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Destinatário:
Desenvolvido por:
[Dezembro de 2012]
Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento Socioeconómico
e Ambiental de Portugal
Relatório final
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Relatório final
Estudo desenvolvido para a SPV
Intervenientes na Avaliação de Ciclo de Vida:
Coordenação operacional
do projeto: Paulo Ribeiro
Ambiente, aspetos específicos da sócio-economia e elaboração do relatório: Paulo Ribeiro, Ana Lopes e Inês Costa
3 Drivers – Engenharia, Inovação e Ambiente Lda.
Av. 5 de Outubro, nº 124, 4º 1050-061 Lisboa, Portugal Tel: (+351) 216 026 334, Fax: (+351) 309 817 274 E-mail: [email protected] Internet: http://www.3drivers.pt
Coordenação científica do
projeto: Paulo Ferrão
Impacte económico: João
Rodrigues, Alexandra
Marques e Tiago Domingos
Caracterização das empresas
e emprego: Miguel Amaral,
Miguel Preto
Instituto Superior Técnico (IST)
Centro de Estudos em Desenvolvimento, Tecnologias e Políticas de Desenvolvimento (IN+)
Av. Rovisco Pais, 1 1049-001 Lisboa Tel: (+ 351) 218 417 732, Fax: (+351) 218 496 156 E-mail: [email protected] Internet: in3.dem.ist.utl.pt
Créditos das imagens e figuras no relatório:
3 Drivers, se não especificado.
Data do documento:
Dezembro de 2012
Disclamer:
[O conteúdo deste documento é da autoria dos seus
autores, sendo que as conclusões expressas podem
não coincidir necessariamente com a posição oficial
da entidade que adjudicou o estudo.]
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final
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ÍNDICE
NOMENCLATURA XI
GLOSSÁRIO XIII
SUMÁRIO EXECUTIVO XVII
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 Âmbito e Objetivos do Relatório 1
1.2 Organização do Relatório 2
2 ANÁLISE DE BIBLIOGRAFIA RELACIONADA COM OS CONTRIBUTOS AMBIENTAIS, ECONÓMICOS E
SOCIAIS DA GESTÃO DE RESÍDUOS 5
2.1 Considerações Iniciais 5
2.2 Contributos Ambientais 5
2.2.1 Enquadramento 5
2.2.2 Setor de Gestão de Resíduos 8
2.2.3 Gestão de Resíduos de Embalagens 14
2.3 Contributos Económicos 24
2.3.1 Enquadramento 24
2.3.2 Setor de Gestão de Resíduos 24
2.3.3 Gestão de Resíduos de Embalagens 33
2.4 Contributos Sociais 37
2.4.1 Enquadramento 37
2.4.2 Setor de Gestão de Resíduos 37
2.4.3 Gestão de Resíduos de Embalagem 42
3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO SIGRE 43
3.1 Âmbito e Objetivos da Avaliação 43
3.2 Metodologia Utilizada 43
3.3 Resultados 49
3.3.1 Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Urbanos de Embalagens (Sistema Urbano) 49
3.3.2 Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Não Urbanos de Embalagens (Sistema eXtra-Urbano) 59
3.3.3 Balanço Global do SIGRE 65
4 AVALIAÇÃO ECONÓMICA DO SIGRE 71
4.1 Considerações Iniciais 71
4.2 Embaladores Aderentes ao SIGRE 71
4.2.1 Âmbito e objetivos da avaliação 71
4.2.2 Metodologia utilizada 71
4.2.3 Resultados 72
4.3 Empresas de Recolha, Triagem e Retoma/Reciclagem dos Resíduos de Embalagens 74
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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4.3.1 Âmbito e objetivos da avaliação 74
4.3.2 Metodologia utilizada 74
4.3.3 Resultados 76
4.4 Impacte Económico da Gestão de Resíduos de Embalagens em Portugal 79
4.4.1 Âmbito e objetivos da avaliação 79
4.4.2 Metodologia utilizada 80
4.4.3 Resultados 83
5 AVALIAÇÃO SOCIAL DO SIGRE 89
5.1 Enquadramento Geral 89
5.2 Caracterização das Empresas de Recolha, Triagem e Retoma/Reciclagem dos Resíduos de
Embalagens 89
5.2.1 Âmbito e objetivos da avaliação 89
5.2.2 Metodologia utilizada 90
5.2.3 Resultados 90
5.3 Empregos Associados à Gestão de Resíduos de Embalagens 95
5.3.1 Âmbito e objetivos da avaliação 95
5.3.2 Metodologia utilizada 95
5.3.3 Resultados 97
5.4 Impacte dos Projetos de Responsabilidade Social Promovidos pela SPV 98
5.4.1 Âmbito e objetivos dos projetos 98
5.4.2 Meios utilizados 99
5.4.3 Resultados 100
6 AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS, ECONÓMICOS E SOCIAIS 103
6.1 Considerações Iniciais 103
6.2 Resultados Ambientais 103
6.2.1 Redução das Emissões de GEE 103
6.2.2 Redução do Consumo de Energia 104
6.2.3 Redução do Consumo de Água 105
6.2.4 Redução das Emissões de Substâncias Acidificantes 106
6.3 Resultados Económicos 106
6.3.1 Número e Volume de Vendas das Empresas Aderentes 106
6.3.2 VPV pago pelas Empresas Aderentes 107
6.3.3 Estrutura do Capital Social e Volume de Vendas e de Empresas Parceiras no SIGRE 108
6.3.4 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Valor Acrescentado 108
6.3.5 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível dos Salários 109
6.3.6 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Volume de Negócios 109
6.3.7 Redução do Valor Acrescentado pela Ausência de Promoção da Reciclagem 109
6.4 Resultados Sociais 110
6.4.1 Número e Características dos Trabalhadores das Empresas Parceiras SPV no SIGRE 110
6.4.2 Empregos Associados à Atividade de Gestão de Resíduos de Embalagem 110
6.4.3 Impacto dos programas de responsabilidade social 111
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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7 CONCLUSÕES FINAIS 113
8 REFERÊNCIAS 117
ANEXO A – DESCRIÇÃO METODOLÓGICA DETALHADA DA AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV)
REALIZADA AO SIGRE 123
Aspetos Gerais 123
Data e Contexto da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) 123
Conformidade com Documentos e Normas de Referência 123
Antecedentes - Estudos de ICV e ACV Anteriores 123
Objetivos da Análise 124
Aplicações Pretendidas 124
Limitações Iniciais Relacionadas com os Objetivos 124
Razões para o Desenvolvimento do Estudo e Contexto da Decisão 125
Públicos-Alvo 126
Existência de Afirmações Comparativas 126
Entidade Promotora do Estudo, Equipa de Projeto e Outras Partes Interessadas 126
Âmbito do Estudo 128
Sistema em Análise e Sua Função 128
Unidade Funcional do Estudo 129
Fluxos de Referência 129
Tipo de Metodologia ICV 130
Fronteiras do Sistema 130
Critérios de exclusão para Inclusão de Inputs e Outputs 132
Critérios para a ICV 133
Critérios para a AICV 138
Modificações em Relação ao Âmbito Definido Inicialmente 139
Inventário do Ciclo De Vida (ICV) 139
Procedimentos de Recolha de Dados 139
Descrição Qualitativa e Quantitativa dos Processos Unitários 140
Fontes Bibliográficas 145
Procedimentos de Cálculo 145
Validação dos Dados 146
Análise de Sensibilidade para Refinação das Fronteiras do Sistema 146
Substituição Específica ou Procedimentos de Alocação para Processos Multifuncionais 146
Tabela de Inventário 147
Avaliação de Impactes no Ciclo De Vida (AICV) 147
Considerações Iniciais 147
Métodos Utilizados 147
Elementos Opcionais da AICV 148
Processos Excluídos da Análise 148
Apresentação dos resultados 148
Considerações finais 148
Interpretação dos Resultados 149
Identificação das Questões Significativas 149
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Controlo de Integralidade 150
Controlo de Coerência 150
Análise e Controlo de Sensibilidade 150
Análise de Incerteza 150
Pressupostos e Limitações 152
Conclusões e Recomendações 153
ANEXO B - TABELA DE INVENTÁRIO DO SIGRE 155
ANEXO C – TABELA DE RESULTADOS DE CARACTERIZAÇÃO PARA TODAS AS CATEGORIAS DE IMPACTE
DO MÉTODO ILCD 2011 (V.1.1) 175
ANEXO D – CÁLCULOS AUXILIARES PARA A AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS,
ECONÓMICOS E SOCIAIS 177
I. Carbono | GEE | Alterações climáticas 177
II. Acidificação 178
III. Energia 178
IV. Água 179
ANEXO E – QUADROS DE MULTIPLICADORES E DE ALAVANCAGEM 181
ANEXO F - ANÁLISE DE INCERTEZA DOS MULTIPLICADORES E DA ALAVANCAGEM ESTIMADOS 191
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1 – A inserção da Economia Verde nos três pilares do Desenvolvimento Sustentável 1
Figura 2.1 – Extração de materiais ao nível global, em 109t por ano 6
Figura 2.2 – Ligações existentes entre o uso de recursos naturais e a produção de resíduos numa economia 7
Figura 2.3 – Potencial contributo da reciclagem para o consumo do respetivo material (ano base 2006) 10
Figura 2.4 – Emissões da GEE na Europa dos 27 entre 1990 e 2008, em CO2 equivalentes 12
Figura 2.5 – Evolução prevista para as emissões da GEE na UE27 até 2020 segundo um cenário de Business-as-usual 13
Figura 2.6 – Balanço das emissões de GEE na gestão e tratamento de RSU 13
Figura 2.7 – Tendência de crescimento da produção de resíduos de embalagem e o PIB na UE15 entre 1998 e 2008 15
Figura 2.8 – Produção total de resíduos de embalagens na União Europeia (kg/hab.ano) 15
Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16
Figura 2.10 – Taxas de reciclagem de resíduos de embalagens em 1998 e 2008 17
Figura 2.11 – Fluxo de resíduos de embalagens gerados e recuperados 18
Figura 2.12 – Impactes da reciclagem de resíduos de embalagens 23
Figura 2.13 – Volume de negócios da reciclagem de 7 tipos de materiais nucleares 26
Figura 2.14 – Valor do comércio interno e externo de alguns materiais recicláveis 27
Figura 2.15 – Evolução dos preços de alguns materiais secundários, baseados nas estatísticas de comércio intra e extracomunitário
28
Figura 2.16 - Produtividade aparente do trabalho da indústria de reciclagem 30
Figura 2.17 – Rendimentos e custos associados à gestão de resíduos de embalagens pelos SMAUT 36
Figura 2.18 – Custos unitários de recolha seletiva e triagem por material de embalagem e volume de resíduos de embalagens
recolhidas 36
Figura 2.19 - Pessoal ao serviço em ambiente por principal atividade económica (2010) 38
Figura 2.20 - Pessoal ao serviço em funções de ambiente por nível profissional e atividade económica (2010) 39
Figura 3.1 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Urbanos geridos pela SPV 46
Figura 3.2 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Não Urbanos geridos pela SPV 47
Figura 3.3 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de
embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 50
Figura 3.4 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em
2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 52
Figura 3.5 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos, valores por t de
material reciclado (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 53
Figura 3.6 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de
plástico em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 54
Figura 3.7 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de
Papel/Cartão em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 55
Figura 3.8 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC,
FOF, AT, DRH e DRN) 57
Figura 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011
(Consumo de energia) 58
Figura 3.10 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de
embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 60
Figura 3.11 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens
em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 62
Figura 3.12 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias
AC, FOF, AT, DRH e DRN) 63
Figura 3.13 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em
2011 (Consumo de energia) 64
Figura 3.14 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT,
DRH e DRN) 66
Figura 3.15 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e
DRN) 67
Figura 3.16 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 68
Figura 3.17 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia) 69
Figura 4.1 - Evolução do número de “Empresas SIGRE” (2000-2009) 76
Figura 4.2 - Evolução do número de ”Empresas SIGRE” e “Não SIGRE” com mesmo CAE entre 2000-2009 77
Figura 5.1 - Número médio de trabalhadores por empresa no SIGRE, em 2000-2009 91
Figura 5.2 - Força de trabalho em empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 91
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Figura 0.1 – Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Urbanos de Embalagens 131
Figura 0.2 - Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Não Urbanos de Embalagens 131
Figura 0.3 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE (Caracterização) 152
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final
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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 – Principais metas e objetivos existentes na legislação europeia referente a resíduos 8
Tabela 2.2 – Estimativas da poupança de recurso naturais pela reciclagem de resíduos 10
Tabela 2.3 - Poupança de emissões de GEE e consumo de energia pela reciclagem de vários materiais 11
Tabela 2.4 – Preferência ambiental global de várias opções de gestão de resíduos tendo em conta estudos de ACV realizados 14
Tabela 2.5 – Quantidade de resíduos de embalagens gerados e reciclados em 2009 na EU27 17
Tabela 2.6 – Resíduos de embalagens geridos no contexto da responsabilidade da SPV no quadro do SIGRE 19
Tabela 2.7 – Percentagem da produção global que é utilizada para o fabrico de embalagens 19
Tabela 2.8 - Estimativas da reciclagem de materiais na UE por fluxo de resíduos selecionados em 2006 20
Tabela 2.9 – Impactes ambientais evitados associados com um cenário de reciclagem em que a taxa de reciclagem da UE é idêntica
à taxa de reciclagem atual do Estado-Membro mais avançado nesta matéria, por material 23
Tabela 2.10 – Volume de negócios do setor da reciclagem 25
Tabela 2.11 – Evolução dos valores médios em Euros/t de diferentes recicláveis baseados nas estatísticas de comércio intra e
extracomunitário 28
Tabela 2.12 – Dados gerais das entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica 29
Tabela 2.13 – Distribuição do volume de negócios das entidades produtores de bens e serviços de ambiente por atividade
económica segundo o tipo de mercado 29
Tabela 2.14 – Multiplicadores da indústria de reciclagem e reutilização nos EUA e comparação com outras indústrias 31
Tabela 2.15 – Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo I 32
Tabela 2.16 - Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo II 32
Tabela 2.17 – Impactes anuais de um cenário de reciclagem mais elevado do que o atual na UE 35
Tabela 2.18 – Crescimento do emprego nos sub-setores das eco-indústrias na União Europeia entre o período 2000 e 2008 38
Tabela 2.19 - Pessoas ao serviço nas entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica, segundo o
sexo e nível profissional 40
Tabela 2.20 – Multiplicadores da criação de empregos diretos relacionados com a reciclagem de materiais 41
Tabela 2.21 – Empregos diretos criados por t de material reciclado 42
Tabela 3.1 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em
2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 49
Tabela 3.2 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011
(categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 51
Tabela 3.3 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC,
FOF, AT, DRH e DRN) 56
Tabela 3.4 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011
(Consumo de energia) 57
Tabela 3.5 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens (Consumo de energia) 59
Tabela 3.6 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens
em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 60
Tabela 3.7 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em
2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 61
Tabela 3.8 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias
AC, FOF, AT, DRH e DRN) 62
Tabela 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em
2011 (Consumo de energia) 64
Tabela 3.10 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens (Consumo de energia)
65
Tabela 3.11 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e
DRN) 65
Tabela 3.12 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 67
Tabela 3.13 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 68
Tabela 3.14 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia) 68
Tabela 3.15 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (Consumo de energia) 70
Tabela 4.1 – Enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV 73
Tabela 4.2 - CAE das empresas parceiras da SPV que foram caracterizadas 75
Tabela 4.3- Evolução do número de empresas do SIGRE (2000-2009) 76
Tabela 4.4 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE” e ”Empresas Não SIGRE”
em 2000-2009 (valores médios por empresa) 78
Tabela 4.5 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE”, desagregadas por tipo
de operador, em 2000-2009 (valores médios por empresa) 79
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 4.6 - Interacção entre os setores do SIGRE e o resto da economia nacional 81
Tabela 4.7 - Multiplicadores de tipo I (Euro/Euro), do SIGRE e a ele associados e representativos da economia portuguesa (por
ordem decrescente de multiplicador de VAB) 83
Tabela 4.8 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro), por ordem decrescente de
multiplicador de VAB 85
Tabela 4.9 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros), por ordem decrescente de alavancagem em VAB. 86
Tabela 5.1 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios por
empresa) 90
Tabela 5.2 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de operador,
em 2000-2009 (valores médios por empresa) 90
Tabela 5.3 - Estatísticas descritivas dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios) 92
Tabela 5.4 – Estatísticas descritivas dos trabalhadores em empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de
operador, em 2000-2009 (valores médios) 94
Tabela 5.5 – Estimativa do número de empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE 97
Tabela 5.6 - Resultados globais do projeto “2 causas por uma causa” 100
Tabela 5.7 - Resultados globais da 1ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber” 100
Tabela 5.8 - Resultados globais da 2ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber” 101
Tabela 6.1 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de CO2eq evitadas) 103
Tabela 6.2 - Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para aterro (emissões de
CO2eq evitadas) 104
Tabela 6.3 – Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para incineração (emissões
de CO2eq evitadas) 104
Tabela 6.4 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária total evitado) 105
Tabela 6.5 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária fóssil evitado) 105
Tabela 6.6 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de água evitado) 106
Tabela 6.7 – Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de SO2e evitadas) 106
Tabela 6.8 – N.º de empresas que reportaram a colocação de embalagens no mercado em 2010 106
Tabela 6.9 – Volume de vendas das empresas aderentes à SPV em 2010 [principais setores] 107
Tabela 6.10 – Valor Ponto Verde pago pelas empresas aderentes à SPV em 2010 107
Tabela 6.11 – Características médias das empresas parceiras da SPV no SIGRE em 2009 108
Tabela 6.12 – Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível do valor acrescentado 108
Tabela 6.13 - Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível dos salários 109
Tabela 6.14 - Efeito multiplicador de Tipo I do SIGRE dao nível do volume de negócios 109
Tabela 6.15 – Diminuição do valor acrescentado num cenário sem SIGRE 110
Tabela 6.16 – Características médias dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2009 110
Tabela 6.17 – Estimativa funcional dos empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE 111
Tabela 6.18 – Investimento inerente às campanhas de solidariedade social da SOV 111
Tabela 0.1 – Públicos-alvo 126
Tabela 0.2 – Equipa responsável pelo estudo de ACV 127
Tabela 0.3 – Partes interessadas 128
Tabela 0.4 – Resíduos geridos no âmbito do SIGRE em 2011 (t) 129
Tabela 0.5 – Características dos processos de reciclagem 135
Tabela 0.6 – Consumos energéticos associados aos processos de reciclagem 136
Tabela 0.7 – Emissões de GEE evitadas devido à reciclagem de vários materiais (t CO2 eq /t resíduo) 137
Tabela 0.8 – Emissões de GEE evitadas/produzidas devido à valorização energética de vários materiais (t CO2 eq evitadas/t resíduo)
137
Tabela 0.9 - Métodos de recolha de dados 140
Tabela 0.10 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Urbano (cenário
Baseline 2011) 144
Tabela 0.11 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Não Urbano (cenário
Baseline 2011) 145
Tabela 0.12 - Fontes de informação 145
Tabela 0.13 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE 151
Tabela 0.1 - Multiplicadores de tipo I (euro/euro), ordenados por código de CAE 181
Tabela 0.2 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro) 184
Tabela 0.3 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros) 187
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final
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NOMENCLATURA
ACV Análise de Ciclo de Vida
CV Ciclo de Vida
GEE Gases com Efeito de Estufa
ICV Inventário de Ciclo de Vida
IES Institute for Environment and Sustainability
ILCD International Reference Life Cycle Data System
IN+ Centro de Estudos em Inovação, Tecnologias e Políticas de Desenvolvimento
do Instituto Superior Técnico (IST)
ISO International Organization for Standardization
IST Instituto Superior Técnico
GEE Gases com Efeito de Estufa
JRC Joint Research Centre
LCA Life Cycle Assessment
OGR Operador de gestão de resíduos
ONGA Organizações Não-governamentais de Ambiente
SMAUT Sistema Multimunicipal, Intermunicipal e Autarquia
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final
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GLOSSÁRIO
Aderente Empresas que passam à Sociedade Ponto Verde a responsabilidade de gestão
dos resíduos de embalagem associados à sua atividade
Afirmação
comparativa
Alegação ambiental relativa à superioridade ou equivalência de um produto em
relação a um produto concorrente que desempenhe a mesma função;
Alocação Imputação dos fluxos de entrada ou saída de um processo ou sistema de
produto entre o sistema de produto em estudo e um ou mais outros sistemas de
produto;
Análise de incerteza Procedimento sistemático para quantificar a incerteza introduzida nos
resultados do inventário do ciclo de vida, devida aos efeitos cumulativos da
imprecisão do modelo, da incerteza e da variabilidade dos dados;
Análise de
sensibilidade
Procedimentos sistemáticos para estimar os efeitos das escolhas efetuadas, em
relação aos métodos e dados, no resultado de um estudo;
Aspeto ambiental Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode
interagir com o ambiente;
Avaliação Elemento no seio da fase de interpretação do ciclo de vida pretendido para
gerar confiança nos resultados da avaliação do ciclo de vida;
Avaliação de
impacte do ciclo de
vida (AICV)
Fase da avaliação do ciclo de vida com o objetivo de compreender e avaliar a
magnitude e significância dos impactes ambientais potenciais para um sistema
de produto ao longo do seu ciclo de vida;
Avaliação do ciclo de
vida (ACV)
Compilação e avaliação das entradas, saídas e dos impactes ambientais
potenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida;
Categoria de
impacte
Classe que representa questões ambientais dignas de preocupação à qual os
resultados de inventário de ciclo de vida poderão ser atribuídos;
Ciclo de vida Etapas consecutivas e interligadas de um sistema de produto, desde a obtenção
de matérias-primas ou sua produção a partir de recursos naturais até ao destino
final;
Controlo de
coerência
Processo que verifica se os pressupostos, métodos e dados são aplicados de
modo coerente ao longo do estudo e se estes estão de acordo com a definição
do objetivo e do âmbito antes que se retirem as devidas conclusões;
Controlo de
integralidade
Processo que verifica se a informação das fases de uma avaliação de ciclo de
vida é suficiente para se alcançarem conclusões de acordo com a definição do
objetivo e do âmbito;
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | xiv
Controlo de
sensibilidade
Processo que verifica se a informação obtida de uma análise de sensibilidade é
relevante para se alcançarem conclusões e para que se façam recomendações;
Co-produto Qualquer de dois ou mais produtos oriundos do mesmo processo unitário ou
sistema de produto;
Critérios de exclusão Especificação da quantidade de fluxo de material ou energia ou do nível de
significância ambiental associado aos processos unitários ou sistema de produto
a serem excluídos de um estudo;
Emissões e
descargas
Emissões para o ar descargas para a água ou solo;
Energia de
alimentação
Calor de combustão de uma matéria-prima que não é utilizada como fonte de
energia para um sistema de produto, expresso em termos de poder calorífico
superior ou de poder calorífico inferior;
Energia de processo Entrada de energia necessária para operar o processo ou equipamento num
processo unitário, excluindo as entradas de energia para produção e
fornecimento da própria energia;
Entrada Fluxo de produto, material ou energia que entra num processo unitário;
Entrada auxiliar Entrada de material utilizada no processo unitário que produz o produto, mas
que não constitui parte dele;
Fator de
caracterização
Fator derivado de um modelo de caracterização que é aplicado para converter
um resultado atribuído do inventário do ciclo de vida à unidade comum do
indicador de categoria;
Fluxo de produto Produtos que entram de ou saem para outro sistema de produto;
Fluxo de referência Medida das saídas de processos de um dado sistema de produto necessária para
cumprir a função expressa pela unidade de referência;
Fluxo elementar Material ou energia que entra no sistema em estudo que tenha sido extraído do
ambiente sem transformação prévia humana, ou material ou energia que sai do
sistema em estudo e que é libertado para o ambiente sem subsequente
transformação humana;
Fluxo energético Entrada para ou saída de um processo unitário ou sistema de produto,
quantificada em unidades de energia;
Fluxo intermédio Fluxo de produto, material ou energia que ocorre entre processos unitários do
sistema de produto em estudo;
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | xv
Fronteira do sistema Conjunto de critérios que especificam que processos unitários são parte de um
sistema de produto;
Impacte final por
categoria
Atributo ou aspeto do ambiental natural, saúde humana ou recursos, que
identifica uma questão ambiental que causa preocupação;
Indicador de
categoria de
impacte
Representação quantificável de uma categoria de impacte
Interpretação do
ciclo de vida
Fase da avaliação do ciclo de vida na qual os resultados, quer do inventário,
quer da avaliação de impacte, ou de ambas, são avaliados de acordo com o
objetivo e âmbito definidos, com vista à obtenção de conclusões e
recomendações;
Inventário de ciclo
de vida (ICV)
Fase da avaliação do ciclo de vida que envolve a compilação e quantificação de
entradas e saídas para um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida;
Matéria-prima Material primário ou secundário que é utilizado para produzir um produto;
Mecanismo
ambiental
Sistema de processos físicos, químicos e biológicos para uma determinada
categoria de impacte, que alia os resultados do inventário de ciclo de vida aos
indicadores de categoria e aos impactes finais por categoria;
Parte interessada Indivíduo ou grupo preocupado com ou afetado com o desempenho ambiental
de um sistema de produto, ou pelos resultados da avaliação do ciclo de vida.
Processo Conjunto de atividades inter-relacionadas ou que interagem entre si, que
transforma entradas em saídas;
Processo unitário O menor elemento considerado no inventário do ciclo de vida para o qual os
dados de entrada e saída são quantificados;
Produto Qualquer bem ou serviço;
Produto intermédio Saída de um processo unitário que constitui uma entrada para outros processos
unitários que requer transformação posterior dentro do sistema;
Qualidade dos
dados
Característica dos dados relacionados com a sua capacidade para satisfazer
requisitos estabelecidos;
Resíduo Substâncias ou objetos que o detentor tem intenção de ou é obrigado a rejeitar;
Resultado do
inventário do ciclo
de vida
Conjunto de informação resultando do inventário do ciclo de vida que cataloga
os fluxos que atravessam a fronteira do sistema e que constitui o ponto de
partida para avaliação de impacte do ciclo de vida;
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | xvi
Revisão crítica Processo que visa assegurar a coerência ente a avaliação do ciclo de vida e os
princípios e requisitos das Normas Internacionais sobre a avaliação do ciclo de
vida;
Saída Fluxo de produto, material ou energia que sai de um processo unitário;
Sistema de produto Conjunto de processos unitários com fluxos elementares e de produto,
desempenhando uma ou mais funções definidas, e que modelam o ciclo de vida
do produto;
Transparência Apresentação aberta, completa e compreensível de informação;
Unidade funcional Desempenho quantificado de um sistema de produto para utilização como
unidade de referência;
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final
Página | xvii
SUMÁRIO EXECUTIVO
Nos últimos três anos, o conceito da “Economia Verde” (Green Economy), definida pela UNEP em 2010
como “a melhoria do bem-estar humano e da equidade social, em conjugação com a redução
significativa dos riscos ambientais e escassez ecológicas”, ganhou uma elevada notoriedade e passou
para a agenda política atual. São exemplos os recentes comunicados do grupo de países do G20, (UNEP,
2011) e as discussões na United Nations Conference on Sustainable Development, realizada no mês de
Junho de 2012.
Numa Economia Verde, o crescimento da riqueza e do emprego são conjugados com a redução das
emissões de gases com efeito de estufa e de outros impactes ambientais, melhorando-se a eficiência
energética e a utilização de recursos e prevenindo-se a perda de biodiversidade e serviços associados.
A atividade de gestão de resíduos em geral, e a reciclagem em particular, são elementos fundamentais
para a prossecução de uma “Economia Verde”, por potenciarem uma gestão mais de eficiente dos
recursos naturais e reduzirem os impactes ambientais da extração de novos recursos naturais e
assegurarem a disponibilidade de recursos essenciais às nossas economias (EEA, 2011a).
Neste contexto, a SPV lançou um projeto de investigação intitulado “Contributos do SIGRE para o
Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, com o objetivo principal de avaliar os
contributos diretos e indiretos da gestão de resíduos de embalagens efetuada no âmbito do Sistema
Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) aos níveis ambiental, económico e social no
nosso país e, deste modo, quantificar o contributo da gestão de resíduos de embalagens no conceito da
“Economia Verde”.
Relativamente aos aspetos ambientais, avaliaram-se os impactes e os benefícios que advêm da gestão
destes resíduos, com especial enfoque nos relacionados com a produção de Gases com Efeito de Estufa
(GEE) e no consumo de materiais primários e de energia, que foram calculados através da metodologia
de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV).
Da avaliação realizada, constatou-se que no global e para as categorias de impacte ambiental estudadas,
o SIGRE apresenta um balanço ambiental positivo, ou seja, os impactes gerados pelas diversas
atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento e valorização de resíduos são suplantados pelos
impactes evitados devido à recuperação de materiais e energia obtidos pelos processos de valorização
dos resíduos, com especial enfoque na sua reciclagem.
Por exemplo, estima-se que em 2011 a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE gerido
pela SPV permitiu evitar a emissão de 116 kt CO2 eq, o que é equivalente ao carbono sequestrado por
198 km2 de área florestal com pinheiros bravos ou as emissões geradas pelo consumo de eletricidade de
124 mil agregados familiares em Portugal.
Em relação à contribuição por tipo de material para o desempenho do SIGRE, verifica-se que os
materiais mais relevantes são tipicamente o vidro e o papel/cartão, dependendo da categoria de
impacte em questão, facto a que não é alheio a elevada quantidade de resíduos destes materiais que
foram encaminhados para reciclagem em 2011.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | xviii
Por outro lado, comparando-se o desempenho do SIGRE com o desempenho potencial de dois cenários
hipotéticos associados a diferentes destinos finais, nomeadamente a incineração e o aterro, verifica-se
que a configuração atual do SIGRE é a única que apresenta um resultado ambiental positivo em todas as
categorias de impacte consideradas. Por exemplo, a nível da emissão de GEE, o atual modelo de gestão
de resíduos de embalagens permitiria evitar a emissão de 396.240 t CO2 eq em 2011, face a um modelo
onde os resíduos de embalagens teriam sido recolhidos indiferenciadamente com os outros resíduos e
encaminhados para incineração.
No que respeita à avaliação económica, calculou-se o enquadramento dos embaladores aderentes ao
sistema e das empresas responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/valorização dos
resíduos de embalagens e calculou-se o impacte económico do SIGRE na economia nacional. Tal foi
realizado através de várias metodologias, sendo de destacar a utilização da Análise de Entradas-Saídas
(AES) na determinação do impacte económico do SIGRE.
Em relação ao enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV,
verifica-se que a maior parte dos embaladores se enquadram em setores ligados às indústrias
transformadoras (46%), seguidos das empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação de
veículos automóveis e motociclos (36%) e agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (9%). No
total, as cerca de 12 mil empresas aderentes representam apenas 0,9% do número de empresas
existentes em Portugal, mas geram, no mínimo, 31,4% do volume de vendas das empresas não
financeiras no nosso país.
A adesão ao SIGRE é realizada mediante o pagamento do Valor Ponto Verde (VPV), que em 2010
totalizou 71,8 Milhões de Euros, ou seja, apenas 0,08% do total de custos com fornecimentos de
serviços externos (FSE) das empresas nacionais ou a 0,1% do volume de vendas das empresas aderentes
ao SIGRE.
No que respeita às empresas parceiras da SPV que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem dos
resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, verificou-se que estas tinham, em média, um capital social
de 2,3 milhões de Euros e geravam um volume de vendas médio de 11,7 Milhões de Euros, em 2009.
Neste último aspeto, tal significava que estas empresas apresentavam um valor de vendas 6,4 vezes
superior à média agregada dos setores económicos a que pertencem.
Finalmente, verificou-se que as atividades de gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE
apresentam um impacte económico significativo, considerando tanto os seus impactes diretos, como
indiretos. Por exemplo, quanto ao valor acrescentado, o impacte do SIGRE encontra-se no terço superior
dos ramos de atividade com maior efeito multiplicador a nível nacional, sendo que, por cada Euro de
valor acrescentado no SIGRE são gerados adicionalmente 1,25 Euros de valor acrescentado no resto da
economia (efeito multiplicador do tipo I de 2,25). Por outro lado, por cada Euro de salários são
adicionalmente pagos 1,30 Euros de salários no resto da economia e por cada Euro de volume de
negócios circulam adicionalmente na economia 1,04 Euros de volume de negócios.
A alavancagem total do SIGRE, entendida como o valor monetário dos efeitos indiretos dos vários ramos
de atividade que integram o SIGRE nos restantes setores da economia, é de 147 milhões de Euros de
VAB, 80 milhões de Euros de salários e 391 milhões de Euros de volume de negócios.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | xix
Por outro lado, tendo em conta o atual panorama relacionado com a gestão de resíduos de embalagens
no SIGRE, que é gerido pela SPV, procurou-se adicionalmente avaliar as consequências económicas de
um cenário alternativo em que não ocorreria separação e reciclagem de resíduos de embalagens, sendo
estes resíduos geridos indiferenciadamente. Neste caso, estimou-se que tal cenário alternativo
implicaria uma redução de PIB de 71 milhões de Euros.
Quanto às questões sociais, tipificaram-se os empregos existentes nas parceiras da SPV no SIGRE,
responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/reciclagem de resíduos de embalagens e
estimaram-se os empregos associados à gestão de resíduos de embalagens. Adicionalmente,
analisaram-se os resultados de diversos projetos de responsabilidade social promovidos pela SPV, com o
intuito de contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito
obrigatório de atuação da SPV. A avaliação do contributo social da SPV foi realizada sobretudo tendo em
conta informação bibliográfica existente.
Verificou-se que as empresas que colaboram com a SPV no SIGRE tinham em média, em 2009, 67
trabalhadores, representando no total 7.095 empregos, o que equivalia, por exemplo, a 0,23% dos
empregos remunerados das empresas não financeiras em Portugal. O trabalhador típico dessas
empresas é homem, português, com 40 anos de idade e com 8,5 anos de escolaridade. Comparando
com o universo de empresas que apresentam os mesmos CAE que as empresas parceiras da SPV,
verifica-se por exemplo, que o seu salário médio era superior em 52%.
Em termos dos empregos diretos associados à gestão de resíduos de embalagens, estima-se que este
número ascenda a mais de dois mil e trezentos trabalhadores, o que equivale a 0,08% do emprego nas
empresas não financeiras em Portugal. Destes, 83% dizem respeito à gestão dos resíduos urbanos de
embalagens, sobretudo ligados às atividades de recolha seletiva e triagem, 15% à gestão de resíduos
não urbanos de embalagens e apenas 2% encontram-se ligados à SPV.
No que respeita aos projetos de responsabilidade social, a SPV suportou nos últimos anos duas grandes
causas – a prevenção do cancro de mama e a ajuda a criança carenciadas. Assim, em conjunto com a
Associação Laço foram angariados 409 mil Euros, que foram utilizados para comprar duas unidades de
rastreio de cancro de mama. Por outro lado, em conjunto com a Associação Entrajuda foram angariados,
no global, cerca de 450 mil Euros que serviram, até agora, para construir 55 salas de aula e apoiar 4.500
crianças carenciadas.
Tendo em conta os resultados obtidos, conclui-se que a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito
do SIGRE gerido pela SPV enquadra-se por excelência no conceito da Economia Verde, dado que
potencia uma gestão mais de eficiente dos recursos naturais, contribuindo para a redução dos impactes
ambientais da extração de novos recursos e para a disponibilidade de recursos essenciais às nossas
economias, criando ao mesmo tempo oportunidades de negócio e valor acrescentado e promovendo a
criação de emprego.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final
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1 INTRODUÇÃO
1.1 ÂMBITO E OBJETIVOS DO RELATÓRIO
Nos últimos três anos, o conceito da “Economia Verde” (Green Economy), definida pela UNEP em 2010
como “a melhoria do bem-estar humano e da equidade social, em conjugação com a redução
significativa dos riscos ambientais e escassez ecológicas”, ganhou uma elevada notoriedade e passou
para a agenda política atual. São exemplos os recentes comunicados do grupo de países do G20, (UNEP,
2011) e as discussões na United Nations Conference on Sustainable Development, realizada no mês de
Junho de 2012.
Numa Economia Verde, o crescimento da riqueza e do emprego são conjugados com a redução das
emissões de gases com efeito de estufa e de outros impactes ambientais, melhorando-se a eficiência
energética e a utilização de recursos e prevenindo-se a perda de biodiversidade e serviços associados
(figura 1.1).
Figura 1.1 – A inserção da Economia Verde nos três pilares do Desenvolvimento Sustentável
Fonte: Adaptado de EEA (2011a).
A atividade de gestão de resíduos em geral, e a reciclagem em particular, são elementos fundamentais
para a prossecução de uma “Economia Verde”, por potenciarem uma gestão mais de eficiente dos
recursos naturais e reduzirem os impactes ambientais da extração de novos recursos naturais e
assegurarem a disponibilidade de recursos essenciais às nossas economias (EEA, 2011a).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Neste contexto, a SPV lançou um projeto de investigação intitulado “Contributos do SIGRE para o
Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, com o objetivo principal de avaliar os
contributos diretos e indiretos da gestão de resíduos de embalagens efetuada no âmbito do Sistema
Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) aos níveis ambiental, económico e social no
nosso país e, deste modo, quantificar o contributo da gestão de resíduos de embalagens no conceito da
“Economia Verde”.
Ao nível ambiental avaliaram-se os impactes e os benefícios que advêm da gestão de resíduos de
embalagens, com especial enfoque na produção de Gases com Efeito de Estufa (GEE), e nos consumos
de materiais primários e de energia, os quais foram calculados através da metodologia de Avaliação de
Ciclo de Vida (ACV).
Ao nível económico, avaliou-se o enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema e
das empresas responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/valorização dos resíduos de
embalagens e calculou-se o impacte económico do SIGRE na economia nacional. Tal foi realizado através
de várias metodologias, sendo de destacar a utilização da Análise de Quadros Entradas-Saídas
económicos ou, simplesmente, Análise de Entradas-Saídas (AES) na determinação do impacte
económico do SIGRE.
Ao nível social, tipificam-se os empregos associados às empresas parceiras da SPV que efetuam a
recolha, triagem, tratamento e retoma/reciclagem de resíduos de embalagens e estimaram-se os
empregos associados à gestão de resíduos de embalagens. Adicionalmente, analisam-se os resultados
de diversos projetos de responsabilidade social promovidos pela SPV com o intuído de contribuir para
uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito obrigatório de atuação desta
empresa. A avaliação do contributo social da SPV foi realizado sobretudo tendo em conta informação
bibliográfica existente, sendo de destacar neste caso a utilização da base de dados “Quadros de Pessoal”
do INE.
Deste modo, no presente relatório apresentam-se os resultados obtidos no âmbito do projeto
promovido pela SPV e que foi desenvolvido pela 3 Drivers – Engenharia, Inovação e Ambiente, Lda.
em colaboração com o Instituto Superior Técnico (IST).
1.2 ORGANIZAÇÃO DO RELATÓRIO
O presente documento encontra-se dividido em 8 capítulos, que se descrevem de seguida:
Capítulo 1 – “Introdução”, no qual se descreve o âmbito e os objetivos do trabalho realizado, bem como
a estrutura do presente relatório.
Capítulo 2 – “Análise Bibliográfica Relacionada com os Contributos Ambientais, Económicos e Sociais da
Gestão de Resíduos”, onde se analisam estudos existentes que identificam e estimam os contributos
ambientais, económicos e sociais da gestão de resíduos, em geral, e da gestão de resíduos de
embalagens, em particular.
Capítulo 3 – “Avaliação Ambiental do SIGRE”, no qual se apresentam os contributos ambientais do
SIGRE, bem como a metodologia utilizada na avaliação.
Capítulo 4 – “Avaliação Económica do SIGRE”, no qual se apresentam alguns contributos económicos do
SIGRE, bem como as metodologias utilizadas na avaliação.
Capítulo 5 – “Avaliação Social do SIGRE”, onde se apresentam os contributos sociais do SIGRE, bem
como as metodologias utilizadas na avaliação.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 3
Capitulo 6 – “Avaliação Integrada dos Resultados Ambientais, Económicos e Sociais”, no qual se
apresentam os principais resultados identificados em capítulos anteriores de uma forma integrada e
mais tangível para o cidadão comum.
Capítulo 7 – “Conclusões Finais”, no qual se identificam as principais conclusões do projeto realizado.
Capítulo 8 – “Referências”, onde se identificam os documentos citados no presente relatório, bem como
os documentos de onde se extraíram dados utilizados na avaliação ambiental, económica e social
realizada.
Anexos – Onde se apresenta outra informação, que sendo relevante, se considerou não dever fazer
parte do corpo principal do relatório, nomeadamente a descrição detalhada da metodologia utilizada na
ACV do SIGRE.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final
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2 ANÁLISE DE BIBLIOGRAFIA RELACIONADA COM OS
CONTRIBUTOS AMBIENTAIS, ECONÓMICOS E SOCIAIS DA
GESTÃO DE RESÍDUOS
2.1 Considerações Iniciais
No presente capítulo realiza-se uma análise bibliográfica de estudos e projetos que incidem sobre os
contributos económicos, sociais e ambientais da gestão de resíduos, em geral, e de resíduos de
embalagens, em particular. Para esse efeito, recorreu-se à análise de relatórios e estudos do domínio
público e a informação bibliográfica existente em bases de dados científicas.
Verificou-se que não existem muitos estudos abrangentes relacionados com os contributos
ambientais, económicos e sociais da gestão de resíduos e da gestão de resíduos de embalagens.
A maioria dos estudos identificados encontra-se sobretudo relacionada com o setor da gestão de
resíduos e com a reciclagem em termos globais e focam-se normalmente em aspetos particulares,
como por exemplo, nas emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e no número de trabalhadores em
empresas de reciclagem.
Deve salientar-se, no entanto, que os resultados dos estudos existentes relativamente ao setor de
gestão de resíduos, como um todo, permitem balizar os contributos relacionados com a gestão dos
resíduos de embalagens, dado que em muitos casos a importância específica da gestão de embalagens é
bastante significativa no setor de gestão de resíduos, como é o caso, por exemplo, da reciclagem de
vidro de embalagem face à reciclagem de vidro global. Noutros casos, os resultados identificados
apontam para que as diferenças existentes entre os dois âmbitos não sejam muito significativas, como
por exemplo é o caso das características dos empregos das empresas que efetuam a recolha e
reciclagem de resíduos de embalagens face ao universo global das empresas que atuam no setor.
O presente capítulo centra-se na análise dos impactes globais da cadeia de valor relacionada com a
gestão dos resíduos. Neste contexto, dados bibliográficos específicos relacionados com processos
unitários, como por exemplo, os consumos energéticos, as eficiências de operação e o nº de
trabalhadores afetos à triagem dos resíduos de embalagens, foram compilados por forma a colmatar
lacunas de informação existentes relativamente ao SIGRE e para servir de comparação com os
resultados obtidos no âmbito do projeto, mas não são relevantes no contexto deste capítulo.
Desta forma, nas secções seguintes apresentam-se os principais resultados e conclusões da análise
bibliográfica realizada.
2.2 Contributos Ambientais
2.2.1 Enquadramento
As economias são construídas à volta da utilização e transformação de recursos naturais. Estes
compreendem recursos renováveis, como a biomassa, a madeira e o papel e recursos não renováveis,
como sejam os metais e outros minerais. Durante o último século, o aumento do nosso padrão de vida
foi alicerçado no aumento do consumo de recursos naturais da natureza. A extração de recursos
naturais aumentou num fator de 8 (EEA, 2012a), sobretudo à custa dos recursos não renováveis (ver
figura 2.1), mas significou igualmente um aumento da produção de resíduos, que acarretou
consequências ambientais negativas.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 6
Este aumento exponencial aconteceu mesmo num quadro de terciarização das economias mais
desenvolvidas, que consomem mais recursos direta ou indiretamente que economias em
desenvolvimento.
Figura 2.1 – Extração de materiais ao nível global, em 109t por ano
Fonte: Com base em UNEP (2012b) e Kausmann et al. (2009).
Os problemas ambientais relacionados com os resíduos não estão diretamente associados à sua
produção per si, apesar de esta ser uma medida importante da eficiência com que a economia usa os
seus recursos e produz bens e produtos úteis (Ribeiro, 2008).
As questões mais relevantes surgem quando os resíduos não são reaproveitados e constituem assim
desperdícios do sistema económico, sendo devolvidos de volta ao ambiente e quando a gestão de
resíduos não é realizada de forma adequada originando impactes ambientais elevados (e.g. levando à
mobilização para o ambiente de substâncias perigosas) (Ribeiro, 2008).
De facto, a utilização dos recursos naturais e a produção de resíduos são duas faces da mesma moeda.
Os resíduos são um recurso potencial quando são reutilizados, reciclados ou valorizados. Os resíduos
que são eliminados constituem uma perda de recursos (EEA, 2012a). Na figura 2.2 apresenta-se a inter-
relação entre o uso de recursos naturais e a produção de resíduos numa economia, segundo uma
perspetiva de Análise do Fluxo de Materiais (AFM)1.
1 Material Flow Analysis (MFA), em inglês, que é uma ferramenta que tem como a unidade de análise a economia de um país ou região, sendo que se analisa o metabolismo dessa região estudando as entradas, as saídas e o comportamento do stock de materiais na economia (Ribeiro, 2008).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Figura 2.2 – Ligações existentes entre o uso de recursos naturais e a produção de resíduos numa economia
Fonte: EEA (2012a).
Atualmente e em termos globais, a sociedade contemporânea é ainda ineficiente na forma como usa
os seus recursos. As sociedades atuais produzem uma grande quantidade de resíduos e emissões para a
atmosfera e água e uma parte significativa dos produtos e materiais utilizados na economia são
devolvidos à natureza, sendo que apenas uma fração reduzida é reintroduzida no sistema económico
(Ribeiro, 2008).
De modo a capturar o potencial de recursos associados aos resíduos e a reduzir os impactes ambientais
da gestão de resíduos na Europa, a União Europeia introduziu o conceito da hierarquia da gestão de
resíduos e definiu como estratégia transformar-se numa sociedade de reciclagem (EEA, 2012a). A
promoção da reciclagem foi concretizada em diversas iniciativas legislativas específicas, de que a
Diretiva relativa a Embalagens é um exemplo, como ilustrado na tabela 2.1.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 2.1 – Principais metas e objetivos existentes na legislação europeia referente a resíduos
Ano Objetivo de recolha Taxa de recolha Objetivos de reciclagem
Veículos em fim de vida
2006 100% 85% 80% incluindo reutilização
2015 100% 95% 85% incluindo reutilização
2005
Reciclagem de veículos de 95%
Reutilização e/ou reciclagem de veículos no mínimo em 85%
REEE
2006 Min. 4kg por habitante por
ano 70-80% dependendo da categoria de REEE
50-80% incluindo reutilização, dependendo da categoria de REEE
2016 (proposto) 65% do colocado no mercado ou 85% dos
resíduos gerados
Resíduos de Embalagens
2008
60% 55% dos quais 50% metal, 60%
vidro, papel/cartão, 22,5% plásticos e 15% madeiras.
Pilhas e acumuladores
2009
100% das baterias recolhidas
2011
65% para baterias de chumbo-ácido; 75% para nickel-cádmio e
50% para outras
2012 25%
2016 45%
Papel, metal, vidro e plástico de origem doméstica e outros resíduos domésticos semelhantes.
2015 Separar a recolha para pelo menos o papel, metal e os
vidros e plásticos.
2020
50%
Construção e demolição
2020
Reutilização, reciclagem ou recuperação de 70% (em peso) dos resíduos não perigosos
Resíduos municipais biodegradáveis
2006 ou 2010 Redução para 75% do valor de referência de 1995 no envio para aterro.
2009 ou 2013 Redução para 50% do valor de referência de 1995 no envio para aterro.
2016 ou 2020 Redução para 35% do valor de referência de 1995 no envio para aterro.
Pneus usados 2006
Eliminação dos aterros
De seguida enquadra-se o atual panorama relacionado com os resíduos em geral, e os resíduos de
embalagem, em particular, discutindo-se os atuais níveis de produção, reciclagem e valorização e os
impactes ambientais associados à sua gestão.
2.2.2 Setor de Gestão de Resíduos
2.2.2.1 Produção
Atualmente, estima-se que sejam produzidos na UE27 2,7 mil milhões de toneladas de resíduos (EEA,
2012b), equivalentes a 5,2 t/hab.ano2, sendo que a maior parte são resíduos minerais resultantes das
indústrias de extração de recursos naturais e de construção (EEA, 2010). Em Portugal, a capitação de
produção de resíduos é menor, sendo que, em 2010, ascendeu a 3,2 t/hab.ano (INE, 2011).
2 Eurostat, Waste statistics, http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/waste/data/main_tables, consultado em 23 de Maio de 2012.
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Ao nível Europeu, na maior parte dos países da União Europeia, a produção de resíduos tem vindo
aparentemente a crescer ou, no melhor dos casos, a estabilizar (EC, 2011). Por exemplo, no que
concerne os resíduos urbanos, que representam 7% do total de resíduos da União Europeia, a produção
cresceu 16% entre 1999 e 2007, o que significou uma dissociação relativa entre o crescimento
económico e a produção deste tipo de resíduos. Atualmente, a produção estabilizou na ordem dos 524
kg/hab.ano, valor que se verificou em 2008, apesar de existirem grandes diferenças entre Estados
Membros, com as capitações a oscilarem entre cerca de 400 kg/hab.ano e os 800 kg/hab.ano (EC, 2011).
Um estudo da União Europeia estimou que a produção de resíduos aumentaria cerca de 7% entre 2008
e 2020, caso não fossem aplicadas políticas de prevenção de resíduos adicionais (EC, 2011), o que diz
bem sobre a relevância dos esforços realizados a este nível.
2.2.2.2 Reciclagem e Valorização
Ao nível europeu tem-se vindo a assistir a uma mudança importante ao nível da gestão de resíduos.
Em comparação com o passado, os resíduos são cada vez mais reciclados e valorizados, fruto das
políticas europeias e nacionais, como por exemplo, as que estabeleceram metas e instrumentos para a
reciclagem e valorização de resíduos, as taxas de deposição em aterro ou as restrições à eliminação de
certos tipos de resíduos. Outro aspeto que contribuiu para esta evolução foram os aumentos dos preços
das matérias-primas e da energia, que potenciam a reciclagem e valorização dos resíduos em
detrimento da sua eliminação (EEA, 2010).
No entanto, verifica-se que a eliminação de resíduos é ainda dominante a nível europeu. Em 2008, o
Eurostat estima que foram eliminados 55% dos resíduos produzidos, tendo sido valorizados os restantes
45%3. Destes, a maior parte foram valorizados através de reutilização ou reciclagem, sendo que a UNEP
estima que atualmente 38% do total de resíduos produzidos na União Europeia tenha estes destinos
(UNEP, 2012b).
A situação existente entre os Estados-Membros é bastante díspar, sendo que, por exemplo, em 2006,
98% do total de resíduos eram eliminados na Bulgária, enquanto na Dinamarca e Bélgica esse número
era inferior a 10% (EEA, 2010). Em Portugal, em 2010, a eliminação de resíduos ascendeu a 47% (INE,
2011).
2.2.2.3 Impactes e Benefícios Ambientais
Redução do Consumo de Recursos Naturais
A reciclagem dos resíduos gerados pelas atividades económicas é importante, dado que permite, em
geral, evitar o consumo de recursos extraídos da natureza, e os impactes associados a esses processos.
De igual forma, a valorização energética dos resíduos permite evitar o consumo de outros tipos de
recursos energéticos, como sejam os combustíveis fosseis (UNEP, 2012b).
Por outro lado, uma grande parte da reciclagem de materiais encontra-se ligada aos recursos não
renováveis, como sejam os metais (EEA, 2011a), pelo que, através da redução do consumo desses
recursos se promove a extensão das suas reservas (stocks).
3 Eurostat, Treatment of waste by NUTS 1 regions, consultado em 23 de Maio de 2012.
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Apesar de nas economias europeias ainda se verificarem muitas ineficiências na utilização de
recursos, em termos gerais, os níveis de reciclagem atualmente praticados para alguns materiais
cobrem já uma parte importante da sua procura (EEA, 2011a), de que os metais ou o papel/cartão são
exemplos. No entanto existe espaço para evolução, como se mostra na figura 2.3, onde se apresenta o
potencial de reciclagem dos resíduos existentes atualmente na EU27, por material, face ao seu nível de
consumo pela economia.
Figura 2.3 – Potencial contributo da reciclagem para o consumo do respetivo material (ano base 2006)
Fonte: Adaptado de EEA (2012c).
A redução do consumo de recursos naturais através da reciclagem de materiais, pode ser altamente
benéfica, particularmente quando a extração de determinados materiais a partir de recursos naturais
tem elevados impactes ambientais. Por exemplo, os metais exigem a extração de uma quantidade
muito elevada de minerais da crosta terrestre para a obtenção de 1 kg de material primário puro, como
se indica na tabela 2.2.
Tabela 2.2 – Estimativas da poupança de recurso naturais pela reciclagem de resíduos
Categoria Quantidade reciclada (kt) Fator* Poupança (kt)
Aço e ferro 77.700 4 310.800
Alumínio 3.100 9 27.900
Cobre 900 100 90.000
Chumbo 600 33 19.800
Zinco 700 19 13.300
Vidro 10.700 1 10.700
Agregados 769.200 1 769.200
Plástico 4.500 1 4.500
Papel 44.200 1.1 48.620
Madeira 21.700 1 21.700
Outros 119.200 1 119.200
Total 1.052.500 1.435.720
Fonte: Com base em BIO Intelligence et al. (2011b).
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Adicionalmente, devido à procura de recursos naturais continuar a aumentar e dada a dependência da
União Europeia na sua importação, prevê-se que o papel da reciclagem será cada vez mais importante
no espaço europeu (EC, 2011).
Emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE)
As emissões de GEE do setor como definidas pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC)
compreendem as emissões diretas dos aterros, da incineração sem recuperação de energia, do
tratamento de águas residuais e do tratamento biológico (IEEP et al., 2011). Tendo por base este
âmbito, estima-se que as emissões diretas de Gases com Efeito de Estufa (GEE) do setor dos resíduos
na EU27 tenham representado 2,8% do total de emissões ocorridas em 2007, tendo decrescido 30%
desde o ano de 1995 (EC, 2011).
A gestão adequada dos resíduos contribui para a redução das emissões globais de GEE inerentes às
atividades humanas, sendo que esta redução é alcançada de duas formas:
Através da redução das emissões diretas relacionadas com a eliminação e valorização de
resíduos, mais concretamente com o aterro de resíduos (sobretudo por se evitar a produção de
metano), mas igualmente pela redução das emissões diretas relacionadas com as atividades de
incineração e reciclagem, para além do transporte dos resíduos.
Pelo aumento das emissões evitadas, que representam os benefícios da valorização de
recursos (utilização dos resíduos como materiais secundários e substituição de recursos
energéticos) (EEA, 2011b). Por exemplo, na tabela 2.3 apresenta-se a poupança de emissões de
GEE e consumo de energia associados à reciclagem de alguns materiais.
