PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO COLÉGIO ESTADUAL CAMPINA DA
LAGOA ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO, PROFISSIONAL E NORMAL
APRESENTAÇÃO
Diante das rápidas transformações que passam a atual sociedade, torna-se
imprescindível a definição da identidade e do conjunto orientador de princípios e
normas que iluminem a ação pedagógica cotidiana deste Estabelecimento de
Ensino.
É necessário sabermos e analisarmos o nosso passado, refletirmos o
presente para termos claro onde queremos chegar, qual o nosso ideal a ser atingido;
que tipo de sociedade vamos construir.
O presente Projeto Político Pedagógico define as linhas norteadoras que
orientarão todo o trabalho pedagógico do Colégio, e por essa razão não é um
Projeto definitivo, estático, mas será refletido, reavaliado, reformulado e reconstruído
sempre que a comunidade escolar achar necessário. Portanto, é um Projeto
dinâmico que estará em ação no cotidiano escolar.
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INTRODUÇÃO
1 - IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
1.1 DADOS GERAIS DA ESCOLA
Colégio Estadual Campina da Lagoa – Ensino Fundamental (6º ao 9º ano),
Ensino Médio (com progressão parcial) e Educação Profissional e Normal (integrado
e subsequente)
Código: 0001-6
Rua Duque de Caxias, nº 296
Telefone : 0xx44 542 1270 e 542 1365
Fax : 0xx44 542 1270 e 542 1365
E-mail: colegiocampinadalagoa @hotmail. com
Campina da Lagoa - Paraná - CEP : 87.345-000
Código: 0390
Dependência Administrativa: ESTADUAL
Código:
NRE - Campo Mourão
Código: 05
Distância do Colégio do NRE: 100 KM
Entidade Mantenedora : Secretaria de Estado da Educação
Diretora : Claudete Dias dos Santos
Vice - Diretora: Loricy de Matos
1.2 HORÁRIO DE ATENDIMENTO
Turnos : Manhã : 07:30 às 11:55 horas
Tarde : 12:50 às 17:15 horas
Noite : 19:00 às 23:00 horas
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1.2.1 Horário de Atendimento ao Público:
Direção, Secretaria e Equipe Pedagógica : 07:30 às 11:55 horas
12:50 às 17:15 horas
19:00 às 23:00 horas
1.3 HISTÓRICO DO COLÉGIO
Sendo Campina da Lagoa uma cidade nova em crescente desenvolvimento
com um grande número de jovens terminando o Ginásio em 1969 e com
expectativas de um futuro profissional promissor, através de um trabalho conjunto da
comunidade em geral e lideranças políticas da cidade de Campina da Lagoa tendo
como prefeito o senhor Alberto Bauer foi criado o Colégio pelo Decreto Lei 17.781 de
30 de dezembro de 1969 e através da Portaria 4.919 foi autorizado o funcionamento
do COLÉGIO COMERCIAL ESTADUAL DE CAMPINA DA LAGOA a partir de 01 de
março de 1970 sendo que o novo prefeito Dr. Celso Tramontini indica e é designado
para primeiro diretor o professor e economista João Galdino de Medeiros, e para
secretária a professora Felicia Kolek.
O Colégio Comercial, funcionou inicialmente no primeiro prédio construído para
o Ginásio onde é a Escola Municipal Roberto Brzezinski e ali ficou até 1972 quando
passou a funcionar onde é atualmente na Rua Duque de Caxias, 296 , em três salas
já existentes, tendo o prédio de madeira do Grupo Escolar Roberto Brzezinski
funcionando como anexo no período noturno, posteriormente as salas de madeira
foram removidas para o mesmo local e desde então o colégio só foi crescendo em
todos os sentidos, aumentando o número de alunos, abrindo novos cursos e
também a estrutura física e pedagógica melhorando a cada dia.
1.3.1 Nomes da Escola e Atos Oficiais:
Portaria 4919/70 – 01/03/70 - Autoriza o funcionamento do COLÉGIO COMERCIAL
ESTADUAL DE CAMPINA DA LAGOA.
Decreto 4938/78 de 12/05/78 - Autoriza o funcionamento do COLÉGIO CAMPINA
DA LAGOA – ENSINO DE 2º GRAU, resultante da reorganização do Colégio
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Comercial Estadual de Campina da Lagoa.
Parecer 068/78 de 16/02/78 - Aprova a implantação das Habilitações: Magistério,
Básico em Saúde e Básico em Administração.
Resolução 3266/81 de 30/12/81 - DOE 1235/81 de 19/02/82 – Reorganização e
autorização de implantação de 1ª à 4ª série no Colégio que passa a denominar-se
COLÉGIO ESTADUAL CAMPINA DA LAGOA – ENSINO DE 1º E 2º GRAUS.
Resolução 2486/82 - DOE 07/10/82 - Reconhece o estabelecimento e os Cursos
de 2º Grau com Habilitação : Magistério, Básica em Saúde, Básica em
Administração.
Resolução 619/87 de 19/02/87 DOE 2.480/87 de 10/03/87 - Autoriza o
funcionamento do Curso de 2º Grau Propedêutico - Educação Geral
Resolução 4788/87 de 23/12/87 DOE 2681/87 de 31/12/86 - Autoriza
implantação gradativa de 5ª à 8ª séries do 1º Grau.
Resolução 585/88 - Autoriza funcionamento do Centro de Atendimento
Especializado para Deficientes Auditivos.
Resolução 4105/88 - Autoriza o funcionamento do Centro de Atendimento
Especializado para Deficientes Visuais.
Resolução 2538/89 de 15/09/81 - DOE 3115/89 de 04/10/89 - Reconhece o
Curso Educação Geral.
Resolução 1032/92 de 03/04/92 DOE 22/04/92 - Reconhece o Curso de 1º Grau.
Resolução 2728/92 de 14/08/92 - Suspende as atividades de 1ª à 4ª série do 1º
Grau com a municipalização.
Resolução 4497/94 de 20/09/94 - Autoriza o funcionamento da Habilitação Técnico
em Processamento de Dados.
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Resolução 1485/87 - de 16/04/97 DOE 4.993/97 de 30/04/97 - Reconhece o
Curso Técnico em Processamento de Dados.
Resolução 4.394/96 - De acordo com a Resolução o Colégio adere ao PROEM –
Programa de Expansão, Melhoria e Inovação no Ensino Médio do Paraná.
Resolução 3120/98 - DOE 5332 de 11/09/98 - O Colégio passa a denominar-se
COLÉGIO ESTADUAL CAMPINA DA LAGOA – ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO.
Resolução 2745/02 - de 04/07/02 - DOE 6289 de 08/08/02 – Renova
Reconhecimento do Ensino Médio.
Resolução 2727/02 - de 04/06/02 - DOE 6290 de 09/08/02 – Renova
Reconhecimento do Ensino Fundamental.
Resolução 2497/02 – de 16/09/02 – DOE 6293 de 11/10/02 – Autoriza
Funcionamento do Curso Técnico em Gestão Empreendedora e muda a
denominação para COLÉGIO ESTADUAL CAMPINA DA LAGOA – ENSINO
FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL
Resolução 1609/05 de 22/06/2005 – Autoriza e Reconhece Curso Técnico em
Administração
Resolução 147/06 - de 26/01/06 - – Autoriza Funcionamento do Curso Formação
de Docentes da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental , na
modalidade Normal, nível Médio e muda a denominação para COLÉGIO ESTADUAL
CAMPINA DA LAGOA – ENSINO FUNDAMENTAL , MÉDIO , PROFISSIONAL e
NORMAL
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1.4 ESPAÇO FÍSICO
O Colégio Estadual Campina da Lagoa – Ensino Fundamental, Médio e
Profissional e Normal é uma escola com uma boa estrutura física composta de:
- 17 salas de aulas amplas, bem ventiladas, limpas, com a necessidade
constante de reparos nas carteiras, cadeiras, móveis e vídeos.
- Uma sala específica para direção e direção auxiliar, um salão de festa, uma
sala de xadrez, uma sala de prática de formação, um anfiteatro e uma
quadra de esporte coberta.
- Laboratório de biologia, física, química e de informática que atende às
necessidades de sua clientela, necessitando de um amplo atendimento nas
práticas laboratoriais e maior eficiência laboratorista.
- Biblioteca em constante funcionamento com bons livros, autores diversos
em todas as áreas e atualizados, com a necessidade de aprimoramento
para bibliotecárias e aumento constante de seu acervo. O Colégio recebeu
um rico acervo bibliográfico do Brasil profissionalizado. O Curso Técnico em
Administração conta com 38 títulos resultando em 380 livros, o Curso
Técnico em Secretariado conta com 34 títulos resultando em 340 livros, o
Curso Técnico em Comércio conta com 32 títulos resultando em 320 livros
e o Curso Formação de Docentes conta com 47 títulos resultando em 470
livros.
- Na questão da merenda escolar, os alunos que se alimentam na escola
mostram-se satisfeitos com a qualidade da mesma, podendo ser melhorada
de acordo com as possibilidades, possui um refeitório amplo e equipado
com mesas e bancos que estão sempre bem limpos e em ótimas condições
de higiene.
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- Quanto à segurança da escola, existe apenas o caseiro (policial), mas nós
também necessitamos de um porteiro e inspetor para auxiliar no nosso
trabalho e bem-estar de todos.
- A Equipe Pedagógica é composta de 3 (três) profissionais efetivos e 2
(dois) PSS com responsabilidade que usam de bom senso para resolver os
problemas sociais, culturais, educativos, pedagógicos e até materiais. A
mesma possui uma sala informatizada onde realiza seu trabalho.
- Os professores contam com uma sala para que possam descansar no
momento do intervalo e também onde podem fazer a hora atividade,
também temos um auditório para apresentações culturais, promoção de
eventos com alunos, professores, pais ou comunidade local.
- A secretaria é ampla, possuindo sala específica para a secretário, equipada
com computador (1 para secretário e 4 para auxiliares de secretaria), os
arquivos estão sempre bem organizados devido a eficiência da equipe da
secretaria.
- O Colégio passou por reformas a fim de melhorar cada vez mais para
melhor atender toda a comunidade escolar, tornando o ambiente mais
alegre e atrativo.
1.4.1 Recursos Didáticos
O Colégio tem disponível vários recursos dentre eles podemos citar:
Microcomputadores, impressoras; televisores; DVD, vídeo, retro projetores,
microscópios binocular, duplicador a álcool, bandeiras do Brasil, bandeiras do
Paraná, diversos mapas, Episcópio, Grafoscope, data-show, telão e aparelhos de
som pequeno.
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1.5– Cursos e Turmas
CURSOS TURMAS
Ensino Fundamental 17
Ensino Médio 10
Educação Profissional – Téc. Secretariado 1
Educação Profissional - Formação de
Docentes
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1.6 Caracterização da população
- Habitantes:
Total de Habitantes Zona Urbana Zona Rural
16.999 habitantes 12.673 habitantes 4.326 habitantes
- Total de Escolas:
Ensino
Médio
Ensino
Fundamenta
l Séries
Iniciais
Ensino
Fundamenta
l Séries
Finais
Centro de
Educação
Infantil
Ensino
Especial
Sede 03 04 03 03 01
Distritos 01 03 03 03
1.7 Alunos que temos:
Ano letivo Total Ensino Fundamental Ensino Médio Educação Profissional
2011 1038 452 280 142
1.8 Direção , Professores e Funcionários:
Direção Direção
Auxiliar
Professores
Pedagogos
Professores Agente Educacional
II
Agente Educacional
I
01 01 5 69 09 17
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02 OBJETIVO GERAL
Possibilitar aos alunos uma escola de qualidade, democrática, participativa e
espaço cultural de socialização e desenvolvimento do educando, visando também
prepará-lo para o exercício da cidadania através da prática e cumprimento de
direitos e deveres.
Dar condições a todos os envolvidos no processo de educação de
desenvolver a igualdade, qualidade, democracia, liberdade e a valorização do
magistério.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
São objetivos da Escola, além daqueles previstos na LDB nº 9394, de 20 de
dezembro de 1996 e demais normas complementares :
Criar no ambiente escolar, condições para gerar uma outra forma de
organização do trabalho pedagógico.
Atender aos educandos com necessidades educacionais especiais,
respeitando suas individualidades, ofertando a flexibilização curricular e adequações
necessárias para o pleno desenvolvimento das potencialidades.
Promover a formação integral do educando como sujeito do processo
contínuo de educação, seu direito de acesso, a universalidade da educação, a
concepção de formação em seus diferentes aspectos: estéticos, éticos, cognitivos,
afetivos, culturais, biológicos, sociais e religiosos.
Desenvolver ações responsáveis e conscientes quanto a proteção e
restituição do meio ambiente.
Priorizar ações específicas educacionais aos alunos egressos, oportunizando
aos mesmos a permanência e o êxito no espaço escolar.
Pensar e reorganizar a escola de maneira crítica e construtiva usando todo
empenho coletivo para avançar e ampliar as possibilidades, apressando as
mudanças que se fazem necessárias dentro e fora dos muros da escola.
Valorizar os saberes do campo, a produção, a socialização cultural,
estimulando novos saberes, visando o desenvolvimento do campo ;
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Favorecer o desenvolvimento da capacidade do aluno de apropriar-se de
conhecimentos científicos, sociais e tecnológicos produzidos historicamente,
devendo ser resultante de um processo coletivo de avaliação diagnóstica.
Resgatar a escola como espaço público, lugar de debate, diálogo fundado na
reflexão coletiva, promovendo a integração escola x família x comunidade;
Dar condições necessárias aos professores, funcionários, equipe pedagógica
e alunos para a realização de um trabalho que inclui dinâmicas que busquem uma
nova organização para a escola.
Dar condições a reeducação das relações étnico-raciais positivas,
enfrentando e superando discordâncias, conflitos e contestações, valorizando as
diferenças.
Atingir sua finalidade política social ao formar o indivíduo para a participação
política que implica direitos e deveres da cidadania.
Possibilitar a compreensão do papel do trabalho na formação profissional dos
alunos.
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03 PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO TRABALHO ESCOLAR
A proposta do trabalho pedagógico consiste no uso do método dialético, cujo
objetivo é envolver o educando na aprendizagem significativa dos conteúdos,
oferecendo aos mesmos uma possibilidade de aprender criticamente o
conhecimento científico. Seguindo tal pensamento a escola tem compromisso de
respeitar os saberes dos educandos, aproveitando sua experiência, discutindo sua
realidade, associando os saberes curriculares e a experiência social que eles têm,
valorizando e resgatando a diversidade cultural visando o multi culturalismo e o
diálogo inter-religioso, enriquecendo assim o conhecimento, pois ao mesmo tempo
em que se ensina estamos num constante aprender. O educando chega a escola
trazendo uma cultura que não é melhor, nem pior que a do professor, pois em sala
de aula os dois lados aprenderão juntos, um com o outro, para isso torna-se
necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a
possibilidade de se expressar num ambiente de respeito, solidário com direitos e
deveres bem claros. É importante que educador e educandos assumam a postura
do diálogo e da curiosidade compreendendo o papel desta como sendo impulso para
produção do conhecimento, preparando o educando para o exercício da cidadania e
seu desempenho em sociedade. Sabe-se que as questões educacionais estão
intrinsecamente ligadas aos problemas econômicos, políticos, sociais e culturais. É
uma relação dialética, a educação pode interferir na sociedade, podendo contribuir
para sua transformação, como também os problemas da sociedade podem afetar a
educação. Por esta razão a prática pedagógica deve ser voltada para interação
entre o conteúdo escolar e a realidade concreta, visando a transformação da
sociedade ( ação – compreensão – ação ). Pois a interação é elemento de
compreensão e intervenção na prática social. Mas, para isto os problemas da
realidade deverão ser investigados a partir do contexto vivido através de uma
reflexão radical, rigorosa e de conjunto, tendo sempre em vista a formação de um
sujeito crítico, participativo, disciplinado, responsável que compreende as relações
sociais nas quais está inserido, através de análise das situações e das experiências
do seu cotidiano.
16
04 PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO
Segundo a Constituição Federal ( art. 206) e a LDB (art. 3º ) o ensino será
ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII – valorização do profissional da educação escolar;
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino;
IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização da experiência extra-escolar;
XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
4.1 UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA
Segundo Ilma Passos (1995) o projeto político pedagógico consiste na
organização do trabalho pedagógico da escola, sendo que sua construção parte dos
princípios de igualdade, qualidade, liberdade, gestão democrática e valorização do
magistério. A escola é um espaço social marcado pela manifestação de práticas
contraditórias que indicam a luta ou acomodação de todos os envolvidos na
organização do trabalho pedagógico.
Devemos entender que a organização do trabalho pedagógico deve ser
resultante de um trabalho coletivo, desta forma contrapõe-se a fragmentação do
trabalho pedagógico deixando de ser autoritário.
VEIGA, Ilma Passos( 1995, p. 22) considera que “ pelo menos sete elementos
básicos podem ser apontados: as especificidades da escola, a estrutura
organizacional, o currículo, o tempo, o processo de decisão, as relações de
trabalho, a avaliação.” Desta forma o projeto político pedagógico estará voltado para
a realidade do educando inserido num contexto cultural, social, ético e cognitivo.
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05 ATO SITUACIONAL
5.1 A SOCIEDADE QUE TEMOS
No último século devido a revolução da tecnologia da informatização, a crise
econômica do capitalismo e do estatismo e a conseqüente reestruturação de ambos,
as mudanças na política e na economia, a globalização e a crescente expansão do
neo-liberalismo o mundo tornou-se cada vez mais e mais complexo, onde todas as
coisas estão completamente em movimento, passando por rápidas transformações.
Os indivíduos, os países estão sujeitos a uma série de forças externas e internas.
Uma mudança em um determinado setor influencia em outros setores, devido a
ligação de dependência entre eles.
As novas tecnologias da rede planetária se manifestaram em todos os setores
da vida social, principalmente nos setores da informação e da mídia. As conquistas
tecnológicas alteraram profundamente o universo da produção e do trabalho
surgindo uma nova economia, a economia informacional /global, e uma nova cultura,
a cultura da virtualidade real determinando a organização de uma nova ordem
política no mundo de redes. A tecnologia da informação ajudou a estabelecer as
redes econômicas, de produção, de trabalho e de comércio que se entrelaçam no
planeta, anunciando a Era da Globalização. Este início de milênio está repleto de
transformações e rupturas que alcançam e tocam ainda de modo desigual quase
todas as experiências humanas, pois nem todos têm acesso. Muitas vezes torna-se
angustiante acompanhá-las, porque se manifestam cada vez mais rápido. Tal
aspecto colabora para confundir a compreensão da realidade em ebulição. Além
disso, em tempos de transições aceleradas, a nossa capacidade de análise tende a
se obscurecer, uma vez que as contradições se evidenciam e proliferam; algumas
permanências da antiga ordem resistem ou assumem outras formas, nos
confundindo; e as dúvidas sobre a realidade emergente se multiplicam. Como
também estamos no meio do turbilhão de mudanças, querendo favorecer ou impedir
várias delas, a falta de distanciamento dificulta ainda mais nossa capacidade crítica.
As transformações impostas pela ciência e a tecnologia criaram no imaginário do
mundo ocidental uma série de certezas e ilusões, estar atento a isto é fundamental
para a manutenção de cada indivíduo no seu meio , como ser consciente e atuante,
pois ao contrário ficará sujeito a vontade dos outros.
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Para entender a escola, sua organização, o processo de ensino que nela se
desenvolve não basta analisá-la nas suas dimensões internas, mas vê-la inserida
numa sociedade capitalista, que se caracteriza pela apropriação dos meios de
produção, onde duas classes fundamentais são antinomias. Situa-se, de um lado, o
proprietário dos meios de produção, o capitalista, que detém também o controle da
ciência e da tecnologia, os meios de produção, os que concebem o processo de
trabalho. De outro os que não têm posse dos meios de produção, não têm acesso à
ciência e a tecnologia, cuja função é de executar apenas as tarefas que lhes são
atribuídas. É portanto, característica do modo de produção capitalista a separação
entre trabalho manual e trabalho intelectual, cujo sentido último está em legitimar a
desvalorização do trabalho, controlar o processo de produção, a técnica e a ciência;
enfim retirar do trabalhador a autonomia, o controle do processo, assegurando assim
a exploração que na raiz do processo de acumulação é o fim último do capitalismo.
Fenômeno idêntico observa-se hoje com o sistema escolar, onde professores e
funcionários assalariados assumem a função de executores de tarefas parcializadas
executando o que os outros pensaram.
Pode-se afirmar que as pessoas atualmente estão vivendo em uma sociedade
hierarquizada, capitalista, individualista, consumista, paternalista, excludente, em
constante mudanças tecnológicas, socais, econômicas e culturais, que enfrenta
grandes desafios como o globalização , a questão ambiental, a má distribuição de
renda, mudança de valores, os conflitos raciais e étnicos, o desemprego, a
urbanização e a qualidade de vida, o comércio internacional e o aumento da dívida
dos países pobres, a violência, o tráfico e o consumo de drogas. Esta sociedade
excludente para tentar se recompensar disso acaba muitas vezes se tornando
paternalista, através de projetos e doações que mantém os indivíduos ainda mais
submissos, desmotivados, sem interesses, sem perspectivas. Nesta sociedade as
pessoas são educadas para serem empregadas. Realmente o mercado de trabalho
está tão disputado, com poucas oportunidades que a classe pobre só terá chances
se tiver uma educação com qualidade e com compromisso de formar cidadãos
participativos, conscientes, transformadores, criativos, com conhecimento, com
competência técnica e política para procurar mudar a realidade em que vive. A
quantidade e qualidade de informação que um indivíduo possui é fator decisivo na
sua participação significativa.
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5.2 DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE DO MUNICÍPIO DE CAMPINA DA LAGOA.
