MeuDiário De
Leitura
Jamile Rocha, estudante do curso de
licenciatura em letras, língua inglesa e
literaturas pela Universidade do Estado da
Bahia.
Esse trabalho foi solicitado pela
professora Igara Oliveira, da componente
curricular de Núcleo de Estudos
Interdisciplinares, com o objetivo de
ajudar-nos nas nossas produções textuais.
Sobre mim...
Designação: a arma secreta, porém incrivelmente poderosa, da mídia em conflitos internacionais.
Apesar de ter um título interessante, o texto de Kanavillil Rajagopalan,
grande pesquisador na área de linguística, não me despertou curiosidade
à primeira vista. No entanto, nas demais leituras, após pesquisar o
sentido no qual da palavra “designação” foi empregado, eu consegui
estabelecer uma conexão melhor entre texto lido e título.
O texto possui, em sua epígrafe, duas citações em língua inglesa e,
também, suas respectivas traduções em língua portuguesa na nota de
rodapé. Por ser estudante da língua as citações não me causaram choque
ou surpresa.
O texto é curto e dividido em capítulo. Os títulos de tais capítulos
trazem uma prévia sobre o que irá ser abordado em cada um deles. Isso,
de fato, facilitou ainda mais a minha leitura, já que mantem os
argumentos do autor organizados.
A minha primeira leitura foi uma leitura de mapeamento, no qual
busquei observar a estruturação do texto e uma panorama sobre o que o
texto abordaria. A segunda leitura, no entanto, foi de forma mais lenta com pausas para
pesquisar vocabulário, fatos históricos e siglas. Eu tive como dúvida
palavras como “famigerado” – título de um conto de Guimarães Rosa
que aborda os significados da palavra –, “OTAN”, entre outras...
A partir da terceira leitura pude compreender melhor o texto e o tema
abordado. Considero esse tema muito importante, pois a mídia é possui
grande influência na vida das pessoas e , por isso, é preciso que manuseie
de forma correta.
Durante toda a leitura, lembrei-me das aulas de Núcleo de Estudos
Interdisciplinares quando discutimos sobre o modo como as escolhas das
palavras podem mudar completamente a situação abordada nas matérias,
reportagens, etc.
Minha Resenha Crítica
Designação: a arma secreta, porém incrivelmente poderosa, da mídia em
conflitos internacionais
Possessor de um currículo extenso, Kanavillil Rajagopalan, atualmente
professor titular na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) no
campo de semântica e pragmática das línguas naturais, é um grande
estudioso da área de linguística. Seu texto, “Designação: a arma secreta,
porém incrivelmente poderosa, da mídia em conflitos internacionais”, foi
publicado no ano de 2003 na coletânea “Por uma linguística crítica:
linguagem, identidade e a questão ética”, e traz um olhar, sobretudo
linguístico, sobre as estratégias semânticas utilizadas pela mídia nos
conflitos internacionais para atrair e, muitas vezes, manipular a população.
O autor inicia seu texto com uma epígrafe na qual traz duas citações –
em língua inglesa – dos estudiosos John Simpson e Noam Chomsky, que
tratam, respectivamente, de um fato histórico e de uma crítica à mídia.
Essas citações, inicialmente confusas, fazem uma conexão entre em si e
entre o tema proposto no texto. Em seguida, em sua introdução,
Rajagopalan aponta, hesitantemente, as primeiras aparições da mídia em
fatos históricos e, também, indica veemente a tese na qual o mesmo se
apoiará: A alienação da sociedade causada pela mídia através do uso
inadequado e imprudente de palavras.
O texto, apesar de curto, possui três subseções, tornando a leitura mais
compreensível para o leitor, já que os argumentos vêm organizados de
forma linear. Na primeira subdivisão, “Nomes: Afinal o que há de tão
curioso nessa palavra?”, Rajagopalan aborda as teorias de referências,
contradizendo-se quando afirma que a busca pelo mistério dos nomes é
uma tarefa “ingrata” e logo em seguida a denomina “missão hercúlea”, ou
seja, grandiosa. O autor contextualiza alguns pontos de vista teóricos a
respeito da nomeação brevemente e declara que o nome esteja fixo ao
objeto.
Na segunda subseção, “O discurso jornalístico e a escolha dos termos
de designação”, o autor expõe fatos históricos e termos que foram mal
empregados pela mídia durante o ato de designação. Isso, de fato,
retoma a ideia de que a mídia necessita ser cautelosa ao fazer nomeações,
pois, por possui grande influência sobre a população e interfere no modo
como a mesma reagirá a determinadas situações. Sendo assim, uma
palavra aplicada incorretamente pode acarretar em consequências
desastrosas, como mostra Rajagopalan ao apontar o acontecimento
histórico em 11 de setembro de 2001 – considerado um susto pelo autor –
e a “resposta” dada ao ocorrido pelo presidente dos Estados Unidos,
Bush.
