VERSÃO DO PROFESSOR
Tatyana Mabel Nobre Barbosa
Claudianny Amorim Noronha
Estágio SupervisionadoD I S C I P L I N A
Módulo de orientação
Autoras
Estágio Supervisionado:o papel da escola como instituição co-formadora
10
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
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Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”
Governo Federal
Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva
Ministro da EducaçãoFernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
ReitorJosé Ivonildo do Rêgo
Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral
Secretaria de Educação a Distância- SEDIS
Coordenadora da Produção dos MateriaisMarta Maria Castanho Almeida Pernambuco
Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfi coIvana Lima
Revisores de Estrutura e LinguagemJanio Gustavo Barbosa
Eugenio Tavares Borges
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Revisora das Normas da ABNTVerônica Pinheiro da Silva
Revisoras de Língua PortuguesaJanaina Tomaz Capistrano
Sandra Cristinne Xavier da Câmara
Revisor TécnicoLeonardo Chagas da Silva
Revisora Tipográfi caNouraide Queiroz
IlustradoraCarolina Costa
Editoração de ImagensAdauto Harley
Carolina Costa
DiagramadoresBruno de Souza Melo
Ivana Lima
Johann Jean Evangelista de Melo
Mariana Araújo de Brito
Adaptação para Módulo MatemáticoJoacy Guilherme de A. F. Filho
Imagens UtilizadasBanco de Imagens Sedis
(Secretaria de Educação a Distância) - UFRN
Fotografi as - Adauto Harley
Stock.XCHG - www.sxc.hu
Barbosa, Tatyana Mabel Nobre.
Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. –
Natal, RN: SEDIS, 2008. 11v
224 p.
1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny
Amorim. II. Título.
ISBN: 978-85-7273-489-9
CDD 370.733
RN/UF/BCZM 2008/109 CDU 371.133
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado 1
Apresentação
Caro(a) Professor(a)
Inicialmente, agradecemos sua colaboração ao aceitar e acompanhar o nosso estagiário.
Saiba que esse é um momento ímpar na formação inicial do professor, pela possibilidade de
convivência mais efetiva naquele que será o seu espaço de atuação como profi ssional na área
escolhida por ele: a escola.
Como profi ssional da escola, que é campo de estágio para nosso aluno, você poderá
ocupar a função de Supervisor Escolar de Estágio ou de Professor Colaborador, cujos papéis
você conhecerá mais detalhadamente no decorrer do módulo.
Ao ler este módulo, você terá uma visão mais ampla da proposta e organização do
Estágio Supervisionado, nos cursos de Licenciatura da Secretaria de Educação à Distância –
SEDIS –, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e, nesse sentido, poderá perceber
a importância da escola como co-formadora.
É possível que você compreenda o estágio como sendo uma situação em que o estagiário
demonstre o que aprendeu a respeito dos conhecimentos que envolvem a área na qual está se
formando. Mas, o estágio é muito mais do que isso: trata-se de uma situação em que a escola,
juntamente com a Universidade, é situada como espaço institucional de formação docente,
em que se ampliam as instâncias de acompanhamento envolvidas (professor supervisor,
colaborador, tutor de estágio e professor orientador). Essa composição presume a formação
de um profi ssional capaz de refl etir, interpretar, questionar e melhorar a sua prática com vistas
a proporcionar um aprender signifi cativo.
Nessa perspectiva, este módulo foi estruturado a fi m de apoiá-lo a compreender melhor o
estágio, seus objetivos para os três semestres, sua organização, o papel de seus interlocutores,
as principais orientações dadas ao estagiário acerca da sua atuação, e, principalmente, a
importância da sua atuação como co-formador do licenciando.
Conteúdos Estágio Supervisionado: defi nição e objetivos.
O Estágio Supervisionado na SEDIS:
– Etapas do Estágio Supervisionado.
O papel da escola como instituição de formação docente.
Os documentos encaminhados à escola.
A avaliação do estágio:
– o olhar do Professor Colaborador na avaliação do estágio;
– a Ficha de Avaliação.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado2
Estágio Supervisionado:
defi nição e objetivos
Com a dinâmica de transformações que atualmente vivenciamos, seja na tecnologia, na
ciência, no social ou, particularmente, na atividade do professor, nunca nos sentimos
inteiramente formados. Nessa perspectiva, a formação inicial se confi gura como o
começo da busca de uma base para o exercício da atividade em diferentes áreas de atuação.
No que refere à formação do profi ssional docente, se faz necessária a constituição de
uma base sólida que permita atender as necessidades impostas no desenvolver da profi ssão,
o que pressupõe que essa base esteja fi rmada em concepções e práticas que levem à refl exão,
no sentido de promover os saberes teóricos e práticos, bem como uma análise integral e
sistemática da ação educativa de forma investigativa e colaborativa. Nesse sentido, o Estágio
Supervisionado desempenha um importante papel.
