COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA
ESPANHOLA E INGLESA
Prof. Victor Creti Bruzadelli
A conquista espanhola
Fatores da conquista espanhola:
Espada: conquista militar;
Cruz: conquista cultural;
Fome: miséria imposta aos nativos.
“A espada , a cruz e a fome iam dizimando a
família selvagem”(Pablo Neruda)
“As consequências imediatasda conquista e ocupação espanholanas áreas mais densamente povoadasda civilização ameríndia foramdesastrosas. O somatório de doençasepidêmicas, superexploração dotrabalho e debilitação física resultante,choque cultural induzido pelaremodelação de uma sociedadecomunal, acabou por produzir, noséculo XVI e no início do século XVII,um dos declínios demográficos maisdesastrosos jamais registrados pelahistória mundial”
(STEIN, Stanley; STEIN, Bárbara A herança colonial na América Latina)
A espada:
Agressividade dos invasores;
Superioridade técnica-militar (cavalos, armas de fogo e etc.);
A cruz:
Descaracterização da cultura nativa;
Ação dos jesuítas;
A fome:
Doenças.
A conquista espanhola
“Durante a conquista espanhola noMéxico, iniciada em 1519 por Cortés, asuperioridade tecnológica dos europeus eraamplamente compensada pela superioridadenumérica dos indígenas e muitos truques foraminventados para atrapalhar o deslocamento doscavalos: os indígenas acostumaram-se a cavarfossas profundas nas quais espetavam paus emque as montarias eram empaladas. Mais tarde,em 1521, canoas "encouraçadas" resistiriam àsarmas de fogo. A tática indígena evoluiu eadaptou-se às práticas do adversário: osmexicas [astecas], contrariamente ao costume,armaram ataques noturnos ou em terrenocoberto. Por outro lado, se as epidemias devaríola já estavam dizimando as tropas deMéxico-Tenochtitlan, também não poupavam osíndios de Tlaxcala ou de Texcoco, queapoiavam os espanhóis.”
(BERNAND, Carmen; GRUZINSKI, Serge. História do Novo Mundo)
Organizando a exploração Espanhola
Sociedade Colonial:
Chapetones: espanhóis natos que exerciam a administração e a burocracia local;
Criollos: descendentes de espanhóis com participação política restrita aos cabildos;
Mestiços: livres, porém sem nenhum acesso à política;
Nativos: destinados ao trabalho compulsório;
Escravos: raros, presentes sobretudo no Caribe e regiões de produção agrícola.
“Agora chega àEspanha este grande tesouro dasÍndias, ordenando Deus que unsreinos sirvam a outros, enviemsua riqueza e participem de seugoverno, para o bem de uns eoutros. Há, pois, nas ÍndiasOcidentais grande quantidadede minas de todos os metais:cobre, ferro, chumbo, estanho,mercúrio, ouro e prata. Entre asdiversas regiões das Índias, sãoos reinos do Peru os maisabundantes em metais; existemem tamanha quantidade quecada dia se descobrem novasminas”
(ACOSTA, Joseph de, Historia Natural y Moral de las Índias - 1590)
Organizando a exploração Espanhola
Estrutura administrativa:
Casas de Contratação:
◼ Controle das atividades econômicas coloniais (mineração e comércio) e do fluxo de pessoas;
◼ Uso do Sistema do Porto Único em Sevilha (1503), através de frotas;
Conselho das Índias:
◼ Responsável por questões legislativas, eclesiásticas, militar ou jurídica;
◼ Responsável pela administração nomeando e fiscalizando os vice-reis;
◼ Funcionava como Suprema Corte em Madri.
Sevilha, de Alonso Sanchéz Coello
Organizando a exploração Espanhola
Estrutura administrativa:
Vice-reinos :
◼ Administração regional;
◼ Vice-reinado da Nova Espanha (1535) e Vice-reinado do Peru (1544);
Capitanias Gerais:
◼ Função militar em regiões estratégicas;
◼ Capitania Geral do Chile;
◼ Capitania Geral da Venezuela.
