MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DIVISÃO DE AÇÕES INCLUSIVAS-DAIN
CURSO INTRODUTÓRIO ENSINANDO E APRENDENDO
MEDIANTE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS
Setembro, 2016
CONVERSANDO SOBRE UNIVERSITÁRIOS COM
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS - NEE
Prof. Francisco Ricardo Lins Vieira de Melo
Dept. de Fisioterapia/PPGED/UFRN
Constatações nas últimas décadas
Documentos internacionais
que referendam a inclusão
das pessoas com
deficiência no Ensino
Superior
Políticas e medidas de apoio pelos governos para garantir acesso
e sucesso acadêmico, à luz do paradigma da Educação Inclusiva
(Brolin; Elliott, 1984; Brinckerhoff, Shaw e McGuire, 1992;
Rodrigues, 2004; Peralta, 2007; Defur; Korinek, 2008 ; Castro, 2011,
entre outros)
Introdução
Mudanças conceituais e
Movimentos pela garantia
dos direitos das pessoas
com deficiência
(OMS, 1980; 2001, 2011)
IMPACTO DAS POLITICAS DE EDUCAÇÃO
INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR
ESTUDOS MOSTRAM
Aumento das pessoas com deficiência nas universidades
(Batanero, 2004; Tinklin, Riddell, & Wilson, 2006;
Hadjikakou & Hartas, 2008; Castro, 2011; Cabral 2013;)
Legislação
Financiamento
Infraestrutura
Participação
Formação RH
Cooperação intersetorial
Igualdade de oportunidades e Acessibilidade
Indicadores chave
(Booth & Ainscow, 2002; Hollenweger e Haskell, 2002; kyriazopoulou & Weber, 2009)
Un
ivers
idad
e a
cessív
el
Serviços
de
Apoio
Barreiras à aprendizagem e à participação
(Mara, 2014; Cecília, Ugalde & Saucedo, 2014; Martins
et al, 2015; Díez & Rodríguez, 2015; Kayhan, San &
Akcamete, 2015)
Países em diferentes fases de desenvolvimento
/contextos distintos / Educação inclusiva enquanto
processo
(Sverdlick, Ferrari & Jaimovich, 2005; Cabral, 2013;
Melo & Martins, 2016)
Desafio principal: Tornar a universidade plenamente
acessível
Educação Inclusiva um processo em
construção
Deve-se buscar ir além da dimensão do acesso à
instituição de ensino afim de um processo bem
sucedido na aprendizagem desses alunos.
É importante garantir a permanência, com
qualidade.
Para tanto...
É imprescindível GARANTIR OS MEIOS E APOIOS NECESSÁRIOS PARA UMA EFETIVA INCLUSÃO EDUCACIONAL.
BRASIL
Marcos Legais, políticos e pedagógicos
• Constituição Federal de 1988;
• Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência
(Decreto nº 186/08 e Decreto nº 6949/09);
• Política de Educação Especial na perspectiva da
Educação Inclusiva (Brasil, 2008).
• Documento Orientador Programa Incluir (Brasil,
2013)
• Legislação infraconstitucional (Decreto nº 7.611/ 2011
e Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência, Lei nº 13.146/2015.
Público Alvo da Educação Especial:
Necessidades Educacionais Especiais - aspectos relacionados a dificuldades de aprendizagem ou de elevada capacidade manifestados durante o processo educacional.
• Deficiências (física, auditiva, visual, intelectual);
• Transtorno Global do Desenvolvimento (Síndrome de Asperger e Autismo);
• Altas Habilidades/ Superdotação;
• Transtornos Funcionais Específicos (dislexia, disgrafia, disortografia, discalculia e TDA/H)
• Outras necessidades
(BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008.)
