ALUBRAT - Psicologia Transpessoal
UNIDADE
São Paulo2010
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ALUBRAT - Psicologia Transpessoal
UNIDADE
Trabalho realizado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Psicologia Transpessoal
GRUPO GETEC Bruna Legnaioli
Célia Tambasco GonçalvesChistina Neder
Elisabete A. G. Parra Luciana Gomes Pontes
Maria Augusta Fortes NatalNeide Nicoletti Benedicto
Regina Rosa Salim GomesUlrike I. K. Holtz
São PauloOutubro/2010
SOMOS TODOS UM!
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Somos Todos Um!Porque o Todo está em tudo.
Tudo é Ele. Tudo é UM.Como parte d’Ele, também Somos Um!
Como ensinavam os heremetistas de outrora,“Nada está fora do Todo.
Se algo estivesse fora, não seria mais o Todo.Pois, então, estaria faltando um pedaço.”
Quando se diz que Ele é o Todo, é porque está em tudo, sem exceção alguma.Portanto, também está em nossos corações.
E em qualquer coisa que pensarmos.
Sim, há um Grande Coração da Vida em nós.Ele pulsa a luz eterna em nossos pequenos corações.
Liga cada um de nós ao mesmo Amor Cósmico.Seja estrela, espírito ou homem, em tudo Ele está!
No Corão, na Bíblia, no Talmud, no Tao Te Ching, no Bhagavad-Gita,nos Vedas, no Zend Avesta,...
Em O Livro dos Espíritos, no Caibalion, na Doutrina Secreta,E em todas as obras, Ele é o cerne de tudo.
Nas igrejas cristãs, nas sinagogas, nas mesquitas, nos ashrans, noscentros espirituais, nos terreiros de Umbanda, nos grupos
espiritualistas, nos templos budistas, e em qualquer lugar sagrado, éEle a inspiração de todos.
E quem poderá dizer que não?Ele sopra por onde quer. Ou seja, em tudo.
E algum templo ou grupo tem exclusividade sobre Ele?Ou Ele está onde quer, porque é o Dono de tudo?...
Ah, estamos falando do Todo.E qualquer definição disso ou daquilo,
não passa de especulação relativa dos homens, sobre o Absoluto. E só Ele é que sabe quem Ele é.
E, assim fazendo, compreender a si mesmo.Só o Todo compreende o Todo!
Ao homem, cabe compreender o homem.
Para sentir o Todo nesta compreensão.Para, então, perceber que Somos Todos Um!
Não somos negros, brancos, amarelos ou vermelhos.Somos da cor da LUZ, pois matéria é energia condensada.
Somos o Eterno, condensados em forma de gente.Somos mais do que pensamos e sentimos.
Podemos ver além do horizonte...Podemos ver estrelas em nossos chacras.
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Quando o corpo dorme, voamos, em espírito...
Nunca saímos de casa. Sempre estivemos n’Ele.Quando sonhamos, Ele também sonha junto.
Quando rimos, Ele ri junto. E novas estrelas são criadas.E, quando estamos tristes, Ele aponta para o Céu, e ri...
Ele sabe que tudo tem seu momento.Que, na Terra, tudo passa, e o que importa é a lição.
O que vale é o Amor real, que ilumina a vida.Esse Amor do Grande Coração d’Ele, em nós.
Viajamos na nave viva do universo, que é o corpo d’Ele.Aprendemos tanto, mesmo sem percebermos.
Não nascemos nem morremos, só entramos e saímos dos corpos.Somos o Eterno no transitório.
Somos Todos Um!Encarnados e desencarnados, terrestres e extraterrestres,
E todos os seres, tudo é Ele. Tudo é Um!
O Grande Concertista Cósmico toca a música da vida.E nós vamos vivendo em sua canção eterna...
Aqui na Terra, mesmo com tanta agitação e loucura dos homens,Alguns escutam essa canção cósmica e sentem algo sutil.
E dizem: “Somos Todos Um!” – mesmo que muitos não entendam.Mas eles prosseguem dizendo, pois sentem isso no coração.
Sim, eles cantam o Absoluto, mesmo no relativo dos homens.E sua canção é a mesma dos iniciados espirituais de todos os tempos.
É a canção do despertar da consciência.A canção d’Ele, em nós.
E o tema dela é: “Somos Todos Um!”Felizes os que sabem disso...
E vivem por tal ideal.Mesmo que os homens duvidem, o coração dessa gente sabe.
Pois é gente leal e batalhadora, que só quer vencer a si mesma.
Autor desconhecido
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SUMÁRIO- Introdução................................................................01- Definições de Unidade.........................................01- A Busca da Unidade sob vários pontos de vista e Filosofias.......................................08 Unidade – Relações Entre Macro E Micro – O Todo e o Particular..........................................................- ExercíciosFrasesConclusão..............................................................16- Bibliografia.............................................................17ANEXOSAnexo A- Considerações Pessoais Anexo B - Definições sobre Unidade B1.Dos mestres e coordenadores B2.Dos nossos amigos B3.De outras fontes Anexo C -Dinâmica do Grupo sobre Unidade
UNIDADE
INTRODUÇÃOUnidade é um tema bastante amplo, objetivo de todo processo de
autoconhecimento, independente do caminho escolhido, seja ele religioso,
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filosófico ou cientifico. Unidade, o retorno à casa do Pai, ao Um, é isso que
todo ser humano deseja, mesmo não tendo consciência, algo em nós clama
por isso.
Segundo o Dicionário Michaellis (2009) Unidade é qualidade do que é
uno, unido ou único; uniformidade, conformidade, identidade; Coesão,
harmonia, união; Tipo, padrão, modelo, paradigma; Concordância; identidade
de propósito; Qualidade do que é só; singularidade; Filos; o mesmo que
mônada, na doutrina de Leibniz; Um, atributo exclusivo de Deus, pelo qual se
exprime sua singularidade de Natureza em contraposição à Trindade de
Pessoas Divinas; designação das três unidades chamadas aristotélicas, que
constituíram princípios fundamentais da tragédia clássica francesa: a unidade
de ação, a unidade de lugar, e a unidade de comprimento.
De acordo com as definições e conceitos que constam no livro
Psicologia Transpessoal de Vera Saldanha (2008) Unidade é um dos
elementos que formam o corpo teórico da Psicologia Transpessoal junto com
os conceitos de Vida, Ego, Consciência e Cartografia da Consciência. Esses
conceitos sustentam-se em torno do Conceito de Unidade e para ele
convergem.
