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FUNDAÇÃO ESTATAL SAÚDE DA FAMÍLIA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA
MINISTÉRIO DA SAÚDE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE RESIDÊNCIA
CONSULTA DE PUERICULTURA COMPARTILHADA NA ESF: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOB A PERSPECTIVA DA
OTIMIZAÇÃO DO CUIDADO.
JOYCE PEREIRA DE BRITO
Camaçari-Bahia 2018
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JOYCE PEREIRA DE BRITO
CONSULTA DE PUERICULTURA COMPARTILHADA NA ESF: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOB A PERSPECTIVA DA
OTIMIZAÇÃO DO CUIDADO.
Trabalho apresentado ao Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família, parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz e a Fundação Estadual de Saúde da Família, como um dos requisitos para obtenção de título de Especialista em Saúde da Família. Orientador: Eduardo Santana
Camaçari-Bahia 2018
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RESUMO
Objetivo: Relatar a experiência da Consulta Compartilhada em Puericultura em uma Equipe de Saúde da Família. Método: Trata-se de um relato de experiência, desenvolvido no período de agosto de 2016 à fevereiro de 2017, a partir de vivências de residentes de saúde das áreas de enfermagem e odontologia que compõe o Programa de Residência Multiprofissional de Saúde da Família, localizada no município de Camaçari, região metropolitana de Salvador, Bahia. Resultado: O atendimento em Puericulturra construído a partir de um olhar diferenciado no que tange à importância da Consulta Compartilhada Multiprofissional no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança. Conclusão: Compreende a relevância
da Puericultura como atividade de prevenção e promoção em saúde, e o atendimento compartilhado como estratégia de aproximar e incorporar ações possibilitando uma abordagem multiprofissional e um atendimento integral.
Palavras-chave: Atenção Básica; Puericultura; Consulta Compartilhada.
ABSTRACT
Objective: To report the experience of the Shared Consultation on Child Care in a Family Health Team. Method: It is an experience report, developed in the period of august 2016 through February 2017, from experiences of health residents of the areas of nursing and dentistry that make up the Multiprofessional Family Health Residency Program, located in the municipality of Camaçari, metropolitan region of Salvador, Bahia. Result: The construction of care in Puericulturra built from a different perspective regarding the importance of Multiprofessional Shared Consultation in monitoring the growth and development of the child. Conclusion: It understands the relevance of Childcare as an activity of prevention and promotion in health, and shared care as a strategy to approximate and incorporate actions enabling a multiprofessional approach and integral care. Keywords: Basic Attention; Childcare; Shared Query.
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LISTA DE ABREVIATURAS E CICLAS
AB: Atenção Básica
ESF: Equipe de Saúde da Família
MS: Ministério da Saúde
NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família
PSF: Programa de Saúde da Família
SUS: Sistema Único de Saúde
USF: Unidade de Saúde da Família
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 6
2 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................................... 8
3 OBJETIVOS ................................................................................................................................. 9
3.1 OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................................... 9
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 9
4 METODOLOGIA .........................................................................................................................10
5 RELATO DE EXPERIÊNCIA/REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................11
5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO.............................................................................................. 11
5.2 RELATO DE EXPERÊNCIA ..................................................................................... 13
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................17
7 REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................18
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6
1 INTRODUÇÃO
A taxa de mortalidade infantil vem declinando nas últimas décadas no
Brasil, podendo estar relacionado com alguns fatores como, por exemplo, ações
de diminuição da pobreza, aumento da cobertura do Programa de Saúde da
Família (PSF), dentre outros. Nesse cenário, o Ministério da Saúde (MS) trouxe
a estratégia denominada Rede Cegonha, com intuito de organizar e qualificar as
Redes de Atenção Materno-Infantil e reduzir as taxas, ainda significativas, de
morbimortalidade materno infantil no País. A Unidade de Saúde da Família
(USF) desempenha o papel ordenador desse processo de cuidado, sendo o
principal acesso do usuário ao sistema de saúde, cuja responsabilidade vem
diretamente ligada ao monitoramento, avaliação e solução das demandas do
território1.
A Puericultura vem com o propósito de acompanhar o crescimento e
desenvolvimento da criança, imunização, orientações aos responsáveis1,
configurando um espaço para a realização de promoção de saúde, em que é de
grande importância levar em consideração aspectos geográficos, econômicos,
sociais e culturais com a finalidade de uma interação contínua de promoção e
assistência à saúde. Diante disso, a necessidade de um modelo assistencial
centrado no usuário buscando estratégias para ampliação da autonomia, de
forma interdisciplinar por equipes multiprofissionais11.
