1. SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAU / SESPI FACULDADE
PIAUIENSE - FAP COORDENAO DO CURSO DE ADMINISTRAO CONTABILIADE
GERENCIAL PROF. HENRIQUE MELO APOSTILA ALUNO:
_______________________________________________
TURMA:_______________ BLOCO: ______________ PARNABA / PI
Contabilidade Gerencial 1
2. SUMRIO A Evoluo e o Impacto da Contabilidade Gerencial como
ferramenta de gesto nas organizaes
.......................................................................................................................
03 A Integrao do processo decisrio com os sistemas de informaes
contbeis e gerenciais e caractersticas das informao contbil til
.............................................. 05 Definies da
Contabilidade Gerencial
...............................................................................
07 Caractersticas da Contabilidade Gerencial
........................................................................
08 Objetivos e Finalidades da Contabilidade Gerencial
.......................................................... 09
Usurios das Informaes Contbil-Gerenciais
...................................................................10
Integrao da Contabilidade Gerencial para fins decisoriais
.............................................. 11 Mtodos de
Custeamento
..................................................................................................
12 Objetivo da Contabilidade de Custos
..................................................................................
13 Necessidade da Contabilidade de Custos
............................................................................
13 Importncia da Contabilidade de Custos
.............................................................................
13 Terminologia Contbil
........................................................................................................
14 Diferenas entre Custos e Despesas
................................................................................
16 Classificao de Custos
.......................................................................................................
18 Quanto alocao ao produto
........................................................................................
18 Quanto ao volume
..........................................................................................................
19 Conceitos e prticas de mtodos de apropriao de custos
................................................. 22 Mtodos de
Custeio
.............................................................................................................
23 Abordagem por Absoro
...................................................................................................
23 Abordagem do Custeio Varivel
.........................................................................................
30 Abordagem do Custeio ABC ou Custeamento por Atividades
........................................... 33 Vantagem do Sistema
de Custeio ABC
.........................................................................
34 Anlise Custo/Volume/Lucro
...........................................................................................
38 Margem de Contribuio
....................................................................................................
39 Ponto de Equilbrio
.............................................................................................................
42 Estudo de Caso 1
................................................................................................................
52 Estudo de Caso 2
................................................................................................................
53 Referncias
........................................................................................................................
54 Contabilidade Gerencial 2
3. A EVOLUO E O IMPACTO DA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO
FERRAMENTA DE GESTO NAS ORGANIZAES O ambiente nas organizaes vem se
modificando constantemente ao longo do tempo. A TI (Tecnologia da
Informao), est cada vez mais atuante e presente nas organizaes,
deixando de ser um diferencial para passar a ser quase um produto
de commodites. A TI possibilita uma maior ao na logstica, no que
tange a competio pelo mercado (market share), proporciona aos
gestores uma crescente rapidez, flexibilidade e agilidade nas
tomadas de decises. As empresas evoluem a todo o momento e por isso
a contabilidade como um sistema de informao (SI), e principal meio
de informao econmico e financeiro que para os gestores tambm tende
a crescer. Analisando a contabilidade como cincia e a importncia
dela no SI, verifica-se que a mesma pode ser influenciada por vrios
fatores no ambiente externo acarretando mudanas no ambiente dos
negcios na organizao modificando todo o contexto informacional
anterior, tais fatores so: a tecnologia da informao, os capitais
investidos na empresa e o prprio mercado to voltil hoje em dia.
Tais vertentes interferem diretamente na compra de matrias primas,
na cadeia produtiva da empresa, na comercializao entre os clientes,
surgimento de novos produtos, aumento dos riscos na economia,
aumento do valor agregado ao produto/servios, melhor gerenciamento
interno e externo das organizaes, etc. Diante do exposto no que
tange ao crescimento do cenrio da economia mundial, a contabilidade
principalmente a gerencial, tambm sofrer um impacto como uma
ferramenta de gesto nas organizaes nas tomadas de decises. Para
Atkinson (2000), contabilidade gerencial o processo de produzir
informao operacional e financeira para funcionrios e
administradores. Segundo Crepaldi (2004), a contabilidade gerencial
o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos
aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funes
gerenciais. A contabilidade gerencial faz parte do rol das cincias
da contabilidade e como j foi mencionado, vem tendo crescimento
como cincia e consequentemente alterando e mudando seu foco, bem
como no processo de tomadas de decises pelos gestores. Em meados
dos anos 50, a contabilidade gerencial funcionava como rgo de
staff, ou seja, efetuava apenas atividades de apoio gesto, como:
preparao dos oramentos, processo de elaborao e controle dos custos
na produo e elaborao de relatrios gerenciais. J por volta dos anos
90, a contabilidade gerencial foi de certa forma promovida,
passando de mero rgo de apoio, para ser parte integral do processo
de gesto, criando valor atravs do uso da TI e disponibilizando
informaes em tempo real para os gestores. Hoje em dia, os
profissionais da rea (contadores gerenciais, controllers), tem como
foco principal, mensurar, analisar, interpretar e gerar pareceres
concisos que possam ser usados pelos gestores em tomadas de decises
mais coerentes com a realidade. Crepaldi apud IFAC (2004) afirma
que o contador gerencial um profissional que identifica, mede,
acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informaes (tanto
financeira quanto operacionais) para uso da administrao de uma
empresa [...]. Contabilidade Gerencial 3
4. Segundo Padoveze (2004), o atual estgio da Contabilidade
Gerencial, que abarca todos os estgios evolutivos anteriores,
centra-se no processo de criao de valor por meio do uso efetivo dos
recursos empresariais. Diante desse contexto, constata-se quatro
estgios no processo evolutivo da Contabilidade Gerencial, que
influencia nas tomadas de deciso do gestor, so elas: Estgio 1 em
meados dos anos 50, o foco principal estava vinculado ao controle
do custo de produo e a elaborao do oramento; Estgio 2 acontece em
meados dos anos 60, a contabilidade gerencial passa a fornecer
informaes para o controle gerencial; Estgio 3 j em meados dos anos
80, a contabilidade gerencial foi focada mais como ferramenta para
minimizar os custos no processo comeou-se a usar mais a tecnologia
para auxiliar tal processo; Estgio 4 e em meados dos anos 90, a
contabilidade gerencial passou a fazer parte integrante no processo
de gesto, no s apenas na gerao de informaes, mas tambm na criao de
valor, bem como na busca de se usar tal ferramenta como um
diferencial para alcanar vantagem competitiva no mercado. Figura 1:
Estgios Evolutivos da Contabilidade Gerencial FONTE: Padoveze
(2004) Analisando o grfico acima, constata-se que cada estgio
representa uma evoluo da contabilidade gerencial, bem como o
crescimento dos focos e objetivos da organizao. A Contabilidade
Gerencial 4
5. evoluo dos estgios no significa que os focos anteriores
tenham deixado de ser trabalhados, cada estgio uma combinao do
antes com o atual. Constata-se tambm que os estgios velhos esto
sempre sendo modificados, isso acontece para facilitar a integrao
com o novo estgio e contribuir para a solidez e alinhamento
estratgico da organizao. A contabilidade gerencial se bem usada uma
ferramenta impar e indispensvel no processo de gesto. No decorrer
de todo processo na organizao, a contabilidade gerencial vai
adicionando e criando valor para os stakeholders e gerando
informaes necessrias para um crescimento, perpetuidade e obteno de
lucro para a organizao. A INTEGRAO DO PROCESSO DECISRIO COM OS
SISTEMAS DE INFORMAES CONTBEIS E GERENCIAIS E CARACTERSTICAS DA
INFORMAO CONTBIL TIL O momento atual caracteriza-se com uma
intensidade de mudanas significativas como o desenvolvimento
tecnolgico, o aumento da competitividade, a complexidade do
ambiente econmico e a globalizao, colocando as empresas diante de
novos desafios. A administrao com presses competitivas levam as
empresas a obteno de novas formas de vantagens competitivas,
caracterizadas por intensos e contnuos esforos oferecendo produtos
e servios inovadores com padro de qualidade, a um custo mais baixo,
e provocando uma maior satisfao dos clientes . Uma das tcnicas
utilizadas para auxiliar no avano competitivo o uso do sistema de
informaes contbeis (SIC), oferecendo as empresas relatrios
gerenciais com informaes que auxilie no processo de gesto criando
vantagens competitivas no mercado concorrente. Segundo Padoveze
(2004), para que a informao contbil seja usada no processo de
administrao, necessrio que essa informao contbil seja desejvel e
til para as pessoas responsveis pela administrao da entidade. Para
os administradores que buscam a excelncia empresarial, uma
informao, mesmo que til, s desejvel se conseguida a um custo
adequado e interessante para a entidade. A informao no pode custar
mais do que ela pode valer para a administrao da entidade. Segundo
Figueiredo e Caggiano (1997), desde que a qualidade da informao
disponvel seja essencial para a qualidade da deciso, um sistema de
informao adequado e eficiente pr-requisito do sucesso
gerencial.........informao fora integradora que combina os recursos
