GT08 - Formação de Professores – Trabalho 1149
DIÁLOGOS ENTRE ESCOLA, UNIVERSIDADE E LITERATURA DE
AUTOAJUDA – QUE PROFESSOR PRETENDEM FORMAR?
Rebeca Possobom Arnosti – UNESP
Samuel de Souza Neto – UNESP
Resumo
Este trabalho objetiva identificar relações, contribuições e desafios que a literatura de
autoajuda (LA) gera à formação e ao trabalho docente e; relacionar as contribuições da
LA aos projetos de identidade veiculados pela escola e pela universidade. Optou-se pela
pesquisa qualitativa interpretativa, na qual 272 professores responderam a um
questionário e 12 desses participaram de grupos focais. Foi realizada análise documental
de dois livros de autoajuda. No tratamento dos dados utilizou-se análise de prosa. Os
resultados mostram que a universidade busca formar o professor profissional, mas ainda
enfrenta entraves para concretizar tal proposta. A escola é influenciada por tais entraves
e por múltiplas instâncias, como o mercado, a mídia, organizações internacionais etc. A
LA foi reconhecida por buscar valorizar a docência, as práticas e a dimensão humana,
oferecendo diferentes contribuições aos professores. O diálogo entre LA, escola e
universidade demonstra que a primeira pode auxiliar em questões que ainda se
apresentam como desafiadoras na relação escola-universidade.
Palavras-chave: formação de professores, literatura de autoajuda, profissionalização.
1. Introdução
As pesquisas sobre Formação de Professores vêm se intensificando e se
modificando nas últimas décadas, sendo que a própria concepção de formação ganha
novas roupagens, na medida em que deixa de ser vista como momentos de
aprendizagem, passando a ser concebida de forma contínua e frequente (ANDRÉ,
2010), pois se entende que o professor carrega saberes oriundos desde à escolarização,
mas não se encerra na graduação, já que configura-se como um processo a longo prazo,
pois cursos, leituras, trocas com os pares, a própria experiência profissional e outras
situações podem contribuir para que o professor continue se aperfeiçoando ao longo de
sua carreira (TARDIF, 2010).
Essa concepção de formação relaciona-se ao conceito de desenvolvimento
profissional, pois esse é visto como a “construção do eu profissional, que evolui ao
longo das suas carreiras” e pode ser promovido por meio da integração de “diferentes
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tipos de oportunidades e experiências, planificadas sistematicamente para promover o
crescimento e desenvolvimento do docente” (MARCELO, 2009, p. 07).
Nesse sentido, ao levarmos em conta o conceito de desenvolvimento profissional
abarcamos a ideia de que a formação deve favorecê-lo e que essa deve percorrer toda a
trajetória docente, pois “o aprendizado dos professores leva tempo e nunca termina”
(COCKHAN-SMITH, 2013, p. 122). Nessa concepção, a escola, reconhecida como
principal local de trabalho docente, passa a ser vista também como lugar de formação. E
a formação, por sua vez, não se restringe aos espaços formais, mas pode ocorrer de
diferentes maneiras, em diferentes lugares e tempos da carreira docente.
Entre as diferentes alternativas aos professores, uma delas se destaca em função
de seu sucesso e aderência entre seus leitores: o grande consumo da literatura de
autoajuda (LA) é anunciado em diversas teses e dissertações (ASBAHR, 2005; LOPES,
2012; SILVA, 2012; PICANÇO, 2013; AUTOR, 2015) e nos instiga a tomar ciência de
que muitos desses livros assumem um filão diretamente voltado a educadores.
Autores como Içami Tiba, Augusto Cury e Gabriel Chalita ganham visibilidade
internacional pelos livros de autoajuda publicados na área da educação. As edições e
reimpressões de seus livros – inclusive os que são voltados à educação – chegam a
números elevados (SILVA, 2012) e nossos dados indicam uma relevante aderência por
parte dos professores à essa literatura: em estudo exploratório, 40 dentre 55 professores
(72,7%) indicaram que esse gênero textual oferecia contribuições à dimensão pessoal
e/ou profissional (AUTOR, 2012). Em estudo mais amplo, entre 272 professores
participantes, 227 (84%) afirmam ter lido ao menos um livro de autoajuda; 168 (62,2%)
indicaram se apropriar das contribuições de tal leitura em sua vida pessoal e 158
(58,5%) confirmaram haver contribuições dessa à docência (AUTOR, 2015).
