AMORÉSIO SOUZA SILVA FILHO
DESEMPENHO DE NOVILHAS DE CORTE EM PASTEJO SUPLEMENTADAS
COM CONCENTRADOS
CUIABÁ - MT
SETEMBRO/2015
AMORÉSIO SOUZA SILVA FILHO
Desempenho de novilhas de corte em pastejo suplementadas com
concentrados
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal da Universidade
Federal de Mato Grosso para a obtenção do
título de Mestre em Ciência Animal.
Área de Concentração: Produção Animal
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Lima de Souza
Co-orientador: Prof. Dr. Anderson de Moura Zanine
CUIABÁ - MT
SETEMBRO/2015
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE
ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.
F481d Filho, Amorésio Souza Silva. DESEMPENHO DE NOVILHAS DE CORTE EM
PASTEJO SUPLEMENTADAS COM CONCENTRADOS / Amorésio Souza Silva Filho. -- 2015
46 f. : il. color. ; 30 cm.
Orientador: Alexandre Lima de Souza. Co-orientador: Anderson de Moura Zanine. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato
Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Cuiabá, 2015.
1. Brachiaria brizantha. 2. composição química. 3. concentrado. 4. ganho de peso. 5. massa de forragem. I.
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a)
autor(a).
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
Aluno: Amorésio Souza Silva Filho
Título: Desempenho de novilhas de corte em pastejo suplementadas com
concentrados
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal da Universidade
Federal de Mato Grosso para a obtenção do título de
Mestre em Ciência Animal.
Aprovado em: 11/09/2015.
Banca examinadora:
_________________________
Prof. Dr. Anderson de Moura Zanine
Prof. Adjunto IV UFMT Co-orientador
______________________
Prof. Dr. Mário Luiz Santana Júnior
Prof. Adjunto III UFMT Membro Interno Banca Examinadora
____________________________
Prof. Dra. Daniele de Jesus Ferreira Profª. Adjunto UFMA
____________________________
Prof. Dr. Emerson Alexandrino
Prof. Associado II UFTO Membro Externo Banca Examinadora
____________________
Prof. Dr. Alexandre Lima de Souza Prof. Associado II UFMT
(Orientador)
DEDICATÓRIA
A toda minha família, em especial aos meus pais,
Amorésio Souza Silva (in memorian) e Maria
Auxiliadora da Silva.
Aos meus irmãos, Paulo Marcos, Joab Vinicius e
Amanda Carolina. Às minhas avós, tios, primos,
padrinhos, sobrinhos, amigos e familiares, pelo apoio e
incentivo durante toda minha vida.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo eterno amparo para a concretização desse sonho.
A minha família, que me ajudou da melhor maneira possível, principalmente
nos momentos mais difíceis, não me deixando desanimar nunca diante dos
obstáculos.
À minha namorada Carla Suele Semim, por toda paciência e incentivo que me
dedicou durante todo esse tempo.
Ao meu padrinho Lazaro Moraes e sua esposa Juliane (Caju) e minha Avô
Izirlene, que me ajudaram para realização deste sonho.
À Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, que me viabilizou o curso de
mestrado em Ciência Animal.
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal/UFMT, pela oportunidade
de realizar o mestrado e pelo crescimento pessoal e profissional.
Ao coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Dr.
Eduardo Eustáquio de Souza Figueiredo.
A secretária do curso de Pós-Graduação em Ciência Animal Elaine Silva
Alegre, pela paciência e amizade.
Ao professor Dr. Alexandre Lima de Souza, pela orientação, ensinamentos,
amizade, respeito durante todas as etapas de realização desse trabalho. Agradeço
também pelas oportunidades e pela confiança depositada em mim.
Aos professores, membros da banca examinadora, Dr. Anderson de Moura
Zanine, Dr. Mário Luiz Santana Júnior, Dra. Daniele de Jesus Ferreira e Dr. Emerson
Alexandrino pelo apoio na elaboração desse trabalho.
A Promotora Dra. Joana Maria Bertoni que nas atribuições da Promotoria de
Justiça do Meio Ambiente tornou possível a implantação da área experimental
utilizada nesta pesquisa.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES,
pela concessão da bolsa de estudo, contribuindo para a realização de mais uma
etapa de vida.
Ao Laboratório de Nutrição Animal Rondonópolis/MT, coordenado pela Dra.
Carla Heloisa Cabral, e técnica Lucimar, pela oportunidade de realizar as análises
laboratoriais.
Aos professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de
Rondonópolis: Dr. Guilherme Ribeiro Alves, Dra Edna Bonfim e MSc. Elton Cabral
campus de Cuiabá: Dr. Joadil Gonçalves de Abreu, Dra. Luciana Keiko Hatamoto
Zervoudakis, Dr. João Garcia Caramori, Dr. Luciano Cabral, Dr. Nelcino Francisco de
Paula e Dr. Marinaldo Divino Ribeiro, campus de Sinop: Dr. Douglas dos Santos
Pina, Dr. André Soares de Oliveira, Dr. Cláudio Vieira de Araújo.
Aos velhos amigos: Murilo Oliveira, Mailson Leonardo, Elton Rogério, Vagno
Junior, Guilherme Barbosa, Reginaldo Meira (Crovin), Danilo Pimenta, Rodrigo da
Penha, Rogério Sampaio, Nilmar Cunha, Marcelo Correia, José Vicente, Marcos
Antonio, Edmar, Marcos, Vinicius Anunciação, Claudio Cleber, Thiago Patrique,
Cássia Araújo, (in memorian) Marcela Alvez e Watila Alvez.
À todos os companheiros, campus de Cuiabá: Renata Pereira da Silva,
Wanderson José Rodrigues de Castro, Angela Aparecida da Fonseca, Vítor Tavares
Oliveira Borges, Pedro Paulo Tsuneda, Larissa Alves Berte Barbosa, Lucien Bissi da
Freiria, Mérik Rocha Silva, Karina Ferro Cervelati, Camilla Gabriela Miranda, Claudio
Jonasson Mousquer, Larissa Cardoso Feijó, Verônica Bandeira, Ana Carolina
Dalmaso, Lisandro Alfredo, Laura Caroline Almeida, Gilcler Alcino Sabaini, Daiane
Alves Cardoso e Fernando Sleder.
Aos colegas da UFMT, campus de Rondonópolis: Mariane Moreno Ferro,
Gabriel Henrique Borghetti Lemes, Douglas, Flavio, Deyse Baron, Franciele,
Fraegue, Guilherme Lazarin, Laziele, Bianca, Silmara, Cintia Baraviera, Franciele,
Vanessa Rêgo, João Junior, Gabriela Palmas, Daniela Prado e Lorraine Faria.
Ao Zootecnista da empresa Coperphós nutrição animal Msc. Danilo Martis
Lozano e Felipe Sarter proprietários das novilhas do experimento.
As empresas Coperphós nutrição animal e Fertilizantes Heringer pelo apoio e
suporte dado a pesquisa.
Ao Proprietário da fazenda Afonso Celso e toda sua família e ao funcionário da
fazenda Daniel Alves e toda sua família pelo apoio em todos os momentos durante o
experimento.
À todos aqueles que não couberam nesse espaço, mas têm espaço irrestrito e
incondicional na minha mente. Sinto-me honrado e feliz por dispor de pessoas como
vocês.
MUITO OBRIGADO!
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”.
Albert Einsten
RESUMO
SILVA FILHO, Amorésio Souza. Desempenho de novilhas de corte em pastejo
suplementadas com concentrados. 2015, 127f. Dissertação (Mestrado em Ciência
Animal), Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade
Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT, 2015.
Resumo: Nesta pesquisa objetivou-se avaliar os efeitos da suplementação
concentrada sobre o desempenho de novilhas de corte em pastejo no período das
águas. O experimento foi realizado em propriedade rural localizada no município de
Rondonópolis-MT nas coordenadas geográficas Latitude 16°28’ S e Longitude 54°
38’W. O Período experimental foi de dezembro de 2013 a maio de 2014, com
duração 136 dias. Os tratamentos, constituídos pelo fornecimento de suplementação
concentrada ao nível de 0; 0,5 e 1,0% do peso corporal (PC) dos animais, foram
distribuídos em um delineamento em blocos casualisados com duas repetições
(área). Cada uma das seis áreas experimentais foi composta por oito piquetes de 0,1
hectares e por uma área de 200 m2 de livre acesso aos animais, na qual foram alocados os
comedouros e bebedouros. O método do pastejo adotado foi o de lotação rotacionada
com carga animal variável. Foram utilizadas 36 novilhas (animais testes) com peso
corporal (PC) médio 249,3 Kg e aproximadamente 16 meses de idade. Estes
animais foram pesados no início e final do experimento após jejum de sólidos e
líquidos de 14h. Outras dezesseis novilhas (animais reguladores) de iguais
composições genéticas e contemporâneas aos animais testes foram adicionadas e
removidas das áreas experimentais sempre que houve a necessidade de se ajustar
a taxa de lotação à capacidade de suporte dos pastos. O ganho de peso diário dos
animais testes foi utilizado para estimar o desempenho individual das novilhas. O
ganho de peso por área (kg/ha) foi calculado com base nos ganhos de pesos
individuais médios dos animais testes e no número de animais totais (testes e
reguladores) de cada área experimental, animais dia/ha. Os componentes da massa
de forragem (lâmina foliar, colmo e material senescente), e composição química da
forragem foram estimados por ciclo de pastejo, a partir da amostragem de três
piquetes de cada área experimental. Em cada um destes piquetes foram coletadas,
no pré-pastejo e no pós-pastejo, três amostras de forragens para determinação dos
componentes da massa de forragem. Para a composição química foi coletada, no
pré-pastejo, uma amostra de forragem por piquete. A análise financeira por
tratamento foi realizada considerando como receita a quantidade de arrobas
produzidas e o preço de venda da arroba e como desembolsos os gastos com
suplemento mineral, concentrado, adubos, vermífugo e mão de obra. As variáveis
relacionadas à forragem foram analisadas estatisticamente considerando a estrutura
da matriz de covariâncias composta simétrica com a utilização do procedimento
MIXED do programa SAS. As variáveis relacionadas ao desempenho dos animais
foram analisadas utilizando-se o procedimento GLM do mesmo programa. As
médias foram comparadas pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. Foram
observados ganhos de pesos de individuais de 0,562; 0,746 e 0,895 kg/dia para os
animais que receberam 0; 0,50 e 1,0% do PC de suplemento concentrado,
respectivamente. Valores médios de 653, 958 e 1438 kg/ha de ganho de peso e
5,44; 6,02 e 7,70 UA/ha de taxa de lotação foram obtidos com 0; 0,50 e 1,0% do PC
de suplementação concentrada, respectivamente. Não houve efeito de tratamento
sobre a massa de lâmina foliar, massa de colmo, massa de material morto e massa
de forragem total no pré-pastejo e no pós-pastejo. Todavia, essas variáveis foram
influenciadas pelo ciclo de pastejo. As alturas do pasto no pré-pastejo foram
influenciadas pela suplementação concentrada, com valores de 37,2; 37,6 e 42,9 cm
para os níveis de suplementação concentrada de 0; 0,50 e 1,0% do PC,
respectivamente. A composição química da forragem no pré-pastejo não foi alterada
pelas estratégias de suplementação concentrada, com valores médios de médios de
7,7; 8,9 e 8,3% de PB e 64,1; 63,8 e 64,4% de FDN para os níveis de 0; 0,50 e 1,0%
do PC de suplementação concentrada, respectivamente. A margem bruta obtida foi
de 1081,5; 1131,6 e 1242,2 R$/ha para os níveis de 0; 0,50 e 1,0% do PC,
respectivamente. A suplementação concentrada de novilhas de corte em pastejo no
período das águas intensifica os ganhos de pesos individuais e por área e contribui
com a rentabilidade do sistema de produção.
