Colonialismo,
Racismo e
Descolonização
Colonialismo
Fruto da Revolução Industrial europeia e que
teve como consequência a ocupação militar e
política de quase toda a África e grande parte
da Ásia;
Corresponde a um período de perda da
hegemonia britânica no comércio internacional;
O desenvolvimento industrial e tecnológico
francês e alemão levaram ao que se chama
“Partilha da África”.
Foi facilitada ainda pela decadência dos Estados
asiáticos e africanos, como a desagregação dos
principados indianos, das províncias turcas e
também dos impérios e reinos africanos;
Grande oferta de recursos naturais, mão de
obra disponível e possibilidades de lucros sem
precedentes;
Imposição de salários baixíssimos, inferiores ao
nível necessário de subsistência;
Formas de Colonização:
A concorrência acirrada das potências
na disputa colonial impôs, de modo
geral, o uso da força para o domínio do
território;
Caberia ao Estado colonizador prover
as colônias de infraestrutura econômica
e política.
Colônia de Povoamento
Uma minoria europeia assume o total controle político
e constitui a camada dominante, beneficia-se de força de
trabalho a preço irrisório, bem como da manutenção de
preços elevados, garantindo lucros. Além disso,
constituem uma camada de “pequenos brancos” que
adquirem privilégios, tendo o racismo como suporte
político;
Os colonos, reivindicam maior participação política,
embora restrita aos brancos (Ex.: África do Sul e
Zimbábue).
Colônia de Exploração
A presença do colonizador se manifesta por meio de forte
presença militar e de uma estrutura dominante aparente, de cúpula,
associada ou não à uma elite local;
Na “administração indireta”, a classe dominante africana perde sua
autonomia política e econômica, pois se mantém no poder através
de acordos com as elites colonizadoras, porém apenas cumprindo
os deveres burocráticos como a cobrança de impostos;
Na “administração direta”, as forças coloniais exercem sua
autoridade diretamente sobre a população;
O processo de descolonização nasce, portanto, do
descontentamento e das pressões políticas exercidas, sob a forma
de guerras de independência (Argélia, Angola, Moçambique) ou
através da transição para minorias brancas.
As estruturas econômicas
A economia é controlada pela metrópole que a põe ao abrigo
da concorrência com outras potências capitalistas;
Houve uma desestruturação dos modos de produção existentes,
obrigando o camponês a sair de sua economia tradicional e
vender a força de trabalho, para que obtenha a quantia para o
pagamento dos impostos a que foi submetido à força;
O trabalho forçado também fez parte deste domínio europeu,
tanto na produção economia exportadora, como nas obras de
infraestrutura;
Uma economia essencialmente destruidora de recursos naturais
e humanos.
Ideologias do Colonialismo:
Imposição da cultura eurocêntrica baseada na
justificativa científica das Ciências Sociais através do
evolucionismo e do funcionalismo;
Evolucionismo: sobrevivência mantida na
competitividade pela vida, em que o mais forte e
melhor adaptado sobrevive (Darwinismo Social);
Funcionalismo: justificativa teórica para legitimar a
dizimação e o domínio sobre as populações e
estruturas autóctones para o processo de
colonização a partir da compreensão destas
sociedades.
Racismo
“Não há colonialismo sem racismo!”
Recursos ideológicos usados pelos colonizadores para legitimar o
domínio sobre os povos colonizados;
O racismo, como teoria elaborada, é fruto da ciência europeia a serviço
da dominação sobre outros povos e territórios e que não existia, em
termos étnicos, antes do século XVI quando se procurou justificar a
utilização dos africanos na escravidão sob o mito da inferioridade racial;
Procura-se descobrir e pôr em evidência diferenças reais ou imaginárias
em proveito do colonizador e depreciando o colonizado;
O propósito disto foi (é, ainda hoje) pretender transformar diferenças
culturais em diferenças genéticas imutáveis;
Há ainda o “colonizado-amigo” ou o racismo “velado”, na sociedade
atual.
É possível acabar com o racismo?
É preciso mais do que negar as diferenças, mas sim
assumi-las e verificar que o preconceito e as diferenças
culturais são históricas, portanto, construídas e passíveis
de serem modificadas;
As lutas pelo fim do racismo vem sendo desempenhada
pelas próprias vítimas, ou minorias em qualquer parte
do mundo.
A Descolonização
Deu-se com o aprofundamento da autonomia das colônias, através
de lutas pela libertação nacional ou pela concessão dos
colonizadores sob manobras estratégicas;
Formação de uma intelligentsia asiática e africana que passou a
organizar os processos de reivindicações e lutas contra o poder
colonial;
Infelizmente, em alguns casos, esta camada de idealizadores da
autonomia africana, acabou se tornando a nova elite que atende os
interesses europeus;
A ideologia de “autogoverno” garantiu que os brancos, mesmo “ex-
colonos” se mantivessem no comando político do país.
As ideologias na luta anticolonial
Associações que surgiram na luta contra o domínio
colonial e que ganharam repercussão continental
(Asiatismo e Pan-africanismo), por conta da atuação na
unificação e solidariedade racial e cultural (Negritude),
ou como suporte político mundial intercontinental
(afro-asiatismo).
Asiatismo
O domínio europeu sobre a Ásia também gerou
divergências sociais;
A vitória japonesa sobre a Rússia em 1905, mostrou a
possibilidade de derrota europeia frente as lutas
anticoloniais.
Pan-africanismo
Não nasceu na África, mas surgiu de um sentimento de solidariedade e
consciência de uma origem comum entre os negros das Antilhas e dos
Estados Unidos contra a segregação racial de que eram vítimas;
Chegou a formar dois processo diferenciados: 1) condicionava a
possibilidade de igualdade racial à melhoria da situação dos negros, o 2)
defendia a ideia de um “sionismo negro” com o retorno dos negros ao
continente africano;
Nasceram ainda os Congressos Pan-Africanos (cinco ao todo) que
defendiam a maior mobilização da população junto aos movimentos de
libertação, pelo fim do racismo e de todo povo dirigir o seu próprio
destino sema a interferência da dominação imperialista;
Negritude
A negritude definiu a expressão cultural do Pan-africanismo na busca
por uma identidade e meios de contestação à dominação estrangeira;
Define-se bem nas palavras de Léopold S. Senhghor:
“[...] a negritude é um fato: uma cultura. É o conjunto dos valores –
econômicos e políticos, intelectuais e morais, artísticos e sociais –
não somente dos povos da África Negra, mas também das minorias
negras da América [...]. É, em suma, [...] assumir os valores da
civilização do mundo negro [...]”
Afro-asiatismo
Objetivava a luta conjunta contra o colonialismo e o
racismo, defendendo ainda o neutralismo em relação à
política bipolar da Guerra Fria;
Manifestava-se por dentro das assembleias da ONU e
organizou a importante Conferência de Bandung (1955)
pela paz e promoção social da igualdade dos direitos
contribuindo substancialmente para o processo de
Descolonização Afro-Asiática.
“Ninguém é do tamanho que
se vê. Mas, do tamanho do
sonho que se tem.”
Carlos Drummond de Andrade
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