher has a computer and every student, a tablet.

mão de obra local. Isso está na nossa es-tratégia de crescimento. Primeiro, temos um projeto de incorporar inovação na ci-dade, o que ajudará a atrair mais investi-mento diferenciado para Santos. Estamos construindo o primeiro parque tecnoló-gico da Baixada Santista, que será inau-gurado no próximo ano. Cedemos uma área vizinha a ele para a Petrobras cons-truir seu primeiro centro de tecnologia no Estado de São Paulo. Próximo aos dois centros tecnológicos, teremos uma escola técnica e uma faculdade técnica. A Uni-versidade de São Paulo tem um campus com cem vagas no curso de engenharia de óleo e gás. A preocupação não está apenas no nível universitário. No básico vamos investir para que cada professor tenha um computador e cada aluno, um tablet. No fim do ano passado, lançamos uma inicia-tiva para que todo professor da rede bási-ca municipal que tiver interesse em fazer

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10 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS

ARTE: ALEX SILVA SOBRE FOTO DE LUIZ FERNANDO MENEZES E SERGIO FURTADO

PORTO

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Page 8: Cidades em crescimento_Santos

CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 11

ARTE: ALEX SILVA SOBRE FOTO DE LUIZ FERNANDO MENEZES E SERGIO FURTADO

Melhorias nos sistemas de movimentação, reajuste tarifário, saneamento de encargos e redução dos gastos são as ferramentas

para equilibrar a administração

Sintoniafina na gestão

O porto de Santos continua imba-tível como principal responsá-vel por trazer divisas ao País via

exportações. Em valores, foi a porta de saída de um quarto (25,3%) das merca-dorias embarcadas para o exterior no ano passado, no montante de US$ 116,1 bilhões. Para comparar: a participação do segundo colocado, o porto de Para-naguá, foi de 6,7% .

Esta posição de liderança exige um esforço formidável. Por exemplo, operar cerca de seis mil embarcações por ano. Ou administrar o vai-e-vem de carga levada por 2,9 milhões de caminhões – cerca de 2,1 milhões desses transpor-tando contêineres – e 371,4 mil vagões ferroviários no ano passado. Tudo isso demanda uma extensão de cais de qua-se 16 mil metros e área útil total de 7,8 milhões de metros quadrados, pela qual se espalham 55 terminais marítimos e retroportuários e 65 berços de atracação, dos quais 14 são de terminais privados (Cutrale, Dow Química, Usiminas, Vale-fértil e Embraport).

Além da carga pesada, o porto de San-tos funciona também como a principal rota de transatlânticos do País. No ano passado embarcaram, desembarcaram ou estiveram

em trânsito no porto 734,5 mil turistas. Si-nal de tempos mais apertados: foram 805,6 mil em 2013 e 963,5 mil em 2012.

Mesmo com a paradeira da econo-mia, o movimento não para de crescer. De janeiro a abril de 2015, o embarque e desembarque de cargas aumentou 4,7% em relação ao mesmo período do ano

Isabel Fernandes

Fonte/Source: Sistema Alice/Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).*Portos e aeroportos/*Ports and airpots

LIDERANÇA NOS EMBARQUESLEADER IN SHIPMENTSValores exportados pelos portos brasileiros em 2014Exports by Brazilian ports in 2014

0 50 100 150 200

Outros*São Francisco

São SebastiãoItajaí

Rio de JaneiroSão Luís

Rio GrandeSepetiba

VitóriaParanaguá

SANTOS 116,130,6

26,724,1

2019,719,216,513,715,8

155,6

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12 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS

anterior. Para este ano todo, estima-se uma movimentação de cargas em torno de 112,5 milhões de toneladas, ante 111,2 milhões em 2014.

Dar conta da tarefa exige natural-mente um investimento constante em melhorias. Agora, por exemplo, estão em curso melhorias na área de gestão, que já demonstram resultados positivos. Tais melhorias fazem parte do Programa de Modernização da Gestão Portuária, iniciado em 2014. Esse investimento, de R$ 10 milhões, é de responsabilidade da Secretaria dos Portos (SEP) do governo federal, à qual é vinculada a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), sociedade de economia mista, responsá-vel pela administração do porto de San-tos. A meta do projeto é gerar benefícios sociais e retorno financeiro para o custeio e investimentos no porto.

A SEP escolheu começar o programa por Santos para permitir que as lições aprendidas na primeira experiência con-tribuíssem para acelerar a evolução nos demais portos, o que de fato ocorreu. Ini-ciado em abril de 2014, foi estendido aos portos do Rio de Janeiro (CDRJ) e a oito portos no Pará cerca de um mês e meio depois.

“Queremos promover um salto de qualidade em todo o setor portuário na-cional, colocando a administração das Companhias Docas em um novo patamar de competitividade e eficiência”, afirma Jean Paulo Castro e Silva, diretor do De-partamento de Gestão e Sistemas Portuá-

ments by the number two port, Paranaguá, represented 6.7%.

But being at the top requires an enor-mous amount of effort. For example, the port operates nearly six thousand ship-ments per year, and oversaw the coming-and-going of cargo carried by 2.9 million trucks – nearly 2.1 million of them trans-porting containers – and some 371,400 railroad cars last year. All this requires a dock that is nearly 16,000 meters long and a total area of 7.8 million square meters containing 55 maritime and dry port ter-minals and 65 mooring berths.

In addition to heavy cargo, the Port of Santos also serves as the primary port of call for transatlantic liners in the country. Last year, some 734,500 tourists arrived, departed or were in transit at the port. A sign of harder times: in 2013, the figure was 805,600 and in 2012, 963,500.

Even with the slowdown of the Brazil-ian economy, the amount of cargo handled by the port continues to grow. From Janu-ary to April 2015, the shipment and re-ceipt of cargo increased 4.7% from a year earlier. For the full year, it is estimated that the port will handle some 112.5 mil-

rios da Secretaria de Políticas Portuárias da SEP.

Para desenvolver e instalar as melho-rias na gestão, tanto em Santos como nos demais portos, a SEP contratou serviços de consultoria da empresa Deloitte, que acompanha a primeira fase de implan-

tação dos novos modelos, priorizando ações e estabelecendo cronogramas. Para agregar experiências bem-sucedidas, re-presentantes da SEP, da Codesp e da De-loitte visitaram os portos de Barcelona, na Espanha; Leixões e Lisboa; em Portu-gal; Cingapura; Busan, na Coreia do Sul;

Fine-tuning management

The Port of Santos is still unrivaled in its position as the port that brings in

the most foreign currency to the country through exports. In numbers, it was the exit point for a quarter (25.3%) of the goods shipped abroad last year, in the amount of US$ 116.1 billion. As a comparison: ship-

PORTO

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Page 10: Cidades em crescimento_Santos

CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 13

FOTO: LUIZ FERNANDO MENEZES

No ano passado foram recebidasseis mil embarcações, servidas

por 2,9 milhões de caminhões e 371,4 mil vagões ferroviários

lion tons of cargo, compared to 111.2 mil-lion in 2014.

Coping with this task naturally requires ongoing investment in improvements. Now, for example, improvements are being made to port management and the positive results are already visible. The upgrades are part of the Port Management Mod-ernization Program, which began in 2014. This $10 million investment is being made by Federal Government Ports Department (SEP), which is linked to the São Paulo State Port Authority (CODESP) which manages the Port of Santos. The goal of the

project is to generate social benefits and fi-nancial returns to cover the running costs and investments in the port.

SEP decided to start the program in Santos so the lessons learned there could help speed up the development of the country’s other ports, and this is already happening. Launched in April 2014, the program was extended to all ports in Rio de Janeiro State and to eight ports in Pará State less than two months later.

“We want to radically improve quality throughout the national port sector, rais-ing the management by port authorities

to new levels of competitiveness and effi-ciency,” said Jean Paulo Castro e Silva, di-rector of SEP’s Port Systems Management Department.

To develop and install the improve-ments in management both in Santos and in the other ports, SEP has contracted the consulting services of the multinational Deloitte, which is overseeing the first implementation stage of the new mod-els. To learn from successful experienc-es, representatives of SEP, CODESP and Deloitte visited the ports of Barcelona in Spain; Leixões and Lisbon in Portugal;

Fonte/Source: Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). *Previsão. Até abril foram movimentados 35,8 milhões de toneladas no total

A TODA CARGA/ FULL STEAM AHEADMovimentação no porto de Santos – em milhões de toneladas/Volume handled at the Port of Santos - in millions of tons

0

40

80

120

2015*2014201320122011201020092008200720062005

Importação Exportação Total

21,5

50,471,9

34,3

78,1

112,4

Hong Kong, na China; e Los Angeles e Long Beach, nos Estados Unidos.

“Nosso objetivo é atingir um padrão de qualidade de serviço compatível com as necessidades do mercado mundial, dado que os portos são a principal por-ta para o comércio exterior, mas isso não será alcançado em uma virada de chave. O projeto de melhoria dos portos do País foi dividido em três ondas: de curto, mé-dio e longo prazos”, afirma Castro e Silva.

As iniciativas da primeira fase são aquelas que não demandam investimen-tos, nem mudanças normativas, e têm impacto menor. A primeira fase já foi ini-ciada e deve ser concluída neste ano. As da segunda fase necessitam de algum in-vestimento e têm impacto intermediário.

A segunda etapa se inicia em meados do segundo semestre e será concluída até o fim deste ano. Por fim, a terceira parte tem impacto mais significativo e depende de maiores investimentos. Ela se inicia no fim do ano e será concluída no térmi-

no de 2016. Os projetos de melhoria da segunda e terceira ondas resultarão em outros investimentos que ainda não estão mensurados.

Além dos benefícios do Programa de Modernização da Gestão Portuária, a Codesp está contando agora com outro trunfo para chegar ao reequilíbrio e con-trole financeiro da administração portuá-ria: o reajuste tarifário.

Entre 2005 e 2014, o volume de mer-cadorias no porto de Santos cresceu 54,6%, de 71,9 milhões de toneladas para 111,2 milhões de toneladas. Este avanço foi conseguido sem aumento das tarifas portuárias, que desde maio de 2005 não eram reajustadas. Como comparação, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP--M) registrou inflação de 65% no mesmo intervalo de tempo. Após esses dez anos de congelamento, as tarifas tiveram o au-mento aprovado pelo órgão regulador do setor, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em maio de 2015.