Palavras–chave: Brachiaria brizantha, composição química, concentrado, ganho de
peso, massa de forragem, pasto
ABSTRACT
SILVA FILHO, Amorésio Souza. Beef heifers performance on pasture
supplementation with concentrat ed. 2015, 127f. Dissertation (Master in Animal
Science), Faculty of Agronomy, Veterinary Medicine and Zootecnia, Federal
University of Mato Grosso, Cuiabá-MT, 2014.
Abstract: This study aimed to evaluate the effects of concentrate supplementation
on performance of grazing beef heifers in the rainy season. The experiment was
conducted in a rural property in the city of Rondonópolis-MT, located in the
geographical coordinates Latitude 16°28’S, Longitude 54°38’W. The experimental
period was from December of 2013 to May of 2014, lasting 136 days. The treatments
were consisted of concentrated supplementation at the level of 0; 0.5 and 1.0% of
body weight (BW) of the animals, being distributed in a randomized blocks with two
repetitions (area). Each of the six experimental areas was composed of eight
paddocks of 0.1 hectares and an area of 200 m2 with free access to the animals, in
which the feeders and water drinkers were allocated. The grazing method adopted
was the rotational stocking with variable stocking rate. It was used 36 heifers (testing
animals) with BW with average of 249.3 kg and approximately 16 months old. These
animals were weighed at the beginning and end of the experiment after 14 hours of
solid and liquid fasting. Other 16 heifers (regulators animals) of the same genetic and
contemporary compositions to the testing animals were added and removed from the
experimental areas whenever there was a need to adjust the stocking rate on the
pasture carrying capacity. The animal testing daily weight gain was used to estimate
the performance of individual heifers. The weight gain per area (kg/ha) was
calculated based on the average of individual weight gain of the testing animals and
the total number of animals (testing and regulators) of each experimental area,
animals day/ha. The components of the herbage mass (leaf blade, stem and
senescent material) accumulation of forage and chemical composition of the forage
were estimated by grazing cycle, from the sample of three paddocks of each
experimental area. In each of these paddocks were collected three samples of
forage, in the pre-grazing and post-grazing, to determine the mass of the
components of forage. For the chemical composition, was collected a sample of
forage per paddock in the pre-grazing. The financial analysis by treatment was
carried out considering as revenue the amount of kilos produced and the selling price
of kilos and as disbursements the expenditures on mineral supplement, concentrate,
fertilizers, vermicides and labor. The variables related to the forage were analyzed
statistically considering the structure of the compound symmetric covariance matrix
using the SAS PROC MIXED. The variables related to the performance of the
animals were analyzed using the GLM procedure of the same program. The
averages were compared by Tukey test at 5% probability. It was observed individual
gain of 0.562; 0.746 and 0.895 kg/day in animals were fed with 0; 0.50 and 1.0% of
BW of concentrated supplement, respectively. Mean values of 653; 958 and 1438
kg/ha of weight gain and 5.44; 6.02 and 7.70 AU/ha of stocking rates were obtained
with 0; 0.50 and 1.0% of concentrated supplementation of PC, respectively. There
was no treatment effect on the leaf blade mass, stem mass, dead material mass and
forage mass of the pre-grazing and post-grazing. However, these variables were
influenced by grazing cycle. The grass heights in the pre-grazing were influenced by
concentrated supplementation, with values of 37.2; 37.6 and 42.9 cm for the levels of
supplementation of 0; 0.50 and 1.0% of BW, respectively. The forage chemical
composition in the pre-grazing was not affected by concentrate supplementation
strategies, with average mean values of 7.7; 8.9 and 8.3% crude protein and 64.1;
63.8 and 64.4% of NDF to levels of 0; 0.50 and 1% of concentrated supplementation
of BW, respectively. The gross margin obtained was 1081.5; 1131.6 and 1242.2
R$/ha for levels of 0; 0.50 and 1.0% of BW, respectively. The concentrated
supplementation of grazing beef heifers in the rainy season intensifies the individual
weight gain by area and contributes to the production system profitability.
Keywords: Brachiaria brizantha, chemical composition, concentrated, weight gain,
forage mass, grazing
LISTA DE FIGURAS
Página
Capitulo I- Desempenho de novilhas de corte em pastejo suplementadas com
concentrados ...........................................................................................................17
Figura 1. Esquema da estrutura dos piquetes e distribuição dos tratamentos..........24
Figura 2. Separação dos componentes morfológicos lâmina foliar, colmo e material senescente.................................................................................................................26 Figura 3. Animais sendo suplementados em cocho coletivo......................................28
LISTA DE TABELAS
Página
CAPÍTULO I. Desempenho de novilhas de corte em pastejo suplementadas
com concentrados ..................................................................................................17
Tabela 1. Temperaturas máximas, mínimas, médias e pluviosidade mensal durante o período experimental...............................................................................................23 Tabela 2. Médias de peso corporal inicial, peso corporal final, e ganho médio diário, taxa de lotação inicial, taxa de lotação média, ganho de peso/ha e ganho de peso Kg/ha em função dos níveis de suplementos.............................................................30 Tabela 3. Componentes do custo operacional efetivo e margem bruta em função das estratégias de suplementação concentrada...............................................................34 Tabela 4. Valores médios dos componentes da massa forragem dos pastos no pré-pastejo para cada ciclo de pastejo.............................................................................36 Tabela 5. Valores médios dos componentes da massa forragem dos pastos no pós-pastejo para cada ciclo de pastejo.............................................................................37 Tabela 6. Valores médios das alturas dos pastos por ciclo de pastejo em resposta aos níveis de suplementação concentrada dos animais............................................38 Tabela 7. Valores médios das alturas dos pastos no pós-pastejo em resposta aos níveis de suplementação concentrada dos animais dentro de cada ciclo de pastejo........................................................................................................................39 Tabela 8. Composição química (% da matéria seca) do pasto de Brachiaria Brizantha cv Marandu de acordo com os ciclos de pastejo.......................................40
SUMÁRIO
Página
1. Introdução Geral....................................................................................... 1
2. Revisão de Literatura................................................................................ 2
2.1. Gramínea forrageira e manejo do pastejo................................................ 2
2.2. Estacionalidade de produção e valor nutricional da forragem.............,.... 3
2.3 Suplementação de bovinos em pastejo.................................................... 5
2.4. Suplementação no período da seca......................................................... 6
2.5. Suplementação na época das águas....................................................... 8
2.6 Efeitos associativos entre pasto e suplemento........................................ 9
2.7 Viabilidade econômica da suplementação de bovinos............................. 10
3. Referências Bibliográficas........................................................................ 12
Capítulo I - Desempenho de novilhas de corte em pastejo
suplementadas com concentrados.......................................................
17
Resumo.................................................................................................... 17
Abstract..................................................................................................... 19
1. Introdução................................................................................................. 21
2. Material e Métodos................................................................................... 23
3. Resultados e Discussão........................................................................... 29
4. Conclusões............................................................................................... 41
5. Referências Bibliográficas........................................................................ 42
1
1. Introdução Geral
O Brasil apresenta enorme potencial de produção de carne a pasto, em regiões
de clima tropical o pasto constitui na forma mais prática e econômica de produzir e
oferecer alimentos para os bovinos, sendo que o Brasil, pela extensão da sua área
territorial e pelas condições climáticas favoráveis possui grande potencial de
produção nesse sistema.
O manejo dos pastos tem sido uma preocupação constante da pesquisa com
plantas forrageiras no Brasil. No entanto, foi nas últimas décadas que ocorreram
grandes mudanças e um avanço na compreensão de fatos e processos
determinantes da correta utilização das plantas forrageiras tropicais em pastagens
(Da Silva e Nascimento Jr., 2006).
O princípio básico e universal de qualquer sistema de produção animal é a
obtenção do equilíbrio entre suprimento e demanda por alimentos. Para sistemas de
produção envolvendo pasto essa afirmativa não poderia ser diferente, pois o pasto
está devidamente inserido no sistema de produção como um dos principais fatores
produtivos (Silva e Pedreira, 1996). No entanto, animais mantidos exclusivamente a
pasto não conseguem expressar todo o seu potencial genético, sendo a
suplementação uma das alternativas mais práticas para adequar suprimento de
nutrientes aos requeridas pelos animais.
Segundo Paulino et al., (2004), a suplementação de bovinos a pasto é uma das
principais estratégias para a intensificação dos sistemas primários regionais. Esta
tecnologia permite corrigir dietas desequilibradas, aumentar a eficiência de
conversão do pasto, melhorar o ganho de peso dos animais, encurtar os ciclos
reprodutivos, de crescimento e engorda dos bovinos e aumentar a capacidade de
suporte dos sistemas produtivos, incrementando a eficiência de utilização dos pasto
em seu pico de produção e elevando o nível de produção por unidade de superfície
(kg/ha/ano).
A suplementação de animais em pastejo no período das águas é feita com o
objetivo principal de elevar a taxa de lotação dos pastos e melhorar o desempenho
animal, com isso reduz a idade de abate dos animais, consequentemente maior
rendimento e boa qualidade de carcaça. Assim deve-se levar em conta os custos de
produção e a otimização de todos os fatores que os envolvem (Zamperlini et al.,
2005).
2
Enquanto a viabilidade técnica da suplementação de animais em pastejo é
considerada praticamente consolidada, questionamentos quanto a sua viabilidade
econômica existem desde longa data, muito embora comparações econômicas entre
os sistemas intensivos e extensivos de pecuária tenham apontado para resultados
superiores para os sistemas intensivos (Pilau et al., 2003). Os produtores devem
buscar formas de reduzir custos ou aumentar receitas, visando à obtenção de
resultados econômicos satisfatórios na atividade (Valadares Filho et al., 2002).
Nesta pesquisa, objetivou-se avaliar as características do pasto de Brachiaria
brizantha cv. Marandu e o desempenho de novilhas de corte em resposta a
suplementação concentrada no período das águas.
2. Revisão Bibliográfica
2.1 Gramínea forrageira e manejo do pastejo
A pecuária brasileira tem como base a utilização de pasto para toda produção
de carne no país, que é praticamente oriunda de animais que passaram a maior
parte da vida sob pastejo (Santos et al., 2007). A maioria dos pastos no território
nacional é formada por gramíneas cultivadas, dentre as quais se destacam o gênero
Panicum e Brachiaria. Dentro do gênero Brachiaria, o capim-marandu é uma planta
forrageira de grande importância no cenário da pecuária de corte brasileira,
principalmente em sistemas mais intensificados (Casagrande et al., 2011).
Conhecido popularmente como braquiarão, sua origem é de uma região vulcânica
de Zimbábue na África, tendo sido introduzida no Brasil em 1967, mas somente em
1984 foi lançada pela Embrapa, como mais uma das opções para a diversificação de
áreas de pastagens cultivadas, após estudos e avaliações (Embrapa, 2006).
Segundo Alves et al., (2011) o capim-marandu se desenvolve bem em
condições tropicais, com precipitação pluviométrica superior a 700 mm por ano,
resiste bem até cerca de 5 meses de seca, adaptada a solos de média a boa
fertilidade, sendo a textura média a mais adequada. É uma planta de ciclo C4, ou
seja, apresenta alta taxa fotossintética em grande luminosidade (Taiz e Zeiger,
2004). Não tolera solos encharcados e é suscetível a geadas (Alvez et al., 2011).