O Estágio Supervisionado é o momento em que o futuro profi ssional, nesse caso,
o futuro professor, vivencia momentos práticos em sua área de formação, sob a
supervisão de um profi ssional já formado, e essencialmente naquele que será o
seu futuro ambiente de atuação, ou seja, nas unidades escolares.
O estágio curricular obrigatório surge como elemento aglutinador na formação docente, que
considera a ação e a prática, num processo contínuo de refl exão e construção, através da vivência
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado 3
da realidade social, educacional e escolar. Nesse sentido, a sua atuação no acompanhamento do estagiário favorecerá sua iniciação em diferentes dimensões da vida docente: nos processos
de ensino e aprendizagem; na organização administrativa e pedagógica da escola; na integração
com as atividades de sociabilização com a comunidade extra-escolar.
Nesse sentido, o acompanhamento da escola ao licenciando, ao longo dos três
semestres de Estágio Supervisionado, deve:
Fazê-lo compreender o contexto da realidade social da escola campo de
estágio, de modo a permitir ao licenciando se posicionar criticamente e
participar de sua transformação.
Favorecer a tomada de decisões pautadas pela ética, superação de
preconceitos, aceitação da diversidade física, intelectual, sensorial, cultural,
social, racial, lingüística e sexual dos alunos, tendo como princípio básico
que todos são capazes de aprender.
Permitir o desenvolvimento das habilidades e exploração de concepções de
ensino-aprendizagem na sua área de conhecimento.
Possibilitar a organização e vivência dos processos de ensino-aprendizagem,
levando em conta o contexto social, os objetivos da escola, as condições da
instituição escolar e as motivações e experiências dos alunos.
Estimulá-lo a criar, realizar, avaliar e melhorar propostas de ensino e
aprendizagem, procurando integrar as áreas de conhecimento e estimular
ações coletivas na escola, de modo a propor uma nova concepção de
trabalho educativo.
Contribuir para a criação de uma postura investigativa do contexto educativo
na sua complexidade, de modo a propor soluções para os problemas que
se apresentem.
O alcance desses objetivos pressupõe a formação de um professor capaz de analisar,
discutir, confrontar práticas e teorias, e produzir novos conhecimentos referenciados ao
contexto histórico, escolar e educacional.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado4
O Estágio Supervisionado na SEDIS
O Estágio Supervisionado para as licenciaturas constitui um conjunto de Atividades
Especiais Coletivas, que envolve aspectos teóricos e práticos. Essas atividades são
requisitos indispensáveis para a graduação de professores da Educação Básica em
nível superior. Portanto, são oferecidas regular e coletivamente, em turmas registradas
e, ressaltamos, desenvolvidas prioritariamente em unidades escolares e na área de conhecimento para qual o aluno optou cursar sua licenciatura e/ou nas áreas de competência
pedagógica necessárias a um professor.
O fato de a unidade escolar ser o principal ambiente para o estágio do futuro educador
faz da colaboração dos profi ssionais que nela atuam um fator indispensável para o sucesso na
realização do Estágio Supervisionado. Entretanto, não basta que o estagiário seja bem recebido
na escola. Essa atividade prevê uma integração e vivência da realidade escolar, uma dinâmica
de trocas de informações, conhecimentos e saberes.
Para contribuir de modo mais dinâmico com esse processo, é importante que a escola
e os profi ssionais envolvidos, principalmente, o Supervisor Escolar de Estágio e o Professor
Colaborador, conheçam a dinâmica que envolve o Estágio Supervisionado em suas diferentes
etapas, bem como o papel que desempenham na mesma.
Etapas do Estágio Supervisionado
O estagiário deve cumprir três atividades de estágio, as quais você verá detalhadas
nos Quadro 1 e 2, são elas: Estágio Supervisionado I, Estágio Supervisionado II e Estágio
Supervisionado III.
Os saberes docentes, como nos dizem Pimenta e Lima (2004), não se restringem às
paredes da sala de aula, uma vez que as relações que aí se estabelecem são determinadas pelos
contextos mais amplos – a cultura escolar, pedagógica, administrativa, a comunidade na qual se
insere, os alunos e seu mundo, os professores e sua história, os sistemas de ensino, as demais
instituições sociais e de cultura, a sociedade em geral. Nesse sentido, as Atividades Especiais
Coletivas Estágio Supervisionado estão confi guradas de modo a possibilitar ao estagiário a
vivência e refl exão desses diferentes contextos.
Dessa forma, é importante que os profi ssionais da escola estejam informados a respeito
de qual Atividade de Estágio Supervisionado está sendo cumprida pelo estagiário recebido
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado 5
na escola, pois cada uma dessas corresponde a objetivos e atividades diferentes, portanto,
sugerem encaminhamentos diferentes na instituição escolar.
Analise mais detalhadamente a descrição das Atividades Especiais Coletivas Estágio
Supervisionado exposta nos Quadros 1 e 2.