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14 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS

FOTO: SÉRGIO FURTADO

Singapore; Busan in South Korea; Hong Kong in China; and Los Angeles and Long Beach in the United States.

“Our goal is to establish a standard of service quality that is compatible with the needs of the global market, given that ports are the main gateway for foreign trade. But this won’t be achieved over-night. The project to improve the coun-try’s ports has been split up into three stages: short, medium and long-term,” said Castro e Silva.

The first stage involves initiatives that require no investments or regulatory

Principal rota de transatlânticosdo País, o porto recebeu

734,5 mil turistas em 2014

Somado a essas ações, há o esforço da atual gestão em buscar o saneamento de encargos e a redução dos gastos para a nova fase. “A Codesp iniciou uma nova fase com sua estruturação para atuar com um novo modelo de gestão. Isso permiti-rá reforçar seus valores originais e criar uma cultura organizacional com mentali-dade de inovação, buscando crescimento e comprometimento com altos padrões de segurança, qualidade dos serviços e sustentabilidade”, afirma a Codesp.

Entre os estudos que estão em anda-mento para modernizar a gestão e o po-tencial de desenvolvimento do porto de Santos, um deles trata da acessibilidade ao porto por todos os modais: ferroviá-rio, rodoviário, dutoviário e hidroviário. Integram esse estudo iniciativas como o VTMIS (suporte eletrônico à navegação, dotado de radares e câmeras) e o Porto-

log (sincronização da chegada dos cami-nhões e das cargas aos terminais).

Estas ferramentas são importantes para planejar a chegada de embarcações e caminhões, em conjunto com a Secre-taria dos Portos. O Portolog já funciona, em caráter experimental, desde o fim de outubro de 2014. Pelas regras de agen-damento, todo caminhão que chega ao porto dois dias antes ou dois dias após o período agendado é considerado infrator, segundo a Resolução nº 83.2014.

De acordo com os resultados alcan-çados até agora, no fim do ano passado 95% dos veículos agendados cumpriam o prazo estabelecido. Para 2015, o objetivo

changes, and that have less of an impact. This stage has already started and should be completed later this year. The second stage requires some investments that will have medium-term impacts. It will begin in the second half and be concluded be-fore the end of the year. Finally, the third part, which will begin at the end of this year and be completed at the end of 2016, will have a more significant impact and require larger investments.

Besides the benefits of the Port Man-agement Modernization Program, CODESP is also planning to rebalance the

finances of the port administration by in-creasing handling fees.

Between 2005 and 2014, the volume of goods handled by the port of Santos increased 54.6% from 71.9 million tons to 111.2 million tons. This growth was achieved without an increase in handling fees, which have not been changed since May 2005. By comparison, inflation mea-sured by the General Market Price Index (IGP-M) rose 65% over the same time pe-riod. After a 10-year price freeze, an in-crease in fees was approved by the regula-tory agency in May 2015.

é aprimorar ainda mais o sistema, esten-dendo o agendamento às composições ferroviárias, obedecendo a uma progra-mação conjunta entre as concessionárias, por meio de uma central de controle.

Em relação às obras no entorno do porto de Santos, estão em andamen-to serviços de dragagem. A maioria das contratações para dragagem foi feita por meio de pregões eletrônicos. Há ainda um conjunto de projetos viários sendo tocados em parceria com o governo do Estado de São Paulo e a Codesp, tendo como intervenientes a Prefeitura Munici-pal de Santos e a empresa de Desenvolvi-mento Rodoviário (Dersa).

PORTO

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CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 23

Com incentivos, setor de ponta toma forma

Objetivo é agrupar em dez bairros empresas de tecnologia, especialmente as sintonizadas à atividade portuária, do petróleo e do turismo de negócios

Para atrair os empreendimentos do futuro – empresas que produzam e utilizem intensivamente a inovação

–, Santos tem desde 2013 a Lei do Incen-tivo Fiscal, elaborada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação do município. A iniciativa conta com um segundo, e não menos importante, objetivo: estimular a restauração de áre-as degradadas e pouco frequentadas da cidade, com edifícios, galpões e depósi-tos abandonados ou de baixa utilização. Nesses locais – numa área que abrange dez bairros centrais – a prefeitura preten-de reunir todas as empresas de inovação e tecnologia, integradas com a vocação portuária, prestação de serviços e de tu-rismo de negócios do município.

Por enquanto, é difícil estimar o im-pacto dessa lei na economia da cidade, diz José Antonio Oliveira de Rezende, se-cretário adjunto da secretaria. “O retorno virá com a legalização de empresas que atualmente trabalham na informalidade e também com a geração de empregos e com o aumento de renda. A meta tam-bém é revitalizar a área central de Santos, sem perder sua imagem histórica. Com o desconto, abrimos a oportunidade para as empresas se instalarem em antigos galpões e depósitos, hoje subutilizados”, explica Rezende.

A atração de empresas que tragam inovação não perde de vista as vocações da cidade. Em função das necessidades do porto, são necessários prestadores de serviços de logística e mobilidade. Cer-ca de 60% da arrecadação da cidade vem dessa área. Por outro lado, a exploração do petróleo do pré-sal exige o desenvol-

FOTO: RAIMUNDO ROSA

O retorno virá com a legalização de empresas que atualmente trabalham na informalidade e também com a geração de empregos e com o aumento de renda.José Antonio Rezende

vimento de produtos de alto valor agre-gado.

Nesse setor já se produzem resulta-dos. Em janeiro deste ano foi aprovado o projeto do Centro Tecnológico da Baixa-da Santista (CTBS), que reunirá pesqui-sadores de petróleo e gás. A iniciativa é das universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp), em parceria com nove insti-tuições de ensino superior que atuam na Baixada Santista, e da Petrobras. O cen-tro, cujo projeto arquitetônico está pron-to, será construído numa área de três mil metros quadrados ao lado da futura sede do Parque Tecnológico, com investimen-to de R$ 77 milhões da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

“Santos está se firmando também como local para o turismo de negócios. Temos mais de 20 hotéis em operação e outros oito em construção. De 3,8 mil leitos, vamos aumentar para mais de 5,5 mil”, afirma Rezende.

Tudo isso é possível devido ao nível de educação da cidade: 97,8% da população é alfabetizada e 23% tem ensino superior, enquanto a média nacional é de 8,3% e a estadual, de 11,6%. O polo universitário da cidade tem 11 entidades de ensino su-perior, diz Rezende.

Com sede em Santos há 14 anos, a MKT Virtual é uma descobridora de ta-lentos locais: emprega cerca de 50 profis-sionais formados na Baixada Santista. A empresa cria sites, campanhas on-line e produtos interativos para companhias de médio e grande porte que faturam, em média, R$ 100 milhões ao ano.

A empresa também mantém em San-

tos um auditório para treinamento, ino-vação e pesquisa (TIP) e para promover o conhecimento e estimular o desen-volvimento do mercado de tecnologia, comunicação e comunicação digital da Baixada Santista com palestras, cursos e workshops. Tudo gratuito.

“Acredito no potencial de Santos. A

Isabel Fernandes

INOVAÇÃO

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24 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS

Aim is to group technology companies into ten neighborhoods, especially those attuned to port activities, oil and business tourism

With incentives, cutting-edge industry takes form

FOTO: DIVULGAÇÃOFOTO: DIVULGAÇÃO

To attract enterprises of the future – com-panies that produce and use innovation

intensively – Santos adopted a Fiscal Incen-tive Law penned by the municipality’s Eco-nomic Development and Innovation Secre-tariat in 2013. The initiative has a second, and no less important, objective: to stimulate the restoration of degraded and unused areas of the city where there are buildings, ware-houses and abandoned or low-use deposits. In these places – an area spanning 10 core

Ludmilla Rossi de Oliveira

cidade tem muitos talentos. É importante a Secretaria de Desenvolvimento tirar os projetos de inovação do papel para que haja a retenção desses talentos na cidade. Do contrário, eles vão migrar para outros municípios”, afirma Ludmilla Rossi de Oliveira, sócia-diretora de planejamento e criação da MKT Virtual.

Desde 2002 em Santos, a Interfa-ce Engenharia presta consultoria para importação e exportação de produtos. Possui laboratório para análise de têx-teis, de referência nacional, que verifica as características de fibras, fios, tecidos e vestuários, com fins de classificação de produtos e elaboração de laudos periciais para atender às exigências da legislação aduaneira. Recentemente, a empresa foi também credenciada para a análise de brinquedos.

A empresa tem 40 funcionários. “Do total, 90% têm curso superior completo e fazem pós-graduação. Nossa atividade exige atualização constante da legislação e conhecimento técnico dos equipamen-tos utilizados”, diz Fábio Campos Fatalla, diretor da Interface.

neighborhoods – the city aims to bring to-gether all innovation and technology com-panies integrated with port activities, servic-es and business tourism in the municipality.

For the time being, it is difficult to es-timate the impact of the law on the city’s economy, says José Antonio Oliveira de Rezende, deputy secretary of the secretariat. “The returns will come from the legaliza-tion of companies currently working in the informal sector, resulting in greater job cre-ation and higher income. The goal is also to revitalize downtown Santos while preserving its historical image. With this discount, we have opened opportunities for companies to set up in old, currently underutilized ware-houses and deposits,” says Rezende.

Depending on the needs of the Port of Santos, logistics and mobility services pro-viders will be necessary. About 60% of the city’s collections come from this area. On the other hand, exploration of pre-salt oil reserves requires the development of high value-added products.

This sector is already producing results. In January this year, the Lower Santos Tech-nological Center (CTBS) was approved, bringing together oil and gas researchers. This initiative involves the participation of the São Paulo (USP), Estadual Paulista (UNESP) and Campinas (Unicamp) uni-versities, in partnership with 9 higher edu-cation institutions operating in the Lower Santos region, besides Petrobras. The center will be built in a 3,000 m2 area next to the future home of the Technology Park, with a US$ 77 million investment from the Na-tional Oil, Natural Gas and Biofuels Agency (ANP).

“Santos is also becoming a business tourism spot. We have more than 20 ho-tels in operation and 8 under construction. From 3,800 beds, we will expand to more than 5,500,” asserts Rezende.

All this is possible due to the city’s high education levels: 97.8% of the population is literate and 23% are college educated, com-pared to a national average of 8.3%.

É importante tirar os projetos de inovação do papel para que haja a retenção de talentos na cidade; do contrário, eles vão migrar para outros municípios.

