CONTANDO HISTÓRIAS E REVIVENDO O MUNDO IMAGINÁRIO DOS CONTOS DE FADAS
Sandra Mara da Silva1
Luiz Antonio Xavier Dias(Orientador UENP)2
Resumo: O presente artigo, reflexo de uma trajetória no PDE, debruça-se sobre a hipótese de reduzir a distância entre o dia a dia em sala de aula e o reflexo do conhecimento adquirido na promoção de bons leitores. Nesse sentido observa-se que a criança traz de casa alguns conhecimentos e a escola é responsável por transformar esse saber do senso comum em conhecimento sistêmico, unificando-os, para assim aplicá-lo no seu cotidiano, esta mediação é a função do educador na escola. Tendo em vista as pressuposições acima, este projeto que foi desenvolvido no Colégio Estadual de Campo Professora Margarida Franklin Gonçalves em uma turma de 6º Ano, buscou sanar algumas lacunas formativas. Assim objetivou-se comprovar por meio da análise do gênero conto de fadas a importância de sua leitura e as contribuições na formação da personalidade da criança, outro enfoque é a contação de histórias para incentivar a criança a escutar, a pensar e a perceber com os olhos da imaginação. Como aporte teórico busca-se respaldo em Santos (2010), Busatto(2011), Bettlheim (2011) e Marcuschi (2009), além desses, Pennycook (1998), Almeida Filho (2009) e Moita Lopes (1996 e 2006)e, para transposição didática do gênero em apreço busca-se respaldo nas Sequências Didáticas de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2007). Palavras-chaves: Gênero contos de fadas; Contação de Histórias; Formação de bons leitores; Sequências Didáticas.
1. Introdução
Ao longo dos anos nas escolas, percebe-se uma distância imensa
entre o dia a dia em sala de aula e o reflexo do conhecimento adquirido na
promoção de bons leitores, faz-se necessário reorganizar e transformar o saber para
assim formar alunos alfabetizados e letrados, estes dois fatores devem ocorrer
paralelos. A criança traz de casa alguns conhecimentos, mas a escola é responsável
por transformar esse saber do senso comum em conhecimento sistêmico,
unificando-os, para assim aplicá-lo no seu cotidiano, esta mediação é a função do
1 Profª PDE – Turma 2012/2013 – Área de Língua Portuguesa – NRE – Ibaiti – Pr email
2 Prof Orientador Mdo UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus Jacarezinho – Pr email
educador na escola.
Tendo em vista as pressuposições acima, elaborou-se este projeto de
intervenção pedagógica, que será desenvolvido no Colégio Estadual de Campo
Professora Margarida Franklin Gonçalves, a fim de sanar algumas lacunas
formativas.
É importante ressaltar que o colégio onde foi aplicado o projeto há
muitos alunos carentes, vários são filhos de pequenos sitiantes e assentados, e a
partir da identificação da trajetória de vida dos alunos, da localização da escola e o
meio social, principalmente familiar, em que vivem, procurou-se desenvolver um
trabalho, que esteja vinculado aos alunos do sexto ano do Ensino Fundamental,
especificamente na disciplina de Língua Portuguesa uma vez que tais discentes
alcancem a superação das dificuldades na oralidade, leitura e escrita, sendo as duas
primeiras, objetos de estudos primordiais nesse projeto.
Nesse contexto, observou-se que a partir da implantação do Ensino
Fundamental de Nove Anos a escola recebe alunos que ainda estão imaturos, com
isto não passaram da fase da fantasia, das brincadeiras infantis, do lúdico e
principalmente do imaginário. Por este e outros motivos, objetiva-se este projeto
PDE na leitura, com abordagem nos gêneros textuais, por serem fenômenos
históricos materializados através de enunciados. Para Marcuschi (2009), o estudo
dos gêneros é uma fértil área interdisciplinar, com atenção especial para a
linguagem em funcionamento e para as atividades culturais e sociais.
Assim, nesse trabalho, mobiliza-se o gênero conto de fadas que é da
esfera literária, tendo em vista que apresenta relevância para a formação estética do
sujeito. Nesse contexto, Bettlheim (2011, p.11) leciona que se pode aprender mais
sobre os problemas íntimos dos seres humanos e sobre as soluções corretas para
suas dificuldades em qualquer sociedade. Outro aspecto deste projeto é o incentivo
à Contação de Histórias, uma vez que Santos (2010, p.120) “relata que a cultura oral
existente mundialmente permanece em constante evolução e desenvolvimento,
presente em diversas regiões, culturas ou povos, como elemento de informação e
transformação das relações humanas”.
