Diálogos Brasil-Líbano O sujeito, a tradição e a violência
Curitiba, UFPR
31 de julho e 01 de agosto 2012
Introdução à civilização árabe-islâmica
através da obra de Ibn Khaldun e Ibn Battuta
Curitiba, 01 de agosto de 2012
Dra. Beatriz Bissio
O cenário inicial: a Península Arábica
Com Muhammad surge a
civilização islâmica, no século
VII, na península Arábica.
Três impérios dominavam
parte dela:
Pérsia ao nordeste,
Bizâncio ao noroeste e
Etiópia ao sul.
A língua árabe desempenhou um papel unificador
Os povos pré-islâmicos da Península Arábica possuíam
um idioma comum: o árabe e uma rica tradição literária.
Ao contrário do latim – que deixou de ser falado, dando
origem às línguas romances – o árabe se manteve
praticamente inalterado ao longo dos séculos.
Graças ao papel desempenhado pelo Corão, não se
diferenciou em vários outros idiomas.
O que é o Islã?
O Islã reúne três
aspectos:
• religião
• sistema político-
social (organização
do Estado) e
• cultura (expressada
através da língua
árabe).
Um breve resumo histórico
Séc. VII-IX: Os árabes conquistam um império, que unifica um
imenso território, compreendido entre a Península Ibérica e o
Himalaia.
Século X: Depois do apogeu - no tempo dos califados omíada e
abássida - o império se fragmenta, a partir do século X.
Séculos XI em diante: O Islã continua a sua expansão religiosa:
ganha novos adeptos em regiões que não tinham pertencido ao
império árabe-islâmico (África sub-saariana, sudeste asiático).
E perdura, no império otomano (turco), como potência imperial até
o fim da Primeira Guerra Mundial, no século XX.
Califado omíada (661-750)
No período de um século, as fronteiras do império árabe se expandem até
a Península Ibérica, no Ocidente, e até as proximidades do rio Indo, na
Ásia, no Leste.
O status dos seguidores das religiões “do Livro”
Os não muçulmanos, quando
cristãos ou judeus, adeptos das
religiões monoteístas, “do Livro”,
gozavam da tolerância do Estado.
Só tinham uma tributação mais
gravosa do que a dos muçulmanos.
Império abássida: capital Bagdá
Conhecido como “alto
califado”, o califado
abássida (750 – 1258)
marcou o auge do
império árabe islâmico.
A capital passou a ser
Bagdá, construída
especialmente para esse
fim, às margens do rio
Tigre, na Mesopotâmia.
Efervescência intelectual
A marca do califado
abássida foram os
grandes avanços
científicos e as
traduções ao árabe
de milhares de obras
de diferentes
civilizações.
Uma efervescência
intelectual que só
seria igualada na
Renascença.
A “Casa da Sabedoria”
No ano 830, o califa al-Ma'mun funda, em Bagdá, a
“Casa da Sabedoria” (Bait al-hikma).
Inicialmente pensada para ser um instituto de ensino
superior do islamismo e importante biblioteca, ela se
consolida como centro de um fecundo trabalho de
tradução, a partir do qual o legado indo-persa e
grego é conhecido e assimilado pela civilização
islâmica.
Um processo de mais de dois séculos
Com o patrocínio do
califado, começa um
processo de tradução de
manuscritos que durou
mais de dois séculos.
Os originais, em grego,
siríaco, persa, sânscrito,
aramaico, copta,
abordavam as mais
diversas áreas do
conhecimento.
Nos séculos IX e X foram feitas no Império abássida mais descobertas científicas do que em qualquer outro período anterior da história.
O mapa com orientação Sul
Os mapas árabes costumam colocar o Sul na parte de cima: desta
forma, o centro é ocupado pela Península Arábica, centro do mundo,
pela graça divina.
Procurar o conhecimento até na China
A ciência aparece como o produto da sabedoria
humana (al-hikma) fundamentada nas capacidades
naturais da inteligência.
Portanto, poderia ser legitimamente procurada em
todos os lugares onde se encontrasse.