Campina da Lagoa é um município de pequeno porte, com uma população de
16.999 habitantes, sendo que 12.673 habitantes moram na zona urbana e zona rural
4.326 habitantes. Formado por vários grupos étnicos, oriundos de diferentes países,
principalmente de origem européia. Da migração interna , no município se
encontram pessoas de todos os Estados do País, com maior destaque para os
mineiros, paulistas e catarinenses. A população é composta de pessoas
hospitaleiras e trabalhadoras. Porém o município é carente de oportunidades para o
jovem, como toda cidade interiorana saem em busca de trabalho ou formação
universitária. Ao terminar o Ensino Médio muitos alunos vão estudar todos os dias
em municípios vizinhos como Ubiratã, Campo Mourão, Cascavel e Umuarama, mas
nem todos conseguem ir, os que vão e se formam, muitas vezes não conseguem
exercer sua profissão em nossa cidade, por falta de oportunidade.
Sendo o município de vocação agropecuária (agropecuarista ), como todo
pequeno município, ocorreu o êxodo rural. A agricultura é desenvolvida e a pecuária
significante. O comércio é pequeno, gira em torno das colheitas e as indústrias são
escassas.
Na questão da saúde o município conta com um hospital, um pronto socorro
municipal, dois laboratórios de análises clínicas, mas os exames mais complexos
são efetuados nos núcleos regionais de saúde como Campo Mourão, Cascavel,
Maringá e Londrina.
No aspecto religioso é composto de vários seguimentos, com maior destaque
para o catolicismo.
5.3 A ESCOLA QUE TEMOS
A escola nesta sociedade atual adquiriu uma dimensão social que nunca teve,
de repetidora, ela se tornou co-criadora deste mundo que está surgindo. É muito
clara a transferência de responsabilidade que a sociedade da segunda metade do
século XX fez para a escola. Na sociedade do século XIX, a família cuidava e
socializava a criança impondo limites, ética, disciplina, respeito, valores; a igreja
moralizava; a escola ficava com a função de transmitir o saber científico, cultural,
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filosófico, a empresa e o Estado inseriam no mercado de trabalho. Agora os papéis
mudaram muito, pois houve uma transferência de responsabilidade, recaindo sobre
a escola um ônus excessivo, dando a mesma uma outra dimensão social. A escola
tornou-se paternalista, por esta razão atualmente enfrenta muitas dificuldades, entre
elas a falta de compromisso de alguns pais e alunos; a falta de disciplina,
responsabilidade, respeito e interesse por parte de alguns alunos desmotivados,
sem estrutura, alienados do conhecimento científico, político, cultural e filosófico,
vítimas da sociedade e sem perspectiva social. Observa-se que atualmente, impera
um total descaso pelo ato de lecionar e aprender, já não existe mais o respeito
mútuo entre discentes e docentes; a indisciplina em sala é constante e a dificuldade
que os estudantes encontram em usar a linguagem escrita como elemento de
reforço ou registro da fala é uma triste realidade.Com raras exceções, temos
professores e funcionários desmotivados e omissos, que apresentam alguns
desajustes com relação ao trabalho coletivo.
5.4 PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS QUE TEMOS
Na escola que temos os professores são participativos, abertos a mudanças e
a novos conhecimentos, dispostos a fazer cursos de capacitação, receber novidades
para trabalhar efetivamente com a diversidade dos educandos que lhes é concedido
a cada ano e a cada turma. A escola possui um corpo docente de 69 (sessenta e
nove) profissionais pós-graduados na área da Educação. O corpo docente se
preocupa e se propõe a resolver os problemas educacionais de acordo com o
Projeto Político Pedagógico usando de flexibilidade quanto às mudanças
tecnológicas e as transformações socioculturais.
Os funcionários que também são educadores estão sempre a disposição da
direção, dos professores e dos alunos. Eles participam juntamente com todo o corpo
docente da formação continuada que é proporcionada durante o ano letivo pela
SEED e NRE.. Temos no colégio 26 (vinte e seis) funcionários, sendo: 9 (nove)
pertencentes ao quadro de agente educacional II, 17 (dezessete) pertencente ao
Agente Educacional I.
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5.5 ALUNOS E PAIS QUE TEMOS
O Colégio Estadual Campina da Lagoa – EFMP conta no ano letivo de 2010,
com um total de 1038 alunos, matriculados nos turnos da manhã, tarde e noite,
sendo estes distribuídos em 40 (quarenta) turmas.
A clientela escolar está na faixa etária entre 10 a 20 anos, excetuando alguns
casos de alunos com idade superior.
O grupo de alunos, que compõe a Escola, é oriundo da zona central da
cidade, da periférica e do campo.
O nível sócio econômico cultural é variável. As famílias têm em média 3 filhos,
sendo que estes em sua maioria colaboram com o orçamento familiar, permitindo
uma renda média de 2 a 5 salários mínimos.
O nível psicológico e emocional está dentro da normalidade, contando com
casos de desajustes familiares que trazem como conseqüência desequilíbrios e
desajustes com colegas, professores e funcionários, gerando desinteresse pelos
estudos, falta de responsabilidade, apatia, desrespeito e indisciplina, afetando e
prejudicando diretamente o trabalho do professor e dos colegas.
Os discentes de nossa escola possuem uma grande diversidade cultural, uma
capacidade intelectual, criativa e crítica, porém, há a necessidade de uma postura
mais compromissada com os seus estudos, com o conhecimento científico, político,
cultural e filosófico que os levará a um profissionalismo autêntico e competitivo
dentro das necessidades do mercado de trabalho. Como nossa escola está aberta a
todos, temos também alunos com necessidades educacionais especiais, dentre elas
podemos citar alunos com deficiência física, deficiência auditiva, visual e defasagem
na questão de alfabetização, pois possuem muitas dificuldades em relação a leitura,
escrita e cálculos.
Analisando e avaliando os anseios dos pais, pode-se observar que eles
também almejam um ensino de qualidade para seus filhos. Há uma parte que não
participa de reuniões ou de eventos na Escola. Os pais precisam melhorar sua
participação na escola, assumindo uma conduta ética na luta pela qualidade do
ensino, tendo como prioridade a aprendizagem do filho, contribuindo e
acompanhando diretamente na formação de valores no caráter e na vida escolar de
seus filhos.
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5.6 DADOS EDUCACIONAIS
Curso/Período Matric. Trans. Rem. Desis. Apr. Apr/Cc Repr Repr/FrAbs % Abs % Abs % Abs % Abs % Abs % Abs % Abs %
Geral 1014 100 210 21,30 46 4,53 4,33 492 69,49 180 25,42 12 1,74 24 3,38
EF Diurno 572 100 104 18.18 26 4.55 9 1,57 307 70,9 106 24,48 10 2,31 10 2,31
EM Diurno 258 100 74 28,68 10 3,88 10 3,88 115 70,12 31 18,9 2 1,22 7 4,27
Diurno 830 100 178 21,45 36 4,34 19 2,29 422 70,69 137 22,95 12 2,01 17 2,85
E F Noturno 33 100 8 24,24 4 12,12 1 3,3 18 90,0 10 50,0 0 0 2 10,0
EM Noturno 151 100 30 19,87 6 3,97 24 15,89 52 57,14 33 36,26 0 0 5 5,49
Noturno 184 100 38 20,65 10 5,43 25 13,58 70 63,06 43 38,73 0 0 7 6,30
5.7 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA
DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO E PRÁTICA
Ao analisar as contradições e conflitos presentes na prática docente temos que partir
dos problemas práticos buscando a sua superação: que coloque os sujeitos do
processo como agentes ativos e não meros objetos; que viabilize a produção e
sistematização coletiva do conhecimento; que altere a concepção da função do
professor, vendo não como um simples transmissor, mas também como produtor de
conhecimento. Esta análise não se baseia no nível da crítica e denúncia, mas sim
para produzir, de forma coletiva, propostas concretas de ações transformadoras.
• As relações encontradas nas escolas reforçam a divisão entre aprendizagem e
trabalho, há uma dissociação o que resulta em altos índices de desistência e
reprovação. Os professores reclamam da predeterminação do seu trabalho por
23
instâncias superiores e querem participar das decisões acerca dele, mas quando
o fazem não conseguem estabelecer esta relação entre trabalho e escola.
• Temos que conceber o aluno como um ser historicamente situado, pertencente a
uma determinada classe, portador de uma prática social com interesses próprios
e de conhecimento adquirido nessa prática.
• A evasão escolar é uma das problemáticas que não conseguimos eliminar, com
os projetos de Evasão Escolar houve uma diminuição, mas os fatores externos:
família, condições sócio-econômica e trabalho influenciam muito para evasão.
Outro agravante é o fator interno: professor descompromissado, baixa auto-
estima, falta de perspectiva... Tentamos acompanhar as faltas chamando o aluno
e a família para conversar, fazemos visitas e procuramos junto com os
professores fazer com que o aluno não se evada. Também utilizamos a Ficha
Fica que é encaminhada junto ao Conselho Tutelar para que tomem as devidas
providências a fim de que esses alunos retornem as aulas.
• Em nossa escola procuramos fazer a inclusão em parceria entre equipe
pedagógica e professores, buscamos acompanhar a vida familiar do aluno, para
termos subsídios para ensiná-lo, temos uma profissional capacitada para atender
alunos com defasagem na aprendizagem na sala de recursos.
• Não existe em nossa escola grande rotatividade de professor, a maioria possui
padrão de 40 horas e já determinaram as turmas, turnos e dias das aulas.
Possuem autonomia para escolha de acordo com o tempo de serviço na escola.
• Nossa escola está situada perto do centro da cidade e de conjuntos habitacionais
e bairros periféricos, há, portanto, uma mistura de classes sociais, religiosas,
políticas e culturais muito grande, no entanto não temos problemas em relação a
esses fatores, convivemos bem. Temos muitos alunos do campo no período da
tarde e da noite e não vemos em nenhum momento, diferenciação entre eles. Há
na escola uma organização social definida e construída na igualdade de valores.
A escola e família têm que caminhar juntas, discutindo os problemas e
objetivos a serem alcançados, visando uma educação de qualidade, mas na
realidade, há uma distância entre ambas, pois um dos problemas que mais dificulta
o trabalho dos professores é a falta de acompanhamento da vida escolar dos filhos
pelos pais, que gera a falta de diálogo, divergências, as críticas sem fundamentos,
falta de apoio, a desvalorização dos profissionais da educação e o descompromisso
24
de muitos pais, que muitas vezes alegam que não têm tempo devido ao trabalho. A
falta de estrutura e harmonia familiar também é uma das razões, que leva a rebeldia,
a revolta , a carência afetiva, a falta de respeito e interesse dos alunos, que acaba
gerando indisciplina dentro da sala de aula.
Na questão da avaliação, os professores demonstram desejos de mudanças,
mas entre o anúncio de novas perspectivas em avaliação e a prática avaliativa existe
uma distância muito grande. A inconsistência entre o discurso e a prática ainda é
uma constante. Os professores aceitam a proposta da avaliação diagnóstica, mas na
realidade não sabem como por em prática. É preciso especial atenção à didática,
métodos de ensino, quando se quer mudar a avaliação. Mas este é um campo de
grande desafio para os professores, pois os seus procedimentos didáticos estão em
sua maioria, distanciados de uma pedagogia histórico-crítica, com uma avaliação
diagnóstica e formativa que auxilia o replanejamento de suas ações, ou seja, do
processo ensino-aprendizagem.
25
06 ATO CONCEITUAL
6.1 CONCEPÇÃO DE HOMEM
O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a
segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação,
ele envolve múltiplas relações em determinado momento histórico, assim, acumula
experiências e em decorrência destas, ele produz conhecimentos. Sua ação é
intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não-
materiais que são apropriados de diferentes formas pelo homem, conforme Saviani
(1992):
“O homem necessita produzir continuamente sua própria existência. Para
tanto, em lugar de se adaptar a natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto é,
transforma-la pelo trabalho”.
Considerando o homem em ser social, ele atua e interfere na sociedade, se
encontra com o outro nas relações familiares, comunitárias, produtivas e também na
organização política, garantindo assim sua participação ativa e criativa nas diversas
esferas da sociedade. O homem, como sujeito de sua história, segundo Santoro “...
é aquele que na sua convivência coletiva compreende suas condições existenciais
transcende-as e reorganiza-as, superando a condição de objeto, caminhando na
direção de sua emancipação participante da história coletiva compreende suas
trabalho nas suas relações. Conforme Veiga (Veiga, 1995, p, 27).
“O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do
conhecimento científico, que se adequaria à faixa etária e aos interesses dos
alunos”. Dessa forma, o conhecimento escola é resultado de fatos, conceitos, e
generalizações, sendo, portanto, o objeto de trabalho do professor.
Para Boff (2000, p, 82), “conhecer implica pois, fazer uma experiência e a
partir dela ganhar consciência e capacidade de conceptualização. O ato de
conhecer, portanto, representa um caminho privilegiado para a compreensão da
realidade, o conhecimento sozinho não transforma a realidade; transforma a
realidade somente a conversão do conhecimento em ação”.
O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social gerando
mudança interna e externa no cidadão e nas relações sociais, tendo sempre uma
intencionalidade.
26
Conforme Freire (2003, p. 59), “o conhecimento é sempre conhecimento de
alguma coisa, é sempre intencionado, isto é, está sempre dirigido para alguma
coisa”. Portanto, há de se ter clareza com relação ao conhecimento escolar, pois
como destaca Severino (1988, p 88), “educar contra-ideologicamente é utilizar, com
a devida competência e criatividade, as ferramentas do conhecimento, as únicas de
que efetivamente o homem dispõe para dar sentido às práticas mediadoras de sua
existência real”.
Sendo o homem um ser transformador que produz conhecimentos e influi no
momento histórico, social, cultural e econômico, é percebido como agente
responsável em adaptar-se à natureza promovendo sua preservação e restituição do
mesmo sustentavelmente.
Levando em conta que o homem é um ser social que atua e interfere na
sociedade, deve-se enaltecer o valor atribuído ao afro-descendente para que lhes
seja garantido de aprender sem ser obrigado a negar a si mesmo, ao grupo etnico-
racial a que pertencem e adotar costumes, idéias e comportamentos que lhes são
adversos.
Sendo o homem um ser social que atua e interfere nas diversas esferas da
sociedade. Quando se define a identidade da Educação do Campo a partir dos
sujeitos sociais, a mesma considera e estabelece vínculos com um modo específico
de organização e trabalho da sociedade.
6.2 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE
Quando se questiona o próprio sentido da escola, a sua função social e a
natureza do trabalho educativo, enquanto docentes, aparecemos sem iniciativa,
“arredados ou deslocados pela força arroladora dos fatos, pela vertiginosa sucessão
de acontecimentos que tornaram obsoletos os conteúdos e as práticas educativas”
(Peres Gomes, 1998). E para que isso não aconteça é que precisamos entender em
que tipo de sociedade estamos inseridos.
Para Severino (1998), a sociedade é um agrupamento tecido por uma série
de relações diferenciadoras. É configurada pelas experiências individuais do
homem, havendo uma interdependência em todas as formas da atividade humana,
desenvolvendo relações, instaurando estruturas sociais, instituições sociais e
27
produzindo bens, garantindo a base econômica e é o jeito específico do homem
realizar sua humildade, sendo que:
“A sociedade configura todas as experiências individuais do homem,
transmite-lhe resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do
grupo e recolhe as contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que
oferece a sua comunidade. Nesse sentido a sociedade cria o homem para si”. (Pinto,
1994).
A sociedade mediadora do saber e da educação presente no trabalho
concreto dos homens, que criam novas possibilidades de cultura e do agir social a
partir das contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica.
Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a
sociedade não pode se limitar às aparências. É necessário compreender as leis que
regem o desenvolvimento da sociedade. Obviamente que não se trata aqui de leis
naturais, mas sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constituem
historicamente.
Atílio Boron (1986) questiona, que tipo de sociedade deixa como legado estes
quinze anos de hegemonia ideológica do neoliberalismo? Uma sociedade
heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades de todo o tipo –
classe, etnia, gênero, religião, etc. – que foram exacerbadas com a aplicação das
políticas neoliberais. Uma sociedade dos “dois terços” ou uma sociedade “com duas
velocidades”, como costuma ser denominada na Europa, porque há um amplo setor
social, um terço excluído e fatalmente condenado à marginalidade e que não pode
ser “reconvertido” em termos laborais, nem inserir-se nos mercados de trabalho
formais dos capitais desenvolvidos. Essa crescente fragmentação do social que
potencializaram as políticas conservadoras, foi por sua vez reforçada pelo
excepcional avanço tecnológico e científico e seu impacto sobre o paradigma
produtivo contemporâneo.
Inês B. de Oliveira diz que uma sociedade democrática não é, portanto,
aquela na qual os governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma
possibilidade de participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os
processos decisórios que dizem respeito à sua vida (em casa, na escola, no bairro,
etc.).
Raul Pont no texto sobre democracia representativa e democracia
participativa conclui que nossa convicção funda-se no processo histórico que nos
28
ensina que hão há verdades eternas e absolutas nas relações entre sociedade e o
Estado e que estas se fazem e se refazem pelo protagonismo dos seres sociais e
que a busca de uma democracia substantiva, participante, regida por princípios
éticos de liberdade e igualdade social, continua sendo um horizonte histórico, em
suma, nossa utopia para a humanidade.
Sendo a sociedade um agrupamento tecido por uma série de relações
diferenciadas. A Agenda 21 escolar vem, com sua ideologia conscientizar para a
importância das leis de proteção à sociedade vinculada com o ambiente.
A relevância do estudo de temas de correntes da história e Cultura Afro
Brasileira e Africana não se restringem a população negra, ao contrário dizem
respeito a todos os brasileiros, uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos
atuantes no seio de uma sociedade multicultural e pluriétnica, capazes de construir
uma nação democrática.
Reconhecer a especificidade do campo, com respeito a sociedade, acolhendo
as diferenças sem transformá-las em desigualdades. Tendo em vista a dimensão
social universal.
6.3 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
Ao longo de sua existência, os seres humanos estabelecem relações de
diferentes naturezas. A vida é uma sequência de relações onde os indivíduos estão
constantemente trocando informações e se comunicando. As suas relações sofrem
influências e pressões do ambiente, a forma como os indivíduos se expressam
depende de sua educação, conforme eles vão enriquecendo o seu repertório de
conhecimentos, a maneira como entende as coisas, a leitura que faz do mundo, vai
mudando e progredindo. A educação é um processo histórico complexo e contínuo,
como diz Paulo Freire: “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, os
homens se educam entre si mediatizados pelo mundo”.
A pessoa educa-se nas relações que estabelecem com o seu meio social
cultural e intelectual apropriando-se de instrumentos necessários para participar na
sociedade como sujeitos conscientes, críticos, criativos e transformadores.
Segundo Brandão (1986, p. 9-73) “Ninguém escapa da educação”. Ela existe
em toda parte e faz parte dela existir entre os opostos. “[...]” é inevitavelmente, uma
29
prática social que, por meio da inculcação de tipos de saberes, reproduz tipos de
sujeitos sociais”. A educação, como a cultura, a sociedade, sofre influência do
pensamento dominante. A educação é condição necessária para vida humana, mas
é paradoxal, pois ao mesmo tempo que pode ser instrumento de controle social, de
opressão, ela pode contribuir para a modificação das condições existentes e libertar.
A educação interfere na sociedade podendo contribuir para sua transformação. É
uma relação dialética , onde uma é influência sobre a outra.
Conforme Freire (1967) o homem dominado pela consciência intransitiva é
incapaz de captar as questões e a problemática que vê da realidade, sua falta de
compromisso com a existência é muito grande e por isto centraliza os seus
interesses a um plano de vida mais vegetativa. O que falta-lhe é o teor da vida num
plano mais histórico no sentido de humanização. Somente um trabalho educativo
crítico objetivando advertir do perigo da massificação, tem a capacidade de
promover o homem da consciência intransitiva à crítica. Nesse sentido, a educação
tem que ser corajosa, capaz de propor ao cidadão instrumentos adequados a
reflexão, a análise sobre si mesmo, de sua prática individual e social, de seu tempo
e de suas responsabilidades para que tenha uma visão globalizante da realidade, e
a uma compreensão de seu condicionamento histórico – cultural, e assim passe a
discutí-la, não aceitando pacificamente o que lhes é imposto, mas orientar-se em
sua vida. Se houver a compreensão crítica da realidade, a ação também será. Para
que isto aconteça o educando deve ter conhecimento científico, político, cultural
acumulado pela humanidade de forma que o mesmo faça uma avaliação crítica do
conhecimento, reciclando e acrescentando-lhe novos conhecimentos. A educação é
uma prática social que situa o ser humano dentro da história, através dela o mundo
pode ser transformado, pela sua ação na sociedade e nas suas relações de
trabalho.
A educação é um processo pelo qual a sociedade se modifica em benefício do
próprio homem. Ao longo da história os seres humanos estabelecem com a
natureza, uma relação de interdependência, cabe também a educação de trabalhar
condutas estabelecidas na construção da Agenda 21, construída pelos próprios
educandos.
Sendo a educação, uma prática social, para benefício do homem, deve-se
oportunizar que o afro-descendente seja contemplado com igualdade de direitos, a
todos os instrumentos necessários a prática social, ao conhecimento científico,
30
cultural e político acumulado, assim como a apropriação do conhecimento de
avaliação crítica que levem ao bom senso.
A identidade da educação do campo que vem sendo construída na luta por
políticas que assegurem aos povos do campo o direito à educação , coloca-se como
parte de um debate mais amplo que implica na discussão de um projeto de
desenvolvimento para o campo.
6.4 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO
Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre
os homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas relações
sociais mediadas pelo trabalho.
Na sociedade capitalista, o homem não se apropria da produção nestas
relações, porque o trabalhador não domina as formas de produção e sistematização
do conhecimento. Segundo Marx e Engels “a classe que tem à disposição os modos
de produção material controla concomitante os meios de produção intelectual, de
sorte que, por essa razão geralmente as idéias daqueles que carecem desses meios
ficam subordinadas a ela” (Frigotto, 1993, p. 67).