De nossos funcionários, 90% têm curso superior completo e fazem pós-graduação; nossa atividade exige atualização constante.Fábio Campos Fatalla

INOVAÇÃO

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26 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS

PARQUE TECNOLÓGICO

Endereço único para as empresas de alta tecnologia

Está em construção o espaço onde as companhias poderão trocar ideias e conhecimento, com apoio e assessoria profissional para desenvolver e executar projetos

A oferta de isenção de impostos e taxas municipais por cinco anos não é o único nem o principal

atrativo oferecido pelo Parque Tecnoló-gico de Santos – que abrange dez bairros da cidade e terá um edifício-sede em uma área livre do antigo Colégio Santista, na Vila Nova. O mais importante para as empresas de tecnologia que se instalarão ali serão a sinergia e a troca de idéias e de conhecimentos, além do apoio e assesso-ria profissional para o desenvolvimento e execução de projetos.

Em construção desde o ano passado, o edifício-sede, com sete andares, custará R$ 16 milhões, dos quais o governo do es-tado financiará R$ 10 milhões. Está sendo erguido em uma área livre do antigo Co-légio Santista, na Vila Nova, e deverá estar concluído no fim de 2016. Terá uma área de laboratórios para desenvolver projetos nas áreas ambiental, de logística e mobi-lidade urbana, além de espaço para em-presas incubadas. “Na fase inicial, vamos selecionar dez projetos”, explica Marcus Sammarco, diretor-técnico da Fundação Parque Tecnológico de Santos (FPTS). O projeto inclui sala de reuniões, miniaudi-tório com recursos de multimídia, labora-tórios técnicos, acesso à internet, bibliote-ca e refeitório.

As empresas incubadas terão à dis-posição consultorias nas áreas jurídica, financeira, contábil e de marketing, entre outras. Também receberão apoio para de-finição de modelo de negócios, avaliação de viabilidade de áreas e prospecção de mercado.

Uma das empresas já incubadas é a Gestão Empresarial por Observação (Ge-obs), que ocupa há 15 meses um espaço

O projeto do edifício-sede, com sete andares, em construção no núcleo do Parque Tecnológico, na Vila Nova, prevê a instalação de vários laboratórios e uma biblioteca

FOTO: DIVULGAÇÃO

de 36 metros quadrados no prédio antigo de um colégio próximo ao local do edifí-cio-sede do parque.

Com uma equipe de dez funcionários, todos moradores na Baixada Santista, a Geobs colocou há três meses no mercado o software Logits, de rastreamento logísti-co on-line de carga, que pode ser acompa-nhado em um mapa. “O software está em

fase de implantação e vai incorporar me-lhorias ao longo do tempo”, explica Pedro Veras dos Anjos, sócio-diretor da Geobs.

A Lei Complementar nº 812, de 29 de novembro de 2013, do município de San-tos, que instituiu o incentivo fiscal para o Parque Tecnológico, prevê cinco anos de isenção de 100% das taxas de licenças, do Imposto Sobre Serviços (ISS) e do Impos-

Isabel Fernandes

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CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 27

to Predial e Territorial Urbano (IPTU), por exemplo. “O benefício fiscal é válido para as empresas que estão no edifício do núcleo e também para as empresas de tec-nologia com sede em um dos dez bairros de abrangência do parque”, afirma Sam-marco.

Na avaliação de Pedro Veras dos An-jos, mais importante do que o benefício fiscal, o que vale é o ambiente de coope-ração e troca de ideias entre os profissio-nais de diferentes áreas. “Tive a ideia do software de logística e foi no Parque Tec-nológico que encontrei meu atual sócio. Ele ajudou a colocar o projeto em prática. O local permite interatividade. É onde as coisas acontecem”, diz.

A Associação Comercial de Santos (ACS) tem uma cadeira no conselho ad-ministrativo da Fundação Parque Tec-nológico, junto com outras empresas de todo o Brasil, entre elas a Cargill e a Pe-trobras. O conselho é responsável, entre outros assuntos, pelas diretrizes e normas

FOTO: ISABELA CARRARI

“Na fase inicial, vamos selecionar dez projetos de incubação”, informa Marcus Sammarco, diretor-técnico da Fundação Parque Tecnológico de Santos

A single address for high techConstruction is underway on the site where companies will swap ideas and knowledge with professional support for project development and execution

The offer to exempt municipal taxes and fees for five years is not the only attrac-

tion offered by the Santos Technological Park – which will span 10 neighborhoods and have its main building in Vila Nova. Companies settling in the park will first and foremost take advantage of the synergy with other con-cerns and the exchange of ideas and know-ledge, in addition to professional support for development and execution of projects.

Under construction since last year, the seven-story main building will cost R$ 16 million, some R$ 10 million of which finan-ced by the state, and be completed in 2016. It will have a lab area to develop projects in the environmental, logistics and urban mobility sectors, in addition to space for incubated

ted the fiscal incentives to the Tech Park allows for a five-year tax exemption of 100% of license, excise (ISS) and property taxes (IPTU), for example. “The fiscal benefit is valid for companies in the main building and tech companies located in the 10 nei-ghborhoods that comprise the park,” affirms Sammarco.

But Dos Anjos believes that the envi-ronment of cooperation and information exchange is more important than the tax breaks. “I had the idea for the logistics soft-ware and it was at the Technology Park that I found my current partner. He helped to get the project off the drawing board. The locale allows for companies to interact. It is where things happen,” he said.

The Santos Commercial Association (ACS) has a seat on the administrative coun-cil of the Santos Technology Park Founda-tion along with other companies from all over Brazil, including Cargill and Petrobras. The council is responsible for the guidelines and norms for joining the park. “Through the association, large companies are observing what is being produced in the Technological Park,” said the associate director of Geobs.

companies. “In the initial stages, we will se-lect 10 projects,” explains Marcus Sammarco, technical director of the Santos Technological Park Foundation (FTPS). The project inclu-des a meeting room, a mini-auditorium with multimedia resources, technical laboratories, a library and a cafeteria. Companies incuba-ted there will have legal, financial, accounting and marketing consultants available to them, among other things. They will also receive support to define their business model, con-duct feasibility studies and undertake market prospection.

One of the companies that is currently being incubated there is Gestão Empresarial por Observação (Geobs), which has occupied a 36 m2 space in the building of a former high school located near the main park building. Three months ago, Geobs and its team of 10 employees (all residents of the Santos Basin)released Logits, an online logistics tracking software for cargo which can be monitored on a map. “The software is in the installation stages and will incorporate improvements over time,” explains Pedro Veras dos Anjos, associate director of Geobs.

The November 2013 law (812) that gran-

de acesso dos empreendedores ao parque. “Por meio da associação, grandes empre-sas estão observando o que está sendo

produzido no Parque Tecnológico”, diz o sócio-diretor da Geobs, também repre-sentante da ACS no conselho.

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O melhorainda

está por virExploração da riqueza da bacia impulsiona a economia local a crescer acima da paulista e a mantém atrativa ao

investimento diversificado

Mesmo com as incertezas do mer-cado mundial de petróleo e gás, a extração brasileira no pré-sal

decolou e já representa quase um terço do total produzido pela Petrobras. Nada mal para uma operação que está apenas no início. Mesmo com a possibilidade de revisão nos valores devido à oscilação nos preços do óleo, causada pelo aumento da oferta global, e dos escândalos que a en-volvem no momento, a Petrobras toca um plano de investimento de US$ 82 bi-lhões somente no pré-sal para o período de 2014-2018. Estes são indicadores que Santos não perde de vista, já que é o quar-tel general da petroleira para os seus ne-gócios na bacia de Santos, onde ficam 20 dos 39 poços produtores do pré-sal e mais de 60% da produção total deles.

Santos cresceu muito a partir das des-cobertas e investimentos na viabilização da exploração e produção dos campos do pré-sal na bacia, que levaram o Estado de São Paulo ao posto de terceiro maior produtor brasileiro de óleo e gás. A cida-de atraiu novas empresas, o mercado imo-biliário aqueceu e o porto passa por um processo de ampliação em grande parte devido ao potencial do pré-sal, avalia José Antonio de Oliveira Rezende, subsecre-tário de Desenvolvimento Econômico e Inovação do município. O orçamento da cidade pulou de R$ 1,2 bilhão em 2010

Bacia de CamposulSão Paulo

RIO DE JANEIRO

VITÓRIA

Bem-te-vi

IaraParati

Júpiter

Tupi

Caramba

SÃO PAULO

Lula

OCCEANOO ATLÂNNTICO

Guará BM-S-22

Carioca

Fonte: ANP

BACIA DE SANTOSSANTOS BASIN

Caram

para R$ 2, 2 bilhões em 2015. “A própria cidade tem investido muito

e buscado recursos do estado e da União em infraestrutura, a fim de suportar essa expansão e crescimento que estimamos ainda virá”, diz Rezende. Ele cita como exemplos os mais de R$ 6 bilhões investi-dos pela iniciativa privada em três novos

terminais no porto de Santos; os R$ 900 milhões para a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Santos-São Vicente; e os R$ 2,4 bilhões previstos para o túnel Santos-Guarujá, cujas obras estão previs-tas para serem iniciadas ainda neste ano.

Entre os empreendimentos imobili-ários, Rezende destaca o investimento da própria Petrobras em uma nova sede, que abrigará a Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UO-BS) e os demais setores da companhia lotados no município, onde

Iolanda Nascimento

PRÉ-SAL

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CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - 29

Vinte dos 39 poços do pré-sal atualmente ativos – e mais de 60% da produção total – estão localizados na bacia de Santos

FOTO: AGÊNCIA PETROBRAS

a petroleira se instalou apenas em 2006. “A previsão é que todos os nossos 1.500 funcionários estejam no novo prédio no segundo semestre deste ano”, esti-ma o gerente-geral da UO-BS, Osvaldo Kawakami.

Mas há ainda muito mais avanço por vir. A cadeia de fornecimento para a in-dústria do óleo e gás, apesar de forte no Estado de São Paulo, com quase 70% de participação no País, praticamente inexis-te em Santos, segundo Vicente do Valle, diretor da Associação Comercial de San-

tos e coordenador da Câmara de Petróleo e Gás da entidade, porque muitos projetos foram desacelerados. “Mas já temos toda a infraestrutura montada para isso”, diz Valle. O grupo Ciesa, dirigido por ele, in-vestiu recentemente em um condomínio para abrigar empresas estrangeiras da ca-deia e está à espera delas.

