UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINSCURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGOGICA
ESCOLA DE GESTORES
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
JACIRA MIRANDA SOUSA
ANANÁS – TONOVEMBRO-2011
RESUMO
A avaliação da aprendizagem vem sendo trabalhada na escola Antonio Alves
Moreira de forma clara e com o objetivo de promover ao aluno condições de
aprovação com conhecimento bem elaborado. Pôde-se perceber a evolução dos
professores no que se refere a elaboração de atividades avaliativas, após a
intervenção da pesquisadora no mês de maio 2011, percebe-se que a intervenção
veio no momento certo para o grupo de professores investigados. Sabe-se que a
avaliação é de fato um processo contínuo e construtivo de fazer a aprendizagem,
e ao professor cabe a consideração de todas as etapas desse processo. A
avaliação também pode prever uma adequação das formas de ensino dos
conteúdos às características dos alunos.
PALAVRAS CHAVES: Avaliação, Aprendizagem, conhecimento,
1- INTRODUÇÃO:
O presente relatório vai apresentar os resultados da pesquisa-ação sobre a
avaliação da aprendizagem que vem identificando-se como um dos
elementos essenciais na busca de uma educação que visa suprir os
anseios da sociedade. Sendo assim, como educadores, temos que
repensá-la todo instante, contextualizando-a com os demais segmentos que
compõem a educação.
O projeto de intervenção proposto teve como objetivos: Identificar os fatores
que condicionam o sucesso ou o fracasso da avaliação praticada na escola;
refletir acerca de concepções teóricas do fazer pedagógico, métodos e
instrumentos que se relaciona a avaliação da aprendizagem; propor métodos,
técnicas e instrumentos adequados a um processo de avaliação da
aprendizagem significativa.
A pesquisa foi realizada na Escola Estadual Antonio Alves Moreira, com os
alunos e professores do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Os instrumentos
utilizados foram entrevistas com ambos. Após a análise dos resultados
realizou-se uma palestra para os professores sobre avaliação da aprendizagem
no contexto escolar.
Com o intuito de pesquisar, partindo das seguintes questões, a fim de
elucidar os objetivos propostos: Quais os subsídios teóricos, métodos e
instrumentos que norteiam ou não a prática de avaliação pelo professor das
séries finais do Ensino Fundamental? Como avaliar sem traumatizar o aluno?
Será que a avaliação está clara e objetiva? O que se pretende alcançar com a
avaliação? Avaliar para punir ou medir conhecimentos? Como o coordenador
pedagógico está dando suporte suficiente ao professor em todos os momentos da
avaliação? Como o coordenador pode ajudar o professor para que ocorra uma
avaliação adequada? Quais as ações propostas após a avaliação para o ensino?
Há ou não ações neste sentido?
A palestra teve um papel importante em incentivar os professores a
refletirem sobre como avaliar; quais instrumentos a serem utilizados e o que fazer
diante dos resultados obtidos. Assim, acredita-se que foram alcançados os
objetivos da pesquisa-ação, pois, ao ser coordenadora percebia que havia
lacunas em relação a avaliação, pois a preocupação era somente com a nota
passiva do aluno e o mínimo de preocupação com a aprendizagem.
Segundo os estudos realizados verificou-se que a avaliação é, de fato, um
processo contínuo e construtivo do fazer a aprendizagem. Ao professor, cabe a
consideração de todas as etapas deste processo. Avaliar é, portanto, uma ação
inerente a todo o fazer pedagógico, didático e de gestão da aprendizagem. A
avaliação também pode prever uma adequação das formas de ensino dos
conteúdos, às características dos alunos. Compreende-se que ao avaliar, o
professor deve utilizar técnicas diversas e instrumentos variados para que se
possa diagnosticar o começo, o durante e o fim de todo o processo avaliativo. A
partir disso, é possível progredir no processo didático e retomar o que foi
insatisfatório para que o processo de aprendizagem tenha êxito e o aluno não
seja prejudicado no que se refere ao conhecimento de conteúdo e de mundo.