A consulta compartilhada apresenta como um instrumento potente de
trabalho, podendo ser desenvolvido pelos profissionais, corroborando para uma
intervenção interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e
responsabilidades mútuas, gerando experiência para os profissionais, com
vistas para uma clínica ampliada. Em que a Clínica ampliada, possibilita
interação de várias abordagens que viabilizam o manejo eficaz da complexidade
do trabalho multiprofissional7. Assim sendo, uma assistência de caráter
multidisciplinar é primordial para o acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento da criança, promovendo uma abordagem ampliada e ações de
saúde compartilhadas8, trabalhando a humanização, a integralização das
práticas dos serviços de saúde, considerando a individualidade e a etapa de vida
que se encontra.
7
O presente estudo objetiva relatar a experiência e as potencialidades da
consulta compartilhada entre os residentes de enfermagem e odontologia que integra
a Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Fundação Estatal Saúde da
Família em uma USF do município de Camaçari, Bahia, no período de agosto de 2016
à fevereiro de 2017.
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2 JUSTIFICATIVA
Durante o atendimento de puericultura na USF no programa de Residência
Multiprofissional em Saúde da Família observou-se um número elevado de crianças
com uma saúde bucal comprometida, surgindo a proposta de integração assistencial
da Equipe de Saúde da Família. Em vista disso, aproximar as práticas de saúde com
enfoque multidisciplinar e de prevenção para um atendimento integral, em uma faixa
etária que, normalmente, não é acompanhada no atendimento odontológico. Nesse
cenário, estudamos a maneira de qualificar a consulta e otimizar o tempo, na tentativa,
do melhor acesso e resolutividade, levando em consideração a individualidade e
trabalhando o atendimento preventivo à saúde.
9
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVOS GERAIS
Demostrar a experiência da Consulta Compartilhada em Puericultura em uma
USF de uma Residência Multiprofissional, no município de Camaçari-Bahia.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Relatar a consulta compartilhada em uma USF;
Evidenciar a relevância do serviço de saúde em equipe;
Atestar a importância de reorganização do processo de trabalho de acordo com
a necessidade;
Intensificar a força da interdisciplinariedade no desenvolvimento do
atendimento integral;
Estimular o autocuidado.
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4 METODOLOGIA
Trata-se de um relato de experiência, desenvolvido no período de agosto de
2016 à fevereiro de 2017, a partir de vivências de residentes de saúde das áreas de
enfermagem e odontologia. Os atendimentos foram desenvolvidos em uma USF que
compõe o Programa de Residência Multiprofissional de Saúde da Família, localizada
no município de Camaçari, região metropolitana de Salvador, Bahia. Vale salientar
que o presente estudo respeitou os preceitos éticos que regem uma pesquisa de
acordo com a legislação brasileira vigente, por se tratar de um relato de experiência,
construído a partir de um olhar diferenciado no que tange à importância da Consulta
Compartilhada Multiprofissional no acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento da criança.
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5 RELATO DE EXPERIÊNCIA/REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A implantação do PSF, ocorreu no Brasil no ano de 1994, cuja a proposta é a
expansão do acesso à saúde, sendo a principal porta de entrada do usuário. Seus
princípios de atuação é a integralidade, hierarquização, territorialização, trabalho em
equipe multiprofissional com objetivo de resolutividade, intervenções individualizadas,
nesse sentido, entendendo o sujeito na pluralidade de seus determinantes sociais,
alcançando além da perspectiva da doença3. O governo implementou, em 2011, a
Rede Cegonha com a finalidade de potencializar um modelo de atenção à saúde da
mulher e da criança, organizando a Rede de Atenção à Saúde Materna Infantil,
assegurando acesso, acolhimento e resolutividade, consequentemente diminuindo as
taxas de mortalidade materno e infantil9. A Atenção Básica (AB) desempenha a função
ordenadora no sistema de saúde, com um conceito de clínica ampliada no qual é
necessário não apenas práticas curativas como ações preventivas, de promoção e
reabilitação. Em que conhecer o território é fundamental na orientação de condutas
baseadas nas necessidades individuais e coletivas da comunidade4, e a integralidade
deve fazer presente na construção de novos saberes e práticas, no planejamento e
processo de trabalho da equipe.
Puericultura significa: Puer = criança, cultur = cuidado dispensado a alguém. Em
vista disso, puericultura é uma prática direcionada para o acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento da criança orientada, principalmente, para prevenção
e promoção da saúde, educação da criança e de seus responsáveis na perspectiva
de diminuição dos agravos3. Na intenção de tais propósitos ser alcançando é
necessário compreender a criança em seu contexto socioeconômico, cultural e
familiar no qual se encontra inserida2.