A Unidade é o Todo, o Absoluto, a Plena Luz. A Unidade fundamental do
Ser ou da não fragmentação é o pressuposto básico em Psicologia
Transpessoal, de onde partem ou para onde convergem todos os recursos
nessa abordagem. Maslow relacionava com experiências culminantes em seu
mais alto grau. Posteriormente, Maslow ampliou esse conceito para o de
“consciência de unidade”. Este tipo de consciência tem certos elementos em
comum com as experiências culminantes - admiração, mistério, surpresa e
choque estético. Contudo, diferem da experiência culminante, pois são mais
constantes e não produzem clímax, seria um “Platô Elevado” (Maslow apud
James, 1986 p.278). É um estado mais de serenidade do que emotividade,
onde o indivíduo acessa um conhecimento maior, testemunhando uma nova
realidade e uma sensação de certeza. O transcendente passa a fazer parte do
mundo real e é uma opção palpável estar em harmonia, em comunhão consigo
mesmo e com o outro, e estar presente por inteiro em cada instante, no aqui e
agora. Percebemos com bastante clareza esses fundamentos da Psicologia
Transpessoal no filme: Poder Além da Vida.
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Victor Frankl (1991), ao reconhecer a dimensão espiritual, afirma que
somente o espiritual cria a Unidade antropológica. É ela quem recupera o
humano em sua inteireza, levando ao restabelecimento da Unidade com o
Cosmos, vivenciando as experiências de forma direta, plena e verdadeira.
A definição de Unidade, segundo Pierre Weil (1995) é “a propriedade do
que não pode ser dividido”. Ele fala em Unidade Cósmica como um estado que
transcende a dualidade, as polaridades, um estado que nos coloca de volta à
consciência de onde sempre estivemos e de onde nunca saímos. Fala da
“Unidade entre eu e o Universo”, ou seja, um estado de plena Luz. Nesse nível,
não existe tempo e espaço, apenas um eterno agora, um ser indivisível (não
está antes e nem depois de qualquer etapa), um eterno agora. Nesse estágio
de entendimento entre o “eu” e o Universo acontece o desaparecimento da
tridimensionalidade do tempo.
O processo para o Ser Transpessoal se efetiva através do acesso aos
vários “estados de consciência”, como os estados de sonho, meditação e
outros, sensibilizados em exercícios transpessoais que favorecem a
emergência da pulsão de transcendência, acessando conteúdos não
disponíveis no estado de vigília. Para atingir a Unidade é preciso que haja uma
compreensão desse Todo em um constante intercâmbio das partes no todo e
do todo nas partes e mais além dessas. A integração acontece através dos
eixos experiencial e evolutivo integrados ao corpo teórico. A Unidade ou o Todo
é a meta do Ser, do Ser plenamente desenvolvido, desperto. (Saldanha, 2008)
Para Maslow (1968), as etapas evolutivas nem sempre são percebidas
como uma estrutura hierárquica, pois neste nível a Unidade sempre esteve e
está presente de forma indiferenciada, inconsciente. Outro aspecto é de que o
mais profundo e o mais elevado são figuras de linguagem, que não fazem mais
sentido no contexto da unidade, não estão antes ou depois, o mais profundo se
torna também o mais elevado e vice-versa. Ser desperto é um Ser consciente
dessa verdade. Portanto, ser um homem, nesta visão, é ser um animal, um
vegetal, um mineral, e é também aceitar ser nada. E, de novo, a questão que
se coloca é: “Como?”
Como estabelecer a ligação entre o mundo material, vegetal, animal,
mineral, que o homem resume? Porque, é religando que o homem pode se
abrir a este mundo angélico, luminoso e incriado. O homem inteiro, o homem
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que se mantém ereto em seu eixo, faz a ligação entre estes diferentes mundos.
Mas o homem inteiro é um arquétipo, é uma imagem da completude. E essa
completude é o que buscamos incessantemente, e através da Psicologia
Transpessoal, percebemos que somos Seres completos, únicos, e que
podemos resgatar a Unidade fundamental.
Quando Weil (1995) cita as experiências unitivas, durante a quais as
pessoas se vêem, como fazendo parte daquilo que, paradoxalmente se
encontra dentro delas próprias, isso as remete também, às experiências
holonômicas do universo feitas por David Bohm. Assim como Weil, em vários
campos do conhecimento, estudiosos constatam essa idéia de Unidade.
Segundo a definição de Jean-Yves Leloup (1996), Unidade representa o
ápice da dimensão superior da consciência, o aspecto necessário ao nosso
desenvolvimento mais pleno, para o Ser Transpesoal.
De acordo com Roberto Crema (Weil, Pierre; Leloup, Jean Yves; Crema,
Roberto, 2003) constata-se a existência interligada do mundo criado (os reinos
mineral, vegetal e animal) e do mundo criador (o angelical, o arcangelical e o
reino da luz) com o reino humano. O animal conecta-se com o angelical; o
vegetal com o arcangelical e o mineral com a luz, no relicário do coração huma-
no, câmara nupcial das bodas do pré-pessoal com o transpessoal.
Crema fala que na regressão surgem memórias de um passado animal,
vegetal, mineral, que podem ser interpretadas como sendo regressões na
história da formação do universo, chegando ao que se chama de Big Bang, até
o vazio completo.
3 A BUSCA DA UNIDADE SOB VÁRIOS PONTOS DE VISTA E FILOSOFIAS
Segundo Leloup (1996), há em nós um desejo de “Pleroma”, um desejo
que se refere a este desejo de Unidade, de integração com a Totalidade. Esta
integração com a Totalidade não é uma dissolução, não é uma perda de
personalidade, mas uma abertura da personalidade à Plenitude do Ser. Isto
que ele chama de espiritualidade não-dualista, ele procura expressar através
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dos seguintes desenhos:
HOMEM DEUS ESTRELA DE SALOMÃO
A imagem da não-dualidade, que é uma imagem de sinergia, é a
imagem do selo ou “Estrela de Salomão”. Um desejo do homem a Deus, e, ao
mesmo tempo, a sua acolhida à Graça. Nós reencontramos este mesmo
símbolo na cruz.
O ser humano encontra-se no dualismo e terá que reencontrar o
equilíbrio da cruz, o equilíbrio entre os dois braços – vertical e horizontal. A
cruz é um símbolo de integração entre a linha vertical (que é o sentido da
transcendência) e a horizontal (que é o sentido da imanência - Deus dentro de
tudo).