2- DESENVOLVIMENTO:
O projeto de intervenção realizou-se na Escola Estadual Antonio Alves
Moreira, que atende uma clientela de baixa renda com aproximadamente 360
alunos, distribuídos em três turnos de funcionamento, matutino, vespertino e
noturno. A escola oferece o Ensino Fundamental do 1º ao 9º anos e o projeto
Educação de Jovens e Adultos (EJA), 1º e 2º segmento.
O espaço físico da escola está dividido em 1 sala de informática; 7 salas de
aula; 1 sala de professores; 1 sala de diretor; 1 sala para a secretaria; 1 cantina,
8 banheiros e uma área aberta. Não dispõe de quadra de esporte.
O presente projeto de intervenção caracteriza-se como uma pesquisa-
ação. Segundo Thiollent (1986, apud NETO (org) et. al, 2010, p. 31), a pesquisa-
ação
“é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo”.
Portanto, a pesquisa-ação é uma metodologia de pesquisa em que
pesquisadores e pesquisados contribuem para a solução do problema, sendo
objeto e pesquisador ao mesmo tempo. Há, portanto, um princípio colaborativo na
ação investigativa entre os participantes envolvidos neste tipo de pesquisa.
Segundo Neto (2010), “pesquisa ação é um tipo de pesquisa flexível
quanto aos passos e métodos de pesquisa utilizada”. Como é uma forma de
pesquisa empírica com participação ativa dos sujeitos envolvidos ela tem início já
na elaboração do projeto. Portanto, a pesquisa-ação interessa a esta proposta de
intervenção porque nesta metodologia tem-se uma associação entre uma
capacidade de aprendizagem e o processo de investigação (cf. NETO, 2010,
p.33).
De todo, pode-se compreender que para a pesquisa-ação, é preciso que ao
final do processo haja algum tipo de transformação do grupo envolvido, gerando
assim a solução para o problema em questão, conforme os objetivos específicos
da pesquisa.
O projeto de intervenção foi trabalhado em colaboração entre o
coordenador pedagógico pesquisador e o grupo de professores das séries finais
do Ensino Fundamental da Escola Estadual Antônio Alves Moreira.
Também nessa etapa do projeto alguns alunos foram entrevistados, duas
professoras da área de Linguagem, duas Normalistas e uma Historiadora. Todas
com mais de um ano de docência nos anos finais do Ensino Fundamental
investigados pelos pesquisadores no sentido de gerar dados que possibilitem
diagnosticar a problemática em questão. Tais alunos não são considerados
colaboradores da pesquisa, o projeto não se aplica a eles. Os alunos foram
considerados apenas fontes para diagnóstico visto que são a eles que se aplica o
processo avaliativo. São estes alunos: dois do 6º ano; dois do 7º ano; dois do 8º
ano e dois do 9º ano do Ensino Fundamental. Todos, alunos do grupo de
professores em investigação.
Para coleta e geração dos dados da pesquisa usei como instrumentos,
questionários aplicadas ao referido grupo de professoras e alunos para obter as
informações necessárias sobre a avaliação que se realiza na escola.
Com base nos dados coletados, realizou-se uma palestra com o grupo de
professores sobre avaliação, para reflexão das teorias e concepções de uma
avaliação como processo contínuo.
Para Hofmann, como ação reflexiva e mediadora do processo de
ensino-aprendizagem, a avaliação pressupõe envolvimento, divisão de papéis, o
professor que ensina, mas também aprende.
Diz a autora,
(...) Quando avaliamos uma pessoa, nos envolvemos por inteiro - o que sabemos,
o que sentimos, o que conhecemos desta pessoa, a relação que nós temos com
ela. E é esta relação que o professor acaba criando com seu aluno. Então, para
que ele transforme essa sua prática, algumas concepções são extremamente
necessárias. Em primeiro lugar, o sentimento de compromisso em relação àquela
pessoa com quem está se relacionando. Avaliar é muito mais que conhecer o
aluno, é reconhecê-lo como uma pessoa digna de respeito e de interesse. Em
segundo lugar, o professor precisa estar preocupado com a aprendizagem desse
aluno. Nesse sentido, o professor se torna um aprendiz do processo, pois se
aprofunda nas estratégias de pensamento do aluno, nas formas como ele age,
pensa e realiza essas atividades educativas. Só assim é que o professor pode
intervir, ajudar e orientar esse aluno. (...)