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
• Demandas não atendidas pelos recursos e estratégias tradicionais de ensino
• Respostas educacionais que equiparam as oportunidades para o processo de ensino-
aprendizagem-avaliação
• Apoio Institucional Específico
Ferreira (2007)
2173 5078
11999
20287
34.144
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
Categoria 1
2000 2003 2005 2010 2014
MATRÍCULAS DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS COM NEE
Categoria Administrativa/
Tipo
2014 Total
Geral Pública Privada
Deficiência 10.583 18.175 28.758
Deficiência Visual 4.561 5.260 9.821
Deficiência Física 3.301 7.010 10.311
Deficiência Auditiva/Surdez 1.931 5.019 6.950
Deficiência Intelectual 402 587 989
Deficiência Múltipla 388 299 687
Altas Habilidades 3.453 782 4.235
TGD 122 1.029 1.151
Total 14.158 19.986 34.144 (0.43%)
Total Geral 1.961.002 5.867.011 7.828.013
(100%)
Fonte: Censo Educação Superior MEC/INEP 2014
Quadro 1- Matrículas de Alunos PAEE nos Cursos de Graduação
Presenciais e a Distância, por Tipo e a Categoria Administrativa
das IES no Brasil - 2014
Reflexões
• A lei por si só garante a inclusão educacional das pessoas com NEE?
• As estatísticas reveladas pelo MEC em relação as matrículas no ensino superior implica que estes alunos estão tendo ensino de qualidade?
• Que mudanças são necessárias para que a inclusão educacional seja efetivada com sucesso?
APOIO AOS DOCENTES- Publicações
2013 -Inclusão no Ensino Superior: Docência e Necessidades Educacionais Especiais
2014 -Conversando com o Professor sobre Deficiência Auditiva e Surdez
Contexto educacional
Enquanto professor, o que
preciso está atento na presença
de um estudante com NEE em
sala de aula/na universidade?
Pensar em organizar a instituição escolar para torná-la inclusiva é pensá-la para além
das questões puramente políticas e pedagógicas. É pensá-la, também, como
contexto cultural que envolve relações entre indivíduos.
BARREIRAS ATITUDINAIS
Primeiros contatos: identificar as
necessidades e potencialidades
Vale frisar que, antes de qualquer
tomada de decisão, é importante haver
um primeiro contato entre professor e
aluno, para que sejam expostas as
demandas e se estabeleça o melhor modo
de trabalho em colaboração reciproca
para a plena participação e independência
na vida universitária.
Aspectos a considerar:
• Serviços de apoio na universidade;
• Diálogo com colegas que passaram pela experiência;
• Agir com naturalidade;
• Encaminhar com antecedência a bibliografia que será utilizada no curso à biblioteca de sua unidade, para que esta providencie a aquisição dos livros e adaptação, caso seja necessária;
• Entorno e localização da sala de aula;
• Localização do estudante em sala de aula ( características do ambiente e das demandas do estudante);
Aspectos a considerar:
• Acolhimento e informação na turma /secretaria/ Curso, etc.;
• Falar diretamente com o aluno e não por intermédio de terceiros;
• Mobiliário e outros recursos utilizado pelo aluno;
• Mediação do ensino – colaboração de Tutor, Tradutor intérprete de libras...
• Utilização do quadro e posicionamento do professor em sala de aula;
Aspectos a considerar:
• Material didático utilizado pelo professor: Slides, filmes..
• Atividades propostas (Dinâmicas, tempo de realização e entrega, trabalho de campo...);
• Oferecer cópia do material de projeções visuais usado em sala;
• Produzir e disponibilizar material em base virtual;
• Permitir que suas aulas sejam gravadas;
Aspectos a considerar:
• Avaliação x possibilidades (demandas específicas, conteúdo, formato, entendida enquanto processo...)
• fornecer ao aluno, com antecedência, textos e livros da bibliografia do curso, para que sejam adaptados conforme suas necessidades;
• durante longas exposições, permanecer sentado ou na mesma altura que a de um estudante em cadeira de rodas que esteja muito próximo, evitando assim que ele fique com a cabeça erguida;
• Disponibilizar um horário de atendimento individual
Referências
• Batanero, J. M. (2004). Necesidades educativas especiales en el contexto universitário español. Revista de la Educatión Superior, 33(131), 149-162.
• Booth, T., & Ainscow, M. (2002). Index for Inclusion - Developing Learning Participation in School. Londres: Centre for Studies on Inclusive Education (CSIE). Disponível em: http://www.eenet.org.uk/resources/docs/Index%20English.pdf, Acesso em: 20 nov. 2015.
