EDUARDO CESAR RODRIGUES DE LIMA
DIFERENTES FONTES DE CARBONO NO CULTIVO INTENSIVO DA TILÁPIA
DO NILO Oreochromis niloticus (LINNAEUS, 1758) EM SISTEMA DE BIOFLOCOS
RECIFE, PE
Fevereiro/2016
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E AQUICULTURA
DIFERENTES FONTES DE CARBONO NO CULTIVO INTENSIVO DA TILÁPIA
DO NILO Oreochromis niloticus (LINNAEUS, 1758) EM SISTEMA DE BIOFLOCOS
Eduardo Cesar Rodrigues de Lima
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e
Aquicultura da Universidade Federal Rural
de Pernambuco como parte das exigências
para obtenção do título de Mestre.
Prof. Dr. Eudes de Souza Correia
Orientador
Recife, PE
Fevereiro/2016
iii
Ficha catalográfica
L732d Lima, Eduardo Cesar Rodrigues de.
Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da
tilápia do Nilo O.niloticus (Linnaeus, 1758) em sistema de
bioflocos / Eduardo Cesar Rodrigues de Lima. – Recife,
2016.
57 f. : il.
Orientador: Eudes de Souza Correia.
Dissertação (Mestrado em Recursos Pesqueiros e
Aquicultura) – Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Departamento de Pesca e Aquicultura, Recife, 2016.
Referências e anexo(s).
1. Piscicultura. 2. Fontes de carbono. 3. Bioflocos.
4. Oreochromis niloticus. 5. Chitralada. I. Correia, Eudes
de Souza, orientador II. Título
CDD 639.3
iv
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E AQUICULTURA
DIFERENTES FONTES DE CARBONO NO CULTIVO INTENSIVO DA TILÁPIA
DO NILO Oreochromis niloticus (LINNAEUS, 1758) EM SISTEMA DE BIOFLOCOS
Eduardo Cesar Rodrigues de Lima
Dissertação julgada adequada para obtenção do título de Mestre em Recursos
Pesqueiros e Aquicultura. Defendida e julgada aprovada em 23/02/2016 pela seguinte Banca
Examinadora.
Prof. Dr. Eudes de Souza Correia – Orientador
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Prof. Dr. Ronaldo Cavalli - Membro Interno
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Prof. Dr. Athiê Jorge Guerra Santos - Membro Externo
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Prof. Dr. Alfredo Olivera Galvez - Suplente interno
Universidade Federal Rural de Pernambuco
______________________________________________________________
Prof. Dr. Luís Otávio Brito da Silva - Suplente externo
Universidade Federal Rural de Pernambuco
v
Dedicatória
Aos meus pais, Maria de Fátima do Nascimento e
Adriano Cesar Rodrigues de Lima.
vi
Agradecimentos
Primeiramente à Deus!
À Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), especialmente a todos os
funcionários do Departamento de Pesca e Aquicultura (DEPAq) e da Estação de Aquicultura
Continental Prof. Johei Koike, pelo apoio durante esses dois anos.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela
concessão da bolsa de estudo e apoio financeiro para execução da pesquisa.
Ao Professor Dr. Eudes de Souza Correia, pela sua orientação, confiança e
companheirismo. Muito grato pelos conhecimentos técnicos e acadêmicos adquiridos e acima
de tudo pelo exemplo de vida.
A todos os companheiros do Laboratório de Sistemas de Produção Aquícola (LAPAq):
Maria Gabriela Padilha Ferreira, Fabiana Penalva de Melo, Jaqueline Vanessa Silva Moura,
Marcelo Siqueira Franklin, Pedro Vinícius de Oliveira Ribeiro e Bruno Lúcio de Oliveira pelo
apoio a pesquisa e ao aprendizado construído. Em especial à Rafael Liano de Souza e Ítalo
Felipe Mascena Braga pelo total apoio e assistência, e pelos momentos extraordinários que
vivenciamos na UFRPE.
Agradecimentos especiais à minha mãe Maria de Fátima do Nascimento, pelo apoio e
incentivo durante a realização deste trabalho. Assim como agradeço à meu pai Adriano Cesar
Rodrigues de Lima e a minha irmã querida Adriana Rodrigues de Lima por tudo. Agradeço
também a minha tia Ana Maria Rodrigues de Lima pelos bons conselhos recebidos.
À Marília Benício Torres “Lila” pelo amor, paciência, cumplicidade e apoio dado em
todos os momentos.
vii
RESUMO
A tecnologia de bioflocos tem apresentado avanços na aquicultura tradicional,
principalmente, em camarões e tilápias. As principais vantagens são pouca utilização de água,
reciclagem dos compostos nitrogenados e produção de alimento suplementar rico em proteína.
Diversas fontes de carbono são empregadas no cultivo em bioflocos, açúcares, amidos,
álcoois e fibras, assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos das fontes de carbono
orgânico na qualidade da água, desempenho de crescimento e aceitação de filés da tilápia do
Nilo (Oreochromis niloticus) cultivada em sistema de bioflocos. Foram adotados três
tratamentos envolvendo as fontes de carbono açúcar (AÇU), melaço líquido (MEL) e melaço
em pó (MEP), com cinco repetições cada e um tratamento controle (CTL) sem bioflocos, com
quatro repetições. Os peixes (72,6 g) foram estocados em 19 tanques circulares (800L) numa
densidade de 35 peixes/m3
e cultivados por 145 dias. Foram avaliadas as variáveis de
qualidade da água, desempenho de crescimento e aceitabilidade dos filés de tilápia. A
concentração de oxigênio dissolvido foi significativamente maior (P≤0,05) nos tanques sem
bioflocos (CTL) devido à ausência de biomassa bacteriana. O nitrogênio da amônia total
(NAT) apresentou diferença estatística (P≤0,05) entre o tratamento AÇU e os demais com
bioflocos, exibindo a menor concentração de 2,53 mg NAT/L. Já o nitrito, não apresentou
diferença estatística (P>0,05) entre os tratamentos com valores médios variando de 0,74 a 2,3
mg de N-NO2/L. O peso final variou de 339 a 409 g, com fator de conversão alimentar entre
1,61 e 1,89, sobrevivência de 80 a 99% e não apresentou diferença estatística entre os
tratamentos (P>0,05). A produtividade variou de 9,72 (AÇU) a 14,22 Kg/m3 (CTL) (P≤0,05).
Os tanques sem bioflocos (CTL) consumiram 9 m3 de água para produzir 1 Kg de peixe,
enquanto os de bioflocos utilizaram apenas 0,68 m3, o que representa um consumo 13 vezes
menor. A porcentagem de proteína nos filés de tilápia e nos bioflocos analisados variaram,
respectivamente, de 17 a 20% e 31 a 33%. Os filés de tilápia oriundos do biofloco com açúcar
mostraram ter a preferência dos avaliadores, com nota 7,77 (gostei moderadamente a gostei
muito). Com estes resultados, conclui-se que as fontes de carbono utilizadas (melaços e
açúcar) podem ser utilizadas no cultivo da tilápia O. niloticus em bioflocos sem prejuízos à
água de cultivo e à produtividade. Além disso, deve-se considerar a facilidade na obtenção do
açúcar.