Abaixo, observemos as figuras 1 e 2, os gráficos e os dados tabulados:
QUESTÃO 1 QUESTÃO 2 QUESTÃO 3 QUESTÃO 4 QUESTÃO 50
1
2
3
4
5
6
A)B)C)D)E)
Figura 1: TABULAÇÃO EM GRÁFICO DO QUESTIONÁRIO DO PROFESSOR
QUESTÃ
O 1
QUESTÃ
O 2
QUESTÃ
O 3
QUESTÃ
O 4
QUESTÃ
O 5
QUESTÃ
O 6
QUESTÃ
O 7
QUESTÃ
O 8
QUESTÃ
O 901
2
3
4
5
6
78
9
A)B)C)D)E)
Figura 2: TABULAÇÃO EM GRÁFICO DO QUESTIONÁRIO DO ALUNO
O questionário do aluno apresenta 09 questões de múltipla escolha com questão justificativa na 9ª questão.
O questionário aplicado aos professores colaboradores teve uma quantidade de cinco questões de múltipla escolha com justificativa na 5ª questão.
Cada um dos questionários, tanto do professor como do aluno,
apresentou em cada questão, alternativas que eram representadas por letras do
alfabeto de a a e, variando a quantidade de alternativas conforme as respostas
sugeridas para cada questionamento.
A primeira questão do questionário do professor diz ao conceito de
avaliação que os professores compreendem dentro da sua prática.
Percebe-se no gráfico, que dos professores entrevistados, dois
optaram pelas alternativas a), c) e d). Isto significa que para ambos avaliar é um
processo de medir conhecimentos; verificar aprendizagem de conteúdos; testar
professor e aluno; para apontar erros e acertos na prática de ensino e
aprendizagem.
A compreensão de Luckesi (1999 apud GOVÊA, 2010) a respeito do
caráter processual da avaliação escolar da aprendizagem tem a ver com a
encerra própria origem da palavra avaliar. Para Luckesi,
(...) o termo Avaliar também tem sua origem no latim, provindo da
composição a-valere, que quer dizer "dar valor a ...". O conceito "avaliação" é
formado a partir das determinações da conduta de "atribuir um valor ou
qualidade a alguma coisa, ato ou curso de ação..." que, por si, implica
posicionamento positivo ou negativo em relação ao objeto, ato ou curso de ação
avaliado. Isto quer dizer que o ato de avaliar não se na configuração do valor ou
qualidade atribuídos aos objetos em questão, exigindo uma tomada de posição
favorável ou desfavorável ao objeto de avaliação, com uma conseqüente decisão
de ação.
Partindo do conceito de avaliação é importante fazer com que o
grupo de professores participantes desta investigação, compreenda que é
possível um processo encontrar diferentes caminhos para o alcance dos bons
resultados numa avaliação. Isso depende de uma abertura pessoal e coletiva com
também de quebra de paradigmas.
Com isso o desafio de provocar situações que favoreçam a reflexão
sobre o aspecto avaliativo da educação escolar é aceito no contexto desta
investigação como forma de possibilitar futuras mudanças de postura na realidade
da escola investigada.
A questão 02, referente aos instrumentos avaliativos
Os cinco professores entrevistados optaram pela alternativa e),
afirmando que na sua prática avaliativa costumam usar todos os instrumentos
apontados nas alternativa anteriores da mesma questão.
No processo avaliativo o professor deve utilizar técnicas diversas e
instrumentos variados para diagnosticar o começo, o durante e o fim de todo o
processo avaliativo. Daí é possível progredir no processo didático e retomar o
que foi insatisfatório para que o processo de aprendizagem tenha êxito e o aluno
não saia prejudicado.