organizacionais num plano coerentemente direcionado para a realizao
dos objetivos organizacionais. Para Laudon & Laudon (2004),
hoje, todos admitem que conhecer sistemas de informao essencial
para os administradores, porque a maioria das organizaes precisa
deles para sobreviver e prosperar. Esses sistemas podem auxiliar as
empresas a estender seu alcance a Contabilidade Gerencial 5
6. locais distantes, oferecer novos produtos e servios,
reorganizar fluxos de tarefas e trabalho e, talvez, transformar
radicalmente o modo como conduzem os negcios. Diante desses
pressupostos bsicos para a informao contbil, fica claro o caminho a
ser adotado para que a contabilidade se transforme em ferramenta de
ao administrativa e se torne um instrumento gerencial. Para se
fazer, ento, Contabilidade Gerencial, mister a construo de um
Sistema de Informao Gerencial. Em outras palavras, possvel fazer e
possvel ter Contabilidade Gerencial dentro de uma entidade, desde
que se construa um Sistema de Informao Contbil. Segundo Laudon
& Laudon (2004), definem Sistemas de Informaes Gerenciais como
o estudo dos sistemas de informao nas empresas e na administrao. O
termo Sistemas de Informaes Gerenciais (SIGs) tambm designa uma
categoria especifica de sistemas de informao que do suporte s funes
do nvel gerencial. Os Sistemas de Informaes Gerenciais (SIGs)
atendem ao nvel gerencial da organizao, munindo os gerentes de
relatrios ou de acesso on-line aos registros do desempenho corrente
e histrico da organizao. Com um enfoque especial a contabilidade
atravs da aplicao de varias tcnicas e procedimentos com grau
detalhado de informaes feitos sob medida para o usurio, ocupa um
lugar preponderante na administrao dos negcios, sendo utilizada
como ferramenta de apoio nas atividades de tomada de decises pelos
gestores. Sob o ponto de vista terico, evidencia a Contabilidade
Gerencial, em contnua evoluo atravs da elaborao de relatrios que
dem suporte s etapas de planejamento, execuo e controle das
atividades empresariais, com elo de comunicao vital e bidirecional
das metas e objetivos da organizao para que possam chegar melhor
tomada de decises, e colaborar para otimizar os resultados da
empresa. Diante dessa importncia, abordaremos a Contabilidade
Gerencial a como fonte de dados, planejamento e relatrios
gerenciais, compatibilizando planos e procedimentos, propiciando,
assim, maior agilidade contabilidade e maiores informaes gerenciais
para a tomada de deciso, determinando, ento a necessidade da
cultura de controle e a utilidade do planejamento e da
Contabilidade Gerencial como sistema de informaes dentro das
organizaes. Exerccios: a) Como voc define o momento atual em relao
a Tecnologia no nosso ambiente? b) O que voc entende por Sistema de
Informao Gerencial (SIG)? c) O que voc entende por Sistema de
Informao Contbil (SIC)? d) Qual a principal necessidade do Sistema
de Informao Contbil (SIC)? e) Como os Sistemas de Informaes
Gerenciais (SIGs), podem auxiliar o gestor nas tomadas de decises?
Contabilidade Gerencial 6
7. DEFINIES DA CONTABILIDADE GERENCIAL Segundo Crepaldi (2004),
a Contabilidade Gerencial uma atividade fundamental na vida
econmica. Mesmo nas economias mais simples, necessria manter a
documentao dos ativos, das dividas e das negociaes com terceiros. O
papel da contabilidade torna-se ainda mais importante nas complexas
economias modernas. Uma vez que os recursos so escassos, temos de
escolher entre as melhores alternativas, e para identifica-las so
necessrios os dados contbeis. Em sentido amplo, a Contabilidade
trata da coleta, apresentao e interpretao dos fatos econmicos.
Usam-se os termos Contabilidade Gerencial para descrever essa
atividade dentro da organizao e Contabilidade Financeira quando a
organizao presta informaes a terceiros (Crepaldi, 2004). Entendemos
por Contabilidade Gerencial, como conceito bsico, formador do mtodo
que orientar o conjunto de conhecimentos contbeis organizado para
observar o objeto da cincia sob o aspecto administrativo,
notadamente sob os da tomada de decises. A Contabilidade Gerencial
, pois uma organizao de conhecimentos cientficos para conseguir
efeitos prticos na direo dos empreendimentos, quer sejam eles
lucrativos, quer visem a suprir apenas idias. No se constri,
portanto, uma outra contabilidade; utiliza- se da doutrina e da
tcnica existente para encaminh-las na observao de uma finalidade
definida, qual seja a da correta administrao do patrimnio. A
Contabilidade Gerencial, atravs de um sistema de informaes, de
mtodos e conhecimento da organizao e da utilizao do planejamento,
fornecer informaes para atender a necessidade de seus usurios, com
relatrios que demonstram os resultados por atividades e global da
empresa, comparando-se o planejado com o realizado, para anlise da
gesto empresarial e da necessidade de tomada de decises, visando
auxiliar a empresa a atingir seus objetivos. medida que uma empresa
cresce, suas atividades tornam-se mais complexas. Para dirigi- la,
a cpula administrativa necessita de informaes para inteirar-se dos
acontecimentos importantes nas respectivas reas de atuao. mediante
esse fluxo de informaes que ela consegue administrar sua empresa. A
tomada de decises depende, em grande parte da quantidade e da
qualidade das informaes recebidas. A tarefa de coletar dados,
selecion- los, analis-los e retrat-los muito importante para que a
empresa alcance seus objetivos. Em sntese, os relatrios visam
fornecer empresa melhores condies para que possa: Calcular o lucro
e as vantagens obtidas em relao aos planos estabelecidos; Melhor
controlar as operaes correntes e tomar decises necessrias; Avaliar
o desempenho por rea e responsabilidade; Fornecer base para o
planejamento futuro. Contabilidade Gerencial 7
8. Portanto, a condio primordial de um bom relatrio a clareza.
Um bom relatrio indica claramente a situao passada e a tendncia
futura do fenmeno observado. Uma informao clara e objetiva permite
a compreenso, a qual conduz confiana e ao sucesso. Em um bom
relatrio as informaes so classificadas em funo de usa relevncia ;
as de pouca importncia so relegadas ao final ou eliminadas. Dever
ser evitado um nmero exagerado de cifras e tabelas complicadas.
Para Padoveze (2004), a Contabilidade Gerencial o ramo da
Contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos
administradores de empresas que os auxiliem em sua funes. A
Contabilidade Gerencial um processo com a finalidade de produzir
informaes estratgicas, econmicas e de gesto das operaes, de custos
e das demais atividades organizacionais que ocorrem na empresa,
para o processo decisrio e de controle, com medidas de desempenho e
lucratividade. A Contabilidade Gerencial utiliza em suas aplicaes
outros campos de conhecimento, como os conceitos da administrao, da
estrutura organizacional, bem como da administrao financeira. Com a
utilizao de procedimentos e tcnicas contbeis, produz relatrios de
informaes, desenvolvidos conforme as necessidades dos usurios, para
serem utilizados no processo de avaliao ou nas tomadas de decises
da empresa. Segundo Crepaldi (2004), o ponto fundamental da
Contabilidade Gerencial o uso da informao contbil como ferramenta
para administrao. o processo de produzir informao operacional
financeira para funcionrios e administradores. Deve ser direcionado
pelas necessidades informacionais dos indivduos internos da empresa
e deve orientar suas decises operacionais e de investimentos. O
Sistema de Informao Contbil Gerencial s poder ser executado de
forma eficiente, atravs de um sistema integrado de informaes
contbeis que abrangem tanto os recursos humanos quanto o
tecnolgico. Exerccios: a) O que voc entende por Contabilidade
Gerencial? b) Com quais ferramentas a Contabilidade Gerencial,
trabalha para auxiliar os administradores nas tomadas de decises?
c) Qual a importncia dos relatrios gerenciais para o gestor? d) Os
relatrios gerenciais fornecem quais informaes aos administradores?
e) Qual a principal caracterstica de um bom relatrio gerencial? f)
A Contabilidade Gerencial utiliza outros ramos do conhecimento para
auxilia-la? Quais? CARACTERSTICAS DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Contabilidade Gerencial 8
9. Para Iudcibus (1998), a Contabilidade Gerencial pode ser
caracterizada superficialmente como: um enfoque especial, conferido
a vrias tcnicas e procedimentos contbeis j conhecidos e tratados na
contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na anlise
financeira de balanos etc., colocados numa perspectiva diferente,
um grau de detalhe mais analtico ou numa forma de apresentao e
classificao diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das
entidades em seu processo decisrio. A contabilidade gerencial, num
sentido mais profundo, est voltada nica e exclusivamente para a
administrao da empresa, procurando suprir suas informaes que se
encaixam de maneira vlida e efetiva no modelo decisrio do
administrador. Considera-se que o modelo decisrio do administrador
leva em conta cursos de aes futuras, informaes sobre situaes
passadas ou presentes que sero de valor para o modelo decisrio, a
mediada que o passado e o presente sejam estimadores daquilo que
poder acontecer no futuro. A Contabilidade Gerencial consiste em
preparar, de forma simples e objetiva, as informaes financeiras
para o processo de gesto da empresa, com conhecimento e
acompanhamento amplo do contador gerencial nos processos de
planejamento, execuo e controle, apurando as variaes ocorridas e
suas possveis causas. Para Crepaldi (2004), o contador gerencial um
profissional que: identifica, mede, acumula, analisa, prepara,
interpreta e relata informaes (tanto financeiras operacionais) para
uso da administrao de uma empresa, nas funes de planejamento,
avaliao e controle de suas atividades e para assegurar o uso
apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos. Na
aplicao da Contabilidade Gerencial em uma empresa, regras demais
podero atrapalhar o processo de atendimento das necessidades de
informaes para os usurios, porm, no se pode deix-la solta demais,
devendo-se criar parmetros com aplicaes teis e confiveis ao
processo de gesto empresarial. Exerccios: a) Qual (s) a (s)
caracterstica (s) da Contabilidade Gerencial? b) O que voc entende
por Contador Gerencial (Controller)? OBJETIVOS E FINALIDADES DA
CONTABILIDADE GERENCIAL Uma das funes mais importantes da
contabilidade gerencial, descrita por Iudcibus (1998), consiste em
fornecer informaes hbeis para a avaliao de desempenho. Este
desempenho pode ser considerado no somente em relao apurao de
resultados por produto ou por servios, mas envolve uma apreciao de
quo bem se houveram os vrios setores da empresa. Os gestores
necessitam de informaes de custos e lucratividade de suas linhas de
produtos, segmentos do mercado e de cada produto e cliente.