Palavras-chave: piscicultura, fontes de carbono, bioflocos, Oreochromis niloticus, Chitralada
viii
ABSTRACT
Biofloc technology has brought advances in traditional aquaculture, mainly in shrimp
and tilapia. The main advantages are low water use, recycling of nitrogen compounds and
production of supplementary food rich in protein. Various carbon sources are employed in the
biofloc culture, as sugars, starches, alcohols and fibers. So the aim of this study was to
evaluate the effects of organic carbon sources on water quality, growth performance and
acceptance of Nile tilapia fillets (Oreochromis niloticus) cultured in biofloc systems. Were
adopted three treatments involving the sources of carbon, as sugar (AÇU), liquid molasses
(MEL) and powder molasses (MEP), with five replicates each and a control treatment (CTL)
without biofloc, with four replications. Fish (72.6 g) were stocked in 19 circular tanks (800L)
at a density of 35 fish/m3 and grown by 145 days. They evaluated the water quality variables,
growth performance and acceptability of tilapia fillets. The dissolved oxygen concentration
was significantly higher (P≤0.05) in the tanks without bioflocs (CTL) in the absence of
bacterial biomass. Total ammonia nitrogen (NAT) showed statistical significance (P≤0.05)
between the AÇU treatment and the other with bioflocs, displaying the lowest concentration
of 2.53 mg NAT/L. Already nitrite, showed no statistical difference (P>0.05) among
treatments with mean values ranging from 0.74 to 2.3 mg of N-NO2/L. The final weight
ranged from 339 to 409 g, with feed conversion ratio between 1.61 and 1.89, survival 80-99%
and showed no statistical difference between treatments (P>0.05). Productivity ranged from
9.72 (AÇU) to 14.22 Kg/m3 (CTL) (P≤0.05). The tanks without bioflocs (CTL) consumed 9
m3 of water to produce 1 kg of fish, while the bioflocs used only 0.68 m
3, which represents a
13 times lower consumption. The percentage of protein in fillets of tilapia and analyzed
bioflocs ranged respectively 17-20% and 31-33%.Tilapia fillets coming from biofloc with
sugar showed to have the preference of the evaluators, with note 7.77 (like moderately to like
very much). With these results, it is concluded that the carbon sources (molasses and sugar)
can be used in the tilapia culture with biofloc without damage to water culture and
productivity. Moreover, one should consider the ease of obtaining sugar.
Key words: fish farming, carbon sources, bioflocs, Oreochromis niloticus, Chitralada
ix
LISTA DE FIGURAS
Artigo Página
Figura 1 - Variação dos compostos nitrogenados (A- nitrogênio da amônia total, B-
nitrogênio do nitrito, C- nitrato) e do ortofosfato (D) durante 145 dias de cultivo da tilápia
O. niloticus em bioflocos com diferentes fontes de carbono............................................ 38
x
LISTA DE TABELAS
Revisão de Literatura Página
Tabela 1 - Diferentes fontes de carbono utilizadas no cultivo de peixes em sistema de
bioflocos................................................................................................................................. 19
Artigo
Tabela 1 - Valores médios ± desvio padrão (mínimo - máximo), das variáveis de
qualidade da água do cultivo de O. niloticus em bioflocos com diferentes fontes de
carbono................................................................................................................................... 36
Tabela 2 - Relação consumo de água versus biomassa produzida durante 145 dias de
cultivo de O. niloticus em bioflocos com diferentes fontes de carbono............................. 40
Tabela 3 - Valores médios ± desvio padrão das variáveis de crescimento da tilápia do
Nilo O. niloticus cultivadas em bioflocos com diferentes fontes de carbono..................... 41
Tabela 4 - Composição centesimal dos filés de tilápia e dos bioflocos formados durante
os 145 dias de cultivo de O. niloticus com diferentes fontes de carbono........................... 43
Tabela 5 - Valores médios ± desvio padrão da analise sensorial dos filés de tilápia de O.
niloticus oriundas do cultivo em bioflocos com diferentes fontes de carbono.................... 44
xi
SUMÁRIO
Página
Dedicatória.................................................................................................................................. v
Agradecimentos ......................................................................................................................... vi
RESUMO ................................................................................................................................. vii
ABSTRACT ............................................................................................................................ viii
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... ix
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... x
1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12
2- REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................ 15
3- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 23
4- ARTIGO CIENTÍFICO........................................................................................................ 29
NORMAS DA REVISTA ........................................................................................................ 50
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
12
1- INTRODUÇÃO
Alguns recursos pesqueiros encontram-se no seu limite máximo de exploração
sustentável e há um déficit mundial da oferta de proteínas de origem animal. O homem
está em busca de novas alternativas para a produção de alimentos. Segundo a
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a aquicultura é
a principal alternativa para aumentar a oferta de pescado por todo mundo,
representando, na atualidade, aproximadamente 42% da produção de alimentos de
origem aquática (FAO, 2014).
O Brasil está entre os maiores produtores de pescado cultivado do mundo,
ocupando a 12º colocação, estando à frente do Japão e Coreia. Em 2012, a produção da
aquicultura (continental e marinha) brasileira foi de aproximadamente 707,4 mil
toneladas de pescado, representando 1,1% da produção mundial (FAO, 2014). A
produção da aquicultura continental em 2010 e 2011 foi de aproximadamente 394 e 544
mil toneladas de pescado, respectivamente, demonstrando um aumento aproximado de
38% na produção da aquicultura continental brasileira. Dentre as principais espécies de
peixes criadas no Brasil destaca-se a tilápia com uma produção no ano de 2011 de,
aproximadamente, 253 mil toneladas (MPA, 2014).
A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é considerada um dos peixes mais
importantes atualmente, pois dentre as espécies de água doce, é a que apresenta
proeminência na aquicultura mundial, devido principalmente às suas características:
rusticidade; facilidade em se adaptar em diversos tipos de sistemas de criação; alta taxa
de crescimento e boa conversão alimentar; ótima aceitação no mercado consumidor,
principalmente devido à qualidade da carne; hábito alimentar onívoro, mas com
preferências por detritos e plâncton (MCINTOSCH e LITTLE, 1995). Tais
características fazem da tilápia a segunda espécie mais cultivada no mundo, ficando
atrás apenas das carpas (FAO, 2012).
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
13
Os sistemas de produção adotados na criação das tilápias são classificados em
extensivo, semi-intensivo, intensivo e super-intensivo. A intensificação dos processos
de produção busca alcançar maior produtividade em menores áreas, menor tempo e
custo racionalizado (KUBITZA, 1999). Contudo, nessa busca por uma maior
produtividade, deve-se considerar boas práticas de manejo, a fim de minimizar o
impacto ambiental da atividade aquícola. Assim, é de extrema importância a
implantação de sistemas de produção sustentáveis, capazes de minimizar os danos ao
meio ambiente, destacando-se os sistemas de cultivos fechados (COLT et al., 2006).
