UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A PSICOMOTRICIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA ATIVIDADE
CEREBRAL PARA A TERCEIRA IDADE
Por: Maria Auxiliadora Tavares Sampaio
Orientador
Prof. Maria Esther
Rio de Janeiro
2009
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2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A PSICOMOTRICIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA ATIVIDADE
CEREBRAL PARA A TERCEIRA IDADE
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Psicomotricidade.
Por: . Maria Auxiliadora Tavares Sampaio
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais que me conduziram,
quando eu não podia caminhar.
Aos meus filhos, Saulo e Lucas Daniel,
frutos da graça divina.
Aos professores, luz de Deus, que abrem
caminhos para aquisição de novos
conhecimentos.
A Tutora Kelly Francisco pela prontidão,
apoio e aprovação a um trabalho que se
iniciava.
A Mentora Maria Esther, por sua presteza
e sensibilidade em conduzir a
monografia, na busca de qualidade.
5
RESUMO
Para buscar a contribuição da Psicomotricidade na atividade cerebral
para a terceira idade, desenvolvi um trabalho em três capítulos. Ele nos leva a
conhecer o cérebro; o envelhecimento e a Psicomotricidade com as
contribuições para manutenção da mente e do corpo frente ao processo de
retrogênese.
No capítulo I, O CÉREBRO, veremos de forma anatômica o encéfalo e
suas partes (o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico) e conheceremos a
ação do sistema límbico sobre esta parte do corpo. Faço referência aos
neurônios e sua constituição física, as comunicações entre eles e como seu
metabolismo é controlado (neuroglia). Para terminar, relato sobre do cérebro
do idoso e como se apresenta morfologicamente. E, em que condições, podem
se apresentar as células nervosas, haja vista o organismo estar a enfrentar
todo um retrocesso maturacional.
No capítulo II, baseada em pesquisas comprovadas, relato sobre O
ENVELHECIMENTO, seus sinais, causas e origens. Abordo o porque da perda
das funções cerebrais, a relação do cérebro com o sistema imunológico e a
busca do equilíbrio do cérebro com o sistema nervoso central regulando os
hormônios que agem em todo o corpo.
Também refiro-me a uma pesquisa realizada por Mancilha e Py (2001)
sobre que fatores possibilitaram algumas pessoas chegarem aos noventa e até
cento e sete anos.
No capítulo III, PSICOMOTRICIDADE, CONTRIBUIÇÕES PARA
MANUTENÇÃO DA MENTE E DO CORPO apresento a Psicomotricidade
como ciência, tendo como objeto o homem (idoso). Ela oferece um trabalho ao
corpo e a mente procurando delinear no longevo os benefícios advindos das
atividades, sejam elas sociais, psicomotoras, de equilíbrio, ritmo, ou de
postura.
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METODOLOGIA
Através de pesquisas bibliográficas com publicações nacionais e livros
traduzidos, em que diversos autores fazem referências calcadas em pesquisas
comprovadas, foi possível observar e concluir sobre como se manter ativo na
terceira idade, cuidando do cérebro e com a presença da psicomotricidade
viabilizando um trabalho mental, motor que busca atender o corpo na sua
totalidade atuando no processo de retrogênese.
Conhecer o encéfalo, em particular o cérebro e os neurônios, de acordo
com Machado (2005) - que descreve com base em critérios anatômicos .
Falar de Giampapa e Pero(2005) é buscar solução para não envelhecer
propondo um trabalho de redução dos estresses, uma alimentação saudável,
exercícios físicos e uma renovação do corpo. Isto com finalidade maior de
manter a homeostase e o seu grau determina o ritmo do envelhecimento de
cada ser humano.
Ele relata e a comunidade científica aceita, ser a maioria dos problemas
do envelhecimento originada na disfunção imunológica, desta forma,
pensamentos e sentimentos têm impacto direto sobre a reação imunológica e
o cérebro tem uma grande influência sobre a reação imuno/inflamatória por
meio da comunicação com hormônios e nervos periféricos.
Póvoa (2007) busca razões do envelhecimento. Faz referência à
importância da eliminação dos radicais livres acumulados no cérebro e
considera em relação ao envelhecimento, a questão dos agentes tóxicos,
especialmente os metais que tantos prejuízos podem causar ao cérebro.
Ele coloca pesquisas de japoneses e americanos desvendando funções
e possibilidades promissoras através do gene klotho, por
produzirem proteínas capazes de circular no sangue como hormônios
7
produzindo ação direta contra o envelhecimento ao atuarem diretamente sobre
as moléculas primárias da vida ( o ATP, o cálcio e o NAD+/NADH).
Mancilha e Py (2001) apresentam uma pesquisa realizada com um grupo
de idosos com mais de noventa anos e suas conclusões em relação a
alimentação, peso corporal, atividade física, o fumo, o álcool e o estresse, que
cada um vivenciou, justificando de alguma forma como cada longevo
caminhou.
Vários são os elementos que podem efetivamente contribuir para a
manutenção do corpo e da mente. Segundo Khalsa (2005), um programa de
longevidade cerebral, incluindo uma terapia nutricional e controle do estresse,
pode contribuir, de forma efetiva, na recuperação cognitiva de idosos,
proporcionando-lhes qualidade de vida, a medida que o cérebro recebe
nutrientes e exercícios.
Apesar de envelhecer, o cérebro continua a possuir uma capacidade
extraordinária de crescer, adaptar e mudar padrões de conexões. Descobertas
como essas constituem a base da nova teoria do exercício cerebral segundo
Katz (2000), e a Neuróbica pode ajudar a melhorar a capacidade mental.
Small (2008) coloca que longevidade de qualidade se consegue quando
se cria uma sinergia que proporciona resultados rápidos. Aguce sua mente,
mantenha uma atitude positiva, cultive relacionamentos profundos e saudáveis,
promova uma vida sem estresse, exercite-se, e faça dieta da longevidade .
Cacilda Velasco (2006) coloca que a psicomotricidade é a ciência do
homem e através dela o idoso melhorará o seu desempenho postergando de
alguma forma o processo de retrogênese.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
O CÉREBRO 11
1.1- Os neurônios 14
1.2 – O cérebro do idoso 16 CAPÍTULO II
O ENVELHECIMENTO 19
2.1 – Como chegar aos noventa anos, cem ... 25
CAPÍTULO III
PSICOMOTRICIDADE, CONTRIBUIÇÕES PARA MANUTENÇÃO
DA MENTE E DO CORPO 28
3.1 - O exercício 30 3.2 – O cérebro e suas possibilidades 33 3.3 – O corpo 35 3.3.1 – Atividades 40 3.3.1.1 – Atividades de ginástica 41 3.3.1.2 – Atividades Aquáticas 41 3.3.1.3 – Atividades em contato com a natureza 43 CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA 46
ANEXOS 47
ÍNDICE 66
9
INTRODUÇÃO
O homem, como ser vivo do planeta Terra, encontra condições de
crescer e se desenvolver graças a bagagem genética e as influências
advindas do meio ambiente. Com o nascimento, a influência dele evidencia-
se, surge como fator preponderante sobre o indivíduo, vai levá-lo ao
amadurecimento de certas habilidades e atitudes coerentes a faixa etária,
dando-lhes prontidão para inúmeras atividades presentes a sua realidade local.
O homem evolui ao natural, busca o equilíbrio para conseguir capacidade
plena. O mundo agitado de hoje, ofusca muitas das vezes, as alterações
orgânicas e fisiológicas presentes, e o ideal, segundo os pesquisadores, seria
cuidar, em todos os momentos da vida, para manter a qualidade, que
proporcionará longevidade. Assim, cada um é responsável pelo seu
envelhecimento, e, não é só o tempo que nos marca, mas também, escolhas
do dia-a-dia que vivenciamos.
Nascer, crescer e envelhecer fazem parte do ciclo vital. Hoje, já é
possível pensar em saúde e capacidade mental. Ao cuidar das células
nervosas,os neurônios, por toda a vida, chega-se à terceira idade com uma
atividade cerebral saudável, apesar do envelhecimento natural.
Necessário se faz, conhecermos as células nervosas que formam o
cérebro, o sistema nervoso. Os neurônios (célula nervosa) são responsáveis
pelo processamento das informações através do impulso nervoso que chega a
outro neurônio através dos neurotransmissores.
A ciência nos mostra a necessidade de exercitarmos o cérebro para
desenvolvermos os potenciais aí latentes - as moléculas neurotrofinas
produzidas pelas células nervosas são as responsáveis pelo crescimento dos
neurônios e já existe comprovação para tal.
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Os neurônios precisam permanecer ativos e os estímulos ao cérebro
são fundamentais.
A produção de endorfina através de exercícios mentais e atividades
físicas aeróbicas promove bem-estar e retarda as dificuldades na área
cognitiva proveniente do envelhecimento. Cérebro mais irrigado leva a uma
melhora da memória e do raciocínio. A falta da atividade mental será a
responsável pelo declínio das funções mentais.