Ainda neste sentido, Andery (1988, p 15) confirma que “nesse processo do
desenvolvimento humano multideterminado e que envolve inter-relações e
interferências recíprocas entre idéias e condições materiais, a base econômica será
o determinante fundamental”. Assim sendo, o conhecimento humano adquire
diferentes formas: senso comum, científico, teológico e estético, pressupondo
diferentes concepções, muitas vezes antagônicas que o homem tem sobre si, sobre
o mundo e sobre o conhecimento.
O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das
condições sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas que
representam as necessidades do homem a cada momento, implicando
necessariamente nova forma de ver a realidade, novo modo de atuação para
obtenção do conhecimento, mudando portanto a forma de interferir na realidade.
Essa interferência traz conseqüências para a escola, cabendo a ela garantir a
socialização do conhecimento que foi expropriado do trabalho nas suas relações.
Conforme Veiga(1995, p. 27) “ o conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera
31
simplificação do conhecimento científico que adequaria à faixa etária e aos
interesses dos alunos”. Dessa forma, o conhecimento escola é resultado de fatos,
conceitos, e generalizações, sendo portanto, o objeto de trabalho do professor.
Para Boff (2000, p. 82) “ conhecer implica pois fazer uma experiência e a
partir dela ganhar consciência e capacidade de conceptualização. O ato de
conhecer, portanto, representa um caminho privilegiado para a compreensão da
realidade, o conhecimento sozinho não transforma a realidade, transforma a
realidade somente a conversão do conhecimento em ação” .
O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social gerando
mudança interna e externa no cidadão e nas relações sociais, tendo sempre uma
intencionalidade.
Conforme Freire (2003, p. 59) “ o conhecimento é sempre conhecimento de
alguma coisa, é sempre intencionado, isto é, está sempre dirigido para alguma
coisa”. Portanto, há de se ter clareza com relação ao conhecimento escolar, pois
como destaca Severino ( 1988, p. 88), “ educar contra-ideologicamente é utilizar,
com a devida competência e criatividade, as ferramentas do conhecimento, as
únicas de que efetivamente o homem dispõe para dar sentido às práticas
mediadoras de sua existência real”.
Sendo o conhecimento produzido, ou conquistado pela atividade humana em
suas relações com o próprio homem e com a natureza, a Agenda 21, busca
oportunizar a melhoria da qualidade de vida, criando oportunidades para um estudo
sistematizado referente à questão ambiental.
Pressupondo o conhecimento as concepções de homem, de mundo e das
condições sociais, destaca-se a necessidade de aprofundamento às raízes da
Cultura Afro, trazendo à realidade todas as contribuições que trouxe a sociedade.
O conhecimento escolar deve ser dinâmico, adequando a faixa etária e aos
interesses de cada aluno, valorizando os saberes da cultura produzida no campo
sem perder de vista os conhecimentos e a cultura historicamente acumulados pela
humanidade.
32
6.5 CONCEPÇÃO DE ESCOLA
Uma escola de qualidade, onde se transforma todos os alunos em clientes
consumidores do produto ensino, esta é a visão da qual esta escola sonha.
Sabemos que hoje a palavra mais forte do mercado é o conhecimento.
Sabemos que não é fácil, mas precisamos formar cidadãos críticos, capazes de
despertar a consciência de sua própria dignidade e sua capacidade de exercer a tão
almejada cidadania.
A escola deve formar o aluno para o mundo . A educação é um instrumento
que transforma a pessoa tornando-a responsável pelo próprio progresso e pelo bem
da comunidade.
Precisamos pensar numa escola diferente, que atenda os apelos da
sociedade atual e que melhor atenda a formação de nossos alunos,.
Precisa-se de uma escola de oportunidade, escola para todos, alunos críticos,
cidadãos com direitos e deveres, alunos que consigam incorporar conhecimentos e
comportamentos que levem a uma transformação para uma sociedade mais justa.
Que a escola esteja em permanente sintonia com as constantes
transformações tecnológicas, desenvolvendo nos educandos as qualidades do
aprender a conviver.
A escola sonha com uma visão onde todos os alunos sejam sujeitos
históricos. Para sensibilizar e conscientizar para a adoção de uma atitude
responsável em relação ao meio ambiente, tem a Agenda 21 como auxílio.
A escola almeja uma educação para todos, com alunos críticos
desenvolvendo a plena cidadania, pensando também numa escola que melhor
atenda aos educandos, deve-se trabalhar a cultura Afro desfazendo a mentalidade
racista e discriminadora secular, superando o etnocentrismo europeu reestruturando
relações etno, raciais e sociais, desalienando processos pedagógicos.
Compreender a escola a partir da diversidade presente no campo, implica em
construir políticas públicas que assegurem o direito à igualdade com respeito as
diferenças.
À escola cabe organizar e definir sua ação pedagógica considerando sua
função social que é a razão de sua existência : o ato de ensinar.
33
6.6 CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM
Para a concepção socio-histórica de Vygotsky (1991), o processo de
aprendizagem ocorre por meio da interação entre o educando, o objeto de
conhecimento e educador, que assume o papel de mediador, intervindo na
aprendizagem supondo que o educando possui conhecimento que podem ser
reelaborados e aprofundados.
O ser humano não nasce com inteligência pronta, porém pode desenvolvê-la
através da convivência com outros indivíduos, porque este traz consigo ao existir a
capacidade de construí-la, que constitui a sua herança biológica. A vivência em
sociedade é essencial, pois é através da interação com o meio social impregnado de
cultura que o ser humano constrói a sua inteligência. Ao estabelecer com este
relações mútuas, evoluem e vão mudando as formas de compreender o mundo ao
longo de seu desenvolvimento. O desenvolvimento intelectual do ser humano , não é
produto só da maturação biológica, mas sim, pelo conhecimento acumulado através
das interações com o ambiente rico em cultura e significados. As funções
psicológicas superiores dos seres humanos (percepção, atenção, memória,
capacidade para solucionar problemas) surgiram através da complicada interação
dos fatores biológico e de fatores culturais que evoluíram no decorrer da história
humana. Na sua busca constante de respostas para as suas indagações e
satisfação das suas necessidades, o ser humano transforma a natureza, ao mesmo
tempo transforma a si mesmo passando a ser um produto de seu ambiente como
também, um agente ativo no processo de construção do conhecimento. Por meio da
ação, em busca de significados consegue transformar-se em um ser com um grau
de inteligência super desenvolvido. Ao longo do seu desenvolvimento e da sua
aprendizagem o ser humano vai conseguindo progredir cada vez mais e mais. Para
Vygotsky a aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento, entretanto, uma
correta organização de aprendizado conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo
um grupo de processos de desenvolvimento e esta ativação não poderia produzir-se
sem aprendizagem. A aprendizagem e o desenvolvimento são fenômenos distintos e
interdependentes, cada um tornando o outro possível. Ao dar um passo em frente no
campo da aprendizagem o sujeito da dois no campo do desenvolvimento, por esta
razão eles não são fenômenos coincidentes. Para Vygotsky o educador deve
descobrir as relações reais entre o processo de desenvolvimento e a capacidade de
34
aprendizagem do educando, para isto elaborou a teoria da zona de
desenvolvimento proximal, que explica como sendo as funções que ainda não
amadureceram, que estão em processo de maturação. É a distância entre o nível
de desenvolvimento real, grau de desenvolvimento mental já conquistado por um
sujeito, ou seja, a sua capacidade de solucionar um problema sem ajuda de
ninguém e o nível de desenvolvimento potencial que define tudo aquilo que um
indivíduo pode fazer por ser da espécie humana, é o previsível e o esperável, como
por exemplo, a capacidade de imitar, de falar. Numa atividade coletiva ou sob a
orientação de um mediador, usando a imitação, o educando é capaz de fazer muito
mais coisas do que se estivesse sozinha. Porém esta imitação não fica limitada a
processo mecânico como nos animais, mas sim num processo dinâmico resultando
em desenvolvimento. O processo de desenvolvimento cognitivo progride de forma
mais lenta e atrás do processo de aprendizagem, desta seqüenciação resultam
então, a zona de desenvolvimento proximal. Nesta relação o educador é o
planejador, transformador e o condutor do processo de aprendizagem intervindo no
processo de aprendizagem considerando não somente o nível de desenvolvimento
potencial e real, mas principalmente que o educando possui uma zona de
desenvolvimento proximal , funções que estão em processo de maturação. Se o
educador envolver a criança em um processo de aprendizagem adequadamente
organizado, a mesma conseguirá amadurecer estas funções e consequentemente
elevar o seu nível de desenvolvimento real, como também despertar novas funções
para o estado embrionário. O educador tem que estar ciente de que ele deve criar
situações problemas que levem o educando a questionamentos e a busca de
resposta orientando-o a chegar a uma conclusão, ou seja a construir os seu
conceitos. O trabalho do educador é de decidir sobre a qualidade e quantidade de
conhecimento, idéias, conceitos e princípios a serem explorados nas atividades
curriculares, estabelecendo uma relação intrínseca com a realidade social que está
inserida , contextualizando assim o ensino.
Aprender e ensinar são processos inseparáveis Isto acontece porque “o ato
de ensinar é o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular,
a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”.
( Saviani,,1995,p.17) Este processo se efetiva quando o indivíduo se apropria dos
elementos culturais necessários a sua formação e a sua humanização.
35
6.7 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação de aprendizagem na perspectiva transformadora, predominam-se
os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Nesta concepção a avaliação deve
ter uma finalidade diagnostica e processual, retomar e avaliar voltada para o
levantamento das dificuldades dos alunos, visando à reformulação de procedimentos
didáticos ou até mesmo dos objetivos. A avaliação é um processo contínuo e
paralelo ao processo ensino-aprendizagem. Ela deve ser permanente, permitindo-se
a periodicidade no registro das dificuldades e avanços do aluno, relativamente às
suas próprias situações pregressas.
Na escola democrática devemos caminhar para uma educação em que o
conhecimento não tenha uma estrutura gnoseológica estática, mas seja um
processo de descobertas mediatizado pelo diálogo entre educador e educando.
Devemos valorizar na sala de aula o processo de aprender a aprender, a formação
de capacidades, o desenvolvimento da criatividade pessoal e do reconhecimento do
outro como sujeito, a criação de atividades que privilegiem o conhecimento e por fim,
a possibilidade de verificar o desempenho dos alunos nas diversas práticas
escolares, para encadear sempre a correção de rumos e o replanejar.
Nesse processo de avaliação, o professor deve conhecer seus alunos, seus
avanços e dificuldades e também que o próprio aluno deve aprender a se avaliar,
descobrindo o que é preciso mudar para garantir maior desempenho.Para isso a
avaliação deve ser: uma prática emancipadora, ter função diagnóstica com tomada
de decisão
O professor pode acompanhar o desempenho dos alunos, tomando como
parâmetros os critérios formais da aprendizagem, observando o nível de
aprendizagem relacionado ao conhecimento; o interesse e a iniciativa do aluno para
a leitura, o estudo, a pesquisa; a qualidade do conteúdo elaborado e da linguagem
utilizada; a sistematização e ordenação das partes, relacionadas a produção
individual; a qualidade de elaboração em conjunto com outros alunos; a capacidade
crítica indicando a criatividade; a capacidade de reconstrução própria e de relacionar
os conteúdos das diversas áreas do conhecimento. Nesse processo de avaliação o
professor também deve se avaliar, refletindo sobre seu próprio trabalho, verificando
seus procedimentos e quando necessário reestruturar sua prática.
36
A avaliação deve ser vinculada à concepção de mundo, de sociedade e de
ensino que queremos, permeando toda a prática pedagógica e as decisões
metodológicas. Desta forma, a avaliação passa a ser um caminho a percorrer em
busca de uma escola ideal.
6.8 CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA
Sobre tecnologia , Noble assinala que criou-se uma redoma falaciosa em
torno do verdadeiro propósito e natureza da tecnologia. Segundo o autor “esta é
vista na sociedade como um processo autônomo; algo constituído e visto à margem
de tudo como se tivesse vida própria, independente das intenções sociais, poder e
privilégio. Examinamos a tecnologia como se fosse algo que mudasse
constantemente, e que constantemente, provocasse alterações profundas na vida
das escolas. Decerto que isto é parcialmente verdade. No entanto, se nos
debruçarmos sobre o que tem vindo a mudar podemos incorrer no erro de não
questionar quais as relações que permanecem inalteradas. De entre estas, as mais
importantes são as desigualdades econômicas e culturais que dominam a nossa
sociedade”. (Noble, 1984).
Segundo Cristina Gomes Machado (2002), o processo educativo há de se
revelar capaz de sistematizar a tendência à inovação solicitando o papel criador do
homem. É preciso implementar no Sistema Educacional, uma pedagogia mediante a
qual não apenas se reforme o ensinamento, mas que também se facilite a
aprendizagem.
A tecnologia tem um impacto significativo não só na produção de bens e
serviços, mas também no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais
vigentes.
A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 ao propor a
formação tecnológica como eixo do currículo assume, segundo KUERGER (2000), a
concepção que aponta como síntese, entre o conhecimento geral e o específico,
determinando novas formas de selecionar, organizar e tratar metodologicamente os
conteúdos.
A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e
alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o aumento
37
das desigualdades, ou para a inserção social se vista como uma fonte de
estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento em todas as áreas.
“ Urge pois continuar a lutar pela escolarização como um bem público contra a
domesticação política que tem inflamado o debate educativo contribuindo para que a
educação em geral e o currículo, em particular, se constitua numa efetiva base para
que os mais desfavorecidos tenham, tomem e transformem a própria concepção de
poder”. (Paraskeva, 2001).
Assim, fica claro, que ter no currículo, uma concepção de educação
tecnológica não será suficiente para o acesso de todos, da Escola Pública, sem que
haja uma vontade e ação política que possibilite investimento para que esses
recursos tecnológicos (elementares e sofisticados) existam e possam ser ferramenta
que contribua para o desenvolvimento do pensar, sendo um meio de estabelecer
relações entre o conhecimento científico, tecnológico e sócio-histórico, possibilitando
articular ação, teoria e prática.
A tecnologia é uma ciência que constantemente acrescenta descobertas
significativas. Com a Agenda 21 Escolar buscamos ações de cooperação técnico-
científicos, disponibilizando profissionais da área educacional para subsidiar o
trabalho de meio ambiente no âmbito da educação formal.
Por a tecnologia ter um impacto significativo tanto na produção de bens e
serviços como também nas relações sociais e nos padrões culturais vigentes, deve-
se aproveitar para implementar as pedagogias de combate ao racismo e as
discriminações elaboradas com o objetivo de educação étno-raciais positivas tem
como objetivo fortalecimento entre os negros e despertar entre os brancos a
consciência negra.
6.8.1 Tecnologias e Gestão na Escola
É observado que as práticas do uso de tecnologias na escola revelam novos
papéis dos agentes educativos como organizadores de informações e criadores de
significados, que apoiam suas atividades no estudo de fontes externas e na
realização de atividades colaborativas para a produção de conhecimentos
relacionados com a resolução de problemas concretos do contexto.
38
O gestor líder é aquele que apoia a emergência de movimentos de mudança
na escola e percebe nas tecnologias oportunidades para que a escola possa se
desenvolver, criando condições para a utilização de tecnologias nas práticas
escolares, de forma a redimensionar seus espaços, tempos e modos de aprender,
ensinar, dialogar e lidar com o conhecimento.
Para que seja possível usufruir as contribuições das tecnologias na escola, é
importante considerar suas potencialidades para produzir, criar, mostrar, manter,
atualizar, processar, ordenar, o que se aproxima das características da concepção
de gestão. Tratar de tecnologias na escola engloba processos de gestão de
tecnologias, recursos, informações e conhecimentos que abarcam relações
dinâmicas e complexas entre parte e todo, elaboração e organização, produção e
manutenção.
A criação de redes proporciona a superação de concepções dicotômicas e
entrelaça conceitos que se tornaram disjuntos pela ciência moderna. Deste modo, a
escola e seus atores e autores, sujeitos do processo educativo, tem a oportunidade
de encontrar nas tecnologias o suporte adequado ao desenvolvimento e integração
entre as atividades técnico – administrativas, políticas, sociais e pedagógicas por
meio de nós e ligações que compõem a tessitura da rede.
6.8.2 A Internet na Educação
A internet é considerada a rede das redes de comunicação, que são dirigidas
e operadas por uma grande quantidade de organizações, que estão ligadas,
interconectadas coletivamente para formar a Internet. Desta forma pode permitir a
comunicação e o compartilhamento de recursos e dados com pessoas em sua rua
ou ao redor do mundo.
Segundo os dados do USER’ S GUIDE, no Brasil, a internet chegou por uma
ação das organizações acadêmicas do Estado de São Paulo e do Estado do Rio de
Janeiro e LNCC – Laboratório Nacional de Computação Cientifica. Em 1989, foi
criada a Rede Nacional de Pesquisas com o objetivo de coordenar a disponibilização
dos serviços de acesso a Internet no Brasil. Em dezembro de 1994, iniciou-se a
exploração comercial da Internet a partir de um projeto piloto da Embratel.
Segundo Bill Gates necessitamos encarar o uso dos computadores nas
escolas e nas salas de aulas de forma diferente. Sobre o uso das redes, precisamos
39
aumentar as necessidades de instrumentalizaçao, preparação e atualização dos
professores para enfrentar os novos desafios da era da telematica.
A utilização pedagógica da Internet é um desafio que os professores e
escolas estão enfrentando, pois ela apresenta uma concepção socializadora da
informação. As redes são utilizadas no processo pedagógico para romper as
paredes da escola, bem como para que o aluno e professor possam conhecer o
mundo, novas realidades, culturas diferentes, desenvolvendo a aprendizagem
através do intercambio e aprendizado colaborativo. A aprendizagem colaborativa é
muito mais significativa quando os estudantes podem trabalhar com os alunos de
outras culturas, podendo entender e perceber novas e diferentes visões de mundo
ampliando seu conhecimento. Mediante esta tecnologia, o aluno sairá de seu
isolamento, enriquecendo seu conhecimento de forma individual ou grupal, criando
uma nova dinâmica pedagógica interativa, que contribuirá para a formação moderna
dos alunos.
O uso das redes eletrônicas leva-nos a crer em uma nova dimensão
qualitativa para o ensino, pois traz a prática pedagógica um ambiente atrativo onde o
aluno é capaz, através da auto-aprendizagem e de seus professores, de tirar
proveito na sua preparação para a vida e para o trabalho.
6.8.3 A Televisão e o Vídeo na Escola
Os meios de comunicação, principalmente a televisão, desenvolvem formas
sofisticadas multidimensionais de comunicação sensorial, emocional e racional,
superpondo linguagens e mensagens que facilitam a interação com o público. A
televisão e o vídeo partem do concreto, do visível, do imediato, próximo, que toca
todos os sentidos. Mexem com o corpo, com a pele, as sensações e os sentimentos,
que estão ao nosso alcance através dos recortes visuais, do close, som estéreo
envolvente.
A eficácia de comunicação dos meios eletrônicos, em particular da televisão,
se deve também à capacidade de articulação, de superposição e de combinação de
linguagens diferentes – imagens, falas, música, escrita – com uma narrativa fluida,
uma lógica pouco delimitada, gêneros, conteúdos e limites éticos pouco precisos, o
que lhe permite alto grau de entropia, de flexibilidade, de adaptação à concorrência
a novas situações.
40
Televisão e vídeo combinam a dimensão espacial com a sinestésica, ritmos
rápidos e lentos, narrativas de impacto e de relaxamento, combinando a
comunicação sensorial com a audiovisual, a intuição com a lógica, a emoção com a
razão.
O vídeo é também escrita, pois os textos, legendas, citações aparecem cada
vez mais na tela, principalmente nas traduções (legendas de filmes) e nas
entrevistas com estrangeiros. Ele é sensorial, visual, linguagem falada, linguagem
musical e escrita que interagem superpostas, interligadas, combinando a
comunicação sensorial-cinestésica com a audiovisual, a intuição com a lógica, a
emoção com a razão.
A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita
constantemente a imaginação e reinveste a afetividade com um papel de mediação
primordial no mundo, enquanto que a linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a
organização, a abstração e a análise lógica.
A escola precisa observar o que está acontecendo nos meios de
comunicação e mostrá-lo na sala de aula, discutindo-o com os alunos, ajudando-os
a que percebam os aspectos positivos e negativos das abordagens sobre cada
assunto. Fazer re-leituras de alguns programas em cada área do conhecimento,
partindo da visão que os alunos têm, e ajuda-los a avançar de forma suave, sem
imposições nem maniqueísmos (bem x mal).
6.9 CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA
A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos observados de forma
sistematizada utilizando métodos.
Para Andery (1980), “a ciência é uma das formas do conhecimento produzido
pelo homem no decorrer de sua história. Portanto, a ciência também é determinada
pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo
tempo que nela interfere”.
Dependendo de como se concebe o mudo, o homem e o conhecimento, será
a concepção da ciência.
41
No decorrer da história, a ciência está sempre presente para reproduzir ou
transformar. Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido de
forma desigual, estando a serviço de interesses políticos, econômicos e sociais do
processo histórico, não atingindo a totalidade da população.
A escola tem a função social de garantir o acesso de todos aos saberes
científicos produzidos pela humanidade. Nereide Saviani afirma que “a ciência
merece lugar destacado no ensino como meio de cognição e enquanto objeto de
conhecimento”, ou seja, ao mesmo tempo em que eleva o nível de pensamento dos
estudantes, permite-lhes o conhecimento da realidade, o que é indispensável para
que não apenas conheçam e saibam interpretar o mundo em que vivem, mas com
isto saiba nele atuar e transformá-lo.
