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Departamento de Cardiopneumologia

As Disciplinas do Departamento de Cardiopneumologia O Departamento de Cardiopneumologia é composto atualmente pelas disciplinas de Cardiologia, de Pneumologia, de Cirurgia Cardiovascular e de Cirurgia Torácica, e pela Área de Genética e Medicina Molecular. A Disciplina de Aplicações Clínicas, constante do Regimento do Departamento de Cardiopneumologia, vem sendo desenvolvida através do Módulo Cardiovascular da Disciplina supradepartamental de Bases Fisiológicas da Clínica Médica. O Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ou seja, o InCor, é o lugar em que o Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo tem sua sede e onde desenvolve suas atividades de Ensino, Pesquisa e Prestação de Serviços à Comunidade. Ele possui cinco divisões médico-hospitalares: a Divisão de Cardiologia Clínica, a Divisão de Pneumologia, a Divisão de Cirurgia Cardiovascular, a Divisão de Cirurgia Torácica e a Divisão de Anestesiologia. Essas divisões são administradas pelos Professores Titulares das Disciplinas do Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da USP e por um Conselho Diretor, composto por esses Professores Titulares (um dos quais é seu Presidente, e outro seu Vice-Presidente), por três outros membros, denominados Membros Suplentes, e por mais dois outros, denominados Membros Convidados (o Presidente da Fundação Zerbini e o Diretor Executivo do InCor). A Origem do Departamento de Cardiopneumologia [1934 – 1939 – 1940 – 1941 - 1956 – 1957 -1958] O Departamento de Cardiopneumologia da FMUSP teve sua origem em 1956 e 1957, no Departamento de Clínica Médica e no Departamento de Cirurgia. Sua criação adveio da união da “Disciplina de Cardiologia Clínica” com a “Disciplina de Cirurgia Torácica”, pertencentes, respectivamente, a esses Departamentos e, àquela época, chefiadas pelos professores Luis Vènere Décourt e Euryclides de Jesus Zerbini. Essas duas Disciplinas tiveram seu início como pequenos serviços médicos dedicados à terapêutica clínica e cirúrgica das enfermidades do pulmão e do coração, que, nas décadas de 1930 e 1940, começava a ser desenvolvida nos Estados Unidos da América e na Europa. Em 1934, quando as Enfermarias dos Departamentos de Clínica Médica e de Cirurgia da Faculdade de Medicina ainda estavam instaladas na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em sua Enfermaria de Cirúrgica de Homens, então chefiada pelo Professor Alípio Corrêa Netto, dois de seus assistentes, o Dr. Euryclides de Jesus Zerbini e o Dr. Eduardo Etzel, tornavam-se os primeiros cirurgiões a se dedicarem ao tratamento cirúrgico das doenças torácicas e pulmonares, então limitado às primeiras tentativas de tratar a tuberculose pulmonar e os empiemas pleurais, o que deu ensejo à criação, naquela enfermaria da Santa Casa, do primeiro Serviço Hospitalar de Cirurgia Torácica e Pulmonar da Faculdade. A partir de 1940, as Enfermarias dos Departamentos de Clínica Médica e de Cirurgia já haviam sido transferidas para o Hospital das Clínicas, cuja inauguração ocorrera em 1939.

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O Dr. Zerbini, mantendo seu interesse pela cirurgia pulmonar, defendeu, em março de 1941, sua tese de doutoramento, na qual analisava o “Tratamento Cirúrgico da Tuberculose Pulmonar por meio do Pneumotórax Extrapleural”. Em 1944, ao voltar dos Estados Unidos da América após ter frequentado durante um ano a Clínica de Cirurgia Torácica do “Barnes Hospital”, de St. Louis, e do “Massachusetts General Hospital”, da “Harvard School of Medicine”, de Boston, o Dr. Zerbini, na Primeira Clínica Cirúrgica do Departamento de Cirurgia, então chefiado pelo Prof. Alípio, deu prosseguimento, no Hospital das Clínicas, às atividades daquele “Serviço de Cirurgia Torácica e Pulmonar” que criara na Santa Casa. Em 1954, esse Serviço de Cirurgia Torácica e Pulmonar estando plenamente estabelecido e evoluindo rapidamente no HC, deu fundamentação didático-científica para a criação de uma nova Disciplina do Departamento de Cirurgia, destinada a absorvê-lo. Essa nova Disciplina foi então criada e denominada “Disciplina de Cirurgia Torácica”, para cuja chefia o Dr. Zerbini foi nomeado. Nos anos seguintes, ainda exercendo a chefia dessa Disciplina, começou a se interessar por um novo ramo da cirurgia torácica que rapidamente se expandia nas Universidades e nos grandes hospitais norte-americanos e europeus, a Cirurgia do Coração. Tal interesse levou-o novamente aos Estados Unidos da América, em 1957, de onde voltou para realizar as primeiras cirurgias do coração com o uso da máquina de Circulação Extracorpórea no Hospital das Clínicas, as quais, no final de julho de 1964, já eram mil cirurgias, o que fez com que o Departamento de Cirurgia, acolhendo, no âmbito da “Disciplina de Cirurgia Toracopulmonar”, a cirurgia do coração e mais tarde a cirurgia dos grandes vasos da base do coração e a cirurgia da aorta torácica, desse a ela a denominação de “Disciplina de Cirurgia Torácica do Departamento de Cirurgia”. Naquele final da primeira metade e início da segunda metade do século passado, não só no Departamento de Cirurgia, mas também no Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, ocorriam importantes progressos. O Professor Doutor Luis Vènere Décourt, após ter se tornado Professor Catedrático do Departamento de Clínica Médica da Faculdade e Chefe da Segunda Clínica Médica do HC, solicitou ao Conselho Diretor do Departamento de Clínica Médica que criasse uma nova Disciplina que absorvesse o Serviço de tratamento clínico das enfermidades Pulmonares e Cardíacas nela já existente. Aprovando a solicitação do Prof. Décourt, a “Disciplina de Cardiologia e Pneumologia” do Departamento de Clínica Médica foi, então, criada no dia 1 de outubro de 1965. Assim sendo, a Faculdade de Medicina da USP passava a possuir duas Disciplinas, uma Cirúrgica, a outra Clínica, que cuidavam do estudo, do ensino e do tratamento das enfermidades cardíacas e pulmonares e davam início à pesquisa e ao desenvolvimento da propedêutica e da terapêutica dessas enfermidades, cujo desenvolvimento levou-as a ter condições técnicas e científicas suficientes para realizar, no Hospital das Clínicas, em janeiro de 1968, as primeiras cirurgias destinadas ao tratamento das obstruções das artérias coronárias com a utilização de pontes de veia safena e, em 26 de maio de 1968, o primeiro Transplante do Coração. Essas Disciplinas continuaram a ocupar os seus espaços no HC, as Disciplinas de Cardiologia e Pneumologia nas dependências da Segunda Clínica Médica, a Disciplina de Cirurgia Cardiovascular nas dependências da Primeira Clínica Cirúrgica; no entanto, seus Professores Titulares, o Prof. Zerbini e o Prof. Décourt, como resultado desses seus feitos médicos e cirúrgicos, adquiriram um grande prestígio acadêmico e político, o que os levou a pensar na possibilidade de criar no HC, com financiamento governamental, um “Instituto”, ou até mesmo um hospital inteiro, especializado no tratamento clínico e cirúrgico das

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doenças do coração, pois haviam recebido o apoio popular e as congratulações pessoais dos políticos e dos dirigentes máximos da República e do Estado de São Paulo. O Instituto do Coração – InCor: seu antecessor e sua criação [1959 – 1963 – 1969 – 1974 – 1975 – 1977] Aquele desejo inicial do Prof. Zerbini e do Prof. Décourt havia sido parcialmente satisfeito em 1959 e em 1963, na forma de dois espaços físicos no HC: um no sexto andar e outro no oitavo andar, pertencentes, respectivamente, às Disciplinas de Cardiologia e Pneumologia do Departamento de Clínica Médica, e à Disciplina de Cirurgia Torácica do Departamento de Cirurgia, que, àquele ano, passavam a pertencer a um Instituto destinado a abrigar os Serviços de Clínica e de Cirurgia a elas já pertencentes, denominado “Instituto de Afecções do Tórax”, cuja oficialização no âmbito da administração técnica do Hospital das Clínicas só ocorreu no dia 24 de dezembro de 1963, quando o então Governador do Estado de São Paulo, o Sr. Dr. Ademar de Barros Filho, por meio de um decreto governamental, de número 42.817, criou o “Instituto de Doenças Cardiopulmonares”. Esse foi o ato de Criação do primeiro Instituto do Hospital das Clínicas, o embrião do atual “Instituto do Coração”. O Prof. Zerbini e o Prof. Décourt, no entanto, acreditavam que esse Instituto, essa nova sede hospitalar de suas Disciplinas, não era suficiente para o trabalho e para o desenvolvimento da Cardiologia Clínica e Cirúrgica da Faculdade de Medicina e que, para tanto, havia a necessidade de ser construído todo um hospital, o que se tornou possível em 5 de dezembro de 1966 graças à transferência, ao HC, de um terreno de pouco mais de 3.000 metros quadrados de extensão, antes pertencente à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Em 21 de janeiro de 1969, teve início a construção do prédio destinado a abrigar o “Instituto de Doenças Pulmonares”, que através do Decreto 52.540-A, de 05 de maio de 1970, passou a denominar-se “Instituto do Coração - InCor -HCFMUSP”, cujo Projeto Arquitetônico coube ao engenheiro Nelson Daruj. No ano de 1980, através do Decreto 15.517, a denominação do Instituto do Coração recebeu um acréscimo: Instituto do Coração Sua Santidade João Paulo II, uma homenagem à visita do Papa ao Brasil. Em 1995, a Lei 9.078 alterou o nome do Instituto, para homenagear o seu idealizador, ficando então denominado: Instituto do Coração Prof. Euryclides de Jesus Zerbini. A criação da “Fundação para o Desenvolvimento da Bioengenharia” (A Antecessora da “Fundação Zerbini”) [1977 – 1978] As dificuldades financeiras que retardavam o início das atividades hospitalares e do Departamento de Cardiopneumologia no “InCor”, levaram o Prof. Zerbini a propor ao seu Conselho Diretor que criasse um novo modo de gerenciar as finanças do “Instituto de Doenças Pulmonares”, uma Fundação de caráter jurídico particular, destinada, inicialmente, a dar apoio financeiro às “Atividades Técnicas e Científicas do Programa de Iniciação e Desenvolvimento da Cirurgia Cardíaca realizada com Circulação Extracorpórea”, o qual, há dois anos, já se encontrava em plena execução na “Oficina de Bioengenharia”. Com a aprovação dessa proposição, essa Fundação foi criada em setembro de 1978, ocasião em que foi denominada “Fundação para o Desenvolvimento da Bioengenharia”, embora suas funções fossem as de gerenciar não somente as finanças da