Neste momento da vida, a psicomotricidade pode contribuir com
atividades trabalhando a percepção do idoso, sua linguagem verbal,
possibilidades psicomotoras, orientação espacial, equilíbrio, exercícios
cerebrais mantendo e prevenindo queda de suas funções.
O cérebro vai nortear, em particular o do idoso, toda caminhada da
presente pesquisa, por considerar que nele encontraremos a razão de:
- desejarmos estar vivos e presentes a todo momento;
- vivenciar uma caminhada em família e na sociedade;
- ter refletido no semblante a alegria e a certeza de optar pelo melhor no
que tange a alimentação, exercícios, controle de estresse, reposição hormonal,
complementos alimentares e vida social.
11
CAPÍTULO I
O CÉREBRO
Buscar os conhecimentos anatômicos torna-se básico e vital para a
compreensão do trabalho, a medida que, os autores citados fazem referência
ao cérebro e, nada mais concreto, o mergulhar na anatomia cerebral que
permeará sedimentar os conhecimentos colocados ao longo deste trabalho.
Ângelo Machado (2005) relata que o cérebro é divisão do Sistema
Nervoso Central (SNC) com base em critérios anatômicos. O SNC (é aquele
que se localiza dentro do esqueleto axial – cavidade craniana e canal vertebral)
composto de encéfalo e medula espinhal.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL (Quadro sinóptico) ENCÉFALO
MEDULA ESPINHAL
CÉREBRO
CEREBELO
TRONCO ENCEFÁLICO
TELENCÉFALO
DIENCÉFALO
CÓRTEX
CEREBELAR E NÚCLEOS
PROFUNDOS
MESENCÉFALO PONTE BULBO
CÓRTEX
CEREBRAL
NÚCLEOS DA
BASE
12
O cérebro é formado pelo diencéfalo e telencéfalo que correspondem ao
prosencéfalo. Ele é a porção mais desenvolvida e mais importante do encéfalo
ocupando cerca de oitenta por cento da cavidade craniana.
O telencéfalo é constituído pelo córtex e núcleos de base.
O córtex é o local de representações simbólicas, o que ele recebe é
processado e integrado, respondendo com uma ação. É a sede do
entendimento, da razão, se não houvesse córtex não haveria: linguagem,
percepção, emoção, cognição, memória. Como possui áreas diferentes, cada
uma é especializada em receber interpretar e armazenar as informações que
vêm dos sentidos. ( Anexo 1)
O cérebro fica alojado no crânio e é protegido por um conjunto de ossos
que formam a cabeça. O crânio humano, além de outros ossos, contém oito
peças, suas juntas são chamadas suturas. Elas só se unem depois de
alcançada a idade adulta e enquanto isto não ocorre, estas peças são ligadas
por tecido cartilaginoso.
Maior proteção é dada ao cérebro por três membranas, denominadas
meninges, que recobrem completamente o cérebro.
A membrana mais externa é chamada de dura-máter, que fornece uma
boa proteção e apoio devidos a sua constituição forte e coriácea. Junto ao
cérebro há uma outra membrana, denominada pia-máter, muito mais fina, que
acompanha cada depressão e cada elevação da superfície do cérebro. Entre
essas duas membranas há uma terceira, de constituição esponjosa, a
aracnóide.
Os espaços desta membrana são preenchidos por um liquido no qual
flutua todo o cérebro, fornecendo a camada protetora final.
O telencéfalo se desenvolve enormemente em sentido lateral e posterior
para constituir os hemisférios cerebrais (direito e esquerdo). Encobre quase
completamente o diencéfalo que permanece em situação ímpar e mediana,
podendo ser visto apenas na face anterior do cérebro.
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Os dois hemisférios são completamente separados pela fissura
longitudinal do cérebro cujo assoalho é formado por uma larga faixa de fibras
comissurais, o corpo caloso, principal meio de união entre os dois hemisférios.
O diencéfalo compreende as seguintes partes: tálamo, hipotálamo,
epitálamo e subtálamo.
É importante sabermos que o fluxo sanguíneo cerebral é muito elevado,
calcula-se que em um minuto circula pelo encéfalo uma quantidade de sangue
aproximadamente igual ao seu próprio peso.
O fluxo sanguíneo cerebral é diretamente proporcional à pressão arterial
e inversamente proporcional a resistência cérebro-vascular, isto significa que, o
fluxo de sangue no cérebro, não pode sobrecarregar os vasos.
O tronco encefálico, parte do encéfalo, é constituído de mesencéfalo,
ponte e bulbo. Transfere informações dos sentidos e controla coisas básicas
como a respiração e os batimentos cardíacos.
O cerebelo que ajuda o corpo a se mover, governa a coordenação dos
músculos. Conserva parte da memória dos movimentos.
Já foi provado que os fenômenos emocionais (alegria, tristeza, medo,
prazer e raiva) estão relacionados com áreas específicas do cérebro. O
sistema límbico com o hipocampo, a amígdala, o hipotálamo e a glândula
hipófise são elos entre a mente e o corpo.
O sistema límbico relaciona-se com a regulação dos processos
emocionais, com o sistema nervoso autônomo e processos motivacionais
essenciais à sobrevivência da espécie e do indivíduo (fome, sede e sexo).
Sabe-se também que alguns componentes do sistema límbico estão
ligados diretamente ao mecanismo da memória e aprendizagem e participam
da regulação do sistema endócrino.
O hipocampo, hoje já é aceito como tendo participação na regulação do
comportamento emocional e outra função importante é a sua participação no
fenômeno da memória. O hipocampo poderá ficar isolado a medida que os
neurônios do sistema límbico entram em processo de degeneração e causará
14
nos idosos perda de memória recente evoluindo para completa deteriorização
de todas as funções psíquicas com amnésia total, é a doença de Alzheimer.
Pesquisas indicam também que substâncias ativas presentes no sistema
límbico como algumas monoaminas e o opióide endógeno beta-endorfina,
exercem uma ação moduladora sobre a memória podendo facilitar ou inibir o
processo de memorização. Deve-se ao Neuroquímico Ivan Isquierdo (1979).
Dharma Singh Khalsa (2005) mostra no sistema límbico como as partes
se entrelaçam na conexão mente –corpo.
O hipocampo armazena memória recente, os fatos secos não emocionais
(memória semântica) e é danificado pela presença do hormônio cortisol.
A amígdala cerebral é tida como área de processamento de memórias
emocionais. Ela ajuda o hipocampo a classificar e armazenar as memórias e
decide a quantidade de impacto emocional que cada pensamento traz consigo.
O hipotálamo ajuda o corpo a reagir à várias situações, após decisão do
hipocampo, amígdala e neocórtex. Envia mensagem à glândula hipófise que a
leva para o corpo. Controla temperatura do corpo,sede, fome e função sexual.
O tálamo recebe todas as mensagens sensoriais (exceto olfato). È local
de retransmissão.
A hipófise determina o que as outras glândulas devem fazer. Recebe do
hipotálamo as mensagens e depois ajuda o organismo a produzir os
hormônios.
1.1 - Os neurônios
No cérebro humano estima-se que exista aproximadamente quinze
milhões de neurônios. O neurônio ou célula nervosa é o principal componente
do sistema nervoso. No córtex está sediada a maioria dos neurônios. Ele é
composto dos dendritos, de um axônio e de um corpo.
O corpo do neurônio constituído de núcleo e pericárdio, que dá suporte
metabólico a toda célula.
15
O axônio é responsável pela condução do impulso nervoso para o
próximo neurônio, pode transmitir mensagens entre duas células, mas
também, bloqueá-las inteiramente, realiza uma verdadeiro processamento de
informações.
Em uma sinapse, os neurônios não se tocam, permanecendo entre eles
um espaço denominado fenda sináptica, aqui o impulso(sinal nervoso),
quando chega, provoca na fenda a liberação dos neurotansmissores
(mediadores químicos) depositados em bolsas chamadas de vesículas
sinápticas e responsáveis pela condução dos sinais.
Os dendritos são prolongamentos menores em forma de ramificações
que emergem do pericárdio e do final do axônio, sendo na maioria das vezes,
responsáveis pela comunicação entre os neurônios através das sinapses.
(Anexo 2)
O impulso nervoso é o principal sinal de comunicação do neurônio.
Um pulso elétrico, rápido e invariável, é gerado pela membrana e se
propaga com enorme velocidade ao longo do axônio.
Os neurônios são grupados em grandes conjuntos com identificação
funcional. Isso faz com que as diferentes funções sejam localizadas em
regiões restritas. Cada região no entanto, faz sua parte construindo para a
integração funcional do conjunto.
Quando conversamos com alguém, ao mesmo tempo, o vemos(visão),
falamos(linguagem), mantemos uma postura (motricidade), temos emoções,
memórias, etc. Cada uma dessas funções é executada por uma parte do
sistema nervoso, entretanto, todas as partes operam coordenadamente.