Quadro 1 – Atividade Especial Coletiva Estágio Supervisionado I
Descrição Objetivos Produções
– Essa a t iv idade tem
carga horária de 100h e
prevê a imersão gradual
do estagiário no ambiente
escolar, com atuação
pontual extra-disciplinar
ou não. Planejamento para
atuação no ano seguinte,
com produção de materiais.
– Inserir-se numa realidade de
ensino específi ca (escola campo de
estágio) e desenvolver olhar refl exivo
sobre a mesma, caracterizando e
compreendendo sua estrutura e
dinâmica.
– Registro e refl exões sobre o que
foi observado e caracterizado no
campo de estágio.
– Observar e refletir sobre o
cotidiano de uma turma de um ano
escolar específi co, junto ao Professor
Colaborador do Estágio.
– Propor e vivenciar uma prática
pedagógica de pequena dimensão e
ter oportunidade de se auto-avaliar
nesse processo.
– Registro e observação de uma
turma cujo ano será objeto de
refl exão para a proposição de um
plano de trabalho na mesma a ser
desenvolvido nos Estágios II e III.
– Desenvolvimento de atividade
pontual, que corresponda ao
contexto da escola campo
de estágio e que atenda às
necessidades apontadas a partir
das observações anteriormente
realizadas, a exemplo de mini-
cursos ou palestras voltadas para
alunos, pais ou profissionais
da educação, colaborações em
projetos em curso na escola,
laboratórios, bibliotecas e outros.
– Avaliação e registro da atividade
planejada, de seu desempenho e
dos resultados obtidos a partir da
mesma.
– Planejar a atuação de dois
semestres de docência em uma
turma de um ano escolar específi co.
– Produzir materiais que dêem
subsídios a sua prática nos
semestres subseqüentes.
– Plano de Ensino que será posto
em prática nos dois semestres
seguintes, relativos às atividades
Estágio Supervisionado I e II;
– M a t e r i a i s d e e n s i n o
confeccionados de modo a
atender as necessidades das ações
descritas no Plano de Ensino.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado6
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Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado 7
Ao desenvolver a leitura do Quadro 1, é importante atentar para o fato de que o primeiro
semestre de estágio corresponde a um período de observação e imersão gradual (observação
participante) do estagiário na escola, voltado para que o aluno conheça a realidade que envolve
essa instituição sob diferentes aspectos.
Essa fase será fundamental para a caracterização da escola, necessária para que
o estagiário possa planejar não apenas a atuação pontual (Quadro 1) que irá desenvolver
nesse semestre, mas também a atuação integral como docente (Quadro 2), prevista para os
semestres subseqüentes.
Nesse sentido, quatro aspectos serão centrais nas observações do estagiário, a fi m de
possibilitá-lo compreender a relevância que têm as diferentes dimensões da escola para o
Estágio Supervisionado e para as atuações futuras como professor:
aspectos materiais, físicos e sócio-econômicos da escola;
corpo discente: expectativas e possibilidades de aprendizagem;
corpo docente: formação, planejamento, avaliação e concepções;
direção e equipe técnica: organização das ações e seu projeto político
pedagógico.
Suas observações e (auto) avaliações do estágio serão continuamente registradas no
diário de campo, a fi m de sistematizar os elementos essenciais ao seu planejamento, atuação
docente e formação. Em cada uma dessas dimensões, o estagiário é orientado a assumir uma
postura ética e compreender que a escola não é apenas um lugar de ensino-aprendizagem,
mas uma instituição que atuará signifi cativamente na sua formação como professor, seja ao
longo do Estágio Supervisionado, seja ao longo da sua vida docente.
Ao longo do primeiro semestre, o estagiário ainda não assumirá integralmente uma
turma, mas acompanhará o trabalho desenvolvido pelo Professor Colaborador. Ainda nesse
semestre, ele é orientado a realizar uma atividade pontual, que visa possibilitá-lo experimentar
a interação com o público específi co da escola, e utilizar essa experiência para ajustar suas
habilidades e competências nessa interação.
A realização dessa atividade pode estar relacionada a uma ação que já vem sendo
desenvolvida na escola e que pode receber a colaboração do estagiário mediante um trabalho
conjunto com os profi ssionais da instituição ou, ainda, pode ser uma atividade que vise atender
a uma necessidade da escola.
Somente a partir do segundo semestre de estágio, como pode ser constatado no Quadro 2,
a regência de uma turma em tempo integral poderá ser assumida pelo estagiário. Nessa etapa,
a presença do Professor Colaborador é fundamental, pois é ele quem orientará e colaborará
na supervisão desse profi ssional. Portanto, a sua ausência inviabilizaria o desenvolvimento
de estágio na sua sala de aula.