Uma das decisões mais esperadas, que pode ser tomada ainda neste ano, é a da instalação dos berços de atracação – bases que permitem abastecer as atividades em alto-mar de peças e máquinas à alimenta-

ção e escoamento de lixo, o que movimen-ta vários setores da economia.

A Petrobras já deu passos iniciais nesta direção. No ano passado, abriu licitação para a contratação dessa base. Apenas uma empresa participou e a petroleira considerou o valor “salgado”, cancelando a operação. Sem fornecer maiores detalhes, Kawakami diz que hoje o atendimento é feito pelo postos do Rio de Janeiro e de Itajaí (SC), mas que há previsão que sejam usados dois berços de atracação na área de Santos.

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30 - Segunda-feira, 29 de junho de 2015 - CIDADES EM CRESCIMENTO - SANTOS

PRÉ-SAL

Extraction of oil from the Brazilian pre-salt reserves has taken off and now ac-

counts for almost a third of the total volume produced by Petrobras. Not bad for an oper-ation that is only just beginning. Even with the possibility of revisions due to the fluctu-ation of oil prices caused by increased global supply and scandals currently surrounding the company, Petrobras is now deploying an US$ 82 billion investment plan for the pre-salt layer alone between 2014 and 2018. And Santos will be the life of the party as the future home to the company’s operations in the Santos Basin, where 20 of the 39 produc-ing pre-salt wells are located, yielding over 60% of their total production.

Santos has grown tremendously since the discoveries and investments to enable ex-ploration and production from the pre-salt

to move into the new building in the second half of this year,” estimates the UO-BS gen-eral manager, Osvaldo Kawakami.

And there is much more to come. The supply chain for the oil and gas industry, while strong in São Paulo State with a nearly 70% national share, is practically nonex-istent in Santos, according to Vicente del Valle, director of the Santos Commercial Association and coordinator of the entity’s oil and gas committee, since many projects have been scaled back. “But we have all the infrastructure ready for it,” he says. The Cie-sa group, headed by Valle, recently invested in a condominium to house foreign compa-nies in the chain and is now awaiting them.

One of the most anticipated decisions which could be taken yet this year is the in-stallation of mooring berths – bases to sup-ply activities on the high seas ranging from parts and machines to food and garbage disposal, involving various sectors of the economy.

A survey conducted by the State Data Analysis Foundation (SEADE) shows that the Santos extractive sector’s share has in-creased from 3% to 20.2% of the total indus-try in the state, and from 0.2% to 6.5% in terms of regional industrial structures.

Levantamento da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostra que a participação da indústria extrativa da Baixada Santista aumentou de 3% para 20,2% do total do setor no estado e de 0,2% para 6,5% na estrutura industrial regional. O que potencializou a diversificação da economia, especialmen-te na prestação de serviços especializados, além da geração de postos de trabalho bem remunerados. “A partir de 2009, quando a atividade de exploração ganhou maior impulso, a economia da Baixada Santista começou a crescer muito além da paulista, se deslocando completamente, quando antes tinha desempenho muito próximo”, diz Cimar Aparício, economis-ta da Fundação Seade, acrescentando que nos picos de crescimento, em 2011 e 2012, a diferença foi superior a 10 e 6 pontos percentuais, respectivamente.

Exploration of the basin’s wealth drives the local economy to grow faster than the São Paulo average and remain attractive for diversified investments

The best is yet to come

fields in the basin have made São Paulo State the country’s third-largest producer of oil and gas. The city attracted new companies, the real estate market has heated up and the port is undergoing expansion largely due to the potential of pre-salt, observes José An-tonio de Oliveira Rezende, Economic De-velopment and Innovation sub-secretary of Santos. The city budget jumped from R$ 1.2 billion in 2010 to R$ 2.2 billion in 2015.

“Santos has invested significantly and sought infrastructure resources from the state and federal governments in order to support the expansion and growth that we expect to come,” says Rezende. He cites as examples the more than R$ 6 billion invest-ed by the private sector in three new termi-nals in the Port of Santos; the R$ 900 million to install the Santos-São Vicente Light Rail Vehicle (LRV); and R$ 2.4 billion earmarked for the Santos-Guarujá tunnel.

Among the real estate enterprises, Rezende highlights Petrobras’ investment in a new headquarters, which will house the Exploration and Production Operations Unit for the Santos Basin (UO-BS) and the other sectors of the company located in the city, where oil production only began in 2006. “We expect all of our 1,500 employees

Kawakami: a previsão é de que a Petrobras utilizará dois berços de atracação em Santos

FOTO: AGÊNCIA PETROBRAS

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O volume de negócios está longe do que se viu entre o início da déca-da e meados de 2014, quando o

mercado imobiliário na Baixada Santista ferveu graças aos investimentos no pré-sal, na ampliação do porto, nos projetos de infraestrutura e na expansão do turismo, atraindo construtoras paulistas e de outros estados. Hoje há estoques e são poucos os

Para empresas, reaquecimento do mercado é questão de tempo

Em comparação com a euforia que durou do início da década a meados do ano passado, os negócios entraram em calmaria. No entanto, há quem aposte que podem recuperar o ritmo antigo a partir de 2016

lançamentos previstos para o ano. Uma si-tuação, enfim, nada diferente da registrada em todo o País. Nem por isso o setor da construção santista desanima. “Já tivemos momentos muito mais difíceis”, afirma Iná Quintas Castaldi, diretora-técnica da Vértice Construtora e Incorporadora, que viu a velocidade de vendas diminuir, mas mantém intacto seu plano de lançamentos.

FOTO: LUIZ FERNANDO MENEZES

CONSTRUÇÃO CIVIL

“O ano deve se encerrar com redução de vendas e lançamentos. Mas em 2016 o mercado começa a voltar a um ritmo mais forte e provavelmente em 2017 retorna aos níveis de 2012 e 2013”, acredita o diretor re-gional do Sindicato da Habitação (Secovi) na Baixada Santista, Carlos Meschini. Para ele, o cenário tem sido muito influenciado pela “negatividade”. “Esse é o maior proble-

Iolanda Nascimento

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ma do mercado imobiliário brasileiro. Há muito pessimismo. Esquecem que os anos anteriores foram muito bons.”

Pesquisas realizadas pela Robert Mi-chel Zarif Assessoria Econômica em parceria com o Secovi mostram que, nos últimos três anos até junho de 2014, as construtoras investiram R$ 9,1 bilhões em lançamentos residenciais em Santos, Gua-rujá, Praia Grande e São Vicente.

Boa parte desses recursos ficou em Santos, com 9.108 ofertas de novas uni-dades, ou 49,2% de participação no total de 18.610 na Baixada Santista no período. Nesse mesmo intervalo, foram negociados 10.793 apartamentos. Nos doze meses an-teriores ao fim de março de 2015, foram lançadas 1.340 unidades e o volume do estoque remanescente diminuiu 132, se-gundo Robert Michel Zarif. “O mercado absorveu 1.472 unidades, nível suficiente para assimilar a reposição de novos imó-veis”, diz. No fim de março havia 3.964 unidades em estoque.

No período de um ano até abril, fo-ram lançadas 382 unidades comerciais em Santos, com aumento de 96 no esto-que, diz Zarif. “O mercado absorveu 286 unidades, ou seja, o nível da demanda foi insuficiente.” No fim de abril, havia 1.639 em estoque.

Na área de habitação popular, em par-ceria com o governo do estado, a prefeitu-ra está construindo mais de 2,7 mil mora-dias para famílias de baixa renda. Segundo a Agência Metropolitana da Baixada San-tista, o déficit habitacional na região pode chegar a 100 mil unidades em 2030. Hoje, gira em torno de 70 mil.

Para Ricardo Beschizza, diretor regio-nal em Santos do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), o ritmo dos ne-gócios será menor neste ano. “Santos não está em situação diferente do restante do País. A conjuntura econômica não é fa-vorável, o crédito está mais escasso e caro e, no mundo inteiro, o setor precisa de fi-nanciamento para crescer. Essa indústria também é muito sazonal; altos e baixos são históricos”, diz.

“Os consumidores estão mais cautelo-sos, mas tem muita gente que precisa de um imóvel. A perspectiva é de melhora já no ano que vem”, avalia Iná, da Vértice.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Em 2016, o mercado começa a voltar a um ritmomais forte

CONSTRUÇÃO CIVIL

Com quase 90 empreendimentos em portfólio e 38 anos de atividade, a santista Vértice tem dois prédios em construção, dos quais um é hotel, lançados no ano pas-sado, com mais de 300 unidades e entrega prevista para 2016. Há ainda dois lança-mentos previstos: um no segundo semes-tre e outro no próximo ano. Em estoque, sete apartamentos. “Estamos dentro do ritmo normal de lançamentos”, afirma Iná.

Sócio da santista Besmon Empreendi-mentos Imobiliários, Beschizza diz que seu último lançamento foi no fim de 2014, e há “algumas unidades ainda à venda”. Não tem nada previsto para este ano. “Não é o momento de empreender, mas de fazer bons negócios, para quem tem dinheiro para comprar.”

Dados do VivaReal, portal de oferta de imóveis à venda e para locação, mostram leve alta, de 1,31%, para R$ 4.959,84, no preço médio do metro quadrado em San-tos no primeiro trimestre de 2015, sobre o

quarto trimestre de 2014. “Neste segundo trimestre, os preços estão estáveis em San-tos e em todo o Brasil. Há dois anos, gira-va em torno de R$ 4,5 mil na cidade, mas depois cresceu muito”, diz Lucas Vargas, vice-presidente comercial do VivaReal.

No portal, com ofertas em cerca de duas mil cidades brasileiras, o volume de anúncios é crescente. Hoje, está próximo de 3,2 milhões, ante 2,8 milhões no fim de 2014, e deve chegar a 3,6 milhões ao fim do ano. Em Santos, o portal tinha 35.479 anúncios no começo de junho, alta de 4% sobre o fim de março. No primeiro trimes-tre de 2014, eram 28 mil.

No entender de Vargas, Santos tem grande potencial, tanto que foi a primei-ra cidade que não é capital escolhida pela empresa, presente em 16 municípios, para a instalação de um filial, há dois anos, que comanda os negócios da companhia em toda a Baixada Santista. “A retração no mercado imobiliário é passageira”, avalia.