Neuroglia, conjunto de células não neurais, os gliócitos, mais
numerosos que os neurônios e que desempenham funções de infra-estrutura:
nutrem, dão sustentação mecânica, controlam o metabolismo dos neurônios,
ajudam a construir tecido nervoso durante o desenvolvimento, funcionam como
células imunitárias.
16
1.2 - O Cérebro do Idoso
Roy Shephard (2003) refere-se ao cérebro do indivíduo idoso como
apresentando claras diferenças morfológicas em relação ao do indivíduo
jovem: menor tamanho, menor peso, giros finos, sulcos mais abertos e
profundos, ventrículos e demais cavidades mais largos, o que resulta em
menor espessura das regiões corticais.
Sinais macroscópios de atrofia podem ser identificados nos indivíduos
vivos utilizando técnicas de imagem (tomografia computadorizada e
ressonância magnética) e após a morte pela inspeção direta do cérebro.
No microscópio, placas senis – presença no espaço extracelular, de
pequenos depósitos de material denso e fragmentos de neurônios.
Seu cérebro contém queda no número de neurônios em diversas
regiões, menor número de sinapses.
A nível bioquímico encontramos queda na quantidades de proteínas
cerebrais especialmente das enzimas que sintetizam. A deficiência de algumas
substâncias, afetam a transmissão de mensagens ao cérebro, assim os
neurotransmissores não exerceriam sua função de forma plena.
O idoso apresenta pequenos lapsos de memória, menor velocidade de
raciocínio, episódios passageiros de confusão que passam desapercebidos ou
são tolerados socialmente.
Fisicamente podem apresentar dificuldade de locomoção, falta de
equilíbrio, mãos trêmulas, insônia noturna com sonolência diurna. No mal de
Alzheimer acentuam-se e transformam-se em sintomas. Os lapsos
transformam-se em grandes e freqüentes perdas de memória e pode ocorrer
acentuada confusão mental e difícil convivência social.
O idoso apresenta deficiências no controle genético da produção de
proteínas estruturais, enzimas e fatores tróficos. Esse déficit por sua vez,
repercute na função das células nervosas e da neuroglia, tornando mais difícil
a gênese, a condução e a transmissão de impulsos nervosos e muitas vezes
impedindo a transmissão sináptica.
17
As células degeneram acumulando fragmentos de organelas nos
novelos intracelulares de neurofibrilas e finalmente rompendo-se gerando
detritos que se aglomeram nas placas senis.
O processo se acentua porque tanto o processo imunológico como a
neuroglia também atingidos pelo envelhecimento são incapazes, nesses
indivíduos, de remover os detritos da degeneração.
É esse conjunto de alterações que resulta na diminuição do número de
neurônios em várias regiões do sistema nervoso, e possivelmente também na
queda generalizada do volume cerebral.
Alguns dos sintomas, como as alterações de memória, devem-se ao
fato de que certos circuitos cerebrais encontram-se particularmente atingidos
pela doença e esses são reconhecidamente participantes do mecanismo de
memória. É o caso dos neurônios colinérgicos, centrais.
Os neurônios colinérgicos são aqueles em que o neurotransmissor
principal é a aceticolina. São comuns em doenças degenerativas da idade, ex.
doença de Parkison (tremores, incoordenações e movimentos anormais).
O sinal patológico mais notável é a degeneração de neurônios
dopaminérgicos (que utilizam a dopamina como neurotransmissor principal)
localizados em regiões do cérebro que participam do controle da motricidade.
O cérebro do idoso é comparado a um computador que fica
comprometido com a perda de informações.
O envelhecimento, da mesma forma, é marcado por várias
manifestações de perdas de informações – uma perda das propriedades
mecânicas de materiais inertes, tal como colágeno, uma deteriorização
estrutural de membranas que restringe a transferência de substâncias
mensageiras, uma confusão do padrão mestre da síntese protéica(DNA) e a
morte das células responsáveis pelos impulsos neurais, produção de
hormônios e secreção da citocina.
O processo de envelhecimento ocorre e diversas hipóteses tentam
explicá-lo.
18
Uma característica predominante é uma probabilidade crescente tanto
da morte celular, quanto da morte do organismo. A morte celular, é em parte
genericamente controlada, um evento programado para evitar super
população.
Os danos causados por radicais livres seja devido ao metabolismo ou a
irradiação externa, também parecem fazer parte do processo. Outras
influências possíveis incluem a depleção endócrina e enzimática e distúrbios
da função imunológica.
Vimos que o cérebro do idoso tem diferenças físicas, reflete através de
exames suas reais condições, seus sinais macroscópios e microcóspios são
contundentes e a nível químico os neurotransmissores são afetados
desencadeando uma série de dificuldades orgânicas.
Na seqüência veremos as causas determinantes do envelhecimento,
vista a partir de embasamento científico, que nos permitirá conhecer o idoso,
de compreendê-lo em suas necessidades corporais visando mantê-lo como um
todo em equilíbrio.
19
Capítulo II
O ENVELHECIMENTO
Admitir estar envelhecendo, não é muito comum, mas os sinais existem
como falta de memória, dificuldade de concentração, esquecimento, redução
da mobilidade, desequilíbrios hormonais, nervosismo, fadiga, diminuição da
imunidade, estresse, além de outros traços como rugas, cabelo grisalho, falta
de energia, fadiga, diminuição de massa muscular, perda de audição e
problemas de visão.
Apesar da comprovação desses sinais e que o tempo passa para
todos, envelhecer, é uma opção. Já é comprovada pela pesquisa científica
este fato.
Autores como Vicent Giampapa e Ronald Pero (2005), fazem referência
sobre o envelhecimento. Destacam a prevenção e até mesmo a reversão de
doenças da idade. Isto através da alimentação rica em nutrientes, exercícios
físicos, redução do estresse, reposição de micronutrientes e meditação
A comunidade científica aceita e Giampapa(2005) relata que a maioria
dos problemas do envelhecimento tem origem na disfunção imunológica. Além
disso, existem evidências de que há uma constante troca de informações entre
o sistema nervoso central e o sistema imunológico.
Assim, pensamentos e sentimentos têm impacto direto sobre a reação
imunológica.
Nesta situação, o cérebro envia mensagens usando substâncias
químicas especiais conhecidas como citocinas, proteínas mensageiras que as
células imunológicas produzem para se comunicar entre si.
As citocinas mantêm contato com o sistema nervoso, gerando um
sistema de checagem entre o cérebro e o sistema imunológico.
20
O estresse psicológico constante gera um ciclo em que as citocinas
promovem a inflamação, aceleram o envelhecimento por aumentar o desgaste
das células e dos genes. (Anexo 3)
Exercitar os genes através de malhação antienvelhecimento reduz o
estresse, equilibra os hormônios além de modelar o corpo e a perda de peso.
Qualquer que seja a idade, quem se exercita usufrui de um bem-estar
proporcionado pela liberação de neurotransmissores, epinefrina e
norepinefrina, além das endofirnas que combatem a dor.
O exercício reduz o hormônio cortisol, produzido pelo estresse. A
memória, a concentração e a atitude diante da vida serão melhorados através
dos exercícios e uma imagem corporal melhorada surgirá.
Viver com qualidade há de se pensar também em nutrientes presentes
em níveis intracelulares como as vitaminas, os minerais e os ácidos graxos
evitando déficit nutricional, e conseqüente provocação de algum sintoma que
se evidencia a nível de exame de sangue. (Anexo 4 )
O porquê do envelhecimento esbarra nos átomos, moléculas ou
compostos altamente carregados e com um elétron a menos que os torna
instáveis, são os radicais livres, tido como causa do envelhecimento,
Os radicais livres são os responsáveis pela deteriorização progressiva
dos sistemas biológicos. Eles podem vir do ambiente, do cigarro e das várias
toxinas que ingerimos.
Entretanto, também são produzidos dentro das células como
subproduto da conversão do alimento em energia.
Apesar do organismo produzir enzimas regenerativas para reparar o
dano no DNA (ácido desoxirribonucléico - que comanda todas as funções
celulares) sofrido pela ação do radical livre, ela não é suficiente para
acompanhar o ritmo do desgaste. (Anexo 5)
Assim, os radicais livres podem prejudicar a função das células, dos
tecidos e dos órgãos aumentando a vulnerabilidade ao mal de Alzheimer, às
doenças cardíacas, ao derrame e ao câncer.
21
Além disso, o dano genético favorece a inflamação a perda de tecido
muscular e de massa óssea, piora o tempo de reação, a audição e a visão e
reduz a elasticidade da pele.
Produzidos pelo organismo eles danificam os genes, mas os
antioxidantes tem a capacidade de alterar o envelhecimento e o Doutor
Pero(2005), isolou uma classe de princípios ativos do extrato da Unha de Gato
(Uncaria tomentosa) e o cita com uma ferramenta essencial para atacar o
envelhecimento em suas raízes genéticas.
Pelo estresse o organismo libera pelas glândulas supra- renais, o cortisol
que em níveis elevados leva ao envelhecimento.
