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CONTRIBUIÇÕES DE DINÂMICAS DE GRUPO NAS RELAÇÕES

PESSOAIS DE ADOLESCENTES DE CURSO PROFISSIONAL

INTEGRADO EM CONDIÇÃO DE INTERNATO

Rosecleia Camargo Pinto1

Carlos Eduardo da Costa Schneider2

RESUMO

O artigo relata resultados de pesquisa sobre contribuições de dinâmicas de grupo nas relações pessoais de adolescentes de Curso Técnico em Agropecuária do Centro de Educação Profissional Agrícola da Lapa, em condição de internato. Para coleta de dados através de atividades extracurriculares, com fins de melhorar a interação dos educandos do ensino médio. A proposta objetivou contribuir no aprimoramento das relações - interpessoais vinculada a possível superação de preconceitos e paradigmas em âmbito escolar, facilitando a construção social onde cada sujeito possa se reconhecer na diferença do outro por meio de atividades extra curriculares dinâmicas de grupo e estabelecer novas relações afetivas com colegas na mesma situação, entendendo como se dão as relações desses adolescentes, além da sala de aula visando sua formação integral como cidadão, onde todos os sujeitos tenham os mesmos direitos. Assim, a implementação ocorreu através de sequencia didática centrada em dinâmicas de grupos. Os resultados obtidos por meio da pesquisa-ação indicam que dinâmica de grupos pode se configurar como uma prática inovadora e utilizada como ferramenta pedagógica centrada no desenvolvimento de competências e habilidades desde que seja trabalhada com ações planejadas, objetivos e finalidades a serem alcançadas.

Palavras-chave: Dinâmica de Grupo. Relações-Interpessoais. Formação Integral.

1. INTRODUÇÃO

O artigo apresenta resultados de uma pesquisa-ação, por meio do Programa

de Desenvolvimento Educacional – PDE, que é ofertado pelo Governo do Estado do

Paraná e oportuniza a formação continuada de professores visando a superação de

dificuldades presentes na educação básica, objetivando a melhoria do processo

ensino e aprendizagem dos educandos.

O tema “Contribuições de Dinâmicas de Grupos nas Relações Pessoais de

Adolescentes de Curso Profissional Integrado em Condição de Internato” foi

desenvolvido em período de contra turno, a noite, como atividade extracurricular e

foi bem aceito no Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola da Lapa (PR) 1 Professora PDE do Colégio Estadual São José, Lapa PR

2 Professor Orientador PDE da Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR

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por alunos em condição de internato oriundos de diversas regiões com culturas

diversificadas e necessidades individuais.

O trabalho desenvolvido foi amparado pelos conteúdos estruturantes das

Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico (SEED,

2006), na disciplina de ensino da Educação Física, abordando o Conteúdo

Estruturante: Jogos e Brincadeiras, permeados pelos elementos articuladores:

Cultura Corporal e Ludicidade, que norteiam as práticas pedagógicas na busca de

integração de todos os indivíduos nas relações pessoais.

A construção do Currículo Integrado, devido a sua complexidade exige um

modo de pensar e agir pedagógico educacional, onde toda comunidade escolar

possa estar inserida na busca de inter-relações baseado nas múltiplas e diversas

experiências dos sujeitos inseridos nesse contexto, que envolve a prática social e o

mundo do trabalho. O tema desenvolvido favorece a o compromisso de uma

integração voltada para a formação humana e inclusiva dos alunos, relacionando as

atividades propostas as necessidades reais que o curso técnico integral exige em

todo processo da preparação para construção de elementos essenciais nas relações

pessoais e interpessoais, voltadas a capacitação e transformação dos envolvidos.

A pesquisa-ação teve entre outros autores referenciados, os estudos do

professor KURT LEWIN (1890 – 1947) que popularizou a expressão dinâmica de

grupo, com significativas contribuições tanto à pesquisa quanto à teoria.

Para tanto, foi desenvolvido a implementação pedagógica através de uma

sequencia didática de atividades de dinâmicas de grupo, com intenção de melhorar

a adaptação, as relações pessoais ( intrapessoal e interpessoal), possíveis conflitos

de convivência, uma vez que permanecem a semana toda no Colégio, longe de casa

e de seus familiares.

Para entender e situar as relações de adolescentes inseridos no grupo com o

qual foi trabalhado, levou-se em consideração reflexões iniciais como algumas

importantes observações que puderam antecipar as práticas de aplicação de

dinâmicas no grupo, para o professor facilitador, durante o desenvolvimento do

trabalho, como: Autoestima do adolescente; Autoimagem; Modo de expressar-se;

Perspectivas; Sexualidade; Realidade Familiar e Social; Condições da Escola.

A proposta do trabalho também proporcionou lazer e descontração aos

estudantes de período integral, que requer o desenvolvimento de habilidades sócio

afetivas.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A importância do conhecimento de si

Segundo, SPRADA, desde o início dos tempos o convívio sempre foi um

desafio para a humanidade, pois as relações se estabelecem por afinidades, pela

falta delas, por interesses, por afirmações, enfim por inúmeros motivos.

O termo intrapessoal, significa o ser interno, as contradições, as afirmações,

os desejos, as angústias, os desalentos, as alegrias, ou seja tudo que se relaciona

aos próprios sentimentos. A partir dos estímulos internos é que se transparece ao

mundo.