Tabela 2.3 - Poupança de emissões de GEE e consumo de energia pela reciclagem de vários materiais
Tipo de material
Poupança de energia (%)
Poupança de emissão de gases de efeito de estufa
(kg CO2 eq/t material reciclado)
Poupança no preço do carbono (USD) por 1000 t de material
reciclado (US$ 13,4/t de CO2eq)
Aço 62-74 1.512 20.260
Papel 40 177 2.372
Fonte: Com base em Ecorys (2009).
Por exemplo, considerando apenas as emissões provenientes da gestão dos resíduos urbanos, que
compreendem as embalagens, verifica-se que o principal responsável pelas emissões diretas a nível
europeu é o aterro de resíduos. Já a reciclagem de resíduos permite evitar emissões da produção de
materiais primários. De realçar que tal é alcançado sobretudo pela reciclagem de resíduos de
embalagens.
Numa lógica de ciclo de vida, considerando o período entre 1995 e 2008, verifica-se que as emissões
relacionadas com a gestão de resíduos urbanos decresceram substancialmente, tendo esse decréscimo
sido devido à redução das emissões diretas com a sua gestão, mas igualmente pelo aumento dos
benefícios da valorização desse tipo de resíduos, com especial enfoque na reciclagem (ver figura 2.4).
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As principais forças motoras que catalisaram essa mudança foram a Diretiva Aterros, dado terem-se
introduzido metas de redução da quantidade de resíduos biodegradáveis colocados em aterro
(reduzindo-se as emissões de metano) e as Diretivas Embalagens e Diretiva Quadro de Resíduos, que
potenciaram o aumento dos níveis de reciclagem dos RSU como um todo (EEA, 2012b).
Figura 2.4 – Emissões da GEE na Europa dos 27 entre 1990 e 2008, em CO2 equivalentes
Fonte: Adaptado de EEA (2010a).
Com o aprofundamento da implementação da atual legislação europeia de resíduos, espera-se mesmo
que a médio prazo a gestão de RU na UE passe a ter contribuição líquida negativa para as emissões
globais de GEE, ou seja, que as emissões evitadas pela valorização de resíduos sejam superiores às
emissões diretas associadas à gestão dos mesmos, conforme se ilustra na figura 2.5 (EEA, 2012b).
A redução esperada das emissões do setor de gestão de resíduos constituirá uma parte relevante das
metas de redução climáticas da Europa para 2020.
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Figura 2.5 – Evolução prevista para as emissões da GEE na UE27 até 2020 segundo um cenário de Business-as-usual
Nota: Cenário Business-as-usual, que estima a evolução das emissões de GEE com base apenas na concretização das politicas de
resíduos existentes atualmente. Fonte: Adaptado de EEA (2012b).
Em Portugal, a consolidação dos sistemas de gestão de resíduos urbanos, nomeadamente com o
aumento esperado das taxas de reciclagem e valorização, implica uma melhoria dos impactes
ambientais relacionados com a emissão de GEE, embora os cenários existentes apontem para que em
2020 o balanço liquido das emissões seja ainda negativo. Segundo a análise realizada no âmbito do
PERSU II, a reciclagem é a componente com maior potencial de redução indireta de emissões (0,41 t
CO2 eq/treciclada), valor mais elevado que os da incineração com recuperação de energia (0,18 t CO2
eq/tincimerada) e da substituição de fertilizantes devido à compostagem (0,02 t CO2 eq/tvalorizada) (MAOTDR,
2007).
Figura 2.6 – Balanço das emissões de GEE na gestão e tratamento de RSU
Fonte: Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos PERSU II
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Outras Consequências Ambientais
A reciclagem de resíduos, para além de contribuir para reduzir a extração de recursos naturais e evitar
igualmente a emissão de GEE associadas a estes processos, permite em muitos casos reduzir outros
tipos de impactes ambientais, como sejam os relacionados com a formação de oxidantes fotoquímicos,
com a acidificação ou com a eutrofização.
Por outro lado, a reciclagem apresenta normalmente vantagens sobre outras formas de valorização e
eliminação de resíduos. Por exemplo, uma revisão bibliográfica a estudos de Avaliações de Ciclo de Vida
(ACV) concluiu que a reciclagem era a opção preferível para a maior parte dos materiais face à
incineração e o aterro dos resíduos (ver tabela 2.4).
Tabela 2.4 – Preferência ambiental global de várias opções de gestão de resíduos tendo em conta estudos de ACV realizados
Material
Reciclagem VS Incineração Reciclagem VS Aterro
Reciclagem Incineração Sem preferência Reciclagem Aterro Sem preferência
Papel e cartão 22 6 9 12 0 1
Vidro 8 0 1 14 2 0
Plástico 32 8 2 15 0 0
Alumínio 10 1 0 7 0 0
Aço 8 1 0 11 0 0
Madeira
Agregados 6 0 0
Total 80 16 12 65 2 1
Fonte: Com base em BIO Intelligence (2011).
Por este facto, a reciclagem foi colocada no 3º lugar da hierarquia de gestão de resíduos da União
Europeia, a seguir à prevenção e reutilização (EEA, 2011a).
2.2.3 Gestão de Resíduos de Embalagens
2.2.3.1 Produção
De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, os resíduos de embalagens provenientes das
habitações e fontes comerciais representam cerca de 3% do total de resíduos gerados na União
Europeia. A produção destes resíduos tem vindo a crescer, apesar de existir uma dissociação
relativamente ao crescimento económico, como se pode constatar da análise da figura 2.7.
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Figura 2.7 – Tendência de crescimento da produção de resíduos de embalagem e o PIB na UE15 entre 1998 e 2008
Fonte: Com base na Agência Europeia do Ambiente (2011). Generation of packaging waste and GDP in the EU-15, CSI017,
www.eea.europa.eu/pt, site consultado em 23/05/2012.
Em termos médios, em 2008, a capitação na União Europeia dos resíduos de embalagem produzidos
rondava os 164 kg/hab.ano, tendo diminuído ligeiramente em relação ao ano 2000, conforme se ilustra
figura 2.8. No entanto, a produção per capita varia bastante entre os Estados Membros, desde 41
kg/hab.ano na Bulgária, até 245 kg/hab.ano na Irlanda (EC, 2011).
Figura 2.8 – Produção total de resíduos de embalagens na União Europeia (kg/hab.ano)
Fonte: BIO Intelligence (2011)
Em Portugal, considerando apenas os resíduos de embalagens geridos no âmbito do SIGRE, a capitação
em 2010 foi de 114 kg/hab.ano (SPV, 2012).
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Em termos da produção de resíduos por material, os materiais com maior geração de resíduos são o
papel/cartão, seguidos do vidro, embora o plástico seja cada vez mais utilizado, tendo aumentado 40%
entre 1997 e 2006 (EEA, 2012c), como se pode inferir pela análise da figura 2.9 que apresenta o
consumo aparente per capita de diferentes materiais de embalagens na UE. Em Portugal a situação é
semelhante, sendo que, no entanto em 2011, os quantitativos de resíduos de embalagens de vidro
geridos no âmbito do SIGRE foram ligeiramente superiores aos do papel/cartão (SPV, 2012).
Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano)
Fonte: Adaptado de BIO Intelligence et al. (2011b).
2.2.3.2 Reciclagem e Valorização
Em 2009, segundo dados do Eurostat, 62,5% dos resíduos de embalagens produzidos na União
Europeia (EU27) foram reciclados, tendo 12% sido encaminhados para valorização energética4.
As taxas de reciclagem variam bastante de Estado Membro para Estado Membro, conforme se ilustra na
figura 2.10, embora para a generalidade dos países estas taxas tenham vindo a aumentar ao longo do
tempo, com a exceção de alguns países, como a Alemanha.
4 Segundo dados disponíveis no site do Eurostat. Site consultado em 23 de Maio de 2012. http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/environment/data/main_tables
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Figura 2.10 – Taxas de reciclagem de resíduos de embalagens em 1998 e 2008
Fonte: BIO Intelligence (2011).
O material com maior taxa de reciclagem é o papel/cartão na UE, tendo em 2009 sido alcançada uma
taxa de reciclagem de 83%, que correspondeu igualmente à maior quantidade de material processado a
nível europeu (25 Mt), como se pode verificar pela análise da tabela 2.5.
Tabela 2.5 – Quantidade de resíduos de embalagens gerados e reciclados em 2009 na EU27
Tipo de Resíduo de Embalagens
Resíduos Gerados (kt)
Reciclagem Valorização
Reciclagem (kt)
Taxa de reciclagem (%)
Valorização (kt)
Taxa de valorização (%)
Papel Cartão 29.789 24.828 83 27.019 91
Vidro 16.016 10.827 68 10.827 68
Plástico 14.602 4.697 32 8.718 60
Madeira 11.392 4.294 38 7.257 64
Metais 4.543 3.158 70 3.176 70
Total 76.565 47.838 63 57.117 75
Fonte: Com base em dados do Eurostat. Site consultado em 23 de Maio de 2012.
http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/environment/data/main_tables
Em Portugal, os quantitativos reciclados têm vindo a aumentar ao longo do tempo, bem como as taxas
de reciclagem alcançadas. Na figura 2.11 apresentam-se os fluxos de resíduos de embalagens gerados,
reciclados e valorizados entre 2006 e 2010 a nível nacional.
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Figura 2.11 – Fluxo de resíduos de embalagens gerados e recuperados
Fonte: INE (2012).
Considerando apenas os resíduos de embalagens geridos no âmbito da responsabilidade da SPV no
quadro do SIGRE, estima-se que no total tenham sido encaminhados para reciclagem 711 kt de resíduos
de embalagens, de um total de 1.198 kt5 de resíduos de embalagens geridos (tabela 2.6). Tal significa
uma taxa de reciclagem global de 64% e de valorização de 70%. Considerando apenas os resíduos
urbanos de embalagens, a taxa de reciclagem ascende a 46% e a de valorização a 54%.
5 Para o fluxo urbano, os quantitativos mencionados para resíduos reciclados, valorizados organicamente e energeticamente
dizem respeito a resíduos de embalagens que foram efetivamente sujeitos a estas operações, tendo por base as declarações dos
vários SMAUT e Retomadores.
No caso dos quantitativos relativos ao aterro de resíduos de embalagens, estes valores foram estimados tendo em conta o
potencial de geração de resíduos urbanos de embalagens no âmbito da SPV (859.391 t), acrescidos de 1.474 t de resíduos de
embalagens de madeira que foram geridos efetivamente em acréscimo à responsabilidade da SPV e os quantitativos efetivamente
encaminhados para os restantes destinos.
No caso do fluxo não urbano, os resíduos geridos no âmbito do SIGRE foram calculados tendo em conta os resíduos efetivamente
encaminhados para reciclagem segundo os OGR intervenientes no sistema (318.281 t), acrescidos de 18.542 t de resíduos relativos
aos materiais madeira, vidro e outros que resultaram do consumo de embalagens que se estima que contribuíram
financeiramente para o SIGRE, mas que desconhece-se o seu tipo de destino final.
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Tabela 2.6 – Resíduos de embalagens geridos no contexto da responsabilidade da SPV no quadro do SIGRE
Fonte: Com base em dados fornecidos pela SPV, considerando o sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens e o sistema
eXtra-Urbano.
2.2.3.3 Impactes e Benefícios Ambientais
Redução do Consumo de Recursos Naturais
A reciclagem de resíduos de embalagens é bastante relevante no contexto da redução do consumo de
recursos naturais que são utilizados para fabricar os diferentes materiais de embalagem.
Existem materiais, como o vidro e os plásticos, em que uma parte significativa da sua produção global se
destina ao fabrico de embalagens, como se pode constatar da tabela 2.7. Consequentemente, os
resíduos de embalagens produzidos constituem uma fração bastante significativa da totalidade de
resíduos desses materiais disponíveis para serem reciclados.
Tabela 2.7 – Percentagem da produção global que é utilizada para o fabrico de embalagens
% do material utilizado para
embalagem Observações e fontes
Plásticos 38%
BIO Intelligence et al. (2011a) Vidro 60%
Alumínio 16%
Mesmo no caso de outros tipos de materiais com um mais variado leque de aplicações, como por
exemplo, os metais ferrosos, os resíduos de embalagens representam uma fração importante dos
resíduos reciclados na União Europeia, segundo os dados disponíveis e ilustrados na tabela 2.8.
Fluxo / Material (t) Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão
Plástico Vidro Outros Total
Fluxo urbano
Reciclagem 18.676 840 4.516 104.907 47.933 210.422 0 387.295
Valorização orgânica
0 0 0 5.401 0 0 0 5.401
Valorização energética
0 0 215 27.105 42.715 0 0 70.036
Aterro 26.302 7.938 0 83.333 91.608 186.949 2.004 398.133
Total 44.978 8.778 4.732 220.746 182.256 397.371 2.004 860.865
Fluxo Não Urbano
Reciclagem 30.294 503 38.013 216.895 25.840 6.736 0 318.281
Destino desconhecido
0 0 11.757 0 0 6.280 505 18.542
Total 30.294 503 49.769 216.895 25.840 13.016 505 336.823
Total Fluxo Urbano + Fluxo Não Urbano 75.272 9.281 54.501 437.641 208.096 410.387 2.509 1.197.688
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Tabela 2.8 - Estimativas da reciclagem de materiais na UE por fluxo de resíduos selecionados em 2006
Material reciclado sob a política existente (t)
C&D VFV Embalagens REEE Total
Metal 9.989.944 4.294.855 3.600.212 1.169.576 19.054.587
Metal ferroso 9.989.944 3.842.765 2.788.713 1.063.251 17.684.673
Metal não ferroso 452.090 811.499 106.325 1.369.914
Alumínio - - 604.453 - 604.453
Vidro - - 11.233.183 - 11.233.183
Agregados 209.788.824 - - 209.788.824
Plástico 4.994.972 - 4.838.694 531.626 10.365.292
Papel - - 30.509.027 - 30.509.027
Madeira 9.989.944 - 5.323.356 - 15.313.300
Total 234.763.684 4.294.855 55.504.472 1.701.202 296.264.213
Fonte: Com base em BIO Intelligence (2011).
De seguida detalham-se algumas características relacionadas com a reciclagem dos diferentes materiais:
Metais
Os metais são vitais para a economia global e podem classificar-se como metais ferrosos e não ferrosos,
fazendo parte destes últimos o alumínio, o cobre ou o zinco. Atualmente, os resíduos de embalagens
representam aproximadamente 1,3% das entradas de metais na economia Europeia (EC, 2011).
A maioria dos metais pode ser reciclada qualquer número de vezes sem uma diminuição percetível da
qualidade. A taxa de reciclagem dos resíduos de embalagens metálicos situou-se nos 70% em 2009,
segundo dados do Eurostat.
No caso específico da taxa de reciclagem de latas de alumínio na Europa, esta estima-se em cerca de
60% (Ecorys, 2009), sendo que o tempo de residência na economia das embalagens deste material situa-
se entre 0,3 e 0,8 anos (UNEP, 2010). Segundo dados da European Environmental Agency (EEA), a
reciclagem de uma tonelada de alumínio permite poupar 1,3 t de resíduos de bauxite, 15 m3 de água de
refrigeração, 0,86 m3 de água de processo, evitando igualmente a emissão de 11 kg de SO2, para além
de 2 toneladas de CO2 (Ecorys, 2009).
Este setor pode ainda ser gerador de diversas atividades de subsistência, como no Brasil, onde se estima
que cerca de 700 mil as pessoas que desenvolvem atividades de reciclagem de latas de alumínio,
sobretudo no setor informal, o que contribui para que o país tenha uma taxa de reciclagem destas
embalagens bastante elevada (UNEP, 2011).
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Vidro
O vidro pode ser refundido de modo a fabricarem-se novos produtos de vidro sem perda de
propriedades físicas ou da sua qualidade. O vidro colorido não pode ser transformado em vidro
transparente, mas pode ser reciclado em produtos de vidro coloridos. Outras aplicações alternativas de
vidro reciclado incluem a filtragem de água e os agregados (BIO Intelligence et al., 2011a).
Plásticos
A produção global de plásticos em 2009 foi estimada em cerca de 245 Mt, sendo que 25% destes foram
produzidos na UE (BIO Intelligence, 2011).
Para além das garrafas de PET, que podem ser recicladas na sua forma prévia (closed-loop recycling), as
opções de reciclagem dos plásticos envolvem usualmente um down-cycling, onde os polímeros são
transformados em produtos de menor qualidade.
As maiores aplicações dos plásticos reciclados são os filmes e sacos para o setor da distribuição, fibras
para o fabrico de produtos para habitações e os materiais de construção. O PEBD e o PEAD podem ser
reciclados para aplicações de embalagem. O PVC é difícil de ser reciclado e atualmente não existem
operações de reciclagem em larga escala para o PVC de pós-consumo (BIO Intelligence et al., 2011a).
Madeira
As opções de reciclagem de madeira pós-consumo dependem sobretudo da qualidade da madeira em si
(e.g. decaimento, contaminações, etc.). A madeira recolhida e adequada para reciclagem é limpa e
processada de modo a remover contaminantes e é posteriormente fragmentada em lascas que podem
ser utilizados em várias aplicações, como no fabrico de contraplacados, arquitetura paisagística ou na
criação de animais (BIO Intelligence et al., 2011a).
Papel/cartão
A reciclagem de papel/cartão usado envolve a sua repolpagem, operação que quebra as fibras e
posteriormente a crivagem, seguida de limpeza e destintagem. Dependendo da qualidade das fibras
recicladas, a pasta de papel pode ser utilizada para fabricar novos produtos de papel e cartão, ou
misturada com fibras virgens para a produção de melhores “grades”. As fibras recicladas deterioram-se
com o tempo e não podem ser recicladas indefinidamente, tendo de ser misturadas com fibras virgens
(BIO Intelligence et al., 2011a).
O papel pode ser reciclado no máximo até oito vezes (EEA, 2011b). No papel/cartão utilizado em
embalagem, mais de 70% é proveniente da reciclagem (73.5% em 2008) (Ecorys, 2009).
Emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE)
As emissões de gases com efeito de estufa relacionadas com o fabrico e consumo de embalagens na
Europa representam uma fração significativa do total de emissões de GEE anuais. Um estudo realizado
em 2003 refere que as embalagens representavam nessa altura cerca de 2% das emissões totais de
GEE na EU15, correspondente a cerca de 80 milhões de toneladas de CO2 eq.
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A quota-parte das embalagens relativamente a outros impactes ambientais, como a acidificação da
atmosfera, a emissão de partículas finas e a eutrofização, seriam de uma magnitude comparável (EC,
2006a).
Ao nível europeu, o mesmo documento refere que a reciclagem e a valorização energética dos resíduos
de embalagens gerava uma poupança nas emissões de GEEE na ordem das 25 milhões de toneladas de
CO2 equivalente6 e de recursos de cerca de 10 milhões de toneladas de equivalente de petróleo
7, em
comparação com um cenário onde todas as embalagens seriam enviadas para deposição em aterro ou
incineração sem valorização energética, o que corresponderia a cerca de 0,6% das emissões totais de
GEE de países como a Dinamarca, a Irlanda ou a Suécia (EC, 2006a).
Outras Consequências Ambientais
Para além da redução da emissão de GEE, existem outros benefícios ambientais derivados da reciclagem
dos materiais de embalagem. Nesse contexto, segundo um estudo desenvolvido para a União Europeia
que analisou os impactes da Diretiva Embalagens, a reciclagem de embalagens pode ser classificada,
com um grau de certeza relativamente elevado, entre as opções mais eficientes em termos de custos
para a redução das emissões de CO2 e de outros impactos ambientais (EC, 2006a).
Um outro estudo realizado para a União Europeia estimou os impactes de maiores níveis de reciclagem
dos resíduos de embalagem, tomando como cenário que para cada material seria alcançado um nível de
reciclagem idêntico ao existente ao atualmente no Estado-Membro da UE mais avançado nessa matéria
(BIO Intelligence, 2011).
Nesse cenário, que pressupõe um maior índice de reciclagem, para além das vantagens económicas que
advêm de evitar da produção de materiais primários8, foi estimado que permitiria uma poupança
elevada de combustíveis fósseis, para além da depleção de recursos naturais e das emissões de GEE
(figura 2.12).
6 Cerca de 1 milhão de toneladas em resultado direto da Diretiva Embalagens. 7 Cerca de 3 milhões de toneladas em resultado direto da Diretiva Embalagens. 8 Considerando a diferença de preços entre meteriais primários e materiais reciclados.
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Figura 2.12 – Impactes da reciclagem de resíduos de embalagens
Fonte: BIO Intelligence (2011).
Para o cenário referido, a redução do impacte ambiental nas referidas categorias de impacte
encontram-se referidas na tabela 2.9. O plástico é o material com maior potencial de redução do seu
impacte ambiental, através da sua reciclagem.
Tabela 2.9 – Impactes ambientais evitados associados com um cenário de reciclagem em que a taxa de reciclagem da UE é idêntica à taxa de reciclagem atual do Estado-Membro mais avançado nesta matéria, por material
Material Reciclado Emissão de GEE
evitada (t CO2 eq) Consumo de recursos
novos evitados Combustíveis fósseis
evitados (tep)
Vidro 74.823 750 38.781
Plástico 8.797.013 106.280 5.431.320
Papel e cartão 4.524.490 4.963 134.312
Metais 3.568.870 26.796 1.048.554
Madeira N.D. N.D. N.D.
Benefícios totais 16.965.196 138.789 6.652.967
Fonte: Com base em BIO Intelligence (2011).
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2.3 Contributos Económicos
2.3.1 Enquadramento
A gestão de resíduos e a reciclagem constituem subsetores importantes das eco-indústrias, que
contribuem para o Produto Interno Bruto (PIB) europeu e para o comércio intra e extra comunitário
(EEA, 2011a).
Em particular, a reciclagem providencia novas oportunidades económicas, potencialmente criando
mercados para novos produtos e serviços (EC, 2011). A reciclagem permite que os recursos se
mantenham na economia num processo fechado (closed-loop), mudando o paradigma de
desenvolvimento económico que tem vindo a ser assente num modelo económico linear, baseado na
depleção de recursos naturais e da produção de resíduos (EEA, 2011a).
Nos parágrafos seguintes apresentam-se alguns impactes económicos relacionados com a gestão de
resíduos, em geral, e de resíduos de embalagens, em particular.
2.3.2 Setor de Gestão de Resíduos
2.3.2.1 Estrutura do Mercado
As indústrias de gestão de resíduos e reciclagem encontram-se bem estabelecidas ao nível europeu.
Segundo dados do Eurostat, em 2006, a UE27 detinha 5.170 instalações de incineração com recuperação
de energia, 3.897 instalações de incineração, 50.682 instalações de reciclagem e 10.286 aterros (IEEP et
al., 2011). Por outro lado, existiam aproximadamente 15.500 empresas dedicadas à reciclagem (Ecorys,
2009b).
A indústria é caracterizada por uma estrutura piramidal, com um número limitado de grandes empresas
e uma base alargada de pequenas empresas (Ecorys, 2009b). Estima-se que aproximadamente 95%
destas empresas são PME (IEEP et al., 2011). O primeiro grupo foca-se no processamento e na entrega
dos materiais reciclados, enquanto as pequenas empresas encontram-se orientadas para a recolha e
triagem dos resíduos (Ecorys, 2009b).
Como os materiais reciclados são matérias-primas, os clientes procuram boa qualidade a um bom preço.
Tipicamente, apenas as grandes empresas investem em I&D, especialmente com o objetivo de
desenvolver melhores processos de reciclagem que permitam produzir materiais reciclados “mais
puros” que podem ser vendidos a um preço mais elevado (Ecorys, 2009b).
O processamento dos resíduos recolhidos é geralmente capital intensivo. Os investimentos necessários
para estabelecer uma unidade de reciclagem são elevados. No entanto, genericamente, após a
construção das unidades de reciclagem, os custos salariais são uma importante fração dos custos
totais, tal como acontece com a energia. Adicionalmente, a recolha e a triagem de resíduos envolve
uma quantidade considerável de mão-de-obra (Ecorys, 2009b).
No entanto, a forma como os resíduos são recolhidos e triados pode variar entre países e regiões,
dependendo dos preços unitários dos fatores de produção. Por exemplo, o Eurostat estima que, em
2006, em termos médios, os custos com pessoal representaram 10% dos custos totais da indústria de
reciclagem, variando entre 1,6% na Bulgária e 20% no Luxemburgo e em França (Ecorys, 2009b).
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Em Portugal, segundo dados do INE, existiam 1292 empresas dedicadas à gestão de resíduos em 2010
e 410 empresas ligadas à produção de materiais e produtos reciclados. Estas empresas representavam
respetivamente 71% e 27% do total de empresas ligadas à gestão da poluição9 e gestão de recursos
10.
2.3.2.2 Volume de Negócios, Custos Incorridos e Rendimentos Obtidos
Um estudo realizado pela Ecorys, baseado em dados do Eurostat, estima que o volume de negócios
associados à gestão de resíduos e à reciclagem de materiais na Europa representou, em 2008, um
volume de negócios de 147 mil milhões de euros, o que significa em termos agregados 46% do volume
de negócios das eco-indústrias identificadas nesse estudo, que incluem adicionalmente, a distribuição
de água, a gestão de águas residuais, as energias renováveis, o controle da poluição atmosférica, a
biodiversidade, entre outras (Ecorys, 2009a).
Desta fatia, a maior parte estava relacionada com a gestão de resíduos (92 mil milhões de euros), sendo
o restante relativo à reciclagem de materiais (55 mil milhões de euros) (Ecorys, 2009a).
A reciclagem dos materiais apresentou a segunda maior taxa de crescimento das eco-indústrias, apenas
atrás das energias renováveis, tendo no período 2004-2008 apresentado uma taxa de crescimento anual
de 17% (EEA, 2011a) (ver tabela 2.10).
Tabela 2.10 – Volume de negócios do setor da reciclagem
2004 2006 2007 2008 2009
Volume de negócios da reciclagem de sete materiais nucleares na UE (M€, preços atuais)
32.535 47.008 56.082 60.524 37.229
VAB dos setores industriais, de produção de eletricidade e de gestão de resíduos da UE (M€, preços atuais)
1.930.790 2.113.325 2.221.800 2.243.801 1.919.044
Volume de negócios da reciclagem de sete materiais nucleares relativamente ao VAB dos setores industriais, de produção de eletricidade e de gestão de resíduos da UE (%)
1,69 2,22 2,52 2,7 1,94
VAB total da UE (M€, preços atuais) 9.490.958 9.877.205 10.405.157 11.011.791 11.188.957
Volume de negócios da reciclagem de sete materiais nucleares relativamente ao VAB total da UE (%)
0,34 0,48 0,54 0,55 0,33
O setor da reciclagem é atualmente é dominado por 7 tipos de materiais nucleares (EEA, 2011a):
Vidro.
Papel e cartão.
Plásticos.
Ferro e aço.
Cobre, alumínio e níquel.
Metais preciosos.
Outros metais.
9 Atividades de prevenção, medição, redução, eliminação, correção dos efeitos da poluição e de qualquer outro dano ao ambiente, nomeadamente à atmosfera, solos, rios assim como problemas associados à gestão dos resíduos, poluição sonora e ameaças aos ecossistemas. Notas: Excluem-se medidas tomadas por razões de higiene e segurança dos locais de trabalho ou as que visam o aumento da eficiência (por exemplo a redução de matérias-primas) ou rentabilidade da produção e melhoria da qualidade dos produtos e/ou serviços (INE, 2011.
10 Gestão de recursos de modo sustentável como a conservação de recursos naturais que estão sujeitos a esgotamento pelo consumo humano, visando a limitação ou minimização do seu uso. Notas: Refere-se ao aproveitamento da energia renovável, poupança de energia, gestão da água potável, entre outras atividades (INE, 2011).
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A maior parte do volume de negócios induzido pela reciclagem de materiais na Europa diz respeito à
reciclagem de ferro e aço, seguida de outros metais não ferrosos e do papel/cartão, como se pode
identificar pela análise da figura 2.13.
O setor da reciclagem encontra-se a crescer e em desenvolvimento, uma vez que o consumo de bens
não tem diminuído (EEA, 2011a). No entanto, em termos Europeus e dado que para alguns tipos de
resíduos as taxas de reciclagem alcançadas são elevadas, o espaço de manobra para a evolução é
limitado (Ecorys, 2009b).
Figura 2.13 – Volume de negócios da reciclagem de 7 tipos de materiais nucleares
Segundo a Agência Europeia do Ambiente, o volume de negócios duplicou entre 2004 e 2008, tendo as
exportações destes materiais aumentado devido ao crescimento das economias asiáticas, o aumento da
oferta de materiais recicláveis no mercado e a implementação das Diretivas europeias relativas a
resíduos, incluindo da Diretiva Embalagens. Neste contexto, a importância da exportação tem
aumentado relativamente às importações (ver figura 2.14).
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Figura 2.14 – Valor do comércio interno e externo de alguns materiais recicláveis
Fonte: (EEA, 2011a).
No entanto, o setor encontra-se muito dependente da evolução dos preços unitários das mercadorias
nos mercados internacionais (ver tabela 2.11 e figura 2.15). Por exemplo, devido à crise iniciada em
2008, ocorreu nessa altura uma quebra dos preços de várias matérias-primas, que se refletiu nos preços
dos materiais secundários e que originou uma diminuição acentuada do volume de negócios do setor
em 2009 face aos anos anteriores.
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Tabela 2.11 – Evolução dos valores médios em Euros/t de diferentes recicláveis baseados nas estatísticas de comércio intra e extracomunitário
2004 2006 2007 2008 2009
Preços médios em
EUR/t
Para fora da
EU
Dentro da EU
Para fora da
EU
Dentro da EU
Para fora da
EU
Dentro da EU
Para fora da
EU
Dentro da EU
Para fora da
EU
Dentro da EU
Vidro 158 36 89 42 83 39 103 43 101 47
Papel e cartão
94 94 102 94 116 118 119 120 82 84
Plástico 251 319 310 424 307 454 293 441 208 295
Cu, Al, Ni 1.015 1.242 1.832 2.134 1.521 2.207 1.543 1.991 1.222 1.412
Ferro e Aço 199 257 273 322 378 393 371 456 241 245
Metais preciosos
43.591 28.372 44.262 41.543 25.844 41.581 63.659 37.304 129.119 30.150
Outros Metais
1.012 921 2.255 1.610 2.724 1.723 2.358 1.519 1.484 1.132
Fonte: Com base em ETC/SCP (2011).
Figura 2.15 – Evolução dos preços de alguns materiais secundários, baseados nas estatísticas de comércio intra e extracomunitário
Fonte: Adaptado da EEA (2012c).
Em Portugal, o volume de negócios relacionado com as atividades de gestão de resíduos e os
materiais e produtos reciclados ascenderam a 2683 milhões de Euros em 2010, concentrados
maioritariamente nas empresas com CAE relacionado com a valorização de resíduos metálicos (CAE
38321), comércio por grosso de sucatas e de desperdícios metálicos (CAE 46771) e tratamento e
eliminação de outros resíduos não perigosos (CAE 38312), como se pode analisar da análise da tabela
2.12.
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Tabela 2.12 – Dados gerais das entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica
Fonte: INE (2011).
A maior parte do volume de negócios das empresas ligadas à gestão de resíduos e reciclagem está
concentrada no mercado nacional, como se depreende da análise da tabela 2.13.
Tabela 2.13 – Distribuição do volume de negócios das entidades produtores de bens e serviços de ambiente por atividade económica segundo o tipo de mercado
Fonte: INE (2011).
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2.3.2.3 Valor Acrescentado
A UNEP estima que o setor de gestão de resíduos, no seu todo, tenha representado em 2011, 0,16% do
Produto Interno Bruto (PIB) mundial, ou seja, cerca de 108 mil milhões de dólares, podendo triplicar em
valor até 2050 (UNEP, 2011).
Ao nível Europeu, verificam-se grandes diferenças entre os Estados Membros, que estão patentes na
figura 2.16. Estas diferenças refletem em grande parte os salários existentes nos vários países. Caso se
ajustasse a produtividade do trabalho para contabilizar tais diferenças, a situação mudaria bastante,
com alguns dos novos membros da UE a apresentarem os maiores índices ajustados de produtividade
do trabalho (Ecorys, 2009b).
Figura 2.16 - Produtividade aparente do trabalho da indústria de reciclagem
Fonte: Adaptado de Ecorys (2009b).
Por tonelada de resíduo, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) varia consoante a localização e as operações
a que os resíduos são sujeitos. Por exemplo, um estudo realizado na Califórnia estimou que em 1999 o
VAB relacionado com a eliminação de resíduos sólidos em aterro ascendia a 144$/t, enquanto a
valorização desses resíduos significava um VAB de 290 $/t (Goldman and Ogishi, 2001).
Em termos dos efeitos multiplicadores11
da reciclagem de resíduos, de referir em primeiro lugar que
existem diferentes tipos de multiplicadores económicos (NRC, 2001).
Por exemplo, os multiplicadores do Tipo I identificam o valor das transações diretas e indiretas
relativamente ao valor das transações diretas (e.g. o rendimento de um setor e todos os outros
rendimentos das compras efetuadas por esse setor aos seus fornecedores). Os multiplicadores do tipo
II identificam o valor de todas as transações económicas (diretas, indiretas e induzidas) que são
estimuladas na economia pela indústria em estudo, incluindo as despesas efetuadas pelos empregados
da cadeia de valor associada ao setor em análise, relativamente ao valor das transações diretas (NRC,
2001).
Ao nível do setor de reciclagem de resíduos, existem alguns estudos que realizaram essa análise,
sobretudo nos Estados Unidos e Austrália, debruçando-se ao nível económico, mas igualmente a nível
do emprego.
11
Termo frequentemente utilizado quando se refere os efeitos económicos ou os impactes económicos (igualmente efeito
multiplicador) (NRC, 2001)
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Por exemplo, o estudo citado anteriormente do NRC avaliou os multiplicadores associados à
reciclagem nos Estados Unidos e comparou-os com o de outras indústrias. Na tabela 2.14 apresenta-se
essa comparação, tendo sido estimado um efeito multiplicador de 2,43 (tipo I) e 3,82 (tipo 2) para o
valor acrescentado bruto, sendo que informação mais detalhada para várias operações relacionadas
com a reciclagem de resíduos encontra-se disponível no referido estudo.
Tabela 2.14 – Multiplicadores da indústria de reciclagem e reutilização nos EUA e comparação com outras indústrias
Setores Produção Emprego Rendimento pessoal Valor acrescentado
Tipo I Tipo II Tipo I Tipo II Tipo I Tipo II Tipo I Tipo II
Reciclagem e reutilização 1,7 2,36 2,18 3,55 2,33 3,56 2,43 3,82
Agricultura 1,9 2,82 1,51 2,11 2,01 3,29 2,08 3,42
Minas 1,54 2,31 1,97 3,93 1,63 2,66 1,46 2,2
Construção 1,9 3,02 1,84 3,16 1,84 3,01 2,17 3,93
Manufatura 1,97 2,9 2,65 4,87 2,3 3,78 2,39 4,04
Transportes, comunicação e utilidades
1,56 2,41 1,87 3,54 1,69 2,8 1,55 2,43
Comércio grossista 1,44 2,41 1,57 2,91 1,44 2,37 1,38 2,26
Comércio a retalho 1,34 2,37 1,13 1,59 1,24 2,02 1,25 2,08
Finanças, seguros e imobiliária
1,38 1,98 1,67 3,01 1,57 2,6 1,33 1,83
Serviços 1,51 2,79 1,31 2,17 1,35 2,21 1,46 2,7
Governo 1,14 2,51 1,06 1,88 1,06 1,72 1,08 2,01
Fonte: Com base em NRC (2001).
Verifica-se que os multiplicadores obtidos para as indústrias de reciclagem e reutilização excedem
frequentemente os multiplicadores da maioria dos outros grandes setores, à exceção do setor da
indústria.
A este estudo seguiram-se outros de caráter regional no mesmo país, com resultados consistentes. Por
exemplo, para o Estado do Missouri estimaram-se vários multiplicadores (do Tipo I e Tipo II) para
atividades relacionadas com a reciclagem de resíduos, que se podem analisar na tabela 2.15 e 2.16.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 2.15 – Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo I
Fonte: EIERA (2005)
Tabela 2.16 - Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo II
Fonte: EIERA (2005)
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Outro estudo, desta vez para a Austrália e desenvolvido pelo Australian Council of Recyclers (ACOR),
verificou que o multiplicador variava bastante com o tipo de material. Deste modo, por cada dólar
australiano criado pela reciclagem de alumínio, 1,08 dólares adicionais eram criados indiretamente
(multiplicador do tipo I de 2,08). Caso se tivesse em conta as despesas induzidas pelos consumidores, o
valor subia para 1,52 dólares (multiplicador do tipo I de 2,52). O alumínio era o material com maior
efeito multiplicador do tipo II, acima do plástico (2,15), madeira (2,09), metais (2,07), papel genérico
(1,96), cartão canelado antigo (1,85) e vidro (1,61) (Insidewaste, 2008).
Finalmente, de referir que todas as referidas avaliações foram realizadas com base na técnica de Análise
de Entradas-Saídas (AES), tendo-se concluído que a indústria da reciclagem contribui de forma
significativa para a economia através dos seus efeitos indiretos.
Em relação à reciclagem em Portugal não se conhece nenhuma aplicação específica de AES, existindo no
entanto diversos estudos relacionados com outros temas. Particularmente, em Portugal a AES foi
utilizada no passado para analisar a aplicação de políticas públicas. Exemplo disso é o estudo realizado
pelo Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais (DPP) do Ministério do
Ambiente e Planeamento Regional, que avaliou o impacte dos apoios do QREN na economia portuguesa
(Dias e Lopes, 2011).
O único estudo compilado de AES sobre gestão de resíduos em Portugal foi realizado por Barata (2010),
que analisou os processos de geração e tratamento de resíduos e observou, por exemplo, que o setor da
construção é dos mais importantes geradores de resíduos sólidos no país e que a economia portuguesa
é responsável pela geração de 82,8% dos seus resíduos sólidos, sendo o restante gerado em países de
onde as importações portuguesas são provenientes.
2.3.3 Gestão de Resíduos de Embalagens
2.3.3.1 Estrutura de Mercado
Em geral, a função de substituição de produtos e serviços do ponto de vida da procura, bem como os
requisitos legais existentes levam a que exista uma diferença apreciável entre a recolha de resíduos de
embalagens domésticos e a recolha do mesmo tipo de resíduos das atividades comerciais e
industriais. Desta forma, a organização do mercado a nível dos vários países da UE é distinta para ambos
os tipos de resíduos de embalagens (DG Competition, 2005).
Tipicamente, a recolha e triagem dos resíduos de embalagens domésticos é realizada por entidades
com caráter público, em circuitos integrados na recolha dos resíduos urbanos. Neste aspeto, existem
importantes economias de rede a nível da recolha de resíduos de embalagens domésticas (DG
Competition, 2005). Mesmo neste tipo de embalagens, os custos associados à recolha, triagem e
valorização dos resíduos normalmente representam uma pequena fração dos custos totais dos produtos
(DG Competition, 2005)
Por outro lado, os resíduos de embalagens das atividades comerciais e industriais são frequentemente
recolhidos e triados em conjunto com outros tipos de resíduos industriais, sendo que, como existem
menos economias de rede do que no caso dos resíduos de embalagens domésticos, é mais fácil
aparecerem estruturas de recolha alternativas às existentes (DG Competition, 2005).
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Em geral, os materiais triados com vista à sua reciclagem fazem parte de mercados distintos (e.g.
vidro, papel, metal), que para além dos resíduos de embalagens integram outros tipos de resíduos do
mesmo material (e.g. RCD). O âmbito destes mercados pode ser predominantemente nacional mas
igualmente internacional, dado que cada vez mais estes mercados são globais (DG Competition, 2005).
O âmbito geográfico depende não só da dimensão dos Estados-Membros e das indústrias ai presentes
(por exemplo, Estados-Membros de pequena dimensão podem não ser autossuficientes a nível da
reciclagem dos resíduos de embalagens), mas igualmente dos custos de transporte e do material em
questão, dado que, por exemplo, a nível Europeu o fluxo intracomunitário de papel/cartão é mais
significativo que o de vidro (DG Competition, 2005).
2.3.3.2 Volume de Negócios, Custos Incorridos e Rendimentos Obtidos
No início da primeira década do sec. XXI, a UE encomendou um estudo para avaliar os impactes da
Diretiva Embalagens publicada em 1994. Tendo por base as taxas de reciclagem alcançadas em 2001
nos países da UE, os custos estimados com a gestão de resíduos de embalagens apontavam para cerca
de 6,6 a 6,8 milhões de Euros.
O mesmo estudo avaliou os custos hipotéticos da gestão dos resíduos de embalagens realizados através
de aterro, tendo concluído que seriam pouco inferiores (cerca de 6,1 mi milhões de Euros). Por outro
lado, os custos diretos relacionados com a aplicação da Diretiva de Embalagens representavam apenas
um incremento de cerca de 3% face aos custos esperados caso não existisse diretiva de embalagens
(GHK, 2006).
O estudo desenvolvido pela GHK refere um aumento de custos de 227 milhões de Euros atribuíveis à
Diretiva para o ano base de 2001 (GHK, 2006), variando a extensão e a forma de distribuição destes
custos por vários atores consoante o Estados Membros.
No entanto, de referir que o mercado evoluiu bastante em 10 anos. Por exemplo, por um lado, os
custos relacionados com a eliminação de resíduos são mais elevados, dado que em muitos países esta
opção foi fortemente restringida, por exemplo, pela adoção de taxas de aterro. Por outro lado, as
quantidades de embalagens recicladas aumentaram, bem como os preços de mercado de alguns
materiais reciclados (ver subcapítulo 3.2).
Passada uma década, um novo estudo desenvolvido para a União Europeia centrou-se no impacte da
gestão de resíduos de embalagens. Nesse estudo foi comparado a atual cenário de reciclagem na EU27,
com um cenário hipotético em que as taxas de reciclagem médias da UE por material seriam idênticas à
máxima taxa apresentada por um dos Estados-Membros (BIO Intelligence, 2011).
Nesse cenário, o acréscimo de materiais reciclados resultantes do incremento das taxas de reciclagem
na UE pode significar uma poupança de 7,5 mil milhões de Euros por ano, correspondente a 15,2
Euros/hab.ano, caso se tenha em conta a substituição das matérias-primas pelos materiais reciclados12
(BIO Intelligence, 2011). A desagregação por material é apresentada na tabela 2.17, sendo que a maior
poupança adviria do evitar da produção de plásticos e papel/cartão a partir de recursos naturais.
12 Considerando a diferença de preços entre meterias primários e materiais reciclados. A variação da qualidade dos materiais reciclados (pelo aumento da quantidade de resíduos enviados para reciclagem) não foi tida em conta, nem a volatilidade dos preços dos materiais reciclados e materiais primários.
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Tabela 2.17 – Impactes anuais de um cenário de reciclagem mais elevado do que o atual na UE
Tipo de material Total reciclado no
cenário de "elevada taxa de reciclagem" (t)
Toneladas adicionais recicladas comparativamente à situação atual
da EU (t)
Rendimentos mínimos por material comparativamente à situação atual
(€, preços de 2011, excl. VAT)
Vidro 16.694.124 5.674.005 141.850.125 €
Plástico (HDPE/PET) 8.373.068 3.846.986 4.031.449.482 €
Papel e Cartão 29.993.779 4.720.705 2.841.864.530 €
Metal (alumínio e aço) 4.677.323 1.341.352 526.681.725 €
Madeira 10.323.559 5.180.221 ////
Total - - 7.541.845.862 €
Fonte: BIO Intelligence (2011).
Em Portugal, um estudo desenvolvido pelo IST analisou a reciclagem dos resíduos de embalagem em
Portugal, centrando-se na reciclagem das embalagens do fluxo urbano. Para tal, baseou-se nos custos e
receitas incorridos pelos SMAUT, utilizando duas perspetivas diferentes (EIMPack, 2011).
A primeira perspetiva (económica), para além de considerar as receitas provenientes da SPV, tem em
conta outras receitas, nomeadamente as transacções diretas com os recicladores e os subsídios de
investimento (e.g. ao nível da triagem). Ao contrário da segunda perspetiva (financeira), tem igualmente
em consideração, os benefícios relacionados com os custos evitados pela recolha seletiva e reciclagem
dos resíduos, nomeadamente dos custos de recolha indiferenciada e dos custos de tratamento dos
resíduos que são evitados (e.g. aterro). Estas últimas componentes foram estimadas em 49 €/trecolhido e
53,9 €/ttratado, respetivamente, com base em inquéritos realizados aos SMAUT e pela análise dos
relatórios anuais destas entidades13
(EIMPack, 2011).
Já no que concerne aos custos, são considerados os custos operacionais relacionados com a recolha
seletiva e a triagem, a depreciação dos equipamentos e bens alocados a estas atividades e o retorno do
capital14
devido aos investimentos realizados nos equipamentos e infraestruturas. Por o outro lado, o
estudo não contabilizou os valores líquidos relacionados com a retoma das embalagens pela SPV e seu
encaminhamento para recicladores e operadores de gestão de resíduos e ainda as mais-valias obtidas na
cadeia de valor a jusante (EIMPack, 2011).
A análise concluiu que os SMAUT em termos médios beneficiam em 260 €/t de resíduos de
embalagem recolhidos, que correspondem a 369 €/t de resíduos encaminhados para reciclagem,
segundo uma perspetiva económica, ou seja, contabilizando os impactes evitados da recolha
indiferenciada e tratamento dos resíduos. Estes benefícios reduzem-se quando se utiliza uma
perspetiva financeira, onde os custos evitados não são considerados (EIMPack, 2011).
13 Tendo ainda em conta as eficiências de “triagem” das embalagens: Vidro – 95%, Papel – 93%, outros materiais – 63% 14 Considerando um tempo de vida útil de 9,6 anos, um custo do capital de 6,0%, uma taxa de imposto de 20,3%, um custo de dívida de 4,6% e uma percentagem de 19% de capitais próprios da estrutura do capital.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Figura 2.17 – Rendimentos e custos associados à gestão de resíduos de embalagens pelos SMAUT
Fonte: Adaptado de EIMPack (2011)
Tendo em conta os resultados do estudo, os autores referem que o financiamento da indústria via VPV
deve ser discutido, sendo que, caso se utilize uma perspetiva económica, os custos associados estão
sobreavaliados, podendo descer em 43%. Por outro lado, caso se considere que a indústria deve ser
inteiramente responsável pela gestão dos resíduos de embalagem (incluindo os custos inerentes à
recolha indiferenciada e tratamento dos resíduos de embalagens não encaminhados para reciclagem, os
VPV devem subir em média 35% (EIMPack, 2011).
De referir que os resultados diferem consoante os SMAUT analisados, refletindo aspetos tão díspares
como as diferenças entre os materiais de embalagem recolhidos seletivamente, a dimensão e densidade
populacional existente, etc. Por exemplo, na figura 2.18 apresentam-se custos unitários de recolha
seletiva e triagem por tipo de material para vários SMAUT, pelo que se pode verificar as diferença
existentes, que são mais expressivas para resíduos provenientes do ecoponto amarelo (embalão)
(EIMPack, 2011).
Figura 2.18 – Custos unitários de recolha seletiva e triagem por material de embalagem e volume de resíduos de embalagens recolhidas
Fonte: Adaptado de EIMPack (2011).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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2.4 Contributos Sociais
2.4.1 Enquadramento
Um dos principais desafios atualmente para os decisores políticos que pretendem transformar a suas
economias é a criação de emprego. De acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OMT), ao nível
mundial serão necessários 600 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos de modo a
sustentar o crescimento e manter a coesão social (ILO, 2012).
A transição para uma Economia Verde requer o investimento em capital humano e social através de
políticas adequadas de emprego. Neste contexto, a necessária transformação das economias dos vários
países no sentido da Economia Verde cria um grande potencial para a criação de novos empregos
(UNEP, 2012a). Procurar estratégia Alemã, referida no Editorial do Expresso de 16 de Junho.
As oportunidades de criação líquida de emprego no âmbito da Economia Verde derivam da criação de
novos mercados, como sejam a nível da gestão e reciclagem de resíduos e do facto das cadeias de valor
nos setores verdes serem muitas vezes mais longas e diversificadas que nos setores convencionais,
como é o caso das energias renováveis vs. energia fóssil. Tal origina a criação de empregos indiretos a
jusante e a montante e igualmente efeitos induzidos através do aumento da procura (UNEP, 2012a).
2.4.2 Setor de Gestão de Resíduos
2.4.2.1 Nº de Trabalhadores
Ao nível mundial, a UNEP estima em pelo menos 20 milhões de empregos em atividades ligadas à
gestão de resíduos, com 15 milhões de pessoas no mundo desenvolvido a depender da recolha de
resíduos para a sua subsistência (UNEP, 2011).
O setor da gestão de resíduos, em geral, e o subsetor da reciclagem em particular, tiveram um
crescimento muito acentuado em termos de emprego, acompanhando a preocupação da sociedade na
resolução deste problema (UNEP, 2011).
Por exemplo, as indústrias de reciclagem nos EUA passaram de 8 mil empresas em 1967, que
empregavam 79 mil pessoas e geravam 4,6 biliões de dólares em receitas, para mais de 56 mil empresas
no ano 2000, que empregavam 1,1 milhões de pessoas e geravam 236 biliões de dólares em receitas. Na
China, estimam-se em cerca de 10 milhões os empregos atuais relacionados com as atividades de
reciclagem (UNEP, 2011).
Ao nível europeu, considerando em conjunto os dois subsetores de materiais reciclados e gestão de
resíduos descriminados do estudo Ecorys (2009), os empregos diretos ascenderam a 1,979 milhões em
2008. O crescimento médio anual desde o ano 2000 cifrou-se em 7,9%, sendo superior no subsetor dos
materiais reciclados (10,6%), conforme ilustrado na tabela 2.18 (Ecorys, 2009).
Em conjunto, os dois subsetores referidos perfaziam em 2008 cerca de 58% do emprego das eco-
indústrias da União Europeia, sendo que os materiais reciclados representavam 15% do total. Até 2020 é
estimado que a criação de empregos no setor da reciclagem pode significar mais meio milhão de
trabalhadores (EC, 2011).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 2.18 – Crescimento do emprego nos subsetores das eco-indústrias na União Europeia entre o período 2000 e 2008
Emprego
(2000) Emprego
(2008)
Emprego: Taxa de crescimento anual
(%)
Gestão de resíduos 844.766 1.466.673 7,14
Abastecimento de água 417.763 703.758 6,74
Gestão de resíduos de água 253.554 302.958 2,25
Materiais recicláveis 229.286 512.337 10,57
Outros 129.313 193.854 5,19
Energias Renováveis 49.756 167.283 16,37
Poluição ambiental 22.600 19.067 2,1
Biodiversidade 39.667 49.196 2,73
Solo e leitos freáticos 14.882 18.412 2,7
Vibração e Ruído 4.176 7.565 7,71
Total 2.005.763 3.441.103 6,98
Ao nível nacional, com base em dados do INE relativos a Portugal, em 2010 existiam cerca de 16.52715
empregos ligados a atividades de gestão de resíduos, o que representava 52% do total dos empregos
na área do ambiente das entidades produtoras de bens e serviços de ambiente (32.066 pessoas). A
maior parte dos empregos na área da gestão de resíduos encontra-se relacionada com os CAE 38112 -
Recolha de outros resíduos não perigosos e 38212 - Tratamento e eliminação de outros resíduos não
perigosos (ver figura 2.19).
Figura 2.19 - Pessoal ao serviço em ambiente por principal atividade económica (2010)
Fonte: INE (2011).
15 Considerando os CAE de atividade centrais do ambiente: 22112 - Reconstrução de pneus, 38111 - Recolha de resíduos inertes, 38112 - Recolha de outros resíduos não perigosos, 38120 - Recolha de resíduos perigosos, 38211 - Tratamento e eliminação de resíduos inertes, 38212 - Tratamento e eliminação de outros resíduos não perigosos, 38220 - Tratamento e eliminação de resíduos perigosos, 38311 - Desmantelamento de veículos automóveis, em fim de vida, 38312 - Desmantelamento de equipamentos elétricos e eletrónicos, em fim de vida, 38313 - Desmantelamento de outros equipamentos e bens, em fim de vida, 38321 - Valorização de resíduos metálicos, 38322 - Valorização de resíduos não metálicos, 39000 - Descontaminação e atividades similares, 46771 - Comércio por grosso de sucatas e de desperdícios metálicos, 46772 - Comércio por grosso de desperdícios têxteis, de cartão e papéis velhos e 46773 - Comércio por grosso de desperdícios de materiais, n.e.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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2.4.2.2 Características dos Empregos Existentes
A nível nacional, a maior parte das pessoas afetas à gestão de resíduos eram operários (66%),
seguidas de administrativos (12%), encarregados (11%), quadros (6%) e finalmente dirigentes (5%). A
fração de pessoal afeto a funções de operação é superior na gestão de resíduos relativamente a outras
funções de ambiente, como se ilustra na figura 2.20.
Figura 2.20 - Pessoal ao serviço em funções de ambiente por nível profissional e atividade económica (2010)
Fonte: INE (2011).
Por outro lado, a força de trabalho é maioritariamente constituída por Homens (80%). Apenas a nível
dos quadros e administrativos é que existe uma situação relativamente equilibrada em termos de
género, sendo que a nível de encarregados e operários a proporção de homens para cada mulher é de
6,7 Homens/Mulher. Na tabela 2.19 apresenta-se a quantidade de Pessoas ao serviço nas entidades
produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica, segundo o sexo e nível
profissional.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 2.19 - Pessoas ao serviço nas entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica, segundo o sexo e nível profissional
Fonte: INE (2011).
2.4.2.3 Efeitos Relacionados com a Criação de Empregos
A gestão de resíduos em geral, e a reciclagem em particular, são elementos importantes de criação de
emprego a nível global, sendo que, como estes empregos representam uma fonte de rendimentos para
trabalhadores que usualmente têm baixos níveis de educação, são igualmente um importante elemento
de redução da pobreza. No entanto, em muitos países, muitos dos empregos relacionados com as
atividades de gestão de resíduos e reciclagem ainda não cumprem os requisitos básicos de trabalho
decente (UNEP, 2011).
A força de trabalho que sustenta o setor da reciclagem, em geral, contribui para a resolução de um ou
mais problemas ambientais (e.g. mitigação das alterações climáticas ou a prevenção da poluição). Estes
trabalhadores devem ser portanto considerados como uma categoria de agentes de mudança de que as
políticas ambientais e económicas dependem e o seu valor acrescentado deve ser mais claramente e
extensivamente reconhecido (UNEP, 2011). Por outro lado, existe um crescente conjunto de evidências
que a indústria de reciclagem gera um maior número de empregos e de níveis salariais mais elevados
(EEA, 2011a) que o aterro e a incineração de resíduos para a mesma quantidade de material
processado (UNEP et al., 2008).
