CONTEÚDOS ESCOLARES
Professora Karen Kaufmann Sacchetto
Especialista em Distúrbios de Aprendizagem (CRDA)
Mestranda em Distúrbios do desenvolvimento (Mackenzie)
07/02/2011
DISORTOGRAFIA
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LINGUAGEMSistema simbólico de representação do
mundo, da realidade e da imaginação.
Oral
Gestual
Visual
◦ Escrita
◦ Pictórica
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CÓDIGOS
O homem social cria códigos para se
expressar
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Essa capacidade de simbolizar, decodificar
e codificar nos permite dominar o código
escrito.
A criança através do jogo simbólico, da
imitação de gestos, brincadeiras e faz-de-
conta, desenho e fala, passa a dar
significado aos símbolos e gestos.4
LEITURA ESCRITA
DECODIFICAÇÃO CODIFICAÇÃO
RECEPÇÃO PRODUÇÃO
CÓDIGO GRÁFICO PRONTO PROCESSADOR ORTOGRÁFICO
EXTERNO RESGATE INTERNO LÉXICO
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ROTA FONOLÓGICA ROTA LEXICAL
PALAVRA CONSTRUÍDA PALAVRA ARMAZENADA
SEGMENTO A SEGMENTO
CORRESPONDÊNCIA GRAFOFONÊMICA
SISTEMA SEMÂNTICO
SIGNIFICADO
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ESTRATÉGIAS DE ESCRITA
HIPÓTESE PRÉ-SILÁBICA – As crianças não compreendem
ainda a relação do som falado com o escrito, relação fonema-grafema. Ela
se caracteriza em dois níveis:
1º nível – Começam a diferenciar o desenho da escrita, reconhecendo os
sinais, diferenciando o desenho dos sinais que se leem.
2° nível – Possui dois princípios:
1) é necessária uma quantidade mínima de letras para que alguma coisa
esteja escrita (por volta de três);
2) é necessário que exista uma variedade de caracteres, dentro da
palavra, para que se possa ler. A criança utiliza letras aleatórias (muitas
vezes de seu próprio nome) e sem uma quantidade definida.
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HIPÓTESE PRÉ-SILÁBICA – 1° nível
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HIPÓTESE PRÉ-SILÁBICA – 2° nível
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HIPÓTESE SILÁBICA
A criança faz correspondência termo a termo entre a grafia e o
som. Ela atribui um grafema para cada sílaba. Também pode ser dividida
em dois níveis:
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1° nível – Silábica sem valor sonoro, em que representa cada sílaba por
uma única letra qualquer, sem relação com os sons que ela representa.
HIPÓTESE SILÁBICA
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2° nível – Silábica com valor sonoro, em que cada sílaba é representada
por uma vogal ou consoante que expressa o seu som correspondente.
HIPÓTESE SILÁBICA
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HIPÓTESE SILÁBICO-ALFABÉTICA
Período de transição em que a criança vagueia entre duas
hipóteses, a silábica e a alfabética. Ora ela escreve atribuindo a cada
sílaba uma letra, ora representando as unidades sonoras menores, os
fonemas.
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HIPÓTESE ALFABÉTICA
Neste estágio, a criança representa cada fonema
com uma letra. Ela ainda comete erros ortográficos, mas já
compreende a lógica do funcionamento do sistema de
escrita alfabético.
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DISORTOGRAFIA
Até o 3° ano é comum que as crianças façam confusões
ortográficas porque a relação com os sons e palavras impressas ainda
não estão dominadas por completo.
Porém, após esta série, se as trocas ortográficas persistirem
repetidamente, é importante que o professor esteja atento já que pode
se tratar de uma disortografia.
A disortografia é caracterizada por dificuldades ortográficas:
omissões, inversões, aglutinações e trocas fonêmicas que sem
intervenção podem levar o aluno a:
• Apresentar desinteresse pela escrita;
• Redigir textos reduzidos;
• Apresentar baixa autoestima;
• Apresentar dificuldades com parágrafos, travessões e pontuação.
DISORTOGRAFIA
Disortografia é um dano no processo cognitivo da
linguagem.
Os erros de ortografia são manifestados logo no
início do processo de alfabetização.