Carlos Meschini

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FOTO: LUIZ FERNANDO MENEZES

Neste segundotrimestre, os preçosestão estáveis emSantos e no Brasil

Na previsão do Secovi, a recuperação começa em 2016 e ficará mais forte no ano seguinte

Recovery of real estate market is a matter of time, say firmsThe business volume is far from what

is was between the start of the decade and early 2014, when the real estate mar-ket in the Santos Basin region was boom-ing thanks to investments in pre-salt oil exploration, the expansion of the port, new infrastructure projects and the growth of tourism. Today, there are high inventories and few new product launches planned for the year – a situation not unlike the rest of the country. Nevertheless, the construction sector in Santos is not disheartened. “We’ve been through worse times,” said Iná Quintas Castaldi, technical director of the develop-ment and construction firm Vértice, which has experienced a drop in sales but is not re-

struction Industry Union (SindusCon-SP), the pace of business will be slower this year. “Santos is no different from the rest of the country. Economic conditions are not favor-able, credit is scarce and expensive, and the sector needs financing to grow,” he said.

Data from VivaReal, a real estate list-ings website, reveal that property prices in Santos nudged higher in the first quarter, by 1.31% from a year earlier, to an average of R$4,959.84 per square meter. “In the sec-ond quarter, prices are stable in Santos and all over Brazil. Two years ago, the average price was R$4,500, but then it shot up,” said Lucas Vargas, commercial vice president of VivaReal.

Vargas believes that Santos has a great deal of potential, so much so that it was the first non-state capital city in which the com-pany opened a branch two years ago to over-see business in the region.

ducing its scheduled launches. “Consumers are more cautious, but there are many who need a property,” said Castaldi.

“This year will probably see lower sales and fewer launches. But in 2016, the market will start to pick up and 2017 will probably return to 2012 and 2013 levels,” said Carlos Meschini, regional director of the São Paulo Housing Association (SECOVI-SP) in the Santos Basin. As far as he is concerned, the main problem of the Brazilian real estate market is that “There’s a great deal of pes-simism. People forget how good things were just a few years ago.”

According to Ricardo Beschizza, region-al director of the São Paulo State Civil Con-

Lucas Vargas

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TURISMO

Oferta de atrações vaimuito além dos jardins

A cidade investe em infraestrutura, ganhando músculos para se firmar como endereço do turismo de negócios, atraindo feiras, congressos e eventos culturais, esportivos e corporativos

Iolanda Nascimento

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Foram cinco novos hotéis construí-dos em Santos nos últimos 12 anos. Outros sete ou oito – alguns com

bandeira internacional – devem ser inau-gurados até 2017, sendo que três abrem as portas ainda neste ano ou no início de 2016. Os dados, da Secretaria Municipal de Turismo (Setur) e do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SinHoRes), dão a dimensão do apetite da indústria hoteleira santista, atraída pelo maior movimento no turismo nos últimos anos, especialmente o de negó-

cios, ocasionado pelos investimentos na ampliação do porto e da Petrobras no pré-sal. Também deve-se à iniciativa tan-to do poder público quanto do setor pri-vado da região em se firmar nesse merca-do, a fim de melhorar o desempenho na baixa temporada e mostrar que a cidade tem mais a oferecer, além das praias e do belo e extenso jardim à beira-mar, que entrou para o Guinness Book of Records como o maior de orla urbana marítima.

Uma dessas iniciativas foi a criação, ainda na década passada, do Santos e Região Convention & Visitors Bureau, formado por empresas do setor, governo e entidades associativas para fomentar o turismo de negócios e lazer em toda a Baixada Santista. “A região recebe entre quatro milhões e cinco milhões de pesso-as na alta temporada, e o desafio é man-ter esse número na baixa”, diz Alexandre Nunes, gerente-executivo do Bureau. Somente em 2013, últimos dados dispo-níveis, foram investidos no setor US$ 2 bilhões, entre recursos privados e públi-cos, 97% em infraestrutura. Parte deste valor é proveniente do Fundo de Melho-rias das Estâncias do De-partamento de Apoio ao Desenvolvimento das Es-tâncias (Dade), do gover-no paulista, que destinou à região R$ 90 milhões no ano passado e deve aportar R$ 80 milhões em 2015.

Nos últimos anos, os municípios da região vêm investindo em infra-estrutura, na atração de feiras e congressos e em um calendário diversifi-cado de eventos perma-nentes, principalmente culturais e esportivos. Para 2015, estão agenda-dos 50. A entidade não tem dados mais recentes, mas informa que 49 mil pessoas participaram de eventos técnico-científi-cos, culturais e esporti-vos na região, injetando mais de R$ 52 milhões na economia local, em 2012.

No primeiro semestre de 2013, houve um boom de eventos corporativos em Santos: foram 314 dos quais participaram 24 mil pessoas.

“Santos desponta porque está entre as cidades que têm os melhores índices de renda per capita e IDH do País e é a que concentra maior número de hotéis e restaurantes. Em 2014, os números fo-ram expressivos também, mas neste ano estamos sentindo os efeitos da retração na economia, que diminuiu o fluxo de reuniões corporativas”, ressalta Nunes. O executivo acrescenta que em lazer traba-lha-se também para fomentar o turismo rural, de aventura e ecoturismo, náutico e religioso.

“Santos tem investido para não ser mais apenas um destino para quem busca um balneário, pois a competição é muito forte no País”, diz o secretário de Turis-mo, Luiz Dias Guimarães. Ele observa que a cidade tem um centro histórico que está sendo revitalizado, um calendário de eventos culturais e esportivos permanen-tes e infraestrutura para absorver con-gressos, feiras, destacando o maior audi-

FOTO: TADEU NASCIMENTO

FOTO: TADEU NASCIMENTO

Bondes antigos em circulação: um museu vivo

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tório de centro de eventos do Brasil, com capacidade para 4,6 mil pessoas, além de praias e muitos equipamentos turísticos. Entre as atrações, estão o Museu do Café, instalado na antiga Bolsa Oficial de Café, um casarão restaurado, onde se conhece a história dos tempos áureos da cidade no início do século passado, quando o preço internacional do produto era definido ali; e os passeios em bondes antigos.

Os veículos vieram de várias partes do mundo e foram recuperados. Sete estão em funcionamento e outros cinco, em restauração. “É o único museu ‘vivo’ de bondes da América Latina”, assegura Guimarães, explicando que “vivo” é por-que funcionam, rodam, enquanto em ou-tras cidades são peças de exposição. No ano passado, com investimento próximo de R$ 50 milhões, incluindo aportes do Ministério do Turismo e de empresas, foi inaugurado o Museu Pelé, que exibe peças marcantes da carreira do maior jo-gador de futebol do mundo. “O plano tem sido atrair o turista pelo conjunto, e não apenas pelas praias e jardins. Ele pode até ir à praia, mas será uma opção”, diz o se-cretário.

Na área de infraestrutura turística, o grande avanço é notado na expansão da rede de hotelaria, que nos últimos oito anos mantém uma taxa média de ocupa-ção em torno de 60% e explode nos 90% a 100% no verão. Em 2002, a rede era com-

posta por 2,8 mil leitos, hoje são 4.066 nos 22 hotéis da cidade. E o número de-verá crescer 48%, para seis mil, até 2017, conta o presidente do SinHoRes, Salva-dor Gonçalves Lopes, que destaca ainda

o incremento no número de restauran-tes, lanchonetes e bares em Santos, que responde por quase 40% do total desses estabelecimentos na Baixada Santista. “O movimento tem caído muito neste ano,

Bertioga

Itanhaém

Peruíbe

São Vicente Guarujá

Praia Grande

SANTOS

Cubatão

Mongaguá

São Paulo

PONTOS DE ENCONTRO HANGOUT SPOTSBares e restaurantes na Baixada Santista Bars and restaurants in the Santos Basin

Santos�São VicenteGuarujáBertiogaCubatãoPraia GrandeMongaguáItanhaémPeruíbe

458124163

5950

264196130

367112132

3724

1337

3119

2829366146094204924

BARES/BARS LANCHONETES/DINERS RESTAURANTES/RESTAURANTS

Fonte/Source:�SinHoRes

NOTA/ NOTE: Bares incluem cafés e botequins. Lanchonetes incluem confeitarias e pastelarias. Restaurantes incluem churrascarias e pizzarias / Bares include cafes and taverns ; Restaurants include churrascarias and pizza places

Trabalhadores no setor: 14 mil na Baixada Santista, ou 15 mil se incluído o Vale do Ribeira / Workers in the sector: 14,000 in the Santos Basin or 15,000 if the Vale do Ribeira is included

Five hotels have been built in Santos in the last 12 years. Another seven or eight – in-

cluding some international chains – should be inaugurated by 2017, with three opening their doors late this year or in early 2016. This data from the Municipal Tourism Secretariat (SETUR) and the Hotel, Restaurant and Bar

Association (SinHoRes) paints a picture of the Santos hotel industry’s appetite, whetted by stronger tourism in recent years, partic-ularly in the business segment as a result of investments to expand the Port of Santos and Petrobras’ exploration of the pre-salt layer. The movement also owes to monies flow-ing in from the public and private sectors to become major players in this market. Their objective: improve the poor performance of hotels during the off season and show-case what the city has to offer in addition to beaches and a long and extensive seaside greenbelt, which made the Guinness Book of Records as the largest urban beach garden. One such initiative in the last decade was the establishment of Santos Visitors and Conven-

tions Bureau, formed by sector companies, the government and associations to support business and leisure tourism throughout the Santos Basin. “The region receives between 4 and 5 million people in peak season, and the challenge is to keep that number in the off season,” comments Alexandre Nunes, ex-ecutive director of the Bureau. In 2013 alone, the latest data available, public and private investment totaled US$ 2 billion, some 97% of which in infrastructure. Part of this sum came from the São Paulo State Department of Resort Improvement (DADE), which ear-marked R$ 90 million last year and another R$ 80 million in 2015.

In the last few years, cities in the region have also invested in infrastructure, to attract

City invests in infrastructure, gaining muscles to become a business tourism destination, attracting trade fairs, congresses and cultural events

Much more than gardens

TURISMO

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com a taxa de ocupação ficando em torno de 30% durante a semana e 40% nos fins de semana e feriados, mas esperamos que a crise seja superada até o fim de 2015”, diz Lopes.