Essa abordagem tem o intuito de afirmar que as histórias sejam
guardadas, pois aquele que ouve é o guardião das histórias e isso é que mantém
viva nossa cultura e faz com que haja um grande estímulo, para que não passe
despercebido essa fase de encantamento, ternura, pureza e magia da, “ainda”,
criança e para uma melhor compreensão de que além de divertir, é unânime afirmar
em todos os autores estudados que os contos de fadas também favorecem o
desenvolvimento da personalidade e são importantes no desenvolvimento intelectual
e emocional da criança. O Contador de Histórias é um espectador, um leitor e os
Contos de Fadas passam ensinamentos de extrema importância para as crianças,
sendo assim, de que forma a Contação de Histórias pode incentivar os alunos do
sexto ano do Ensino Fundamental a ler com prazer e de que maneira os Contos de
Fadas ajudam no desenvolvimento da personalidade da criança? É necessário
mostrar por meio da análise do gênero conto de fadas a importância de sua leitura e
as contribuições na formação da personalidade da criança, caracterizar o Gênero
Conto de Fadas e compreender a sua importância na formação crítica da criança,
interagir os alunos dos anos iniciais e finais e do ensino fundamental por intermédio
da contação de história, ampliar os conhecimentos dos alunos sobre a linguagem e
estrutura do gênero em pauta e dar-lhes instrumentos para que possam escrever e
reescrever esse gênero de texto e desenvolver o hábito e o prazer da leitura,
estimulando o interesse dos alunos para o gênero conto de fadas.
2. Desenvolvimento
A leitura é um passaporte para o desenvolvimento do pensamento
crítico do aluno. De acordo com as DCE - Diretrizes Curriculares de Ensino
(PARANÁ, 2008, p.56), “compreende-se a leitura como um ato dialógico,
interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas,
pedagógicas e ideológicas de determinado momento”. Por ser um processo
dialógico, é necessário que o leitor se faça presente no texto, atribuindo sentido a
sua leitura, com isso consiga ter percepção para as intenções implícitas no texto,
para transformar-se em sujeito crítico e fazer com que a leitura seja um ato social
entre leitor e autor.
Nesse contexto (Soares) explana algumas considerações a respeito
das condições sociais da leitura:
Leitura não é um ato solitário; é interação verbal entre indivíduos, e indivíduos socialmente determinados: o leitor, seu universo, seu lugar na estrutura social, suas relações com o mundo e com os outros; o autor, seu
universo, seu lugar na estrutura social, suas relações com o mundo e os outros; entre os dois: enunciação; diálogo(interrogação). Enunciação é, portanto, processo de natureza social, não individual, vinculado às condições de comunicação que, por sua vez, vinculam-se às estruturas sociais – o social determinando a leitura e constituindo seu significado.(SOARES, 2005, p.18)
Ademais, considerar os aspectos sociais e históricos em que o sujeito
está inserido é um pressuposto importante para o ensino de Língua Portuguesa, faz-
se necessário trabalhar muitos textos com diferentes funções sociais, não basta o
aluno saber ler e escrever, ele precisa fazer uso socialmente da leitura e da escrita,e
assim o educador necessita propiciar ao educando a leitura de textos de diferentes
esferas sociais. A partir daí, no ato da leitura o aluno passa a confrontá-la com o
próprio saber, com a sua experiência de mundo e depois disso, forma suas ideias,
seu pensamento crítico.
Essa atitude de estímulo do professor é de extrema importância, pois
existem alunos que só percebem o verdadeiro valor da leitura quando frequentam a
escola, pois é lá que a leitura é trabalhada de forma sistemática, metódica e
planejada, visando motivá-los a um hábito, uma prática prazerosa e voluntária, e
não uma tortura.
Esse projeto foi implementado em um colégio do campo, com alunos
residentes em zona rural onde o contato com a leitura não é um ato muito comum,
mas nem por isso deixam de ter seus conhecimentos, suas vivências que muitas
vezes não são os mesmos que outros de zona urbano, ARROYO (2005, p.71) afirma
que: “Estamos colocando a educação rural onde ela sempre deve ser colocada, na
luta pelos direitos. A educação básica, como direito ao saber, direito ao
conhecimento, direito à cultura produzida socialmente”.
As DCE – Diretrizes Curriculares de Ensino da Educação do Campo
nos mostra que existe uma distinção entre “rural” ,citada acima, e “campo”, trata-se
de rural pensado a partir de uma lógica economicista, e não como um lugar de vida,
de trabalho, de construção de significados, saberes e culturas, e campo como lugar
de trabalho, de cultura, da produção de conhecimento na sua relação de existência e
sobrevivência, mas a luta pelos direitos existe em toda história.
Trazem também uma trajetória dos povos trabalhadores da terra, no
estado do Paraná durante muito tempo estiveram marginalizados, como também em
todo o país, no início dos anos de 1990 ocorreram algumas iniciativas, mediante
ação do MST, que fez avançar o debate sobre a educação do campo, em 1992
foram publicados pelo governo estadual os Cadernos de subsídios ao processo de
educação de jovens e adultos do campo.
Em 2001, a Articulação Paranaense definiu uma pauta de
reivindicações, entre elas estava a criação de um departamento específico para a
Educação do Campo, na Secretaria Estadual de Educação, que foi atendida em
2002, quando foi criada a Coordenação da Educação do Campo, a partir daí muito
tem sido grande as iniciativas com experiências educativas que oferecem
contribuições ao debate e à formação educacional para o desenvolvimento local e a
emancipação sociocultural dos povos do campo.