O princípio do manejo do pasto com base no ajuste da intensidade de pastejo
permite obter altos rendimentos por animal e por área (Reis et al., 2007). De acordo
3
com Mott, (1960) pressão de pastejo abaixo da ótima maximiza a produção por
animal em detrimento da produção por área, que inicialmente cresce linearmente
com a pressão de pastejo. Todavia, a máxima produção por área ocorre em
pressão de pastejo em que a produção por animal é ligeiramente comprometida. A
pressão de pastejo ótima corresponde a uma faixa que engloba a máxima produção
por animal e por área. Pressão de pastejo acima da ótima compromete
simultaneamente a produção por animal e por área (Gomide et al, 1999).
De acordo com Reis et al., (2007), o planejamento adequado para garantir a
melhor utilização dos recursos forrageiros é a chave para o sucesso da exploração
intensiva de pastagens. Desta forma, tem-se que o ajuste da pressão de pastejo,
através da combinação de fontes disponíveis de alimento para atender as demandas
quantitativas e qualitativas do rebanho é a base do sistema de planejamento
pasto/alimento suplementar.
A escolha do método de pastejo deve ser feita de modo que se tenha uma
melhor eficiência no aproveitamento do sistema de produção e que cubra as
necessidades do rebanho de acordo com a rotina de cada propriedade. Deve ser
fundamentada em previsões reais de produção e não deve ser influenciada pelas
previsões superestimadas das produções animal e forrageira (Hodgson, 1990).
O manejo pela altura do pasto permite o ajuste da intensidade de pastejo,
independente do sistema de pastejo adotado, objetivando conciliar máximo ganho
por área e animal sem comprometer o sistema em longo prazo. Vale ressaltar que
intensidade de pastejo é dinâmica, mudando com a taxa de consumo pelos animais
e também pelo crescimento das plantas variando ao longo do tempo (Blaser, 1988).
2.2 Estacionalidade de produção e valor nutricional da forragem
O Brasil, por se caracterizar como um país de clima tropical apresenta
condições favoráveis ao crescimento de plantas forrageiras, que constituem na
principal fonte de alimentação dos bovinos. Entretanto, esse crescimento é
concentrado no período das águas (outubro a abril), que apresenta condições
climáticas favoráveis ao crescimento de gramíneas tropicais. No período da seca,
devido a limitação de fatores climáticos, a produção das gramíneas forrageiras
compreende de 10 a 30% da produção obtida no período das águas (Resende et al.,
2005; Carloto, 2008).
4
A estacionalidade da produção forrageira que é apontada como uma das
principais causas responsáveis pelos baixos índices de produtividade da nossa
pecuária (Rolim, 1994), visto que ocorre redução de produção do pasto em períodos
em que há diminuição da disponibilidade de luz (dias são mais curtos), a
temperatura média é menor e o índice pluviométrico é drasticamente reduzido
(Balsalobre, 2002; Moreira et al., 2003). Esses três fatores juntos impedem que a
pasto cresça de uma forma uniforme durante o ano todo (Resende et al., 2005).
A taxa de acumulo de crescimento (kg de MS/ha/dia) são maiores nos meses
de verão, intermediárias nos meses de primavera e outono e muito baixas nos
meses de inverno. Contudo, este fato deve ser considerado no planejamento
produtivo de cada propriedade rural (Garcez Neto, 2000).
A disponibilidade e a qualidade das forrageiras são influenciadas pela espécie
e pela cultivar, pelas propriedades químicas e físicas do solo, pelas condições
climáticas, pela idade fisiológica e pelo manejo a que a forrageira é submetida
(Euclides, 2001). Sendo assim, a melhor eficiência da utilização das forrageiras
dependerá desse conjunto de fatores e de sua manipulação adequada.
O valor nutritivo do pasto refere-se à composição química da forragem e sua
digestibilidade. As maiores mudanças que ocorrem no valor nutricional das
forrageiras são determinadas pelo avanço de sua idade fisiológica, e geralmente
coincide com o início da estação seca (Garcez Neto, 2000; Euclides, 2000). À
medida que o estádio fisiológico da planta avança há redução no teor proteico e no
acúmulo de matéria seca, com consequente espessamento e aumento da
lignificação da parede celular, ambos comprometendo o valor nutricional do alimento
para os ruminantes por reduzir a digestibilidade da forragem (Brito et al., 2003). Esta
afirmação corrobora com o experimento realizado por Queiroz. (2007), que observou
redução da concentração de proteína e aumento do teor de fibra, além de queda na
digestibilidade, quando o capim-marandu foi colhido com 60 dias de rebrotação ao
invés de 30 dias.
O manejo do pasto com animais envolve o uso adequado de forrageiras, com o
intuito de atender as exigências nutricionais dos mesmos, mantendo o sistema de
produção estável. Em qualquer região, limitações nutricionais ocorrem em
consequência da disponibilidade e valor nutritivo da forragem disponível não serem
adequadas ao longo do ano devido às flutuações estacionais. Essas limitações
podem ocorrer por períodos curtos ou longos, dependendo da extensão da estação
5
de crescimento (Hoffmann et al., 2014). Estas flutuações estacionais na
disponibilidade e valor nutritivo do pasto resultam na elevada idade ao abate dos
animais (PoppiI e Mclennan, 1995).
A digestibilidade das forrageiras pode variar de 60% nas águas a 40% na seca,
devido ao aumento no teor de lignina e de fibra na planta e redução do teor de
proteína que pode variar de 10-12% (período das águas) no início do crescimento
vegetativo a 2-4% (período da seca) no final do ciclo, após a floração, (Van Soest,
1994; Lana, 2002).
2. 3 Suplementação de bovinos em pastejo
Os suplementos são comumente usados para adicionar nutrientes extras, ou
suprir aqueles limitantes ao desempenho do animal (Poppi e Mclennan, 2007). A
suplementação pode ser definida como o ato de complementar, completar ou suprir
nutrientes num processo composto por três unidades: o animal, o pasto e o manejo,
tendo como objetivo a obtenção de maior desempenho físico e econômico (Cibilis et
al., 1997).
A suplementação de animais em pastejo é uma ferramenta que permite corrigir
dietas desequilibradas, melhorando a conversão alimentar e os ganhos de peso
corporal e, por conseqüência, diminuindo os ciclos da pecuária de corte (Peruchena,
1999).
Quando se almeja uma pecuária de ciclo curto com altos ganhos por área e
produtividade acima da média nacional, algumas tecnologias tornam-se
imprescindíveis no sistema, no que tange a produção de bovinos em pastejo. Para
obtenção de tais metas, a suplementação dos animais a pasto surge como uma
ferramenta para o suprimento de nutrientes limitantes, bem como para o aumento da
eficiência de utilização das forragens (Poppi e Mclennan, 1995).
Para produzir animais em quantidade e qualidade, a suplementação da dieta é
uma alternativa tecnológica que permite o ajuste nutricional entre a curva de oferta
de forragem e a demanda dos bovinos em pastejo, o que é fundamental para
aumentar a precocidade dos sistemas de produção de carne (Zervoudakis et al.,
2008).
As vantagens da suplementação podem ser elencadas como: aumento do
fornecimento de nutrientes para os animais, utilizar os pastos de modo mais
6
adequado, evitar a subnutrição, melhorar a eficiência alimentar, auxiliar na desmama
precoce, reduzir a idade do primeiro parto, reduzir o intervalo entre partos, diminuir a
idade de abate, aumentar a taxa de lotação das pastagens e desocupação de áreas
para entradas de animais mais jovens, ou seja, mais eficientes, aumento de taxa de
desfrute e planejamento para venda em momentos mais oportunos (Restle et al.,
1999; Hoffmann et al., 2014).
2.4 Suplementação no período da seca
A suplementação para bovinos de corte já vem sendo empregada há muito
tempo quando a forragem apresenta deficiência que impede o animal de produzir ou
se reproduzir de forma satisfatória (Santos et al., 2007), durante o ano a
disponibilidade e valor nutricional das forrageiras variam. A medida que a planta
floresce e entra em maturação há um declínio no valor nutricional, provocada pela
movimentação dos açúcares solúveis do caule e folhas para as inflorescências e
sementes, pelo aumento do teor de fibras e pela queda na proporção folha/caule
(Carloto, 2008).
Segundo Reis et al., (2005), o rebanho na época seca do ano se alimenta de
forragem de baixo valor nutritivo, caracterizada por um elevado valor de fibra
indigerível e teores de proteína bruta inferiores ao nível crítico de 7% MS. Sendo
assim, a utilização de suplementos que visam apenas a mantença ou ganhos em
peso moderados a médios vem como alternativa para uma pecuária moderna com
ciclos de produção curtos (Moreira et al., 2003).
Paulino et al., (2006) mencionaram que o fornecimento de pequenas
quantidades de suplemento pode incrementar o consumo voluntário de forragem de
baixa qualidade devido ao aumento nos níveis de substratos nitrogenados
disponíveis para as bactérias, com elevação na taxa de digestão e síntese de
proteína microbiana. Este efeito contribui para aumentar o consumo voluntário de
forragem e ampliar a extração energética a partir de carboidratos fibrosos da
forragem, via ampliação do consumo de nutrientes digestíveis totais (Paulino et al.,
2008).
No período da seca, onde o principal nutriente limitante é a proteína bruta (PB),
deve-se corrigir a deficiência da forragem segundo os patamares de desempenho
desejados incluindo tanto proteína verdadeira como nitrogênio não protéico (NNP)
7
na dieta. Quando a inclusão de proteína degradável no rúmen (PDR) que atenda as
necessidades das bactérias fibrolíticas, a população desta pode aumentar
significativamente uma vez que a principal fonte de nitrogênio (N) requerido por elas
é na forma de amônia, liberado a partir da degradação ruminal dessa proteína
(Russell et al., 1992).
Zanetti et al., (2000) afirmam que os suplementos protéicos geralmente
aumentam o desempenho animal a pasto, devido a vários fatores, sendo o aumento
na ingestão de forragem o principal. No caso de pasto com menos de 7% de
proteína, o nitrogênio suplementar fornecido aos microorganismos aumenta a
síntese protéica e a taxa de digestão; também é importante a proteína que passa
pelo rúmen sem ser degradada. O maior fluxo de proteína melhora a eficiência da
utilização da energia, em nível de tecido, pelo fornecimento de aminoácidos
deficientes, provendo substratos glicogênios e também melhorando o N ruminal por
intermédio da reciclagem do N.
Thiago e Silva (2000) sugeriram que, para animais em recria, o nível de
suplementação a ser fornecida na época seca varie entre 0,1 e 0,5% do peso
corporal/animal/dia e apresente alto teor de PB (acima de 25% de PB) e minerais. ,
Deve-se priorizar fontes de proteína natural, sendo aceitável até 30% de nitrogênio
não proteico para atender às exigências ruminais. Para animais em engorda, os
autores recomendaram um suplemento com teor médio de PB (18 a 25% de PB) e
alta densidade energética (acima de 75% de NDT), com fornecimento diário de 0,7 a
1,7% do peso corporal.
O fornecimento de suplementos em muitos casos pode melhorar o
desempenho animal, mas nem sempre a resposta é satisfatória, podendo ser maior
ou menor que a esperada (Silva et al., 2009). Essa variação entre o esperado e o
observado pode ser explicada por interações entre o suplemento e o consumo de
forragem e energia da dieta, podendo haver modificações da condição metabólica
ruminal e do próprio animal (Góes et al., 2005).