Necessitam de um sistema de controle Contabilidade Gerencial 9
10. operacional que acentue a melhoria de custos, de qualidade
e de reduo de tempo de processamento das atividades desenvolvidas
por seus funcionrios. Segundo Crepaldi (2004), com relao utilizao
dos dados da Contabilidade de Custos para tomada de decises, estes
podem ser muito teis para o administrador avaliar as conseqncias de
medidas tais como: 1. Se a capacidade de produo da fbrica
insuficiente para atender a todos os pedidos dos clientes, qual
produto ou linha de produtos deve ser cortado? 2. Como fixar o preo
de venda de um produto? 3. Deve-se continuar comprando
matrias-primas de terceiros ou interessa fabric-los na empresa? O
processo da Contabilidade Gerencial dever ser obtido atravs do
processamento da coleta de dados e informaes que sero armazenadas e
processadas no sistema de informaes da empresa. Para Padoveze
(2004), a necessidade da informao determinada pelos usurios finais
dessa informao, por seus consumidores. Assim, a informao deve ser
construda para atender a esses consumidores e no para atender aos
contadores. O contador gerencial aquele que sabe perfeitamente que
a informao que faz parte de seu sistema foi elaborada para atender
s necessidades de outros. O contador gerencial deve fazer um estudo
bsico das necessidades de informaes a partir das decises-chaves que
sero tomadas baseadas no Sistema de Informao Contbil Gerencial. Com
a integrao das informaes obtidas nos vrios departamentos, a
Contabilidade Gerencial, como ferramenta, proporciona aos seus
administradores informaes que permitem avaliar o desempenho de
atividades, de projetos e de produtos da empresa, bem como a sua
situao econmico-financeira atravs da apresentao de informaes claras
e objetivas de acordo com a necessidade de cada usurio. Exerccios:
a) De acordo com Iudcibus (1998), qual o principal objetivo da
Contabilidade Gerencial? b) Qual a importncia da Contabilidade de
Custos segundo Crepaldi (2004), para o auxilio na tomada de decises
do gestor? USURIOS DAS INFORMAES CONTBIL-GERENCIAIS A necessidade
da informao determinada por seus usurios finais, seus consumidores.
Assim, as informaes deve ser gerada para atender a esses usurios e
no aos contadores. O contador gerencial aquele que sabe
perfeitamente que a informao que faz parte de seu sistema foi
elaborada para atender as necessidades de outras pessoas. Portanto,
deve-se fazer um estudo bsico das necessidades das informaes a
partir de decises que sero tomadas. Os usurios finais da informao,
devero especificar claramente as necessidades Contabilidade
Gerencial 10
11. de informaes que necessitam para atender adequadamente no
processo de deciso que devero serem tomadas. Para a contabilidade
gerencial, o fornecimento de relatrios a usurios externos,
relaciona- se a pessoas ou empresas que no participam da organizao
e que possuem a necessidade de conhece-la por motivos especficos,
assim como as instituies financeiras, rgos governamentais,
fornecedores e outros. Os usurios internos, referem-se a relatrio
de informaes relacionadas aos membros envolvidos no processo da
empresa, desde o empresrio/administrador, at os operrios que
necessitam estarem envolvidos no processo de planejamento e
controle do desempenho do objetivo e meta da empresa. A
Contabilidade Gerencial gera informaes destinadas ao usurio
interno, portanto, deve- se distinguir trs classes de
participantes, diretamente envolvidos no processo: a) Os
processadores da informao b) O pblico em geral c) Os estudiosos
Exerccios: a) Qual a importncia das informaes contbil-gerenciais
para os usurios? b) Quais os tipos de usurios que usam a informao
contbil til? c) Como podem ser os usurios internos? INTEGRAO DA
CONTABILIDADE GERENCIAL PARA FINS DECISORIAIS A contabilidade
gerencial, afirma IUDCIBUS (1998, p.22), para ser utilizada como
instrumento no processo de tomada de decises necessita de integrao
com: a contabilidade de custos, e por sua vez, com todos os
procedimentos contbeis e financeiros ligados a oramento
empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de
informaes contbeis e financeiras para deciso entre cursos de ao
alternativos recaem, sem sombra de dvida, no campo da contabilidade
gerencial (...) que requerem informaes contbeis (alm das de outras
disciplinas) que no so facilmente encontradas nos registros da
contabilidade financeira. Na melhor das hipteses, requerem um
esforo extra de classificao, agregao e refinamento para poderem ser
utilizadas em tais decises. Assim, a contabilidade gerencial
utiliza em seus procedimentos a contabilidade de custos, dados
financeiros, operacionais, objetivos e metas das empresas,
objetivando a todo momento atender s necessidades de informaes aos
usurios. A contabilidade, para apresentar informaes sob o enfoque
gerencial na gesto e tomada de decises da empresa, dever apresentar
um sistema integrado, para facilitar o nvel da informao de forma
clara e objetiva na apresentao do resultado da empresa, visualizado
como um todo e detalhado conforme necessidades especficas dos
usurios. Exerccios: Contabilidade Gerencial 11
12. a) Comente a afirmao de Iudcibus (1998), sobre a integrao
da Contabilidade Gerencial para fins decisoriais. MTODOS DE
CUSTEAMENTO INTRODUO Segundo Bruni e Fam (2004), o nascimento da
Contabilidade de Custos decorreu da necessidade de maiores e mais
precisas informaes, que permitissem uma tomada de deciso correta
aps o advento da Revoluo Industrial. Com a Revoluo Industrial, as
empresas passaram a adquirir matria-prima para transformar em novos
produtos. O novo bem criado era resultante da agregao de diferentes
materiais e esforos de produo, constituindo o que se convencionou
chamar de custo de produo ou fabricao. Atualmente as empresas
enfrentam o dinamismo do mercado globalizado, as informaes so
altamente divulgadas em pequenos espao de tempo, novas ferramentas
gerenciais so desenvolvidas e as preocupaes de a empresa conseguir
se manter no mercado aumentam. A necessidade da anlise e do
controle dos gastos empresariais acentua-se medida que cresce a
competio entre as empresas. A atual tendncia globalizao dos
mercados, que estende essa competio a um nvel internacional,
enfatiza, como no poderia deixar de ser, a necessidade da adoo de
tcnicas e procedimentos que permitam o adequado gerenciamento
desses gastos. A Contabilidade de Custos que atende essa
necessidade destina-se gerao de informaes contbeis de interesse dos
usurios internos da empresa, servindo de apoio indispensvel a
decises gerenciais das mais diversas naturezas. Enquanto a
Contabilidade Financeira sinttica e regida por regras bem definidas
que atendem o interesse do publico externo empresa (ao qual se
destinam s informaes por ela geradas), a Contabilidade de Custos
analtica e flexvel, produzindo dados de receita, custo e resultado
por produto, por departamento, por cliente, etc. Inicialmente
desenvolvida para uma melhor avaliao dos estoques, da qual depende
a apurao do Custo dos Produtos ou Servios Vendidos e,
conseqentemente, dos Resultados, as funes da Contabilidade de
Custos expandiram-se, medida que aumentava a competio dos mercados,
de forma a abranger, hoje, todas as reas e atividades das empresas,
assumindo uma posio de absoluto destaque entre as prioridades da
empresa bem administrada. Por isso, aumenta, a cada dia, a
necessidade de divulgao e aplicao das tcnicas de anlise e de
controle dos gastos empresariais, das quais se ocupa a
Contabilidade de Custos. Contabilidade Gerencial 12
13. Segundo Figueiredo e Caggiano (1997), custos so
essencialmente medidas monetrias dos sacrifcios com os quais uma
organizao tem que arcar a fim de atingir seus objetivos.
Conseqentemente, so parte muito importante do processo decisorial,
e no surpresa que os contadores estejam muito envolvidos com a
coleta e anlise das informaes de custos. Ainda segundo Figueiredo e
Caggiano (1997), as informaes de custos so necessrias para quatro
propsitos principais: Para deciso de planejamento; Para decises de
controle; Para mensurao de lucros; e Para informao aos empregados.