Durante a consulta de puericultura pela Equipe de Saúde da Família (ESF), além
do acompanhamento do desenvolvimento e crescimento das crianças, o atendimento
também abordava orientações, sendo que alguns temas já são sugeridos pelo
Caderno 33 de Atenção Básica como a prevenção de acidentes, aleitamento materno,
vacinação, higiene entre outros. Essa ferramenta apresenta como o objetivo, possível
identificação prévia dos agravos, e assim realizar uma intervenção efetiva de acordo
12
com cada caso. Esse acompanhamento à criança é uma prática bastante relevante
por se tratar de uma fase de maior vulnerabilidade do ser humano e por isso, a
importância de uma atuação multiprofissional na tentativa do atendimento integral.
Segundo o MS, o número de consulta recomendada são sete no primeiro ano de
vida (1º semana, 1ºmês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês) além de duas no
segundo ano (18º e 24º mês). No entanto, esse número deve ser flexível, levando em
consideração a vulnerabilidade, contexto familiar e necessidades individuais. Essas
consultas além de acompanhamento da criança tem o propósito de fortalecer o
vínculo, estimular a corresponsabilização e o autocuidado pelo responsável. De
acordo com o MS, é dever do enfermeiro e do médico da ESF realizar atendimento
integral em todas as fases do desenvolvimento humano, sendo atributo do dentista da
Equipe realizar atenção integral a saúde bucal, apoiando e acompanhamento o
desenvolvimento de ações relacionados à saúde com os demais membros da ESF,
na tentativa de aproximar atividades de saúde de maneira multidisciplinar, integrando
profissionais de diferentes formações (Brasil, 2011).
No que se refere ao modelo de trabalho em uma USF é preciso romper o
paradigma médico centrado, reconhecendo os componentes do processo de trabalho,
os meios disponíveis, seus objetivos e as metas que almejam ser alcançadas2. Nesse
seguimento, a Puericultura apresenta-se como estratégia de promoção à saúde na
tentativa de fomento e troca de conhecimento com os responsáveis, estimulando as
práticas reconhecidas como saudáveis e reproduções positivas, com o propósito de
aumentar a autonomia e responsabilidade no desenvolvimento saudável da criança5.
A USF da experiência é situada na cidade de Camaçari, no estado da Bahia,
região metropolitana de Salvador. O município é conhecido como “Cidade Industrial”,
por acomodar o Polo Industrial, sendo a quarta cidade mais populosa do estado.
Possui uma área de 784.658 quilômetros quadrados e uma população de mais de 281
mil habitantes. Possui o segundo maior Produto Interno Bruto do estado, sendo o
quinto maior do Nordeste (IBGE). O sistema de saúde do Município conta com 41
Unidades de Atenção (Unidades de Saúde da Família e Unidades Básicas),
Policlínica, cinco Pronto Atendimento, Hospital Geral, SAMU-192, Centro de Atenção
Psicossocial, Núcleo de Apoio à Saúde da Família, Centro de Apoio ao Trabalhador,
de Controle Sanitário e de Zoonozes, Centro de Especialidade Odontológica,
Academia de Saúde dentre outros.
13
As consultas compartilhada eram realizadas na USF, em um território que integra
o programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família. A USF foi inaugura
em setembro de 2010 e contempla um território mais afastado do centro, de difícil
acesso com uma população assistida carecente, a grande maioria das ruas sem
pavimentação e saneamento básico, o que afeta diretamente a saúde da população.
Essa realidade só comprova grande diferença social presente na região.
5.2 RELATO DE EXPERIÊNCIA
Diante da necessidade do serviço, elevado número de crianças no território com
saúde bucal comprometida, necessidade de interconsulta entre os profissionais da
equipe mínima, houve uma decisão conjunta de disponibilizar uma agenda
compartilhada para atendimento de puericultura. A consulta compartilhada é um
instrumento de tecnologia leve, que vem com objetivo de facilitar a integralização do
trabalho, a comunicação entre a equipe de saúde, a educação permanente,
incentivando a troca de saberes e com isso, ampliando o conhecimento sobre o caso
assistido aspirando a integralidade do cuidado. Além disso, discorre pelo cunho
pedagógico do fazer saúde, considerando o aprendizado dos profissionais e
estimulando novos entendimentos e aptidões com intuito de qualificação dos
atendimentos aos usuários do serviço. O debate do caso e à assistência em conjunto
caracteriza como maneiras de partilhar o cuidar, remodelando o modelo assistencial
médico centrado e referindo comprometimento da equipe, aumentando a rede de
apoio e construindo em conjunto com o usuário seu plano de cuidado4. As consultas
compartilhada eram realizadas pela Equipe de saúde de Residentes das categoria de
enfermagem e odontologia um turno por semana (sexta à tarde), durante o período de
agosto de 2016 à fevereiro de 2017.
