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2008
Desenvolvimento de Programa de Inclusão Social em Escolas de Pedagogia Waldorf
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AGRADECIMENTOS
Em nome da Casa Amarela, Jardim de
Infância e Maternal de Pedagogia Waldorf, nós
deixamos aqui registrados nosso especial
agradecimento à Empresa Mahle que vem apoiando projetos da
Aliança pela Infância e seus parceiros.
Agradecemos também a Aliança pela Infância no Brasil
por incentivar pequenos e grandes projetos que tem como
objetivo proteger uma infância sadia.
Agradecemos ao grupo da Aliança pela Infância, em
Florianópolis, pelo contínuo apoio. Em particular a Fernanda
Faraco D’eça Neves , colaboradora da Aliança pela Infância em
Florianópolis, que ajudou a registrar e a observar o
desenvolvimento de cada uma das crianças e que vibrou, junto,
com cada passo conquistado.
Agradecemos a todos as Professoras da Casa Amarela,
que se empolgam com a sua missão de ensinar, que vibram com
o crescimento de pais e filhos porque a grandeza da escola se
faz com a soma da formação de cada um deles.
Agradecemos ao Thiago Schmidt do Projeto Mutação,
parceiro da Aliança pela Infância que está sempre aos
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“arredores” valorizando e apoiando nosso trabalho
junto às crianças.
Agradecemos a Regina Giachetta, que sempre,
sempre trouxe alegria e leveza para todos os
desafios enfrentados.
Agradecemos particularmente a Monica Eckschmidt, irmã e
parceira de sonhos e que está sempre incentivando a realização
deles.
E por fim, mas não menos importante, as crianças e famílias que
confiaram neste projeto e que foram nossas estrelas guias!
Com muito carinho e respeito,
Sandra Eckschmidt e Giampaolo Buso
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QUEM SOMOS:
A Casa Amarela, Maternal e Jardim de
Infância Waldorf, é uma escola de educação
infantil fundamentada na pedagogia Waldorf, para
crianças de 1 a 6 anos de idade, que nos seus 7 anos de
existência já recebeu próximo a 300 crianças. A escola
iniciou sua trajetória com apenas um Jardim de Infância,
matutino, e gradativamente se estruturou para o
atendimento de 3 Classes de Jardim de Infância e 1 Classe
de Maternal. Atualmente, a Casa Amarela, conta com
quatro professoras e dois auxiliares.
O PROJETO CRIANÇA NA ESCOLA
Desde o ano de 2000, a Casa Amarela recebe
crianças das mais diversas origens por conta do perfil da
comunidade da ilha, que há anos tem sido procurada por
pessoas de diferentes regiões do país e do mundo em
busca de uma qualidade de vida melhor. Porém, apesar da
emigração e imigração constante, que acaba gerando
riqueza para a economia da cidade, existe uma população
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local carente e sem condições de usufruir a
estrutura e benefícios criados para atender o
novo perfil de consumo da região. Trata-se,
principalmente, da população nativa, que na região do
Campeche e Rio Tavares, sul da ilha bairro onde se
localiza a escola, ainda convive tranquilamente com o
novo tipo de vizinhança, apesar da diferença econômica e
os problemas de estrutura educacional, que à parte os
bons índices do estado, têm bolsões de ineficiência no
atendimento.
As iniciativas já realizadas pela Casa Amarela
sempre focaram a sensibilização da comunidade local,
sem efetivamente um Projeto de médio-longo prazo
aplicado às crianças.
O objetivo geral e principal deste Projeto Piloto foi
gerar uma oportunidade diferenciada de educação para
crianças de 3 anos a 5 anos de idade em uma escola de
Pedagogia Waldorf.
Como objetivos específicos, temos: a integração
sócio-cultural das famílias, a garantia de um espaço
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saudável destinado ao brincar da criança de 1a
infância e a contribuição para o
desenvolvimento equilibrado da comunidade
local.