Segundo Correia (2006) a suplementação concentrada pode suprir a
deficiência da forragem disponível, com aumento da capacidade de suporte das
pastagens e viabilizar o fornecimento de aditivos ou promotores de crescimento. Ao
avaliarem os efeitos da suplementação concentrada de novilhos em pastejo de
capim-marandu no período de transição águas-secas e no período das águas Goes
et al., (2005) verificaram aumento linear no desempenho e na taxa lotação. Foram
8
registrados valores de 1,33; 1,59; 1,61 e 1,71 UA/ha com o fornecimento diário de 0;
0,125; 0,5 e 1,0% do peso corporal de um suplemento concentrado com 24% de PB,
respectivamente. O aumento na taxa de lotação é fator fundamental para viabilizar
economicamente essa prática Poppi e Mclennan (2007).
2.5 Suplementação na época das águas
De modo geral, no período das águas as plantas forrageiras encontram
condições favoráveis de desenvolvimento, e apresentam alto valor nutritivo, assim,
um aspecto que deve ser considerado é a oferta de forragem, que pode ser
manejada com ajustes na taxa de lotação (Sollenberger et al., 2005). Sendo que na
época das águas o teor de proteína nas forrageiras tropicais tende a ser superior a
7% PB na matéria seca, contudo, respostas à suplementação energética ou proteica
têm sido observadas durante esse período (Poppi e Mclennan, 1995).
A utilização de suplementos concentrados para animais no período das águas
visa otimizar o ganho de peso animal, (Euclides, 2002). De acordo com Sibert e
Hunter (1982), a resposta na produção de animais em pastejo ao uso de suplemento
é, provavelmente influenciada pelas características do pasto e do suplemento, bem
como pela maneira de seu fornecimento e pelo potencial de produção do animal.
A utilização de suplementos concentrados pode aperfeiçoar o desempenho de
animais a pasto e acelerar o sistema de produção de carne, pelo abate de animais
mais jovens e pesados, encurtando o tempo necessário para a terminação dos
animais e cumprindo uma exigência do mercado moderno por carne de melhor
qualidade (Poppi e Mclennan, 1995).
A suplementação com proteína de baixa degradação ruminal permite a
absorção de aminoácidos no intestino, resultando em efeito positivo sobre o
consumo de forragem e desempenho animal (Siebert e Hunter, 1982).
Nas águas, a disponibilidade de nitrogênio para as bactérias do rúmen
normalmente não é um fator limitante e a energia torna-se prioridade na
suplementação (Thiago e Silva, 2000). Assim, suplementos energéticos a nível
ruminal e suplementos com alto teor de proteína não degradada no rúmen (PNDR)
podem ter efeitos benéficos similares.
De acordo com Moore et al., (1999) relatam que o fornecimento de energia
prontamente digestível, diminui a perda de N disponível e a amônia no rúmen,
9
aumentando a síntese de proteína microbiana, permitindo um melhor desempenho
animal. O consumo de energia e proteína do bovino deve ser balanceado para
otimizar a fermentação e maximizar a produção de proteína microbiana.
Segundo Poppi e Mclennan, (1995), os tipos de suplementos energéticos para
forragens são divididos em três categorias: amido, açucares e fibras sendo que este
último é eficiente em captação de amônia, além de apresentar fibra de alta
digestibilidade e baixa proteína, entretanto seu conteúdo de fibra pode ter efeito
substitutivo, e preferencialmente deve ser usado em dietas com baixos conteúdos de
fibra.
Correia (2006) avaliando a recria de novilhos de corte em sistema de pastejo
rotacionado verificou aumento linear da taxa de lotação e do desempenho de
novilhos em pasto de capim-marandu com doses crescentes de suplemento
concentrado, 0; 0,3; 0,6 e 0,9 % do peso corporal/animal/dia. Registrando-se valores
de 4,5; 5,3; 5,6 e 6,1 UA/ha respectivamente.
Segundo Ferreira (2005), a suplementação concentrada na época das águas
ajudaria a tornar mais eficiente o sistema de recria, principalmente de fêmeas, o que
constitui um desafio para a maioria dos produtores.
2.6 Efeitos associativos entre pasto e suplemento
Efeito associativo é entendido como sendo o efeito da interação entre os
componentes da dieta (Moore et al., 1999). Suplementos energéticos e protéicos são
frequentemente fornecidos para aumentar o desempenho animal de bovinos em
pastejo, no entanto esse acréscimo pode ser maior ou menor que o esperado
dependendo da quantidade e do tipo de suplemento. Esses desvios do desempenho
esperado são consequência das interações entre a forrageira e suplemento, que
aumenta ou decresce o consumo de forragem e consequentemente a
disponibilidade de energia ingerida (Euclides, 2004).
Segundo Moore (1980), o efeito associativo pode ser de divididos em três tipos:
aditivo, substitutivo e associativo (Figura 3).
Os efeitos do suplemento sobre o consumo de MS podem ser aditivos, quando
o consumo de suplemento se agrega ao consumo atual do animal, substitutivo
quando ocorre o consumo de suplemento e diminui o de forragem, sem melhorar o
desempenho animal, podendo ser utilizado quando se espera aumento da taxa de
10
lotação de determinada área (Goes et al., 2005). O efeito associativo é aquele em
que se observam ambos os efeitos, ou seja, há decréscimo no consumo de forragem
e ao mesmo tempo elevação na ingestão total de energia digestível (Moore. 1980).
Estes efeitos são influenciados pelo valor nutricional da forragem e de modo
geral, forrageiras de baixa valor nutricional não têm o seu consumo reduzido pelo
fornecimento de concentrado, uma vez que a sua ingestão é normalmente baixa. No
caso de forrageiras de bom valor nutricional, o fornecimento de suplementos pode
causar uma redução na ingestão de forragem, caracterizando dessa forma o efeito
substitutivo (Euclides, 2002).
Dessa maneira, quando um suplemento é fornecido, o consumo de forragem
dos animais mantidos em pastagens pode permanecer inalterado, aumentar ou
diminuir, sendo que as respostas, muitas vezes, dependem da disponibilidade e do
valor nutritivo da forragem disponível e das características do suplemento, bem
como da maneira como o mesmo é fornecimento e do potencial de produção dos
animais (Hodgson, 1990).
2.7 Viabilidade econômica da suplementação de bovinos
O uso de suplementos alimentares, no sistema de produção de bovinos,
ocasiona maior desembolso de capital no início do trabalho. Para que essa técnica
seja difundida é necessário que seja economicamente viável. O ganho em peso do
animal tem de pagar o investimento com a suplementação e os outros custos de
produção (Barbosa et al., 2008).
De acordo com Antunes e Ries (1998) a análise econômica tem como objetivo
primordial desvelar e demonstrar as condições econômicas que as atividades das
empresas estão sujeitas quanto à realização de custos, receitas e lucros, justamente
objetivando a sua permanência no mercado.
Embora a suplementação de bovinos em pastejo seja considerada uma das
grandes aplicações do conhecimento de nutrição de ruminantes no Brasil (Valadares
Filho et al., 2002), deve-se considerar que o incremento na produtividade não deve
comprometer a sustentabilidade do sistema de produção (Hoffman et al., 2014).
Assim, aspectos relacionados com os custos de distribuição dos suplementos devem
ser avaliados com a finalidade de otimizar o sistema de produção implantado.
11
De acordo com Zervoudakis et al., (2002) ao trabalharem com novilhas
mestiças Holandês – Zebu, em pasto de Brachiaria brizantha suplementadas
diariamente com 0,5 kg de milho e farelo glúten milho (MFGM) e 0,5 kg de milho e
farelo de soja (MFS), durante a época das águas. O tratamento MFGM proporcionou
um ganho excedente em relação ao controle (suplemento mineral) de 0,175
kg/animal/dia enquanto o MFS de 0,212 kg/animal/dia. O que significa R$ 0,25 /dia
para MFGM e R$ 0,30/dia para o MFS. Os custos da suplementação foram de R$
0,24 / dia para MFGM e de R$ 0,22 para o MFS.
12
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17
Capítulo I
Desempenho de novilhas de corte em pastejo suplementadas com
concentrados
Resumo: Nesta pesquisa foram avaliadas as características estruturais do pasto, a
composição química da forragem e o desempenho de novilhas de corte em resposta
a suplementação concentrada com 0; 0,5 e 1,0% do peso corporal (PC) de
suplemento concentrado na estação das águas. Foram utilizadas seis áreas
experimentais para manejo do pastejo dos animais, duas para cada estratégia de
suplementação concentrada (0; 0,5 e 1,0% do PC). Cada área, composta por oito
piquetes de 0,1 hectares, foi manejada sob lotação rotacionada com carga animal
variável. Os tratamentos foram distribuídos em um delineamento em blocos
casualisados com duas repetições. Em cada uma das áreas foram utilizadas seis
novilhas (animais testes) com composição gentética ½ Nelore x ½ Angus e peso
corporal médio de 249,2 kg. Outras quatorze novilhas (animais reguladores)
provenientes do mesmo rebanho e contemporâneas aos animais testes foram
adicionadas e removidas de cada área experimental para ajuste da taxa de lotação à
capacidade de suporte dos pastos. Todos os animais foram pesados a cada 21 dias
para monitoramento do ganho de peso individual, ganho de peso por área e ajuste
da quantidade de suplemento fornecido. Os componentes da massa de forragem e a
composição química da forragem foram estimados para cada ciclo de pastejo. Os
ganhos de pesos por animal foram alterados pela suplementação concentrada, com
registros de 0,562; 0,746 e 0,895 kg/dia para os níveis de 0; 0,50 e 1,0% do PC de
suplemento concentrado, respectivamente. Valores médios de 653, 958 e 1438
kg/ha de ganho de peso e 5,44; 6,02 e 7,70 UA/ha de taxa de lotação foram obtidos
com 0; 0,50 e 1,0% do PC de suplementação concentrada, respectivamente. As
estratégias de suplementação concentrada não alterou o peso seco de lâmina foliar,
de colmo e de material senescente no pré-pastejo e no pós-pastejo. Todavia, a
massa de forragem e os pesos secos de lâmina foliar, de colmo e de material
senescente, no pré-pastejo e do pós-pastejo, foram alterados pelos ciclos de
pastejo. As alturas do pasto no pré-pastejo foram influenciadas pela suplementação
concentrada, com valores de 37,2; 37,6 e 42,9 cm para os níveis de suplementação
concentrada de 0; 0,50 e 1,0% do PC, respectivamente. A composição química da
forragem no pré-pastejo não foi alterada pelas estratégias de suplementação
concentrada, com valores médios de médios de 7,7; 8,9 e 8,3% de PB e 64,1; 63,8 e
18
64,4% de FDN, na matéria seca, para os níveis de 0; 0,50 e 1,0% do PC de
suplementação concentrada, respectivamente. A suplementação concentrada de
novilhas de corte aumenta a eficiência de produção de carne em áreas tropicais com
maior ganho de peso por novilha e por área. A escolha da melhor estratégia de
suplementação depende da combinação custo da arroba e do seu preço de venda.
Palavras–chave: altura de pasto, Brachiaria brizantha, lotação rotacionada, manejo
do pastejo, massa de forragem
19
Chapter I
Beef heifers performance on pasture supplementation with concentrated
Abstract: This study evaluated the pasture structural features, forage chemical
composition and beef heifers performance in response to a dietary supplementation
with 0; 0.5 to 1.0% of body weight (BW) of concentrated supplement in the rainy
season. It was used six experimental areas for animal grazing, two areas for each
supplementary feeding strategy (0; 0.5 and 1.0% of BW). Each area, with eight
paddocks of 0.1 hectares, was managed under rotational stocking with variable
stocking rate. The treatments were distributed in a randomized block design with two
repetitions. In each area were used six heifers (testing animals) with genetic
composition Nelore x ½ Angus and average body weight of 249.2 kg. Other 14
heifers (regulators animals) from the same herd and contemporary to the testing
animals were added and removed from each experimental area for stocking rate
adjustment to the carrying capacity of pastures. All animals were weighed every 21
days for monitoring of individual weight gain, weight gain per area and adjusting the
amount of supplement provided. The forage mass components and the forage
chemical composition were estimated for each grazing cycle. The animal weight
gains were altered by dietary supplementation with records of 0.562; 0.746 and 0.895
kg/day to levels 0; 0.50 and 1.0% of BW of concentrated supplement, respectively.
