CONSAGRAÇÃO
Os apóstolos, ao tempo de Jesus, estavam todos no vigor da idade, entre vinte e trinta anos e, exceção feita a Simão, o Zelote, e Judas de Kerioth, que possuíam alguma
instrução e cultura rabínica e Levi, que por força de sua profissão de cobrador de
impostos para os romanos, conhecia alguma coisa de contabilidade, todos os demais eram pessoas humildes, incultas, homens do povo, conquanto e, em compensação, cheios de fé,
idealismo e honrados, sinceros e extremamente fiéis ao Divino Mestre.
Em casa da Sogra de Simão Pedro, Jesus consagrou seus discípulos, colocando as
mãos sobre cada um e transmitindo-lhes poderes mediúnicos para expelir espíritos
malignos e curar doentes em seu nome.
Também instruiu sobre as tarefas a executar, como apóstolos (mensageiros) na
pregação do Reino de Deus, dando-lhes rigorosas regras de conduta.
Qual seria a intenção de Jesus, enviando seus
discípulos por diversos lugares ?
Ao retornarem reuniram-se todos em Betsaida (quando ocorreu a multiplicação
dos Paes).
As autoridades locais ficaram com medo de represálias por parte do Sinédrio e solicitou a Jesus e seus discípulos que
fossem para outro lugar.
VIAGEM PELO
EXTERIOR
Cananeus
Jesus resolveu levar seus discípulos a Fenícia (cananeus), povo muito
adiantado do ponto de vista material.
Conheciam o mar e a navegação, grandes negociantes chegando até à
Inglaterra com seus produtos.
Criaram o alfabeto latino.
Mas …
Traficavam escravos e eram extremamente desapiedados com eles, não tinham
sentimento algum de fraternidade humana.
Nas cidades de Tiro e Sidon (grandes centros Fenícios) os homens valiam menos que as bestas dos campos, e eram atrelados aos arados, sem repouso, ao peso do chicote.
Na indústria de tecidos de púrpura os escravos tinham seus olhos furados para não
fugirem e eram atrelados com correntes a rodas de água que giravam os moinhos.
Para as fabricas de vidros e metais eram remetidos os velhos, as mulheres, os fracos e as crianças, que pelas condições insalubres de trabalho não agüentavam muito tempo e
morriam aos montes.
Nas fundições de bronze tudo era feito sem a menor proteção e de onde só eram retirados para serem jogados foras, nos monturos, até
morrerem.
Essa era a terra do deus Moloch (o devorador de crianças), onde tribos tinham cultos
impiedosos e repugnantes.
Quando a visão daquelas cenas se tornou insuportável para Jesus e seus Discípulos
rumaram para Ituréia de Felipe aonde chegaram durante as festas de Zeus, com
rituais pagãos, bárbaros e sangrentos.
Mas, por que Jesus submeteu seus discípulos a tamanha
crueldade ?
A TRANSFIGU-RAÇÃO NO
TABOR
“E seis dias depois toma Jesus consigo a Pedro e a Tiago e a João, seu irmão, e os leva à parte, a um alto monte: E transfigurou-se diante deles. E o seu rosto
ficou refulgente como o sol e as suas vestiduras se fizeram brancas como a neve. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias falando com ele. E
começando a falar, Pedro disse a Jesus: Senhor, bom é que nós estejamos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos: um para ti, outro para Moisés, e outro para Elias. Estando ele ainda falando, eis que uma lúcida nuvem os cobriu. E eis que saiu uma voz da
nuvem que dizia: Este é meu querido Filho em quem tenho posto toda a minha complacência; ouvi-o”.
Mateus XVII: 1-5
“À medida que se aproxima o instante do desencarne de Jesus, mais ele se preocupa em fortalecer a fé e o bom ânimo de seus discípulos. E recorre a todos os meios
para que eles possam, depois, dessassombradamente espalharem a nova doutrina, fortificados pela lembrança
das provas que o Mestre lhes dera”.
“Transfigurando-se diante de Pedro, Tiago e João e fazendo com que Moisés e Elias aparecessem ao seu
lado, Jesus deu aos discípulos uma prova segura e concreta da imortalidade da alma”.
In “O Evangelho dos Humildes” de Eliseu Rigonatti
Foi tão real a materialização dos profetas ao lado de Jesus, que Pedro pede permissão para levantar os
tabernáculos (local onde se realizava o culto público, desde que os israelitas andaram pelo deserto até ao
reinado de Salomão, era não só o templo de Deus, mas também o palácio do Rei invisível. Era a “Sua santa
habitação”, o lugar em que Ele encontrava o Seu povo, tendo com os israelitas comunhão; era, pois, o
“tabernáculo da congregação”, isto é, o templo do encontro de Deus com o homem).
Onde Jesus espera que construamos um tabernáculo em
sua homenagem ?
Jesus mostra-se a seus discípulos em Espírito; tão belo e radiante que Mateus conta-nos que “O Seu rosto
brilhava como o Sol”.
Invoca os Espíritos de Moisés e de Elias para dar testemunho para a glorificação da lei de Deus que
Jesus estava ensinando.
Não bastando isto tudo, representando o Colégio Apostólico, uma nuvem os envolveu e a voz do Céu
clamou, apontando a Jesus.
“Como vemos, o divino Mestre revestiu-se de todos os esplendores, cercou-se de todos os testemunhos, para demonstrar a seus futuros seguidores a tarefa que lhes estava confiada: testemunho da Terra representados
dignamente pelos Espíritos de Moisés e de Elias, testemunho do próprio Jesus que, destacando-se com o
corpo imortal com que ascenderia ao infinito; testemunho, finalmente, do Supremo Pai, que, ecoando da nuvem de fluidos amorosos com o seu divino verbo”.
“Os esplendores do Cristo não são materiais, mas espirituais; as manifestações do Cristo não são carnais,
mas manifestações dos Espíritos”.
“Ouvir a Cristo deve ser o nosso principal anelo. Ouvir a Cristo pelos discípulos, ouvir a Cristo pelos
representantes do mundo espírita, ouvir a Cristo pela voz que fala nas nuvens, porque todos dão testemunho
do Cristo, em terra, nos ares, no mundo espiritual !!”
Bibliografia:
O Redentor - Caps. 31 a 33 - Edgard Armond - Ed. AliançaA Bíblia - Matheus 4:18-22, Marcos 1:16-20, Lucas 5:1-11, João
21:1-6 e 15-17Boa Nova - Cap. 3 a 5 e 17 - Humberto de Campos / Chico Xavier -
Vida e Atos dos Apóstolos - Caírbar Schutel - O ClarimDicionário Bíblico - John L. Mackenzie
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - FEBNos Tempos de Jesus - Maria Pimentel - Ed. Nacional
O Evangelho Segundo João - Nelson Lobo de Barros - LakeLindos Casos do Evangelho - Ramiro Gama
Maria de Nazaré - Roque Jacintho - Ed. Luz no LarCeleiro de Luz - Roque Jacintho - Ed. Luz no Lar
A Bíblia - Matheus 17:1-13, Marcos 9:2-13, Lucas 9:28-36, João 12:28-36