A relação consigo mesmo é de extrema importância, podendo-se dizer que é

o alicerce. A emoção é uma inteligência que quando bem trabalhada possibilita ao

ser em contínuo desenvolvimento uma inesgotável fonte de recursos para o pleno

exercício da vida. Com a emoção vem a linguagem, a comunicação fazendo

conexões entre as pessoas. Quando falamos em comunicação e linguagem, falamos

em saber colocar nossas vontades sem atropelar, sem ferir.

Os conflitos internos ajudam a fortalecer as emoções. A flexibilidade, o

respeito às diferenças. A harmonia interna começa a ser atingida pelos estímulos

externos e o conflito dá partida para o processo cíclico de transformações, de

fortalecimentos, de buscas, de abandonos. As Relações Interpessoais se

desenvolvem a partir da interação, do eu com o outro num processo contínuo das

relações com o meio.

Os relacionamentos podem ser harmoniosos e prazerosos, com integração

das energias que circundam a cada ação produzindo uma soma maior chamada

SINERGIA, ou tenso, conflituoso levando a divisão de ideias, pensamentos e até

possíveis afastamentos. A empatia, a flexibilidade, a motivação, a iniciativa, entre

outros, dão impulsos para os relacionamentos harmoniosos.

2.2 Desenvolvimento das Relações Pessoais - Intrapessoal e Interpessoal

Nas mais diversas sociedades, a convivência sempre foi um desafio. A busca

pelo equilíbrio entre as pessoas, interesses em comuns, uma infinidade de razões e

emoções estão presentes nas relações interpessoais.

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Para Vygotsky (1991), o processo de internalização é fundamental para o

desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A internalização envolve

uma atividade externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna,

é interpessoal e se torna intrapessoal.

“[....]os processos humanos têm gênese nas relações com o outro e com a cultura, sendo a constituição do funcionamento humano socialmente mediada, as relações com parceiros necessitam ser investigadas ao se examinar o curso de ação do sujeito.” ( VYGOTSKY, 1991,apud Cadernos de Pesquisa, p.138)

O relacionamento intrapessoal se refere a capacidade do indivíduo de

conhecer a si mesmo. Sendo assim, a expressão intrapessoal é a relação com os

nossos sonhos, desejos, angústias, aspirações, emoções e tudo que se refere aos

nossos sentimentos, sejam eles positivos ou negativos. É a partir de estímulos

internos e do conhecimento real das próprias emoções (intenções, motivações,

estado de ânimo) e controle de sua própria reação em função destes sentimentos

que nos relacionamos com o externo. As trocas interpessoais são incessantes e

permeiam qualquer processo de aprendizagem e se desenvolvem a partir da

interação do que se estabelece o relacionamento com outras pessoas. O

relacionamento interpessoal está relacionado com o próximo, é através dessa

competência que o indivíduo se relaciona e interage com os outros. É esta

habilidade necessária para entender e responder adequadamente a determinadas

condições como temperamentos, desejos de outros indivíduos. As trocas

interpessoais são incessantes e permeiam qualquer processo de aprendizagem e se

desenvolvem a partir da interação do EU x OUTRO. O conhecimento de si,

associado ao conhecimento do outro, constroem uma relação de conjunto, de

equipe.

O homem é um ser capaz de relacionar-se, sair de si e projetar-se nos outros. Estas relações não se dão apenas com os outros, mas se dão no mundo, com o mundo e pelo mundo. O animal não é um ser de relações, mas de contatos. Está no mundo e não com o mundo. Ao se relacionar com outros homens e com o mundo, construindo este, o homem é capaz de refletir, captar a realidade e conhecê-la. (Freire,apud acervo - SINPROFAR, p.10).

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2.3 Dinâmicas em Grupo

Na década de 30, a Dinâmica de grupo surgiu, como sendo um campo

identificável de pesquisa nos Estados Unidos, por meio da Sociedade Americana

que fornecia condições para o desenvolvimento de um movimento mais intelectual

para o aparecimento da Dinâmica de Grupo, onde teve seu principal enraizamento

através do pioneirismo de estudos experimentais de grupos que referia-se as

resultados de diferentes formas de lideranças no ajustamento de meninos e meninas

em alojamentos em acampamentos de verão.

O professor KURT LEWIN (1890 – 1947) popularizou a expressão dinâmica

de grupo, com significativas contribuições tanto à pesquisa quanto à teoria,

considerando seu início de carreira, consagra-se em torno de oito anos de sua

carreira universitária aos estudos dos fenômenos de grupo, dentro da evolução da

psicologia social, sendo ainda inspiração para as pesquisas dessa área em

importantes centros.

De acordo com artigo (apud portal da educação), o princípio dos estudos

sobre Dinâmica de Grupo se deram através de Kurt Lewin, em 1946, pelo Instituto

de Tecnologia de Massachussetts, nos Estados Unidos, tendo como objeto de

estudos à compreensão da origem dos grupos, sua natureza e evolução, bem

como a influência das pessoas sobre os grupos e vice-versa.