Mean values of 653; 958 and 1438 kg/ha of weight gain and 5.44; 6.02 and 7.70
AU/ha of stocking rates were obtained with 0; 0.50 and 1.0% of BW of concentrated
supplementation, respectively. The concentrated supplementation strategies did not
change the dry weight of leaf blade, stem and senescent material in the pre-grazing
and post-grazing. However, forage mass and the dry weight of leaf blade, stem and
senescent material in the pre-grazing and post-grazing were changed by grazing
cycles. The pasture heights in the pre-grazing were influenced by concentrated
supplementation, with values of 37.2; 37.6 and 42.9 cm for the levels of concentrated
supplementation of 0; 0.50 and 1.0% of BW, respectively. The forage chemical
composition in the pre-grazing was not affected by concentrate supplementation
strategies, with average mean values of 7.7; 8.9 and 8.3% of crude protein and 64.1;
63.8 and 64.4% of NDF of dry matter, for levels of 0; 0.50 and 1.0% of concentrate
supplementation of BW, respectively. The concentrate beef heifers supplementation
increases the efficiency of beef production in tropical areas with greater weight gain
20
per heifer and area. The choice of the best supplementation strategy depends on the
combination cost of arroba and its selling price.
Keywords: pasture height, Brachiaria brizantha, rotational stocking, grazing
management, forage mass
21
1. Introdução
As regiões tropicais e subtropicais do globo são responsáveis por
aproximadamente metade da produção mundial de carne, com considerável
crescimento nas últimas décadas (Jank et al., 2005). Dentre os países inseridos
nessas regiões, o Brasil se destaca por apresentar um rebanho comercial de
bovinos, 212 milhões de cabeças, (IBGE, 2014) e por ser o segundo maior
exportador de carne bovina do mundo.
Em valores econômicos, a carne bovina é o segundo principal produto do
agronegócio nacional, perdendo apenas para o agronegócio da soja (Cepea, 2014).
Esta posição é sustentada pela forte tradição agrícola, por condições
edafoclimáticas favoráveis e por extensas áreas de pastos, que constitui a fonte
menos onerosa de alimentação dos rebanhos.
No Brasil os pasto totalizam mais de 212 milhões de hectares (IBGE 2014),
com mais de 60% destas áreas ocupadas com pastos cultivados (Da Silva et al.,
2013) dos quais 85% são constituídos por espécies do Gênero Brachiaria (Fonseca
e Martuscello, 2010), que possuem boa adaptabilidade às condições tropicais, sendo
a cultivar Marandu a mais utilizada (Costa et al., 2007; Da Silva et al., 2013).
Apesar das potencialidades, a produção animal em pastos tropicais tem sido
caracterizada por apresentar baixos índices de produtividade (Paciullo et al., 2011;
Da Silva et al., 2013; Detmann et al., 2014;). Esta condição está associada à
diminuição acentuada da taxa de crescimento das forrageiras no período da seca, a
variação observada no valor nutritivo das forragens ao longo do ano, a falta de
suplementação alimentar dos animais, além de práticas inadequadas do manejo do
pastejo.
O aumento da eficiência na produção de bovinos está incondicionalmente
relacionado à melhoria das condições de alimentação, sendo a suplementação uma
das alternativas mais práticas para adequar suprimento de nutrientes aos
requerimentos dos animais (Paulino e Ruas, 1988). A suplementação de animais a
pasto é uma técnica de grande importância, gerando impacto no solo, planta, animal
e na lucratividade do sistema de produção. A mensuração das características
estruturais do pasto é de fundamental importância em ensaios de suplementação
animal, para melhorar o entendimento do sistema de criação a pasto (Roman et al.,
2008).
22
A suplementação concentrada de animais a pasto tem sido utilizada com
objetivos de melhorar o desempenho individual dos animais, aumentar a taxa de
lotação dos pastos, incrementar a produção total de carne por unidade de área e
melhorar a qualidade da carcaça obtida (Correia, 2006). Todavia, em sua maioria, as
pesquisas concentram-se em avaliações realizadas durante a época seca do ano
(Couto et al. 2010; Moraes, 2006; Paula et al. 2011;) quando os pastos apresentam
reduzida produção de forragem e de baixo valor nutritivo.
Nessa realidade, objetivou-se com o experimento avaliar as características
estruturais do pasto, a composição química da forragem e o desempenho de
novilhas de corte em resposta a diferentes estratégias de suplementação
concentrada para o período das águas.
2. Material e Métodos
O experimento foi realizado em propriedade rural localizada a 6 Km do Campus
Universitário de Rondonópolis da Universidade Federal de Mato Grosso nas
coordenadas geográficas Latitude 16°28 S e Longitude 54° 38’W e altitude de 227
m. O período experimental foi de dezembro de 2013 a maio de 2014, com 136 dias
de avaliação.
O clima da região, segundo sistema internacional de classificação de Köepen,
é do tipo Aw- clima tropical com estação seca no inverno. Os dados de precipitação
pluviométrica, das temperaturas máximas, mínimas e médias (Tabela 1) foram
coletados em estação meteorológica do Campus de Rondonópolis, credenciada
junto ao Instituto Mato-grossense de Meteorologia.
23
Tabela 1 – Temperaturas máximas, mínimas, médias e pluviosidade mensal durante
o período experimental.
Mês Temperatura
máxima(ºC)
Temperatura
mínima(ºC)
Temperatura
média(ºC)
Pluviosidade
(mm/mês)
Dezembro 37,7 21,4 27,5 331,7
Janeiro 34,1 19,4 27,2 162,5
Fevereiro 35,9 20,4 27,4 385,0
Março
Abril
33,7
34,5
20,9
18,4
27,3
27,2
159,4
123,9
Maio 34,1 14,4 25,5 33,1
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Foram utilizadas seis áreas experimentais estabelecidas com Brachiaria
brizantha cv. Marandu, duas para cada estratégia de suplementação alimentar (0;
0,50 e 1,0% do PC). Cada área foi composta por oito piquetes de 0,1 hectares e de
uma área de 200 m2 de livre acesso aos animais, na qual foram alocados os
comedouros e bebedouros (Figura 1). Assim, a área experimental foi formada por 48
piquetes (0,1 ha/piquete), 16 para cada estratégia de suplementação concentrada.
Todos os animais tiveram livre acesso ao sal mineral. As divisões dos piquetes
foram estabelecidas por cercas de arames lisos de três fios, sendo um eletrificado.
24
Figura 1. Esquema da estrutura dos piquetes e distribuição dos tratamentos
Uma semana antes do inicio do experimento foi realizado o controle químico de
plantas invasoras utilizando-se do principio ativo 2,4D + Piclorran e aplicação com
pulverizadores costais. Neste mesmo período foram coletadas amostras de solo na
profundidade de 0 a 20 cm para caracterização física e química. Foram coletadas 48
amostras e foram confeccionadas duas amostras compostas, uma para cada bloco.
Estas amostras foram encaminhas a um laboratório de análises de solos
credenciado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. As características
físicas e químicas dos solos amostrados foram:
Bloco 1 - pH em CaCl2 = 4,7; P = 320 mg/dm3; K = 93 mg/dm3; Ca2+ =
2,0cmolc/dm3; Mg2+ = 0,4cmolc/dm3; H + Al3+ = 4,3cmolc/dm3; Al3+ = 0,0 cmolc/dm3;
MO = 16,8 g/Kg; SB = 2,6cmolc/dm3; CTC = 6,9cmolc/dm3; V% = 38,0%; argila = 200
g/Kg; silte = 75 g/Kg e areia total = 725 g/Kg.
Bloco 2 - pH em CaCl2 = 5,0; P = 135,3 mg/dm3; K = 93 mg/dm3; Ca2+ =
3,6cmolc/dm3; Mg2+ = 0,5 cmolc/dm3; H + Al3+ = 3,0cmolc/dm3; Al3+ = 0,0 cmolc/dm3;
MO = 20,0 g/Kg; SB = 4,4cmolc/dm3; CTC = 7,4cmolc/dm3; V% = 59,2%; argila = 135
g/Kg; silte = 75 g/Kg e areia total = 790 g/Kg.
A adubação do capim-marandu foi realizada com base nos resultados das
análises de solos e nas recomendações de Cantarutti (1999) para nitrogênio, fósforo
e potássio em sistemas de exploração de médio nível tecnológico. Na adubação
fosfatada foi utilizado um fosfato natural reativo, aplicando em dose única o
25
equivalente a 54,8 kg/ha de P2O5. Quanto a adubação nitrogenada foram aplicados
o equivalente a 120 kg/ha de N, divididos em quatro doses de 30 kg/ha. As
adubações com uréia foram realizadas no primeiro, segundo, terceiro e quarto ciclo
de pastejo, sempre após a saída dos animais do piquete.
O método do pastejo adotado foi o de lotação rotacionada com carga animal
variável. O período de ocupação e descanso dos piquetes foi variável, com o
momento de entrada dos animais nos piquetes determinado pela condição de 35 cm
de altura média do pasto. Próximo ao valor médio de 34 cm registrados por Souza et
al., (2014) para a condição de 95% de interceptação luminosa do pasto registrado
nessa mesma área experimental. A altura pós-pastejo foi determinada pelo momento
em que os pastos atingiam altura média de 20 cm.
As medições das alturas do pasto no pré e no pós-pastejo foram realizadas em
todos os piquetes, amostrando-se, de forma aleatória, 45 pontos por piquete. Nesse
procedimento foi utilizada uma régua de madeira graduada em centímetros, as
leituras foram obtidas na inflexão das folhas mais altas (Barthram, 1985).
As estimativas da massa de forragem, por ciclo de pastejo, foram obtidas a
partir da amostragem de três piquetes de cada uma das seis áreas experimentais
utilizadas. Para massa de forragem foram coletadas três amostras por piquete no
pré e no pós-pastejo, respectivamente. Estas amostras foram obtidas com uso de
uma moldura metálica de 0,25 m x 1 m, com o corte da forragem a 5 cm do solo. As
amostragens foram realizadas em locais representativos da condição do pasto, de
acordo com os valores obtidos para as alturas do pasto no pré-pastejo e no pós-
patejo, respectivamente (Gomide et al., 2009).
Para avaliação da composição química da forragem, por ciclo de pastejo, foram
amostrados três piquetes de cada uma das seis áreas experimentais utilizadas.
Foram coletadas, no pré-pastejo, uma amostra por piquete. Para avaliação da
composição química da forragem foi coletada, no pré-pastejo, uma amostra por
piquete. As amostras foram obtidas por meio de simulação de pastejo no perfil de
pastejo (Gibb e Treacher, 1976).
Após serem coletadas e acondicionadas em sacos plásticos, as amostras de
massa de forragem e avaliação da composição química da forragem foram
transportadas até o Campus Universitário de Rondonópolis, onde permaneceram
congeladas em freezer a temperatura –15°C até o momento do seu fracionamento
morfológico. As amostras utilizadas para quantificação da massa de forragem foram
26
separadas em lâmina foliar, colmo (colmo + bainha) e material senescente (Figura
2). Em seguida, todas as amostras foram acondicionadas em sacos de papel,
pesadas e submetidas a secagem em estufa de circulação forçada de ar, a
temperatura de 65°C (para massa de forragem) e 60°C (para composição química)
por 72 horas. A massa de forragem total de cada amostra foi estimada pela soma da
massa das três frações morfológicas, expressos em kg/ha de MS.
