O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
ROSANGE DE FATIMA OLIVEIRA RODRIGUES
O ENSINO DA LIBRAS, NÍVEL BÁSICO, PARA OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
SÃO JOÃO DO IVAÍ – PR 2010
ROSANGE DE FATIMA OLIVEIRA RODRIGUES
O ENSINO DA LIBRAS, NÍVEL BÁSICO, PARA OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Caderno Pedagógico elaborado como subsídio ao Projeto de Intervenção Pedagógica a ser implementado na escola a respeito do objeto de estudo - Ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras previsto no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, sob a orientação da Profª. Drª. Célia Regina Vitaliano, da Universidade Estadual de Londrina
SÃO JOÃO DO IVAÍ – PR 2010
Dedicatória
Ao Pedro, marido e companheiro. À Jose, Ana Paula e Artur, meus filhos
que acompanharam curiosos e pacientemente, dias e noites a fio, meus
estudos, viagens e pesquisas para conclusão deste trabalho.
À minha mãe Waldith pelo carinho. Ao meu pai Artur (in memoriam)
pelas boas lembranças que vivemos juntos.
Aos meus irmãos Denilda e Edílson pela motivação, e em especial a
Marisa pela valiosa contribuição.
À instrutora de Libras Neide pela amizade e preciosa participação
À amiga Jecione pela generosidade e companheirismo nos momentos
difíceis, ao grupo de trabalho em rede - GTR 2009/2010 pela força que
me proporcionaram e à Profa. Dra. Célia Regina Vitaliano pela
orientação que me deu para a realização deste trabalho.
Agradecimentos
Agradeço em especial a Deus, pela força espiritual e inspiradora em
todos os momentos.
Ao Matheus, nosso presente de Deus, à Jose e seu bebê Mariana, que
está a caminho, e ao Moacir pela alegria que juntos me dão.
Ao Artur, meu filho, pelo incentivo e a participação ativa em todos os
momentos desse trabalho.
Aos sobrinhos, pelos momentos de descontração, e à família Rodrigues,
pelo apoio.
Obrigada a todos!
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 5 2 O QUE CONTÉM ESTE CADERNO PEDAGÓGICO ............................................ 6 3 RAZÕES PARA ELABORAÇÃO DESTE MATERIAL .......................................... 7 4 UNIDADE 1: TEXTOS QUE FUNDAMENTAM ESSE MATERIAL ........................ 9
4.1 O QUE É LIBRAS ..................................................................................................... 9 4.2 O AMPARO LEGAL DA LIBRAS ................................................................................... 10 4.3 UM BREVE HISTÓRICO DA LÍNGUA DE SINAIS EM ÂMBITO MUNDIAL ............................... 14 4.4 LIBRAS: O SURGIMENTO NO BRASIL ......................................................................... 17 4.5 DEFINIÇÃO E TABELA DE CLASSIFICADORES ............................................................. 25 4.6 ENCAMINHAMENTOS DIDÁTICO-METODOLÓGICOS PARA IMPLEMENTAÇÃO ................... 27
5 UNIDADE 2: A QUEM SE DESTINA ESSE MATERIAL? ..................................... 28 5.1 COMO APRENDER LIBRAS E, QUEM DEVE ENSINÁ-LA? ................................................ 29 5.2 ASPECTOS ESTRUTURAIS DA LIBRAS: PARÂMETROS PRINCIPAIS ................................. 29 6 UNIDADE 3: PROPOSTAS DE ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DA LIBRAS – NÍVEL BÁSICO ......................................................................................................... 31 6.1 DACTILOLOGIA: ALFABETO MANUAL BRASILEIRO ....................................................... 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 54 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57 APÊNDICE ................................................................................................................ 59 APÊNDICE - CD com imagens (fotos) do vocabulário das atividades propostas no caderno. ................................................................................................................... 60
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1 APRESENTAÇÃO
O presente material tem como objetivo disponibilizar estratégias para
possibilitar o ensino da Libras - nível básico - na escola regular, aos profissionais da
educação envolvidos no trabalho educacional com pessoas surdas. Visa, além
disso, propiciar momentos de reflexão a respeito do processo de ensino e
aprendizagem dos surdos. Esse trabalho se faz necessário em vista da dificuldade
de comunicação dos professores com alunos surdos, e das dificuldades enfrentadas
pelos próprios surdos que têm poucas experiências de interação nos ambientes
educacionais, fator fundamental para sua aprendizagem. Saliento que o fato dos
professores aprenderem a Libras favorece o cumprimento das políticas públicas
inclusivas, propostas nas Diretrizes Curriculares da Educação Especial da Rede
Pública do Estado do Paraná, as quais recomendam que o espaço escolar oferecido
para os alunos surdos seja bilíngue, sabendo que, para a escola ser um espaço
bilíngue, é necessário que todos os membros que dela fazem parte: professores,
equipe técnica, alunos e funcionários tenham domínio de Libras e do Português.
Espero que essa iniciativa não só colabore para que haja respeito, sobretudo à
cultura dos surdos, coerência entre a legislação e o atendimento educacional que o
surdo recebe, mas também proporcione, principalmente aos professores, maior
segurança no compromisso social com uma educação de qualidade para os alunos
surdos.
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2 O QUE CONTÉM ESSE CADERNO PEDAGÓGICO?
Contém informações sobre a Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS tais como:
Razões para elaboração desse material.
Textos que fundamentam o material como:
- O que é Libras?
- O amparo legal da Libras
- Um breve histórico da Língua de Sinais em âmbito mundial.
- Libras: O surgimento no Brasil.
- Tabela de Classificadores
- A quem se destina esse Caderno Pedagógico?
- Como aprender libras e, quem deve ensiná-la?
Uma UNIDADE com 19 propostas de atividades para auxiliar o ensino do
nível básico da Libras, subdivididas em 30 (trinta) configurações de mãos
diferenciadas do Alfabeto Manual Brasileiro, o que possibilita treinamento de
vários vocabulários com a mesma configuração de mão, usando recursos
visuais (fotos), disponibilizados em um CD , como complemento desse
material, para seu melhor aprendizado.
Encaminhamento metodológico, considerações finais, indicações de livros,
textos, sites, filmes, vídeos, referências e anexos.
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3 RAZÕES PARA ELABORAÇÃO DESSE MATERIAL
Ao longo de quase dezoito anos lecionando em classes com alunos
surdos, vivenciei quase todas as propostas de técnicas e métodos aplicados na
escolarização dos surdos, as quais tinham principalmente o objetivo de fazê-los falar
(oralizá-los), usando exercícios fonoarticulatórios, atividades diante do espelho e
outros. Confesso que me recordo de toda essa prática com uma certa inquietude, ou
seja, era uma sensação estranha de estar cumprindo com a obrigação por
obediência a um sistema, mas que dentro de mim algo dizia que aqueles
procedimentos não eram suficientes para prover a aprendizagem dos alunos surdos,
sobretudo porque eu observava que eles alcançavam pouco progresso, que variava
de acordo com o grau da perda auditiva.
Com a oficialização da Língua Brasileira de Sinais – Libras, primeiro
em nível de estado - Paraná - e depois, em nível nacional surgiu uma nova
esperança, uma linguagem com características próprias do surdo e estruturada para
seu crescimento cultural e educacional. Diante dessa conquista revolucionária da
cultura de surdos, muitas coisas aconteceram e continuam acontecendo, no que diz
respeito à apropriação de saberes do surdo numa perspectiva educacional bilíngue
proposta pela política educacional vigente, a qual estabelece que o surdo
inicialmente aprenda a Libras e na sequência a língua portuguesa escrita.
Atuando também como intérprete, tive a oportunidade de vivenciar
essa história e, tendo em vista essa experiência, decidi aproveitar esse momento no
PDE para realizar este material, objetivando socializar o processo de ensino da
Libras para todos os envolvidos no processo educacional com estudantes surdos,
mas, sobretudo, diretamente com os professores que atendem alunos surdos no
ensino regular e sentem dificuldades de comunicação e interação com tais alunos.
Ao mesmo tempo, me empenhei ainda em proporcionar ao público, a
que se destina esse material, oportunidades para continuarem a busca de
conhecimentos necessários sobre a importância da cultura dos surdos: Quem são?
Como vivem? Por que estão incluídos nas classes em que estudam alunos
ouvintes? Como atendê-los e avaliá-los? Essas informações são, na sua maioria,
encontradas em pesquisas na internet, nas bibliotecas e também junto a
8
profissionais dessa área como, instrutores surdos, professores bilíngues intérpretes
e outros.
Enfim, espero que o professor ouvinte da sala comum possa, desde
o primeiro contato com o surdo, assumir de certa forma o aprendizado desse aluno
como um professor que prepara o conteúdo e irá oferecê-lo também ao aluno surdo
presente em sua sala de aula.
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4 UNIDADE 1: TEXTOS QUE FUNDAMENTAM ESSE MATERIAL DIDÁTICO
Essa Unidade apresenta textos que possibilitam conhecimento teórico
do tema em questão com embasamento e compreensão das propostas de
estratégias para o ensino/aprendizagem do nível básico da Língua Brasileira de
Sinais.
4.1 O QUE É LIBRAS
Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de
comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora,
com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão
de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. (Parágrafo
único – Lei Federal nº. 10.436):
LIBRAS, ou Língua Brasileira de Sinais, é a língua materna dos surdos brasileiros e, como tal, poderá
ser aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação com essa comunidade. Como
língua, esta é composta de todos os componentes pertinentes às línguas orais, como gramática,
semântica, pragmática sintaxe e outros elementos, preenchendo, assim, os requisitos científicos para
ser considerada instrumental lingüístico de poder e força. Possui todos os elementos classificatórios
identificáveis de uma língua e demanda de prática para seu aprendizado, como qualquer outra língua.