Essas informações nos levam a reconhecer que a LA vem ocupando determinado
espaço no contexto docente, de modo que interessa-nos reconhecer que lugar é esse.
Seria ela apenas uma leitura de cunho pessoal ou ela poderia adquirir significado
frente à formação e ao trabalho dos professores? Qual proposta essa literatura oferece
aos professores e quais significados os professores lhe atribuem?
Leva-se em consideração essa dupla relação que se estabelece entre os livros de
autoajuda e os professores, de modo que buscamos entender de que forma esses podem
se relacionar à formação e ao trabalho dos professores. Embora se reconheça que tais
livros veiculem significados e intenções, entende-se que esses são produzidos em um
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contexto e, desse modo, busca-se também compreender qual professor a universidade e
a escola dos dias de hoje esperam formar.
Dessa forma, objetivamos identificar relações, contribuições e desafios que a LA
gera à formação e ao trabalho docente. E, além disso, relacionar as contribuições da LA
aos projetos de identidade oferecidos pela escola e pela universidade.
Para alcançar os objetivos propostos, optamos pela pesquisa qualitativa
(ANDRÉ, 1995), com enfoque interpretativo (PAPI, 2005), sendo que essa foi realizada
em um município do interior paulista, contando com 272 professores, que se distribuíam
entre 52 escolas públicas de Educação Infantil e/ou Ensino Fundamental I.
Para coletar os dados, os participantes responderam a um questionário
constituído por quatro blocos de questões: Perfil do participante; Contexto geral de
leitura docente; Leituras de autoajuda e suas contribuições e Desenvolvimento Pessoal e
Profissional. Na segunda etapa realizamos três mini grupos focais (GF), constituídos por
doze participantes (Quatro no GF1, seis no GF2 e cinco no GF3). Os GF ampliaram
nossa compreensão sobre a apropriação dos livros de autoajuda, gerando reflexões sobre
a docência que iam além das discussões relativas à LA. Foi realizada a leitura e análise
documental dos dois livros de autoajuda que mais participantes indicaram ter lido. No
tratamento dos dados utilizamos a análise de prosa (ANDRÉ, 1983).
Os participantes são identificados por siglas que representam a fase da carreira
em que se encontram (PI: fase inicial; PE: estabilidade; PD: diversidade; PS:
serenidade; PRD: renovação ou desencanto) (HUBERMAN,2007).
Para tanto, este artigo organiza-se da seguinte maneira: inicialmente abordamos
o tópico: Contexto atual da docência – projetos de identidade veiculados na
universidade e na escola; depois voltamo-nos para os significados inerentes à LA, nos
tópicos Literatura de Autoajuda: o que ela busca oferecer aos professores? e A
Literatura de Autoajuda segundo os professores. Por fim, realizamos um diálogo entre a
LA, a escola e a universidade, trazendo nele nossas últimas considerações.
2. Contexto atual da docência – projetos de identidade veiculados na
universidade e na escola.
Ao olhar para o projeto de identidade docente pretendido pelas universidades,
deparamo-nos com o movimento profissionalização do ensino, que desde a década de
1980 influencia o pensamento de estudiosos da área de formação de professores. Assim,
esse movimento abordava três principais objetivos (TARDIF, 2013):
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1) Melhorar o desempenho do sistema educativo, que foi acompanhado de
tentativas em aproximar a universidade da escola, além de elaborar novos modelos de
carreira pautados em “[...]recompensas, reconhecimento, promoção, diversificação,
entre outros, tudo a fim de valorizar o ensino, aumentar seu prestígio para assim recrutar
melhores elementos para a renovação da profissão” (TARDIF, 2013, p. 561).
2) Passar do ofício à profissão, o que exige que o ensino e os professores
assumam uma visão inovadora de pedagogia; uma ética profissional em relação aos
alunos e às suas aprendizagens; autonomia para fazer escolhas e ser avaliados por elas.
3) Construir uma base de conhecimento (knowledge base) para o ensino.
Todas essas mudanças na profissão, na carreira e na formação levam também a
mudanças almejadas na própria identidade profissional, pois se deseja que o professor
se torne profissional, assumindo responsabilidades que vão além de relações contratuais
e salariais, que marcavam a idade do ensino como ofício (TARDIF, 2013). Ao
professor profissional assentam-se novas atribuições, pois se deseja professores mais
“poderosos”, capazes de resolver os desafios presentes nas escolas (SARTI, 2008, p.