Como o provérbio (árabe) diz: deve-se procurar o
conhecimento mesmo que esteja na China.
As traduções fazem florescer centros de estudo
As traduções e as
pesquisas próprias dos
árabes fizeram florescer
nas cidades muçulmanas
centros de estudos que
adquiriram renome.
Alguns existem ainda hoje,
como a Universidade Al-
Azhar, no Egito.
Influência grega
A cultura grega teve uma
influência especial:
ela ia ao encontro dos
ensinamentos do Corão a
respeito da necessidade
do homem desenvolver as
suas capacidades naturais
para decifrar a realidade,
como meio de
conhecimento de Deus.
Três dinastias
A partir do século X três dinastias
reivindicavam o título de califa, nas três
grandes áreas em que o império passou a
estar dividido: Bagdá, Cairo e Córdoba.
A parte oriental, incluía o Irã, a antiga
Pérsia, e o Iraque. Durante algum tempo
seu principal centro de poder continuou a
ser Bagdá, que manteve o prestígio
acumulado durante séculos.
Vários centros de poder e cultura
A parte central
tinha a cidade do
Cairo por capital.
E, na Península
Ibérica e no
Magreb, a capital
era Córdoba.
A mesquita
de Córdoba
(al-Andalus)
Egito: próspero eixo comercial
A segunda região,
com capital no Cairo,
compreendia a
Arábia, Síria e o
Egito, coração de um
próspero sistema
comercial surgido da
conexão entre o
Mediterrâneo e o
oceano Índico.
A invasão das tribos mongólicas e turcas
Entre os séculos XIII e XIV, a
parte oriental do mundo
muçulmano foi invadida por um
exército formado por tribos
mongólicas e turcas vindas do
interior da Ásia.
Em 1258 os mongóis
destituíram o califa Abássida e
destruíram Bagdá.
O mundo muçulmano está cimentado por muitas ligações
O Império árabe-islâmico perdeu a sua unidade política no século XII,
mas o islamismo continuou a crescer como força religiosa até os dias
de hoje. Ele agrupa diferentes territórios e povos, reunidos pela fé
comum e pelo uso da língua árabe, a língua do Corão.
Ibn Khaldun
-
: sábio muçulmano sem herdeiros
• Considerado no mundo islâmico
o maior historiador de todos os
tempos e o pai da moderna
sociologia, Ibn Khaldun nasceu
em Tunis em 1332, no seio de
uma família árabe emigrada de
al-Andalus cujos ancestrais,
oriundos da Península Arábica,
teriam sido companheiros do
profeta Muhammad (Maomé).
Ibn Khaldun
• No Magreb, terra natal de Ibn Khaldun e de Ibn Battuta, as lutas
internas provocaram, no século XIV, a ruína de muitos centros
urbanos.
• Mas o Norte da África consolidou, nessa época, a sua singular
identidade cultural, com forte influência da Península Ibérica islâmica
(al-Andalus).
Como explicar a derrota para os cristãos em al-Andalus?
Ibn Khaldun fez uma reflexão
sobre o a sua época, prestando
particular atenção - para
desenvolver as suas teorias a
respeito do poder - à mudança
ocorrida em solo espanhol. Real Alcazar, de Sevilha
• A Muqaddimah é,
formalmente, a Introdução
ou Os Prolegômenos da
História Universal, exaustiva
obra do historiador, em
vários volumes.
• De caráter sociológico, a
Muqaddimah analisa a
sociedade humana e
apresenta o método
utilizado para a realização
desse estudo.
Preservar o legado islâmico
• O século XIV era um momento em
que os países muçulmanos
procuram salvaguardar as
aquisições do período clássico, no
plano jurídico, religioso, científico,
artístico e literário.
A explicação do autor sobre as motivações para escrever:
• “No momento em que o mundo experimenta uma
devastação tal que dir-se-ia que ele vai mudar de
natureza, para vir uma nova criação e organizar-se
de novo, qual uma continuidade no devir, é
necessário hoje em dia um historiador que registre o
estado atual do mundo, dos países e povos, e
assinale as mudanças ocorridas nos costumes e
crenças (...), para servir de exemplo e guia para os
historiadores do futuro.”