Exerccios: a) Conceitue Contabilidade de Custos? b) Qual a
importncia da Contabilidade de Custos na tomada de deciso do
gestor? c) Diferencie Contabilidade de Custos de Contabilidade
Financeira. d) De acordo com Figueiredo e Caggiano, as informaes de
custos so necessrias para quais propsitos? OBJETIVO DA
CONTABILIDADE DE CUSTOS O objetivo bsico da Contabilidade de Custos
de ser utilizado como instrumento que possibilita administrao da
empresa gerenciar suas atividades produtivas, comerciais e
financeiras, atravs do conhecimento dos custos dos seus produtos
para avaliar estoques e apurar o resultado das indstrias.
NECESSIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos de
suma importncia para a organizao, pois atravs dela, o gestor pode
traar estratgias e metas como por exemplo: adequar o preo de venda
ao valor praticado no mercado, pois, para a empresa condio
indispensvel saber o valor do custo de produo do produto para poder
fazer esse clculo. A administrao necessita de elementos e informaes
rpidas e exatas, tanto quanto possvel, a fim de que se possa tomar,
em tempo real, as providncias adequadas para manter o equilbrio
econmico/financeiro e aumentar a eficincia da empresa. Isto no s em
tempos normais, mas, principalmente, em pocas de desequilbrio
econmico, quando existe forte concorrncia ou esto em perspectiva de
novos concorrentes, ocasies como estas que obrigam o gestor a fazer
revises de suas estratgias e metas nos mbitos da poltica e fixao de
preos. IMPORTNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Dentre as principais
importncias da Contabilidade de Custos, destacam-se: Contabilidade
Gerencial 13
14. Permitir avaliar os custos unitrios de produo,
conseqentemente fixar os preos de venda; Permite localizar os
desperdcios de material, horas mquinas/homens, aproveitar resduos,
reduzir ou eliminar gastos; Permite apurao de custos por elementos,
sees, departamentos, produtos, perodos, etc; Oferece elementos para
estudo acurado das despesas, bem como o controle e previso dos
negcios; Fornece rapidamente os inventrios de materiais; produtos
em elaborao e produtos acabados, facilitando o levantamento de
balancetes, balano e demonstrao de resultados parcial/total;
Oferece elementos para comparao e interpretao dos custos ocorridos
por departamentos, fases de fabricao, produtos; Permite descobrir
quais os produtos/servios mais lucrativos para a empresa. Exerccio:
a) Qual o principal objetivo da Contabilidade de Custos? b) Qual a
necessidade de se usar a Contabilidade de Custos como ferramenta
gerencial? c) Cite algumas maneiras de como a Contabilidade de
Custos possa ser importante nas decises gerenciais. TERMINOLOGIA
CONTBIL O ponto inicial da exposio sobre custos est na
terminologia. Infelizmente, encontramos em todas as reas,
principalmente nas sociais (e econmicas em particular) uma profuso
de nomes para um nico conceito e tambm conceitos diferentes para
uma nica palavra. GASTOS _ Sacrifcio que a entidade arca para
obteno de um bem ou servio, representado por entrega ou promessa de
entrega de ativos. O gasto se concretiza quando os servios ou bens
adquiridos so prestados ou passam a ser de propriedade da empresa.
Para Padoveze (2004), gastos so todas as ocorrncias de pagamentos
ou recebimentos de ativos, custos ou despesas. Significa receber os
servios e produtos para consumo para todo o processo operacional,
bom como os pagamentos efetuados e recebimentos de ativos. Como se
pode verificar, gastos so ocorrncias de grande abrangncia e
generalizao. Exemplos: - Gasto com mo-de-obra (salrios e encargos
sociais) = aquisio de servios de mo de obra; - Gasto com aquisio de
mercadorias para revenda; - Gasto com aquisio de matrias-primas
para industrializao; - Gasto com energia eltrica = aquisio de
servios de fornecimento de energia; Contabilidade Gerencial 14
15. - Gasto com aluguel de edifcios; INVESTIMENTOS _ Gasto com
bem ou servio ativado em funo de sua vida til ou de benefcios
atribuveis a perodos futuros. Todos os sacrifcios havidos pela
aquisio de bens ou servios (gastos) que so estocados, nos Ativos da
empresa para baixa ou amortizao quando de sua venda, de seu
consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorizao so
especificamente chamados de investimentos (Martins, 2003).
Exemplos: - Aquisio de mveis e utenslios; - Aquisio de imveis; -
Despesas pr-operacionais; - Aquisio de marcas e patentes; - Aquisio
de matria-prima; - Aquisio de material de escritrio. CUSTO _ Gasto
relativo a bem ou servio utilizado na produo de outros bens e
servios: so todos os gastos relativos atividade de produo. Segundo
Martins (2003), o custo tambm um gasto, s que reconhecido como tal,
isto , como custo, no momento da utilizao dos fatores de produo
(bens e servios), para a fabricao de um produto ou execuo de um
servio. Exemplos: - Salrios do pessoal da produo (MOD); -
Matria-prima utilizada no processo produtivo; - Combustveis e
lubrificantes usados nas mquinas da fbrica; - Alugueis e seguros do
prdio da fbrica; - Depreciao dos equipamentos da fbrica; - Gastos
com manuteno das mquinas da fbrica. DESPESA _ Gastos com bens e
servios no utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a
finalidade de obteno de receitas. Para Bruni e Fam (2004),
despesas, correspondem a bem ou servio consumido direta ou
indiretamente para a obteno de receitas. No esto associadas produo
de um produto ou servio. Como exemplos de despesas poder ser
citados gastos com salrios de vendedores, gastos com funcionrios
administrativos, etc. Exemplos: - Salrios e encargos sociais do
pessoal de vendas; - Salrios e encargos sociais do pessoal
administrativo; - Energia eltrica consumida na sede administrativa;
- Gasto com combustveis e refeies do pessoal de vendas;
Contabilidade Gerencial 15
16. - Conta telefnica da administrao e de vendas; - Alugueis e
seguros da sede administrativa. DESEMBOLSO _ Sadas de caixa para
atender a aquisio de um bem ou servio. Pode ocorrer antes, durante
ou aps a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou no do
gasto. PERDA _ um gasto no intencional decorrente de fatores
externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa. No
1 caso, so considerados da mesma natureza que as Despesas e so
jogadas diretamente contra o resultado do perodo. Exemplos: -
Incndio; - Obsoletismo de estoques; - Perodo de greve; - Enchente;
- Furto/roubo. No 2 caso, onde se enquadram, por exemplo, as perdas
normais de matrias-primas na produo industrial, integram o custo de
produo. Exemplo: Uma indstria de estamparia que aproveita apenas
80% da chapa de ao e considera 20% como perda tcnica. Da mesma
forma, o camiseiro que considera o preo do pano total comprado,
como custo, no se importando com os retalhos. Em alguns casos
admite-se considerar dias parados por motivo de greve como
ociosidade e inclui-los nos gastos gerais de fabricao para rateio
na formao do custo de todos os produtos. Diferena entre Custos e
Despesas Em termos prticos, nem sempre fcil distinguir Custos e
Despesas. Pode-se, entretanto, propor uma regra simples do ponto de
vista didtico: todos os gastos realizados com o produto at que
esteja pronto, so Custos; a partir da, so Despesas. Assim, por
exemplo, gastos com embalagens so Custos se realizados no mbito do
processo produtivo (o produto vendido embalado); so Despesas, se
realizados aps a produo (o produto pode ser vendido com ou sem
embalagem). Todos os Custos que esto incorporados nos produtos
acabados que so fabricados pela empresa industrial so reconhecidos
como Despesas no momento em que os produtos so vendidos. A
matria-prima industrial que, no momento de sua compra, representava
um Investimento, passa a ser considerada Custo no momento de sua
utilizao na produo e torna-se Despesa quando o produto fabricado
vendido. Entretanto, a matria-prima incorporada aos produtos
acabados em estoque, pelo fato destes serem ativados, volta a ser
Investimento. Os encargos financeiros incorridos pela empresa,
mesmo aqueles decorrentes da aquisio de insumos para a produo, so
sempre considerados Despesas. Contabilidade Gerencial 16
17. Exerccios Resolvidos Exemplo 1: Classifique os eventos
descritos a seguir em investimentos (I), Custo ( C ), Despesa (D)
ou Perda (P): ( I ) compra de matria-prima; ( C ) consumo de
energia eltrica; ( C ) utilizao de mo-de-obra; ( C ) consumo de
combustvel; ( D ) gastos com pessoal do faturamento (salrio); ( I )
aquisio de mquinas; ( C ) depreciao de mquinas; ( D ) remunerao do
pessoal da contabilidade (salrio); ( D ) pagamentos de honorrios da
administrao; ( D ) depreciao do prdio da empresa; ( C ) utilizao de
matria-prima (transformao); ( I ) aquisio de embalagens; ( P )
deteriorao do estoque de matria-prima por enchente; ( P ) remunerao
do tempo de pessoal em greve; ( I ) gerao de sucata no processo
produtivo; ( P ) estrago acidental e imprevisvel de lote de
material; ( D ) imposto de circulao de mercadorias e servios; ( D )
comisses proporcionais de vendas; Exemplo 2: Conforme as informaes
abaixo preencha os parnteses com C = Custo e D = Despesa ( D )
depreciao de mquinas e outros bens da Administrao; ( C ) energia
eltrica utilizada na produo; ( C ) salrios de vendedores e de
demonstradores de produtos; ( C ) aluguel de maquinas e
equipamentos da produo; ( C ) salrio do chefe do departamento de
produo; ( C ) matria-prima consumida na fbrica; ( C ) mo-de-obra
indireta utilizada na produo; ( D ) pr-labore. Exerccios: a) O que
so gastos? b) O que so investimentos? c) O que so custos? d) O que
so despesas? e) Diferencie custos de despesas. Contabilidade
Gerencial 17
18. f) O que so perdas? Exemplifique. Conforme as informaes
abaixo preencha os parnteses com C = Custo e D = Despesa ( )
encargos e salrios do departamento de administrao; ( ) manuteno de
mquinas e equipamentos da produo; ( ) depreciao de mveis e
utenslios do escritrio; ( ) aluguel da fbrica; ( ) energia eltrica
do setor de produo; ( ) material de embalagem consumido na fbrica;
( ) mo-de-obra direta utilizada na produo; ( ) encargos e salrios
do departamento de vendas. CLASSIFICAO DE CUSTOS Quanto alocao ao
produto CUSTO DIRETO _ So aqueles que podem ser apropriados
diretamente aos produtos fabricados, porque h uma medida objetiva
de seu consumo nesta fabricao. Exemplos: - Matrias-primas
Normalmente a empresa sabe qual a quantidade exata de matria-prima
que est sendo utilizada para a produo de uma unidade do produto.