A avaliação somativa diz respeito a dar notas em tudo o que o aluno
faz, sendo tradicionalmente aceita pela escola como único método eficaz, de uma
avaliação para melhoria da qualidade da aprendizagem. Como compreende
Sousa sobre a avaliação como processo contínuo, como diz (Souza p 89, 90)
A avaliação deve ser utilizada com o apoio de múltiplos instrumentos de coleta de informações, sempre de acordo com as características do plano de ensino, isto é, dos objetivos que se está buscando junto ao aluno. Assim, conforme o tipo de objetivo, podem ser empregados trabalhos em grupos e individuais, provas orais e escritas, seminários, observação de cadernos, realização de exercícios em classe ou em casa e observação dos alunos em classe.
É neste processo contínuo que se espera possibilitar a todos as mesmas
oportunidades de aprendizagem, uma vez que se usa variados instrumentos
avaliativos para o aluno obter uma nota passiva.
Isso leva ao professor, um desafio de provocar situações que favoreçam a
descoberta e criatividade dos alunos, para que no futuro sejam profissionais
qualificados e respeitados na área em que atuarem.
A questão 03 do questionário do professor também aponta outra
problemática em relação ao que os professores compreendem da avaliação da
aprendizagem.
Os professores entrevistados optaram como resposta pela letra b),
que diz que o objetivo de avaliar é verificar o que o aluno aprendeu sobre
determinado conteúdo. De todos os cinco professores investigados, apenas um
optou pela alternativa c), na qual o objetivo da avaliação é medir a capacidade do
aluno de errar ou acertar.
Ao trabalhar essa questão prévia e fundamental com os professores,
chega-se a conclusão que avaliar serve para medir o nível de conhecimento
obtido pelos alunos como também ver o que o professor ensinou. Segundo
Hoffmann (2003)
A avaliação da aprendizagem é reconhecida por diferentes funções, as
principais são diagnóstica, formativa, somativa e/ou creditativa. Com base em
Hoffman (2004), pode-se compreender que estas diferentes funções
da aprendizagem tornam possível o processo avaliativo contínuo da
aprendizagem.
A avaliação é, de fato, um processo contínuo e construtivo do saber. Ao
professor avaliar é, portanto, uma ação inerente a todo o fazer pedagógico,
didático e de gestão da aprendizagem do seu aluno.
A questão 04 aborda sobre os procedimentos usados pelos professores
para recuperação do aluno após um resultado insatisfatório na avaliação.
Os cinco professores entrevistados optaram pela alternativa a), afirmando
que realizam feedback da avaliação aplicada sobre o determinado conteúdo.
O professor como responsável pelo processo, precisa antes de tudo
verificar se seus alunos dominam ou não os pré-requisitos necessários para os
novos desafios. Neste contexto, a avaliação representa um dos pontos
primordiais para a aprendizagem, e compete ao professor a retomada do que foi
insatisfatório na aprendizagem dos alunos.
É na avaliação que torna possível ao professor gerir as facilidades e
dificuldades de seus alunos, assim como da própria prática didática. Conforme
Demo (2002),
É importante que se respeite o saber elaborado pelo aluno, espontâneo, partindo de ações desencadeadoras de reflexão sobre tal saber, desafiando-o a evoluir, encontrar novas e diferentes soluções às tarefas sucessivamente apresentadas pelo professor.
“Avaliar é sempre classificar, mas podemos encontrar razões pedagógicas e éticas para proceder desse modo, em particular para garantir tanto melhor a aprendizagem do aluno...”
A última questão do questionário do professor, número 05, é
referente a suficiência dos instrumentos utilizados pelos professores para a
avaliação.Os instrumentos avaliativos usados no processo de avaliação de seus
alunos são suficientes desde que os mesmos são planejados a partir dos
conteúdos ensinados e, têm servido para avaliar a capacidade dos alunos em
corresponder a cada instrumento usado. Apenas um professor optou pela
alternativa b), justificando que “muitas vezes o aluno tem entendido determinado
conteúdo, mas, de repente, o instrumento utilizado não foi adequado para aquele
momento”.