De acordo com o MS, a Clínica Ampliada procura instituir numa ferramenta de
junção e incorporação dos diversos enfoques e disciplinas, além da necessidade de
compartilhamento dos diagnósticos e condutas em saúde com os usuários, individual
e coletivamente. Individualmente na tentativa de adesão, participação e autonomia do
sujeito no seu projeto terapêutico e no coletivo, na construção de processos de saúde
nas relações entre serviços e a comunidade de forma conjunta, participativa e
negociada.
14
A clínica ampliada, trazida por Campos e Melo em seu estudo reflete a
importância da integralidade na assistência ampliada, na tentativa de buscar
estratégias para transformar o sujeito no centro das ações. As práticas de consultas
compartilhadas tem como objetivo uma assistência integral e qualificada, orientado
pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com as
necessidades locais e regionais, articulando o trabalho em equipe, ampliando as
ações e serviços desenvolvidas na atenção primária em saúde além de promover a
integralidade como estratégia de saúde7.
O exercício dessa estratégia foi um potencial na puericultura, principalmente pelo
profissional de odontologia, por disponibilizar esse momento de atendimento de uma
faixa etária, que normalmente, não frequenta o consultório odontológico. Bem como,
entender esse espaço como de grande potencial de prevenção e promoção, esse
atendimento multiprofissional e integral na tentativa de diminuição de agravo. O
modelo de consulta compartilhado foi recebida com agrado pelos usuários, o qual
entendia esse espaço como proveitoso que respondia com mais satisfação suas
necessidades, e que sempre que necessário outros profissionais eram integrados nas
consultas, como o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), o fisioterapeuta e o
nutricionista, em que alguns temas sucedeu o matriciamento da equipe.
Com a realização da consulta compartilhada e uma maior interação com os
profissionais, os mesmo começaram a discutir uma melhor forma de atendimento
integral, com otimização do tempo e espaço pois, ainda se observava uma agenda
extensa, de marcação a longo prazo. Em discursão com a equipe, devido a realidade
do território iniciou-se uma proposta de Consulta em Grupo, para se instalar foi
realizado um levantamento na literatura sobre o assunto, levando em consideração
dados e experiências para formação de Grupo para atendimento em Puericultura. O
trabalho de grupos na AB, é uma opção de educação em saúde que colabora com o
desenvolvimento e aprimoramento de todos, mediante o reconhecimento e
valorização dos saberes diversos, através da interação e troca de experiência,
proporcionando intervir de forma criativa no processo saúde/doença6.
A primeira etapa para colocar a proposta em prática, foi disponibilizar um espaço
acolhedor para esse momento de pré-consulta, tanto para o responsável como para a
criança. Diante da primordialidade específica de cada faixa etária houve a
necessidade de mudança no perfil da consulta com marcação por faixa etária, no qual
foi considerado temas que poderiam ser abordados, dúvidas e periodicidade da
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puericultura, e diante disso, houve a seguinte divisão etária para marcação na agenda
de 00 à 06 meses, 07 meses à 01 ano e acima de 01 ano. Em seguida ocorreu
matriciamento da Equipe em reunião no qual foi abordado sobre o tema Puericultura,
discutindo sobre o intervalo de consulta preconizado pelo Ministério da Saúde,
Consulta Compartilhada, a necessidade do Atendimento em Grupo e a marcação por
faixa etária.
O atendimento em grupo foi planejado em dois momentos. Primeiro sessão
grupal em Educação em Saúde, metodologia a ser utilizada dinâmica Lúdica,
abordagem dialogada, oficinas, no qual os temas seriam pré-selecionados de acordo
com o interesse dos responsáveis ou sugestões do Caderno de Atenção Básica 33,
podendo ser escolhido no final de cada encontro. Disponibilizar materiais informativos,
lúdicos de acordo com cada tema, como por exemplo, folders, kits para colorir, objetos
para utilização em casa. O segundo momento Consultas individualizadas no qual
envolve exame físico, acompanhamento e avaliação do crescimento e
desenvolvimento, escuta aberta e qualificada e finalizando com orientações. No
entanto, diante de algumas dificuldades, como espaço, greve extensa dos servidores
do município no ano de 2016, a dificuldade de marcação por faixa etária dentre outros,
não se conseguiu instalar e efetivar a consulta em grupo na Equipe. O grupo de
puericultura é uma ferramenta complementar e eficiente de promoção e prevenção a
saúde, nessa transformação da assistência à criança, trabalhando, além, do
individual, o contexto biopsicossocial e familiar, aprimorando e qualificando a
assistência dispensada as crianças e seus responsáveis. O compartilhamento de
informações e experiências no trabalho educativo em grupos é uma estratégia
importante para formação crítica do indivíduo, em relação ao meio social que se
encontra, e suas condições de vida e saúde1, estimulando o autocuidado e sua
responsabilidade nesse processo de saúde.