A escola vai além de um local de produção e socialização de
conhecimento, ela é, acima de tudo, um espaço de convívio social, é preciso pensar
em todo este histórico acima apresentado e relacioná-la ao convívio social, à cultura
e identidade de nossos alunos.
A DCE da Educação do Campo (2006) leciona que:
Cultura e identidade são dois conceitos que podem ser problematizados a partir da identificação da trajetória de vida dos alunos, da caracterização das práticas socioculturais vividas na comunidade onde a escola está localizada, da análise das relações sociais vividas nos ambientes familiar, comunitário e de trabalho. É importante os aspectos da inserção de conteúdos devidamente selecionados, que junto a uma seleção de outros materiais, sejam livros, jornais, documentários etc., possam auxiliar os alunos no exercício na reflexão e produção de conhecimentos.(PARANÁ, 2006, p.33)
Ao valorizar a cultura dos povos do campo remete-se a uma antiga e,
ao mesmo tempo, atual arte, a arte de contar histórias, Santos (2010, p.109) afirma
que “O homem, sociável por natureza, aprendia com o convívio e, desde os
primórdios, se organizava em círculos para aprender e ensinar”. Todas as histórias
vinham da tradição dos povos, reuniam-se em torno de uma fogueira para contar e
ouvir histórias, com isso eles propagavam sua cultura e esta tem suas marcas.
Os griots, que são contadores de histórias que vivem na África
Ocidental, peregrinam povoado por povoado fazendo uso da oralidade e
transmitindo suas histórias, o contador de histórias reproduz, na atualidade, aquilo
que outras pessoas e povos praticavam em seu cotidiano (Santos, 2010, p.113).
A familiaridade que se percebe com o povo de campo e o contador de
histórias é um grande estímulo para este projeto, em lugares de difícil acesso de
informações e até mesmo onde há, os contadores ocupam seus espaços, fazendo
com que essa arte seja propagada e contar histórias é uma continuidade em dar vida
ao que foi lido ou ouvido.
Santos (2010) relata que:
Por mais tecnologia que exista à nossa volta o poder mágico das histórias ainda permanece. Contar histórias ainda é uma atividade que envolve as pessoas que se encontram ao redor do contador de histórias. Por mais atentas aos meios de comunicação de massa ou ao uso de computadores, quando iniciamos a contação, utilizando vozes, corpo, sons, cantigas, etc. até aquele mais resistente, aos poucos se vê fisgado pelas tramas da história. A voz tem o poder de seduzir, envolver aqueles que se encontram ao alcance de seu timbre, fazendo-os viajar nas palavras emitidas pela boca de um contador de histórias. A cultura oral existente mundialmente permanece em constante evolução e desenvolvimento, presente em diversas regiões, culturas ou povos, como elemento de informação e transformação das relações humanas. (SANTOS, 2010, p.120)
Com a citação acima percebemos que no ato de contar histórias
também se desenvolve algumas atitudes básicas em nossos alunos, que são o ato
de calar, ter paciência, e acima de tudo escutar e que por mais evolução que haja,
sempre terá lugar para os contadores de histórias, e os educadores têm que assumir
essa arte, envolvê-los nessa teia grandiosa da oralidade, para com isso despertá-los
para essa viajem que pode trazer de volta grandes leitores, é preciso manter acesa a
chama do contador de histórias e assim manter acesa, também, os olhos daqueles
que ouvem suas histórias, pois como diz Busatto(2011):
Contar histórias pode ser ferramenta para o imaginário. Elas nascem no coração e, poeticamente circulando, se espalham por todos os sentidos, devaneando, gatinhando, até chegar ao imaginário. O coração é um grande aliado da imaginação nesse processo de produção de imagens significativas. Com o coração, a gente sente e vê com olhos internos as imagens que nos fazem bem. (BUSATTO, 2011. p.58 e 59)
As histórias além do encantamento, podem ter a função de educar,
elas ensinam a criança a escutar, a pensar e a ver com os olhos do imaginação,
sendo assim elas desencadeiam processos mentais que levam a formação da
autoestima e da cooperação social, com isso ela se transforma numa esplêndida
ferramenta educacional.
Os contadores tradicionais dominam a expressão oral, Busatto (2011,
p.19) afirma que eles fazem parte de um grupo social que retém as informações por
meio da oralidade, seja por ser analfabeto ou, quando vivendo numa comunidade
letrada, por não se deixar influenciar pela escrita, apesar de ela estar presente no
seu dia a dia. Já o contador contemporâneo, no estudo de Busatto (2011, p.29), atua
num regime de oralidade secundária, ou seja, encontra-se inserido no contexto de
uma cultura letrada, se apropria da escrita, da impressão e das novas tecnologias.
Sendo assim eles fazem uso de diferentes textos para desenvolver sua arte, nesta
perspectiva os gêneros textuais estão intimamente presentes na situação
comunicativa do contador.