Por exemplo, um estudo na Califórnia estimou que a indústria de reciclagem tinha naquele Estado o
dobro do impacte económico que o aterro de resíduos, sendo que a reciclagem de uma tonelada de
resíduos gerava em salários e vencimentos um montante de 101 dólares superior ao aterro (CIWMB,
2003). Outro estudo norte-americano, referente às cidades Baltimore, Washigton D.C e Richmond,
estimou que a reciclagem de resíduos apresentava um potencial de geração de emprego 10x superior à
eliminação dos resíduos (UNEP et al., 2008).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Apesar da recolha de resíduos, sua segregação e reprocessamento serem atividades intensivas em
trabalho, o efeito global na criação líquida de emprego não pode ser generalizado. Por exemplo,
Porter refere que os empregos criados pelas atividades de reciclagem substituem empregos a montante
na economia, relacionados com a extração de recursos naturais (Porter (2002) citado em UNEP (2011)).
É o caso dos empregos envolvidos na extração de matérias-primas da natureza e serviços associados,
dado que a reciclagem reduz a necessidade da extração de recursos naturais. No entanto, o balanço na
criação líquida de emprego aparentemente é positivo. Por exemplo, no estado da Carolina do Norte
nos EUA, estima-se que por 100 empregos criados na reciclagem de resíduos, 13 empregos são perdidos
a nível da eliminação de resíduos e extração de recursos naturais (UNEP, 2011).Outro aspeto relevante é
o facto de a reciclagem não gerar apenas empregos diretos, mas igualmente ter um efeito multiplicador
a nível da geração de empregos indiretos e induzidos. Uma compilação dos multiplicadores do Tipo I16
e
do Tipo II17
referidos na literatura encontram-se identificados na tabela 2.20.
Com base no efeito multiplicador da criação de empregos diretos no setor da reciclagem e ainda, com
estimativas para o potencial de crescimento dos empregos diretos pelo incrementar das taxas de
reciclagem (ver tabela 2.21), um estudo dos Friends of the Earth estimou que, caso seja alcançada uma
taxa de reciclagem de 70% para os principais materiais, na UE27 serão criados 322 mil novos empregos
diretos, 161 mil empregos indiretos e 80 mil empregos induzidos, o que perfaz um potencial total de
criação de 563 mil novos empregos (Friends of the Earth, 2010).
Tabela 2.20 – Multiplicadores da criação de empregos diretos relacionados com a reciclagem de materiais
Estudo Tipo I Tipo II
Ernst and Young (2006) - UE Recolha e reciclagem de resíduos 1,22 -
EPA (2002) - US
Recolha de materiais recicláveis 1,13 1,77
Fabrico de materiais reciclados 2,48 4,11
media do setor de reciclagem 2,18 3,53
Scottish Executive (2009) - Escócia
Industria não especificada, incluindo reciclagem 1,36 1,63
Setor de produção de vidro - 1,80
Setor da construção - 1,93
Setor de produção de papel/cartão - 2,64
Friends of the Earth (2010) - UE Valores considerados para o setor da reciclagem 1,5 1,75
Access Economics (2009) – IOWA, US
Reciclagem de plásticos 2,53 -
Reciclagem de alumínio 2,39 -
Reciclagem de outros metais 2,48 -
Reciclagem de vidro 1,69 -
Reciclagem de madeira 1,65 -
Access Economics (2009) – Austrália
Setor de gestão de resíduos 1,84
Fonte: Com base no estudo Friends of the Earth (2010).
Nota: Os setores de produção de vidro, construção e produção de papel/cartão estão ligados à reciclagem em circuito fechado, pelo
que podem ser utilizados como indicador para o efeito multiplicador da reciclagem desses materiais.
16 Que calcula o emprego indireto a jusante e a montante na cadeia de valor resultante da criação direta de emprego no setor da reciclagem. 17 Que calcula o total de empregos induzidos, incluindo pela despesa realizada pelos trabalhadores direta ou indiretamente envolvidos no setor da reciclagem.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 2.21 – Empregos diretos criados por t de material reciclado
Material reciclável
Rácio de trabalhos criados por kt de material reciclado
LEPU (2004) Cascadia (2009) Taxa assumida para
a EU27
Vidro 0,75 2,6 0,75
Papel 3,5 1,8 1,8
Plástico 15,6 9,3 9,3
Ferro e aço 5,4 - 5,4
Alumínio 11
11
Madeira 0,75
0,75
Têxtil 5 8,5 5
Bioresíduos 1,3 0,4 0,4
Média 6,2 5 4,9
Fonte: Friends of the Earth (2010).
2.4.3 Gestão de Resíduos de Embalagem
2.4.3.1 Nº de Trabalhadores
O estudo realizado para avaliar a primeira fase do impacte da Diretiva de Embalagens ao nível europeu
(UE15) estimou em 42 mil os empregos a tempo inteiro criados direta e indiretamente devido à recolha,
reciclagem e valorização de embalagens.
Apesar de não ser possível contabilizar o número de empregos que são perdidos pelo facto dos resíduos
não serem eliminados, o mesmo estudo concluiu que é provável que o balanço tenha sido neutro ou
ligeiramente positivo (EC, 2006a).
2.4.3.2 Características dos Empregos Existentes
Na análise realizada não se encontrou informação que pudesse ser utilizada para avaliar as
características dos empregos especificamente relacionados com a gestão de resíduos de embalagens.
No entanto, tendo em conta a estrutura do mercado, em que na maior parte dos resíduos de
embalagens são recolhidos e valorizados de forma análoga com outros resíduos com as mesmas
origens/características, poderá assumir-se que as características dos empregos existentes serão
semelhantes às do setor da reciclagem em geral (ver capítulo 5.3).
2.4.3.3 Efeitos Relacionados com a Criação de Empregos
Acresce ao referido no ponto anterior, que os efeitos relacionados com a criação de empregos devido à
gestão de resíduos de embalagens devem ser semelhantes aos efeitos verificados para o setor da
reciclagem em geral (ver capítulo 5.3).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final
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3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO SIGRE
3.1 Âmbito e Objetivos da Avaliação
O Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), foi criado pela Sociedade Ponto
Verde (SPV) por forma a dar cumprimento às suas obrigações ambientais e legais, através da
organização e gestão de um circuito que garante a retoma, valorização e reciclagem de resíduos de
embalagens não-reutilizáveis (www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).
Atualmente, o SIGRE compreende dois subsistemas com modelos de gestão distintos:
Sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens.
Sistema de gestão de resíduos não urbanos de embalagens (sistema eXtra-Urbano).
No sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens, a SPV estabelece parcerias com os Sistemas
Municipais e/ou suas Empresas Concessionárias (SMAUT), que efetuam a recolha seletiva e triagem dos
resíduos de embalagens separados pelo consumidor na sua área de intervenção. Posteriormente esses
resíduos são encaminhados para reciclagem através das parcerias existentes com os Retomadores Pré-
Qualificados. Os resíduos de embalagens remanescentes são encaminhados para valorização orgânica
ou energética ou eliminados em aterros de resíduos sólidos urbanos.
No caso do sistema Extra-Urbano, a SPV estabelece uma parceria com Operadores de Gestão de
Resíduos (OGR) que procedem à recolha seletiva, triagem e encaminhamento para reciclagem desses
resíduos, que são produzidos em indústrias e empresas de comércio e serviços.
No caso concreto da avaliação realizada, em primeiro lugar estudaram-se separadamente os dois
referidos subsistemas e com base nos resultados obtidos, posteriormente analisou-se o SIGRE de forma
integrada.
Os objetivos principais da avaliação foram os seguintes:
1. Produzir informação sobre os impactes e benefícios ambientais (balanço ambiental) da
gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, considerando as principais entradas
(recursos e energia) e saídas (emissões e resíduos) por unidade funcional definida.
2. Verificar quais os aspetos (processos unitários, materiais, etc.) mais relevantes em termos de
impacte ambiental, no contexto da gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE.
Uma vez que se pretendeu avaliar o balanço ambiental da gestão de resíduos embalagens,
consideraram-se não só os impactes associados à recolha, triagem, transporte, tratamento e
valorização dos referidos resíduos, mas igualmente os impactes ambientais evitados através da
substituição de materiais primários por materiais secundários e energia obtidos dos processos de
valorização (avoided impacts).
3.2 Metodologia Utilizada
Para a avaliação ambiental do SIGRE utilizou-se a metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV). A
Avaliação de Ciclo de Vida (Life Cycle Assessment (LCA), em inglês) é a compilação e avaliação das
entradas e saídas e dos potenciais impactes ambientais de um produto através do seu ciclo de vida (ISO
14040:2006).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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A ACV, que é baseada na 1ª e 2ª leis da termodinâmica (Ferrão, 1998) tem como objetivos, entre outros,
fornecer um quadro de interações de uma atividade com o ambiente, contribuir para o entendimento
da natureza interdependente e global das consequências ambientais das atividades humanas e
providenciar aos agentes decisores informações que identifiquem oportunidades de ecoeficiência (EEA,
1997 ; Daniels e Moore, 2002).
A ACV permite igualmente ajudar indivíduos, empresas, indústrias e governos a subirem na complexa
curva de aprendizagem relativamente aos impactes ambientais de produtos e serviços, em mudar a sua
cultura de modo a que comecem a pensar e encarar sistemas, processos e produtos em termos de ciclo
de vida (life-cycle thinking) e a alterar algumas ideias erradas enraizadas no senso comum do público em
geral (Allenby, 1999 ; Heiskanen, 2000).
A metodologia de ACV inclui quatro fases principais, que se inter-relacionam entre si (ISO 14040:2006).
1. Definição do objetivo e do âmbito da análise.
2. Inventário dos processos envolvidos no ciclo de vida analisado, com enumeração
das entradas e saídas do sistema.
3. Avaliação dos impactes ambientais associados às entradas e saídas do sistema.
4. Interpretação dos resultados das fases de inventário e avaliação, tendo em
consideração os objetivos do estudo.
No caso concreto da avaliação da gestão de resíduos é necessário considerar algumas particularidades
desta atividade, uma vez que o objeto em análise não é um produto como na ACV tradicional, mas
apenas a fase de fim de vida associada a um determinado tipo de resíduo (produto em fim de vida ou
cabaz de produtos em fim de vida) (Conssoni et al., 2005):
A Unidade Funcional é definida à entrada do sistema considerado (unidades de massa a serem
tratadas) e não à saída do sistema em análise, como numa ACV tradicional para um
determinado produto (neste caso a unidade funcional é, por exemplo, uma unidade de massa
do produto considerado).
A sequência dos processos a analisar começa quando os materiais/produtos se convertem em
resíduos e termina quando os resíduos são colocados e inertizados em aterro, saem do sistema
económico em emissões para o ambiente (e.g. emissões atmosféricas e aquosas) ou quando
entram novamente no ciclo de vida de outros produtos através da reciclagem.
Ao invés de avaliar os efeitos das alterações nos processos de produção, o objetivo da ACV é
comparar diferentes estratégias de gestão de resíduos.
Entre a informação que é necessário compilar para avaliação da gestão de resíduos conta-se, por
exemplo (Ribeiro, 2008):
As características e quantidades de resíduos a tratar em cada cenário.
o e.g. caracterização material, fração de carbono biogénico e não biogénico, humidade,
poder calorífico, etc.
As características técnicas de cada processo unitário relativo à gestão de resíduos.
o e.g. eficiências, consumos energéticos, consumo de materiais, produtos e subprodutos
produzidos e seus destinos, custos unitários, etc.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 45
As emissões associadas a cada processo unitário.
o e.g. emissões atmosféricas diretas do processo (CO2, CH4, etc.).
As características da logística utilizada.
o e.g. tipo de transporte utilizado entre cada processo, distâncias percorridas, quantidade de
combustível utilizado, etc.
No caso da avaliação realizada ao SIGRE, tendo em conta os seus objetivos e âmbito, a Unidade
Funcional selecionada para a avaliação foi o total de resíduos de embalagens geridos pela SPV no
âmbito do SIGRE em 2011, o que pressupõe o cabaz de resíduos geridos neste ano (ver capítulo 2.2.3).
Consideraram-se neste âmbito as embalagens cuja responsabilidade de gestão tenha sido transferida
pelos embaladores para a SPV (através do Valor Ponto Verde), independentemente de a SPV ser ou ter
sido responsável financeiramente por essa gestão. Desta forma, consideram-se incluídos no âmbito da
Unidade Funcional, por exemplo, os resíduos urbanos de embalagens que foram recolhidos
indiferenciadamente e encaminhados para aterro.
Adicionalmente, considerou-se ainda no âmbito da SPV os resíduos que foram efetivamente geridos e
encaminhados para reciclagem/valorização em 2011, embora em acréscimo à responsabilidade de
gestão da SPV, dado terem origem em embalagens que não contribuíram financeiramente para o SIGRE.
É por exemplo o caso dos resíduos de embalagens de metais, que foram reciclados numa quantidade
bastante superior à responsabilidade de gestão da SPV, calculada com base nas declarações dos
embaladores.
O modelo de ciclo de vida para o cálculo dos impactes ambientais diretos e indiretos associados ao
SIGRE é fundamentalmente do tipo “attributional model” ou seja, o modelo de ciclo de vida é
desenvolvido de acordo com os processos unitários existentes. No entanto, especificamente para o
cálculo dos impactes evitados pela reciclagem de resíduos de embalagens e sua valorização orgânica e
energética, recorreu-se a uma abordagem consequencial.
Neste contexto, tendo por base o contexto de decisão do presente estudo de ACV, cuja classificação de
acordo com a metodologia do ILCD Handbook (JRC/IES, 2010) é “C – Accounting/Monitoring", as regras
para subdivisão de processos e multifuncionalidade utilizadas são preferencialmente procedimentos de
substituição via expansão do sistema, mas independentes da quantidade absoluta das co-funções não
requeridas que serão substituídas18
.
Os dados de base utilizados para a modelação do sistema em análise foram, em primeira análise
fornecidos pela SPV, sendo específicos do SIGRE. No entanto, por forma a colmatar lacunas de
informação, utilizaram-se igualmente dados bibliográficos de origem variada, com especial enfoque em
publicações cientificas e nas bases de dados de ACV, nomeadamente a Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0.
Por outro lado, tendo em consideração o âmbito e objetivos do estudo e dado que no SIGRE participam
mais de 130 entidades distintas responsáveis pelas várias operações de gestão, optou-se por
caracterizar os processos unitários mais importantes recorrendo-se a valores médios para as entradas
e saídas dessas operações de acordo com a realidade nacional, ao invés de modelar especificamente e
individualmente as operações realizadas por cada uma das entidades parceiras do SIGRE.
18 Regras semelhantes aos de estudos classificados como “A - Micro-level decision support”.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Neste contexto, a modelação foi realizada tendo por base os seguintes processos unitários:
Recolha seletiva
Recolha indiferenciada
Triagem
Reciclagem
Incineração
Tratamento mecânico
Valorização orgânica
Aterro
No caso dos processos unitários de valorização, englobou-se no seu âmbito o transporte dos resíduos de
embalagens desde a sua origem (triagem, incineração, tratamento mecânico) até ao destino
propriamente dito, quando aplicável.
Por outro lado, a modelação foi realizada para cada família de material de embalagem, tendo então
sido desenvolvidos 7 ciclos de vida distintos para cada um 2 subsistemas do SIGRE analisados (ver
figuras 3.1 e 3.2). Nesse sentido, modelou-se o fim de vida dos resíduos das embalagens de:
Aço
Alumínio
Madeira
Papel/cartão
Plásticos
Vidro
Figura 3.1 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Urbanos geridos pela SPV
Nota: Árvore de ciclo de vida com base nos impactes da categoria Alterações climáticas, valores de caracterização, cut-off de 5%
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Figura 3.2 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Não Urbanos geridos pela SPV
Nota: Árvore de ciclo de vida com base nos impactes da categoria Alterações climáticas, valores de caracterização, cut-off de 1%
Para cada uma das famílias, tratou-se de forma distinta a valorização de materiais específicos,
nomeadamente de aço seletivo e escórias ferrosas (aço), alumínio seletivo e escórias não ferrosas
(alumínio), ECAL e papel/cartão (papel/cartão) e EPS, filme plástico, outros plásticos, PEAD, PET e
plásticos mistos (plásticos).
No que respeita à avaliação de impactes, analisaram-se os impactes diretos e indiretos do SIGRE
recorrendo-se preferencialmente a 5 categorias de impacte ambiental, nomeadamente:
Alterações Climáticas (AC)
Formação de Oxidantes Fotoquímicos (FOF)
Acidificação Terrestre (AT)
Depleção de Recursos Hídricos (DRH)
Depleção de Recursos Naturais (DRN)
A avaliação do impacte nas referidas categorias foi realizada com base nos fatores de caracterização
estabelecidos no método ILCD 2011 Midpoint, versão 1.01 (de Setembro de 2012), do Joint Reseach
Center da Comissão Europeia e que denotam, segundo esta entidade, o melhor conhecimento científico
atual acerca cada uma das categorias de impacte.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Adicionalmente às categorias descritas anteriormente, para análise específica do balanço energético
associado a cada subsistema e cenário utilizou-se o método Cumulative Energy Demand, v. 1.08 (de
2010), desagregando-se os resultados nas seguintes categorias:
Energia não renovável, fóssil.
Energia não renovável, nuclear.
Energia não renovável, biomassa.
Energia renovável, biomassa.
Energia renovável, vento, solar, geotérmica.
Energia renovável, hídrica.
Este método foi publicado pelo Swiss Centre for LCI no âmbito da base de dados Ecoinvent v.2.0 e
expandido pela PRe Netherlands para incluir outras matérias-primas existentes no Software Simapro
7.3. O método não contempla fatores de normalização.
Para ambos os métodos utilizados, consideram-se os valores médios e globais de caracterização
obtidos, não se tendo procedido à normalização ou ponderação de categorias de impacte ambiental.
Finalmente, de referir que o estudo de ACV realizado teve por base os requisitos das normas ISO
14040:2006 e ISO 14044:2006, publicadas em 2006, e cuja versão portuguesa é a norma ISO 14040,
datada de 2008 (NP EN ISO 14040:2008, 2008).
Por outro lado, em 2010 foi publicado o documento: “The International Reference Life Cycle Data
System (ILCD) Handbook – First edition”, pelo Institute for Environment and Sustainability (IES) do Joint
Research Centre (JRC) da Comissão Europeia, com o objetivo de estabelecer a melhor prática em termos
de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) e a base para assegurar a qualidade e consistência de dados,
métodos e avaliações de ciclo de vida (JRC/IES, 2010). O ILCD Handbook segue as normas ISO
14040:2006 e ISO 14044:2006, completando-as nos aspetos em que estas normas são mais genéricas e
podem dar origem a diferentes interpretações e, deste modo, colocar em causa a consistência e a
qualidade dos estudos de ACV. Nesse sentido, procurou-se seguir este referencial, bem como as
disposições constantes num documento posterior do JRC, direcionado para a realização de ACV no setor
da gestão de resíduos “Supporting Environmentally Sound Decisions for Waste Management” (JRC,
2011).
Deste modo, por forma a respeitar os requisitos constantes nos documentos acima referidos, em anexo
apresentam-se os vários elementos metodológicos associados à avaliação realizada de forma mais
detalhada.
Os resultados do estudo que se apresentam de seguida refletem portanto este conjunto de escolhas
metodológicas, sendo que a sua comparação em termos agregados com outros estudos deve ser
realizada com as devidas ressalvas, dado que podem ter por base pressupostos diferentes, como por
exemplo, refletirem um volume e cabaz de resíduos de embalagens diferentes ou centrarem a sua
atenção em aspetos particulares da gestão de resíduos de embalagens (e.g. urbanas).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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3.3 Resultados
3.3.1 Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Urbanos de
Embalagens (Sistema Urbano)
3.3.1.1 Alterações Climáticas, Formação de oxidantes fotoquímicos, Acidificação terrestre,
Depleção de recursos hídricos e Depleção de recursos naturais
Contribuição por tipo de processo unitário
Os impactes e benefícios ambientais por tipo de material nas categorias alterações climáticas, formação
de oxidantes fotoquímicos, acidificação terrestre, depleção de recursos hídricos e depleção de recursos
naturais e que são resultantes da gestão do subsistema de resíduos urbanos de embalagens, são
apresentados na tabela 3.1 tendo por base o ano de 2011.
Os resultados apresentados incluem as emissões diretas e indiretas decorrentes do funcionamento do
sistema, ou seja, incluem por exemplo, as emissões diretas resultantes da deposição de resíduos de
embalagens em aterro, bem como as emissões indiretas decorrentes do consumo de energia nas
operações de triagem de resíduos de embalagens. Por outro lado, têm em conta a gestão das várias
famílias de resíduos de embalagens, nomeadamente de alumínio, aço, madeira, papel/cartão, plástico,
vidro e outros materiais.
Como referido anteriormente no capítulo 3.2, consideraram-se incluídas no âmbito da análise as
embalagens cuja responsabilidade de gestão tenha sido transferida pelos embaladores para esta
entidade (através do Valor Ponto Verde), independentemente da SPV ser ou não ser responsável
financeiramente por essa gestão. Desta forma, consideraram-se incluídos no âmbito da unidade
funcional, por exemplo, os resíduos urbanos de embalagens que foram recolhidos indiferenciadamente
e encaminhados para aterro. Foi igualmente contabilizado o benefício ambiental decorrente da
reciclagem de resíduos e da produção de energia nos processos de valorização energética e incineração
de resíduos.
Tabela 3.1 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte
Unidade Recolha seletiva
Recolha indiferenciada
Triagem Incineração TM Reciclagem Valorização
orgânica Aterro Total
Alterações climáticas
kg CO2 eq 2,3E+07 8,6E+06 1,6E+06 9,7E+07 3,3E+05 -1,8E+08 -1,5E+05 5,1E+07 -3,98E+06
Formação de oxidantes fotoquímicos
kg NMVOC eq
1,3E+05 7,0E+04 1,2E+04 3,0E+04 4,0E+03 -1,1E+06 -7,9E+01 9,1E+04 -7,29E+05
Acidificação terrestre
mol H+ eq 1,1E+05 5,7E+04 1,1E+04 -9,5E+02 3,2E+03 -2,2E+06 -6,3E+02 8,1E+04 -1,93E+06
Depleção de recursos hídricos
m3 H2O 6,9E+03 2,4E+03 2,0E+03 2,0E+04 1,0E+02 -3,9E+05 -4,8E+01 4,3E+03 -3,55E+05
Depleção de recursos naturais
kg Sb eq 6,0E-03 2,0E-03 1,5E-04 -5,5E-04 3,9E-05 -1,2E+01 -1,7E-03 -2,5E-04 -1,20E+01
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Da análise realizada, verifica-se que, no global e para as 5 categorias de impacte apresentadas, a
gestão dos resíduos urbanos de embalagens no SIGRE apresenta um benefício ambiental, ou seja, os
impactes gerados pelas diversas atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento, eliminação e
valorização de resíduos são contrabalançados pelos impactes evitados devido à recuperação de
materiais e energia nos processos valorização.
Pela análise figura 3.3, que apresenta a importância relativa de cada processo unitário para o resultado
ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011, fica patente que é a reciclagem de
resíduos de embalagens que fundamentalmente origina este resultado em todas as categorias de
impacte.
Figura 3.3 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Assim, a reciclagem dos resíduos urbanos de embalagens no âmbito do SIGRE significou, por exemplo,
uma redução nas emissões de GEE em cerca de 184 kt CO2 eq em 2011. O benefício ambiental
decorrente da reciclagem deve-se sobretudo à redução do consumo de recursos naturais devido à
incorporação dos materiais secundários obtidos no fabrico de novos produtos.
De referir que o valor apresentado é o resultado do balanço dos impactes gerados pela reciclagem dos
resíduos de embalagens (e.g. consumo de gás natural para fundir o vidro, consumo de eletricidade para
fragmentar os resíduos de embalagens de aço que são introduzidos no forno de arco elétrico, etc.) e dos
benefícios associados pela incorporação dos materiais secundários em novos produtos.
Da análise da figura 3.4, fica igualmente patente que no caso da categoria alterações climáticas, o
benefício ambiental que é obtido pela reciclagem é no entanto contrabalançado em grande parte
pelos impactes gerados nas restantes atividades de gestão.
-100%
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0%
25%
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Alterações climáticas Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
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ão, i
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(%)
Recolha indiferenciada Aterro Incineração TM
Valorização orgânica Recolha seletiva Triagem Reciclagem
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Tal deve-se a duas situações distintas. Em primeiro lugar, as embalagens que são encaminhadas para
reciclagem e, igualmente para outros tipos de valorização, são provenientes de uma cadeia de valor a
montante, que inclui atividades que geram impactes ambientais, como sejam a recolha seletiva e a
triagem (e.g. devido ao consumo de combustíveis, eletricidade, etc.) e que não têm associado um
benefício ambiental, dado que este ocorre apenas quando os resíduos de embalagens são valorizados.
Das operações de montante, a operação mais relevante é a recolha seletiva das embalagens para a
maior parte das categorias de impacte.
Em segundo lugar, existem operações valorização/eliminação que apesar de originarem benefícios
ambientais devido à produção de energia elétrica, considerando as várias famílias e quantidades de
materiais geridos, apresentam um resultado ambiental líquido negativo, dado que os impactes
associados a essas operações são superiores aos benefícios que geram. Este é o caso da incineração e
do aterro de resíduos. As explicações para tal facto são apresentadas na secção seguinte, onde se
analisa a contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE.
Deste modo, considerando os benefícios e os impactes das diversas operações de gestão, estima-se
que a gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 tenha significado um benefício ambiental
aproximado de cerca de 3,9 kt CO2 eq.
Contribuição por tipo de material
Analisando os impactes e benefícios ambientais da gestão de resíduos urbanos de embalagens por tipo
de material em 2011, verifica-se que a generalidade dos vários materiais de embalagens apresenta um
resultado ambiental positivo nas diversas categorias de impacte analisadas, conforme se pode verificar
pela análise da tabela 3.2.
Tabela 3.2 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Analisando a importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos
urbanos de embalagens em 2011, que se encontra patente na figura 3.4, verifica-se que o material que
mais contribui para o benefício global do SIGRE é o vidro, com exceção da categoria de depleção de
recursos naturais, onde o bom desempenho do sistema se deve sobretudo ao papel/cartão, de acordo
com método ILCD 2011 do Joint Research Center, embora o resultado absoluto de caracterização seja
bastante reduzido (ver tabela anterior), o que pode influência a análise.
Categoria de Impacte Unidade Aço Alumínio Madeira Papel Cartão
Plásticos Vidro Total
Alterações climáticas kg CO2 eq -1,6E+07 -8,8E+06 -6,9E+05 2,9E+07 7,5E+07 -8,1E+07 -3,88E+06
Formação de oxidantes fotoquímicos
kg NMVOC eq -2,3E+04 -1,6E+04 -7,1E+03 -2,4E+04 -6,6E+04 -5,9E+05 -7,29E+05
Acidificação terrestre mol H+ eq -6,7E+04 -4,7E+04 -9,6E+03 -1,2E+05 -1,1E+05 -1,6E+06 -1,93E+06
Depleção de recursos hídricos
m3 H2O -2,4E+04 -5,5E+03 -1,7E+03 -1,1E+05 -2,1E+04 -1,9E+05 -3,55E+05
Depleção de recursos naturais
kg Sb eq 3,1E-04 -3,0E-03 -9,6E-05 -1,2E+01 2,0E-03 -7,1E-02 -1,20E+01
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Figura 3.4 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens
em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
A contribuição do vidro no desempenho ambiental do sistema varia entre 55% e os 80%, à exceção da
categoria depleção de recursos naturais, onde é relativamente residual. A relevância do vidro em
termos do desempenho ambiental do SIGRE em 2011 é fruto da combinação de dois fatores: Por um
lado, dos elevados quantitativos deste material que foram geridos em 2011 face a outros materiais
(397 kt num total de 861 kt geridos) e por outro, do benefício unitário resultante da reciclagem de cada
unidade de massa deste material, que por exemplo, relativamente à categoria alterações climáticas, se
estimou em 435 kg CO2eq/t de embalagem reciclada.
De referir que, neste último aspeto se considerou um cenário conservativo para os benefícios da
reciclagem de cada um dos materiais, como referido em anexo. Por outro lado, caso se compare a
reciclagem dos vários materiais em termos unitários (por exemplo, por t reciclada), verifica-se que a
importância relativa de cada material varia consoante a categoria de impacte, sendo de destacar a
importância dos metais, especialmente do alumínio, devido sobretudo à redução do consumo de
energia face à produção de alumínio primário (ver igualmente capítulo 2).
-100%
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25%
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Alterações climáticas Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre
Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
Car
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lati
va (%
)
Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros
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Figura 3.5 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos, valores por t de material reciclado (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Por outro lado, da análise da figura 3.4 verifica-se igualmente que os plásticos e o papel/cartão
apresentam um impacte ambiental negativo na categoria alterações climáticas. Para melhor evidenciar
o impacte ambiental associado à gestão destas duas frações de resíduos urbanos de embalagens, de
seguida efetua-se uma análise específica da sua gestão.
Na figura 3.6 observa-se que a operação de gestão dos resíduos de embalagens de plásticos que maior
impacte representou na categoria de impacte alterações climáticas foi a incineração, em consequência
das emissões associadas à combustão deste tipo de materiais.
Neste caso, apesar da incineração destes resíduos originar energia elétrica que é injetada na rede
elétrica nacional e, consequentemente, evitar a produção de eletricidade por outras fontes e
respetiva a emissão de GEE, o facto é que se mobiliza para a atmosfera carbono não biogénico (na
forma de CO2), dado os plásticos serem produzidos a partir de combustíveis fósseis. Em temos líquidos,
na análise realizada constatou-se que o balanço é negativo19
, tendo em conta as quantidades e
tipologias de resíduos de embalagens de plástico que são incineradas no SIGRE.
Por outro lado, tendo em consideração os quantitativos que foram reciclados em 2011, verifica-se que
os benefícios ambientais que advêm da reciclagem dos resíduos urbanos de embalagens de plásticos
não são suficientes para contrabalançar os impactes adversos da incineração e de outras operações de
gestão na categoria alterações climáticas.
19 Ver descrição da metodologia empregue para o cálculo das emissões evitadas em anexo.
-100%
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25%
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Alterações climáticas Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre Depleção de recursos hídricos
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Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros
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Figura 3.6 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de plástico em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Centrando a análise na gestão dos resíduos de papel/cartão, verifica-se pela análise da figura 3.6 que o
impacte negativo na categoria de alterações climáticas decorre, sobretudo, da deposição em aterro,
sendo este processo uma fonte líquida de emissões de GEE, mesmo considerando a produção de
eletricidade a partir do biogás gerado.
A explicação reside no facto de o carbono existente nos resíduos de papel/cartão e que tem origem
biogénica, acabar igualmente por ser mobilizado para atmosfera, embora com um atraso temporal
apreciável20
. Se a libertação do carbono para a atmosfera se desse apenas na forma de CO2, esta seria
neutra em termos de alterações climáticas, devida à origem biogénica do carbono.
A questão reside no facto que as emissões de GEE provenientes do papel/cartão em aterro contêm
ainda uma fração apreciável de outros gases21
, nomeadamente de metano (CH4) que é um poderoso
gás com efeito de estufa, mesmo tendo em consideração os sistemas existentes para a captura e
incineração de biogás produzido ao longo do ciclo de vida do aterro.
Tendo em consideração o exposto, verifica-se portanto que de modo a melhorar ainda mais o
resultado ambiental do SIGRE na sua componente urbana é fundamental aumentar o nível de
reciclagem dos plásticos (que se situou em 26% em 2011), bem como reduzir o encaminhamento de
papel/cartão para aterro (que se estimou em 38% em 2011).
20 Ao contrário do que sucede com incineração de resíduos. 21 Por exemplo, através de emissões difusas.
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
Alterações climáticas
Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre
Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
Cara
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(%)
Recolha indiferenciada
Aterro
Incineração
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Valorização orgânica
Recolha seletiva
Triagem
Reciclagem
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Figura 3.7 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de Papel/Cartão em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
Adicionalmente à análise dos impactes e benefícios ambientais da gestão dos resíduos urbanos de
embalagens no âmbito do SIGRE em 2011, compararam-se os resultados obtidos com dois cenários
hipotéticos em que a gestão dos resíduos de embalagens produzidos seria realizada de forma diferente.
Neste contexto, comparou-se a gestão de 2011 (denominada Baseline 2011), com os seguintes
cenários:
No “Cenário aterro”, onde considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens seriam
recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para aterro.
No “Cenário Incineração”, considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens seriam
recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para incineração (mass burn).
A avaliação foi realizada para o mesmo cabaz e quantidades de resíduos que efetivamente foram
geridos em 2011 no âmbito do SIGRE e tendo por base as mesmas tecnologias, constituindo-se portanto
“what-if scenarios” internos de modo a avaliar os benefícios/impactes da atual gestão de resíduos
urbanos de embalagens, face a cenários extremos da configuração do SIGRE. De referir que por uma
questão de simplificação, na análise realizada não têm em conta as implicações não lineares que tais
cenários poderiam acarretar a nível da infra-estrutura tecnológica (e.g. construção de novos aterros,
incineradores, etc.).
Neste contexto, os resultados obtidos são apresentados na tabela 3.3 e figura 3.8.
-100%
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Alterações climáticas
Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre
Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
Cara
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ão, i
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Recolha indiferenciada
Aterro
Incineração
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Recolha seletiva
Triagem
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Tabela 3.3 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte Unidade Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário
Incineração
Alterações climáticas kg CO2 eq -3,9E+06 1,3E+08 2,9E+08
Formação de oxidantes fotoquímicos kg NMVOC eq -7,3E+05 3,3E+05 6,7E+04
Acidificação terrestre mol H+ eq -1,9E+06 2,8E+05 -5,3E+05
Depleção de recursos hídricos m3 H2O -3,6E+05 1,4E+04 1,1E+04
Depleção de recursos naturais kg Sb eq -1,2E+01 3,1E-03 -3,1E-02
Pelo exposto na tabela 3.3 verifica-se que o “Cenário Baseline 2011” é o único que apresenta um
resultado ambiental positivo em todas as categorias de impacte, sendo que o “Cenário Incineração”
apresenta um impacte ambiental positivo nas categorias acidificação terrestre e depleção de recursos
naturais. Por outro lado, o “Cenário Aterro” apresenta um impacte ambiental negativo em todas as
categorias de impacte.
Por exemplo, no que respeita à categoria alterações climáticas, o “Cenário Baseline 2011” acarreta a
redução das emissões de GEE equivalente a cerca de 3,9 kt CO2 eq, enquanto os cenários “Aterro” e
“Incineração” representariam, respetivamente, a emissão de cerca de 130 e 290 kt CO2 eq. Ao nível da
depleção de recursos hídricos, o padrão é semelhante, verificando-se que o “Cenário Baseline 2011”
representa uma poupança de 0,36 hm3 de água, enquanto os cenários “Aterro” e “Incineração”
apresentam um consumo líquido de água.
Por outro lado, estabelecendo um ranking dos cenários analisados, verifica-se que em primeiro lugar
surge o cenário Baseline 2011, seguido do “Cenário Incineração” e finalmente do “Cenário Aterro” (ver
figura 3.8).
A exceção é a categoria de impacte alterações climáticas, onde a ordem destes últimos se encontra
invertida. Tal deve-se essencialmente aos aspetos mencionados anteriormente, relacionados com a
gestão dos resíduos de embalagens de plástico e papel/cartão. No caso das embalagens de plástico, de
referir adicionalmente que no “Cenário Aterro” as emissões de GEE são relativamente diminutas, dado
que este tipo de embalagens é de difícil degradação. Deste modo, explica-se em grande parte a
diferença existente com o “Cenário Incineração”, onde os resíduos de embalagem sofrem um processo
de combustão, originando fundamentalmente CO2 mas igualmente outros gases com efeito de estufa.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Figura 3.8 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
3.3.1.2 Consumo de energia renovável e não renovável
Contribuição por tipo de material
Os impactes e benefícios ambientais por tipo de material no consumo de energia primária que é
resultante da gestão do subsistema de resíduos urbanos de embalagens, tendo por base o ano de 2011,
são apresentados na tabela 3.4.
Tabela 3.4 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (Consumo de energia)
Categoria de impacte Unidade Aço Alumínio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro Total
Energia não renovável, fóssil
MJ -2,3E+08 -8,7E+07 -2,3E+07 -1,8E+08 -1,1E+09 -1,1E+09 -2,69E+09
Energia não renovável, nuclear
MJ -8,7E+06 -2,5E+07 -6,9E+06 -1,6E+08 -1,2E+08 -2,8E+08 -6,02E+08
Energia não renovável, biomassa
MJ 4,9E+01 -4,7E+02 -1,5E+01 -1,9E+06 3,2E+02 -1,1E+04 -1,87E+06
Energia renovável, biomassa
MJ 4,6E+06 -5,4E+05 -7,4E+07 -1,6E+09 -8,8E+07 -2,5E+08 -1,99E+09
Energia renovável, vento, solar, geo
MJ 6,7E+06 1,8E+04 1,7E+05 -2,1E+07 -2,2E+07 -8,9E+05 -3,75E+07
Energia renovável, hídrica
MJ 9,7E+06 -2,5E+07 -4,7E+05 -1,1E+08 -5,1E+07 -3,2E+07 -2,14E+08
Total MJ -2,2E+08 -1,4E+08 -1,0E+08 -2,1E+09 -1,4E+09 -1,6E+09 -5,53E+09
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50%
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Alterações climáticas
Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre
Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
Cara
cter
izaç
ão, i
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rtân
cia
rela
tiva
(%
)
Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário Incineração
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Pela análise da tabela 3.4 pode verificar-se que o papel/cartão é o material cuja gestão no SIGRE implica
maior benefício ambiental em termos de consumo de energia primária, sendo que a gestão do vidro e
dos plásticos se traduz igualmente num benefício ambiental da mesma ordem de grandeza, embora
menor. Deste modo, considerando a gestão dos vários tipos de materiais geridos em 2011, no total
estima-se que o SIGRE tenha significado nesse ano uma redução do consumo de energia primária de
5.535 TJ, que se explica sobretudo devido à reciclagem dos vários tipos de resíduos, mas igualmente
pela produção de energia elétrica que advém da incineração dos mesmos e ainda da queima de biogás
em aterro.
Em termos do consumo de energia evitado, verifica-se que no caso do papel/cartão este tem origem
sobretudo na energia renovável proveniente da biomassa (ver figura 3.9). As principais origens do
benefício ambiental advêm do processo de reciclagem, que evita o fabrico de papel a partir de material
virgem e consequentemente da energia associada a esse fabrico, mas igualmente da energia associada
ao próprio material (energia de alimentação).
Em relação ao vidro e aos plásticos, o consumo de energia evitado é sobretudo do tipo não renovável e
fóssil e tem origem na energia de processo associada ao fabrico dos materiais de embalagens a partir
matérias-primas, que são evitadas pela reciclagem dos referidos materiais. No caso dos plásticos, reflete
ainda a energia de alimentação do próprio material, dado que este é proveniente de combustíveis
fósseis (petróleo).
Figura 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (Consumo de energia)
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
Por outro lado, comparando os cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens através de
aterro e de incineração com a gestão efetiva destes resíduos em 2011 (cenário Baseline 2011), verifica-
se que os dois primeiros cenários apresentam pior desempenho.
-3,0E+09
-2,5E+09
-2,0E+09
-1,5E+09
-1,0E+09
-5,0E+08
0,0E+00
5,0E+08
Energia não renovável, fóssil
Energia não renovável,
nuclear
Energia não renovável, biomassa
Energia renovável, biomassa
Energia renovável,
vento, solar, geo
Energia renovável,
hídrica
Cara
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Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros
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Enquanto que se estima que o SIGRE tenha representado uma redução do consumo de energia primária
de 5.535 TJ em 2011, no “Cenário Incineração” o valor estimado seria de 3.400 TJ e no “Cenário Aterro”
existiria um consumo liquido de energia, na ordem dos 560 TJ. Neste caso, o valor deve-se não só à
energia consumida na recolha e aterro dos resíduos (e.g. combustíveis fósseis), mas igualmente devido
ao desperdício de energia associada aos próprios materiais (energia de alimentação).
Tabela 3.5 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens (Consumo de energia)
Categoria de impacte Unidade Baseline
2011
Cenário Aterro
Cenário Incineração
Energia não renovável, fóssil
MJ -2,7E+09 5,9E+08 -2,1E+09
Energia não renovável, nuclear
MJ -6,0E+08 4,8E+07 -2,8E+08
Energia não renovável, biomassa
MJ -1,9E+06 4,8E+02 -4,9E+03
Energia renovável, biomassa
MJ -2,0E+09 -2,4E+07 -1,9E+08
Energia renovável, vento, solar, geo
MJ -3,7E+07 -1,5E+07 -2,0E+08
Energia renovável, hídrica
MJ -2,1E+08 -3,7E+07 -5,9E+08
Total MJ -5,5E+09 5,6E+08 -3,4E+09
3.3.2 Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Não Urbanos de
Embalagens (Sistema eXtra-Urbano)
3.3.2.1 Alterações Climáticas, Formação de oxidantes fotoquímicos, Acidificação terrestre,
Depleção de recursos hídricos e Depleção de recursos naturais
Contribuição por tipo de processo unitário
Os impactes e benefícios ambientais por tipo de processo unitário nas categorias alterações climáticas,
formação de oxidantes fotoquímicos, acidificação terrestre, depleção de recursos hídricos e depleção de
recursos naturais que são resultantes da gestão do subsistema de resíduos não urbanos de embalagens
(subsistema eXtra-Urbano), tendo por base o ano de 2011, são apresentados na tabela 3.6.
De realçar que a cadeia de valor associada à gestão dos resíduos do subsistema eXtra-Urbano é mais
simples que a cadeia de valor associada aos resíduos urbanos de embalagens. Por outro lado, tendo
em consideração os quantitativos de resíduos da responsabilidade da SPV, verifica-se que o destino final
destes resíduos foi principalmente a reciclagem, existindo uma quantidade diminuta de resíduos de
vidro e madeira que se desconhece o seu destino. Neste contexto, como explicado em anexo aquando
da descrição detalhada dos pressupostos utilizados na avaliação, optou-se por um cenário conservador
para modelar a gestão destes quantitativos, pelo que se considerou que seriam tratados e eliminados
em aterro.
Deste modo, os resultados ambientais desagregados por tipo de processo unitário que se apresentam
na tabela 3.6, apenas incidem nos processos de reciclagem e aterro, sendo que em ambos os casos se
incluem os impactes associados ao transporte dos resíduos de embalagens desde o seu produtor
(indústria e empresas de comércio e serviços) e ainda no caso do aterro, dos refugos dos próprios
processos de reciclagem.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 3.6 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte
Unidade Recolha seletiva
Recolha indiferenciada
Triagem Incineração TM Reciclagem Valorização
orgânica Aterro Total
Alterações climáticas
kg CO2 eq - - - - - -1,4E+08 - 3,1E+07 -1,12E+08
Formação de oxidantes fotoquímicos
kg NMVOC eq
- - - - - -6,3E+05 - 3,3E+04 -6,02E+05
Acidificação terrestre
mol H+ eq - - - - - -9,1E+05 - 1,9E+04 -8,87E+05
Depleção de recursos hídricos
m3 H2O - - - - - -3,3E+05 - 1,3E+03 -3,33E+05
Depleção de recursos naturais
kg Sb eq - - - - - -2,5E+01 - -1,5E-04 -2,50E+01
Como seria de esperar, a reciclagem apresenta um benefício ambiental em todas as categorias de
impacte, enquanto a deposição em aterro tem impacte negativo em todas as categorias à exceção da
depleção de recursos naturais, embora neste caso marginalmente. Por exemplo, na categoria
alterações climáticas a reciclagem no subsistema eXtra-Urbano permite evitar a emissão de 140 kt CO2
eq, enquanto a deposição em aterro tem como consequência a emissão de 31 kt CO2 eq, ou seja cerca
de 22% das emissões evitadas com a reciclagem.
Na figura seguinte apresenta-se a importância relativa de cada processo unitário para o resultado
ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (figura 3.10).
Figura 3.10 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
Alterações climáticas
Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre
Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
Cara
cter
izaç
ão, i
mpo
rtân
cia
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(%)
Recolha indiferenciada
Aterro
Incineração
TM
Valorização orgânica
Recolha seletiva
Triagem
Reciclagem
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Contribuição por tipo de material
Na tabela 3.7 apresentam-se os impactes e benefícios ambientais do subsistema eXtra-Urbano por tipo
de material em 2011. Como se pode observar, a totalidade dos materiais apresenta um resultado
ambiental positivo na maior parte das categorias de impacte, que é devido ao elevado nível de
reciclagem existente.
Relativamente à categoria alterações climáticas, a gestão dos resíduos não urbanos de embalagens
em 2011 originou uma redução das emissões de GEE correspondentes a 112 kt CO2eq, devido
sobretudo à reciclagem do papel/cartão, seguida do aço e dos plásticos (ver figura 3.11).
Tabela 3.7 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte Unidade Aço Alumínio Madeira Papel Cartão
Plásticos Vidro Total
Alterações climáticas kg CO2 eq -3,37E+07 -5,52E+06 2,30E+06 -4,68E+07 -2,54E+07 -2,93E+06 -1,12E+08
Formação de oxidantes fotoquímicos
kg NMVOC eq -8,10E+04 -1,14E+04 -6,45E+04 -3,00E+05 -1,23E+05 -2,18E+04 -6,02E+05
Acidificação terrestre mol H+ eq -1,53E+05 -3,01E+04 -8,84E+04 -4,37E+05 -1,25E+05 -5,27E+04 -8,87E+05
Depleção de recursos hídricos
m3 H2O -4,85E+04 -3,48E+03 -1,55E+04 -2,53E+05 -5,80E+03 -6,67E+03 -3,33E+05
Depleção de recursos naturais
kg Sb eq -2,90E-04 -1,89E-03 -1,25E-03 -2,50E+01 5,71E-04 -2,34E-03 -2,50E+01
Como referido anteriormente, os resultados obtidos são uma conjugação dos quantitativos
efetivamente geridos neste subsistema e do impacte/benefício unitário associado a cada tipo de
processo por unidade de massa deste material. Tomado o exemplo do papel/cartão e a sua reciclagem,
verifica-se que por unidade de massa este processo permite evitar 216 kg CO2 eq / t reciclada22
, valor
inferior por exemplo ao dos plásticos que se estimou em 982 kg CO2eq / t reciclada. No entanto, como
foi reciclada uma quantidade bastante superior de papel/cartão, em termos agregados, foi a gestão
deste material que permitiu uma maior redução de emissões de GEE associadas ao SIGRE.
22 Valor que tem em conta o transporte para reciclagem.
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Figura 3.11 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
À semelhança do efetuado para o sistema de gestão dos resíduos urbanos, compararam-se os impactes
e benefícios gerados no âmbito do SIGRE em 2011 (Baseline 2011) com dois cenários hipotéticos,
associados a diferentes destinos finais (“Cenário Aterro” e “Cenário Incineração”). Os resultados obtidos
encontram-se descritos na tabela 3.8.
Tabela 3.8 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte Unidade Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário
Incineração
Alterações climáticas kg CO2 eq -1,1E+08 1,5E+08 -4,9E+06
Formação de oxidantes fotoquímicos kg NMVOC eq -6,0E+05 1,7E+05 -1,3E+05
Acidificação terrestre mol H+ eq -8,9E+05 1,0E+05 -3,2E+05
Depleção de recursos hídricos m3 H2O -3,3E+05 7,1E+03 -3,0E+04
Depleção de recursos naturais kg Sb eq -2,5E+01 -7,4E-04 -5,4E-03
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
Alterações climáticas Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre
Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
Cara
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ão, i
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(%)
Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros_ne
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Verifica-se que caso a gestão dos resíduos no subsistema eXtra-Urbano assentasse na deposição em
aterro, o benefício ambiental que se estima para o SIGRE no ano de 2011 seria totalmente revertido,
passando a gestão dos resíduos não urbanos de embalagens a apresentar um balanço ambiental
negativo. Tal diferença é especialmente notória ao nível da categoria alterações climáticas. Por outro
lado, o cenário incineração é um cenário que apresenta resultados intermédios aos referidos
anteriormente, sendo que nas várias categorias de impacte analisadas, resulta sempre num benefício
ambiental, embora bastante menos favorável face ao atual panorama do SIGRE (ver figura 3.12).
Figura 3.12 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
3.3.2.2 Consumo de energia renovável e não renovável
Contribuição por tipo de material
Na tabela 3.9 apresentam-se os impactes e benefícios ambientais por tipo de material no consumo de
energia primária que é resultante da gestão do subsistema eXtra-Urbano, tendo por base o ano de 2011.
Pela análise da tabela pode verificar-se que o papel/cartão é o material cuja gestão resulta em maior
benefício ambiental em termos de consumo de energia primária, sendo este aspeto transversal aos
vários tipos de origens energéticas, com a exceção da energia não renovável fóssil, em que os plásticos
neste caso assumem maior importância devido a terem origem em combustíveis fósseis (petróleo) (ver
figura 3.13).
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
Alterações climáticas
Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre
Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
Cara
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ão, i
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(%
)
Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário Incineração
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Tabela 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (Consumo de energia)
Categoria de impacte Unidade Aço Alumínio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro Total
Energia não renovável, fóssil
MJ -4,9E+08 -5,6E+07 -2,2E+08 -7,1E+08 -9,5E+08 -3,9E+07 -2,47E+09
Energia não renovável, nuclear
MJ -1,8E+07 -1,5E+07 -5,8E+07 -3,7E+08 -1,1E+08 -9,2E+06 -5,75E+08
Energia não renovável, biomassa
MJ -4,5E+01 -3,0E+02 -2,0E+02 -3,9E+06 8,9E+01 -3,7E+02 -3,90E+06
Energia renovável, biomassa
MJ 7,4E+06 -3,5E+05 -6,3E+08 -3,3E+09 -3,1E+05 -8,1E+06 -3,92E+09
Energia renovável, vento, solar, geo
MJ 1,1E+07 -4,3E+04 -5,6E+05 -1,1E+07 5,8E+06 -3,1E+04 5,66E+06
Energia renovável, hídrica
MJ 1,6E+07 -1,6E+07 -7,6E+06 -1,8E+08 -3,8E+06 -1,1E+06 -1,95E+08
Total MJ -4,7E+08 -8,7E+07 -9,2E+08 -4,6E+09 -1,1E+09 -5,7E+07 -7,15E+09
Figura 3.13 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em
2011 (Consumo de energia)
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
Por outro lado, comparando a gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos, verifica-se que, tal
como no caso da gestão dos resíduos urbanos, a valorização dos resíduos de embalagens através de
incineração ou a sua eliminação através de aterro apresentam pior desempenho face ao estimado para
o SIGRE nesse ano, como se pode analisar na tabela 3.10.
-4,5E+09
-4,0E+09
-3,5E+09
-3,0E+09
-2,5E+09
-2,0E+09
-1,5E+09
-1,0E+09
-5,0E+08
0,0E+00
5,0E+08
Energia não renovável, fóssil
Energia não renovável,
nuclear
Energia não renovável, biomassa
Energia renovável, biomassa
Energia renovável,
vento, solar, geo
Energia renovável,
hídrica
Cara
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Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros
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Tabela 3.10 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens (Consumo de energia)
Categoria de impacte Unidade Baseline
2011
Cenário Aterro
Cenário Incineração
Energia não renovável, fóssil
MJ -2,5E+09 1,4E+08 -1,3E+09
Energia não renovável, nuclear
MJ -5,7E+08 2,5E+07 -1,1E+08
Energia não renovável, biomassa
MJ -3,9E+06 -1,2E+02 -8,5E+02
Energia renovável, biomassa
MJ -3,9E+09 -3,2E+07 -9,1E+08
Energia renovável, vento, solar, geo
MJ 5,7E+06 -2,8E+07 -9,6E+07
Energia renovável, hídrica
MJ -2,0E+08 -5,3E+07 -1,8E+08
Total MJ -7,2E+09 4,9E+07 -2,6E+09
3.3.3 Balanço Global do SIGRE
3.3.3.1 Alterações Climáticas, Formação de oxidantes fotoquímicos, Acidificação terrestre,
Depleção de recursos hídricos e Depleção de recursos naturais
Contribuição por tipo de processo
Tendo em conta os resultados apresentados para a gestão dos resíduos urbanos e não urbanos de
embalagens referidos nas secções anteriores, de seguida descrevem-se os resultados ambientais
agregados do SIGRE, que conjugam os resultados dos dois subsistemas mencionados. Em primeiro lugar,
refere-se a contribuição de cada processo unitário para as categorias alterações climáticas, formação de
oxidantes fotoquímicos, acidificação terrestre, depleção de recursos hídricos e depleção de recursos
naturais (ver tabela 3.11).
Tabela 3.11 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte
Unidade Recolha seletiva
Recolha indiferenciada
Triagem Incineração TM Reciclagem Valorização
orgânica Aterro Total
Alterações climáticas
kg CO2 eq 2,3E+07 8,6E+06 1,6E+06 9,7E+07 3,3E+05 -3,3E+08 -1,5E+05 8,2E+07 -1,16E+08
Formação de oxidantes fotoquímicos
kg NMVOC eq
1,3E+05 7,0E+04 1,2E+04 3,0E+04 4,0E+03 -1,7E+06 -7,9E+01 1,2E+05 -1,33E+06
Acidificação terrestre
mol H+ eq 1,1E+05 5,7E+04 1,1E+04 -9,5E+02 3,2E+03 -3,1E+06 -6,3E+02 1,0E+05 -2,82E+06
Depleção de recursos hídricos
m3 H2O 6,9E+03 2,4E+03 2,0E+03 2,0E+04 1,0E+02 -7,3E+05 -4,8E+01 5,6E+03 -6,89E+05
Depleção de recursos naturais
kg Sb eq 6,0E-03 2,0E-03 1,5E-04 -5,5E-04 3,9E-05 -3,7E+01 -1,7E-03 -4,0E-04 -3,70E+01
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Da análise da tabela 3.11, pode-se constatar que no global e para as 5 categorias de impacte
apresentadas, o SIGRE apresenta um balanço ambiental positivo, ou seja, os impactes gerados pelas
diversas atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento e valorização de resíduos são
suplantados pelos impactes evitados devido à recuperação de materiais e energia obtidos pelos
processos de valorização dos resíduos, com especial enfoque na sua reciclagem (ver figura 3.14). Por
exemplo, em 2011, a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE gerido pela SPV permitiu
evitar a emissão de 116 kt de CO2 eq e uma poupança de 0,7 hm3 de água.
Figura 3.14 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Contribuição por tipo de material
Em relação à contribuição por tipo de material para o desempenho do SIGRE, verifica-se que os
materiais mais relevantes são tipicamente o vidro e o papel/cartão, dependendo da categoria de
impacte em questão, facto a que não é alheio a elevada quantidade de resíduos destes materiais que
foram encaminhados para reciclagem em 2011 (ver tabela 3.12 e figura 3.15).
No caso concreto das alterações climáticas, assumem ainda importância os plásticos e o aço, sendo que
no caso dos plásticos, ao contrário do aço, a sua gestão no SIGRE significa ainda uma emissão líquida de
GEE dado o baixo nível de reciclagem e a quantidade deste tipo de resíduos que são incineradas no fluxo
urbano.