Muitas destas manifestações são também sintomas
da dislexia, entretanto é uma dificuldade que com a
correta intervenção pode ser contornada.
DISORTOGRAFIA – CAUSAS
• Falta de estímulos adequados na educação infantil, principalmente
com relação à consciência fonológica;
• Aprendizagem deficitária ou inadequada da leitura e da escrita;
• Aprendizagem deficiente de normas gramaticais;
• Dificuldade espacial – trocas de letras parecidas visualmente;
• Confusão entre passado e futuro – levaram / levarão, também
relacionada à falta de memorização das regras.
Dificuldades ortográficas caracterizadas por omissões, inversões,
CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS ORTOGRÁFICOS
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• Não são da mesma natureza;
• Envolvem diferentes competências para sua aquisição;
• A criança precisa refletir sobre a língua escrita a fim de compreender seus
diferentes aspectos: fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos;
• Percepção de que não se escreve exatamente como se fala (refletir sobre as
irregularidades da Língua Portuguesa).
(SOUZA, 2006)
CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS ORTOGRÁFICOS
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Classificação dos erros ortográficos
CORRESPONDÊCIA BIUNÍVOCA (CB)
Quando um fonema é sempre representado por um único grafema que só assume um valor
sonoro. Por exemplo “d”;
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Classificação dos erros ortográficos
CORRESPONDÊNCIAS FONOGRÁFICAS DE TIPO
IRREGULAR INDEPENDENTE DE REGRAS
Não existe uma norma gerativa
que permita ao escritor decidir
qual o grafema ou grupo de grafemas a
serem utilizados para representar o
fonema em questão .
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MODIFICAÇÃO DA ESTRUTURA SEGMENTAL
Adição, subtração ou inversão de fonemas ou sílabas. Quando há adição, supressão ou
inversão de segmento como, por exemplo, “baco” em lugar de banco, “susuto” em lugar de susto ou
ainda “sutso” em lugar de susto.
JUNTURA OU SEGMENTAÇÃO INTERVOCABULAR
Unir palavras ou separar uma palavra em mais de uma. De Cagliari (1992, apud MOOJEN,
2009) também a juntura e segmentação intervocabular, unir e separar palavras inteiras como “a
fundar” em lugar de “afundar“ “eucazeicoéla” em lugar de “eu casei com ela”.
CORRESPONDÊNCIA REGULAR CONTEXTUAL
Grafemas que têm seu valor alterado dependendo do contexto e posição na palavra;
CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS ORTOGRÁFICOS
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SUPERCORREÇÃO
Quando há uma generalização da regra. Ex: “vassoura” - ”professoura”;
“alto” – “altomóvel”.
FALHA SEMÂNTICA (FS)
Falha em reconhecer a figura e seu significado: desconhecimento do significado da figura,
escrevendo, por exemplo, sol sob a figura de um trem ou laranja sob a figura de uma banana (vizinhas
semânticas).
(Cf. MACEDO, CAPOVILLA & NIKAEDO, 2005)
CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS ORTOGRÁFICOS
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DISORTOGRAFIA
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DISORTOGRAFIA
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ConsciênciaFonológica
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CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Ser fonologicamente consciente é:
poder compreender que a língua faladapode ser dividida em diferentes níveis:sentenças, palavras, sílabas e fonemas,rimas e aliterações, adição e supressão desons e sílabas, os diversos grafemas efonemas.
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COMPLEXIDADE
A aquisição desta consciênciafonológica ocorre da menos para a maiscomplexa e as destrezas dessashabilidades devem ser trabalhadas eplanejadas desta forma.
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COMPLEXIDADE
Rimas em canções e poesias
Segmentação de sentenças
Segmentação e junção de sílabas
Rimas e aliterações em palavras.
Segmentação e combinação de palavras
Segmentação e combinação de fonemas
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CONSCIÊNCIA FONÊMICA
O mais sofisticado estágio daconsciência fonológica é a consciênciafonêmica, quando a criança compreendeque as palavras são formadas por sonselementares ou fonemas e a habilidadede manipulá-los segmentando, combi-nando ou trocando, possibilitam diversaspossibilidades.