Através de estudos, Kurt Lewin, criou a “Teoria de Campo”, que fala sobre a

atuação do homem em um ambiente de forças internas e externas à pessoa, Lewin

também é autor do desenvolvimento da “Teoria da Dinâmica dos Grupos”, que

busca compreender a estrutura, o poder, a liderança e a comunicação do grupo,

com o objetivo de levar as pessoas a novos comportamentos por meio da exposição,

discussão e decisão através desse diferente método de todos os já utilizados até

então.

No Brasil o professor Lauro de Oliveira Lima foi o pioneiro na aplicação de

técnicas de Dinâmicas de Grupo na década de 1960, ministrando cursos. Publicou

em 1969 a 1ª edição com o título Dinâmica de Grupo, no Lar na Empresa na Escola,

tendo como referência as teorias de Piaget, que deu origem a Escolinha “A Chave

do Tamanho”, experiência pedagógica, que autorizada por Jean Piaget, passou a

aplicar o Método Psicogenético desenvolvido pelo professor Lauro a partir das

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teorias de Piaget, num processo de transformação da pedagogia brasileira. E a base

de uma aula piagetiana é naturalmente, a Dinâmica de Grupo.

Após 30 anos de aplicação de Dinâmicas de Grupo na Escolinha “ A Chave

do Tamanho”, as técnicas foram evoluindo, aperfeiçoando o método e sua aplicação

enorme para o futuro.

Segundo MICHELETTI, o conceito de dinâmica de grupo como conhecemos

hoje surgiu entre 1935 e 1955. O desenvolvimento da prática de Dinâmica de

Grupos como técnica e metodologia educativa para realizar treinamento das

capacidades humanas, teve seu desenvolvimento como ferramenta pedagógica com

fins de aprendizagem nos Estados Unidos desde 1950. No Brasil, imagina-se, sem

dados comprobatórios que ela tenha começado a ser utilizada em escolas e

empresas desde 1970. Dinâmicas de Grupo saiu da sala de aula e disseminou-se

também pelo lar e empresas ramificando-se e expandindo-se.

2.4 Alguns conceitos de Dinâmicas de Grupo

A palavra Dynamis é de origem grega e significa força, energia, ação. A

expressão Dinâmica de Grupo apareceu em um artigo publicado por Kurt Lewin, em

Psicologia Social pela primeira vezem 1944, e tratava da relação entre teoria e

prática. Kurt Lewin utilizou essa expressão e começou a pesquisar os grupos, com

objetivo de ensinar às pessoas novos comportamentos, por meio da discussão e de

decisão em grupo.

Dinâmica é um instrumento de aproximação de interesses, utilizada como

técnicas por empresas, para descobrir e avaliar o comportamento de grupos de

candidatos, com o objetivo de observar o comportamento de pessoas na situação de

grupos e no modo de ser de cada participante.

Para WERNIKOFF, (apud As etapas da dinâmica de Grupo) “Dinâmica é a

atividade que leva o grupo a uma movimentação, a um trabalho que perceba, por

exemplo, como cada pessoa se comporta em grupo, como é a sua comunicação, o

nível de iniciativa, a liderança, o processo de pensamento, o nível de frustração, se

aceita bem o fato de não ter a sua ideia levada em conta”.

A partir do momento que três ou mais pessoas estão se comunicando e

trocando informações, podemos dizer que se estão se movimentando, aprendendo,

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e, se há uma interação, há dinâmica. A dinâmica de um grupo é o seu movimento, é

a vida e a inter-relação entre os participantes deste.

Uma dinâmica é composta dos seguintes elementos: Objetivos; Materiais;

Ambiente - Clima: Tempo determinado ( com início, meio e fim). Passos; Número de

participantes; Perguntas e Conclusões e ainda segundo WERNIKOFF, as dinâmicas

são definidas em três etapas: apresentação, aquecimento e atividade principal.

2.5 Contribuições das Dinâmicas de Grupos como Ferramenta Pedagógica

na Educação Profissional

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Profissional, as novas

demandas, resultam das mudanças ocorridas no mundo do trabalho, que passam a

estabelecer uma nova relação entre conhecimento compreendido como produto e

como processo da ação humana, com o que se passa a demandar maior

conhecimento teórico por parte dos trabalhadores daí a necessidade de se articular

as novas mudanças conforme as novas bases do desenvolvimento capitalista, em

face das mudanças ocorridas na forma de produzir que atendam às necessidades

do processo de acumulação flexível em uma sociedade que, requer novas

competências comunicativas cognitivas e complexas. As transformações

tecnológicas exigem raciocínio lógico-formal, de modo transdisciplinar, à capacidade

de tomar decisões e à capacidade para transferir aprendizagens anteriores para

situações novas. Ao mesmo tempo, verifica-se o desenvolvimento das competências

afetivas vinculadas à capacidade para lidar com a incerteza, com a dinamicidade e

com o estresse, de forma comprometida com uma concepção de homem e de

sociedade estabelecidas nas mudanças ocorridas no mundo do trabalho, e a nova

relação entre conhecimento compreendido como produto e como processo da ação

humana, com o que se passa a demandar maior conhecimento teórico por parte dos

trabalhadores.