Sabe-se o preo da matria-prima, o custo da resultante est associado
diretamente ao produto; - Mo-de-Obra direta Trata-se dos custos com
os trabalhadores utilizados diretamente na produo. Sabendo-se
quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preo da mo-de-obra,
possvel apropria-la diretamente ao produto; - Material de
embalagem; - Depreciao de equipamento quando utilizado para
produzir apenas um tipo de produto; - Energia eltrica das maquinas,
quando possvel saber quanto foi consumido na produo de cada
produto; CUSTO INDIRETO _ So os custos que dependem de clculos,
rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes
produtos, portanto, so os custos que s so apropriados indiretamente
aos produtos. O parmetro utilizado para as estimativas chamado de
base ou critrio de rateio. Exemplos: - Depreciao de equipamentos
que so utilizados na fabricao de mais de um produto; - Salrios dos
chefes de superviso de equipes de produo; - Aluguel da fbrica; -
Gastos com limpeza da fbrica; Contabilidade Gerencial 18
19. - Energia eltrica que no pode ser associada ao produto.
OBSERVAES: a) Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus
custos so diretos; b) s vezes, o custo direto por natureza, mas de
to pequeno valor que no compensaria o trabalho de associa-lo a cada
produto, sendo tratado como indireto. Exemplo: gasto com verniz e
cola na fabricao de mveis. Quanto ao volume CUSTO FIXO _ Custos
fixos so aqueles cujos valores so os mesmos qualquer que seja o
volume e produo da empresa. o caso, por exemplo, do aluguel da
fbrica. Este ser cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nvel
de produo, inclusive no caso da fbrica nada produzir. Observe que
os Custos Fixos so fixos em relao ao volume de produo, mas podem
variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fbrica, mesmo
quando sobre reajuste em determinado ms, no deixa de ser
considerado um Custo Fixo, uma vez que ter o mesmo valor qualquer
que seja a produo do ms. Outros exemplos: imposto predial,
depreciao dos equipamentos, salrios de vigias e porteiros da
fbrica, prmios de seguro, etc. Segundo Sanvicente (1997), definimos
como custo fixo todo aquele item de custo ou despesas que no varia,
em valor total, com o volume de atividade ou operao. Portanto, o
seu valor unitrio que varia com o volume de operao. Para Braga
(1995), so custos que permanecem constantes dentro de certo
intervalo de tempo, independentemente das variaes ocorridas no
volume de produo e vendas durante esse perodo. O referido interalo
de tempo no costuma ser superior a alguns meses. Configurada uma
retrao mais prolongada nas atividades ou um ciclo de expanso dos
negcios, o valor total desses custos e despesas ser ajustado para
um novo patamar, em decorrncia de decises da administrao. GRFICO
REPRESENTATIVO DOS CUSTOS FIXOS (CF) custo custo custo Custo fixo
unitrio Custo fixo unitrio Unidades produzidas Unidades produzidas
Unidades produzidas Contabilidade Gerencial 19
20. Fonte: FGV modificada pelo autor CUSTO VARIVEL _ Custos
variveis so aqueles cujos valores se alteram em funo do volume de
produo da empresa. Exemplo: matria-prima consumida. Se no houver
quantidade produzida, o Custo Varivel ser nulo. Os Custos Variveis
aumentam medida em que aumenta a produo. Segundo Sanvicente (1997),
j o custo varivel aquele que se altera em relao direta com as
modificaes do volume de atividade. Portanto, o custo varivel total
(CVT) perfeitamente varivel, como o prprio termo indica, e o custo
varivel unitrio pe constante. So aqueles cujo valor total aumenta
ou diminui direta e proporcionalmente com as flutuaes ocorridas na
produo e vendas (Braga, 1995). Segundo Hoji (2004), o valor total
dos custos e despesas variveis varia proporcionalmente quantidade
de produo. Unitariamente, os CDVs so fixos.............a
proporcionalidade dos CDVs no exata em alguns casos, pois vrios
fatores (humanos, mecnicos, ambientais etc.) influenciam o nvel de
produo. Por exemplo: algumas maquinas funcionam com maior eficincia
algum tempo depois de colocadas em funcionamento; no final do dia,
a produtividade dos operrios diminui em funo do cansao etc. Mas, de
modo geral, pode-se considerar que os CDVs variam linearmente.
GRAFICO REPRENSENTATIVO DOS CUSTOS VARIVEIS (CV) custo custo custo
Custo varivel total Custo varivel prtica unitrio teria Unidades
produzidas Unidades produzidas Unidades produzidas Fonte: FGV
modificada pelo autor Segundo Martins (2003), de grande importncia
notar que a classificao em Fixos e Variveis leva em considerao a
unidade de tempo, o valor total de custo com um item nessa unidade
de tempo e o volume de atividade. No se trata, como no caso da
classificao de Diretos e Indiretos, de um relacionamento com a
unidade produzida. Por exemplo, a matria-prima um Custo Varivel, j
que, por ms, seu valor total consumido depende da quantidade de
bens fabricados. Entretanto, por unidade elaborada a quantidade
Contabilidade Gerencial 20
21. de matria-prima provavelmente a mesma; mas isso no lhe tira
a caracterstica de Varivel; pelo contrario, refora-o CUSTO
SEMI-FIXO _ Custos Semi-Fixos so custos que so fixos numa
determinada faixa de produo, mas que variam se h uma mudana nesta
faixa. Considere, por exemplo, a necessidade de supervisores de
produo de uma fbrica expressa na tabela a seguir: Volume de Produo
Quantidade Necessria de Custo em R$ (Salrios + Supervisores
Encargos) 0 20.000 1 120.000 20.001 40.000 2 240.000 40.001 60.000
3 360.000 60.001 80.000 4 480.000 CUSTO SEMI-VARIVEL _ Custos
Semi-Variveis so custos que variam como o nvel de produo mas que,
entretanto, tm uma parcela fixa que existe mesmo que no haja
produo. o caso, por exemplo, da conta de energia eltrica da fbrica,
na qual a concessionria cobra uma taxa mnima mesmo que nada seja
gasto no perodo, embora o valor da conta dependa do nmero de
quilowatts consumidos, portanto, do volume de produo da empresa.
Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma
parcela fixa mesmo que nenhuma cpia seja tirada; gasto com
combustvel para aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo
com o nvel de atividade, mas que existir, mesmo que seja num valor
mnimo, quando nada se produza, j que a caldeira no pode esfriar.
Exemplo 3: Classifique os custos a seguir em Diretos (D) Indiretos
(I) Fixos (F) Variveis (V) CUSTOS Diretos / Indiretos Fixos /
Variveis material de embalagem D V energia eltrica da fabricao /
produo D ou I F ou V matria-prima D V salrios e encargos da
superviso produo I F aluguel da rea fabril/fabrica/produo I F
salrios e encargos do pessoal da produo D V depreciao das mquinas
da fabricao I F consumo de gua da fabricao D ou I F ou V refeies e
viagens dos supervisores da produo I F Exerccios: Contabilidade
Gerencial 21
22. a) O que so custos diretos? b) Conceitue custos indiretos.