Dentre estes sistemas de cultivo, os que utilizam a tecnologia de bioflocos (BFT) são os
que mais vem se destacando nos últimos anos.
Sistemas sem trocas de água, como o BFT, se baseiam no estimulo a formação
de uma biota predominantemente aeróbica e heterotrófica a partir da fertilização com
fontes ricas em carbono orgânico e aeração constante do ambiente de cultivo
(WASIELESKY et al., 2006; EMERENCIANO et al., 2007; AVNIMELECH, 2009).
Este sistema apresenta diversas vantagens, como redução do uso de água e menor risco
de introdução e disseminação de doenças, bem como a possibilidade do uso de dietas
com níveis reduzidos de proteína. Além disso, o uso da tecnologia de bioflocos permite
o controle do nitrogênio inorgânico por meio da adição de carboidratos, o que induz a
remoção desse nitrogênio pelos microrganismos do biofloco para a conversão em
biomassa microbiana, fonte efetiva de proteína para peixes e camarões
(AVNIMELECH, 1999; BURFORD et al., 2004; SAMOCHA et al., 2007).
Pesquisas têm demonstrado resultados satisfatórios em termos de produção e
eficiência de incorporação do nitrogênio no animal cultivado na presença de bioflocos,
através do consumo da ração e da biomassa microbiana estimulada a partir da adição de
fontes de carbono orgânico, como açúcar, melaço e amido de mandioca
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
14
(AVNIMELECH, 1999; BURFORD et al., 2003). Pérez-Fuentes et al. (2016) ao
cultivarem tilápias em bioflocos com diferentes relações C:N e utilizando melaço como
fonte de carbono, encontraram produtividades de 16 a 18 Kg/m3.
Em razão da importância do tema dentro da aquicultura nacional e da possível
contribuição com a geração de conhecimentos aplicáveis à cadeia produtiva da tilápia, o
presente estudo objetivou avaliar os efeitos das fontes de carboidratos na qualidade da
água, desempenho de crescimento e aceitação de filés da tilápia do Nilo (Oreochromis
niloticus) cultivada em sistema de bioflocos.
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
15
2- REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Tecnologia de bioflocos
Os sistemas de produção adotados na aquicultura são classificados em extensivo,
semi-intensivo, intensivo e super-intensivo, tendo como principal diferença entre os
sistemas extensivos e intensivos, a utilização de rações balanceadas e as densidades de
estocagem. O meio de cultivo mais utilizado no cultivo de peixes e camarões é o
autotrófico, que consiste na utilização de baixas densidades de estocagem, trocas
regulares de água para controlar a população de algas e a utilização de rações com altos
níveis de proteína.
A tecnologia de bioflocos (Biofloc Technology - BFT) conhecida também como
Activated Suspension Technique (AST), Active Suspension Pond (ASP), Zero exchange,
aerobic, heterotrophic (ZEAH), sistema heterotrófico, entre outros termos
(McINTOSH, 1995; McNEIL, 2000; ERLER et al., 2005; WASIELESKY et al., 2006;
AVNIMELECH, 2007; DE SCHRYVER et al., 2008) foi inicialmente desenvolvida
como alternativa para resolver os problemas de qualidade da água, onde a manutenção
dos parâmetros ideais baseia-se no desenvolvimento e controle das bactérias
heterotróficas do próprio meio (AVNIMELECH, 2007). Esta técnica de cultivo concilia
questões ambientais com econômicas e foi desenvolvida para minimizar a descarga de
efluentes, proteger os recursos hídricos e melhorar a biossegurança dos cultivos
intensivos de organismos aquáticos (BURFORD et al., 2003; AVNIMELECH 2007).
Os princípios do cultivo de peixes e camarões em sistemas intensivos com
limitada troca d’água foram desenvolvidos simultaneamente em escala experimental,
para camarões no Waddel Mariculture Center, Carolina do Sul, EUA, e para peixes,
principalmente tilápia, em Israel (HOPKINS et al., 1993; SAMOCHA et al., 2004;
BURFORD et al., 2004; AVNIMELECH, 2007).
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
16
Os sistemas de cultivo superintensivos (BFT) apresentam muitas vantagens sobre
os sistemas tradicionais, dentre essas, a mínima utilização de água, menor impacto
ambiental, menor área de cultivo e maior produtividade, maior disponibilidade de
alimento natural, aumento da biossegurança (com mínimo risco de introdução e
disseminação de doenças), reduzido custo com alimentação e da quantidade de proteína
nas rações, possibilidade do uso de dietas com baixos níveis de proteína, reciclagem dos
nutrientes e desenvolvimento significativo da produção (AVNIMELECH, 2012), além
da melhoria da conversão alimentar e controle dos níveis de compostos nitrogenados
inorgânicos através da proteína microbiana produzida (BROWDY et al., 2001;
WASIELESKY et al., 2006; AZIM et al., 2008; AVNIMELECH, 2009).
Os sistemas sem renovação de água estimulam a formação de uma biota
predominantemente aeróbica e heterotrófica, a partir da fertilização com fontes ricas em
carbono orgânico (açúcar, melaço, amido, farelos vegetais, rações, etc) e aeração
constante do ambiente de cultivo (WASIELESKY et al., 2006; EMERENCIANO et al.,
2007). Para tal, é imprescindível o domínio da comunidade bacteriana heterotrófica,
através do balanceamento e manutenção de altas relações Carbono:Nitrogênio
(SCHNEIDER et al., 2006). De acordo com Avnimelech (2012), esta relação
proporcionará melhores condições para as bactérias heterotróficas capazes de absorver
compostos nitrogenados, mantendo a qualidade da água e também possibilitarão a
formação de flocos microbianos (ou bioflocos), que são constituídos principalmente por
bactérias, zooplânctons, protozoários, microalgas, que, juntamente com detritos, estão
agregados à matéria orgânica.
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
17
2.1.1. Valor nutricional do biofloco
Diferentes fontes de carbono orgânico estimulam uma comunidade microbiana
específica e consequentemente modificam as propriedades nutricionais do biofloco
(CRAB, 2010). Um estudo realizado por Crab (2010), os resultados da análise da
composição química e conteúdo energético dos bioflocos fertilizados com diferentes
fontes de carbono, revelaram um alto teor de proteína bruta (40%), lipideos (41%) e
energia (27 kJ/g) naquele biofloco com glicose, enquanto que elevado teor de cinzas
(20%) foi encontrado no biofloco com acetato e alto teor de carboidratos (59%) no
biofloco com amido.