APRESENTAÇÃO
Quando um professor recebe uma família “nova”
na escola uma história se inicia, principalmente, se esta
criança se encontra na sua primeira infância, isto é, entre 0
e 7 anos. O adulto, atualmente tem dificuldade de
lembrar-se, na sua própria trajetória de vida, da sua
infância. Neste sentido, para entrarmos em contato com a
nossa infância precisamos de uma “quietude” que hoje,
quase não é mais possível, fazendo com que esta fase tão
especial do ser humano seja apenas considerada de
“preparação para a escola”.
Com a oportunidade de uma infância saudável,
criamos uma base para a vida, desenvolvemos confiança e
podemos crescer com coragem.
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A primeira infância é, portanto,
essencial para o desenvolvimento humano e
tem características próprias que precisam ser
respeitadas, conhecidas e direcionadas.
Uma característica fundamental é a necessidade do
instinto materno e paterno aflorar, naturalmente, trazendo
amor, cuidado, respeito ao ritmo e tempo da criança, sem
acelelar e forçar a construção de “pequenas crianças
adultas”. Na velocidade em que os processos humanos
vêm ocorrendo é muito difícil contrapor esta pressão pela
aceleração. Porém este estímulo ao amadurecimento
precoce da criança pode trazer consequências aos
processos posteriores de aprendizagem escolar.
Neste sentido, como ambiente de apoio a este
processo de respeito a infância, o Jardim de Infância deve
ser um local de acolhimento, que possibilite encontros e
troca de gestos que evidenciem o amor. Significa, assim,
que o professor de educação infantil deve ser conhecedor
do desenvolvimento infantil e da pedagogia a que se
propos seguir, conectando este conhecimento à sua
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biografia desde a sua infância. Assim, neste
ambiente com estes ingredientes, aumentam as
chances de respeitar, acolher e sensibilizar os
pais a esta fase de vida de seus filhos.
É por isto que, uma nova história sempre começa a
cada criança que chega à Casa Amarela.
- Me lembro de um bolo de milho que a minha mãe
fazia...
- Na minha época não tinha TV, DVD, mas como eu
me divertia...
- Não sei falar italiano apenas uma música que meu
pai cantava para eu dormir..
(memórias de pais da Casa Amarela)
...uma história que começa com as lembranças da
infância dos pais e será construída com cada criança, a
cada novo dia!
Dar a oportunidade das nossas crianças terem
direito a infância faz com que às qualidades da criança,
como por exemplo, alegria, curiosidade e perseverança
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acordem no adulto dando maior chance a
humanização da nossa cultura.
E neste sentido, com respeito pela
infância, que serão narradas as histórias de cada criança.
As aventuras de conhecer o mundo não podem ser
descritas através de gráficos e avaliações quantitativas.
Era uma vez, uma escola chamada Casa Amarela com um
grande jardim repleto de árvores, sendo algumas muito altas
onde apenas os meninos grandes conseguiam subir nelas. Uma
grande aventura! Já nas árvores menores que, eram um pouco
mais fáceis e que acolhiam as crianças menores, havia sempre
um presentinho os aguardando: goiabas, pitangas, caquis e
amoras. Este jardim vivia sempre cheio de crianças correndo,
pulando, fazendo bolinhos de areia e inventando brincadeiras
muito divertidas.
Estas crianças eram muito felizes porque podiam fazer o que
mais gostavam de fazer na vida: brincar! Brincar de correr,
brincar com água, brincar com os seus amigos. Brincar sempre!
Certo dia quatro crianças foram convidadas para virem brincar
nesta escola. Estas crianças com seus pais e familiares tinham
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uma missão muito especial: junto com as
professoras da Casa Amarela, deveriam contar para
as pessoas, que todas as crianças na sua primeira
infância, deveriam estar em escolas que protegessem sua vontade
de BRINCAR!
No começo foi muito difícil porque ninguém queria saber de uma
escola que a professora acredita que para a criança o mais
importante é brincar. Depois também foi difícil acreditar que era
um convite para as famílias que não tinham escola para os seus
filhos. Depois de muita conversa cinco crianças entraram no
Projeto Criança na Escola: João Vítor, João Pedro, Gabriel e
nossa princesa Serena. Cada uma destas lindas crianças e suas
famílias me ajudaram a transpor todos os desafios de nosso
caminho e sempre acreditar no ser humano!