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
Alterações climáticas Formação de oxidantes fotoquímicos
Acidificação terrestre Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
Car
acte
riza
ção
, im
po
rtân
cia
rela
tiva
(%
)
Recolha indiferenciada Aterro Incineração TM
Valorização orgânica Recolha seletiva Triagem Reciclagem
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Tabela 3.12 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte Unidade Aço Alumínio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro Total
Alterações climáticas kg CO2 eq -4,98E+07 -1,43E+07 1,61E+06 -1,83E+07 4,92E+07 -8,44E+07 -1,16E+08
Formação de oxidantes fotoquímicos
kg NMVOC eq -1,04E+05 -2,78E+04 -7,16E+04 -3,24E+05 -1,89E+05 -6,15E+05 -1,33E+06
Acidificação terrestre mol H+ eq -2,20E+05 -7,70E+04 -9,80E+04 -5,59E+05 -2,36E+05 -1,63E+06 -2,82E+06
Depleção de recursos hídricos
m3 H2O -7,27E+04 -8,99E+03 -1,72E+04 -3,64E+05 -2,67E+04 -1,99E+05 -6,89E+05
Depleção de recursos naturais
kg Sb eq 2,13E-05 -4,92E-03 -1,35E-03 -3,69E+01 2,61E-03 -7,29E-02 -3,70E+01
Figura 3.15 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
Comparando-se os impactes e benefícios gerados no âmbito do SIGRE em 2011 (Baseline 2011) com dois
cenários hipotéticos associados a diferentes destinos finais (“Cenário Aterro” e “Cenário Incineração”),
verifica-se que a configuração atual do SIGRE é a única que apresenta um resultado ambiental positivo
em todas as categorias de impacte consideradas (tabela 3.13). Por exemplo, ao nível das alterações
climáticas, verifica-se que a gestão dos resíduos de embalagens verificada em 2011 permite poupar
emissões na ordem das 400 kt CO2 eq face ao cenário de aterro das embalagens, o que equivaleria a
cerca de 0,6% das emissões de GEE nacionais.
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
Alterações climáticas Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre
Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
Cara
cter
izaç
ão, i
mpo
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tiva
(%)
Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros_ne
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Tabela 3.13 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte Unidade Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário
Incineração
Alterações climáticas kg CO2 eq -1,2E+08 2,8E+08 2,8E+08
Formação de oxidantes fotoquímicos kg NMVOC eq -1,3E+06 5,0E+05 -6,4E+04
Acidificação terrestre mol H+ eq -2,8E+06 3,8E+05 -8,5E+05
Depleção de recursos hídricos m3 H2O -6,9E+05 2,1E+04 -1,9E+04
Depleção de recursos naturais kg Sb eq -3,7E+01 2,3E-03 -3,7E-02
Por outro lado, pode constatar-se igualmente que o “Cenário Incineração” em termos globais seria
preferível ao “Cenário Aterro”, sendo que este, ao contrário dos demais, apresenta sempre um balanço
ambiental negativo para todas as categorias de impacte (ver igualmente figura 3.16).
Figura 3.16 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
3.3.3.2 Consumo de energia renovável e não renovável
Contribuição por tipo de material
Na tabela 3.14 apresentam-se os impactes e benefícios ambientais por tipo de material no consumo de
energia primária que é resultante da gestão do SIGRE, tendo por base o ano de 2011. Verifica-se que a
gestão dos resíduos de embalagens resultou numa poupança de 12.700 TJ de energia primária.
Tabela 3.14 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
Alterações climáticas
Formação de oxidantes
fotoquímicos
Acidificação terrestre
Depleção de recursos hídricos
Depleção de recursos naturais
Cara
cter
izaç
ão, i
mpo
rtân
cia
rela
tiva
(%
)
Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário Incineração
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 69
Categoria de impacte
Unidade Aço Alumínio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros Total
Energia não renovável, fóssil
MJ -7,2E+08 -1,4E+08 -2,5E+08 -8,8E+08 -2,1E+09 -1,1E+09 5,7E+05 -5,16E+09
Energia não renovável, nuclear
MJ -2,7E+07 -4,0E+07 -6,5E+07 -5,3E+08 -2,2E+08 -2,9E+08 1,5E+04 -1,18E+09
Energia não renovável, biomassa
MJ 3,3E+00 -7,7E+02 -2,1E+02 -5,8E+06 4,1E+02 -1,1E+04 1,4E+00 -5,77E+06
Energia renovável, biomassa
MJ 1,2E+07 -8,9E+05 -7,0E+08 -4,9E+09 -8,8E+07 -2,6E+08 1,8E+03 -5,91E+09
Energia renovável, vento, solar, geo
MJ 1,8E+07 -2,5E+04 -3,9E+05 -3,2E+07 -1,6E+07 -9,2E+05 1,3E+03 -3,18E+07
Energia renovável, hídrica
MJ 2,5E+07 -4,1E+07 -8,1E+06 -3,0E+08 -5,5E+07 -3,3E+07 4,2E+03 -4,09E+08
Total MJ -6,9E+08 -2,2E+08 -1,0E+09 -6,6E+09 -2,4E+09 -1,7E+09 5,9E+05 -1,27E+10
Pela análise da tabela e igualmente da figura 3.17 pode verificar-se que o papel/cartão é o material cuja
gestão no SIGRE implica maior benefício ambiental em termos de consumo de energia primária, seguido
dos plásticos e do vidro. Neste último caso, tal deve-se aos resultados do subsistema urbano, dado que a
quantidade de resíduos de vido que é gerido no âmbito do subsistema eXtra-Urbano é bastante
diminuta.
Figura 3.17 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)
-7,0E+09
-6,0E+09
-5,0E+09
-4,0E+09
-3,0E+09
-2,0E+09
-1,0E+09
0,0E+00
1,0E+09
Energia não renovável, fóssil
Energia não renovável,
nuclear
Energia não renovável, biomassa
Energia renovável, biomassa
Energia renovável,
vento, solar, geo
Energia renovável,
hídrica
Cara
cter
izaç
ão (M
J)
Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 70
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
Adicionalmente, comparando os vários cenários de gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do
SIGRE verifica-se que a configuração atual do sistema é preferível em termos energéticos ao
encaminhamento dos resíduos para aterro e para incineração (ver tabela 3.15).
Tabela 3.15 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)
Categoria de impacte Unidade Baseline
2011
Cenário Aterro
Cenário Incineração
Energia não renovável, fóssil
MJ -5,2E+09 7,2E+08 -3,4E+09
Energia não renovável, nuclear
MJ -1,2E+09 7,3E+07 -3,9E+08
Energia não renovável, biomassa
MJ -5,8E+06 3,6E+02 -5,8E+03
Energia renovável, biomassa
MJ -5,9E+09 -5,6E+07 -1,1E+09
Energia renovável, vento, solar, geo
MJ -3,2E+07 -4,3E+07 -3,0E+08
Energia renovável, hídrica
MJ -4,1E+08 -9,0E+07 -7,6E+08
Total MJ -1,3E+10 6,1E+08 -5,9E+09
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final
Página | 71
4 AVALIAÇÃO ECONÓMICA DO SIGRE
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A avaliação económica ao SIGRE foi realizada a três níveis. Em primeiro lugar, avaliou-se o
enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV, ou seja,
compararam-se as empresas que contribuem para o financiamento do SIGRE com o universo de
empresas existentes a nível nacional.
Em segundo lugar, avaliou-se o enquadramento económico das empresas responsáveis pela recolha,
triagem, tratamento e retoma/valorização dos resíduos de embalagens do SIGRE, tanto ao nível do
subsistema urbano, como do subsistema não urbano (eXtra-Urbano).
Em terceiro lugar, avaliou-se o impacte económico da reciclagem de resíduos de embalagens em
Portugal, tanto ao nível direto, como indireto, nomeadamente em termos de valor acrescentado e
massa salarial gerada e volume de negócios.
De seguida descrevem-se as avaliações realizadas, nomeadamente em termos do seu âmbito, objetivos
e metodologias empregues e apresentam-se os principais resultados obtidos.
4.2 EMBALADORES ADERENTES AO SIGRE
4.2.1 Âmbito e objetivos da avaliação
O âmbito da avaliação realizada incluiu as empresas que contribuem financeiramente para o sistema
gerido pela SPV, através do pagamento do Valor Ponto Verde (VPV). Com a análise realizada
pretendeu-se estimar a representatividade das empresas aderentes à SPV face ao universo nacional em
termos de:
Volume de vendas
Nº de empresas parceiras
Valor Ponto Verde (VPV) despendido
4.2.2 Metodologia utilizada
Para analisar comparativamente o enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema
gerido pela SPV com o universo de empresas existentes a nível nacional, recorreu-se a dados
bibliográficos das empresas em questão.
No caso da caracterização do perfil dos embaladores aderentes à SPV e que, como tal, transferem para
esta empresa a responsabilidade da gestão de fim de vida das embalagens que colocam no mercado,
mediante o pagamento do Valor Ponto Verde, utilizou-se uma base de dados disponibilizada pela SPV
com dados específicos referentes a cada uma dos embaladores, incluindo o seu volume de vendas, tipo
de atividade e quantidade de embalagens colocadas no mercado e VPV devidos.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 72
Para efeitos comparativos com o universo das empresas existentes em Portugal, em primeiro lugar, os
dados de caracterização das empresas embaladoras da SPV, referentes a 2010, foram agrupados por
secção da CAE rev.3, cobrindo desde empresas de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca
(secção A) até às empresas ligadas a atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e
atividades de produção das famílias para uso próprio (secção T)23
.
Posteriormente, os resultados obtidos foram comparados com estatísticas produzidas pelo INE
referentes ao universo nacional e constantes do relatório “Empresas em Portugal 2010” (INE, 2012).
De referir que não foi possível obter dados detalhados para todos os embaladores SPV, nomeadamente
em relação ao seu tipo de atividade e volume de vendas, sendo esta uma das limitações da análise
realizada. Desta forma, estabeleceram-se dois cenários:
Cenário de referência, onde de forma conservadora apenas se consideraram as empresas SPV
para os quais existiam dados concretos.
Cenário de “extrapolação”, estimado com base na extrapolação linear, por secção, de valores
médios apurados para o universo de empresas SPV que foram efetivamente caracterizadas.
Os resultados apurados para o primeiro cenário acabam por indicar o limite mínimo estimado para a
importância das empresas aderentes à SPV no contexto nacional.
4.2.3 Resultados
Em relação ao enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV,
verifica-se que a maior parte dos embaladores se enquadram em setores ligados às indústrias
transformadoras (46%), seguidos das empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação
de veículos automóveis e motociclos (36%) e agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (9%).
Analisando as empresas em relação ao volume de vendas associadas as estas empresas, verifica-se
igualmente que estes setores são os mais relevantes, sendo que as empresas ligadas ao comércio por
grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos e as indústrias transformadores
representam, respetivamente, 51% e 45% do volume de vendas dos aderentes da SPV, em 2010.
Por outro lado, comparando as empresas aderentes à SPV e o universo de empresas existentes ao nível
nacional, verifica-se que os embaladores aderentes à SPV, cerca de 12 mil empresas, representam
apenas 0,9% do número de empresas existentes em Portugal, mas geram um volume de vendas, no
mínimo, de 31,4% do volume de vendas das empresas não financeiras no nosso país.
Tal significa que os aderentes à SPV têm, em geral, uma dimensão bastante superior ao que é comum no
nosso país. Tal deve-se, em parte, pela importância das empresas pertencentes aos setores das
indústrias transformadores e de comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e
motociclos, já referida anteriormente. Os embaladores aderentes à SPV representam nestes setores,
respetivamente 6,7% e 1,5% do número total de empresas nacionais, mas significam em termos de
volume de vendas, no mínimo, 47,4% e 29,3% do volume de vendas destes setores a nível nacional (ver
tabela 4.1). Neste último caso, a discrepância entre a representatividade ao nível do número de
empresas e volume de vendas, não é alheia o facto de nesta secção de CAE existirem bastantes
empresas de pequena dimensão ligadas à reparação automóvel (e.g. oficinas), cuja atividade não implica
a introdução de embalagens no mercado.
23 Não foram identificadas empresas aderentes à SPV e que integram a secção U da CAE rev.3 (atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais)
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Tabela 4.1 – Enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV
CAE Secção % das
empresas nacionais
Volume de Vendas
aderentes (M€) –
d.e.
Volume de Vendas
aderentes (M€) – extrap.
A - Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 1,85% 1.085,9 2.766,5
B - Indústrias extrativas 0,83% 19,7 43,2
C - Indústrias transformadoras 6,68% 33.042,7 48.529,3
D - Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 0,68% 3,7 4,6
E - Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição
4,40% 169,9 266,2
F - Construção 0,02% 90,8 113,5
G - Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos
1,52% 37.437,8 54.204,3
H - Transportes e armazenagem 0,44% 75,5 134,6
I - Alojamento, restauração e similares 0,15% 78,8 183,3
J - Atividades de informação e de comunicação 0,81% 614,5 1.178,6
K - Atividades financeiras e de seguros 0,02% 44,6 74,3
L - Atividades imobiliárias 0,03% 0,1 0,4
M - Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares
0,06% 142,4 272,5
N - Atividades administrativas e dos serviços de apoio 0,03% 61,8 91,7
O - Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória
s.d s.d s.d
P - Educação 0,01% 0,2 0,4
Q - Atividades de saúde humana e apoio social 0,03% 1,1 5,7
R - Atividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas
0,02% reduzido reduzido
S - Outras atividades de serviços 0,16% 20,4 108,8
T - Atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio
s.d. reduzido reduzido
CAE Desconhecido s.d 32,0 470,4
Total 0,9% 72.921,8 108.448,5
Notas:
d.e. – dados existentes - com base nas empresas para as quais existe registo do volume de vendas em 2010.
extrap – considerando as empresas para as quais não existe registo do seu volume de vendas, através da extrapolação linear dos
volumes de venda por empresa médias de cada secção.
s.d. – sem dados.
Reduzido – valor abaixo de 0,05M M€ ou 0,05%.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 74
Por outro lado, no contexto do enquadramento económico dos embaladores aderentes à SPV, verifica-
se que estes, em 2010, contribuíram com 71,8 Milhões de Euros para o SIGRE através do Valor Ponto
Verde (VPV) (SPV, 2010). Este valor representou apenas 0,08% do total de custos com fornecimentos de
serviços externos (FSE) das empresas nacionais.
4.3 EMPRESAS DE RECOLHA, TRIAGEM E RETOMA/RECICLAGEM DOS
RESÍDUOS DE EMBALAGENS
4.3.1 Âmbito e objetivos da avaliação
O âmbito da avaliação realizada são as empresas que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem
dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, tanto ao nível dos resíduos urbanos de embalagens
como do sistema eXtra-Urbano. Neste último caso, tendo em consideração o modelo de gestão
existente, excetuam-se do âmbito da análise os produtores de resíduos de embalagens (e.g. empresas
de comércio), estando incluídas as empresas que efetuam a sua recolha para posterior
reciclagem/valorização (OGR).
Com a análise realizada pretendeu-se analisar a evolução e a representatividade das empresas
aderentes à SPV face ao universo nacional em termos de:
Nº de Empresas parceiras da SPV
Capital Social
Nº de estabelecimentos
Volume de Vendas
4.3.2 Metodologia utilizada
De modo a enquadrar as diversas empresas parceiras da SPV face às demais empresas nacionais, em
primeiro lugar realizou-se um levantamento das empresas associadas à SPV desde o ano 2000 até ao
ano de 2009.
Embora a SPV tenha sido constituída em 1998, foi considerado que o período em análise devia ser
censurado à esquerda, por forma a garantir que a análise se centraria num período em que a SPV já
estava presente no mercado há pelo menos dois anos (em 2000), tendo sido já ultrapassada a fase
inicial de arranque de atividade. A censura à direita deveu-se fundamentalmente à falta de dados mais
recentes na base de dados utilizada para caracterizar as empresas.
A SPV forneceu informação sobre as diversas empresas suas parceiras, tendo sido considerado relevante
distinguir estas empresas de acordo com a sua relação com a SPV. Assim as empresas foram
classificadas de acordo com a seguinte tipologia:
SMAUT – entidade que efetua a recolha seletiva, triagem e tratamento dos resíduos urbanos de
embalagens.
Retomador – entidade que efetua a retoma dos resíduos urbanos de embalagens com vista à
sua reciclagem.
OGR – entidade que efetua a recolha dos resíduos de embalagens junto dos produtores não
urbanos com vista à sua reciclagem futura.
SMAUT/OGR – Entidade que apresenta um papel duplo como SMAUT e OGR.
Retomador/OGR - Entidade que apresenta um papel duplo como Retomador e OGR.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 75
A informação facultada pela SPV foi complementada com a recolha de informação em sites
especializados em informação corporativa, tendo sido dada particular relevância aos seguintes
descritores: código de atividade económica (CAE), ano de início de atividade e localidade da empresa.
Posteriormente, caracterizaram-se as referidas empresas utilizando para o efeito uma base de dados
do INE direcionada fundamentalmente para a caracterização do mercado de trabalho, mas que detém
diversas informações económicas (base de dados “ Quadros de Pessoal”).
Tendo por base os resultados obtidos, finalmente compararam-se os resultados obtidos com dois
grupos de referência para analisar em termos relativos as características das empresas SPV, por um
lado, as empresas não associadas à SPV sem qualquer constrangimento e, por outro, as empresas não
associadas à SPV cuja atividade económica coincidisse com os principais setores económicos (CAE) da
lista de empresas SPV. Os CAE utilizados para caracterizar as empresas parceiras da SPV são os que
constam na seguinte tabela:
Tabela 4.2 - CAE das empresas parceiras da SPV que foram caracterizadas
CAE Rev.2 (2000 a 2006)
CAE Rev.3 (2007 a 2008)
Descritivo
21120 17120 Fabricação de papel e de cartão (excepto canelado)
21211 17211 Fabricação de papel e de cartão canelados (inclui embalagens)
27420 24420 Obtenção e primeira transformação de alumínio
25210 22210 Fabricação de chapas, folhas, tubos e perfis de plástico
25220 22220 Fabricação de embalagens de plástico
26131 23131 Fabricação de vidro de embalagem
37100 38321 Valorização de resíduos metálicos
37200 38322 Valorização de resíduos não metálicos
90020 381 Recolha de resíduos
382 Tratamento e eliminação de resíduos
51532 46732 Comércio por grosso de materiais de construção (excepto madeira) e equipamento sanitário
51571 46771 Comércio por grosso de sucatas e de desperdícios metálicos
51572 46772 Comércio por grosso de desperdícios têxteis, de cartão e papéis velhos
De referir que a informação recolhida representa a maior parte e as mais relevantes empresas
atualmente associadas à SPV ou que tiveram associação com a SPV entre os anos 2000 e 2009, embora
não tenha sido possível identificar e caracterizar a totalidade do universo das empresas no período
analisado.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 76
Tal deveu-se ao facto do processo de identificação de algumas empresas ter sido dificultado por várias
razões, nomeadamente:
A existência de várias localidades associadas à empresa (por exemplo, a sede social ser numa
local diferente da instalação fabril).
As empresas apresentaram diferentes atividades económicas (por exemplo, existência de uma
atividade económica principal e de uma ou várias atividades económicas secundárias).
Existir desfasamento no início da atividade da empresa (por exemplo, fusão com uma nova
empresa poderá levar a alteração do ano de constituição) ou cessação da atividade por falência
ou liquidação.
4.3.3 Resultados
4.3.3.1 Evolução do N.º de Parceiros da SPV
Na tabela 4.3 e figura 4.1 apresenta-se a evolução do número de empresas parceiras da SPV ao longo da
última década. Podem igualmente encontrar-se na referida tabela os dados relativos às “empresas não
SIGRE” existentes a nível nacional, mas que apresentam o mesmo CAE de 5 dígitos que estas.
Tabela 4.3- Evolução do número de empresas do SIGRE (2000-2009)
Figura 4.1 - Evolução do número de “Empresas SIGRE” (2000-2009)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
N.º
de
em
pre
sas
Ano
SMAUT SMAUT/OGR Retomador OGR Retom. / OGR
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
SIGRE (desagregadas por tipo de operador)
SMAUT 13 15 15 19 20 22 23 23 24 25
SMAUT/OGR 2 3 3 3 4 4 4 4 4 4
Retomador 34 34 34 35 36 37 38 40 39 40
OGR 18 19 22 24 26 29 28 34 35 36
Retom. / OGR 20 24 24 25 26 29 31 31 33 33
Total SPV 87 95 98 106 112 121 124 132 135 138
Não SIGRE (dentro do mesmo universo CAE)
2.605 2.752 2.884 3.024 2.970 2.998 3.020 2.995 3.005 2.860
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 77
Como pode observar-se, o número de empresas parceiras da SPV aumentou consideravelmente ao
longo da última década. De facto, o número de SMAUT aumentou cerca de 92% (de 13 para 25)
enquanto que o número de OGR duplicou (de 18 para 36).
Por outro lado, em termos globais, no ano 2000 foram identificadas 87 empresas ligadas à SPV, sendo
que em 2009 este valor já correspondia a 138 empresas, o que se traduz num crescimento de cerca de
60%. Analisando ainda os valores da figura 4.2, pode constatar-se que a evolução do número de
empresas parceiras da SPV é mais rápida do que aquelas que possuem o mesmo CAE e que estão fora
do universo SPV. Assim, as empresas não-SIGRE no mesmo período de tempo cresceram apenas 10%.
Figura 4.2 - Evolução do número de ”Empresas SIGRE” e “Não SIGRE” com mesmo CAE entre 2000-2009
4.3.3.2 Evolução do Capital Social, Nº de Estabelecimentos e Volume de Vendas
Na tabela 4.4 encontram-se representados os dados relativos ao capital social, incluindo a sua
composição, nº de estabelecimentos e volume de vendas das empresas parceiras da SPV, entre 2000 e
2010. Estão igualmente listados os dados relativos às “empresas não SIGRE”, mas que apresentam o
mesmo CAE e ainda a totalidade do universo de CAE a nível nacional.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 78
Tabela 4.4 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE” e ”Empresas Não SIGRE” em 2000-2009 (valores médios por empresa)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Não SIGRE (todas)
Cap. Social (mil €) 500,41 - 564,16 478,77 314,01 448,96 411,11 424,43 429,79 447,36
Cap. Soc. Privado Nacional (%) 98,52 98,60 98,69 98,42 98,37 98,34 98,34 98,28 98,26 98,25
Cap. Soc. Público (%) 0,13 0,19 0,21 0,21 0,17 0,19 0,19 0,20 0,19 0,19
Cap. Soc. Estrangeiro (%) 1,35 1,21 1,10 1,36 1,46 1,48 1,47 1,52 1,55 1,55
Nº Estabelecimentos 1,16 1,16 1,15 1,16 1,16 1,16 1,17 1,17 1,17 1,16
Vendas (milhões de €) 0,84 0,91 1,12 0,92 0,89 0,85 0,93 1,00 1,06 1,10
Não SIGRE (dentro do
mesmo universo CAE)
Cap. Social (mil €) 295,27 - 333,35 368,93 349,96 340,42 346,44 414,62 377,65 488,36
Cap. Soc. Privado Nacional (%) 97,98 98,26 98,22 97,44 96,74 97,15 97,29 97,62 97,63 97,75
Cap. Soc. Público (%) 0,23 0,13 0,21 0,31 0,38 0,38 0,37 0,08 0,08 0,08
Cap. Soc. Estrangeiro (%) 1,79 1,61 1,57 2,25 2,88 2,47 2,34 2,30 2,29 2,17
Nº Estabelecimentos 1,10 1,11 1,10 1,12 1,12 1,12 1,13 1,11 1,12 1,12
Vendas (milhões de €) 1,20 1,25 1,38 1,43 1,44 1,52 1,58 1,73 1,76 1,83
SIGRE
Cap. Social (mil €) 2216,74 2146,25 3087,09 2221,01 2428,39 2050,74 2122,29 1867,63 2253,49 2300,00
Cap. Soc. Privado Nacional (%) 87,66 90,79 87,91 79,45 79,56 80,57 80,22 80,94 81,35 79,86
Cap. Soc. Público (%) 7,75 4,09 7,57 12,68 13,80 14,14 14,49 13,74 13,44 13,78
Cap. Soc. Estrangeiro (%) 4,59 5,11 4,53 7,87 6,64 5,30 5,29 5,31 5,21 6,36
Nº Estabelecimentos 1,40 1,45 1,44 1,65 1,68 1,66 1,68 1,68 1,71 1,80
Vendas (milhões de €) 10,53 7,11 8,40 6,74 6,63 7,43 7,89 8,25 9,62 11,71
Em termos médios, as empresas associadas à SPV apresentam um capital social consideravelmente
superior às empresas não associadas à SPV mas que pertencem aos mesmos setores de atividade
económica que as primeiras. Tipicamente, as empresas associadas à SPV detêm uma maior
percentagem de capital estrangeiro do que outras empresas da economia portuguesa (devido aos
OGR/Retomadores, ver tabela 4.5) e o mesmo se verifica no que respeita à participação pública no
capital social (neste caso devido aos SMAUT-ver tabela 4.5).
No que respeita à dimensão das empresas e considerando os parâmetros volume de vendas e o número
de trabalhadores, pode concluir-se que as empresas associadas à SPV e ao SIGRE são maiores do que
as suas congéneres (i.e., dos mesmos setores de atividade económica) e o mesmo sucede em relação ao
universo de empresas nacional.
As estatísticas descritivas indicam que as empresas associadas à SPV empregam entre seis a sete vezes
mais trabalhadores do que as restantes empresas da economia portuguesa (ver capítulo 5). Em termos
financeiros, o indicador usado aponta para uma relação entre cinco a seis vezes mais facturação (volume
de vendas) das empresas associadas à SPV comparativamente com as suas congéneres não associadas.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 79
Tabela 4.5 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE”, desagregadas por tipo de operador, em 2000-2009 (valores médios por empresa)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
SMAUT
Cap. Social (mil €) 4850,07 3912,94 4437,84 3802,42 3725,85 3587,56 3652,79 3816,77 3978,21 4002,66
Cap. Soc. Privado Nacional (%) 45,75 74,07 47,57 30,71 29,58 25,60 27,81 27,59 30,70 29,42
Cap. Soc. Público (%) 54,25 25,93 52,43 63,41 65,16 69,40 67,64 67,87 64,96 66,42
Cap. Soc. Estrangeiro (%) 0,00 0,00 0,00 5,88 5,26 5,00 4,55 4,55 4,35 4,17
Nº Estabelecimentos 2,31 2,20 2,47 3,26 3,35 3,18 3,17 3,26 3,17 3,44
Vendas (milhões de €) 3,75 5,74 6,83 6,10 6,56 7,02 7,48 8,45 8,30 9,26
Retomador
Cap. Social (mil €) 3388,09 3733,24 6205,11 3831,86 3965,15 3667,45 3616,49 2908,76 4084,40 4216,09
Cap. Soc. Privado Nacional (%) 91,59 88,65 90,03 88,06 88,19 91,08 91,05 91,28 91,22 89,50
Cap. Soc. Público (%) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cap. Soc. Estrangeiro (%) 8,41 11,35 9,97 11,94 11,81 8,92 8,95 8,72 8,78 10,50
Nº Estabelecimentos 1,29 1,35 1,38 1,31 1,33 1,32 1,34 1,33 1,36 1,35
Vendas (milhões de €) 23,29 14,16 16,60 12,80 12,87 13,24 13,76 12,55 16,37 20,88
OGR
Cap. Social (mil €) 303,28 260,90 415,79 440,94 404,08 358,86 352,21 323,39 358,00 352,06
Cap. Soc. Privado Nacional (%) 93,75 94,74 95,45 86,28 92,00 93,45 96,43 95,61 95,74 95,86
Cap. Soc. Público (%) 0,00 0,00 0,00 1,54 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cap. Soc. Estrangeiro (%) 6,25 5,26 4,55 12,17 8,00 6,55 3,57 4,39 4,26 4,14
Nº Estabelecimentos 1,28 1,21 1,00 1,08 1,12 1,14 1,07 1,09 1,20 1,17
Vendas (milhões de €) 1,17 1,19 1,07 1,69 1,13 1,62 1,67 1,85 2,07 2,24
Retom. / OGR
Cap. Social (mil €) 376,64 474,48 635,27 565,65 1419,78 627,25 762,30 785,20 812,40 826,34
Cap. Soc. Privado Nacional (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 96,67 96,77 96,88 93,94
Cap. Soc. Público (%) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cap. Soc. Estrangeiro (%) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,33 3,23 3,13 6,06
Nº Estabelecimentos 1,15 1,21 1,13 1,32 1,35 1,34 1,26 1,29 1,30 1,52
Vendas (milhões de €) 2,50 3,30 5,09 3,88 4,18 6,69 7,04 9,58 10,52 13,10
SMAUT/OGR
Cap. Social (mil €) 212,47 641,65 650,00 1356,67 1642,50 1642,50 2100,26 2125,26 2125,26 2125,26
Cap. Soc. Privado Nacional (%) 100,00 100,00 100,00 38,33 28,75 28,75 28,75 30,00 30,00 30,00
Cap. Soc. Público (%) 0,00 0,00 0,00 60,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00
Cap. Soc. Estrangeiro (%) 0,00 0,00 0,00 1,67 1,25 1,25 1,25 0,00 0,00 0,00
Nº Estabelecimentos 1,00 2,33 2,67 2,67 2,25 2,50 3,75 4,25 4,25 4,25
Vendas (milhões de €) 2,19 1,95 3,51 4,35 2,44 3,58 4,44 8,23 10,29 9,21
4.4 IMPACTE ECONÓMICO DA GESTÃO DE RESÍDUOS DE EMBALAGENS
EM PORTUGAL
4.4.1 Âmbito e objetivos da avaliação
O âmbito da avaliação realizada inclui os impactos diretos e indiretos relacionados com as atividades
do SIGRE, no que respeita aos resíduos urbanos de embalagens. Com a análise realizada pretendeu-se:
Identificar os efeitos diretos e indiretos no resto da economia da gestão de resíduos de
embalagens através do SIGRE, relativamente a quadro indicadores: valor acrescentado, salários
e volume de negócio.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 80
Comparar os efeitos diretos e indiretos no resto da economia da gestão de resíduos de
embalagens através do SIGRE com os de outras atividades económicas.
Identificar o efeito sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da gestão de resíduos de embalagens
através do SIGRE, através da comparação da situação atual com um cenário alternativo sem
SIGRE.
4.4.2 Metodologia utilizada
Neste estudo, a quantificação de efeitos indiretos utiliza a Análise de Entradas-Saídas (AES) (Miller e
Blair, 2009). Este domínio científico da economia foi desenvolvido por Wassily Leontief, nos anos 40.
Desde então tem sido aplicado em inúmeros países ao estudo do impacto indireto de variados setores
de atividade. Esta técnica permite a identificação de multiplicadores, valores que indicam o efeito direto
e indireto gerado no resto da economia por um dado ramo de atividade económica. Em seguida
discutem-se os conceitos de efeito direto e indireto e apresentam-se as expressões de cálculo dos
multiplicadores.
No decurso da sua atividade económica, uma empresa necessita de recursos, como trabalho,
importações, etc. (efeitos diretos). Uma empresa efetua também compras de bens e serviços a outras
empresas, as quais vão necessitar de recursos (efeitos indiretos de primeira ordem). Estas últimas por
sua vez efetuam aquisições junto de outras empresas (efeitos indiretos de segunda ordem), e por aí
adiante.
No presente estudo são quantificados efeitos indiretos sobre três tipos de recursos: valor acrescendo
bruto (VAB), salários e volume de negócios. Para cada um deles foi calculado o multiplicador de Leontief
de tipo I, que indica qual a soma dos efeitos diretos e indiretos resultantes do consumo de uma unidade
de recurso dum certo ramo de atividade e é calculado através da fórmula:
mi = (Σj dj Lij)/di ,
em que dj é o coeficiente direto do ramo de atividade, que indica o consumo de recurso por volume de
negócios, e Lij é um elemento da matriz inversa de Leontief, que se calcula através da seguinte
expressão:
L = (I – A)-1
,
onde I é a matriz identidade e A é a matriz dos coeficientes técnicos, que por sua vez se calcula através
da expressão:
A = Z [diag(x)]-1
.
A matriz Z descreve o conjunto de transações entre ramos de atividade na economia nacional. O vetor x
indica o volume de vendas totais de cada ramo de atividade. A matriz Z e o vetor x, juntamente com o
vetor de procura final, y, e com o vetor de valor acrescentado, v, descrevem o conjunto de transações
que têm lugar na economia nacional, relacionando-se de acordo com as seguintes expressões:
x = Ze + y;
x' = e'Z + v',
onde e é um vetor de entradas unitárias, todos os vetores estão em formato coluna e ' representa a
matriz transposta. Em seguida descrevem-se os dados que compõem os elementos de Z, x, y e v.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 81
Como revisto por Cruz et al. (2012), a SPV desempenha um papel crucial na estrutura de gestão de
resíduos de embalagens em Portugal. A SPV cobra um valor VPV aos embaladores aderentes ao sistema
para financiamento do SIGRE e utiliza as receitas resultantes desta cobrança para apoiar
financeiramente os SMAUT, com o intuito de incentivar a separação dos resíduos de embalagens (este
apoio pode ser desagregado em vários incentivos, VC-RS, VC-IC, VIC). Os SMAUT são responsáveis pela
recolha, separação e tratamento/valorização tanto dos resíduos recolhidos seletivamente, como dos
indiferenciados.
Os materiais para reciclagem são leiloados pela SPV, recebendo esta (ou pagando, conforme os casos)
um Valor Líquido de Retoma (VLR) dos/aos retomadores. Para além da reciclagem de resíduos urbanos,
a SPV também oferece um incentivo financeiro (VIM) aos gestores de resíduos não urbanos que
recolhem resíduos de embalagens diretamente das indústrias embaladoras e os encaminham para
reciclagem (sistema Extra-Urbano).
O modelo mínimo necessário para analisar o impacto económico do SIGRE envolve quatro classes de
setores: a entidade gestora dos resíduos de embalagens (SPV), o setor de gestão de resíduos sólidos
(MWS), os retomadores/recicladores (REC) e o resto da economia (ROE), que é constituído por vários
setores. Este modelo está descrito na tabela 4.6, que indica quais os elementos não-nulos de Z, x, y e v.
As fontes de informação e o seu processamento são descritos em seguida e os valores de base são
apresentados em anexo.
Tabela 4.6 - Interacção entre os setores do SIGRE e o resto da economia nacional
Z ROE SPV MWS REC y
ROE A B C E
SPV F G
MWS J K
REC L
v' O P Q
Modelação do Resto da Economia (ROE)
O setor ROE (componentes A, E e O da tabela 4.6) foi modelado usando as tabelas AES simétricas
produto-por-produto de 2008 em preços básicos produzida pelo DPP (Dias e Domingos, 2011), com uma
agregação de 85 setores usando a classificação oficial CAE Rev.3 de dois dígitos (INE, 2007). O
investimento foi endogeneizado usando a tabela C.3 das Contas Nacionais (www.ine.pt) e a metodologia
descrita em Lenzen and Treloar (2005).
Modelação da Gestão de Resíduos de Embalagens (SPV)
O setor SPV foi caracterizado usando o relatório de atividade e contas da empresa relativo a 2009 (SPV,
2009, p. 20). As componentes B e P são as compras da SPV a outras empresas e fatores primários; a
componente F é a taxa VPV paga pelos embaladores de embalagens; a componente G é o pagamento
VLR recebido dos retomadores; a componente J é o apoio financeiro ao tratamento de resíduos.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Modelação do Setor de Resíduos Sólidos Urbanos (MWS)
O setor de resíduos urbanos (MWS) representa a recolha, triagem e tratamento de resíduos de
embalagens que é efetuada nos SMAUT (e não da totalidade dos resíduos sólidos urbanos
indiferenciados) que é efetuada pelos SMAUT. As entradas C, K e Q da tabela 4.6 foram modeladas a
partir das fontes referidas em seguida.
Cruz et al. (2012, p. 13-14) apresenta informação geral sobre os custos correntes e depreciação das
operações de recolha e triagem de resíduos de embalagens. Os custos de recolha foram desagregados
usando a caracterização de Lavita (2008, pp. 45-48). Os custos de triagem foram desagregados
utilizando os valores médios resultantes do inquérito levado a cabo por Rodrigues (2009, p. 125).
Tanto Lavita (2008) como Rodrigues (2009) são estudos de pequena escala. A estrutura de custos por
eles descrita foi extrapolada para o conjunto do país utilizando informação complementar presente em
SPV (2010), que descreve os fluxos físicos de resíduos envolvendo cada município.
Para estimar outros fluxos não descritos nos estudos anteriormente referidos, tais como as despesas de
financiamento, recursos humanos e atividades ancilares foram também utilizadas outras fontes: o
relatório da ERSAR (2011), que descreve fluxos económicos para alguns serviços municipalizados; o
relatório da LIPOR (2010), que fornece um relatório de contas razoavelmente detalhado; e o modelo
WIO, descrito por Nakamura e Kondo (2002) e que pode ser acedido em
http://www.f.waseda.jp/nakashin/WIO.html.
Modelação do Setor de Retomadores (REC)
Por fim, o setor REC foi tratado como um setor estritamente intermediário, que recebe fluxos físicos de
resíduos separados da SPV e que entrega esses fluxos físicos ao setor produtivo correspondente, sem
incorrer em despesas ou recebimentos adicionais. Deste modo, a entrada L na tabela 4.6 foi obtida
diretamente a partir de SPV (2009).
Nos resultados são apresentados valores para a atividade de retomadores de papel, plástico, vidro e
metal (aço e alumínio), caracterizados a partir dos dados de ROE com os CAE respetivos de 17, 22, 23 e
24. Para conhecer a alavancagem específica associada à retoma destes materiais considerou-se que a
fração da atividade de cada um destes setores afeta à retoma é dada pela razão entre o VLR
correspondente e as aquisições intersetoriais.
Por fim, nos resultados são também apresentados valores para o SIGRE no seu conjunto, sendo este
compreendido como a SPV, o setor de MWS e os vários retomadores.
Finalmente, tendo por base a modelação realizada, realizou-se uma análise de incerteza aos resultados
obtidos, que se encontra em anexo e que mostram que os resultados obtidos são consistentes.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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4.4.3 Resultados
4.4.3.1 Valor acrescentado, Salários e Volume de Negócios Total
A tabela 4.7 apresenta os multiplicadores de tipo I para o SIGRE e setores representativos da economia
portuguesa24
. Cada entrada da tabela indica o impacto no conjunto da economia dum efeito num setor
em particular, relativamente a valor acrescentado bruto (VAB), salários e volume de negócios.
Os resultados indicam que por cada Euro de valor acrescentado do setor de SIGRE, são gerados
adicionalmente 1,25 Euros de valor acrescentado no resto da economia; por cada Euro de salários são
adicionalmente pagos 1,30 Euros de salários no resto da economia; e por cada Euro de volume de
negócios circulam adicionalmente na economia 1,04 Euros de volume de negócios.
Em anexo são apresentados adicionalmente os multiplicadores para os 85 ramos de atividades
económicos analisados neste trabalho.
Tabela 4.7 - Multiplicadores de tipo I (Euro/Euro), do SIGRE e a ele associados e representativos da economia portuguesa (por ordem decrescente de multiplicador de VAB)
Setores VAB Salários Volume de negócios
Transporte marítimo 3,82 3,94 2,63
Gás natural 3,34 8,38 2,02
Produtos químicos 2,85 2,86 1,97
Produtos petrolíferos 2,34 2,81 1,26
Produtos agrícolas 2,28 2,90 2,33
Telecomunicações 2,03 3,18 2,10
Produtos metálicos 1,93 1,78 1,88
Serviços de instalação/reparação de máquinas e equipamento
1,84 1,77 1,82
Serviços imobiliários 1,79 5,30 2,50
Produtos florestais 1,43 2,10 1,66
SPV 5,35 10,11 1,99
MWS 1,32 1,31 1,65
Retomadores papel 2,84 3,07 2,33
Retomadores plástico 2,09 2,03 1,84
Retomadores vidro 2,34 2,28 2,20
Retomadores metais 3,14 3,29 1,96
SIGRE 2,25 2,30 2,04
24 Os multiplicadores do Tipo I identificam o valor das transacções diretas e indiretas relativamente ao valor das transacções diretas (e.g. o rendimento de um setor e todos os outros rendimentos das compras efetuadas por esse setor aos seus fornecedores).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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A análise dos multiplicadores do SIGRE oferece uma visão global do papel da gestão de resíduos de
embalagens na economia. Relativamente ao efeito no valor acrescentado o SIGRE ocupa a 28ª posição,
em 88 ramos de atividade económica (ver tabela em Anexo); relativamente aos salários ocupa a 25ª
posição e em relação ao volume de negócios a 32ª posição. É possível dizer que este é um setor cujo
impacto na economia portuguesa é significativo, pois encontra-se no terço superior dos ramos de
atividade com maior efeito multiplicador. Os resultados obtidos relativos à gestão global dos resíduos de
embalagens são consistentes com os apurados em outros estudos semelhantes. A tabela 2.14 mostra
que o multiplicador de VAB da indústria da reciclagem e reutilização nos EUA é de 2,43, o multiplicador
de salários é de 2,18 e o de Volume de Negócios é de 1,7.
O SIGRE tem como componentes: a entidade gestora (SPV), a gestão de resíduos (MWS) e os
retomadores dos vários tipos de materiais recuperados. Pela análise da tabela pode verificar-se, que a
atividade da SPV tem um forte impacto no valor acrescentado e nos salários. Tal deve-se sobretudo ao
facto da SPV limitar o seu valor acrescentado e ter um baixo número de trabalhadores em relação ao
seu volume de negócios. O setor MWS tem multiplicadores inferiores a 2, porque as atividades de
recolha, triagem e tratamento de resíduos dos SMAUT efetuam poucas aquisições de bens e serviços a
outros ramos de atividade, relativamente às despesas com fatores primários, sobretudo trabalho e
custos de financiamento. Dentro dos vários retomadores, o metal e o papel apresentam os maiores
efeitos indiretos no valor acrescentado e salários. Relativamente ao volume de negócios, há uma menor
variação do multiplicador por tipo de retoma. Estes resultados são consistentes com os valores da
literatura revistos nas tabelas 2.15 e 2.16.
A tabela 4.8 apresenta o multiplicador de tipo I do SIGRE desagregado pelos diferentes ramos da
economia nacional. Relativamente ao VAB, o setor onde a atividade do SIGRE tem maior repercussão é o
setor da recolha, triagem e tratamento de resíduos (MWS). Dos 2,25 Euros de VAB gerados na economia
por um Euro de valor acrescentado do SIGRE, 64 cêntimos são gerados no setor MWS, 34 cêntimos no
setor do papel e cartão, 12 cêntimos no setor dos artigos de borracha e plástico e 9 cêntimos nos
setores de construção de edifícios e vendas para grosso.
Em termos de salários, a maior influência do SIGRE é ao nível do setor MWS. Seguido pelos setores do
papel e cartão e artigos de borracha e plástico. Sendo que, do efeito de 2,30 Euros que o setor do SIGRE
tem nos salários, 73 cêntimos ocorrem no setor MWS, 29 cêntimos no setor do papel e cartão e 13
cêntimos no setor dos artigos de borracha. Seguidamente, o efeito do SIGRE faz-se sentir sobretudo nos
setores de vendas para grosso e construção de edifícios, onde o efeito é de cerca de 10 cêntimos.
Relativamente ao volume de negócios, verifica-se que o setor onde a atividade do SIGRE se repercute
mais é o setor do papel e cartão, seguido pelo setor MWS. Do efeito multiplicador de 2,04 Euros de
volume de negócios de cada Euro de volume de negócios do SIGRE, 41 cêntimos são gerados no setor do
papel e cartão, 31 cêntimos no setor MWS, 19 cêntimos na SPV, 14 cêntimos no setor dos artigos de
borracha e plástico e 11 cêntimos no setor da eletricidade.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Tabela 4.8 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro), por ordem decrescente de multiplicador de VAB
Setor VAB Salários Volume de Negócios
MWS 0,643 0,733 0,317
Papel e cartão 0,340 0,292 0,410
Artigos de borracha e plástico 0,121 0,134 0,135
Construção de edifícios 0,089 0,101 0,083
Vendas para grosso (excepto veículos) 0,088 0,102 0,056
Eletricidade 0,075 0,033 0,111
SPV 0,070 0,037 0,191
Outros produtos minerais não metálicos (vidro)
0,069 0,075 0,064
Serviços financeiros 0,060 0,054 0,028
Engenharia civil 0,059 0,074 0,064
Transporte terrestre 0,058 0,074 0,045
Instalação/reparação de máquinas e equipamento
0,049 0,059 0,039
Produtos florestais 0,038 0,012 0,017
Duma forma global, os setores de recolha, triagem e tratamento de resíduos (MWS), papel e cartão,
artigos de borracha e plástico, construção de edifícios, vendas para grosso e eletricidade são os que
beneficiam mais, de forma direta e indireta, da atividade do SIGRE.
Em anexo é apresentado adicionalmente o efeito desagregado do multiplicador de tipo I do SIGRE para
os 85 ramos de atividades económicos analisados neste trabalho.
A tabela 4.9 mostra a alavancagem efetuada pelo SIGRE em vários setores da economia, em valores
absolutos. A alavancagem é entendida aqui como o valor monetário dos efeitos indiretos dum dado
setor (neste caso os vários ramos de atividade que compõe o SIGRE) nos restantes setores da economia.
A alavancagem total do SIGRE é de 147 milhões de Euros de VAB, 80 milhões de Euros de salários e 391
milhões de Euros de volume de negócios. Estes valores devem ser contrastados com o impacto direto do
SIGRE, que é, respetivamente, de 117 milhões de Euros no valor acrescentado bruto da economia
doméstica, 61 milhões em termos salariais e 377 milhões no que se refere ao volume de negócios.
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Tabela 4.9 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros), por ordem decrescente de alavancagem em VAB.
Setor VAB Salários Volume de Negócios
MWS 24,78 14,83 39,37
Construção de edifícios 10,39 6,23 31,46
Vendas para grosso (excepto veículos) 10,30 6,26 21,27
Eletricidade 8,79 2,05 42,01
Serviços financeiros 7,00 3,29 10,72
Engenharia civil 6,87 4,57 24,07
Transporte terrestre 6,76 4,56 17,15
Instalação/reparação de máquinas e equipamento
5,76 3,62 14,81
Máquinas e equipamento 4,28 2,85 13,38
Papel e cartão 2,94 1,33 11,43
Produtos químicos 2,02 1,06 11,08
Combustíveis 0,85 0,33 15,61
Globalmente, o setor que mais beneficia da alavancagem do SIGRE é o setor de recolha, triagem e
tratamento de resíduos de embalagens (MWS). Em seguida surgem alguns ramos de atividade exteriores
ao SIGRE (construção, vendas por grosso, eletricidade, etc.).
Dentro dos ramos de atividades que compõe o SIGRE os retomadores de papel e cartão são o setor que
mais alavancagem tem do SIGRE, a seguir a MWS. O setor onde a alavancagem de VAB é maior é MWS,
com 25 milhões de Euros; o valor correspondente para salários é de 15 milhões, e ocorre também no
MWS; por fim, o valor correspondente para volume de negócios é de 42 milhões e ocorre para
eletricidade.
4.4.3.2 Comparação de Cenários de Gestão Resíduos de Embalagens
Tendo em conta o atual panorama relacionado com a gestão de resíduos de embalagens no SIGRE, que
é gerido pela SPV, procurou-se adicionalmente avaliar as consequências económicas de um cenário
alternativo em que não ocorrem separação e reciclagem de resíduos de embalagens. O efeito sobre o
valor acrescentado bruto desta alteração foi modelado da seguinte forma:
Variação de VAB = A + B + C + D,
onde cada um dos termos A, B, C e D é descritos abaixo:
A (Efeito da eliminação do VPV):
Na ausência do SIGRE, os embaladores já não têm de pagar o Valor Ponto Verde (VPV). Para
estudar o efeito que esta redução nos custos de produção tem no consumo adicional das
famílias consideraram-se dois casos-limite. Primeiro, se o preço do produto permanecer
constante, o valor acrescentado das companhias embaladoras aumenta, providenciando
rendimento adicional para os acionistas nacionais. Segundo, se o preço do produto refletir a
redução dos custos de produção, os consumidores têm mais rendimento disponível para
gastar. Assim, considerou-se que o cabaz de compras do consumidor médio se mantém
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 87
inalterado e que a poupança no VPV se manifesta diretamente como um aumento do
consumo médio das famílias. O aumento da procura final estimula o consumo de produtos
domésticos e importados, sendo que o primeiro contribui para o valor acrescentado e o
segundo não. Considerando um total de VPV de 56 milhões de Euros (SPV, 2009), o efeito
líquido do aumento da procura devido à eliminação do VPV é de +45 milhões de Euros.
B (Efeito dos encargos com o tratamento de resíduos indiferenciados):
No cenário alternativo, é necessário considerar o destino dos resíduos de embalagens que
são atualmente reciclados, e que passam a ser tratados. Considerou-se que a sua gestão
seria idêntica à dos resíduos sólidos urbanos indiferenciados. Tal significa um aumento dos
encargos com as operações de recolha indiferenciada e tratamento (aterro e incineração),
que têm que ser suportados pelos municípios e famílias, reduzindo o rendimento disponível
para consumo. De acordo com Cruz et al. (2012), o custo médio do tratamento de resíduos
separados e indiferenciados é, respetivamente de 189 e 103 Euro/t. Considerando um
volume total de resíduos separados a partir de SPV (2010), e uma comparticipação atual de
60 milhões de Euros da SPV às SMAUT (VC-RS, VC-CI e VIC), conclui-se que os atuais encargos
das famílias com a recolha e triagem de resíduos de embalagens são de 26 milhões de Euros.
No cenário alternativo estes resíduos passam ao circuito de recolha indiferenciada
integralmente suportada pelas famílias, num valor de 47 milhões de Euros. Considerando
que este aumento se reflete numa redução de consumo por parte das famílias de 21 milhões
de Euros, o efeito sobre o VAB é de -17 milhões de Euros.
C (Efeito da operação de tratamento de resíduos indiferenciados):
No cenário alternativo o VAB dos setores da SPV e do MWS (no valor de 8 e 51 milhões de
Euros) desaparece. Os resíduos de embalagens presentemente recolhidos de forma seletiva
passarão a ter o mesmo tratamento dos RSU produzidos (SPV, 2010). Esta alteração provoca
um aumento de 9% do VAB atualmente gerado pela atividade de tratamento de RSU
indiferenciado.
Considerando um custo de tratamento de RSU indiferenciado de 103 Euro/t (Cruz et al.,
2012) e o total de RSU produzidos indicado acima, o custo total de tratamento de RSU é de
538 milhões de Euros, o que representa 21% do total de despesas do CAE 37, que engloba o
tratamento de RSU. Como o VAB do CAE 37 é de 977 milhões de Euros, considerámos que o
VAB de tratamento de RSU é de 202 milhões de Euros, e por consequência, a adição de
458324 toneladas de resíduos indiferenciados no cenário alternativo leva a um aumento do
VAB de 18 milhões de Euros.
O efeito resultante sobre o VAB é de -41 milhões de Euros.
D (Efeito da eliminação da retoma de resíduos de embalagem):
No cenário alternativo, os ramos de atividade que atualmente retomam resíduos de
embalagens separados como fatores de produção passam a ter que obter essas matérias-
primas por outras fontes. Assumiu-se que o valor de mercado de produtos secundários é
semelhante àquele dos produtos principais que substituem, tomando em atenção a perda de
qualidade dos produtos reciclados (Nakamura e Kondo, 2002). Considerou-se igualmente
que estas matérias-primas de substituição são importadas. Assim, considerou-se uma quebra
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 88
de VAB nos setores de retoma, no valor de 37, 13, 6 e 3 milhões de Euros (respetivamente
para os setores de papel, plástico, vidro e metais). Estes valores foram obtidos considerando
que razão entre o VAB do subsetor de retoma e o VAB do ramo de atividade mais agregado é
idêntica à razão entre o VLR e o valor de trocas intersetoriais do ramo de atividade mais
agregado. A retoma de papel é um subsetor do CAE 17, a retoma de plástico é um subsetor
do CAE 22, a retoma de vidro é um subsetor do CAE 23 e a retoma de metais é um subsetor
do CAE 24. O efeito resultante sobre o VAB é de -58 milhões de Euros.
O efeito combinado destes diferentes fatores é uma redução líquida de PIB de cerca de 71 milhões de
Euros no cenário alternativo (ausência de separação e reciclagem de resíduos de embalagens).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 89
5 AVALIAÇÃO SOCIAL DO SIGRE
5.1 ENQUADRAMENTO GERAL
A avaliação social ao SIGRE foi realizada a três níveis. Em primeiro lugar, tipificaram-se os empregos
existentes nas empresas que colaboram com a SPV na recolha, triagem, tratamento e
retoma/reciclagem de resíduos de embalagens, comparando as suas estatísticas descritivas com
indicadores médios nacionais.
Em segundo lugar, com base nos resultados obtidos e com base em informação bibliográfica,
estimaram-se os empregos que estão especificamente associados à gestão de resíduos de embalagens
no âmbito do SIGRE.
Em terceiro lugar, identificaram-se resultados de projetos de responsabilidade social promovidos pela
SPV com o intuído de contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito
obrigatório de atuação da SPV
De seguida descrevem-se as avaliações realizadas, nomeadamente em termos do seu âmbito, objetivos
e metodologias empregues e apresentam-se os principais resultados obtidos.
5.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS DE RECOLHA, TRIAGEM E
RETOMA/RECICLAGEM DOS RESÍDUOS DE EMBALAGENS
5.2.1 Âmbito e objetivos da avaliação
O âmbito da avaliação realizada são as empresas que efetuam a Recolha, Triagem e
Retoma/Reciclagem dos Resíduos de Embalagens no âmbito do SIGRE, tanto ao nível dos resíduos
urbanos de embalagens como dos resíduos não urbanos. Neste último caso, tendo em consideração o
modelo de gestão existente, excetuam-se do âmbito da análise os produtores de resíduos de
embalagens não urbanos, estando incluindo as empresas que efetuam a sua recolha para posterior
reciclagem (Operadores de Gestão de Resíduos (OGR)).
Com a análise realizada pretendeu analisar-se a representatividade das empresas parceiras da SPV face
ao universo nacional em termos de:
Nº de trabalhadores
Características dos empregos existentes, nomeadamente em termos de:
o Género
o Idade
o Nacionalidade
o Habilitações literais
o Responsabilidade hierárquica
o Antiguidade
o Nº de experiências em outras empresas
o Nível salarial
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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5.2.2 Metodologia utilizada
A metodologia utilizada, bem como as fontes de dados e as limitações associadas à avaliação são
idênticas às referidas no capítulo 4.3. tendo apenas variado o tipo de informação avaliado.
5.2.3 Resultados
5.2.3.1 Evolução do Nº de Trabalhadores
Na tabela 5.1 encontram-se representados os dados relativos ao número de trabalhadores das
empresas parceiras da SPV ao longo da última década. Estão igualmente listados os resultados relativos
às “empresas não SIGRE”, que são empresas com o mesmo CAE das empresas parceiras da SPV mas que
não efetuam a gestão de resíduos de embalagens e ainda os resultados relativos ao universo de
empresas a nível nacional.