Segundo Azim e Little (2008), os bioflocos que contenham mais de 38% de
proteína bruta, 3% de lipideos, 6% de fibras, 12% de cinzas e 19 kJ/g de energia (com
base na matéria seca) é considerado adequado para produção de tilápias. Entretanto,
Webster e Lim (2002), relataram que bioflocos contendo 50% de proteína bruta, 4% de
fibras, 7% de cinzas e 22 kJ/g de energia são melhores para peixes herbívoros/onívoros
incluindo a tilápia. Resultados bem superiores a estes foram encontrados por Widanarni
et al. (2012). Estes autores realisaram uma análise da composição centesimal do
biofloco oriundo de um cultivo com tilápias em diferentes densidades de estocagem e
encontraram valores de proteína bruta variando de 40 a 50%, lipideos de 12 a 24% e
cinzas de 25 a 29%.
2.2. Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) em BFT
A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) faz parte de um grupo de espécies que
recebem a denominação genérica de tilápias e pertencem à família Cichlidae
(Perciformes) tendo a sua origem no continente africano. Existem aproximadamente 70
espécies de tilápias, no entanto apenas quatro possuem destaque na aquicultura: a tilápia
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
18
do Nilo (Oreochromis niloticus), a tilápia de Moçambique (Oreochromis mossambicus),
a tilápia azul ou áurea (Oreochromis aureus) e a tilápia de Zanzibar (Oreochromis
urolepis hornorum) (KUBITZA, 2011). A tilápia é o segundo peixe mais cultivado no
mundo, ficando atrás apenas das carpas. A produção mundial em 2011 foi de 3.957.843
toneladas (FAO, 2012). Este destaque deve-se, em grande parte, às características
apresentadas por este peixe, como rápido crescimento, tolerância a uma ampla faixa de
condições ambientais, precocidade sexual, rusticidade e capacidade de aproveitamento
do alimento natural (EL-SAYED, 2006).
Muitos autores consideram a tecnologia de bioflocos como um sistema aquícola
sustentável e ambientalmente amigável, que tem sido experimentado tanto em
laboratório como em escala comercial para várias espécies aquícolas, incluindo as
tilápias (AVNIMELECH, 2007; AZIM e LITTLE, 2008; CRAB et al., 2009).
As tilápias são candidatas ideais para sistemas de cultivo em tanques de suspensão
ativada (DEMPSTER et al., 1995; AZIM et al., 2003). De acordo com Avnimelech
(2011), as tilápias são perfeitamente adaptadas para o sistema de bioflocos. A
alimentação herbívora por filtração, adapta-o à absorção do biofloco em suspensão na
água, e a robustez/resistência do peixe, permite o desenvolvimento em sistemas de
cultivo superintensivos (AVNIMELECH, 2011).
A biomassa de peixe produzida em tanques com sistema de bioflocos com tilápias
pode variar de 10 a 40 Kg/m3 (AVNIMELECH, 2005). Essa biomassa é bem superior
quando comparada com a biomassa de camarão produzida em tanques com bioflocos (1
a 9 Kg/m3) (AVNIMELECH, 2005; CORREIA et al., 2014; MISHRA et al., 2008;
SAMOCHA et al., 2013). Crab et al., (2009), em um experimento de 50 dias com
alevinos de tilápia (Oreochromis niloticus x Oreochromis aureus) em sistema de
bioflocos, obtiveram excelentes taxas de sobrevivência de 80 e 97%. A densidade de
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
19
estocagem utilizada foi de 20 Kg/m3, com adição de amido numa relação
carbono:nitrogênio de 20:1.
Em outro estudo, Widanarni et al. (2012), avaliaram o efeito da utilização da
tecnologia do biofloco na qualidade da água e no desempenho zootécnico da tilápia
vermelha Oreochromis sp sob diferentes densidades de estocagem (25, 50 e 100 peixes/
m3) em tanques circulares de 3m
3. A relação carbono:nitrogênio adotada foi de 15:1, e a
fonte de carbono orgânico adicionada foi o melaço. Estes autores encontraram
produtividades maiores (3,3 a 7,1 Kg/m3) nos tanques sem bioflocos e maiores
sobrevivências nos tanques com bioflocos (93 a 97%). Eles atribuíram esse fato, ao
aumento na capacidade reprodutiva das tilápias dos tanques com bioflocos, assim a
produtividade pode declinar porque parte da energia obtida pela assimilação do biofloco
é direcionado para o desenvolvimento gonadal, à custa de crescimento.
Avnimelech (2007), testando alimentação com flocos microbianos para a tilápia de
Moçambique (Oreochromis mossambicus) em tanques com limitada troca de água,
constatou que tais flocos demonstraram ser uma fonte de alimento potencial para a
tilápia e possivelmente para outros peixes, e o autor afirmou que a alimentação com
flocos microbianos contribuíram com cerca de 50% das necessidades de proteína do
peixe.
2.3. Fontes de carbono
A adição de fontes de carbono em viveiros de aquicultura para manter uma alta
relação carbono:nitrogênio (C:N) é recomendado para o estabelecimento da comunidade
microbiana presente no biofloco e para o controle da concentração de nitrogênio
inorgânico (AVNIMELECH, 1999). Açúcar, amido, melaço, celulose, glucose, acetato e
glicerol, são exemplos de fontes ricas em carbono (C) orgânico (HARI et al., 2004; DE
SCHRYVER et al., 2008; AVNIMELECH, 2009). A Tabela 1 mostra os recentes
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
20
trabalhos realizados com peixes em sistema de bioflocos e as diversas fontes de carbono
adotadas.
Tabela 1 - Diferentes fontes de carbono utilizadas no cultivo de peixes em sistema de
bioflocos.
Autores Peixes Fontes de carbono
Rocha et al. (2012) Tainha Melaço líquido e farelo de trigo
Avnimelech (2007) Tilápia Amido
Crab et al. (2009) Tilápia Amido
Green et al. (2014) Catfish Melaço líquido
Wambach (2013) Tilápia Melaço líquido
Lima et al. (2015) Tilápia Melaço líquido
Luo et al. (2014) Tilápia Glicose
Kubtiza (2011) Tilápia Melaço em pó e resíduo de macarrão
Pérez-Fuentes et al. (2016) Tilápia Melaço líquido
Widanarni et al. (2012) Tilápia Melaço líquido
Long et al. (2015) Tilápia Glicose
Da Silva e Da Costa (2013) Tilápia Farinha de trigo, Açúcar mascavo
Caipang et al. (2015) Tilápia Farinha de trigo, farinha de batata doce
2.3.1. Melaço
O melaço é um subproduto do processo de refinamento do açúcar, sendo
comercializado na forma liquida e em pó (desidratado). Na pecuária é muito utilizado
como energético, dando aos alimentos mais aroma e palatabilidade. Possui geralmente
17 a 25% de água e teor de açúcar (sacarose, glicose e frutose) de 45 a 50%
(NAJAFPOUR; SHAN, 2003). Esse subproduto vem sendo utilizado na preparação de
meios heterotróficos (EMERENCIANO et al., 2007) visando à redução de compostos
nitrogenados em berçários de camarão marinho (SAMOCHA et al., 2007).