Na dinâmica o próprio grupo se autoanalisa e se auto interpreta. O grupo

motiva o indivíduo e o indivíduo motiva o grupo: o indivíduo aprende do grupo e o

grupo, do indivíduo. Portanto as técnicas didáticas da Dinâmica de Grupo devem ser

alternadas entre o trabalho individual, mas com vistas ao trabalho em grupo, e o

trabalho em grupo com vistas à motivação individual.

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Favorecer e assegurar o crescimento do grupo é o principal desafio de quem

trabalha com essa metodologia, visando a integração.

Essa integração se opera gradativamente em três fases:

1. A primeira fase é identificada como a fase individualista, pois os que se

reúnem em grupo têm tendência, no início e por um certo tempo, a querer se afirmar

como indivíduos.

2. A segunda fase é a fase de identificação. Quanto mais heterogêneo o grupo,

mais esta fase terá tendência a se prolongar, pois os indivíduos sentem, então, a

necessidade de subgrupar com aqueles que experimentaram o mesmo temor e

partilham das mesmas necessidades.

3. A terceira fase, é de integração, acontece quando cada elemento do grupo se

sente plenamente aceito. Quando todos os membros tiverem certeza de que no

momento das decisões serão aceitos e o grupo de trabalho consegue então se

integrar.

Na escola, a Dinâmica de Grupo promove a participação, desde que responda

a objetivos específicos de uma determinada prática educativa, como estratégia, no

sentido de estimular a produção do conhecimento e a recriação deste conhecimento

tanto no grupo como no individual, utilizada como um meio e não um fim.

Segundo Perpétuo e Gonçalves (2005, p.2),a Dinâmica de Grupos, constitui

um valioso instrumento no processo ensino-aprendizagem que valoriza tanto a teoria

como a prática, considerando todos os envolvidos como sujeitos, onde o trabalho

coletivo é colocado como um caminho para se interferir na realidade modificando-a,

na construção do conhecimento em conjunto. Através da utilização da Dinâmica de

Grupo utilizada como ferramenta pedagógica, é possível aplicar a técnica através de

jogos e brincadeiras, dramatizações, oficinas e vivencias de modo descontraído para

discutir os mais variados temas sejam eles polêmicos ou complexos.

3. METODOLOGIA

O projeto de intervenção pedagógica na Escola, com o título “Contribuições

de Dinâmicas de Grupos nas Relações Pessoais de Adolescentes de Curso

Profissional Integrado em Condição de Internato”, do Programa de Desenvolvimento

Educacional do Estado do Paraná (PDE) – Formação Continuada, da Secretaria de

Estado da Educação (SEED), primeiramente foi apresentado para a direção de

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escola e a equipe pedagógica do Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola

da Lapa (PR), Município da Lapa –PR, durante a semana pedagógica, realizada em

fevereiro de 2014, objetivando demonstrar as ações previstas e cronograma de

atividades que foram desenvolvidas no Estabelecimento de Ensino.

Para a implementação das atividades, foram eleitos 25 alunos e alunas

internos do primeiro ano integral do curso técnico em agropecuária, em período

noturno, uma vez por semana, tendo início no mês de março e finalizado em julho,

totalizando em 13 encontros.

3.1 Tabela das Dinâmicas Aplicadas

Dinâmicas Aplicadas

Cumprimento Musical;

Mãozinhas;

Boas Vindas; Chegada;

Balão no pé (com música)

Salada de frutas e variações;

Cadeia de afinidades;

Me toca aqui. A escada; Abraços Musicais Cooperativos;

Teia; Cartão Postal; Comandar e Ser comandado.

Dança da Cadeira e Dança da Cadeira Cooperativa

Jogo do Jornal (Dançante);

Massa de Modelar; Escultura.

Eu e o Grupo. Dentro e Fora.

Pintura Alternativa (pintura em conjunto).

A Trilha; Colo musical.

Sorriso Milionário; Balão na roda (com música)

Balão na roda (com música)

Adolescência e Auto Estima

Adolescer

Jogo da Auto Estima; Conceito; Dinâmicas com músicas: Enviando

Mensagens; Energização; Mentalização; Dinâmica: Abraço de Urso

(Confraternização).

Fonte: PDE 2012 – Produção Didática

No primeiro encontro com os alunos, para iniciar a implementação das

atividades, foi aplicado a dinâmica: Cumprimento Musical, para descontração e

após a dinâmica Mãozinhas com o objetivo de diagnosticar as expectativas e as

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contribuições dos educandos, visando coleta de dados e aproximação para o

desenvolvimento das dinâmicas nos encontros seguintes:

Tabela 1 : Diagnóstico das expectativas e contribuições dos educandos referente a aplicação da Dinâmica Mãozinhas

Número de respostas

Expectativas Número de respostas

Contribuições

6 “Se formar no curso”

6 “Estudar”

2 “Passar de ano” 1 “Ser uma pessoa dedicada”

3 “Aprender coisas novas”

3 “Estudar bastante”

5 “Não reprovar de ano”

1 “Ouvir sempre quem tá certo”

1

“Viver cada instante da minha vida sempre fazendo o certo”

1 ”Falar, mas também ouvir as pessoas”

1 “Ter um futuro brilhante”

1 Me esforçar muito para conseguir vitórias

2 “Ir bem no colégio” 1 Não reprovar

1 “Não ter inimigos no colégio”