50). Para tanto, prioriza-se a universitarização da formação a fim de que eles possam se
apropriar de valores, práticas e saberes acadêmico-científicos, sendo “capazes de
revolucionar as práticas pedagógicas” (SARTI, 2008, p. 50).
Apesar dessas concepções representarem os interesses das universidades e, em
alguns locais, terem se estendido a políticas públicas, diferentes autores questionam se
tais mudanças têm de fato reconfigurado a formação de professores e se têm gerado
influências sobre a escola e seus professores. Questionamo-nos, nesse ponto, que tipo de
identidade docente as escolas têm veiculado, indagando em que medida a revolução
proposta pela profissionalização tem se realizado na reinvenção do cotidiano escolar e
dos próprios professores (SARTI, 2008).
Desse modo, tomamos por base os três principais objetivos da profissionalização
do ensino citados acima, mas ampliamos a discussão, a fim de verificar em que medida
esses se concretizam em no contexto escolar.
Com relação ao primeiro: melhorar o desempenho do sistema educativo,
considera-se que a valorização da profissão continua a ser negada diante das precárias
condições com as quais convive a docência: baixos salários e reconhecimento social,
falta de recursos materiais, professores com contratações instáveis, entre outras. Desse
modo: “[...] comparada à idade do trabalho, a idade da profissão parece colocar o
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trabalho do professor num regime de insegurança e instabilidade, ligando-se assim a
certas características da idade da vocação” (TARDIF, 2013, p. 564).
Ao ouvir os professores, essas questões se fizeram presentes em muitos
questionários e nos três grupos focais: ao mesmo tempo em que defendem a importância
de sua profissão para a sociedade e demonstram admirá-la, destacam a dificuldade em
continuar na carreira quando consideram as situações adversas acima destacadas:
“Porque assim se você vem pra sala de aula com a intenção de ganhar
dinheiro... não é aqui, porque nós não somos valorizados,
infelizmente, então se alguém escolhe a área da educação achando que
vai enriquecer, ou não fazer nada, então perdeu tempo, porque tem
muita coisa pra fazer” (PE22, GF03).
Com relação ao segundo objetivo, passar do ofício à profissão, a inovação
pedagógica e a autonomia sugeridas, essas também são rebatidas por visões justamente
contrárias a elas. Alguns participantes pontuaram que consideram importante realizar
novas experiências formativas, mas destacam que dificilmente são reconhecidas por
essas, além de ser um risco propor estratégias ou atividades diferenciadas:
A gente constrói uma identidade ao longo da carreira com os cursos,
as leituras, com as vivencias, enfim, mas infelizmente, eu diria que
depois de anos de experiência, o professor valorizado e esse não sou
eu, é aquele quietinho que não dá palpite, que não inventa coisa nova
e que não enche o saco de ninguém (PS39, GF2).
Outros participantes concordaram com essa fala: mexer com a ordem instaurada
pode gerar incômodos às pessoas envolvidas no ambiente escolar. Nesse sentido, Sarti
(2008) coloca que os professores frequentemente são vistos como incapazes de mudar:
“em oposição ao caráter pretensamente “revolucionário” dos discursos produzidos pela
universidade, costumamos apontar o posicionamento “reacionário” dos professores,
considerados refratários e resistentes às mudanças educacionais” (SARTI, 2008, p. 56).
Outro aspecto que fere a autonomia profissional foi destacado por PI03, pois
atua em um município no qual o ensino é apostilado, sendo as apostilas e cursos para os
professores da rede produzidos por uma empresa privada. Nessas condições, para além
do poder público, o mercado emerge controlando e regulamentando as práticas
pedagógicas em muitas redes de ensino e escolas (SOUZA; SARTI, 2009).
Desse modo, ao mesmo tempo em que se assiste a incentivos para que os
professores reflitam e sejam autônomos; diferentes políticas públicas ou, até mesmo, o
mercado, regulamentam e burocratizam suas tarefas, de modo que com frequência
impossibilitam perspectivas engajadas em transformações.
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Por fim, ressalta-se o terceiro objetivo, construir uma base sólida de
conhecimento para o ensino. Nóvoa (1999a) e Tardif (2013) mostram que uma grande
quantidade de pesquisas sobre fenômenos relacionados à educação, à formação e ao
trabalho docente foi produzida nas últimas décadas. Contudo, criticam o fato dessas
ainda não terem sido capazes de transformar as práticas realizadas pelos professores na
escola e na universidade, sendo que tais pesquisas circulam no plano do discurso, mas
não oferecem grandes impactos às atuações pedagógicas.