Figura 2 – Separação dos componentes morfológicos lâmina foliar, colmo e material senescente.
Na composição química da forragem e suplemento concentrado, foram
determinados os teores de proteína bruta, proteína bruta insolúvel em detergente
ácida, matéria mineral, matéria orgânica, hemicelulose, fibra em detergente neutro e
fibra em detergente ácido. O método de análise seguiu as orientações da AOAC.
(2005).
O delineamento experimental foi o de blocos inteiramente casualizados, com
duas repetições de área com doze novilhas por tratamento. Os tratamentos foram
compostos pelo fornecimento de 0; 0,50 e 1,0% de suplemento concentrado em
relação a peso corporal (PC) de novilhas de corte criadas a pasto no período das
águas.
Na suplementação concentrada, formulada para conter 17% de PB, foram
utilizados 31,49% de fubá de milho, 27% de casca de soja, 13,01% de farelo de soja,
27% de sorgo e 1,5% de uréia, na base da matéria seca. Para o suplemento
concentrado foram registrados valores de 16,7% proteína bruta (PB), 2,3% PB
insolúvel em detergente ácida, 4,2% matéria mineral, 95,8% matéria orgânica, 14%
hemicelulose, 32,2% fibra em detergente neutro e 18,2 fibra em detergente ácido,
expressos em base da matéria seca.
27
O suplemento concentrado foi fornecido diariamente aos animais, no período
da manhã, nas quantidades de 0; 0,5 e 1,0% PC, de acordo com cada tratamento.
Foram utilizados cochos de madeira com acesso bilateral que permitiram o consumo
simultâneo dos animais (Figura 3).
Todos os animais tiveram livre acesso ao sal mineral, fornecido ad libitum em
cochos descobertos e separados da ração concentrada. Os cochos de sal mineral
foram conferidos diariamente, com a reposição feita sempre que necessário. O sal
mineral, continha os seguintes níveis de garantia por kg do produto: 110 g cálcio, 40
g de fósforo, 5,5 g de magnésio, 130 g sódio, 5,5 g de enxofre, 42 mg de cobalto,
1200 mg de cobre, 48 mg de iodo, 500 mg de manganês, 8,50 mg de selenio e 3000
mg de zinco e1400 mg de virginiamicina.
Figura 3 - Animais sendo suplementados em cocho coletivo.
No início do experimento todos os animais foram identificados com brincos
plásticos e vermifugados com medicamento a base de ivermectina. Para controle de
endo e ectoparasitos foi feita a aplicação na linha dorso-lombar de um produto pour-
on com ação bernecida, mosquicida e carrapaticida. Os animais foram pesados no
início e final do experimento em jejum alimentar prévio de 14 horas. Para
monitoramento do peso corporal e ajuste da quantidade de suplemento ofertada aos
animais foram realizadas durante o experimento pesagens intermediárias a cada 21
dias, sem jejum alimentar.
Em cada uma das seis áreas experimentais foram utilizadas do início ao fim do
experimento seis novilhas (animais testes) com composição genética (½ Nelore x ½
28
Angus) e peso corporal médio de 249,2 kg com aproximadamente 16 meses de
idade. Outras dezesseis novilhas (animais reguladores) de igual composição
genética e contemporâneas aos animais testes foram adicionadas e retiradas das
áreas experimentais sempre que houve a necessidade de se ajustar a taxa de
lotação à capacidade de suporte dos pastos. O ajuste da taxa de lotação foi
realizado sempre que houve efeito de substituição do consumo de forragem por
suplemento.
Antes de serem colocadas nos piquetes, registravam-se os pesos e o número
de animais reguladores adicionados em cada tratamento, posteriormente foram
registradas as horas de entrada e de saída dos animais do piquete.
O ganho de peso diário dos animais testes foi utilizado para estimar o
desempenho individual das novilhas (Paciullo et al., 2011). O ganho de peso por
área (kg/ha) foi calculado com base nos ganhos de pesos individuais médios e no
número de animais (testes e reguladores) em cada área experimental, animais
dia/ha (Casagrande, 2010; Paciullo et al., 2011). A taxa de lotação (unidade animal
por hectare), foi calculada com base nos quantitativos, pesos e tempo de
permanência dos animais testes e reguladores presentes em cada área
experimental (Casagrande, 2010; Paciullo et al., 2011).
Na análise financeira foram considerados o custo de produção, a produção de
arrobas e a remuneração desta arroba obtida com a venda dos animais para o
frigorífico. A análise do custo de produção para cada estratégia de suplementação
concentrada incluiu as despesas com sal mineral, ração concentrada, adubação
nitrogenada, aplicação de herbicida, vermifugação dos animais e mão-de-obra
necessária ao manejo diário dos animais. Para cálculo das receitas foram
considerados as quantidades de arrobas produzidas e o preço pago na arroba da
novilha no frigorífico. Nesta análise financeira não foram utilizados os valores de
compra e venda dos animais, mas a quantidade de arrobas produzidas.
A avaliação financeira do desempenho animal foi realizada considerando a
relação margem e custo de produção, ou seja, receita gerada a partir do ganho de
peso por tratamento e despesas com suplemento mineral, concentrado, adubação,
vermífugo e mão de obra. Foi obtido através da padronização do peso inicial e final e
dos animais que convertido em arrobas (@) pelo qual foi multiplicado por valor da
arroba na região, cento e cinco reais, valor de comércio da arroba na época do
experimento.
29
As variáveis, massa de lâmina foliar, massa de colmo, massa de material
morto, massa de forragem, matéria orgânica, matéria mineral, proteína bruta,
proteína insolúvel em detergente ácido, fibra em detergente neutro, fibra em
detergente ácido e hemicelulose foram analisadas estatisticamente considerando a
estrutura da matriz de covariâncias composta simétrica com a utilização do
procedimento MIXED do programa SAS University Edition (2014). Esta estrutura de
covariância foi utilizada devido à presença de medidas repetidas por piquete. Este
método permite avaliar a homogeneidade das variâncias e ajustar para a covariância
entre amostras. O tipo "CS" do procedimento MIXED foi utilizado na análise para
incluir cada piquete como uma unidade experimental. Os modelos estatísticos
consideraram os seguintes efeitos: tratamento, ciclo, bloco e o resíduo como efeito
aleatório.
As variáveis relacionadas ao desempenho dos animais foram analisadas
utilizando-se o procedimento GLM do programa SAS University Edition (2014). Os
efeitos incluídos nos modelos estatísticos foram tratamento, bloco e o resíduo como
efeito aleatório. Para ganho de peso individual a novilha foi a unidade experimental
(doze novilhas por tratamento). Os resultados são apresentados como médias
estimadas por quadrados mínimos. As médias foram comparadas utilizando o teste
Tukey a 5% de probabilidade.
3. Resultados e Discussão
Os valores de PC, taxa de lotação e de ganho de peso em função da
suplementação concentrada são descritos na (Tabela 2). A suplementação
concentrada influenciou (P<0,05) os ganhos de pesos médios diários, com
acréscimos de 0,184 e 0,333 kg/dia para os animais suplementados com 0,5 e 1,0%
do PC, respectivamente. Os ganhos de pesos das novilhas suplementadas com 0 e
0,5% de suplemento concentrado, foram superiores em 0,124 e 0,187 kg/dia
comparados aos ganhos obtidos com novilhas Nelore para mesmo nível de
suplementação concentrada em condições semelhantes de manejo de pastejo na
mesma área experimental (Souza et al., 2014a).
Foram observados ganhos de pesos individuais de 76,4; 101,6 e 121,7 kg para
os animais que receberam 0; 0,5 e 1,0% do PC de suplementação concentrada,
30
respectivamente. Os acréscimos observados nos ganhos de pesos individuais
obtidos com a suplementação no período das águas contribuem para antecipar a
idade à puberdade sexual e reduzir o tempo gasto na fase de recria. Outra vantagem
é o fato de poder antecipar a liberação de área para outras categorias (Euclides et
al., 1998).
Para sistemas de produção mais intensivos a dependência do uso exclusivo do
pasto aumenta os riscos de fracasso, principalmente no que se refere ao
acasalamento das fêmeas com 14 ou 18 meses de idade (Santos et al., 2005). Ao
fornecerem suplementação concentrada para novilhos Nelore em pastos de
Brachiaria brizantha cv marandu, El-Memari Neto et al. (2003) não verificaram
diferenças (P>0,05) entre ganhos médios diários de 0,489 e 0,645 kg/animal/dia
obtidos com o fornecimento de 0,7 e 1,4% do PC de suplemento concentrado,
respectivamente. Valores que estão abaixo do ganho de peso registrado neste
experimento para o nível de 0,5% do PC de suplementação concentrada (Tabela 2).
Tabela 2 – Valores médios do peso corporal inicial, peso corporal final, ganho médio
diário, taxa de lotação inicial, taxa de lotação média, ganho de peso individual e por
área em função dos níveis de suplementos.
Suplementação (% do PC)
Variáveis 0 0,5 1,0 CV (%)
Peso corporal inicial (Kg) 251,6 248,9 247,4 ---
Peso corporal final (Kg) 328, 1 350,5 369,2 ---
Ganho de peso diário (Kg) 0,562a 0,746b 0,895c 13,7
Taxa de lotação inicial (UA/ha) 4,19 4,15 4,12 ---
Taxa de lotação média (UA/ha) 5,44 6,02 7,70 ---
Ganho de peso por área (Kg/ha) 653 958 1438 ---
Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Os incrementos de 32,7 e 59,2% no ganho de peso dos animais
suplementados ao nível de 0,5 e 1,0% do PC podem ser atribuídos ao maior aporte
de nutrientes fornecidos pelo concentrado, respectivamente. O fornecimento de
suplemento concentrado nas quantidades de 0,5 e 1,0% do PC resultou em um
consumo diário de 1,5 e 2,9 kg/animal, respectivamente (Tabela 3). Ao considerar as
31
quantidades consumidas e a concentração de nutrientes do concentrado e as
exigências nutricionais de novilhas de corte cruzadas (BR-Corte 2010), estima-se
que o fornecimento de 0,50 e 1,0% do PC de suplemento concentrado seja
suficiente para atender 33,1 e 64,1% das exigências proteicas total de animais de
300 kg de PC para ganhos médios de 0,750 Kg/animal/dia em sistema de
confinamento, respectivamente.
O animal, ainda jovem, apresenta alta eficiência alimentar, justificado por
menores exigências de energia e proteína metabolizáveis para mantença (NRC,
2000). Na fase de recria, os efeitos do suplemento concentrado são potencializados
e constitui numa boa estratégia para acelerar o ganho de peso de novilhas a pasto
no método de lotação rotacionada.
A suplementação concentrada alterou a taxa de lotação média dos pastos
(Tabela 2), com incrementos de 0,75 e 2,34 UA/ha para os animais suplementados
com 0,5 e 1,0% do PC, respectivamente. Esse resultado pode ser explicado pelo
maior ganho de peso dos animais suplementados (Tabela 2) e pelo acréscimo do
número de animais nos tratamentos com suplementação concentrada (Tabela 2). De
acordo com Silva et al., 2010, o uso de suplementos concentrados no período das
águas reduz o tempo de pastejo e o uso da forragem pelos animais (Gomide et al.,
2009), estimando-se um coeficiente médio de substituição de 2,11 g de MS de
pasto/g de MS de suplemento (Costa et al., 2011). Fatores que justificam os
aumentos na taxa de lotação observados nessa pesquisa.