O cortisol afeta todas a células do corpo e do SNC, e se em grau
elevado ativa o mecanismo de defesa.
No entanto, se sua elevação continuar romperá a homeostase -
capacidade do corpo se manter em equilíbrio internamente e com relação ao
ambiente - interferindo nas funções hormonal, imunológica, cerebral e nervosa.
Assim, acarreta diminuição de colágeno e elastina na pele, nas
articulações, nos ossos e no tecido muscular, perda de memória e prejuízos ao
sistema nervoso, aumento de pressão sangüínea, inflamações provocadas por
alergias, asma e artrite e diminuição da função cognitiva.
O equilíbrio hormonal é vital no processo de envelhecimento. O hormônio
testosterona produzido nos testículos, em menor escala nos ovários e supra-
renais, tem várias funções, entre as quais manter a massa muscular, otimizar
a função da pele, manter a força e a densidade óssea, manter a função
imunológica e promover e sustentar o desempenho mental. (Anexo 6)
O cérebro e o sistema nervoso central regulam os hormônios que agem
em todo o corpo. Nos dias atuais, o estilo de vida moderno e os agentes
ambientais criam desequilíbrios no sistema endócrino e prejudicam a função
hormonal.
Os radicais livres oxidam a glicose. Ela oxidada cobre a superfície de
proteínas como o colágeno, a hemoglobina e albumina, impedindo-as de
funcionar, instalou-se o processo de glicação.
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O colágeno, por ser em maior quantidade, sofre mais a ação da glicação
que é responsável por aspectos do envelhecimento.
Se o açúcar cobre os neurônios, acarreta perda de memória e da função
dos neurotransmissores, glicação do colágeno produzindo rugas e flacidez.
As pessoas mais velhas após as refeições sofrem de sonolência, isto
reflete, um sinal de problemas associado ao açúcar. Ficam com excesso de
glicose, que leva o corpo a uma situação estressante, é a glicação. Ela gera
subprodutos destrutivos, num processo progressivo.
Os micronutrientes são importantes restauradores do organismo.
À medida que envelhecemos a digestão e a absorção de nutrientes
perdem sua eficiência.
Na meia idade, a tolerância a alimentos pouco saudáveis já não existe e
os sistemas antioxidantes tornam-se menos eficazes, na eliminação de
radicais livres e toxinas, levando ao acúmulo da enzima monoamina oxidase.
(Anexo 7)
Ela reduz no cérebro a atividade dos neurotansmissores importantes
como a serotonina, a epinefrina e a norepinefrina que são responsáveis por
manter a estabilidade mental.
A alimentação antienvelhecimento visa alterar a composição corporal
para dar uma proporção mais jovem entre gordura e músculo magro.
Os alimentos previnem as doenças e o envelhecimento e está
amplamente comprovado.
Mesmo que tenhamos uma dieta ideal, os suplementos são necessários
para superar os efeitos nocivos da deficiência de micronutrientes, da poluição,
da radiação e de radicais livres gerados internamente.
O objetivo é reduzir o dano ao DNA e potencializar sua capacidade de
regeneração, que é a base de prevenção das doenças.
Para potencializá-la uma única substância natural conhecida e
comprovada que regenera o DNA, é o extrato CAE (Unha de gato), utilizados
pelos índios do Peru; pesquisado pelo Dr. Pero e chamado C-Med.
23
Ele isolou o princípio ativo e com a equipe provou seus efeitos e sua
combinação com micronutrientes naturais – nicotinamida, zinco e carotenos -
que aumentam a eficácia na regeneração do DNA.
Essa função é essencial para desacelerar o processo de
envelhecimento e reduzir os problemas relacionados a idade.
A deficiência de micronutrientes como o ferro, o zinco e a niacina
(presentes na carne por exemplo) levam a problemas como disfunção cerebral
e imunológica, câncer, sintomas neurológicos e perda de memória. (Fonte:
Adaptado de Ames, B. Toxicology Letters 1998;/Vol. 102 – 103:5-18).
A vitamina E como principal protetor da membrana celular precisa ser
reposto a medida que seus níveis diminuem com o envelhecimento.
Evidencias científicas revelam que a vitamina E diminue a oxidação do
colesterol, reduz o risco de derrame, o risco cardíaco, melhora a ação
insulínica em pessoas idosas saudáveis ou com diabetes, desacelera o
desenvolvimento da catarata, reduz a inflamação e favorece a reação
imunológica e reduz o declínio cognitivo no envelhecimento.
Em relação a vitamina B a ciência enumera benefícios e os suplementos
de vitaminas e minerais aumentam a imunidade dos idosos, além da melhoria
vascular, cardiovascular e o ácido fólico protegendo contra o mal de alzheimer.
A comunidade científica já aceita como fato que a dieta por si só não
pode fornecer todos os nutrientes necessários a boa saúde.
A medida que envelhecemos, a resistência, a força, o equilíbrio e a
flexibilidade diminuem. O ideal é aumentar força, equilíbrio e amplitude dos
movimentos por meio de ampla variedade de exercícios de série com peso por
exemplo.
Pesquisadores demonstraram que a prática a longo prazo da meditação
melhora a oxigenação dos tecidos, o ritmo cardíaco a função cerebral.
A ciência vem se desenvolvendo a fim de ter técnicas para tratar o
envelhecimento de forma eficaz.
24
Já o Dr. Póvoa (2007) organiza as razões do envelhecimento em fatores
genéticos, fatores ambientais e fatores metabólicos e os três se inter-
relacionam.
Ele relata que o envelhecimento é visto como um processo global. Nos
músculos, começam uma atrofia e flacidez das fibras musculares levando a
dificuldade de movimento. O cérebro, os rins, os músculos , o coração e olhos
são priorizados no processo de envelhecimento.
Os processos de oxidação e glicação merecem destaque por levarem o
organismo ao envelhecimento.
Na oxidação os radicais livres levam a alteração do DNA ( a nível de
mitocôndrias) e na glicação, uma molécula de glicose se incorpora a uma
proteína alterando sua estrutura e determinando mudanças é altamente lesiva.
Quando a glicose se incorpora a proteína sem a presença da enzima,
temos, com vimos, uma proteína glicada que é proteína destruída e lesada.
As proteínas glicadas que comemos também prejudicam a saúde, pois não
conseguimos eliminá-las em nosso metabolismo.
Hoje, sabemos que todos podem passar por uma disfunção metabólica
complexa, e que não é, o processo de glicação, exclusivo dos diabéticos.
Através deste processo, acontece as grandes complicações da doença como a
catarata (glicação do cristalino); as complicações renais (glicação da
membrana basal); as neuropatias ( glicação da mielina).
O produto final da glicação AGEs (advanced glication end products),
são resultados do fumo, de dietas alimentares, distúrbios renais e lipídicos.
Elas estão presentes em vários distúrbios do envelhecimento com
aterosclerose, doenças dos olhos, glaucoma, doença macular da retina, olho
seco e degeneração do vítreo e também levam ao mal de Alzheimer. Na pele,
vemos sua ação que vai das rugas à destruição do colágeno quando expostos
aos raios ultravioleta.
A diminuição da secreção do hormônio do crescimento, pela glândula
hipófise, é reconhecido como indicador do envelhecimento, pois ele é
25
importante para manter os tecidos, a massa magra, a musculatura, a
imunidade e a boa forma dos vasos sanguíneos.
Quando se quer envelhecer bem, a atenção ao sistema imunológico se
faz necessária, a partir dos 55 anos de idade, o declínio da imunidade já
acontece e infecções podem surgir com maior freqüência.
Para uma boa função imunológica, podemos contar com o metal zinco
que vai promover todo o equilíbrio orgânico, vai também se aliar a enzimas
antioxidantes e atuar na regeneração do DNA.
Para proteger o organismo do declínio da função imune, basta manter
sempre baixos os níveis de substâncias nocivas.
Um futuro promissor através de um gene mapeado e batizado com o
nome Klotho vem sendo destaque em terapia contra envelhecimento.
Ele produz proteína capaz de circular no sangue como hormônio, age
como sinalizador e importante influência sobre as moléculas primárias da vida.
Quando uma célula nasce até a sua morte, as moléculas fundamentais
– O ATP, o cálcio e o NAD+/NADH atuam constantemente. Em relação ao
ATP, o klotho é capaz de aumentar a atividade de enzimas, que levam a
melhor produção de energia na célula, protegendo a mitocôndria.
Ele também promove um equilíbrio do cálcio intracelular, e ajuda a sua
retirada quando necessário, haja vista que essa capacidade o organismo a
perde com o tempo.
Será através da alimentação, a preservação do gene, em que se adota
uma dieta rica em zinco e pobre em fósforo, que melhorará a ação do klotho.
Na regeneração neural, as neurotrofinas também são produzidas,
quando o klotho estimula a formação da vitamina D3.
26
2.1 - Como chegaram aos noventa anos, cem ...
Mancilha e Py (2001), avaliaram dezenove pessoas idosas com idade
variando entre noventa e cento e sete anos, residentes no Rio de Janeiro.