Foi na década de 60 que as línguas de sinais foram estudadas e analisadas, passando então a
ocupar um status de língua. É uma língua viva e autônoma, reconhecida pela lingüística. Pesquisas
com filhos surdos de pais surdos estabelecem que a aquisição precoce da Língua de Sinais dentro do
lar é um benefício e que esta aquisição contribui para o aprendizado da língua oral como segunda
Libras
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língua para os surdos. Os estudos em indivíduos surdos demonstram que a Língua de Sinais
apresenta uma organização neural semelhante à língua oral, ou seja, que esta se organiza no
cérebro da mesma maneira que as línguas faladas. A Língua de Sinais apresenta, por ser uma
língua, um período crítico precoce para sua aquisição, considerando-se que a forma de comunicação
natural é aquela para o qual o sujeito está mais bem preparado, levando-se em conta a noção de
conforto estabelecido diante de qualquer tipo de aquisição na tenra idade. (PACHECO, ESTRUC;
ESTRUC, 2007).
4.2 O AMPARO LEGAL DA LIBRAS
Para entender o desenvolvimento da língua de sinais, é importante
destacar as duas principais leis que regulamentam a Libras:
LEI ESTADUAL Nº. 12095
Data 11 de março de 1998
Súmula: Reconhece oficialmente, pelo Estado do Paraná a linguagem gestual codificada na Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - e outros recursos de expressão a ela, associados, como meio de comunicação objetiva e de uso corrente
Leis que nos
amparam
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A Assembléia Legislativa do Estado do Paraná
decretou e sancionou a seguinte lei:
Art.1º. Fica reconhecida oficialmente, pelo
Estado do Paraná a linguagem gestual, codificada na Língua Brasileira de Sinais-
LIBRAS e outros recursos de expressão a ela associados, como meio de
comunicação objetiva e de uso corrente.
Parágrafo único. Compreende-se como Língua
Brasileira de Sinais um meio de comunicação de natureza visual motora, com
estrutura gramatical própria, oriunda de comunidades de pessoas surdas. É a forma
de expressão de surdo e sua língua natural.
Art.2º. A rede pública de ensino, através da
Secretaria de Estado de Educação, deverá garantir acesso a educação bilíngüe
(Libras e Língua portuguesa) no processo ensino-aprendizagem, desde a educação
infantil até os níveis mais elevados do sistema educacional, a todos os alunos
portadores de deficiência auditiva.
Art.3º. A Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS
deverá ser incluída como conteúdo obrigatório nos cursos de formação na área de
surdez, em nível de 2º e 3º graus.
Parágrafo único. Fica a Língua Brasileira de
Sinais-LIBRAS no currículo da rede pública de ensino e dos cursos de magistério de
formação superior nas áreas de ciências humanas, médicas e educacionais.
Art.4º. À Administração Pública, direta, indireta
e fundacional através da Secretaria de Estado da Educação manterá em seus
quadros funcionais profissionais surdos, bem como intérpretes da Língua Brasileira
de Sinais, no processo ensino-aprendizagem, desde a educação infantil até os
níveis mais elevados de ensino em suas instituições.
Art.5º. A Administração Pública do Estado do
Paraná através da Secretaria de Estado da Educação e seus órgãos, a esta
Secretaria ligados, oferecerá através das entidades públicas, diretas, indiretas e
fundacionais, cursos para formação de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais-
LIBRAS.
Art.6º. A Administração Pública do Estado do
Paraná através da Secretaria de Estado da Educação a seus órgãos, a esta
Secretaria ligados, oferecerá cursos periódicos de Língua Brasileira de Sinais-
LIBRAS em diferentes níveis para surdos e seus familiares, professores, professores
de ensino regular e comunidades em geral.
Art.7º. A Administração Pública direta, indireta
e fundacional, manterão em suas repartições públicas estaduais e municipais do
Estado do Paraná bem como nos estabelecimentos bancários e hospitalares
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públicos, o atendimento aos surdos, profissionais intérpretes da Língua Brasileira de
Sinais-LIBRAS.
Art.8º. Para os propósitos desta lei e da
Linguagem Brasileira de Sinais, os intérpretes serão preferencialmente ouvintes e os
instrutores preferencialmente surdos.
Art.9º. Esta lei entrou em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.
PALÁCIO DO GOVERNO EM CURITIBA, em 11 de março de 1998.
Jaime Lerner
Governador do Estado
Ramiro Wahrhaftig
Secretário de Estado de educação
LEI FEDERAL Nº. 10436
Data 24 de abril de 2002
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS e dá outras providências
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
Art. 1o É reconhecida como meio legal
de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos
de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como
Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o
sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria,
constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de
comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2o Deve ser garantido, por parte
do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas
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institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras
como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades
surdas do Brasil.
Art. 3o As instituições públicas e
empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem
garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva,
de acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e
os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir
a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de
Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de
Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais -
PCNs, conforme legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de
Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.
Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data
de sua publicação.
Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da
Independência e 114o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Presidente do Brasil
Paulo Renato Souza
Ministro da Educação
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4.3 UM BREVE HISTÓRICO DA LÍNGUA DE SINAIS EM ÂMBITO MUNDIAL
Kojima e Segala (2003) descrevem que a história dos surdos teve
início na Espanha, século XVI, época em que surgiram os primeiros educadores de
surdos, entre os quais Ponce de León (1520-1584), considerado o primeiro professor
de surdos, mas são poucos os dados a respeito dos seus métodos aplicados, já que
era tradição da época guardar segredo a respeito dos métodos educacionais
utilizados.
Em 1620, surge o primeiro livro, para o trabalho educacional com
surdos, publicado por Bonnes, o qual tinha como objetivo o aprendizado do alfabeto
manual e a importância desse trabalho de intervenção precoce, em que se persistiu
a fim de que as pessoas utilizassem o alfabeto manual para iniciar comunicação com
crianças surdas.
Em 1756, na França, Abade L’Epeé criou em Paris a primeira escola
para surdos introduzindo uma filosofia manualista e oralista, que deu ao surdo, pela
primeira vez, o direito de ter uma língua própria.
Heiniclke (1723-1790) inicia, na Alemanha, as bases do oralismo1,
atribuindo grande valor à fala.
No Estados Unidos, há grandes representantes da história
educacional dos surdos: Edward Gallaudt (1837-1917), importante professor de
surdos e um dos fundadores da primeira escola de educação em defesa da língua
de sinais pelos e para surdos, e Alexander Grahan Bell (1847-1992), inventor do
telefone e do aparelho audiométrico que também marca presença na história dos
surdos como favorável ao método oralista, o qual desconsidera a importância das
línguas de sinais.
No ano de 1880 acontece, em Milão, na Itália, o Congresso Mundial
de Surdos, que reuniu professores ouvintes dos surdos e surdos da Europa e dos
Estados Unidos. Definiu-se neste evento uma nova corrente na educação dos
surdos: a oralista, quando se rompeu com toda uma história construída até então
1 Oralista, Oralismo: O oralismo ou filosofia oralista visa à integração da criança surda na comunidade
de ouvintes, dando-lhe condições de desenvolver a língua oral (no caso do Brasil, o português). A noção de linguagem, para vários profissionais dessa filosofia, restringe-se à língua oral, e esta deve ser a única forma de comunicação dos surdos.
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para a educação de surdos, sendo a linguagem dos sinais, em todas as suas
formas, estigmatizada e proibida.
Surge então o domínio da língua oral pelos surdos que passou a ser
condição sine qua non (sem a qual não pode ser) para a sua aceitação por uma
comunidade majoritária.
Por quase 100 anos o chamado “império oralista” se manteve.
Somente em 1971, no Congresso Mundial de Surdos em Paris, é que a língua de
sinais passou a ser novamente valorizada, desenvolvida e respeitada como caminho
eficaz para o desenvolvimento educacional dos surdos. Nesse Congresso também
se discutiram os resultados de pesquisa realizados nos Estados Unidos sobre
Comunicação Total.
Segundo Goldfeld (2002), a filosofia da comunicação total tem, nos
processos comunicativos entre surdos e surdos e entre surdos e ouvintes, sua
principal preocupação e defende a utilização de recursos espaço–visomanuais.
A autora cita a edição de Comunicação Total do Centro Internacional
de la Sordera in Nogueira (apud GODFELD, 2002, p. 39) onde são explicitados os
seguintes princípios orientadores da Comunicação Total:
Todas as pessoas surdas são únicas e têm diferenças individuas
assim como os ouvintes.
Os programas educacionais efetivos deveriam ser individualizados
para satisfazer às necessidades, os interesses e as habilidades do
surdo.
As habilidades para comunicar vão ser diferentes para cada pessoa.
Menos de 50% dos sons da fala podem ser observados e entendidos
quando se lêem os lábios.
Não há estudos que comprovem que uma criança surda não pode
desenvolver suas habilidades orais.
As crianças surdas inventam sinais em suas primeiras tentativas de
comunicar-se em casa e na escola.
A comunicação oral exclusiva não é adequada para satisfazer as
muitas necessidades das crianças surdas.
Em um ambiente de Comunicação Total sempre existe a segurança
do que se está dizendo. Um sistema de dupla informação ou
interação sempre existe.
As crianças que podem desenvolver as habilidades de aprendizagem
e comunicação oral estão motivadas. As que não têm esta habilidade
desenvolvem outras formas de comunicação.