Entre os novos hotéis previstos para Santos, estão três administrados pela Atlantica Hotels, representante exclusiva no Brasil das bandeiras/grupos norte-a-mericanos Carlson Rezidor Hotel Group (Radisson e Park Inn by Radisson) e Choice Hotels International (Sleep Inn, Comfort, Comfort Suites, Quality e Cla-rion), além de ter a marca própria Go Inn – todas voltadas ao turismo de negócios. No total, a empresa administra no país 84

hotéis e, segundo o diretor de desenvol-vimento Cristiano Placeres, estão sendo investidos em torno de R$ 70 milhões nos estabelecimentos em Santos. “O ano realmente está atribulado, mas a Atlanti-ca mantém os investimentos planejados e está crescendo neste primeiro semestre acima do ano passado”, afirma.

Dos novos hotéis, um com a bandeira Comfort será inaugurado no segundo se-mestre deste ano e outros dois estão pre-vistos para 2017 e 2019, respectivamente Park Inn e Quality. Os empreendimentos são parte do plano estratégico de cresci-mento da Atlantica, que tem em carteira 75 hotéis em desenvolvimento, 43 deles

em construção e com previsão de aber-tura nos próximos três anos. São R$ 3 bilhões em investimentos, o que eleva o total de ativos administrados pelo grupo a R$ 8,5 bilhões. Em 2014, a companhia faturou R$ 778 milhões, 14,5% acima do ano anterior, e espera crescer 9% em 2015.

Nunes, do Convention & Visitors Bureau (primeira foto, à esquerda), destaca os

investimentos no setor. Por exemplo, em hotéis: a oferta de leitos deve subir de

atuais 4.066 para seis mil, segundo Lopes, do SinHores (centro). Só a Atlantica

Hotels, de Placeres (terceira foto), tem três projetos

FOTOS: DIVULGAÇÃO

trade fairs and conferences and to develop a diversified calendar of ongoing cultural and sports events. For 2015, more than 50 regular events are on the calendar. DADE does not have recent data, but reports that over 49,000 people participated in scientif-ic-technical, cultural and sports events in the region, injecting more than R$ 52 million in the local economy in 2012. In the first half of 2013, there was a boom in corporate events in Santos: the 314 functions saw attendance topping 24,000 people. “Santos stands out be-cause it is among the cities that have the best per capita income and human development indices in the country. It also concentrates the highest number of hotels and restaurants. In 2014, the numbers were also significant,

but this year we are feeling the effects of the economic retraction, which slashed the flow of corporate meetings,” stressed Nunes. The executive adds that they are also working to support rural, adventure, ecotourism, nauti-cal and religious tourism.

“Santos is investing to be more than just a destination for beach-goers because the com-petition is stiff in Brazil,” said Tourism Secre-tary Luiz Dias Guimarães. He observes that the city has a historical downtown that is un-dergoing revitalization, an ongoing calendar of cultural and sports events and the infra-structure to host conventions, trade fairs. He highlights the largest event center in Brazil with a capacity for 4,600 participants, not to mention beaches and many tourism options.

Among these attractions is the Coffee Muse-um, which is in the Old Coffee Exchange, a renovated mansion where tourists can revisit the city’s golden days at the beginning of the past century when international coffee prices were set in Santos. The area also boasts trolley car rides.

The trolleys came from several places all over the world. Seven are currently in oper-ation, while another five are being restored. “It is the only ‘living’ museum of trolley cars in Latin America,” assures Guimarães. Last year, with investments near R$ 50 million, the city opened the Pelé Museum, where vis-itors can enjoy exhibits including a collection of important objects from the world’s greatest footballer’s career.

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Os empresários da área portuária de Santos receberam a confi r-mação de uma boa notícia, em

meados deste mês: a de que estão bem encaminhadas as medidas para atender a uma antiga reivindicação deles – o apro-fundamento do canal de navegação, me-dida que permitirá a atracação de grandes embarcações.

Isso ocorreu durante o Fórum Brasil de Comércio Exterior e Logística, ou Fórum Comexlog, realizado no dia 18, durante o qual foram discutidas as necessidades de melhorias para o porto de Santos. Os re-sultados das discussões foram consolida-dos em um documento de reivindicações, entregue ao ministro Edinho Araújo, da

Secretaria Especial de Portos (SEP), a quem coube encerrar o evento.

O fórum foi prestigiado pelo governo do estado, representado pelo vice-go-vernador, Márcio França, para quem a importância que o Palácio dos Bandei-rantes dá à Baixada Santista se traduz nas importantes obras que programou para a região. “São os viadutos na Imigrantes e na Anchieta, o VLT [Veículo Leve sobre Trilhos], que é a principal obra e que aju-dará a logística local, sem falar no túnel Santos-Guarujá que está sendo projetado”, disse.

Paulo Alexandre Barbosa, prefeito de Santos, foi o principal apresentador do painel sobre logística, durante o qual pe-

Em discussão,o futuro do portoProfi ssionais dos serviços portuários e autoridades das três

esferas de poder passam em revista as melhorias necessárias

10º FÓRUM BRASIL COMEXLOG

FOTOS: CLAUDIO GATTI

Gisela Bello

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diu mais participação local nas decisões que envolvam a gestão portuária. “Não há porto competitivo no mundo inteiro onde as decisões sejam tomadas sem a partici-pação intensa do governo municipal. To-dos conferem autonomia ao poder local; o Brasil caminha em direção contrária”, comentou.

Barbosa pediu também maior parti-cipação do governo estadual na gestão portuária, já que é dele a responsabilidade aos acessos ao porto. No Estado de São Paulo, informou, trafegam pelas rodovias 68% das cargas que serão embarcadas em navios ou foram desembarcadas deles. “Tenho a oportunidade de estar à frente da Associação Brasileira de Municípios Portuários e essa reivindicação de que se reparta a participação nas decisões que afetam o porto é de todos eles. Não po-demos conviver com a realidade adminis-trativa, onde as decisões que aqui geram impactos sejam tomadas em Brasília e não compartilhadas com as necessidades dos interesses locais.”

Outro ponto destacado foi a questão

Os governos federal, estadual

e municipal prestigiaram o

Fórum: ministro Edinho Araújo,

da SEP (foto maior); vice-governador,

Márcio França (ao alto, à

direita); e prefeito de Santos, Paulo

Alexandre Barbosa

da acessibilidade. Em Santos, exemplifi-cou, foi elaborado um projeto pela prefei-tura para a entrada da cidade, orçado em R$ 700 milhões. Foram feitas parcerias com os governos estadual e federal para a divisão da conta. “Temos a parte do pro-jeto que cabe à prefeitura praticamente concluída, que será entregue em julho, e temos também a primeira licença pré-via, licença ambiental para executar parte dessas obras. Estamos trabalhando para o início da obra no ano que vem”, relatou o prefeito.

Das questões específicas de manuten-ção e expansão do porto, dois temas atua- líssimos mereceram painéis: dragagem e segurança. A dragagem é uma discussão recorrente. Trata-se de aprofundar, dos atuais 15 metros para 17, o canal de na-vegação, permitindo a atracação de navios maiores. Com tal melhoria, Santos ganha

Não há porto competitivo no mundo inteiro onde as decisões sejam tomadas sem a participação intensa do governo municipal. Todos conferem autonomia ao poder local; o Brasil caminha em direção contrária.

Prefeito Paulo Alexandre Barbosa

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a capacidade de se firmar como hub port, isto é, um concentrador de cargas para distribuí-las por toda a América do Sul, recebendo navios de até 14 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) – hoje, os maiores a escalar na re-gião são os de 10 mil TEUs.

A decisão de aprofundar o canal foi tomada pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP) em 1998. Mas até 2006, quando se aprovou um novo plano de zo-neamento do porto, nada havia sido feito. Apenas no ano seguinte, com a criação da SEP, o Programa de Dragagem conseguiu programar a licitação e a contratação do aprofundamento para 15 metros.

No ano passado, cansados de esperar por providências oficiais para a continu-ação do programa, empresários se organi-zaram em um grupo batizado de “Santos 17” para acelerar os estudos sobre a dra-gagem. “As empresas privadas assumiram um custo que não é delas”, ressalta Sérgio

No painel sobre segurança, a análise da vulnerabilidade do porto. “Estamos fazendo um esforço constante para viabilizar projetos para a abertura de novos acessos”,

garante Paulino Moreira da Silva, da Codesp (primeiro à esquerda)

Num curto espaço de tempo, os navios de 14 mil TEUs virão para as regiões Sul e Sudeste. A questão é saber quem vai receber esses navios. Santos quer tomar a frente, por isso não dá mais para esperar

Antonio Passaro,diretor-presidente da Brasil Terminal Portuário

Aquino, portuário da SPA Consult.O idealizador do grupo, Antonio Pas-

saro, diretor-presidente da Brasil Termi-nal Portuário, acredita que ainda neste ano estarão concluídos os estudos, cujo objetivo principal é determinar como au-mentar a profundidade do canal sem cau-sar impacto ao meio ambiente. “É uma questão de sobrevivência do porto e das empresas que estão aqui. Num curto espa-ço de tempo os navios de 14 mil TEUs vi-rão para as regiões Sul e Sudeste. A ques-tão é saber quem vai receber esses navios. Santos quer tomar a frente, por isso não dá mais para esperar. Se o porto não garantir a competividade futura, estará decretando o início de sua morte”, diz o executivo. “A intenção é que a concretização do proje-to aconteça em 2017. Podemos chegar lá, porque, se não chegarmos, vamos perder uma oportunidade muito grande.”

O otimismo dele quanto ao prazo é justificado, pois já se tem a fonte do fi-

FOTOS: CLAUDIO GATTI

10º FÓRUM BRASIL COMEXLOG

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nanciamento para a dragagem. Segundo informou o ministro Edinho Araújo, o di-nheiro virá com o resultado das licitações para o arrendamento de áreas e terminais no porto de Santos. Esses valores irão para o caixa da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), e não mais para o Tesouro Nacional, como o governo fede-ral pretendia inicialmente. “Acredito que as concessões aconteçam já no próximo semestre”, prevê Araújo.

O grande incêndio de seis tanques de combustíveis na empresa Ultracargo, que em abril paralisou o porto – e toda a ci-dade de Santos – por 192 horas, causando prejuízos, ainda não totalmente contabi-lizados, de milhões de reais, foi lembrado para ilustrar o painel sobre segurança. Especialistas analisaram procedimentos, gerenciamento de riscos no combate a incêndios de grande proporção em ter-minais de granéis líquidos e a necessidade de se criarem novas saídas do porto para que não tenha que ser fechado em caso de catástrofes, emergências ou acidentes ambientais.