Tabela 5.1 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios por empresa)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Não SIGRE (todas) 10,03 10,02 9,39 9,27 9,24 8,99 8,99 9,01 9,09 8,87
Não SIGRE (dentro do mesmo universo CAE) 10,80 10,37 9,44 9,57 10,23 10,13 10,37 9,71 9,75 9,49
SIGRE 69,92 74,01 71,73 63,75 67,02 65,84 66,15 59,40 65,16 67,34
Nota: Ter em atenção que as empresas do SIGRE variaram ao longo dos anos (ver capítulo 4).
Os dados apresentados acima indicam que as empresas do SIGRE empregam em termos médios entre
seis e sete vezes mais trabalhadores do que as restantes empresas da economia portuguesa. Na tabela
5.2 e figura 5.1 apresentam-se os dados sobre a evolução do número de trabalhadores nas empresas
parceiras da SPV, desagregados por tipo de operador.
Tabela 5.2 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de operador, em 2000-2009 (valores médios por empresa)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
SMAUT 68,23 77,07 87,53 90,00 92,40 98,18 96,87 101,13 101,71 105,72
Retomador 128,59 143,06 140,12 114,43 125,81 120,32 117,47 94,23 113,64 109,00
OGR 13,44 13,47 11,50 12,79 11,38 12,00 14,18 14,50 15,11 17,14
Retom. / OGR 24,35 27,17 23,46 24,48 24,73 27,28 27,52 30,74 30,45 34,39
SMAUT/OGR 47,50 34,33 45,67 41,00 47,50 54,00 65,00 75,00 97,25 134,50
Nota: Ter em atenção que as empresas do SIGRE variaram ao longo dos anos (ver capítulo 4).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Figura 5.1 - Número médio de trabalhadores por empresa no SIGRE, em 2000-2009
Pela observação da tabela 5.2 e figura 5.1, verifica-se que entre 2000 e 2009 ocorreu uma tendência de
diminuição do número médio de trabalhadores nos retomadores, verificando-se a tendência inversa nos
SMAUT e OGR. Se por um lado as empresas retomadoras tiveram uma diminuição do seu número de
trabalhadores em cerca de 15%, por outro, os SMAUT viram o seu número de trabalhadores aumentar
em 55% neste período. Estes resultados contrastam com a diminuição que ocorreu em termos médios
nos setores a que pertencem as empresas parceiras da SPV no SIGRE.
Em termos absolutos, como se pode verificar pela análise da figura 5.2, considerando a totalidade de
empresas associadas à SPV, por tipo de atividade, verifica-se o n.º de empregos dos retomadores do
SIGRE é maior que o n.º de empregos associados aos outros tipos de empresas parceiras da SPV. No
entanto, este valor, apesar de ter flutuado ligeiramente, em 2009, apresentava um valor semelhante ao
início da década, o que contrasta com a evolução do n.º de trabalhadores dos SMAUT parceiros do
SIGRE.
Figura 5.2 - Força de trabalho em empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009
0
20
40
60
80
100
120
140
160
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
N.º
de
tra
bal
had
ore
s (m
éd
ia)
Ano
SMAUT RetomadorOGR Retom. / OGRSMAUT/OGR SPVNão SPV (dentro do mesmo universo CAE)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
N.º
de
tra
bal
had
ore
s
Ano
SMAUT Retomador OGR
Retom. / OGR SMAUT/OGR
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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5.2.3.2 Características dos Empregos Existentes
Na tabela 5.3 encontram-se reunidos os principais dados que caracterizam os trabalhadores das
parceiras da SPV no SIGRE, bem como dos trabalhadores de empresas com o mesmo CAE destas
empresas e ainda do universo de empresas a nível nacional.
Tabela 5.3 - Estatísticas descritivas dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios)
2000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Não SIGRE (todas)
Género (1=mulher) 0,42 0,42 0,43 0,43 0,43 0,44 0,44 0,45 0,45
Idade 37,09 37,28 37,54 37,72 37,62 37,84 38,06 38,26 38,64
Nacional (1=PT) 0,99 0,96 0,96 0,95 0,95 0,95 0,95 0,95 0,95
Habilitações (anos) 7,41 7,74 7,90 8,07 8,31 8,59 8,77 9,00 9,20
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 4,09 4,17 4,17 4,17 4,14 4,17 4,20 4,23 4,27
Nº anos como Empregado 9,83 9,03 9,29 9,53 9,50 9,79 10,02 10,23 10,69
Nº de experiências em diferentes empresas 1,83 1,88 1,92 1,96 2,01 2,08 2,15 2,21 2,26
Salário por hora (€) 5,58 5,63 5,58 5,72 5,73 5,74 5,70 5,77 5,80
Não SIGRE (dentro do
mesmo universo CAE)
Género (1=mulher) 0,38 0,39 0,42 0,43 0,44 0,44 0,44 0,43 0,41
Idade 38,07 38,29 38,51 38,97 38,83 39,20 37,50 37,96 38,49
Nacional (1=PT) 0,99 0,95 0,94 0,94 0,93 0,93 0,96 0,96 0,96
Habilitações (anos) 6,43 6,64 7,01 7,12 7,30 7,46 7,56 7,71 7,87
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior ) 3,65 3,71 3,73 3,68 3,65 3,64 4,10 4,11 4,15
Nº anos como Empregado 9,55 8,85 8,90 9,34 9,40 9,78 10,92 11,32 11,86
Nº de experiências em diferentes empresas 1,90 1,94 1,97 2,08 2,15 2,23 2,42 2,51 2,57
Salário por hora (€) 4,66 4,69 4,89 5,01 5,06 5,01 4,60 4,67 4,69
SIGRE
Género (1=mulher) 0,20 0,20 0,21 0,20 0,20 0,20 0,21 0,22 0,21
Idade 39,58 39,28 39,32 39,73 39,24 39,23 39,27 39,64 39,87
Nacional (1=PT) 0,99 0,96 0,94 0,95 0,95 0,96 0,95 0,95 0,95
Habilitações (anos) 6,87 7,37 7,49 7,74 7,91 8,13 8,12 8,38 8,53
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 3,84 3,89 3,89 3,94 3,91 3,96 3,92 3,97 4,03
Nº anos como Empregado 14,14 12,89 12,35 12,72 12,43 12,47 12,18 12,78 13,04
Nº de experiências em diferentes empresas 1,90 1,92 1,97 1,96 2,09 2,15 2,26 2,27 2,40
Salário por hora (€) 7,17 7,21 7,06 7,43 7,33 7,41 7,33 7,35 7,13
Pela análise dos dados pode verificar-se que tipicamente, as empresas parceiras da SPV empregam
cerca de 21% de trabalhadores do género feminino, enquanto que as empresas do mesmo CAE destas
empregam sensivelmente o dobro (42%).
Apesar desta diferença muito significativa, o aspeto que mais se destaca na comparação dos perfis dos
trabalhadores das empresas parceiras da SPV com as restantes empresas com o mesmo CAE prende-
se com as remunerações dos trabalhadores, que são consideravelmente mais elevadas nas primeiras.
Um dos fatores que poderá explicar esta diferença é o facto dos trabalhadores das empresas parceiras
da SPV terem maior antiguidade na empresa.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Outro dos aspetos reconhecidos como relevantes na economia de trabalho, que se pode observar nesta
análise comparativa, consiste no facto dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV serem em
média mais velhos dos que os trabalhadores das restantes empresas com o mesmo CAE. Por outro lado,
os trabalhadores das empresas integrantes do SIGRE têm igualmente maior número de anos de
escolaridade do que os trabalhadores e permanecem um número médio de anos como empregado
bastante superior.
Finalmente, ao longo da última década verificou-se nas empresas parceiras da SPV um ligeiro aumento
na contratação de trabalhadores estrangeiros e mulheres, tendência que se registou igualmente no
universo das restantes empresas com o mesmo CAE.
De referir que os resultados obtidos são coerentes com o âmbito mais alargado da gestão de resíduos a
nível nacional, considerando outros resíduos (ver capítulo 2.3.2, por exemplo a participação na força de
trabalho de mulheres). Tal deve-se ao facto de, por um lado, grande parte dos operadores do SIGRE
realiza igualmente a gestão de outros tipos de resíduos e por outro, a atividade de gestão de resíduos de
embalagens é muito similar à dos restantes resíduos.
Na tabela 5.4 apresentam-se as estatísticas descritivas médias da força de trabalhado das empresas
integrantes do SIGRE, desagregadas por tipo de operador.
Pelo apresentado, por exemplo, verifica-se que os SMAUT contrataram tendencialmente mais mulheres
ao longo dos últimos anos, verificando-se também uma maior contratação de trabalhadores
estrangeiros. Os retomadores parecem privilegiar a contratação de trabalhadores mais velhos, tendo
estas empresas os trabalhadores com maior antiguidade, ou seja, anos de experiência na própria
empresa.
Em termos de habilitações, verifica-se que no ano de 2000, o número médio de anos de escolaridade
era superior nos OGR, sendo que no final da última década, esse aspeto alterou-se significativamente,
sendo possível verificar que em 2009 os trabalhadores empregues pelos retomadores são aqueles que
apresentam maiores habilitações.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 5.4 – Estatísticas descritivas dos trabalhadores em empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de operador, em 2000-2009 (valores médios)
2000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
SMAUT
Género (1=mulher) 0,14 0,16 0,17 0,18 0,18 0,19 0,20 0,21 0,21
Idade 36,68 36,56 37,42 37,75 37,97 38,48 38,94 39,34 39,99
Nacional (1=PT) 1,00 0,96 0,96 0,96 0,96 0,97 0,96 0,96 0,97
Habilitações (anos) 7,65 7,67 7,65 7,79 7,89 8,01 8,07 8,14 8,17
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 3,87 3,61 3,63 3,51 3,63 3,64 3,67 3,73 3,86
Nº anos como Empregado 7,57 7,12 7,53 8,14 8,49 9,24 9,87 10,32 11,06
Nº de experiências em diferentes empresas 2,39 2,34 2,33 2,35 2,40 2,45 2,48 2,50 2,60
Salário por hora (€) 6,85 6,77 6,65 6,65 6,73 6,86 6,56 6,75 6,85
Retomador
Género (1=mulher) 0,21 0,21 0,21 0,19 0,19 0,18 0,18 0,19 0,18
Idade 40,68 40,56 40,75 41,14 40,53 40,33 40,27 40,68 40,63
Nacional (1=PT) 1,00 0,97 0,95 0,96 0,96 0,96 0,96 0,96 0,96
Habilitações (anos) 6,73 7,42 7,48 7,79 7,97 8,25 8,18 8,53 8,79
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 3,83 3,99 3,96 4,06 4,03 4,10 4,05 4,08 4,12
Nº anos como Empregado 16,51 15,48 15,43 15,59 15,52 15,31 14,96 15,60 15,70
Nº de experiências em diferentes empresas 1,78 1,78 1,81 1,77 1,91 1,92 2,07 2,04 2,10
Salário por hora (€) 7,52 7,74 7,64 8,13 8,00 8,13 8,37 8,20 7,87
OGR
Género (1=mulher) 0,28 0,29 0,31 0,30 0,31 0,30 0,32 0,31 0,26
Idade 35,13 33,90 34,95 35,83 35,95 36,59 36,98 37,35 37,63
Nacional (1=PT) 0,99 0,94 0,90 0,90 0,95 0,97 0,93 0,93 0,92
Habilitações (anos) 7,95 7,25 8,25 8,33 8,63 8,83 8,83 8,71 8,51
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 4,10 3,65 4,07 4,01 4,09 4,02 4,06 3,91 3,87
Nº anos como Empregado 7,53 6,43 7,21 7,70 8,31 8,64 8,54 8,90 9,49
Nº de experiências em diferentes empresas 2,23 2,13 2,16 2,20 2,31 2,51 2,38 2,45 2,68
Salário por hora (€) 6,18 4,96 5,75 5,86 6,03 6,57 6,59 6,40 5,52
Retom. / OGR
Género (1=mulher) 0,22 0,27 0,31 0,29 0,28 0,27 0,28 0,28 0,27
Idade 37,45 37,43 37,74 38,02 37,60 37,49 38,16 38,16 38,71
Nacional (1=PT) 0,97 0,88 0,87 0,87 0,87 0,88 0,89 0,88 0,91
Habilitações (anos) 6,56 6,50 6,72 7,00 7,41 7,65 7,77 8,14 8,45
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 3,93 3,68 3,88 3,96 3,84 3,92 3,88 4,02 4,03
Nº anos como Empregado 9,03 8,31 8,47 9,09 8,81 9,38 9,88 9,97 10,95
Nº de experiências em diferentes empresas 2,02 1,97 1,91 1,99 2,11 2,25 2,40 2,40 2,60
Salário por hora (€) 5,42 4,87 5,24 5,30 5,99 5,87 5,87 6,07 6,11
SMAUT/OGR
Género (1=mulher) 0,17 0,17 0,18 0,26 0,27 0,27 0,29 0,29 0,27
Idade 36,51 37,02 36,13 36,09 36,40 36,76 36,58 36,71 38,13
Nacional (1=PT) 1,00 1,00 0,99 0,97 0,96 0,96 0,95 0,98 0,98
Habilitações (anos) 5,04 6,77 7,38 7,61 7,43 7,51 7,71 8,33 8,38
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 2,75 3,75 3,87 3,98 3,78 3,78 3,70 3,95 4,11
Nº anos como Empregado 5,49 6,25 6,93 6,80 7,57 7,80 8,29 8,68 9,86
Nº de experiências em diferentes empresas 1,95 2,13 2,23 2,25 2,34 2,42 2,39 2,74 3,00
Salário por hora (€) 3,98 5,09 5,24 6,05 6,07 5,85 5,72 5,82 6,38
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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5.3 EMPREGOS ASSOCIADOS À GESTÃO DE RESÍDUOS DE EMBALAGENS
5.3.1 Âmbito e objetivos da avaliação
Nos capítulos anteriores apresentaram-se estatísticas relacionadas com o nº e as características dos
trabalhadores das empresas que integram o SIGRE. Acontece que muitas das empresas do SIGRE têm
outras atividades que extravasam a gestão dos resíduos de embalagens, como por exemplo os SMAUT
que efetuam a gestão da totalidade dos resíduos urbanos, ou os Retomadores, que gerem outros tipos
de resíduos (e.g. VFV, WEEE) ou são eles próprios fabricantes de produtos (e.g. recicladores de vidro).
Neste contexto, tendo em consideração os dados obtidos anteriormente, bem como outras fontes
bibliográficas, procurou-se estimar o número de empregos que estão associados diretamente à gestão
dos resíduos de embalagens nas várias empresas do SIGRE.
O âmbito da avaliação realizada e que se apresenta de seguida inclui igualmente os empregos
associados à gestão, recolha, triagem, transporte e retoma/valorização dos resíduos de embalagens no
SIGRE. Tendo por base o ano de 2009, estimou-se o número de empregos diretos associados às
seguintes atividades:
Gestão do SIGRE pela SPV
Sistema Urbano
o Recolha seletiva nos SMAUT
o Triagem nos SMAUT
o Recolha indiferenciada, tratamento, incineração, aterro e outras atividades não
operacionais nos SMAUT
o Transporte para os retomadores
o Retoma das embalagens nos retomadores
Sistema eXtra-Urbano
o Transporte
o “Retoma” das embalagens pelos OGR
5.3.2 Metodologia utilizada
Como não foi possível obter dados específicos para a maior parte das atividades de gestão dos
resíduos de embalagens junto das respetivas empresas associadas ao SIGRE, utilizaram-se nestes
casos métodos indiretos na análise realizada, tendo por base dados bibliográficos e estimativas
periciais. O método e as fontes de dados utilizadas variaram consoante o tipo de atividade, como se
descreve de seguida.
Gestão do SIGRE pela SPV
Utilizaram-se as informações constantes no Relatório Anual e Contas de 2009 da SPV.
Sistema Urbano
Recolha seletiva
o Em ecopontos
O n.º de trabalhadores afetos à recolha de ecopontos para uma parte
significativa dos SMAUT foram determinados com base em dados fornecidos
pela SPV.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 96
Para os SMAUT, para os quais não houve disponibilidade de dados, estimou-
se o número de trabalhadores tendo por base valores médios dos sistemas
caracterizados especificamente e o n.º de ecopontos existente.
Por outro lado, estimaram-se os trabalhadores associados à recolha das
embalagens mesmo que esta operação seja efetuada pelos municípios, como
no caso da Valorsul para a recolha seletiva.
o Porta-a-porta
Utilizou-se um procedimento análogo à estimativa realizada para a recolha
em ecopontos, sendo que, no entanto, para os casos em que não existiam
dados específicos por SMAUT, extrapolaram-se os dados em falta com base
na população servida em cada sistema e nas quantidades médias recolhidas
porta-a-porta por habitante.
Triagem
o O n.º de trabalhadores afetos à triagem de resíduos de embalagens para uma parte
significativa dos SMAUT foi determinado com base em dados específicos fornecidos
pela SPV para esta atividade.
o Para os SMAUT em que não existiam dados, estimou-se o n.º de trabalhadores tendo
por base valores médios de trabalhadores por tonelada de resíduos triados, calculados
com base nos sistemas caracterizados especificamente.
Tratamento, incineração, aterro e outras atividades não operacionais
o Para realizar a estimativa do n.º de trabalhadores associados a estas atividades teve-se
em atenção o n.º total de trabalhadores de cada SMAUT associado ao SIGRE, tendo
por base a base de dados do INE referente aos "Quadros de Pessoal" e ainda o n.º de
trabalhadores que se estimou que estão diretamente associados à recolha e triagem
dos RE (ver pontos referidos anteriormente).
o Com base no diferencial obtido, procedeu-se à alocação dos trabalhadores
remanescentes com base nas frações dos resíduos geridos pelos SMAUT que são
embalagens ou embalagens indiferenciadas.
o De referir que neste caso não se estimou a alocação dos trabalhadores dos municípios
que efetuam a recolha indiferenciada dos resíduos urbanos, por falta de dados.
Transporte para os retomadores
o Identificou-se o nº de trabalhadores associados à atividade de transporte de
mercadorias por rodovia e ainda o total de mercadorias transportadas em território
nacional em 2009 (dados INE).
o A estimativa do nº de trabalhadores no transporte associado ao encaminhamento de
resíduos de embalagens do sistema urbano para reciclagem resulta do produto entre o
nº de trabalhadores associados à atividade de transporte de mercadorias (rodovia) em
Portugal e a quantidade dos resíduos de embalagens enviados para reciclagem,
dividido pelo total de mercadorias transportadas por rodovia em Portugal (em
toneladas). Neste aspeto, não se teve em conta os casos em que o transporte é
realizado pelos próprios retomadores, considerando-se que são entidades distintas a
realizar as referidas operações. Não se teve igualmente em conta o transporte dos
retomadores para os locais de reciclagem propriamente ditos, quando aplicável, ou
seja, quando os retomadores apenas efetuam as operações de
processamento/armazenamento dos resíduos de embalagens.
Retomadores
o A estimativa foi obtida através de um procedimento de alocação do nº de
trabalhadores dos retomadores do SIGRE (ver capítulo 5.2), com base no valor das
vendas de 2009 desses retomadores (base de dados “Quadros de Pessoal”, do INE) e o
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 97
valor médio de mercado dos materiais transacionados com a SPV. Apesar das suas
limitações, esta metodologia foi utilizada dado de não se disporem de outros dados
que permitissem utilizar métodos de extrapolação mais fidedignos.
Sistema eXtra-Urbano
o Transporte
Utilizou-se um procedimento análogo à estimativa realizada para o transporte
para os retomadores.
o “Retoma” das embalagens pelo “OGR”
Utilizou-se um procedimento análogo à estimativa realizada para os retomadores.
A estimativa para o n.º total de empregos relacionados com a gestão dos resíduos de embalagens no
SIGRE é apenas indicativa, dado o nível de incerteza associado aos dados e pressupostos utilizados. No
entanto, de referir que a incerteza a nível da recolha seletiva e triagem no fluxo urbano é bastante
menor, por exemplo, que a incerteza a nível da retoma destes resíduos, dado assentar em parte em
dados compiladores especificamente junto dos SMAUT pela SPV.
Deste modo, uma vez que as operações de recolha seletiva e triagem são as mais intensivas em mão de
obra por quantidade de resíduo de embalagens geridos, dada a sua natureza intrínseca, o resultado
global obtido para o n.º de trabalhadores associados às atividades de gestão consideradas permite no
entanto fornecer uma indicação macro do nível de emprego direto associado ao SIGRE.
5.3.3 Resultados
Na tabela 5.5 apresentam-se as estimativas relativas aos empregos diretamente relacionados com o
SIGRE em 2009, desagregados por tipo de entidade e operação, obtidos tal como descrito no capítulo
5.3.2. Como pode verificar-se, estima-se que o nível de emprego direto relacionado com a gestão dos
resíduos de embalagens das empresas parceiras do SIGRE ascenda a mais de 2300 postos de trabalho.
Tabela 5.5 – Estimativa do número de empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE
SPV
SMAUT Transportadores Retoma
dores OGR
TOTAL
Recolha seletiva Triagem
Tratamento, incineração,
aterro e outras atividades não operacionais
RE Urbanos RE Não
Urbanos RE
Urbanos RE Não
Urbanos
Nº de trabalhadores afetos ao SIGRE 46 713 613 306 98 72 243 276 2367
Nº de trabalhadores afetos à SPV (média – trabalhadores por empresa) - 21 18 9 - - 5 4 -
Embora não tenha sido possível comparar o nível de emprego associado à atual configuração do SIGRE
face a outros cenários em que a gestão dos resíduos de embalagens seria efetuada indiferenciadamente
dos resíduos urbanos, os resultados apurados, que por um lado, indicam que a recolha seletiva e
triagem dos resíduos de embalagens é muito mais intensiva em trabalho do que a recolha indiferenciada
e tratamento destes resíduos por incineração/aterro e, por outro, que a reciclagem é aparentemente
benéfica em comparação com o consumo de recursos primários (ver capitulo 2), permitem inferir que o
SIGRE conduz à criação líquida de emprego a nível nacional.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 98
5.4 IMPACTE DOS PROJETOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL
PROMOVIDOS PELA SPV
A SPV tem sido ao longo dos seus 15 anos de existência um parceiro ativo na sociedade, interagindo
com os seus stakeholders no sentido de participar em ações de cariz social e educacional, desta forma, a
SPV tem desde sempre assumido a sua responsabilidade perante a comunidade onde se insere.
Extravasando o objeto direto da sua atividade que, como estabelecido no capítulo anterior, tem um
impacte bastante positivo nas empresas suas parceiras, o compromisso da SPV em termos de
responsabilidade social estende-se por todo o país e direciona-se para um desenvolvimento sustentável
sócio-ambiental.
Neste sentido, e assumindo uma posição distintiva no seu setor de atividade, a SPV desenvolveu desde
2008 projetos de responsabilidade social que tiveram como objetivo apoiar causas sociais e,
simultaneamente, melhorar as taxas de recolha e reciclagem dos resíduos de embalagem cuja
responsabilidade de gestão é da SPV.
As campanhas de solidariedade da SPV surgiram numa altura em que esta entidade quis marcar o início
de uma nova etapa da sua atividade, suportada por uma colaboração crescente dos portugueses
relativamente à separação dos resíduos de embalagem.
5.4.1 Âmbito e objetivos dos projetos
Foram dois os principais projetos de responsabilidade social desenvolvidos pela SPV ao longo dos
últimos anos. Estes tiveram como âmbito i) entrega de unidades de rastreio de cancro de mama em
hospitais – Projeto “2 causas por 1 causa”; ii) construção de salas e entrega de material escolar a
escolas/crianças carenciadas – Projeto “Reciclar é Dar e Receber”.
5.4.1.1 Projeto “2 causas por 1 causa”
Em 2008 a SPV lançou a campanha “2 causas por 1 causa” com o objetivo de apoiar uma causa de cariz
social pelo estímulo à melhoria da taxa de recolha de resíduos de embalagem. Neste projeto a SPV
aliou-se à Associação Laço que é uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo contribuir
para a prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro da mama.
A Associação Laço possui unidades fixas e móveis de rastreio do cancro da mama com capacidade para
realizar diagnóstico desta doença. O país não está ainda totalmente coberto por este programa de
prevenção, é por este motivo que a atividade da Laço necessita de financiamento privado para garantir
a aquisição de novos equipamentos de rastreio que alarguem a sua cobertura nacional.
Com esta campanha específica a SPV contribuiu para o aumento do número de mulheres portuguesas
com acesso gratuito ao rastreio do cancro de mama, garantindo em simultâneo um incentivo à
prossecução das metas de recolha e reciclagem de resíduos de embalagem. Esta campanha foi por isso
suportada na participação de toda a população residente nos municípios que foram envolvidos na sua
operacionalização. Ao projeto aderiram 23 SMAUT integrando no seu total 231 municípios,
correspondentes a cerca de 9 milhões de habitantes.
A SPV apoiou o desenvolvimento deste projeto sobretudo porque a Associação Laço apoia uma causa
transversal à sociedade, que está presente em todas as regiões do país e que tem muita visibilidade.
Desta forma, a SPV garantiu a potencial participação de um largo conjunto de pessoas que foi alertado
para a questão e que, por sentir alguma proximidade com o tema, foi levado a participar.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 99
A SPV garantiu a campanha de comunicação do projeto com o objetivo de envolver nesta causa o maior
número de pessoas possível. Era objetivo inicial do projeto contribuir, em 2 anos, com 400.000 Euros
para a Associação Laço.
5.4.1.2 Projeto “Reciclar é Dar e Receber”
O projeto “Reciclar é Dar e Receber” iniciou-se em 2009 e ainda se encontra presentemente ativo. Tal
como na campanha “2 causas por 1 causa”, a SPV pretendeu com este projeto apoiar uma causa social e
simultaneamente, melhorar o nível de participação das populações na recolha seletiva de resíduos de
embalagem. O projeto foi construído com base numa parceria com a Associação Entreajuda que é uma
instituição particular de solidariedade social que visa apoiar outras instituições em tudo o que se refere
à sua organização e gestão, com o objetivo de melhorar o seu desempenho e eficiência em benefício das
pessoas carenciadas.
Nesta campanha a SPV ambiciona mostrar aos portugueses que a separação e depósito dos resíduos de
embalagem para envio para reciclagem tem como consequência a produção e novos produtos com
novas utilizações, bem como a redução do consumo de energia, água e materiais virgens.
Especificamente, este projeto consistiu em aproveitar a atividade de recolha e envio para reciclagem
dos resíduos de embalagem geridos pela SPV para, numa primeira fase, apoiar alunos carenciados e,
numa segunda fase, apoiar um conjunto de escolas espalhadas por todo o país. A participação da
Associação Entreajuda teve como objetivo a identificação das instituições que têm mais condições para
receber o financiamento proveniente do projeto.
Este tem sido um projeto de âmbito nacional que pretendeu apoiar alunos em todo o País. Na sua
primeira fase foram oferecidos kits de material escolar aos alunos carenciados, posteriormente, a SPV
aditou ao apoio dos alunos carenciados a construção de salas de estudo em diversas escolas do país. Ao
longo de toda o projeto a SPV tem garantido a campanha de comunicação do projeto com o objetivo de
envolver nesta causa o maior número de pessoas possível.
5.4.2 Meios utilizados
5.4.2.1 Projeto “2 causas por 1 causa”
Em termos diretos, cada um dos sistemas municipais e autarquias aderentes contribuiu para esta
campanha com um Euro por tonelada de embalagens recicladas em 2008-2009, provenientes da recolha
seletiva (ecopontos e porta-a-porta). A SPV, por seu turno, contribuiu com 0,5 Euro por cada tonelada
retomada de resíduos de embalagem.
Em termos indiretos a SPV fez um investimento em campanhas de televisão e desenho de materiais de
apoio distribuído num valor de cerca de um milhão de Euros. A divulgação da campanha contou com o
apoio de várias figuras públicas que se associaram à SPV e à Associação Laço, são exemplos, a actriz Ana
Bola e as jornalistas Rita Ferro Rodrigues e Tânia Ribas de Oliveira.
5.4.2.2 Projeto “Reciclar é Dar e Receber”
As famílias apoiadas no decorrer do projeto foram definidas em colaboração com a Associação
Entrajuda que trabalha diretamente com IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) que, por
sua vez, trabalham diretamente com crianças carenciadas e têm a capacidade de identificar mais
facilmente quem deve ser apoiado.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 100
Em 2010, através e um projeto-piloto, foram apoiadas 2.000 crianças que foram identificadas pelas IPSS
que trabalham com a Associação Entrajuda. A cada uma destas crianças carenciadas foi entregue um kit
escolar no valor de 20 Euros, que incluía uma mochila e material escolar diverso (e.g. estojo, canetas,
compasso, dossier, etc.). Durante esse ano a SPV doou vinte cinco cêntimos por cada tonelada de
material de embalagem enviado para reciclagem. Foram contabilizadas todos os resíduos de
embalagem: vidro, papel/cartão, plástico e metal e madeira.
Na segunda fase do projeto a sua operacionalização implicou o esforço dos portugueses na separação
das embalagens de vidro. Neste caso, por cada tonelada de vidro enviada para reciclagem em 2011-
2012 a SPV entregou um Euro para a criação de salas de estudo.
5.4.3 Resultados
5.4.3.1 Projeto “2 causas por 1 causa”
Em termos de resultados globais operacionais da campanha “2 causas por uma causa”, a SPV apoiou e
financiou o rastreio de cerca de 34.000 mulheres em todo o país. Destas mulheres 204 foram enviadas
para tratamento. Na tabela 5.6 apresentam-se os resultados globais do projeto.
Tabela 5.6 - Resultados globais do projeto “2 causas por uma causa”
Ação Nº Totais (2009|2010|2011)
Mulheres rastreadas 34.102
Mulheres enviadas p/ tratamento 201
Em termos financeiros, angariaram-se 409 mil Euros, quantia que foi usada pela Associação Laço para
comprar duas unidades de rastreio de cancro de mama. Até à data este constituiu o maior valor anual
de investimento feito por uma campanha patrocinada por esta Associação.
Este valor representa 0,69% do volume de negócios da SPV em 2009 e, em termos de comparação com
outras associações de solidariedade representa, por exemplo, cerca de 1% do valor monetário
movimentado pelo Banco Alimentar contra a Fome em 2010 ou 18% do valor anual do orçamento da
Associação Abraço em 2010.
5.4.3.2 Projeto “Reciclar é Dar e Receber”
A campanha está operacional desde 2010, na primeira fase foram apoiadas 2.000 crianças, tendo sido o
valor de investimento de 45.000 Euros. Os seus resultados globais apresentam-se na tabela 5.7.
Tabela 5.7 - Resultados globais da 1ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber”
Ano Nº de Crianças
apoiadas Valor de
Investimento (€)
2010 2.000 45.000
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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A segunda fase do projeto dura até à data de elaboração do presente relatório, teve por isso efeitos em
2011 e 2012. Relativamente ao valor do investimento da SPV no projeto, este evoluiu dos 45.000 Euros
anuais em 2010 para cerca de 200 mil Euros anuais em 2011-2012, esta evolução representa um
aumento de 340% no valor do investimento por parte da SPV. Os dados relativos à segunda fase da
campanha constam da tabela 5.8.
Tabela 5.8 - Resultados globais da 2ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber”
Ano Nº de Crianças
apoiadas Nº Salas Construídas
Valor de Investimento (€)
2011 1.077 30 230.000
2012 1.492 25 180.000
No total, e até à data, o projeto “Reciclar é dar e Receber” já representou para a SPV um investimento
de cerca de 455 mil Euros. Este valor representa 0,76% do volume de negócios da SPV em 2009. Em
termos de comparação com outras associações de solidariedade este representa, por exemplo, cerca de
2% do valor monetário movimentado pelo Banco Alimentar contra a Fome em 2010 ou 20% do valor
anual do orçamento da Associação Abraço em 2010.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 103
6 AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS,
ECONÓMICOS E SOCIAIS
6.1 Considerações Iniciais
Como demonstrado anteriormente, a SPV e suas empresas parceiras no SIGRE geram impactes positivos
ao nível ambiental, económico e social. No presente capítulo apresentam-se os principais resultados
obtidos de forma comparativa e integrada, de forma mais percetível, facilitando deste modo a
comunicação entre a SPV e os seus diferentes públicos-alvo, nomeadamente do cidadão comum.
Pretende-se igualmente fornecer indicadores que possam ser usados para estabelecer metas e objetivos
de melhoria contínua das entidades parceiras do SIGRE, em geral, e da SPV em particular.
6.2 Resultados Ambientais
6.2.1 Redução das Emissões de GEE
Atual gestão dos resíduos de embalagens
Em termos globais, a gestão dos resíduos de embalagens no SIGRE em 2011, conjugando os subsistemas
urbano e não urbano, permitiu evitar a emissão de 115.874 t CO2eq. Estas emissões são equivalentes,
por exemplo, ao carbono sequestrado por 386 mil pinheiros bravos em 30 anos (ver tabela 6.1).
Tabela 6.1 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de CO2eq evitadas)
115.874 t CO2eq =
15.750 viagens à volta da terra em avião (por pax)
Peso de 927 baleias azuis
386.247
pinheiros bravos a sequestrar carbono durante 30 anos
Consumo de eletricidade de
124.302 agregados familiares em Portugal
0,16% das emissões totais de GEE em Portugal
1,56%
das emissões de GEE do setor de resíduos nacional
Emissões do fabrico de 321.872.086 latas de alumínio de 33 ml
c
Emissões do fabrico de 681.611.477 garrafas de vidro de 33 ml
Emissões do fabrico de 260.390.901 resmas de papel
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Comparação entre cenários alternativos
Comparando o desempenho da atual gestão de resíduos de embalagens no SIGRE relativamente a um
cenário em que estes seriam encaminhados para aterro, o atual modelo de gestão permite evitar a
emissão de 400.839 t CO2eq. Estas emissões são equivalentes, por exemplo, às emissões produzidas por
54.482 viagens à volta da terra em avião (tabela 6.2).
Tabela 6.2 - Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para aterro (emissões de CO2eq evitadas)
400.839 t CO2eq =
54.482 viagens à volta da terra em avião (por pax)
Peso de 3.207 baleias azuis
1.336.131
pinheiros bravos a sequestrar carbono durante 30 anos
Consumo de eletricidade de
429.993 agregados familiares em Portugal
Por outro lado, relativamente a um cenário em que os resíduos de embalagens seriam encaminhados
para incineração, o atual modelo de gestão permite evitar a emissão de 396.240 t CO2eq. Estas emissões
são equivalentes, por exemplo, ao peso de 3.170 baleias azuis (tabela 6.3).
Tabela 6.3 – Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para incineração (emissões de CO2eq evitadas)
396.240 t CO2eq =
53.857 viagens à volta da terra em avião (por pax)
Peso de 3.170 baleias azuis
1.320.801 pinheiros bravos a sequestrar carbono durante 30 anos
Consumo de eletricidade de
425.059 agregados familiares em Portugal
6.2.2 Redução do Consumo de Energia
Relativamente à redução do consumo de energia, a gestão dos resíduos de embalagens no SIGRE em
2011 permitiu evitar o consumo de 12.688 TJ de energia primária total. Este consumo é, por exemplo,
equivalente a 1,32% da energia primária consumida a nível nacional (tabela 6.4).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Tabela 6.4 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária total evitado)
12.688 TJ =
1,32% do consumo nacional de energia primária
303.063 toneladas equivalentes de petróleo
Por outro lado, traduziu-se igualmente numa poupança de 5.155 TJ de energia primária fóssil, o que é
equivalente, por exemplo, ao consumo de 1,8 milhões de frigoríficos de classe A num ano (ver tabela
6.5).
Tabela 6.5 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária fóssil evitado)
5.155 TJ =
11.009.862 PC num ano, alimentados por eletricidade produzida por uma termoelétrica a carvão
1.832.041 frigoríficos classe A
0,54% do consumo nacional de energia primária
123.132 toneladas equivalentes de petróleo
396.519 t de carvão (antracite)
322.866 m3 de gás natural
6.2.3 Redução do Consumo de Água
No que diz respeito ao consumo de água, a gestão do SIGRE em 2011 permitiu evitar o consumo de
688.716 m3 de água. O volume de água evitado é o equivalente a cerca de 275 piscinas olímpicas de 50
m (tabela 6.6).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 6.6 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de água evitado)
688.716 m3 =
Consumo de 10.812 habitantes num ano em Portugal
Consumo de 7.652.395 ciclos de lavagem de roupa
Capacidade de 275 Piscinas olímpicas
6.2.4 Redução das Emissões de Substâncias Acidificantes
Em termos da redução da acidificação do meio, a gestão dos resíduos de embalagens no SIGRE em 2011
permitiu evitar a emissão de 2.150 t SO2 eq. Este valor é o equivalente às emissões geradas por 28.308
camiões num ano (tabela 6.7).
Tabela 6.7 – Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de SO2e evitadas)
2.150 t SO2eq =
Circulação de 28.308 camiões por ano
6.3 Resultados Económicos
6.3.1 Número e Volume de Vendas das Empresas Aderentes
Em 2010 10.748 empresas reportaram à SPV que colocaram embalagens no mercado. Este valor
representa 1% do número total de empresas em Portugal. Na tabela 6.8 apresentam-se os números
desagregados pelos principais setores de atividade e a sua relação com a globalidade do setor
correspondente.
Tabela 6.8 – N.º de empresas que reportaram a colocação de embalagens no mercado em 2010
Setor de atividade N.º de empresas Representa
Todas as empresas que reportaram dados 10.748 1% do total de empresas
existentes a nível nacional
Empresas de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (CAE secção A)
991 2% do número de empresas
desse setor
Indústrias transformadoras (CAE secção C) 4.948 7% do número de empresas
desse setor
Empresas de comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos (CAE Secção G)
3.873 2% do número de empresas
desse setor
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Tendo em conta as empresas para as quais existe informação concreta, o volume de vendas total
estimado das empresas aderentes à SPV em 2010 foi de 72.922 Milhões de Euros. Este valor representa
31% do volume de vendas das empresas não financeiras em Portugal. Na tabela 6.9 apresentam-se os
resultados desagregados pelos principais setores de atividade e a sua relação com a globalidade do
setor correspondente.
Tabela 6.9 – Volume de vendas das empresas aderentes à SPV em 2010 [principais setores]
Setor de atividade da empresa aderente Volume de
vendas [M Euros] Volume de vendas (% nacional/setorial)
Todas as empresas aderentes 72.922 31% do volume de vendas das empresas
não financeiras em Portugal
Empresas de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (CAE secção A)
1.086 24% do volume de vendas desses
setores
Indústrias transformadoras (CAE secção C) 33.043 47% do volume de vendas desses
setores
Empresas de comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos (CAE Secção G)
37.438 29% do volume de vendas desses
setores
Realizando uma extrapolação para as empresas para as quais não existe informação sobre o volume de
vendas total, mas que colocaram embalagens no mercado nesse ano, o volume de vendas total
estimado ascenderia neste caso a 108.448 Milhões de Euros, o que representaria 47% do volume de
vendas das empresas não financeiras em Portugal.
6.3.2 VPV pago pelas Empresas Aderentes
Em 2010, o Valor Ponto Verde pago à SPV pelas empresas aderentes ao SIGRE foi de 72 Milhões de
Euros. Este valor representa, por exemplo, 0,08% do total de custos com fornecimentos de serviços
externos das empresas não financeiras em Portugal (tabela 6.10).
Tabela 6.10 – Valor Ponto Verde pago pelas empresas aderentes à SPV em 2010
72 Milhões de Euros =
0,08% do total dos custos com FSE das empresas nacionais não financeiras
0,03% dos custos totais intermédios das empresas não financeiras
0,1% do total de vendas estimado das empresas aderentes
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 108
6.3.3 Estrutura do Capital Social e Volume de Vendas e de Empresas Parceiras no
SIGRE
As empresas parceiras da SPV que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem dos resíduos de
embalagens no âmbito do SIGRE em 2009 tinham em média um capital social de 2,3 Milhões de Euros e
um volume de vendas de 11,7 Milhões de Euros. Neste último aspeto, tal significava que estas
empresas apresentam um volume de vendas 6,4 vezes superior ao valor médio agregado dos setores a
que pertencem (tabela 6.11).
Em termos do seu número, as empresas parceiras da SPV representam cerca de 11% das empresas
dedicadas à gestão de resíduos e 33% das empresas ligadas à produção de materiais e produtos
reciclados.
Em termos do seu volume de vendas global, estima-se que este tenha-se aproximado de 1600 Milhões
de Euros, o que equivale a cerca de 34% do volume de vendas das entidades produtores de bens e
serviços de ambiente em Portugal nesse ano.
Tabela 6.11 – Características médias das empresas parceiras da SPV no SIGRE em 2009
Características das empresas
parceiras da SPV
Rácio de comparação com o universo de
empresas não SIGRE (mesmo CAE)
Rácio de comparação com o universo de
empresas não SIGRE (todos os CAE)
Nº de empresas 138 0,048 -
Cap. Social (mil €) 2.300 4,7 5,1
Cap. Soc. Privado Nacional (%) 80 0,8 0,8
Cap. Soc. Público (%) 14 172,3 72,5
Cap. Soc. Estrangeiro (%) 6 2,9 4,1
Nº Estabelecimentos 1,8 1,6 1,6
Vendas (milhões de €) 11,7 6,4 10,6
6.3.4 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Valor Acrescentado
Por cada Euro de valor acrescentado do SIGRE, são gerados adicionalmente 1,25 Euros de valor
acrescentado no resto da economia. Esse valor é, por exemplo, 11% superior ao do efeito gerado no
setor das telecomunicações (ver tabela 6.12).
Tabela 6.12 – Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível do valor acrescentado
VAB = 2,25
0,99 X o efeito gerado no setor agrícola
1,57 X o efeito gerado no setor dos produtos florestais
1,11 X o efeito gerado no setor das telecomunicações
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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6.3.5 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível dos Salários
Por cada Euro de salários do SIGRE, são gerados adicionalmente 1,30 Euros de salários no resto da
economia. Esse valor é, por exemplo, 10% superior ao do efeito gerado no setor dos produtos florestais
(ver tabela 6.13).
Tabela 6.13 - Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível dos salários
Salários = 2,30
1,10 X o efeito gerado no setor dos produtos florestais
1,30 X o efeito gerado no setor dos serviços de instalação/reparação de máquinas e equipamento
0,82 X o efeito gerado no setor dos produtos petrolíferos
6.3.6 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Volume de Negócios
Por cada Euro de volume de negócios do SIGRE são gerados adicionalmente 1,04 Euros volume de
negócios no resto da economia. Esse valor é, por exemplo, 62% superior ao do efeito gerado no setor
dos produtos petrolíferos (ver tabela 6.14).
Tabela 6.14 - Efeito multiplicador de Tipo I do SIGRE dao nível do volume de negócios
Volume de negócios = 2,04
1,62 X o efeito gerado no setor dos produtos petrolíferos
1,23 X o efeito gerado no setor dos produtos florestais
0,97 X o efeito gerado no setor das telecomunicações
6.3.7 Redução do Valor Acrescentado pela Ausência de Promoção da Reciclagem
Num cenário em que não se promovesse a reciclagem dos resíduos urbanos de embalagens no quadro
do SIGRE, ou seja, em que os resíduos de embalagens seriam recolhidos e tratados indiferenciadamente,
o valor acrescentado produzido a nível nacional decresceria em 71 Milhões de Euros. Este valor
equivale a 80% das vendas e prestações de serviço da SPV em 2011, sobretudo originárias do VPV e do
VR (tabela 6.15).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 6.15 – Diminuição do valor acrescentado num cenário sem SIGRE
71 Milhões de Euros =
80% das vendas e prestações de serviço da SPV em 2011
0,04% do PIB nacional em 2011
ao PIB gerado em média por 4.384 pessoas em 2011
6.4 Resultados Sociais
6.4.1 Número e Características dos Trabalhadores das Empresas Parceiras SPV no
SIGRE
No total, as empresas parceiras da SPV no SIGRE empregam 7.095 trabalhadores, o que equivale a
0,23% dos empregos remunerados das empresas não financeiras em Portugal.
O trabalhador típico é homem, português, com 40 anos de idade e com 8,5 anos de escolaridade.
Comparando com o universo de empresas que apresentam os mesmos CAE que as empresas parceiras
da SPV, verifica-se, por exemplo, que o seu salário médio é superior em 52% (tabela 6.16).
Tabela 6.16 – Características médias dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2009
Indicador Comparação com o universo de empresas com os mesmos CAE que
as empresas parceiras SPV
Género (1=mulher) 0,21 0,5 X Género (1=mulher)
Idade 39,87 1,0 X Idade
Nacional (1=PT) 0,95 1,0 X Nacional (1=PT)
Habilitações (anos) 8,53 1,1 X Habilitações (anos)
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)
4,03 1,0 X Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)
Nº anos como Empregado 13,04 1,1 X Nº anos como Empregado
Nº de experiências em diferentes empresas
2,40 0,9 X Nº de experiências em diferentes empresas
Salário por hora (€) 7,13 1,5 X Salário por hora (€)
6.4.2 Empregos Associados à Atividade de Gestão de Resíduos de Embalagem
No total, estima-se que o número de empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do
SIGRE ascenda a mais de dois mil e trezentos trabalhadores, o que equivale a 0,08% do emprego nas
empresas não financeiras em Portugal.
Dos empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens, cerca de 83% dizem respeito à gestão
dos resíduos de embalagens urbanos e 15% à gestão de resíduos de embalagens não urbanos (tabela
6.17).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Tabela 6.17 – Estimativa funcional dos empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE
Tipo de empresas Importância relativa (%)
SPV (gestão do SIGRE) 2%
Gestão de resíduos urbanos de embalagens 83%
Gestão de resíduos não urbanos de embalagens 15%
6.4.3 Impacto dos programas de responsabilidade social
No global, os resultados das duas principais campanhas de solidariedade desenvolvidas pela SPV é o que
se apresenta na tabela 6.18.
Tabela 6.18 – Investimento inerente às campanhas de solidariedade social da SOV
Projeto Peso relativo ao volume
de negócios da SPV 2009 (%)
Comparação com a atividade do Banco Alimentar Contra a Fome
em 2010
Comparação com orçamento Associação
Abraço em 2010
0,69% 1% 18%
0,76% 2% 20%
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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7 CONCLUSÕES FINAIS
Nos últimos três anos, o conceito da “Economia Verde” (Green Economy), definida pela UNEP em 2010
como “a melhoria do bem-estar humano e da equidade social, em conjugação com a redução
significativa dos riscos ambientais e escassez ecológicas”, ganhou uma elevada notoriedade e passou
para a agenda política atual. São exemplos os recentes comunicados do grupo de países do G20, (UNEP,
2011) e as discussões na United Nations Conference on Sustainable Development, realizada em Junho de
2012.
Neste contexto, a SPV lançou um projeto de investigação intitulado “Contributos SIGRE para o
Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, com o objetivo principal de avaliar os
contributos diretos e indiretos que a gestão de resíduos de embalagens efetuada no âmbito do
Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) tem a nível ambiental, económico,
social no nosso país e deste modo, elucidar de forma compreensiva e abrangente o enquadramento da
gestão de resíduos de embalagens no conceito da “Economia Verde”.
Ao nível ambiental avaliaram-se os impactes e os benefícios que advêm da gestão destes resíduos, com
especial enfoque nos relacionados com a produção de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e no consumo
de materiais primários e de energia, que foram calculados através da metodologia de Avaliação de Ciclo
de Vida (ACV).
Da avaliação realizada, constatou-se que no global e para as categorias de impacte ambiental
estudadas, o SIGRE apresenta um balanço ambiental positivo, ou seja, os impactes gerados pelas
diversas atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento e valorização de resíduos são
suplantados pelos impactes evitados devido à recuperação de materiais e energia obtidos pelos
processos de valorização dos resíduos, com especial enfoque na sua reciclagem. Por exemplo, estima-
se que em 2011 a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE gerido pela SPV permitiu
evitar a emissão de 116 kt de CO2 eq, o que é equivalente ao carbono sequestrado por 386 mil
pinheiros bravos durante 30 anos ou as emissões geradas pelo consumo de eletricidade de 124 mil
agregados familiares em Portugal.
Em relação à contribuição por tipo de material para o desempenho do SIGRE, verifica-se que os
materiais mais relevantes são tipicamente o vidro e o papel/cartão, dependendo da categoria de
impacte em questão, facto a que não é alheia a elevada quantidade de resíduos destes materiais que
foram encaminhados para reciclagem em 2011.
Por outro lado, comparando-se o desempenho do SIGRE em 2011 com o desempenho potencial de
dois cenários hipotéticos associados a diferentes destinos finais, nomeadamente a incineração e o
aterro, verifica-se que a configuração atual do SIGRE é a única que apresenta um resultado ambiental
positivo em todas as categorias de impacte consideradas. Por exemplo, a nível da emissão de GEE, o
atual modelo de gestão de resíduos de embalagens permitiria evitar a emissão de 396.240 t CO2 eq em
2011, face a um modelo onde os resíduos de embalagens teriam sido recolhidos indiferenciadamente
com os outros resíduos e encaminhados para incineração.
Ao nível económico, avaliou-se o enquadramento dos embaladores aderentes ao sistema e das
empresas responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/valorização dos resíduos de
embalagens e calculou-se o impacte económico do SIGRE na economia nacional. Tal foi realizado através
de várias metodologias, sendo de destacar a utilização da Análise de Entradas-Saídas (AES) na
determinação do impacte económico do SIGRE.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 114
Em relação ao enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV,
verifica-se que a maior parte dos embaladores se enquadram em setores ligados às indústrias
transformadoras (46%), seguidos das empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação
de veículos automóveis e motociclos (36%) e agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (9%).
No total, as cerca de 12 mil empresas aderentes representam apenas 0,9% do número de empresas
existentes em Portugal, mas geram, no mínimo, 31,4% do volume de vendas das empresas não
financeiras no nosso país.
A adesão ao SIGRE é realizada mediante o pagamento do Valor Ponto Verde (VPV), que em 2010
totalizou 71,8 Milhões de Euros, ou seja, apenas 0,08% do total de custos com fornecimentos de
serviços externos (FSE) das empresas nacionais ou a 0,1% do volume de vendas das empresas
aderentes ao SIGRE.
No que respeita às empresas parceiras da SPV que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem
dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, verificou-se que estas tinham em média em 2009 um
capital social de 2,3 Milhões de Euros e geravam um volume de vendas médio de 11,7 Milhões de
Euros. Neste último aspeto, tal significava que estas empresas apresentam um volume de vendas 6,4
vezes superior ao valor médio agregado dos setores económicos a que pertencem.
Finalmente, verificou-se que as atividades de gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE
apresentam um impacte económico significativo, considerando tanto os seus impactes diretos, como
indiretos. Por exemplo, a nível do valor acrescentado, o impacte do SIGRE encontra-se no terço superior
dos ramos de atividade com maior efeito multiplicador a nível nacional, sendo que, por cada Euro de
valor acrescentado no SIGRE são gerados adicionalmente 1,25 Euros de valor acrescentado no resto
da economia (efeito multiplicador do tipo I de 2,25). Por outro lado, por cada Euro de salários são
adicionalmente pagos 1,30 Euros de salários no resto da economia e por cada Euro de volume de
negócios circulam adicionalmente na economia 1,04 Euros de volume de negócios.
A alavancagem total do SIGRE, entendida como o valor monetário dos efeitos indiretos dos vários
ramos de atividade que integram o SIGRE nos restantes setores da economia, é de 147 milhões de Euros
de VAB, 80 milhões de Euros de salários e 391 milhões de Euros de volume de negócios.
Por outro lado, tendo em conta o atual panorama relacionado com a gestão de resíduos de embalagens
no SIGRE, que é gerido pela SPV, procurou-se adicionalmente avaliar as consequências económicas de
um cenário alternativo em que não ocorreria separação e reciclagem de resíduos de embalagens,
sendo estes resíduos geridos indiferenciadamente. Neste caso, estimou-se que tal cenário alternativo
implicaria uma redução de PIB de 71 milhões de Euros.
Ao nível social, tipificaram-se os empregos existentes nas empresas que colaboram com a SPV no SIGRE,
através da recolha, triagem, tratamento e retoma/reciclagem de resíduos de embalagens e estimaram-
se os empregos associados à gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE. Adicionalmente,
analisaram-se os resultados de diversos projetos de responsabilidade social promovidos pela SPV com o
intuído de contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito
obrigatório de atuação da SPV. A avaliação do contributo social da SPV foi realizada sobretudo tendo em
conta informação bibliográfica existente, sendo de destacar neste caso a utilização da base de dados
“Quadros de Pessoal” do INE.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Verificou-se que as empresas que colaboram com a SPV no SIGRE tinham em média, em 2009, 67
trabalhadores, representando no total 7.095 empregos, o que equivale, por exemplo, a 0,23% dos
empregos remunerados das empresas não financeiras em Portugal. O trabalhador típico dessas
empresas é homem, português, com 40 anos de idade e com 8,5 anos de escolaridade. Comparando
com o universo de empresas que apresentam os mesmos CAE que as empresas parceiras da SPV,
verifica-se, por exemplo, que o seu salário médio é superior em 52%
Em termos dos empregos diretos associados especificamente à gestão de resíduos de embalagens,
estima-se que este número ascenda a mais de dois mil e trezentos trabalhadores, o que equivale a
0,08% do emprego nas empresas não financeiras em Portugal. Destes, 83% dizem respeito à gestão dos
resíduos urbanos de embalagens, sobretudo ligados às atividades de recolha seletiva e triagem, 15% à
gestão de resíduos não urbanos de embalagens e apenas 2% encontram-se ligados à SPV.
No que respeita aos projetos de responsabilidade social, a SPV suportou nos últimos anos duas grandes
causas – a prevenção do cancro de mama e a ajuda a criança carenciadas. Assim, em conjunto com a
Associação Laço foram angariados 409 mil Euros, que foram utilizados para comprar duas unidades de
rastreio de cancro de mama. Em conjunto com a Associação Entrajuda foram angariados, no global,
cerca de 450 mil Euros que serviram, até agora, para construir 55 salas de aula e apoiar 4.500 crianças
carenciadas.
Tendo em conta os resultados obtidos, conclui-se que a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito
do SIGRE gerido pela SPV enquadra-se por excelência no conceito da Economia Verde, dado que
potencia uma gestão mais de eficiente dos recursos naturais, contribuindo para a redução dos
impactes ambientais da extração de novos recursos e para a disponibilidade de recursos essenciais às
nossas economias, criando ao mesmo tempo oportunidades de negócio e valor acrescentado e
promovendo a criação de emprego.
Ainda com base no trabalho desenvolvido, crê-se que os referidos resultados constituem-se igualmente
como uma informação relevante para a comunicação aos consumidores, entidades estatais e entidades
parceiras do SIGRE e consolidação da posição dos seus intervenientes junto dos embaladores, para além
do estrito cumprimento das disposições legais existentes.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Anexo A – DESCRIÇÃO METODOLÓGICA DETALHADA DA
AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV) REALIZADA AO SIGRE
Aspetos Gerais
Data e Contexto da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV)
A avaliação ambiental realizada no contexto do presente capítulo insere-se no projeto “Contributos do
SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal”, promovido pela Sociedade
Ponto Verde (SPV), tendo sido desenvolvida durante o ano de 2012.