Leloup acredita que uma espiritualidade não-dualista pode ser
simbolizada pelo número 3, que é o número da Unidade diferenciada. O
número 1 simboliza a Unidade (a Unidade indiferenciada, a Unidade do filho
com sua mãe, a Unidade da mistura e da fusão). É preciso entrar na
experiência do 2, da dualidade, do dual. Mas este não é o fim do caminho. O
objetivo é atingir o 3, aquele que integra ao mesmo tempo a dualidade e a
unidade e que Leloup chamou de Unidade Diferenciada.
Leloup continua dizendo que é preciso lembrar, contudo, que a união do
negro e do branco não faz o cinza. O negro é o negro e o branco continua
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branco. A transcendência é a transcendência e a matéria é a matéria. Não se
trata de misturá-las. Trata-se de colocá-las em relação. E neste aspecto
chegamos muito perto de uma visão quântica da existência, na qual a realidade
da matéria é, ao mesmo tempo, partícula e onda, mas não podemos ver as
duas simultaneamente. Ou vemos a partícula ou vemos a onda. Entretanto,
uma não existe sem a outra.
Não dá para pedir o todo à parte, assim como não dá para pedir o infinito
a um ser humano finito, mas dá para saber que a parte, a realidade material, a
realidade afetiva ou a realidade religiosa estão ligadas à Totalidade. Leloup
chama esta experiência de experiência do “Sopro”. O Sopro é o que nós temos
de mais pessoal, de mais íntimo e, ao mesmo tempo, é o que nos une aos
outros e o que nos une ao Universo. É o mesmo Sopro que respira numa
planta, que canta num pássaro, que toma consciência dele mesmo, no outro.
Podemos entender esse Sopro de que Leloup fala, como sendo a respiração
para os orientais, ou seja, a nossa ligação com o todo que nos cerca.
Ainda na visão de Leloup (1996), pode-se compreender São João
quando ele nos diz que Deus é Amor e que aquele que permanece no amor,
permanece em Deus e Deus permanece nele. Mas de que amor se trata?
Trata-se de “Ágape”, trata-se deste amor gratuito, incondicional. Se nós somos
capazes de realizá-lo mesmo em alguns momentos de nossa existência,
fazemos verdadeiramente a experiência do Divino em nós.
Olhando para Jesus como representação do Self, e para o que Ele quer
ensinar a seus discípulos, mesmo àqueles que o renegaram, como Pedro,
percebemos que ele quer que eles aprendam a “tocar a música” - onde “tocar”
significa transitar pelos diferentes estados de consciência, viver os diferentes
níveis de amor.
Por isso, é preciso aceitar, acolher o bebê que existe em nós, o bebê
que foi talvez mal amado, que talvez tenha sido abandonado, aquele que
espera dos outros, sem cessar, o que ele não teve. Aceitar em nós o
adolescente, com seu ideal, mas também com a sua intransigência e com seu
egoísmo. Reconhecer em nós o adulto, que tem necessidade de amizade, de
troca, mas também é preciso reconhecer em nós o Self que é capaz de
gratuidade, que é capaz de generosidade. “Aprender a tocar a música”. É a isto
que nos convida o arquétipo da Síntese.
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Para Pierre Weil (1995), segundo os hindus e os budistas, o nosso
espírito, ou aquilo que nós chamamos “eu” ou “ego”, não está separado do
espírito ou energia do universo ou cosmos. Segundo eles, há apenas uma
energia ou um espírito, que assume diferentes formas exteriores, criando uma
unidade com aparente pluralidade, assim como as ondas do mar. Embora
existam no mar milhares de diferentes ondas, todas são feitas da mesma água
do mar. Acaso é possível separar as ondas do mar?
O hinduísmo e, ainda mais o budismo, insistem num processo repetitivo
que leva grande parte da humanidade a um circulo vicioso que Freud chamava
com propriedade de “compulsão-repetição”. Esse círculo vicioso é o processo
fundamental da neurose.
Segundo a duas escolas acima, a origem principal do sofrimento é a
crença na solidez e na separatividade de um “eu” e de “objetos” exteriores. No
estado transpessoal, no entanto, esse “eu” se revela simplesmente como
inexistente. Não podemos sequer dizer que ele se dissolveu, ou que houve a
morte do ego. Como podemos falar em dissolução ou morte de algo que jamais
existiu senão como conceito, pensamento ou idéia?
O mesmo se dá com o espaço exterior e seus objetos que são vistos
como partículas luminosas numa dança cósmica. A visão dos físicos não está
muito longe dessa experiência transpessoal.
Abaixo o princípio comum de Unidade nas diversas tradições religiosas,
de acordo com Jeffrey Moses (2009)
Hinduísmo: "Deus permanece oculto no coração de todos."
"Ele é o Deus único, oculto em todos os seres, que a tudo permeia, o Eu
dentro de todos os seres, vigiando todos os mundos, habitando em todos os
seres."
"No Princípio não havia nem existência, nem inexistência. Portanto, não
havia nem céu, nem atmosfera acima. Portanto, não havia nem morte, nem
imortalidade. Portanto, não havia nem dia, nem noite, nem luz, nem trevas. Só
o existente UM respirava calmamente, completo."
"No mais profundo habita outra vida, invisível, imutável, diferente da vida
dos sentidos. Ela irá perdurar quando todas as coisas criadas tiverem
passado."
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"Aquele que tem alegria interior, que tem satisfação interior, encontrou a
Luz interior. Ele se uniu à Paz infinita."
Cristianismo: "De um só sangue Deus fez todas as nações."
"O Reino de Deus não aparece visivelmente, nem dirão: "Ei-lo aqui!" ou
"Ei-lo ali", porque o Reino de Deus está dentro de vós."
Sufismo: "Tudo isso é Deus. Deus é tudo o que existe."
"A alma da Unidade é a alma do homem, a alma da simpatia que a tudo
inclui, da União e da não separação."
Budismo: "Se pensas que a Lei está fora de ti, não é a Lei absoluta que está
seguindo, mas algum ensinamento inferior."
“Suas palavras são calmas. Seus atos e pensamentos são calmos. Esse
é o estado de tranqüilidade daquele que atingiu o Nirvana pela realização da
Verdade."
Siquismo: "Deus está no seu coração, e, no entanto, tu procuras por Ele no
deserto. Muitos milhões procuram por Deus e o acham no próprio coração."