6.9.1 EDUCAÇÃO FISCAL
Diante das mudanças que ocorre em todas as áreas: econômicas ,sociais
culturais, científicas, tecnológicas, institucionais e do capital humano. Urge que se
desenvolva na escola um trabalho voltado para a Educação Fiscal, visando a
conscientização da sociedade quanto a função do estado de arrecadar impostos e
ao dever do cidadão contribuinte de pagar tributo. Entretanto, a Educação Fiscal não
é apenas isso; é, principalmente, um desafio, pois se trata de um processo de
inserção de valores na sociedade, como o de percepção do tributo que assegura o
desenvolvimento econômico e social, e como devido conhecimento de seu conceito,
sua função e sua aplicação.
Uma educação escolar cidadã reflete diretamente na vida das pessoas e da
sociedade, pois leva ao conhecimento dos princípios que fundamentadas práticas
sociais e o respeito às práticas democráticas. Além disso, reafirma os valores
culturais e artísticos, sejam eles locais, regionais ou nacionais e possibilita o resgate
da dignidade humana por meio de novos saberes.
A cidadania se expande e se afirma na sociedade na medida de que os
indivíduos adquirem direitos e ampliam sua participação na criação do próprio
estado. Os direitos que constituem a cidadania são sempre conquistas, resultado de
um trabalho histórico no qual os indivíduos, grupos e nações lutam para adquiri-los e
42
faze-los valer. A cidadania, no entanto, é também uma prática; por isso, sociólogos,
antropólogos, e educadores salientam a importância crescente dos movimentos
sociais para a construção da cidadania pela afirmação dos direitos sociais.
Conclusão:
Para que haja mudança de comportamento na sociedade, com despertar da
consciência de cidadania, é necessária um ação educativa permanente e
sistemática, voltada para o desenvolvimento de hábitos, atitudes e valores. a
Educação Fiscal é um trabalho de sensibilidade da sociedade para a função
socioeconômica do tributo. Nesta função, o aspecto econômico, refere-se a
otimização da receita pública, e o aspecto social, diz respeito à aplicação dos
recursos em benefício da população.
A proposta deixa de lado, portanto, o objetivo imediato de aumento da arrecadação,
passando a focalizar o interesse social. O Programa Nacional de Educação Fiscal
tem escopo muito mais amplo; busca o entendimento, pelo cidadão, da necessidade
e da função social do tributo, assim como dos aspectos relativos à administração
dos recursos públicos.
Com o envolvimento do cidadão no acompanhamento da qualidade e dos
gastos públicos, estabelece-se controle social o desempenho dos administradores
públicos e asseguram-se melhores resultados sociais. O aumento da cumplicidade
do cidadão em relação às finanças públicas torna mais hamônica a sua relação com
o estado. Este é o estágio de convivência desejável e esperado.
Será trabalhado interdisciplinarmente em forma de projetos.
6.10 CONCEPÇÃO DE TRABALHO
O trabalho é uma atividade que está “na base de todas as relações humanas,
condicionando e determinando a vida. É (...) uma atividade humana intencional que
envolve forma de organização, objetivando a produção dos bens necessários à vida”
(Andery, 1998, p 13).
Nesta perspectiva é preciso entender o trabalho como ação intencional, o
homem em suas relações sociais, dentro da sociedade capitalista, na produção de
43
bens. Porém, é preciso compreender que o trabalho não acontece de forma
tranqüila, estando sobrecarregado pelas relações de poder.
Quando produz bens, estes são classificados em materiais ou não materiais.
Os bens materiais são produzidos para posterior consumo, gerando o comércio. Já
nos bens não-materiais produção e consumo acontecem simultaneamente.
No trabalho educativo o fazer e o pensar entrelaçam-se dialeticamente e é
nesta dimensão que esta posto a formação do homem.
Ao considerarmos o trabalho uma práxis humana, é importante o
entendimento de que o processo educativo é um trabalho não material, uma
atividade intencional que envolve, formas de organização necessária para a
formação do ser humano.
O conhecimento como construção histórica é matéria-prima (objeto de estudo)
do professor e do aluno, que indagando sobre o mesmo irá produzir novos
conhecimentos, dando-lhes condições de entender o viver, propondo modificações
para a sociedade em que vive, permitindo “ao cidadão-produtor chegar ao domínio
intelectual do técnico e das formas de organização social sendo, portanto, capaz de
criar soluções originais para problemas novos que exigem criatividade, a partir do
domínio do conhecimento”. (Kuenzer, 1985, p, 33 e 35).
O trabalho é uma atividade humana intencional onde se produz bens
materiais e intelectuais, desta forma deve-se fortalecer organizações e movimentos
em prol da preservação do meio ambiente com a Agenda 21 Escolar, orientando a
relação do homem com a natureza e sua inter dependência.
Sendo o trabalho um ato que dignifica o ser humano, faz-se extremamente
necessário a desmistificação em relação ao Afro-descendente, de modo a esclarecer
que todos são dotados de talentos que são inerentes a todo e qualquer ser humano
independente de raça, credo ou cor.
A afirmação do campo enquanto espaço de vida contribui para a auto
afirmação da identidade dos povos do campo no sentido de valorização do trabalho.
44
6.11 CONCEPÇÃO DE ESTÁGIO
Segundo a Lei 11.788/2008 o estágio é um ato educativo escolar
supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o
trabalho produtivo dos educandos que estejam frequentando o ensino regular em
instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da
educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade
profissional da educação de jovens e adultos. O estágio poderá ser obrigatório ou
não-obrigatório, sendo que o estágio obrigatório é aquele definido como tal no
projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de
diploma e o estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional,
acrescida à carga horária regular e obrigatória e exige a idade mínima de 16 anos.
De acordo com a Instrução 028/2010 o estágio obrigatório ou não-obrigatório,
concebido como procedimento didático pedagógico e como ato educativo
intencional, é atividade pedagógica de competência da instituição de ensino e será
planejado, executado e avaliado em conformidade com os objetivos propostos para
a formação profissional dos estudantes, com os previstos no Projeto Político-
Pedagógico e descritos no Plano de Estágio.
O estágio pode e deve permitir ao estagiário que as ações desenvolvidas no
ambiente de trabalho sejam trazidas para a escola e vice-versa, relacionando-as aos
conhecimentos universais necessários para compreendê-las a partir das relações de
trabalho.
O trabalho é principio educativo e oferece subsídios, a partir das diferentes
disciplinas, para se analisar as relações de trabalho. Desta forma implica em
oferecer instrumentos conceituais ao aluno para analisar as relações de produção,
dominação, bem como as possibilidades de emancipação do sujeito a partir do
trabalho. Portanto, formar para o mundo do trabalho requer o acesso aos
conhecimentos produzidos historicamente pelo conjunto da humanidade, a fim de
possibilitar ao futuro trabalhador se apropriar das etapas do processo de forma
conceitual e operacional. Isto implica em ir para além de uma formação técnica que
secundariza o conhecimento, necessário para se compreender o processo de
produção em sua totalidade.
45
Os conhecimentos escolares, portanto, são a via para se analisar esta
dimensão contraditória do trabalho, permitindo ao estudante e futuro trabalhador
atuar no mundo do trabalho de forma mais autônoma, consciente e crítica.
Para tanto o acesso aos conhecimentos universais possibilita ao aluno
estagiário, não somente sua integração nas atividades produtivas, mas a sua
participação nela, de forma plena, integrando as práticas aos conhecimentos
teóricos que as sustentam.
6.12CONCEPÇÃO DE CULTURA
A cultura é resultado de toda a produção humana e segundo Saviani, “para
sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente, os
meios de subsistência. Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação da
natureza, criando um mundo humano, o mundo da cultura”(1992, p 19).
Podemos considerar que, “de um ponto de vista antropológico, cultura é tudo
o que elabora, e elaborou, o ser humano, desde a mais sublime música ou obra
literária até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a
ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as
instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de trabalhar”. (Sacristan,
2001, p, 105).
Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de
significação, é cultural. Além disso, como sistema de significação, todo
conhecimento está estreitamente vinculado com relações de poder” (Tomas Tadeu,
1999).
É necessário considerar as colocações de Silva (1999), de que tornou-se
lugar comum destacar a diversidade das formas culturais do mundo contemporâneo.
É um fato paradoxal, entretanto, que essa suposta diversidade conviva com
fenômenos igualmente surpreendentes de homogeneização cultural”.
Ao mesmo tempo que se tornam visíveis manifestações e expressões
culturais de grupos dominados, observa-se o predomínio de formas culturais
produzidas e vinculadas pelos meios de comunicação de massa, nas quais
aparecem e visa completar várias dimensões da ação humana, entre elas a
concepção de cultura. Na escola, em sua prática há a necessidade da consciência
46
de tais diversidades culturais, especialmente da sua função de trabalhar as culturas
populares de forma a leva-los à produção de uma cultura erudita, como afirma
Saviani: “a mediação da escola, instituição especializada para operar a passagem
do saber espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita;
assume um papel político fundamental”. (Saviani, apud, Frigotto, 1994 p, 189).
Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura popular e erudita
cabe a escola aproveitar a diversidade, existente, para fazer dela um espaço
motivador, aberto e democrático.
Considerando que todo conhecimento na medida que constitui significação,
seja cultural, com a Agenda 21 Escolar buscamos sensibilizar e conscientizar a
comunidade escolar para a qualidade ambiental e a conservação/preservação dos
recursos naturais a fim de desenvolver uma cultura ambiental de modo que os
agentes atuem como multiplicadores e disseminadores.
Sendo a cultura o resultado de toda a produção humana deve-se atribuir o
valor necessário a Cultura Afro, suas raízes, historicidade, enfatizando as
contribuições trazidas à humanidade.
O campo retrata uma diversidade sócio cultural que se dá a partir dos sujeitos
que nele habitam, contribuindo para a auto afirmação de sua cultura capaz de
enriquecer o desenvolvimento cultural também da zona urbana.
6.13 CONCEPÇÃO DE CIDADANIA
Historicamente, o Brasil foi construído de cima para baixo e de fora para
dentro – poderes coloniais, elites proprietárias, Estado realimentando as
desigualdades e agravando as inclusões. Neste momento, sequer construir uma
outra base social, constituída por aqueles excluídos da história brasileira que,
organizando-se na sociedade civil e nos diferentes movimentos sociais, acumularam
força e conseguem expressar-se, tomando as rédeas do seu destino, criando uma
nação soberana e aberta ao diálogo e a participação.
De acordo com Boff (2000, p, 51) “cidadania é um processo histórico-social
que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de organização e
de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser massa e de
passar a ser povo, como sujeito histórico, plasmador de seu próprio destino”.
47
Reafirmando a citação de Boff, (Martins, 2000, p. 53) diz: “... a construção da
cidadania envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e
social e de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres. A
realização se faz através de lutas contra as discriminações, da abolição de barreiras
segregativas entre indivíduos e contra as opressões e os tratamentos desiguais, ou
seja, pela extensão das mesmas condições de acesso às políticas públicas e pela
participação de todos nas tomadas de decisões. É condição essencial da cidadania,
reconhecer que a emancipação depende fundamentalmente do interessado, uma
vez que, quando a desigualdade é somente confrontada na arena pública, reina a
tutela sobre a sociedade, fazendo-a dependente dos serviços públicos. No entanto,
ser/estar interessado não dispensa apoio, pois os serviços públicos são sempre
necessários e instrumentais.
O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se tornar
cidadão consciente, (sujeito de direitos), organizados e participativos do processo de
construção político-social e cultural.
Angel Pino in (Boff SEVERINO A J., ZALUARA e outros1992, p. 15-25),
consideram que “o conceito de cidadania traduz ao mesmo tempo, um direito e o
exercício desse direito. Sem este, aquele é uma mera fórmula”. Portanto, a
educação como um dos principais instrumentos de formação da cidadania, deve ser
entendida como a concretização dos direitos que permitem ao indivíduo, sua
inserção na sociedade.
“A realidade social e educacional atual de nosso país, requer o enfrentamento
e a superação da contradição da estrutura que existe ente a declaração
constitucional dos direitos sociais (dentre eles, a educação) e a negação da prática
desses direitos; da ideologia que associa a pobreza material à cultural; de recolocar-
se o problema da escola pública em termos de direito de todos, de acesso ao
conhecimento elaborado; recolocar a questão do trabalho como atividade de
produção/apropriação de conhecimento não apenas como mera operação mecânica,
em repensar a relação escola/trabalho.
Segundo Martins (2000, p.54), pode-se afirmar que “aquela relação entre
cidadania e democracia explicita-se no fato de que ambas são processos; o
processo não se dá num vazio, a cidadania exige instituições, mediações e
comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais de luta na
definição de instituições permanentes para expressão política. Neste sentido, a
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autora distingue a cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo Estado, com a
idéia moral da tutela e do favor. Cidadania Ativa – aquela que institui o cidadão
como portador de direitos e deveres, mas essencialmente criador de direitos, de
abrir espaços de participação. Confirma ainda, que a cidadania requer a consciência
clara sobre o papel da educação e as novas exigências colocadas para a escola
que, como instituição para o ensino – a educação formal – pode ser um locus
excelente para a construção da cidadania.
As dimensões da cidadania, segundo Boff, são cinco:
1) A dimensão econômico-produtiva: a massa é mantida intencionalmente,
como massa e a pobreza é empobrecimento, portanto a pobreza material
e política é produzida e cultivada, por isso é profundamente injusta.
2) A dimensão político-participativa: as pessoas interessadas lutam em prol
de sua autonomia e participação social, tornando-se cidadãos plenos.
3) A dimensão popular: inclui somente as que têm acesso ao sistema
produtivo e exclui os demais, sendo esta a dimensão vigente.
4) A dimensão de com-cidadania: os cidadãos devem reivindicar e não pedir
ao Estado, precisam organizar-se não para substituir, mas para fazê-lo
funcionar. Define também o cidadão mediante a solidariedade e a
cooperação.
5) A cidadania Terrenal: apresenta a dimensão planetária na consciência de
causas comuns, com a responsabilidade coletiva de garantir um futuro
para a terra e a humanidade.
Tipos de cidadania segundo Boff :
Cidadania seletiva – se a construção da cidadania envolve um processo
ideológico de formação de consciência pessoal, coletiva e social, de reconhecimento
desse processo em termos de direitos e deveres, no projeto neoliberal vigente a
cidadania passa a ser seletiva porque a reduz, Boff afirma (2000, p.5). “Ele debilita e
reduz a cidadania nacional, quer dizer, a autonomia do próprio país. Internamente
reforça a cidadania seletiva”. Alguns setores são beneficiados pela modernização,
outros, os setores populares só cabe uma cidadania menor. Outros, os excluídos,
servem como massa de manobra, sem qualquer cidadania, tirando o seu poder de
rebelião, compensado, fazendo assistencialismo fácil e promessas.
Cidadania menor – No projeto do capitalismo nacionalista não se leva em
conta o capitalismo e sua lógica que explora e exclui. Ele é visto como criador de
49
oportunidades e de progresso. Dá-se ênfase à auto-estima de um Brasil grande,
uma potência emergente com seus recursos naturais riquíssimos e potencialidades
populacionais. Aqui também a cidadania é restrita para setores beneficiários. (Boff,
p.66) “será uma cidadania político-participativa para os segmentos incorporados na
produção, mas não será econômico-produtiva, pois trabalhadores continuarão sendo
duramente explorados. Portanto terão uma cidadania de 2ª classe, esporádica, às
vezes expressa em grandes manifestações públicas, mas sem conseqüências
reais... as políticas estatais continuarão assistencialistas mantendo a população
pobre, dependente e desmobilizada com controle aos movimentos sociais.
Cidadania maior e plena – com-cidadania – O projeto de Democracia racial e
popular é totalmente diferente dos autores muito distante do que vivemos. Está
sendo construído por todos os excluídos da história brasileira, se organizando dentro
dos movimento raciais. Com força foram se infiltrando em condutos políticos
partidários, já agora em condições de disputar a conquista e o controle do poder
com muita luta, resistência, argumentos e organização. Esse projeto visa construir
uma Nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade
inteira para a mudança, primando por uma sociedade sustentável que se desenvolva
com a natureza e não contra ela, que produza o suficiente para todos e que permita
a acumulação para poucos. BOFF (2000, p.73) diz: “Nele fica clara a vontade de
soberania nacional e o tipo diferente de cidadania política, econômica, participativa,
solidária e popular. Será uma cidadania cotidiana, plantada no funcionamento dos
movimentos raciais e, por isso, em contínuo exercício”.
Construir a cidadania e com-cidadania popular é a forma concreta de se
construir o Projeto-Brasil que buscamos.
Partindo do pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico, faz-se
necessário compreendê-lo em suas relações inerentes a natureza humana. O
homem é, antes de tudo, um ser de vontade, um ser que se pronuncia sobre a
realidade.
Na construção da cidadania o povo brasileiro é conscientizado, tornando-se
participativo do processo de construção político-social e cultural, promovendo a
democratização da informação da informação na área ambiental criando redes de
serviços de informações referentes a agenda 21.
O projeto de autonomia racial e popular vem de encontro aos anseios da
cultura afro, num processo que mesmo sendo longo irá combater o racismo,
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auxiliando na construção da sociedade que respeita os direitos e deveres de todos
sem distinção de cor ou raça.
Levando em conta a cidadania ativa, deve se considerar a Educação no
Campo com respeito à suas peculiaridades sem deixar de lado que o cidadão no
campo é portador dos mesmos direitos e deveres que qualquer outro cidadão.
6.14 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro, e assim ter
o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós.
No processo educacional inclusivo o aluno com necessidades educativas
especiais não pode ser vista apenas por sua dificuldade, limitações ou deficiências.
Ela deve ser olhada em sua dimensão humana como pessoa com possibilidades e
desafios a vencer. Essas são atitudes éticas que não implicam apenas no respeito
ou valorização das diferenças, mas em uma questão positiva adequada e acima de
tudo, de compromisso pedagógico.
O objetivo da escola inclusiva é responder a todos com uma educação de
qualidade sendo que um dos fatores importantes dentro da Educação Inclusiva é o
rompimento de barreiras, sejam elas atitudinais e arquitetônicas para a realização de
um bom trabalho, pois todos os alunos devem aprender independente da sua
dificuldade, talento, deficiência, origem sócio-econômica ou cultural. A inclusão
reforça a idéia de que as diferenças sejam respeitadas e possibilita aos que são
discriminados que ocupem o seu espaço na sociedade.
Dessa forma cabe ao professor compreender e respeitar as diferenças de
seus alunos, flexibilizar e realizar adaptações curriculares com o apoio do professor
da sala de recursos para aprimorar sua prática educativa garantindo uma educação
de qualidade, possibilitando uma inclusão educacional e social através de uma
aprendizagem significativa..A função da avaliação não é medir se o aluno atingiu a
média para que seja inserido na série seguinte, mas se ele cresceu e que esse
crescimento seja um ponto de partida para sua formação.Esse método vem do
esforço pessoal para vencer as suas limitações, e não de comparação com os
demais.Portanto, incluir é estar com,é interagir com o outro, convivendo com as
difereças e se tornando cidadãos solidários.
51
Diante dessa concepção o Colégio conta com o serviço de apoio
especializado em parceria com a Secretaria Municipal, APAE e sala de recurso com
funcionamento de 20 horas semanais em horário contraturno para o atendimento de
alunos com deficiência intelectual e transtornos funcionais específicos para que os
mesmos sejam atendidos baseados em cronogramas possibilitando a melhoria do
processo ensino aprendizagem, considerando suas potencialidades e necessidades
educativas especiais.
Para que isso aconteça é necessário um diálogo constante, contato periódico
com o professor da classe regular, equipe pedagógica, a família e os profissionais
dos atendimentos complementares, buscando sempre o sucesso educacional destes
alunos.
6.15. CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO
O currículo é produto de uma práxis que envolve ação e reflexão, sendo o
professor um protagonista da construção curricular.
O conceito ou definição de currículo resume-se a uma elaboração coletiva, pela comunidade escolar, de objetivos, métodos e conteúdos selecionados de acordo com o contexto social, político, econômico e cultural vigente visando atingir os anseios do aluno para atuar na sociedade como sujeito crítico e transformador da sua realidade. O currículo deve contemplar, em sua proposta, conteúdos de reflexão que possibilitem a formação humanista, estando presentes questões como o direito à cidadania plena, valores culturais como etnia, religiosidade, alteridade, pluralidade, oralidade e memória. Uma concepção curricular que possibilite ao professor e aluno interpretarem o mundo do trabalho que os cerca, com base no conhecimento historicamente acumulado, a partir de uma análise dialética da sociedade e da cultura, que possa fundamentar [o currículo] uma reflexão, uma ação política e social do educando como sujeito histórico. (CITAÇÕES DO TEXTO ELABORADO PELOS PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO QUE PARTICIPARAM DO II ENCONTRO DO ENSINO MÉDIO em novembro de 2004 IN TEXTO DA SEED, SUED – DEM).
Mais que mera descrição o currículo é uma construção, que deve refletir uma
educação séria, compromissada, real e eficaz.
Sendo o currículo um produto da práxis que envolve a ação e reflexão,
conforme uma elaboração coletiva, deve-se implantar a dimensão ambiental
integrando a Agenda 21 Escolar no currículo, oportunizando a preservação e
proteção ao Meio Ambiente.
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Diante de toda concepção de currículo deve estar ressaltada a Cultura Afro,
sendo que a valorização e aceitação desta cultura objetiva a construção de uma
sociedade justa e igualitária.
O currículo se adequará à natureza do trabalho no campo. Os conteúdos
curriculares e metodológicos devem ser apropriados às reais necessidades e
interesses dos alunos da zona rural, adequar o calendário escolar às fases do ciclo
agrícola e as condições climáticas.
6.16 CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
A infância deve ser compreendida como um modo particular de se pensar a
criança, e não um estado universal, vivida por todos do mesmo modo. Mais uma
vez, nos deparamos com a multiplicidade e a urgência de, uma ver por todas,
desvincularmos a concepção de criança e de infância de uma idéia pré-concebida,
seja ela qual for.
Os dicionários da língua portuguesa registram a palavra infância como o
período de crescimento que vai do nascimento até o ingresso na puberdade, por
volta dos doze anos de idade. Segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança,
aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em novembro de 1989,
"criança são todas as pessoas menores de dezoito anos de idade". Já para o
Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), criança é considerada a pessoa até os
doze anos
incompletos, enquanto entre os doze e dezoito anos, idade da maioridade civil,
encontra-se a adolescência.