Segundo Marcuschi (2009, p.149) há muito a discutir e tentar distinguir
as ideias de que gênero é: uma categoria cultural, um esquema cognitivo, uma
forma de ação social, uma estrutura social, uma estrutura textual, uma forma de
organização social, uma ação retórica. Pode ser tudo ao mesmo tempo, por isso a
certeza da complexidade dos estudos em torno dos gêneros textuais.
Teve início com Platão, se firmou com Aristóteles, passou por Horário e
Quintiliano, pela Idade Média, o Renascimento e a Modernidade, até os primórdios
do século XX, já tendo pelo menos vinte e cinco séculos de estudo. Os gêneros
textuais tinham um foco só na literatura, venceu fronteiras e veio para a linguística,
em uma perspectiva discursiva, Marcuschi (2009), deixa claro que :
Uma das teses centrais a ser defendida e adotada aqui é de que é impossível não se comunicar verbalmente por algum gênero, assim como é impossível não se comunicar verbalmente por algum texto. Isso porque toda a manifestação verbal se dá sempre por meio de textos realizados em algum gênero textual. Daí a centralidade da noção de gênero textual no trato sociointerativo da produção linguística . Quando dominamos um gênero textual, não dominamos uma forma linguística e sim uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares.(MARCUSCHI, 2009, P.154)
Vale ressaltar aqui que os gêneros contribuem para ordenar e
estabilizar as atividades do dia a dia, no entanto apesar dessa ordenação eles têm
características maleáveis, dinâmicas e plásticas.
Os gêneros textuais situam-se e integram-se funcionalmente nas
culturas em que se desenvolvem e caracterizam-se muito mais por suas funções
comunicativas, cognitivas e institucionais do que por suas peculiaridades linguísticas
e estruturais, como são sócio-históricos e variáveis fica difícil classificá-los, e diante
dessa diversidade textual há uma grande dificuldade em saber se um gênero é mais
importante ou ideal que o outro .
Por isso o trabalho com sequências didáticas torna-se mais relevante,
Marcuschi (2009, p.214) “A finalidade de trabalhar com sequências didáticas é
proporcionar ao aluno um procedimento de realizar todas as tarefas e etapas para a
produção de um gênero”. Esta proposta de sequências didáticas é uma metodologia
que foi incorporada para o ensino fundamental na França, segundo Dolz, Noverraz e
Schneuwly (2004, p.97), “Uma sequência didática é um conjunto de atividades
escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral
ou escrito”.
Ela nos remete ao fato que deve-se trabalhar com a criança de forma
sistemática, metódica e planejada, só que na SD estes fatores se reportam ao texto
em seus diferentes gêneros, envolvendo tanto a oralidade quanto a escrita.
Dolz, Noverraz e Scheneuwly (2004, p.98 e 99), apresentam a estrutura
de base de uma sequência didática:
Após uma apresentação da situação na qual é descrita de maneira de detalhada a tarefa de expressão oral ou escrita que os alunos deverão realizar, estes elaboram um primeiro texto inicial, oral ou escrito, que corresponde ao gênero trabalhado, é a primeira produção. Essa etapa permite ao professor avaliar as capacidades já adquiridas e ajustar as atividades e os exercícios previstos na sequência às possibilidades e dificuldades reais de uma turma. Além disso, ela define o significado de uma sequência para o aluno, isto é, as capacidades que deve desenvolver para melhor dominar o gênero de texto em questão. Os módulos, constituídos por várias atividades ou exercícios, dão-lhe os instrumentos necessários para esse domínio, pois os problemas colocados pelo gênero são trabalhados de maneira sistemática e aprofundada. No momento da produção final, o aluno pode pôr em prática os conhecimentos adquiridos e, com o professor, medir os progressos alcançados. A produção final serve, também, para uma avaliação de tipo somativa, que incidirá sobre os aspectos trabalhados durante a sequência.(DOLZ, NOVERRAZ, E SCHENEUWLY, 2004, p.98 e 99)
Nesta proposta é trabalha-se a oralidade e a escrita, sem privilegiar
uma ou outra, não tem separação, elas devem ser trabalhadas de forma clara, a SD
é uma maneira de o professor organizar o seu trabalho fazendo uso de uma
metodologia que tem por objetivo melhorar as práticas de escrita e de produção oral.
intervenção, em forma de sequências didáticas, utilizando o gênero textual conto de
fadas, por entender que é necessário manter acesa a chama da imaginação na
criança e pela importância que os contos de fadas têm na formação crítica da
criança.