Além da regência integral, entre o segundo e terceiro semestres do estágio, deverá
ser proposta pelo estagiário uma investigação ou um tipo de intervenção diferenciada para
contribuir com algum aspecto da realidade escolar que lhe tenha chamado mais atenção.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado8
Os profi ssionais da escola e a sua relação com os demais envolvidos no estágio
Como já mencionamos, os profi ssionais da escola, especialmente o Professor Colaborador
e o Supervisor Escolar de Estágio, desempenham um importante papel na realização do
estágio, pois interagem, apóiam e avaliam mais diretamente o estagiário durante esse
processo. Entre esses profi ssionais, destacamos aqueles que nomeamos como Professor
Colaborador e Supervisor Escolar de Estágio, cujos papéis descrevemos a seguir:
Sujeitos que atuam na escola,
acompanhando o estágio supervisionado:
Supervisor Escolar de Estágio – é
o responsável pela organização e
acompanhamento do estágio na
escola. É quem recebe o estudante
para estágio, oferecendo-lhe
condições para o exercício de
atividades práticas relacionadas à
sua área de formação acadêmica
e profissional, firmando com o
mesmo o Termo de Compromisso do
Estagiário. É responsável por incluir
nas atividades regulares do ano letivo ações e eventos desenvolvidos pelos
estagiários. Viabiliza o primeiro contato entre Professor Colaborador e estagiário
e observa o bom andamento da colaboração entre os dois ao longo do estágio.
Além disso, será responsável em comunicar ao Tutor de Estágio ou ao Professor
Orientador de Estágio da UFRN-SEDIS qualquer ocorrência que possa prejudicar
o desenvolvimento das atividades.
Professor Colaborador de Estágio – como professor da disciplina da área de
atuação do estagiário na escola, é quem colabora com o estagiário em sala de
aula durante o desenvolvimento das suas atividades de docência, orientando
e acompanhando a execução das mesmas; avalia o estagiário nos aspectos
relacionados ao desempenho e à freqüência das atividades realizadas na escola
campo de estágio; contribui para analisar a continuidade das atividades do
estagiário, informando ao Supervisor Escolar de Estágio e ao Tutor de Estágio o
andamento das atividades.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado 9
Os profi ssionais da escola não serão os únicos a interagirem com o estagiário. Outros
sujeitos, numa dinâmica que tem como meta uma ação colaborativa e cooperativa, estarão
envolvidos nesse processo.
Sujeitos que atuam na Universidade,
acompanhando o Estágio Supervisionado
O Professor Orientador é um professor da UFRN que dá suporte aos alunos e ao
Tutor de Estágio através do ambiente virtual de aprendizagem. É esse profi ssional
que implementa e coordena as ações pedagógicas a serem desenvolvidas com
os estagiários, através do Tutor de Estágio, e avalia o que foi produzido pelos
alunos no desenvolver do estágio. Além disso, orienta, a cada semestre, o
encaminhamento de estagiários às escolas campo de estágio e oferece sugestões
de atividades e materiais que podem ser utilizados pelos estagiários nas mesmas.
O Coordenador de Estágio da SEDIS é o responsável em encaminhar os dados
pessoais dos estagiários para a Pró-Reitoria de Administração, solicitando a
sua inclusão na Apólice de Seguro Contra Acidentes Pessoais; faz cumprir a
legislação e normas aplicáveis aos Estágios Supervisionados e os convênios
estabelecidos com as escolas campo de estágio, quando houver; organiza
seminários e/ou apóia eventos para discutir questões que visem à melhoria na
qualidade de desenvolvimento do estágio e da formação de professores; avalia e,
quando necessário, reformula as atividades de Estágio Supervisionado de seus
cursos; contribui para integrar ações dos estágios com projetos mais amplos
entre UFRN e escolas campo de estágio.
Sujeitos que atuam nos pólos,
acompanhando o Estágio Supervisionado
O Tutor de Estágio é o profi ssional da área pedagógica que organiza as atividades
e orienta o Grupo de Apoio; recebe e avalia periodicamente as produções dos
alunos; promove a interação entre estagiários e o professor orientador; formaliza
o encaminhamento dos estagiários às escolas campo de estágio; comunica-se
regularmente com estas, buscando informações sobre o desempenho de cada
estagiário; avalia local e globalmente o desenvolvimento do estágio, fazendo,
para isso, visitas de observação do estágio nas escolas e contribuindo com o
Coordenador de Pólo para identifi car pontes de interação entre escolas e UFRN-
SEDIS.
Ao receber o estagiário na Escola, o Supervisor Escolar de Estágio receberá uma
Ficha de Dados contendo informações que possibilitarão entrar em contato com
o Tutor de Estágio ou Coordenador de Pólo, caso necessário.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado10
O Grupo de Apoio, por sua vez, é um grupo constituído por outros estagiários da
mesma área de formação, com encontros presenciais, coordenados pelo Tutor
de Estágio e que tem como objetivo garantir a troca de experiências entre os
estagiários, a refl exão coletiva e o compromisso com essa refl exão, a discussão de
dúvidas e proposição de soluções para problemas enfrentados pelos estagiários
no desenvolver de suas atividades e a implementação de ações colaborativas entre
os alunos, de modo que possam apoiar e receber apoio para o desenvolvimento
de ações do estágio a partir da interação com “o outro”.