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Oficina, mas também as finanças de todo o Instituto, para o que ela assinou um convênio com o Hospital das Clínicas nesse mesmo ano, o qual lhe outorgava o direito de gerenciar as finanças do InCor. Assim, suas ações iniciais fizeram com que, em 1979, o “Ambulatório da Disciplina de Cardiologia e Pneumologia”, que havia sido instalado no andar térreo do “Bloco-I do InCor” e havia atendido seu primeiro paciente no dia 10 de janeiro de 1977, funcionasse regularmente e sua Enfermaria, já instalada no seu sexto andar, utilizasse regularmente os seus 34 leitos de internação de pacientes, embora a primeira cirurgia cardíaca só fosse realizada no seu Centro Cirúrgico no dia 24 de outubro de 1978. Em paralelo ao esforço dos dirigentes da Fundação para conseguir um bom desempenho Clínico e Cirúrgico nas dependências do Bloco I do InCor, seus professores e seus médicos, no âmbito das pesquisas clínicas e cirúrgicas, haviam conseguido publicar durante o ano de 1978, 28 trabalhos científicos em revistas nacionais e um trabalho em uma revista norte-americana. Ainda em 1978, a “Fundação para o Desenvolvimento da Bioengenharia’’ teve seu nome mudado para “Fundação Zerbini”, e seus Conselhos Consultor e Diretor foram constituídos em conformidade com as determinações da legislação então em vigor. Terminada sua construção no final de 1974, o Bloco I do InCor (um prédio de 30 mil metros quadrados de área interna total e 11 andares, possuindo espaço suficiente para acomodar 270 leitos) seria inaugurado em 1975, logo que recebesse e fossem instalados os seus diversos equipamentos hospitalares e médicos, o que não foi possível acontecer devido a algumas dificuldades financeiras ocorridas naquela ocasião. Mesmo assim, decidiu-se por sua inauguração assim que uma de suas Unidades fosse lá instalada. Para isso, a “Oficina de Bioengenharia do Hospital das Clínicas”, a produtora das Máquinas de Circulação Extracorpórea, foi transferida para aquele prédio recém-construído e então, na qualidade de seu primeiro serviço em pleno funcionamento, lá ocorreu a inauguração do Bloco I do InCor, que teve a presença do Governador do Estado de São Paulo, o Sr. Laudo Natel. A inauguração, dois anos depois, foi devidamente oficializada por meio do Decreto Governamental de número 9.720, de 20 de abril de 1977, assinado por seu sucessor no Governo do Estado de São Paulo, o Sr. Paulo Egydio Martins.

Nesse mesmo ano de 1977, a regulamentação das suas Normas Administrativas e Funcionais foi definida segundo o conteúdo do Regulamento do Hospital das Clínicas então publicado, o qual descrevia as características de sua organização e dos demais Institutos do HC, bem como os aspectos formais de sua administração, a ser exercida por um Conselho Diretor e por uma Diretoria Executiva. Assim sendo, o primeiro Conselho Diretor do InCor foi criado e o Prof. Euryclides de Jesus Zerbini foi eleito, em 1977, para presidi-lo, tendo sido seu Primeiro Diretor Executivo o Dr. Humberto de Moraes Novaes. A transferência das equipes médicas e dos serviços das disciplinas do Departamento para o Bloco I do InCor [1978 a 1985]

As Equipes Médicas da Disciplina de Cardiologia foram transferidas paulatinamente para o InCor após o término da construção do seu Bloco I. A primeira delas a ser transferida foi a Equipe Clínica de Valvopatias, então dirigida pelo Dr. Eduardo Argentino Sosa; equipe esta que, a partir de 1980, passou a ser dirigida pelo Dr. Max Grinberg. A Equipe Clínica de Coronariopatias, então chefiada pelo Dr. Fúlvio Pillegi, foi a segunda a ser transferida para o InCor.

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As demais Equipes Médicas da Disciplina de Cardiologia e de Cirurgia Cardíaca foram sendo transferidas pouco a pouco para o InCor, e foram progressivamente se dividindo em novas equipes, cada uma delas especializadas em um dos novos ramos da cardiologia clínica e cirúrgica.

No ano de 1985, o Conselho do Departamento de Clínica Médica da FM aprovou, por unanimidade, com finalidade superior, que as disciplinas de Cardiologia e Pneumologia formassem um novo Departamento, junto com a Disciplina de Cirurgia Torácica do Departamento de Cirurgia, pleito este que foi aprovado pela Congregação da FMUSP. Assim, foi criado o Departamento de Cardiopneumologia da FMUSP.

A eleição para a constituição do primeiro Conselho do Departamento de Cardiopneumologia ocorreu no dia três de setembro de 1986, tendo o Conselho se reunido pela primeira vez, já com sede nas dependências do InCor, no dia 15 de setembro de 1986, com a seguinte composição: Prof. Dr. Fúlvio José Carlos Pileggi (Chefe do Departamento), Prof. Dr. Adib Domingos Jatene, Prof. Dr. Mateus Marcondes Romeiro Netto, Prof. Dr. Francisco Vargas Suso, Prof. Dr. Geraldo Verginelli, Prof. Dr. Giovanni Mauro Vitório Bellotti, Prof. Dr. João Valente Barbas Filho, Prof. Dr. Luís Gastão de Serro Azul, Prof. Dr. Luiz Tarcísio Brito Filomeno, Prof. Dr. Noedir Antônio Groppo Stolf, Prof. Dr. Paulo Jorge Moffa e Prof. Dr. Radi Macruz. Nessa primeira reunião do Conselho do Departamento de Cardiopneumologia, foi aprovada a transferência da Disciplina de Aplicações Clínicas para este Departamento, bem como da nova vaga de Professor Titular. Na mesma sessão, foi aprovada a decisão de que o provimento dessa vaga fosse feito através da transferência do Prof. Dr. Maurício Rocha e Silva, Professor Titular, para o Departamento de Cardiopneumologia.

No dia 17 de novembro de 1986, o Conselho do recém-criado Departamento de Cardiopneumologia reuniu-se pela terceira vez, ocasião em que aprovou o Regimento do Departamento, composto, então, pelas Disciplinas de Cardiologia, Cirurgia Torácica e Pneumologia. Em sua 16ª reunião, realizada aos 07 de março de 1988, o Conselho do Departamento de Cardiopneumologia aprovou a alteração do nome da Disciplina de Cirurgia Torácica para Disciplina de Cirurgia Torácica e Cardiovascular. Em 1994, no dia 18 de abril, foi aprovado o Novo Regimento do Departamento de Cardiopneumologia, então composto pelas disciplinas de Aplicações Clínicas, Cardiologia, Cirurgia Torácica e Cardiovascular e Pneumologia. Vinte anos após ter iniciado suas atividades, completados no início de setembro de 1998, a Fundação Zerbini havia sido capaz de guiar as finanças do InCor e de transformá-lo em um centro médico de excelente desempenho, reconhecido nacional e internacionalmente, tanto pelo alto nível do ensino ministrado pelos professores e pelos médicos do Departamento de Cardiopneumologia, quanto pelo caráter científico de suas atuações clínicas e cirúrgicas e pela dedicação com que atendiam todos os pacientes de seu Ambulatório e de suas Enfermarias. Portanto, ao completar seus vinte anos de idade, a Fundação Zerbini havia construído, no InCor, um modelo inovador de gestão hospitalar, fundamentado nas atuações econômico-estruturais próprias da iniciativa privada, geralmente mais ágil e eficaz do que as gestões praticadas nos hospitais públicos de então. Esse desempenho, por outro lado, gerava uma preocupação: a de que existia a necessidade imediata de que o espaço disponível no Bloco I havia de ser ampliado, pois o número de seus pacientes havia aumentado excessivamente. Em 1997, o InCor havia atendido 197.160 pacientes nos consultórios de seu Ambulatórios, internado e tratado 9.170 pacientes portadores de cardiopatias graves e realizado 3.415 cirurgias cardíacas, 1.167.238 exames clínicos laboratoriais, 110.476 exames por meio de imagens (9.941

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deles referentes a imagens de captação hemodinâmica) e, ainda, 135.219 exames por captação de imagens fixas com R-X e com ecocardiógrafos, o que significava a realização de cerca um milhão e 750 mil procedimentos clínicos, cirúrgicos e laboratoriais em um único ano. Tal volume de procedimentos médicos levou o Conselho do Instituto e a Fundação Zerbini a procurar, inicialmente, aumentar os leitos disponíveis para a internação dos pacientes do InCor. Assim, além da readaptação física de Enfermarias já existentes, foram criadas cinco Unidades de Atendimento Clínico e Internação de seus pacientes fora de seu Bloco I e do próprio HC: a Unidade de Cotoxó (com disponibilidade de 100 leitos), a Unidade de Suzano (com 40 leitos), a Unidade do Hospital SEPACO (com 20 leitos) e a Unidade Infantil do Ipiranga (com 100 leitos). Além disso, no que se referia ao Ensino e à Pesquisa desenvolvidos no InCor pelos professores do Departamento e pelos médicos de seus Serviços e de seus Laboratórios de Pesquisa em 1997, também apontavam para a mesma necessidade de espaço para seus alunos de graduação e de pós-graduação, pois 540 alunos de graduação da Faculdade frequentavam as aulas práticas de Cardiologia e de Pneumologia nas enfermarias do InCor, o mesmo ocorrendo com os 370 médicos residentes e estagiários dos Cursos de Residência, de Especialização e de Pós-Graduação em Cardiologia e Cirurgia Cardíaca. As pesquisas por eles desenvolvidas também exigiam novos espaços para a instalação de seus equipamentos. Tudo isso mostrava definitivamente que a construção de um segundo prédio para o InCor se fazia necessária, posto que faria com que o Instituto passasse a possuir 550 leitos destinados à internação de pacientes, praticamente o dobro os 315 leitos até então disponíveis; o número de consultórios passaria de 15 para 29, e o número de salas cirúrgicas aumentaria de 07 para 14. Iniciou-se, então, a construção do Bloco II do InCor, que foi inaugurado em 19 de agosto de 2000. Hoje o InCor é um hospital público universitário de Alta Complexidade, especializado em Cardiologia, Pneumologia e Cirurgia Cardíaca e Torácica.