Magalhães (2010) ao explicar o aspecto histórico do comportamento e
participação da criança na sociedade, afirma que:
[...]no decorrer da história a criança foi vista de diferentes maneiras e com o tempo foi havendo modificação, nas antigas Grécia e Roma era exclusividade da família, na Idade Medieval viviam entre os adultos como iguais, compartilhavam as brincadeiras, os sofrimentos, as festas, a sexualidade, entre outros, as histórias tinham um teor de sobrenatural.(MAGALHÃES, 2010, p.98)
No campo literário, as primeiras produções literárias voltadas às
crianças foram produzidas ao final do século XVII e durante o século XVIII, período
em que ocorrem na Europa a organização do ensino e o estabelecimento do sistema
educacional burguês, na França a preocupação com uma produção literária para o
público infantil, surgiu durante o reinado de Luís XV. Charles Perrault foi o precursor
da literatura infantil, dando início aos contos de fadas no século XIX, assim também
os irmãos Wilhelm e Jacob Grimm percorreram muitas cidades alemãs coletando
histórias da tradição oral e no mesmo século, dinamarquês Hans Christian Andersen
publica contos do folclore da Dinamarca e histórias de sua autoria e que
permanecem até hoje no imaginário infantil.
No Brasil, houve há vários registros dessa trajetória da literatura
infantil, Magalhães (2010), expõe que:
Os primeiros livros produzidos no Brasil destinados às crianças foram escritos por professores e pedagogos. Diretamente ligados à função utilitário-pedagógica, tinham o propósito de realizar uma ação educativa sobre o comportamento da criança. Tendo como objetivos transmitir valores e propiciar a adoção de hábitos, mas ainda sem uma distinção clara enquanto gênero literário, esse eram considerados como uma forma literária de menor valor. Prevalece no País uma literatura moralista [...]. Como resultado do seu percurso histórico e cultural e com o reconhecimento da necessidade de uma produção dirigida propriamente às crianças, intensifica-se a partir do século XX no Brasil a publicação de histórias cuja temática apresentava o combate à mentira, à preguiça, à desobediência, entre outros de cunho moral. Nos programas escolares são adotadas as histórias com fundo histórico, moral e de exaltação à pátria.(MAGALHÃES, 2010, p.102)
Ademais Pestalozzi, Froebel, Montesorri, entre outros, defenderm a
importância de contar histórias para crianças pequenas em seu cotidiano, sendo um
ato de estímulo e auxílio na formação de virtudes necessárias à boa formação.
Monteiro Lobato, o maior representante da Literatura no Brasil, publica em 1921
“Narizinho Arrebitado”, uma grande obra com linguajar voltado para a criança.
Magalhães (2010) afirma que:
A literatura infantil pode ser relacionada historicamente com o surgimento do conceito de infância, pois na medida em que as crianças passam a ser reconhecidas em suas diferenças em relação aos adultos, inicia-se a produção de uma cultura própria para esse momento da vida.(MAGALHÃES, 2010, P.105)
Vive-se em constantes buscas, principalmente a criança busca um
significado para as coisas que acontecem ao seu redor, por isso a necessidade de
histórias para melhor compreensão dos acontecimentos, e os contos de fadas
ocupam um papel importante nas fases de desenvolvimento da criança, Bettelheim
(2011, p.10), afirma que “se as crianças fossem criadas de modo tal que a vida fosse
significativa para elas, não necessitariam de ajuda especial”.
Charles Perrault, Wilhelm e Jacob Grimm e Hans Chistian Andersen são
estes nomes que nos vem à cabeça quando o assunto é contos de fadas. Os contos
de fadas tem origem Celta, são narrativas com elementos mágicos pertencentes ao
mundo imaginário, tem estrutura simples e fixa, atualizam ou reinterpretam, em suas
variantes questões universais, como os conflitos do poder e a formação dos valores,
misturando realidade e fantasia, no clima do "Era uma vez..." e “foram felizes para
sempre”.
Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos
essenciais da condição humana, é que esses contos de fadas são importantes,
perpetuando-se até hoje. Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de
ser criança, as carências (materiais e afetivas), as auto - descobertas, as perdas, as
buscas, a solidão e o encontro.
Seu enredo básico expressa os obstáculos, ou provas, que precisam
ser vencidas, como um verdadeiro ritual iniciador, para que o herói alcance sua auto
- realização existencial, seja pelo encontro de seu verdadeiro "eu", seja pelo
encontro da princesa, que encarna o ideal a ser alcançado, aparece o herói (ou
heroína) e sua dificuldade ou restrição, problemas vinculados à realidade, como
estados de carência, penúria, conflitos, etc., que desequilibram a tranquilidade
inicial, o herói se desliga de sua vida concreta, sai da proteção e mergulha no
completo desconhecido, busca soluções no plano da fantasia com a introdução de
elementos imaginários.
Bettelheim (2011, p.34) diz que “Os contos de fadas, diferentemente de
qualquer outra forma de literatura, direcionam a criança para a descoberta de sua
identidade e vocação, e também sugerem as experiências que são necessárias para
desenvolver ainda mais o seu caráter”.