Etimologicamente, a palavra infância vem do latim, infantia, e refere-se ao
indivíduo que ainda não é capaz de falar. Essa incapacidade, atribuída à primeira
infância, estende-se até os sete anos, que representaria a idade da razão. Percebe-
se, no entanto, que a idade cronológica não é suficiente para caracterizar a infância.
Philippe Ariès (1978), famoso historiador francês, afirmou que a infância foi
uma invenção da modernidade, ou seja, a infância que conhecemos hoje foi uma
criação de um tempo histórico e de condições socioculturais determinadas, sendo
um erro querer analisar todas as infâncias e todas as crianças com o mesmo
referencial. Os séculos XVI e XVII esboçam uma concepção de infância centrada na
53
inocência e na fragilidade infantil. O século XVIII viu a infância como signo de
liberdade, autonomia e independência.
Percebe-se então que a infância muda com o tempo e com os diferentes
contextos sociais, econômicos, geográficos, e até mesmo com as peculiaridades
individuais. Portanto, as crianças de hoje não são exatamente iguais às do século
passado, nem serão idênticas às que virão nos próximos séculos.
Jean Jacques Rousseau defendeu a idéia de natureza boa, pura e ingênua da
criança, e da necessidade de respeitá-la e deixá-la livre para que a natureza
pudesse agir no seu curso normal, favorecendo o pleno desenvolvimento saudável
das crianças. Já as concepções românticas da infância trataram de apresentar as
crianças como portadoras de sabedoria e sensibilidade estética apurada,
necessitando que se criassem condições favoráveis ao seu pleno desenvolvimento.
A infância e a criança tornam-se objetos de estudos e saberes de diferentes
áreas, constituindo-se num campo temático de natureza interdisciplinar.
Independente da forma como era olhada, do posicionamento teórico que se tivesse
sobre ela, a infância tornou-se visível como um estatuto teórico.
No Brasil, a preocupação com a infância começou no século XIX,
intensificando-se nos séculos seguintes. Segundo Pinheiro (2001) a história de
crianças e adolescentes no Brasil tem sua vida social marcada pela desigualdade,
exclusão e dominação. Tais marcas acompanham a história do Brasil, atravessando
a Colônia, Império e Republica, conservando ainda hoje a visão da diferença pela
desigualdade.
No Brasil moderno surgiu um termo que conceitua bem a criança desvalida:
menor, sendo utilizado para designar uma faixa etária associada, pelo Código de
Menores de 1927. Os menores passaram a ser todos aqueles ao quais a sociedade
atribuía um significado social negativo. Menores eram aquelas crianças e
adolescentes pobres, pertencentes às famílias com uma estrutura diferente da
convencional.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, vem abolir o termo "menor"
passando a definir todas as crianças como sujeitas de direitos, com necessidades
específicas, decorrentes de seu desenvolvimento peculiar, e que, por conta disso,
deveriam receber uma política de atenção integral a seus direitos construídos social
e historicamente.
54
Hoje se estuda a criança e a infância como categorias construídas
historicamente, o que nos abre possibilidades de compreendê-las de modo concreto,
na sua expressão de vida.
Assim como a infância, a adolescência é também compreendida hoje como
uma categoria histórica, que recebe significações e significados que estão longe de
serem essencialistas. Ser adolescente é viver um período de mudanças físicas,
cognitivas e sociais que, juntas, ajudam a traçar o perfil desta população.
Atualmente, fala-se da adolescência como uma fase do desenvolvimento humano
que faz uma ponte entre a infância e a idade adulta. Nessa perspectiva de ligação, a
adolescência é compreendida como um período atravessado por crises, que
encaminham o jovem na construção de sua subjetividade. Porém, a adolescência
não pode ser compreendida somente como uma fase de transição.
Adolescência, portanto, deve ser pensada para além da idade cronológica, da
puberdade e transformações físicas que ela acarreta, dos ritos de passagem, ou de
elementos determinados aprioristicamente ou de modo natural. A adolescência deve
ser pensada como uma categoria que se constrói, se exercita e se re-constrói dentro
de uma história e tempo específicos.
Calligaris (2000) trata sobre a influência da pós-modernidade e do
neoliberalismo sobre a emergência da adolescência. Para ele, a juventude tem sido
influenciada pelo consumismo, Assim, a indústria de consumo não só absorve como
investe em valores e estilos adolescentes, tornando cada vez mais difícil se afastar
do desejo adulto da adolescência. Como diria o autor, “a adolescência, por ser um
ideal dos adultos, se torna um fantástico argumento promocional” (p. 59).
Segundo Ozella (2003, p. 20), "é necessário superar as visões naturalizantes
presentes na Psicologia e entender a adolescência como um processo de
construção sob condições histórico-culturais específicas". Isso significa pensar que a
adolescência deve ser vista e compreendida como uma categoria construída
socialmente, a partir das necessidades sociais e econômicas dos grupos sociais,
que lhe constituem como pessoas, enquanto são constituídas por elas. Assim, é
mais possível falar de adolescentes que tenham um nome, pertençam a um grupo
cultural e tenham uma vida vivida concretamente, do que de uma adolescência de
uma forma mais abrangente.
É no sentido de refletir sobre a adolescência construída historicamente que
Aguiar; Bock; Ozella (2002) apontam elementos fundamentais para a compreensão
55
da adolescência numa perspectiva sócio-histórica. Para eles é necessário não
perder de vista o vínculo entre o desenvolvimento do homem e a sociedade. Além
disso, existe uma emergência de se “despatologizar” a noção do desenvolvimento
humano, em especial a adolescência, re-construindo a compreensão desta e sua
expressão social. Por fim, sugerem um avanço urgente para além de uma suposta
realidade “natural” da adolescência. Desse modo, as peculiaridades e
especificidades históricas, culturais e sociais precisam ser levadas em conta nos
estudos, pesquisas e atribuições de sentido feitos às vivências dos adolescentes.
6.17 CONCEPÇÃO DE LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO
Letramento são palavra e conceito recentes, introduzidos na linguagem da
educação e das ciências lingüísticas há pouco mais de duas décadas; seu
surgimento pode ser interpretado como decorrência da necessidade de
configurar e nomear comportamentos e práticas sociais na área da leitura e da
escrita que ultrapassem o domínio do sistema alfabético e ortográfico, nível de
aprendizagem da língua escrita perseguido, tradicionalmente, pelo processo de
alfabetização. Portanto, alfabetização é um processo dentro do letramento e,
segundo Magda Soares, é a ação de ensinar/aprender a ler e a escrever e o
letramento é um conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de
diferentes tipos de material escrito. Esses comportamentos e práticas sociais de
leitura e de escrita foram adquirindo visibilidade e importância à medida que a
vida social e as atividades profissionais foram se tornando cada vez mais
centradas e dependentes da língua escrita, revelando a insuficiência de apenas
alfabetizar – no sentido tradicional – a criança ou o adulto.
Letrar é muito mais que alfabetizar, consiste em ensinar a ler e escrever
dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da
vida do aluno. Segundo Magda Soares não basta aprender a ler e escrever, é
necessário ir além da alfabetização funcional. O sentido ampliado da alfabetização,
o letramento, de acordo com a autora, designa práticas de leitura e escrita. A
entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem de toda a
complexa tecnologia envolvida no aprendizado do ato de ler e escrever, pois o aluno
56
precisa saber fazer uso e se envolver nas atividades de leitura e escrita. Portanto
para entrar nesse universo do letramento, o aluno precisa ter um convívio efetivo
com a leitura e assim apropriar-se do sistema de escrita.
O letramento não é só de responsabilidade do professor de Língua
Portuguesa, mas de todos os educadores que trabalham com a leitura e a escrita.
Segundo Magda Soares é preciso oferecer contexto de letramento para todo mundo.
Não adianta simplesmente letrar quem não tem o que ler nem o que escrever.
Precisamos dar as possibilidades de letramento.
6.18 CONCEPÇÃO DE ENSINO FUNDAMENTAL 9 ANOS
O Brasil tem apresentado interesse crescente já há algum tempo em
aumentar o número de anos do Ensino Fundamental, cujo objetivo é oferecer
maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização obrigatória e
assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças prossigam
nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade. As orientações pedagógicas,
por sua vez, estarão atentas a essas características para que as crianças sejam
respeitadas como sujeitos do aprendizado.
Segundo PNE a implantação progressiva do Ensino Fundamental de nove
anos, com a inclusão das crianças de seis anos, deve se dar em consonância com a
universalização do atendimento na faixa etária de 7 a 14 anos. Ressalta também
que esta ação requer planejamento e diretrizes norteadoras para o atendimento
integral da criança em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, além de
metas para a expansão do atendimento, com garantia de qualidade.
Segundo a Resolução Nº 4 de 13/07/2010 no Ensino Fundamental, acolher
significa cuidar e educar, como forma de garantir a aprendizagem dos conteúdos
curriculares, para que o estudante desenvolva interesses e sensibilidades que lhe
permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou
na sociedade em geral, possibilitando sentir-se produtor valorizado desses bens. Os
objetivos que são destinados para a Educação Infantil se estendem para os anos
iniciais do Ensino Fundamental e completam-se nos anos finais.
57
É importante que a organização do trabalho pedagógico nos anos iniciais não
seja diferente dos anos finais, pois tem que haver uma união entre instituições
municipais e estaduais, possibilitando continuidade às suas experiências anteriores
para que elas, gradativamente, sistematizem os conhecimentos.
Desse modo, o direito da criança a um maior tempo de escolaridade
obrigatória deve ser compreendido como ampliação de suas possibilidades de
aprender e de interagir com parceiros da mesma idade e com outros mais
experientes. Finalmente, considerar a especificidade da faixa etária das crianças
significa reconhecê-las como cidadãs e, portanto, como possuidoras de direitos,
entre eles educação pública de qualidade, proteção e cuidado por parte do poder
público.
A escola precisa reorganizar a sua estrutura, as formas de gestão, os
ambientes, os espaços, os tempos, os materiais, os conteúdos, as metodologias, os
objetivos, o planejamento e a avaliação, para que as crianças se sintam inseridas e
acolhidas num ambiente prazeroso e propício à aprendizagem. É necessário
assegurar que a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental ocorra
da forma mais natural possível, não provocando nas crianças rupturas e impactos
negativos no seu processo de escolarização.
É importante assegurar aos alunos oriundo do Ensino Fundamental inicial um
percurso contínuo de aprendizagens na etapa seguinte que seria o Ensino
Fundamental final, bem como deste com Ensino Médio. O caráter lúdico do ensino
será uma contribuição para melhor qualificar a ação pedagógica junto aos alunos.
Conforme Ministério da Educação a inclusão de mais um ano de
escolarização representa uma revisão do currículo e das práticas, exigindo
compromisso, incorporando a importância do brincar na aprendizagem das crianças.
É necessário que a criança seja vista como sujeito ativo do processo ensino
aprendizagem e a infância como construção social.
Na passagem dos anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental é
necessário possibilitar aos estudantes a melhor forma de organizar suas atividades
diante de tantas solicitações que recebem. Portanto, o professor é o profissional
responsável pela prática pedagógica em sala de aula, pois realiza a transmissão
ativa dos conteúdos, possibilitando que os alunos estabeleçam relações entre os
conhecimentos que já possuem e os conhecimentos historicamente acumulados,
apropriando-se destes últimos, não como ação isolada do professor em sala de aula,
58
mas como parte do planejamento intencional definido por um coletivo escolar para
efetivação dos objetivos de cada etapa de ensino.
6.19 REFLEXÃO SOBRE O TRABALHO PEDAGÓGICO E DINÂMICA DO
CURRÍCULO
O currículo escolar deverá ser entendido como processo dinâmico,
ultrapassando a estrutura linear que o tem definido como elenco de disciplina,
conteúdos mínimos e metodologias que transferem aos alunos informações
definitivas. Sua organização buscará relações de reciprocidade e colaboração entre
as diversas áreas do diálogo de tematização da realidade, articulando na práxis
escolar os elementos considerados como componentes estruturais do mundo, da
vida, da cultura, da sociedade e da subjetividade humana. Dessa forma, a vida e a
cultura estarão presentes no cotidiano da escola, imbricadas na dinâmica curricular
e nos conteúdos do ensino. Para tanto precisa focar a aprendizagem
contextualizada permitindo ao aluno estabelecer relações com seu dia a dia, de
modo a compreender sua realidade para dela participar como protagonista da
história por meio da produções de idéias e de ações criativas, dinâmicas e
colaborativas.
A equipe de professores e pedagógica deverão planejar suas ações
encaminhando mudanças curriculares num sentido verdadeiramente participativo e
emancipatório. Na articulação entre o saber cultural e o conhecimento científico, os
conteúdos deverão provocar os desequilíbrios que estimulam novas buscas e o
estabelecimento de relações necessárias à formação de estruturas mentais.
Enfatizando o “para quê”ensinar ao selecionar “o quê”ensinar.
6.20 TRABALHO COLETIVO PRÁTICA TRANSFORMADORA
É no trabalho coletivo que acontece as grandes transformações, pois é
necessário decidir coletivamente o que se quer reforçar dentro da escola e como
detalhar as finalidades para atingir a almejada cidadania.
59
Há necessidade da escola ser autônoma e não aceitar imposições de outras
entidades exteriores, que queiram determinar suas finalidades e,
consequentemente, o desdobramento em objetivos específicos.
A escola deve assumir, como uma de suas principais tarefas o trabalho de
refletir sobre sua intencionalidade educativa. Nesse sentido, ela procura alicerçar o
conceito de autonomia, enfatizando a responsabilidade de todos, sem deixar de lado
os outros níveis da esfera administrativa educacional. O ato pedagógico e o ensino-
aprendizagem implicam colaborações, co-responsabilidade e solidariedade, o que
torna a participação coletiva essencial.
Do ponto de vista político-pedagógico a escola pretende que a proposta seja
participativa e democrática que seja indissociável e organizada de tal forma que
enfrente e supere os conflitos por meio da síntese superadora resultante das
convergências e sintonias dos diferentes grupos que integram a escola por meio da
participação coletiva. Com isso inicia-se no espaço escolar um processo permanente
de participação na construção de uma educação comprometida com a
transformação social.
Ao democratizar as relações que envolvem em seu interior, exigindo que a
comunidade interna em conjunto com a comunidade externa participe da análise,
discussão e deliberação a respeito da proposta educativa a ser concretizada, fica
claro que essa administração possibilita uma prática pedagógica qualitativamente
adequada às necessidades e interesses das camadas populares.
Na educação procede a democracia de acesso à escola e à igualdade de
oportunidades, assim sendo ocorre a formação do cidadão como ser social histórico
e sujeito de relações.
Do ponto de vista pedagógico pressupõem-se a participação tanto da
comunidade escolar quando da sociedade civil, definição de política e de projetos
educacionais, sendo assim, não existem fórmulas de gestão democrática, ela se
constrói no processo político e cultural da escola.
O Colégio Estadual Campina da Lagoa pretende um trabalho coletivo, onde
todos os envolvidos são considerados cidadãos, atores participantes de um
processo coletivo de fazer educação. Educação que constrói a partir de suas
organizações e processos, cidadania e democracia.
60
6.21 CONCEPÇÃO DE DIRETRIZES CURRICULARES
A avaliação do Currículo Básico nas escolas da rede pública sofreu uma
descontinuidade a partir das mudanças de políticas públicas de educação apontadas
pelas novas gestões governamentais no Estado.
Na década de 90 na Educação Brasileira com aprovação, após anos de
discussão, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, com a proposta dos
Parâmetros Curriculares Nacionais, indicados pelo MEC durante duas gestões
consecutivas do Governo Federal. A proposta estadual oficializada também sofria de
inadequações por ter ficado inalterado durante todos estes anos, contraindo sua
característica intrínseca de necessitar de constante atualização em todas as áreas
do conhecimento.
No início desta gestão 2003/2006, estabeleceu-se como linha de ação
prioritária da SEED retomada da discussão coletiva do currículo. A concepção
adotada é de que o currículo é uma produção social, construído por pessoas que
vivem em determinados contextos históricos e sociais, portanto almejando uma
intervenção a partir do que está sendo vivido, pensado e realizado nas escolas.
Essa produção, necessariamente, deve-se dar coletivamente, num fazer e
pensar articulado. O objetivo central é que o professor seja competente para agir
criticamente em seu cotidiano.
As competências e o crescimento individual é construído num processo
coletivo e o resultado deverá ser da troca e da reflexão sobre as experiências e
conhecimentos acumulados por todos e cada um.
O momento histórico requer trabalhar com Diretrizes, com orientações para o
trabalho das disciplinas, do conjunto destas e, por meio delas a formulação de novos
alunos. A educação como direito de todo cidadão, a valorização do professor e de
todos os profissionais da educação, o trabalho coletivo e a gestão democrática em
todos os níveis institucionais, e o atendimento às diferenças e a diversidade cultural.
O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual de Campina da Lagoa
dará ênfase nos conteúdos científicos, nos saberes escolares das disciplinas que
compõem a grade curricular, e não em competências e habilidades, como era
anteriormente.
61
6.22 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA
O Colégio Estadual Campina da Lagoa – EFMP, dispõe de espaço que está
de acordo com o número de alunos matriculados por turma , o mesmo oferece aos
alunos com dificuldade de aprendizagem e que não possuem os pré-requisitos
necessários, a oportunidade de resgatar seus conhecimentos frequentando , em
contraturno, as salas de Recurso e Apoio , com professores específicos e
especializados para desenvolver este trabalho.
As práticas laboratoriais dentro do ensino da Ciências (Ensino Fundamental)
Física, Química e Biologia (Ensino Médio) devem possibilitar a apropriação do
conhecimento científico de seus conceitos e procedimentos, contribuindo para a
compreensão do mundo e suas transformações, para nos reconhecermos como
parte do universo e como indivíduos. Convém ressaltar que as práticas
desenvolvidas não têm como função final formar cientistas, mas, fundamentalmente,
garantir a todos que se tornem cidadãos competentes, informados e críticos. Através
dos experimentos laboratoriais o aluno terá condições de avaliar diferentes
explicações favorecendo o desenvolvimento de uma postura reflexiva, crítica,
questionadora e investigativa, de não aceitação de ideias e informações prontas. As
aulas de laboratório serão desenvolvidas durante o horário normal de aula e
previamente preparadas pelo professor da disciplina (Ciências, Física, Química, e
Biologia). O laboratório necessita ser atualizado com mais recursos para o
desenvolvimento das experiências, pois está com pouco material em condições de
uso. A importância e a indispensabilidade do computador na escola, neste século
XXI é indiscutível. Já não se pode imaginar uma escola que queira buscar qualidade
e desenvolver cidadania de seus educandos sem a presença de uma rede de
computadores para amplificar e intensificar as inovações. O Colégio proporciona
aulas de informática para os alunos em horários contrários desta forma sem
prejudicar a carga horária de sala de aula. O Laboratório de Informática pode ser
utilizado pelo professor de acordo com seu interesse, necessitando de reparos e
mais computadores para melhor atender a comunidade escolar.
A Biblioteca funciona nos três períodos de acordo com o funcionamento deste
estabelecimento de ensino, contando com um ambiente adequado para estudos
individuais e em grupos. Os livros da biblioteca estão todos catalogados em livros
62
próprios, devidamente organizados em prateleiras por assuntos. Todos os alunos e
professores usam, de acordo com a necessidade, os livros didáticos e paradidáticos.
Os empréstimos sempre ficam devidamente registrados em livros próprios.
Todas as salas de aula possuem televisão, sendo que o vídeo é levado para a
sala de aula quando requisitado pelo professor.
A quadra de esporte para as aulas de Educação Física é coberta e espaçosa
proporcionando que o trabalho com os alunos seja realizado. Com relação aos
materiais esportivos a direção procura atender dentro das possibilidades e na falta
destes os professores também se mobilizam fazendo promoções a fim de arrecadar
recursos para tornar suas aulas mais atrativas e enriquecedoras. Nos finais de
semana e feriados fica disponível para a comunidade.
A cozinha oferta a merenda seguindo o cardápio preestabelecido, sendo que
esta é servida numa área coberta com mesas e bancos para que os alunos tenham
uma melhor acomodação.
6.23 PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
A gestão democrática é um princípio consagrado, administrativo e financeiro.
Ela exige uma ruptura histórica na prática administrativa da escola, com o
enfrentamento das questões de exclusão e reprovação e da não permanência do
aluno na sala de aula, o que vem provocando a marginalização das classes
populares.
A gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas
postos pela prática pedagógica. Ela visa romper com a separação entre concepção
e execução, entre o pensar e o fazer, entre teoria e prática. Busca resgatar o
controle do processo e do produto do trabalho pelos educadores. Implica
principalmente na gestão democrática o repensar da estrutura de poder da escola,
tendo em vista sua socialização. A socialização do poder propicia a prática da
participação coletiva, que atenua o individualismo: da reciprocidade, que elimina a
exploração; da solidariedade, que supera a opressão, da autonomia, que anula a
dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das
quais a escola é mera executora.
63
A qualidade do ensino ministrado na escola e seu sucesso na tarefa de
formar cidadãos capazes de participar da vida socioeconômica, política e cultural do
país relacionam-se estreitamente a formação (inicial e continuada) condições de
trabalho (recursos didáticos, recursos físicos, materiais, dedicação integral à escola,
redução do número de alunos na sala de aula, etc.), remuneração, elementos esses
indispensáveis à profissionalização do magistério.
A formação continuada é um direito de todos os profissionais que trabalham
na escola, uma vez que só ela possibilita a progressão funcional baseada na
titulação, na qualificação e na competência dos profissionais, mas também propicia,
fundamentalmente, o desenvolvimento profissional dos professores articulado com
as escolas e seus projetos. A educação e formação do docente é um dos caminhos
a percorrer para a solução de muitos problemas.