O Instituto dispõe de 500 leitos funcionantes, distribuídos em 07 unidades de Internação e 06 de terapia intensiva de alta complexidade. O Centro Cirúrgico do InCor é considerado um dos mais modernos da América Latina, com 14 salas de operação. Ele é classificado pelo PNASS (Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde do Ministério da Saúde) como uma “Instituição de Saúde – Grupo-1”, por ser um hospital cuja Qualidade de seus Serviços está situada no “Nível-125” de uma escala cujo nível máximo é definido como Nível-126. Suas atividades estão a cargo, atualmente, de 3.130 funcionários, 2.120 deles com vínculos empregatícios ao HC e à Fundação Zerbini, 757 com vínculo exclusivamente à Fundação Zerbini, e 255 com vínculo exclusivo ao Hospital das Clínicas. De todos eles, 41% têm Formação Universitária, 49% possuem formação educacional de Ensino Médio e 10% Ensino Fundamental. Dentre os possuidores de Formação Universitária superior em nível de pós-graduação, 59% possuem Título de Doutor, 24% de Livre-Docente, 10% de Mestre e 6% de Professor Titular. Quanto à Especialidade Funcional desses seus funcionários, 14% são médicos, 32% são profissionais de Enfermagem e 54% exercem funções hospitalares diversas. Evolução do Departamento de Cardiopneumologia e de suas disciplinas no InCor

A direção e administração do Departamento de Cardiopneumologia da FMUSP são exercidas pelo Chefe e pelo Conselho do Departamento, constituído, nos termos

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regimentais, pelos professores titulares, pela representação docente e pela representação discente. No que diz respeito às Chefias do Departamento de Cardiopneumologia e de suas Disciplinas, diversas mudanças aconteceram desde sua criação até os dias atuais. O Professor Décourt e o Professor Zerbini mantiveram-se nas Chefias das Disciplinas de Cirurgia Torácica, de Cardiologia e de Pneumologia, até que as deixaram em decorrência de suas aposentadorias compulsórias, a do Prof. Zerbini ocorrida em 10 de maio de 1982, e a do Prof. Décourt em 1 de outubro de 1986. Quanto à Chefia do Departamento de Cardiopneumologia da FMUSP, ela foi exercida primeiramente pelo Prof. Fúlvio José Carlos Pileggi, no período de 15 de setembro de 1986 até o mês de outubro de 1994, tendo sido substituído pelo Prof. Adib Domingos Jatene, que exerceu a Chefia somente até dezembro deste mesmo ano, pois se afastou para assumir o Ministério da Saúde do Brasil. O Prof. Dr. Fúlvio assumiu novamente a Chefia do Departamento em janeiro de 1995 até fevereiro de 1997. No período de março a agosto de 1997, a Chefia do Departamento de Cardiopneumologia foi exercida, interinamente, pelo Prof. Dr. Miguel Lorenzo Barbero-Marcial, Vice-Chefe em exercício. No período de agosto de 1997 a agosto de 1999, o Prof. Dr. Adib Domingos Jatene foi o Chefe do Departamento de Cardiopneumologia. Entre agosto de 1999 e agosto de 2001, o Chefe do Departamento foi o Prof Dr. José Antonio Franchini Ramires, tendo sido sucedido pelo Prof. Maurício Rocha e Silva, que foi o Chefe do Departamento no período de agosto de 2001 até agosto de 2005. O Prof. Dr. José Antonio Franchini Ramires exerceu novamente a Chefia do Departamento no período de agosto de 2005 até agosto de 2007. O Prof. Dr. Noedir Antonio Groppo Stolf foi o Chefe do Departamento de agosto de 2007 até agosto de 2011. Atualmente o Chefe do Departamento é o Prof. Dr. Fábio Biscegli Jatene, que foi eleito em agosto de 2011, para um mandato de dois anos. O quadro a seguir apresenta os nomes dos docentes que compuseram e compõem o quadro de professores do Departamento de Cardiopneumologia, desde a sua criação, destacando os nomes dos professores titulares e informando, quando for o caso, a data de desligamento da FM:

QUADRO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE CARDIOPNEUMOLOGIA

Nome do Docente Início de

exercício Data do Concurso para Professor Titular

Desligamento

Prof. Dr. Euryclides de Jesus Zerbini 11.04.1969 07 a 11/04/1969 10.05.1982

Prof. Dr. Luiz Venere Decourt 16.06.1943 06 a 17/06/1950 01.10.1986

Prof. Dr. Roberto Onishi 26.11.1981 25.11.1987

Prof. Dr. Roland Veras Saldanha 07.11.1959 22.06.1988

Prof. Dr. Mateus Marcondes Romeiro Neto 29.08.1950 15 a 16/08/1977 16.11.1989

Prof. Dr. Geraldo Verginelli 14.03.1974 10.05.1990

Prof. Dr. Luís Gastão Costa Carvalho de Serro Azul 26.08.1971 11.02.1994

Prof. Dr. Ermelindo Del Nero Júnior 21.11.1972 11.04.1995

Prof. Dr. Radi Macruz 26.10.1959 18.11.1995

Prof. Dr. João Valente Barbas Filho 05.02.1976 06.06.1996

Prof. Dr. Fúlvio José Carlos Pileggi 05.05.1958 08 a 09/08/1977 14.07.1997

Prof. Dr. Sérgio Diogo Giannini 22.08.1978 18.03.1998

Prof. Dr. Adib Domingos Jatene 06.04.1983 08 a 11/03/1983 04.06.1999

Prof. Dr. Luiz Tarcísio Brito Filomeno 20.11.1984 18.11.1999

Prof. Dr. Munir Ebaid 01.08.1972 14.10.2000

Prof. Dr. Giovanni Mauro Vittorio Bellotti 22.02.1967 14.05.2003

Prof. Dr. Sérgio Almeida de Oliveira 26.10.1978 22 a 24/05/2000 22.07.2005

Prof. Dr. Maurício Rocha e Silva 08.02.1962 Concurso no ICB em 1982, transferido Dept. Cardiopneumo em 23.07.1991

30.12.2006

Prof. Dr. Luiz Fernando de Medeiros Monteiro de 10.01.1973 26.04.2007

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Barros

Prof. Dr. Luiz Francisco Poli de Figueiredo 02.08.1993 20.12.2007

Prof. Dr. Luiz Boro Puig 06.02.1976 04.09.2008

Prof. Dr. Paulo Jorge Moffa 27.03.1974 14.01.2010

Prof. Dr. Protásio Lemos da Luz 19.04.1989 24 a 27/11/2008 25.02.2010

Prof. Dr. Miguel Lorenzo Barbero-Marcial 16.01.1969 12/06/2007 20.08.2010

Prof. Dr. João Carlos das Neves Pereira 08.01.2009 12.04.2011

Profª. Drª. Dra. Neusa Assumpta Forti 09.05.1968 10.08.2011

Prof. Dr. Noedir Antonio Groppo Stolf 01.03.1972 07 a 09/06/2006

Prof. Dr. Francisco Vargas Suso 26.11.1981 07 a 09/08/1996

Prof. Dr. Pablo Maria Alberto Pomerantzeff 01.10.1984

Prof. Dr. Fábio Biscegli Jatene 30.01.1985 14/08/2006

Prof. Dr. José Antonio Franchini Ramires 17.11.1987 22 a 24/04/1997

Prof. Dr. Ronaldo Adib Kairalla 22.03.1988

Prof. Dr. Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho 04.05.1989

Prof. Dr. José Eduardo Krieger 24.05.1990 10/12/2008 – Transferido para Dept. Cardiopneumologia em 17/08/2010

Prof. Dr. Mário Terra Filho 01.10.1998

Prof. Dr. Paulo Manuel Pêgo Fernandes 02.02.2001

Prof. Dr. Bruno Caramelli 06.09.2002

Prof. Dr. Luiz Antonio Machado César 06.09.2002

Prof. Dr. Antonio Carlos Pereira Barretto 18.06.2002

Prof. Dr. Charles Mady 18.06.2002

Profª. Drª. Sílvia Helena Gelás Lage Pasqualucci 18.06.2002

Prof. Dr. Eduardo Argentino Sosa 25.06.2002

Prof. Dr. Edimar Alcides Bocchi 17.11.2004

Profª. Drª. Lisete Ribeiro Teixeira 23.02.2007

Prof. Dr. Rogério de Souza 23.02.2007

Prof. Dr. Luiz Felipe Pinho Moreira 31.03.2010

Prof. Dr. Luís Alberto Oliveira Dallan 14.04.2010

Prof. Dr. Antonio de Pádua Mansur 13.08.2010

Prof. Dr. José Carlos Nicolau 18.08.2010

Prof. Dr. Whady Armindo Hueb 01.09.2010

Prof. Dr. Roberto Costa 01.03.2011

Prof. Dr. Roberto Kalil Filho 17.10.2011 03 a 05/08/2011

A participação dos médicos do quadro clínico do InCor nas atividades de ensino e

pesquisa do Departamento é fundamental para se alcançar os resultados de excelência nas vertentes de ensino, pesquisa e extensão de serviços à comunidade. No ano de 1999, no dia 30 de novembro, a Reitoria da Universidade de São Paulo publicou no Diário Oficial do Estado a Resolução USP número 4727, que disciplinou o credenciamento de médicos do Hospital das Clínicas da FMUSP como Professores Colaboradores Médicos, para apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Medicina. No período de 1999 até 2010, o Departamento de Cardiopneumologia credenciou 93 médicos do InCor como Professores Colaboradores Médicos. Cardiologia Quanto à Disciplina de Cardiologia e Pneumologia, ela havia sido, em abril de 1972, ainda no Departamento de Clínica Médica, dividida em duas Disciplinas, a Disciplina de Cardiologia e a Disciplina de Pneumologia, ambas chefiadas pelo Prof. Dècourt. A Disciplina de Cardiologia, após a aposentadoria do Prof. Décourt, passou a ser chefiada, em agosto de 1977, pelo Prof. Fúlvio José Carlos Pillegi, que havia sido aprovado no concurso para Professor Titular em Cardiologia da Faculdade de Medicina em 09 de agosto de 1977. Com a aposentadoria compulsória do Prof. Fúlvio, ocorrida em julho