• Brasil (2008). Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília. • Brinckerhoff, L. C., Shaw, S. F. & Mcguire, J. M. (1992). Promoting access, accommodations, and
independence for college students with learning disabilities. Journal of Learning Disabilities, 25, 417-429.
• Brolin, D.; Elliott, T. R. (1984). Meeting the lifelong career development needs of students with handicaps: a community college model. Career Development for Exceptional Individuals, 7, 12-21.
• Cabral (2013). L’orientamento accademico e professionale degli studenti universitari com disabilità: perspettive inter-nazionali. Thesis. Ph.D. in Culture, disabilità e inclusione: educazione e formazione. Italy: Università degli Studi di Roma “Foro Italico”.
• Cecilia, D.; Ugalde, R., & Saucedo, F. M. (2014). Experiencias de jóvenes universitarios con discapacidad en la UASLP. Revista nacional e internacional de educación inclusiva. 7 (2),113-126.
• Castro, S. F. de (2011). Ingresso e permanência de alunos com deficiência em universidades públicas brasileiras. Doutorado em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil.
• Defur, S. H. and Korinek, L. (2008). The Evolution Toward Lifelong Learning as a Critical Transition Outcome for the 21st Century. Exceptionality, 16, 178-191.
• Díez, A. M.; Rodríguez, V. H. P. (2015). Educación inclusiva en la Enseñanza Superior?:el caso del alumnado con discapacidad. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v.10, n. esp. 599-614.
• Hadjikakou, K., & Hartas, D. (2008). Higher education provision for students with disabilities in Cyprus. Higher Education, 55(1), 103-119.
• Ingrid Sverdlick, I.; Ferrari, P., & Jaimovich, A. (2005). Desigualdade e inclusão no ensino superior. Um estudo comparado em cinco países da América Latina. Série Ensayos & Investigaciones. Buenos Aires.
Referências • Kayhan, N.; Sen, M., & Akcamete, G. (2015). Opinions of University Students with Disabilities on
Current Regulations and Adaptations at Higher Education Institutions. Procedia - Social and Behavioral Sciences 197, 635 – 639.
• Kyriazopoulou, M., & Weber, H. (Eds.). (2009). Desenvolvimento de um conjunto de indicadores – para a educação inclusiva na Europa, Odense, Denmark: European Agency for Development in Special Needs Education.
• Mara, D. (2014). Higher education for people with disabilities - Romanian education experience. Procedia - Social and Behavioral Sciences 142, 78 – 82.
• Martins, M. H., Borges, M. L., Fonseca, H., Gonçalves, T., & Ferreira, J. (2015). Estudantes não-tradicionais no Ensino Superior: Investigar para guiar a mudança institucional. Relatório apresentado à Fundação para a Ciência e Tecnologia no âmbito do projeto PTDC/IVC-PEC/4886/2012 (documento policopiado).
• Peralta, A. (2007): Libro Blanco sobre universidad y discapacidad. Madrid: Real Patronato Sobre Discapacidad.
• Rodrigues, D. (2004). A Inclusão na Universidade: limites e possibilidades da construção de uma Universidade Inclusiva. Revista Educação Especial. Santa Maria, 23, 9-15.
• Stromquist, N. P. (2007). Qualidade de ensino e gênero nas políticas educacionais contemporâneas na América Latina. Educação e Pesquisa, 33, 13-25.
• Sverdlick. I.;, Ferrari, P., & Jaimovich, A (2005). Desigualdad e inclusión en la educación superior. Un estudio comparado en cinco países de América Latina. Serie: Ensayos & Investigaciones del Laboratorio de Políticas Públicas - Buenos Aires, 9, Primera Edición: Buenos Aires.
• Tinklin, T., Riddell, S., & Wilson, A. (2006). Disabled students in higher education. British Journal of Educational Technology, 37(5), 808-809.
• Localização:
Centro de Convivência Djalma Marinho
(Ao lado dos Correios)
• Contatos:
(84) 3342-2232 / (84) 9167-6591 / (84) 9480-6834
E-mail: [email protected]
Site: www.caene.ufrn.br
• Laboratório de Acessibilidade
Contatos: (84) 3342-2525
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