7/24/2019 Comentários Sobre o Filme Requiem Para Um Sonho
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Comentários sobre o filme Requiem para um sonho, os efeitos
colaterais das drogas utilizadas pelas personagens e relaciona-los com
os textos discutidos em sala: por Vagner Cardoso.
O filme mostra a vida de quatro personagens viciados, que a princípio são cheios de
sonhos e boas expectativas de concretiza-los, afinal são 3 jovens, cheios de fantasias e
energia. or!m, com o vício, acabam ferrando tudo. "arr#, o filho da personagem $ara,
abandonada pelo marido se sente in%til & sociedade, '#rone, se torna viciado em
dinheiro, sucesso e (arion, formam o elenco que se envolvem cegamente nas drogas.
)nquanto isso, $ara ! viciada em televisão e doces e, quando recebe uma possível
proposta de participar de um programa de audit*rio, tenta se apresentar ao p%blico com
o vestido vermelho, antes utilizado na formatura do colegial de seu filho e que tem um
car+ter simb*lico devido & representaão de bons momentos em sua vida, quando ainda
tinha marido e filho para se dedicar, como o vestido não lhe serve mais, tenta de v+riasformas emagrecer, sem xito decide procurar um especialista/ que a indica as famosas
anfetaminas inibidoras de apetite, que al!m de causar dependncia tr+s alguns danos de
ordem fisiopsicol*gica como espasmo do maxilar, n+useas, c*licas, visão embaada,
paranoia, depressão e rea0es musculares, como c1imbras, mas com o decorrer do uso
os efeitos estimulantes acabam com o tempo, e ela, viciada, comea a exagerar na dose
para tentar recuperar a eficincia das pílulas. 2elacionando as aulas podemos perceber
que a relaão medico-paciente ! bastante comprometida quando $ara vai se consultar e
o m!dico não tem nenhum tipo de contato, sequer visual, com a paciente, onde o mesmo
não percebe que ela j+ apresenta sinais de problemas psicol*gicos, demonstrando a falta
de humanizaão da medicina. om $ara verificamos tamb!m o poder simb*lico de um
objeto inanimado, no caso o vestido vermelho, que traziam a personagem recorda0esde tempos remotos de sua vida onde deveria ser mais %til e bela.
"arr#, (arion e '#rone arquitetam planos para revenda de drogas assim arrecadando
lucros absurdos, visando realizar seus sonhos4 "arr# e (arion, criar uma grife de
roupas, '#rone almeja ser algu!m/ na vida para honrar a mem*ria da mãe. "arr# e
(arion comeam a ter seu relacionamento abalado quando as síndromes de abstinncia
passam a alterar suas personalidades, levando a "arr# estimular (arion a se prostituir
com seu terapeuta para conseguir dinheiro, mostrando a falta de !tica entre diversos
profissionais da sa%de. 5a busca pela droga, havia algo al!m que aqueles sujeitos
ansiavam. )ra um meio de dar conta do vazio e incompletude de suas pr*prias vidas.
"arr#, (arions e '#rone cada vez mais afundavam num caminho sem retorno da
heroína, cocaína, maconha e anfetaminas, tentando buscar atrav!s destas respostas sobreo caminho a se seguir em busca de um sonho.
6 heroína ! uma variaão da morfina, que, por sua vez, ! uma variaão do *pio, que !
obtido de uma planta chamada papoula. 6l!m de ser extremamente nociva ao
organismo, a heroína causa r+pida dependncia química e psíquica. )la age como um
poderoso depressivo do sistema nervoso central. ode ser inalada ou fumada, mas
normalmente ! injetada, provocando viagens/ que podem durar horas, dependendo da
dose que ! utilizada. O usu+rio fica sedado, mal pode falar e fica com a boca seca e as
pupilas muito contraídas. )m combinaão com outros depressivos, como o +lcool, o
risco de overdose aumenta muito. O uso constante dessa droga resulta em abscessos na
pele, infec0es no coraão, doenas no fígado, surdez, cegueira, delírios, inflamaão dasv+lvulas cardíacas, coma e at! morte. $e for consumida por meio injet+vel, pode causar
necrose 7morte dos tecidos8 das veias. O organismo fica desregulado e deixa de produzir
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subst1ncias vitais como a endorfina ou passa a produzir outras subst1ncias em demasia,
como a noradrenalina, que, em excesso, acelera os batimentos cardíacos e a respiraão.
O corpo perde tamb!m a capacidade de controlar a temperatura, e o usu+rio passa a
sentir calafrios constantes. O est9mago e o intestino ficam completamente
descontrolados, o que causa v9mitos frequentes, diarreias e fortes dores abdominais.
Os tranquilizantes são drogas comercializadas legalmente para o tratamento deansiedade e espasmos musculares e para provocar o sono, mas tamb!m são utilizados
para produzir viagens/. Os efeitos imediatos são sonolncia, relaxamento e sensaão
de calma. )ssas subst1ncias causam acentuada dependncia física, e os usu+rios
desenvolvem um nível elevado de toler1ncia. O uso cr9nico pode ocasionar intoxicaão
e, como consequncia disso, graves efeitos colaterais, entre eles, sinais de falta de
coordenaão motora, início de estado de inconscincia, dificuldade de movimento, sono
pesado e queda da pressão sanguínea. Os efeitos t*xicos dos tranquilizantes ficam mais
intensos quando eles são utilizados associados com +lcool ou outras drogas depressoras
do sistema nervoso central, pois podem levar & morte.