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de 1997, a Disciplina de Cardiologia passou à chefia do Prof. José Antônio Franchini Ramires, aprovado em Concurso para Professor Titular, em abril de 1997. Em 2008, foi aberta uma nova vaga de Professor Titular de Cardiologia no Departamento de Cardiopneumologia, ocasião em que o Prof. Protásio Lemos da Luz, tendo ganhado o concurso para provê-la, também se tornou Professor Titular da Disciplina de Cardiologia. Com a aposentadoria do Prof. Protásio, em 25 de fevereiro de 2010, sua vaga de Professor Titular na Disciplina de Cardiologia foi ocupada, em 17 de outubro de 2011, pelo Prof. Roberto Kalil Filho, aprovado no concurso para o provimento do cargo de Professor Titular. A Disciplina de Cardiologia A Disciplina de Cardiologia criada pelo Prof. Luis Vènere Décourt no Departamento de Clínica Médica teve suas Atividades Hospitalares iniciadas em meados da década de 1960, na Enfermaria da Segunda Clínica Médica do HC, as quais progrediram rapidamente a partir de 1980 e, mais ainda, depois que foram transferidas para o InCor. Naquele início, sua Enfermaria possuía seus leitos destinados à internação de pacientes portadores de valvopatias cardíacas, de doenças coronárias e de cardiopatias congênitas, bem como quatro leitos para a internação de pacientes que necessitassem de tratamento clínico intensivo, os quais eram utilizados pelos médicos pertencentes aos primeiros grupos encarregados por essas atividades clínicas, que eram: o Grupo de Valvopatias (chefiado pelo Dr. Giovanni Bellotti, que tinha como seus assistentes o Dr. Ulisses de Andrade e o Dr. Castiglioni), o Grupo de Coronariopatias (chefiado pelo Dr. Fúlvio Pillegi), o Grupo de Cardiopatias Congênitas (chefiado pelo Dr. Radi Macruz) e o Grupo de Tratamento Intensivo (chefiado pelo Dr. Eurico Thomás de Carvalho, auxiliado por seus assistentes, o Dr. Wong Chiu Ping e o Dr. Alberto Chaui, o encarregado do grupo de Marcapassos Cardíacos). A importância da Propedêutica Cardiológica naquela fase inicial da Cardiologia era tão importante que, na Segunda Clínica Médica, existia um Grupo chefiado pelo Prof. Bernardino Tranchesi encarregado especialmente de seu estudo e de seu ensino. Àquela época, os Métodos Gráficos de Diagnóstico já eram bastante utilizados no Ambulatório e na Enfermaria da Cardiologia, dentre eles a Eletrocardiografia, a Vetocardiografia e a Fonocardiografia, chefiadas pelo Dr. João Tranchesi, auxiliado pelo Dr. Ermelindo Del Nero e, finalmente, a Hemodinâmica, chefiada pelo Dr. Donaldo Garcia, auxiliado pelos Drs. Egas Armelin, Shiguemituzo Ariê e Roberto Galiano. Em janeiro de 1977, foi inaugurado o Ambulatório de Cardiologia no InCor e, em outubro desse ano, o primeiro paciente foi internado para ser submetido a cateterismo cardíaco, utilizando-se os leitos da Unidade Coronária. No final da década de 1970 e início da década de 1980, as atividades da Cardiologia foram ampliadas com a criação de novos serviços e de novas equipes médicas entre as já existentes, dentre elas: a Equipe de Coronárias (chefiada pela Dra. Valéria Bezerra), a Equipe de Valvopatias (chefiada pelo Dr. Max Grinberg), a Equipe de Hipertensão Arterial (chefiada pelo Dr. Roland Veras Saldanha), a Equipe de Cardiopatias Congênitas (chefiada pelo Dr. Munir Ebaid), a Equipe de Arritmias Cardíacas (chefiada pelo Dr. Eduardo Argentino Sosa), a Equipe de Cardiopatias Gerais (chefiada pelo Dr. Antônio Carlos Pereira Barretto), a Equipe de UTI Coronária (chefiada pelo Dr. José Antônio Franchini Ramires), o Serviço de Triagem de Pacientes (chefiado pelo Dr. Ulisses de Andrade e Silva), o Serviço de Métodos Gráficos e sua Equipe de Ecocardiografia (chefiada pelo Dr. Juarez Ortiz), e a Equipe de Radiologia (chefiada pelo Dr. Toshiyasu Fujioka).

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Em 1982, foi criada a Unidade de Cardiologia Social, coordenada pelo Prof. Luis Gastão de Serro Azul, a qual englobava as seguintes Sub-Unidades: o Serviço de Prevenção Cardiológica (chefiado pelo Dr. Sérgio Diogo Gianini), o Serviço de Condicionamento Físico (chefiado pela Dra. Maria Augusta Molin Kiss) e a Seção de Cardiologia Geriátrica (chefiada pelo Prof. Luis Gastão de Serro Azul). Em 1983, foram unidas as Unidades de Coronariopatia Crônica e Aguda, a Emergência e a UTI Geral e passaram a ser coordenadas pelo Prof. Dr. José Antônio Franchini Ramires. Em 1986, é criado no InCor o Laboratório de Metabolismos de Lípides, coordenado pelo Prof. Dr. Raul Cavalcante Maranhão. Em 1990, com a junção do Grupo Clínico de Hipertensão e o Laboratório Experimental de Hipertensão Arterial, foi criada a Unidade Clínica de Hipertensão, sob a direção do Prof. Dr. Eduardo Moacyr Krieger. Em 1990, a Divisão de Cardiologia Social teve sua denominação modificada para Divisão de Cardiogeriatria. Em 1987, foi criada a Unidade Clínica de Estimulação Cardíaca Artificial, coordenada pelo Dr. Martino Martinelli.

Em 1996 o InCor cria o Programa Ambulatorial de Tratamento do Tabagismo, coordenado pela Dra. Jaqueline Issa. Em 1997, assume a Cardiologia o Prof. Dr. José Antônio Franchini Ramires. Em 1997, a Unidade de Coronariopatia Crônica passa a ser coordenada pelo Prof. Dr. Luiz Antônio Machado César. Nesta época, é criada a Unidade Clínica de Aterosclerose, coordenada pelo Prof. Dr. Protásio Lemos da Luz. Em 1997, é criada a Unidade de Medicina Interdisciplinar, que atende as interconsultas cardiológicas no Complexo do Hospital das Clínicas e é coordenada desde o início pelo Prof. Dr. Bruno Caramelli. Em 1998, a Unidade Clínica de Transplante Cardíaco e Celular, dirigida pelo Prof. Dr. Giovanni Bellotti, adicionou, também, o tema Insuficiência Cardíaca. Em 1998, o Projeto MASS foi instituído como núcleo de Pesquisa, sendo dirigido, desde então, pelo Prof. Dr. Whady A. Hueb. Em 1999, é implantado no InCor o Laboratório de Treinamento e Simulação de Emergências Cardiovasculares, coordenado pelo Prof. Dr. Sérgio Timerman. Em 2000, os Serviços de Lípides e a Cardiogeriatria deixam de compor a Divisão de Cardiogeriatria para serem Unidades Clínicas dentro da Cardiologia Clínica, chefiadas pelo Dr. Raul Dias dos Santos e pelo Dr. Antônio P. Mansur, respectivamente. É criado o Serviço de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular, coordenado pelo Prof. Dr. Antonio Carlos Pereira Barretto. Este serviço é composto por duas Unidades: a Unidade de Epidemiologia Clínica, coordenada pelo Dr. Moacyr Roberto Cucê Nobre, e a Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício, coordenada pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo Negrão. Em 2001, com a inauguração do quarto andar do Bloco II do InCor, são inauguradas as novas Unidades de Terapia Intensiva: a Unidade Coronária, com 18 leitos e coordenada pelo Prof. Dr. José Carlos Nicolau, e a Unidade Clínica de Terapia Intensiva, coordenada pela Profa. Dra. Sílvia Helena Gelas Lage Pasqualucci. Em 2005, é criada a função de Enfermagem em Pesquisa do Grupo de Apoio à Pesquisa do InCor, inédito em nosso país, para exercer atividades nas Unidades Clínicas que desenvolvem pesquisas com protocolos financiados. Em 2007, é criado o Núcleo de Pesquisa “Café e Coração”, funcionando dentro da Unidade Clínica de Coronariopatia Crônica.

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Em 2007, é inaugurado o Centro de Pesquisa em Ecocardiografia e Cardiologia no InCor, coordenado pelo Prof. Dr. Wilson Mathias, também Diretor do Serviço de Ecocardiografia.

Em 2010, é criada a Unidade Clínica de Cardiopatia da Mulher e Cardiogeriatria, dirigida pelo Prof. Antônio P. Mansur. A Disciplina de Cirurgia Cardiovascular

Desde a criação do Departamento de Cardiopneumologia até os dias de hoje, a chefia da atual Disciplina de Cirurgia Cardiovascular foi exercida por seis cirurgiões, inicialmente pelo Professor Euryclides de Jesus Zerbini, atualmente pelo Professor Noedir Antônio Groppo Stolf.

Com a aposentadoria do Professor Zerbini, ocorrida em 10 de maio de 1982, a chefia desta Disciplina, aquela época denominada Disciplina de Cirurgia Torácica, passou a ser ocupada interinamente pelo Prof. Dr. Geraldo Verginelli, que a exerceu, como Professor Regente, até 6 de março de 1983, data em que o Prof. Adib Domingos Jatene tornou-se Professor Titular do Departamento e, consequentemente, seu novo chefe.

Em 07 de março de 1988, o Conselho do Departamento de Cardiopneumologia aprovou a alteração do nome da Disciplina de Cirurgia Torácica para Disciplina de Cirurgia Torácica e Cardiopulmonar, ocasião em que, um ano após a aposentadoria do Professor Adib, ocorrida em 4 de junho de 1999, o Professor Sérgio Almeida de Oliveira o sucedeu, em maio de 2000.

Após a aposentadoria do Prof. Sérgio, ocorrida em julho de 2005, o Prof. Dr. Pablo Maria Pomerantzeff foi indicado Professor-Regente dessa Disciplina, função que exerceu até 2006.

Em junho de 2006, o Prof. Dr. Noedir Antônio Groppo Stolf, após ter sido aprovado em concurso público, tomou posse do Cargo de Professor Titular da atual Disciplina de Cirurgia Torácica e Cardiovascular, cargo que, atualmente, ainda exerce.

No que se refere ao desenvolvimento da própria Cirurgia do Coração, ainda no Hospital das Clínicas e, posteriormente, no InCor, já sob a direção da Disciplina de Cirurgia Cardiovascular, sua evolução técnica se deu de maneira contínua e em paralelo com o desenvolvimento da cirurgia cardíaca dos grandes centros hospitalares e universitários, norte-americanos e europeus.

Assim, pois, no ano de 1958, o Professor Zerbini realizou, na antiga “Sala-C do Centro Cirúrgico do Hospital das Clínicas”, a primeira cirurgia cardíaca com a utilização da primeira Máquina de Circulação Extracorpórea fabricada na “Oficina Coração-Pulmão” do Hospital das Clínicas, cujo manuseio, durante essa cirurgia, coube à Dra. Dirce Zerbini e ao Dr. Dagoberto Silveira da Conceição.

Em 1965, ainda no Hospital das Clínicas, o Dr. Delmont Bittencourt realizou o primeiro implante de um marcapasso ventricular em um paciente portador de uma bradicardia permanente e grave. Nesse mesmo ano, a “Oficina de Bioengenharia do InCor” desenvolveu um dos primeiros marcapassos cardíacos totalmente nacional, então sob a coordenação do Dr. Seigo Tsuzuki.

Em 26 de maio de 1968, o Prof. Zerbini e sua equipe realizaram o primeiro transplante cardíaco no Brasil, pouco mais de 5 meses após o transplante pioneiro do coração realizado na África do Sul pelo Dr. Barnard. Interessante notar que o preparo técnico e experimental do transplante feito pelo Prof. Zerbini fora realizado, em cães, na Disciplina de Técnica Cirúrgica do Departamento de Cirurgia da Faculdade, desde 1967, pelo Dr. Euclides Marques e pelo então dr. Noedir Groppo Stolf.

