CLASSIFICAÇÃO
BIBLIOGRÁFICA DE BLISS
Nome: Bruna Ribeiro Guska RA: 726400
Jhonny Passos de Oliveira RA: 726009
Tainara Torika Kiri de Castro RA: 537470
Thais de Azevedo Cunha RA: 726424
Introdução
O presente trabalho aborda a Classificação Bibliográfica criada por Henry Evelyn
Bliss, entre 1940 e 1953, publicado, primeiramente em 4 volumes;
Dando uma breve introdução a vida de Bliss e o que o levou a criar um novo
sistema bibliográfico, sendo que os sistemas de Dewey (CDD) e o sistema
universal (CDU) eram bem usados na época;
O BC1 foi o início de seu trabalho e com o passar do tempo sofreu atualizações
que foram desenvolvidas por Jack Mills, dando início ate o sistema atual chamado
de BC2;
Introduz um pouco da teoria facetada, tendo em vista que a Classificação
Bibliográfica de Bliss é um sistema inteiramente facetado.
“A palavra classificar vem do latim classis, que designava os grupos que se dividia o povo
romano. Foi o cunhada por Zedler, em 1733, no universal léxicon, combinando as palavras
latinas classis e facere, para apresentar uma divisão de apelações dos Direito civil e, só no fim
do século XVIII, passou a ser a ordenação da ciência”. (PIEDADE, 1983, p.16).
“Entendido como processo mental de agrupamento de elementos portadores de características
comuns capazes de ser reconhecidos como uma entidade ou conceitos, constitui uma das fases
fundamentais do pensar humano”. (PIEDADE, 1983 apud CAMPOS, 2001, p.16).
Conjuntos de coisas ou ideias que possuem um ou vários atributos, predicados ou
qualidades em comum.
EXEMPLOS: Mamíferos, Vertebrados, Animais
Introdução a Teoria da
Classificação Facetada
A teoria da classificação facetada apresenta um esquema diferente dos sistemas
mais tradicionais como, o de Dewey (CDD) e a Universal (CDU), já que ate então os
sistemas uniam os assuntos, basicamente, por meio de relacionamentos
hierárquicos;
Faz um reunião de elementos por semelhança;
Faceta: manifestação das categorias nos domínios focalizados;
Apresenta um classificação dos termos no interior da faceta;
Contempla a complexidade dos assuntos;
Confere a flexibilidade as combinações entre os termos;
Procura representar uma ruptura com os sistemas atuais.
Ranganathan procurou mostrar a necessidade da elaboração de esquemas de
classificação que pudessem acompanhar as mudanças e a evolução do
conhecimento, classificando o mesmo em grandes classes e conceitos básicos, ou
elementos, de acordo com certas característica;
Fragmentação de um assunto em suas partes constituintes: Personalidade,
Materia, Energia, Espaço, Tempo (Sigla em Inglês – PMEST).
“A Teoria da Classificação Facetada é desenvolvida por Shiyali Ramamrita
Ranganathan na década de 30, a partir da Colon Classification, tabela de
classificação elaborada para a organização do acervo da Biblioteca da
Universidade de Madras, na Índia […] Ranganathan foi aquele que conseguiu
estabelecer princípios para uma nova teoria da classificação bibliográfica e o fez
tendo como base o próprio conhecimento (CAMPOS, 2001, p. 26, 28)”.
O desenvolvedor do
sistema
Henry Evelyn Bliss;
Nascido nos EUA em 1870;
Estudou em casa, com a tutoria de sua mãe, ate 11 anos.
Nunca terminou os estudos na City University of New York
(CUNY);
O único treinamento como bibliotecário foi um curso de
classificação em 1903;
Tinha uma difícil relação com American Library Association
(ALA).
Em 1891 foi convidado a retornar a Universidade como auxiliar de biblioteca;
Uma de suas primeiras tarefas como auxiliar incluía aconselhar estudantes na
leitura;
Henry passou a perceber que os sistemas de classificação usado na biblioteca onde
trabalhava era inadequado;
Tentou melhor o Cutter’s Expansive Classifications mas logo desistiu;
Bliss não estava satisfeito com os sistemas mais aceitados na época como o Dewey
Decimal pois percebeu que o CDD era insuficiente como um sistema de
classificação geral para ser aplicado em bibliografias e catálogos;
Isso foi o começo de sua ideia para o seu sistema de classificação bibliográfica
conhecido como Bibliographic Classification;
O sistema de Bliss hoje em é usado na maioria das bibliotecas no Reino Unido.