Temo uma cultura de que a avaliação serve para aprovar e reprovar o
aluno. Além disso, pouco se reconhece sobre o processo de avaliação que
acontece nas escolas, e quando se acha que sabe não a faz como deveria, pois
para muitos professores o que importa é cumprir o que lhe é determinado. Como
denuncia Luckesi (2003, p.11)
(...) historicamente, passamos a denominar a prática de acompanhamento da avaliação da aprendizagem do educando de “Avaliação da aprendizagem escolar”, mas, na verdade, continuamos a praticar “exames”.
Por isso devemos pensar a avaliação como subsídios a um processo
contínuo da aprendizagem que fuja desta pedagogia do exame (cf. Luckesi, 2003)
e torne, de fato, o processo de ensino-aprendizagem de qualidade.
Atualmente na escola Antonio A. Moreira percebe-se que a avaliação visa
oferecer ao aluno maior oportunidade de aprovação, e uma aprovação com
conhecimentos. Assim, compreende-se que a escola preocupa-se com o
processo, a quantidade e com a qualidade dessa aprovação. Neste sentido,
Ballester (2003) esclarece que
“A avaliação somativa tem como objetivo estabelecer balanços confiáveis dos resultados obtidos ao final de um processo de ensino e o aluno não saia prejudicada”.
Partindo do conceito de avaliação, é importante fazer que o grupo de
professores participantes desta investigação, compreendam que é possível em
um processo, encontrar diferentes caminhos para o alcance dos bons resultados
numa avaliação. Isso depende de uma abertura pessoal e coletiva, com também,
de quebra de paradigmas.
Com isso o desafio de provocar situações que favoreçam a reflexão
sobre o aspecto avaliativo da educação escolar é aceito no contexto desta
investigação como forma de possibilitar futuras mudanças de postura na realidade
da escola investigada.
O questionário do aluno inicia-se com a primeira questão referente
aos aspectos emocionais que condicionam o aluno apto ou não no dia de uma
avaliação ou no momento em que reconhece que é avaliado pelo professor.
Dos nove alunos entrevistados, 07 optaram pela letra c; 01 marcou
a) e 01 marcou b). Percebe-se neste sentido que a avaliação vivenciada pelo
aluno na escola é uma situação que lhe causa alteração no comportamento.
A questão 02 propôs a investigação a respeito dos motivos que
levam o alunos a sofrer esta alteração emocional no momento em que vivencia a
avaliação.
Cinco alunos entrevistados marcaram como resposta a letra a), em
que afirmam que o motivo de sua alteração emocional na avaliação é a
“insegurança de saber ou não o conteúdo”.
A questão de número três (questão 03) do mesmo questionário
objetivou investigar dos alunos se os mesmos consideram necessárias mudanças
na forma como têm sido avaliados pelos professores.
Dos nove alunos entrevistados, 04 optaram pela alternativa a),
considerando portanto, que a forma de avaliar dos professores necessita de
mudanças. Em contrapartida, 05 alunos optaram em responder “não”, letra b),
afirmando que têm conseguido bons resultados por meio do processo de
avaliação que vivenciam.
A questão 04, a respeito do comportamento que apresentam ao
receber uma nota baixa, 08 dos 09 alunos entrevistados responderam que
estudam mais para na próxima avaliação tirar melhor nota.
A questão 05 investiga, por exemplo, sobre o que os alunos
consideram do professor quando este aplica uma avaliação.
Aqui se reconfirma que para os professores, o foco da avaliação é o
conteúdo ensinado, sendo que se avalia para ter certeza de que este foi
apreendido pelo aluno.
As questões 06, 07, 08 e 09 do questionário do aluno propõem a
respeito de como os alunos costumam vivenciar os resultados insatisfatórios de
uma determinada situação de avaliação.
Para os alunos, os principais fatores que atrapalham no bom
desempenho no momento da avaliação são “o tipo de avaliação a que são
submetidos” e todas essas possibilidades de prejuízo que se manifestam pelo
“medo da reprovação”. A cola para os alunos “é uma forma de não serem mal
sucedidos quando não se sentem seguros dos conteúdos avaliados” (07 alunos
responderam “às vezes” e 02 alunos disseram que “sim” á questão 08).
