Conjuntura Economia e Política Internacional
Curso para jornalistas – Curitiba26 de outubro de 2009
Giorgio RomanoCoordenação Instituições e Governança Internacional
IPEA - DICOD
Sinais de novos tempos?“...Japão foi alimentado continuamente pelos ventos do
fundamentalismo do mercado no contexto de um movimento dirigido pelos EUA, conhecido como globalização. Nesta lógica as pessoas são tratadas não como um fim mas como um meio. Em conseqüência se perde a dignidade humana.”Yukio Hatoyama, novo primeiro ministro do Japão em artigo publicado no New York Times
“Nós nos encontramos no meio de uma transição crítica da crise para a recuperação para virar a página de uma época de irresponsabilidade e de adaptar um conjunto de políticas, regulações e reformas para atender as necessidades da economia global do século 21.”
Preâmbulo Declaração G-20 Pittsburgh
O mundo em transformação
vColapso das economias socialistas => Hegemonia total do capitalismo?Unilateralismo no campo militar + multipolarismo na esfera econômica
v Transformação no modo de produção: de capital-intensivo para informação-intensivoNovo paradigma tecnológico + localização centros de investigação e desenvolvimento no Triade
O mundo em transformação
vNeoliberalismo e esgotamento do Estado de bem-estar social e do Estado desenvolvimentista. Mas Consenso de Washington não cumpriu as promessas.
vMilagre asiática: é possível superar o subdesenvolvimento – não seguiram as prescrições (papel do Estado!)
O mundo em transformação
v Crises financeiras anos noventa nos países emergentes: risco fluxos de capitais de curto prazo.
v Crise financeira global: paradoxo fragilidade e capacidade de resistência=>Papel das instituições nacionais e internacionais.
O mundo em transformação
vMudanças climáticas: novo paradigma tecnológico com janelas de oportunidade para áreas ricas de biodiversidade.
v Gradual transferência da gravidade econômica mundial para o Oriente (tese do Re-Orient Frank; Hobsbawm, Arrighi)
⇒Nova geografia mundialObs. China não pode negar Índia e Japão
Novas contradições
vRitmo das mudanças tecnológicos x ritmo das mudanças institucionais =>Defasagem entre economia real e as instituições
vEnfraquecimento instrumentos de distribuição de renda e impactos desiguais sobre o emprego (novas hierarquias ligadas ao domínio do conhecimento e acesso à informação) => erosão contrato social
Novas contradiçõesLiberalização fluxos de capitais => capacidade de opt-out.
Tempo-espaço movimentação financeira é o mais refratária a intervenção democrática => zonas selvagens do sistema mundial -ex. paraísos fiscais (BoaventuraSantos)
Chomsky: Senado virtual =>para defender seu poder de regulação o Estado tende a levar mais em consideração grupos maior capacidade de opt-out
Novas contradições
Dani Rodrik: Fronteiras jurídicas nacionais restringem a integração econômica
x atuação global de produtores e investidores enfraquece a base institucional das economias nacionais
Novas contradições
Caráter cada vez mais supranacional dos interesses dominantes => declínio legitimidade estados nacionais
X
Estados nacionais continuam espaço político de potencial resistência/ contrapeso às forças globalizadas =>Não há desnacionalização, mas enfraquecimento poder político
Busca de novas referências para repensar o desenvolvimento
üRelatório Spence (Michael Spence/ Roberto Solow) – Comissão para o Crescimento e Desenvolvimento:relativizar conceito ´receitas fáceis´ -ideologia contrabandeada como ciência.