(Anexo 8)
Tiveram como objetivo avaliar os fatores que possibilitam chegar aos
cem anos com saúde, identificar os que dificultam, discutir como neutralizar e
modificá-los.
Relatam que instintivamente os idosos optaram por uma comida
predominantemente vegetariana e reforçam que a má alimentação está
relacionada com as principais causas de doença e morte. Possuem peso
corporal adequado, não são gordos, nem extremamente magros.
A atividade física, acima da média da população geral, foi uma fator
presente, exceto em um entrevistado. O hábito de praticar exercícios físicos
para manter o bom condicionamento físico passa a ser chave de
envelhecimento saudável.
O fumo entre eles inexiste e o uso de um copo de vinho as refeições
perdura entre quatro dos idosos.
Quanto ao nível de ansiedade e preocupações demonstraram que foram
e são capazes de controlar suas vidas apesar das dificuldades de manter um
bom grau de confiança e tranqüilidade.
O desenvolvimento de uma atitude positiva perante à vida é destaque
entre os longevos entrevistados e pesquisas comprovam que os otimistas
vivem mais e melhor, e até acelera a recuperação de doenças.
A presença de uma religião e uma forte ligação com Deus, se fez
presente entre os pesquisados, exceto um. Eles tiram dela força, esperança e
motivação para continuar a viver.
Viver é um desafio, temos a volta inúmeras oportunidades oferecidas,
mas nem sempre nos convém, saber discernir, buscar o melhor para a saúde
física e mental, fará a diferença, em ter uma vida longa e de qualidade, já que
a genética, não é tão importante, e que o meio ambiente atua em maior
proporção.
27
Um aspecto que não pode deixar de ser considerado é o
psicoemocional. A ansiedade, o estresse, raiva reprimida, o ressentimento e
as preocupações, darão efeitos negativos sobre o organismo.
Assim, prevenir e evitar doenças, alimentar-se bem, atividade física e
mental constantes, buscar bons relacionamentos e participar de atividades,
com certeza, darão bons frutos de vida.
Neste capítulo vimos o envelhecimento e seus sinais e que o estresse
psicológico é responsável pela exaustão das células e dos gens. Entretanto, o
exercício e a atividade física agem de forma reversa.
Os radicais livres produzidos pelo organismo e os advindos de fatores
externos também levam ao envelhecimento. Apesar da regeneração orgânica
existir não atende ao processo de forma plena.
Importante neste processo de envelhecimento encontro o controle
hormonal regulado pelo cérebro e o SNC. Para que a regulação ocorra é
preciso estar em condições orgânicas satisfatórias em micronutrientes.
28
CAPÍTULO III
PSICOMOTRICIDADE, CONTRIBUIÇÕES PARA
MANUTENÇÃO DA MENTE E DO CORPO
O que vem a ser a Psicomotricidade ?
Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade:
É a ciência que tem como objeto de estudo o homem,
através de seu corpo em movimento e em relação ao seu
mundo interno e externo. Está relacionada ao processo
de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições
cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três
conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o
afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado
para uma concepção de movimento organizado e
integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito
cuja ação é resultante de sua individualidade, sua
linguagem e sua socialização.
(www.psicomotricidade.com.br/apsicomotricidade)
A professora Cacilda Velasco (2006) coloca que :
A psicomotricidade é a ciência do homem. Considera os
aspectos biológicos, antropológicos, sociológicos e
culturais, respeitando a abordagem filogenética
29 (bioantropológica) e ontogenética (psicobiológica) do
desenvolvimento da espécie humana. (p.56)
A motricidade e, conseqüentemente, a psicomotricidade
visam uma concepção holística do desenvolvimento
humano. Ela coloca em jogo várias estruturas de
construção: sinergias inatas edificada a partir da
filogênese e sinergias automatizadas e complexas,
apropriadas a partir da ontogênese. É pela motricidade
que a inteligência humana se desenvolve, materializa-se,
constrói-se e edifica-se. (p.57)
Com a proposta de buscar na psicomotricidade suas contribuições na
atividade cerebral para a terceira idade foi necessário conhecer a anatomia
do cérebro para em um segundo momento caminhar sobre o processo de
envelhecimento.
Constatei que cérebro do idoso apresenta características próprias,
como diminuição de volume e peso. Nele ocorre mudanças nos neurônios, e
a queda dos neurotransmissores, na terceira idade, leva a alterações em todo
mecanismo do cérebro.
Sendo o cérebro um regulador de todo o corpo há necessidade não só
de supri-lo nutricionalmente, como também, propiciar atividades que previnam
uma regeneração, otimizem e melhorem a função cerebral.
Através da psicomotricidade o idoso será conduzido a melhorar seu
desempenho, conservar sua autonomia e de alguma forma postergar o
retrocesso natural, permitindo vida com qualidade.
E, a psicomotricidade com seus recursos e métodos vem contribuir com
o idoso não só em suas atividades cerebrais como também as intelectuais,
emocionais e psicomotoras, procurando ver o idoso em sua totalidade.
Este olhar para o todo da psicomotricidade sobre o longevo, não
significa deixar de se preocupar com as partes. Ela respeita o desenvolvimento
30
da espécie, seu crescimento e caminha interagindo em todo o processo de
desenvolvimento da espécie humana (filogênese). Não deixa de estar presente
no processo de retrogênese em que os sistemas, propriedades e funções do
organismos estão em retrocesso.
A retrogênese é decorrente de uma involução, geneticamente
programada para se desintegrar. E´ uma “desmaturidade” que se inicia na
terceira idade vivenciada pelo ser humano.
A evolução humana caminha para uma involução - mudança de
comportamento intrínseca no período final da vida, implica numa deteriorização
peça, por peça, de todo organismo.
O empobrecimento neuronal causado pelo tempo produz um declínio
funcional irremediável no envelhecimento normal. Problemas de memória,
humor, concentração, atenção e vivacidade intelectual tendem a emergir com
o tempo. A inteligência torna-se mais cristalizada, mas os fatores verbais
resistem mais.
3.1 O exercício
A psicomotricidade busca dar para o idoso um cérebro mais eficaz e
para isto, utiliza-se de exercícios cerebrais.
O corpo em movimento, na terceira idade, vai vivenciar e usufruir dos
benefícios dos exercícios e Khalsa (2005, p. 271) afirma que o exercício pode:
1) suprir o cérebro como fator de crescimento neural;
2) reduzir o estresse;
3) intensificar o metabolismo neuronal.
Os exercícios aumentam a quantidade de oxigênio e glicose que chega
ao cérebro. Eles dão sua contribuição quando:
- aceleram a remoção dos restos necrosados;
31
- tonificam alguns sistemas de neurotransmissores com aumento da
noradrenalina e dopamina;
-maior disponibilidade de enzimas – como a coenzima Q-10;
- intensificam a produção de alguns neuropeptídeos (endorfinas);
- reduzem depressão;
- abaixam pressão arterial;
- ajudam a estabilizar o açúcar no sangue (ajudando a equilibrar o humor
e a alegria;
- melhoram a função endócrina – elevando a imunidade e acelerando o
metabolismo;
- queimam a s calorias aumentando a massa muscular;
- fortalecem os ossos;
- os exercícios intensificam a imagem do corpo e contribuem para a
autoconfiança (perspectiva psicológica).
Khalsa (2005) acrescenta que há dois tipos de exercícios extremamente
importantes para o cérebro: o exercício mental e determinados exercícios de
ioga de mente-corpo.
fazer exercício mental é tão importante para o cérebro
quanto o exercício físico. O exercício mental faz mais do
que apenas aumentar seu conhecimento. Na verdade ele
muda o cérebro fisicamente, aumentando o seu tamanho
e o número de conexões de dendritos entre as células
cerebrais. O eminente estudioso do cérebro, Dr. Arnold
Scheibel, observou que o exercício mental “dispara fogos
de artifícios nos dendritos”. (p.271)
A psicomotricidade ao se preocupar em reativar o corpo e a mente do
idoso procurando oferecer um cérebro funcional, leva-o a praticar exercícios
neuróbicos.
32
As pesquisas do cérebro apontam que os exercícios cerebrais, em
particular a Neuróbica (Katz (2000) vem para melhorar a capacidade mental e
tem como objetivo manter o nível permanente de capacidade, de força e
flexibilidade.
Os exercícios são diários, tem por finalidade desenvolver e manter as
conexões cerebrais. Estes usam os cinco sentidos de novas maneiras, a fim de
aumentar o impulso natural do cérebro para formar associações entre os
diferentes tipos de informações. Não é passiva nem rotineira. Usa os sentidos
de maneiras diferentes, a fim de romper as rotinas cotidianas. (Anexo 9 )
Ele coloca que pesquisadores estão descobrindo que os circuitos do
cérebro para as emoções são tão tangíveis quanto os circuitos para os
sentidos, evidenciando que a capacidade da pessoa de lembrar alguma coisa
depende em grande parte do contexto emocional e o hipocampo tem mais
probabilidade de arquivar uma informação na memória de longo prazo se essa
informação possui um significado emocional de maior peso.