Quais são as diferenças entre o homem e os símios?
• Ibn Khaldun tentou determinar quais são as
características que separam os seres humanos dos
animais, a partir de suas deduções e colocando como o
cerne da questão a capacidade do homem de refletir.
• Foi mais longe: disse que essas capacidades
nitidamente humanas “estão no cérebro”, apesar do
limitado conhecimento da época a respeito do
funcionamento dele.
O ciclo dos impérios • O sábio
muçulmano
entende que a
urbanização é a
condição
necessária,
mesmo que não
suficiente, para o
desenvolvimento
da civilização.
• E usa o raciocínio
para estudar os
motivos da
decadência dos
impérios.
• Concentrando
suas reflexões e
estudos na
história árabe-
muçulmana, Ibn
Khaldun define
inicialmente as
condições a priori
para o
desenvolvimento
da civilização.
Uma ordem definida por Deus
• “A reunião dos seres humanos em sociedade é uma
decorrência natural da ordem de Deus”.
• Ibn Khaldun não descreve algo parecido a um estado
selvagem ou primitivo.
• Também não há em
• Ibn Khaldun oposição
• entre civilização e ‘estado
• de natureza’, como em
• Hobbes ou Rousseau.
Hobbes (1588-1679) Russeau (1712- 1778)
Lidando com conceitos novos
• Ibn Khaldun deduz que,
isolado, o homem estaria
em
perigo. Mas deve criar um
neologismo para explicar os
seus conceitos.
• Usa a palavra umram,
dando-lhe novo sentido.
• A palavra existia em árabe
mas que o historiador utiliza-a
com um novo significado:
sociedade humana.
O homem, um ser social
• Para Ibn Khaldun, Deus
criou os homens com
necessidades e
limitações. Daí o
surgimento da vida em
sociedade. (“O homem
é um ser social.”)
• Em sociedade surgem
a divisão do trabalho, o
intercâmbio, e geram-
se recursos para dar
satisfação a todas as
necessidades.
• Na medida em que uma necessidade é coberta, outras
surgem; desta forma, fazem-se necessárias modificações na
maneira de procurar a subsistência.
• Os seres humanos desenvolvem, então, além da
criação de gado, práticas agrícolas, o artesanato, o
comércio.
• E a sociedade começa a desenvolver ramos rurais e
urbanos.
• A civilização está
constituída por dois
pólos em equilíbrio:
• a civilização rural – que
no mundo islâmico é
pastoril ou nômade,
(quase não há
camponeses),
• e a civilização urbana,
ambas complementares
e igualmente
necessárias.
• Ibn Khaldun mostra que as nações se dividem em ramos, tribos e
famílias e que uma mesma nação pode apresentar ao longo da
história etapas de civilização rural e urbana e, de forma simultânea,
ramos rurais e ramos urbanos.
• Ibn Khaldun explica, do ponto de vista lógico, que a civilização nasce no meio rural ou agropastoril (badawi), de modo que ela é anterior à civilização urbana (hadari), mas nem por isso a primeira é um estágio “primitivo” da segunda.
Sociedade simples e complexa
• Os dois pólos, badawa e
hadara, remetem ao conceito
de sociedade simples e
sociedade complexa de
Durkheim:
• a primeira com pouca divisão
do trabalho e uma
solidariedade mecânica;
• a segunda com divisão do
trabalho desenvolvida e um
tipo de solidariedade orgânica.
• Ibn Khaldun mostra que a
sociedade rural sofre um
processo de mudança:
progressivamente, ela passa
a ter características urbanas.
• O caso mais habitual é o da
migração do campo para a
cidade, na ocasião da
apropriação do poder por
um novo grupo humano.
A questão do poder
• Bem antes que
Hobbes, Ibn Khaldun
teoriza sobre a
necessidade de colocar
limites à vocação da
natureza humana para
a violência.