"Não profiras palavra desagradável, pois o Senhor está em todo
homem."
Confucionismo: "No mundo existem muitos caminhos diferentes, mas o destino é o
mesmo."
Pawnee - povo indígena da América do Norte :
"Todas as religiões são apenas degraus que conduzem a Deus."
Bahaísmo: "O bem-estar da humanidade, sua paz e sua segurança, são
inacessíveis, a menos que a sua Unidade esteja firmemente estabelecida."
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4 UNIDADE - RELAÇÕES ENTRE MACRO E MICRO - O TODO E O PARTICULAR
Estamos demasiadamente identificados com nosso corpo físico para
conceber o quanto ele é menos independente do que pensamos e o quanto ele
não passa na verdade, de uma célula do universo. Assim, como cada célula do
nosso corpo humano (microcosmo à imagem do macrocosmo), está ligada a
todas as outras, e como há interdependência entre as células do olho, do
fígado e do músculo cardíaco para constituir uma totalidade que é um ser
humano, assim também, no plano físico, somos uma célula da totalidade no
Universo. Nosso corpo físico é feito unicamente de matérias do Universo
absorvidas por nossa mãe e depois absorvidas por nós; fazemos permutas
com o Universo por meio da alimentação, da excreção, da inspiração, da
expiração e de outras comunicações mais sutis, que são as trocas de energia
que começam a ser estudadas pelos métodos da pesquisa cientifica
contemporânea (Desjrdins 1993).
Dessa forma podemos dizer que o todo contém as partes e as partes
contêm o todo. Nós contemos o todo e estamos contidos nele. Sujeito e objeto
são indissociáveis nesse nível do absoluto. A noção das partes separadas se
dissipa ao penetrarmos a matéria e atingirmos o nível das partículas. A
separatividade parece existir só na dimensão mais concreta e imediata dos
nossos sentidos.
Para Pierre Weil (1991) encontramo-nos num estado de fragmentação.
Nós nos percebemos separados dos objetos e das pessoas. Por isso sentimos
apego. É isso que dá origem aos apegos, às identificações parciais e suas
conseqüências patológicas físicas e emocionais.
O ser humano, ignorante de que faz parte da Unidade, apega-se aos
objetos de prazer – tem medo de perdê-los se os possui, medo de não vir a tê-
los, ou medo de não reavê-los, se os perdeu. A possibilidade de encontrar
objetos ou pessoas que lhe causariam dor causa-lhes repulsa, ansiedade e
medo.
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Tensão e ansiedade geradas pelo desconhecimento da Unidade
Cósmica levam a uma baixa da resistência imunológica, criando as doenças
auto-imunes, patologias cardíacas, síndromes mentais desde a depressão até
a psicose.
Nossos corpos são compostos de matéria física e matéria sutil. Essas
matérias, que na nossa experiência comum levam a nos ver de forma
compartimentada, descontínua, são, na verdade, uma totalidade, cujos
elementos reagem uns sobre os outros.
No plano da física, Pierre Weil (1995), destaca a descoberta do
holograma, segundo o qual, cada fragmento da placa fotográfica reproduz a
imagem interina mostrando-nos um raciocínio não lógico: as partes contendo o
todo. Essa propriedade levou à elaboração de uma teoria holográfica do
cérebro, em correlação com uma teoria holonômica do universo. Tudo se
passa, como se cada partícula contivesse em potencial, o programa de todo o
universo.
A partir dessa observação, sabemos que é possível armazenar uma
quantidade infinita de informações em ondas energéticas. Nossos programas
energéticos são de natureza subatômica, e sabemos que as partículas também
são ondas luminosas, e que o programa, ou informação de todo o universo
pode estar contido em uma partícula.
Leonardo Boff (2010), afirma que cada um de nós, independente de
qualquer religião, busca a experiência do todo em si mesmo. Para ele somos
todos seres históricos, estamos todos na matéria. A matéria é nosso primeiro
corpo. Mas temos também um corpo energético e, ao lado da matéria,
podemos falar de energia. A energia é este mundo da alma que nos habita.
Quando estamos amando, nossa matéria está organizada. Quando rezamos ou
meditamos, a matéria se abre para uma outra dimensão. Não se trata de opor a
nossa experiência histórica, a nossa experiência psíquica e energética, mas
sim, continuar sempre abertos à experiência do ser Essencial. Porque quer
subindo ou descendo, o mais importante é a abertura. Abrir-se para o alto e
abrir-se para o baixo.
Para acabar com a ilusão da separatividade que leva fatalmente ao
sofrimento, à desorganização e à perda do equilibro entre o homem e a
natureza, é preciso abandonar essa ilusão. Ao atingirmos esse objetivo,
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tornamo-nos sábios, sempre em paz, pois nada mais temos a perder. E uma
vez libertos da inverdade dessa percepção, constataremos que sempre fomos
Deus ou espírito e nunca deixamos de sê-lo.
De acordo com Victor Frankl (1991), a espiritualidade recupera o
humano em sua inteireza, levando ao restabelecimento da Unidade com o
Cosmos, vivenciando as experiências de forma direta, plena e verdadeira, ou
seja, somente o espiritual cria a Unidade Antropológica.
5 CONCLUSÃOEmbora todos sejamos parte integrante do mesmo Senhor Supremo,
dividimos a Terra, declarando: “Este é o meu pai! Este é o meu país!”
Muito embora sejamos todos indivíduos, dependemos do mesmo sol e
respiramos o mesmo ar. Este é o princípio de Unidade na Diversidade. A
Unidade se refere ao fato de que somos em essência partes integrantes do
mesmo Cosmos, a Diversidade refere-se às nossas naturezas individuais
eternas.
Na medida em que somos capazes de reconhecer o Absoluto em seu
aspecto “manifesto” e “não-manifesto” sementes de paz germinarão em nós.
O não reconhecimento e vivência da Unidade, faz com que sejamos
tomados pela tristeza e pela dúvida, alguns dirão pelo diabolos, o divisor, que
introduz em nós, a dualidade.
Se atingirmos o domínio da Unidade, compreenderemos que tanto o
estado de vigília quanto o de sonho são ilusões, bem como seus conteúdos.
Todos os fenômenos serão reconhecidos como nascidos da clara luz, realidade
que sustenta a ilusão, e tanto espíritos quanto fenômenos se fundirão.