Exemplifique. c) O que so custos fixos e variveis? Classifique os
custos em Custos Fixos (F), Custos Variveis (V), Custos Indiretos
(I), Custos Diretos (D). CUSTOS Diretos / Indiretos Fixos /
Variveis Matria-prima consumida na produo Encargos e salrios dos
supervisores da produo Luz e fora consumida na produo MOI do
pessoal da produo MOD do pessoal da produo Depreciao de mquinas da
produo Aluguel da fbrica Encargos e salrios do gerente de produo
Material de embalagem consumido na produo CONCEITOS E PRTICAS DE
MTODOS DE APROPRIAO DE CUSTOS A Contabilidade de Custos se
desenvolve oferecendo s empresas novas ferramentas que auxiliam na
tomada de deciso. A gesto de custos se torna imprescindvel e a
escolha de mtodos de custeio que iro auxiliar no gerenciamento da
empresa deve ser estudada, para fazer com que o projeto de
implementao tenha xito. Dentro de um novo mercado to globalizado e
altamente competitivo, em que as tecnologias (TI), esto cada vez
mais rompendo fronteiras e maximizando as negociaes entre
organizaes, e at entre paises. A preocupao das empresas se voltam,
ento, em ter uma gesto eficaz e eficiente, com a finalidade de
obter resultados esperados, atravs de desempenhos timos, para as
organizaes. Segundo Laudon & Laudon (2004), administradores no
podem ignorar os sistemas de informao porque estes desempenham um
papel fundamental nas organizaes atuais. Os sistemas de hoje afetam
diretamente o modo como os administradores decidem, planejam e
gerenciam seus funcionrios e cada vez mais determinam quais
produtos sero produzidos e onde, quando e como. Por conseguinte, a
responsabilidade pelos sistemas no pode ser delegada a tomadores de
decises tcnicos. Para tanto necessrio estabelecer estratgias,
desenvolver novas ferramentas de anlises que auxiliem na tomada de
deciso. A Contabilidade de Custos apresenta vrios sistemas de
custeio sendo que determinados mtodos so aplicados apenas para fins
gerenciais, pois possuem restries impostas pela legislao para fins
contbeis. Esse evoluo de mtodos se deve necessidade de as
entidades, hoje, buscarem ferramentas que proporcionem melhor viso
da organizao, Contabilidade Gerencial 22
23. fazendo com que as mesmas tenham um papel importante na
avaliao de desempenho de forma que d sustentao na tomada de
decises. MTODOS DE CUSTEIO Existem diversos mtodos de custeio, cada
um com uma metodologia prpria, com vantagens e desvantagens de
aplicao. Os mtodos mais utilizados no Brasil so: o Mtodo por Absoro
(atende as necessidades societrias e fiscais) e o Mtodo de Custeio
Varivel (atende as necessidades gerenciais). Entretanto, outros
mtodos de custeio so utilizados para necessidades gerenciais como:
Mtodo de Custeio Pleno (RKW) e o Custeio Baseado em Atividades
(ABC). Entende-se por Mtodos, a forma de apurao de custos de um
determinado produto. Dependendo do mtodo de custeio adotado, tem-se
diferentes custos para um mesmo produto. ABORDAGEM POR ABSORO
Custeio por Absoro o mtodo de apropriao de custos derivado da
aplicao dos Princpios da Contabilidade geralmente aceitos, em que
consiste na alocao de todos os custos de produo aos bens produzidos
pela empresa, ou seja, todos dos gastos fabris de produo so
distribudos para todos os produtos fabricados pela empresa. Assim
todo o esforo de fabricao medido em termos de custos absorvido pela
produo. As despesas relativas aos gastos da administrao,
comercializao e financeiros so descarregados para o resultado do
exerccio (DRE). Outros critrios tm surgido atravs do tempo, mas o
custeio por absoro o nico adotado pela contabilidade financeira,
portanto vlido tanto para fins de elaborao do Balano Patrimonial
como Demonstrao de Resultado. Apesar de sofrer criticas e conter
certas falhas como instrumento gerencial o nico permitido para fins
de avaliao de estoque, alm de ser admitido pela legislao do imposto
de renda. Os conceitos de investimento, custo direto, custo
indireto e despesas administravas, comerciais e financeiras de suma
importncia para aplicao ou distribuio dos custos de produo aos
produtos fabricados pela empresa. O mtodo de custeio consiste em
considerar custos de produo a todos os gastos com a matria-prima
direta e indireta consumidas, a mo-de-obra direta e indireta
aplicadas e os demais custos indiretos incorridos no processo de
produo de bens destinados venda. Nesse sentido os custos
decorrentes da obteno ou transportes para colocar a matria-prima em
condies de produo sero custos. As despesas com a administrao da
empresa, comercializao dos produtos e os gastos financeiros
decorrentes de emprstimos e, ainda, os gastos fabril cuja produo no
se destina venda, no so tratados como custos, indo diretamente para
o resultado do perodo (considerados despesas do perodo). Para
Crepaldi (2004), o Custeio por Absoro ou Custeio Pleno consiste na
apropriao de todos os custos (sejam eles fixos ou variveis) produo
do perodo. Os gastos no fabris (despesas) so excludos. o mtodo
derivado da aplicao dos princpios fundamentais de Contabilidade e ,
no Brasil, adotado pela legislao comercial e pela legislao fiscal.
Contabilidade Gerencial 23
24. No um principio contbil em si, mas uma metodologia
decorrente da aplicao desses princpios. Dessa forma, o mtodo vlido
para a apresentao de demonstraes financeiras e para o pagamento do
Imposto de Renda. Segundo Padoveze (2004), o mtodo de custeamento ,
onde, para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os
gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variveis. Os
gastos industriais indiretos ou comuns so atribudos aos produtos
por critrios de distribuio. Custeio por Absoro o mtodo derivado da
aplicao dos princpios da contabilidade geralmente aceitos, nascido
da situao histrica mencionada. Consiste na apropriao de todos os
custos de produo aos bens elaborados, e s os de produo; todos os
gastos relativos ao esforo de produo so distribudos para todos os
produtos ou servios feitos (Martins, 2004). Segundo Bernardi
(2004), esse sistema, como o nome sugere, direciona todos os custos
de uma fbrica, diretos e indiretos, fixos e variveis para uma
produo dada, e finalmente aos produtos. As despesas so direcionadas
para os resultados da empresa. Sua principal finalidade e utilidade
a avaliao de estoque, podendo ser utilizado como parmetro para a
formao de preos. Quatro aspectos devem ser considerados na adoo
desse custeio, para avaliar o custo de um produto: Relacionamento a
determinado volume de produo; Mtodos de rateio dos custos indiretos
e fixos que podem gerar distores nos custos unitrios; Capacidade
utilizada da fabrica; Nveis de eficincia e produtividade. Grfico do
Sistema de Custeio por Absoro Custeio por Absoro Empresa Industrial
Custos fixos e Despesas Custos indiretos (rateio); Custos variveis
e diretos. Estoque de produtos Demonstrao de Resultados Receita
Lquida Venda CPV Lucro Bruto Despesas Operacionais Lucro Lquido
Contabilidade Gerencial 24
25. Fonte: Martins (2003) modificada pelo Autor Segundo
Crepaldi (2004), o custeio por absoro segue os seguintes passos: a)
separao dos gastos do perodo em custos e despesas; b) classificao
dos custos em diretos e indiretos; c) apropriao dos custos diretos
aos produtos; d) apropriao, por rateio, dos custos indiretos de
fabricao. Exerccio Resolvido: Exemplo: Gastos $ mil Salrios da
fbrica (MOD + MID) 100 Matria-prima 120 Comisses sobre vendas 10
Depreciao de maquinas e equipamentos 5 Energia eltrica da fabrica 8
Manuteno de maquinas e equipamentos 3 Seguros da fbrica 7 Salrios
da administrao 10 Material de expediente 5 268 Custos $ mil Salrios
da fbrica (MOD + MID) 100 Matria-prima 120 Depreciao de maquinas e
equipamentos 5 Energia eltrica da fabrica 8 Manuteno de maquinas e
equipamentos 3 Seguros da fbrica 7 243 Total dos Custos do Perodo
de: $ 343.000,00 Gastos $ mil Comisses sobre vendas 10 Salrios da
administrao 10 Material de expediente 5 25 Total das Despesas do
Perodo de: $ 25.000,00 Os gastos, no valor de $ 368.000,00, ficaram
assim distribudos: Contabilidade Gerencial 25
26. Gastos $ mil Custo de produo 243 Despesas do perodo 25 268
Como j sabemos, as despesas no compem o custo dos produtos e, como
conseqncia, sero lanados diretamente no resultado do exerccio.
Assim sendo, suponhamos que a empresa trabalhe na produo de dois
produtos: A e B, devemos, ento, fazer a apropriao dos custos
diretos. Verificamos que para o consumo da matria-prima, a empresa
possui um sistema de controle dos materiais, que lhes proporciona a
condio de identificar quanto matria- prima, cada produto consumiu.