Paulino Moreira da Silva, diretor de infraestrutura e execução de obras da Codesp, enfatizou este último ponto. O incêndio na Ultracargo, disse, mostrou a vulnerabilidade a que a instalação está exposta por só ter um caminho de acesso. “Estamos fazendo um esforço constante para viabilizar projetos para a abertura de novos acessos ao porto, que já estavam em andamento, para serem implantados o mais rápido possível”, afirmou.

Tanto Mauricio Zannin quanto Flávio Zilli, respectivamente diretor-técnico e coordenador do Plano Integral de Emer-gência da Associação Brasileira de Termi-nais de Líquidos (ABTL), garantem que “existe um trabalho de controle perma-nente”, na forma de treinamentos envol-vendo as equipes do Corpo de Bombeiros, da Cetesb, da Codesp e da Capitania dos Portos para que numa situação de risco o combate seja imediato.

No encerramento do fórum, o ministro Edinho Araújo prestou contas dos inves-timentos nos portos do País. Os projetos correntes e programados totalizam R$ 37 bilhões, informou. Quase um terço deste total – R$ 11,7 bilhões – será destinado ao porto de Santos, dentro da nova etapa de

concessões. Tal etapa contempla 12 novos arrendamentos, oito renovações e cinco novos Terminais de Uso Privado (TUPs).

Em sua décima edição, o X Comexlog, como faz tradicionalmente, reuniu prefei-tos e secretários da região da Baixada San-tista e empresários e especialistas dos di-versos segmentos ligados à área portuária. Realização da TVB Band, do jornal DCI e da rádio Nova Brasil FM, o evento foi pa-trocinado pela Ecoporto Santos e apoiado por LimaPort, Transbrasa, Brasil Termi-nal Portuário, Porto de Santos, Secretaria dos Portos, Governo Federal, Prefeituras de Santos, Cubatão e Guarujá e contou com a participação das associações par-ceiras da Associação Brasileira de Termi-nais e Recintos Alfandegados (ABTRA) e Associação Brasileira de Terminais Retro-portuários e das Empresas Transportado-ras de Contêineres (ABTTC).

Estamos fazendo um esforço constante para viabilizar projetos para a abertura de novos acessos ao porto, que já estavam em andamento, para serem implantados o mais rápido possível

Paulino Moreira da Silva, da Codesp

No encontro, prefeitos e secretários da região da Baixada Santista e empresários e especialistas da área portuária

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Demanda crescente força expansão do sistema

Referência regional em assistência médica, a cidade cobre área que abriga uma população de mais de dois milhões de pessoas da Baixada e até do Vale do Ribeira

Uma população estável há dez anos, uma rede de saúde que é referência na Baixada Santista,

com 6,3 médicos para cada mil habi-tantes (bem à frente da média nacional,

de 1,8), queda na taxa de mortalidade infantil (10/1.000 nascidos vivos ante 13,8/1.000 no Brasil) e superávit de lei-tos hospitalares, com 1.800 disponíveis. O cenário da saúde em Santos é bastante

FOTO: TADEU NASCIMENTO

Santa Casa: a cada ano, 860 mil internações, 20 mil cirurgias e 1,9 milhão de exames em média

Cris Bottini

positivo se comparado à crônica neces-sidade por que passa o setor em muitos municípios brasileiros.

A situação de excelência traz, porém, efeito colateral: uma enorme demanda

SAÚDE

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por parte da população da Baixada San-tista e até do Vale do Ribeira, totalizando mais de dois milhões de pessoas. Essa procura, naturalmente, começa a sobre-carregar o sistema, que conta com um orçamento de R$ 86,1 milhões até o fim de 2016, somando verbas do município, parcerias com o setor privado, governo paulista e governo federal.

Para atender ao aumento da demanda, o município está instalando até dezem-bro de 2016 dez novas policlínicas (Uni-dades Básicas de Saúde) e três Unidades de Pronto Atendimento (UPA), conta o secretário de Saúde santista, Marcos Cal-vo. Além disso, está reativando o Hospi-tal dos Estivadores, fechado há 15 anos e comprado pela prefeitura em 2011. Com uma área de 11.500 metros quadrados, está em obras desde fevereiro de 2014. Ao reabrir, como hospital de clínicas e maternidade, oferecerá 223 leitos –17 em UTI geral, 20 em UTI neonatal, 150 de clínica médica e cirúrgica e 36 de mater-nidade.

Também a área privada de saúde se movimenta em expansão. Como a Uni-med, por exemplo, que hoje tem 373 unidades, 173 mil beneficiários e 1.770 cooperados. A unidade de Santos, criada em 1967, foi a primeira da cooperativa médica, depois expandida dali para todo o País - atualmente faz cobertura de 83% dos municípios brasileiros. “O número de beneficiários vem crescendo cerca de 10% ao ano, por isso estamos fazen-do novos investimentos na ampliação da

FOTO: DIVULGAÇÃO

Viana, da Unimed de Santos: projeto mais ambicioso é a construção do primeiro hospital próprio na cidade

rede, atendimentos e número de leitos”, explica Raimundo Macedo Viana, presi-dente da Unimed de Santos.

Atualmente a cooperativa local dispõe de 800 leitos em sete hospitais da rede credenciada, com cem serviços de diag-nóstico e tratamento que servem a San-tos e a seus oito municípios vizinhos. São atendidos mensalmente 40 mil benefici-ários nos serviços próprios (480 mil por

ano), 260 mil por mês na rede credencia-da (mais de três milhões anuais) e uma média de duas mil internações mensais.

A grande estrela do plano de expan-são será o a construção do primeiro hos-pital próprio na cidade, em um terreno de 6.500 metros quadrados. “Iniciamos a construção, mas devido à alta dos ju-ros e às condições de financiamento para hospitais, tivemos de frear a obra, que demandará investimentos da ordem de R$ 180 milhões”, ressalta Viana.

Segundo o executivo, a maior dificul-dade é cumprir as regras de financiamen-to do País, que determinam que a dívida para hospitais deve ser paga em dez anos, enquanto na Europa esse prazo é entre 25 e 35 anos. “Diante desse cenário, cons-truímos no local um mini-hospital para funcionar como um centro de acompa-nhamento da dengue. Foi excelente, por-que conseguimos ter uma participação ativa no combate à epidemia, tirando esses atendimentos da rede pública de saúde”, diz Viana.

A histórica Santa Casa de Misericór-dia de Santos não fica fora dos projetos de expansão. Inaugurada em 1° de no-Fonte/Source: Unimed Santos

UNIMED SANTOSUNIMED SANTOS

Leitos disponíveis em7 hospitais credenciados:800 Available at 7 accredited hospitals: 800

Rede credenciada:100 serviços de diagnóstico e tratamentoAccredited network: 100 diagnostic and treatment services

Serviços próprios:2 prontos-atendimentos,4 ambulatórios1 serviço de Atenção Primária à Saúde, Quimioterapia e Reabilitação FísicaIn-house Services: 2 emergency rooms, four mobile units, one primary health, chemotherapy and rehabilitation center

Atendimentos nos serviços próprios:40 mil/mêsAtendimentos na rede credenciada:260 mil/mêsNumber served at Unimed units: 40,000 per month / Number served through accredited network: 260,000 per month

Internações:2 mil/mês (média)Hospitalization: 2,000 per month (average)

Número de cooperados:1.773Number of cooperative members: 1,773

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SAÚDE

vembro de 1543, por Braz Cubas – fi-dalgo português e líder do povoado de São Vicente –, foi o primeiro hospital do Brasil e que atualmente é considerado o maior da Região Metropolitana da Bai-xada Santista. Com 657 leitos, mantém a média anual de 860 mil internações, 20 mil cirurgias e aproximadamente 1,9 mi-lhão de exames.

Em janeiro deste ano, a Santa Casa de Santos anunciou a primeira etapa do projeto para a construção de uma mater-nidade com 26 leitos. A etapa seguinte será a construção de uma UTI pediátri-ca com dez leitos. O prazo previsto para a conclusão da obra é de 12 meses. Há planos também de construir uma UTI pediátrica cardiológica e uma enferma-ria para adultos, mas ainda sem prazo definido.

Esta ampliação está orçada em R$ 20 milhões, valor que será coberto por uma multa aplicada à antiga Companhia Side-rúrgica Paulista (Cosipa) decorrente de ações trabalhistas. Em um acordo entre o Ministério Público e a Justiça do Tra-balho, ficou decidido que este valor fosse destinado à Santa Casa de Santos. Em março, a instituição recebeu outros R$ 700 mil do governo federal para a com-pra de equipamentos.

A stable population for the last ten years, a healthcare system that sets

the curve in the Santos Basin with 6.3 doctors for every 1,000 inhabitants (well ahead of the national average of 1.8), a falling infant mortality rate (10 of every 1,000 live births as compared to 13.8/1,000 in Brazil) and a surplus of hospital beds totaling 1,800: the healthcare scenario in Santos is thriving compared to the chron-ic shortcomings the sector deals with in much of Brazil.

But the population in the Santos Basin and the Vale do Ribeira totals over two million – a demand that strains the sys-tem, whose budget is over R$ 86.1 million through the end of 2016 between private, city, state and federal funding.

In response, the municipality is creat-ing 10 new public health clinics (UBSs) and three Urgent Care Clinics (UPAs) by December 2016, says Santos Secretary of Public Health, Marcos Calvo. Hospital dos Estivadores will also be reopened af-ter standing closed for 15 years. The City purchased it in 2011, and its 11,500 square meters have been undergoing renovations since February 2014. When it reopens, the hospital and maternity ward will have 223 beds including 17 ICU beds, 20 neonatal ICU beds, 150 for general medicine and surgeries, and 36 in the maternity ward.

The private healthcare sector is also growing. Brazil’s first medical cooperative Unimed, for example, was born in Santos. Today it boasts 373 units, 173,000 benefi-ciaries and 1,770 cooperative members in 83% of all Brazilian municipalities. “The number of beneficiaries has been growing 10% every year, so we are now investing

in broadening our network, services and number of hospital beds,” explains Rai-mundo Macedo Viana, president of Un-imed Santos.

The cooperative offers 800 beds in sev-en accredited hospitals and 100 diagnostic services and treatments in Santos and its eight neighboring municipalities. Each month it serves 40,000 members through its own services, 260,000 through its ac-credited network of facilities and offers an average 2,000 hospitalizations.