O uso de suplementação concentrada para bovinos a pasto provoca a
substituição do consumo de forragem pelo suplemento, proporcionando aumento na
carga animal suportada pelo pasto e, consequentemente, maior número de animais
em uma mesma área (Agulhon et al., 2005). Assim, com a adição de suplemento ao
sistema é necessário ajustar a taxa de lotação do pasto para que o excedente de
forragem, gerado pela redução do consumo de forragem, possa ser colhida de forma
eficiente, minimizar as perdas e manter a estrutura do pasto adequada.
A capacidade de suporte dos piquetes ao longo dos ciclos de pastejo depende,
principalmente, da taxa de crescimento da forrageira, que por sua vez, é influenciada
pelas variações das condições edafoclimáticas (Tabela 1) e dos fatores de manejo,
dentre os quais: a suplementação concentrada. Assim, ajustes na carga animal
foram realizados com objetivo de se alcançar as metas de pastejo preestabelecidas
32
para esta pesquisa. Não foi utilizada a oferta de forragem na orientação do manejo
do pastejo e sim altura de pasto.
Ao analisar os resultados obtidos, verifica-se que manejo do pastejo utilizado
nessa pesquisa associado a uma mineralização do rebanho proporcionou elevados
ganhos de pesos por área (Tabela 2) quando comparados à média nacional 96
kg/ha/ano (IBGE, 2011), ou mesmo aos valores de 490,2; 683,5; 775,8 e 1014,6
kg/ha registrados por Correia (2006) para novilhos a pasto no período das águas
suplementados diariamente com 0; 0,3; 0,6 e 0,9% do PC de uma mistura múltipla
com 22,2% PB na matéria seca, respectivamente. Já Fernandes et al., (2010) ao
utilizarem novilhos de composição genética ½ Nelore + ½ Blonde D'Aquitaine
manejados em pastos de Brachiaria brizantha cv. Marandu no método de lotação
rotacionada, observaram ganhos de 1064 e 1888 kg/ha para os animais
suplementados com 0 e 0,6% do PC, respectivamente.
Os ganhos de pesos por hectare foram influenciados pela suplementação
concentrada, com aumentos de 305 e 785 kg/ha para os animais suplementados
com 0,5 e 1,0% do PC, respectivamente. Estes resultados demonstram que em
condições adequadas de manejo de pastejo o uso da suplementação concentrado
no período das águas constitui em uma ótima tecnologia para aumento da produção
de carne a pasto em regiões tropicais. As diferenças observadas na produção por
área são explicadas pelos efeitos positivos da suplementação concentrada sobre os
ganhos de pesos individuais e sobre a taxa de lotação (Tabela 2). Além de, suportar
ganhos individuais adicionais, a suplementação alimentar no período das águas
permite aumentar a capacidade de suporte dos pastos (Reis et al., 2009) o que
favorece o aumento da produtividade por área e a intensificação do sistema de
produção.
Os componentes do custo operacional efetivo, o ganho de peso em arrobas e a
margem bruta obtida para cada estratégia de suplementação concentrada são
descritos na (Tabela 3).
Verificou-se aumento nos custos de produção por hectare com a
suplementação concentrada, com acréscimos de R$ 1073,1 e 2963,3 para o nível de
0,5 e 1,0% do PC comparado aos animais que não receberam suplementação,
respectivamente. Esta resposta é atribuída, principalmente, aos maiores
desembolsos realizados com aquisição do suplemento concentrado. De acordo com
Holmes e Wilson (1989), os custos são sensivelmente diminuídos quando se
33
consegue manter rebanhos produtivos a pasto, utilizando recursos forrageiros
naturais.
O fornecimento de suplemento concentrado nas quantidades de 0,5 e 1,0% do
PC proporcionou ganhos adicionais de 10,69 e 29,75 @/ha em relação ao
tratamento no qual os animais não receberam concentrado, respectivamente.
Todavia, cabe destacar que a suplementação ao nível de 0,5 e 1,0% do PC elevou o
custo da arroba produzida em R$ 12,27 e 21,89, respectivamente. Nesta condição, o
ponto de equilíbrio financeiro, definido como margem bruta igual a zero, e expresso
em produção de carne por área, foi de 13,57; 23,69 e 41,69 @/ha para as
estratégias de 0; 0,5 e 1,0% do PC de suplementação concentrada,
respectivamente. O ponto de equilíbrio é aquele em que o custo dos insumos
empregados na formulação do suplemento utilizado no plano nutricional do rebanho
é igual ao ganho adicional de desempenho (kg/PC) proporcionado pela estratégia de
suplementação (Figueiredo et al., 2007).
Apesar de apresentar maior custo da arroba produzida, a suplementação
alimentar ao nível de 1,0% do PC proporcionou maior rentabilidade por hectare
comparado aos níveis de 0 e 0,5% do PC (Tabela 3). Esta maior rentabilidade pode
ser explicada pelo diferencial favorável obtido entre o incremento na produção de
arrobas por área (124,8%) e do incremento do custo da arroba (36,6%) em relação
ao tratamento sem suplementação concentrada. Estes resultados demonstram que a
suplementação concentrada constitui em tecnologia capaz de ampliar a eficiência
econômica da pecuária de corte. Esses resultados estão de acordo com os
reportados por Souza et al. (2014b), os quais ao utilizarem novilhas Nelore
manejadas na mesma área experimental e em condições semelhantes de pastejo
verificaram aumento da rentabilidade por área com aumento da quantidade de
concentrado fornecido.
34
Tabela 3 – Componentes do custo operacional efetivo e margem bruta em função
das estratégias de suplementação concentrada.
Níveis de suplementação
(% do PC)
Variáveis 0 0,5 1,0
Consumo de Sal Mineral (g/animal/dia) 99,7 83,4 100,2
Consumo de concentrado (kg/animal/dia) 0,0 1,5 2,9
Despesas com Sal Mineral + concentrado (R$/ha) 196,7 1.344,5 3.088,1
Despesa com Adubação (R$/ha) 882,1 882,1 882,1
Despesa com Herbicida (R$/ha) 90,0 90,00 90,0
Despesa com Vermífugo LA (R$/ha) 15,4 17,0 21,2
Despesa com mão de obra (R$/ha) 174,0 192,4 240,7
Gasto Total (R$/ha) 1.414,0 2.487,1 4.377,3
Ganho (@/ha) 23,8 34,5 53,5
Custo da @ produzida (R$) 59,9 72,2 81,8
Margem bruta (R$/ha) 1.081,5 1.131,6 1.242,2
Sal Mineral = 1,70 R$/kg; Ração = 0,59 R$/kg; Mão de obra = 4,50 R$/cab/mês; Herbicida = 30,00
R$/L; Vermífugo LA = 360,00 R$/L adubo fosfatado 1.100,00 R$/ton;Uréia agrícola 1.250,00R$/ton@
R$ 105,00.
Ao realizar uma análise financeira da suplementação mineral em relação a
suplementação concentrada de novilhos Silva et al., (2010) verificaram que apesar
da renda bruta ter aumentado 26,9; 35,2 e 59,7% o custo de produção aumentou em
uma magnitude bem maior, com acréscimos de 252,8; 470,5 e 600,8% para o
fornecimento de suplemento concentrado ao nível de 0,3; 0,6 e 0,9% do PC,
respectivamente. Neste caso, o uso da suplementação concentrada em níveis
superiores a 0,35 do PC foi economicamente inviável (Silva et al., 2010).
Durante o experimento foram realizados cinco ciclos de pastejo, com duração
de 30, 30, 26, 26 e 24 dias para o primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto ciclo,
respectivamente. A variação na duração dos ciclos de pastejo é explicada pela
variação das condições ambientais (Tabela 1) associada aos objetivos de se
alcançar as metas de pastejo preestabelecidas para esta pesquisa. As estratégias
35
de suplementação concentrada não alteraram (P>0,05) as massas de forragem ,
lâmina foliar, colmo e material senescente na condição de pré-pastejo (Tabela 4).
Os valores de massa de forragem total foram 3375; 3605 e 3611 kg de
MS/ha/ciclo de pastejo para os níveis de 0; 0,50 e 1,0% do PC de suplementação
concentrada, respectivamente. Assim, o aumento na taxa de lotação (Tabela 2) é
atribuído ao efeito de substituição do consumo de forragem por suplemento e não
por um aumento da produção de forragem do pasto, tornando a suplementação em
níveis crescentes, atrativa para o produtor, pois, além de suprir a exigência animal,
pode aumentar a capacidade de suporte dos sistemas produtivos, melhorando a
eficiência de utilização dos pasto em seus picos de produção e aumentando o nível
de produção por unidade de superfície (kg/ha/ano) (Paulino et al., 2004).
Em avaliações para condições de manejo semelhantes Souza et al., (2014c)
registraram valores de 3370,6; 3678,0 e 3598,1 kg/ha de massa de forragem total
para os tratamentos de pastejo para níveis de 0; 0,25 e 0,50% do PC de
suplementação concentrada, respectivamente. Os autores determinam que o
momento de entrada dos animais nos piquetes foi determinado pelo nível de 95% de
interceptação luminosa do pasto.
Uma vez que não foram observadas diferenças entre tratamentos para
componentes da massa de forragem no pré-pastejo, optou-se por agrupar os dados
de tratamentos e apresentar os resultados por ciclo de pastejo (Tabela 4).
A massa de lâmina foliar, de colmo, de material senescente e total foram
alteradas (P<0,05) em função dos ciclos de pastejo no pré-pastejo. A maior
quantidade de colmo registrada no primeiro e segundo ciclos de pastejo (Tabela 4),
constitui no principal fator associado às diferenças observadas na massa de
forragem do pasto na condição de pré-pastejo. Nessas condições, o colmo
representou 43,9; 41,0; 33,9; 27,6 e 25,3% da massa de forragem total no primeiro,
segundo, terceiro, quarto e quinto ciclos de pastejo, respectivamente.
Em gramíneas tropicais a taxa de crescimento do colmo pode representar de
35 a 89% da taxa de crescimento da lâmina foliar (Pereira et al., 2014), o que
confere alta participação de colmo no pasto. Para gramíneas tropicais o colmo
representa uma barreira física ao pastejo (Benvenutti et al.,2008), além de possuir
menor valor nutritivo comparado à lâmina foliar (Stabile et al., 2010). Durante o
experimento foi verificado melhoria da estrutura do pasto, determinada pelo aumento
36
da relação lâmina:colmo, com valores de 0,77; 0,91; 1,21; 1,67 e 1,87 para o
primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto ciclo de pastejo, respectivamente.
A matéria seca da massa de forragem em pré-pastejo variou de 2088,7 a
3140,9 kg/ha/ciclo de pastejo ao longo do experimento. Superiores a variação de
1823 a 2283 kg/ha/ciclo de pastejo para a Brachiaria decumbens durante a estação
chuvosa (Paciullo et al., 2011).
Tabela 4 – Valores médios dos componentes da massa forragem dos pastos no pré-
pastejo para cada ciclo de pastejo.
Massa de forragem (kg/ha) Pré-pastejo
Variáveis Ciclo I Ciclo II Ciclo III Ciclo IV Ciclo V
Lâmina foliar 1368a 1385a 1720b 1307a 1399a
Colmo 1759a 1512b 1421b 782c 746c
Senescência 880ab 791a 1017b 739a 800ab
Total 4007bc 3688b 4168c 2828a 2945a
Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
As estratégias de suplementação concentrada não alteraram (P>0,05) as
massas de forragem total, lâmina foliar, colmo e material senescente na condição de
pós-pastejo. Os valores de massa de forragem total foram 2263,8; 2371,3 e 2309,6
kg de MS/ha/ciclo de pastejo para os níveis de 0; 0,50 e 1,0% do PC de
suplementação concentrada, respectivamente. Valores estes, abaixo de 3186 kg de
MS/ha registrado para a Brachiaria brizantha cv. Marandu manejado em sistema de
lotação rotacionada com 15 cm de altura do pasto no pós-pastejo (Costa 2007).