Na implementação deste projeto um dos objetivos é compreender a
importância dos contos de fadas no desenvolvimento da personalidade da criança,
novamente Bettelheim (2011) afirma que:
Há um tempo certo para determinadas experiências de crescimento, e a infância é o momento de aprender a transpor o imenso fosso entre as experiências interiores e o mundo real. Os contos de fadas podem parecer sem sentido, fantásticos, assustadores e totalmente inacreditáveis para o adulto que foi privado da fantasia da história de fadas em sua própria infância, ou que reprimiu essas lembranças.(BETTELHEIM, 2011, P.97)
É extremamente importante transpor a infância com a ajuda da
fantasia, a criança precisa ter visão do seu futuro com otimismo, apesar dos conflitos
existentes no dia a dia, todas as tribulações que tem que passar, ela pode ter
sucesso em sua vida, e é nessa perspectiva que os contos de fadas devem estar
presentes no cotidiano da criança. Bettelheim (2011) sabiamente, afirma que:
Essa é exatamente a mensagem que os contos de fadas transmitem à criança de forma variada: que uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrínsica da existência humana – mas que, se a pessoa não se intimida e se defronta resolutamente com as provações inesperadas e muitas vezes injustas, dominará todos os obstáculos e ao fim emergirá vitoriosa. BETTELHEIM, 2011, P.15)
Neste estudo, para os que querem, é possível mergulhar nos contos de
fadas como num lago profundo e calmo, que no começo parece refletir apenas a
própria imagem, mas logo se descobre uma imensa profundidade, pois ao analisar
cada conto de fadas percebe-se que assim como o inconsciente, ele também é um
determinante poderoso do comportamento. A proposta deste projeto é um estudo do
Gênero Conto de Fadas, com abordagem na Contação de Histórias, objetivando o
desenvolvimento da leitura, oralidade e escrita, e por se tratar de um gênero ainda
presente na vida das crianças.
A implementação desse ocorreu no 1º semestre de 2013 no Colégio
Estadual de Campo Professora Margarida Franklin Gonçalves – Ensino Fundamental
e Médio, município de Ibaiti-PR, distrito de Campinhos, com alunos do sexto ano,
entre os meses de fevereiro a julho. Foram aulas expositivas com a participação dos
alunos nas discussões das histórias, o trabalho foi dividido em módulos didáticos,
expostos logo abaixo.
No projeto em foco, enfatizou-se sua circunscrição na área de
Linguística Aplicada, definida, segundo Moita Lopes (1996, 2006), Pennycook (1998)
e Almeida Filho (2009) como estudo de caráter interdisciplinar, que
investiga/problematiza/busca soluções para questões de linguagem inseridas nas
práticas sociais.
Ademais esse trabalho, assim como já dito anteriormente está
ancorado nas Sequências Didáticas de Dolz, Noverraz e Schneuwly, (2004) que
dizem que a proposta parte da ideia de que é possível e desejável ensinar gêneros
textuais públicos da oralidade e da escrita e isso pode ser feito de maneira ordenada
e que a finalidade de trabalhar com Sequência Didática é proporcionar ao aluno um
procedimento de realizar todas as tarefas e etapas para a produção de um gênero. A
Sequência Didática apresenta o seguinte esquema:11
Na apresentação da situação foi definido para os alunos que íamos
trabalhar o Gênero Textual Conto de Fadas através da oralidade, leitura e escrita,
que teria apresentações dos trabalhos através de exposições das histórias reescritas
e também contação de histórias por parte do professor, dos alunos e de convidados;
houve também uma explanação teórico - histórica sobre os Contos de Fadas; leitura
de uma carta da Fada Esperança do Mundo Mágico do Era uma Vez; abertura de
uma caixa surpresa com objetos e imagens de personagens dos Contos de Fadas, e
assim foi diagnosticado o conhecimento dos alunos sobre esse gênero; fizemos
questionamentos quanto as características de alguns personagens dos Contos de
Fadas; contação de Contos de Fadas e levantamento dos Contos que os alunos
conheciam que tinham a bruxa, lobo e feiticeira como personagens. Na produção
inicial os educandos reescreveram, em duplas, os Contos João e Maria, Os Três
Porquinhos, O Irmão e a Irmã, Cinderela, e outros contos escolhidos por eles, dando
lhes finais diferentes para as histórias.
No primeiro módulo, que ocorreu nos meses de abril e maio
desenvolvemos interpretação oral e escrita de vários contos de fadas; Júri Simulado,
onde o réu foi a Bruxa, a Feiticeira ou o Lobo, e os advogados, promotoria e juiz
foram alunos da turma e do 9º ano; retomamos os textos reescritos para revisão sem
ter tido a intervenção do professor. O segundo módulo que ocorreu no mês de maio,
os alunos do grupo teatral do próprio colégio fizeram Contações de Histórias para a
turma e foi o momento de reescrita dos textos após várias leituras e considerações.
No terceiro módulo, no mês de maio, visitamos o Colégio Estadual Aldo Dallago,
onde nossos alunos assistiram várias apresentações de peças teatrais de histórias
1 A SD exposta logo acima é apenas um aporte inicial e poderia sofrer alterações no decorrer do
desenvolvimento do Projeto de implementação na escola.