Sandra Eckschmidt
• Os relatórios individuais, por conterem conteúdos íntimos de cada
família não ficarão disponíveis na interenet mas foram
compartilhados com as famílias, professores e patrocinadores para o
acompanhamento do desenvolvimento de cada criança.
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DEPOIMENTO DOS PAIS
Data: 10/11/08
Mãe do João Pedro e Gabriel
Não tenho palavras para expressar tamanha alegria
de ter meus filhos em um colégio tão especial, é realmente
um presente divino. O carinho e a atenção dos professores
fazem toda a diferença. Quero agradecer a todos que junto
com a escola contribuíram para este trabalho acontecer.
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Data: 8/10/08
Mãe do João Vítor.
Florianópolis 8 de outubro, noite de
primavera, céu nublado e gelado!
É com muito carinho e lágrimas nos olhos que
começo esse pequeno conto:
Foi no meio de um turbilhão de acontecimentos que
passei nessa rua, onde se ouvia crianças brincando em
uma ensolarada manhã de verão; crianças essas cheias de
graça e alegres. Desde então o sonho de um dia poder
entrar lá com meu querido João Vítor.
Anos se passaram, emoções foram vividas e
sentidas e o sonho de um dia estar ali chegou! Ao entrar
na escola meu coração bateu mais forte, ao ver aquela
graciosa salinha cheia de sonhos e cores que eu quase não
consegui conter as lágrimas.
E em uma linda ensolarada manhã de verão meu
amado pode ali entrar e ser amparado, acolhido por
aquela doce e amada professora Sandra. Ao vê-lo ali
sentado tendo a oportunidade de criar um novo mundo
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uma semente de esperança começou a
germinar no meu coração. Os dias foram
passando e meu pequeno pedacinho de argila
(meu filho) foi tomando nova forma e crescendo. Suas
brincadeiras, que eram explosivas, foram ficando a cada
dia um pouco mais tranqüila e suave. Seus desenhos, que
eram vazios de criatividade e cores, foram se tornando
coloridos por seus sonhos. Em seus lábios, lindas e doces
canções entoaram. Seu lindo rostinho foi tomado por uma
imensa alegria e assim vieram outros presentes: a alegria
de fazer pão e descobrir pedras preciosas no jardim.
O encantamento pela oportunidade de ser visto
como ser único que é!
Encantamento por ser ouvido!
Encantamento por poder ver o que ele próprio pode
criar!
Encantamento por poder sonhar como criança que
é!
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Mas dentre todos esses presentes o
maior deles é ver o brilho dos seus lindos
olhos, brilho esse que reflete a sua alma cheia
de sonhos e encantamento pela vida!
Um grande e carinhoso abraço de uma mãe que
agradece o prazer e a alegria de ver seu filho a cada dia
que se passa uma criança mais feliz!
Data: 30/10/08
Pai da Serena
A Serena deixou de participar da turma da Casa
Amarela antes do início de junho e iniciou em período
integral na escola do SESC em Joinville, então pude
perceber diferenças de comportamento entre os
ensinamentos de cada escola.
Percebi então coisas que me tocavam na Casa
Amarela; as músicas que ela aprendia e cantava para nós,
eu adorava e tenho certeza de que só ali encontraremos
isto; percebia também que sua concentração em conversar
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comigo e falar mais baixo; uma escola com
árvores para subir é maravilhoso para
crianças, vocês professoras são atenciosas e
cativantes tenho certeza de todos os pais e crianças
adoram vocês. O que mais me lembro é que na Casa
Amarela minha filha se adaptou muito fácil, logo nos
primeiros dias e adorando tudo e todos, gostei dos
trabalhos que recebi, as costuras que ela fez com fios de lã
em uma pastinha de seus trabalhos, as aquarelas que
pintou e as coisas que sempre me contou sobre
brincadeiras com os colegas e professoras.
Agradeço a oportunidade de participar com minha
família deste projeto e espero um dia retornar a ele se
possível ou a escola de uma outra forma.