Conformidade com Documentos e Normas de Referência
O estudo de ACV realizado, assim bem como os seus documentos e relatórios, têm por base os
requisitos das normas ISO 14040:2006 e ISO 14044:2006, publicadas em 2006, e cuja versão portuguesa
é a norma ISO 14040, datada de 2008 (NP EN ISO 14040:2008, 2008).
Em 2010 foi publicado o documento: “The International Reference Life Cycle Data System (ILCD)
Handbook – First edition”, pelo Institute for Environment and Sustainability (IES) do Joint Research
Centre (JRC) da Comissão Europeia, com o objetivo de estabelecer a melhor prática em termos de
Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) e a base para assegurar a qualidade e consistência de dados, métodos e
avaliações de ciclo de vida (JRC/IES, 2010). O ILCD Handbook segue as normas ISO 14040:2006 e ISO
14044:2006, completando-as nos aspetos em que estas normas são mais genéricas e podem dar origem
a diferentes interpretações e, deste modo, colocar em causa a consistência e a qualidade dos estudos de
ACV.
Nesse sentido, procurou-se seguir este referencial, bem como as disposições constantes num
documento posterior do JRC, direcionado para a realização de ACV no setor da gestão de resíduos
“Supporting Environmentally Sound Decisions for Waste Management” (JRC, 2011).
Antecedentes - Estudos de ICV e ACV Anteriores
A gestão de resíduos, em geral, e a gestão de resíduos de embalagem, em particular, têm sido alvo de
atenção pela comunidade científica e vários estudos de ciclo de vida têm sido realizados neste contexto,
sendo que alguns destes estudos são identificados no capítulo 2 e ainda no presente anexo, aquando da
referência à modelação dos processos unitários relacionados com a gestão de resíduos de embalagens.
De igual forma, a Sociedade Ponto Verde (SPV) não tem sido alheia a este facto, tendo no início do
século XXI promovido um estudo compreensivo de ciclo de vida às principais embalagens de bebidas e
bens alimentares e que deu origem a um livro intitulado ”A ecologia industrial e a embalagem de
produtos alimentares em Portugal”, que avaliou as principais embalagens dos setores de bens
alimentares e bebidas (Ferrão et al., 2004).
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Objetivos da Análise
Aplicações Pretendidas
As aplicações pretendidas para o presente estudo de ACV apresentam-se de seguida por ordem de
relevância:
1. Produzir informação sobre o balanço ambiental da gestão de embalagens no âmbito do
SIGRE, considerando as principais entradas (recursos e energia) e saídas (emissões e resíduos)
por unidade funcional definida.
2. Verificar quais os aspetos (processos unitários, materiais, etc.) mais relevantes em termos de
impacte ambiental, no contexto da gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE.
Limitações Iniciais Relacionadas com os Objetivos
Tendo em consideração os objetivos do estudo, que enquadram o método seguido, os pressupostos
considerados e os impactes analisados, nos parágrafos seguintes apresentam-se algumas limitações
iniciais do estudo relacionados com os objetivos definidos.
Consideração dos impactes evitados pela reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens
Tendo em conta o objetivo principal pretendido para o estudo, que é produzir informação sobre o
balanço ambiental da gestão de embalagens no âmbito do SIGRE, a abordagem metodológica
utilizada requer não só a avaliação dos impactes ambientais negativos das várias operações de
gestão de resíduos de embalagens (e.g. recolha, triagem, aterro, etc.), mas igualmente dos
impactes evitados pela produção de materiais secundários e eletricidade, que substituem outros
métodos de produção, nomeadamente através de recursos naturais.
Nesse sentido, de referir que alguns estudos não contabilizam esses impactes ambientais evitados
(créditos) por questões metodológicas e outros, utilizam diferentes pressupostos para
identificação dos materiais e características dos produtos substituídos (e.g. tipo de produtos
substituídos, consideração ou não da degradação da qualidade dos materiais (downcycling), etc.).
A nível dos impactes ambientais evitados, um esforço foi desenvolvido para fundamentar e utilizar
cenários conservadores relacionados com a substituição dos materiais energia, de modo a não
sobreavaliar as vantagens ambientais dos processos de valorização (ver secção relacionada com o
Inventário de Ciclo de Vida (ICV)).
Cabaz de resíduos em análise
Por outro lado, a avaliação incide sobre o SIGRE, pelo que a avaliação é realizada tendo em conta o
cabaz de resíduos geridos neste sistema referente a 2011 (ver secção Inventário de Ciclo de Vida
(ICV)), que apesar de ter cariz nacional, não represente a totalidade das embalagens geridas em
Portugal. Por outro lado é seguramente diferente do cabaz de resíduos de outros países.
Categorias de impacte consideradas
Dado que se pretende produzir informação ambiental do balanço ambiental do SIGRE,
consideraram-se apenas algumas categorias de impacte ambiental que se considerou mais
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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relevantes, relacionadas por exemplo, com a emissão de GEE e o consumo de água e energia, pelo
que não se apresentam resultados para a totalidade de categorias de impacte existentes.
Nível de detalhe do modelo desenvolvido
Tendo em consideração o âmbito e objetivos do estudo e dado que no SIGRE participam mais de
130 entidades distintas responsáveis pelas várias operações de gestão, optou-se por na modelação
do sistema caracterizar os processos unitários mais importantes recorrendo-se a valores médios
para as entradas e saídas dessas operações de acordo com a realidade nacional, ao invés de
modelar especificamente e individualmente as operações realizadas por cada uma das entidades
parceiras do SIGRE.
De referir que as limitações enunciadas não colocam em causa a validade do estudo à partida face às
aplicações pretendidas, apenas significam que os seus resultados devem ser enquadrados no âmbito
dos objetivos definidos. Deste modo, a comparação com outros estudos mais específicos, com uma
vertente mais vertical (e.g. avaliação do fim de vida das embalagens de PET, desempenho ambiental de
um sistema regional de gestão de resíduos, etc.) ou a generalização dos resultados para outras situações
fora dos objetivos formulados (e.g. para efeitos de definição de metas de reciclagem, etc.) deve ser
realizada com as devidas parcimónia e ressalvas.
Razões para o Desenvolvimento do Estudo e Contexto da Decisão
A decisão para a realização de uma Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) à gestão de embalagens realizada
no âmbito do SIGRE partiu da equipa de projeto encarregue da avaliação dos “Contributos do SIGRE
para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal”, que considerou que a metodologia
de ACV era a indicada para dar resposta aos objetivos pretendidos para a avaliação na vertente
ambiental.
Nesse sentido, foram estabelecidas as aplicações pretendidas para o estudo, que como referido
anteriormente, são sucintamente as seguintes, por ordem de relevância:
Produzir informação sobre o desempenho ambiental da gestão de embalagens no âmbito do
SIGRE.
Verificar quais os aspetos mais relevantes em termos de impacte ambiental.
Deste modo, tendo em conta as aplicações pretendidas, o contexto de decisão que melhor se aplica ao
estudo, e que tem implicações nos métodos seguidos para as fases de ICV e AICV, é a classificação “ C –
Accounting/Monitoring", na metodologia do ILCD Handbook (JRC/IES, 2010).
Tal deve-se ao facto de se pretender analisar de forma retrospetiva os impactes associados à gestão de
resíduos embalagens que ocorreram num determinado período de tempo (neste caso em 2011), não se
pretendendo que o estudo servia de apoio à decisão, nem para análise de quaisquer consequências que
o sistema em análise poderá acarretar no background system ou outros sistemas.
Dado que se realiza a avaliação do SIGRE como ele existia em 2011, mas considera-se a interação deste
com outros sistemas, com especial enfoque nos impactes evitados pela reciclagem e valorização
energética dos resíduos de embalagens, o contexto de decisão é mais especificamente do tipo C1.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Públicos-Alvo
Os públicos-alvo, isto é, a quem se pretende comunicar os resultados do estudo são, em primeiro lugar,
os diversos stakeholders do SIGRE e que se relacionam com a SPV (entidade promotora do estudo).
Estes são apresentados na tabela seguinte.
Tabela 0.1 – Públicos-alvo
Entidade Tipo de relação
com o promotor
Tipo de audiência
Sta
keh
old
ers
do
SI
GR
E
Sociedade Ponto Verde (SPV) Entidade interna Técnica
Sistemas Multimunicipais e Autarquias (SMAUT) Entidades externas
Técnica
Retomadores / Operadores de Gestão de Resíduos (OGR) Entidades externas
Técnica
Agência Portuguesa do Ambiente (APA) Entidades externas
Técnica
OU
TRO
S Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA) Entidades externas
Não técnica
Público em geral Entidades externas
Não técnica
Existência de Afirmações Comparativas
A análise comparativa efetuada no presente estudo é realizada sempre no âmbito do sistema em
análise, o SIGRE. Deste modo e uma vez que não se pretende realizar afirmações comparativas
relacionadas com superioridade ou inferioridade do SIGRE face outros sistemas congéneres, considera-
se não existirem afirmações comparativas na aceção das normas ISO 14040 e ISO 14044 e do
documento de referência relativos a ACV do JRC ((NP EN ISO 14040:2008, 2008) e(JRC/IES, 2010)).
Entidade Promotora do Estudo, Equipa de Projeto e Outras Partes Interessadas
Entidade Promotora
A entidade que promoveu o estudo é a Sociedade Ponto Verde (SPV), entidade que tem por missão
organizar e gerir - em nome dos embaladores, fabricantes de embalagens e materiais de embalagem e
distribuidores - a retoma e valorização de resíduos de embalagens, através da implementação do
Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), também conhecido como Sistema
Ponto Verde (www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).
Equipa de Projeto
As entidades que desenvolveram o estudo na sua componente de ACV são a empresa 3 Drivers -
Engenharia, Inovação e Ambiente Lda. e o Instituto Superior Técnico (IST), através do Centro de
Estudos em Inovação, Tecnologias e Políticas de Desenvolvimento (IN+). Ambas as entidades são
entidades externas ao promotor do estudo.
A 3 Drivers – Engenharia, Inovação e Ambiente é uma empresa dedicada ao trabalho de consultadoria
tecnológica na área da sustentabilidade e constituída por quadros qualificados ao nível de mestrado e
doutoramento.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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A 3 Drivers e os seus recursos humanos já desenvolveram trabalhos relacionados com a avaliação de
ciclo de vida de produtos e serviços (e.g. embalagens, equipamentos elétricos, aproveitamentos
hidroelétricos), estruturação, implementação e avaliação de desempenho de entidades gestoras e
sistemas de gestão de resíduos (e.g. Valorcar, Valorpneu, Sogilub, Amb3E, Sigeru), avaliação tecnológica
de operadores (e.g. fragmentadores de veículos em fim de vida), estudos de viabilidade tecnológica (e.g.
unidade de regeneração para óleos usados), estudos no âmbito da sustentabilidade na construção
(definição de indicadores, normas e boas práticas ambientais) e desenvolvimento de novas aplicações
de reciclagem e valorização energética (e.g. uso de células de combustível para valorização de resíduos
orgânicos).
A ligação próxima a universidades e centros de investigação e desenvolvimento na área do ambiente
induz uma grande flexibilidade na aquisição de competências, o que viabiliza a realização de trabalhos
nos mais variados âmbitos.
O Instituto Superior Técnico (IST), através do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologias e Políticas de
Desenvolvimento (IN+), tem desenvolvido atividades multidisciplinares, integrando investigação básica e
aplicada ao desenvolvimento tecnológico e focado na sustentabilidade, nomeadamente na promoção
do desenvolvimento socioeconómico e da qualidade do ambiente conjuntamente com a gestão de
recursos energéticos. O centro inclui três laboratórios principais: o laboratório de termofluídos,
combustão e sistemas energéticos, o laboratório de sistemas ambientais e o laboratório de políticas e
gestão de tecnologias.
O presente estudo é desenvolvido no âmbito do laboratório de sistemas ambientais. Nos últimos anos o
IN+ tem-se envolvido ativamente na aplicação de metodologias de Ecologia Industrial (e.g. ACV) (de que
o livro “A Ecologia Industrial e as Embalagens de Bebidas e Bens alimentares em Portugal” é um
exemplo), na avaliação de fluxos de materiais para Portugal e na definição de práticas e avaliação de
políticas para a gestão de resíduos, conjuntamente com diversas instituições governamentais e
indústrias privadas.
O IN+ encontra-se atualmente envolvido no desenvolvimento do programa MIT Portugal e no
desenvolvimento de variados projetos nas áreas de Sustainable Energy Systems, Engineering Design and
Advanced Manufacturing.
Na seguinte apresenta-se a equipa responsável pelo desenvolvimento do estudo na sua componente de
ACV.
Tabela 0.2 – Equipa responsável pelo estudo de ACV
Atividade Recursos envolvidos Responsabilidade Entidades Relação com o promotor
Equipa técnica da ACV
Paulo Ribeiro Gestão operacional LCA Project Manager
3 Drivers Entidade externa
Ana Lopes LCA Practicioner
Paulo Ferrão Coordenação científica IST/MIT Portugal Entidade externa
Para além da equipa de projeto, colaboraram no desenvolvimento do projeto diversos elementos da
SPV. Entre estes contam-se o Eng. João Letras, o Eng. Manuel Pássaro e o Doutor Mário Raposo, entre
outros.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Partes Interessadas
As partes interessadas são os indivíduos ou grupos preocupados com ou afetados com o desempenho
ambiental do sistema em análise, ou pelos resultados da avaliação de ciclo de vida. Na tabela seguinte
identificam-se as partes interessadas, classificando-as em termos técnicos e de relação com o promotor
do estudo.
Tabela 0.3 – Partes interessadas
Entidade Tipo de relação com o
promotor
Tipo de
audiência
Entidades intervenientes no SIGRE (SMAUT, Retomadores, OGR, etc.) Entidades externas
restritas Técnica
Entidades do Estado ligadas à gestão de resíduos (e.g. APA, )
Público Técnica Universidades e entidades do sistema científico nacional
Futuras empresas concorrentes da SPV
Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA) Público Não técnica
Público em geral
Âmbito do Estudo
Sistema em Análise e Sua Função
O Sistema em análise é o Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), que foi
criado pela Sociedade Ponto Verde (SPV) de forma a dar cumprimento às suas obrigações ambientais e
legais, através da organização e gestão de um circuito que garante a retoma, valorização e reciclagem de
resíduos de embalagens não-reutilizáveis (www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).
O Sistema Ponto Verde é um SIGRE dinamizado pela SPV que assenta na articulação de
responsabilidades e processos entre um conjunto de parceiros. Visa valorizar e reciclar resíduos de
embalagens, contribuindo para a diminuição do volume de resíduos depositados em aterro
(www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).
O sistema gerido pela SPV apresenta dois subsistemas com modelos de gestão diferentes:
Sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens.
Sistema de gestão de resíduos não urbanos de embalagens (sistema eXtra-Urbano).
No sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens, a SPV estabelece parcerias com os Sistemas
Municipais e/ou suas Empresas Concessionárias (SMAUT), que efetuam a recolha seletiva e triagem dos
resíduos de embalagens separados pelo consumidor na sua área de intervenção. Posteriormente esses
resíduos são encaminhados para reciclagem através das parcerias existentes com os Retomadores Pré-
Qualificados.
No caso da gestão de resíduos não urbanos de embalagens, a SPV estabelece uma parceria com
Operadores de Gestão de Resíduos (OGR) que procedem à recolha seletiva, triagem e encaminhamento
para reciclagem desses resíduos, que são produzidos em empresas de comércio e serviços e empresas
industriais.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Unidade Funcional do Estudo
Em ACV, a comparação entre dois produtos/sistemas só pode ser realizada tendo em consideração a
mesma unidade, que se denomina de unidade funcional. O maior propósito da unidade funcional é
servir de referência para o cálculo dos impactes ambientais, e concomitantemente, para a comparação
dos vários sistemas em análise, permitindo referenciar os inputs e os outputs de um determinado
processo (Sven Lundie, 2005).
Tendo em conta os objetivos do estudo, a unidade funcional selecionada é o total de resíduos de
embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE em 2011, o que pressupõe o cabaz de resíduos
geridos neste ano (ver secção seguinte).
Neste contexto, consideraram-se no âmbito da SPV as embalagens cuja responsabilidade de gestão
tenha sido transferida pelos embaladores para esta entidade (através do Valor Ponto Verde VPV),
independentemente da SPV seja ou tenha sido responsável financeiramente por essa gestão. Desta
forma, consideram-se incluídos no âmbito da Unidade Funcional, por exemplo, os resíduos urbanos de
embalagens que foram recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para aterro.
Adicionalmente, considerou-se ainda no âmbito da SPV os resíduos que foram efetivamente geridos e
encaminhados para reciclagem/valorização em 2011, embora em acréscimo à responsabilidade de
gestão da SPV, dado terem origem em embalagens que não contribuíram financeiramente para o SIGRE.
É por exemplo o caso dos resíduos de embalagens de metais, que foram reciclados numa quantidade
bastante superior à responsabilidade de gestão da SPV, calculada com base nas declarações dos
embaladores.
Fluxos de Referência
O fluxo de referência é a medida das saídas de processos de um dado sistema de produto necessária
para cumprir a função expressa pela unidade de referência, sendo portanto a realização da unidade
funcional. Neste contexto, os resíduos de embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE em 2011
são caracterizados pelo seguinte cabaz de materiais:
Tabela 0.4 – Resíduos geridos no âmbito do SIGRE em 2011 (t)
Fluxo / Material (t) Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão
Plástico Vidro Outros Total
Fluxo urbano
Reciclagem 18.676 840 4.516 104.907 47.933 210.422 0 387.295
Valorização orgânica
0 0 0 5.401 0 0 0 5.401
Valorização energética
0 0 215 27.105 42.715 0 0 70.036
Aterro 26.302 7.938 0 83.333 91.608 186.949 2.004 398.133
Total 44.978 8.778 4.732 220.746 182.256 397.371 2.004 860.865
Fluxo Não Urbano
Reciclagem 30.294 503 38.013 216.895 25.840 6.736 0 318.281
Destino desconhecido
0 0 11.757 0 0 6.280 505 18.542
Total 30.294 503 49.769 216.895 25.840 13.016 505 336.823
Total Fluxo Urbano + Fluxo Não Urbano 75.272 9.281 54.501 437.641 208.096 410.387 2.509 1.197.688
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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De mencionar que para o caso do fluxo urbano, os quantitativos mencionados para resíduos reciclados,
valorizados organicamente e energeticamente dizem respeito a resíduos de embalagens que foram
efetivamente sujeitos a estas operações, tendo por base as declarações dos vários SMAUT e
Retomadores.
No caso dos quantitativos relativos ao aterro de resíduos de embalagens, estes valores foram estimados
tendo em conta o potencial de geração de resíduos urbanos de embalagens no âmbito da SPV
(859.391 t), acrescidos de 1.474 t de resíduos de embalagens de madeira que foram geridos
efetivamente em acréscimo à responsabilidade da SPV e os quantitativos efetivamente encaminhados
para os restantes destinos.
No caso do fluxo não urbano (sistema eXtra-Urbano), os resíduos geridos no âmbito do SIGRE foram
calculados tendo em conta os resíduos efetivamente encaminhados para reciclagem segundo os OGR
intervenientes no sistema (318.281 t), acrescidos de 18.542 t de resíduos relativos aos materiais
madeira, vidro e outros que resultaram do consumo de embalagens que se estima que contribuíram
financeiramente para o SIGRE, mas que desconhece-se o seu destino final.
Tipo de Metodologia ICV
Modelo de Ciclo de Vida
O modelo de ciclo de vida para o cálculo dos impactes ambientais diretos e indiretos associados ao
SIGRE é fundamentalmente do tipo “attributional model” ou seja, o modelo de ciclo de vida é
desenvolvido de acordo com os processos unitários existentes.
No entanto, especificamente para o cálculo dos impactes evitados pela reciclagem de resíduos de
embalagens e sua valorização orgânica e energética, recorreu-se a uma abordagem consequencial,
embora neste caso de forma conservativa.
Subdivisão de Processos e Multifuncionalidade
Tendo por base o contexto de decisão do presente estudo de ACV, cuja classificação de acordo com a
metodologia do ILCD Handbook (JRC/IES, 2010) é “C – Accounting/Monitoring", as regras para
subdivisão de processos e multifuncionalidade são preferencialmente através de procedimentos de
substituição via expansão do sistema, mas independentemente da quantidade absoluta das co-funções
não requeridas que serão substituídas25
.
Fronteiras do Sistema
Nas figuras seguintes apresentam-se diagramas muito simplificados com as fronteiras dos sistemas de
gestão de resíduos urbanos de embalagens e resíduos não urbanos de embalagens e onde se
identificam os processos de foreground principais que foram considerados na análise, bem como alguns
processos de background e substâncias consumidas e emitidas para o ambiente.
25 Regras semelhantes aos de estudos classificados como “A - Micro-level decision support”.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 131
Figura 0.1 – Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Urbanos de Embalagens
Figura 0.2 - Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Não Urbanos de Embalagens
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 132
Segundo uma perspetiva de gestão, os processos de foreground são aqueles que estão sobre a
influência direta do produtor do bem/serviço ou do seu consumidor ou aquele em que este tem
influência.
Para além dos processos de foreground, consideram-se ainda os processos de background associados
aos dois subsistemas. Os processos de background compreendem os processos que são operados como
parte do sistema mas que não estão sob o controlo direto ou influencia do produtor do bem ou serviço
ou do seu utilizador. No caso da modelação do tipo attributional tipicamente dizem respeito aos
fornecedores de 2ª linha e inferiores (JRC/IES, 2010), como por exemplo, os processos relacionados com
o fabrico de gasóleo que é utilizado como combustível na recolha de resíduos.
A avaliação constante do presente relatório foi efetuada com base em dados fornecidos pela SPV no que
respeita nomeadamente aos fluxos mássicos para reciclagem (origem, destino, materiais, etc.) e
características de algumas operações unitárias efetuadas pelos SMAUT (recolha seletiva de embalagens,
triagem, etc.).
Os restantes dados, com especial enfoque para os processos unitários de valorização/tratamento foram
modelados tendo em conta informação bibliográfica, sobretudo de artigos científicos e bases de dados
de dados ACV: Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0 e com base em informação proprietária da empresa 3 Drivers.
Por não existir informação suficiente para a realização da modelação, ficaram excluídos da análise os
seguintes itens:
Transporte de resíduos desde o local de produção até ao local de recolha em ecopontos,
ecocentros, etc.
Fabrico e manutenção dos ecopontos.
Fabrico e manutenção dos contentores de lixo.
Operação das estações de transferência.
Valorização orgânica em digestores anaeróbicos
Critérios de exclusão para Inclusão de Inputs e Outputs
Os critérios de inclusão para definir as quantidades de fluxos de materiais ou energia a incluir no âmbito
das fronteiras do sistema são os considerados no âmbito da ISO 14040, que são os seguintes:
Significância ambiental, ou seja, definir a inclusão das entradas que contribuem mais de uma
quantidade adicional definida em relação à quantidade estimada para o impacte ambiental
dos processos escolhidos inicialmente.
Massa, ou seja, definir a inclusão das entradas que cumulativamente contribuem mais de uma
percentagem definida da massa total de entradas do sistema de produto analisado.
Energia, ou seja, definir a inclusão das entradas que cumulativamente contribuem mais de
uma percentagem definida da energia total de entradas do sistema de produto analisado.
Os valores de cut-off que foram considerados inicialmente são 1% de relevância ambiental, 1% da
massa, 1% de energia e, por esta ordem, embora devido ao âmbito e objetivos do estudo, alguns
processos unitários que estão abaixo dos valores de cut-off foram considerados (e.g. gestão de resíduos
urbanos de embalagens de madeira, transporte de outros resíduos não especificados), desde que
existisse informação que permitisse a modelação.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 133
Critérios para a ICV
Representatividade Tecnológica
A informação específica sobre as tecnologias utilizadas nos processos associados ao SIGRE são as
seguintes:
Processos de foreground
o Tecnologias identificadas na gestão de resíduos de embalagens no SIGRE, quando
disponíveis.
o Tecnologias médias europeias para outros.
Processos de background.
o Tecnologias médias europeias.
Representatividade Geográfica
As fronteiras geográficas dos dados adotados a nível dos vários processos são referidas de seguida e
refletem as localizações específicas onde os processos ocorrem:
Processos de foreground
o Informação específica nacional, relacionada com a gestão de resíduos de embalagens
nas suas múltiplas vertentes (recolha, triagem, reciclagem, etc.), quando disponíveis
o Valores médios europeus ou de outros países europeus, quando dados nacionais não
estão disponíveis ou se consideram desajustados à realidade do SIGRE.
Processos de background
o Energia elétrica produzida e consumida no quadro do Sistema Elétrico Nacional (SEN)
e referente ao mix energético nacional.
o Restantes, valores médios europeus.
Representatividade Temporal
Processos de foreground.
o Informação sobre quantitativos geridos relativos a 2011.
o Restantes: variável, dependendo do tipo de informação específica compilada. Para
alguns processos, os dados mais recentes existentes são referentes a 2008.
Processos de background.
o Energia elétrica produzida no quadro do Sistema Elétrico Nacional (SEN) relativa ao
mix energético nacional de 2010.
o Restantes: variável, valores referentes à base de dados Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0,
sempre que possível que refletissem igualmente períodos temporais mais próximos do
período de referência (2011).
Integração da Eletricidade Produzida Externamente ao Sistema
A eletricidade consumida nas diversas operações associadas à gestão dos resíduos de embalagens no
SIGRE (e.g. em triagem, na reciclagem, etc.), corresponde ao mix de produção de eletricidade no quadro
do SEN, para o período mais recente para o qual foi possível caracterizar esse mix e toda a cadeia de
valor específica a montante, que foi o ano de 2010.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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De referir que se caracterizaram as várias tecnologias produtoras de eletricidade refletindo
concretamente os centros eletroprodutores existentes a nível nacional e as suas características (e.g.
centrais termoelétricas de gás natural – eficiências de conversão Ep-Ef, emissões de GEE, outras
emissões, etc.), bem como a tipificação da eletricidade importada de outros países, nomeadamente de
Espanha.
Cálculo dos créditos ambientais pela reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens
Tendo em consideração a sua relevância para os resultados da avaliação, de seguida especificam-se em
detalhe os principais pressupostos utilizados relacionados com o cálculo dos créditos ambientais pela
reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens:
Reciclagem:
o Com base em informação da SPV sobre os quantitativos encaminhados para
reciclagem no âmbito do SIGRE, por material.
o Considerando eficiências de reciclagem e rácios de substituição típicos, por material,
dependendo do tipo de reciclagem em questão (open route, open route com
downcycling, etc.) e constantes em artigos científicos publicados em revistas com peer
review.
o Consumos e emissões dos processos bibliográficos com base em dados bibliográficos e
constantes em artigos científicos publicados em revistas com peer review.
o Os produtos substituídos dizem respeito tipicamente ao produto principal que é
substituído e refletem as tecnologias de produção médias europeias.
Valorização orgânica:
o Com base em informação da SPV sobre os quantitativos efetivamente valorizados
organicamente (papel/cartão).
o Considerando eficiências de compostagem presentes na bibliografia.
o A substituição de fertilizantes foi estimada com base nos teores de K, P e N típicos.
Valorização energética (incineração e aterro):
o Com base em informação da SPV sobre os quantitativos efetivamente valorizados
energeticamente por material e estimativas próprias dos resíduos encaminhados para
aterro, quer diretamente, quer indiretamente.
o Considerando eficiências típicas constantes em processos médios europeus, corrigidos
quando possível com base em dados específicos nacionais. A este respeito utilizaram-
se os processos constantes na base de dados Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0.
o A eletricidade substituída diz respeito ao mix de eletricidade do SEN, referente a 2010.
Nas tabelas seguintes apresentam-se as principais características dos processos de reciclagem
modelados.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 135
Tabela 0.5 – Características dos processos de reciclagem
Ef. pré-processamento
(A)
Ef. Reprocessamento
(B)
Ef. Combinada de reciclagem
(A x B)
Material secundário
Material evitado Rácio de
substituição
Aço
Aço selectivo 1 0,84 0,84 Ferrous metals Pig iron 1
Escórias ferrosas
0,8 0,84 0,67 Ferrous metals Pig iron 1
Alu
mín
io Alumínio
selectivo 1 0,93 0,93 Aluminium ingot
Aluminium ingot from virgin aluminium
1
Escórias não ferrosas
0,95 0,93 0,88 Aluminium ingot Aluminium ingot from
virgin aluminium 1
Madeira 0,86 1 0,86 particle board Plywood 0,60
Pap
el/
Car
tão
Papel/cartão 0,86 1 0,86* Recovered cardboard
Cardboard from virgin pulp
0,83
ECAL 0,86 1 0,86 Recovered liquid carton packaging
board
Cardboard from virgin pulp
0,83
Plá
stic
os
EPS 0,8 0,9 0,72 Recycled EPS
lightweight soil Virgin EPS lightweight
soil 1
Filme plástico 0,8 0,9 0,72 Granules of LDPE Granules of LDPE from
virgin materials 0,81
Outros plásticos
0,8 0,9 0,72 Granules of PP Granules of PP from
virgin materials 0,81
PEAD 0,8 0,9 0,72 Granules of HDPE Granules of HDPE
from virgin materials 0,81
PET 0,8 0,76 0,61 Granules of PET Granules of PET from
virgin materials 0,81
Plásticos mistos
0,8 0,6 0,48 Outside furniture
blocks from recycled mixed
plastics
Outside furniture blocks from wood
1
Vidro 0,94 1 0,94 Glass cullet Glass from virgin
materials 1
BIBLIOGRAFIA Com base em Rigamonti et al. (2009), Rigamonti et al. (2009b), Rigamonti et al. (2010) e Pires et al. (2011) e base de dados
Eco-invent 2.2. ; * - cartão
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 136
Tabela 0.6 – Consumos energéticos associados aos processos de reciclagem
Pré tratamento Fundição, produção, valorização
En. elétrica (kWh/t de
reciclado prod.)
En. térmica (MJ/t de reciclado
prod.)
Fonte de energia térmica
En. elétrica (kWh/t de
reciclado prod.)
En. térmica (MJ/t de reciclado
prod.)
Fonte de energia térmica
Aço
Aço selectivo - - - 600 - -
Escórias ferrosas
71 - - 600 - -
Alu
mín
io Alumínio
selectivo - - - 10 4040 gás natural
Escórias não ferrosas
69 845 gás natural 10 4040 gás natural
Madeira 36,0 - - 95 239 (fóssil) + 2147
(wood) -
Pap
el/
Car
tão
Papel/cartão - - - 7 15 gás natural
ECAL - - - 7 15 gás natural
Plá
stic
os
EPS 136 451 gasóleo 278 1840 gás natural
Filme plástico 136 451 gasóleo 278 1840 gás natural
Outros plásticos
136 451 gasóleo 278 1840 gás natural
PEAD 136 451 gasóleo 278 1840 gás natural
PET 136 451 gasóleo 278 1840 gás natural
Plásticos mistos
136 451 gasóleo 278 1840 gás natural
Vidro - 18,4 - - 5460 natural gas
BIBLIOGRAFIA Com base em Rigamonti et al. (2009b), com alterações de modo a refletir com mais propriedade a realidade nacional e
Eco-invent 2.2.
Considera-se que os pressupostos utilizados foram, em termos gerais, conservadores. No que concerne
à reciclagem, considerou-se que em certos materiais existiria downcycling, como por exemplo no
papel/cartão, dado que as fibras não podem ser recicladas “infinitamente”, sendo que teve-se
igualmente em consideração as eficiências de separação e de reciclagem efetiva. Por exemplo,
considerando as emissões de GEE evitadas por tipo de material, verifica-se que os resultados obtidos
com base nos pressupostos apresentados são, em termos gerais, mais baixos que os encontrados em
outros estudos.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 137
Tabela 0.7 – Emissões de GEE evitadas devido à reciclagem de vários materiais (t CO2 eq /t resíduo)
Notas: Um valor negativo indica uma emissão líquida de GEE.
No estudo realizado para o SIGRE, considerou-se incluído o transporte para os retomadores e que existe downcycling para alguns
materiais. Os valores apresentados dizem respeito aos resíduos urbanos de embalagens e refletem o cabaz de resíduos de plástico
(PET, PEAD, plásticos mistos, etc.) e papel/cartão (papel/cartão e ECAL); * Refletindo o “cabaz” de plásticos considerados nos
diversos estudos.
No que respeita aos impactes ambientais evitados pela produção de eletricidade na incineração e aterro
de resíduos de embalagens, considerou-se a substituição do mix de eletricidade do SEN e não da
tecnologia marginal, que neste caso seria o gás natural com ciclo combinado, que, por exemplo, a nível
das emissões de gases com efeito de estufa apresenta um maior impacte ambiental. Por exemplo, em
2010, em Portugal, estima-se que as emissões médias nacionais diretas e indiretas por esta tecnologia
ascenderam a 417 g/kWh de CO2 eq, que contrastam com as emissões de 263 g/kWh de CO2 eq
estimadas para o SEN26
(ver igualmente tabela seguinte relativamente aos fatores de emissão da
incineração dos vários materiais de embalagens). Deste modo, caso se tivesse considerado a
substituição do gás natural ao invés do mix de energia do SEN, o benefício ambiental do SIGRE passaria
de -116 kt Co2eq em 2011, para -131 kt Co2eq.
Tabela 0.8 – Emissões de GEE evitadas/produzidas devido à valorização energética de vários materiais (t CO2 eq evitadas/t resíduo)
Notas: Um valor negativo indica uma emissão líquida de GEE.
No estudo realizado para o SIGRE, os valores apresentados dizem respeito aos resíduos urbanos de embalagens e refletem o cabaz
de resíduos de plástico (PET, PEAD, plásticos mistos, etc.) e papel/cartão (papel/cartão e ECAL); * Refletindo o “cabaz” de plásticos
considerados nos diversos estudos e o mix de energia substituída.
Tratamento dos Bens de Capital
A análise realizada integra os bens de capital (e.g. fábricas, veículos de transporte, etc.) sempre que
disponível informação sobre estes bens.
26 Diretas e indiretas, considerando o mix de fontes de produção desse ano e as centrais nacionais. Apenas produção, não considerando perdas por transporte e distribuição.
Estudo Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão
Plástico* Vidro
Estudo realizado SIGRE 0,98 10,7 0,21 0,21 0,71 0,44
PERSU II (MAOTDR (2007) 1,79 - 0,4 1,36 0,84
Prognos, IFEU, INFU (2008) 2,0 11,1 - 0,82 0,41 0,48
EPA (2006) 0,49 3,7 - 0,93-0,96 0,38-0,46 0,08
EPA Warm model (2012) 1,98 9,8 - 3,88 1,65 0,31
CEPA (2011) 1,7 14,0 - 1,3 1,1 - 2 0,25
Fluxo / Material (t) Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão
Plástico* Vidro
Estudo realizado SIGRE -0,01 -0,02 0,08 0,09 -2,3 -0,01
EPA (2006) -0,01 -0,01 - -0,02 -0,56--0,77 -0,01
EPA Warm model (2012) 1,71 -0,06 - 0,54 -1,42 -0,06
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Análise de Risco e Aspetos Sociais
Os impactes ambientais devido a acidentes ou outros eventos pontuais não estão incluídos na ACV. Os
impactes sociais foram objeto de análise no estudo com base em outras metodologias (capítulos 5 e 6).
Critérios para a AICV
Categorias de Impacte, Métodos e Outros Aspetos
Na realização da AICV consideram-se, preferencialmente, 5 categorias de impacte ambientais,
nomeadamente:
Alterações Climáticas
Formação de Oxidantes Fotoquímicos
Acidificação Terrestre
Depleção de Recursos Hídricos
Depleção de Recursos Naturais
A avaliação do impacte nas referidas categorias foi realizada com base nos fatores de caracterização
estabelecidos no método ILCD 2011 Midpoint, versão 1.01 (de Setembro de 2012), do JRC, da Comissão
Europeia e que denotam, segundo estas entidades o melhor conhecimento científico atual acerca cada
uma das categorias de impacte. Neste contexto, na versão original do referido método, estão
contempladas 16 categorias de impacte ambiental.
Adicionalmente às categorias descritas anteriormente, para análise específica do balanço energético
associado a cada sistema e cenário, utilizou-se o método Cumulative Energy Demand, v. 1.08 (de 2010),
desagregando-se os resultados nas seguintes categorias:
Energia não renovável, fóssil
Energia não renovável, nuclear
Energia não renovável, biomassa
Energia renovável, biomassa
Energia renovável, vento, solar, geotérmica
Energia renovável, hídrica
Este método foi publicado pelo Swiss Centre for LCI no âmbito da base de dados Ecoinvent v.2.0 e
expandido pela Pre Netherlands para incluir outras matérias-primas existentes no Software Simapro 7.3.
O método não contempla fatores de normalização.
Para cada um dos métodos utilizados efetuaram-se os passos metodológicos obrigatórios segundo as
normas ISO 14040 e ISO 14044, nomeadamente a Classificação e a Caracterização de impactes. Foram
considerados todos os processos incluídos na definição das fronteiras dos sistemas, nomeadamente os
processos que se apresentam a seguir neste anexo na secção de Inventário de Ciclo de Vida.
Para qualquer dos métodos referidos, os resultados da AICV são apresentados tendo em conta os
seguintes aspetos:
Inclusão de bens de capital.
Exclusão das emissões de longo prazo (superiores a 100 anos).
Na avaliação realizada não se utilizaram elementos opcionais da AICV.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Software Utilizado
Para o desenvolvimento da ACV, foi utilizado o Programa Simapro, da Pré Consultants, versão 7.3.3.
Comparação entre Sistemas de Produto
No presente relatório avaliou-se o total de resíduos de embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE
em 2011, tendo por base os diferentes destinos a que estes resíduos foram submetidos, tendo por base
nas informações prestadas pela SPV. A esta avaliação denominou-se cenário Baseline 2011.
Apenas para efeitos comparativos, estudaram-se dois cenários hipotéticos alternativos de gestão de
resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE (quer urbanos, quer não urbanos), que se denominaram
“Tudo a aterro” e “Tudo a incineração”, em que se avaliou o que seriam os impactes ambientais
associados à gestão dos resíduos de embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE em 2011. Os
principais pressupostos associados a cada um dos cenários são os seguintes:
Cenário “Tudo a aterro”. Considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens seriam
recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para aterro. No caso dos resíduos não
urbanos, estes seriam igualmente encaminhados para aterro.
Cenário “Tudo a incineração”. Considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens
seriam recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para incineração (mass burn). No caso
dos resíduos não urbanos, estes seriam igualmente encaminhados para aterro.
De realçar que a avaliação foi realizada para o mesmo cabaz e quantidades de resíduos que
efetivamente foram geridos em 2011 no âmbito do SIGRE gerido pela SPV e, tendo por base as mesmas
tecnologias, constituindo-se portanto “what-if scenarios” internos que pretendem avaliar os
benefícios/impactes da atual gestão de resíduos de embalagens no SIGRE face a cenários extremos da
sua configuração.
Na análise realizada não se teve em conta as implicações não lineares que tais cenários poderiam ter a
nível dos sistemas de background (e.g. construção de novos aterros, incineradores, etc.).
Modificações em Relação ao Âmbito Definido Inicialmente
Em relação ao âmbito definido inicialmente, não ocorreram alterações significativas em relação ao
equacionado inicialmente.
Inventário do Ciclo De Vida (ICV)
Procedimentos de Recolha de Dados
Os procedimentos de recolha de dados para construção das tabelas de inventário são apresentados na
tabela 0.7.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Tabela 0.9 - Métodos de recolha de dados
Tipo de dados Métodos aplicáveis
Foreground Específicos do sistema em análise (dados SPV). Relatórios técnicos e outros documentos similares e estimativas periciais. Dados bibliográficos de referência, quando não existiam informações específicas.
Ligação foreground-background Foram utilizados sobretudo dados bibliográficos de referência.
Background Foram utilizados sobretudo dados bibliográficos de referência.
No âmbito destes métodos, para além da recolha dos dados em si, procedeu-se à recolha de
metainformação relacionada com esses dados, de modo a permitir averiguar da sua validade tendo em
conta os objetivos e o âmbito do estudo e ainda, estimar o seu grau de incerteza, para efeitos de análise
de sensibilidade.
Descrição Qualitativa e Quantitativa dos Processos Unitários
A descrição qualitativa e quantitativa dos processos unitários considerados no estudo apresenta-se de
seguida.
Resíduos Urbanos de Embalagens
Recolha Seletiva
Este processo unitário consiste na recolha de resíduos de embalagem depositados pelos produtores
individuais (porta-a-porta, ecopontos e ecocentros) e respetiva entrega nas estações de triagem. O fluxo
de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos recolhidos seletivamente.
Incluiu-se na análise o consumo de combustível associado à utilização dos veículos afetos à recolha dos
resíduos de embalagem depositados porta-a-porta, nos ecopontos e nos ecocentros. Foram ainda
considerados neste processo unitário os consumos associados ao fabrico e manutenção dos veículos de
recolha.
O consumo de combustível foi calculado com base em dados fornecidos pela SPV relativa aos vários
SMAUT com que tem contrato, sendo que estimou-se que o consumo associado à recolha seletiva de
embalagens representou no total 6,2 x 106 L, em 2011, ou seja, uma média de 15,7 L/t de resíduos
recolhidos.
A recolha mais eficiente estimada foi relativa ao vidro (6,1 L/t) e as menos eficientes dizem respeito aos
resíduos dos contentores amarelos (plástico, aço e alumínio), que se estimou em 41,2 L/t. Estes valores
foram usados em conjunto com os processos unitários de transporte existentes na base de dados
Ecoinvent 2.2. para caracterizar o perfil ambiental da recolha seletiva.
Excluiu-se da análise o transporte de resíduos de embalagem desde o seu local de produção até ao
exterior das habitações, ecopontos e ecocentros, de onde estes são recolhidos pelos SMAUT. Também
foram excluídos os processos de fabrico dos ecopontos e sua manutenção, bem como os consumos
associados à operação dos ecocentros.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Recolha Indiferenciada
Este processo unitário consiste na recolha dos resíduos urbanos de embalagens através de recolha
indiferenciada, conjuntamente com os demais resíduos urbanos e sua entrega no respetivo destino
(incineração, tratamento mecânico ou aterro). O fluxo de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos
de embalagens recolhidos indiferenciadamente.
Incluiu-se na análise o consumo de combustível associado à utilização dos veículos afetos à recolha dos
resíduos indiferenciados depositados. Tal como na recolha seletiva, foram ainda considerados os
consumos associados ao fabrico dos veículos de recolha.
Para o cálculo do combustível utilizado não se consideram valores diferenciados por tipo de material,
tendo-se considerado apenas a alocação de transporte relativa aos resíduos de embalagens, uma vez
que os resíduos urbanos indiferenciados são constituídos por várias frações (e.g. orgânicos, embalagens,
finos, etc.).
Deste modo, o consumo de combustível considerado foi de 5,27 L/t (Santos, 2011, zona com
ecopontos), tendo-se estimado no total um consumo de 2,4 x 106 L em 2011. Estes valores foram usados
em conjunto com os processos unitários de transporte existentes na base de dados Ecoinvent 2.2., para
caracterizar o perfil ambiental da recolha indiferenciada.
Excluiu-se da análise o transporte de resíduos indiferenciados desde o seu local de produção até aos
locais onde estes são recolhidos. Foram igualmente excluídos da análise os consumos associados à
operação das estações de transferência e o transporte associado à entrega e recolha de resíduos destes
locais, quando existente por uma questão de otimização de logística. Finalmente, não se consideraram
igualmente os consumos associados ao fabrico e utilização dos contentores onde são depositados os
resíduos indiferenciados (contentores verdes).
Triagem
Este processo unitário consiste na triagem dos resíduos que chegam às estações de triagem por via da
recolha seletiva efetuada pelos SMAUT. O fluxo de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos
sujeitos a triagem.
Foram incluídos na análise os consumos relativos à operação das estações de triagem, nomeadamente,
de eletricidade, água, combustíveis e outros (e.g. óleos e lubrificantes e fita e arame para embalagem).
Deste modo, para o consumo de eletricidade e outros consumíveis utilizaram-se dados internos da SPV
e de Bovea (2006) e Pires et al. (2011). Esses valores foram desagregados por tipo de material, sendo
que no caso do vidro, uma vez que este material tipicamente não é encaminhado para as estações de
triagem, não se consideraram consumos associados à sua separação, apenas tendo-se considerado uma
eficiência de separação.
Neste contexto, em relação às eficiências, consideraram-se valores nacionais obtidos com base em
dados específicos de alguns SMAUT fornecidos pela SPV e ainda, no caso do vidro, em dados compilados
pelo projeto EIMPACK (Eimpack, 2011). Por falta de informação, não se consideraram valores
diferenciados para o aço, alumínio e plástico. Neste contexto, as eficiências de triagem consideradas
fora as seguintes: aço, alumínio e plástico - 76,9%, papel/cartão – 96,2%, vidro – 95%.
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Incineração
Operação de queima com recuperação de energia dos resíduos de embalagens que chegam às
instalações de incineração diretamente por via da recolha indiferenciada ou indiretamente através do
refugo que resulta dos processos de triagem ou do tratamento mecânico. O fluxo de referência utilizado
foi 1 tonelada de resíduo sujeito a incineração.
Para caracterizar esta operação consideraram-se processos unitários presentes na base de dados
Ecoinvent 2.2, para os vários materiais de embalagens.
Para além dos impactes ambientais da operação, consideraram-se os impactes evitados pela produção
de eletricidade, cuja modelação foi realizada com base no mix de produção do SEN (ver anteriormente
“Cálculo dos créditos ambientais pela reciclagem valorização dos resíduos de embalagens”).
Foi excluído o transporte para aterro do refugo resultante desta operação. Não foi igualmente analisado
o acréscimo de massa devido à oxidação do alumínio (escórias), nem a perda ligeira de massa no caso
das escórias dos resíduos inertes (e.g. vidro), ou as cinzas não queimadas no caso dos resíduos
valorizáveis. Finalmente, não foi igualmente considerado na análise o potencial de aproveitamento de
calor associado à operação de queima de resíduos, tendo-se apenas considerado a eletricidade
produzida.
Tratamento Mecânico
Operação unitária que consiste numa sequência de operações mecânicas de preparação dos resíduos
recolhidos indiferenciadamente para serem valorizados e eliminados. Após este processo de tratamento
mecânico, os resíduos são encaminhados para valorização orgânica, incineração ou aterro. O fluxo de
referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos sujeita a tratamento mecânico.
Foram incluídos na análise o consumo de eletricidade e combustíveis associados à operação dos
equipamentos utilizados nesta operação. Excluíram-se do presente processo os consumos relativos à
operação de compostagem, sendo que esta é caracterizada no processo unitário como valorização
orgânica.
Reciclagem
Processo que consiste na receção dos resíduos recolhidos seletivamente e triados (retomas) e seu
aproveitamento como matéria-prima secundária em processos produtivos. O fluxo de referência
utilizado foi 1 tonelada de resíduo retomado.
Foi incluído na modelação deste processo unitário tanto o consumo de combustível associado ao
transporte das retomas desde o seu local de origem (e.g. triagem e incineração) até aos retomadores,
como todos os consumos associados ao fabrico e manutenção dos camiões utilizados na recolha, para
além dos consumos e emissões associados ao processo de reciclagem em si.
Finalmente, foi considerado na análise o benefício ambiental decorrente da substituição de recursos
naturais por recursos secundários (impactes evitados), tendo em conta os vários materiais de
embalagens.
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As principais características dos processos de reciclagem considerados estão referidas anteriormente
aquando da apresentação da forma de “Cálculo dos créditos ambientais pela reciclagem valorização dos
resíduos de embalagens”.
Valorização Orgânica
Processo unitário que consiste na receção dos resíduos provenientes do tratamento mecânico e sua
valorização orgânica para produção de composto. O fluxo de referência utilizado foi 1 tonelada de
resíduo valorizado organicamente, sendo que o único material de embalagem considerado na
valorização orgânica foi o papel/cartão.
Foram incluídos na análise os principais consumos associados à compostagem, bem como o transporte
do composto para o seu local de aplicação e, igualmente, os consumos associados ao fabrico e
manutenção dos camiões utilizados no transporte. Em termos dos primeiros, ou seja, do consumo de
eletricidade, combustível, água e material estruturante, consideraram-se os valores presentes em Pires
et al. (2010).
A nível dos impactes evitados, foi tido em conta o benefício ambiental associado à utilização do
composto em detrimento de fertilizante. Nesse aspeto, estes foram estimados com base em Rigamonti
et al. (2010) e Grosso et al. (2009).
Aterro
Processo de deposição dos resíduos em aterro com origem nos vários processos unitários referidos
anteriormente (e.g. recolha indiferenciada, incineração, refugos triagem e da reciclagem, etc.) . O fluxo
de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos depositados em aterro.
Para modelação consideraram-se os processos de deposição em aterros dos vários tipos de materiais
que estão presentes na base de dados ELCD 2.0, do JRC. Neste aspeto, consideraram-se os impactes
ambientais evitados resultantes da produção de eletricidade a partir do biogás de aterro, devido à
degradação do papel/cartão e madeira.
Na tabela seguinte apresenta-se o balanço de massas considerado para os principais processos unitários
da modelação do sistema urbano.
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Tabela 0.10 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Urbano (cenário Baseline 2011)
Processos unitários Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão
Plástico Vidro Outros Total
1 Produção de RE 44.978 8.778 4.732 220.746 182.256 397.371 2.004 860.865
2 Recolha Seletiva 8.150 519 4.516 107.579 54.457 221.497 0 396.719
3 para triagem 8.150 519 4.516 107.579 54.457 221.497 0 396.719
3 Recolha Indiferenciada 36.828 8.259 215 113.167 127.799 175.874 2.004 464.146
5 Para incineração 9.201 354 194 23.546 30.386 62.201 957 126.839
6 Para TMB 8.783 1.970 21 25.911 13.475 57.709 782 108.650
9 Para aterro 18.844 5.935 0 63.710 83.938 55.965 265 228.656
4 Triagem 8.150 519 4.516 107.579 54.457 221.497 0 396.719
5 Refugo para incineração 543 37 0 1.221 10.399 2.729 0 14.928
7 Retomas da recolha seletiva 6.267 399 4.516 103.491 41.878 210.422 0 366.974
9 Refugo para aterro 1.340 83 0 2.867 2.181 8.346 0 14.817
5 Incineração 9.744 391 215 27.105 42.715 64.929 957 146.057
5 Valorização energética 0 0 215 27.105 42.715 0 0 70.036
7 Retomas da incineração
(escórias) 9.744 391 0 0 0 0 0 10.135
9 Refugo para aterro 0 0 0 0 0 64.929 957 65.886
6 TMB 8.783 1.970 21 25.911 13.475 57.709 782 108.650
Refugo para incineração 0 0 21 2.338 1.930 0 0 4.289
Retomas do PTC (TM) 2.665 50 0 1.415 6.055 0 0 10.186
Valorização orgânica 0 0 0 5.401 0 0 0 5.401
Refugo para aterro 6.118 1.920 0 16.756 5.490 57.709 782 88.775
7 Reciclagem 18.676 840 4.516 104.907 47.933 210.422 0 387.295
8 Valorização orgânica 0 0 0 5.401 0 0 0 5.401
9 Aterro 26.302 7.938 0 83.333 91.608 186.949 2.004 398.133
Resíduos Não Urbanos de Embalagens
Reciclagem
Os processos de reciclagem considerados são idênticos aos modelados no sistema urbano, com a
exceção do transporte dos resíduos de embalagens, que foi estimado especificamente tendo em conta a
origem dos resíduos e seus destinos, pelo que divergem dos estimados para o caso das retomas dos
resíduos urbanos.
Incineração
Este processo apenas foi considerado em termos de análise de cenários.
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Aterro
Processo unitário idêntico ao descrito para os resíduos de embalagem urbanos.
Tabela 0.11 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Não Urbano (cenário Baseline 2011)
Processos unitários Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão
Plástico Vidro Outros Total
11 Produção de RE 30.294 503 49.769 216.895 25.840 13.016 505 336.823
15 Incineração 0 0 0 0 0 0 0 0
17 Reciclagem 30.294 503 38.013 216.895 25.840 6.736 0 318.281
19 Aterro 0 0 11.757 0 0 6.280 505 18.542
Fontes Bibliográficas
Em termos de fontes de informação, os dados para os processos de foreground do sistema analisado
tiveram, sempre que possível, como proveniência a SPV, enquanto que para a compilação de dados
genéricos (background) utilizou-se de preferência bases de dados de ACV ou outra informação
bibliográfica com carácter científico (tabela 0.10).
Tabela 0.12 - Fontes de informação
Tipo de processos Fontes de informação
Foreground SPV Outras fontes genéricas para lacunas de dados Dados bibliográficos
Ligação foreground-background Dados bibliográficos
Background
Fontes principais: Ecoinvent 2.2 ELCD 2.0 Outras bases de dados de LCA Revistas científicas
Procedimentos de Cálculo
Os consumos e as emissões utilizadas nos vários processos unitários dos sistemas urbano e eXtra-urbano
são valores médios estimados para as diversas operações de gestão de resíduos urbanos (recolha,
tratamento, valorização, etc.), tendo por base a informação disponível. Neste sentido, sempre que
possível foram utilizados dados específicos das diversas empresas associadas do SIGRE para a obtenção
das estatísticas médias descritivas dessas operações, por exemplo através de cálculo de médias
ponderadas pela quantidade de resíduos processados.
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Validação dos Dados
Aquando da recolha de dados, foi compilada informação para indicar se os dados eram provenientes de
medições, calculados, estimados ou resultantes da modelação, para além de serem dados de uma fonte
ou valores médios de várias medições/estimativas/locais. Os dados compilados através de informações
fornecidos pela SPV foram pré-avaliados com esta entidade, sendo que a equipa de ACV realizou ela
própria uma avaliação desses dados, nomeadamente comparando-os com informação bibliográfica,
quando disponível.
Análise de Sensibilidade para Refinação das Fronteiras do Sistema
Em relação às fronteiras do sistema, como referido anteriormente, não foram considerados os seguintes
processos:
Produção de resíduos
o Encaminhamento dos resíduos para os seus locais de recolha (ecopontos, ecocentros,
etc.).
Recolha de resíduos
o Infraestrutura de recolha (contentores) e sua manutenção.
o Centrais de transferência de resíduos
Valorização orgânica
o Valorização por digestão anaeróbica
No entanto, tendo por base os processos incluídos na análise, bem como os fluxos de massa dos
diversos circuitos de gestão e os resultados ambientais obtidos, verificou-se que os processos mais
importantes foram contemplados na análise, no contexto do âmbito e objetivos estabelecidos para o
estudo.