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Em 1969, o Professor Zerbini planejou e criou a Área de Cirurgia Pediátrica do InCor e, para sua implantação, nomeou o Prof. Geraldo Verginelli e o Dr. Miguel Lorenzo Barbero-Marcial, que, anos depois, em agosto de 2007, tornou-se o primeiro Professor Titular do Departamento de Cardiopneumologia a chefiá-la.

No ano de 1971, o Professor Zerbini criou a Unidade Cirúrgica de Cardiopatias Valvares do InCor e nomeou o Dr. Luiz Boro Puig para dirigi-la. O Prof. Puig desenvolveu, neste mesmo ano, a primeira bioprótese cardíaca por ele criada no Hospital das Clínicas: a “Válvula de Dura-Máter Humana”, que, em 1972, teve os primeiros resultados de sua utilização nos pacientes publicados no “Journal of Thoracic and Cardiovascular Surgery”.

Em 1981, o Prof. Adib Jatene iniciou, no InCor, a utilização de sua “Técnica de Correção dos Aneurismas do Ventrículo Esquerdo do Coração” e, em 1985, reiniciou a realização dos transplantes cardíacos no InCor, ou seja, deu início à “Era Moderna” desses transplantes.

Em 1987, a Unidade de Marcapasso Cardíaco do InCor começou a implantar os Cardiodesfibriladores Cardíacos Epicárdicos em seus pacientes para o tratamento das Taquicardias Ventriculares graves.

Em 1989, o Departamento de Cardiopneumologia criou o Programa de Pós-Graduação da Área de Cirurgia Torácica e Cardiovascular por iniciativa do Professor Noedir Stolf, que se tornou seu primeiro Coordenador.

Em 1990, o Prof. Adib criou a “Unidade de Controle do Paciente Cirúrgico do InCor”, chefiada pelo Dr. Lauro T. Kawabe, para estabelecer e desenvolver as normas destinadas a padronizar o encaminhamento médico dos pacientes ao tratamento cirúrgico e ao seguimento de sua evolução pós-operatória.

Em 1992, o Prof. Miguel Barbero realizou o Primeiro Transplante do Coração em um paciente neonato, o que se repetiu, desde então até 2010, em 105 crianças e neonatos, cuja sobrevida encontra-se em torno de 70% ao final de 15 anos.

Em 1992, o Prof. Sérgio Almeida iniciou o uso de “Células Tronco” associada à revascularização cirúrgica incompleta na cardiopatia isquêmica, projeto esse que prossegue sob a orientação do Prof. Stolf.

Em 1992, o Prof. Noedir Stolf realizou o primeiro implante, no Brasil, de um “Ventrículo Cardíaco Artificial”, utilizando um dispositivo produzido no InCor. Em 1997, o Prof. Dr. Roberto Costa, da Unidade de Marcapasso do InCor, deu início à “Era da Terapia de Ressincronização Cardíaca” no InCor, que desde então passou a incluir o tratamento da Insuficiência Cardíaca de difícil tratamento clínico.

Nesta primeira década dos anos 2000, a Disciplina de Cirurgia Cardiovascular e suas Unidades Hospitalares do InCor têm realizado diversas pesquisas cirúrgicas técnicas e experimentais que têm gerado avanços importantes no âmbito das técnicas operatórias e da produção e aperfeiçoamento do equipamento necessário ao progresso da cirurgia cardíaca, dentre eles, as Cardiomioplastias, realizadas a partir de 1988, e o desenvolvimento de um “Ventrículo Artificial Pediátrico”, cuja complementação da avaliação funcional de seu desempenho, agudo e crônico, se encontra em sua terceira fase, ou seja, em sua fase de experimentação cirúrgica em animais. No âmbito dos transplantes do coração, os membros da Disciplina têm, em evolução experimental, um projeto de uso de nanopartículas ligadas a drogas antiproliferativas e anti-rejeição para uso em transplante cardíaco, projeto este realizado em coelhos, o qual, já em fase terminal, apenas aguarda a aprovação da Comissão de Ética do Departamento para seu uso nos pacientes.

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Disciplina de Cirurgia Torácica

A Cirurgia Torácica e Pulmonar teve início no Departamento de Cirurgia da FMUSP, que tinha sua enfermaria na Santa Casa de Misercórdia de São Paulo, então chefiada pelo Prof. Alípio Corrêa Netto. Nessa época, o Prof. Euryclides de Jesus Zerbini e o Dr. Eduardo Etzel eram os cirurgiões que se ocupavam das cirurgias pulmonares, que se limitavam às primeiras tentativas de tratar a tuberculose pulmonar e os empiemas pleurais.

Em 1939, o Prof. Zerbini foi nomeado Primeiro Assistente da Primeira Clínica Cirúrgica do Departamento de Cirurgia, a esta altura já instalada no Hospital das Clínicas.

O Prof. Zerbini teve várias participações em relação à cirurgia torácica no nosso meio. Em março de 1941, defendeu sua tese de Livre-Docência, na qual analisava o Tratamento Cirúrgico da Tuberculose Pulmonar por meio do Pneumotórax Extrapleural. Em fevereiro de 1942, realizou sua primeira toracotomia de urgência, destinada a remover, em um menino, um fragmento de ferro que estava encravado na parede de seu ventrículo esquerdo, provocando sangramento e hemopericárdio. O fragmento foi removido, a ferida ventricular foi suturada, um ramo coronariano sangrante foi ligado e o paciente apresentou boa evolução. Em 1944, ao voltar dos Estados Unidos após cumprir um ano de estágio em Cirurgia Torácica no Barnes Hospital de Saint Louis, centro no qual Evarts Graham havia realizado poucos anos antes a primeira pneumonectomia por câncer de pulmão bem sucedida do mundo, e no Massachussets General Hospital, ajudou a criar e iniciou o Serviço de Cirurgia Pulmonar do Departamento de Cirurgia da FMUSP, que chefiou até 1958.

Com o advento e crescimento da Cirurgia Cardíaca, o Prof. Alípio Corrêa Netto transformou o Serviço de Cirurgia Torácica em Disciplina de Cirurgia Cardiotorácica (Disciplina de Cirurgia Torácica) do Departamento de Cirurgia, sendo o Prof. Euryclides de Jesus Zerbini seu primeiro chefe.

O Serviço de Cirurgia Pulmonar, ligado a esta Disciplina, passou a ser chefiado pelo Prof. Rubens Monteiro de Arruda, que teve o auxílio do Dr. Nagib Curi na sua condução no Hospital das Clínicas e no ensino da especialidade. O Serviço passou a prestar atendimento aos pacientes portadores de afecções torácicas gerais, em enfermaria e ambulatório, em todo o Complexo do HC-FMUSP, principalmente no Instituto Central e no Instituto do Coração.

Em 1983, com a aposentadoria do Prof. Zerbini, o Prof. Adib D. Jatene assumiu a titularidade da Disciplina, que teve seu nome alterado para Disciplina de Cirurgia Torácica e Cardiovascular, período também em que migrou do Departamento de Cirurgia para o Departamento de Cardiopneumologia da FMUSP.

Em 1984, com o falecimento do Prof. Rubens Monteiro de Arruda, o Serviço de Cirurgia Pulmonar passou a ser chefiado pelo Dr. Nagib Curi, até 2002, ano de sua aposentadoria.

A partir dos anos 80, observou-se uma reação lenta, mas progressiva, da Cirurgia Torácica, baseada em novos métodos diagnósticos, comandados pela tomografia computadorizada, desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e o surgimento do conceito minimamente invasivo em cirurgia. Apoiada inicialmente em técnicas endoscópicas e, posteriormente, videoendoscópicas, a especialidade viu crescer o seu campo de atuação e, mais que tudo, o retorno ao interesse pela mesma. Este processo desenvolveu-se em todo o mundo, e também em nossa Universidade.

Em 16 de dezembro de 1993, o Prof. Fábio Biscegli Jatene passou a exercer a função-atividade de Diretor Técnico de Serviço de Saúde II, do Serviço de Cirurgia Pulmonar da Divisão de Clínica Cirúrgica I do HCFMUSP. Foram criadas Unidades por áreas de atuação, sendo indicados responsáveis por cada uma delas:

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Unidade de Doenças Pleurais, sob responsabilidade do Prof. José Ribas Milanez de Campos;

Unidade de Neoplasias Pulmonares, sob responsabilidade do Dr. Ricardo Beyruti;

Unidade de Parede Torácica, sob responsabilidade do Dr. Ângelo Fernandes;

Unidade de Mediastino, sob responsabilidade do Prof. Paulo M. Pêgo-Fernandes;

Unidade de Pneumopatias Avançadas e Transplante Pulmonar, sob responsabilidade do Prof. Fábio B. Jatene;

Unidade de Doenças Supurativas, sob responsabilidade do Dr. Luis Miguel Melero Sancho;

Unidade de Cirurgia Torácica Geral e Métodos Diagnósticos, sob responsabilidade dos Drs. Hélio Minamoto e Miguel Lia Tedde;

Unidade de Traqueia e Vias Aéreas, sob responsabilidade do Dr. Luiz Tarcísio de Brito Filomeno.

Um programa que merece destaque é o de Transplante Pulmonar, iniciado em dezembro de 1990 e realizado de maneira esporádica até 2003, quando houve a sua reestruturação e passou a funcionar no InCor. O processo de reestruturação incluiu a formação de um grupo com dedicação exclusiva ao programa, constituído de cirurgiões, clínicos e equipe multiprofissional. Para organizar e facilitar o atendimento foi criado o ambulatório de pneumopatias avançadas, que atende a pacientes graves portadores de hipertensão, enfisema pulmonar, fibrose e outras afecções. O Programa de Transplante Pulmonar é atualmente um dos mais ativos do país e detém a maior experiência nacional em transplantes bilaterais, com mais de uma centena de transplantes realizados.

Além disso, no final de 2003, houve uma reforma e ampliação do ambulatório do Serviço de Cirurgia Torácica, que funciona no 6º andar (bloco 7B) do Prédio dos Ambulatórios do HCFMUSP, o que propiciou ampliação do atendimento e maior conforto aos pacientes.

Um fato que chama atenção foi o crescimento ano a ano dos indicadores de atividades assistenciais do Serviço, com aumento do número de cirurgias superior a 1000%, partindo de 187 operações em 1984 e atingindo mais de 1300 procedimentos em 2010.

Dentre os vários procedimentos cirúrgicos realizados, alguns merecem destaque por terem sido introduzidos, modificados, aperfeiçoados, ou difundidos pelo Serviço, quer em nível nacional ou internacional. Podem ser citados, por exemplo, a utilização do cateter de “Pig tail” para drenagem pleural, o emprego de próteses em afecções traqueais complexas, a traqueostomia percutânea, a videocirurgia, particularmente a videopericardioscopia, a simpatectomia por videotoracoscopia para tratamento da hiperidrose, a tromboendarterectomia em portadores de embolia pulmonar crônica, o tratamento videotoracoscópico para deformidades de parede torácica, os transplantes pulmonares bilaterais, dentre outros. Essas terapêuticas inovadoras e crescimento do número de operações videotoracoscópicas contribuíram para um aumento significativo no número de procedimentos realizados.