O Coordenador de pólo é o responsável em formalizar o encaminhamento dos
estagiários às escolas campo de estágio, por solicitação do Tutor de Estágio;
promove a interação das Secretarias de Educação e escolas com a UFRN-SEDIS;
encaminha e mantém atualizada, a partir de dados organizados com os tutores
junto à Coordenação de Estágio da SEDIS, a relação de alunos estagiários com
as respectivas escolas campo de estágio.
O material didático acerca do Estágio Supervisionado – o Guia do Estágio Supervisionado
– é distribuído aos estagiários como base para sua atuação docente e abrange orientações
sobre os seguintes aspectos:
discussão sobre o papel do Estágio Supervisionado na formação docente;
planejamento de ações a serem desenvolvidas no estágio;
registro e refl exões de experiências;
processo e instrumentos de avaliação do estagiário;
Trata-se de aspectos que visam não apenas um bom desempenho do estagiário no decorrer
do processo, no que concerne às regras de convivência e às atividades desempenhadas, mas
também o orientam a como trabalhar colaborativamente com o Professor Colaborador de modo
a haver uma troca constante de conhecimentos, saberes e informações.
Os documentos
recebidos pela escola
Como forma de oficializar a presença do estagiário no campo de estágio, alguns
documentos inter-instituicionais serão encaminhados para a escola, a fi m de viabilizar
todo o trabalho de acompanhamento e formação docente realizados por essas duas
instituições – escola e Universidade.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado 11
O Ofício de Encaminhamento, solicitando o
desenvolvimento do estágio.
O Termo de Compromisso do Estagiário,
um instrumento legal que deverá ser fi rmado
entre a escola campo de estágio e o estagiário,
com intervenção obrigatória da UFRN, por
meio da Coordenação dos Estágios da SEDIS.
Deve ser preenchido em duas vias, sendo que
uma pertence à escola e a outra será entregue
ao Tutor de Estágio.
A Ficha de Dados na qual serão preenchidas informações sobre o Pólo em que
o aluno está vinculado, o Tutor de Estágio, o Estagiário, o Professor Colaborador
e o Supervisor Escolar de Estágio, a fi m de facilitar a comunicação entre estes.
Essa fi cha também deve ser preenchida em duas vias, sendo que uma pertence
à escola e a outra será entregue ao Tutor de Estágio.
Em caso do estagiário ser encaminhado para as Atividades Especiais Coletivas Estágio
Supervisionado II e Estágio Supervisionado III, além dos documentos anteriormente
mencionados, ele também apresentará a Ficha de Freqüência a qual ele deve assinar a cada
dia em que estiver presente na escola.
A avaliação do estágio
Numa perspectiva libertadora, transformadora, constituidora de consciências, a avaliação
passa a ser entendida, vivenciada como processo de redimensionamento permanente da
prática pedagógica dos sujeitos, bem como da construção signifi cativa da aprendizagem
dos envolvidos (BUSATO, 2005).
Sendo assim, o processo de avaliação do estágio é pensado de modo que os sujeitos
envolvidos possam construí-lo e vivenciá-lo a fi m de colaborar para a ressignifi cação de
suas práticas pedagógicas e, ao mesmo tempo, para a construção crítica e signifi cativa na
produção do conhecimento.
Com base nos estudos de Saul (2001 apud BUSATO, 2005), propomos as seguintes
características centrais para o processo de avaliação no Estágio Supervisionado: o processo de descrição em que a realidade é verbalizada e problematizada de acordo com um determinado
grupo que consegue apreendê-la; a análise e crítica de uma dada realidade se caracterizam
por um recuo crítico do grupo que vivencia a instituição e que passa a assumir a crítica da sua
própria ação, através de procedimentos de refl exão sobre a sua prática; e a transformação da
realidade a partir do delineamento de alterações necessárias no curso da ação.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado12
Nessa perspectiva, o processo de avaliação no Estágio Supervisionado visa, entre outros,
possibilitar ao estagiário, enquanto futuro profi ssional da educação, desenvolver instrumentos
de refl exões contínuas sobre sua prática. Com isso, ele reunirá elementos para a sua formação
permanente e renovação de seu fazer pedagógico. Nesse sentido, as observações do Professor
Colaborador, enquanto profi ssional experiente é fundamental.
O olhar do Professor Colaborador
na avaliação do estágio
Observar faz parte de nossa vida, observamos o que fazemos, o que comemos, o que
sentimos, o que dizemos em uma determinada situação. Entretanto, a observação da prática docente assume uma perspectiva intencional, transformadora que deve
considerar o fato de que somos seres históricos, em permanente construção, somos seres
do mundo, no mundo, para o mundo (BUSATO, 2005).
No Estágio Supervisionado, o que o estagiário desenvolve em sua prática pedagógica é
observado, principalmente, pelo Professor Colaborador. A documentação da observação é um
instrumento a mais de avaliação em prol da refl exão e busca melhorar o processo de formação
em desenvolvimento.