Assim, embora os saberes produzidos na universidade continuem a contar com
maior legitimidade (NÓVOA, 1999b), muitas participantes relatam que esses não são os
que mais ajudam em aspectos práticos, chamando a atenção para a importância dos
saberes profissionais (TARDIF, 2012).
No GF2, por exemplo, isso emergiu em um movimento de valorização da
formação dentro da escola, indicando que “o problema dos HTPCs da nossa rede é que é
só leitura e cadê a formação?” (PS45). Isso evidencia que formação não significa apenas
se apropriar dos saberes produzidos por outros profissionais, mas ir além, recebendo
orientações, fazendo circular as experiências dos próprios pares e refletindo sobre a
prática: “O que eu tive que foi muito importante na minha formação foram as trocas de
experiências entre colegas [...]. Foi muito importante a orientação do coordenador e do
diretor, que escreviam e ensinavam o que fazer”. (PE02, GF2).
Nesse sentido, deparamo-nos com certos descompassos: as universidades, em
sua lógica discursiva, formulam parâmetros ao ensino e assumem uma identidade
docente que deveria ser construída ao longo da formação, a qual tende a se aproximar da
concepção de professor profissional. Contudo, a racionalidade prática vivenciada na
escola traz à tona inúmeros paradoxos presentes nesse processo, indicando que práticas
e concepções diferentes e/ou contraditórias são veiculadas em um mesmo espaço.
Nesse processo, o vai e vem entre os discursos proferidos escancaram a
dificuldade em perceber que tipo de professor as escolas esperam receber ou formar.
Mas isso não nos surpreende, pois vai ao encontro da sociedade líquida (BAUMAN,
2007) em que vivemos hoje, a qual se caracteriza por uma fragilidade de relações e uma
intensidade de mudanças, que pode inclusive dificultar a construção identitária. Em
uma sociedade líquida há sempre espaço para novas ideias, novas concepções, novos
valores. Está tudo em aberto. Por isso valores contraditórios caminham lado a lado,
aparentando certa harmonia.
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Alguns grupos tratam de apoderarem-se desses espaços vagos, transmitindo ou
vendendo as ideias que julgam convenientes. É nesse ponto que o mercado entra em
cena, seja com seus cursos, apostilas, ferramentas ou, até mesmo, literaturas. Assim, a
LA também circula nesse universo, trazendo suas próprias concepções e intenções, de
modo que no próximo tópico buscamos perceber qual imagem de docência essas obras
transmitem.
3. Literatura de Autoajuda: o que ela busca oferecer aos professores?
A LA nasce em 1859, a partir do livro Ajuda-te, de Samuel Smiles. Esse livro
veio responder aos desafios do homem moderno, inerentes à sociedade capitalista-
industrial nascente. Para o autor, as mudanças sociais poderiam ocorrer em função de
mudanças individuais, sendo que sua obra transmitia a perseverança, valores morais e a
capacidade do homem se autoajudar (RÜDIGER, 1996).
Ao longo do tempo, a LA foi se modificando, mas também foi fazendo cada vez
mais sucesso, já que à medida que a sociedade moderna se desenvolve, maior a
complexidade dos processos, instâncias e interações que dela fazem parte, como
também maior o grau de liberdade do indivíduo, que foi se vendo cada vez mais como
dono de seu destino, já que: “A modernidade rompe o referencial protetor da pequena
comunidade e da tradição, substituindo-as por organizações muitos maiores e
impessoais”. Isso leva o indivíduo se sentir pequeno e só, perdendo de vista a segurança
inerente a sociedades tradicionais (GIDDENS, 2002, p. 38).
Desse modo, a LA apresenta-se como um espaço no qual as pessoas procuram
formas de gerenciar recursos subjetivos, na tentativa de superar grandes dilemas
trazidos pela modernidade. Em uma sociedade na qual se rompe com a tradição
(ARENDT, 2009) e vê sua estrutura se desfazer em redes bastante flexíveis
(BAUMAN, 2007), os livros de autoajuda emergem com algumas respostas, trazendo
referências, valores, normas conduta, ou seja, veiculando uma imagem de indivíduo.
Assim, apesar de muitas décadas terem se passado desde o lançamento do livro
Ajuda-te, esse gênero hoje é difundido em escala internacional, procurando oferecer um
sentimento de segurança a partir de projetos claros, uma linguagem prescritiva e
conselhos sobre como pensar e agir. Além disso, atualmente o gênero se desdobra nas
mais diversas áreas (empresarial, relacional, estética, emocional, saúde, educacional,
entre outras), abarcando um número expressivo de leitores.