1 “Fazer amigos para vida toda”

1 “Estudar” 1 “Não criar inimizades”

1 “Ter bom ensino” 1 “Ser boa amiga de todos e de todas”

1 “Fazer muitas amizades”

1 “Seguir os meus amigos”

1 “Se divertir” 1 “Ser uma pessoa sincera”

1 “Levar do colégio bons momentos”

1 “Esperar o tempo passar”

1 “Se formar e ser um bom técnico”

1 “Estudar muito”

2 “Conviver em harmonia com todos do colégio”

1 “Me esforçar para alcançar meus objetivos”

1

“Não tirar notas vermelhas, não levar advertências, não ser expulso, se formar no terceiro ano, ser mais feliz”

1 “Deixar de lado coisas ruins e espero um pouco de ajuda dos outras pessoas”

1

“Fazer amizades eliminando as pessoas falsas e deixando as verdadeiras, conseguir me formar, sem reprovar e fazer que todos ou

1 “Tentar mudar a cabeça das pessoas a meu respeito mostrando que sou gente boa”

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a maioria gostem de mim”

1

“Passar de série, se formar em técnico agropecuária, fazer muitos amigos e amigas, se dar bem com todos: professores, diretores, inspetores, etc.”

1

“Estudar muito para se formar em técnico-agropecuária, ajudar todos os alunos no que precisarem, sempre dar conselhos para que não façam bobagens, etc”.

1

“Me formar em agropecuária, melhor alimentação, mais jogos, aulas mais divertidas, mais aulas de educação física”

1 “Estudar não bagunçar, levar a escola a sério, cumprir normas, ser feliz”

1 “Achar algo que eu preste para fazer”

1 “Pesquisar e estudar assuntos que me interesse”

1

“Passar de série, amigos, namorados, se formar em técnica em agropecuária”

1 “Me dedicar ao máximo para realizar o que estou a procura”

Fonte: PDE 2012 – Caderno Temático - Dinâmica Mãozinhas

3.2 Descrição dos Resultados

As dinâmicas foram selecionadas e divididas de acordo com o número de

encontros, segundo a classificação das técnicas em: Técnica quebra gelo; Técnica

de apresentação; Técnica de integração; Técnica de capacitação Técnicas de

animação e relaxamento; considerando as fases: começo; meio e fim.

Nos primeiros encontros foram aplicadas dinâmicas de apresentação:

Aprendendo o Nome para proporcionar a apresentação uns aos outros e

integração entre professora e alunos. Foram trabalhadas as dinâmicas; Boas

Vindas e Chegada.

Houve boa aceitação e pude perceber que havia muita timidez por parte de

alguns alunos notando-se diferentes reações ao manifestarem-se como risadas

incontidas, outros pareciam estar muito reprimidos, parecia que queriam se

esconder, correr dali, mas se mantiveram tentando superar as primeiras dificuldades

ao se apresentarem aos colegas no grupo. Foi muito importante, pois muitos ainda

não se conheciam e começaram a estabelecer boas relações. Também foram

utilizadas dinâmicas para “quebrar o gelo” , para cumprimento geral visando retomar

as atividades sempre buscando melhorar a integração incentivando a participação.

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Com a aplicação das dinâmicas aplicadas foram: Me toco aqui; Dinâmica do

1, 2, 3, objetivou-se despertar a consciência corporal. Observou-se o interesse na

tentativa de superação das dificuldades, envolvimento, descontração e alegria do

grupo.

No terceiro encontro foram aplicadas dinâmicas de aquecimento (quebra

gelo), para integração e descontração do grupo: Balão no pé e Salada de Frutas.

Na sequencia foi trabalhada a dinâmica Cadeia de afinidades, com a intenção de

identificar possíveis conflitos e também afinidades no grupo, com questões reflexões

relacionadas as atividades.

No quarto dia, como já estavam mais próximos, foi realizada a Dança das

Cadeiras com objetivo de favorecer a descontração e a competitividade. No final do

encontro, foram realizados atividades de consciência corporal favorecendo a volta a

calma e reflexões sobre as atividades desenvolvidas, onde percebeu-se ânimo,

integração e disposição para conversas.

No quinto encontro as dinâmicas escolhidas foram: Abraços Musicais

Cooperativos, Teia e Quem é você? As atividades propostas foram importantes

para romper tensões ocorridas durante a semana, favorecendo o sentimento de

grupo, despertando o lado positivo da convivência. Oportunizou também os

educandos a expressar sentimentos e refletir sobre aspectos individuais. A

participação foi muito proveitosa percebendo-se a importância de momentos para

reflexões sobre situações do cotidiano nas relações pessoais.

O sexto encontro foi direcionado para favorecer as relações de confiança e

solidariedade através das dinâmicas: Comandar e Ser Comandado e Cartão

Postal. Com a aplicação da dinâmica Jogo do Jornal Dançante, pode-se refletir

questões como divisão de espaço, dificuldades a serem superadas, além de

descontração e alegria.

No sétimo encontro procurei trabalhar a confiança nas pessoas do grupo e o

relacionamento entre ambas, por meio das dinâmicas: Escultura e Massa de

Modelar que exige contato físico. Também trabalhei a dinâmica Eu e o Grupo em

que se procura descobrir características do grupo, na tentativa de estabelecer regras

e possíveis normas de convivência, para melhorar as relações.