Assim sendo, temos: Custo Direto $ mil Produto A 80 Produto B 40
120 Com relao aos salrios da fbrica, existe a necessidade de se
separar a mo-de-obra direta e a indireta. Com isso a empresa mantm
clculos que permitem a apurao das horas gastas em cada produto e as
horas de mo-de-obra indireta. Custo Direto $ mil Mo-de-obra:
Produto A 50 Mo-de-obra: Produto B 30 Total da MOD 80 Mo-de-obra
indireta (MOI) 20 100 Dessa forma, os $ 80.000 so apropriados
diretamente aos produtos A e B, enquanto $ 20.000, sero
incorporados aos gastos gerais de fabricao para posterior
distribuio: Diretos Custos A B Indiretos Total MOD 50.000 30.000
80.000 Matria-prima 80.000 40.000 120.000 Depreciao 5.000 5.000
Contabilidade Gerencial 26
27. Enrgia 8.000 8.000 Manuteno 3.000 3.000 Seguros da fbrica
7.000 7.000 MOI 20.000 20.000 Total 130.000 70.000 43.000 243.000
Como podemos constatar, do total de custos, $ 200.000 j esto
apropriados aos produtos A e B, e os gastos gerais de fabricao, ou
custos indiretos de fabricao, no montante de $ 43.000, precisam,
por algum critrio, ser rateados aos produtos A e B. A seguir,
mostraremos algumas formas de alocao desses custos indiretos aos
dois produtos. Produtos Diretos proporo Indiretos Total A 130.000
65% 27.950 157.950 B 70.000 35% 15.050 85.050 Total 200.000 100%
43.000 243.000 A ultima coluna indica-nos o custo total de cada
produto e a penltima o montante de custos indiretos de fabricao
distribudos segundo os custos diretos de cada produto. Outras
alternativas de rateio, Produtos Matria-prima proporo Indiretos
sub-total MOD Total A 80.000 67% 28.667 108.667 50.000 158.667 B
40.000 33% 14.333 54.333 30.000 84.333 Total 120.000 100% 43.000
163.000 80.000 243.000 Produtos MOD proporo Indiretos sub-total
Matria-prima Total A 50.000 63% 26.875 76.875 80.000 156.875 B
30.000 38% 16.125 46.125 40.000 86.125 Total 80.000 100% 43.000
123.000 120.000 243.000 Para Crepaldi (2004), existem vrios
critrios de rateio, alguns descendo a detalhes como distribuio do
aluguel (ou depreciao do prdio, se for prprio), por metros
quadrados, materiais auxiliares de acordo com o consumo de
matria-prima, depreciao de maquinas Contabilidade Gerencial 27
28. de acordo com horas trabalhadas etc. O nvel de detalhamento
a ser usado depende de relevncia dos valores envolvidos e do
bom-senso de cada um, visando eliminar as arbitrariedades.
impossvel determinar uma regra de rateio. Exerccios: a) Quais os
mtodos de custeio usados na contabilidade? b) O que voc entende por
Custeio por Absoro? c) Segundo Crepaldi (2004), quais so os passos
que o Custeio por Absoro segue para calculo do mesmo? Exerccio 1 A
empresa Fabricante S.A produz os itens Alfa, Beta e Delta. O custo
a ratear entre os trs produtos totaliza $ 36.000,00. O rateio
baseado nas horas/mquina (h/m) trabalhadas para cada um deles. Com
o consumo de 120, 240 e 360 h/m para cada tipo de produto,
respectivamente, foi concluda a produo de 300 unidades, em
quantidades rigorosamente iguais de Alfa, Beta e Delta. O custo
direto unitrios tambm foi o mesmo para cada tipo de produto, ou
seja, $ 250,00. Com base nessas informaes, pode-se afirmar que: a)
( ) O custo unitrio de Alfa foi de $ 250,00; b) ( ) O custo unitrio
de Delta foi de $ 310,00; c) ( ) O custo unitrio de cada um dos trs
produtos foi de $ 370,00; d) ( ) O custo unitrio de Beta foi de $
430,00; e) ( ) O custo total do perodo foi de $ 36.000,00. Exerccio
2 A Caneco S.A fabrica canecas decoradas com personagens famosos de
desenhos animados. No ultimo ano 200.000 canecas foram fabricadas e
207.000 foram vendidas a $ 5,00 cada uma. O custo unitrio real para
uma caneca o seguinte: Materiais diretos $ 0,50 MOD $ 1,20 CIF
variveis $ 0,75 CIF fixos $ 1,60 Total do custo unitrio $ 4,05 As
despesas de vendas consistiam de uma comisso de $ 0,25 por unidade
vendida e os pagamentos de propaganda totalizando $ 25.000. As
despesas administrativas, todas fixas, totalizaram $ 50.000. No
havia estoques iniciais ou finais de produtos em processo. O
estoque inicial de produtos acabados era de $ 40,500 por 10.000
canecas. Contabilidade Gerencial 28
29. Pede-se: a) Calcule o nmero de canecas e o valor do estoque
final de produtos acabados; b) Prepare uma demonstrao do custo de
produtos vendidos; c) Prepare uma demonstrao de resultado de
custeio por absoro. Exerccio 3 A indstria Ceras do Nordeste S.A
produz cera em p e cera em barra, ambas usadas para diversos fins.
Em determinado perodo produziu 80.000 kg de cera em p e 70.000 kg
de cera em barra, incorrendo nos seguintes gastos: em P em Barra
Matria-prima $ 2/kg 12.000 kg 8.500 kg MOD $ 6/hora 6.700 h 4.000 h
Material de embalagem $ 0,5/kg 12.000 kg 8.500 kg Custos Indiretos
de Fabricao _ CIF Supervisores da produo 5.000,00 Depreciao de
mveis e utenslios (produo) 9.000,00 Depreciao de mquinas e
equipamentos (produo) 9.500,00 Seguro da Fbrica 3.000,00 Energia
eltrica consumida na produo 8.500,00 A matria-prima consumida, a
MOD e o material de embalagem so comuns aos dois produtos. A
empresa no possui medidores de energia, assim sendo, todo o gasto
com energia eltrica fixo. Os CIF so incorporados aos produtos de
acordo com o tempo usado na produo, sabendo- se que so necessrios
10 minutos para produzir um kg de cera em p e 8 minutos para
produzir um kg de cera em barra. Pede-se: a) elaborar um quadro de
apropriao de custos aos produtos; b) calcular o custo unitrio de
cada produto. Exerccio 4 Devem ser classificados como custos de
produo os itens: a) Matria-prima, MOD, honorrios da diretoria; b)
Pro labore, seguros da Fbrica, MOD; c) Aluguel de galpo (produo),
fretes de venda, matria-prima; Contabilidade Gerencial 29
30. d) Salrios da Administrao, MOD, matria-prima; e) Energia
eltrica direta, MOD, insumos de acabamento. Exerccio 5 A empresa
Diamante produz dois produtos, A e B, cujo volume de produo de
20.000 unidades do produto A e 16.000 unidades do produto B por
perodo. As vendas em mdia so: 90% e 95% dos produtos A e B
respectivamente. Sabe-se que os CIF totalizam $ 500.000,00 por
perodo. Em determinado perodo, foram registrados os seguintes
custos diretos por unidade ($): A B Material-direto 20 25
Mo-de-obra direta 15 8 Pede-se calcular o valor dos CIF de cada
produto utilizando o custos de MOD como base de rateio. ABORDAGEM
DO CUSTEIO VARIVEL Em oposio ao mtodo por absoro, o custeio varivel
ou direto toma em considerao, somente os gastos variveis, para
alocao dos custos aos produtos da empresa. Assim sendo, no h
necessidade de rateios, pois trabalharemos apenas com os gastos
variveis, ou seja, podero ser apropriados diretamente aos produtos,
fazendo com que as distores que ocorrem no mtodo por absoro (em
referencia aos rateios), no existam. Assim sendo, essa modalidade
de custeio apresenta, sobre o mtodo anterior (custeio por absoro),
algumas vantagens no que tange apurao dos resultados financeiros
gerados pelos diferentes produtos da empresa e conseqentemente as
decises gerenciais. Entretanto, a grande falha deste sistema, que
no aceito pela Legislao do Imposto de Renda. Portanto a empresa que
desejar adota-lo, dever faze-lo mediante controles e relatrios
distintos, em complemento informao contbil. Mtodo de custeio que
atribui apenas custos de manufatura variveis aos produtos, estes
cujos incluem materiais diretos, mo-de-obra e CIF variveis. Os CIF
fixos so tratados como um custo do perodo e so alocados no
resultado no perodo incorrido (Iudcibus, 2001). um tipo de
custeamento que consiste em considerar como custo de produo do
perodo apenas os custos variveis incorridos: os custos fixos, pelo
fato de existirem mesmo que no haja produo, no so considerados como
custos de produo e sim como despesas, sendo encerrados diretamente
contra o resultado do perodo. Desse modo, o custo dos produtos
vendidos e os estoques finais de produtos em elaborao e acabados s
contero custos variveis (Viceconti, 2000). O sistema de custeio
direto ou varivel prev uma apropriao de carter gerencial,
considerando apenas os custos variveis aos produtos vendidos; os
custos fixos ficam separados e considerados como despesas do
perodo, indo diretamente para os resultados; dessa forma,
possibilita a apurao da margem de contribuio, quando confrontados
os custos variveis aos valores de receita liquida ao perodo objeto
de analise (CFC, p. 37, 1995). Contabilidade Gerencial 30
31. Para Crepaldi (2004), custeio varivel (tambm conhecido como
Custeio Direto) um tipo de custeamento que consiste em considerar
como custo de produo do perodo apenas os Custos Variveis
incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem mesmo que no
haja produo, no so considerados como custo de produo e sim como
despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do
perodo. Assim sendo, o Custeio Varivel um mtodo que trabalha na
separao dos gastos em custos variveis e custos fixos, em suma, com
os gastos que oscilam proporcionalmente ao volume de produo/venda e
os gastos que mantm sua estabilidade (estveis) perante as produes e
vendas dentro de certos limites de produo. Exerccio Resolvido:
Exemplo: Para deixar claro o mtodo de custeio varivel, vamos
exemplificar, fazendo com que os produtos fabricados sejam
incorporados a eles, somente os gastos variveis do perodo. Estoques
Meses / ano produo Vendas Final jan/06 10.000 7.000 3.000 fev/06
10.000 8.000 5.000 mar/06 13.000 10.000 8.000 abr/06 3.000 11.000 0
Custos variveis por ms: Custo Unitrio por ms Ms / ano Material
Direto MOD Embalagens TOTAL Jan/06 R$ 10,00 R$ 8,00 R$ 6,00 R$
24,00 Fev/06 R$ 11,00 R$ 10,00 R$ 7,00 R$ 28,00 Mar/06 R$ 12,00 R$
7,00 R$ 6,00 R$ 25,00 Abr/06 R$ 13,00 R$ 8,00 R$ 8,00 R$ 29,00 Preo
de Venda = R$ 65,00 / unidade Custos Fixos Aluguel da fabrica = R$
50.000,00 Energia = R$ 60.000,00 MOI = R$ 30.000,00 Manuteno = R$
5.000,00 Depreciao = R$ 5.000,00 Total = R$ 150.000,00 Pede-se: a)
Aproprie os custos variveis as quantidades vendidas por perodo; b)
Faa a DRE, confrontando as vendas com os custos e despesas.