No dia 10 de maio foi realizado o seminário com os professores, não só
para os 05 professores entrevistados, mas para todos os professores que
atuam do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Antonio
Alves Moreira e também da Escola Estadual Getúlio Vargas, pois ambas
estavam de formação continuada e um dos temas trabalhados era avaliação
a direção nos deixou responsáveis pelo tema uma vez que o nosso projeto
tinha como tema a AVALIAÇÃO.
Durante a explanação utilizamos o data show para apresentarmos o
tema e fazer uma explanação sobre avaliação, instrumentos avaliativos, e
instigarmos os professores sobre sua prática na sala de aula. Os professores
participaram dando seus depoimentos de como ocorre no seu dia-a-dia,
como se sentem no momento de elaborar e aplicar a avaliação, pois para
eles nunca se sabe o momento certo de aplicá-la, uma vez que se trata de
seres humanos, onde cada um tem suas limitações e seus problemas, e não
se pode trabalhar com cada um individualmente, pois temos um calendário
a seguir e são muitas turmas e alunos a serem ensinados, mas entendem que
o currículo é parte indissociável do planejamento escolar.
Após a palestra foi possível motivar os professores de que a
avaliação pensada a partir do currículo e do planejamento escolar é uma ação
coletiva e complexa que envolve diferentes etapas da aprendizagem.
2.1- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os questionários aplicados aos professores abordaram o conceito
de avaliação; objetivos de avaliar; os instrumentos e procedimentos avaliativos
que costumam utilizar e a suficiência destes instrumentos utilizados.
Com base na análise dos dados gerados, foi possível compreender
que os professores investigados consideraram que a avaliação é uma ação de
“medir conhecimentos; ao mesmo tempo, uma ação de verificação da
aprendizagem de conteúdos.”, como também é uma forma dele mesmo ser
avaliado pelo trabalho realizado.
Em relação aos instrumentos que utilizam para avaliar seus alunos,
os professores afirmaram que aplicam uma variedade de procedimentos e
materiais. Entre os mais apontados estiveram a pesquisa, os seminários, os
debates e discussões, e as avaliações escritas. Pode se analisar que os
professores trabalham com várias formas de avaliação, buscando aproveitar todo
o aprendizado do aluno durante o processo avaliativo.
Quando se observou a mesma questão em relação aos objetivos, os
professores apontaram como concepção da avaliação na mesma investigação
diagnóstica. Mas, afirmaram que usam de diferentes instrumentos para avaliar,
acreditam que sua prática avaliativa está dentro da perspectiva formativa, uma
vez que se propõe analisar e identificar a adequação de ensino com o verdadeiro
aprendizado dos alunos.
Pergunta-se até que ponto essa variedade de instrumentos e
procedimentos avaliativos compreende a prática de avaliação do grupo de
professores investigados? Será que os professores refletem sobre cada
instrumento antes de aplicar ao seu aluno? O que se pôde observar é que a
maioria aplica cada instrumento com eficácia.
“mais que o instrumento, importa o tipo de conhecimento que põe à prova, o tipo de perguntas que se formula, o tipo de qualidade (mental ou prática) que se exige e as respostas que se espera obter conforme o conteúdo das perguntas ou problemas que são formulados”. Méndez (2002, p.98),
Quanto aos objetivos da avaliação, a maioria dos professores
investigados apontou que, ao avaliar, querem verificar o que o aluno aprendeu do
conteúdo ministrado. Observa-se que o conteúdo é o foco principal no momento
da avaliação e não o conhecimento, uma vez que o conhecimento deveria ser o
foco principal para o professor, aluno e família. Mas como a cultura de obter uma
nota passiva é mais importante, o conhecimento fica em segundo plano e em
primeiro a nota.
Ao observar os procedimentos utilizados para a recuperação do
aluno após um resultado insatisfatório na avaliação, os professores investigados,
afirmam que realizam feedback da avaliação aplicada sobre determinado
conteúdo. Não fica claro se o professor usa as mesmas estratégias ou mudam-
nas para melhorar a aprendizagem do aluno.
De acordo com a maioria dos alunos entrevistados, já ocorreu uma
variação do seu estado emocional quando era dia de avaliação A partir disso,
compreendeu-se que a avaliação vivenciada pelo aluno na Escola Antonio
Moreira se caracteriza como uma situação que lhe causou ou causa medo ou
nervosismo, durante a avaliação.