Data: 30/10/08
Mãe da Serena
Desde que a Serena entrou na Casa Amarela ela
desenvolveu muito a sua personalidade, ficou mais
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independente, mais cooperativa em casa, mais
organizada e até mais calma. Ela sempre foi
muito tranquila, desde bebê, mas quando
começou a crescer, suas vontades prevaleciam e
começamos a nos desentender. Com a Casa Amarela ela
ficou mais centrada, mais calma, mais alegre e cantava o
tempo todo, o dia inteiro. Ela adora música, é muito ligada
em instrumentos e na Casa Amarela ela desenvolveu
muito seu lado artístico. Junto com as professoras e com os
coleguinhas aprendeu a fazer pão, a dividir, repartir, a ser
amiga e companheira de todos. Ela ficava toda "boba"
porque o seu pai era quem ajudava a fazer e a consertar os
brinquedos da sala e do parquinho.
Todos nós aprendemos a valorizar as pequenas coisas do
dia a dia e eu, especialmente, participei da oficina de
bonecas de pano. Foi um aprendizado muito além da
costura. Naqueles saudosos encontros trocamos
experiências de vida, confissões, histórias engraçadas e
tristes e víamos a cada aula uma boneca nascer, se
desenvolver através das nossas próprias mãos. Foi muito
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prazeroso e gratificante e a Serena tem esta
boneca, que ela deu o nome de Marisol, como
a sua "filha" preferida.
O tempo da Casa Amarela foi um tempo muito bom. A
escola é muito unida com a família das crianças e
realmente se preocupa com seu desenvolvimento social e
educacional.
Nossa família em especial, teve momentos muito tristes
este ano e a Sandra sempre se mostrou muito disposta a
nos ajudar no que fosse preciso. Só temos a agradecer a
Casa Amarela por ter ajudado a educar nossa filha com
carinho e atenção que ela merece.
Esperamos que no próximo ano, se for do agrado da
escola, a Serena possa voltar a frequentar este ambiente
tão prazeroso.
Obrigada por tudo!
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CONCLUSÃO
Ao chegar a Florianópolis, com a minha
família, deparei com uma cidade ainda
pequena. Talvez tivesse essa sensação porque cresci e
morei sempre em São Paulo e lá, tudo é sempre muito
grande: muitas pessoas, muitas escolas, mas muito mais
pessoas sem escola, muitas mais pessoas sem casa, sem
saúde, sem amor...
Viemos morar em Florianópolis para assumir uma
escola: a Casa Amarela de Pedagogia Waldorf, em um
bairro que há 7 anos atrás ainda era rural. Rapidamente
esta comunidade está crescendo e os serviços que antes
davam conta de suprir as necessidades dos seus
habitantes começaram a ficar mais precários,
principalmente e como sempre, a saúde, a educação e a
habitação.
No final de 2004 uma mãe da escola fez um
levantamento, informal, nas duas creches municipais do
bairro. O objetivo era conhecer o número de crianças que
ficavam na lista de espera para uma vaga na creche. O
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total de crianças era uma lista de no máximo
30 crianças. Apesar de acharmos o número
bem pequeno as diretoras das creches estavam
bastante preocupadas com futuro desta lista de crianças.
Foi assim que nasceu na Casa Amarela a vontade de
contribuir com a comunidade.
Em parceria com a Aliança pela Infância
começamos a organizar eventos sempre no mês de
outubro “abrindo as portas” da Casa Amarela para
comunidade. O objetivo principal era trazer as crianças do
bairro junto com seus pais. Enquanto as crianças
participavam de oficinas de argila, contação de história,
origami, os pais eram convidados a participar de palestras
com temas ligados a infância. Havia grande participação,
mas este era apenas o começo. A nosso foco sempre foi
poder assumir crianças da comunidade na nossa escola.
Neste ambiente e contexto, fomos nos estruturando
e organizando até que nasceu o projeto piloto: Criança na
Escola.