Apresentação da
situação
PRODUÇÃO
INICIAL Módulo
1 Módulo
2 Módulo
n
PRODUÇÃO FINAL
dos contos de fadas, receberam a visita de um contador de histórias da comunidade
e também reescreveram os textos, pois um dos objetivos é a produção final das
histórias para exposição. Nesse momento, final de junho, findando os trabalhos, eles
fizeram a última reescrita dos textos, encadernamos, ensaiamos para a contação de
histórias cujo público alvo era os alunos das Séries Iniciais do Ensino Fundamental e
para a exposição dos contos reescritos.
3. Caminho trilhado
Após um ano de estudo, muitas leituras, aprendizagens, encontros
e orientações, chegou o momento de apresentar para os colegas de trabalho o
projeto, cheguei a conclusão que o tema exigia algo mais do que eu chegar em
frente de todos, com equipamentos de projeção e simplesmente apresentar um
projeto com as considerações teóricas pertinentes, era preciso convencer as
pessoas que somos eternas crianças e que nossos alunos, assim como nós,
precisam de um pouco de ludicidade e imaginação em suas vidas. Preparei um
ambiente com as cores do arco íris, pois diz a lenda que no final dele há um pote de
ouro, simbolizei com um pote de cerâmica pintado de dourado, com papéis
dourados dentro e entorno, pus um baú, uma caixa surpresa toda decorada, muitos
livros, ornamentações, fantasias, objetos que reportavam a várias histórias e
principalmente me apresentei com roupa que caracterizava um contador.
Convidei então dois professores de nosso colégio para me auxiliar
nesta apresentação, a professora Deise dos Anjos Assis, já fez PDE, tem
experiência em contação de histórias, e nos apresentou a história de “Pretinha de
Neve e os Sete Gigantes”. Em seguida o professor Fábio Júnior Siqueira , um artista
nato, já fez teste na Rede Globo no Rio de Janeiro, é músico, ator, compositor,
acima de tudo é um educador, trabalha a literatura como poucos o fazem, e com sua
habilidade e criatividade, deu vida a um clássico dos contos de fadas, que foi a
história dos “Três Porquinhos”. Fotos Anexo I.
A etapa que julgo ser a mais desafiadora, foi a de apresentar para os
alunos o projeto, mas para eles, não importava a fundamentação teórica, mas sim,
era preciso conquistá-los. No primeiro momento eles ficaram encantados com o
cenário, com os objetos que lembram as histórias, livros, as roupas, etc. Então
deixei que eles folheassem os livros, tirei fotos, o diretor Sérgio Morais de Medeiros
visitou a sala, em seguida comecei a conversar para que eu pudesse sondar o
conhecimento deles sobre o gênero, percebi que são alunos que leem bastante,
apesar da situação sócio econômica. A aula fluiu bem, iniciei a partir da leitura da
carta da fada Esperança e da abertura da caixa surpresa, onde eles foram
identificando as histórias através dos objetos apresentados. Os alunos participaram
e viajaram comigo nas histórias, eu me caracterizei de contadora de histórias, isso
fez com que eles se encantassem mais, foi maravilhoso vê-los tão envolvidos,
conforme fotos no anexo II.
No dia seguinte, em nossa sala de aula, retomei o assunto, só que
trabalhei exercícios de decodificação das histórias, onde poucos tiveram
dificuldades, voltamos para a sala onde eu havia apresentado o projeto, sala de
multiuso, só que desta vez, fomos assistir o filme “Shrek 2”, com o objetivo de
identificar os contos de fadas que aparecem no filme, a maioria já havia assistido,
mas desta vez havia um propósito, que era listar os contos de fadas que conheciam
e que apareciam no história. Retornamos para sala de aula e oralmente fizemos os
comentários sobre o filme.
Nas etapas seguintes, apliquei atividades de compreensão do conto
“João e Maria”, resolução da carta enigmática, atividades de interpretação, em
duplas os alunos analisaram e listaram os contos de fadas que aparecem na
imagem do blog da professora Cleide. Em todas as aulas teve momentos de leitura,
transportava em um carrinho de feira uma caixa com livros, onde o aluno podia ter
acesso a vários contos, dos mais conhecidos até outros não muito divulgados.
Para dar um fôlego aos alunos na parte escrita, o professor Fábio
Júnior Siqueira, retornou e fez mais uma contação, pois percebi que os alunos
gostam muito, depois disto continuei com os exercícios de análise linguística, esta
etapa eles não gostaram muito, acredito que seja devido ao dinamismo das
atividades anteriores. Uma etapa que não consta na produção, mas que foi bem
interessante, foi a seguinte, levei para eles 4 versões diferentes da história dos “Três
Porquinhos”, eles em grupo de 3 alunos, tiveram que ler, compreender, contar e
encenar para a turma sua história, mas não podia ler, foi maravilhoso, descobri
muitos talentos, até os mais tímidos se saíram bem, ao preparar as apresentações
cada grupo pode sair da sala, usaram o pátio, a quadra, as mesinhas no jardim, a
biblioteca, embaixo das árvores, e é claro que eu fiquei passando de grupo em
grupo, acompanhando e orientando para que não saíssem do foco. Conforme Anexo
III.