Supõe-se que este fato ocorra pela forma como o professor realiza
esta avaliação, e como está o clima emocional dos alunos e professores.
Para que isso deixe de ocorrer é preciso uma mudança de postura
do professor com responsável pelo processo avaliativo. Não apenas no sentido
da reflexão sobre sua prática de avaliar, mas no que o docente tem
compreendido desse processo. Espera-se que ambos, alunos e professores
possam compreender juntos todo o processo avaliativo.
Para Hofmann, como ação reflexiva e mediadora do processo de
ensino-aprendizagem, a avaliação pressupõe envolvimento, divisão de papéis, o
professor que ensina, mas também aprende.
Com relação à mudança no processo avaliativo, os alunos responderam, que não
há necessidades de mudança na avaliação. Mas esperam que os professores
utilizam mais avaliação oral, pois a escrita ainda predomina entre os professores.
Percebe – se que alunos e professores, veem a avaliação de forma
diferente. Os professores afirmam usar vários instrumentos para avaliarem, já os
alunos acham que a prova escrita é a mais usada. Analisa-se então que os
alunos não veem a participação, os debates, as aulas de campo, etc, como
instrumentos avaliativos, e que para o professor tudo pode ser avaliado no aluno.
Após analisar todos os questionários, percebe-se a necessidade de
reflexão com o grupo de professores investigados sobre avaliação e durante a
formação continuada com os professores, realizou-se a palestra sobre avaliação,
foi um momento de muitas reflexões e debates sobre o assunto.
Quando se falou sobre os critérios de avaliar, uma professora
declarou que “temos que observar o que foi aprendido pelo aluno a cerca do
conteúdo dado” isso gerou um grande debate, pois muitos acreditam que o
instrumento usado ajuda o aluno a recordar no que lhe foi repassado,outra
professora acrescentou que “avaliação que vem muito fácil, não leva o aluno a
pensar, não forma cidadãos críticos, e a escola pública visa formar cidadão para
a vida.”
Um dos professores presentes questionou a respeito do fato de que
a “avaliação deve partir de uma ação coletiva entre os professores que trabalham
diretamente com o indivíduo” aqui ele quis propor à escola que no momento de
planejar a avaliação, professores das disciplinas afins, juntem-se para a escolha
do instrumento a ser usado no momento.Pois segunda a mesma professora “
quando se tem a necessidade de refletir, automaticamente faz-se a avaliação da
aprendizagem”.
Este questionamento é importante e representa a inquietação de boa parte
dos professores presentes durante a nossa explanação. Mas como disse outra
professora “tudo isso só funcionaria se nós tivéssemos 20 horas em sala de aula
e 20 hora para planejar, só aí teríamos tempo para mudar e refletir nossa forma
de avaliar”. Sabemos que isso é utopia, e como formadores de cidadão pensante,
faz-se necessário usarmos de estratégias significativas para melhorar cada vez
mais a educação no Brasil.
3. CONCLUSÃO:
O relatório de pesquisa proporciona ao grupo de professores subsídios
para melhoria no processo de avaliação da aprendizagem nas séries finais do
Ensino Fundamental da Escola Estadual Antonio Alves Moreira. Demonstrando
aos professores investigados os diversos instrumentos que podem ser utilizados
no ato de avaliar.
Depois da investigação do objeto de pesquisa, pode-se concluir que havia
entre os professores uma prática avaliativa que não condiz com as teorias dos
estudiosos sobre avaliação. Por esse motivo sentiu-se a necessidade de intervir,
no que se refere a instrumento de avaliação. Planejou-se a realização de um
seminário, porém, pela sugestão da gestora da unidade escolar investigada e a
coincidência dos encontros de formação continuada que contemplava o tema
avaliação, realizou-se uma palestra direcionada a todos os professores das
escolas Antonio Moreira e Getúlio Vargas. O seminário planejado ficou como
sugestão de trabalho para o plano de ação do PPP/2012.