No caso dos docentes, por exemplo, os livros de autoajuda a eles destinados são
muito acessíveis, encontrados em diferentes formatos e preços. Para Lopes (2012), esses
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livros funcionam como receitas que buscam explicar como educar as crianças dos dias
de hoje. Para Silva (2012), esses buscam proporcionar a formação dos professores por
meio de temas que podem ser subjetivos ou mais concretos e objetivos, como, por
exemplo, a organização do espaço da escola, metodologias de ensino, procurando
orientar o trabalho docente e auxiliar na formação de representações sobre a profissão.
Dessa forma, com relação à imagem do professor, a LA:
Procura dar conta de aspectos pessoais e profissionais apresentando
fórmulas que quando seguidas corretamente proporcionarão sucesso
ao leitor. [...]. Bem como oferecem uma representação acerca do
magistério que envolve o entendimento da docência como missão e
dos professores como pessoas vocacionadas a seguir carreira onde o
amor e o afeto são a fórmula fundamental para a resolução de
questões e conflitos postos pela profissão (SILVA, 2012, p. 109).
Considera-se que tais concepções carregam algumas das características que eram
vigentes na idade do ensino como vocação, que compreendeu os séculos XVI e XVIII
(TARDIF, 2013). Nessa, o autor mostra que a mulher se dedicava ao ensino em função
de uma vocação dada por Deus. Assim, a identidade já estaria relacionada a esse dom,
devendo a professora mais do que instruir, “moralizar as crianças e mantê-las na fé”.
Outra marca do gênero é o fato dele se basear em grandes referenciais
intelectuais e morais, como Jesus Cristo, Gandhi, Martin Luter King, entre outros, o que
pode lhes conferir legitimidade e, provavelmente, ampliar a confiança dos leitores.
Assim como observado nas obras de Samuel Smiles (RÜDIGER, 1996), nos
livros de autoajuda voltados à educação também se verifica a ideia de que a sociedade
pode se transformar a partir da mudança de cada indivíduo, sendo que eles oferecem
projetos bastante ousados: acreditam que seus livros apresentam a “solução para a
educação no mundo” (CURY, 2003), ou mesmo podem “quebrar paradigmas”.
Apesar de lidarem com esses projetos grandiosos, a LA também foi reconhecida
por destacar a dimensão humana, mostrando a importância do amor e das emoções para
se ensinar. Procuram ensinar como interagir com os alunos e/ou filhos, de forma a
motivá-lo(s) e educá-lo(s). Conversam com o leitor sobre os desafios que emergem nas
interações humanas em sala de aula, proporcionando orientações para se lidar com
essas, como por exemplo: “Pequenos gestos que geram intensa emoção podem
influenciar mais a formação da personalidade das crianças do que os gritos e pressões;
As brincadeiras discriminatórias [...] podem gerar experiências angustiantes capazes de
produzir graves conflitos” (CURY, 2003, p. 108 – 109).
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Desse modo, além de tratar da dimensão humana, que é central ao trabalho
docente (TARDIF, 2010), tais livros buscam se aproximar do leitor e de seu cotidiano,
conferindo ao texto um aspecto mais prático e mais próximo da oralidade.
Desse modo, a LA apresenta-se como um gênero de fácil compreensão, de leitura
prazerosa e fluente, que busca ir ao encontro do leitor. Discutimos agora o caminho
inverso: o que os professores encontram na LA. Quais significados lhes atribuem e em
que procuram utilizá-la?
4. A Literatura de Autoajuda segundo os professores
Como já destacado na introdução, 62,2% dos participantes citaram contribuições
da LA à sua vida pessoal, enquanto 58,5% destacaram contribuições à docência. O livro
Pais Brilhantes, Professores Fascinantes, de Augusto Cury, foi o mais citado, Quem
ama educa, de Içami Tiba, ficou em segundo lugar.
Assim, no plano pessoal, os participantes mostram que os livros auxiliam a
fortalecer o espírito, elevar a autoestima, motivar, dar força nos dias difíceis, entre
outros significados similares. Alguns destacam que quando se sentem bem, atuam
melhor em sala de aula, relacionando a dimensão pessoal e profissional.