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Os estudos desde 1960 indicam claramente que a criança que
cresce em um ambiente de Comunicação Total demonstra mais
habilidade para comunicar-se e tem mais êxito na escola.
A autora ainda salienta que uma das grandes diferenças entre a
Comunicação Total e as outras filosofias – de educação do surdo está no fato de
que a Comunicação Total defende a utilização de qualquer recurso linguístico, seja
ele a língua de sinais, a linguagem oral ou códigos manuais, como recursos
facilitadores de comunicação com as pessoas surdas.
Sendo assim, a Comunicação Total, como o próprio nome já diz, dá
privilégio à comunicação e à interação, e não apenas à língua (ou línguas), pois o
aprendizado de uma língua não é o objetivo maior da Comunicação Total. Em 1975
por ocasião do Congresso realizado em Washington, todos se conscientizaram de
que um século foi perdido com o domínio do oralismo, ficando evidente que todo
esse tempo não serviu como solução plausível para o desenvolvimento educacional
e social dos surdos. Concluiu-se que os surdos eram subeducados com o enfoque
oralista puro, que a aquisição da oralidade pelos surdos deixava muito a desejar,
sem se falar da inquestionável realidade que a comunicação gestual nunca deixou
de existir entre os surdos. Em vista disso, surgiu uma nova época de
direcionamentos no processo de educação dos surdos introduzindo-se assim o
enfoque bilíngue.
As autoras Kojima; Segala (2003) concluem este importante histórico
embasadas nos trabalhos de Danielle Bouvet, que foram publicados em Paris, no
ano de 1981, com as pesquisas realizadas na Suécia e Dinamarca, marcando desta
forma um passo fundamental do bilinguismo na educação dos surdos, já que essa
filosofia apresenta uma nova cultura dentro da língua de sinais.
Sendo o bilingüismo a atual filosofia educacional indicada para
educação de surdos, vejamos a definição de Grosjean (1992) apud (NOGUEIRA,
1998, p. 08):
[...] bilingues são todas as pessoas que usam duas ou mais línguas (ou dialetos) em sua vida cotidiana. Isto inclui pessoas que têm habilidade para a fala em uma língua e de escrita em outra (situação que é semelhante para surdos que sinalizam uma língua e lêem/escrevem a outra).
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Segundo Pacheco, Estruc e Estruc (2007), a língua de sinais não é
universal, contrariando o que muitas pessoas pensam, pois não há, nem em nível
nacional, uma padronização da Libras devido à grande dimensão do nosso país.
Dessa forma, podemos ter como exemplo a cidade de São Paulo onde se observam
diferenças regionais e até certos “bairrismos” dos grupos de surdos, que possuem
sinais diferentes para uma mesma situação.
18
4.4 LIBRAS: O SURGIMENTO NO BRASIL
É conhecida, como o “início oficial” da educação dos surdos brasileiros, a fundação
no Rio de Janeiro, do Instituto Nacional de Surdos-Mudos (INSM, atual Instituto
Nacional de Educação de Surdos – INES), através da Lei 839, que D. Pedro II
assinou em 26 de setembro de 1857. Porém, já em 1835, um deputado de nome
Cornélio Ferreira apresentara à Assembléia um projeto de lei que criava o cargo de
“professor de primeiras letras para o ensino de cegos e surdo-mudos” (REIS,1992,
p. 57), projeto esse que não conseguiu ser aprovado.
Reis relata que o professor Geraldo Cavalcanti de Albuquerque, discípulo do
professor João Brasil Silvado (diretor do INSM em 1907), informou-lhe em entrevista
que o interesse do imperador D. Pedro II em educação de surdos viria do fato de
ser a princesa Isabel mãe de um filho surdo e casada com o Conde D’Eu,
parcialmente surdo. Sabe-se que houve, realmente, empenho especial por parte de
D. Pedro II na fundação de uma escola para surdos, mandando inclusive trazer para
o país, em 1855, um professor surdo francês, Ernest (ou Eduard) Huet, vindo do
Instituto de Surdos-Mudos de Paris, para que o trabalho com os surdos estivesse
atualizado com as novas metodologias educacionais (RAMOS, 1992, p. 5).
Temos
nossa
história
19
Analisando a história da Língua de Sinais vejamos o que diz Skliar
(1997, p. 189):
[...] esta história precisa ser contada e recontada, não numa
perspectiva administrativa, ou de datas e fatos, mais na perspectiva
do sentimento do grupo que vivenciou a problemática e as
consequências que delam decorreram.
De acordo com as informações de Ramos (1992, p. 6), a Língua
Brasileira de Sinais teve muita influência da Língua Francesa de Sinais, no entanto,
não foi encontrado, nos estudos do programa inicial usado por Eduard Huet, nada
que se referisse à Língua de Sinais.
Após alguns anos, Tobias Rabelo Leite - diretor da escola do Rio de
Janeiro de 1868 a 1896, publica, em 1881, um compêndio destinado ao ensino dos
surdos-mudos, (designação atribuída aos surdos na época) em que se percebia
haver aceitação da comunicação em Língua de Sinais com auxílio do alfabeto
datilológico que era usado pelo autor no sentido de melhor compreensão e
entendimento entre professores e alunos surdos.
Entretanto, a publicação do documento de maior importância - de
autoria de Flausino José da Gama, um aluno surdo - encontrado até os dias de hoje
sobre a Língua Brasileira de Sinais é do ano de 1873, o econographia dos Signais
dos Surdos Mudos (documento ilustrado com sinais organizados por categorias,
animais, objetos, etc). Ele é autor das ilustrações e também da própria impressão
em técnica litográfica; só não se sabe se o trabalho de organização tenha sido
também realizado por ele.
Ainda segundo Ramos (1992, p. 7), foi somente no ano de 1957
pelas ideias de Ana Rímola de Faria Doria (diretora) e também por influência de
Alpia Couto (pedagoga) que a Língua de Sinais infelizmente teve oficializada sua
proibição em sala de aula até a década de 1980. Mas, por meio do depoimento de
uma professora que acompanhou todo o processo de proibições ao uso da Língua
de Sinais, verificamos que os sinais nunca desapareceram da escola e que o uso
dos sinais era feito às escondidas pelas crianças surdas por baixo da própria roupa e
atrás das carteiras escolares, sabemos também que elas se sentiam livres para
manifestar sua comunicação em sinais nos espaços sem fiscalização rígida. Dessa
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forma, a Libras conseguiu sobreviver durante todos esses anos no atual Instituto
Nacional de Educação ao Surdo INES- R. J. – Rio de Janeiro.
A proibição da manifestação natural da comunicação por meio da
Língua de Sinais pelos surdos gerou incontáveis prejuízos para a língua e cultura
dos surdos. A partir dos anos de 1980 voltou-se a utilizar a Libras em nosso país,
bem como divulgaram-se propostas educacionais que defendem a sua utilização,
isto é, a comunicação total e o bilingüismo, que, segundo Goldfeld (2002), ocupa um
grande espaço no cenário científico mundial.
Convém salientar ainda que no EUA, Canadá, Suécia, Venezuela,
Israel, entre outros países, há muitas universidades que fazem um grande trabalho
de pesquisa na área da surdez e sobre a língua de sinais sob o enfoque da filosofia
bilíngue.
O bilinguismo tem como pressuposto básico que o surdo deve ser
bilíngüe, ou seja, deve adquirir como língua materna a língua de
sinais, que é considerada a língua natural dos surdos e, como
segunda língua, a língua oficial de seu país.
Os autores ligados ao bilinguismo percebem o surdo de forma
bastante diferentes dos autores oralistas e da Comunicação Total.
Para os bilinguistas, o surdo não precisa almejar uma vida semelhante
ao ouvinte, podendo aceitar e assumir sua surdez.
O conceito mais importante que a filosofia bilíngüe traz é de que os
surdos formam uma comunidade, com cultura e língua próprias.
(GOLDFELD, 2002, p. 42).
A autora afirma também que como “outras filosofias, o bilinguismo
não pode ser definido como uma filosofia homogênea” (GODFELD, 2002, p.109).
E complementa:
[...] acredito que a forma de respeitar as diferenças entre surdos e
ouvintes, procurando melhor interação e possibilitando pleno
desenvolvimento da criança surda, é por meio do bilinguismo e
biculturalismo, já que a aquisição da língua de sinais e internalização
da cultura surda, é o único modo de evitar que a criança surda sofra
atraso na linguagem e todas as suas conseqüências. (GOLDFELD,
2002, p. 116).
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Alerta também: “[...] a estimulação da língua oral em crianças que já
dominam as funções comunicativas e cognitivas da linguagem pode garantir também
sua integração na comunidade ouvinte” (GOLDFELD, 2002, p. 116) E exemplifica a
filosofia bilíngue de educação para surdos que pressupõe um biculturalismo.
Vejamos a seguir:
O bilinguismo e o biculturalismo nem sempre ocorrem
simultaneamente no mesmo indivíduo. Por exemplo, filhos ou netos
de imigrantes que não aprendem a língua de seus pais ou avós, mas
que convivem com a cultura deles em casa, clubes ou igrejas, podem
ser considerados biculturais. Por outro lado, pessoas que aprendem
uma língua estrangeira em cursos podem ser bilíngues e não
biculturais, se não conviverem e internalizarem a cultura da
comunidade que utiliza essa língua. É o caso de brasileiros que
fazem cursinhos de inglês ou francês, mas não convivem com a
cultura americana, inglesa ou francesa. (GOLDFELD, 2002, p. 110)
A mesma autora expõe que no Brasil, devido a um segmento de
tendência mundial, o bilinguismo passou a ser pesquisado e compreendido na
década de 1980 e teve sua implantação na década de 1990. Afirma: “[...] essa
filosofia é recente e a bibliografia disponível refere-se à questão das línguas de
sinais em si e sobre relatos de projetos que são implantados” (GOLDFELD, 2002, p.