Substituição Específica ou Procedimentos de Alocação para Processos Multifuncionais
No inventário de ciclo de vida realizado evitou-se sempre que possível a utilização de procedimentos de
alocação e, igualmente, de substituição específica. Estes quando ocorreram foram marginais e em
processos pouco relevantes em termos do balanço ambiental do SIGRE. Por exemplo, em termos do
consumo de eletricidade proveniente do SEN, na desagregação da origem Produção em Regime Especial
(PRE) - Térmica através da combustão de gás natural em co-geração, que produz como co-produtos a
eletricidade e o calor, utilizou-se o processo "natural gas, burned in power plant/MJ/UCTE" da base de
dados Ecoinvent 2.2, adaptado à realidade Portuguesa. Neste processo realizou-se a expansão das
fronteiras do sistema de modo a contemplar a produção de calor, tendo-se considerado como “avoided
product” o calor gerado, modelado com o processo “Heat, natural gás at industrial furnace > 100kW /
ReR U” dado ser funcionalmente equivalente à co-função do sistema em análise.
Em relação ao referido, excetua-se obviamente a expansão das fronteiras do sistema relacionada com
os impactes ambientais evitados pela substituição material e energética que ocorre nos processos de
valorização de resíduos, que foi já referida.
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Tabela de Inventário
Em anexo próprio é apresentada a Tabela de Inventário do SIGRE, para o cenário Baseline 2011.
Avaliação de Impactes no Ciclo De Vida (AICV)
Considerações Iniciais
A avaliação constante do presente relatório foi efetuada com base em dados fornecidos pela SPV no que
respeita nomeadamente aos fluxos mássicos para reciclagem (origem, destino, materiais, etc.) e
características de algumas operações unitárias efetuadas pelos SMAUT (recolha seletiva de embalagens,
triagem, etc.). Os restantes dados, com especial enfoque para os processos unitários de
valorização/tratamento foram modelados tendo em conta informação bibliográfica, sobretudo de
artigos científicos e bases de dados de dados ACV: Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0 e com base em informação
proprietária da empresa 3 Drivers.
Finalmente, é de realçar que os resultados ambientais apresentados têm em conta o seguinte:
Exceto informação em contrário, são relativos a resultados por unidade funcional do estudo ou
seja, consideram-se a soma dos impactes diretos e indiretos.
Refletem o cenário Baseline 2011 e, quando especificado, os cenários “Tudo a aterro” e “Tudo
a incineração”.
Contabilizam não só o impacte ambiental gerado mas igualmente o crédito ambiental obtido
pela reciclagem e valorização orgânica das embalagens e produção de energia elétrica por
incineração e aterro (recuperação de biogás).
Métodos Utilizados
Na realização da AICV consideram-se, preferencialmente, 5 categorias de impacte ambientais,
nomeadamente:
Alterações Climáticas.
Formação de Oxidantes Fotoquímicos.
Acidificação Terrestre.
Depleção de Recursos Hídricos.
Depleção de Recursos Naturais.
A avaliação do impacte nas referidas categorias foi realizada com base nos fatores de caracterização
estabelecidos no método ILCD 2011 Midpoint, versão 1.01 (de Setembro de 2012), do JRC, da Comissão
Europeia e que denotam, segundo estas entidades o melhor conhecimento científico atual acerca cada
uma das categorias de impacte.
Adicionalmente às categorias descritas anteriormente, para análise específica do balanço energético
associado a cada sistema e cenário, utilizou-se o método Cumulative Energy Demand (CED), v. 1.08 (de
2010), desagregando-se os resultados nas seguintes categorias:
Energia não renovável, fóssil
Energia não renovável, nuclear
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Energia não renovável, biomassa
Energia renovável, biomassa
Energia renovável, vento, solar, geotérmica
Energia renovável, hídrica
Para cada um dos métodos utilizados efetuaram-se os passos metodológicos obrigatórios segundo as
normas ISO 14040 e ISO 14044, nomeadamente a Classificação e a Caracterização de impactes. Foram
considerados todos os processos incluídos na definição das fronteiras dos sistemas, nomeadamente os
processos que se apresentam no capítulo 4 e 5.
Elementos Opcionais da AICV
Na avaliação realizada não se utilizaram elementos opcionais da AICV.
Processos Excluídos da Análise
Ver secção “Fronteiras do sistema”.
Apresentação dos resultados
Os resultados da análise apresentam-se no capítulo 3 divididos pelos dois subsistemas da SPV:
Sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens.
Sistema de gestão de resíduos não urbanos de embalagens (sistema eXtra-Urbano)
Foram igualmente produzidos resultados globais, que conjugam os resultados de cada subsistema.
Para cada subsistema de resíduos de embalagens apresentam-se os resultados por tipo de processo de
gestão de resíduos e por tipo de material.
Para comparação entre opções de gestão de resíduos, foram calculados ainda os impactes ambientais
resultantes da operação dos cenários alternativos ao Baseline do SIGRE: Tudo a aterro e Tudo para
incineração, já referido anteriormente neste anexo.
Considerações finais
Limitações dos Resultados da AICV e conclusões para a revisão/aprofundamento da avaliação
Como referido anteriormente, os resultados apresentados refletem o sistema em análise ou seja o
funcionamento do SIGRE em 2011 e os pressupostos e dados compilados tendo em conta o âmbito e
objetivos do estudo. Por outro lado, refletem as categorias de impacte identificadas.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Relação entre os Resultados da AICV e os Objetivos e Âmbito do Estudo
A análise realizada encontra-se em geral de acordo com o inicialmente previsto, a indisponibilidade de
alguns dados não inviabilizou a utilização dos resultados da AICV para os objetivos propostos,
nomeadamente:
1. Produzir informação sobre o desempenho ambiental da gestão de embalagens no âmbito
do SIGRE, considerando as principais entradas (recursos e energia) e saídas (emissões e
resíduos) por unidade funcional definida.
2. Verificar quais os aspetos (processos unitários, materiais, etc.) mais relevantes em termos de
impacte ambiental, no contexto da gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE.
Relação dos Resultados da AICV e os Resultados de ICV
Os impactes resultantes da gestão do SIGRE em 2010 decorrem do consumo de um conjunto alargado
de substâncias e variam grandemente de categoria para categoria de impacte, mesmo assim é possível
salientar as principais substâncias consumidas geradoras de impacte ambiental. Desta forma, pode
dizer-se que, em termos gerais, as substâncias consumidas nos processos do SIGRE 2011 que geram
impacte ambiental são:
Petróleo utilizado para o fabrico de combustíveis não renováveis utilizados na recolha seletiva e
indiferenciada de resíduos.
Carvão consumido indiretamente na produção de eletricidade consumida nos processos de
Triagem, Incineração, Tratamento mecânico, Reciclagem, Valorização orgânica e deposição em
Aterro.
Gás natural consumido indiretamente para produção de eletricidade consumida nos processos
de Triagem, Incineração, Tratamento mecânico, Reciclagem, Valorização orgânica e deposição
em Aterro.
Emissões de GEE resultantes da incineração e aterro de resíduos, nomeadamente de CO2 e CH4
devido, respetivamente, à incineração de plásticos e ao aterro de papel/cartão.
A nível dos impactes evitados, a principal origem destes diz respeito à substituição material induzida
pela reciclagem dos resíduos de embalagens, de acordo com os vários materiais.
Interpretação dos Resultados
Identificação das Questões Significativas
A identificação das questões significativas é realizada no capítulo 3 do estudo, tendo por base uma
análise de pareto aos resultados obtidos.
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Controlo de Integralidade
Para a elaboração do presente relatório foi efetuada uma análise prévia de integralidade, sendo que,
como referido anteriormente, existem alguns processos que não foram incluídos na análise,
nomeadamente os relacionados com a origem dos resíduos de embalagem. Apesar disto, tendo por
base as informações disponíveis, bem como a informação bibliográfica recolhida, os principais
processos, tanto em termos de fluxos mássicos e energéticos, como de relevância ambiental, foram
incluídos na análise.
Controlo de Coerência
Na preparação do presente relatório realizou-se uma análise prévia de coerência de acordo com o
âmbito e objetivos do estudo definidos inicialmente, desta concluiu-se que o estudo corresponde, em
termos gerais, com o previsto.
Assim, tanto os cálculos e como a modelação efetuada para os principais processos da ACV são
coerentes e consistentes com os objetivos e o âmbito definidos inicialmente.
Análise e Controlo de Sensibilidade
Num projeto como o presente, fazer uma análise de sensibilidade significaria avaliar a influência de
alguns pressupostos assumidos e, deste modo, verificar se as informações obtidas são suficientes para
se alcançarem conclusões e efetuarem recomendações. Tendo em conta a fiabilidade da
metainformação associada aos dados utilizados na presente análise, definiu-se que seria feita uma
análise da sua incerteza mas não uma análise e controlo de sensibilidade. A análise de incerteza
realizada encontra-se no ponto seguinte.
Adicionalmente, dado que no decorrer dos trabalhos associados ao presente projeto houve a
necessidade de estabelecer e analisar dois cenários alternativos de funcionamento do SIGRE (aterro e
incineração), esta análise constituiu per si uma análise de sensibilidade aos resultados obtidos no
cenário baseline.
Análise de Incerteza
Foi feita uma análise de incerteza ao cenário baseline de funcionamento do SIGRE, tendo por base a
metodologia estabelecida pela base de dados Ecoinvent 2.2, também conhecida como “pedigree
matrix”.
Nesta metodologia, a estimativa da incerteza associada a um processo faz-se de acordo com a
metainformação associada aos dados, utilizando para isso a expressão abaixo expressa (Frischknecht, et
al., The ecoinvent Database: Overview and Methodological Framework, 2005).
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Equação 1 – Cálculo da incerteza associada aos dados
Estimada a incerteza associada a cada parâmetro utilizado na simulação, bem como a sua distribuição
estatística associada, com base no método de Monte Carlo efetuou-se um conjunto de simulações
sistemáticas para análise de incerteza, introduzindo variações nos parâmetros de entrada de acordo
com o grau de incerteza existente nos dados.
Tabela 0.13 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE
Categoria de impacte Unidade Baseline () [2,5% - 97,5%]
Alterações Climáticas kg CO2 eq -1,18E+08 -2,18+08 -3,86E+07
Formação de oxidantes fotoquímicos kg NMVOC eq -1,33E+06 -1,80E+06 -9,68E+05
Acidificação molc H+ eq -2,81E+06 -3,52E+06 -2,26E+06
Depleção de recursos hídricos m3 água eq -6,93E+05 -8,81E+05 -5,47E+05
Depleção recursos naturais kg Sb eq -3,73E+01 -5,30E+01 -2,56E+01
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Figura 0.3 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE (Caracterização)
NOTA: A verde claro representa-se o intervalo dos resultados encontrados. Com um ponto representa-se o valor esperado.
Pela análise da figura 0.3 pode concluir-se que nas categorias de impacte consideradas, tendo em conta
o cenário baseline de funcionamento do SIGRE, a incerteza dos dados não influência o “sinal” desse
balanço, assim, a conclusão de que o SIGRE apresenta um desempenho ambiental favorável não é
afetada pela incerteza associada aos dados.
Pressupostos e Limitações
Em termos dos principais pressupostos e limitações, de salientar o seguinte:
Na análise consideraram-se não só os impactes associados à recolha, triagem, transporte,
tratamento e valorização dos referidos resíduos, mas igualmente os impactes ambientais
evitados através da substituição de materiais primários por materiais secundários e energia
obtidos dos processos de valorização (avoided impacts).
O cabaz de resíduos em análise (ver unidade funcional do estudo) foi o relativo a 2011 no
SIGRE.
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Os fluxos mássicos dos sistemas de gestão de resíduos urbanos e não urbanos de embalagens
dizem respeito, a nível das operações de valorização, a dados fornecidos especificamente pela
SPV (resíduos encaminhados para reciclagem, resíduos valorizados energeticamente, etc.). Ao
nível dos fluxos de recolha seletiva, indiferenciada e encaminhamento direto para aterro,
recorreu-se a estimativas com base em diversas fontes de dados, de forma coerente e
respeitando-se a regra de conservação de massa no sistema.
Não se consideram os efeitos que potenciais contaminantes dos resíduos de embalagens
podem ter a nível da valorização dos resíduos, sobretudo no sistema urbano (e.g. orgânicos,
humidade), estando apenas de alguma forma este aspeto considerado a nível das eficiências de
separação e valorização consideradas (e.g. reciclagem).
Na análise utilizaram-se valores médios estimados para as várias operações de gestão de
resíduos no âmbito do SIGRE, não se tendo avaliado especificamente o panorama associado à
gestão de resíduos de embalagens numa dada área geográfica, sendo que os processos
unitários utilizados podem variar de sistema para sistema (e.g. não existência de tratamento
mecânico ou valorização orgânica).
Alguns dos dados utilizados para caracterizar os processos de foreground foram obtidos da
bibliografia, devido às lacunas de dados existentes. Para minimizar esta limitação utilizaram-se
preferencialmente dados publicados em jornais com peer review e consideram-se cenários
conservativos, por exemplo no que concerne aos impactes evitados, como é exemplo o
pressuposto da substituição do mix de eletricidade do SEN pela eletricidade produzida na
incineração de resíduos de embalagens de plástico.
Consideram-se 6 categorias de impacte, que foi as que se consideraram mais relevantes tendo
em conta o âmbito e objetivos do estudo, pelo que não se avaliou a totalidade dos aspetos
ambientais associados à gestão de resíduos de embalagens.
Os resultados e conclusões apresentadas no capítulo 3 e 6 referem-se ao cenário Baseline 2011
avaliado e, como tal, refletem entre outros, os pressupostos acima referidos.
Após a avaliação realizada e os resultados obtidos, de referir que se considera que os pressupostos e
limitações enunciadas não colocam em causa a validade do estudo face aos seus objetivos e âmbito.
No entanto, de salientar que a comparação com outros estudos mais específicos, com uma vertente
mais vertical (e.g. avaliação do fim de vida das embalagens de PET, desempenho ambiental de um
sistema regional de gestão de resíduos, etc.) ou a generalização dos resultados para outras situações
fora dos objetivos formulados (e.g. para efeitos de definição de metas de reciclagem, etc.) deve ser
realizada com as devida parcimónia e ressalvas.
Conclusões e Recomendações
As principais conclusões face aos objetivos e âmbito do trabalho são realizados no capítulo 3 e 6 do
presente relatório.
Em relação às recomendações para trabalhos futuros, apresentam-se, por exemplo, as seguintes ideias.
Compilar-se uma maior quantidade de informação sobre os processos de valorização dos
resíduos de embalagens existentes em Portugal, com especial incidência na sua reciclagem, por
exemplo em termos de:
o Produtos substituídos
o Eficiências de reciclagem
o Consumos energéticos e de outros materiais e emissões para a natureza
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Atualizar a informação relativa aos fluxos de massa e consumos específicos dos processos
associados à recolha e tratamento de resíduos de embalagens, aumentando a sua abrangência
para a totalidade dos SMAUT existentes (e.g. eficiências de triagem, consumos de combustíveis
na recolha seletiva, etc.).
Realizar a análise comparativa dos impactes e benefícios associados a cada área geográfica com
base em dados específicos que reflitam a realizada de cada SMAU, estabelecendo o seu ranking
e avaliando os aspetos fulcrais a melhorar em cada sistema.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Anexo B - TABELA DE INVENTÁRIO DO SIGRE
Calculation: Analisar
Results: Inventário
Product: 1 p RE todos os materiais (of project SPV - Baseline)
Método: ILCD 2011 Midpoint (v1.01)
Indicador: Inventário
Unidade: ?
Compartimento: Todos os compartimentos
Per sub-compartment: N.º
Default units: N.º Excluir processos de infra-
estrutura: N.º Excluir emissões de longo
prazo: Sim
Sorted on item: Substância
Sort order: Ascendente
N.º Substância Compartimento Unidade Totalt
1 1-Butanol Ar kg -0,00157
2 1-Butanol Água kg -0,37645
3 1-Pentanol Ar kg -0,29348
4 1-Pentanol Água kg -0,70439
5 1-Pentene Ar kg -0,22179
6 1-Pentene Água kg -0,5323
7 1-Propanol Ar kg -2,06442
8 1-Propanol Água kg -0,94412
9 1,4-Butanediol Ar kg -0,01131
10 1,4-Butanediol Água kg -0,00452
11 2-Aminopropanol Ar kg -0,00209
12 2-Aminopropanol Água kg -0,00503
13 2-Butene, 2-methyl- Ar kg -4,92E-05
14 2-Methyl-1-propanol Ar kg -0,50645
15 2-Methyl-1-propanol Água kg -1,21547
16 2-Methyl-2-butene Água kg -0,00012
17 2-Nitrobenzoic acid Ar kg -0,00017
18 2-Propanol Ar kg -21,1385
19 2-Propanol Água kg -0,00077
20 2,4-D Solo kg -18,8552
21 4-Methyl-2-pentanone Água kg -4,21E-05
22 Acenaphthene Ar kg -0,00027
23 Acenaphthene Água kg 0,012251
24 Acenaphthylene Água kg 0,008764
25 Acetaldehyde Ar kg 889,7328
26 Acetaldehyde Água kg -7,81994
27 Acetic acid Ar kg -2730,26
28 Acetic acid Água kg -39,145
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 156
29 Acetone Ar kg 856,795
30 Acetone Água kg -0,96518
31 Acetonitrile Ar kg -56,2076
32 Acetonitrile Água kg -0,00205
33 Acetyl chloride Água kg -0,55336
34 Acidity, unspecified Ar kg 0,001376
35 Acidity, unspecified Água kg -1077,42
36 Aclonifen Solo kg -0,79494
37 Acrolein Ar kg -0,0894
38 Acrylate, ion Água kg -0,12948
39 Acrylic acid Ar kg -0,05471
40 Acrylonitrile Água kg 0,000319
41 Actinides, radioactive, unspecified Ar Bq -36330,2
42 Actinides, radioactive, unspecified Água Bq -4994316
43 Aerosols, radioactive, unspecified Ar Bq -804877
44 Air Matéria prima kg 1,48E+08
45 Aldehydes, unspecified Ar kg -2,44162
46 Aldrin Solo kg -0,00141
47 Aluminium Ar kg -13652,1
48 Aluminium Água kg -1226,85
49 Aluminium Solo kg -6457,4
50 Aluminium, 24% in bauxite, 11% in crude ore, in ground Matéria prima kg -1677745
51 Americium-241 Água Bq 57443,61
52 Ammonia Ar kg -77333
53 Ammonia Água kg 24114,94
54 Ammonia Solo kg 145154,8
55 Ammonium carbonate Ar kg -0,30211
56 Ammonium, ion Ar kg 9,84E-05
57 Ammonium, ion Água kg -4920,9
58 Anhydrite, in ground Matéria prima kg -200,594
59 Aniline Ar kg -1,0587
60 Aniline Água kg -2,54096
61 Anthracene Ar kg 0,000305
62 Anthracene Água kg 0,006806
63 Anthranilic acid Ar kg -0,00013
64 Antimony Ar kg -17,6372
65 Antimony Água kg 581,6109
66 Antimony Solo kg -20,5271
67 Antimony-122 Água Bq -2031,55
68 Antimony-124 Ar Bq 15,10267
69 Antimony-124 Água Bq -960809
70 Antimony-125 Ar Bq -52,5863
71 Antimony-125 Água Bq -1116009
72 AOX, Adsorbable Organic Halogen as Cl Água kg 24173,84
73 Argon-41 Ar Bq -9,5E+07
74 Arsenic Ar kg -50,1228
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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75 Arsenic Solo kg -9,86621
76 Arsenic trioxide Ar kg 1,39E-06
77 Arsenic, ion Água kg -193,585
78 Arsine Ar kg 0,000115
79 Atrazine Solo kg -0,00037
80 Barite Água kg -7792,53
81 Barite, 15% in crude ore, in ground Matéria prima kg -148303
82 Barium Ar kg 5,208487
83 Barium Água kg -1857,21
84 Barium Solo kg -887,89
85 Barium-140 Ar Bq -3420,69
86 Barium-140 Água Bq -8899,21
87 Basalt, in ground Matéria prima kg -84504,1
88 Benomyl Solo kg -0,1202
89 Bentazone Solo kg -0,4057
90 Benzal chloride Ar kg -7,09E-09
91 Benzaldehyde Ar kg -0,04065
92 Benzene Ar kg -3121,92
93 Benzene Água kg -1513,39
94 Benzene, 1-methyl-2-nitro- Ar kg -0,00015
95 Benzene, 1,2-dichloro- Ar kg -0,49427
96 Benzene, 1,2-dichloro- Água kg -3,59333
97 Benzene, 1,3,5-trimethyl- Ar kg 1,06E-06
98 Benzene, chloro- Água kg -49,7589
99 Benzene, ethyl- Ar kg 108,0525
100 Benzene, ethyl- Água kg -49,0682
101 Benzene, hexachloro- Ar kg 0,130123
102 Benzene, pentachloro- Ar kg 0,337312
103 Benzo(a)anthracene Ar kg 0,000153
104 Benzo(a)anthracene Água kg 0,005613
105 Benzo(a)pyrene Ar kg -6,87395
106 Benzo(b)fluoranthene Ar kg 0,000274
107 Benzo(b)fluoranthene Água kg 0,00622
108 Benzo(g,h,i)perylene Ar kg 0,000137
109 Beryllium Ar kg -0,0746
110 Beryllium Água kg -0,44249
111 Biomass, feedstock Matéria prima MJ -30895
112 BOD5, Biological Oxygen Demand Água kg -703073
113 Borate Água kg -53,5053
114 Borax, in ground Matéria prima kg -3,63867
115 Boron Ar kg -708,792
116 Boron Água kg -696,736
117 Boron Solo kg -59,6679
118 Boron trifluoride Ar kg -8,73E-09
119 Bromate Água kg -180,566
120 Bromide Água kg -2770,43
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 158
121 Bromide Solo kg 13,1703
122 Bromine Ar kg -188,637
123 Bromine Água kg 1410,466
124 Bromine, 0.0023% in water Matéria prima kg -3291,61
125 Butadiene Ar kg -0,18971
126 Butane Ar kg -1076,16
127 Butene Ar kg -42,0954
128 Butene Água kg -0,5871
129 Butyl acetate Água kg -0,48457
130 Butyrolactone Ar kg -0,00033
131 Butyrolactone Água kg -0,00079
132 Cadmium Ar kg -28,586
133 Cadmium Água kg 1,096095
134 Cadmium Solo kg -7,71756
135 Cadmium, 0.30% in sulfide, Cd 0.18%, Pb, Zn, Ag, In, in ground Matéria prima kg 107,8363
136 Cadmium, ion Água kg -16,7899
137 Calcite, in ground Matéria prima kg -2,1E+07
138 Calcium Ar kg -11765
139 Calcium Solo kg 510702,6
140 Calcium chloride Matéria prima kg 8,66E-06
141 Calcium fluoride waste Resíduo kg 5,501584
142 Calcium, ion Água kg -414605
143 Carbetamide Solo kg -8,12899
144 Carbofuran Solo kg -65,9
145 Carbon Solo kg -42640
146 Carbon-14 Ar Bq -
3,01E+09
147 Carbon-14 Água Bq 2907904
148 Carbon dioxide, biogenic Ar kg -
1,60E+08
149 Carbon dioxide, fossil Ar kg -
1,67E+08
150 Carbon dioxide, in air Matéria prima kg -
5,34E+08
151 Carbon dioxide, land transformation Ar kg 58089429
152 Carbon disulfide Ar kg -688,74
153 Carbon disulfide Água kg -33,684
154 Carbon monoxide, biogenic Ar kg -98290,1
155 Carbon monoxide, fossil Ar kg -1481412
156 Carbon, in organic matter, in soil Matéria prima kg -83237,9
157 Carbonate Água kg -593,417
158 Carboxylic acids, unspecified Água kg -9036,96
159 Cerium-141 Ar Bq -829,251
160 Cerium-141 Água Bq -3558,06
161 Cerium-144 Água Bq -1083,2
162 Cesium Água kg -2,06771
163 Cesium-134 Ar Bq 15917,26
164 Cesium-134 Água Bq 1875289
165 Cesium-136 Água Bq -631,484
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 159
166 Cesium-137 Ar Bq 31895,83
167 Cesium-137 Água Bq -
5,49E+08
168 Chemical waste, inert Resíduo kg -1773,18
169 Chemical waste, regulated Resíduo kg -164366
170 Chemical waste, unspecified Resíduo kg -2638,48
171 Chloramine Ar kg -1,03094
172 Chloramine Água kg -9,19911
173 Chlorate Água kg -1666,99
174 Chloride Ar kg 3,895531
175 Chloride Água kg -1994745
176 Chloride Solo kg 215954,8
177 Chlorinated solvents, unspecified Água kg -0,92482
178 Chlorine Ar kg -752,69
179 Chlorine Água kg 33,67286
180 Chloroacetic acid Ar kg -0,34737
181 Chloroacetic acid Água kg -81,2003
182 Chloroacetyl chloride Água kg -0,0067
183 Chloroform Ar kg -1,65623
184 Chloroform Água kg -0,29862
185 Chlorosilane, trimethyl- Ar kg -0,04339
186 Chlorosulfonic acid Ar kg -0,00299
187 Chlorosulfonic acid Água kg -0,00746
188 Chlorothalonil Solo kg -7871,99
189 Chromium Ar kg -327,929
190 Chromium Água kg 17,82261
191 Chromium Solo kg 13,4405
192 Chromium-51 Ar Bq -53,1372
193 Chromium-51 Água Bq -1354288
194 Chromium VI Ar kg -7,27843
195 Chromium VI Água kg -292,733
196 Chromium VI Solo kg -78,3376
197 Chromium, 25.5% in chromite, 11.6% in crude ore, in ground Matéria prima kg -80768,3
198 Chromium, in ground Matéria prima kg 4,253367
199 Chromium, ion Ar kg 0,000412
200 Chromium, ion Água kg -61,7608
201 Chromium, ion Solo kg 4,36E-06
202 Chrysene Ar kg 0,000377
203 Chrysene Água kg 0,031678
204 Chrysotile, in ground Matéria prima kg -34,2447
205 Cinnabar, in ground Matéria prima kg -3,20011
206 Clay, bentonite, in ground Matéria prima kg -648354
207 Clay, unspecified, in ground Matéria prima kg 15827306
208 Coal, brown, in ground Matéria prima kg -2,3E+07
209 Coal, hard, unspecified, in ground Matéria prima kg -6,7E+07
210 Cobalt Ar kg -24,9811
211 Cobalt Água kg -13,8157
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 160
212 Cobalt Solo kg 28,79467
213 Cobalt-57 Água Bq -20045,8
214 Cobalt-58 Ar Bq 25,96384
215 Cobalt-58 Água Bq -9009549
216 Cobalt-60 Ar Bq 1881,693
217 Cobalt-60 Água Bq 5365458
218 Cobalt, in ground Matéria prima kg -0,50465
219 COD, Chemical Oxygen Demand Água kg -592812
220 Colemanite, in ground Matéria prima kg -600,267
221 Construction waste Resíduo kg 26035,21
222 Copper Ar kg -416,742
223 Copper Água kg 3,141293
224 Copper Solo kg -266,878
225 Copper, 0.99% in sulfide, Cu 0.36% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in ground Matéria prima kg -7097,83
226 Copper, 1.18% in sulfide, Cu 0.39% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in ground Matéria prima kg -39140,9
227 Copper, 1.42% in sulfide, Cu 0.81% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in ground Matéria prima kg -10382,7
228 Copper, 2.19% in sulfide, Cu 1.83% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in ground Matéria prima kg -51740,7
229 Copper, in ground Matéria prima kg -47,3314
230 Copper, ion Água kg -110,637
231 Cresol Água kg 2,23E-05
232 Cumene Ar kg -800,516
233 Cumene Água kg -1923,63
234 Curium alpha Água Bq 76130,09
235 Cyanide Ar kg 91,57467
236 Cyanide Água kg -84,0144
237 Cyanoacetic acid Ar kg -0,00245
238 Cyclohexane Ar kg 0,002143
239 Cypermethrin Solo kg -9,71409
240 Decane Água kg 30,13908
241 Decane Solo kg 1,602412
242 Diatomite, in ground Matéria prima kg 0,05602
243 Dibenz(a,h)anthracene Ar kg 8,52E-05
244 Dichromate Água kg -1,98088
245 Diethanolamine Ar kg 2,41E-09
246 Diethylamine Ar kg -0,47133
247 Diethylamine Água kg -1,13121
248 Dimethyl malonate Ar kg -0,00307
249 Dimethylamine Água kg -0,47583
250 Dinitrogen monoxide Ar kg -31600,7
251 Dioxin, 2,3,7,8 Tetrachlorodibenzo-p- Ar kg 0,000671
252 Dioxin, 2,3,7,8 Tetrachlorodibenzo-p- Água kg -2,47E-09
253 Dioxins, measured as 2,3,7,8-tetrachlorodibenzo-p-dioxin Ar kg -6,63E-07
254 Dipropylamine Ar kg -0,30003
255 Dipropylamine Água kg -0,72007
256 DOC, Dissolved Organic Carbon Água kg -180871
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 161
257 Dolomite, in ground Matéria prima kg -4984254
258 Energy, from coal Matéria prima MJ 20809995
259 Energy, from coal, brown Matéria prima MJ 15652501
260 Energy, from gas, natural Matéria prima MJ 1,31E+08
261 Energy, from oil Matéria prima MJ 85555331
262 Energy, from peat Matéria prima MJ 31782,56
263 Energy, from uranium Matéria prima MJ 26426317
264 Energy, from wood Matéria prima MJ 608,7075
265 Energy, geothermal, converted Matéria prima MJ 30810,65
266 Energy, gross calorific value, in biomass Matéria prima MJ -
5,91E+09
267 Energy, gross calorific value, in biomass, primary forest Matéria prima MJ -5770804
268 Energy, kinetic (in wind), converted Matéria prima MJ -3,7E+07
269 Energy, potential (in hydropower reservoir), converted Matéria prima MJ -
4,09E+08
270 Energy, solar, converted Matéria prima MJ 4721836
271 Ethane Ar kg -580,569
272 Ethane, 1,1-difluoro-, HFC-152a Ar kg -0,16154
273 Ethane, 1,1,1-trichloro-, HCFC-140 Ar kg -0,00035
274 Ethane, 1,1,1,2-tetrafluoro-, HFC-134a Ar kg 107,4731
275 Ethane, 1,1,2-trichloro-1,2,2-trifluoro-, CFC-113 Ar kg -0,0026
276 Ethane, 1,2-dichloro- Ar kg -16,2935
277 Ethane, 1,2-dichloro- Água kg -28,7216
278 Ethane, 1,2-dichloro-1,1,2,2-tetrafluoro-, CFC-114 Ar kg -1,11565
279 Ethane, hexafluoro-, HFC-116 Ar kg -36,9772
280 Ethanol Ar kg -53,8528
281 Ethanol Água kg -6,45375
282 Ethene Ar kg -1780,24
283 Ethene Água kg -21,1198
284 Ethene, chloro- Ar kg 201,3281
285 Ethene, chloro- Água kg -0,05881
286 Ethene, tetrachloro- Ar kg -0,0009
287 Ethyl acetate Ar kg -99,0744
288 Ethyl acetate Água kg -1,20106
289 Ethyl cellulose Ar kg -0,1986
290 Ethylamine Ar kg -0,25872
291 Ethylamine Água kg -0,62093
292 Ethylene diamine Ar kg -5,53994
293 Ethylene diamine Água kg -13,2956
294 Ethylene oxide Ar kg -30,4885
295 Ethylene oxide Água kg -0,61302
296 Ethyne Ar kg -177,115
297 Feldspar, in ground Matéria prima kg -0,08036
298 Fenpiclonil Solo kg -309,867
299 Fluoranthene Ar kg 0,000992
300 Fluoranthene Água kg 0,006567
301 Fluorene Ar kg 0,003149
302 Fluoride Ar kg 3,194347
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 162
303 Fluoride Água kg -9857,33
304 Fluoride Solo kg 3285,08
305 Fluorine Ar kg -104,152
306 Fluorine Água kg 0,023038
307 Fluorine, 4.5% in apatite, 1% in crude ore, in ground Matéria prima kg -17619
308 Fluorine, 4.5% in apatite, 3% in crude ore, in ground Matéria prima kg -12331,2
309 Fluorspar, 92%, in ground Matéria prima kg -502039
310 Fluosilicic acid Ar kg -43,0026
311 Fluosilicic acid Água kg -77,4046
312 Food biomass waste, DK Resíduo kg -0,72224
313 Formaldehyde Ar kg -7292,04
314 Formaldehyde Água kg -273,323
315 Formamide Ar kg -0,53679
316 Formamide Água kg -1,28831
317 Formate Água kg -0,54954
318 Formic acid Ar kg -376,226
319 Formic acid Água kg -0,37397
320 Furan Ar kg -106,751
321 Gallium, 0.014% in bauxite, in ground Matéria prima kg -0,00123
322 Gas, mine, off-gas, process, coal mining/m3 Matéria prima m3 -624234
323 Gas, natural, in ground Matéria prima m3 -2,8E+07
324 Glutaraldehyde Água kg -0,96204
325 Glyphosate Solo kg -134,154
326 Gold, Au 1.1E-4%, Ag 4.2E-3%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,19455
327 Gold, Au 1.3E-4%, Ag 4.6E-5%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,35675
328 Gold, Au 1.4E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,42715
329 Gold, Au 2.1E-4%, Ag 2.1E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,65244
330 Gold, Au 4.3E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,1617
331 Gold, Au 4.9E-5%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,38729
332 Gold, Au 6.7E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,5996
333 Gold, Au 7.1E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,6761
334 Gold, Au 9.7E-4%, Ag 9.7E-4%, Zn 0.63%, Cu 0.38%, Pb 0.014%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,04051
335 Gold, in ground Matéria prima kg 8,65E-06
336 Granite, in ground Matéria prima kg -0,02388
337 Gravel, in ground Matéria prima kg -
1,21E+08
338 Gypsum, in ground Matéria prima kg 508,32
339 Heat, waste Ar MJ -
5,12E+09
340 Heat, waste Água MJ 1,27E+08
341 Heat, waste Solo MJ -7470198
342 Helium Ar kg -56,5145
343 Heptane Ar kg -416,92
344 Hexamethylene diamine Ar kg 5,43E-06
345 Hexane Ar kg -3388,06
346 Hexane Água kg 2,52E-06
347 Hydrocarbons, aliphatic, alkanes, cyclic Ar kg -65,0206
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 163
348 Hydrocarbons, aliphatic, alkanes, unspecified Ar kg -8504,05
349 Hydrocarbons, aliphatic, alkanes, unspecified Água kg -268,803
350 Hydrocarbons, aliphatic, unsaturated Ar kg -6408,58
351 Hydrocarbons, aliphatic, unsaturated Água kg -25,0651
352 Hydrocarbons, aromatic Ar kg -3677,22
353 Hydrocarbons, aromatic Água kg -1103,57
354 Hydrocarbons, chlorinated Ar kg -9,64887
355 Hydrocarbons, unspecified Água kg -3268,34
356 Hydrogen Ar kg 11056,95
357 Hydrogen-3, Tritium Ar Bq -
1,78E+10
358 Hydrogen-3, Tritium Água Bq -
1,24E+12
359 Hydrogen bromide Ar kg 0,015638
360 Hydrogen chloride Ar kg -22531,9
361 Hydrogen chloride Água kg 0,000466
362 Hydrogen cyanide Ar kg 0,001043
363 Hydrogen fluoride Ar kg -6376,04
364 Hydrogen fluoride Água kg 29,30976
365 Hydrogen iodide Ar kg 1,12E-05
366 Hydrogen peroxide Ar kg -0,14741
367 Hydrogen peroxide Água kg -1,69861
368 Hydrogen sulfide Ar kg -5808,12
369 Hydrogen sulfide Água kg -46,0798
370 Hydroxide Água kg -5,62368
371 Hypochlorite Água kg -47,5127
372 Indeno(1,2,3-cd)pyrene Ar kg 0,000102
373 Indium, 0.005% in sulfide, In 0.003%, Pb, Zn, Ag, Cd, in ground Matéria prima kg 1,736226
374 Iodide Água kg -589,893
375 Iodine Ar kg -40,538
376 Iodine-129 Ar Bq -2950240
377 Iodine-129 Água Bq 8308375
378 Iodine-131 Ar Bq -8,8E+07
379 Iodine-131 Água Bq -188582
380 Iodine-133 Ar Bq -8433,94
381 Iodine-133 Água Bq -5586,77
382 Iodine-135 Ar Bq -9421,65
383 Iodine, 0.03% in water Matéria prima kg -717,187
384 Iron Ar kg -357,976
385 Iron Água kg 2682,452
386 Iron Solo kg -15374,4
387 Iron-59 Água Bq -1535,93
388 Iron, 46% in ore, 25% in crude ore, in ground Matéria prima kg -5,1E+07
389 Iron, ion Água kg -43694
390 Isocyanic acid Ar kg -1,57992
391 Isoprene Ar kg -4,95366
392 Isopropylamine Ar kg -0,00014
393 Isopropylamine Água kg -0,00033
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 164
394 Kaolinite, 24% in crude ore, in ground Matéria prima kg -295191
395 Kieserite, 25% in crude ore, in ground Matéria prima kg 8,997405
396 Krypton-85 Ar Bq -
6,98E+08
397 Krypton-85m Ar Bq 2,15E+12
398 Krypton-87 Ar Bq -1,9E+07
399 Krypton-88 Ar Bq -2,1E+07
400 Krypton-89 Ar Bq -6708930
401 Lactic acid Ar kg -0,23502
402 Lactic acid Água kg -0,56406
403 Lanthanum-140 Ar Bq -292,348
404 Lanthanum-140 Água Bq -9478,45
405 Lead Ar kg -459,676
406 Lead Água kg -105,469
407 Lead Solo kg -102,088
408 Lead-210 Ar Bq -1,4E+07
409 Lead-210 Água Bq -
2,53E+08
410 Lead compounds Ar kg 1,04E-06
411 Lead, 5.0% in sulfide, Pb 3.0%, Zn, Ag, Cd, In, in ground Matéria prima kg 10004,88
412 Lead, in ground Matéria prima kg 219,2249
413 Linuron Solo kg -6,12461
414 Lithium, 0.15% in brine, in ground Matéria prima kg -15,5292
415 Lithium, ion Água kg -35,3572
416 m-Xylene Ar kg -241,136
417 m-Xylene Água kg -1,38971
418 Magnesite, 60% in crude ore, in ground Matéria prima kg -7397,05
419 Magnesium Ar kg -1018,41
420 Magnesium Água kg -27274,1
421 Magnesium Solo kg 73600,58
422 Magnesium chloride Matéria prima kg 4390,518
423 Magnesium, 0.13% in water Matéria prima kg -31,0585
424 Magnesium, in ground Matéria prima kg -7,53E-05
425 Mancozeb Solo kg -10224,3
426 Manganese Ar kg -385,658
427 Manganese Água kg -1134,52
428 Manganese Solo kg -4915,23
429 Manganese-54 Ar Bq -27,2125
430 Manganese-54 Água Bq 1356603
431 Manganese, 35.7% in sedimentary deposit, 14.2% in crude ore, in ground Matéria prima kg -10637,9
432 Manganese, in ground Matéria prima kg 37,58877
433 Mercury Ar kg -8,77958
434 Mercury Água kg -0,78496
435 Mercury Solo kg -1,94442
436 Mercury, in ground Matéria prima kg -0,00295
437 Metaldehyde Solo kg -3,54614
438 Metamorphous rock, graphite containing, in ground Matéria prima kg 22927025
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 165
439 Methane Ar kg 3510605
440 Methane, biogenic Ar kg -32892,4
441 Methane, bromo-, Halon 1001 Ar kg -1,62E-09
442 Methane, bromochlorodifluoro-, Halon 1211 Ar kg -0,01579
443 Methane, bromotrifluoro-, Halon 1301 Ar kg -1,02207
444 Methane, chlorodifluoro-, HCFC-22 Ar kg -0,59146
445 Methane, chlorotrifluoro-, CFC-13 Ar kg 0,04826
446 Methane, dibromo- Água kg 5,03E-07
447 Methane, dichloro-, HCC-30 Ar kg -0,93314
448 Methane, dichloro-, HCC-30 Água kg -26,3268
449 Methane, dichlorodifluoro-, CFC-12 Ar kg 0,037246
450 Methane, dichlorofluoro-, HCFC-21 Ar kg -1,92E-05
451 Methane, fossil Ar kg -927627
452 Methane, monochloro-, R-40 Ar kg -0,00997
453 Methane, monochloro-, R-40 Água kg 0,002462
454 Methane, tetrachloro-, CFC-10 Ar kg -1,2005
455 Methane, tetrafluoro-, CFC-14 Ar kg -331,157
456 Methane, trichlorofluoro-, CFC-11 Ar kg 0,357448
457 Methane, trifluoro-, HFC-23 Ar kg -0,0061
458 Methanesulfonic acid Ar kg -0,00247
459 Methanol Ar kg -2507,48
460 Methanol Água kg -55,9857
461 Methyl acetate Ar kg -4,05E-05
462 Methyl acetate Água kg -9,72E-05
463 Methyl acrylate Ar kg -0,06207
464 Methyl acrylate Água kg -1,21259
465 Methyl amine Ar kg -0,00651
466 Methyl amine Água kg -0,01562
467 Methyl borate Ar kg -0,10871
468 Methyl ethyl ketone Ar kg -98,5707
469 Methyl formate Ar kg -0,14216
470 Methyl formate Água kg -0,05676
471 Methyl lactate Ar kg -0,25801
472 Metolachlor Solo kg -44,3273
473 Metribuzin Solo kg -360,011
474 Mineral waste Resíduo kg -339,208
475 Mineral waste, from mining Resíduo kg 29021302
476 Molybdenum Ar kg -2,87019
477 Molybdenum Água kg -91,8222
478 Molybdenum Solo kg -1,0033
479 Molybdenum-99 Água Bq -3268,06
480 Molybdenum, 0.010% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 1.83% in crude ore, in ground Matéria prima kg -961,534
481 Molybdenum, 0.014% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 0.81% in crude ore, in ground Matéria prima kg -136,378
482 Molybdenum, 0.022% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 0.36% in crude ore, in ground Matéria prima kg -103,306
483 Molybdenum, 0.025% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 0.39% in crude ore, in ground Matéria prima kg -499,729
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 166
484 Molybdenum, 0.11% in sulfide, Mo 4.1E-2% and Cu 0.36% in crude ore, in ground Matéria prima kg -207,174
485 Molybdenum, in ground Matéria prima kg 0,035268
486 Monoethanolamine Ar kg -6,0442
487 Naphthalene Ar kg 0,032
488 Naphthalene Água kg 0,802928
489 Napropamide Solo kg -6,27384
490 Natural aggregate Matéria prima kg 23734159
491 Nickel Ar kg -229,807
492 Nickel Água kg 5,834601
493 Nickel Solo kg -7,98539
494 Nickel, 1.13% in sulfide, Ni 0.76% and Cu 0.76% in crude ore, in ground Matéria prima kg -1387,94
495 Nickel, 1.98% in silicates, 1.04% in crude ore, in ground Matéria prima kg -192558
496 Nickel, in ground Matéria prima kg -4,36494
497 Nickel, ion Água kg -170,286
498 Niobium-95 Ar Bq -3,23039
499 Niobium-95 Água Bq -150704
500 Nitrate Ar kg -4,93163
501 Nitrate Água kg -972883
502 Nitric oxide Ar kg 0,000103
503 Nitrite Água kg -60,0617
504 Nitrobenzene Ar kg -1,41366
505 Nitrobenzene Água kg -5,66518
506 Nitrogen Ar kg 10864,94
507 Nitrogen Água kg -25454,3
508 Nitrogen oxides Ar kg -978337
509 Nitrogen, in air Matéria prima kg -136186
510 Nitrogen, organic bound Água kg -422,029
511 NMVOC, non-methane volatile organic compounds, unspecified origin Ar kg -245132
512 Noble gases, radioactive, unspecified Ar Bq -
2,96E+13
513 o-Xylene Água kg -0,00022
514 Occupation, arable, non-irrigated Matéria prima m2a -2,6E+07
515 Occupation, construction site Matéria prima m2a -105245
516 Occupation, dump site Matéria prima m2a -386127
517 Occupation, dump site, benthos Matéria prima m2a -12506,6
518 Occupation, forest, intensive Matéria prima m2a -
8,19E+08
519 Occupation, forest, intensive, normal Matéria prima m2a -
3,81E+08
520 Occupation, forest, intensive, short-cycle Matéria prima m2a -1447596
521 Occupation, industrial area Matéria prima m2a -420625
522 Occupation, industrial area, benthos Matéria prima m2a -95,9325
523 Occupation, industrial area, built up Matéria prima m2a -527350
524 Occupation, industrial area, vegetation Matéria prima m2a -164908
525 Occupation, mineral extraction site Matéria prima m2a -220094
526 Occupation, permanent crop, fruit, intensive Matéria prima m2a -2112102
527 Occupation, shrub land, sclerophyllous Matéria prima m2a -7805,36
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 167
528 Occupation, traffic area, rail embankment Matéria prima m2a -74805,2
529 Occupation, traffic area, rail network Matéria prima m2a -82716,9
530 Occupation, traffic area, road embankment Matéria prima m2a -1,7E+07
531 Occupation, traffic area, road network Matéria prima m2a 240080
532 Occupation, urban, discontinuously built Matéria prima m2a -62268,9
533 Occupation, water bodies, artificial Matéria prima m2a -685047
534 Occupation, water courses, artificial Matéria prima m2a -225733
535 Octane Ar kg 3,292155
536 Oil, crude, in ground Matéria prima kg -6,1E+07
537 Oils, biogenic Solo kg -4818,97
538 Oils, unspecified Água kg -149355
539 Oils, unspecified Solo kg -157811
540 Olivine, in ground Matéria prima kg -78,124
541 Orbencarb Solo kg -1944,05
542 Oxygen Ar kg 366252,9
543 Oxygen, in air Matéria prima kg -20448,3
544 Ozone Ar kg -1255,35
545 Packaging waste, paper and board Resíduo kg -79,2056
546 Packaging waste, plastic Resíduo kg -0,00228
547 Packaging waste, steel Resíduo kg -0,53274
548 Packaging waste, wood Resíduo kg -18,8149
549 PAH, polycyclic aromatic hydrocarbons Ar kg -158,873
550 PAH, polycyclic aromatic hydrocarbons Água kg -12,8879
551 Palladium Ar kg 2,40E-10
552 Palladium, in ground Matéria prima kg 9,10E-06
553 Particulates, < 10 um Ar kg -1209,24
554 Particulates, < 10 um Água kg -18,1989
555 Particulates, < 2.5 um Ar kg -229077
556 Particulates, > 10 um Ar kg -340363
557 Particulates, > 10 um Água kg 29274,36
558 Particulates, > 2.5 um, and < 10um Ar kg -51200,5
559 Pd, Pd 2.0E-4%, Pt 4.8E-4%, Rh 2.4E-5%, Ni 3.7E-2%, Cu 5.2E-2% in ore, in ground Matéria prima kg -0,08629
560 Pd, Pd 7.3E-4%, Pt 2.5E-4%, Rh 2.0E-5%, Ni 2.3E+0%, Cu 3.2E+0% in ore, in ground Matéria prima kg -0,20736
561 Peat, in ground Matéria prima kg -2954976
562 Pentane Ar kg -1845,02
563 Phenanthrene Ar kg 0,010052
564 Phenol Ar kg -599,93
565 Phenol Água kg -788,118
566 Phenol, 2,4-dichloro- Ar kg -0,00558
567 Phenol, pentachloro- Ar kg -0,53893
568 Phosphate Água kg -28226,9
569 Phosphate Solo kg 110586,6
570 Phosphine Ar kg -4,60E-05
571 Phosphorus Ar kg -607,623
572 Phosphorus Água kg -1169,22
573 Phosphorus Solo kg -2688,42
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 168
574 Phosphorus, 18% in apatite, 12% in crude ore, in ground Matéria prima kg -49114,6
575 Phosphorus, 18% in apatite, 4% in crude ore, in ground Matéria prima kg -70476,1
576 Phosphorus, in ground Matéria prima kg 0,002786
577 Pirimicarb Solo kg -0,03838
578 Plastic waste Resíduo kg -701,927
579 Platinum Ar kg -3,37E-05
580 Platinum, in ground Matéria prima kg 0,000109
581 Plutonium-238 Ar Bq -0,41946
582 Plutonium-alpha Ar Bq 3,41712
583 Plutonium-alpha Água Bq 228690,7
584 Polonium-210 Ar Bq -2,4E+07
585 Polonium-210 Água Bq -
3,83E+08
586 Polychlorinated biphenyls Ar kg -0,27422
587 Potassium Ar kg -47022,5
588 Potassium Água kg 1753,064
589 Potassium Solo kg 57043,92
590 Potassium-40 Ar Bq -3131659
591 Potassium-40 Água Bq -3,8E+07
592 Potassium chloride Matéria prima kg -2,068
593 Potassium, ion Água kg -28758,8
594 Primary energy from waves Matéria prima MJ -170,887
595 Propanal Ar kg -1,79
596 Propanal Água kg -1,01973
597 Propane Ar kg -1072,29
598 Propane, 1,2-dichloro- Água kg 4,36E-09
599 Propene Ar kg -928,54
600 Propene Água kg -705,134
601 Propionic acid Ar kg 16,23152
602 Propionic acid Água kg -0,02445
603 Propylamine Ar kg -0,16999
604 Propylamine Água kg -0,40797
605 Propylene oxide Ar kg 5,993227
606 Propylene oxide Água kg 14,42439
607 Protactinium-234 Ar Bq -436878
608 Protactinium-234 Água Bq -8049733
609 Pt, Pt 2.5E-4%, Pd 7.3E-4%, Rh 2.0E-5%, Ni 2.3E+0%, Cu 3.2E+0% in ore, in ground Matéria prima kg -0,00405
610 Pt, Pt 4.8E-4%, Pd 2.0E-4%, Rh 2.4E-5%, Ni 3.7E-2%, Cu 5.2E-2% in ore, in ground Matéria prima kg -0,0145
611 Pumice, in ground Matéria prima kg 0,432306
612 Radioactive species, alpha emitters Água Bq -663889
613 Radioactive species, Nuclides, unspecified Água Bq -
2,99E+09
614 Radioactive species, other beta emitters Ar Bq 89841392
615 Radioactive tailings Resíduo kg 9637,365
616 Radium-224 Água Bq -
1,03E+08
617 Radium-226 Ar Bq -1,9E+07
618 Radium-226 Água Bq -
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 169
4,51E+09
619 Radium-228 Ar Bq -3823222
620 Radium-228 Água Bq -
2,07E+08
621 Radon-220 Ar Bq -
1,38E+08
622 Radon-222 Ar Bq -
1,31E+12
623 Rejects Resíduo kg 4287513
624 Rh, Rh 2.0E-5%, Pt 2.5E-4%, Pd 7.3E-4%, Ni 2.3E+0%, Cu 3.2E+0% in ore, in ground Matéria prima kg -0,00129
625 Rh, Rh 2.4E-5%, Pt 4.8E-4%, Pd 2.0E-4%, Ni 3.7E-2%, Cu 5.2E-2% in ore, in ground Matéria prima kg -0,00404
626 Rhenium, in crude ore, in ground Matéria prima kg -0,0019
627 Rhodium Ar kg 2,31E-10
628 Rubidium Água kg -20,6771
629 Ruthenium-103 Ar Bq -0,70973
630 Ruthenium-103 Água Bq -689,576
631 Ruthenium-106 Água Bq 57443,65
632 Sand, unspecified, in ground Matéria prima kg 15458748
633 Scandium Ar kg -0,14093
634 Scandium Água kg -5,32738
635 Selenium Ar kg -1506,62
636 Selenium Água kg 34,89141
637 Shale, in ground Matéria prima kg -567,923
638 Silicon Ar kg -1421,31
639 Silicon Água kg -10282,6
640 Silicon Solo kg -22385,8
641 Silicon tetrafluoride Ar kg -0,52991
642 Silver Ar kg -0,02651
643 Silver-110 Ar Bq -7,03408
644 Silver-110 Água Bq -5874953
645 Silver, 0.007% in sulfide, Ag 0.004%, Pb, Zn, Cd, In, in ground Matéria prima kg -4,42697
646 Silver, 3.2ppm in sulfide, Ag 1.2ppm, Cu and Te, in crude ore, in ground Matéria prima kg -3,16015
647 Silver, Ag 2.1E-4%, Au 2.1E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,29163
648 Silver, Ag 4.2E-3%, Au 1.1E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,66606
649 Silver, Ag 4.6E-5%, Au 1.3E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,65283
650 Silver, Ag 9.7E-4%, Au 9.7E-4%, Zn 0.63%, Cu 0.38%, Pb 0.014%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,43078
651 Silver, in ground Matéria prima kg 0,001488
652 Silver, ion Água kg -1,8953
653 Slag (uranium conversion) Resíduo kg 25,58018
654 Slags Resíduo kg 1090,042
655 Slate, in ground Matéria prima kg -7,98372
656 Sodium Ar kg -2215,61
657 Sodium Solo kg 528216
658 Sodium-24 Água Bq -24725,2
659 Sodium chlorate Ar kg -5,74859
660 Sodium chloride, in ground Matéria prima kg -5094706
661 Sodium dichromate Ar kg -0,53666
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 170
662 Sodium formate Ar kg -6,82075
663 Sodium formate Água kg -16,3864
664 Sodium hydroxide Ar kg -0,54914
665 Sodium nitrate, in ground Matéria prima kg -0,20584
666 Sodium sulphate, various forms, in ground Matéria prima kg -145044
667 Sodium, ion Água kg -301695
668 Soil, unspecified, in ground Matéria prima kg 9800871
669 Solids, inorganic Água kg -361556
670 Solved solids Água kg -28172,2
671 Stibnite, in ground Matéria prima kg 0,005822
672 Strontium Ar kg -21,0464
673 Strontium Água kg -4219,66
674 Strontium Solo kg 270,8109
675 Strontium-89 Água Bq -165106
676 Strontium-90 Água Bq -
2,45E+09
677 Styrene Ar kg -14,1338
678 Sulfate Ar kg -13902,9
679 Sulfate Água kg -1100562
680 Sulfate Solo kg 4197,041
681 Sulfide Água kg 820,8909
682 Sulfide Solo kg 24625,87
683 Sulfite Água kg -130,861
684 Sulfur Água kg -3595,46
685 Sulfur Solo kg -3095,41
686 Sulfur dioxide Ar kg -1419337
687 Sulfur hexafluoride Ar kg -13,6847
688 Sulfur trioxide Ar kg -11,3695
689 Sulfur, in ground Matéria prima kg -4429,27
690 Sulfuric acid Ar kg -0,1153
691 Sulfuric acid Solo kg -7,09E-05
692 Suspended solids, unspecified Água kg -171227
693 Sylvite, 25 % in sylvinite, in ground Matéria prima kg -483481
694 t-Butyl methyl ether Ar kg -5,48992
695 t-Butyl methyl ether Água kg -4,92925
696 t-Butylamine Ar kg -0,00178
697 t-Butylamine Água kg -0,00428
698 Talc, in ground Matéria prima kg -134,9
699 Tantalum, 81.9% in tantalite, 1.6E-4% in crude ore, in ground Matéria prima kg -3,47442
700 Tebutam Solo kg -14,8662
701 Technetium-99m Água Bq -75356,3
702 Teflubenzuron Solo kg -23,9992
703 Tellurium Ar kg 5,50E-05
704 Tellurium-123m Água Bq -119953
705 Tellurium-132 Água Bq -189,221
706 Tellurium, 0.5ppm in sulfide, Te 0.2ppm, Cu and Ag, in crude ore, in ground Matéria prima kg -0,47404
707 Terpenes Ar kg -46,8408
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 171
708 Thallium Ar kg -0,10846
709 Thallium Água kg -0,27261
710 Thiram Solo kg -0,21325
711 Thorium Ar kg -0,16024
712 Thorium-228 Ar Bq -722204
713 Thorium-228 Água Bq -
4,17E+08
714 Thorium-230 Ar Bq -2769787
715 Thorium-230 Água Bq -
1,10E+09
716 Thorium-232 Ar Bq -914490
717 Thorium-232 Água Bq -1563990
718 Thorium-234 Ar Bq -436982
719 Thorium-234 Água Bq -8051029
720 Tin Ar kg -5,29618
721 Tin Água kg 6,45E-05
722 Tin Solo kg -40,4406
723 Tin oxide Ar kg 1,09E-07
724 Tin, 79% in cassiterite, 0.1% in crude ore, in ground Matéria prima kg -191,969
725 Tin, in ground Matéria prima kg 7,33E-12
726 Tin, ion Água kg -75,8186
727 TiO2, 54% in ilmenite, 2.6% in crude ore, in ground Matéria prima kg -262473
728 TiO2, 95% in rutile, 0.40% in crude ore, in ground Matéria prima kg 0,002372
729 Titanium Ar kg 10,98
730 Titanium Água kg 0,108821
731 Titanium Solo kg -371,59
732 Titanium, in ground Matéria prima kg 12,45685
733 Titanium, ion Água kg -54,8362
734 TOC, Total Organic Carbon Água kg -183939
735 Toluene Ar kg -418,109
736 Toluene Água kg -260,884
737 Toluene, 2-chloro- Ar kg -0,41972
738 Toluene, 2-chloro- Água kg -0,87916
739 Transformation, from arable Matéria prima m2 -741,083
740 Transformation, from arable, non-irrigated Matéria prima m2 -4,8E+07
741 Transformation, from arable, non-irrigated, fallow Matéria prima m2 -203,558
742 Transformation, from dump site, inert material landfill Matéria prima m2 -1066,48
743 Transformation, from dump site, residual material landfill Matéria prima m2 -467,978
744 Transformation, from dump site, sanitary landfill Matéria prima m2 -36,332