Paralelamente ocorreu importante crescimento da produção científica, com aumento expressivo de artigos publicados, teses de doutorado orientadas e defendidas, bem como participação do grupo com apresentação de trabalhos nos principais congressos nacionais e internacionais da especialidade, assumindo a liderança no contexto nacional. Além disso, houve incremento na captação de recursos junto às agências de fomento à pesquisa, propiciando o desenvolvimento de projetos mais sofisticados.

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Desde 2009, a Disciplina mantém Cursos de Complementação Especializada em Cirurgia de Traqueia e Endoscopia Respiratória Terapêutica, Cirurgia da Parede Torácica e Mediastino, Cirurgia Torácica Oncológica e Transplante Pulmonar. Esses cursos são geridos pela Comissão de Ensino do InCor, ofertados a profissionais que já completaram sua formação em Cirurgia Torácica no HCFMUSP ou em outras instituições, e tem por objetivo fornecer formação teórica e treinamento prático na realização de procedimentos cirúrgicos em áreas específicas.

Para cumprir estas tarefas, houve ampliação no número de médicos assistentes e residentes e, desta forma, em 2006, foi criada a Disciplina de Cirurgia Torácica do Departamento de Cardiopneumologia, sendo o Prof. Fábio Biscegli Jatene indicado em concurso para ser seu primeiro Professor Titular.

A Disciplina tem sob sua responsabilidade dois laboratórios de pesquisa:

Laboratório Anatômico Cirúrgico do INCOR – onde são centralizados e gerenciados os projetos de pesquisa do grupo (clínicos e experimentais), incluindo suporte aos pós-graduandos. Além disso, esta área congrega atividades de preparo e conservação de peças de anatomia cardíaca e pulmonar, para estudo e pesquisa, além de possuir um setor dedicado à ilustração médica e outro à filmagem e edição de vídeos técnico-científicos.

Laboratório de Pesquisa em Cirurgia Torácica (LIM 61) – onde são desenvolvidos os projetos de experimentação animal, destacando-se como principal linha de pesquisa o transplante pulmonar.

Em dezembro de 2009, foi criado o CETAC – Centro de Treinamento Avançado em Cirurgia, uma iniciativa conjunta das Disciplinas de Cirurgia Torácica, Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia, e Disciplina de Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo, em uma parceria com a empresa Olympus do Brasil. O CETAC, que funciona nas instalações do InCor, tem por objetivo treinar os residentes e cirurgiões provenientes de outros centros do Brasil e América Latina e capacitá-los para a execução de procedimentos que empreguem novas tecnologias e o conceito da cirurgia minimamente invasiva. Desde a sua criação, já foram realizados 3 cursos de lobectomia pulmonar por videotoracoscopia, 2 cursos de transplante pulmonar e 1 curso de ultrassonografia endobrônquica.

A Disciplina de Cirurgia Torácica está atualmente sediada no InCor, como as demais disciplinas do Departamento de Cardiopneumologia, onde desenvolve suas principais atividades, em especial as ligadas ao ensino e à pesquisa. Além disso, os integrantes da disciplina prestam assistência médica rotineira no Instituto Central e no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (ICESP), além de atender a todo o Complexo HC. Quanto à Disciplina de Pneumologia, a sua chefia, primeiramente exercida pelo Prof. Décourt, foi passada, em agosto de 1977, ao Prof. Mateus Marcondes Romeiro Neto que, nesse mesmo mês e ano, havia sido aprovado no concurso para Professor Titular em Pneumologia da Faculdade de Medicina. O Prof. Mateus a chefiou até sua aposentadoria, ocorrida em 16 de novembro de 1989, ocasião em que passou a ser chefiada interinamente pelo Prof. Adib Domingos Jatene até o ano de 1996, quando ocorreu, no mês de agosto, o concurso para provimento da vaga de Professor Titular deixada pelo prof. Mateus. Nesse concurso, o Prof. Francisco Vargas Suso foi aprovado e indicado para ocupar o cargo de Professor Titular da Disciplina de Pneumologia, sendo o seu chefe atual. A Disciplina de Pneumologia teve sua origem na Segunda Clínica Médica na década de 1960, ainda como um Serviço que tinha como responsável o Prof. Ariovaldo de Carvalho. Em abril de 1972, o Conselho do Departamento de Clínica Médica criou a Disciplina de Pneumologia, designando como seu chefe o Prof. Dr. Mateus Marcondes

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Romeiro Neto, que também foi seu primeiro chefe após ter obtido o título de Professor Titular do Departamento de Clínica Médica da Faculdade em concurso realizado em 15 de agosto de 1977. As atividades didáticas e assistenciais dessa Disciplina eram desenvolvidas no Instituto Central do Hospital das Clínicas. Suas orientações clínicas, propedêuticas e terapêuticas, referentes aos seus pacientes da enfermaria e do ambulatório, eram coordenadas pelo Prof. Dr. João Valente Barbas Filho, tendo como seus colaboradores os médicos assistentes Américo Nesti, Roberto Onishi, Carlos Verrastro e Valter Fuentes. Ressalte-se também que o Prof. Dr. João Valente Barbas Filho foi o responsável pela criação e consolidação do Laboratório de Função Pulmonar do Instituto Central do HCFMUSP.

Após um período de atividade intermitente, em 1982, houve a criação efetiva da “Unidade de Tratamento Intensivo Respiratório” que, desde aquela época, tem como coordenador o Prof. Dr. Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho. Nessa Unidade é desenvolvida uma extensa produção científica, que se intensificou após a reativação do “LIM-09” (o Laboratório de Investigação Médica), o qual, desde 1989, também é coordenado por ele.

Em 1975 foi criada a “Seção de Provas de Função Pulmonar” no Instituto do Coração, como parte da Divisão de Hemodinâmica, e, em 11 de julho de 1977, foi designado como seu chefe o Prof. Dr. Francisco Vargas Suso.

No ano de 1982, foi credenciado pela “Capes” o Programa de Pós-Graduação Estrito Senso em Pneumologia.

Em 17 de novembro de 1989, após a aposentadoria do Prof. Mateus, o Conselho do Departamento de Cardiopneumologia nomeou o Prof. Dr. Adib D. Jatene como Professor Regente da Disciplina de Pneumologia, atividade que exerceu até a realização de um novo concurso para Professor Titular desse Departamento, que ocorreu em agosto de 1996 e resultou na indicação do Prof. Prof. Dr. Francisco Vargas Suso.

Em janeiro de 1990, tiveram início as atividades do primeiro Ambulatório da Disciplina de Pneumologia do InCor, que atendia os pacientes portadores de afecções pulmonares com probabilidade de serem submetidos a tratamento cirúrgico, àquela época, sob a responsabilidade do Prof. Dr. Mário Terra Filho.

O “Laboratório de Pleura” foi criado no InCor em 1992 pelo Prof. Francisco Vargas Suso, com a finalidade de desenvolver pesquisas voltadas principalmente para o tratamento de derrame pleural neoplásico.

Em agosto de 1999, foram iniciadas as atividades do “Laboratório de Doenças Relacionadas ao Sono” sob a coordenação do Prof. Dr. Geraldo Lorenzi Filho.

Em fevereiro de 2009 teve início a transferência das atividades didático-assistenciais da Disciplina de Pneumologia para o InCor, primeiro pela Enfermaria, sob coordenação da Dra. Teresa Yae Takagaki.

Atualmente, a Disciplina de Pneumologia tem sua sede no InCor, onde é uma de suas divisões, e exerce suas atividades por intermédio de suas Unidades Médicas, de seus Laboratórios e de seus respectivos diretores:

Unidade de Doenças Obstrutivas (Prof. Dr. Alberto Cukier); Grupo de Pneumopatias Intersticiais Pulmonares (Prof. Dr. Carlos Roberto Ribeiro

de Carvalho); Unidade de Pneumopatias Ocupacionais e Ambientais (Prof. Dr. Mário Terra Filho); Unidade de Tabagismo (Dr. Ubiratan de Paula Santos); Unidade de Doenças do Sono (Prof. Dr. Geraldo Lorenzi Filho); Unidade de Circulação Pulmonar (Prof. Dr. Rogério de Souza); Unidade de Doenças Pleurais e seu Laboratório (Profa. Dra. Lisete Ribeiro Teixeira);

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Unidade de Terapia Intensiva (Prof. Dr. Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho); Unidade de Neoplasias Pulmonares (Dra. Tereza Yae Takagaki); LIM 09 (Prof. Dr. Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho e Prof. Dr. Marcelo Brito

Passos Amato); Laboratório de Função Pulmonar (Dr. João Marcos Salge); Unidade de Transplante Pulmonar (Dra. Marlova Caramori); Equipe do Pronto Socorro (Dr. Bruno Baldi); Enfermaria de Pneumologia (Dra. Tereza Yae Takagaki).

A organização acadêmica da Disciplina de Pneumologia é exercida pelo Professor

Titular Francisco Vargas Suso, sendo que o Curso de Graduação é coordenado pela Profa. Dra. Lisete Ribeiro Teixeira; o Programa de Residência Médica, pelo Prof. Dr. Ronaldo Adib Kairalla; e o Programa de Pós-Graduação senso estrito, pelo Prof. Dr. Mário Terra Filho. A “Disciplina de Aplicações Clínicas” teve sua transferência do Departamento de Clínica para este Departamento aprovada na primeira reunião do Conselho do Departamento de Cardiopneumologia, realizada em 15.09.1986, conforme texto da Ata: “Foi proposta e aprovada que a vaga nova de Professor Titular – MS-6, criada no Departamento de Clínica, seja alocada juntamente com a Disciplina de Aplicações Clínicas ao Departamento de Cardiopneumologia. A proposta é extensiva também para que o provimento desta vaga se efetive por transferência do Prof. Dr. Maurício Rocha e Silva, Professor Titular – MS-6, lotado no Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da USP”. A transferência do Prof. Maurício para este Departamento se efetivou em 1991. Da Disciplina de Aplicações Clínicas, o Prof. Maurício Rocha e Silva passou a supervisionar a disciplina de Bases Fisiológicas da Clínica Médica, de caráter supradepartamental. Coube a este Departamento dois módulos da Disciplina de Bases, o Módulo Cardiovascular e o Módulo Respiratório. O Prof. Maurício, além de responsável geral da Disciplina, ocupava-se das atividades didáticas do Módulo Cardiovascular. Quanto à Pesquisa Científica, essa Disciplina estava instalada na Unidade de Experimentação, atual “Unidade de Pesquisa Cirúrgica do InCor”, localizada em seu 1º Subsolo, onde se dedicava a estudos Experimentais sobre “Choque e Hipertensão”.