109).
Fernandes (2004), analisando também o modelo educacional
bilíngue, esclarece:
A educação bilíngüe para os surdos impõe aos educadores um novo olhar não apenas sobre a situação linguística, mas, sobretudo, em relação às questões ideológicas envolvidas nessa prática. O contexto educacional coloca os alunos surdos em extrema desvantagens nas relações de poderes e saberes instaurados em sala de aula, uma vez que o “lugar” que ocupam nas práticas lingüísticas é sempre o lugar do desconhecimento, do erro, da ignorância, da ineficiência, do eternizado não saber.” (FERNANDES, 2004, p. 1).
Ela ainda faz alusão ao bilinguismo praticado no Brasil como falho a
partir da análise realizada por Luchesi (2003), dentre as quais registro:
A ausência de uma política lingüística oficial e séria de preservação da Libras, que contribua para a consolidação de seu status lingüístico e valorização nacional.
22
A falta de uma política lingüística na escola que atribua à Libras a qualidade de língua principal para o ensino – O que requereria, professores surdos e ouvintes fluentes em Libras.*
Ausência de educadores surdos contribuindo no planejamento e na execução das políticas educacionais.
As fortes pressões exercidas sobre os surdos para o domínio do português, o que acaba conduzindo ao monolinguismo.
Por força da política nacional de inclusão, alunos surdos tem que concluir seus estudos em escolas monolíngues (nas quais todo o ensino é oferecido em língua portuguesa) sem a presença de intérpretes e sem ajustes necessários que levem em consideração suas singularidades lingüísticas (apud FERNANDES, 2004, p. 1).
A confinação da Libras a limitados espaços sociais como
associações de surdos contribui ainda mais para o desconhecimento da Língua de
Sinais pela sociedade. É o que pensa Souza (1998 apud FERNANDES, 2004) que
nos convida a desenvolver novos olhares e novas práticas de posicionamentos
comprometidos com os estudantes surdos em suas necessidades linguísticas que
envolvem, no mínimo, duas línguas em seu desenvolvimento educacional, ou seja,
Libras e língua portuguesa.
Afirma que mesmo os sujeitos surdos, extremamente ativos no
desenvolvimento de sua aprendizagem, ainda sofrem discriminação pelo fato de se
manifestarem em Língua de Sinais, e, sobretudo são inferiorizados nas
comparações feitas com os estudantes ouvintes, ou seja, são submetidos a
avaliações em
Língua portuguesa – sua segunda língua ignorando-se sua
manifestação por um processo de comunicação visual, que tem na Libras a sua
principal representação.
Nesse sentido, percebe-se que não é fácil compreender toda essa
situação e, ao mesmo tempo, acompanhar os surdos que assumem sua diferença
linguística e lutam pelas políticas de reconhecimento de sua língua natural com
todos os benefícios que lhes são de direito.
Em suma, o surdo é colocado em situação de extrema
desvantagem, pois buscam-se neles resultados comparáveis aos dos alunos
ouvintes. Quanto a isso a autora completa:
23
Temos consciência de que discutir a situação bilíngüe dos surdos envolve aspectos mais amplos do que simplesmente indicar a necessidade de uma educação lingüística diferenciada. Não é apenas a mudança na língua em que são transmitidos os conteúdos, ou critérios de avaliação mais justos em relação às diferenças lingüísticas que os surdos apresentam, o que vai garantir ou orientar uma nova abordagem curricular, mas a compreensão do sujeito surdo em sua totalidade sócio-histórico-cultural e a legitimação do seu ’lugar’ nas práticas sociais (FERNANDES, 2004, p. 2)
Glat (2007) também analisa a inadequação do sistema educacional
quanto ao despreparo do professor para prover ações compatíveis com as
necessidades apresentadas pelos surdos. A autora aponta algumas estratégias de
trabalho na mediação do processo educacional de alunos surdos incluídos nas
turmas comuns das escolas regulares de ensino, as quais requerem, do professor
em relação ao aluno surdo, atitudes tais como:
Utilizar a linguagem de sinais, gestos naturais, dramatização, mímicas, desenhos como recursos para facilitar a compreensão dos textos que estejam sendo trabalhados em aula.
Proferir frases completas, não exagerando na articulação das palavras nem na velocidade da fala.
Utilizar sempre a escrita no quadro de giz e diagramas de qualquer tipo de material escrito, slides, transparências, desenhos entre outros, para escrever palavras-chave.
Utilizar recursos e materiais adaptados durante o processo de ensino e aprendizagem,
Manter o rosto do professor em determinada localização de forma que fique iluminado pela luz durante a pronúncia das palavras.
Falar sem movimentar muito a cabeça ou o corpo para que o aluno registre a leitura da fala.
Organizar espaços produtivos que permitam ao aluno desenvolver e estimular a criatividade, ludicidade, autonomia, memorização, raciocínio lógico e sociabilização, como cantinho de jogos ou artes, espaço da leitura e espaço da dança.
Fazer síntese e resumir conclusões para favorecer a apreensão das informações abordadas verbalmente.
Empregar glossários ou listas de palavras que estarão incluídas na atividade desenvolvida e anexa-las em um mural visível a todos na sala.
Alternar atividades verbais com as motoras (brincadeiras e danças), diminuindo, assim, o cansaço causado pela atenção visual constante do aluno.
Utilizar vocabulário e comandos simples e claros nos exercícios; principalmente na hora das avaliações.
24
Dar-lhe oportunidades para ler, escrever no quadro, levar recado para outros professores e colegas, certificar-se de que ele participa das atividades extra-classe, etc. É importante também atentar para o fato de que embora sabendo ler (ver o significante, a letra). Os alunos surdos muitas vezes não entendem o significado daquilo que leram, sendo necessário “traduzir”, trocar ou simplificar a forma da mensagem (GLAT, 2007, p.106).
Ela ainda aponta algumas sugestões de estratégias de trabalho nas
interações entre alunos:
Designar um colega de classe para assegurar que o aluno tenha compreendido as orientações transmitidas oralmente incentivando-o repetir o que foi dito.
Incentivar os alunos à busca e utilização de materiais visuais como fotos em revistas, figuras em livros, palavras soltas ou frases em jornal.
Organizar as mesas em duplas ou quartetos de modo que os alunos se posicionem de frente um para o outro, favorecendo a comunicação entre os mesmos durante as atividades propostas.
Apresentar atividades de aprendizagem com a formação de pequenos grupos para estimular a cooperação e a comunicação entre os alunos (tutoria por pares).
Propõe ainda “a importância da atuação familiar do surdo fazendo-se
presente em todo processo escolar desenvolvido com este aluno, sendo o professor
visto como mediador fundamental entre escola e família nas ações educativas
especiais necessárias” (GLAT, 2007, p. 106).
Vejamos na sequência alguns exemplos de como se dá o processo
de ensino da Libras, conforme propõem Jonas Pacheco, Eduardo Estruc e Ricardo
Estruc (2007):.
O estudo em grupo poderá facilitar o aprendizado, bem como o estímulo individual.
Para que um sinal seja produzido corretamente, é necessário observar: configuração de mão, ponto de articulação, movimento e expressão.
Focalize o rosto do usuário da Libras, não as mãos. Como usuário da Libras você aprenderá a ampliar seu campo visual.
Caso não encontre um sinal para uma determinada palavra, lembre-se de que somente a comunidade surda poderá criá-lo.
Certifique-se de que haja claridade suficiente no momento da conversa em Libras.
Não tenha receio de sinalizar e errar. O erro faz parte do processo de aprendizagem.
25
Pode ser que em sua cidade, devido ao regionalismo, os surdos utilizem alguns sinais diferentes para a mesma palavra. Caso isso ocorra, busque conhece-los também com o próprio surdo.
Nem sempre você encontrará um sinal que signifique exatamente a palavra que desejar empregar. Caso isso ocorra, procure um sinal que mais se aproxime. Ex.: CONFECCIONAR (FAZER – sinal em Libras).
Os termos técnicos, possivelmente, não terão sinais específicos que os representem exatamente. Portanto, é recomendável digitá-lo para o surdo e tentar “interpretá-lo”, até que ele entenda o contexto, e crie o sinal correspondente.
Informe aos surdos sobre o que acontece ao seu redor.
Procure dar ao surdo o máximo de informações visuais. Ex.: campainha luminosa para inicio e término de qualquer atividade.
Se você quiser chamar a atenção de um surdo, procure toca-lo no ombro se estiver próximo, ou acene com os braços se estiver distante.
O contato com a comunidade surda é fundamental nesse processo de aprendizado da língua, pois além de grande exercício que se pode fazer, é uma preciosa oportunidade de se conhecer também a cultura dessa comunidade.
Sugerimos aos participantes que desejam aprofundar-se no estudo da Libras que entre em contato com as associações e federações de surdos locais e regionais, cujos contatos poderão ser obtidos na FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos no seguinte endereço eletrônico: <http://www.viqui.com.br/adm/upload/Curso%20Basico%20de%20 Libras.pdf > (PACHECO ESTRUC; ESTRUC, 2007).
4.5 DEFINIÇÃO E TABELA DE CLASSIFICADORES
O que são classificadores?
Os classificadores na Língua de Sinais Brasileira, embora ainda não
tenham sido objeto de um estudo sistemático, têm sido descritos como morfemas
(configurações de mãos) que se ligam a verbos para formar construções
classificadoras (VELOSO, 2005).