O melaço também é utilizado como fonte de carbono no cultivo de tilápias em
bioflocos. Widanarni et al. (2012) usaram o melaço como fonte de carbono orgânico ao
avaliarem o desempenho zootécnico da Tilápia vermelha (Oreochromis sp.) cultivadas
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
21
em diferentes densidades de estocagem e em bioflocos. Esses autores obtiveram
sobrevivência maior que 90% e produções de 14 a 36 Kg/m3.
2.3.2. Açúcar
O açúcar é um termo genérico usado para carboidratos cristalizados comestíveis,
principalmente sacarose, lactose e frutose. O Brasil é um dos maiores produtores e
exportadores de açúcar do mundo, com 38,34 milhões de toneladas na safra 2012/13
(CONAB, 2013). O açúcar cristal em sua composição, apresenta 0,1% de umidade,
99,6% de carboidratos, 8 mg de cálcio, 0,2 mg de ferro e 3 mg de potássio
(NEPA/UNICAMP, 2006), sendo uma importante fonte de carbono (C), contendo de 20
a 40% de C. Xu et al. (2012) utilizaram o açúcar mascavo como fonte suplementar de
carbono orgânico ao investigarem a contribuição do biofloco na nutrição protéica de
Litopenaeus vannamei alimentados com rações contendo diferentes níveis proteicos, e
obtiveram sobrevivências maiores que 85% e produtividade de 2,5 a 2,7 Kg/m3.
2.4. Análise sensorial de pescado
A análise sensorial é definida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT, 2014) como a disciplina científica usada para evocar, medir, analisar e
interpretar reações das características dos alimentos e materiais como são percebidas
pelos sentidos da visão, olfato, gosto, tato e audição. A análise sensorial normalmente é
realizada por uma equipe montada para analisar as características sensoriais de um
produto para um determinado fim. Pode-se avaliar a seleção da matéria prima a ser
utilizada em um novo produto, o efeito de processamento, a qualidade da textura, o
sabor, a estabilidade de armazenamento, a reação do consumidor, entre outros.
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
22
Os sistemas sensoriais (olfativo, gustativo, tátil, auditivo e visual) avaliam os
atributos dos alimentos, ou seja, suas propriedades sensoriais (cor, odor, aroma, sabor,
textura e som) (ANZALDÚA-MORALES, 1994).
O pescado é um alimento altamente benéfico à nutrição humana, principalmente
pela composição química da carne a qual é composta de vitaminas hidrossolúveis do
complexo B e lipossolúveis A e D importantes ao organismo humano, minerais
essenciais, fósforo e cálcio, presença de ácidos graxos polinsaturados da família ômega
3, além de conter proteínas de alto valor biológico (BURGUESS, 1965; SIKORSKI,
1990).
No Brasil, a tilápia é o peixe mais produzido pela aquicultura (MPA, 2014). A
espécie apresenta requisitos típicos preferidos pelo mercado consumidor, tais como
carne branca de textura firme, sabor delicado, de fácil filetagem, ausência de espinhas
em Y , além das características produtivas desejáveis para a criação (JORY et al., 2000).
O valor nutricional de sua carne pode ser comprovado pela sua composição química,
com teores de proteína entre 15,0 e 20,0% e baixo conteúdo de gordura (1,0 a 4,0%)
(GARDUÑO-LUGO et al., 2003).
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
23
3- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
29
4- ARTIGO CIENTÍFICO
Parte dos resultados obtidos durante o trabalho experimental desta dissertação
está apresentado no artigo intitulado “CULTIVO DA TILÁPIA OREOCHROMIS
NILOTICUS EM BIOFLOCOS COM DIFERENTES FONTES DE CARBONO”;
(manuscrito), que se encontra anexado.
Artigo científico a ser submetido à Revista: Revista Ciência
Agronômica - www.ccarevista.ufc.br - ISSN 1806-6690 (on
line), 0045-6888 (impresso)
Todas as normas de redação e citação, deste capítulo, atendem as
normas estabelecidas pela referida revista (em anexo).
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
30
Cultivo da tilápia Oreochromis niloticus em bioflocos com diferentes fontes de carbono1 1
Culture of the tilapia Oreochromis niloticus in biofloc with different carbon sources 2
Eduardo Cesar Rodrigues de Lima2*, Rafael Liano de Souza
3, Pamela Jenny Montes Girao
3, 3
Ítalo Felipe Mascena Braga3, Eudes de Souza Correia
3 4
RESUMO - Este trabalho objetivou avaliar os efeitos da utilização de diferentes fontes de 5
carbono orgânico na qualidade da água, desempenho de crescimento e aceitabilidade de filés 6
da tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) cultivada em sistema de bioflocos. O experimento 7
foi realizado na Estação de Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco, 8
Brasil, durante 145 dias. Peixes de 72,6±6,83 g foram estocados (35 peixes m-3
) em 19 9
tanques circulares (800 L) em um delineamento experimental inteiramente casualizado, com 10
três tratamentos envolvendo as fontes de carbono açúcar (AÇU), melaço líquido (MEL) e 11
melaço em pó (MEP), com cinco repetições cada e um tratamento controle (CTL) sem 12
bioflocos, com quatro repetições. A concentração de oxigênio dissolvido foi 13
significativamente maior (P≤0,05) nos tanques sem bioflocos devido à ausência de biomassa 14
bacteriana. O nitrogênio da amônia total (NAT) apresentou diferença estatística (P≤0,05) 15
entre o tratamento AÇU e os demais com bioflocos, exibindo a menor concentração de 2,53 16
mg L-1
. A sobrevivência foi superior a 80%, não havendo diferença estatística entre os 17
tratamentos (P>0,05), e a produtividade variou de 9,72 (AÇU) a 14,22 Kg m-3
(CTL) 18
(P≤0,05). O consumo de água nos tanques com bioflocos foi 13 vezes menor que o controle 19
(CTL). Os filés de tilápia oriundos do biofloco com açúcar mostraram ter a preferência dos 20
avaliadores, com nota 7,77 (gostei moderadamente a gostei muito). As fontes de carbono 21
utilizadas (melaços e açúcar) podem ser utilizadas no cultivo da tilápia O. niloticus em 22
bioflocos sem prejuízos à água de cultivo e à produtividade. 23
1 Parte da dissertação de mestrado em Recursos Pesqueiros e Aquicultura do primeiro autor.
2*Autor para correspondência. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Pesca e Aquicultura,
Laboratório de Sistemas de Produção Aquícola, Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil. e-mail:
3 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Pesca e Aquicultura, Laboratório de Sistemas de Produção
Aquícola, Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, Brasil.