745 Transformation, from dump site, slag compartment Matéria prima m2 10,45602
746 Transformation, from forest Matéria prima m2 -43395,3
747 Transformation, from forest, extensive Matéria prima m2 -8220772
748 Transformation, from forest, intensive, clear-cutting Matéria prima m2 -51699,5
749 Transformation, from industrial area Matéria prima m2 -214,021
750 Transformation, from industrial area, benthos Matéria prima m2 -0,04223
751 Transformation, from industrial area, built up Matéria prima m2 -25,0235
752 Transformation, from industrial area, vegetation Matéria prima m2 -42,6871
753 Transformation, from mineral extraction site Matéria prima m2 -3945,55
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 172
754 Transformation, from pasture and meadow Matéria prima m2 -5151,98
755 Transformation, from pasture and meadow, intensive Matéria prima m2 -39553,7
756 Transformation, from sea and ocean Matéria prima m2 -12520,4
757 Transformation, from shrub land, sclerophyllous Matéria prima m2 -2787,72
758 Transformation, from tropical rain forest Matéria prima m2 -51699,5
759 Transformation, from unknown Matéria prima m2 -42762,3
760 Transformation, to arable Matéria prima m2 -2055,1
761 Transformation, to arable, non-irrigated Matéria prima m2 -4,9E+07
762 Transformation, to arable, non-irrigated, fallow Matéria prima m2 -256,73
763 Transformation, to dump site Matéria prima m2 -2976,75
764 Transformation, to dump site, benthos Matéria prima m2 -12506,6
765 Transformation, to dump site, inert material landfill Matéria prima m2 -1066,48
766 Transformation, to dump site, residual material landfill Matéria prima m2 -468,011
767 Transformation, to dump site, sanitary landfill Matéria prima m2 -36,332
768 Transformation, to dump site, slag compartment Matéria prima m2 10,45602
769 Transformation, to forest Matéria prima m2 -2461,52
770 Transformation, to forest, intensive Matéria prima m2 -5467024
771 Transformation, to forest, intensive, clear-cutting Matéria prima m2 -51699,5
772 Transformation, to forest, intensive, normal Matéria prima m2 -2608338
773 Transformation, to forest, intensive, short-cycle Matéria prima m2 -51699,5
774 Transformation, to heterogeneous, agricultural Matéria prima m2 -1985,26
775 Transformation, to industrial area Matéria prima m2 -10051,1
776 Transformation, to industrial area, benthos Matéria prima m2 -13,8137
777 Transformation, to industrial area, built up Matéria prima m2 -10688
778 Transformation, to industrial area, vegetation Matéria prima m2 -3372,61
779 Transformation, to mineral extraction site Matéria prima m2 -52863,5
780 Transformation, to pasture and meadow Matéria prima m2 -293,516
781 Transformation, to permanent crop, fruit, intensive Matéria prima m2 -29732,2
782 Transformation, to sea and ocean Matéria prima m2 -0,04223
783 Transformation, to shrub land, sclerophyllous Matéria prima m2 -1560,32
784 Transformation, to traffic area, rail embankment Matéria prima m2 -174,066
785 Transformation, to traffic area, rail network Matéria prima m2 -191,328
786 Transformation, to traffic area, road embankment Matéria prima m2 -115272
787 Transformation, to traffic area, road network Matéria prima m2 -828,417
788 Transformation, to unknown Matéria prima m2 -849,345
789 Transformation, to urban, discontinuously built Matéria prima m2 -1240,36
790 Transformation, to water bodies, artificial Matéria prima m2 -5231,59
791 Transformation, to water courses, artificial Matéria prima m2 -2680,21
792 Tributyltin compounds Água kg -6,26359
793 Triethylene glycol Água kg 1,041639
794 Trimethylamine Ar kg -7,81E-05
795 Trimethylamine Água kg -0,00019
796 Tungsten Ar kg -0,0013
797 Tungsten Água kg -9,24163
798 Ulexite, in ground Matéria prima kg -70,5601
799 Uranium Ar kg -0,15243
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 173
800 Uranium-234 Ar Bq -6096968
801 Uranium-234 Água Bq -9659680
802 Uranium-235 Ar Bq 277881,2
803 Uranium-235 Água Bq -1,6E+07
804 Uranium-238 Ar Bq -7760707
805 Uranium-238 Água Bq -
1,37E+08
806 Uranium alpha Ar Bq -2,4E+07
807 Uranium alpha Água Bq -
4,64E+08
808 Uranium, in ground Matéria prima kg -2148,09
809 Urea Água kg -1,17188
810 Used air Ar kg 1,77E+08
811 Vanadium Ar kg -248,141
812 Vanadium Água kg 0,657176
813 Vanadium Solo kg -10,636
814 Vanadium, ion Água kg 21,79047
815 Vermiculite, in ground Matéria prima kg -21,6314
816 VOC, volatile organic compounds Ar kg 5472,308
817 VOC, volatile organic compounds, unspecified origin Água kg -747,13
818 Volume occupied, final repository for low-active radioactive waste Matéria prima m3 -3,61397
819 Volume occupied, final repository for radioactive waste Matéria prima m3 -0,90848
820 Volume occupied, reservoir Matéria prima m3y -9057382
821 Volume occupied, underground deposit Matéria prima m3 -9,38341
822 Waste returned to mine Resíduo kg 173961,5
823 Waste, industrial Resíduo kg -544,911
824 Waste, nuclear, unspecified/kg Resíduo kg 106,2971
825 Waste, unspecified Resíduo kg -909,836
826 Water Ar kg 66515025
827 Water, cooling, unspecified natural origin/m3 Matéria prima m3 -8637596
828 Water, lake Matéria prima m3 -22761,2
829 Water, river Matéria prima m3 -1302221
830 Water, salt, ocean Matéria prima m3 -124138
831 Water, salt, sole Matéria prima m3 -1458542
832 Water, turbine use, unspecified natural origin Matéria prima m3 -
2,12E+09
833 Water, unspecified natural origin/kg Matéria prima kg 4,35E+08
834 Water, unspecified natural origin/m3 Matéria prima m3 -3002750
835 Water, well, in ground Matéria prima m3 -358782
836 Wood waste Resíduo kg -34,526
837 Wood, hard, standing Matéria prima m3 -276884
838 Wood, primary forest, standing Matéria prima m3 -535,324
839 Wood, soft, standing Matéria prima m3 -215753
840 Wood, unspecified, standing/m3 Matéria prima m3 -0,22439
841 Xenon-131m Ar Bq -9,1E+07
842 Xenon-133 Ar Bq -
2,82E+09
843 Xenon-133m Ar Bq -9450697
844 Xenon-135 Ar Bq -
1,17E+09
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 174
845 Xenon-135m Ar Bq -
7,64E+08
846 Xenon-137 Ar Bq -1,8E+07
847 Xenon-138 Ar Bq -
1,46E+08
848 Xylene Ar kg -381,706
849 Xylene Água kg -210,355
850 Zinc Ar kg -1137,71
851 Zinc Água kg 17,29543
852 Zinc Solo kg -1752,43
853 Zinc-65 Ar Bq -135,879
854 Zinc-65 Água Bq -335226
855 Zinc oxide Ar kg 2,17E-07
856 Zinc, 9.0% in sulfide, Zn 5.3%, Pb, Ag, Cd, In, in ground Matéria prima kg -54639,1
857 Zinc, in ground Matéria prima kg 40,36077
858 Zinc, ion Água kg -886,81
859 Zirconium Ar kg -0,91211
860 Zirconium-95 Ar Bq -132,817
861 Zirconium-95 Água Bq -3882,15
862 Zirconium, 50% in zircon, 0.39% in crude ore, in ground Matéria prima kg -4,67179
Valores retirados da modelação no Simapro
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 175
Anexo C – TABELA DE RESULTADOS DE CARACTERIZAÇÃO PARA
TODAS AS CATEGORIAS DE IMPACTE DO MÉTODO ILCD 2011
(v.1.1)
Calculation: Analisar
Results: Avaliação de impacto
Product: 1 p RE todos os materiais (of project SPV - Baseline)
Método: ILCD 2011 Midpoint V1.01
Indicador: Caracterização
Unidade: %
Skip categories: Nunca
Modo: Grupo Excluir processos de infra-
estrutura: N.º Excluir emissões de longo
prazo: Sim
Sorted on item: Categoria de impacte
Sort order: Ascendente
Categoria de impacte Unidade Total
2) Recolha seletiva
3) Recolha indiferenciada 4) Triagem
5) Incineração 6) TMB
7) Reciclagem
8) Valorização orgânica 9) Aterro
Climate change kg CO2 eq -1,2E+08 2,3E+07 8,6E+06 1,6E+06 9,7E+07 3,3E+05 -3,3E+08 -1,5E+05 8,2E+07
Ozone depletion kg CFC-11 eq -1,4E+01 3,3E+00 1,3E+00 1,5E-01 -8,0E-01 4,0E-02 -1,8E+01 -1,6E-03 2,8E-01 Human toxicity, cancer effects CTUh -4,4E+00 1,8E-01 5,7E-02 1,1E-01 4,3E-01 2,3E-03 -5,6E+00 -5,1E-04 3,6E-01 Human toxicity, non-cancer effects CTUh -1,3E+02 1,3E+00 4,3E-01 2,8E-01 -1,3E-01 1,1E-02 -1,3E+02 -3,3E-03 -1,4E-01
Particulate matter kg PM2.5 eq -6,7E+05 5,7E+03 2,6E+03 1,3E+03 8,7E+02 3,7E+02 -6,8E+05 -4,0E+01 2,3E+03
Ionizing radiation HH kg U235 eq -3,2E+07 3,3E+05 1,1E+05 3,8E+04 -5,1E+04 3,7E+03 -3,3E+07 -1,9E+03 8,3E+05
Ionizing radiation E (interim) CTUe -2,8E+02 2,9E+00 9,7E-01 3,4E-01 -4,7E-01 3,4E-02 -2,9E+02 -1,3E-02 8,4E+00 Photochemical ozone formation kg NMVOC eq -1,3E+06 1,3E+05 7,0E+04 1,2E+04 3,0E+04 4,0E+03 -1,7E+06 -7,9E+01 1,2E+05
Acidification molc H+ eq -2,8E+06 1,1E+05 5,7E+04 1,1E+04 -9,5E+02 3,2E+03 -3,1E+06 -6,3E+02 1,0E+05
Terrestrial eutrophication molc N eq -5,2E+06 4,8E+05 2,7E+05 4,4E+04 1,1E+05 1,5E+04 -6,5E+06 -2,3E+03 3,3E+05
Freshwater eutrophication kg P eq 2,7E+04 2,6E+02 8,1E+01 5,3E+01 -4,5E+02 3,5E+00 -1,7E+04 -9,2E+00 4,4E+04
Marine eutrophication kg N eq -5,9E+05 4,4E+04 2,4E+04 4,0E+03 9,8E+03 1,3E+03 -7,2E+05 -5,0E+01 5,0E+04
Freshwater ecotoxicity CTUe -5,1E+08 6,8E+06 2,3E+06 1,3E+06 1,7E+08 4,3E+04 -7,0E+08 -3,1E+04 8,8E+06
Land use kg C deficit -2,9E+09 4,6E+07 1,7E+07 2,7E+06 -1,5E+05 8,1E+05 -3,0E+09 4,7E+03 -3,2E+06
Water resource depletion m3 water eq -6,9E+05 6,9E+03 2,4E+03 2,0E+03 2,0E+04 1,0E+02 -7,3E+05 -4,8E+01 5,6E+03 Mineral, fossil & ren resource depletion kg Sb eq -3,7E+01 6,0E-03 2,0E-03 1,5E-04 -5,5E-04 3,9E-05 -3,7E+01 -1,7E-03 -4,0E-04
Valores de caracterização, modelo ILCD 2011 (V.1.01), retirados da modelação no Simapro.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 177
Anexo D – CÁLCULOS AUXILIARES PARA A AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS,
ECONÓMICOS E SOCIAIS I. Carbono | GEE | Alterações climáticas
Fatores de conversão
Comparação Conversão Obs. Fonte
Árvores a sequestrar carbono no seu tempo de vida (emissões)
300,00 kgCO2e / 30 anos uma árvore compensa 0,01t
CO2/ano DGRF, ISA Inventário nacional florestal
Área plantada com pinheiro bravo (emissões) 300.000,60 kgCO2e/ha.30anos área plantada num ano DGRF, ISA Inventário nacional florestal
Quilómetros de automóvel (emissões) 0,20 kgCO2e / km lig passg; consumo médio; traj comb The Carbon Neutral Company http://www.carbonneutralcalculator.com/househ
oldcalculator.aspx
Circulação de um veiculo num ano (emissões) 39,60 kgCO2e / ano ligeiro passg; consumo médio; traj
comb; 20.000 km/ano The Carbon Neutral Company
http://www.carbonneutralcalculator.com/householdcalculator.aspx
Viagens Lx-Pequim ida e volta (emissões) 2.020,00 kg CO2e / viagem 1 pax; avião; Lisboa- Pequim (ida) =
9661,183 km The Carbon Neutral Company
http://www.carbonneutralcalculator.com/householdcalculator.aspx
Voltas à Terra de avião (emissões) 7.357,27 kgCO2e / volta 1 pax; avião; circunferência
equatorial = 40075,16 km Emissões atribuíveis a 1 pax
Wikipédia http://en.wikipedia.org/wiki/Earth
Emissões anuais de um agregado familiar médio 932,20 kgCO2e / ano 3 pax; 250 kWh.mes; 10m3 gas, 3.3
kg resd Carbonozero http://www.carbono-zero.com/
Baleias azuis (peso) 125.000,00 kg / baleia azul varia entre 100 a 150 toneladas American Cetacean Society http://www.acsonline.org
Total Portuguese GHG emissions without land-use, land-use change and forestry (LULUCF)
70,60 Mt CO2eq /ano -- APA Portuguese national inventory report on
greenhouse gases, 1990 - 2010,
Emissões anuais de GEE do setor de gestão de resíduos
7,41 Mt CO2eq /ano -- APA Portuguese national inventory report on
greenhouse gases, 1990 - 2010,
Emissões geradas na produção de uma garrafa de vidro de 33 ml
360,00 g CO2e/garr 33 ml -- Coca cola http://www.cokecorporateresponsibility.co.uk/big
-themes/energy-and-climate-change/product-carbon-footprint.aspx Emissões geradas na produção de uma lata de
alumínio de 33 ml 170,00 g CO2e/lata 33 ml -- Coca cola
http://www.cokecorporateresponsibility.co.uk/big-themes/energy-and-climate-change/product-
carbon-footprint.aspx Emissões geradas na produção de uma resma de papel
445,00 g CO2e/resma papel
-- Produtor de papel - Glatfelter http://www.glatfelter.com/sustainability/environ
mental/greenhouse_gases.aspx
VPV pago à SPV 67.561.795 Euros -- SPV VPV de 2011
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 178
II. Acidificação
Fatores de conversão
Comparação Conversão Obs. Fonte
Emissões de SO2 associadas à circulação de camiões num ano (emissões)
75,96 kgSO2 / ano EURO 5-25t; 60.000 km/ano;
15l/100km DAF --
III. Energia
Fatores de conversão
Comparação Conversão Obs. Fonte
Consumo de eletricidade em computadores 49,92 kWh/ano Potência computador económico: 41W (ativo) /
2,3W (latente) / 1,4W (desligado) UE Energy Star http://www.eu-energystar.org/pt/pt_008.shtml
Consumo de eletricidade em computadores 468,24 MJ /ano assumindo uma eficiência de conversão Ep - Ef de
38,38% (central termoelectrica a carvão - Sines) UE Energy Star http://www.eu-energystar.org/pt/pt_008.shtml
Consumo de eletricidade de um frigorifico 300,00 kWh/ ano Consumo de referência frigorífico Classe A –
Combinado Bosch KGP 39371 Bosch --
Consumo de eletricidade de um frigorifico classe A
2.813,97 MJ /ano assumindo uma eficiência de conversão Ep - Ef de
38,38% (central termoelectrica a carvão - Sines) Bosch --
Consumo de energia primária nacional 22.902.000 tep/ano -- DGEG/MEID
(2010)
http://www.pordata.pt/Portugal/Consumo+de+energia+primaria+total+e+por+tipo+de+fonte+de+energia-1130
Consumo de energia primária nacional 958.860.936.000 MJ/ano -- DGEG/MEID
(2010)
http://www.pordata.pt/Portugal/Consumo+de+energia+primaria+total+e+por+tipo+de+fonte+de+energia-1130
Conversão tep - MJ 41.868,00 MJ /tep -- -- --
kg de carvão (antracite) 32,00 MJ / kg carvão (antracite)
-- -- --
m3 de gás natural (Argélia) 39,30 MJ / m
3 gás natural --
Portal gas natural
http://portal.gasnatural.com/docs/brr/guiadelgas/poder_calorifico.swf
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 179
IV. Água
Fatores de conversão
Comparação Conversão Obs. Fonte
Consumo de água por habitante 63,70 m3/hab.ano --
INAG/MAOT - INE (2010)
http://www.pordata.pt/Portugal/Consumo+de+agua+distribuida+pela+rede+publica+per+capita-1226
Consumo de água ciclo lavagem de máquina de lavar roupa
90,00 l/ciclo -- INAG http://www.inag.pt/inag2004/port/divulga/pdf/Poupehojeparateramanha.pdf
Capacidade piscina olímpica 2.500,00 m3/ piscina --
Federação Internacional Natação
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 181
Anexo E – QUADROS DE MULTIPLICADORES E DE
ALAVANCAGEM
Tabela 0.1 - Multiplicadores de tipo I (euro/euro), ordenados por código de CAE
Setores VAB Salários Volume de Negócios
01 Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac. 2,28 2,90 2,33
02 Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac. 1,43 2,10 1,66
03 Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac. 1,40 1,49 1,67
05 Hulha (inclui antracite) e linhite 0,00 0,00 0,00
061 Petróleo Bruto 0,00 0,00 0,00
062 Gás Natural produzido 0,00 0,00 0,00
07+08+09 Outras Extrativas 1,92 2,05 2,05
10 Produtos alimentares 3,40 2,95 2,33
11 Bebidas 3,15 3,12 2,46
12 Produtos da indústria do tabaco 1,54 1,94 1,76
13 Produtos têxteis 2,26 1,91 1,97
14 Artigos de vestuário 1,75 1,61 1,80
15 Couro e produtos afins 1,83 1,67 1,71
16 Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de esp. e cest.
3,22 2,57 2,39
17 Papel e cartão e seus artigos 2,84 3,07 2,33
18 Trabalhos de impressão e gravação 1,93 1,82 2,02
19 Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis
2,34 2,81 1,26
20 Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais 2,85 2,86 1,97
21 Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos farmacêuticos
1,81 1,81 1,88
22 Artigos de borracha e de matérias plásticas 2,09 2,03 1,84
23 Outros produtos minerais não metálicos 2,34 2,28 2,20
24 Metais de base 3,14 3,29 1,96
25 Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento
1,93 1,78 1,88
26 Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos 1,47 1,58 1,32
27 Equipamento elétrico 1,99 1,94 1,62
28 Máquinas e equipamentos, n.e. 1,80 1,68 1,69
29 Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 2,24 1,87 1,57
30 Outro material de transporte 1,78 1,61 1,71
31 Mobiliário 2,01 1,71 1,95
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 182
32 Produtos diversos das indústrias transformadoras 1,89 1,75 1,81
33 Serviços de reparação e instalação de máq e equip 1,84 1,77 1,82
351+353 Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio 3,66 5,96 3,05
352 Gás natural distribuído 3,34 8,38 2,02
36 Captação, tratamento e distribuição de água 2,23 2,42 2,48
37+38+39 Serviços de saneamento, descontaminação e valorização de materiais
2,26 2,30 2,18
41 Construção de edifícios 2,30 2,27 2,16
42 Trabalhos engenharia civil 2,78 2,70 2,44
43 Trabalhos de construção especializados 1,91 1,71 1,95
45 Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e motoc
1,80 1,53 1,83
46 Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos 1,85 1,74 1,98
47 Vendas a retalho, exc veículos automóveis e motociclos
1,55 1,51 1,82
49 Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines) 1,96 1,80 2,02
50 Serviços de transporte por água 3,82 3,94 2,63
51 Serviços de transporte aéreo 2,91 2,11 1,97
52 Serviços de armazenagem e auxiliares dos transportes 2,01 2,27 2,25
53 Serviços postais e de courrier 1,64 1,43 1,83
55 Serviços de alojamento 1,88 1,78 2,12
56 Serviços de restauração e similares 1,59 1,58 1,88
58 Serviços de edição 2,24 1,87 2,04
59 Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed músic
3,72 3,28 2,45
60 Serviços de programação e radiodifusão 3,15 2,68 2,66
61 Serviços de telecomunicações 2,03 3,18 2,10
62 Consultoria e prog informática e serviços relacionados 2,01 1,74 2,02
63 Serviços de informação 2,05 1,76 2,07
64 Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões 1,48 1,50 1,66
65 Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig. 1,49 1,86 1,63
66 Serviços auxiliares de serviços financeiros e de seguros
1,52 1,70 1,65
6801+6802 Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em habitação própria
1,79 5,30 2,50
6803 Rendas imputadas em habitação própria 1,80 n.d. 2,53
69 Serviços jurídicos e contabilísticos 1,48 1,63 1,68
70 Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão 1,83 1,82 1,92
71 Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál. Técn.
1,92 1,89 1,96
72 Serviços de investigação e desenvolvimento científicos 1,40 1,55 1,60
73 Serviços de publicidade e estudos de mercado 2,71 3,42 2,39
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 183
74 Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares 1,93 1,69 1,97
75 Serviços veterinários 1,55 1,88 1,73
77 Serviços de aluguer 1,95 3,44 2,31
78 Serviços de emprego 2,21 2,21 2,09
79 Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel. 2,95 2,35 2,43
80 Serviços de segurança e investigação 1,21 1,13 1,36
81 Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de jardins
1,40 1,24 1,60
82 Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas 2,07 1,82 2,08
84 Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória 1,42 1,29 1,74
85 Serviços de educação 1,16 1,10 1,31
86 Serviços de saúde humana 1,50 1,36 1,64
87 Serviços de apoio social com alojamento 1,63 1,43 1,86
88 Serviços de apoio social sem alojamento 1,45 1,32 1,73
90 Serviços criativos, artísticos e de espectáculo 2,43 3,18 2,20
91 Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv. culturais
1,80 1,57 2,04
92 Serviços de lotarias e outros jogos de aposta 1,60 1,89 1,81
93 Serviços desportivos, de diversão e recreativos 2,16 1,86 2,14
94 Serviços prestados por organizações associativas 2,35 1,72 2,20
95 Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom. 1,69 1,44 1,86
96 Outros serviços pessoais 1,55 1,48 1,75
97 Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico 1,00 1,00 1,00
SPV 5,35 10,11 1,99
MWS 1,32 1,31 1,65
Retomadores n.d. n.d. 2.00
Retomadores papel 2,84 3,07 2,33
Retomadores plástico 2,09 2,03 1,84
Retomadores vidro 2,34 2,28 2,20
Retomadores metais 3,14 3,29 1,96
SIGRE 2,25 2,30 2,04
O multiplicador de tipo I dum certo recurso (VAB, salários ou volume de negócios) indica o impacto total
na economia duma unidade de recurso no setor de origem.
A maioria dos multiplicadores de tipo I calculados encontra na gama de valores entre 1 e 3, conforme
seria de esperar.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
Página | 184
Há alguns multiplicadores que são nulos (CAE 4, 5 e 6) porque não há produção nacional desses ramos
de atividade.
Há alguns multiplicadores que não estão definidos (n.d.) (ex. multiplicador de salários do CAE 59, ou os
multiplicadores do setor REC) porque não existem efeitos diretos associados a esse ramo de atividade.
Um multiplicador de tipo I tem valor muito elevado quando a utilização direta de recurso é reduzida. Por
exemplo, os multiplicadores de salários dos CAE 32 e 33 são muito elevados porque na geração de
eletricidade e no transporte de gás o fator trabalho é pouco significativo em relação aos restantes
fatores de produção. Este efeito também se observa nos multiplicadores de VAB e salários do setor SPV.
Tabela 0.2 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro)
Setores VAB Salários Volume de Negócios
01 Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac. 0,003 0,002 0,002
02 Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac. 0,038 0,012 0,017
03 Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac. 0,000 0,000 0,000
05 Hulha (inclui antracite) e linhite 0,000 0,000 0,000
061 Petróleo Bruto 0,000 0,000 0,000
062 Gás Natural produzido 0,000 0,000 0,000
07+08+09 Outras Extrativas 0,011 0,010 0,008
10 Produtos alimentares 0,002 0,002 0,003
11 Bebidas 0,000 0,000 0,001
12 Produtos da indústria do tabaco 0,000 0,000 0,000
13 Produtos têxteis 0,001 0,002 0,001
14 Artigos de vestuário 0,000 0,000 0,000
15 Couro e produtos afins 0,000 0,000 0,000
16 Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de esp. e cest.
0,012 0,016 0,016
17 Papel e cartão e seus artigos 0,340 0,292 0,410
18 Trabalhos de impressão e gravação 0,005 0,006 0,004
19 Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis
0,007 0,005 0,041
20 Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais 0,017 0,017 0,029
21 Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos farmacêuticos
0,000 0,000 0,000
22 Artigos de borracha e de matérias plásticas 0,121 0,134 0,135
23 Outros produtos minerais não metálicos 0,069 0,075 0,064
24 Metais de base 0,030 0,030 0,060
25 Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento
0,021 0,028 0,019
26 Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos 0,002 0,001 0,002
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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27 Equipamento elétrico 0,003 0,003 0,003
28 Máquinas e equipamentos, n.e. 0,037 0,046 0,035
29 Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 0,013 0,021 0,026
30 Outro material de transporte 0,001 0,001 0,001
31 Mobiliário 0,002 0,003 0,002
32 Produtos diversos das indústrias transformadoras 0,001 0,001 0,000
33 Serviços de reparação e instalação de máq e equip 0,049 0,059 0,039
351+353 Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio 0,075 0,033 0,111
352 Gás natural distribuído 0,005 0,001 0,014
36 Captação, tratamento e distribuição de água 0,001 0,001 0,001
37+38+39 Serviços de saneamento, descontaminação e valorização de materiais
0,025 0,026 0,020
41 Construção de edifícios 0,089 0,101 0,083
42 Trabalhos engenharia civil 0,059 0,074 0,064
43 Trabalhos de construção especializados 0,026 0,040 0,021
45 Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e motoc
0,010 0,015 0,007
46 Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos 0,088 0,102 0,056
47 Vendas a retalho, exc veículos automóveis e motociclos
0,016 0,017 0,008
49 Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines) 0,058 0,074 0,045
50 Serviços de transporte por água 0,001 0,001 0,001
51 Serviços de transporte aéreo 0,001 0,001 0,001
52 Serviços de armazenagem e auxiliares dos transportes
0,008 0,007 0,005
53 Serviços postais e de courrier 0,004 0,006 0,002
55 Serviços de alojamento 0,002 0,002 0,001
56 Serviços de restauração e similares 0,003 0,003 0,002
58 Serviços de edição 0,003 0,004 0,002
59 Serviços produção filmes, vídeos e progamas TV, gravação som e edição música
0,001 0,001 0,001
60 Serviços de programação e radiodifusão 0,003 0,004 0,003
61 Serviços de telecomunicações 0,010 0,004 0,007
62 Consultoria e prog informática e serviços relacionados
0,014 0,019 0,008
63 Serviços de informação 0,001 0,002 0,001
64 Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões
0,060 0,054 0,028
65 Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig.
0,009 0,004 0,004
66 Serviços auxiliares de serviços financeiros e de seguros
0,004 0,003 0,002
6801+6802 Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em habitação própria
0,037 0,006 0,014
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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6803 Rendas imputadas em habitação própria 0,000 0,000 0,000
69 Serviços jurídicos e contabilísticos 0,019 0,014 0,009
70 Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão
0,023 0,024 0,013
71 Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál. Técn.
0,018 0,020 0,012
72 Serviços de investigação e desenvolvimento científicos
0,008 0,006 0,004
73 Serviços de publicidade e estudos de mercado 0,022 0,016 0,021
74 Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares 0,003 0,004 0,002
75 Serviços veterinários 0,000 0,000 0,000
77 Serviços de aluguer 0,011 0,004 0,006
78 Serviços de emprego 0,003 0,003 0,002
79 Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel.
0,001 0,001 0,001
80 Serviços de segurança e investigação 0,007 0,012 0,003
81 Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de jardins
0,005 0,009 0,002
82 Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas 0,019 0,028 0,013
84 Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória 0,001 0,002 0,000
85 Serviços de educação 0,003 0,005 0,001
86 Serviços de saúde humana 0,002 0,003 0,001
87 Serviços de apoio social com alojamento 0,000 0,000 0,000
88 Serviços de apoio social sem alojamento 0,000 0,000 0,000
90 Serviços criativos, artísticos e de espectáculo 0,000 0,000 0,000
91 Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv. culturais
0,000 0,000 0,000
92 Serviços de lotarias e outros jogos de aposta 0,000 0,000 0,000
93 Serviços desportivos, de diversão e recreativos 0,001 0,001 0,000
94 Serviços prestados por organizações associativas 0,001 0,002 0,001
95 Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom. 0,001 0,002 0,001
96 Outros serviços pessoais 0,000 0,000 0,000
97 Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico 0,000 0,000 0,000
SPV 0,070 0,037 0,191
MWS 0,643 0,733 0,317
Retomador 0,000 0,000 0,002
A soma em colunas da tabela 0.2 corresponde à linha SIGRE da tabela 0.1.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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Tabela 0.3 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros)
Setores VAB Salários Volume de Negócios
01 Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac.
0,31 0,11 0,90
02 Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac. 4,45 0,72 6,34
03 Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac. 0,01 0,00 0,01
05 Hulha (inclui antracite) e linhite 0,00 0,00 0,00
061 Petróleo Bruto 0,00 0,00 0,00
062 Gás Natural produzido 0,00 0,00 0,00
07+08+09 Outras Extrativas 1,28 0,62 3,01
10 Produtos alimentares 0,21 0,13 1,09
11 Bebidas 0,06 0,03 0,22
12 Produtos da indústria do tabaco 0,00 0,00 0,00
13 Produtos têxteis 0,15 0,12 0,56
14 Artigos de vestuário 0,01 0,01 0,02
15 Couro e produtos afins 0,02 0,01 0,06
16 Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de esp. e cest.
1,40 1,00 6,04
17 Papel e cartão e seus artigos 2,94 1,33 11,43
18 Trabalhos de impressão e gravação 0,59 0,38 1,37
19 Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis
0,85 0,33 15,61
20 Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais 2,02 1,06 11,08
21 Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos farmacêuticos
0,01 0,00 0,02
22 Artigos de borracha e de matérias plásticas 0,98 0,57 3,49
23 Outros produtos minerais não metálicos 2,40 1,37 7,19
24 Metais de base 0,76 0,38 4,77
25 Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento
2,47 1,71 7,22
26 Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos 0,18 0,08 0,67
27 Equipamento elétrico 0,31 0,18 1,31
28 Máquinas e equipamentos, n.e. 4,28 2,85 13,38
29 Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 1,54 1,28 9,85
30 Outro material de transporte 0,07 0,05 0,20
31 Mobiliário 0,22 0,17 0,62
32 Produtos diversos das indústrias transformadoras 0,06 0,04 0,17
33 Serviços de reparação e instalação de máq e equip
5,76 3,62 14,81
351+353 Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio 8,79 2,05 42,01
352 Gás natural distribuído 0,60 0,09 5,38
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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36 Captação, tratamento e distribuição de água 0,17 0,08 0,36
37+38+39 Serviços de saneamento, descontaminação e valorização de materiais
2,89 1,57 7,69
41 Construção de edifícios 10,39 6,23 31,46
42 Trabalhos engenharia civil 6,87 4,57 24,07
43 Trabalhos de construção especializados 3,07 2,47 7,94
45 Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e motoc
1,13 0,93 2,60
46 Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos 10,30 6,26 21,27
47 Vendas a retalho, exc veículos automóveis e motociclos
1,82 1,03 2,88
49 Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines)
6,76 4,56 17,15
50 Serviços de transporte por água 0,12 0,06 0,49
51 Serviços de transporte aéreo 0,07 0,07 0,37
52 Serviços de armazenagem e auxiliares dos transportes
0,97 0,41 1,78
53 Serviços postais e de courrier 0,42 0,34 0,75
55 Serviços de alojamento 0,19 0,11 0,37
56 Serviços de restauração e similares 0,38 0,21 0,72
58 Serviços de edição 0,30 0,23 0,84
59 Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed músic
0,12 0,07 0,47
60 Serviços de programação e radiodifusão 0,32 0,23 0,97
61 Serviços de telecomunicações 1,20 0,27 2,62
62 Consultoria e prog informática e serviços relacionados
1,58 1,15 3,20
63 Serviços de informação 0,14 0,11 0,30
64 Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões
7,00 3,29 10,72
65 Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig.
1,02 0,27 1,58
66 Serviços auxiliares de serviços financeiros e de seguros
0,48 0,18 0,79
6801+6802 Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em habitação própria
4,32 0,39 5,44
6803 Rendas imputadas em habitação própria 0,00 0,00 0,00
69 Serviços jurídicos e contabilísticos 2,21 0,88 3,35
70 Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão
2,69 1,48 5,08
71 Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál. Técn.
2,14 1,21 4,47
72 Serviços de investigação e desenvolvimento científicos
0,96 0,39 1,37
73 Serviços de publicidade e estudos de mercado 2,57 0,99 7,87
74 Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares
0,34 0,25 0,74
75 Serviços veterinários 0,00 0,00 0,00
77 Serviços de aluguer 1,28 0,27 2,13
78 Serviços de emprego 0,31 0,16 0,72
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
Página | 189
79 Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel.
0,07 0,05 0,23
80 Serviços de segurança e investigação 0,77 0,72 0,96
81 Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de jardins
0,59 0,56 0,92
82 Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas 2,26 1,71 4,93
84 Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória
0,12 0,10 0,17
85 Serviços de educação 0,34 0,32 0,40
86 Serviços de saúde humana 0,26 0,21 0,46
87 Serviços de apoio social com alojamento 0,00 0,00 0,00
88 Serviços de apoio social sem alojamento 0,00 0,00 0,00
90 Serviços criativos, artísticos e de espectáculo 0,02 0,01 0,07
91 Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv. culturais
0,00 0,00 0,01
92 Serviços de lotarias e outros jogos de aposta 0,00 0,00 0,00
93 Serviços desportivos, de diversão e recreativos 0,06 0,05 0,14
94 Serviços prestados por organizações associativas 0,10 0,11 0,28
95 Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom.
0,16 0,12 0,29
96 Outros serviços pessoais 0,01 0,00 0,02
97 Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico
0,00 0,00 0,00
SPV 0,07 0,02 0,66
MWS 24,78 14,83 39,37
Retomador 0,00 0,00 0,63
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Anexo F - ANÁLISE DE INCERTEZA DOS MULTIPLICADORES E DA
ALAVANCAGEM ESTIMADOS
O grau de fiabilidade dos resultados dos impactes económicos do SIGRE foi avaliado através do seguinte
procedimento:
Atribuição duma estimativa de incerteza a cada dado de base.
Integração numérica do sistema, assumindo que os erros têm distribuição normal e independente.
Assumiu-se que os valores agregados (vector x) não têm erro enquanto os valores de base das
componentes interiores do sistema (matriz Z e vectors y e v) têm erros estimados através da expressão:
e(t)/t = at-b
,
onde e(t) é o erro, t é o valor de base, e a = 0.165518 e b = 0.05160 são parâmetros determinados de
forma a que o erro relativo do valor de base mais baixo seja de 30% e o erro relativo do valor de base
mais elevado seja de 10%. A escolha desta gama de valores reflecte o facto empírico de haver um
decrescimento da incerteza com o aumento do valor de base (Lenzen, 2001) e a escolha dos valores-
limite é consistente com um estudo feito para a matriz simétrica portuguesa de 1995 (Nhambiu, 2004),
e consistente com estudos internacionais (Bullard e Sebald, 1977; Lenzen et al., 2010).
Os erros foram gerados assumindo uma distribuição normal e independente para cada valor de base
(Lenzen et al., 2010). Para garantir que não ocorrem valores negativos mas que o valor esperado é
preservado, para cada valor de base t só foram aceites realizações entre 0 e 2t. Depois de gerada uma
configuração do sistema, esta foi balançada utilizando o método RAS (Lahr e de Mesnard, 2004).
Utilizando a técnica de integração de Monte-Carlo, para cada configuração foram calculados os
multiplicadores de tipo I analisados acima e as estimativas de incerteza foram obtidas através da
estatística descritiva:
E[m] = (Σj mj)/n;
Var[m] = (Σj (mj - E[m])2)/n,
onde E[m] e Var[m] são o valor esperado e variância dum multiplicador, mj é uma realização do
multiplicador a partir duma dada configuração de valores de base e n é o número de configurações. Por
fim, o erro do multiplicador é dado por:
e(m) = (Var[m])0.5
.
Tendo efectuado n = 10000 realizações, obtiveram-se as estimativas de incerteza relativa (e(m)/m)
apresentadas em anexo.
Para o multiplicador de tipo I de cada ramo de actividade obteve-se uma incerteza relativa máxima de
13% para o VAB, 19% para os Salários e 8% para o Volume de Negócios. Os valores equivalentes para a
desagregação por ramo de actividade do multiplicador de tipo I do SIGRE são de 28%, 30% e 25%. No
caso da alavancagem do SIGRE os valores são 29%, 30% e 26%.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Incerteza relativa (%)
Multiplicador de tipo I
Alavancagem total
VAB Salários
Volume de negócios VAB Salários
Volume de negócios
01 Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac. 6,30 8,87 2,86 3,39 5,15 2,86
02 Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac. 4,90 8,51 3,87 6,39 8,57 3,87
03 Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac. 4,31 5,99 2,92 5,15 7,98 2,92
05 Hulha (inclui antracite) e linhite 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
061 Petróleo Bruto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
062 Gás Natural produzido 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
07+08+09 Outras Extrativas 6,17 8,21 2,68 3,67 5,94 2,68
10 Produtos alimentares 7,39 8,75 2,35 3,19 4,68 2,35
11 Bebidas 7,70 10,00 1,92 2,24 3,87 1,92
12 Produtos da indústria do tabaco 5,86 9,07 2,93 4,74 6,68 2,93
13 Produtos têxteis 7,26 6,67 2,92 4,49 6,63 2,92
14 Artigos de vestuário 5,70 5,78 2,66 4,55 6,85 2,66
15 Couro e produtos afins 6,00 5,98 2,96 5,19 7,62 2,96
16 Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de esp. e cest. 7,92 7,88 2,87 3,49 5,76 2,87
17 Papel e cartão e seus artigos 7,52 10,19 2,27 2,71 4,27 2,27
18 Trabalhos de impressão e gravação 6,17 6,69 2,97 3,97 6,88 2,97
19 Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis 8,29 11,42 2,18 7,18 8,48 2,18
20 Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais 7,50 9,56 2,82 4,28 5,59 2,82
21 Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos farmacêuticos 6,04 7,58 2,27 3,61 6,07 2,27
22 Artigos de borracha e de matérias plásticas 6,58 8,06 2,50 4,06 5,97 2,50
23 Outros produtos minerais não metálicos 6,55 8,04 2,15 2,85 4,95 2,15
24 Metais de base 8,41 11,01 3,19 5,04 6,19 3,19
25 Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento 5,61 5,87 2,63 4,42 6,84 2,63
26 Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos 4,20 5,87 1,93 5,92 8,02 1,93
27 Equipamento elétrico 6,46 7,74 2,58 4,89 6,72 2,58
28 Máquinas e equipamentos, n.e. 6,13 6,83 2,48 4,58 6,85 2,48
29 Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 7,81 7,25 2,74 5,65 7,08 2,74
30 Outro material de transporte 6,85 7,11 2,63 4,85 7,35 2,63
31 Mobiliário 7,32 6,79 2,69 4,06 6,48 2,69
32 Produtos diversos das indústrias transformadoras 6,63 7,51 2,40 4,10 6,53 2,40
33 Serviços de reparação e instalação de máq e equip 5,40 6,03 2,55 4,32 6,87 2,55
351+353 Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio 7,22 10,40 3,42 3,67 5,28 3,42
352 Gás natural distribuído 9,56 15,21 4,19 6,70 8,14 4,19
36 Captação, tratamento e distribuição de água 7,46 9,65 3,76 2,93 5,42 3,76
37+38+39 Serviços de saneamento, descontaminação e valorização de materiais 6,54 8,18 2,83 3,18 5,41 2,83
41 Construção de edifícios 5,69 7,01 2,09 3,13 5,10 2,09
42 Trabalhos engenharia civil 6,77 8,17 2,41 3,18 4,99 2,41
43 Trabalhos de construção especializados 6,10 5,66 3,03 4,78 7,13 3,03
45 Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e motoc 6,42 5,42 2,55 4,11 6,69 2,55
46 Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos 5,37 6,05 2,08 2,96 5,39 2,08
47 Vendas a retalho, exc veículos automóveis e motociclos 4,54 5,27 2,30 3,45 6,05 2,30
49 Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines) 5,96 6,50 2,25 3,42 5,71 2,25
50 Serviços de transporte por água 9,10 12,00 2,27 2,37 3,94 2,27
51 Serviços de transporte aéreo 9,80 8,43 2,47 4,45 5,56 2,47
52 Serviços de armazenagem e auxiliares dos transportes 6,46 8,40 3,60 3,05 5,53 3,60
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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53 Serviços postais e de courrier 6,61 5,50 3,05 4,36 7,20 3,05
55 Serviços de alojamento 6,41 7,41 2,56 2,82 5,48 2,56
56 Serviços de restauração e similares 4,78 5,87 2,46 3,73 6,21 2,46
58 Serviços de edição 7,99 7,90 2,40 3,09 5,54 2,40
59 Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed músic 9,39 11,48 1,95 2,15 3,71 1,95
60 Serviços de programação e radiodifusão 9,45 10,79 2,38 2,01 3,78 2,38
61 Serviços de telecomunicações 6,50 9,54 3,07 3,51 5,32 3,07
62 Consultoria e prog informática e serviços relacionados 6,71 6,08 2,99 3,25 6,31 2,99
63 Serviços de informação 8,63 8,14 3,10 3,26 6,13 3,10
64 Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões 3,98 4,53 2,52 4,26 7,12 2,52
65 Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig. 5,31 7,63 2,45 4,50 6,62 2,45
66 Serviços auxiliares de serviços financeiros e de seguros 5,46 7,45 2,65 4,31 6,89 2,65
6801+6802 Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em habitação própria 9,26 15,25 7,80 4,45 11,07 7,80
6803 Rendas imputadas em habitação própria 8,75 11,03 6,01 4,02 0,00 6,01
69 Serviços jurídicos e contabilísticos 4,60 6,25 2,54 4,14 6,77 2,54
70 Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão 5,68 6,65 2,68 3,31 6,01 2,68
71 Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál. Técn. 5,87 6,89 2,65 3,37 6,06 2,65
72 Serviços de investigação e desenvolvimento científicos 4,72 6,57 2,66 4,80 7,33 2,66
73 Serviços de publicidade e estudos de mercado 6,85 9,55 2,53 2,80 4,57 2,53
74 Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares 7,41 7,43 2,57 3,18 6,03 2,57
75 Serviços veterinários 6,43 9,24 3,02 4,76 7,21 3,02
77 Serviços de aluguer 7,92 11,87 4,15 3,12 6,05 4,15
78 Serviços de emprego 7,72 9,47 2,62 2,73 5,32 2,62
79 Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel. 9,37 9,69 2,22 2,19 4,36 2,22
80 Serviços de segurança e investigação 3,76 2,40 2,77 7,99 10,03 2,77
81 Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de jardins 5,50 3,61 3,18 6,42 8,66 3,18
82 Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas 6,69 6,31 2,91 3,26 5,93 2,91
84 Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória 4,75 4,01 2,84 4,60 6,91 2,84
85 Serviços de educação 2,62 1,70 2,17 7,45 8,91 2,17
86 Serviços de saúde humana 4,59 3,98 2,44 4,89 7,28 2,44
87 Serviços de apoio social com alojamento 6,53 5,66 2,92 4,49 7,05 2,92
88 Serviços de apoio social sem alojamento 5,43 4,67 2,98 4,95 7,44 2,98
90 Serviços criativos, artísticos e de espectáculo 8,25 11,63 2,37 2,46 4,42 2,37
91 Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv. culturais 8,51 7,99 3,44 3,74 6,55 3,44
92 Serviços de lotarias e outros jogos de aposta 6,08 8,99 2,85 3,99 6,29 2,85
93 Serviços desportivos, de diversão e recreativos 7,91 7,94 2,73 2,89 5,26 2,73
94 Serviços prestados por organizações associativas 10,88 7,71 2,82 3,01 5,29 2,82
95 Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom. 6,81 5,71 2,99 4,10 7,43 2,99
96 Outros serviços pessoais 5,16 5,79 2,48 4,11 7,09 2,48
97 Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
SPV 12,73 19,36 1,76 5,40 8,70 1,76
MWS 4,19 5,09 2,57 6,88 10,00 2,57
Retomador 0,00 0,00 1,20 0,00 0,00 1,20
Máximo 12,73 19,36 7,80 7,99 11,07 7,80
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final
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Multiplicador do tipo I do SIGRE por ramo de actividade Alavancagem do SIGRE por ramo de actividade
VAB Salários
Volume de negócios VAB Salários
Volume de negócios
01 Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac. 15,59 18,91 11,04 17,05 18,85 14,58
02 Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac. 20,66 23,70 16,63 22,47 24,12 19,94
03 Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac. 20,49 23,67 16,55 21,46 23,35 19,10
05 Hulha (inclui antracite) e linhite 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
061 Petróleo Bruto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
062 Gás Natural produzido 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
07+08+09 Outras Extrativas 19,26 22,15 16,36 18,79 20,96 16,56
10 Produtos alimentares 19,13 22,01 15,79 20,70 22,30 18,85
11 Bebidas 15,31 18,95 10,39 16,17 18,56 13,33
12 Produtos da indústria do tabaco 27,62 30,15 24,55 28,53 30,12 26,46
13 Produtos têxteis 21,55 23,44 17,95 21,91 22,93 19,47
14 Artigos de vestuário 17,92 20,60 13,62 18,58 20,01 15,96
15 Couro e produtos afins 24,61 26,51 21,65 24,77 26,01 22,80
16 Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de esp. e cest. 18,11 21,02 13,91 19,52 20,91 17,14
17 Papel e cartão e seus artigos 13,45 16,45 10,66 9,80 13,15 6,02
18 Trabalhos de impressão e gravação 12,79 16,68 6,06 13,86 16,21 10,28
19 Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis 15,78 19,47 10,47 14,52 17,15 11,31
20 Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais 16,58 19,59 12,72 17,93 19,90 15,63
21 Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos farmacêuticos 17,82 21,20 13,48 18,52 20,63 15,90
22 Artigos de borracha e de matérias plásticas 22,99 24,51 21,19 13,41 15,81 11,15
23 Outros produtos minerais não metálicos 19,22 21,54 17,01 12,19 14,66 9,38
24 Metais de base 22,32 24,80 19,40 13,65 16,35 10,66
25 Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento 13,41 16,78 7,28 13,55 15,55 10,18
26 Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos 16,95 20,49 12,45 17,46 19,71 14,87
27 Equipamento elétrico 15,56 19,01 10,45 15,92 18,00 13,02
28 Máquinas e equipamentos, n.e. 21,18 23,73 17,11 19,05 20,71 16,62
29 Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 23,55 25,42 19,31 21,37 22,32 18,81
30 Outro material de transporte 17,09 20,18 11,78 17,25 19,09 13,73
31 Mobiliário 16,55 19,15 11,17 17,39 18,76 13,95
32 Produtos diversos das indústrias transformadoras 16,92 20,25 12,03 17,43 19,49 14,45
33 Serviços de reparação e instalação de máq e equip 14,68 18,15 9,25 13,90 16,10 10,67
351+353 Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio 16,15 19,42 11,68 18,01 19,60 15,43
352 Gás natural distribuído 16,19 19,62 10,01 17,65 19,76 13,72
36 Captação, tratamento e distribuição de água 15,45 19,04 10,67 16,19 18,49 13,39
37+38+39 Serviços de saneamento, descontaminação e valorização de materiais 17,87 20,98 14,02 17,71 19,71 15,30
41 Construção de edifícios 14,10 17,50 9,54 15,46 17,25 13,19
42 Trabalhos engenharia civil 14,03 17,27 8,42 13,34 15,25 10,26
43 Trabalhos de construção especializados 14,03 16,92 7,13 13,99 15,43 10,05
45 Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e motoc 15,18 17,73 9,62 16,10 17,26 12,75
46 Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos 12,73 16,20 7,63 13,56 15,46 11,05
47 Vendas a retalho, exc veículos automóveis e motociclos 15,60 18,66 11,91 16,64 18,40 14,73
49 Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines) 15,07 18,24 10,71 16,66 18,27 14,32
50 Serviços de transporte por água 20,62 24,05 17,01 21,86 24,19 19,70
51 Serviços de transporte aéreo 17,66 19,47 11,70 18,28 18,90 14,29
52 Serviços de armazenagem e auxiliares dos 13,90 17,69 8,84 14,93 17,18 12,38
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final
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transportes
53 Serviços postais e de courrier 13,57 16,47 5,53 14,30 15,68 9,72
55 Serviços de alojamento 16,10 19,26 11,97 16,81 18,73 14,45
56 Serviços de restauração e similares 16,15 19,40 12,16 17,05 18,93 14,99
58 Serviços de edição 15,61 18,52 9,92 15,74 17,48 12,02
59 Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed músic 15,21 18,92 9,68 15,28 17,71 11,74
60 Serviços de programação e radiodifusão 15,82 18,96 10,59 15,63 17,67 12,12
61 Serviços de telecomunicações 14,54 17,77 9,05 15,28 17,07 12,18
62 Consultoria e prog informática e serviços relacionados 12,52 15,84 5,76 13,42 15,24 9,83
63 Serviços de informação 14,05 17,44 5,71 14,80 16,70 9,79
64 Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões 12,78 16,46 7,64 13,66 15,68 11,20
65 Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig. 17,27 20,44 12,70 17,39 19,26 14,73
66 Serviços auxiliares de serviços financeiros e de seguros 14,66 18,28 9,03 15,32 17,67 12,20
6801+6802 Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em habitação própria 14,45 17,23 7,91 14,18 15,70 10,14
6803 Rendas imputadas em habitação própria 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
69 Serviços jurídicos e contabilísticos 12,22 16,42 6,08 13,36 15,83 10,30
70 Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão 13,17 16,85 7,75 14,31 16,43 11,70
71 Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál. Técn. 13,08 16,75 7,43 14,25 16,45 11,40
72 Serviços de investigação e desenvolvimento científicos 16,34 19,58 12,06 16,02 18,21 13,06
73 Serviços de publicidade e estudos de mercado 14,34 18,02 9,66 14,12 16,59 11,26
74 Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares 14,23 17,81 7,68 15,43 17,42 11,65
75 Serviços veterinários 22,35 25,23 18,50 23,65 25,38 21,05
77 Serviços de aluguer 12,75 16,39 5,52 13,65 15,74 9,65
78 Serviços de emprego 12,71 17,07 5,54 13,28 16,29 9,22
79 Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel. 15,80 18,87 9,69 16,42 18,14 12,63
80 Serviços de segurança e investigação 15,43 17,50 7,63 16,24 16,85 11,42
81 Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de jardins 14,80 16,65 6,80 15,62 16,03 10,67
82 Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas 12,84 15,99 6,27 14,07 15,59 10,57
84 Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória 22,86 24,59 19,62 22,86 23,58 20,82
85 Serviços de educação 18,19 19,90 13,32 19,14 19,49 16,10
86 Serviços de saúde humana 16,47 18,88 11,82 17,21 18,30 14,36
87 Serviços de apoio social com alojamento 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
88 Serviços de apoio social sem alojamento 24,74 26,65 21,34 25,42 26,25 23,16
90 Serviços criativos, artísticos e de espectáculo 17,31 21,15 12,59 17,93 20,57 14,82
91 Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv. culturais 20,69 23,05 15,78 21,09 22,40 17,60
92 Serviços de lotarias e outros jogos de aposta 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
93 Serviços desportivos, de diversão e recreativos 20,28 22,63 15,95 20,29 21,63 17,39
94 Serviços prestados por organizações associativas 18,56 19,67 11,80 19,38 19,13 14,62
95 Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom. 16,07 19,11 10,64 17,33 18,93 13,88
96 Outros serviços pessoais 20,05 23,08 16,44 20,17 22,06 18,01
97 Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
SPV 13,19 18,02 5,15 19,30 22,23 15,33
MWS 8,55 9,62 5,30 10,51 14,26 2,97
Retomador 0,00 0,00 12,19 0,00 0,00 16,03
Máximo 27,62 30,15 24,55 28,53 30,12 26,46
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