Profª Esp. Marília Cavalcante Fundamentos Práticos para o Cuidado de Enfermagem
DENF - UNICENTRO
2012 1
Integridade da Pele e
Cuidados de Feridas
Tópicos
2
Anatomia e Funções da Pele
Classificação das Feridas
Cicatrização: fases, mecanismos, fatores que
interferem
Úlceras de pressão: patogênese, fatores de risco
e estágios
Relevância do tema
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Uma das principais responsabilidades da
enfermeira é:
Monitorar a integridade da pele e
Planejar, implementar e avaliar intervenções para
mantê-la
O conhecimento da cicatrização normal da pele
ajuda na identificação de condições que
requerem a intervenção de enfermagem.
Pele
4
Maior órgão do corpo
15% do peso corporal
Barreira protetora
Órgão sensorial (dor,
temperatura, toque)
Sintetiza vitamina D
Termorregulação
Imagem corporal
Anatomia da Pele
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FERIDA
É uma interrupção da integridade e da função dos
tecidos no corpo (BAHARESANI, 2004).
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Classificação das Feridas
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Etiologia (doença associada)
Mecanismo da lesão (traumática, cirúrgica, patológica)
Morfologia (localização, número, dimensão e profundidade)
Grau de contaminação (limpa, contaminada ou infectada)
Fase cicatricial (inflamatória, proliferativa e maturação)
Característica do exsudato (aspecto, coloração e odor)
Classificação das Feridas
8
Características do leito da ferida (necrótico, fibrinoso, granulação e epitelização)
Cultura da secreção (agente etiológico)
Evolução da ferida (aguda ou crônica)
Tipo de cicatrização (primeira, segunda ou terceira intenção)
Segundo a cor (vermelho, amarela e preta)
Classificação das Feridas
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MECANISMO DA LESÃO
Contusas Incisas
Classificação das Feridas
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MECANISMO DA LESÃO
Laceradas Perfurantes
Classificação das feridas
Descrição Causas Implicações para
cicatrização
AGUDO
Ferida que progride através
de um processo reparativo
ordenado e oportuno, que
resulta na restauração
sustentada da integridade
anatômica e funcional
Trauma
Incisão Cirúrgica
As feridas usualmente são
fáceis de serem limpas e
reparadas.
As bordas da ferida são
limpas e intactas
CRÔNICO
Ferida que não progride
através de um processo
ordenado e oportuno para
promover a integridade
anatômica e funcional
Comprometimento vascular
Inflamação crônica ou
insultos repetitivos ao tecido
A exposição contínua ao
insulto impede a cicatrização
da ferida
Classificação das Feridas
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Categoria
Cirúrgica
Determinantes da Categoria Risco de
infecção (%)
LIMPA Ferida feita assepticamente (cirurgia)
Não entrada nas vias digestivas, respiratórias
e GU
1 a 3
LIMPA-
CONTAMINADA
Incisão cirúrgica nas vias respiratórias,
digestivas ou GU
3 a 7
Classificação das Feridas
13
Categoria
Cirúrgica
Determinantes da Categoria Risco de
infecção (%)
CONTAMINADA Feridas traumáticas abertas apresentadas
recentemente
Grande extravasamento a partir do trato GI
Ruptura importante na técnica asséptica
Entrada no trato GU ou biliar, quando a urina
ou bile está infectada
7 a 16
SUJA ou
INFECTADA
Ferida traumática com reparação tardia,
tecido desvitalizado, corpos estranhos ou
contaminação fecal
Inflamação aguda e drenagem purulenta
encontradas durante o procedimento
16 a 29
Classificação quanto ao grau de
contaminação
14
LIMPA CONTAMINADA
INFECTADA
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Segundo a Cor:
Vermelha: indica tecido de granulação
saudável e limpo.
Quando uma ferida começa a
cicatrizar, cobre seu leito uma camada
de tecido de granulação róseo-pálido,
que posteriormente torna-se vermelho-
vivo.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Segundo a Cor:
Amarelo: indica a presença de
exsudato ou secreção e a necessidade
de limpeza da ferida.
O exsudato pode ser amarelo-claro,
amarelo-cremoso, amarelo-
esverdeado ou bege.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Segundo a Cor:
Preta: indica a presença de necrose.
O tecido necrótico torna mais lenta a
cicatrização e proporciona um local
para proliferação de microrganismos.
FASES DE CICATRIZAÇÃO DA
FERIDA
• Inflamatória
• Proliferativa
• Maturação
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Fase Inflamatória
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Inicia-se logo após a ocorrência da lesão.
Começa com coagulação inicial importante, que protege o leito da ferida de contaminação, e, logo em seguida a vasodilatação, que dá início ao processo inflamatório, podendo ocasionar calor, rubor e edema local.
Os monócitos e neutrófilos são as primeiras células inflamatórias a chegar ao local da ferida com a função de desbridar a superfície e fagocitar corpos estranhos.
Essa fase dura cerca de três dias.
Fase Proliferativa
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Caracterizada pelo aparecimento do tecido de granulação. Inicia-se com a formação de
novos vasos sanguíneos essenciais para manter o ambiente de cicatrização da ferida.
Ocorre também a síntese de colágeno, responsável pela sustentação e pela força tênsil do tecido adjacente.
As células epiteliais começam a migrar das bordas para o leito da ferida, diminuindo sua extensão.
Esta fase inicia-se por volta do terceiro dia de lesão e dura aproximadamente duas à três semanas.