Com a aposentadoria compulsória do Prof. Maurício, em dezembro de 2006, o Prof. Dr. Luiz Francisco Poli de Figueiredo passou a coordenar o Módulo Cardiovascular da Disciplina de Bases. O Prof. Poli de Figueiredo foi transferido para o Departamento de Cirurgia da FMUSP em 16.04.2007, para tomar posse do cargo de Professor Titular da Disciplina de Técnica Cirúrgica, após aprovação em Concurso Público.

Em 2011, o Módulo Cardiovascular da Disciplina de Bases Fisiológicas da Clínica Médica passou a ser supervisionado pelo Prof. Dr. José Eduardo Krieger. A Área de Genética e Medicina Molecular do Departamento de Cardiopneumologia

Oficialmente, a Área de Genética e Medicina Molecular aparece no Departamento de Cardiopneumologia em 2010, com a transferência para este Departamento do Professor Titular José Eduardo Krieger. Todavia, o seu início no âmbito do InCor coincide com a criação do Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular em meados de 1993. O Laboratório foi criado com o objetivo de disseminar o uso de métodos e estratégias de genética e biologia molecular de maneira transversal para a pesquisa e a assistência em doenças cardiovasculares. Conta com laboratório com pessoal qualificado e equipamentos especializados, que desde 2001 concentram suas atividades no 10º andar do bloco II do InCor, especialmente planejado com padrão internacional. Estudos de natureza

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multidisciplinar vem sendo realizados desde o início para identificação de biomarcadores e novas estratégias terapêuticas para as doenças cardiovasculares.

A Área está inserida na Grade Curricular do Curso de Medicina desde o ano de 2001, quando foi introduzida a Disciplina Disfunções Cardiovasculares: da Molécula ao Paciente (MCP0362), sob supervisão do Prof. Maurício Rocha e Silva e do Prof. José Eduardo Krieger. Conforme aprovação da Comissão de Graduação da FM, a partir de 2011, a referida disciplina passa a integrar o Currículo, com a seguinte denominação: MCP 0362- Genética e Medicina Molecular: Tópicos em Disfunções do Sistema Cardiovascular.

Nos 17 anos de atividade, constata-se sucesso na formação de recursos humanos especializados e na geração de novos conhecimentos (mais de 30 doutores e 25 pós-doutores e mais de 200 publicações em revistas especializadas).

A partir do ano de 2011, o Prof. Dr. José Eduardo Krieger passou a coordenar o Módulo Cardiovascular da Disciplina de Bases Fisiológicas e a mesma estratégia de disseminação de conceitos integrados está sendo implantada para os acadêmicos do 4º semestre da Faculdade de Medicina. A natureza integrativa da pesquisa biomédica e os avanços no conhecimento do genoma humano e de outras espécies criaram as bases para a revolução no sistema de saúde esperada para as próximas décadas. É neste contexto que uma disciplina integrativa e transversal contribuirá com as demais disciplinas do departamento para a formação de recursos humanos e para as transformações necessárias para melhorar a eficiência na forma como as doenças em geral e as cardiovasculares, em particular, serão prevenidas, diagnosticadas e tratadas. O Ensino e a Produção Científica do Departamento e do InCor [1956 a 2011] O Ensino

O ensino da Cardiologia no Curso Curricular de Clínica Médica da Faculdade, especialmente da Propedêutica Cardiológica, foi iniciado pelo Prof. Dècourt e pelo Prof. Zerbini assim que criaram, respectivamente, as Disciplinas de Cardiologia e Pneumologia no Departamento de Clínica Médica, e de Cirurgia Torácica no Departamento de Clínica Cirúrgica, em 1956 e em 1957. Daí em diante, elas passaram definitivamente a participar da Grade Curricular dos Cursos de Clínica Médica e de Cirurgia da Graduação da Faculdade e a instituir seus próprios cursos de Pós-Graduação, de Residência e de Especialização. Em 1980, os Cursos de Pós-Graduação “senso-lato” que, em 1975, o Prof. Décourt havia iniciado no Departamento de Clínica Médica, passaram a ser ministrados pela Disciplina de Cardiologia, no InCor. Esses Cursos, até o final de 2000, haviam sido frequentados por 377 médicos, 160 deles oriundos dos países sul-americanos. Na década de 1980, tiveram início os Cursos de “Aprimoramento em Cardiologia” e as “Residências Hospitalares” de Cardiologia e de Cirurgia Cardíaca no InCor. Em 1989, o Prof. Zerbini deu início, no InCor, aos Cursos anuais de Pós-Graduação (“senso-lato”) da Disciplina de Cirurgia Cardiovascular, os quais, até o final de 2000, foram frequentados por 39 cirurgiões, 17 deles estrangeiros. A partir de 2000, diversos cursos, de “Aprimoramento”, de “Aprendizado Setorial” e de “Atualização” foram criados e ministrados pelas Disciplinas do Departamento e por suas Unidades, bem como pelos diversos Serviços Médicos, Cirúrgicos e Técnicos do InCor.

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Desde 1999, o Departamento de Cardiopneumologia elabora o seu Plano de Metas, contendo os objetivos a serem atingidos durante os quatro anos seguintes por suas Disciplinas no ensino, na pesquisa científica e na extensão de serviços à comunidade.

Em 2011, no âmbito da Graduação, o Departamento de Cardiopneumologia, recebeu em média 790 alunos de graduação, para participarem dos cursos ministrados por suas disciplinas, conforme abaixo: Disciplinas do Currículo Nuclear Cardiologia MCP0282 – Cardiologia (2º ano de Graduação em Fisioterapia) MCP0618 – Propedêutica Cardiologia (3º ano de Graduação em Medicina) MCP0354 – Cardiologia (4º ano de Graduação em Medicina) MCP0611 – Estágio Hospitalar em Pronto Socorro de Cardiologia (6º ano de Graduação em Medicina) Cirurgia Cardiovascular MCP0328 – Cirurgia Cardiovascular (4º ano de Graduação em Medicina) Cirurgia Torácica MCP0327 – Cirurgia Torácica (4º ano de Graduação em Medicina) Pneumologia MSP0201 – Bases Fisiológicas da Clínica Médica – Módulo Respiratório (2º ano de Graduação em Medicina) MCP0281 – Pneumologia (3º ano de Graduação em Fisioterapia) MCP0355 – Pneumologia (4º ano de Graduação em Medicina) Área de Genética e Medicina Molecular MSP0201 – Bases Fisiológicas da Clínica Médica – Módulo Cardiovascular (2º ano de Graduação em Medicina) Disciplinas do Currículo Complementar Área de Genética e Medicina Molecular MCP 0362- Genética e Medicina Molecular: Tópicos em Disfunções do Sistema Cardiovascular. Cardiologia MCP0363 – Atendimento Básico em Cardiologia MCP0364 – Atendimento em Terapia Intensiva Cardiológica MCP0365 – Prática de Educação em Saúde & Epidemiologia Cardiovascular MCP0366 – Fisiologia do Exercício: do Normal ao Patológico MCP0368 – Cardiopatia na Mulher MCP0369 – Propedêutica Cardiológica Ambulatorial MCP0370 – Cardiopatias e Transplante Cardíaco no Recém-Nato e na Criança MCP0374 – Tópicos Avançados em Bioengenharia e Tecnologia Médica MCP0375 – Noções Básicas das Síndromes Coronárias Agudas MCP0377 – Doenças Valvares MCP0378 – Princípios da Prática Cardiológica para o Não-Cardiologista MCP0379 – Suporte Básico e Avançado de Vida em Emergências MCP0380 – Iniciação à Pesquisa Clínica em Cardiologia MCP0383 – Iniciação à Pesquisa Clínica em Cardiologia II MCP0384 – Doença Coronária e os Diagnósticos Diferenciais MCP0615 – Ergometria MCP0617 – Interações Fisiopatológicas entre Rim e Coração MCP0619 – Ecocardiografia Aplicada à Fisiopatologia Cardiovascular

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Cirurgia Cardiovascular MCP0371 – Laser em Biomedicina MCP0372 – Tratamento Cirúrgico das Coronariopatias MCP0376 – Tratamento Cirúrgico das Valvas Cardíacas MCP0612 – Assistência Circulatória Mecânica MCP0613 – Iniciação ao Transplante Cardíaco MCP0614 – Correlações Morfológico-Cirúrgicas em Cardiopatias Congênitas MCP0616 – Iniciação à Pesquisa Científica em Cirurgia Cardiovascular Cirurgia Torácica MCP0200 – Pesquisa em Cirurgia Cardiotorácica Pneumologia MCP0367 – Distúrbios Respiratórios do Sono

Além das disciplinas do currículo complementar, os professores do Departamento, docentes colaboradores e médicos do InCor têm forte presença nas atividades de coordenação de dez Ligas Acadêmicas do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz. PÓS-GRADUAÇÃO – Senso Estrito

No âmbito da Pós-Graduação, o Departamento de Cardiopneumologia possui um número total de 776 teses de Mestrado e de Doutorado defendidas, sendo que a partir do ano de 1982, a Disciplina de Cardiologia passou a ter exclusivamente o Programa de Doutorado. O mesmo aconteceu com as demais disciplinas, isto é, entre 1995 e 2002, as Disciplinas de Cirurgia Torácica e Cardiovascular e de Pneumologia, respectivamente, também passaram a ter exclusivamente programas de Doutorado.

O Programa de Pós-Graduação - “Senso estrito”- da Disciplina de Cardiologia, foi credenciado pela Capes em 1977.

Em 24/06/1977, houve a titulação do primeiro Mestre desse Programa, o aluno Eduardo Argentino Sosa, que teve como orientador o Prof. Giovanni Mauro Vitorio Bellotti. Até o ano de 2011, o Programa teve um total de 558 teses defendidas. Atualmente a Cardiologia possui conceito 5 da CAPES.

O Programa de Pós-Graduação - “Senso estrito”- da Disciplina de Cirurgia Torácica e Cardiovascular credenciado pela Capes em 1994, teve a titulação do primeiro Doutor, Luiz Felipe Pinho Moreira, em 22/11/1994, cujo orientador foi o Prof. Geraldo Verginelli. O Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Torácica e Cardiovascular possuía um total de 95 teses defendidas, até o ano de 2011. O Programa tem conceito 5 da CAPES.

O Programa de Pós-Graduação - “Senso estrito”- da Disciplina de Pneumologia, credenciado pela Capes em 1982, teve como seu primeiro coordenador o Prof. João Valente Barbas e, atualmente, é coordenado pelo Prof. Mário Terra Filho. Em 27/09/1983, houve a titulação do primeiro doutor desse Programa, aluno Francisco Vargas Suso, que teve como orientador o Prof. Mateus Romeiro Neto. Após amplas reformas durante os últimos 15 anos, esse Programa obteve avaliações muito positivas, que o destacou no cenário nacional. Atualmente, se encontra consolidado, tendo obtido a nota 6 na avaliação da Capes, pela terceira vez consecutiva. Até julho de 2011, foram titulados 115 doutores e 2 mestres.