Seu sistema foi apontado como um dos melhores desenvolvimentos de classes
encontrado em classificações bibliográficas.
Uma de suas principais características é a possibilidade de classificações
alternativas.
Seu sistema é dividido em quatro grandes classes: Filosofia; Ciência; História;
Tecnologia e Arte.
As obras gerais dos outros sistemas são chamadas por Bliss de Classes numéricas
anteriores.
Segundo Anjos (2008, p. 144), Bliss foi “o primeiro bibliotecário a observar a
diversidade dos pontos de vista sob os quais se pode considerar uma certa área de
conhecimento na discussão da teoria que fundamenta o seu plano”.
De maneira geral, a classificação de Bliss dá certa liberdade ao classificador porém,
infelizmente, seu sistema não apresenta explicações nem exemplos de sua
aplicação, tornando-o de difícil aprendizado.
Em um artigo intitulado "O Sistema das Ciências e a Organização do
Conhecimento" escrito por Bliss na edição de janeiro da Filosofia da Ciência de
1935, ele descreve sete grandes " Princípios de classificação para a organização do
conhecimento e do pensamento”. Brevemente exposto e explicado, tais como:
Organização - Este primeiro princípio, embora seja bastante autoexplicativo, Bliss
explica dizendo: "O pensamento livre, como a vida livre, sem organização, pode
vagar e delirar como Bedlam em uma Torre de Babel”.
Subordinação - "das classes mais especiais [ou sujeitos] ao mais geral", por
exemplo colocando a geometria sob o assunto mais geral da Matemática”.
Coordenação - "O terceiro princípio estrutural, que classes ou subclasses, da
mesma ordem, ou grau, podem ser organizados em série vertical ou
horizontalmente”.
Extensão - "As classificações em série, ramificadas e cruzadas podem ser
combinadas em estruturas de três ou mais extensões”.
Colocação - ou melhor, arranjo "de classes estreitamente relacionadas para a
eficiência funcional.
Graduação em Especialidade - Bliss diz que "à medida que as várias ciências se
tornam mais definidas em âmbito, cada uma se torna mais ou menos especial em
relação aos outros, e, consequentemente, elas podem ser organizadas em uma
série escalar de graduação em especialidade".
Eficiência Máxima - Este é o sétimo princípio "per se" e é um resultado dos
primeiros seis princípios quando eles são seguidos.
O BC1 e o
desenvolvimento do BC2 e
suas atualizações.
BC1
O Sistema Bibliográfico desde seu engenho foi sofrendo alterações, sendo o BC1
sua primeira edição que foi feita por H. E. Bliss;
O BC1 é um ótimo exemplo de um sistema inteiramente facetado;
“Abordagem de acordo com o conhecimento” livros organizados sistematicamente e
interligados segundo a organização de conhecimento da sociedade;
Era dividido em : Historia, Filosofia, Ciência, Tecnologia e Arte;
Subdivido em classes, de acordo com seu nível de semelhança;
As subclasses possibilitavam a coordenação e subordinação dos assuntos;
Caráter memorável e representando, dentre as muitas subdivisões dos assuntos às
próprias letras iniciais das palavras.
Com uma notação mixórdia composto de número e letras maiúsculas e
minúsculas, utiliza também a vírgula como objeto de separação das tabelas
auxiliares das classes principais;
Segundo Jack Mills, do Bliss Bulletin, também é admitido o uso de hífen para ligar
os assuntos;
O sistema possui 22 tabelas auxiliares, chamadas de Systematic and Auxiliary
schedules (Tabelas Auxiliares e Sistemáticas);
As quatro primeiras tabelas são usadas para o uso geral, e o resto das tabelas são
usados para determinadas classes.
As 4 primeiras tabelas são usadas para assuntos gerais, são utilizadas para:
Tabela 1: Referente a subdivisões de forma, usando os numero de 1 a 9;
Tabela 2: São as subdivisões geográficas e são representadas pelas letras
minúsculas do alfabeto;
Tabela 3: Subdivisões de língua e\ou nacionalidade, representadas pelas letras
maiúsculas do alfabeto que vem antes de uma virgula para não se confundir com as
subdivisões dos assuntos;
Tabela 4: Se refere aos períodos históricos, também representados pelas letras
maiúsculas do alfabeto também precedidas por uma virgula.
Exemplos de Tabelas:
Tabela 1
Barbosa (1969, p.146)
Barbosa (1969, p.147)
Tabela 2: Tabela
geral de subdivisões
de assuntos
Tabela 6: Sinopse concisa da
ordem das ciências e estudos.