Já no plano profissional, analisando os questionários, encontramos 89 respostas
que destacaram contribuições à dimensão humana; 95 que ressaltaram contribuições à
prática pedagógica; sete respostas mostraram que os livros possibilitaram ao professor
refletir sobre seu papel ou sobre relações estabelecidas entre docência e sociedade; seis
disseram ter adquirido conhecimentos teóricos; seis que indicaram conseguir, por meio
das leituras, promover maior controle de si mesmo e duas indicaram que as
contribuições à vida pessoal auxiliaram a atuar melhor profissionalmente.
Desse modo, atentamo-nos para dois tópicos que chamaram nossa atenção: a
quantidade de respostas que evidencia uma contribuição para a prática (95 respostas) e
a quantidade que mostra a contribuição à dimensão humana (89 respostas):
“Se disser um “não”, não posso ficar com dó e voltar atrás,
como Içami Tiba comenta em seu livro. Não é não, não é
negociável. Sobre a necessidade de se deixar sempre claro os
limites. Lembrar de elogiar também, desde que seja sincero
(Augusto Cury)” (PS11);
“Sim, o livro “Inteligência Emocional” (Daniel Golemann) me
fez perceber que se o aluno estiver amparado emocionalmente,
aprenderá mais rapidamente” (PRD24);
“Sim, crianças com comportamento agressivo, por exemplo, me
auxiliaram quanto ao que poderia ser “tentado” com a criança e
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também principalmente na hora de se estar expondo aos pais”.
(PRD07).
“Sim. Ajudou-me a entender a criança e quem comigo convive,
a refletir sobre minhas ações” (PS24).
“Sim, muito. Em vários momentos, como agir em diversas
situações do cotidiano, como mediar melhor o conhecimento”
(PRD25).
Como se nota, essas respostas tocam em aspectos da prática profissional,
resvalando no processo de ensino-aprendizagem, na interação professor-aluno.
Nos grupos focais, a LA também se aproximou desses aspectos da prática. No
GF1, uma das professoras defendeu que o livro Ágape auxilia a pensar as interações
humanas em sala de aula e isso favorece a relação entre professores e alunos. No GF 2,
as professoras mostraram que esses podem auxiliar a se voltar para o próprio “eu”,
reavaliando suas atitudes, duas participantes destacaram que os livros auxiliam a lidar
com os alunos, compreendê-los e motivá-los. Como ponto negativo, duas participantes
ressaltaram que a LA pode ser considerada uma leitura superficial (PS39, PS45), ao
contrário das leituras acadêmico-científicas.
Já o GF3 foi o que apresentou maior adesão à LA. Todas valorizaram essas
leituras, mostrando que elas são gostosas de ler e que as buscam como leituras em
momentos livres. Apesar disso, encontram nos livros significados que auxiliam a lidar
com os alunos, com os conflitos em sala de aula, com a educação dos filhos.
Ressaltaram leituras de caráter espiritual, pois essas dão referências de valores morais:
Eu acho que as pessoas estão carentes assim, os pais estão um pouco
perdidos hoje em dia na educação dos seus filhos, porque está faltando
esse lado [...]: uma espiritualidade. Então eu acho que eles necessitam
disso também da gente... (PS34, GF3).
Já a professora I14 mostra que um dos livros de autoajuda se aproximou muito
das situações que ela de fato vivia em sua realidade, de modo que a ajudou nas
interações com alunos de escolas de periferia:
Eu acho que esse livro aqui [pega o livro Pais brilhantes, professores
fascinantes] ele retrata certinho o que você sente na sua prática, nas
situações que você passa eu me identifiquei por isso. Porque eu
sempre trabalho em escola pública, então assim, a realidade é bem
diferente da escola particular. E na escola pública, dependendo do
local que você está, da comunidade que você vai atuar, o afeto é mais
importante e vem em primeiro lugar, porque a criança precisa de um
carinho, de uma atenção, ela precisa mais de afeto do que do conteúdo
em si, às vezes ela quer ser ouvida, primeiro ela quer ser ouvida, que
às vezes ela não tem isso em casa [...] (PI14, GF2).
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Conforme pudemos observar, PI14 mostra o quanto o livro trouxe elementos que
lhe auxiliaram a pensar sobre o contexto em que atuava. Desse modo, vários professores
procuram mostrar essa aproximação entre os livros e o cotidiano docente, evidenciando
principalmente aspectos que auxiliam a compreender os alunos, estabelecer limites,
motivá-los, oferecer outras estratégias de ensino etc. A PRD19 explica que é difícil
delimitar a contribuição desses livros, pois vai se lembrando desses durante situações
vivenciadas em sala de aula. PS34, ao falar de Augusto Cury, também indica que seus
livros são prazerosos e podem ser utilizados no contexto escolar:
Até eu separei uma frase aqui do Augusto Cury, porque ele é muito
indicado por todos, pros educadores, e também é uma leitura muito
prazerosa, e ajuda a gente na nossa própria autoestima também. [...]