Nesse sentido, o Professor Colaborador desempenha um importante papel na perspectiva
formativa, oferecendo orientações importantes para a melhoria na qualidade de atuação do
estagiário. Entretanto, o papel desse professor na avaliação pode ser ampliada para uma
perspectiva somativa, onde esse pode verifi car a possibilidade de realização ou não de uma
atividade ora planejada, conforme a realidade em que o estagiário está envolvido.
Aqui trataremos do instrumento de avaliação a ser usado pelo Professor Colaborador
para documentar a sua observação: a Ficha de Avaliação.
O registro nessa fi cha não vale apenas para avaliar a impressão a respeito da prática
pedagógica do estagiário. Mas, também, contribui para que o Professor Colaborador possa,
num processo de ação-reflexão-ação, ressignificar a sua própria avaliação na área de
conhecimento e espaço em que atua.
Perguntar-se sobre o que será observado é normal e até importante, pois os itens da
Ficha de Avaliação podem contribuir, sobretudo, para o planejamento e direcionamento das
atividades pedagógicas.
A seguir, apresentaremos os itens contemplados na Ficha de Avaliação, bem como
algumas orientações que podem ser consideradas no desenvolvimento das ações do estágio.
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A Ficha de Avaliação
A Ficha de Avaliação é um instrumento a ser utilizado pelo Professor Colaborador,
cuja observação contemplará questões divididas em três etapas: planejamento,
execução do que foi planejado e convivência no ambiente escolar. Além disso, esse
profi ssional atribuirá um conceito e poderá dar sugestões para o desenvolvimento do Estágio
Supervisionado.
Há dois modelos de fi chas: o primeiro de cada um dos modelos é mais objetivo, onde o
Professor Colaborador, na maioria dos itens avaliados, pode optar em assinalar sim (quando
o desempenho avaliado contempla o item descrito), não (quando o item não foi contemplado
entre as ações vivenciadas ou desenvolvidas), em parte (quando o critério mencionado for
parcialmente atingido) ou não contempla (quando o critério mencionado não refl etir o contexto
de ações desenvolvidas pelo estagiário naquele período); o segundo modelo é mais subjetivo,
com espaço para o professor expressar mais livremente o seu entendimento. O modelo a ser
preenchido deve ser enviado ao Professor Colaborador pelo Tutor de Estágio.
O registro dá início a partir de itens referentes ao planejamento, que permitem avaliar
como o estagiário está se saindo no que refere a atividade de planejar a sua prática. A seguir
você terá algumas orientações sobre o que pode ser avaliado nessa etapa da Ficha de Avaliação.
Quanto ao planejamento
Item de avaliação Orientações
Planeja todas as atividades.
Observar se o estagiário planeja suas atividades ou a faz de modo
improvisado. O planejamento das atividades é importante, pois
orienta o desenvolvimento das ações e, principalmente, possibilita
que estas sejam avaliadas. Através desse instrumento, o estagiário
pode verifi car o que foi efi caz ou não e, assim, saber onde melhorar.
O planejamento é coerente com o nível
de aprendizagem e desenvolvimento
dos alunos.
Neste item, deve-se avaliar se o conteúdo, o objetivo e os métodos
utilizados pelo estagiário são condizentes com o nível de aprendizagem
e com os conhecimentos prévios dos alunos. Este item é importante
porque, ao utilizar métodos considerados muito difíceis ou, ao
contrário, muito fáceis pelo aluno, ele perderá o interesse.
Demonstra autonomia ao planejar as
atividades.
A autonomia de que tratamos aqui, não se refere à liberdade do
estagiário poder planejar sua aula sem a necessidade de considerar
a orientação dada pelo Professor Colaborador. Mas, de saber buscar
novos conhecimentos e inovações que possam ser acrescentados
em seu plano de ensino.
Há coerência entre as partes do
planejamento (conteúdo, objetivo,
metodologia, avaliação e tempo).
Planejar apenas não basta. É preciso saber construir cada parte
do planejamento sem perder sua relação: o(s) método(s) a ser
trabalhados em aula deve corresponder ao conteúdo e objetivos a
serem alcançados; o tempo pensado para aula deve ser condizente
para desenvolver as ações planejadas.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado14
A segunda etapa de Ficha de Avaliação diz respeito ao desenvolvimento do que foi planejado pelo estagiário. Objetiva saber se ele desenvolve ações durante o período de regência
de classe. Veja algumas orientações a respeito dos critérios a serem avaliados.
Quanto à execução do planejamento
Item de avaliação Orientações
Demonstra clareza dos objetivos que está
propondo alcançar em cada aula.
Não basta ter objetivos traçados no planejamento. É
necessário que o estagiário saiba do que trata e se organize
para que possa alcançá-los no decorrer da aula.
Estabelece uma integração entre os conteúdos
das diferentes áreas de ensino.