O oitavo encontro foi elaborado com intenção de refletir como superar os

obstáculos já discutidos no encontro anterior com a finalidade de vivenciar a pressão

social do grupo; sentimentos e valores, para tanto, foi utilizada a dinâmica Dentro e

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Fora. E para tentar superar obstáculos de questões levantadas pelo grupo,

proporcionando a cooperação trabalhei com a dinâmica: Pintura Alternativa, que é

uma pintura em conjunto, e contribuiu positivamente para possíveis soluções para

questões levantadas pelo grupo, no momento das reflexões.

No nono encontro, uma das dinâmicas aplicadas foi A Trilha, experimentando

desenvolver a solidariedade e resgate do compromisso com o outro, onde o grupo

foi dividido em dois para realização da atividade que envolveu reflexões sobre

cooperação, solidariedade e respeito. Aqui trabalhei também a cooperação através

da Dança de Cadeira Cooperativa com o objetivo de não excluir nenhum

participante, e por fim a dinâmica Colo Musical. Observei que a animação do grupo

em participar das brincadeiras não excluiu o espírito de equipe, houve certa

preocupação para que todos se envolvessem e houve respeito mútuo entre todos os

participantes.

O décimo encontro proporcionou diversão e alegria aos participantes. As

dinâmicas que foram aplicadas: Sorriso Milionário, Balão na Roda, foram bem

aceitas por serem trabalhadas com músicas alegres. Também pode-se refletir sobre

a importância dos trabalhos realizados até então, por meio de mensagens enviadas

aos colegas durante a realização da dinâmica. Esse momento permitiu avaliar o

trabalho desenvolvido até então e orientar as próximas atividades para encerrar a

implementação pedagógica. Aí percebeu-se o amadurecimento do grupo em relação

ao início do trabalho, percebi que os alunos internos já estavam demonstrando maior

preocupação com os colegas e tentavam colaborar nos momentos de dificuldades

que foram surgindo. Também pode-se avaliar maior exposição e confiança nos

relatos de problemas, ansiedade, alegria e até tristezas, com ocorreu no fato da

transferência de uma aluna que deixou os participantes do grupo muito tristes,

sentindo falta da colega. Nesse momento surgiu a oportunidade para reflexões sobre

perdas, mudanças, etc.

No décimo primeiro encontro foram trabalhadas questões relacionadas a

adolescência. Inicialmente, elaboramos um conceito do que é adolescência, partindo

de questões levantadas, na tentativa de estimular a percepção do processo da

adolescência. Sugiram fatos de timidez, baixa auto estima, relacionamentos

amorosos. Foi aplicada a dinâmica Adolescer e Descobrindo a Adolescência,

onde o grupo pode expor como percebem a fase da adolescência, como se veem e

como são vistos socialmente, além de identificarem suas possibilidades, assim como

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relembrar da infância e a passagem para a adolescência além de acontecimentos

importantes na vida de cada um, tal qual seus significados.

No décimo segundo dia de encontro trabalhamos com dinâmicas de

confraternização e reflexões sobre os encontros, buscando valorizar a auto estima e

transmitir boas energias aos colegas do grupo com trocas de mensagens positivas,

conscientização sobre a importância de cada um no meio em que estão inseridos,

na tentativa de permanecer o espírito de equipe e melhorar o relacionamento com

toda comunidade escolar. As dinâmicas utilizadas para tais reflexões foram:

Enviando Mensagens; Energização; Mentalização e finalmente, Abraço de

Urso.

O encerramento das atividades se deram através da aplicação de um

questionário, com questões relacionadas aos encontros e uma confraternização, por

meio de dinâmicas recreativas. Foi notável a integração e animação de todos

adolescentes participando ativamente e por fim relatando as melhorias nas relações

pessoais de cada participante em relação ao CEEPAL e além do meio escolar.

3.3 Análise dos resultados

Tabela 2 - Demonstrativo das respostas da ficha de avaliação dos encontros

Questões Respostas

Questão nº 2

Como me senti _________________

“Bom humor; melhor auto estima; “segura, feliz”;

“Muito bem, a sensação de estar próximo aos

colegas é maravilhosa”; “Me senti bem e feliz em

poder me descontrair com meus colegas”; “ Muito

bom, a cada semana saía renovado”; ”Bem, me senti

leve”; “Alegre, divertida, sorridente e feliz!”; “Mais

confiante, leve, aprendi a concentrar e segurar

minhas emoções”; ”Das mensagens passadas uns

aos outros”; “Me senti muito bem”;” Com um pouco

de medo, mas tive boas vibrações comigo.”

Questão nº 3

O que mais gostei

foi_____________________

“Mensagem dos balões”; “Gostei de todas as

dinâmicas”; das confraternizações no final”; “A união

do grupo”; ”Bom na verdade não sei o que mais

gostei, gostei de tudo.” “Passar energia e se

comunicar com todos”; “Das brincadeiras”;” Encher

balões...Rsss”

Questão nº 4 “Quebra cabeças;” “Os momentos que não queriam

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O que menos gostei___________________ me escolher”;” “Desrespeito”; “Não teve o que eu

menos gostei”;” É que é um dia da semana

só...Rss...”; “ Gostei de tudo”; ”Nada.”