A consulta compartilhada é uma ferramenta de grande potencial na Estratégia
de Saúde da Família e sua prática dentro de uma Residência Multiprofissional foi uma
experiência que garantiu o atendimento multidisciplinar, uma abordagem ampliada, a
troca de conhecimentos entre os profissionais, maior integralidade no atendimento ao
paciente, a corresponsabilização do responsável, além de otimização do tempo e do
espaço, por se tratar de uma consulta que visa a prevenção,
e com isso, salientar a importância da educação em saúde nesse espaço. Diante
da importância da atuação multiprofissional no acompanhamento à criança e sua
16
genitora/cuidadora, e dessa maneira, como a consulta compartilhada traz
contribuições positivas em seu contexto de atuação no que se refere a USF,
considerando uma estratégia de cuidado em puericultura, em que pode-se afirmar que
é possível realizar um atendimento pautado na integralidade e corresponsabilidade,
no qual cada profissional contribuirá na construção de cuidados de forma conjunta
juntamente com usuários assistidos8.
17
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em vista do exposto, compreende a relevância da Puericultura como atividade
de prevenção e promoção em saúde, e o atendimento compartilhado como estratégia
de aproximar e incorporar ações, possibilitando uma abordagem multiprofissional e
um cuidado integral, de acordo com a necessidade individual de cada criança. Com
isso, observamos uma prática interdisciplinar e multiprofissional que auxiliam na
qualificação, contribuindo na construção de novos conhecimentos e competências,
conferindo em uma conduta de relevância para formação profissional. Além disso,
concebe o espaço como inovador e de potencial na construção de uma nova forma
de assistência, em que a integração entre as categorias acarretará em ações de saúde
mais efetivas, dando relevância ao autocuidado no desígnio de um atendimento
integral.
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7 REFERÊNCIAS
1. BRANCO, C.K.C.K. et al. Puericultura em Grupo: Uma Nova Perspectiva na
Atenção a Saúde da Criança – Relato de Experiência. Revista Brasileira de
Ciências da Saúde, v. 18, sup. 1, p. 66-68, 2014.
2. Carvalho, Érika Moreira, Organização de Processo de Trabalho com Foco na
Atenção à Saúde da Criança: Puericultura. 28f. Trabalho de Conclusão de
Especialização em Atenção Básica em saúde da Família, Universidade
Estadual de Minas Gerais, Lagoa Santa, 2014.
3. DEL CIAMPO L.A. et al. O Programa de Saúde da Família e a Puericultura.
Ciência & Saúde Coletiva, v. 11, sup 3, p. 739-743, 2006.
4. FARIAS G.B.; FARJADO A.P. A Interconsulta em Serviços de Atenção
Primária à Saúde. Convibra.
5. GOURLART, B.N.G; LUCCHESI, M.C; CHIARI, B.M. A Unidade Básica de
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da criança: perspectiva da cuidadora. J Nurs Health, v. 4(1), p. 15-26, 2014.
7. LUZ A.R. et al. Consulta compartilhada: uma perspectiva da clínica ampliada
na visão da residência multiprofissional. Revista Eletrônica Gestão & Saúde,
v. 7, p. 270-281, 2016.
8. MAIA R.L.N. et al. A Interconsulta na Atenção Básica: Uma Experiência
Multiprofissional no Atendimento de Puericultura. II Congresso Brasileiro de
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9. MARTINELLI. K.G. et al. Adequação do processo da assistência pré-natal
segundo os critérios do Programa de Humanização do Pré-natal e
Nascimento e Rede Cegonha. Rev Bras Ginecol Obstet. V. 36(2), p. 56-64,
2014.
10. Ministério da Saúde. Caderno de Atenção 33 – Saúde da Criança:
Crescimento e Desenvolvimento. Brasília, 2012.
11. Vidal, Valéria Ubaldo, Puericultura e Autonomia das Mães: Uma Relação
Possível. 2011. 116f. Dissertação de Pós Graduação em Saúde Coletiva –
19
Instituto de Saúde da Comunidade da Universidade Federal Fluminense,
Niterói, 2011.
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