Contabilidade Gerencial 31
32. Resoluo: janeiro fevereiro maro abril Total (+)Vendas
Lquidas =7000*65 =8000*65 =10000*65 =11000*65
=455000+520000+650000+715000 (-) CPV custos variveis =7000*24
=8000*28 =10000*25 =11000*29 =168000+224000+250000+319000 (=)
Margem de Contribuio - MC =455000-168000 =520000-224000
=650000-250000 =715000-319000 =2340000-961000 (-) Custos Fixos - CF
=150000 =150000 =150000 =150000 =150000*4 (=) Lucro Lquido
=287000-150000 =296000-150000 =400000-150000 =396000-150000
=1379000-600000 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 Total (+)Vendas Lquidas
455.000 520.000 650.000 715.000 2.340.000 (-) CPV - custos variveis
168.000 224.000 250.000 319.000 961.000 (=) Margem de Contribuio MC
287.000 296.000 400.000 396.000 1.379.000 (-) Custos Fixos CF
150.000 150.000 150.000 150.000 600.000 (=) Lucro Lquido 137.000
146.000 250.000 246.000 779.000 Para Crepaldi (2004), o sistema de
custeio varivel ou direto til para a tomada de decises
administrativas ligadas a fixao de preos, deciso do compra ou
fabricao, determinao do mix de produtos, e ainda, para possibilitar
a determinao imediata do comportamento dos lucros em face das
oscilaes de vendas. Grfico do Sistema de Custeio Varivel Custeio
Varivel Empresa Industrial CUSTOS Despesas Custos Variveis Custos
Fixos Estoque de produtos Demonstrao de Resultados Receita Lquida
Venda CPV Lucro Bruto Despesas Operacionais Lucro Lquido
Contabilidade Gerencial 32
33. Fonte: Martins (2003) modificado pelo Autor Exerccios: a)
Conceitue Custeio Varivel. De acordo com os dados abaixo, calcule
usando o critrio do Custeio Varivel. Estoques Meses / ano produo
Vendas Final jan/06 20.000 17.000 3.000 fev/06 5.000 4.000 4.000
mar/06 15.000 9.000 10.000 abr/06 3.000 13.000 0 Custos variveis
por ms: Custo Unitrio por ms Ms / ano Material Direto MOD
Embalagens TOTAL jan/06 R$ 11,00 R$ 7,00 R$ 2,00 R$ 20,00 fev/06 R$
12,00 R$ 8,00 R$ 1,00 R$ 21,00 mar/06 R$ 13,00 R$ 7,00 R$ 2,00 R$
22,00 abr/06 R$ 13,00 R$ 6,00 R$ 4,00 R$ 23,00 Preo de Venda = R$
70,00 / unidade Custos Fixos Aluguel da fabrica = R$ 30.000,00
Energia = R$ 40.000,00 MOI = R$ 20.000,00 Manuteno = R$ 10.000,00
Depreciao = R$ 10.000,00 Total = R$ 110.000,00 Pede-se: a) Aproprie
os custos variveis as quantidades vendidas por perodo; b) Faa a
DRE, confrontando as vendas com os custos e despesas. ABORDAGEM DO
CUSTEIO ABC OU CUSTEAMENTO POR ATIVIDADES O custeio ABC (
Activity-Based Costing ), ou Custeio Baseado em Atividades, um
mtodo que procura minimizar as distores acarretadas pelos critrios
de rateio dos custos Contabilidade Gerencial 33
34. indiretos. Assim sendo, o custeio ABC, se torna uma
poderosa ferramenta a ser utilizada nas estratgias da gesto de
custos. Custeamento Baseado em Atividades mtodo de aplicar os CIF
aos produtos que consideram atividades no relacionadas ao volume
que criam CIF, assim como as atividades relacionadas ao volume.
Atribui custos para o objeto de custos ao primeiramente rastrear os
custos para as atividades e depois rastrear os custos para os
objetos de custos. Mtodo de custeio voltado para as atividades como
objetos fundamentais de custos. Emprega o custo dessas atividades
como base de apropriao de custos a outros objetos de custos, como
produtos, servios e clientes. Sistema de custeio de produtos e
servios que procura reduzir sensivelmente as distores provocadas
pelo rateio arbitrrio aos custos indiretos (Iudcibus, 2001). O ABC
uma ferramenta de custeio mais voltada gesto de negcios, uma vez
que, a partir do histrico de custos ou oramento de determinado
perodo, proporciona uma viso diferenciada do consumo de recursos
das organizaes (CFC, p.17, 1995). Segundo Atkinson (2000), evitam
alocaes arbitrrias e distores subseqentes nos custos por atribuir
primeiro os custos dos recursos s atividades que os utilizam. A
seguir, os custos das atividades so atribudos aos produtos, servios
e clientes que criaram demanda pelas atividades executadas ou foram
por elas beneficiadas. Isso significa que os custos das compras
atribudos aos itens comprados; os custos de projetar produto so
atribudos aos novos produtos projetados; e o custo do atendimento
do cliente atribudo a cada um deles. Vantagens do Sistema de
Custeio ABC O CFC enumera os benefcios que a utilizao do ABC pode
trazer para a organizao: 1. Identifica as reais fontes geradoras de
custos em funo dos geradores de custos, podendo, desta forma,
identificar exatamente quais e onde os recursos vm sendo
consumidos; 2. Identifica o grau de valor agregado que cada
atividade atribui ao negocio; 3. Identifica o custo efetivo dos
produtos e processos em funo da eliminao das distores propiciadas
pelos atuais sistemas de rateio, atribuindo aos objetos de custeio
os custos efetivamente incorridos; 4. Permite a gesto do portiflio
de produtos, analisando a rentabilidade individual de cada produto
e sua contribuio para o negcio. a base de remunerao, preos e
tarifas; 5. Incentiva a integrao entre as reas envolvidas nos
processos e atividades, maximizando os esforos para a resoluo de
problemas e aumento de qualidade; 6. Permite realizar benchmarking
com outras empresas do mesmo setor, comparando os custos unitrios
dos geradores de custos, permitindo uma anlise comparativa com as
melhores prticas do mercado; Contabilidade Gerencial 34
35. 7. Permite estabelecimento de cost target (custo meta) para
cada atividade, possibilitando a gesto desses custos na fonte,
eliminando arbitrariedade nos processos de reduo de custos; Para
Crepaldi (2004), no Sistema ABC, as atividades so o foco do
processo de custeio. Os custos so investigados, relacionando-se as
atividades aos produtos, com base na demanda por tais atividades
pelo produto durante o processo de produo. Portanto, as bases de
alocao usadas no custeio baseado na atividade so medies das
atividades executadas que podem incluir horas do tempo de ajuste de
mquina ou nmero de vezes em que isso foi feito Ainda segundo
Crepaldi (2004), o mtodo que mede o custo e o desempenho de
processos e produtos. Mais especificamente, que: Atribui custos s
atividades com base no consumo de recursos; Atribui custos a
produtos ou servios com base no consumo de atividades; Reconhece os
fatores que determinam (explicam) os custos das atividades, e o
consumo destas pelos produtos ou outras atividades. CLIENTES
demandam PRODUTOS demandam ATIVIDADES demandam RECURSOS demandam
GASTOS demandam CUSTOS Figura 2. Custeio ABC Fonte: Crepaldi (2004)
Exerccios: a) Conceitue Custeio por Atividades (ABC). b) Cite
algumas vantagens no uso do Custeio ABC. Exerccio 1 A empresa
Enchuta produz dois produtos, A e B cujos preos de venda lquidos de
tributos so, em mdia, $ 80 e $ 95, respectivamente, e o volume de
produo e de vendas de 12.000 unidades do produto A e 4.490 unidades
do produto B, por perodo. Contabilidade Gerencial 35