Como não foram observadas diferenças entre tratamentos para os
componentes da massa de forragem no pós-pastejo, optou-se por agrupar os dados
de tratamentos e apresentar os resultados por ciclo de pastejo (Tabela 5).
A massa de forragem (kg/ha) de lâmina foliar, colmo, material senescente e
massa de forragem (kg/ha) foram alterados (P<0,05) com os ciclos de pastejo na
condição de pós-pastejo (Tabela 5). Foram observados maiores massa de forragem
(kg/ha) de lâmina foliar para o primeiro e segundo ciclo de pastejo, com tendência
semelhante para a fração colmo (Tabela 5). Este comportamento resultou em
relações lâmina:colmo com variação de 0,33 a 0,66 do primeiro para o quinto ciclo
de pastejo, respectivamente.
37
As massas de forragem total residual (MFT) foi maior no primeiro ciclo do que
nos demais sendo que na MFT foi observada uma grande participação da fração de
colmo (Tabela 5). Este efeito de ciclo observado na MFT assemelha-se à do pré-
pastejo, no qual esta característica apresentou valores decrescentes, apresentado
32,5% menos forragem no quinto ciclo de pastejo em comparação ao primeiro.
A composição morfológica do pasto foi alterada pelos ciclos de pastejo, com
redução da fração colmo e aumento de material senescente. A variação do peso
seco de colmo e de material senescente com os ciclos de pastejo corroboram com
aqueles descritos por Neto. (2010), que trabalhou com três níveis de suplementação
concentrada controle, constante 0,6 e crescente 0,3-0,6-0,9% PC, pastejado em
Brachiaria brizantha cv. Marandú que registraram valores de 1591; 1325 e 1166
kg/ha e de 1871, 1707 e 2393 kg/ha para o primeiro, segundo e terceiro ciclos de
pastejo respectivamente em pasto de Brachiaria Brizantha cv marandu.
Tabela 5 – Valores médios dos componentes da massa forragem dos pastos no pós-
pastejo para cada ciclo de pastejo.
Massa de forragem (kg/ha) Pós pastejo
Variáveis Ciclo I Ciclo II Ciclo III Ciclo IV Ciclo V
Lâmina foliar 541ab 628b 454a 461a 487a
Colmo 1632d 1087c 1035bc 885ab 736a
Senescência 593a 632abc 776abc 743abc 864c
Total 2766d 2347c 2265abc 2089ab 2087a
Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Uma vez que não foram observadas diferenças entre tratamentos para
componentes do acumulo de forragem, optou-se por agrupar os dados de
tratamentos e apresentar os resultados por ciclo de pastejo. Houve efeito (P<0,05)
dos ciclos de pastejo para acumulo total de forragem e as características
morfológica de folha e colmo, já para material senescente não diferenciaram entre
os ciclos de pastejo (P>0,05) os resultados são apresentados da (Tabela 6). Ao
avaliar a massa total de acumulo registraram valores de 988; 1342; 1894; 579; e 658
kg/ha para o primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto ciclos de pastejo
respectivamente.
Verificou-se efeito (P<0,05) dos níveis de suplementação concentrada sobre as
alturas do pasto no pré-pastejo, com valores de 37,2a; 37,7a e 43b cm para os
38
níveis de suplementação concentrada de 0; 0,50 e 1,0% do PC, respectivamente
(Tabela 6). Todavia, a maior altura do pasto registrada para o nível de
suplementação de 1,0% do PC não influenciou (P>0,05) a massa de forragem e a
massa de colmo no pré e no pós-pastejo. Variáveis relacionadas com a estrutura e
altura do pasto.
No trabalho de Gomide et al., (2009) que trabalharam com níveis de
suplementação concentrada 0,2; 0,6 e 1,0% PC, com 18% PB, utilizando o capim-
marandu manejado em sistema de lotação rotacionada, registrou valor pré pastejo
médio de 55 cm de altura do pasto com 94,6% de interceptação luminosa valor
superior ao observado no trabalho.
Foi observado efeito (P<0,05) de ciclo de pastejo sobre alturas dos pastos no
pré-pastejo (Tabela 6), com decréscimo de 29,9% do primeiro para o quinto ciclo de
pastejo. Para o primeiro ciclo de pastejo houve dificuldade de se atingir as metas de
35 cm de altura pré-pastejo e de 20 cm de altura pós-pastejo definidas para esta
pesquisa. Fato atribuído a menor carga animal e maior massa de forragem no pré-
pastejo do primeiro ciclo de pastejo.
Tabela 6 – Valores médios das alturas dos pastos por ciclo de pastejo em resposta
aos níveis de suplementação concentrada dos animais.
Tratamento Altura Pré-pastejo (cm)
Ciclo I Ciclo II Ciclo III Ciclo IV Ciclo V Média
0% PC 41,4 37,0 35,8 36,3 35,3 37,2A
0,50% PC 44,6 37,5 34,9 35,4 36,0 37,7A
1% PC 55,2 46,5 39,3 38,7 35,1 43,0B
Média 47,1c 40,3b 36,7ab 36,8ab 35,5a
Médias seguidas de letra maiúsculas na coluna minúscula na linha diferem entre si pelo teste Tukey a
5% de probabilidade.
A suplementação concentrada não alterou (P>0,05) as alturas dos pastos no
pós-pastejo, com valores médios de 20,2; 19,4 e 19,9 cm para os níveis de
suplementação de 0; 0,5 e 1,0% do PC, respectivamente. As alturas do pasto no
pós-pastejo foram muito próximas das metas preestabelecidas de 20 cm. O manejo
de pastejo com taxa de lotação variável permitiu controle adequado desta
característica. Já para efeito do ciclo de pastejo a (P<0,05) houve diferença
significativa sobre as alturas de pasto na condição de pós-pastejo (Tabela 7).
39
Semelhante ao comportamento observado no pré-pastejo, verificou-se redução nas
alturas dos pastos no pós-pastejo com os ciclos de pastejo, registrando-se redução
de 17,2% do primeiro para o quinto ciclo.
Tabela 7 – Valores médios das alturas dos pastos no pós-pastejo em resposta aos
níveis de suplementação concentrada dos animais dentro de cada ciclo de pastejo.
Tratamento Altura pós-pastejo (cm)
Ciclo I Ciclo II Ciclo III Ciclo IV Ciclo V Média
0 % PC 22,0 20,8 19,8 19,1 19,5 20,2A
0,50 % PC 21,5 20,2 18,3 18,3 18,6 19,4A
1 % PC 22,7 21,0 19,0 18,5 18,3 19,9A
Média 22,1c 20,7b 19,0a 18,6 a 18,8 a
Médias seguidas de letra maiúsculas na coluna minúscula na linha diferem entre si pelo teste Tukey a
5% de probabilidade.
Os teores de matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB),
proteína insolúvel em detergente ácido (PIDA), hemicelulose (HEM), fibra em
detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) não foram alterados
pelas estratégias de suplementação concentrada. Foram observados valores médios
de 7,7; 8,9 e 8,3% de PB na matéria seca para os níveis de 0; 0,50 e 1,0% do PC de
suplementação concentrada, respectivamente.
Valores médios de 1,2; 1,2 e 1,3 % de PIDA e 64,1; 63,8 e 64,4% de FDN,
expressos em porcentagem da MS, foram estimados para os níveis de 0; 0,50 e
1,0% do PC de suplementação concentrada, respectivamente. Uma vez que não
foram observadas diferenças entre tratamentos na composição química da forragem
no pré-pastejo, optou-se por agrupar os dados de tratamentos e apresentar os
resultados por ciclo de pastejo (Tabela 8).
Esse resultado já era esperado, pois todos os tratamentos, em relação ao
pasto tiverem o mesmo manejo e a mesma adubação e resultante da semelhança
nas quantidades de folha em seus dosséis na qual foram semelhantes entre os
tratamentos.
Houve efeito (P<0,05) dos ciclos de pastejo para os teores de PB e PIDA, já os
teores de MO, MM, HEM, FDN e FDA não diferenciaram entre os ciclos de pastejo
(P>0,05) os resultados estão na (Tabela 8).
Os resultados para a composição química pode também ser explicado, pelo
estágio de maturação das plantas devido a vedação do pasto antes do inicio
40
experimental. No primeiro ciclo de pastejo as lâminas foliares presentes na estrutura
do pasto eram oriundas do acúmulo de forragem anterior ao período experimental.
Nos período referente aos ciclos posteriores de pastejo, houve uma resposta do
pasto quanto à modificação de sua estrutura em decorrência do rebaixamento do
pasto através do pastejo dos animais e adubação e consequentemente o surgimento
de lâminas foliares novas, com valor nutritivo mais elevado.
Santos et al., (2009) concluíram que o período de diferimento aumenta a
massa de forragem morta e o índice de tombamento do pasto, reduzindo o valor
nutritivo da forragem, com queda no teor de PB e aumento no de FDN. Casagrande
(2010) avaliando pastos de capim-marandu manejados sob lotação contínua nas
alturas de 15, 25 e 35cm encontrou redução no teor de PB e aumento na fibra, à
medida que elevou a altura do pasto.
Tabela 8 – Composição química (% da matéria seca) do pasto de Brachiaria
Brizantha cv Marandu de acordo com os ciclos de pastejo.
Variáveis CicloI CicloII CicloIII Ciclo IV CicloV
Matéria orgânica 92,3a 92,0a 91,4a 91,1a 91,5a
Matéria mineral 7,9a 7,8a 7,9a 8,3a 8,3a
Proteína bruta 5,7a 7,7ab 7,0ab 9,1bc 11,8c
PIDA 0,6a 1,0a 1,7b 1,7b 0,9a
Hemicelulose 35,2a 31,9a 30,3a 31,3a 32,6a
FDN 67,5a 63,0a 63,0a 63,7a 63,2a
FDA 32,3a 31,1a 32,7a 32,4a 30,5a
Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Proteína insolúvel em detergente ácido (PIDA), Fibra em Detergente Neutro (FDN), Fibra em Detergente Acido (FDA).
Os teores de FDN e FDA tenderam a reduzir no decorrer do período avaliado
(Tabela 8). Esta redução nos teores de FDN é importante para melhorar o valor
nutricional da forragem e o aumento do consumo de massa seca de forragem pelos
animais, uma vez que o teor de FDN é importante para definir a qualidade da
forragem, tanto como limitar a capacidade de consumo dos animais.
Foi observada uma variação crescente no teor de PB do capim Brachiaria
brizantha cv. Marandu ao longo dos ciclos de pastejo. Esta variação foi na ordem de
41
107% entre o primeiro e quinto ciclo de pastejo. E os teores de PB da forragem só
não foram equivalente preconizado por Van Soest (1994), no primeiro ciclo, mas
apartir do segundo ciclo em diante foram equivalentes ao valor relatado por Van
Soest (1994), de no mínimo 7%, para que a microbiota ruminal tenha condições de
utilizar os substratos energéticos da forragem.
4. Conclusões
A suplementação concentrada ao nível 0,50 e 1,0% do PC foi mais eficiente
para a recria de novilhas de corte cruzadas comparado ao sistema de produção
exclusivo a pasto e sal mineral, devido aos maiores ganhos de peso diário e por
área.
A escolha do melhor nível de suplementação concentrada depende da relação
entre custo de produção da arroba e seu preço de venda.
A massa de forragem e sua composição química foram semelhantes para os
diferentes níveis de suplementação.
42
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