Por isso, as emoções agradáveis, através das interações sociais,
constituem uma estratégia fundamental da Neuróbica.
À medida que ficamos mais velhos, nossos círculos sociais tendem a
encolher. Por isso, um aspecto importante destes exercícios é encontrar
oportunidades para interagir com outras pessoas, ativar os “sentidos”
emocional e social promovendo um cérebro saudável e uma memória ativa.
Condições que fazem com que um exercício seja neuróbico:
- envolver um ou mais dos seus sentidos num novo contexto;
-concentrar sua atenção e transformar uma atividade rotineira em algo
inesperado e não-trivial.
Para isto propõe:
- nova associação olfativa pela manhã, em vez de acordar com o cheiro
de café, providencie outros aromas (baunilha, hortelã ...);
33
- tome banho de chuveiro com os olhos fechados;
- escove os dentes com a outra mão;
- desbrave novos caminhos;
- seja sociável;
- mude as coisas de lugar;
- tempestade cerebral: uma máquina de associações;
- partilhe uma refeição em silêncio;
- experimente alimentos diferentes tampando o nariz;
- identifique a comida de seu prato apenas pelo olfato, gosto e tato.
Pensar seria uma forma de se produzir novas conexões. Todavia ao
oferecermos ao cérebro um ambiente biológico equilibrado, com muito maior
eficiência estaríamos permitindo a renovação das conexões.
Small (2008) afirma que a mente aguçada leva a criação de novos
dendritos ao exercitar de modo criativo os neurônios.
Sugere atividades como: viajar para lugares novos; estimular a
criatividade como aprender a tocar um instrumento novo, pintura; desafiar-se
para montar um quebra-cabeça, palavras cruzadas de diversos níveis; inventar
um novo passa-tempo como fazer tricô, aprender culinária; juntar-se a um
grupo de estudos e exercitar o cérebro.
Quando se precisa manter a mente equilibrada nada mais saudável
do que envolver-se socialmente com um grupo saudável e de bons hábitos;
deve-se remover do convívio os relacionamentos prejudiciais, a redução do
estresse leva a longevidade e para reduzi-lo nada mais benéfico
organicamente que evitar fazer várias tarefas simultaneamente, aprender a
dizer não quando necessário, usar o humor e dormir bem.
34
3.2 o cérebro e suas possibilidades
Se optarmos por uma vida de estresse elevado, com uma má
circulação, uma alimentação pobre, não existirá exercício mental que evite
deteriorização das conexões.
O cérebro é o banco de memória do corpo. Uma única célula cerebral
não é responsável pelas memórias, mas sim as seqüências delas, formando
trilhas de memórias, em que cada célula cerebral retém uma pequena parte
da memória inteira.
As informações podem chegar ao cérebro através da visão, audição ou
execução dos movimentos . São as chamadas:
1) memória auditiva – armazenada, maior parte, do lado
esquerdo do neocórtex
2) memória visual – armazenada, maior parte, do lado direito do
neocótex;
3) memória cinestésica - armazenada, a maioria, no cerebelo,
fora do neocórtex. (Khalsa,2005, p. 122 e 123)
Em relação àqueles que assimilam visualmente, são mais seguros
daquilo que captaram. Embora o visual e o auditivo sejam essencialmente
iguais em sua capacidade de memorização.
A memória cinestésica é uma memória duradoura, apesar de não ser
tão eficaz, como fica no cerebelo, sofre menos dano degenerativo quando
comparado com o neocórtex e o hipocampo.
A incapacidade de produzir novas memórias define os primeiros
estágios da perda de memória e a sua criação pela primeira vez muda
provisoriamente a composição das sinapses.
O cérebro é complexo e, apesar de usarmos todas as áreas, não as
utilizamos com a máxima eficiência. Para desenvolver melhor o cérebro, é
necessário rejuvenescimento de uma importante parte do cérebro chamado
sistema límbico.
Ele é responsável pelas emoções e pela memória e é o que mais
35
sofre com o cortisol (hormônio do estresse). O rejuvenescimento límbico
também parece aumentar ligeiramente a aptidão para uma habilidade
chamada sinestesia – relação subjetiva que se estabelece espontaneamente
entre uma percepção e outra que pertença ao domínio de um sentido diferente.
Uma das vantagens de uma elevada sinestesia é a de proporcionar
potenciais elevados de memória, ninguém sabe ainda porque, provavelmente
por permitir que as pessoas façam mais associações.
Afirma ser possível renovar o cérebro aumentando as conexões entre
as próprias células cerebrais.
Todas as células têm ramificações, ou dendritos, que se
alcançam e se ligam uma com as outras; e é através
dessas conexões que os pensamentos viajam. Quanto
mais conexão você tem, melhor o seu cérebro funciona.
Entretanto essas conexões dendríticas com outras células
cerebrais são facilmente danificadas e amiúde destruídas.
Os pacientes com mal de Alzheimer, por exemplo, têm
uma terrível carência de conexões dendríticas. Suas
células cerebrais parecem árvores que foram
excessivamente podadas.( KHALSA, 2005, p. 90,)
(Anexo 10)
3.3 - O corpo
A psicomotricidade encontra no idoso uma deteriorização da
organização psicomotora ( iniciada com a praxia fina e a seguir com a praxia
Global), uma desestruturação espaço-temporal, com perda da noção do
corpo, do equilíbrio e perda da tonicidade. E, o longevo é levado através da
psicomotricidade a vivenciar experiências corporais.
Velasco(2006) coloca que psicomotricidade também procura minimizar
no idoso os efeitos da retrogênese psicomotora (lentidão cognitiva e motora, as
alterações psíquicas e comportamentais) com todo um trabalho calcado em
36
métodos científicos, pedagógicos e criativos procurando colocar o corpo em
movimento.
Os benefícios da psicomotricidade ao processo de envelhecimento parte
de um trabalho de anamnese, avaliações médicas, avaliação física, funcional
e psicomotora.
Na anamnese a abordagem do idoso é relacional (Velasco,p.77). Fala
em observar os movimentos executados no encontro, fazendo uma leitura
corporal, procurando um diálogo tônico de qualidade e uma relação agradável
e simpática. (Anexo 11)
As avaliações médicas nos apresentará um quadro de saúde física e
mental e o quadro clínico apresentado norteará outras avaliações.
Quanto a avaliação física e funcional, é consenso testes e medidas com
objetivo de verificação de capacidade física do idoso, nos seus aspectos
antropométricos, metabólicos e neuromotores. (Anexo 12)
Ela propõe uma avaliação psicomotora para o idoso com bases
no modelo de organização psicomotora de Fonseca
(1995, p.107), segundo os estudos de Luria, chamado de
Avaliação da retrogênese Psicomotora e a Bateria
Psicomotora, indicando o perfil do idoso, através de uma
escala de pontuação própria, capaz de detectar suas
necessidades especiais na elaboração de um
planejamento personalizado.(VELASCO,2006,p.82)
( Anexos 13 e 14)
A presença da psicomotricidade na terceira idade mostra como se
encontra o processo de retrogênese naquele idoso, mas só avaliação pode
não ser suficiente, necessário ter um olhar diferenciado e respeitar os objetivos
de cada um.
37
Semestralmente faz-se reavaliações física. Um retorno que serve de
base para um replanejamento, respeitando as necessidades, expectativas e
potencialidades de cada idoso. Faz-se um encontro em que cada participante
recebe um relatório de seu desempenho e conquistas e onde tem oportunidade
de opinar, dando sugestões para o próximo planejamento.
Conseqüências psicomotoras são comuns em idosos,que vivenciam um
confinamento domiciliar e todo seu “esquema corporal fica desestruturado pela
imobilidade e perda dos poucos pontos de referência cinestésicos e
proprioceptivos”. Não só seu esquema mas também sua imagem corporal
apresenta retrogênese. (Anexo 15)
A psicomotricidade trabalha atividades de reintegração e simbolização
da imagem corporal, explorações viso-motoras sequencializadas espacial e
ritmicamente
Realça que os trabalhos oferecidos pela psicomotricidade na terceira
idade devem ser variados e diversificados abrangendo desde o relaxamento,
formas estáticas e dinâmicas de equilíbrio, tonicidade, coordenação, atenção
observação e memória.
Das atividades físicas recomendadas, as aeróbicas devem ser as de
baixo impacto, como natação, caminhada, ciclismo, hidroginástica, remo,
subida de escadas, dança, ioga e tai-chi-chuan. Cursos, palestras, passeios e
festas estão inclusos entre as atividades a serem executadas pelos idosos .
(Anexo 16)
A utilização da psicomotricidade para a ressignificação do corpo
(VELASCO 2006) daqueles que estão na terceira idade, tem como objetivo não
só retardar o envelhecimento mas também sair do sedentarismo e mudando o
padrão de seus aspectos vitais.