• O Estado é
necessário para
regular a convivência
social.
• O ser humano é ambivalente; em uns
• momentos tem tendência a fazer o bem; em outros,
a sua condição animal levam-no a deixar-se dominar
pela agressividade. Isso constitui uma ameaça para a
sociedade. A autoridade deve impor a ordem e
defender os fracos.
Universalismo do Islã • Se a reunião dos seres
humanos em sociedade é
• Mas a autoridade, o poder,
não muda a condição humana
básica: imbuído do
universalismo próprio do Islã,
Ibn Khaldun concebe uma
civilização humana única,
formada por indivíduos
livres, autônomos e iguais.
Diferenças no consumo
• No primeiro pólo, formado pela
sociedade rural, o nível de
consumo
• é mínimo, destinado a
assegurar a subsistência.
• No segundo polo, constituído
pela sociedade urbana, ao
contrário, imperam o luxo e o
consumo supérfluo.
•
• Os ciclos associados ao tema do poder – surgimento, apogeu e
declínio dos impérios –, podem determinar que após uma fase
urbana, uma sociedade possa experimentar uma nova fase rural.
• Esse foi o destino de várias cidades do Magreb no século XIV,
quando, após um período de auge, se viram esvaziadas ao caírem
as dinastias que as fizeram florescer.
O ciclo de vida dos impérios
• A transformação sofrida pelos impérios entre o seu
nascimento e a sua morte é um ciclo, comparável ao ciclo
da vida humana.
• Porém, a civilização humana avança, pois os
conhecimentos são transmitidos de uma geração a
outra, de forma cumulativa: o ciclo não se fecha em si
mesmo.
• A trajetória da civilização
• humana como um todo
• fica aberta para as inovações
• que a ela incorpora cada geração.
O motor é o poder
• A sociedade no seu conjunto pressupõe
unidade e continuidade, no espaço e no
tempo.
• Tomado como um todo, o sistema bipolar de
civilização é relativamente estático, porém é
comandado desde o interior por processos de
mudança cíclica, cujo motor é o poder (al-
mulk)”.
Limites possíveis
• Ao fazer da sociedade o seu objeto de estudo e afastar-se
da tradição no estudo da história, Ibn Khaldun chegou aos
limites possíveis, na época, da independência de
pensamento.
• Assim como Ibn Khaldun, também Ibn Battuta foi
educado nas ciências jurídicas e nos assuntos
religiosos. Devoto, piedoso e aventureiro, ele viajou
por quase 30 anos e visitou terras que hoje
correspondem a mais de quarenta países.
Ibn Battuta,
o viajante
O maior viajante da Idade Média
• Ibn Battuta tem o seu
nome associado às
viagens que descreveu
no seu famoso livro,
conhecido inicialmente
em forma de fragmentos
e, mais tarde, na versão
completa, com a
descoberta, na Argélia,
do manuscrito original. Manuscrito da obra de Ibn
Battuta- Biblioteca de Madri
Registra as suas memórias a pedido do sultão
• Quando retorna a seu
Marrocos natal, o
Sultan Abu Inan teria
lhe solicitado que
deixasse por escrito as
suas memórias.
• Então Ibn Battuta dita
a rihla ao poeta
andaluz Ibn Juzzay.
• Durante os séculos VIII e XV, as rotas marítimas eram o elo entre o Oriente e o Ocidente. Os muçulmanos de regiões longínquas entravam em contato através da peregrinação ritual a Meca. Graças a ela, as sociedades islâmicas dos diferentes continentes tomavam conhecimento dos avanços daquele momento.
•
• A rihla de Ibn Batuta foi apreciada na sua época e mais
recentemente, a partir das primeiras traduções em
línguas ocidentais, passou a ser utilizada como fonte de
consulta por historiadores, geógrafos e medievalistas.
Valiosa fonte
para
pesquisadores
• Durante toda a Idade
Média, viajar pelos
domínios muçulmanos
para ir ao encontro dos
grandes mestres, com os
quais seria possível
aperfeiçoar os estudos,
era condição sine qua
non para entrar no
seleto reduto dos sábios,
dos doutos.