Quando nos conscientizarmos dessa libertação, o outro, qualquer que
seja o “outro” passa a ser o outro, devolvemos a liberdade para que ele seja ele
mesmo, assim como nos permitimos ser nós mesmos.
Viver de maneira correta, só usufruindo do que nos for necessário e
deixando cada coisa ser ela mesma, nos tornará livres para gozar de todas as
bênçãos, e no mesmo instante estarmos prontos para abandoná-las.
Para descobrir a Unidade precisamos descobrir a multiplicidade, a
contradição e o conflito.
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A vivência na Unidade traz um sentimento de paz, confiança e entrega.
Ela resulta em desapego, serenidade e harmonia. Portanto, o nosso caminho é
o de resgatar a Unidade.
Tudo isso requer muita coragem, determinação e perseverança. Requer
pontos de apoio e conhecimento, mas é um caminho que não pode ser evitado,
e é um caminho solitário, mas com infinitos presentes e alegrias.
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6 BIBLIOGRAFIA
BHAKTIVEDÃNTA NÃHÃRÃJÃ, Srila: O Caminho do Amor – Sua Graça Divin: Srila Bhaktivedãnta Nãhãrãja, Bhaktibrasil, 2009.
BOFF, Leonardo, LELOUP, Jean Yves: Terapeutas do deserto: de Fílon de Alexandria e Francisco de Assis a Graf Dürckheim; Petrópolis; Vozes; 2010.
DESJARDINS, Arnaud - Para além do Eu - À procura do Si – São Paulo, Ágora,1993.
FADIMAN,James; FRAGER, Robert: Teorias da Personalidade. São Paulo; Harbra; 1986.
FRANKL, Viktor E: Em busca de Sentido, Petrópolis, Vozes, 1991.
LELOUP, Jean-Yves; O Evangelho de Maria. Petrópolis, Vozes, 2006.
LELOUP, Jean Yves; Caminhos da Realização: dos medos do eu ao mergulho no Ser. Petrópolis, Vozes, 2009.
MASLOW, Abraham Harold: Introdução à Psicologia do Ser, Tijuca, Eldorado, 1968.
MICHAELIS: Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, São Paulo, Melhoramentos, 2009.
MOSES, Jeffrey: Unidade – Os princípios comuns a todas as religiões. Rio de Janeiro, Sextante, 2009.
SALDANHA, Vera. Psicologia Transpessoal: abordagem integrativa: um conhecimento emergente em psicologia da consciência. Rio Grande do Sul, Unijuí, 2008.
WEIL, Pierre. As Fronteiras da Evolução e da Morte, Petrópolis: Vozes, 1991.
WEIL, Pierre. A Morte da Morte: Uma Abordagem Transpessoal. São Paulo, Gente, 1995.
WEIL, Pierre; LELOUP, Jean Yves; CREMA, Roberto; Normose: a patologia da normalidade. Campinas, Versus, 2003.
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ANEXOS
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CONSIDERAÇÔES PESSOAIS
Bruna LegnaioliUnidade é a qualidade da presença. Quando estamos inteiros, presentes
em cada momento, com tudo e com todos, podemos sentir o que o a Unidade.
A transcendência da dualidade, das polaridades, a ausência de julgamento.
Unidade vem a ser aquilo que vai além do que nossos olhos podem ver.
Célia Tambasco GonçalvesConcordando com Maslow devemos estar sempre atentos procurando
não nos identificar com as emoções, sejam elas de apego, de rejeição ou
indiferença, evitando desse modo produzir fatores psicológicos de destruição
visando galgar em busca da saúde e completude. Para que isso ocorra é
importante a integração de luz e sombra, a comunhão consigo mesmo,
trilhando sempre o caminho da auto-atualização e a comunhão com o outro.
Somente através da busca de necessidades mais elevadas chegaremos aos
estados serenos de “Consciência da Unidade”. Desse modo a vida individual
estará completamente integrada à vida Cósmica e com ela formará a Unidade.
“Unidade é um sentir-se pleno ao contemplar a natureza”...
...pois é através do ar que se inspira, como algo divino,
do levar para o interior de si transformando-o em substância própria
ao encontrar-se com o sangue,
e em seguida devolvendo-o para que a natureza o transforme,
é que se experiencia a PLENITUDE, a UNIDADE TOTAL.”
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Elisabete A. G. ParraEscolhi esse tema, pois acredito que seja a síntese do que procuramos.
Aprofundar nossos conhecimentos sobre a unidade, faz cair alguns véus, faz
despertar o que carregamos dentro de nós, mas ainda sem consciência. Esse
despertar devagar, nos remete a um estado de paz e tranqüilidade, esperança
em nós mesmos e no outro, culminando com o amor incondicional. E é
exatamente isso que vivi nessa preparação do trabalho: estudo, compreensão,
afeto, alegria, amizade, fraternidade. Foi muito bom e enriquecedor. Sinto-me
muito grata, a frase abaixo traduz bem esse sentimento:
Unidade é quando nos tornamos instrumentos do amor, como um
instrumento musical, nos deixamos tocar... e quanto mais afinados, mais o som
a melodia saem perfeitos, e o mérito é sempre do artista.
Luciana Gomes Pontes Lembro-me com detalhes daquele sábado, quando os monitores listaram
no flip chart os temas dos GETECS e fomos convidados a escolher um tema e
formar os grupos. Mais do que depressa, corri e coloquei meu nome no grupo
de Unidade. E não fui a única. Quando dei por mim, o grupo tinha15 pessoas, e
fomos informados que o numero médio devia ser em torno de 10 pessoas. Fiz
de conta que não percebi, não queria sair do grupo. Mas, como boa “criança
adaptada”, em benefício dos demais, mudei minha escolha, e fui para outro
grupo.
Mas essa decisão me incomodou o mês inteiro. Porque eu havia
desistido tão fácil? Desistir dos meus sonhos para “agradar” terceiros foi uma
constante em minha vida, e uma atitude que estou “eliminando” de minha vida.
E não seria aqui, exatamente onde estou vivenciando/aprendendo a
importância do meu EU que eu iria ceder mais uma vez.
Imediatamente, no módulo seguinte, risquei meu nome do grupo onde
estava e voltei a fazer parte do grupo da Unidade. E foi a melhor coisa que eu
fiz. Primeiro porque estava coerente com o que eu queria fazer, e isso já foi
uma grande vitória para mim. Em segundo lugar, porque este tema é muito
especial para mim, alias foi exatamente a necessidade de entender um pouco
mais o que é significa este tema UNIDADE que me trouxe a esta Pós
Graduação.