TABELA DE CLASSIFICADORES
CLD – Classificador Descritivo
Se refere ao tamanho e forma: para descrever a aparência de um objeto, isto é, a forma, o tamanho,
a textura ou o desenho de um objeto. Usualmente produzido com ambas as mãos para formas
simétricas ou assimétricas. Exemplos: - a forma e o desenho de um vaso; - o desenho de papel de
26
parede; - a altura e a largura de uma caixa; - a descrição da roupa ou dos itens que estão no corpo.
(não descreve posição ou movimento).
CL- esp – Classificador que especifica o tamanho e da forma de uma parte do corpo
A função é similar ao CL-D mas é utilizado para descrever a forma, o tamanho, e a textura de uma
parte do corpo de pessoas ou animais. Exemplos: - as orelhas de um elefante; - bicos de aves
diversas; - o nariz de uma pessoa; - o pêlo de um gato; - o penteado de uma pessoa; - bochechas
gordas de um bebê. (Não descreve posição ou movimento).
CL-PC – Classificador de uma parte do corpo
Retrata uma parte especifica do corpo de uma posição determinada ou fazendo uma ação. A
configuração da mão retrata a forma de uma parte do corpo. Exemplos: - a ação da boca de
hipopótamo; - as orelhas de um cavalo em movimento; - os olhos de alguém em movimento; - a
cabeça de alguém repousando no seu ombro; - os dedos do pé sacudindo; - a ação de pés andando
na lama; - a posição das pernas de alguém sentado em uma cadeira. (Descreve posição ou
movimento).
CL – L Classificador Locativo
Retrata um objeto como lugar determinado em relacionamento a outro objeto. Configuração da mão
m pode retratar uma parte ou objeto todo iconicamente. Exemplos: - uma prateleira onde estão copos
ou livros; - o chão onde caiu um lápis; - a cabeça de alguém batida por uma bola; - o alvo onde voa
uma flecha; - o gol onde entra uma bola.
CL–S Classificador Semântico
Função similar ao CL-L por retratar um objeto em um lugar especifico (às vezes indicando
movimento). Configuração de mão retrata o objeto todo e o retrata abstratamente (muito pouco ou
não se relaciona à aparência do objeto). Exemplo: - C copos na prateleira de um armário; - B veículos
ou objetos planos; - I pessoas andando em uma direção determinada; - Y um avião ou objetos no
lugar fixo; - V reta ou dobrada retratando a orientação do corpo ou das pernas de um animal ou de
uma pessoa e/ou suas ações.
CL-I Classificador Instrumental
Este classificador mostra como se usa alguma coisa. Exemplos: - carregando um balde pela alça; -
puxando uma gaveta; - tocando a campainha da porta; - virando a página; - limpando com um pano.
(Mostra como alguém manipula um objeto).
CL-C- Classificador do Corpo
A parte superior do corpo se torna o classificador na qual a parte superior (do sinalizador)
“desempenha” o verbo da frase especialmente os braços. CL-C é similar a CL-I, salvo CL-C não
mostra nem a manipulação nem o toque de objetos. Exemplos: - acenando com a mão para alguém –
atravessando os braços com o beiço espichado; - coçando a cabeça com perplexidade; - movendo os
braços como em correr. (Não mostra a manipulação de um objeto).
CL-P Classificador no Plural
Indica o movimento ou a posição de um número de objetos, pessoas ou animais. Pode ser um
número determinado ou não determinado. Exemplos: - três pessoas andando juntas (número
27
determinado); - pessoas sentadas na platéia (número não determinado); - uma fila comprida de
pessoas avançando lentamente; - muitos caros estacionados na rua; - dois gatos em cima de um
muro.
CL-E Classificador de elemento
Esses classificadores retratam movimentos de “elementos” ou coisas que não são sólidas, isto é, ar,
fumaça, água/líquido, chuva, fogo, luz. Exemplos: - água gotejando da torneira; - luz piscando no
sinal de advertência; - o movimento de um líquido no corpo ou dentro do corpo; - o vapor subindo de
uma xícara de chá quente.
CL-N. CL-NOME
Esses classificadores utilizam as configurações de mãos do alfabeto manual ou os números, mas são
partes de uma descrição. Exemplos: - números e nomes na camisa de futebol; - um título de um livro;
- insígnia em um boné; - uma sigla escrita na porta de um banco. (PACHECO; ESTRUC; ESTRUC,
2007, p. 13.
4.6 ENCAMINHAMENTOS DIDÁTICO-METODOLÓGICOS PARA IMPLEMENTAÇÃO
O desenvolvimento desse Material Didático, Caderno Pedagógico, objetiva
inicialmente contribuir para o plano de implementação ligado ao Projeto de
Intervenção pedagógica na escola, origem da referida proposta: O ensino da Libras
para professores da classe comum na qual estudam alunos surdos, que será
desenvolvido com um grupo de quinze professores e terá a duração de (68)
sessenta e oito horas. Servirá também como meio de capacitação para os demais
grupos que compõem a comunidade escolar2 que desejarem conhecer a Libras.
A capacitação será realizada por intermédio de grupos de estudos
mediante um processo de aprofundamento teórico dos textos que permeiam parte do
histórico da Libras e trocas de experiências, utilizando aulas práticas com atividades
de configuração de mãos, com 19 (dezenove) propostas de atividades para auxiliar o
ensino da Libras, disponibilizadas em um CD ilustrado por slides em Libras, para
enriquecimento do trabalho proposto , com vistas a introduzir a prática das
estratégias utilizadas para o conhecimento e treinamento das primeiras palavras de
comunicação em Libras.
2 A comunidade escolar referida é composta por professores equipe pedagógica e administrativa,
demais funcionários da escola, pais, alunos e profissionais da comunidade envolvidos direta ou indiretamente com os surdos.
28
5 UNIDADE 2: A QUEM SE DESTINA ESSE MATERIAL?
Esta unidade traz pequenos esclarecimentos sobre a Libras para melhor
aproveitamento de quem irá utilizar esse material didático.
Com a inclusão dos alunos surdos nas escolas regulares de ensino,
o processo de ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras tornou-se uma
necessidade indispensável para professores e demais pessoas envolvidas na
escolaridade dos alunos surdos, já que a Libras passou a ser língua oficial dos
surdos brasileiros desde a Lei de Libras nº. 10.436/2002 (BRASIL, 2002),
regulamentada pelo Decreto nº. 5.626 de 2005. Desde então essa mudança ocorrida
na forma de atendimento aos mesmos, vem inquietando milhares de professores
que convivem diariamente com estudantes surdos em suas turmas, e que sentem a
necessidade de se apropriarem do conhecimento da Libras para melhorar sua
interação com o aluno surdo, e o atendimento a ele independente do profissional
intérprete que “normalmente” se faz presente em sala.
Sabe-se que essa preparação de Recursos Humanos para
atendimento dessa demanda requer atitude, tempo de estudos, pesquisas,
investimentos e formação em Língua Brasileira de Sinais, fato que vem acontecendo
de forma lenta. A espera vem gerando ansiedade entre surdos e professores que
desejam soluções para tal situação, ou seja, ações que possam amenizar essa
dificuldade de estabelecimento de interações.
Toda essa problemática demonstra a necessidade de formação dos
professores e dos gestores das escolas que estão recebendo os alunos surdos.
Para melhorar essa questão, percebe-se a necessidade de organizar encontros
periódicos, como grupos de estudos nas escolas para discussão e estudos, nesta
área, bem como para a prática de capacitação em Libras a todos os envolvidos,
incluindo até mesmo capacitação para os alunos ouvintes.
29
5.1 COMO APRENDER LIBRAS, E QUEM DEVE ENSINÁ-LA?
A Libras pode ser aprendida por qualquer pessoa interessada em
comunicar-se com pessoas surdas, de várias formas, até mesmo pela internet que
apresenta hoje algumas opções para tal aprendizado. Porém, há associações como
o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) e a FENEIS (Federação
Nacional de Educação de Surdos) que recomendam:
A Língua de Sinais deve ser ensinada por instrutores necessariamente surdos, filhos
(as) e/ou companheiros (as) de pessoas surdas, ou seja, pessoas fluentes em Libras
que conseguem naturalmente interpretar a imagem do pensamento do surdo,
possibilitando-lhes maior e melhor eficiência linguística.
Em se tratando de curso, é importante que se tenha toda uma organização
planejada tanto pelo professor bilíngue, como pelo instrutor surdo; que no decorrer
das aulas esse professor acompanhe atentamente todo o desenvolvimento
assessorando o grupo de aprendizes e o instrutor surdo que é quem domina a
Língua de Sinais com mais eficiência.
Por isso, é imprescindível que grupos interessados por capacitação em Libras,
desde o nível básico até o mais avançado sejam sempre coordenados e
acompanhados por instrutores surdos (as), professores bilíngües, intérpretes e ou
outros profissionais fluentes em Libras e, preferencialmente, sempre com a presença
de um instrutor surdo.
5.2 ASPECTOS ESTRUTURAIS DA LIBRAS: PARÂMETROS PRINCIPAIS
Falar com as mãos é harmonizar os seguintes parâmetros:
-Configuração de mãos;
-Ponto de articulação;
-Movimento;
-Orientação/direcionalidade;
-Expressão facial e ou corporal;
30
Vejamos:
Configuração de mão: é a forma que a mão assume durante a realização de um
sinal. Segundo pesquisas, já existem na Libras uma média de 61 configurações de
mãos;
Ponto de articulação: é o lugar em frente ao corpo ou no próprio corpo onde será
realizado o sinal;
Movimento: é o deslocamento da mão no espaço ou sobre alguma parte do corpo
durante a execução do sinal;
Orientação/ direcionalidade: Ligado ao movimento no espaço ou sobre o corpo e/
ou em frente ao corpo do sinalizador tomando direções em linhas retas, curvas,
sinuosas, angulares ou circulares.