Questão nº 5

O que levarei comigo servirá para:

___________________________________

“Toda minha vida”; “para minha vida”; “O

relacionamento com a sociedade e principalmente

com os amigos”; ”Meu bem estar”; “Servirá como

lembrança de todos os momentos divertidos com

todos”; ”A minha vida tanto pessoal como alheia”;

Tudo, para viver melhor com a sociedade.”; “Não

deixar se abalar por um pequeno motivo”; ”Tudo”;

“Melhorar o que sinto como medo, insegurança...”

Questão nº 6

Quero fazer o seguinte comentário e/ou

sugestão:___________________________

“Foi muito legal, gostei”;” Gostei muito e espero que

as atividades continuem!”; “Estas aulas estão me

fazendo bem, me divirto com meus amigos”; ”Ter

essas atividades duas vezes por semana”; ”Ótimo

trabalho, além de divertir, deixou a cada encontro

uma marca especial.”

Durante o desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica, aconteceu

a interação virtual dos Professores PDE e os demais professores da Rede Pública

Estadual por meio do Grupo de Trabalho em Rede- GTR. Este programa e está

vinculado ao Programa de Desenvolvimento Educacional -PDE, no Estado do

Paraná, para socializar os estudos, com outros Municípios do Estado, viabilizando a

contribuição e inovação de práticas pedagógicas educacionais além das importantes

trocas de experiência, através de alternativas de formação continuada,

democratizando assim o acesso aos conhecimentos teóricos- práticos específicos

Educação Básica desenvolvidos no PDE.

Os 15 cursistas participaram contribuindo e analisando o projeto de

intervenção expondo suas ideias e interagiram por meio de diários de discussões

em fóruns e ainda através de postagens de vivencias pedagógicas realizadas em

turmas que lecionam salientando aspectos positivos e possíveis negativos com

aplicação de técnicas de dinâmicas de grupos de acordo com cada realidade,

refletindo a viabilidade do mesmo em outras disciplinas do currículo da educação

básica e profissional, além da educação física.

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Tabela 3 Alguns comentários e contribuições de professores cursistas que participaram do GRT:

Cursista 1

“As dinâmicas de grupo podem colaborar com

professores de Educação Física, na articulação de

seus conteúdos e na colaboração do senso do

coletivo, tão difícil de desenvolver nos alunos. Pois

vivemos num mundo capitalista e individualista onde

tais valores tem sido deixados de lado. Resgatar tais

valores são de suma importância na construção de

uma sociedade melhor e de cidadãos mais humanos.

O tema trabalhado é de suma importância, pois

podemos explorar muito mais em nossas práticas, e

assim deixamos nossas aulas ainda mais atrativas,

principalmente para alunos não atletas, que muitas

vezes nem querem participar das aulas por falta de

habilidades.”

Cursista 2

“É de extrema importância o trabalho com dinâmicas

de grupos, pois pensar nas relações pessoais é

pensar em favorecer e muito o aprendizado, onde o

aspecto afetivo tem papel fundamental para boas

relações...”

Cursista 3

“Sem dúvidas, são inúmeros os resultados que podem

ser alcançados em sala de aula através de dinâmicas

de grupos. Muitos alunos, atitudes e comportamentos

podem ser alcançados realizadas em suas turmas e

que deram e transformados num trabalho de grupo,

isto porque certas dinâmicas envolvem e sensibilizam

os participantes de forma descontraída, espontânea,

prazerosa, mas com finalidades específicas. E no final

todos saem ganhando. O professor atingindo seus

objetivos e o grupo crescendo em potencial, em

igualdade harmônica e em relacionamento

interpessoal.”

Fonte PDE 2012 Cursistas GTR

As participações dos professores cursistas foram de grande valia para

compreensão de diversas situações e oportunidades para ações inovadoras nas

aulas, como ferramenta pedagógica que valoriza o ser humano, considerando todas

as possibilidades de atender as necessidades pessoais de cada aluno e suas

relações com o outro e o meio no qual está inserido.

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A avaliação desta intervenção pedagógica foi realizada durante o decorrer de

todo processo de implementação pedagógica por meio da utilização de uma Ficha

para Acompanhamento dos Encontros, preenchida pela professora com

observações relevantes ao desenvolvimento das atividades, tais como: Integração

entre os alunos; Interesse e participação nas atividades; Dificuldades na realização

das dinâmicas; Comentários e sugestões dos participantes.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta do trabalho com dinâmicas de grupo surgiu como ferramenta

pedagógica e também como uma alternativa metodológica diferenciada

possibilitando, por meio do seu uso, interferir significativamente no desenvolvimento

de adolescentes que estudam em condição de internato, ausentando-se do seio de

seus familiares, vinculando-se ao convívio com outros estudantes na mesma

situação semanalmente, além de possibilitar momentos de aprendizagem para a

professora PDE, demonstrando grande importância, prazer e envolvimento.