Após o trabalho realizado com os professores pode-se perceber que nas
avaliações do segundo bimestre, houve uma mudança de postura na utilização
dos instrumentos de avaliação da aprendizagem. Uma das mudanças
perceptíveis foi a elaboração de questões a partir de textos, assim pode-se
desenvolver habilidades de leitura, escrita e interpretação. A unidade escolar já
colheu frutos com uma boa colocação no município de Ananás, ficando em
primeiro lugar na avaliação estadual (SALTO).
Como profissionais comprometidos com um processo de ensino e
aprendizagem reflexivo, temos grandes desafios em provocar situações que
favoreçam a descoberta e criatividade de nossos alunos, para que no futuro
sejam profissionais qualificados e respeitados na área em que atuam.
A avaliação da aprendizagem no contexto escolar tem um papel primordial
na unidade escolar, a partir de tais resultados, poderemos intervir, através de
ações que sejam direcionadas a sanar as dificuldades encontradas. Cada
profissional deve atuar com responsabilidade, buscando continuamente atualizar-
se na busca de proporcionar melhorias na prática docente.
REFERENCIAS:
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Artmed, 2003.
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WERNECK, Hamilton. A nota aprende, a sabedoria liberta. Rio de Janeiro:
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APÊNDICE
QUESTIONÁRIO PARA O PROFESSOR
1- Para você, o que é avaliar?
a)( ) É medir o conhecimento do aluno
b)( ) É punir o aluno
c)( ) Testar o que o professor ensinou e o que o aluno aprendeu
d)( ) É uma forma de despertar o aluno para a aula
2- Quais os instrumentos avaliativos você utiliza durante o bimestre?
a)( ) Questionários com perguntas e respostas oral e escrita
b)( ) Pesquisa d) ( ) Seminário
c)( ) Debates e discussões e)( ) Todos
3- Quando você aplica uma avaliação o que você objetiva avaliar?
a)( ) Que o aluno tire boa nota passiva
b)( ) O que ele aprendeu sobre determinado conteúdo
c)( ) A capacidade do aluno em errar ou acertar
4- Quais os procedimentos utilizados por você após os resultados da avaliação?
a)( ) Há um Fedeback sobre a avaliação realizada
b)( ) Você aplica o mesmo procedimento e o mesmo conteúdo
c)( ) Você aplica o mesmo instrumento avaliativo
5- Os instrumentos utilizados são suficientes para denominar o valor real da
aprendizagem?
a)( ) sim b)( )não
Por que?----------------------------------------------------------------------------------
ENTREVISTA AO ALUNO
1- Seu estado emocional se altera nos dias de avaliação?
a)( ) sim b)( ) não c)( ) as vezes
2- O motivo do seu estado emocional abalado é?
a)( ) falta de segurança do conhecimento b)( ) pressão dos pais
c) ( ) medo do professor d)( ) critério de nota do
professor
3- Você acha que deveria mudar o modo de avaliações?
a)( ) sim b)( ) não
Por quê ?------------------------------------------------------------------------------------
4- Ao receber uma prova com nota baixa, o que você faz?
a)( ) rasga a prova b)( ) chora c) ( ) xinga o professor d)( )
estuda mais
e)( ) chuta e dar morro nas coisas f) ( ) pedi explicação ao professor
5- Em sua opinião o professor aplica prova para?
a)( ) Dar uma nota b) ( ) punir você c)( ) verificar se ele
ensinou
d)( ) verificar se você aprendeu e)( ) cumprir norma da
escola
6- Você já foi punido ao tirar nota baixa ? E por quem ?
a)( ) sim b)( ) não c) ( ) as vezes
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7- Você já se sentiu prejudicado com uma nota baixa?
a)( ) sim b) ( )não c)( ) as vezes
Como?----------------------------------------------------------------------------------------------
-
8- Você costuma cola no dia de prova?
a)( ) sempre b) ( ) nunca c)( ) as vezes
9- O que mais interfere nos seus estudos para que você não seja bem sucedido
nas provas?
a)( ) Seu estado emocional b)( ) sua relação com o professor
c)( ) o tipo de prova d)( ) a natureza da disciplina
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