6 maconha ! uma erva cujo nome científico ! annabis sativa. :ependendo das
condi0es em que foi cultivada, ela pode sintetizar uma porcentagem maior ou menor de'" ou tetraidrocanabinol, que ! a principal subst1ncia respons+vel por seus efeitos no
organismo. )ssa droga pode ser ingerida juntamente com alimentos ou bebida em forma
de ch+, mas a principal forma de consumo ! o fumo. Os efeitos da maconha dependem
muito da quantidade que ! utilizada. 5ormalmente, os usu+rios costumam se sentir
relaxados, felizes, com fome e let+rgicos. )la tamb!m compromete a coordenaão
motora e a mem*ria. O uso contínuo, assim como o do tabaco, compromete o pulmão. 6
contínua exposião & fumaa t*xica da droga ocasiona ao sistema respirat*rio
problemas como bronquite e diminuião da capacidade respirat*ria. 6l!m disso, a
quantidade consider+vel de alcatrão presente na fumaa de maconha exp0e os usu+rios
da droga ao desenvolvimento de c1ncer de pulmão.
6 cocaína ! um estimulante sintetizado em laborat*rio, e sua mat!ria-prima ! a folha do
arbusto )r#trox#lon coca. )la age na comunicaão entre os neur9nios, prolongando a
aão de outra subst1ncia, a dopamina. 6 cocaína pode ser consumida de v+rias maneiras,
mas a mais comum ! aspirando-a, j+ que normalmente ela se apresenta sob forma de p*.
)ssa droga produz sensaão de prazer e intenso aumento de energia e de autoconfiana.
O efeito dura de ;< a 3< minutos e ! seguido de irritabilidade, cansao e depressão. O
uso em altas doses pode provocar alucina0es, extrema agitaão, paranoia e
agressividade. 6 quinina, uma subst1ncia que pode estar misturada & cocaína, pode levar
& cegueira irreversível. (esmo o uso moderado dessa droga ! perigoso devido ao alto
risco de falncia do coraão que ela oferece. =nfec0es sanguínea, pulmonar e coron+ria
tamb!m estão na lista de consequncias do uso contínuo da cocaína. "+ uma diferenciaão entre a din1mica do sonho de $ara para com a din1mica de
"arr#, (arion e '#rone4 $ara mobilizava-se a partir de um discurso esperanoso que lhe
dizia voc pode conseguir e chegar l+/, ela era movida por esta fala. )nquanto os
outros trs moviam-se pelo temor de uma fala que lhes afirmasse a impossibilidade em
obter o que lhes era valioso. )m ambos os casos, havia um discurso que os fazia delirar,
que os retiravam de uma condião de responsabilidade pelos seus corpos e suas vidas,
colocando-os numa condião submissa e alienada. )les simplesmente se deixavam
levar, não porque assim o queriam, mas porque a fala de outro era mais forte. 6o final
$ara est+ internada numa clínica psiqui+trica, "arr# internado para amputaão do brao,
(arion faz um sho> pornogr+fico para conseguir mais droga e '#rone vive os efeitos
da síndrome de abstinncia sozinho sofrendo abusos dos superiores numa prisão
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distante de casa. 6o final pudemos identificar que todas as personagens encerram suas
participa0es em posião fetal que demonstra sua procura de proteão, carncia.
2essaltamos que o cotidiano destes ? sujeitos tem um car+ter de repetião4 os mesmos
prazeres, os mesmos rituais e meios para atingir um ideal. )sta repetião foi decorrente
de um discurso que ao apontar a possibilidade de um gozo, os faziam delirar. 6s
dimens0es entre a realidade e o sonho j+ não eram mais perceptíveis para aquelessujeitos.
6 priori a droga parece funcionar na vida das personagens como um agente
potencializador de seus sonhos. ontudo, o filme não den%ncia apenas o uso de
subst1ncias psicotr*picas ilícitas, como no caso das personagens jovens, mas, faz uma
crítica ao uso@abuso de subst1ncia lícita que são estruturadas como projeto.
)m uma an+lise mais acurada podemos perceber que o filme denuncia que em nossa
contemporaneidade tudo pode servir de entorpecente, ou seja, a crítica tamb!m abarca
os diversos vícios, aparentemente inocentes, como a compulsão pela tv, as pílulas, as
dietas, representadas pela personagem $ara Aoldfarb.
O filme ! isso que se v eventualmente sendo demonstrado na televisão em campanhas
contra as drogas4 mostra os sonhos, depois o processo de ruína, e o fim tr+gico de seususu+rios. (ostra que as drogas nem sempre precisam de uma marginalizaão, que não
existe um motivo para utiliza-la, pois muitos pensam que s* utilizam dessa fuga a
realidade pessoas que passaram por algum tipo de problema grave, ou para se esconder
de algo )le não tenta dar nenhuma lião de moral, não ensinar nada, apenas joga na tela,
da forma mais cruel possível, os efeitos que as drogas podem causar sobre seus
dependentes. 5ão h+ nenhum m!dico ou parente para confortar os personagens, s*
desespero e dor.