Eu não sei vocês, mas nas reuniões a gente sempre coloca textos dele
e também a gente estimula os pais a lerem os livros pra poder ajudar
também a educação dos filhos (PS34).
Desse modo, a LA foi vista como uma leitura útil à docência, podendo contribuir
com compreensões sobre determinados fenômenos ou com melhorias no plano
procedimental, oferecendo novos modos de olhar para a prática. Nesse contexto, foram
tratadas por alguns professores como “leituras de uso, ou seja, como caixas de
ferramentas para as aulas, ou como textos para compreender e pensar” (CHARTIER,
2007, p. 203).
5. Diálogos entre escola, universidade e literatura de autoajuda
Considerando o que foi apresentado, é possível identificar contribuições da LA
aos professores, especialmente no que se refere a aspectos inerentes às suas práticas.
Contudo, se para muitos professores a LA vem contribuindo com seu trabalho e
formação, perguntamo-nos como o projeto de identidade docente por ela veiculado
pode dialogar com o projeto de identidade vigente na universidade.
Considerando esse diálogo, recordamos que desde o final do século XIX a
universidade tem pretendido formar o professor profissional. Assim, questionamos se,
de alguma forma, a LA dialoga com princípios da profissionalização do ensino.
Acreditamos que essa aproximação possa emergir quando tomamos por base a
valorização que a LA busca fazer de alguns aspectos. Citamos aqui três deles: a
valorização da docência; das práticas e da dimensão humana.
O primeiro desses é intrínseco ao projeto de profissionalização, pois quando se
defende a melhoria do desempenho do sistema educativo, a valorização dos docentes é
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considerada ao se propor seu fortalecimento, desejando-se que ampliem o domínio de
saberes acadêmicos-científicos, a habilidade de mobilizá-los na prática; que reflitam
sobre o ensino e ajudem a melhorá-lo; que seu desempenho seja reconhecido, que se
organize uma carreira docente e que essa se torne atrativa a estudantes mais qualificados
(HOLMES GROUP, 1987).
A LA, nesse contexto, também busca valorizar o ensino e os professores, mas
caminha por outra via, pois enquanto a profissionalização destaca medidas que
envolvem uma racionalidade prática, uma organização da carreira, melhores condições
de trabalho e a construção de uma epistemologia da prática profissional; os livros de
autoajuda chamam a atenção para a missão de educar, que segundo seus autores vai
além de qualquer obrigação profissional. Como vimos, princípios esses que permeiam a
idade do ensino como vocação.
O segundo ponto valorizado pela LA são as práticas. No âmbito da
profissionalização, as práticas ganham um novo olhar, pois não são apenas o lugar em
que se aplica a teoria e se executa determinadas técnicas, mas são permeadas de um
“saber-ensinar na ação” (TARDIF, 2010), ou seja, de saberes profissionais que são
mobilizados diante das demandas inerentes à sala de aula. Dessa forma, a prática se
apresenta como um lugar desafiador e gerador de saberes e que, portanto, precisa ser
investigada e analisada. Para Tardif (2010), a prática deve ganhar centralidade na
própria formação inicial, pois essa deve ser coerente aos saberes mobilizados na ação,
havendo uma aproximação entre escola e universidade (NÓVOA, 1999; ZEICHNER,
2009; COCKHAN-SMITH, 2013, etc).
No entanto, essa aproximação configura-se como um desafio à universidade, já
que a maioria dos cursos de formação de professores ainda assume uma lógica
disciplinar, onde a prática é relegada aos anos finais dos cursos (TARDIF, 2010).
Os textos escritos cientificamente, por sua vez, ainda não são valorizados por
muitos professores, uma vez que no ambiente universitário a credibilidade se relaciona a
uma lógica discursiva; enquanto no ambiente escolar impera a lógica da ação, pautada
pela racionalidade prática e por escolhas que são legitimadas no fazer. (CHARTIER,
2007). Além disso, a universidade demora a conseguir valorizar os saberes profissionais
e as experiências docentes (NÓVOA, 1999a).