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Após um ano de trabalho, observamos
alguns aspectos que podem ser avaliados
através de três pontos principais (Fases do
Processo):
� 1ª Fase: Entrevistas
A Casa Amarela é um jardim de infância de
Pedagogia Waldorf, portanto uma pedagogia diferente da
pedagogia vigente nas creches e escolas municipais. Esta
particularidade demandou atenção ao processo de
divulgação das vagas das bolsas, para que os envolvidos
pudessem de alguma maneira ajudar no esclarecimento da
proposta. Portanto, os pontos estratégicos escolhidos
foram:
a) Clínica Médica do Ambulatório Social da Clinica
Vialis (clinica antroposófica);
b) Centro comunitário do Rio Tavares, através do
Professor de capoeira (Habibs) que conhece as escolas de
Pedagogia Waldorf.
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c) Professora Waldorf de música que
trabalha com a comunidade local.
Nas entrevistas com as famílias, sempre
eram abordados dois pontos fundamentais: a importância
da participação da família no projeto e a apresentação/
esclarecimento da pedagogia Waldorf.
Os pais preencheram dois questionários: um sócio-
econômico e outro sobre o desenvolvimento e
características da criança e da sua família.
As entrevistas foram realizadas em novembro de
2007 e, embora pareça um processo simples, na prática ele
foi bem demorado.
O primeiro encontro, de maneira geral, era bem
delicado, pois, a família se sentia insegura e com medo de
ser recriminada. Muitas vezes ouvimos dos próprios pais:
“Quando a esmola é grande o santo desconfia”!
Outra tarefa difícil foi à devolução do questionário
sócio-econômico e o documento de comprovação,
imprescindíveis como prova.
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Após “selarmos” um pacto de
confiança, havia a necessidade de
compreensão dos pais sobre a pedagogia, a
qual, no primeiro setênio, está toda embasada no brincar
da criança. Muitos pais julgavam que uma escola
particular estaria oferecendo aulas de computador e
inglês. No final deste longo processo quatro crianças
foram escolhidas.
� 2ª Fase: Criança na escola.
Esta fase caracterizou-se pela observação da criança
na escola em relação a sua participação, a sua inclusão no
grupo e ao seu desenvolvimento.
Esta fase foi descrita observando as características e
desenvolvimento individual de cada criança.
Observou-se que dificuldade de algumas crianças
tem uma forte relação com a estrutura da família. Para
muitas crianças além da escola existe a necessidade de um
trabalho complementar como, por exemplo, um
acompanhamento médico.
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De qualquer forma, todas as crianças
deram grandes passos, condizentes com sua
estrutura econômico-social, e seria muito
saudável que estas crianças pudessem realmente
continuar nesta escola.
� 3ª Fase: Participação dos pais
A participação dos pais é fundamental para que
realmente ocorram mudanças e transformações. No
desenvolvimento do trabalho, com todas as famílias foram
construídas relações de confiança, através de reuniões
individuais e visitas a cada casa de aluno.
Nas atividades de grupo, como, reuniões de pais,
palestras, mutirões de trabalho para a escola e festas
escolares, a participação foi muito difícil para algumas
famílias. Nos momentos coletivos, que são muito
importantes, alguns pais não se sentiam a vontade não
querendo participar.
Também avaliamos que para esta participação o
tempo de 1 ano é muito pouco.
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O Projeto Criança na Escola trouxe
muitas reflexões e considerações sobre a
grande dificuldade no nosso país em fazer
inclusão social. Os desafios encontrados foram muito
maiores do que imaginávamos mas mesmo assim acredito
que é necessário dar passos nesta direção e esperamos
inspirar mais escolas e educadores nesta tarefa de buscar
oportunidades mais justas para todas as nossas crianças.
“O importante não é a perfeição com a
qual conseguimos realizar o que deve
provir da vontade e sim, que o que tiver de
surgir nesta vida, por mais imperfeito que
venha parecer, seja feito uma vez, para que
haja um começo”
Rudolf Steiner
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Para o ano de 2009, a Casa Amarela está
se organizando para manter este grupo de
alunos na escola. É um esforço dos professores
para que estas crianças tenham a possibilidade de, pelo
menos, serem cuidadas até o final do 1º Setênio.
Finalizo este projeto com muita gratidão no
coração, principalmente, as minhas colegas e famílias da
Casa Amarela por acolherem este sonho de tornar o
mundo um pouco mais justo para nossas crianças!
Sandra Eckschmidt