•A viagem era uma expressão religiosa e, ao mesmo tempo, uma forma de construção do saber.
A viagem “unificou a história” do Islã medieval
• A viagem como
método de estudo foi,
durante a Idade Média,
assumida como um
dever por todos os que
aspiravam a integrar o
círculo dos eruditos.
• A procura do saber era uma necessidade de primeira ordem numa sociedade que outorgava alto valor à erudição.
• Essa sociedade perseguia o adab, palavra árabe de difícil tradução; à falta de outra melhor, tem sido traduzida por “cultura”.
• O surgimento da rihla
como gênero literário no
século X está relacionado
à fragmentação do
califado.
• A perenização da
experiência da viagem
pelos domínios do Islã
através da escrita seria
uma forma de discutir e
preservar a identidade
muçulmana.
As Mil e uma Noites
• A viagem na cultura islâmica nos remete aos contos das Mil e
uma noites. Uma das mais famosas histórias dessa coletânea é
a de “Simbad, o Marujo”.
• Originário de Bagdá, ele faz sete viagens ao redor do mundo
para recuperar a fortuna perdida, mas logo descobre o gosto
pela aventura, enfrenta numerosos desafios, é vendido como
escravo, recupera a liberdade... e, ainda retorna para casa com
a tão almejada fortuna.
Simbad em um filme
de Hollywood
O gosto árabe pelos prazeres da vida
• Um trecho delicioso da rihla é referido às
Ilhas Maldivas, no Oceano Pacífico. É um
exemplo da aptidão do árabe para apreciar os
prazeres da vida...
• Ibn Battuta descreve a
vegetação que encontrou
no arquipélago,
afirmando que a maior
parte das árvores são
coqueiros.
• Junto com o peixe –
servido em folhas de
palmeiras, o coco
constitui a base da
alimentação do povo.
Do coqueiro tira-se leite, azeite e mel; com o mel preparam-se doces, saboreados junto com o que chama
de “noz”, seca.
Maravilhosos efeitos...
• A alimentação “a base de peixe e coco”
• ...fornece “um vigor maravilhoso e
• sem igual para fazer amor;
• os maldivenhos são extraordinarios nisso”.
• Ibn Battuta não reprovou o cardapio afrodisíaco. Ele conta
que teve nas ilhas quatro esposas, “além das escravas” e “a
todas fazia uma visita diaria, passando depois a noite com
aquela a quem lhe correspondia a vez; e isto durante o ano e
meio que estive por lá”...
•Rede de solidariedade
• Ibn Battuta conta que milhares de muçulmanos cumpriam a cada ano com a exigência ritual da visita a Meca. Eles contavam com uma rede de solidariedade criada pelos seus irmãos de fé. Sempre encontravam um local para pernoitar e alimento para suprir as suas necessidades.
• Com variada proporção de comentários de natureza filosófica,
política e religiosa, segundo os autores, o gênero rihla é uma
reflexão de testemunhas privilegiadas – sábios e frequentadores
dos círculos mais sofisticados da época – a respeito das
sociedades de seu tempo.
Uma reflexão
de
testemunhas
privilegiadas
Dedicação e paixão dos viajantes
• A dedicação e até
mesmo a paixão, com
que esses viajantes do
Medievo se lançaram
nas terras do Islã à
procura do saber e o
esforço na sua
perenização, permitem
extrair uma conclusão:
A civilização mais sofisticada da época
• A sociedade islâmica se percebia como a mais sofisticada
civilização da época; a depositária do conhecimento
herdado dos povos conquistados, enriquecido e moldado
pela sua particular visão do mundo e da transcendência.
• Daí o enorme sentido de responsabilidade com que foi
assumida a tarefa de assegurar que esse legado estivesse ao
alcance das gerações futuras, nos séculos que se seguiram à
fragmentação do califado, quando novos sujeitos
históricos – turcos, mongóis - conquistaram o seu espaço
no Islã.
Obrigada! [email protected]
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