Pretendemos conquistar nossa autonomia através da formação de um corpo
docente cada vez mais qualificado, estimulando-os a buscar sempre novas
alternativas a partir de :
Desenvolvimento de pesquisas na busca de soluções de problemas;
motivação para a participação em Cursos de Capacitação promovidos pelo
NRE/SEED;
promoção de Cursos, Palestras Debates, Reuniões, Grupos de Estudos,
Encontros, Oficinas, Dinâmicas, envolvendo temas que levem à reflexão,
ao conhecimento e ao aperfeiçoamento, ligado às disciplinas específicas e
assuntos gerais como interdisciplinaridade, avaliação, legislação e etc..
A qualidade do ensino-aprendizagem não pode ser privilégio de minorias
econômicas sociais. O desafio que se coloca é de a escola propiciar uma qualidade
para todos.
A escola de qualidade tem obrigação de evitar de todas as maneiras
possíveis a repetência e a evasão. Tem que garantir a meta qualitativa de
desempenho satisfatório de todos. Qualidade para todos, portanto, vai além da meta
quantitativa de acesso global, no sentido de que as crianças, em idade escolar,
entrem na escola. É preciso garantir a permanência dos que nela ingressam, ou
seja, consciência crítica e capacidade de ação, saber e mudar.
Considerando que o objetivo maior desta Entidade Escolar deve ser o de
garantir que os alunos assimilem o conhecimento necessário à preparação para
64
trabalhar, num mercado que exige cada vez mais conhecimento, criatividade,
adaptação a situações diferentes e que a formação desse aluno também assegure o
prosseguimento de estudos, para isso a qualidade do ensino – aprendizagem deve
ser priorizada.
Para atingir tais objetivos, o Colégio adotará diretrizes que serão alcançadas
gradativamente, enfatizando os seguintes aspectos :
- maior comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo,
através de novas postura e mudanças de paradigmas.
- melhor organização didática e pedagógica da equipe escolar, de forma
intencional, a fim de aproximar o ideal almejado à realidade desta
comunidade;
- maior empenho no sentido de fazer com que o aluno venha à escola e nela
permaneça, fazendo-o perceber que o estudo é fundamental para o pleno
desenvolvimento da cidadania, até por ser exigência mínima para a entrada
formal no mercado de trabalho;
- de forma gradativa tornar a relação família-escola mais coesa, contribuindo
assim, na construção de uma nova realidade escolar;
- metodologia adequada à comunidade escolar, proporcionando ao aluno
uma compreensão crítica da realidade social, na qual ele está inserido, de
forma que ele avance da consciência ingênua para a crítica;
- considerar na elaboração dos conteúdos do ensino, as condições objetivas
de vida e de trabalho dos alunos, usando diferentes técnicas para ensinar e
aprender;
- contribuir para que o educando supere as dificuldades da fala, da leitura e
da escrita, através da utilização comunicacional, competente e dinâmica
dos diferentes recursos de comunicação;
- mobilizar a comunidade escolar para reconhecer, respeitar e conviver com
as diferenças individuais de turmas, de idade, idéias e funções, no sentido
de tomar posturas adequadas aos avanços individuais e coletivos;
- usar de forma coerente e adequada os recursos existentes dentro da
escola, a fim de enriquecer o processo ensino-aprendizagem.
- permitir a reflexão constante nas Reuniões Pedagógicas, promovendo auto-
avaliação, discutindo problemas existentes, apresentando soluções, assim
65
como estudando as ações metodológicas estabelecidas nos projetos
individuais ou coletivos;
- possibilitar discussões constantes com relação à Proposta Pedagógica,
permitindo que todos a apliquem com responsabilidade, e conscientes de
que só formaremos indivíduos críticos e preparados para um mundo em
constante transformação, se toda equipe escolar estiver comprometida;
- desenvolver atividades atraentes, estimuladoras, de cunho educativo,
formativo e informativo, com objetivo de despertar o interesse do aluno pela
escola;
- estimular a integração e a participação dos pais e da comunidade nos
projetos da escola, a fim de melhorar a integração escola – comunidade
Para que as diretrizes estabelecidas e os objetivos aqui mencionados, sejam
atingidos, é necessário o cumprimento dos deveres e que os direitos dos diferentes
segmentos sejam respeitados.
6.24 A SOCIEDADE E ESCOLA QUE QUEREMOS CONSTRUIR
Diante de tantos desafios e dificuldades que os sujeitos encontram hoje na
sociedade, urge que toda a comunidade escolar trabalhe na construção de uma
sociedade mais justa, com oportunidades para todos, com direitos e deveres iguais.
Uma sociedade crítica, voltada aos interesses coletivos priorizando o bem comum,
igualitária, democrática, aberta, fraterna, solidária, menos materialista, agressiva e
violenta. A sociedade não pode ser mudada somente pela educação, mas sem ela
essa transformação não se efetiva. Para mudar a sociedade que temos a escola
também tem que passar por transformações, para tanto precisa ter mais apoio do
Estado e da sociedade, ter identidade própria, com uma filosofia definida, boa infra
estrutura e contextualizada para ser mais autônoma, acolhedora, participativa,
transformadora e libertadora.
Por está razão queremos uma escola menos paternalista, adequada a
realidade atual e local; mais estruturada com recursos necessários para que possa
oferecer um ensino de qualidade, que garanta a permanência dos alunos, formando-
os com conhecimentos necessários para exercer a cidadania; que seja um lugar
onde o aluno tenha prazer em estudar, buscando o crescimento; formadora de
66
opiniões, preparando cidadãos conscientes do seu papel na sociedade; acolhedora,
compreensiva, inovadora, motivada, informatizada, atualizada, consciente ,
comprometida, feliz e que almeje a transformação da sociedade. Queremos também
uma escola aberta a participação dos pais e da comunidade local, que ela viabilize e
acolha os mesmos de forma que se sintam comprometidos e responsáveis pela a
educação.
6.25 A EDUCAÇÃO E OS SABERES QUE QUEREMOS
Visando a construção desta escola , queremos priorizar uma educação de
qualidade, transformadora, igualitária, democrática , libertadora e autônoma, que
trabalhe na construção do conhecimento coletivo, articulando o saber popular e o
saber científico, filosófico, político mediados pelas experiências do mundo. Que
estimula o educando a pensar, a perguntar, a criticar e a criar, valorizando e
respeitando a diversidade cultural.
6.26 PROFESSORES E ALUNOS QUE QUEREMOS
Para alcançar esses objetivos precisamos de professores mais unidos,
lutando juntos pela qualidade da educação, que promovam e incentivam os alunos a
transformação social necessária; engajados com seu papel de educador, de
transformador e formador do educando para o exercício da cidadania e de sua
qualificação para o trabalho. Superar os desafios dessa sociedade e os limites dessa
escola que não se quer mais exige que se pense sobre os professores investindo
continuamente na sua formação, retomando e repensando o seu papel diante dessa
escola cidadã. Nela, não caberá um professor conteudista, tecnicista, preocupado
somente com provas e notas, mas sim um professor mais humano, ético, estético,
justo, solidário, que se preocupe com a aprendizagem. É preciso um profissional
com competência, tanto política quanto técnica, que conheça e domine os conteúdos
escolares , com compromisso político, social, que seja pesquisador, um eterno
aprendiz e estudioso, tenha uma prática coerente com a teoria, seja consciente do
seu papel como cidadão, competente, que esteja sempre pronto a refletir sobre sua
metodologia, sua postura em aula, a replanejar sua prática educativa, a fim de
67
estimular a aprendizagem, a motivação de seus alunos, de modo que cada um deles
sejam um ser consciente, ativo, autônomo, participativo e agente crítico modificador
de sua realidade.
Queremos ter alunos comprometidos com a educação, com responsabilidade,
com ética e que sejam cidadãos críticos, reflexivos, interessados, sujeitos da própria
história com um projeto social e pessoal, pois só assim poderão mudar a sociedade
a partir de si mesmo; que se tornem aprendizes pelo resto da vida; que saiam para o
mundo como adultos dignos, com respeito por si mesmo e pelos outros,
apaixonados e dispostos a correr riscos, a colaborar e a compartilhar; que saibam
usar bem os recursos do meio que vivem e que também tenham as competências
básicas de falar, escrever, ler ouvir e lidar com quantidade e números; que consigam
pensar com autonomia e independência e sejam capazes de se importar com a vida,
com eles mesmos, com a comunidade, com o meio ambiente e com o planeta; que
vivam harmoniosamente consigo mesmo e com o mundo globalizado que temos,
que cresçam e permaneçam sensíveis, compreensivos e receptivos para as
manifestações humanas de alegria, dor, prazer, bondade, maldade; e que vivam
felizes com gosto pela vida e pela convivência.
68
7 ATO OPERACIONAL
7.1 REDIMENSIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
Ao pensarmos em nova direção da organização do trabalho pedagógico
temos como ponto de partida a função da escola como um todo e ao mesmo tempo
suas partes e toda sua organização. Através de um processo permanente de
reflexão e discussão dos problemas da escola em busca da melhoria da qualidade
do ensino poderemos conseguir atingir nossa intenção.
Nossa escola busca melhorar a qualidade do ensino com ações que se
baseiam em aperfeiçoamento constante dos professores, grupos de discussão dos
problemas enfrentados no âmbito escolar, gestão descentralizada e compromissada
com a formação do cidadão participativo, responsável, crítico e criativo, além do
trabalho administrativo na sua globalidade.
Nesta organização repensamos a escola em dois níveis:
1º - Uma organização não fragmentada, mas sim com entrelaçamento de
ações que venham aumentar a qualidade do ensino ofertado.
2º - Uma organização com igualdade, qualidade, liberdade, gestão
democrática e valorização do magistério.
7.2 ARTICULAÇÃO ENTRE OS ANOS INICIAIS E FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL 9 ANOS
Sabemos que o Ensino Fundamental de 9 anos implica transformações
significativas na estrutura escolar, na reorganização dos espaços e do tempo, com
novas formas de ensinar, de aprender e de avaliar, desta forma indicando novas
concepções de currículo, conhecimento, desenvolvimento humano e aprendizagem.
Toda essa transformação estará baseada em princípios democráticos, de políticas
promotoras de acesso à escola e da qualidade social que se traduz na garantia de
aprendizagem na conquista efetiva do conhecimento historicamente construído e
dos recursos tecnológicos, que pressupõe organização da escola via gestão
democrática.
69
Desta forma proporcionaremos a unicidade entre instituições de ensino
municipais, particulares e estaduais, adequação dos conteúdos no tempo escolar de
forma que as disciplinas não sejam hierarquizadas, pois sabemos que para a
criança/adolescente não existe separação entre os conhecimentos em campos
específicos, e também que sua apropriação do mundo ocorre por meio de diferentes
linguagens.
É fundamental que o processo ensino aprendizagem considere as
especificidades da aprendizagem através de atividades prazerosas com significado
social. Os conteúdos serão revistos, pois é importante que haja coerência entre os
conteúdos propostos para os anos iniciais e finais a fim de propor encaminhamentos
metodológicos coerentes com os objetivos de cada etapa de ensino. Para isso será
proporcionado reuniões periódicas, acompanhamento dos pais e maior interação
dos professores dos anos iniciais com os professores dos anos finais. Também
caberá aos docentes incluir diversidade de materiais, utilização dos recursos
tecnológicos e conteúdos das mídias como recursos aliados a aprendizagem
significativa.
Dentro de um contexto geral, todos são responsáveis pela formação do
educando, sendo assim todos devem ter consciência crítica e inovadora frente às
mudanças que estão ocorrendo.
7.3 TIPO DE GESTÃO: GESTÃO DEMOCRÁTICA
O processo de gestão democrática escolar deve ser dinâmica, global,
abrangente, participativa, envolvendo autores e atores para as tomadas de decisões.
Realizar uma gestão democrática implica respeitar o contexto real da
comunidade escolar, compartilhando responsabilidade de todos. O envolvimento da
família e comunidade é fundamental nesse trabalho. A escola também deve buscar
sensibilizar e conscientizar o sistema educacional para que seja garantida uma
educação para todos, em escolas inclusive, rompendo as barreiras atitudinais,
físicas e arquitetônicas, buscando a inclusão das pessoas com necessidades
educacionais especiais.
70
A gestão democrática da escola e de todo o sistema educacional, apresenta-
se como mais um dentre outros desafios para a construção de novas relações
sociais, constituindo um espaço público de decisão e de discussão.
A superação da cultura de gestão autoritária só vai acontecer com o debate e
a construção coletiva, realizada com a participação de toda comunidade escolar via
conselho escolar, conselho de classe, grêmio estudantil, reunião de pais e mães e
reuniões pedagógicas que aprofundem a construção acerca da escola que
queremos e de como construí-la. Desta forma refletindo e buscando as soluções em
conjunto com consensos possíveis e trabalhando com os dissensos como algo
saudável na formação de sujeitos democráticos.
7.3.1 Papel Específico de Cada Segmento da Comunidade Escolar
• DIREÇÃO
Compete ao Diretor Escolar:
- Submeter o Plano Anual de trabalho à aprovação do Conselho Escolar;
- Convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, tendo direito a voto,
somente nos casos de empate nas decisões ocorridas em assembléia;
- Elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de
contas e submeter à apreciação e aprovação do Conselho Escolar;
- Elaborar e encaminhar à SEED, as propostas de modificações, aprovadas
pelo Conselho Escolar;
- Instituir grupos de trabalho ou comissões encarregados de estudar e propor
alternativas de solução para atender aos problemas de natureza
pedagógica, administrativa e situações emergenciais;
- Propor à SEED, após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta
de serviços prestados pela escola, extinguindo ou abrindo cursos,
ampliando ou reduzindo o número de turnos e turmas e a composição das
classes;
- Coordenar a implementação das diretrizes pedagógicas emanas da SEED;
- Aplicar normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela
SEED;
- Manter o fluxo de informações entre o estabelecimento e os órgãos da
administração estadual de ensino;
71
- Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor comunicando ao Conselho
Escolar e aos órgãos da administração: reuniões, encontros, grupos de
estudo e outros eventos;
- Exercer as demais atribuições decorrentes deste Regimento e no que
concerne à especificidade de sua função.
São atribuições do Diretor Auxiliar:
- Assessorar a Direção na determinação de normas gerais de organização e
funcionamento do Estabelecimento;
- Zelar pelo bom andamento das atividades e disciplina escolar ;
- verificar a presença de professores em classe, no horário previsto,
providenciando o atendimento dos alunos quando da ausência de um dos
docentes;
- informar a Direção sobre todos os fatos ocorridos no funcionamento do
estabelecimento;
- comunicar a Direção providências adotadas na solução de problemas
surgidos;
- substituir o Diretor em suas faltas e impedimentos;
- cumprir e fazer cumprir as disposições deste Regimento na sua esfera de
atuação.
• Professor Pedagogo:
O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no
administrativo, tais como:
- Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada
disciplina;
- Coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e exames
supletivos quando, no estabelecimento, não houver coordenação(ões)
específica(s) dessa(s) ação(ões).
− Organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de
Conteúdos por Disciplina.
- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
72
- Discutir com toda equipe pedagógica alternativas de trabalho, que motivem
os educandos durante o seu processo escolar;
- Planejar alternativas de trabalho a partir de indicadores educacionais
(evasão, repetência , transferências expedidas e recebidas e outros);
- Subsidiar na elaboração de plano de trabalho e ensino, a partir de
diagnóstico estabelecido;
- Acompanhar e avaliar a implementação das ações estabelecidas nos planos
de trabalho;
- Buscar aprimoramento profissional constante, seja nas oportunidades
oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento ou por iniciativa
própria;
- Coordenar estudos para definição de apoio aos educandos que apresentem
dificuldade de aprendizagem, para que a escola ofereça todas as
alternativas possíveis de atendimento;
- Coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à
matrícula, transferência, classificação e reclassificação, aproveitamento de
estudos e conclusão de cursos;
- Participar de análise e discussão dos critérios de avaliação e suas
conseqüências no desempenho dos educandos;
- Promover a participação do Estabelecimento de Ensino nas atividades
comunitárias;
- Pesquisar e investigar a realidade concreta do educando historicamente
situado oferecendo suporte ao trabalho permanente do currículo escolar;
- Integrar a presidência do Conselho Escolar, em caso da ausência do
Diretor, se não houver Diretor Auxiliar;
- Coordenar reuniões sistemáticas de estudos junto à equipe;
- Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos para cada
disciplina;
- Subsidiar a Direção, com critérios para definição do Calendário Escolar, de
acordo com as orientações do NRE;
- Analisar e emitir parecer sobre aproveitamento de estudos, em casos de
recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente;
- Participar, sempre que convocado, de cursos, seminários, encontros e
grupos de estudos;
73
- Coordenar a elaboração e execução da Proposta Pedagógica da escola;
- Acompanhar o processo de ensino, atuando junto aos professores e
educandos, no sentido de analisar os resultados da aprendizagem e traçar
planos de recuperação.
Com relação ao estágio não obrigatório no Ensino Médio compete ao
pedagogo:
- Acompanhar as práticas de estágio desenvolvidas pelo aluno, ainda que em
via não presencial, para que este possa mediar a natureza do estágio e as
contribuições do aluno estagiário como plano de trabalho docente;
- Manter os professores das turmas, cujos alunos desenvolvem atividades de
estágio, informados sobre as atividades desenvolvidas, de modo que estes
possam contribuir para esta relação práxica;
- Exigir relatório periódico do estagiário, avaliando as suas atividades;
Zelar também pelo cumprimento do termo de compromisso firmado entre
as instituições.
• COORDENADORES DOS CURSOS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL :
- Compete aos Coordenadores de curso colaborar com a equipe pedagógica
para a consolidação do processo de formação integrada mantendo disponível
o Plano de Trabalho Docente ;viabilizando os recursos didáticos;incentivando
e providenciando leituras específicas;estimulando as inovações,quanto à
dinâmica do trabalho de sala de aula,sugerindo novas práticas.
- analisar as condições de oferta (infra-estrutura) do curso e propor as
adequações necessárias.
- esclarecer a comunidade sobre o Plano de Curso e inserção no mundo do
trabalho.
- elaborar relatórios periodicamente de atividades para auto-avaliação do
curso.
- orientar e acompanhar os professores, juntamente com a equipe pedagógica
,quanto à elaboração da Proposta Pedagógica Curricular,Plano de Curso e a
articulação da mesma com a prática social e o mundo do trabalho, mediada
pelos conteúdos relativos a sua área de atuação.
74
- orientar os alunos quanto às dúvidas em relação aos conteúdos, horários de
aula, entre outros.
- definir as necessidades de materiais de consumo e de equipamentos de
laboratório pertinentes à sua área de atuação.
- supervisionar o cumprimento do horário das aulas para as turmas do curso
sob sua coordenação.
- acompanhar o Plano de Trabalho Docente, quanto ao desenvolvimento dos
conteúdos estabelecidos para a disciplina e a carga horária.
- providenciar e divulgar o material didático necessário para o
desenvolvimento pedagógico.
- organizar grupos de estudos para aprofundar temas que contribuam para a
atualização docente.
- promover a articulação com a equipe pedagógica da escola para a
discussão e avaliação do curso.
- sugerir procedimentos metodológicos inovadores,acompanhando a evolução
dos conhecimentos técnicos e tecnológicos, próprios do curso.
- supervisionar as atividades de estágio e da Prática Profissional
Supervisionada dos alunos, em conjunto com a Coordenação de Prática de
Formação.
- articular ,juntamente com a Coordenação de Estágio , novas parcerias para
firmar cooperação técnica.
- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos,
professores,funcionários e famílias.
- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade
escolar.
• COORDENADORES DE PRÁTICA DE FORMAÇÃO:
- compete ao Coordenador de Estágio Profissional Supervisionado elaborar e
coordenar o Plano de Prática de Formação:
- acompanhar e coordenar o desenvolvimento do aluno na instituição.
75
- orientar os alunos quanto à importância da articulação dos conteúdos
apreendidos com a prática, no local de Prática de Formação e campo de
estudo.
- organizar a Banca de Avaliação de Prática de Formação.
- manter o Coordenador do curso e os professores informados quanto ao
processo de articulação teoria-prática .
- acompanhar as atividades de Prática de Formação dos alunos em conjunto
com a coordenação de curso.
- acompanhar o Plano de Prática de Formação proposto pelo estabelecimento
de ensino e aprovado pelo Núcleo Regional de Educação.
- promover integração da escola-campo de estudo para o desenvolvimento do
Plano de Curso de Formação Docentes da Educação Infantil e dos anos
iniciais do Ensino Fundamental na modalidade normal e nível médio.
- realizar a avaliação institucional, conforme orientações da SEED.
- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias.
- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com
colegas,alunos e demais segmentos da comunidade escolar.
• CORPO DOCENTE:
- É de competência do corpo docente além de outras atribuições legais
elaborar com a equipe pedagógica o currículo do estabelecimento de ensino
segundo as diretrizes curriculares da SEED, mantendo sempre a ética
profissional.
- Desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão do
conhecimento pelo aluno, procedendo ao processo de avaliação, buscando
formas inteligentes, criativas e inovadoras visando a apropriação crítica e
ativa dos conhecimentos filosóficos e científicos, proporcionando aos alunos
que não obtiveram êxito a recuperação de estudos. Desta forma
assegurando que não ocorra tratamento discriminativo de cor, raça, sexo,
religião e classe social.
- Participar de todos os eventos com vistas ao melhor aperfeiçoamento
profissional e da instituição para um constante desenvolvimento.
76
- participar do processo de avaliação educacional no contexto escolar dos
alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, sob coordenação e
acompanhamento do pedagogo, com vistas à identificação de possíveis
necessidades educacionais especiais e posterior encaminhamento aos
serviços e apoios especializados da Educação Especial, se necessário;
- participar de processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da
escola, com vistas ao melhor desenvolvimento do processo ensino e
aprendizagem;
- participar de reuniões, sempre que convocado pela direção;
- Manter a assiduidade, tomar parte com espírito de justiça nos conselhos de
classe, preencher corretamente os registros de classe, bem como outros
documentos, apresentar os resultados das avaliações nas datas previstas,
cooperar com a direção na disciplina geral da escola e, especialmente zelar
pela disciplina em sua classe, participar da elaboração do projeto político
pedagógico, cumprindo o plano de trabalho segundo o referido projeto.