Organizando a exploração Espanhola
Estrutura administrativa:
Cabildos ou Câmaras
Municipais:
◼ Administração local;
◼ Responsável por regular a
vida dos moradores urbanos;
Bispados e arcebispados:
◼ Atuação forte da Igreja na
exploração colonial.
“Deus criou essas gentesinfinitas, de todas as espécies, muisimples, sem finura, sem astúcia,sem malícia, mui obedientes e muifiéis a seus Senhores naturais eaos espanhóis a que servem; muihumildes, mui pacientes, muipacíficas e amantes da paz, semcontendas, sem perturbações, semquerelas, sem questões, sem ira,sem ódio e de forma algumadesejosos de vingança.”
(LAS CASAS, Bartolomé de. O Paraíso Destruído: a sangrenta história da conquista
da América Espanhola)
Organizando a exploração Espanhola
As formas de trabalho:
Encomienda:
◼ Origem: Guerra de Reconquista;
◼ Aldeias submetidas ao trabalho compulsório;
◼ Encomiendero tinha a obrigação de estimular a cristianização;
◼ Cobrança do Quinto na exploração aurífera, por parte da Coroa.
“Que pelo amor de Deus,os que leram ou lerem estaspáginas considerem se é ou nãoverdade que as crueldades dosespanhóis ultrapassam todos oslimites imagináveis e se é ou nãojusto que se chamem os espanhóisde diabos. E qual seria o suplíciomaior, encomendar os índios aosdiabos do inferno ou aosespanhóis que estão nas Índias ?!”
(LAS CASAS, Bartolomé de. O paraíso destruído.
Organizando a exploração Espanhola
As formas de trabalho:
Mita:
◼ Origem: Império Inca;
◼ 4 meses de trabalho compulsório;
◼ Baixíssimas remunerações (bens e metais);
◼ Início do vício em álcool.
As navegações tardias
Iniciadas no século XVI;
Tratado de Tordesilhas:
Rejeição de algumas monarquias europeias:
Defesa do Princípio do UtiPossidets;
Prática da pirataria e do corso por ingleses e franceses no Caribe;
Companhias de Comércio holandesas.
“Desconheço a cláusula do
testamento de Adão que dividiu o mundo
entre Portugal e Espanha”
(Francisco I, rei da França)
Os três tipos de colonização inglesa
Localizada ao norte;
Refugiados políticos e religiosos: maior independência em relação à metrópole;
Clima desfavorável à agricultura: comércio e manufaturas voltadas para o mercado interno;
Pequenas e médias propriedades;
Forte presença dos puritanos: pais peregrinos.
Exploração integrada ao mercantilismo;
Política dos cercamentos:
Expulsão dos excedentes camponeses;
Sistema de servidão por dívidas: exploração por 7 anos;
Sistema escravista;
Sistema de plantation (monocultura, mercado externo, latifúndios e mão de obra escrava);
Produção agrícola, sobretudo algodão e tabaco.
Nova Inglaterra Colônias do Sul
Os três tipos de colonização inglesa
Colônias centrais
Dedicavam-se especialmente ao comércio;
Desenvolvimento do trabalho servil;
Poucos escravos;
Imigrantes de diversas regiões (irlandeses, escoceses, suecos e holandeses);
Comércio triangular;
Teoria do melting pot.
“As colônias inglesas do Novo Mundo foram
povoadas de maneira distinta. Em geral, os historiadores as
dividem em três grandes grupos que se diferenciavam na
atividade produtiva e na organização social.”(JUNQUEIRA, Mary Anne. Estados Unidos, a consolidação da nação)
Organização política das colônias
Diversidade administrativa, porém, preservando grande autonomia:
Conflitos religiosos na Inglaterra;
Interesse inglês no comércio com o Oriente;
Presença de assembleias formadas pelas elites;
Sentimento de autonomia política.
Tipo de colônia Administração Exemplos
Colônias das Companhias
de Comércio
Eleição de governadores
internamente
Virgínia e
Massachusetts
Colônias de Proprietários Concedida a particulares pela
Coroa
Maryland, Pensilvânia,
Nova York...
Colônias Reais Coordenadas diretamente
pela Coroa
Connecticut, Rhode
Island...
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