(Cf. CHARD & DICKSON, 1999)
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CONSCIÊNCIA FONÊMICA
Quais ou quantos fonemas formamuma palavra;
Qual a palavra está sendo dita por outrapessoa unindo os fonemas por elapausadamene emitidos;
Formar um novo vocábulo subtraindo ofonema inicial da palavra (por exemplo,omitindo o fonema /k/ da palavra CASA,forma-se a palavra ASA).
(Cf. NASCIMENTO)37
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
A instrução específica de leitura que consisteem ensinar as relações grafema-fonema fortalecem aconsciência fonológica;
Estágios iniciais da consciência fonológicacontribuem para o desenvolvimento dos estágiosiniciais do processo de leitura e estes, por sua vez,contribuem para o desenvolvimento de habilidadesde consciência fonológica mais complexas, levando auma consciência fonêmica.
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CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Provê avanço significativo na prevenção e nacorreção de muitas dificuldades deaprendizagem;
É imprescindível para estimular a todos osalunos de modo que se tornem aptos e bempreparados para aprender a ler no sistemaalfabético de escrita.
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ATIVIDADES Trabalhar com rimas e aliterações –
Parlendas, músicas e poesias;
Jogos educativos para esse fim comodominós e jogos da memória;
Separar palavras em sílabas – Tornarlúdica a atividade batendo palmas, usandoinstrumentos, etc.;
Brincar manipulando os sons daspalavras (dizer por exemplo fato, sem o “ f ”inicial, casa sem o “ c ” inicial, etc).
Soletração;
Bingo de letras;40
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ORDEM DO ALFABETO
44
O que não pertence?
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RIMA
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SEMÂNTICO
48
QUAL A PALAVRA DIFERENTE?
49
Iniciando pela 1ª linha circule os numerais na ordem em que aparecem.
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Circule as letras corretamente conforme a legenda.
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Assinale com um “x” a palavra que corresponde ao desenho.
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BRINCANDO COM SONS
• Percepção auditiva
• Discriminar sons do ambiente
• Ruídos da escola, da rua
• Produzir sons no ambiente
• Bater palmas;
• Abrir e fechar portas, janelas, gavetas;
• Amassar e rasgar papéis;
• Arrastar cadeiras;
• Encher copos d’ água;
• Fechar com força um livro;
• Estalar dedos, língua;
• Pular;
• Beijar, etc.53
BRINCANDO COM SONS• Percepção auditiva
• Produzir sons com instrumentos musicais
• Perceber som
• Discriminar instrumento
• Ruídos
• Bater palmas;
• Abrir e fechar portas, janelas, gavetas;
• Amassar e rasgar papéis;
• Arrastar cadeiras;
• Encher copos d’ água;
• Fechar com força um livro;
• Estalar dedos, língua;
• Pular;
• Beijar, etc. 54
Água
borbulhando
Berimbau
Criança
espirrando
Chamando
atenção
Buzina de
bicicleta
Caminhão
buzinando
Sirene de
polícia
Passos
RoncoPapai Noel
Sino
Pássaros
e mar
Soldados
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LOCALIZANDO O SOMCom o uso de vendas
•De onde vem o som?
• Frente
• Trás
• Direita
• Esquerda
• Perto
• Longe
• Acima
• Abaixo
•Qual é esse som?
• Pedir que algum amigo fale e tentar identificar quem é;
• Pedir que um amigo imite um animal. Descobrir qual é;
• Gato mia.56
ATENÇÃO AUDITIVA
Distribua objetos relacionados à cantigas e parlendas infantis.
As crianças devem buscar o objeto relacionado a ela assimque identificarem.
Exemplo: Distribua sobre a mesa brinquedos como gato,
pato, sapo e jacaré de pelúcia, um balão de dobradura uma
borboleta e cante músicas relacionadas a elas
-Atirei o pau no gato;
-Lá vem o pato, pato aqui, pato acolá;
-O sapo não lava o pé;
-Eu conheço um jacaré que gosta de comer;
-O balão vai subindo;
-Borboletinha, tá na cozinha;
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BRINCADEIRAS COM
RIMAS E ALITERAÇÕESALITERAÇÃO
Fui viajar e no meu barco levei uma banana;
Fui viajar e no meu barco levei uma banana e um batom;Fui viajar e no meu barco levei uma banana, um batom e
um balanço;
Fui viajar e no meu barco levei uma banana, um batom, um
balanço e uma batatinha.....