• AGENTE EDUCACIONAL I
- Zelar pelo ambiente escolar, preservando, valorizando e integrando o
ambiente físico escolar;
- Executar atividades de manutenção e limpeza, tais como: varrer, encerar,
lavar salas, banheiros, corredores, pátios, quadras e outros espaços utilizados
pelos estudantes, profissionais docentes e não docentes da educação,
conforme a necessidade de cada espaço;
- Lavar, passar e realizar pequenos consertos em roupas e materiais; - utilizar
aspirador ou similares e aplicar produtos para limpeza e conservação do
mobiliário escolar;
- Abastecer máquinas e equipamentos, efetuando limpeza periódica para
garantir a segurança e funcionamento dos equipamentos existentes na
escola;
- Efetuar serviços de embalagem, arrumação, remoção de mobiliário,
garantindo acomodação necessária aos turnos existentes na escola;
77
- Disponibilizar lixeiras em todos os espaços da escola, preferencialmente,
garantindo a coleta seletiva de lixo, orientando os usuários – alunos ou outras
pessoas que estejam na escola para tal;
- Racionalizar o uso de produtos de limpeza, bem como zelar pelos materiais
como vassouras, baldes, panos, espanadores, etc.
- Comunicar com antecedência à direção da escola sobre a falta de material
de limpeza, para que a compra seja providenciada;
- Guardar sob sua responsabilidade as chaves da instituição, quando for o
caso, ou deixar as chaves nos locais previamente estabelecidos;
- Zelar pela segurança das pessoas e do patrimônio, realizando rondas nas
dependências da instituição, atentando para eventuais anormalidades, bem
como identificando avarias nas instalações e solicitando, quando necessário,
atendimento policial, do corpo de bombeiros, atendimento médico de
emergência devendo, obrigatoriamente, comunicar as ocorrências à chefia
imediata;
- Controlar o movimento de pessoas nas dependências do
estabelecimento de ensino,cooperando com a organização das
atividades desenvolvidas na unidade escolar;
- Participar de cursos, capacitações,reuniões, seminários ou outros encontros
correlatos às funções exercidas ou sempre que convocado;
- Agir como educador na construção de hábitos de preservação e manutenção
do ambiente físico, do meio-ambiente e do patrimônio escolar;
- Preparar a alimentação escolar sólida e líquida observando os princípios de
higiene, valorizando a cultura alimentar local, programando e diversificando a
merenda escolar;
- Responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação dos insumos
recebidos para a preparação da alimentação escolar;
- Atuar como educador junto à comunidade escolar, mediando e dialogando
sobre as questões de higiene, lixo e poluição, do uso da água como recurso
natural esgotável, de forma a contribuir na construção de bons hábitos
alimentares e ambientais;
- Organizar espaços para distribuição da alimentação escolar e fazer a
distribuição da mesma, incentivando os alunos a evitar o desperdício;
78
- Acompanhar os educandos em atividades extracurriculares e extraclasse
quando solicitado;
• AGENTE EDUCACIONAL II
- Realizar atividades administrativas e de secretaria da instituição escolar
onde trabalha;
- auxiliar na administração do estabelecimento de ensino, atuando como
educador e gestor dos espaços e ambientes de comunicação e tecnologia;
- manter em dia a escrituração escolar: boletins estatísticos; redigir e
digitar documentos em geral e redigir e assinar atas;
- receber e expedir correspondências em geral, juntamente com a direção da
escola;
- emitir e assinar, juntamente com o diretor, históricos e
transferências escolares;
- classificar, protocolar e arquivar documentos;
- prestar atendimento ao público, de forma pronta e cordial;
- lavrar termos de abertura e encerramento de livros de escrituração;
- manter atualizados dados funcionais de profissionais docentes e não
docentes do estabelecimento de ensino;
- acompanhar os alunos, quando solicitado, em atividades extraclasse ou
extracurriculares;
- participar de reuniões escolares sempre que necessário;
- participar de eventos de capacitação sempre que solicitado;
- manter organizado o material de expediente da escola;
- comunicar antecipadamente à direção sobre a falta de material de
expediente
para que os procedimentos de aquisição dos mesmos sejam realizados;
- executar outras atividades correlatas às ora descritas; catalogar e registrar
livros, fitas, DVD, fotos, textos, CD;
- registrar todo material didático existente na biblioteca, nos laboratórios de
ciências e de informática;
- manter a organização da biblioteca, laboratório de ciências e informática;
registrar empréstimo de livros e materiais didáticos;
79
- organizar agenda para utilização de espaços de uso comum; zelar pelas
boas condições de uso de televisores e outros aparelhos disponíveis nas
salas de aula;
- zelar pelo bom uso de murais, auxiliando na sua organização, agir como
educador, buscando a ampliação do conhecimento do educando, facilitada
pelo uso dos recursos disponíveis na escola;
- participar das capacitações propostas pela SEED ou outras de
interesse da unidade escolar;
- decodificar e mediar o uso dos recursos pedagógicos e tecnológicos na
prática escolar.
7.3.2 Relação entre os Aspectos Pedagógicos e Administrativos
É através da relação entre os aspectos Pedagógicos e Administrativos que
ampliaremos os espaços de participação, incluindo as contribuições dos
funcionários, assim estaremos construindo uma escola democrática, superando a
dicotomia entre o técnico e pedagógico; entre manual e intelectual; entre o fazer e
saber, onde todos temos a ganhar.
7.3.3 O Papel das Instâncias Colegiadas
• APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários.
Tem por função:
- Acompanhar o desenvolvimento da Proposta Pedagógica, sugerindo as
alterações que julgar necessárias ao Conselho Escolar do Estabelecimento
de Ensino, para deferimento ou não;
- Observar as disposições legais e regulamentares vigentes, inclusive
Resoluções emanadas da SEED, no que concerne à utilização das
dependências da Unidade Escolar para a realização de eventos próprios do
Estabelecimento de Ensino;
- Promover atividades diferenciadas para toda comunidade;
- Definir junto com o Conselho Escolar a aplicação dos recursos advindos de
convênios públicos e prestar conta dos mesmos;
80
- Celebrar convênios com o Poder Público para o desenvolvimento de
atividades curriculares, implantação e implementação de projetos e
programas nos Estabelecimentos de Ensino , apresentando plano de
aplicação dos recursos públicos repassados e prestação de contas ao
Tribunal de Contas do Estado do Paraná dos recursos utilizados;
- Celebrar contratos administrativos com o Poder Público, nos termos da Lei
Federal nº 8.666/93, prestando-se contas ao Tribunal de Contas do Estado
do Paraná dos recursos utilizados, com o acompanhamento do Conselho
Escolar;
- Celebrar contratos com pessoas jurídicas de direito privado ou com pessoas
físicas para a consecução do seus fins, nos termos da legislação civil
pertinente, mediante prévia informação à Secretária de Estado da
Educação;
- Manter atualizada, organizada e com arquivo correto toda a documentação
referente à APMF, obedecendo a dispositivos legais e normas do Tribunal
de Contas;
- Informar aos órgãos competentes, quando do afastamento do presidente
por 30 dias consecutivos anualmente, dando-se ciência ao Diretor do
Estabelecimento de Ensino;
- Manter atualizado o CNPJ junto à Receita Federal, a RAIS junto ao
Ministério do Trabalho, a Certidão Negativa de Débitos do INSS, o cadastro
da Associação junto ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná, para
solicitação da Certidão Negativa, e outros documentos da legislação
vigente, para os fins necessários.
• CONSELHO ESCOLAR
- Cabe a esta instância aprovar acompanhar e aprovar a efetivação do Projeto
Político Pedagógico, analisando e garantindo a participação democrática na
elaboração do mesmo, bem como do Regimento Escolar.
- Analisar e propor alternativas de solução a questões de natureza pedagógica,
administrativa e financeira detectadas pelo próprio Conselho Escolar.
- Proporcionar formação continuada aos conselheiros partindo das
necessidades detectadas.
81
- Zelar pelo cumprimento a Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente
com base na lei nº 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente.
- Encaminhar, quando for o caso, à autoridade competente solicitação de
verificação, com fim de apurar irregularidades do diretor, diretor-auxiliar e
demais profissionais da escola, com razões fundamentadas, documentadas
e devidamente registradas.
- Assessorar, apoiar e colaborar com o diretor em todas as suas atribuições.
• GRÊMIO ESTUDANTIL
São atribuições desta instância:
- Reivindicar e defender os direitos e os interesses estudantis, trabalhando pela
democracia e liberdade fundamentais do ser humano sem distinção de sexo,
raça, cor, religião, posição social e política.
- Desenvolver relações amistosas entre todas as entidades presentes na
escola.
- Incentivar os estudantes em debates a fim de solucionar questões
educacionais.
- Trabalhar para o aprimoramento da cultura da classe estudantil, lutando pela
melhoria do nível de ensino e defesa da cultura nacional e popular.
O Colégio não possui Grêmio Estuantil constituído.
7.4 RECURSOS QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAR SEU PROJETO
A Escola para realizar todos os projetos recebe FUNDO ROTATIVO sendo
este mensal, também recebe o PDDE que é anual, bem como no decorrer deste ano
recebeu nos meses de julho e agosto uma complementação da Escola Cidadã para
enriquecimento da merenda escolar. Porém todas as verbas recebidas acima
citadas são insuficientes para manter as despesas da escola, por isso realizamos
promoções em parceria com o comércio e toda comunidade escolar com intuito de
melhor atender todas as necessidades da escola.
82
7.5 CRITÉRIOS PARA ELABORAR O CALENDÁRIO ESCOLAR
O Calendário Escolar do Colégio tem como base o que determina a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 de 20/10/96, o artigo 56 da Lei
complementar nº 07, de 23/12/76 e o Estatuto do Magistério do Paraná.
O nosso Calendário tem um mínimo de 800 (oitocentas) horas, distribuídas
por um mínimo de 202(duzentos e dois) dias de efetivo trabalho escolar os quais são
divididos em quatro bimestres e as férias são no início e meio do ano.
Temos data fixa do início e término das aulas, dias para reuniões
pedagógicas, dias para Conselhos de Classe bimestrais (fora dos 200 dias), férias
dos professores e para algumas datas temos que optar ou pelo aniversário do
município ou pelo dia da Padroeira.
83
COLÉGIO ESTADUAL CAMPINA DA LAGOA-EFMPN. MUNICÍPIO: CAMPINA DA LAGOA - NRE: CAMPO MOURÃO / PR.
CALEDÁRIO ESCOLAR 2011Dias letivos Diurno= 18 Dias letivos Diurno= 20
Dias letivos Noturno= 18 Dias letivos Noturno= 20JANEIRO FEVEREIRO MARÇO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S1 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 6 7 8 9 10 11 129 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 13 14 15 16 17 18 19
16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 20 21 22 23 24 25 2623 24 25 26 27 28 29 27 28 27 28 29 30 3130 31
Dias letivos Diurno= 18 Dias letivos Diurno= 22 Dias letivos Diurno= 20Dias letivos Noturno= 19 Dias letivos Noturno= 22 Dias letivos Noturno= 20
ABRIL MAIO JUNHOD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 43 4 5 6 7 8 9 8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11
10 11 12 13 14 15 16 15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 1817 18 19 20 21 22 23 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 2524 25 26 27 28 29 30 29 30 31 26 27 28 29 30
4 Dias letivos Diurno 7 Dias letivos Diurno= 23 Dias letivos Diurno= 214 Dias letivos Noturno 8 Dias letivos Noturno= 24 Dias letivos Noturno= 21
JULHO AGOSTO SETEMBROD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 33 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10
10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 1717 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 2424 25 26 27 28 29 30 28 29 30 31 25 26 27 28 29 3031
Dias letivos Diurno= 19 Dias letivos Diurno= 18 Dias letivos Diurno= 12Dias letivos Noturno= 20 Dias letivos Noturno= 18 Dias letivos Noturno= 13
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBROD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 1 2 3 4 5 1 2 32 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 4 5 6 7 8 9 109 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 11 12 13 14 15 16 17
16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 18 19 20 21 22 23 2423 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 25 26 27 28 29 30 3130 31
25 Natal
20 Dia Nacional da Consciência Negra
7 e 8 Carnaval
01 Dia Mundial da Paz
21 Tiradentes 01 Dia do Trabalho 23 Corpus Christi
22 Paixão
07 Independência do Brasil
02 Finados
12 N. S. Aparecida 04 Aniversário do Município 19 Emancipação Política Paraná
15 Dia do Professor 15 Proclamação da República
7.6 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS
EDUCATIVOS
Para a composição de turmas e utilização dos espaços educativos serão
obedecidos os critérios estabelecidos pela resolução 864/2001, sendo um metro
quadrado por aluno e três metros quadrados para o professor. Para a composição
de turmas será no mínimo de 35 (trinta e cinco) alunos e máximo 40 (quarenta), para
sexto e nono ano do Ensino Fundamental e mínimo de 40 alunos e máximo 45
(quarenta e cinco) para o Ensino Médio, para salas de quarenta e oito metros
quadrados.
7.7 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO POR PRO
FESSOR EM RAZÃO DE ESPECIFICIDADES
A distribuição de aulas far-se-á com observância das normas e diretrizes
contidas em resolução específica da SEED, considerando-se jornada de trabalho à
soma das horas-aula e das horas-atividade.
Será considerada a carga horária disponível no Estabelecimento, gerada para
o ano letivo de acordo com o número de turmas e modalidade de ensino previstos
em regulamentação específica e a matriz curricular aprovada pelo órgão
competente.
84
Dias Letivos Diurno Noturno Férias Discentes Férias/Recessos Docentes1º semestre 102 103 Janeiro 31 dias Janeiro / férias 30 dias2º semestre 100 104 Fevereiro 07 dias Jan/Julho/Recesso 14 dias
Julho 18 dias Dez/Recesso 13 diasTotal 202 207 Dezembro 13 dias Outros recessos 03 dias
Total 69 dias Total 60 dias
Feriado Municipal Bimestres Início/Término 1º 01/02 a 29/04/2011 Planejamento e Replanejamento 2º 02/05 a 06/07/2011
3º 25/07 a 30/09/2011 Recesso 4º 03/10 a 16/12/2011 Formação Continuada Feriado Nacional Planejamento/Replanejamento Reunião Pedagógica e C/H noturno 01/02, 02/02 e 06/07/2011 Semana Cultural Conselho de Classe Reuniões Ped. e C/H Noturno
20/04, 25/07,27/08, 14/10 e 03/12/2011
Férias
7.8 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE
E NÃO DOCENTE; DOS DISCENTES; DO CURRÍCULO, DAS ATIVIDADES
EXTRA-CURRICULARES
As diretrizes para avaliação será através da verificação, acompanhamento
das ações a fim de verificar se as funções estão sendo atendidas, bimestralmente e
no final do ano levará em consideração os seguintes itens:
- Gestão participativa;
- Gestão pedagógica;
- Gestão de pessoa;
- Gestão de serviços de apoio, recursos físicos e financeiros ;
- Gestão de resultados.
Para que essa avaliação seja possível, sob a coordenação do conselho Escolar,
será acompanhado e avaliado o material didático, o currículo, o sistema de
orientação docente, a infra-estrutra material da escola, a metodologia, a atuação da
equipe pedagógica/administrativa, os resultados dos cursos ofertados, enfim, toda a
ação do Colégio Estadual Campina da Lagoa – EFMP que ocorrerá:
- Com mecanismo criado pelo próprio estabelecimento de ensino para auto
avaliação interna com estratégias da própria mantenedora.
- Os alunos e professores serão ouvidos separadamente, respondendo a
instrumentos por escrito, para verificar se as opiniões são consensuais.
- Os resultados serão analisados pela comunidade escolar sob a
coordenação do Conselho Escolar.
- A SEED poderá em qualquer momento do ano avaliar os cursos por meio
de instrumentos próprios.
- As atividades extra curriculares serão avaliadas com critérios pré
estabelecidos, ouvindo a opinião dos professores, alunos, pais,
funcionários, equipe pedagógica e direção, e quando os pontos avaliados
forem negativos todo o grupo se mobilizará para que o erro não aconteça
nas próximas atividades.
- O Projeto Político Pedagógico será avaliado no decorrer das ações
desenvolvidas na escola.
- A intenção de acompanhamento aos egressos, priorizar ações específicas
educacionais, oportunizando os mesmos a permanência.
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- Ao aluno que não atingir a média mínima exigida por lei, cuja nota é 6,0
será propiciado a ele a recuperação de estudos que é realizada paralela,
pelo professor da respectiva disciplina.
A Avaliação Institucional deve ser construída de forma coletiva, sendo capaz
de identificar as qualidades e fragilidades das instituições e do sistema, subsidiando
as políticas educacionais comprometidas com a transformação social e o
aperfeiçoamento da gestão escolar e da educação pública ofertada na Rede
Estadual. Esta avaliação não está restrita ao âmbito das escolas, mas abrange as
três instâncias que compõem o sistema educacional da Rede Pública Estadual do
Paraná, ou seja, a escola, a sede da SEED e os Núcleos Regionais de Educação.
7.9 INTENÇÃO DO ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS PRÁTICAS
AVALIATIVAS
As práticas avaliativas que ocorrem na escola contribuem para que o
educando desenvolva todo seu potencial, tornando-o um cidadão crítico,
participativo e reflexivo, desta forma atuante na sociedade em que está inserido.
Todas as atividades culturais desenvolvidas, dentre estas podemos citar o
FERA, FEIRA DE CIÊNCIAS, FEFOCAL (Festival Folclórico de Campina da Lagoa)
e datas comemorativas contribuem para uma avaliação diversificada, valorizando a
participação e o envolvimento do educando nas mesmas.
7.10 AÇÕES REFERENTES AO LEVANTAMENTO DE DADOS
Diante do estudo e análise dos dados o coletivo escolar sugeriu diversas
ações para que o ensino aprendizagem seja de qualidade.
− Integração da escola com a família;
− Planejar ações conjuntas com a comunidade escolar a fim de superar as
dificuldades que forem encontradas no decorrer do processo ensino
aprendizagem;
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− Todos os segmentos da escola terem a mesma linguagem e
comprometimento;
− Promover palestras, reuniões individuais com os pais, atividades atrativas
e quando necessário encaminhamentos à profissionais especializados;
− Proporcionar aos educandos reflexões sobre a realidade social na qual
estão inseridos de tal formas que compreendam os limites e possibilidades
existentes favorecendo-lhes assim o pleno desenvolvimento;
− Interação de todos os envolvidos na educação desde os anos iniciais até
os anos finais;
− Desenvolver um trabalho coletivo envolvendo a equipe pedagógica a partir
nas necessidades pedagógicas apresentadas;
− Todos os segmentos da escola terem a mesma linguagem e
comprometimento;
− Incentivar e propiciar a participação dos alunos nos diversos momentos e
órgãos colegiados da escola através de debates e informações
relacionadas aos assuntos escolares.
7.11 AVALIAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR
Esta prática de avaliação, objetiva analisar as condições atuais do
desempenho escolar do aluno, as habilidades emergentes, os aspectos
socioculturais, a relação professor aluno e o contexto educacional como um todo.
Trata-se de uma prática de avaliação de cunho não classificatório e seletivo, que
reforce uma visão prática excludente.
FINALIDADE
Este processo de avaliação, possibilita a identificação dos sucessos, das
dificuldades e fracassos, apoiando encaminhamentos e tomadas de decisões sobre
ações necessárias, sejam elas de natureza pedagógica, estrutural ou administrativa.
As informações obtidas permitem conhecer, descrever, compreender, explicar,
prever e formular um juízo de valor acerca da realidade avaliada e permitem também
tomar decisões educativas, sociais e terapêuticas, para prevenir possíveis distorções
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ou disfuncionalidades, ou para modificar e, em suma, otimizar - quando necessário -
a realidade avaliada. Esta avaliação configura-se tanto como uma prática de
investigação do processo educacional quanto como um meio de transformação da
realidade escolar. É a partir da observação, da análise, da reflexão crítica e do
registro sobre a realidade/contexto, pelos profissionais envolvidos nesse modo de
avaliar, que se estabelecem as necessidades, prioridades e as propostas de ação
para os processos de ensino e de aprendizagem, proporcionando informações a fim
de melhorar a ação docente do professor e a aprendizagem dos alunos.
OBJETIVOS
Obter informações sobre o processo de ensino e de aprendizagem.
Analisar o contexto da aprendizagem e decidir qual tipo e intensidade do
apoio requerido pelo aluno.
Detectar e prevenir as dificuldades de aprendizagem antes que elas se
agravem.
Buscar soluções e alternativas para a remoção de barreiras da aprendizagem,
através de medidas de intervenção pedagógicas.
Promover um ensino de melhor qualidade para todos.
Tomar decisões quanto ao processo avaliativo para identificação das
necessidades educacionais.
Promover uma participação efetiva do professor especializado no processo
avaliativo.
Instrumentalizar o professor da Classe Comum para que ele se torne um
avaliador-investigador de seu aluno em sala de aula.
Envolver a equipe pedagógica do Núcleo Regional da Educação (NRE), da
escola e o professor especializado, junto ao professor da classe comum, na tomada
de decisão quanto ao tipo e intensidade de apoio que o aluno irá necessitar.
Propor flexibilização curricular.
O QUE AVALIAR
As estratégias utilizadas pelo aluno para a aprendizagem.
Contexto sociocultural em que se encontra inserido este aluno.
Desenvolvimento motor, cognitivo, socioafetivo e escolar deste aluno.
A metodologia utilizada pelo professor na realização das intervenções no dia a
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dia.