38
Quadro comparativo dos aspectos vitais do idoso ativo e o sedentário:
ATIVOS
ASPECTOS VITAIS
SEDENTÁRIOS
Baixo Peso Alto
Baixa Pressão arterial Alta
Baixo Pulso Alto
Baixa Tensão neuromuscular Alta
Alta Força e flexibilidade Baixa
Alta Capacidade respiratória Baixa
Alta Reserva adreno-cortical Baixa
Baixo Grau de fadiga Alto
Alta Estabilidade emocional Baixa
Alta Capacidade cardíaca Baixa
Tardio Envelhecimento Precoce
(VELASCO, p.85)
39
Manter corpo e mente equilibrados pode ser conseguido através de uma
atitude positiva, considerada como habilidade, que como qualquer outra pode
ser adquirida e será canal de saúde e vida prolongada. Ao perdoar, deixar o
rancor de lado, sem dúvida reduz estresse e estimula atitude positiva (SMALL,
2008).
Os exercícios regulares deixam os músculos fortalecidos, seus tendões
e cartilagens. Além de aumentarem a densidade óssea, irão contribuir na
obtenção de força e equilíbrio, reduzindo o risco de quedas e lesões.
Um programa de boa forma na longevidade precisa estar calcado em
três regras básicas:
- condicionamento cardiovascular;
- equilíbrio/flexibilidade e
-o fortalecimento muscular.
Frente ao idoso que vivencia todo um processo de retrogênese, a
psicomotricidade atua preventivamente utilizando-se da atividade física,
evitando possíveis problemas que possam ocorrer.
Uma atividade física para o idoso, adequada, poderá reduzir ou eliminar
fatores de risco, como redução progressiva do movimento. Ela para produzir
seus efeitos deverá ser sempre personalizada e pensada em função da
capacidade, características e disponibilidade de cada idoso.
Esta atividade está centrada em (Pilar P.Geis,2008, p.54):
- prevenção;
- manutenção;
-reabilitação;
-recreação.
Na execução da atividade física, adaptada para o idoso, em seu caráter
preventivo, pode ajudar a atrasar e/ou diminuir uma série de alterações e
mudanças anatômico-funcionais eliminando os fatores de risco, principalmente
a redução progressiva do movimento, já citada.
40
Em seu caráter de manutenção, a atividade física objetiva, a medida do
possível, manter suas capacidades físicas e psíquicas em condições
satisfatórias.
E,
O principal objetivo da reabilitação, considerada como um
processo integral, é a obtenção, no caso de existência de
um grave processo patológico invalidante, ou a
manutenção, nos casos de involução independente da
idade cronológica, de um estado geral de saúde que
permita à pessoa realizar uma série de atividades
indispensáveis para levar uma vida mais cômoda .
(Géis, 2008, p.58 apud Robles,1983,p.51)
Quanto a recreação sua finalidade é lúdica. A atividade física ocupa o
tempo livre e é realizada com intuito de levar o idoso a sentir-se bem e divertir-
se.
3.3.1- Atividades
A atividade física preventiva, de manutenção e de reabilitação é também
chamada de utilitária. Assim, a enfocaríamos a atividade do idoso de forma
utilitária ou recreativa (GEIS,2008,p.72)..
Podem ser realizadas em espaços cobertos e ao ar livre, como pistas
poliesportivas, pátio, jardim, parque, praias, piscinas ( ideal: 16 m x 8 m, 12 m
x 6 m, com profundidade entre 1,20 e 1,40 m, com água entre 27 e 28°C)
A vestimenta deve ser adequada, cômoda, elástica e que não aperte.
Calçado tipo tênis, solado de borracha e macio e dê mobilidade ao tornozelo.
Se as aulas forem pela manhã, evitar o jejum e utilizar alimentos de fácil
digestão.
No início do trabalho as atividades deverão ser simples, motivadores e
variadas. Serão atividades que ajudem o idoso a conhecer o seu corpo, suas
possibilidades de movimento, sua forma de mover-se, aceitando-se tal como é.
41
As dificuldades dos exercícios vão lentamente sendo introduzidas.
As atividades além de variadas devem estimular a relação e a
comunicação entre os idosos, devem ser mais direcionadas à qualidade do
que a quantidade e adaptadas para atender a necessidade do grupo.
3.3.1.1- Atividades de ginástica:
Leva o idoso a uma atividade física aeróbica e anaeróbica, com
exercícios respiratórios, de alongamento, flexão e relaxamento. Pode-se
realizar: ginástica suave, criativa, atividades rítmicas e com música, danças
populares, danças de salão, expressão corporal e mímica, atividades com
material variado, ioga, trabalho de respiração, trabalho de relaxamento,
técnicas alternativas como tai-chi, massagens, shiatsu, automassagem, jogos e
passeios.
3.3.1.2 Atividades aquáticas
A execução de atividades aquáticas para a terceira idade tem o caráter
preventivo (para os que não sabem nadar) e como manutenção (para os que
nadam).
Em seu caráter preventivo aquático, reduz possíveis atrofias e
deformações, além de ajudar o idoso sentir-se útil e capaz de enfrentar
( resolver) situações diversas.
E, como manutenção, a atividade aquática, além de ser preventiva
propiciará um condicionamento físico mantendo sua capacidade física e
psíquica melhor. É benéfica a medida que trabalha com movimentos contínuos
de baixa intensidade e de volume médio, passa a ser considerada um
exercício físico.
P.Geis(2008) se reporta a prática de atividade física aquática como
elemento que pode ajudar a:
a) Manter a forma, as qualidades e as capacidades
físicas em ótimas condições.
42 b) Manter a autonomia física e psíquica e a
capacidade de agir sem a ajuda de outra pessoa.
c) Manter, dentro do possível, a memória, a
capacidade de concentração e de retenção.
d) Manter a mobilidade do sistema locomotor: ossos,
músculos, ligamentos e tendões.
e) Manter as funções orgânicas em ótimas
condições.
f) Manter a alegria de viver, planejar, programar, etc.
g) Para ajudar a envelhecer em ótimas condições
físicas e psíquicas, evitando, dentro do possível, o uso de
medicamentos adicionais.
h) Ajudar a manter as capacidades intelectuais
ativas. (GEIS,2008, 57)
A atividade aquática como reabilitação implica em um trabalho
contínuo, regular e freqüente para obtenção de resultados. Eis alguns
aspectos do envelhecimento que podemos reabilitar, mediante um adequado
exercício físico:
a) Para recuperar-se após um estado de fadiga.
b) Para recuperar-se após uma doença.
c) Para recuperar-se após uma época de repouso.
d) Para recuperar-se após uma lesão e/ou um
acidente
e) Para recuperar a autonomia física e psíquica
(dependendo do grau de não-autonomia a que se tiver
chegado).
f) Para solucionar problemas do envelhecimento.
g) Para solucionar problemas cardiovasculares,
circulatórios, asmáticos, reumáticos, musculares, das
articulações, etc.
43 h) Para recuperar problemas surgidos das más
condições de trabalho. .(GEIS,2008,p.59)
A atividade aquática como recreação para aquele que vivencia a terceira
idade deve ser prazerosa e gratificante, ser utilizada como veículo de liberação
das tensões e utilizada como lazer.
Existe uma participação coletiva, na qual todos podem envolver-se
independentemente da idade, sexo ou experiência anterior, já que não requer
um treinamento prévio. As regras, devem ser adaptadas aos participantes em
caso de jogos.
3.3.1.3 – Atividades em contato com a natureza: caminhadas, jogos
de orientação pelo bairro, excursões, circuitos naturais, travessias, rios, jogos
na areia, banhos de sol e na água, andar de bicicleta, colônias de verão ( na
praia) e inverno ( na serra).
Outras atividades podem ser inseridas complementando os objetivos do
programa estabelecido ao grupo como: encontros (em datas comemorativas),
festas de bairro ou da cidade, festas de fim de ano, intercâmbio com outros
grupos, conferências ou debates informativos e formativos. (Anexo 17)
44
CONCLUSÃO
A atividade cerebral recebe destaque na terceira idade, dada sua
importância em gerar qualidade de vida para aqueles que desejam
longevidade, e a Psicomotricidade tendo, como seu objeto de estudo o
homem, nos permite um olhar de integração. No idoso, ela é utilizada como
instrumento para ressignificação do corpo, permitindo uma saída do
sedentarismo e mudando os padrões de vida em seus aspectos vitais.
Como o homem nasce em um processo de maturação e envelhece com
uma desmaturidade vivenciada por todo ser humano, a Psicomotricidade
direciona todo um trabalho com vistas ao de relaxamento, equilíbrio,
tonicidade, coordenação, atenção, observação, memória, simbolização da
imagem corporal, explorações viso-motoras, espacial e rítmicas.
Partindo de fontes bibliográficas existentes, percorri o cérebro
delineando a anatomia e suas funções e concluí que a célula nervosa, seu
núcleo, axônios, sinapses e os dendritos, responsáveis em conduzir sinais,
precisam permanecer saudáveis, e através da neuroglia, conseguirão o seu
sustento.