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
31
Palavras-chave: Piscicultura. Engorda. Chitralada. Melaço. Açúcar. 24
ABSTRACT - This study evaluated the effects of using different sources of organic carbon in 25
water quality, growth performance and filletsacceptability of Nile tilapia 26
(Oreochromisniloticus) cultured in bioflocs system. The experiment was conducted at the 27
Aquaculture Station of the Federal Rural University of Pernambuco, Brazil, during 145 days. 28
Fish 72.6±6.83 g were stocked (35 fish m-3
) in 19 circular tanks (800 L) in a completely 29
randomized design with three treatments involving the carbon sources as sugar (AÇU), liquid 30
molasses (MEL) and powder molasses (MEP) with five replicates each, and a control 31
treatment (CTL) without bioflocs with four replicates. The dissolved oxygen was significantly 32
higher (P≤0.05) in tanks without bioflocs due to lack of bacterial biomass. Total ammonia 33
nitrogen (TAN) showed statistical significance (P≤0.05) between the AÇU treatment and the 34
other with bioflocs, showing the lowest concentration of 2.53 mg L-1
. Survival was higher 35
than 80%, with no statistical difference among treatments (P>0.05), and productivity ranged 36
from 9.72 (AÇU) to 14.22 Kg m-3
(CTL) (P≤0.05). Water consumption in tanks with bioflocs 37
was 13 times smaller than the control (CTL). The tilapia fillets coming from biofloc with 38
sugar shown to have the preference of the evaluators, with 7.77 note (like moderately to like 39
very much). The carbon sources used (molasses and sugar) can be used in the culture of 40
tilapia O. niloticus culture in biofloc without damage to the culture water and productivity. 41
Key words: Fish farming. Growout. Chitralada. Molasses. Sugar. 42
INTRODUÇÃO 43
A melhoria da produtividade é uma das principais prioridades no desenvolvimento da 44
aquicultura e especificamente da tilapicultura. A intensificação dos sistemas de produção 45
torna-se a maneira mais fácil de atingir esse objetivo (AVNIMELECH et al. 2008; 46
PIEDRAHITA, 2003). A piscicultura com tecnologia de bioflocos tem algumas vantagens 47
sobre a piscicultura tradicional, dentre essas, requer pouca ou nenhuma troca de água, menor 48
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
32
impacto ambiental, reciclagem dos compostos nitrogenados, síntese de biomassa bacteriana e 49
fornecimento de um alimento complementar altamente nutritivo (AVNIMELECH, 2012). 50
Para que isso ocorra de forma eficiente, é necessário assegurar uma relação C:N de 15:1 51
a 20:1 a partir da adição de uma fonte rica em carbono orgânico (AVNIMELECH, 2009; 52
ASADUZZAMAN et al., 2008). Açúcar, amido, celulose, glicose, acetato, glicerol e farinhas 53
de trigo, são exemplos de fontes ricas em carbono orgânico (AVNIMELECH, 2009; DE 54
SCHRYVER et al., 2008). Essas fontes de carbono incluem os álcoois, açúcares, amidos e 55
fibras, e sua degradação pode levar alguns minutos ou até horas. De acordo com Hargreaves 56
(2013), o açúcar e o melaço são assimilados rapidamente por bactérias, aumentando a 57
produção de biofloco em menos tempo. Os carboidratos mais complexos, como milho e trigo, 58
são metabolizados mais lentamente, e têm a vantagem de proporcionar uma estrutura para 59
fixação das bactérias, além de requererem um conjunto de enzimas bacterianas para sua 60
degradação que, quando ingeridas pelos peixes, auxiliam na digestão. Os materiais ricos em 61
fibras devem ser evitados por que são muito resistentes à degradação (CHAMBERLAIN, 62
2001). 63
As tilápias são perfeitamente adaptadas ao sistema de bioflocos. A capacidade de se 64
alimentar por filtração da água permite a ingestão dos bioflocos em suspensão, e por ser um 65
peixe robusto e de rápido crescimento, está adaptado à sistemas bem adensados 66
(AVNIMELECH, 2011). Várias pesquisas têm sido realizadas com tilápias em sistema de 67
bioflocos, entre elas, estudos sobre densidades de estocagem na fase de engorda (LIMA et al., 68
2015; WIDANARNI et al., 2012); captação/absorção dos flocos microbianos pelas tilápias 69
(AVNIMELECH, 2007); efeito das relações C:N na remoção do nitrogênio e produtividade 70
de tilápias (PÉREZ-FUENTES et al., 2016) e a comparação do sistema de bioflocos com o 71
sistema de recirculação em aquicultura (LUO et al., 2014). 72
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
33
Desta forma, o estudo objetivou avaliar os efeitos das fontes de carbono orgânico na 73
qualidade da água, desempenho de crescimento e aceitação de filés da tilápia do Nilo 74
(Oreochromis niloticus) cultivada em sistema de bioflocos. 75
MATERIAL E MÉTODOS 76
O estudo foi desenvolvido na Estação de Aquicultura da Universidade Federal Rural de 77
Pernambuco, Brasil, durante 145 dias. Foram utilizados 19 tanques circulares de fibra de 78
vidro com capacidade de 1000 L e volume útil de 800 L, localizados numa área externa com 79
iluminação natural e cobertos por telas para evitar o escape dos peixes. 80
O experimento dispôs de um sistema de aeração mantido por um compressor radial (7,5 81
CV), possibilitando aeração com dois pontos de saída de ar, ambos com pedras porosas. Os 82
tanques foram abastecidos na proporção de 80 L de água doce com bioflocos (maturada 83
previamente) e 720 L de água clara. A água clara passou por um filtro de 200 μm e clorada a 84
10 ppm de cloro ativo utilizando hipoclorito de sódio, e declorada através de aeração 85
constante por 24 horas. Nos tanques dos tratamentos com bioflocos não foram efetuadas 86
trocas de água, sendo efetuada somente a reposição com água doce para compensar as perdas 87
por evaporação, enquanto que nos tanques controle (água clara) a renovação de água foi 88
realizada semanalmente (87,5%). 89
A maturação/preparação do inóculo de biofloco durou 22 dias, e foi realizada em seis 90
tanques circulares de fibra de vidro com capacidade de 250 L e volume útil de 200 L, os quais 91
foram abastecidos com água doce filtrada e esterilizada conforme descrito anteriormente. 92
Foram estocadas cinco tilápias (O. niloticus) com peso médio de 44,0 g em cada tanque, 93