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A elaboração deste Getec foi uma aventura deliciosa. Nosso grupo é o
exemplo vivo do que é Unidade, a participação de todas, a troca de
informações, comentários, experiências de vida, um crescimento maravilhoso.
Agradeço a todas as componentes deste grupo por tudo que me
ensinaram, e por fazerem hoje parte da minha vida. Por fazerem PARTE de um
TODO maravilhoso que é estar aqui, viver, sonhar, crescer, partilhar, ajudar,
dar, receber, sentir.
E como forma de agradecimento ao grupo, um pouco do que é Unidade
para mim:
Cada uma de nós tem uma luz própria. A minha luz, a sua luz, a luz de
cada um de nós faz parte de uma luz única, que faz parte de um todo iluminado
. . .cada luz que brilha de uma galáxia distante é a nossa própria luz refletida no
universo. Não tenhamos medo de brilhar, não tenhamos medo que nossa
estrela brilhante se apague. Pois cada uma dessas partes, tem ao mesmo
tempo uma constituição original e única, sem, contudo, deixar de ser uma
reprodução perfeita de sua totalidade.
O Universo está dentro de nós, e o mundo da luz brilha através de cada um, a
cada dia . .
Maria Augusta Fortes NatalVenho da unidade e voltarei para a unidade. Quando experiencio e
vivencio a existência terrena, carrego dentro de mim esse conteúdo. E na vida
terrena aprendo a lidar com o tempo e o espaço. Sou dualidade. Após essa
passagem retorno ao Absoluto. E no silêncio da vacuidade, a unidade se
revela total, novamente. E numa constante dança para o infinito os momentos
de dualidade surgem dentro da unicidade, compondo o desenvolvimento
espiritual.
Neide Nicoletti BenedictoFoi muito difícil escrever sobre Unidade. Iniciei este texto inúmeras
vezes com a mesma pergunta: “O que é Unidade”?. Racionalmente sabia, mas
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não tinha certeza se o sentia. Até que me perguntei: “Como vivi ou vivo a
Unidade”?
A resposta que surgiu é que vivo na busca de meu propósito de vida,
que hoje está de forma diferente, mas percebi também que é mais que isso, é
transcender, é desenvolver minha intuição e acreditar nela, viver o Uno,
crescer no meu interior e exterior.
Respirei aliviada, tomei consciência de que colocava a Unidade como
algo tão grande, num lugar tão longe, que eu nunca poderia alcançar. A
Totalidade me assustava assim, colocava-a fora de mim.
Outra pergunta me angustiava: “Será que já passei por esse sentimento,
essa vivência”? E foi num momento quando meditava que ficou claro os
momentos “mágicos” que já fizeram parte da minha vida. Foram todos nos
quais me senti infinitamente calma, tranquila, naqueles de doação total, em
meus trabalhos voluntários, no nascimento dos meus filhos, no dia que fui
buscar minha filha do coração, no dia que meu pai desencarnou, quando
consigo visualizar paz nas pessoas que convivo, quando eu me sinto em paz.
Pensei muito em Unidade quando no Congresso de Felicidade Autêntica
participei da Passeata da Paz. Unidade e Paz são coisas inseparáveis.
Ao ler o livro “Terapeutas do Deserto” de Jean-Yves Leloup e Leonardo
Boff me deparei com a vida de São Francisco, sentia que algo se modificava,
conforme lia algo me encaminhava para a Unidade. Sua vida tão verdadeira,
sua crença se concretizando, sua alegria de viver na simplicidade com valores
tão diferente dos meus, seu amor a tudo e todos, a uma pedra, uma flor, um
animal chegando ao ser humano, bateu fundo no meu coração, penso que
essa busca já existia, mas nesse momento algo fluiu de forma diferente
Enfim, escolhi o tema, pois sentia que precisava conhecê-lo vivenciá-lo.
Mas, só quando percebi que a Unidade habitava dentro do meu ser, indiferente
de eu estar feliz ou triste, bem ou mal, calma ou nervosa, foi que me senti mais
plena. Essa oportunidade despertou minha vontade de ser melhor, de encarar
a vida de forma mais despretensiosa, de ser generosa, de aceitar minhas
mazelas.
Viver esse momento no GETEC foi muito intenso, estudar Unidade foi
fascinante, Sinto que nosso grupo vivenciou, consciente ou inconscientemente,
a Unidade, com todos os paradoxos que ela apresenta.
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Frase: Permitir-se ser com toda complexidade, viver inteiramente na
dualidade, superar o maior medo que é amar incondicionalmente com paz no
coração todos os seres, isso é Unidade.
Regina Rosa Salim Gomes"Uma existência é um ato.
Um corpo -- uma veste.
Um século-- um dia.
Um serviço-- uma experiência.
Um triunfo-- uma aquisição.
Uma morte- um sopro renovador”
Do livro: Nosso Lar (André Luiz)
Passamos nossa existência olhando para fora: trabalhamos, procriamos,
produzimos, acumulamos bens, embora saibamos que tudo é efêmero, que
uma existência é um ato; fazemos, acumulamos, brigamos, magoamos,
lutamos, vibramos... às vezes, até fazemos um trabalho voluntário (servir).
Mas chega um momento, em que iniciamos nossa jornada para o mundo
interno (segundo Jung: quem olha para fora, sonha, e quem olha para dentro,
acorda) e para a busca de uma espiritualidade mais intensa. Nosso Ser pede
uma maior profundidade. O velho, o conhecido, não mais nos satisfaz.
Surge então o desejo de procurar outro sentido para a vida e uma
conexão com algo maior. Seguindo este forte impulso, iniciamos por um
caminho novo, com novas perspectivas.
Ao trilharmos esses novos caminhos (meditação, mandalas, desenhos
livres, visualizações, danças circulares, introspecção, palestras edificantes,
yoga, pós-graduação em Psicologia Transpessoal, congresso sobre Felicidade
Autêntica) surgirão riscos, perigos, medos, angústias, a sensação de estar num
vazio constante, mas também infinitos presentes e alegrias.
No começo, pode ser algo difuso, um sentimento de que alguma coisa
não vai bem, a sensação de pular de pára-quedas e estar no ar; ele ainda não
abriu e, o que era não serve mais e, o novo ainda não aconteceu.