O indivíduo idoso sofre um declínio funcional natural e conhecer seu
cérebro, em diversos níveis (bioquímico e físico), nos permite avaliar melhor
como anda a transmissão de mensagens e até mesmo concluir que existe uma
disfunção de sua neuroglia, na presença de certos comportamentos e que
certamente foi gerada pela incapacidade do sistema em remover os detritos
da degeneração.
Os lapsos, as alterações de memória, menor velocidade de raciocínio, e
as dificuldades físicas podem ser melhor compreendidas por todos a medida
que tomamos consciência de suas causas.
Com o apresentado pelos diversos autores, podemos ressaltar que
somos realmente um sistema integrado, produto dos nutrientes que ingerimos
45
e resultantes dos hábitos de vida que levamos. Mesmo com a utilização de
alimentos de qualidade, a dieta por si só não consegue fornecer os
micronutrientes, vitaminas, minerais e ácidos graxos necessários ao
desempenho da células.
Na busca por qualidade de vida, vimos quão prejudicial é o radical livre.
Como ele é produzido e suas conseqüências; e em termos de pesquisa
comprovada já encontramos o combate ao envelhecimento em suas raízes
genéticas - através do princípio ativo do extrato CAE - Unha de Gato (Uncaria
tomentosa).
Combater os esquecimentos através de exercícios cerebrais só
aumenta a capacidade mental e a Psicomotricidade através dos exercícios
neuróbicos contribui de forma positiva para que o cérebro do idoso rompa a
inércia de uma rotina, estimulando as células nervosas a funcionar e ter
conseqüentemente um cérebro ativo.
A manutenção do corpo e da mente equilibrados pode advir de
atividades em grupos, em que se mantêm atitude positiva e bons hábitos de
relacionamentos.
O idoso de hoje desenvolve a consciência de si mesmo como um ser
capaz de sentir e se expressar , ser capaz de partilhar, comunicar-se com os
demais socializando-se ao participar dos grupos .
Assim, a psicomotricidade contribui para a terceira idade a medida que
as dificuldades psicomotoras sejam superadas e o corpo entra em atividade
pelo movimento de forma prazerosa.
E, a plena atividade cerebral (manutenção da funcionalidade), é
preservada, por aquele que vivencia uma retrogênese, a medida que pela
psicomotricidade o longevo ativa seus neurônios.
46
BIBLIOGRAFIA
GEIS, Pilar Pontes. Atividade Física e Saúde na Terceira Idade. Porto Alegre: Artmed. Reimpressão 2008. GIAMPAPA,Vincent; PERO Ronald; Zimmmerman,Márcia. A Solução para não Envelhecer. São Paulo: Cultrix. 2005. KATZ, Laurence C.; RUBIN, Manning. Mantenha o seu cérebro vivo. Rio de Janeiro: Sextante. 2000. KHALSA, Dharma Singh. Longelidade do Cérebro. Rio de Janeiro: Objetiva. 2005. LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociências. São Paulo: Editora Atheneu. 2005. MACHADO, Ângelo. Neuroanotomia Funcional. São Paulo: Atheneu. 2005. MANCILHA, Jairo; Py, Luiz Alberto. O Caminho da Longevidade. Rio de Janeiro: Rocco.2001. PÓVOA, Helion. O Tempo anda a seu favor. Rio de janeiro: Objetiva. 2007. Psicomotricidade. São Paulo: Phorte. 2006. RELVAS,Marta Pires. Tópicos Especiais em Criatividade e Neurociências do Conhecimento. Rio de Janeiro: A Vez do Mestre. ROBLES, E. Tercera edad sana, coleção Rehabilitación, Instituto nacional de serviços Sociales, Madrid, p.51, 1983. SHEPHARD, Roy J. Envelhecimento, Atividade Física e Saúde. São Paulo: Editora Phorte. 2003. SMALL, Garry W. A Ciência da Longevidade: Os oito passos essenciais para manter a mente alerta e o corpo jovem. Rio de Janeiro: Agir. 2008. VELASCO, Cacilda Gonçalves. Aprendendo a Envelhecer : à luz da psicomotricidade. Web: www.psicomotricidade.com.br Acesso - setembro 2009 www.portalsaofrancisco.com.br Acesso - maio 2009
47
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 49 Foto do encéfalo Anexo 2 50
Neurônio
Anexo 3 51
Indice de impacto do estresse
Anexo 4 52
Danos no DNA e problemas decorrentes da deficiência de micronutrientes
Anexo 5 53
Filamento de DNA danificado
Anexo 6 54
Resposta hormonal ao exercício aeróbico e anaeróbico
Anexo 7 55
Mudanças relacionadas com a idade dos níveis de nutrientes, radicais
livres e enzimas cerebrais
Anexo 8 56
Questionário
Anexo 9 57
Rotina do cérebro
Anexo 10 58
Dendritos no mal de Alzheimer
Anexo 11 59
Anamnese
Anexo 12 60
Avaliação Física e Funcional do Idoso
Anexo 13 61
Avaliação da Retrogênese Psicomotora
Anexo 14 62
Bateria Psicomotora
48
Anexo 15 63
Desenho de figura humana
Anexo 16 64
Cópia de fotos de idosos em atividades
Anexo 17 65
Sugestões de Atividades
49
ANEXO 1
FOTO DO ENCÉLALO
(cérebro,cerebelo e tronco encefálico)
www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-
sistema-nervoso/imagem/encefalo-ilustracao
52
ANEXO 4
DANOS AO DNA
E
PROBLEMAS DECORRENTES
DE DEFICIÊNCIA DE MICRONUTRIENTES
Página 142, Giampapa
54
ANEXO 6
RESPOSTA HORMONAL
AO EXERCÍCIO AERÓBICO
E ANAERÓBICO
HGH – HORMÔNIO DO CRESCIMENTO
LIBERADO NOS PRIMEIROS 20 MIN DE EXERCÍCIO AERÓBICO,
ELE REGENERA OS MÚSCULOS E AUMENTA A SUA MASSA.
NOS PRIMEIROS 30 MIN DE EXERCÍCIO ANAERÓBICO,
AUMENTO DE TÔNUS MUSCULAR E MASSA MUSCULAR ALÉM DE
FORÇA DOS TENDÕES E LIGAMENTOS.
Páginas 128, 130 e 131, Giampapa
55
ANEXO 7
MUDANÇAS RELACIONADAS COM A IDADE DOS
NÍVEIS DE NUTRIENTES, RADICAIS LIVRES E ENZIMAS
CEREBRAIS
Página 70, Giampapa
63
ANEXO 15
DESENHO DA FIGURA HUMANA
TRAÇOS DA RETROGÊNESE PSICOMOTORA AO NÍVEL DE
IMAGEM CORPORAL DESSES IDOSOS (FIG. 1.1)
REVOLUÇÃO EMOCIONAL, COM MELHOR ESTRUTURAÇÃO
DO ESQUEMA CORPORAL; DOS ACESSÓRIOS, INDICANDO UMA VIDA
MAIS FESTIVA; DO COLORIDO MELHORANDO SUA VISÃO DE FUTURO E
ATÉ MESMO DE SUAS RELAÇÕES COM AS PESSOAS E COM O MUNDO
AO REDOR (QUADRO- 5.1)
Páginas 42 e 70, Velasco
64
ANEXO 16
CÓPIA DE FOTOS DOS IDOSOS EM ATIVIDADES
Páginas 87, 90, 91, 92, 93, 96, 97, 100, 104, Velasco
65
ANEXO 17
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Aeróbica Mental
Página 305 à 311, Small
Revista Coquetel Sudoku médio nº 24, páginas 4, 5,8 e 9
(solução páginas 30 e 31)
Massagem
Páginas 152 e 153, Geis
Atividades com cadeiras
Página 154 à 159, Geis
Exercícios em dupla
Página 159 à 162, Geis
Exercícios com materiais (bola, bastão e elástico)
Página 162 à 168, Geis e Página 172 à 175, Geis
Expressão Corporal Página 196 à 198, Geis
Atividades Aquáticas
Páginas 198 à 202, Geis
Atividades Terapêuticas e de Reabilitação - pulso, ombros...
Páginas 242 à 245, 248,250,251,260,261,263,267 à 269, Geis
66
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
O cérebro 11
1.1- Os neurônios 14
1.2- O cérebro do idoso 16
CAPÍTULO II
O envelhecimento 19
2.1 – Como chegar aos noventa anos, cem .. 25
CAPÍTULO III
Psicomotricidade, contribuições para manutenção
da mente e do corpo 28
3.1 - O exercício 30
3.2 – o cérebro e suas possibilidades 34
3.3 – O corpo 35
3.3.1 - Atividades 40
3.3.1.1.-Atividades de ginástica 41
3.3.1.2 – Atividades aquáticas 41
3.3.1.3 – Atividades em contato com a natureza 43
CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA 46
ANEXOS 47
ÍNDICE 66
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