Para melhor esclarecimento dos parâmetros entre outros, consulte:
(PARANÁ, 1998).
31
6 UNIDADE 3: PROPOSTA DE ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DA LIBRAS -
NÍVEL BÁSICO
Na unidade três será possível conhecer e treinar as primeiras
iniciativas em Libras da dactilologia, o alfabeto manual, como também vários
vocabulários iniciais em Libras.
6.1 DACTILOLOGIA: ALFABETO MANUAL BRASILEIRO.
A B C Ç
D E F G
H I J K
L M N O
P Q R S
T U V W
X Y Z
32
1 2 3 4
5 6 7 8
9 0
1 2 3 4
5 6 7 8
9 0 Fonte: (SOUZA, 2009)
Em seguida encontra-se 19 (dezenove) propostas de atividades para
auxiliar o ensino do nível básico da Libras, subdivididas em 30 configurações de
mãos diferenciadas da DACTILOLOGIA, o Alfabeto Manual Brasileiro, o que
possibilita o treinamento de vários vocabulários com a mesma configuração de mão,
usando-se recursos visuais (fotos) disponibilizadas em CD para um melhor
aprendizado.
Dica importante: Para que haja êxito na assimilação dos vocabulários
propostos, é preciso força de vontade e determinação.
PREPARAÇÃO INICIAL
Antes da primeira atividade com o grupo, é importante dar
informações a respeito da cultura dos surdos, como por exemplo, um vídeo com tais
conteúdos informativos e, em seguida, provocar uma discussão sobre a inclusão do
aluno surdo na escola, enfocando as dúvidas e dificuldades vivenciadas pelos
33
professores de como lidar com os surdos, e o que é, no momento, importante no
contexto escolar para inclusão dos alunos surdos.
Exercícios com as mãos, para facilitar a execução do
movimento;
Exemplificar como recebemos nossos sinais de 3 “batismo na
Libras”.
Atividade 1:
Com a ajuda de um profissional usuário da Libras ou do material (CD)
visual em libras anexo ao caderno pedagógico, estude e treine as aulas proposta :
ATENÇÃO! Após o treinamento dos vocabulários, realize exercícios para fixação do
aprendizado. Os exercícios são por meio de frases, e darão possibilidades de
comunicação em libras contextualizada logo nas primeiras tentativas. Bom estudo!
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “A”
Sinal / preto (cor) / arroz / cozinhar / amendoim / pão / gorila / Tiradentes /
Independência do Brasil / carroça / dentista / ator / redação / com / tentar /
precisar / limpar / influenciar / fazer / dar / chorar / correr / arrepender / negócio
/ mala / boné / cinto (acessório) / Rio grande do Sul / Espanha / África / Argentina
/ escova / prostituição / saudade / chave / janela / junto / secreto ou segredo /
cheio-lotado / borracha / mês / pinhão / Ano Novo / pagar / pipa / ferro elétrico /
imagem ou ídolo / junto ou acompanhar / choco-milk (batida) / de couro / firme /
negro (raça) / laçar / apostar / raiva / obrigação (obrigar) / explicar / paletó ou
jaqueta.
3 Batismo na Libras é como se fosse a apresentação, o nome da pessoa, porém idealizado pelo surdo conforme as características notadas na pessoa que se apresenta, feito em libras. Se a pessoa gostar e aceitar passa a ser este o sinal para reconhecimento e apresentação no grupo.
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Lembrete: Neste primeiro momento, treine as frases sem preocupação com a
gramática, concentre-se somente nas palavras “chave”, ou seja, as palavras
sublinhadas em destaque.
Agora que você já treinou em Libras palavras configuradas em ”A”, faça
a leitura das frases treinando-as novamente.
1) O paletó é preto.
2) Cozinhar arroz.
3) O ator limpou a jaqueta de couro.
4) Preciso = precisar de uma mala.
5) Que carroça cheia!
6) O boné é da Argentina.
7) O gorila acompanhou = acompanha o ator.
8) Que saudades do Rio Grande do Sul!
9) Choro de saudades da Espanha.
35
Lembrete: Na Libras, as formas: Exclamativas, interrogativas, afirmativas e
negativas, são expressadas da mesma forma que na Língua portuguesa oral.
Portanto, nas frases anteriores de nº. 5 e 8, treine colocando toda a expressão que
pede a frase. Isso o ajudará na comunicação em Libras.
Atividade 2:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “B”
Brasil / bandeira / nascer / pau ou madeira / falso / manga / construir / hotel / táxi /
burro grátis ou de graça / ajudar / me ajudar / frente / último / estou cheio / rio /
caminho / acreditar,crer ou confiar / banco(agência) / entrar / azul / branco / casa
de madeira / janela (abrir,fechar) / porta / espelho / abacaxi / abóbora / pimentão
/ assar / fritar / açúcar / presunto / caminhão / loja / bar / febre / enjoo / Bolívia /
Belo Horizonte / quieto ou silêncio / Batista (de religião) / mau / estar com fome /
espiar / morrer / pintar com tinta / emprega ou serviçal / convidar / perder /
obedecer / agradecer ou obrigado / prometer / desconto / guardanapo / rol de
lista / iate / embarcação / estacionar / parcelas / último andar / na frente de /
bíblia / pedir / motel / fila / governo / costume ou acostumado / guardar / amigo
/ ler / estudar / nascer.
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Faça a leitura das frases em Libras:
1) Bandeira do Brasil.
2) Perder o caminho.
3) Caminhão estacionado = estacionar.
4) Pintei = pintar com tinta a casa de madeira.
5) O abacaxi é gratuito (de graça).
Agora é com você. Tente criar novas frases, usando as configurações de “A”
e “B”
Lembrete: Os sinais em Libras não modificam de acordo com o tempo verbal das
palavras. Por exemplo: preciso = precisar / acompanhou = acompanha, e assim
segue todos os vocabulários em verbos.
Atividade 3:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “C”
Céu /curso / cultura / maçã / depressa / quente / bravo, irritado ou zangado /
comunicação / tia ou tio / copo / Papai Noel / Natal / culpa / coca-cola / cinza (cor) /
grosso / homem ou masculino / menino / papai / filho(a) / cunhado(a) / casado(a)
/ marido / esposa / sofá / frutas / coco / tangerina / maracujá / misto quente /
girafa / filmadora / comunicação total / palácio / ciências / formatura / diploma /
bexiga / carrinho / governador / constituição / cidade ou zona urbana / Canadá /
Colômbia / Curitiba / Santa Catarina / curiosidade / católico / espírita / escuro /
quente / beber(copo) / fonoaudiologia / rápido ou depressa cachorro.
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Faça a leitura das frases treinando em Libras:
1) Que céu escuro!
2) Meu curso é de ciências.
3) A culpa é do homem.
4) Papai está bravo/irritado!
5) O menino bebe coca-cola.
6) O menino é curioso.
Agora é com você. Tente criar novas frases usando as configurações
em “A”, “B” e “C”
Lembrete: A forma de leitura do surdo é própria e natural dele. Por isso é comum
percebermos a inversão na ordem das palavras na frase. Exemplo: coca-cola
menino bebe/ Curso ciências meu. O intérprete precisa ficar atento à esses detalhes.
Atividade 4:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “D”
Deus / domingo / difícil / depois / sujo / barulho / morango / você / eu / provocar /
encontrar / profundo / ele ou ela / amarelo ou loiro / noivo / salão de festas / bala /
pirulito churrasco ou espetinho / camarão / elefante / caracol / um dia / todos os
dias / carnaval / vela / surdo enfermeira / advogado / multiplicar / primeiro grau /
campeonato / de lã / política / poluição / gravidez / Chile / Espanha / Síndrome de
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Down / doido ou louco / cruz / achar / ir e vir / mandar / DEE (Departamento de
Educação Especial) / proibir ou proibido / combinar (compromisso) / adição,
acrescentar ou mais / 1x1(um a um) / longe / música / única / piscina
Faça a leitura das frases treinando em Libras:
1) Deus, você e a música.
2) Você é surdo profundo?
3) Encontrei =encontrar um noivo!
4) O advogado proibiu = proibir o campeonato.
5) Você veio = ir ao carnaval.
Agora é com você. Crie novas frases usando a Configuração em “D”
juntando-a as configurações que desejar.
Atividade 5:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “E”
Europa / estatuto / evangelho / estados / lado esquerdo / homossexual / Ética /
estágio / Eva / empresa / não ter ética.
39
Faça a leitura das frases treinando em Libras usando configuração em “E”
1) A empresa da Europa.
2) Estatuto da ética.
3) Eva no evangelho.
4) A empresa é do lado esquerdo.
Agora é com você. Crie novas frases usando a configuração em “E”,
juntando à configuração que desejar.
Atividade 6:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “F”
Feliz / família / futuro / flor / faculdade / férias / França / dor / humilde / primavera /
jardim / vaso com flor / beija-flor / fevereiro / seja breve / fax / terceiro grau /
pós-graduação / tarado / frase / agüentar (firme) / filosofia / fim / fé.
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Faça a leitura das frases treinando em Libras:
1) Família feliz!
2) A faculdade do futuro.
3) Férias de fevereiro.
4) O futuro da França.
5) Dor? Aguenta firme!
6) A filosofia da fé.
Agora é com você. Crie novas frases usando a configuração em “F”,
juntando-a a configuração que desejar.