Nosso Ser clama por um sentido maior; é uma busca constante e muitas
vezes inconsciente, é aquele algo que nos falta, é uma ausência daquilo que
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não sabemos nominar. A vida pode parecer boa (zona de conforto), mas sem
sentido.
O que o mundo material nos oferece já não nos serve mais. Buscamos
então, sentimentos de paz, de confiança e de entrega e, em contrapartida,
teremos desapego, serenidade, harmonia, e fluidez. Tudo isso a partir de algo
mais interno e profundo.
Inicia-se a “jornada de uma alma”, rumo à individuação, que poderá ser
longa, difícil ou talvez, rápida e permanente, dependerá do nível de consciência
e de nossa vontade de resgatarmos nossa ligação com o Absoluto, de
encontrarmos um sentido maior.
Começamos a nos conhecer melhor, a escutar nossas intuições, a
anotar e valorizar nossos sonhos, a construir mandalas, trazendo do
inconsciente nossos mais belos tesouros ocultos e também nossa escuridão, e
a nos desapegar das coisas desnecessárias para resgatar a Unidade
fundamental.
É o caminho de volta a nós mesmos. Muitas vezes silencioso, reflexivo,
solitário, parecendo, em alguns momentos, um lugar escuro, profundo, sem
saída; porém, haverá muitas compensações. Aqui, podemos, nos reportar à
parábola do filho pródigo: o mais velho nunca saiu de casa, sempre fez a
vontade do Pai, mas viveu sempre insatisfeito, porque no seu íntimo não sentia
as coisas do Pai como suas. E o Pai não o sentia perto de si, apesar de amá-lo
muito. O mais novo, depois de se afastar, de esbanjar o que lhe pertencia,
conheceu a si próprio e compreendeu que ele e o Pai eram um só. E, se eram
um só, extinguem-se aí todas as cobranças, todos os conflitos, permanecendo
somente uma única coisa: a unidade com Deus, em todas suas manifestações.
Neste ponto, já entendemos que, independentemente da escolha, há
perdas e ganhos no decorrer do caminho. É a lei da polaridade, do Yin e do
Yang, do alto e do baixo, da luz e da sombra, do certo e do duvidoso. Para ter
equilíbrio, precisamos reconhecer nossa sombra, entrar em contato, ouvi-la e
integrá-la. E a todo instante teremos que optar entre os prazeres de segurança
e do crescimento, dependência e independência, regressão e progressão,
imaturidade e maturidade.
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E também já sabemos que, para evoluir, “precisamos nos relacionar
cada vez mais com os outros (conviver), aprender a Ser, a fazer, a conhecer”
(Jacques Delors-04 competências básicas na educação).
Sabemos que, para alcançar a completude, precisamos ter a coragem
de sair do lugar comum e experimentar a vida no seu sentido horizontal
(vivenciar), sem perder de vista a nossa grande busca, a transcendência. O
processo de crescimento saudável é contínuo, evolutivo, passando por
mudanças numa série interminável de situações de livre escolha.
Para que esta jornada nos leve à bem-aventurança, precisamos estar
aqui e agora, aquietar nossos corações, confiar e agradecer diariamente ao
UM.
O Um ou Unidade é “uma coisa muito boa de se viver, de se sentir, de
se comungar e entrar em perfeita comunhão consigo mesmo, com o outro e
com o Todo” (Vera Saldanha).
Ulrike I. K. HoltzO que é Unidade para mim?
Como eu sinto a Unidade?
Sinto que Unidade é juntar dois na mesma “casa”– Um “eu menor” e um
“eu maior”- Centelha Divina, testemunha da nossa origem enquanto filhos do
Criador.
Voltar à Unidade pode significar, colocar toda a força da natureza
terrena, deste “eu menor” a serviço da natureza divina, deste “eu maior”,
unindo estes dois princípios no amor.
Na Terra, neste plano bipolar, onde a Unidade se fragmenta em dois,
manifestando o claro/escuro, positivo/negativo, masculino/feminino, bom/mau,
certo/errado, grande/pequeno, ying/yang, em cima/em baixo, dentro/fora...;
viver a Unidade pode significar viver o escuro como graduação do claro, o
negativo como graduação do positivo..., reconhecendo em cada manifestação
de contrários o “Um” que habita ambos.
Na diversidade de seres humanos, reconhecer a Unidade pode significar
reconhecer que somos constituídos do mesmo pó, que somos filhos do mesmo
Pai que habita em nós. E deste reconhecimento talvez nasça o amor
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incondicional, que talvez nos leve a querer viver em cooperação, onde cada um
poderá contribuir com o seu melhor, com o seu talento especial, para construir
um mundo bem melhor para todos. Iguais no exemplo, na manifestação do
respeito e do amor, cooperativos no ideal comum.
Quero terminar minha reflexão sobre Unidade, com palavras daquele
que me ensinou a olhar a partir de um novo ponto:
... "Cabe ao homem aqui reconhecer e saber que existe essa
dualidade, essa pluralidade de caminhos, de forças que arrastam.
E um dia ele poderá fazer uma opção entre as forças da carne e as do
espírito; será convidado a fazer essa opção e só serão convidados
aqueles que reconhecerem os aspectos dessa dualidade. Estes serão
candidatos à Unidade." ( Dr. Celso Charuri, 2008)
A experiência deste GETEC foi muito rica para mim. Houve momentos
em que quase não acreditei que eu fosse ver nosso trabalho concluído... Como
Tipo 1 que sou, confesso que vivi momentos de ansiedade enquanto esperava
pelo “tempo” do grupo.
Conforme o trabalho foi tomando forma, pude observar a maravilha
das qualidades das minhas amigas: criatividade, cooperação, gentileza,
respeito, iniciativa, paciência, disponibilidade, dedicação, liderança e docilidade
- virtudes colocadas a serviço do trabalho do grupo. Diferentes, trabalhando
para que houvesse unidade no trabalho sobre Unidade. Nós fizemos o
exercício da unidade nos momentos em que estivemos juntas e também nos
momentos em que não pudemos estar todas juntas, respeitando e “assinando
embaixo” nas decisões do grupo. Agradeço a todas!
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DEFINIÇÕES DE UNIDADE QUE O GRUPO OBTEVE
Dos mestres e coordenadoresVera Saldanha“Unidade é uma coisa muito boa de se viver, de se sentir, de se
comungar e entrar em perfeita comunhão consigo mesmo, com o outro e com o
todo”.
Laureano Guerreiro“Unidade é Presença. A presença contém o que é uno e o que é
múltiplo: A Unidade e a Diversidade.”