Através da análise dos resultados dos questionários aplicados ao final dos

encontros, verificou-se a importância de projetos desenvolvidos do PDE, além da

oportunidade de ofertar formação aos educadores. O trabalho desenvolvido com

Dinâmicas em Grupos nos mostra que as vivências partilhadas geram um

aprendizado tanto pessoal quanto grupal, portanto libertador, possibilitando,

autoconhecimento, respeito ao outro como ser diferente, sentimentos de

pertencimento, percepção da realidade que nos cerca, desenvolvimento da

consciência crítica, além de fortalecer as ideias de que novos encaminhamentos

metodológicos devem ser pensados, assim como repensar e prever novas

possibilidades educacionais inseridas no contexto maior da escola e assumidos

pela comunidade escolar. O diálogo com o outro, presentes nas relações –

interpessoais são fundamentais na elaboração de uma ação interdisciplinar. Logo,

essa prática individualizada passa a ser do coletivo, uma vez que tenha sido

investigada e comprovada com resultados analisados satisfatoriamente. O estudo

demonstrou a importância de trabalhar com as dinâmicas de grupo, pois oportuniza

a integração e melhora as relações pessoais significativamente.

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Na convivência com grupos de adolescentes, adquirimos uma certeza: a de que o trabalho com jovens se pauta mais na construção de um vínculo de caráter libertador, fundamentado na confiança e no respeito, do que em discussões formais sobre temas objetivos. Libertador é o vínculo, a relação que permite a expressão das questões pessoais sob as mais variadas formas, que possibilita a descoberta de que é possível somar diferenças, que viabiliza a percepção das contradições pessoais e grupais e a construção de novos caminhos. (SERRÃO, 1999, p.27)

Segundo estudos, (apud Fundamentos da Dinâmica de Grupos), Lewin

procurou elucidar até sua morte que estruturas, que dinâmica profunda, que clima de

grupo, que tipo de leadership permite a um grupo humano atingir autenticidade em

suas relações tanto intergrupais, assim como à criatividade em suas atividades de

grupo.

Podemos concluir que o objeto de estudo descrito proporcionou, por meio das

vivências das dinâmicas de grupo estimular reflexões sobre o seu uso como

ferramenta pedagógica, no que se refere a novas ações metodológicas para

melhorar a formação integral contribuindo nas relações pessoais dos educandos do

“Curso Profissional Integrado em Condição de Internato”. Como afirma CUNHA:

Dinâmicas são instrumentos ou ferramentas que fazem parte de um processo de formação e organização e que objetivam possibilitar a criação e a recriação do conhecimento dentro de uma visão participativa. Através da dinâmica, a pessoa entra em contato, igualmente, com suas limitações, qualidades e virtudes, ajudando a superar bloqueios e medos. Elas também colaboram para superar barreiras que impedem a comunicação e a interação com o grupo. Se as estruturas sociais, muitas vezes favorecem o isolamento e o individualismo, uma boa dinâmica desperta para a solidariedade. (CUNHA,2011)

5. REFERÊNCIAS

BURNIER, Equipe da Casa da Juventude Pe..Tudo sobre... dinâmicas de grupo.

Caju Goiânia, GO. Disponível em:

http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/ge/dinamica/prepare_se/290

903-historico_dg.shtm Acesso em: 18/08/2014.

CUNHA, Eliseu de Oliveira. Almanaque de Dinâmicas: versão revista e corrigida.

Dezembro, 2011.

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FRITZEN. Silvino José. Relações humanas interpessoais: nas convivências

grupais e comunitárias. 16 ed. Petrópolis, RJ: Vozes,2007.

Fundamentos da Dinâmica de Grupos

http://www.salves.com.br/virtua/Fundigru.html. Acesso: 11 nov.2014

LIMA, Lauro de Oliveira; Dinâmicas de grupo na empresa, no lar e na escola:

grupos de treinamento para a produtividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico (Brasil.

MEC, 2000

MICHELETTI, Camila. Um breve histórico das dinâmicas de grupo: guia dinâmica

de grupo Disponível em:

http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/ge/dinamica/prepare_se/290

903-historico_dg.shtm. Acesso em: O9/11/2014.

NASCIMENTO, Ivany Pinto. Projeto de vida de adolescente do ensino médio: um

estudo psicossocial sobre suas representações. Universidade Federal do Pará.

Imaginário v.12 n.12 São Paulo jun.2006.

SEED PR. Diretrizes curriculares da educação básica: educação física. 2008.

Almanaque de Dinâmicas

http://alfabetizacaoeletramentopc.blogspot.com.br/p/almanaque-de-dinamicas.html.

Acesso:11/11/2014

SEED PR. Diretrizes da Educação Profissional: fundamentos políticos e

pedagógicos, 2006.

SERRÃO, BALEEIRO, Maria Clarice e col. Aprendendo a ser e a conviver. 2 ed.

São Paulo:FTD,1999. 382p.

Tudo Sobre Dinâmica de Grupo

http://www.fontedosaber.com/administracao/tudo-sobre-dinamica-de-grupo.html.

Acesso em: 19 nov. 2014

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WERNIKOF Tatiana. As etapas da dinâmica de Grupo. Acesso em 19 nov.2014

http://sodinamicas.com.br/etapas-da-dinamica-de-grupo/

www.empregos.com.br http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?rh=Um-Breve-

Historico-Das-Dinamicas-De-Grupo&idc_cad=zcijy0ksf Acesso em: 09 nov.2014