Identificar os conhecimentos do que o aluno manifesta na sala de aula
(conhecimentos prévios, cultura, assim como as dificuldades/necessidades
individuais), em relação aos novos conteúdos de aprendizagem.
COMO AVALIAR
Realizar entrevistas (professor, equipe técnico pedagógica, família, aluno).
Observar o aluno no coletivo e no individual.
Analisar a produção do aluno (material escolar).
Investigar as áreas do desenvolvimento: cognitivo, motor, afetivo e social e
áreas do conhecimento: acadêmico.
Utilizar testes formais somente quando necessário e em situações específicas.
Utilizar instrumentos como: observações, jogos, avaliação dos conteúdos
pedagógicos e outros.
Registar todas as informações possíveis, no decorrer do processo avaliativo
valorizando os aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
PESSOAL ENVOLVIDO
Todos os profissionais da escola responsáveis pelo processo de ensino e de
aprendizagem.
Professor especializado, professores da classe comum e profissionais
capacitados psicólogos, pedagogos, entre outros).
Família do aluno.
Equipe pedagógica do NRE.
Contexto sociocultural em que se encontra inserido este aluno.
Desenvolvimento motor, cognitivo, socioafetivo e escolar deste aluno.
A metodologia utilizada pelo professor na realização das intervenções no dia a
dia.
Identificar os conhecimentos do que o aluno manifesta na sala de aula
(conhecimentos prévios, cultura, assim como as dificuldades/necessidades
individuais), em relação aos novos conteúdos de aprendizagem.
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7.12 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A recuperação de estudos será planejada, constituindo-se num conjunto
integrado ao processo de ensino, além de se adequar as dificuldades dos alunos.
Ela deve ser feita durante todo o ano letivo, para todos os alunos com direito de ser
recuperado 100% da aprendizagem.
A recuperação de estudos tem como intencionalidade recuperar os conteúdos
não apropriados e, não os instrumentos de avaliação. Para tanto, é necessário que o
professor seja competente na elaboração e construção desses instrumentos para
levar todos a adquirirem o saber, não eliminando os que não o adquiriram.
A recuperação ocorre de duas formas:
- A retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos
de avaliação;
- A reavaliação do conteúdo já retomado em sala.
A recuperação de Estudos tem seu amparo legal na LDB ( Lei de Diretrizes e
Bases da Educação).
7.13 HORA ATIVIDADE
A hora-atividade do professor é feita de forma concentrada na medida do
possível e cada dia da semana corresponde a uma disciplina. Desta forma
proporciona o encontro dos professores da mesma disciplina, a fim de discutirem e
trocarem experiências pedagógicas.
A hora-atividade é o período em que o professor desempenha funções da
docência, reservado a estudos, planejamento, reunião pedagógica, atendimento à
comunidade escolar, preparação de aulas, avaliação dos alunos e outras correlatas,
devendo ser cumprida integralmente no local de exercício.
O controle do seu efetivo cumprimento é de responsabilidade do diretor do
Estabelecimento de Ensino e do Núcleo Regional de Educação.
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7.14 CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de Classe é uma oportunidade de refletir sobre a aprendizagem
dos alunos e o processo de ensino. Seu objetivo é favorecer uma avaliação mais
completa do aluno e do próprio trabalho docente, proporcionando um espaço de
reflexão coletiva sobre o trabalho que está sendo realizado, possibilitando a tomada
de decisão para um novo fazer pedagógico, favorecendo mudanças para estratégias
mais adequadas em atender os diferentes ritmos de aprendizagem de cada turma
e/ou aluno. Mais do que decidir se os alunos serão aprovados ou não, trata-se de
uma autoavaliação. Nesta são retratados os pontos positivos e as fragilidades no
que tange ao processo avaliativo e de aprendizagem.
O Conselho de Classe do Colégio se estrutura a partir de três dimensões:
O Pré-conselho de Classe: este procedimento se configura como
oportunidade de levantamento de dados, os quais, uma vez submetidos à análise do
colegiado, permitem a retomada e redirecionamento do processo de ensino, com
vistas à superação dos problemas levantados e que não são privativos deste ou
daquele aluno ou desta ou daquela disciplina. É um espaço de diagnóstico do
processo de ensino e aprendizagem, mediado pela equipe pedagógica, junto com os
alunos e professores, ainda que em momentos diferentes, conforme os avanços e
limites da cultura escolar. Não se constituem em ações privativas, implicam em
decisões tomadas pelo grupo/coletivo escolar. Esta dimensão é trabalhada em
forma de fichas preenchidas pelos professores, sendo as mesmas devolvidas no
prazo pré estabelecido pela equipe pedagógica. As fichas dos alunos são
preenchidas na sala de aula juntamente com o professor representante da turma e
também devolvidas de acordo com o prazo determinado.
O Conselho de Classe: nesta dimensão os professores se reúnem em
Conselho (grande grupo), onde são apresentados pela equipe pedagógica os dados
colhidos pelas fichas preenchidas, então são discutidos os diagnósticos e
proposições levantados no pré-conselho, estabelecendo-se a comparação entre
resultados anteriores e atuais, entre níveis de aprendizagem diferentes nas turmas e
não entre alunos.
Após análise são discutidas quais ações devem ser empreendidas para
estabelecer um novo olhar sobre a forma de avaliar, a partir de estratégias que
levem em conta as necessidades dos alunos, também são analisadas as
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metodologias utilizadas e se necessário são revistas. A escola tem autonomia para
se organizar e realizar reuniões pedagógicas ao longo do ano, desde que, previstas
em calendário.
O Pós-conselho de classe: nesta etapa são repassadas aos alunos sobre
sua situação escolar e as questões que a fundamentaram (combinados
necessários); retomada do plano de trabalho docente no que se referem à
organização curricular, encaminhamentos metodológicos, instrumentos e critérios de
avaliação; retorno aos pais/responsáveis sobre o aproveitamento escolar e o
acompanhamento necessário, entre outras ações.
7.15 SALA DE APOIO
Em nosso Colégio temos a sala de apoio cujo objetivo é atender às defasagens
de aprendizagem apresentadas pelos alunos que freqüentam o 6º ano em
Matemática e Língua Portuguesa. Neste ano de 2011 este atendimento se estendeu
para os alunos oriundos do 9º ano nas mesmas disciplinas. Estas salas funcionam
em horário contraturno, proporcionando o atendimento duas vezes por semana com
metodologias diversificadas e lúdicas. Nestas turmas são trabalhados as
dificuldades referentes à aquisição dos conteúdos de oralidade, leitura, escrita, bem
como às formas espaciais e quantidades nas suas operações básicas e
elementares.
O aluno ao comparecer à sala de apoio tende a melhorar em todas as
disciplinas, pois ao dominar conteúdos nos quais tinha dificuldade, ganha
autoconfiança, sente-se valorizado e tem mais disposição para estudar.
7.16 SALA DE RECURSO
A sala de recurso funciona no período vespertino com alunos de 6º ao 9º ano que
apresentam transtornos funcionais específicos ( hiperativos e disléxicos) e
deficiência intelectual que tenham atraso acadêmico significativo.
Para o ingresso do aluno nesta sala, o mesmo deverá passar por uma avaliação
pedagógica realizada no contexto escolar, pelo professor da classe comum,
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professor especializado e equipe técnico pedagógica. Deverá enfocar conteúdos
defasados da Língua Portuguesa e Matemática, além das áreas do desenvolvimento
(cognitiva, motora, sócio-afetiva-emocional).
A avaliação pedagógica no contexto escolar deverá estar registrada em
relatórios, com indicação dos procedimentos de intervenção e encaminhamentos
além de dados significativos da entrevista familiar.
De acordo com o resultado da avaliação pedagógica do contexto escolar é
verificado se o aluno apresenta defasagem nas áreas do conhecimento e
desenvolvimento encaminhando-o para um equipe multiprofissional ( psicólogo e
neurologista) que ao comprovar registra-se em laudo assinado pelo médico ou
avaliação psicoeducacional, desta forma o aluno pode ser ingressado na Sala de
Recurso com matrícula no sere.
O trabalho da Sala de Recurso com alunos de 6º ao 9º ano varia de acordo com
a necessidade de cada aluno e o tempo reservado para esse atendimento será
definido através de cronograma. Este trabalho visa o desenvolvimento integral do
aluno, onde o professor especializado utiliza de metodologias lúdicas e estratégias
para facilitar a aprendizagem.
É importante esclarecer que o atendimento educacional especializado não é um
ensino particular, nem reforço escolar, mas ele pode ser realizado em grupos, porém
atentos para as formas específicas de cada aluno se relacionar com o saber.
7.17 CELEM
O Centro de Línguas Estrangeiras Modernas é uma oferta extracurricular e
gratuita de Ensino de Línguas Estrangeiras, destinado a alunos, professores,
funcionários e à comunidade. No Colégio temos o Espanhol que é ofertado apenas
no período noturno com duração de dois anos, com carga horária anual de 160
(cento e sessenta) horas / aula. A carga horária semanal dos cursos do CELEM são
de quatro horas / aula de cinqüenta minutos, distribuídas em dois dias.
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8 PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA
EIXO TEMAS PROBLEMAS LEVANTADOS
AÇÕES DA ESCOLA
CRONOGRAMA RESPONSÁVEIS
Gestão Democrática
- Conselho escolar e APMF;
- Pouco envolvimento destas instâncias colegiadas;
- Sempre convocar o Conselho e a APMF quando necessário promovendo maior envolvimento.
No decorrer do ano letivo
Toda a comunidade escolar
-Conselho de classe;
-Resistência por parte de alguns professores quanto ao Conselho de Classe Participativo;
- Implantar, orientar e divulgar o Conselho de Classe participativo (pais, alunos, funcionários, professores, pedagogos e direção);
- Discutir com toda Comunidade Escolar como o Conselho de Classe será realizado evidenciando passo a passo.
- Todo bimestre Todos os segmentos;
Representante de turma.
-Não há representantes de turmas;
-Eleger dois alunos representantes por turma;
No primeiro bimestre Professores, direção, equipe pedagógica e alunos;
Participação dos pais
- Pouca participação dos pais
-Proporcionar mais encontros com os pais através de eventos;
Em todos os bimestres
Todos os segmentos;
|Proposta Pedagógica Curricular
Plano de Trabalho Docente
Planejamento participativo
- Dificuldade em acompanhar o desenvolvimento do plano de trabalho docente;- Distanciamento entre a teoria e a prática, devido à indisciplina, desinteresse, falta de apoio familiar...
- Falta de organizar espaços para a realização do planejamento;
- Nem todos os envolvidos no
- Mais capacitação do corpo docente dentro de sua disciplina;- troca de experiências por disciplina com participação do pedagogo e direção buscando maior entrosamento;
- Proporcionar espaços para reunir a fim de avalliar o Plano de Ação;- Realizar conversas particulares com todo o corpo ;docente
- Promover encontros para proporcionar estudo do documento;
- Todo inicio de semestre;
- Bimestral;
- Corpo docente, pedagogos e direção;
- Toda comunidade escolar;
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Projeto Político Pedagógico
Regimento Escolar
processo educativo tem conhecimento deste documento;
- Não cumprimento das regras , tanto por parte dos educandos quanto por educadores;
- Vivenciar o que consta no PPP na prática pedagógica;
- Elaborar o Regulamento Interno e fazer com que seja cumprido, sendo observado e de fácil acesso por todos;- Estabelecer limites claros para o bom desenvolvimento da proposta;
- Durante o ano letivo;
- Todo inicio de semestre;
- Toda comunidade escolar;
- Toda comunidade escoalr;
Formação Continuada
Reuniões Pedagógicas;
- Muitas vezes não conseguimos a presença de todo o corpo docente;
- Procurar negociar com as outras escolas a liberação do profissional para que ele pelo menos participe de alguns encontros;
- Nas datas estabelecidas no calendário escolar;
- Equipe Pedagógica;
Qualificação dos espaços e equipamentos
- Laboratório de Informática;
- Sala de apoio/ Sala de recursos;
- Utilização do professor sem planejamento;
- Difícil aceitação dos pais e dos próprios alunos para frequentar as aulas;- falta de comprometimento dos pais para manter a frequência;
- Estabelecer normas para utilização;- Viabilizar readequação dos espaços existentes na escola para melhor aproveitamentopedagógico.
- Convocar reunião com os pais;- preencher a ficha FICA;- socilicitar colaboração do Conselho Tutelar
- Início do ano letivo
- Todo bimestre;
- Direção e Direção Auxiliar- Instâncias colegiadas- APMF
- Equipe Pedagógica, corpo docente e direção
Atividades de
enriquecimento
curricular
- Desafios
educacionais
contemporâneos
- Falta de
conhecimento e
dificuldade em
trabalhar os temas
interligados com a
sua disciplina;
- Proporcionar nas
reuniões
pedagógicas
estudo sobre os
temas;
- Sugestões de
atividades
relacionadas aos
temas abordados;
- Nas datas
estabelecidas no
calendário escoalr;
- Equipe
pedagógica,
corpo docente e
direção
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9. ATIVIDADES INTEGRADORAS DO CURRÍCULO
9.1 COMPLEMENTAÇÃO CURRICULAR
O Programa atende aproximadamente 130 alunos do ensino fundamental,
médio e profissionalizante. Tem por objetivo desenvolver Atividades Pedagógicas de
Complementação Curricular em contraturno que proporcione aos alunos
aprofundamento em temas que contemplem as DCEs feitas através de recortes de
conteúdos. Em 2010 foram desenvolvidas quatro propostas ligadas aos núcleos de
conhecimento Expressivo-corporal com teatros e danças, núcleo de Conhecimento
Cientifico - cultural com Atividades literárias e musica. Em cada programa pode
participar no mínimo 20 alunos. Em cada atividade é considerada as necessidades e
peculiaridades da proposta e dos alunos nela inserida.
9.2 CULTURA AFRO BRASILEIRA E INDÍGENA
Este tema será abordado em todas as disciplinas através de novas
metodologias a fim de iniciar o aluno no universo da diversidade racial, eliminando
assim o preconceito, incutido na criança pela sociedade descabida de valores éticos.
Embora não caiba à educação isoladamente, resolver o problema da discriminação
em suas mais perversas manifestações cabe-lhe promover processo,
conhecimentos e atitudes que cooperem na transformação da situação atual. Todo
este trabalho é encaminhado e acompanhado pela Equipe Multidisciplinar que é
composta por profissionais de todos os segmentos da escola.
9.3 EVASÃO ESCOLAR
Este tema é combatido com a colaboração dos professores das respectivas
turmas. No momento em que é percebido a ausência ou o afastamento de algum
aluno os professores comunicam o fato para a Equipe Pedagógica. A partir da ficha
de comunicação é convocado o comparecimento dos pais ou responsáveis para
esclarecer sobre a falta do aluno. Caso este não retorne as aulas é preenchido a
Ficha Fica e encaminhada para o Conselho Tutelar que toma as devidas
providências para o retorno do aluno.
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9.4 MEIO AMBIENTE
Este tema é trabalhado juntamente com as disciplinas, com metodologias
específicas de cada professor, todo o trabalho é finalizado com apresentações de
palco e participação de toda a comunidade escolar. Assim podemos proporcionar
aos educandos a compreensão de sua posição no conjunto das relações da sociedade
com a natureza, como e porque suas ações, individuais ou coletivas em relação à
natureza, têm conseqüências tanto para si como para a sociedade;
9.5 AGENDA 21
A Agenda 21 é compromisso de todos os profissionais que atuam na escola e
que fazem parte da comunidade escolar, tendo o intuito de contribuir para melhorar
a relação humana, Homem x Homem, Homem x Natureza, bem como estimular
parcerias da escola com a comunidade. O desenvolvimento deste tema é feito
através da análise da realidade, com elaboração de estratégias e divisão de tarefas,
onde todos dão a sua contribuição.
9.6 PREVENÇÃO A VIOLÊNCIA E USO INDEVIDO DE DROGAS
Este tema é abordado em todas as disciplinas, cada professor usa a sua
metodologia para trabalhar em sala de aula. Os cadernos temáticos servem de apoio
para todo o trabalho pedagógico, pois o mesmo apresenta sítios, sugestão de filmes
e livros, bem como relatos de experiências pedagógicas.
9.7 S.O.S. ESCOLA
O objetivo é sensibilizar os alunos e professores quanto aos valores
humanos, com o intuito de coibir os manifestos de violência no âmbito familiar,
escolar e social. Todo dia na primeira aula o aluno representante lê uma fábula com
questões problematizadoras associadas ao nosso cotidiano, para serem refletidas e
discutidas com os alunos da sala. Esta atividade engloba todas as modalidades de
nosso Colégio. Diante disso conseguimos obter os seguintes resultados: Menor
índice de brigas, de bullying e um relacionamento familiar mais dialogado.
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9.8 VIGILANTE NA ESCOLA
o objetivo é provocar na comunidade escolar uma postura atitudinal reflexiva
e prudente na preservação do espaço escolar e consequentemente dos Recursos
Naturais. Este trabalho favorece a participação de todos nas decisões para melhorar
a qualidade do Meio Natural, social e cultural. As atividades são desenvolvidas de
acordo com um calendário que foi elaborado, sendo que no início era todos os dias,
depois passando a ser executado em dias alternados. Os próprios alunos com colete
escrito o nome do projeto acompanhados de seus professores durante o recreio
fazem a limpeza do pátio utilizando sacos plástico e com luvas recolhem os lixos
que se encontram no chão. Após o intervalo passam de sala em sala
conscientizando e mostrando quantos quilos foram recolhidos de lixo. Cada dia é
uma turma que executa este trabalho, pesando o lixo recolhido e orientando os
alunos a terem atitudes conscientes. Com este trabalho conseguimos diminuir a
cada dia o lixo recolhido, as salas de aulas se encontram mais limpas e alunos mais
conscientes.
9.9 HORA DA LEITURA
Sabemos que os professores são os principais agentes na promoção desta
prática e a escola é o principal espaço para isso. A leitura é feita de acordo com um
calendário, esta acontece uma vez por semana durante uma aula naquele dia. Esta
atividade engloba toda a escola, professores, alunos, funcionários e pais que
chegam a escola neste momento também são convidados a ler. Em cada setor está
disponibilizado os livros para que todos leiam.
9.10 CIVISMO
O civismo é entendido como um sentimento que deve ser semeado a todo
instante e que devemos aprender, desde a mais tenra idade a cultivar o amor e o
respeito aos Símbolos Nacionais. A escola é o local mais apropriado para essa lição,
para esse aprendizado, pois é nela que se forma o verdadeiro caráter do homem
civilizado. Diante disso uma vez por semana os alunos cantam o Hino Nacional e
participam de apresentações cívicas.
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10 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Acompanhar e avaliar o Projeto Político-Pedagógico é avaliar os resultados
da própria organização do trabalho pedagógico. Desta forma a avaliação crítica do
projeto é aquela que busca explicar e compreender as causas das insuficiências e
problemas conhecidos, as relações entre essas causas e as necessidades de atuar
nessas causas, buscando ações alternativas criadas coletivamente. Portanto, o Pro-
jeto Político Pedagógico é analisado não como algo estanque, desvinculado dos as-
pectos políticos e sociais, mas como um projeto que aceita, reconhece e reflete as
contradições e conflitos.
O processo de avaliação envolve três momentos:
- descrição e a problematização da realidade escolar;
- compreensão crítica da realidade descrita e problematizada;
- proposição das alternativas de ação – momento de criação coletiva.
A avaliação deve portanto:
- ser democrática;
- favorecer o desenvolvimento da capacidade de apropriar os conhecimentos
científicos, sociais e tecnológicos;
- ser resultante de um processo coletivo de avaliação diagnóstica.
O projeto político pedagógico estará a disposição da comunidade escolar, para
desta forma poder estar acompanhando e avaliando se o mesmo está sendo
adequado as expectativas;
Bimestralmente o Conselho Escolar e APMF do Colégio terão momentos de
reflexão, diante do cumprimento do Projeto e terão oportunidade de rever cada ação
e resignificar cada atitude;
Na medida do possível, todas as instâncias estarão envolvidas no processo de
avaliação através de reuniões, discussões, sendo permeada pela ação-reflexão-
ação, ou seja, a ação sempre será posteriorizada por uma reflexão que voltará
novamente para a prática modificada, ou seja, orientada pela reflexão feita.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Caderno de Debates. IV Conferência Estadual de Educação da APP – Sindicato 2005
Cadernos Temáticos: avaliação institucional/ Thelma Alves de Oliveira et. Al. –Curitiba: SEED – Pr, 2004.
CARDOSO, Jarbas José. A gestão democrática da escola. Espaço da escola. UNIJUI, nº 19, p. 31-38, jan/mar.
Coletânea XII . Curitiba SEED/DIE/CEF 2005
Construindo a Escola Cidadã – Projeto Político Pedagógico. Programa nº 1 –1997. Boletim.
Diretrizes Curriculares Orientadoras para a Educação Básica da Rede Estadual (versão preliminar).
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.
______. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
______. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GADOTTI, Moacir. Educação e compromisso. Campinas: Papirus, 1985.
______. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione, 1999.
GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas: Autores Associados, 2002.
MANTOAN, Maria teresa Eglér. Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças. Revista Nova Escola. P. 24-26, maio/2005.
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis: Vozes, 1998
SEVERINO, Antônio Joaquim. O projeto político pedagógico: A saída para escola. Revista da AEC. Brasília, v.7, nº 107, p. 81-91, abr/jun/1998.
SHUDO, Regina. Sala de aula e avaliação: Caminhos e desafios. Portal Educacional.
100
VEIGA, Ilma Passos. Projeto Político da Escola: uma construção coletiva. Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção possível/ Ilma Passos Veiga (org.). São Paulo: Papirus, 1995, p.11-35
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Perspectivas para reflexão em torno do projeto político pedagógico, In: VEIGA, Ilma P. Alencastro e REZENDE, L. M> G. de (orgs.). Escola: espaço do projeto político pedagógico. São Paulo: Papirus, 1998, p. 9-32
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
______. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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