Características do Tecido de
Granulação
SADIO DOENTE
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Vermelho vivo
Brilhante
Não sangra
facilmente ou muito
pouco
Vermelho escuro
Sem brilho ou
ressecado
Sangra com
abundância
Fase de Maturação
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Inicia-se após à terceira semana e caracteriza-se
pelo aumento da resistência do tecido, porém,
sem aumentar a produção de colágeno, apenas
remodelando-o.
A ferida passa por um processo de contração que
reduz a quantidade e o tamanho da cicatriz.
Mecanismos de Cicatrização das feridas
Descrição Causas Implicações para
cicatrização
PRIMEIRA INTENÇÃO
Ferida que é fechada
Incisão cirúrgica
Ferida que é suturada ou
grampeada
A cicatrização ocorre por
epitelização; cicatriza
rapidamente com mínima
formação de tecido cicatricial
SEGUNDA INTENÇÃO
As bordas da ferida não estão
aproximadas
Úlcera de pressão
Feridas cirúrgicas que têm
perda de tecido
A ferida cicatriza através da
formação de tecido de
granulação, contração da
ferida e epitelização
TERCEIRA INTENÇÃO
A ferida é deixada aberta por
vários dias, e em seguida as
bordas da ferida são
aproximadas
Feridas que são
contaminadas e requerem
observação para sinais de
inflamação
O fechamento da ferida é
retardado até que o risco de
infecção seja resolvido
27
Fatores que interferem na cicatrização
28
FATORES LOCAIS:
técnica cirúrgica
uso de medicação tópica
formação de hematomas
ressecamento durante a cicatrização
Infecção
reação a um corpo estranho
Infecção
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Efeitos sobre a cicatrização da ferida: Prolonga a fase inflamatória
Retarda a síntese de colágeno
Impede a epitelização
Aumenta a produção de citocinas pró-inflamatórias
Sinais e sintomas: Presença de pus
Alterações no odor, volume ou aspecto da drenagem da ferida
Vermelhidão no tecido circunjacente
Sensibilidade e dor no local da ferida
Febre
Elevada contagem de leucócitos
Fatores que interferem na cicatrização
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FATORES SISTÊMICOS
Doenças pré-existentes (tais como diabetes, alterações no sistema circulatório e nos
fatores de coagulação, aterosclerose, sepse, entre outras)
Idade avançada
Estado nutricional
Uso de drogas sistêmicas
Papel de nutrientes na cicatrização
de feridas
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Nutriente Papel na Cicatrização
Calorias Combustível para a energia celular
“proteção de proteínas”
Proteínas Fibroplastia, angiogênese, formação de colágeno e
remodelação de feridas, função imunológica
Vitamina C Síntese de colágeno, integridade da parede capilar, função
de fibroblastos, função imunológica, antioxidante
Vitamina A Epitelização, fechamento de feridas, resposta inflamatória,
angiogênese, formação de colágeno
Pode reverter os efeitos de esteroides sobre a pele e a
cicatrização retardada
Zinco Formação de colágeno, síntese de proteínas, membrana
plasmática e defesas do hospedeiro
Líquidos Um ambiente líquido é essencial para toda a função celular
Alterações na pele durante o
envelhecimento
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Elasticidade reduzida, colágeno diminuído e
adelgaçamento da musculatura e tecidos
subjacentes
Co-morbidades e polifarmácia
Adesão entre a camadas da pele mais aplainada Remoção de esparadrapo
Resposta inflamatória reduzida
Pouco tecido subcutâneo sobre proeminências
ósseas
Ingesta nutricional reduzida
ÚLCERAS DE PRESSÃO
33
ÚLCERAS DE PRESSÃO
34
Usualmente sobre proeminência do corpo, como
resultado da pressão ou da pressão em
combinação com fricção e/ou atrito.
A incidência de úlceras de pressão em uma
unidade de saúde é um importante indicador
da qualidade dos cuidados.
Usualmente se desenvolvem dentro das
primeiras 2 semanas de hospitalização.
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Patogênese das Úlceras de Pressão
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Intensidade da Pressão
Hiperemia
Duração da Pressão
Oclui o fluxo sanguíneo e os nutrientes
Tolerância do tecido
Atrito, fricção e umidade
Desnutrição, envelhecimento e baixa pressão
sanguínea
Classificação das úlceras de pressão
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Classificação das úlceras de pressão
38
39
Fatores de risco para o desenvolvimento
de úlceras de pressão
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Percepção sensorial prejudicada (dor e pressão)
Mobilidade prejudicada
Alteração no nível de consciência
Atrito
Fricção
Umidade (drenagem de feridas, sudorese excessiva e incontinência
fecal ou urinária)
Prevenção de Úlceras de Pressão
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Fator de Risco Intervenções de Enfermagem
Percepção sensorial
diminuída
• Avaliar os pontos de pressão para sinais de
hiperemia
• Proporcionar superfície de redistribuição de pressão
Umidade • Avaliar a necessidade de tratamento de
incontinência
• Após cada episódio de incontinência, limpar a área
e proteger com pomada
Fricção e atrito • Reposicionar o paciente (atenção para a técnica
correta)
• Posicionar o paciente a uma volta lateral de 30
graus e limitar a elevação da cabeceira do leito a 30
graus
Atividade/mobilidade
diminuída
Desnutrição
• Realizar mudança de decúbito
• Proporcionar uma adequada ingesta nutricional e
de líquidos
Posição lateral em 30 graus, na qual os pontos de pressão são
evitados
42
Referências
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POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de
enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
SMELTZER, S. C. (Ed.) et al. BRUNNER &
SUDDARTH Tratado de enfermagem médico-
cirúrgica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2008. v. 1.
NETTINA, S. M. Prática de enfermagem. Rio de
Janeiro: GEN, 2007
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