RIMAFazer uma roda e jogar a bola. A criança que a recebe deve
falar uma palavra que rime com a anterior. Não vale repetir.
•Mamão
•Balão
•Botijão
•Mão•Botão
•Feijão
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TRAVA LÍNGUAS
A aranha arranha a rã.
A rã arranha a aranha.
Nem a aranha arranha a rã.Nem a rã arranha a aranha.
O peito do pé do pai do padre Pedro é preto.
Quem disser que o peito do pé do pai do padre Pedro é
preto, tem o peito do pé mais preto do que o peito do pédo pai do padre Pedro.
Casa suja, chão sujo
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TRAVA LÍNGUAS
Cozinheiro cochichou que havia cozido chuchu chocho num
tacho sujo.
Se o bispo de Constantinopla
a quisesse desconstantinoplatanilizar
não haveria desconstantinoplatanilizador
que a desconstantinoplatanilizariaDesconstantinoplatanilizadoramente
Gato escondido com rabo de fora
tá mais escondido que rabo escondido
com gato de fora
Debaixo da pia tem um pinto.
Quanto mais o pinto pia, a pia pinga. mais a pia pinga.
Pinga pia, pinto pia. Pinto pia, pia pinga.60
PERCEPÇÃO TÁTILFazer e manusear letras e numerais com o maior número
de apelos visuais e táteis. Manuseá-las, senti-las, colocá-las
em caixas táteis.
•Massinha
•Madeira
•E.V.A.
•Lixa•Areia
•Tecido
•Papier Maché
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Estratégias de memorização
•Estratégia Metacognitiva - Escolher numa lista de palavras que se quer
aprender. Repeti-las em voz alta e em seguida anotá-las da forma como
lembramos.
•Estratégia da Primeira Letra - Consiste em usar a primeira letra de cada
palavra para construir uma palavra real ou uma não palavra.
• Formação de uma palavra real:
AMA (Azul, Marrom, Amarelo – Cores)
CAULE (Campinas, Alfenas, Ubatuba, Londrina, Erexim – Cidades)
• Formação de uma não palavra:
ROYGB (Red, Orange, Yellow, Green, Blue – Cores em inglês)
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Referências
EFEITOS sonoros Disponível em: <http://www.efeitossonoros.net/search?updated-
max=2010-11-05T15%3A20%3A00-07%3A00&max-results=12>
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artemed,
1996.
GUIMARÃES, Sandra Regina Kirchner. Dificuldades no Desenvolvimento da Lectoescrita: O
Papel das Habilidades Metalinguísticas. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v19n1
/a06v19n1.pdf>
LIMA, Nelson S. Dificuldades de aprendizagem. Disponível em
<http://aprenderefacil.blogspot.com/2005/11/dificuldades-de-aprendizagem.html>, 2005.
LOWENKRON ,Theodor. Simpósio do departamento de diagnóstico e classificações em
psiquiatria. Xxv Congresso Brasileiro de Psiquiatria, 2007, Porto Alegre.
MACEDO, E. C. de; CAPOVILLA, F. C.; NIKAEDO, C. C. et al. Teleavaliação da habilidade de
leitura no ensino infantil fundamental. Psicol. esc. educ. Jun. 2005, vol.9, no.1, p.37‐46.
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Referências
NUTTI Juliana Zantut. Distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem
disponível em: <http://neuropsicopedagogiaemfoco.blogspot.com/2009/11/disturbios-
transtornos-dificuldades-e.html>, 2009.
PORQUÊ.... SOMOS DIS !?? Disponível em<http://dislexicosaibaseusdireitos.blogspot.
com/2010/ 08/dislexia-estrategias-para-melhorar.htmldenorte1.edunet.sp.gov.br/.../DISLEXIA
_blog_ Martha %5B1%5D.doc>
PAVÃO, Vania Dislexia e disortografia: a importância do diagnóstico. Disponível
em: <http://www.igt.psc.br/ojs/include/getdoc.php?id=420&article=50&mode=pdf>
SAMPAIO, Simaia Disortografia. Disponível em: <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/
disturbios.htm#Disortografia>, 2010
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