Verifi car se o estagiário utiliza a inter ou transdisciplinaridade
e, na medida do possível, busca fazer relações do que está
sendo ensinado com o que está sendo visto em outras
disciplinas ou mesmo com saberes não escolares, mas que
fazem parte do dia-a-dia dos alunos fora da escola.
Utiliza diferentes situações de aprendizagem que
atenda as necessidades dos alunos.
Verifi car se o estagiário é cauteloso na escolha dos métodos
a adotar e se este corresponde ao nível dos alunos. Variar os
métodos de aula de modo a motivar os alunos é importante.
Lembre que a dinamização do método depende também da
mediação e que esse deve estar em consonância com os
objetivos e conteúdos da aula.
As atividades propostas são bem elaboradas.
Verifi car se o estagiário preza pela textualidade dos materiais
que utiliza em sala de aula, pois o aluno é leitor dos seus
textos (provas, anotações na lousa etc.).
Explica o conteúdo com segurança, obedece a
uma seqüência lógica de apresentação, satisfaz
curiosidades e esclarece dúvidas.
Verificar se o estagiário possui um bom domínio dos
conteúdos referentes a sua área de atuação. Conhecer o
conteúdo ajuda no planejamento da aula, principalmente,
na escolha de momento certo e de como apresentá-lo de
modo não compartimentalizado.
Permite ao aluno participar das aulas, expondo
suas idéias e opiniões sobre o que está sendo
estudado.
Mesmo uma aula expositiva deve ter um momento de
diálogo, de troca com os alunos. Isso é bom para todos:
os alunos se sentem mais envolvidos e interessados pelo
assunto, e o professor torna sua aula mais rica, com mais
informações. Entretanto, é importante observar que se deve
cuidar para que a discussão não tome novo rumo, fugindo
do assunto do qual se está tratando, aliás, o tempo de aula
deve ser utilizado adequadamente.
Estimula os alunos a criarem hipóteses, buscarem
soluções, pesquisarem e interpretarem de modo
a contribuir com o raciocínio lógico.
O estímulo de que trata esse item não deve ser realizada
apenas durante o momento de exposição do conteúdo,
mas também com atividades que proporcionem aos
alunos relacionarem os conhecimentos que já possuem
do conteúdo ou não para tirarem suas conclusões,
interpretarem, criarem hipóteses, fugindo, assim, de
situações rotineiras e mecânicas.
Acompanha o desenvolvimento das atividades
realizadas em classe e as corrige.
Em caso de passar atividades que devem ser feitas no
horário da aula, é necessário que o estagiário esteja atento
às dúvidas. Esse é um momento de avaliar não apenas
seus alunos, seus conhecimentos e dificuldades, mas
também sua aula, pois o erro ou a dúvida podem mostrar
um problema de interpretação, uma falha na explicação que
pode ser retifi cada durante a correção.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado 15
A escola é composta por diferentes sujeitos: diretor, coordenadores, professores,
profi ssionais de serviços gerais, alunos, pais etc., cada um com suas peculiaridades, saberes,
costumes, semelhanças e diferenças. É importante que o estagiário, como futuro professor,
saiba conviver com toda a equipe, de modo a manter uma relação de cooperação entre as
diferentes instâncias da sala de aula e da escola. Nesse sentido, a terceira etapa da Ficha de
Avaliação contempla a relação do estagiário com outros personagens da escola.
Quanto à convivência no ambiente escolar
Item de avaliação Orientações
Mantém um bom relacionamento com os alunos.
A postura do professor em relação ao aluno é uma
questão de suma importância, pois a forma de agir
do professor é essencial para as boas relações
entre ambos, bem como para que o saber seja
proveitosamente trabalhado. Alguns estudos nos
mostram que a intervenção do professor, por meio da
sua interação com a classe, ajuda o aluno a transformar
seu conhecimento em um saber organizado e preciso
e que uma relação professor-aluno que seja marcada
pela tensão ou pelo medo ou que se desenvolva
verticalmente infl uencia no fracasso escolar.
Procura o(a) Professor(a) Colaborador(a) para
tomar decisões sobre a proposta de trabalho que
está desenvolvendo.
O fato do estágio acontecer em uma determinada sala
de aula não faz do estagiário o único responsável por
ela. O professor, como funcionário da escola, continua
sendo o responsável institucional pela turma. Dessa
forma, é importante que as ações de estágio sejam
previamente combinadas entre ambos.
Mantém um bom relacionamento com demais
profi ssionais da escola.
Como já mencionamos anteriormente, além do
professor e do aluno, outros funcionários e pessoas da
comunidade também fazem parte do ambiente escolar,
é importante que o estagiário busque conhecê-las,
saber qual o papel destas na escola e como você pode
contribuir com as mesmas.
Demonstra satisfação e interesse em participar das
atividades da escola.
Durante o seu período de observação e também de
regência, o estagiário vai conhecer diferentes atividades
que acontecem na escola, além das aulas. Participar
dessas atividades irá ajudá-lo a compreender melhor a
dinâmica do contexto escolar.