perfazendo uma biomassa inicial de 1,1 Kg m-3
. Esses peixes foram alimentados duas vezes 94
ao dia com uma ração comercial extrusada (Pirá 36, Guabi®, Brasil) cujos níveis de garantia 95
são 10% de umidade, 36% de proteína bruta, 6,5% de extrato etéreo, 11% de matéria mineral 96
e 6% de fibras, a qual foi ofertada duas vezes ao dia numa quantidade correspondente a 5% da 97
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
34
biomassa. Para induzir o meio heterotrófico durante a preparação do biofloco, a quantidade de 98
carbono usada por tratamento foi determinado pelo teor de proteína (%) da ração comercial 99
utilizada, assumindo que a proteína contém (6,25%) de nitrogênio e que a tilápia excreta 70% 100
do nitrogênio proteico. Se 1000 g de ração contém 36% de proteína (6,25% de nitrogênio), 101
têm-se 22,5 g de nitrogênio, dos quais 30% é a fração que poderia ser digerida e transformada 102
em músculo; 15,75 g de nitrogênio serão excretadas. Para manter uma relação C:N de 15:1, 103
foi necessário 236,25 g de carbono, sendo fornecido 762 g de açúcar conforme Emerenciano 104
et al.(2007) e Wasielesky et al.(2006). Ressalta-se que a porcentagem de carbono do açúcar 105
foi 31% e do melaço 30%. O volume de biofloco transferido para cada unidade experimental 106
foi realizado de maneira igualitária, representando 10% do volume total do tanque (80 litros). 107
Alevinos de O. niloticus (1 g), linhagem Chitralada, revertidos sexualmente à machos, 108
foram adquiridos no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da CODEVASF, 109
Porto Real do Colégio – AL, e aclimatados em dois tanques de alvenaria (3 x 10 x 1,5 m) até 110
atingirem o peso de 72,6 ± 6,83 g. Ao serem transferidos para os tanques de cultivo numa 111
densidade de 35 peixes m-3
, adotou-se um delineamento experimental inteiramente 112
casualizado, com três tratamentos envolvendo as fontes de carbono açúcar (AÇU), melaço 113
líquido (MEL) e melaço em pó (MEP), com cinco repetições cada e um tratamento com 114
sistema de cultivo em água clara, sem bioflocos denominado controle (CTL), com quatro 115
repetições. 116
Os peixes foram alimentados inicialmente com ração comercial extrusada (Pirá 36, 117
Guabi®, Brasil) e após atingirem o peso médio de 250 g com a (Pirá 32, Guabi®, Brasil) 118
cujos níveis de garantia foram 8% de umidade, 32% de proteína bruta, 6,5% de extrato etéreo, 119
10% de matéria mineral e 7% de fibras. A ração foi ofertada três vezes ao dia, às 08:00, 13:00 120
e 17:00 horas. Foram realizadas biometrias semanais com o objetivo de avaliar o crescimento 121
dos peixes e ajustar a quantidade de ração a ser fornecida de acordo com a biomassa (g) em 122
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
35
cada tanque. Este acompanhamento foi realizado pela pesagem e mensuração de 28,5% da 123
população de cada unidade experimental, utilizando balança digital (±0,01 g) e ictiômetro. A 124
taxa de alimentação variou de 4,0 a 2,7% do peso vivo/dia ao longo do experimento. 125
A qualidade da água foi estimada com base nas variáveis físicas e químicas: 126
temperatura (ºC), oxigênio dissolvido (mg L-1
) e pH, mensuradas duas vezes ao dia, às 08:00 127
e 17:00 horas, utilizando sonda oxímetro YSI 550-A e pHmetro YSI pH100 (YSI Inc.,Yellow 128
Springs, OH, USA). Amostras de água de cada tanque foram coletadas semanalmente para 129
análises do nitrogênio da amônia total (N-NH3 + N-NH4), nitrogênio do nitrito (N-NO2) e 130
alcalinidade (CaCO3). Quinzenalmente foram mensurados o nitrato (NO3), ortofosfato (PO4-3
) 131
e os sólidos suspensos totais. As amostras foram analisadas através de espectrofotômetro 132
digital Hach DR 2800 (HachCompany, Colorado, USA). A adição de bicarbonato de sódio 133
(NaHCO3) para corrigir a alcalinidade da água de cultivo foi realizada semanalmente. 134
A manutenção do biofloco foi realizada diariamente aplicando as fontes de carbono 135
orgânico nos respectivos tanques, como substrato para o desenvolvimento das bactérias e 136
controle dos níveis de amônia. A quantidade foi calculada com base na relação C:N de 6:1, 137
considerando o nitrogênio amoniacal dissolvido na água de cultivo conforme Avnimelech, 138
(1999) e Samocha et al. (2007). 139
O volume dos sólidos sedimentáveis (mL L-1
) foi analisado semanalmente, onde 140
amostras de um litro de água de cada unidade experimental foram transferidas para cones de 141
Imhoff e após 40 minutos de descanso, o volume correspondente a estes sólidos foi medido. 142
Adotou-se como nível ideal de sólidos sedimentáveis em torno de 30 mL L-1
143
(AVNIMELECH, 2012). O controle desse nível foi realizado através da utilização de tanques 144
de sedimentação conectados aos tanques de cultivo (RAY et al., 2010). O consumo de água 145
foi registrado ao longo do cultivo. Esses resultados foram expressos em metros cúbicos (m3) e 146
foi feito uma relação entre o consumo de água e a biomassa produzida (m3 Kg
-1). 147
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
36
Ao final do experimento, todos os peixes foram insensibilizados e abatidos por choque 148
térmico com água e gelo (~ 4 ºC). Logo em seguida, foram quantificados e pesados para 149
determinação do peso final, ganho de peso, ganho de peso diário, taxa de crescimento 150
específico, taxa de sobrevivência, fator de conversão alimentar e produtividade. Todos os 151
peixes foram filetados e os filés etiquetados, embalados e estocados refrigerados a 7 ºC. Após 152
trinta dias, os filés foram submetidos a teste afetivo de aceitação do atributo aparência 153
(MEILGAARD et al., 1999). Dois filés de um mesmo tratamento (uma amostra) foram 154
servidos monadicamente em ordem aleatória. O teste foi realizado por 30 provadores não 155
treinados que avaliaram cor, odor e aparência global, utilizando escala hedônica de 9 pontos 156
(1 - desgostei muitíssimo a 9 - gostei muitíssimo). Amostras do biofloco e dos filés de peixe 157
de cada tratamento foram enviadas ao CBO Análises Laboratoriais (Rio de Janeiro), para 158