Barbosa (1969, p.151)
Classes Principais
Barbosa (1969, p.150)
BC2
Após a morte de Henry Bliss, foi
fundando no Reino Unidos a Bliss
Classification Association, em 1967,
onde a sua Classificação Bibliográfica
sofreu modificações e como muitos
afirmam, foi uma mudança tão radical ao
ponto de podermos considerar como um
sistema completamente diferente. Foi
apenas usada a base criada por Bliss;
Jack Mills iniciou o projeto e os
primeiros volumes foram publicados em
1977.
A ordem que as facetas são construídas (do especifico ao geral) é chamado de
ordem de citação e o BC2 foi construído para prover a ordem mais logica e fácil,
tanto para procurar livros na estante quanto para organizar recursos na Web.
O BC2 reconhece a sua rígida ordem de citação, que talvez não atendera as
necessidades do usuário.
Por exemplo uma biblioteca especializada em Sociologia ou Antropologia pode
querer manter assuntos “dispersos” como Psicologia (Classe I), Religião (Classe P),
Politicas (Classe R), dentro da Classe K, juntos do que separar em diferentes
seções. Para isso o BC2 tira material de suas outras tabelas e as coloca na classe K.
Bibliotecários que optarem por isso, talvez precisem do apoio de outras tabelas para
um vocabulário detalhado.
O vocabulário do BC2 é bastante extenso e atualizado, é fácil de criar a indexação
de determinado assunto, usando os termos de suas tabelas.
Essa indexação não pode duplicar as ordens das tabelas ou a ordem dos livros nas
estantes, já que seu proposito é juntar termos dispersos.
Para alcançar essa meta, os elementos na entrada da indexação de qualquer item,
devem estar na mesma ordem que os componentes do seu classmark (marca de
classificação).
Exemplo:
Q – Bem-estar social
QEL – Casas de repouso
QLV – Idosos
Adicionando mais detalhes se torna mais direto. Por exemplo, uma leitura complementar para cuidados em uma casa de repouso:
Q – Bem-estar social
QEL – Casas de repouso
QEP X – Leituras complementares
QLV – Idosos
A marca de classificação ficaria então: QLC EPX L.
Classificação usando um
sistema invertido
Primeiramente, o bibliotecário deverá analisar o assunto, em seguida organizar o
componente ou facetas do assunto na ordem invertida do sistema do BC2, indo do
mais específico à faceta mais geral.
As classes marcadas para cada faceta são então combinadas e deixando de lado
as letras iniciais repetidas exceto a primeira.
Técnica chamada de notação retroativa (Retroactive Notation).
Como a citação no BC2 tem a ordem invertida, a faceta citada primeiro vem por
último no esquema.
Alguns exemplos:
Questionários sobre as mudanças de padrão em casamentos mulçumanos na França: KVF QSP BKC E7N
K – Sociedade
K7N – Questionários
KCE – Mudança Social
KPB K – Mulçumanos
KQS – Casamento
KVF - França
Desemprego em comunidades rurais na Índia: KVQ EOM MUR
KMU R – Comunidades Rurais
KOM – Pessoas desempregadas
KVQ E – Sociedade Indiana
Conclusões
A classificação de Bliss é um sistema inteiramente difícil de se compreender, pois
apresenta poucos exemplos da aplicação;
Excesso de tabelas auxiliares;
O sistema é considerado um dos melhores em classes de classificações
bibliográficas;
O seu sistema é um dos mais eficientes em questão de organização;
O BC2, proporciona liberdade para o profissional e possui atualizações
constantes.
Referências
BARBOSA, Alice Príncipe. Teoria e prática dos sistemas de classificação
bibliográfica. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação,
1969.
ANJOS, Liane. Sistemas de classificação do conhecimento na filosofia e na
biblioteconomia: uma visão histórico-conceitual crítica com enfoque nos
conceitos de classe, de categoria e de faceta. 291 f. Tese (Doutorado em Ciência
da Informação) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2008. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-
10112010-114437/pt-br.php. Acesso: 7 fev. 2017.
CAMPOS, Maria Luiza de Almeida. Linguagem documentária: teorias que
fundamentam sua elaboração. Niterói: Ed. da UFF, 2001. p. 26-28
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CAMPBELL, D.J. A short biography of Henry Evelyn Bliss (1870–1955). Journal of
Documentation, London. v. 32. p. 134 – 145, 1976.
The Bliss bibliographic classification: history & description. Disponível em:
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