Atividade 7:
Exemplos de vocabulários usando as configurações de mãos em “G” e “Q”
Foguete / greve / gramática / gêmeos / churrasqueira / ervilha / peru /escova dental
/ Goiás (Goiânia) / Minas Gerais / cancelar / pera / creme dental / proibir / longe /
elefante / nós / quadrado / E.U.A (Estados Unidos) / desejo / curto / perigo / criar
ideia / chegar / perguntar / perguntar a você / você perguntar a mim / qual? /
irmã ou irmão / liquidificador / máquina de lavar roupa.
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Treine frases em Libras usando configurações em “G” e “Q”
1) O foguete é perigoso.
2) É você na churrasqueira.
3) Você e eu, gêmeos.
4) A escova dental é curta.
5) Você e as ideias.
Agora é com você. Crie novas frases usando as configurações em “G”
e “Q”, juntando-as a configuração que desejar.
Atividade 8:
Exemplos de vocabulários usando as configurações de mãos em “H”, “K” e
“P”
Professora / São Paulo / país / falar / procurar / própria / nós dois / egoísta ou
egoísmo / pedagogia / errado / pedra / petróleo / seu ou sua / pizza / prata / paz.
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Treine frases em Libras usando configurações em “H” , “K” e “P”
1) O professor falou= falar de paz.
2) Nós dois erramos = errado.
3) A pizza é da professora.
4) Procurando = procurar petróleo.
5) A sua prata.
Agora é com você. Crie novas frases usando as configurações em
“H”,”K” e “P”, juntando-as a configuração que desejar.
Atividade 9:
Exemplos de vocabulários usando as configurações de mãos em “I” e “J”
43
Importante / rinoceronte / xixi / instrutor de Libras / junho / julho / janeiro / magro
/ Internet.
Treine frases em Libras usando configurações em “I” e “J”
1) A Internet é importante.
2) É xixi?
3) Em janeiro, emagreço = magro.
Agora é com você. Crie novas frases usando a configurações em “I” e
“J”, juntando-as a configuração que desejar.
Atividade 10:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “Y”
Telefone / avisar ou informar / avião / sofrer / perdoar ou desculpar / telefone-me /
evitar / aproveitar / boi vaca / fazenda / choque elétrico / vinagre / oportunidade
/ orgulho ou orgulhoso / caneta / azar / idade / búfalo / aniversário / injeção /
ficar / brinquedo ou brincadeiras / aeroporto / óleo ou azeite / fofocar / faltar
(ausência) / sapato alto / perfume / capital / centro de cidade / estratégia /
pousou.
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Treine frases em Libras usando configuração em “Y“.
1) Telefonei = telefonar e avisei.
2) Da fazenda, telefonei = telefonar e avisei = avisar.
3) O avião pousou na fazenda.
4) Aproveitaram = aproveitar para fofocar.
5) Desculpe = desculpar, faltei = faltar no aniversário.
6) Orgulhoso e fofoqueiro = fofocar!
Agora é com você. Crie novas frases usando a configuração em “Y”,
juntando-a a configuração que desejar.
Atividade 11:
Exemplos de vocabulários usando as configurações de mãos em “L” e “UL”
Água / ter / não ter / papel / outra vez / ontem / outro / feio (a) / sorte / jornal / sorrir
/ ganhar / escolher / quadro / queijo / problema / triângulo / horas ou horário / sol
/ leste / prima(o) / padrasto madrasta / televisão / sala de televisão / vídeo-
cassete / fita de vídeo / queijo / problema / azulejo / cavalo / particular /
gafanhoto / conseguir / não conseguir / lei.
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Treine as frases em Libras com as Configurações em “L” e “UL”
1) Não tem = não ter Água.
2) Não tem = não ter água outra vez.
3) Ontem Não teve = não ter jornal.
4) O quadro é feio.
5) Não tenho = não ter sorte!
6) O primo ganhou = ganhar outra vez.
7) Não consegui = não conseguir trabalhar!
Agora é com você. Crie novas frases usando as configurações em “L” e
“UL”, juntando-as a configuração que desejar.
Atividade 12:
Exemplos de vocabulários usando as configurações de mãos em “M” “W” e
“3”
Marrom ou castanho / arco-íris / mamão / motel / Maranhão / garfo / terça-feira /
whisky / três dias / nós três.
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Treine as frases em Libras usando configurações em “M” , “W” e “3”
1) Três dias de arco-íris.
2) O mamão e o garfo.
3) Terça-feira, nós três ao Maranhão.
Agora é com você. Crie novas frases usando as configurações em “M” ,
“W” e “3” juntando-as a configuração que desejar.
Atividade 13:
Exemplos de vocabulários usando as configurações de mãos em “N”e “U”
Nome / novela / novembro / faca / chocolate / pelado ou nu / nunca / sonhar /
paciência / igual / coelho / festa junina / macarrão / carta / marrom / norte / viúvo(a) /
usando / picolé / manteiga ou margarina / carneiro / bode / barata / junho /
segunda-feira / Páscoa / carteiro / banco (sentar) / trauma / irmão
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Treine frases em Libras usando configurações em “N” e “U”
1) A novela da viúva.
2) Carteiro pelado na novela!
3) A carta é da viúva.
4) Em junho, festa Junina no norte.
Agora é com você. Crie novas frases usando as configurações de “N” e
“U” juntando-as a configuração que desejar.
Atividade 14:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “O” ou “zero””
Círculo / cilindro / oeste / outubro / feijão / ovo / exame de laboratório (microscópio)
/ bom / nota / zero / ensinar / não saber nada / binóculo / emoção / farol / apagar a
luz / acender a luz / pisca-pisca / surpresa.
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Treine frases em Libras usando configuração em “O” ou “zero”
1) Não saber nada.
2) Feijão é bom!
3) Ovo é bom.
4) Ao apagar a luz, que emoção!
5) Em outubro apagar-se-ão as luzes = apagar a luz
Agora é com você. Crie novas frases usando a configuração de “O” ou
“zero” juntando-a a configuração que desejar
Atividade 15:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “R”
Não ouvir / responder / responder a você / você responde a mim /
responsabilidade / rosa (cor) / real (dinheiro) / rodoviária / Roraima / religião /
restaurante / Rússia / Rondônia / reprovar / variedades / diferente / caranguejo /
torcer (torcida) / chefe ou dono / reunião.
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Treine as frases em Libras usando configuração em “R”
1) O dono do restaurante reuniu = reunião a torcida.
2) O chefe não ouviu = não ouvir, e não respondeu = responder.
3) Que restaurante diferente, é rosa!
4) Respondeu a você diferente.
Agora é com você. Crie novas frases usando a configuração de “R”
juntando-a a configuração que desejar.
Atividade 16:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “S” ou “8”
ônibus / esperar / tossir / poder / farmácia / laranja / quebrar / raiva ou /ódio /
sol / sul / sogra(o) / solteiro(a) / sorvete / sal / cerveja / porco / moto / bicicleta /
cozinheira(mexendo a comida) / fábrica / somar / calça / cobertor / Santa Catarina /
Sergipe / velho(a) ou idoso(a) / ajudar (ou prestar socorro) / comprar / soco / ouvir /
parar / pegar / amar / receber ou aceitar / quantidade ou quantos(as) / carimbar /
medir pressão / torcer a roupa / madrugada / alguns / vovô ou vovó / carro ou dirigir
/ bênção / campeão / saudades.
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Treine as frases em Libras usando a configuração em “S” ou “8”
1) Vovô espera =esperar o ônibus.
2) A bicicleta quebrou = quebrar.
3) O velho comprou = comprar alguns porcos.
4) A velha torce a roupa .
5) Um velho cobertor de solteiro.
6) Meu sogro somou = somar as laranjas.
7) O carro parou = parar de madrugada.
8) Que raiva esperar o ônibus!
9) Amo Santa Catarina!
Agora é com você. Crie novas frases usando a configuração de “S” ou
“8” juntando-a a configuração que desejar.
Atividade 17:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “T”
Texto / comunicação total / testemunha de Jeová / teoria / Chique /
Teoria da comunicação.
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Treine as frases em Libras com a configuração em “T”
1) Teoria da comunicação .
2) Que chique!
3) Texto: Comunicação Total.
Agora é com você. Crie novas frases usando a configuração em “T”
juntando-a a configuração que desejar
Atividade 18:
Exemplos de vocabulários usando as configurações de mãos em “V”, “2”ou
“5”
Lembrar (História) / olhar ou ver / vento / sempre / cuidar / continuar / forte / andar /
verde / vinho / furacão / sala de visitas / gritar / inteligente / castigo / brigar /
formiga / abridor / cuidar / desfile (moda) / por causa.
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Treine as frases em Libras com as Configurações em “V”, “2” ou “5”
1) A história da formiga.
2) Por causa da briga = brigar, o castigo.
3) Um olhar na história!
4) Lembrança = lembrar forte!
5) A história da inteligência = inteligente.
6) Continuas = continuar a gritar no desfile de moda?
7) Lembro-me = lembrar da sala de visitas.
Agora é com você. Crie novas frases usando as configurações de “V”,
“2” ou “5” juntando-as a configuração que desejar.
Atividade 19:
Exemplos de vocabulários usando a configuração de mão em “X”
Mentira / peixe / inveja / preocupação / papagaio / caipira / sexo / médico /
suspender ou guincho / roça / minhoca / bala / camarão / gelado / frio / inverno /
caju / lavrador / caqui / shopping / nervoso(a) / menstruação / estupro / meia /
vermelho ou ruivo.
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Treine as frases em Libras com a configuração em “X”
1) Que mentira desse papagaio!
2) Bala de caju.