Na terceira – e última – subseção, “O poder da designação”, o
pesquisador faz uma crítica ao modo como a mídia gera rotulações
fundamentadas em julgamentos de valores e, também, aos leitores que,
por muitas vezes, consentem com tais rótulos sem perceber a verdadeira
base dessas definições. O autor conclui o texto justificando-se de forma
defensiva ao afirmar que não o objetivo de tal pesquisa é decidir quem
está certo ou errado, e sim perceber como ambos os lados podem ser
contestados.
Por fim, o texto trata de um tema atual importantíssimo que é a
manipulação midiática da através do uso – estratégico ou não – de
palavras errôneas, ambíguas e/ou inapropriadas. O autor busca fazer
conexões entre o uso de palavras descabidas e os conflitos históricos
ocorridos ao redor do mundo. Desse modo, fica notável ao leitor – que
poderá ser qualquer pessoa interessada no assunto – a relevância de tal
discussão para que o mesmo não se deixe influenciar pelas informações,
muitas vezes adulteradas, contidas na mídia.
K. Rajagopalan. 2003.Designação. A arma secreta, porém incrivelmente
poderosa, da mídia em conflitos internacionais. In: Rajagopalan, Kanavillil.
Por uma linguística crítica. Linguagem, identidade e a questão ética. São
Paulo: Parábola Editorial.
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780038Z9
Acessado em: 01/06/2016 às 18:46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
A missa do galo
A minha primeira leitura do conto “A missa do galo”, apesar de rápida,
trouxe algumas expectativas como, por exemplo, pelo título, eu esperava
que a história se passasse na igreja, durante a missa, no entanto, a história se
passa na casa de uma das personagens: Conceição. Outra expectativa no
decorrer do texto, foi a construção de um relacionamento amoroso entre os
personagens principais. Entretanto, minhas expectativas foram – felizmente
– frustradas.
Durante a primeira leitura eu não consegui assimilar o que estava
acontecendo com cada personagem e, tão pouco suas ações –
principalmente Conceição que, até então, permanecia tão pura na minha
mente quanto sua descrição feita por Nogueira. A busca pela “ação” no
texto fez com que eu me perdesse a todo o movimento que estava
acontecendo, fazendo-me compreender de forma errada o relacionamento
entre Conceição e Nogueira.
Após discutir um pouco sobre o texto com meus colegas, pude ver
claramente alguns acontecimentos que, durante minha primeira leitura,
foram perdidos como, por exemplo, as várias tentativas, por parte de
Conceição, de seduzir Nogueira e, também, o adultério cometido pelo
escrivão, Menezes.
A partir dessa discussão, atentei-me a estes detalhes do conto para realizar
as leituras seguintes.
Minha Resenha Crítica
Machado de Assis (1839 – 1908) foi um dos maiores escritores
brasileiros de todos os tempos e escreveu cerca de nove romances como
“Dom Casmurro”, “Quincas Borba”, “O alienista”, “Helena” e diversos
contos como “A igreja do diabo”, “A cartomante”, “A missa do galo” e
outros. Suas obras, escritas no final de século XIX, têm repercussão até
os dias de hoje.
No conto “Missa do galo”, publicado na coletânea “Paginas
Recolhidas” em 1883, Machado de Assis, traz a história de Nogueira,
um garoto de dezessete anos que se hospeda na casa de Menezes, um
escrivão que fora casado com uma de suas primas. A história, narrada
em primeira pessoa, é contada de forma memorialística a partir do ponto
de vista de vista do rapaz.
A história começa com Nogueira lembrando-se de uma conversa que
teve com Conceição, anos atrás, nas poucas horas que se antecederam a
missa do galo. O enredo começa a se desenvolver quando Conceição
aparece, durante a noite, enquanto Nogueira espera o horário da missa do
galo e inicia um diálogo com o mesmo.
A partir desse ponto, as características das personagens principais vão
sendo construídas ao longo do texto. Nogueira é um jovem ingênuo.
Conceição, apesar de ser descrita como uma santa pelo garoto, apresenta
ambiguidade, pois, ao mesmo tempo em que se mostra inocente, a mesma
se mostra sedutora. No decorrer do conto, durante a conversa entre as
personagens é possível perceber o comportamento sedutor da mulher,
pois, o rapaz entra em um estado de hipnose e fica encantado pela mesma.
O fim do diálogo entre as personagens ocorre quando chega a hora da
missa. Nogueira, no entanto, ainda se põe a pensar em Conceição
durante o evento. No dia seguinte, apesar da estranha conversa
ocorrida na noite anterior, ambos agem de forma natural, como se
aquele diálogo nunca tivesse acontecido.
O conto pode ser lido por qualquer pessoa que tenha interesse em
literatura, seja para estudo ou para deleite, pois, a curta narrativa
envolve o leitor do início ao fim, fazendo com que a leitura se torne
agradável e satisfatória.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ASSIS, Machado de. A missa do Galo. Disponível em:
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/
conteudo/MachadodeAssis/missadogalo.htm. Acessado em: 01-06-16 ás
23:53
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