Organizei o júri simulado, eles escreveram motivos para acusar e
absolver a bruxa de “João e Maria” e o lobo dos “Três Porquinhos, dividi a turma
para cada história, eles foram advogados, lobo, bruxa e outros personagens, o juiz e
os jurados foram alunos do 9º Ano “A”. O trabalho teve bons resultados, eles
escreveram motivos absurdos para exporem como argumentos durante o
julgamento, mas a imaginação deles foi além do que eu esperava, eles pesquisaram
bastante como deveriam agir no momento, e fizeram tudo muito perto da realidade,
em alguns momentos parecia tudo muito real. Foto Anexo IV
Após o júri, iniciei as produções escritas, foram vários momentos de
escrita e reescrita dos textos, os alunos não quiseram reescrever só algumas
histórias, eles escolheram outras, além das citadas na implementação, líamos juntos
as produções, trocávamos ideias, eles refaziam e assim foi, até ficar quase perfeito,
pois são alunos de 6º ano, sendo assim produzem bem, mas ainda estão
caminhando para uma escrita mais elaborada. Uma coisa que não esquecia, todos
os dias levava para sala de aula meu carrinho com a caixa de livros, para assim não
perdermos o nosso foco que é o incentivo à leitura. É necessário citar também as
contribuições que tive ao ser tutora do GTR 2013, as experiências dos educadores
das escolas públicas do estado do Paraná são muitas e pude compartilhar destas
que muito acrescentaram ao meu projeto.
Entre os módulos de produção, recebemos a visita de um contador
de histórias da comunidade, visitamos um colégio do município, o Colégio Estadual
Aldo Dallago, onde a professora Vani Régia Sasdelli estava aplicando o seu projeto
PDE, era com alunas da Formação de Docentes, o enfoque era leitura e Contação
de Histórias também, as apresentações aconteceram no Espaço Cultural e as
crianças adoraram o passeio e as apresentações.
Concluímos os textos, digitamos e encadernamos para assim
fazermos o lançamento com toda comunidade escolar, paralelo a isso houve muitos
ensaios para apresentação de uma história adaptada no conto Chapeuzinho
Vermelho, esta de autoria do professor Fábio Júnior Siqueira. No início os alunos se
mostraram inseguros, mas aos poucos eles foram melhorando, e no dia se
apresentaram com muita confiança, tudo foi preparado antecipadamente, as roupas,
o cenário, os adereços, os convites e a sonorização, tudo com total envolvimento
dos alunos. Todos desempenharam suas funções muito bem, o que era para ser
uma simples apresentação, se tornou uma excelente comédia, o público que estava
previsto era do 1º ao 5º Ano da Escola Municipal João Severino Sales, do próprio
distrito, mas o diretor e os colegas professores gostaram muito e foram feitas quatro
apresentações para que os alunos de 6º ao 9º Ano e os do Ensino Médio de nosso
colégio pudessem assistir também. Fotos conforme Anexo V.
A seguir serão expostos alguns resultados colhidos no decorrer da
pesquisa em apreço.
4. Considerações Finais
A partir dos resultados apresentados, ressaltou-nos que os objetivos
inicialmente propostos no projeto de intervenção foram atingidos, a maioria da turma
se envolveu no projeto e a aprendizagem acontece de forma mais fácil e
significativa quando o aluno realmente está envolvido, quando ele cria, executa e vê
os frutos de sua ação. Ao tentar resgatar sonhos, esperanças, valores e virtudes
nos deparamos com situações conflituosas, pois a realidade de nossos educandos
muitas vezes é cruel, mas não podemos desistir, enquanto educadores devemos
sempre estar proporcionando momentos para que eles fluam com suas ideias e que
seu imaginário resulte na formação de cidadãos críticos. Após a implementação
houve grande melhoria nas habilidades de oralidade, leitura e escrita dos alunos, os
conhecimentos adquiridos durante a implementação do projeto, os momentos
vividos, risos, produções, encenações, interações, improvisações, criações( e outros
ões que a Língua Portuguesa nos permita citar), tudo foi moldado e incorporado com
muita naturalidade e estará para todo o sempre gravado em suas memórias.
Consequentemente um professor que passa por uma experiência como esta, jamais
será o mesmo, após dois anos de PDE, muitas leituras, trabalhos, trocas de
experiência e acima de tudo muito aprendizado e conhecimento. Sendo assim
buscamos a essência de aprendermos a conhecer, a fazer, a viver e a ser de
maneira ímpar.
5. Referências
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6. Anexos
Anexo I – Contação de Histórias “Pretinha de Neve e os Sete Gigantes” Profª. Deise dos Anjos Assis
Contação de Histórias “Os Três Porquinhos” Prof. Fábio Júnior Siqueira
Anexo II – Apresentação do Projeto para os alunos Profª Sandra Mara da Silva
Anexo III – Trabalhos em Grupo
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