The flagship of the expansion plan will be construction of Unimed’s first Santos hospital. “We began construction, but due to rising interest rates and credit condi-tions for hospitals, we had to stop works, which will total some R$ 180 million in investment,” says Viana. According to him, the greatest difficulty is meeting Bra-zilian financing requirements, which stip-ulate that hospital debts must be repaid in 10 years. In Europe, the payment period is 25-30 years. “So we built a mini-hospital operating as a Dengue Fever services cen-ter. We were able to actively participate in the combat against the epidemic by taking these patients out of the public health sys-tem,” he said.

The historic Santa Casa de Misericór-dia de Santos is also growing. Inaugu-rated on November 1, 1543 by Portuguese nobleman Braz Cubas, Misericórdia was Brazil’s first hospital and today is the largest in the Metropolitan Region. With 657 beds, it provides a yearly average of 860,000 hospitalizations, 20,000 surgeries and some 1.9 million laboratory tests.

This January, the Santa Casa announced the first construction phase of project for a maternity ward with 26 beds. Next, it will build a pediatric ICU with ten beds. Works are slated for completion in 12 months. There are also plans for a pediatric cardiol-ogy ICU and an adult infirmary, but dates for this project have not yet been set. The expansion is budgeted at R$ 20 million, to be financed by a fine given to the old Com-panhia Siderúrgica Paulista (COSIPA) due to labor law suits, destined to the hospital by the Public Ministry and Labor Court. The institution received an additional R$ 700 million in Federal funds this March for purchasing equipment.

A regional benchmark in medical servi-ces, the city encompasses a region home to over 2 million people from the Santos Basin to Vale do Ribeira

Growing demand spurs expansion

Marcos Calvo, secretário de Saúde: novas unidades estão sendo inauguradas

FOTO: DIVULGAÇÃO

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Também na área da educação a ci-dade de Santos tem conseguido manter índices acima da média.

Com 97,8% da população alfabetizada – ante a marca nacional de 91% –, é habi-tada por pessoas cuja média de estudo é de 9,5 anos, acima dos 7,6 anos do Estado de São Paulo ou de municípios de mes-

Atenção voltada à formação de mão de obra especializada

Com o amparo de uma eficiente rede de ensino básico, um dos objetivos é qualificar pessoal para o mercado de trabalho

ma faixa populacional (entre 100 mil e 500 mil habitantes), que é de 6,8 anos, de acordo com a Austin Rating.

Para manter tal desempenho, conta com uma rede municipal que recebe 30 mil alunos em 80 escolas, onde eles estu-dam até o 9º ano do ensino fundamental II. Deste total, sete escolas têm turno in-

FOTO: AYRTON VIGNOLA/FIESP

Cris Bottini

No Senai, capacitação de operadores e auxiliares de movimentação de carga e guindastes para o porto

tegral de dez horas diárias. Para o ciclo seguinte, a população conta com escolas estaduais para cursar o ensino médio, duas Escolas Técnicas (Etecs), duas uni-dades do Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial (Senai), escolas técnicas particulares e onze faculdades/universi-dades.

EDUCAÇÃO

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A forte concentração da cidade nos serviços (76,5% do PIB local) determina alguns rumos da educação. Por exemplo, existe uma boa oferta de cursos prepara-tórios para atender às diversas deman-das da área portuária, graças à força do porto de Santos na economia da cidade. Em abril, a unidade santista do Senai-SP inaugurou o Laboratório de Simulação para Operações Portuárias, para capaci-tar operadores e auxiliares de movimen-tação de carga e guindastes portuários e offshore, com o uso de simuladores para a movimentação de contêineres e carga em geral. O ambiente é composto por uma grande estação para a simulação da operação de guindaste, possibilitando operações bem próximas da realidade. Também possui simuladores das ativi-dades de sinalização das operações de movimentação de carga realizadas pelo auxiliar de operação. Durante a execução dos exercícios, os simuladores realizam a coleta de dados em tempo real, permi-tindo relatórios e avaliações precisas dos alunos.

O Senai Santos também oferece cursos superiores, embora menos co-nhecidos. Neste primeiro semestre, a Faculdade Superior de Tecnologia em Instrumentação Industrial conta com 91 alunos matriculados. Como incentivo, o Senai dispõe de bolsa de estudo e finan-ciamento próprio.

Outra forma de capacitação são os cursos para o primeiro emprego. Na cida-de estão disponíveis: Básico de Comércio Exterior, Logística de Transporte Integra-da no Comércio Exterior, Secretariado e Vistoria de Contêiner e Cargas.

Ajudar na formação de mão de obra é objetivo também do Centro das Indús-trias do Estado de São Paulo (Ciesp), que é ligado ao Senai. A unidade de Santos mantém o Núcleo de Jovens Empreende-dores (NJE), que forma novas lideranças empresariais, com capacitação profissio-nal que visa incentivar e difundir ações empreendedoras. O Ciesp mantém ainda acordo com a Universidade Santa Cecília, com descontos de 12% a 46% nas men-salidades.

Para preparar os jovens para o merca-do de trabalho, a estratégia da Secretaria Municipal de Educação (Seduc) é fazer

parcerias para proporcionar experiências reais para que o aluno saiba que caminho vai trilhar quando terminar o ensino fun-damental II e iniciar o ensino médio e, depois, a faculdade.

Uma oportunidade de qualificação profissional para jovens na faixa etária de 16 a 20 anos é o Programa Amigo do Se-guro, que beneficia alunos que cursam o ensino médio em escolas públicas e tam-bém estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal.

Nesse programa são ensinados con-ceitos da área de seguros, português, matemática, informática, atendimento ao cliente, rotina administrativa, marke-ting e etiqueta empresarial, orientação vocacional, entre outros assuntos. No último ano, dos 18 formandos santistas, sete eram da EJA. Esta é uma iniciativa da Escola Nacional de Seguros e da Por-to Seguro, em parceria com a Seduc. O próximo curso acontecerá no segundo semestre.

Ação semelhante tem a Unimed San-tos junto com a Seduc desde 2014. Vol-tada aos estudantes de 11 a 14 anos, com duas edições por ano, realiza oito encon-

No ensino fundamental, a rede pública atende 30 mil alunos em 80 escolas que os preparam até o 9º ano

FOTO: FRANCISO ARRAIS/AGÊNCIA SANTOS

9,5 anos

é a média de estudo9.5 is average years of schooling

30 mil alunosno ensino fundamental

30,000 students in primary education

80 escolasde ensino fundamental

80 primary schools

8ª maiorrede pública de ensino paulista

8th largest public school system in state

23% dos santistastêm curso superior

23% of Santos natives are college-educated

11 entidadesno Polo Universitário

11 units in the University Hub

97,8%População alfabetizada

97.8% literacy rate

Fonte/Source: Prefeitura de Santos

NÚMEROS DO SABEREDUCATION BY NUMBERS

EDUCAÇÃO

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tros semanais no contraturno escolar. Os alunos estudam temas voltados ao desen-volvimento da cidadania, informática, saúde, meio ambiente e introdução ao mercado de trabalho.

“Temos muita preocupação em mos-trar aos jovens quais são as demandas do mercado e o que o município pode lhes oferecer. Entre outras iniciativas que pro-movemos, destaco a parceria com o Se-brae para fomentar o empreendedorismo entre os alunos do 6º ao 9º ano”, explica a secretária de Educação de Santos, Venú-zia Fernandes do Nascimento.

Em 2013, professores da Escola Aveli-no da Paz Vieira receberam formação do Sebrae para elaborar o material e a me-todologia de ensino. Venúzia ressalta que ainda é um projeto-piloto, mas, devido ao sucesso, já existe demanda para outras es-colas e também para entrar na grade dos alunos das escolas integrais, com aulas de empreendedorismo no contraturno.

The city of Santos has also achieved above-average results in the field of edu-

cation. Literacy is high at 97.8% – compared to the national rate of 91% – and average schooling stands at 9.5 years, higher than the figure of 7.6 years for the state of São Paulo, according to Austin Rating.

To keep up this performance, the city has a public education system that receives 30,000 students in 80 schools where they stay until the 9th grade at age 15. Afterwards, it has a network of state-funded high schools, two technical colleges and two SENAI indus-trial learning units, as well as private techni-cal colleges and 11 universities.

The city’s services-based economy (76.5% of the local GDP) has influenced education in the region in some ways. For example,

many preparatory courses are available to meet the numerous demands of the port industry, thanks to the huge contribution of the Port of Santos to the local economy. In April, the Nation Industrial Apprentice-ship Service (SENAI-SP) inaugurated a Port Operation Simulation Lab to train labor in cargo handling and crane operation at ports and offshore. Students use simulators for container and cargo handling. The Lab is comprised of large simulation stations for crane operation, allowing for virtual opera-tion that closely mirrors reality. As exercises are conducted, the simulators collect data in real time, allowing for precise reports and evaluations of students.

Although less well known, SENAI Santos also offers college courses. In the first semes-ter of the Industrial Instrumentation Tech-nology College, SENAI Santos has 91 stu-dents registered. As an incentive, SENAI has scholarships and other payment options.

Another focus in the city is training to help people find their first job. The courses currently available are: Foreign Trade 101, Integrated Transport and Logistics in For-eign Trade, and Container and Cargo Regis-tration and Inspection. The São Paulo State

Industry Center (CIESP), which is linked to SENAI, is also training youth to be entre-preneurs. The Young Entrepreneurs Center (NJE) at CIESP trains new business leaders, offering professional education to stimulate and disseminate business activity.

To prepare young people for the job mar-ket, the strategy of the Education Depart-ment has been working to seal partnerships providing real experiences so students learn what path to pursue after they finish school.

One professional training opportunity for young people aged 16 to 20 is a course offered by Brazil’s National School of Insur-ance, which teaches the basics of the insur-ance industry, as well as Portuguese lan-guage, mathematics, computing, customer services, administration, marketing and business etiquette, among other things.

“We are very concerned with showing young people the demands of the market and what the municipality can offer them. One of our main initiatives is the partner-ship with [the government’s small business support service] SEBRAE to foster entrepre-neurship among students in the 6th to 9th grades,” said Santos Education Secretary Venúzia Fernandes do Nascimento.

Supported by an efficient primary education network, one of the goals is to qualify young people for the labor market

Emphasis placed on job training

FOTO: ISABELA CARRARI

A secretária Venúzia: “Mostrar aos jovens quais são as demandas do mercado e o que o município pode lhes oferecer”

EDUCAÇÃO

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