3) Mentira e inveja preocupa = preocupação o médico.
4) Meia de inverno.
5) A minhoca e o peixe.
6) O caipira e o médico.
7) O inverno é preocupante = preocupação.
Agora é com você. Crie novas frases usando a configuração de “X”
juntando-a a configuração que desejar.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Língua Brasileira de Sinais tem sido alvo de muitas discussões em
torno da inclusão educacional de alunos surdos em classes comuns. As leis já os
amparam; no entanto, o principal amparo seria dar-lhes atendimento adequado,
levando-se em consideração as suas condições de sujeitos surdos, que vem sendo
muitas vezes, por vários motivos deixado para trás, como, por exemplo, a falta de
recursos humanos especializados que atendam a essa demanda.
Sendo assim, o propósito deste trabalho é justamente contribuir com
idéias oriundas de experiências, vivenciadas por uma professora da classe comum,
aprendiz da Língua de Sinais.
Por isso esse material vem apresentar uma proposta de iniciação ao
conhecimento teórico e prático para o ensino e a aprendizagem da Libras. Esse
conhecimento se faz necessário como cumprimento das Políticas Públicas
educacionais-norteadoras da Educação Especial que chama atenção de todos os
envolvidos para um processo de “inclusão responsável”, principalmente a atenção do
professor para que assuma, em relação ao surdo, o papel de professor bilíngue em
sua atividade docente, sobretudo mostrando respeito à cultura dos surdos os quais
buscam, além de sua língua natural, que é “a Língua de Sinais”, a apropriação
também da língua portuguesa. Isso para dar maior amplitude às suas relações
pessoais e interculturais, por meio de uma proposta educacional diferenciada, pois a
proposta escolar educacional que se tem de transformar o surdo em ouvinte já
deveria ser “coisa do passado”. Há urgência em ouvir e compreender os anseios das
pessoas surdas.
Eu sou surdo e sou feliz, minha trajetória de sucesso começou na família, com absoluta aceitação da diversidade da minha natureza, principalmente por parte de minha mãe, que desde a descoberta da minha surdez teve a intuição de que o mais importante em sua relação comigo seria termos uma comunicação satisfatória, partindo do princípio de que ela deveria se adequar à forma de comunicação mais fácil e natural para mim, e não o contrário. Logo descobriu que essa forma era com os sinais e adotou a língua de sinais em nossa casa. Por causa disso, cresci acreditando que o mundo era dessa forma, através de Sinais e, portanto, nunca cogitei que eu pudesse ser diferente. Meu referencial nunca foi a audição e sim surdez, o que contribui, definitivamente, para construção da minha identidade de um indivíduo surdo com elevada auto-estima, ao contrário de outras crianças que as quais são impostas modelos de
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comportamento e comunicação adequados a quem tem audição e, com isso passaram a ter os ouvintes como referência. Invariavelmente, essas crianças crescem com baixa auto-estima, acreditando serem diferentes por não conseguirem a mesma performance que os ouvintes na fala e na escrita.” PIMENTA (2001). Pimenta(2001) “Mais tarde descobri que eu sou de fato diferente da maioria, e minha luta começou no sentido de que a surdez seja reconhecida como apenas mais um aspecto das infinitas possibilidades da diversidade humana. Ser surdo não é melhor ou pior do que ser ouvinte. E ser surdo é diferente de ser deficiente auditivo. Se um de vocês que ouve e que, por isso tem a cultura da audição, ou seja, se comunica através da fala, gosta de música e do barulho do mar etc., perder a audição, certamente será um deficiente auditivo, pois estará com um déficit, uma vez que perdeu algo que já teve um dia. Mas eu nasci surdo e, como só se perde aquilo que se tem, nunca perdi a audição, pois nunca a tive. Eu tenho o direito de viver assim e o mundo tem o dever de aceitar a minha diferença”. Sou surdo e sou feliz Pimenta (2001, p. 24).
Esse depoimento em forma de “alerta” vindo diretamente de um surdo
e recheados de informações, é um convite a rever nosso jeito de pensar a educação
e a inclusão destes alunos; um convite a adentrar-se neste “universo surdo” na
busca contínua de informação e formação para juntos oferecer uma educação
responsável e de melhor qualidade ao surdo. O desafio está lançado!
SUGESTÕES DE LIVROS, TEXTOS SITES, FILMES E VÍDEOS
LIVROS:
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Aspectos lingüísticos da língua brasileira de sinais. Curitiba: SEED, 1998. Disponível em: <Aspectos Lingüísticos da LIBRAS - vendovozes.googlepages.com>. Acesso em: 18 jul. 2010;
KOJIMA, Catarina Kizuti; SEGALA, Sueli Ramalho. Dicionário de língua de sinais. São Paulo: Escala, 2003;
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Atendimento Educacional Especializado – Pessoa com Surdez. São Paulo: MEC, 2007;
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma jornada pelo mundo dos Surdos. Rio de Janeiro: Imago, 1990;
SKLIAR, Carlos. Atualidades da Educação Bilingue para Surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999.
- Revista Espaço: Informativo técnico-científico do INES
56
SITES:
www.vendovozes.googlepages.com
http://www.dicionariolibras.com.br/www.dicionariolibras.com.br
www.feneis.org.br
ensinodeportuguesparasurdos.blogspot.com
www.ines.gov.br
http://www.editora-arara-azul.com.br/www.editora-arara-azul.com.br
www.jonas.com.br/
FILMES:
- E seu nome é Jonas;
- O menino selvagem.
VÍDEOS:
BAIANJO. Imagine: coral de surdos. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=jnhmasxbrK0>. Acesso em: 15 jul. 2010.
Faz um milagre em mim" Music Libras-(por Alexsoysoy )
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002: Dispõe a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/2002/L10436.htm>. Acesso em: 17 abr. 2010.
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Atendimento Educacional Especializado – Pessoa com Surdez. São Paulo: MEC, 2007.
FERNANDES, Sueli. Educação bilíngüe para surdos: trilhando caminhos para a prática pedagógica. Curitiba, SEED, 2004
GEORGE. Paisagens e natureza. Disponível em: <http://deskmods10.wordpress.com/paisagens-e-natureza/>. Aceso em: 21 jul. 2010.
GLAT, Rosana (Org). Educação inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7 letras, 2007.
GOLDFELD, Márcia. A criança Surda: linguagem e cognição numa perspectiva sociointeracionista. 2a ed. São Paulo: Plexus Editora. 2002.
IMOTION IMAGES. Flores lindas. Disponível em: <http://www.imotion.com.br/imagens/details.php?image_id=9674>. Acesso em: 21 jul. 2010.
KOJIMA, Catarina Kizuti; SEGALA, Sueli Ramalho. Dicionário de língua de sinais. São Paulo: Escala, 2003.
LIBRAS: língua brasileira de sinais. Disponível em: <http://www.jonas.com.br/informacao.php?info=Libras&lg=pt>. Acesso em: 17 abr. 2010.
NOGUEIRA, Marilene. Reflexões sobre um projeto piloto de educação com bilinguismo na pré-escola de surdos. Revista Espaço, Rio de Janeiro, n. 9, p. 8-9, jan./jun. 1998.
PACHECO, Jonas; ESTRUC, Eduardo; ESTRUC, Ricardo. Curso básico da Libras: Língua brasileira de sinais. 2007. Disponível em: <http://www.viqui.com.br/adm/upload/Curso%20Basico%20de%20Libras.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2010.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Aspectos lingüísticos da língua brasileira de sinais. Curitiba: SEED, 1998. Disponível em: <Aspectos Lingüísticos da LIBRAS - vendovozes.googlepages.com>. Acesso em: 18 jul. 2010.
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Lei Estadual n. 12.095: Reconhece oficialmente, pelo Estado do Paraná, a linguagem gestual codificada na Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e outros recursos de expressão a ela associados, como meio de comunicação objetiva e de uso corrente – 1998. Curitiba: SEED, 1998. Disponivel em: <http://www.diaadia.pr.gov.br/deein/arquivos/File/le_Lei12095.PDF>. Acesso em: 18 jul. 2010. RAMOS, Clélia Regina. Libras A Língua de Sinais dos Surdos Brasileiros. Disponível em: < http://www.editora-arara-azul.com.br/pdf/artigo2.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2010.
RAMOS, Clélia Regina; GOLDFELD, Marcia. “Vendo Vozes: os passos dados na direção da realização de um programa de televisão para crianças surdas” GELES, n. 6, Ano 5, 1992.
REIS, Vania Prata Ferreira. A criança surda e seu mundo: o estado-da-arte, as políticas e as intervenções necessárias. 1992. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória.
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma jornada pelo mundo dos Surdos. Rio de Janeiro: Imago, 1990.
SKLIAR, Carlos (Org.). A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1997.
SKLIAR, Carlos. Atualidades da Educação Bilingue para Surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999.
SOUZA, Luciano de. Educação Especial: Educação Bilíngüe para Surdos Libras/Língua Portuguesa. 2009. Monografia (Pós Graduação “Lato Sensu”) – Faculdade de Tecnologia América do Sul – Instituto Paranaense de Ensino.
VELOSO, Brenda. Classificadores e estrutura argumental na língua de sinais brasileira. Estudos Lingüísticos XXXIX, São Paulo, p. 521-526, 2005. Disponível em: <http://www.gel.org.br/estudoslinguisticos/edicoesanteriores/4publica-estudos-2005/4publica-estudos-2005-pdfs/classificadores-estruturas-argumental-1412.pdf?SQMSESSID=a38ffc79c82bcbe561e1c641326fd16c>. Acesso em: 18 jul. 2010.