Celso TessarotoUnidade: A personalidade é uma ilusão, a identidade nos diferencia
do todo, onde todos somos um.
Dos nossos amigos
Ana IbaixeMeditação (Autor Desconhecido)
Eu sou uma alma
Uma centelha divina do Infinito
Que deu nascimento a este universo.
Recordo Quem Eu sou
E sirvo o Grande Propósito da Vida
Como Um com o Tudo o Que É.
Vim para aqui com muitas outras almas
Para ajudar na expansão da Luz
Neste planeta vivo que é a Terra.
Aceito que o Amor
Seja o farol orientador da minha vida
E que irradie o Seu brilho a cada momento.
Eu Sou uma alma
E o único propósito da minha existência
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É ser Tudo o Que Eu Sou.
Que assim seja.
Carlos “A unidade está relacionada à integração. Tudo que existe no Universo,
seja orgânico ou inorgânico, mental ou não mental está integrado num
determinado nível.
No nível da manifestação ele pode se diferenciar, mas está integrado.
Parafraseando Kardec, o Brasão do Universo é uma Equação: Unidade
dividida sobre a variedade, mantém a unidade, mas esta unidade se manifesta
através da variedade, mas não deixa de ser unidade, porque o denominador é
o mesmo."
Claudia Xavier:Unidade é todo o conjunto e suas infinitas partes.
Unidade é o princípio da inclusão, onde tudo está interligado, do micro
ao macrocosmo.
Unidade é a força que nos sustenta, interna e externamente.
Unidade é o vazio, onde tudo cabe.
Unidade é a fonte de onde tudo veio e para onde tudo vai.
Unidade é a Deidade do Um.
Isabel SilveiraPara mim é muito difícil colocar em palavras... mas creio que seja a
"qualidade" ou capacidade de ser inteiro... INTEGRIDADE. Vou dar um
exemplo. Os índios americanos dizem é preciso "caminhar a nossa fala": ou
seja, eu faço, o que eu falo, penso e sinto.
Pensamento=sentimento=palavras=ação.
E tem também a unidade cósmica, étnica, social etc. que ao olhar uma
drusa de quartzo branco ou ametista, fica absolutamente claro para mim: uma
série de indivíduos (pontas de cristal) numa única base...
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Marco Spinelli (Marcão)Quando percebo que não respiro, mas sou respirado por Aquele que é e
esta magia é que propicia meu existir e me sinto uno com Ele, creio estar na
unidade.
Quando percebo que a individualidade de minha gotinha e parte de um
oceano e que ele sou eu, também vivo na unidade.
RegianeUnidade significa Inteireza. Estar pleno de si, quando a pessoa “recolhe”
todas as suas partes.
Valéria GrossiUnidade vem de algo que se junta e integra compondo um Todo.
Vera Regina A Unidade é o Todo. Somos todos Um.
Definições de outras fontesLawrence LeShan: Se eu souber que você e eu somos um só, que não estamos separados
e que não sou apenas protetor do meu irmão, mas sou o meu irmão, eu o
tratarei como trato a mim mesmo - com carinho.
Oprah Winfrey: "Eu tenho certeza que o que focamos é no que nos tornamos.
Transforme-se na mudança que você deseja ver - essas são palavras em que
baseio a minha vida."
Ralph Waldo Emerson: "O homem é um pedaço do universo cheio de vida. "
Sakyamuni: “Não viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre a mente no
momento presente.”
Heráclito: “A parte é algo diferente do todo; mas é também o mesmo que o todo é;
a substância é o todo e a parte."
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Deepak Chopra: “Em cada semente plantada no solo fértil da potencialidade... está a
promessa de uma floresta...”
DINÂMICA DO GRUPO SOBRE UNIDADE
Você pode neste momento ir fechando seus olhos, se permitindo entrar
em contato com você mesmo(a), e sentir sua respiração, que é vida saudável.
Sinta o ar passando através de seu nariz ou de sua boca num sentido e em
outro confortavelmente, protegidamente. Sua respiração é a vida em
movimento dentro de você e além de você... Sinta sua respiração assim como
você está, respirando naturalmente, sem mudar nada. E, calmamente, você
pode ir me acompanhando nesta reflexão, mantendo seus olhos fechados...
Cada um de nós faz parte de um todo, um universo que independe de
crença, religião, raça, classe social... Para cada ser humano, uma história, um
DNA, características psicológicas que traduzem uma unicidade indescritível. E
cada pecinha deste quebra cabeça está interligada com a outra e, juntas fazem
parte de um mesmo e único TODO. SOMOS UNICOS porque nenhum outro
SER é idêntico a nós em inteligência e evolução. SOMOS TODOS UM porque
nossa essência emerge de um mesmo. SOMOS ÚNICOS porque não temos o
mesmo sangue, não temos as mesmas idéias, não temos os mesmos valores,
mas SOMOS ÚNICOS, porque os sentimentos, todos eles, são familiares a
cada um e a todos nós. SOMOS ÚNICOS porque viemos da mesma origem.
Não a origem humana, essa desaparece quando abandonamos esse invólucro
que nos faz permanecer pelo tempo que for necessário aqui no planeta.
SOMOS TODOS UM, porque somos todos filhos do mesmo criador. SOMOS
TODOS UM, porque existimos, e existimos porque somos parte integrante e
indispensável daquilo que é. Cada um de nós é um SER único, incomparável,
insubstituível. Cada um de nós é como uma chama, uma fagulha de luz. E
sendo únicos, emitimos uma luz característica. A cor é variável, ofusca e fere,
acalma e aquece, abriga e abandona, evolui ou fica estagnada; vez por outra, é
uma chama, quando não, uma fagulha, mas somos todos seres de luz e alegria
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e, esta luz deve iluminar os nossos próprios caminhos e, assim como essa luz
brilha dentro de cada um de nós, ela é refletida no Universo.
E agora, respirando profundamente e, guardando as sensações
agradáveis que tem agora, pode devagar ir se trazendo de volta para esta sala,
e abrindo seus olhos e, em silêncio, você pode ir levantando,segurando a vela
em suas mãos, formando um círculo.
Assim como essa luz brilha dentro de cada um de nós, ela é refletida no
Universo.
A minha luz, a sua luz, a luz de cada um de nós faz parte de uma luz
única, que faz parte de um todo iluminado. O Universo está dentro de nós e, o
mundo da luz brilha através de cada um, a cada dia.
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