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PÓS-GRADUAÇÃO – Senso Lato Residência Médica A Residência Especializada do Instituto do Coração oferece anualmente 55 vagas divididas em quatro Disciplinas: Cardiologia – 24, Transplante de Coração – Cardiologia – 03, Cirurgia Cardiovascular – 6, Transplante de Coração – Cirurgia Cardiovascular – 02, Pneumologia – 12, Transplante de Pulmão – Pneumologia – 01, Cirurgia Torácica – 6, Transplante de Pulmão – Cirurgia Torácica – 01. No ano de 2011, foram treinados 88 médicos residentes. O Departamento de Cardiopneumologia e a Comissão de Ensino do Instituto do Coração, em consonância com a Comissão de Residência Médica da FMUSP, disponibilizam 16 vagas para o Programa de Capacitação Profissional para Médicos Estrangeiros (PCPME) assim distribuídas: Disciplina de Cardiologia – 10, Disciplina de Cirurgia Cardiovascular – 02, Disciplina de Pneumologia - 03, Disciplina de Cirurgia Torácica – 01. Este estágio é destinado a médicos graduados fora do Brasil e tem como objetivo a formação semelhante ao da Residência Médica para brasileiros. No ano de 2010, o InCor treinou 25 médicos estrangeiros nas Disciplinas de Cardiologia, Pneumologia, Cirurgia Cardiovascular, Cirurgia Torácica e Radiologia. O Departamento de Cardiopneumologia e o Instituto do Coração, através dos programas da Comissão de Cultura e Extensão da FMUSP, disponibilizam 49 Programas (198 vagas) de Complementação Especializada nas Disciplinas de Cardiologia, Pneumologia, Cirurgia Cardiovascular, Cirurgia Torácica, Anestesia e Radiologia. Essa modalidade tem como objetivo o aperfeiçoamento do conhecimento em áreas definidas (sub-especialidades) não competindo com a Residência Médica. Em 2010 foram treinados 205 alunos. No total, 830 alunos já cursaram os cursos de especialização do Departamento. O Programa de Aprimoramento Profissional do InCor visa formar o profissional especialista em Cardiologia nas áreas de Enfermagem em Cardiologia, Controle de Infecção Hospitalar, Psicologia Clínica, Farmácia, Serviço Social Médico, Fisioterapia Cardiorrespiratória, Nutrição, Biblioteca, Odontologia, Informática, Educação Física. Esse programa tem uma carga horária de 1.800 horas, das quais 20% constituem teoria e 80% atuação em campo. O InCor ofereceu 9 programas de aprimoramento profissional e treinou 49 alunos. O InCor oferece também o Estágio de Capacitação em Serviço, modalidade que permite ao profissional da área da saúde (técnico ou universitário), o conhecimento das atividades desenvolvidas nas diversas áreas do InCor, adquirindo habilidades específicas e atualizando-se em novas técnicas e processos de trabalho. O Núcleo de Ensino Multiprofissional contribuiu com o treinamento de 479 alunos nesse programa. Produção Científica As Atividades de Pesquisa do Departamento de Cardiopneumologia ocorrem nos Laboratórios Clínicos de Diagnóstico, nos Laboratórios de Pesquisa e nas Unidades Clínicas e de Serviços do InCor e nos cinco Laboratórios de Investigação Médica do HC (LIMs) coordenados por seus docentes e médicos. No InCor, esses Laboratórios de Pesquisa dispõem de, aproximadamente, 5.000 m2 de área física. Resultante dessas pesquisas, os docentes, os médicos e os pesquisadores do Departamento de Cardiopneumologia, durante os cinco últimos anos, publicaram 1.818 artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais; compareceram a 686 simpósios e mesas redondas nacionais, participaram de 97 simpósios e mesas redondas

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internacionais, participaram de 98 bancas examinadoras em instituições acadêmicas e científicas fora USP e foram laureados com 187 prêmios e honrarias. A Produção Científica do Departamento de Cardiopneumologia teve início em 1978, um ano depois do início das atividades clínicas das disciplinas do Departamento no InCor; nesse primeiro ano de sua produção científica, seus professores, médicos e pesquisadores haviam realizado 28 trabalhos científicos, dos quais, um deles foi publicado em uma revista norte-americana e os outros em revistas nacionais. De 1978 a 1988, a Produção Científica do Departamento de Cardiopneumologia, no InCor, foi a seguinte: Trabalhos Científicos publicados em Revistas Nacionais: 860; Trabalhos Científicos publicados em Revistas Internacionais: 187; Pesquisas Científicas realizadas e concluídas: 139; Aulas e Conferências Nacionais ministradas por seus professores, médicos e pesquisadores: 3.676; aulas e conferências internacionais: 212; simpósios e mesas-redondas nacionais: 1421; simpósios e mesas redondas internacionais: 124; livros e capítulos de livros publicados: 289; defesas de tese: 60. De 1989 a 1999, a produção científica do Departamento de Cardiopneumologia, no InCor, foi a seguinte: Trabalhos Científicos publicados em Revistas Nacionais: 1.473; Trabalhos Científicos publicados em Revistas Internacionais: 769; Pesquisas Científicas realizadas e concluídas: 772; Aulas e Conferências Nacionais ministradas por seus Professores, médicos e pesquisadores: 8.115; Aulas e Conferências Internacionais: 499; Simpósios e Mesas-Redondas Nacionais: 2.854; Simpósios e Mesas-Redondas internacionais: 378. Livros e Capítulos de Livros publicados: 834; Defesas de Tese: 158; Prêmios recebidos: 128. De 2000 a 2010, foram publicados 1.777 Trabalhos Científicos em Revistas Nacionais e 1.454 Trabalhos Científicos em Revistas Internacionais, foram realizadas e concluídas 897 Pesquisas Científicas; foram ministradas por seus professores, médicos e Pesquisadores 13.440 Aulas e Conferências Nacionais e 716 Aulas e Conferências Internacionais, além de participarem de 3.086 Simpósios e Mesas-Redondas Nacionais e de 404 Internacionais. Participaram da publicação de 2.488 Livros e Capítulos de Livros. Defenderam 668 Teses e receberam 385 prêmios. Extensão de serviços à comunidade. O InCor realiza por ano cerca de 280 mil consultas, 13 mil internações, mais de 4 mil cirurgias e 2 milhões e oitocentos mil exames de diagnóstico. Diferentes programas de extensão são realizados em atividades de difusão de conhecimentos, cursos e atividades dirigidas aos pacientes e público em geral, buscando a promoção, a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação da saúde. Metas e considerações finais O Departamento deverá desenvolver propostas para que seu crescimento seja mantido: - Implementar novas técnicas pedagógicas e didáticas com uma maior utilização das tecnologias da informação e de comunicação, nos diferentes níveis de ensino. - Estimular e investir no intercâmbio com universidades internacionais, com programas destinados aos alunos de graduação, pós-graduação, médicos residentes e docentes. - Rever e aperfeiçoar os Programas de Residência Médica e Complementação Especializada.

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- Ampliar a busca por financiamentos externos para o desenvolvimento de seus projetos científicos e desenvolver processos de parceria público/privada de transferência de tecnologia, buscando atender às demandas sociais e obter financiamento de seus futuros projetos de pesquisa. - Aumentar seu projeto assistencial e de pesquisa com readequação da área física do InCor. Após 34 anos de sua criação, o Departamento de Cardiopneumologia atingiu seu estado de maturidade acadêmica sempre perseguindo a excelência no ensino, pesquisa e na assistência. Isto pode ser verificado nos processos de avaliação externa do Departamento. Em 2005, a avaliação foi feita pelos seguintes Professores: Enio Buffolo, Professor Titular de Cirurgia Cardiovascular da UNIFESP, Philippe Astoul, Professor of Medicine – University of the Mediterranean, Départment de Maladies Respiratoires– Marseille – France e Robert Beart, University of Southern California. Essa Comissão concluiu que “o Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo é um Departamento forte, com equilibrada distribuição de atividades em Assistência, Ensino e Pesquisa. Os laboratórios de pesquisa com suporte de entidades de fomento, como a Fapesp, produzem importante quantidade de informações e publicações em reconhecidos periódicos internacionais, representando a maior contribuição científica nacional do âmbito da Cardiologia. Os edifícios do InCor e os recursos são extraordinários e podem ser comparados aos melhores centros do mundo. As atividades assistenciais são também muito importantes para a grande São Paulo e outros estados da Federação, com assistência cardiológica e cirúrgica de alta qualidade. Concluem dizendo que o Departamento representa um modelo a ser sugerido, devido à qualidade da assistência médica, pesquisa e ensino. Ás áreas têm boa representação internacional e participação ativa no desenvolvimento do país”. No ano de 2010, a avaliação do Departamento foi corroborada por uma outra Comissão de Avaliadores Externos: “O Departamento é muito bem avaliado pelos alunos de graduação. Na residência médica, nas áreas de Cardiologia, Pneumologia, Cirurgia Cardíaca e Torácica possui 83 residentes. Na pós-graduação há três programas: Cardiologia, Cirurgia Torácica e Cardíaca e Pneumologia, com conceitos Capes 5, 5 e 6 respectivamente. Estes bons programas de pós-graduação refletem a pesquisa de excelente qualidade que é realizada pelo Departamento, demonstrada pela publicação em 2009 de 149 artigos científicos em revistas indexadas internacionais. Merece ser destacado que essa excelente atividade acadêmica é realizada paralelamente a uma expressiva assistência médica de massa, e de qualidade comparável aos melhores centros médicos mundiais. 28 de abril de 2010 / Prof. José Antonio Rocha Gontijo, Profa. Leila Maria Cardão Chimelli, Prof. Mario José Abdalla Saad, Prof. Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros. Com este passado relevante, associado à disposição e capacitação técnica do quadro atual de docentes e colaboradores, o Departamento de Cardiopneumologia, em consonância com as premissas do seu Projeto Acadêmico, com o Plano de Metas do InCor e com as premissas do Projeto FMUSP 2020, tem procurado aprimorar suas ações docentes, científicas e assistenciais de tal modo a fazer com que a Faculdade, agora centenária, mantenha o nível de excelência de seu ensino, de suas pesquisas e de sua prestação de serviços à comunidade e também contribuindo para que a Universidade de São Paulo se consolide como uma Universidade Mundial. Neste texto sobre sua história, destinado ao livro comemorativo do Centenário da FMUSP, o Departamento reúne os principais fatos que ocorreram ao tempo de sua criação e durante sua evolução e a evolução do Instituto do Coração, certamente decorrentes do empenho de todos aqueles que o criaram e daqueles que, com seu trabalho diário no

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Instituto do Coração do HCFMUSP, são os agentes atuais do seu crescimento e do embasamento da evolução futura.

Fábio Biscegli Jatene, Antônio Carlos Pereira Barretto, Luiz Felipe Pinho Moreira, Mário Terra Filho, Pedro Carlos Piantino Lemos, Ricardo Beyruti.

São Paulo – 2012.