Em contra partida, as falas dos participantes evidenciam a proximidade que os
livros de autoajuda têm de seu cotidiano, demonstrando pequenas ações do dia a dia
com as quais tal literatura conversa. Nesse ponto, talvez a LA esteja auxiliando em um
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papel que ainda se apresenta como um desafio à universidade, pois se aproxima dos
professores e os ajuda a pensar sobre as situações que vivencia em sua prática.
Situação semelhante tem ocorrido com a dimensão humana, que seja
reconhecida pelas pesquisas na área de educação, ainda é frequentemente negligenciada
pela escola, por políticas públicas e pela própria universidade (TARDIF, 2010;
AUTOR, 2015). Tardif (2010) evidencia que tal dimensão é central à profissão, pois é
nas interações humanas que o fazer docente se assenta: “As interações com os alunos
não representam, portanto, um aspecto secundário ou periférico do trabalho dos
professores: elas constituem o núcleo e, por essa razão, determinam, [...] a própria
natureza dos procedimentos e, portanto, da pedagogia” (TARDIF, 2010, p. 118).
Assim, ao pensar na relação entre dimensão humana e a prática docente, os
autores que defendem a constituição do professor profissional, acreditam que essa deva
assumir o centro da postura investigativa docente (COCKHAN-SMITH, 2013), pois os
professores profissionais não devem simplesmente aceitar as dificuldades de
aprendizagem oriundas dos alunos considerados fracassados, mas sim refletir sobre
essas e elaborar novas estratégias buscando alcançar todas as crianças (HOLMES
GROUP, 1986; ZEICHNER, 2013).
Como se nota, embora não possamos afirmar que LA possa preparar os
professores para lidar com a dimensão humana, é preciso reconhecer que ela abre um
espaço à discussão referente ao modo de lidar com o outro, além de trazer orientações e
dicas de como isso pode ser feito no dia a dia. Assim, as contribuições oriundas de tais
livros também aproximam-se da obrigação moral (CONTRERAS, 2002), pois reforçam
a ideia de que o professor deve comprometer-se com todos os seus alunos em seu
desenvolvimento enquanto pessoas.
Observando os princípios mobilizados pela LA, nota-se que esses veiculam
representações relacionadas à idade do ensino como vocação (TARDIF, 2013), porém,
por outro lado, destacam alguns aspectos que são valorizados na idade do ensino como
profissão, mas que ainda enfrentam desafios para serem incorporados nas práticas
formativas e na atuação profissional.
Assim, enquanto o cenário docente conta com discursos que se assentam em um
projeto de profissionalização da docência, na prática, aspectos inerentes aos estágios
anteriores dessa atuação (vocação e ofício) parecem circular simultaneamente
(TARDIF, 2013), marcando as normas que regulamentam o ensino e a formação de
professores, como também o fazer docente que se desempenha no cotidiano.
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Para finalizar, destaca-se que independente dos significados que circulam no
cenário atual da docência, é preciso reconhecer que a LA ocupa um lugar importante
para muitos professores. Importante por se configurar em um entre-dois (NÓVOA,
1992), pois abre espaço para os professores se reavaliarem e refletirem sobre suas
atitudes – indo ao encontro do primado da invisibilidade1 – ao mesmo tempo em que
apresenta certas referências para a atuação na prática, trazendo à tona modelos do “bom
professor”, indo assim ao encontro do primado da visibilidade2.
Assim, em um contexto líquido, no qual circulam sentidos plurais e
contraditórios, a LA se apresenta como uma referência para muitos professores e,
independente de ser julgada como boa ou ruim, deve ser considerada, na medida em que
leva o professor a refletir sobre algumas ideias que circulam pelos discursos de teorias
acadêmico-científicas, mas ainda não se concretizaram nas práticas.
Que as discussões aqui apresentadas nos sirvam como um alerta e nos convide a
refletir sobre as diferentes influências que têm entrado na vida dos professores, sobre as
maneiras como a universidade tem buscado se aproximar da escola; sobre modos de
fortalecer e legitimar o que é tão próprio dos professores: suas práticas e seus saberes.
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1 O primado da visibilidade é vigente no modelo de formação da modernidade pedagógica, pois esse era
centrado por dispositivos de produção de visibilidade das práticas escolares, ou seja, a imitação de “bons
moldes” era favorecida proporcionando a formação por modelos externos ao professor (BUENO;
SOUZA, 2012). 2 O primado da invisibilidade está presente no modelo da contemporaneidade pedagógica, de modo que
nesse o professor deve se voltar para si e para sua práticas, procurando se (re)modelar, é um modelo de
formação interno ao professor (BUENO; SOUZA, 2012).
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