üCrescimento precisa ser sustentável e inclusive (aumento + distribuição de renda; acesso emprego e serviços)
Busca de novas referências para nova governança global
Anos 90: intensificação processo de integração => proliferação de organizações e regimes internacionais para resolver problemas não mais solucionáveis na esfera doméstica/ política externa uni/bilateral
Perspectiva: globalização organizada e não desglobalização
Financeirização da economia global (Finance-led)
ü Crescimento dos mercado de títulosü Crescimento da alavancagem (recomendações BIS?)ü Securitização: lastreamento de papeis em operações de
créditoü Liquidez e mercados secundários: comprar para vender
na expectativa de variação de preçosü Obscurecimento de riscosü Interrelação entre mercadosü Ameaça riscos sistêmicos
Questão central: quem regula? Mercados globais x reguladores nacionais
Avanço financeirização da economia global
150Fonte: Lacerda com dados FMI/McKinesy
60,72008
20054,82007
14245,12005
9431,72000
4321,51990
12101980
Valor Global ativos financeiros (ex.derivativos)
PIB MundialEm US$ trilhões
Finance-led e desequilíbrios
1) Países superavitários (China, Japão) x endividamento EUA
2) Deslocamento finanças do sistema produtivo
3) Deslocamento produção de riqueza e mecanismos de distribuição
E o dólar $?
ü Financiamento externo déficit EUA possibilitou endividamento governo, empresas e famílias americanos com juros baixos => credito fácil gerou bolhas e instabilidade financeira;
ü O mundo continua disposto a financiar o consumo dos EUA?
ü Previsão déficit público EUA para 2009: 13,6%Desvalorização US$ = perdas para quem tem reservas em US$;
ü Papel economia EUA não é mas dominante (+/- 25% do PIB mundial). Qual a lógica de manter as reservas em US$?
Reservas em US$?
10%10%Outros(libras; Ienes, francos suíços)
25%19%Euro
65%71%US$
US$ 6,7 trilhõesUS$ 2 trilhõesTotal reservas internacionais
20082001
E o dólar $?
Lógica reservas internacionais:ØNa mesma moeda que divida externa
(45% em US$)ØNa mesma moeda que transações
comerciais (86% em US$)ØMinimizar risco: liquidez crucialØReação à crise global: fuga para o ...US$
Perspectiva dólar $?
v Euro deve ganhar espaço entre os principais parceiros comerciais do bloco.Ex. Rússia 47% das suas reservas em Euro
v Reservas China 60% em US$. Renminbi (yuan) continua inconversível. Perspectiva futuro: transformar Xangai em centro financeiro com ativos financeiros denominados em renminbi (yuan). Potencial influência regional.
v DES (Direitos Especiais de Saque?) referência US$/Euro/Yen/ Libra). Podem ser usados somente para transações com outros governos e com o próprio FMI. Criar mercado de câmbio para DES? FMI como banco central global? G-20: emissão 283 bi SDR (3a 22bi)
Nova geopolítica
49.6%
53.1% 51.9%54.7%
50.3%
46.6%
49.7%
47.8%
45.3%
40.0%
43.0%
46.0%
49.0%
52.0%
55.0%
58.0%
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
HIPÓTESES: ALTERNATIVAS
Mundo Desenvolvidos Emergentes2009 -0.50% -3.30% 2.40%2010-2017 3.68% 2.50% 5.00%
DESENVOLVIDOS
EMERGENTES
Nova geopolítica
17.8%
12.2%
16.7%15.2%
14.3%
13.0%
11.4%
17.2%17.6%
20.3%
18.0%18.7%
19.1%19.8%
20.9%
10.0%
13.0%
16.0%
19.0%
22.0%
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
HIPÓTESES:
Mundo EUA China2009 -0.5% -2.9 6.5%2010-2021 3.7% 2.5% 7.0%
China
EUA
G-20 a novidade pós-crise?
G-20 criado em 1999, juntava os ministros das finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Européia (reação às crises financeiras da década de 90)
• novembro de 2008, no auge da crise financeira: Cúpula presidencial G-20
• abril 09 Londres: confirmação papel FMI/Banco Mundial• setembro 09 Pittsburgh: novo G-20 substituiu o G-8
como principal fórum de coordenação econômico global• Calendário: junho 2010 Canadá; novembro 2010 Coréia
do Sul; 2011 França
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