É pontual.Ser pontual e não faltar demonstra o caráter profi ssional
e responsável. Portanto, é importante verifi car esses
fatores, em casos que a falta ou o atraso sejam
inevitáveis é necessário que o estagiário procure o
Professor Colaborador e/ou Tutor de Estágio e justifi que.É assíduo.
Haverá casos em que alguns pontos observados não tenham sido contemplados entre
os itens apresentados nas três etapas da Ficha de Avaliação, ou mesmo competências e
habilidades que possam merecer destaque maior na avaliação feita pelo Professor Colaborador,
para esses casos, haverá um espaço da fi cha destinado a informações adicionais no qual o
professor poderá acrescentar dados extras.
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado16
Conceituação da observação
A – quando as atividades desenvolvidas no estágio forem cumpridas com
excelência na maioria dos aspectos envolvidos;
B – quando as atividades desenvolvidas no estágio forem cumpridas de forma
satisfatória na maioria dos aspectos envolvidos;
C – quando as atividades forem cumpridas de forma insatisfatória.
A Ficha de Avaliação é fi nalizada com uma questão em que podem ser acrescentadas
sugestões dadas pelo Professor Colaborador para a melhoria no desenvolvimento do Estágio Supervisionado, a exemplo de normas, procedimentos ou atividades que podem contribuir
com a escola campo de estágio, tais como: projetos, atividades extra-classe, organização de
laboratórios, de salas de vídeo, de informática, bibliotecas e outros.
A Ficha de Avaliação oferece, de fato, pontos para você orientar continuamente as
ações dos estagiários. São parâmetros não apenas para registrar o que aconteceu, mas,
principalmente, para que a escola e, mais particularmente o Professor Colaborador, possam
utilizá-los nas mais diferentes situações de acompanhamento de estágio.
Entendemos que Estágio Supervisionado é um momento excepcional da formação
docente, uma vez que há a confl uência de ações de duas instituições fundamentais para
a formação do professor: a Universidade e a escola. Isso necessariamente faz com que a
Universidade se volte cada vez mais para a pesquisa educacional, a fi m de que possa atender
demandas de formação inicial e contínua em consonância com a realidade e necessidade
escolar. Por outro lado, permite que a escola responda por essa inserção institucional docente,
a fi m de permitir a vivência de atribuições, difi culdades e perspectivas docentes. Nesse
sentido, espera-se que a escola inclua o estágio como pauta das suas discussões e em seu
plano de atuação pedagógica.
Após as informações adicionais, o professor é orientado a atribuir um conceito ao
desempenho do estagiário podendo optar entre os seguintes:
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado 17
Leitura complementar
FREIRE, Paulo. Cartas a Guiné-Bissau: registro de uma experiência em processo. 2. ed. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
Neste livro, Paulo Freire, ao discutir relatos de sua experiência de trabalho em Guiné-
Bissau, no campo da educação de modo geral e, particularmente na educação de adultos,
chama atenção para a dinâmica de trabalho de um grupo de profi ssionais de educação, daquele
país. O autor destaca a forma como esse grupo encara a prática docente que, num processo
dialógico, é tomada como objeto de avaliação, na busca do entendimento da causa das falhas
e das diferentes maneiras de superá-las, contribuindo assim para a formação continuada dos
professores, num processo de unidade da prática e da teoria.
Referências
BUSATO, Zelir Salete Lago. Avaliação nas práticas de ensino e estágios: a importância dos
registros na refl exão sobre a ação docente. Porto Alegre: Mediação, 2005.
FIORENTINI, Dario. Pesquisar práticas colaborativas ou pesquisar colaborativamente? In:
BORBA, Marcelo de Carvalho; ARAÚJO, Jussara de Loiola (Org.). Pesquisa qualitativa em educação matemática. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. São Paulo: Cortez,
2004. (Coleção docência em formação, Série saberes pedagógicos).
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Anotações
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado 19
Anotações
Módulo de Orientação 10 | Estágio Supervisionado20
Anotações
EMENTA
Claudianny Amorim Noronha
Tatyana Mabel N. Barbosa
Estágio Supervisionado I – INTERDISCIPLINAR
AUTORAS
AULAS
2º S
emes
tre d
e 20
08Im
pres
so p
or: G
ráfi ca
Tex
form
01 Módulo de orientação 1 – O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário
02 Módulo de orientação 2 – O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação
03 Módulo de orientação 3 – O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e
ações de uma antiga conhecida nossa
04 Módulo de orientação 4 – Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos
escolares e acadêmicos
05 Módulo de orientação 5 – Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar
06 Módulo de orientação 6 – Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem
07 Módulo de orientação 7 – Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem
08 Módulo de orientação 8 – A avaliação do estágio: um processo de refl exão contínua
09 Módulo de orientação 9 – A (re)escrita do trabalho avaliativo fi nal: o relatório, o artigo científi co e o memorial
10 Módulo de orientação 10 – Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora
11 Fichário de estágio
Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções
e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o
planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também
os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD.
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