realizar a análise de composição centesimal dos seguintes itens: umidade, proteína bruta, 159
lipídeos, cinzas e fibra bruta. 160
Os testes de normalidade de Shapiro-Wilk e de homocedasticidade de Bartlett, ao nível 161
de significância de 5%, foram utilizados. Constatando-se a normalidade da amostra e a 162
homogeneidade das variâncias foi aplicado a Análise de Variância de umavia (ANOVA) nas 163
variáveis fisícas e químicas de qualidade da água e desempenho dos peixes. Quando 164
constatada diferença estatística, a ANOVA foi complementada pelo teste de comparação de 165
médias de Tukey, ao nível de significância de 5%. O teste não paramétrico de Kruskal-Wallis 166
foi utilizado nos dados da análise sensorial. Os dados de sobrevivência foram transformados 167
para arcsen x0,5
antes das análises (ZAR, 1996). Todos os dados foram analisados usando o 168
programa BioEstat 5.0. 169
RESULTADOS E DISCUSSÃO 170
Os resultados das variáveis físicas e químicas da água estão apresentados na Tabela 1. A 171
temperatura e o pH apresentaram diferenças entre os tratamentos (P<0,05). A temperatura da 172
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
37
água esteve dentro do conforto térmico ideal para tilápia. De acordo com Kubitza (2011), para 173
um ótimo crescimento da tilápia a faixa de conforto térmico ideal está entre 27 e 32 ºC e o pH 174
deve ser mantido entre 6,00 a 8,50. 175
Tabela 1 - Valores médios ± desvio padrão (mínimo - máximo) das variáveis de qualidade da 176
água do cultivo de O. niloticus em bioflocos com diferentes fontes de carbono 177
Variáveis Tratamentos ANOVA
(Valores de F) MEP MEL AÇU CTL
Temperatura (ºC) 27,98±1,39ab
(24,0-32,0)
28,08±1,36a
(24,0-31,0)
27,85±1,26bc
(24,0-30,0)
27,82±1,26c
(25,0-31,0) 23,1608*
Oxigênio dissolvido (mg L-1) 4,56±1,08a
(1,3-7,12)
4,49±0,98a
(1,07-7,68)
4,82±0,95b
(1,39-6,93)
5,25±0,85c
(2,46-7,71) 220,7917*
pH 7,46±0,29a
(6,4-8,2)
7,27±0,41b
(5,86-8,23)
7,41±0,41b
(5,61-8,42)
7,60±0,39c
(6,25-8,74) 246,7909*
Alcalinidade (mg L-1) 128,80±38,83a
(44,0-272,0)
93,49±27,05b
(40,0-196,0)
99,33±27,18b
(32,0-200,0)
101,46±30,89ab
(24,0-200,0) 4,1627*
NAT (mg L-1) 7,17±2,75a
(0,25-14,9)
4,33±2,04ac
(0,10-13,7)
2,53±1,28b
(0,00-9,2)
2,84±1,41bc
(0,08-11,0) 33,3903*
N-NO2 (mg L-1) 0,82±0,81a
(0,02-5,69)
0,74±0,48a
(0,03-5,65)
2,30±3,52a
(0,01-48,8)
1,49±2,74a
(0,01-15,0) 2,0572ns
NO3 (mg L-1) 145,07±78,55a
(2,4-294,0)
127,37±56,94a
(9,0-272,0)
113,27±64,54a
(0,8-256,0)
27,66±20,89b
(0,8-224,0) 7,7748*
Ortofosfato (mg L-1) 60,28±35,68a
(4,65-260,0)
67,19±49,84a
(2,1-271,0)
66,13±51,21a
(1,1-272,0)
26,38±24,86a
(2,95-149,0) 2,1327ns
SS (mL L-1) 43,16±19,84a
(7,0-120,0)
39,45±18,65a
(2,0-98,0)
35,88±14,84a
(7,0-85,0) - 0,7847ns
SST (mg L-1) 895,89±489,86a
(276,54-1486,1)
783,57±456,57a
(280,60-1479,9)
616,38±320,98a
(249,69-1121,81) - 1,1327ns
NAT - Nitrogênio da amônia total; N-NO2 - Nitrogênio do nitrito; NO3 - Nitrato; SS - Sólidos sedimentáveis; 178 SST - Sólidos suspensos totais. Valores na mesma linha, com letras diferentes apresentam diferença estatística 179 significativa entre os tratamentos (p≤0,05).
ns - não significativo, * - significativo a 5% pelo teste F 180
181
A concentração de oxigênio dissolvido nos tanques variou de 1,07 a 7,71 mg L-1
. Para 182
os tratamentos MEP, MEL, AÇU e CTL, as respectivas médias foram 4,56; 4,49; 4,82 e 5,25 183
mg L-1
. O tratamento controle apresentou nível de oxigênio dissolvido significativamente 184
maior (P≤0,05) que os tratamentos com fontes de carbono, devido possivelmente à ausência 185
de biomassa bacteriana que está presente nos tanques com bioflocos, bem como da atividade 186
fotossintética, embora em menor escala no meio de cultivo. Essa grande variação na 187
concentração do oxigênio (1,07-7,71 mg L-1
), deveu-se principalmente à queda de rendimento 188
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
38
no sistema de aeração, que foi posteriormente solucionado pela substituição de um outro 189
compressor. Avnimelech (2011) sugere que a concentração mínima de oxigênio dissolvido na 190
tilapicultura em bioflocos seja de 4 mg L-1
. 191
A alcalinidade total variou de 24,0 a 272,8 mg L-1
de CaCO3, apresentando médias para 192
CTL, MEP, MEL e AÇU de 101,46, 128,8, 93,49, 99,33mg L-1
de CaCO3, respectivamente. 193
Não houve diferença estatística entre os tratamentos AÇU, MEL e CTL, entretanto houve 194
diferença significativa entre o MEP e os demais tratamentos com bioflocos (AÇU e MEL) 195
(P<0,05). Ebeling et al. (2006) recomendam alcalinidade de 150 mg L-1
CaCO3 com 196
tecnologia de bioflocos. Os mesmos autores afirmam que o consumo da alcalinidade por 197
bactérias heterotróficas, como fonte de carbono (3,57 g g-1
nitrogênio amoniacal), ainda que 198
de forma moderada, é um aspecto importante em sistemas com troca de água limitada, sendo 199
necessária a adição de carbonatos para manter a alcalinidade em níveis aceitáveis. 200
Azim & Little (2008) ao comparar a qualidade da água em sistema com e sem biofloco, 201
obtiveram uma variação da alcalinidade de 8 a 250 e de 18 a 27 mg L-1
de CaCO3, 202
respectivamente, indicando que o sistema de bioflocos reduz a capacidade de tamponamento 203
da água, o que requer constantes adições de corretivos. 204
As concentrações dos compostos nitrogenados dissolvidos (NAT, N-NO2 e NO3) e do 205
ortofosfato durante os 145 dias de cultivo estão apresentados na Figura 1. O nitrogênio da 206
amônia total (NAT) apresentou médias de 7,17; 4,33; 2,53 e 2,84 mg L-1
, respectivamente nos 207
tratamentos MEP, MEL, AÇU e CTL. A menor concentração do NAT foi obtida no 208
tratamento AÇU, que diferiu significativamente do MEP e do MEL (P≤0,05), porém não 209
diferiu do controle (P>0,05). A concentração máxima do NAT (Figura 1A) foi de 14,9 mg L-1
210
no tratamento com melaço em pó, o que corresponde a uma concentração de amônia toxica, 211
não ionizada, de 0,54 mg L-1
de N-NH3, estando abaixo da concentração letal (mg L-1
N-NH3) 212
estimada por El-Sherif (2008). Ainda na Figura 1A, é possível observar que a concentração 213
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
39
média da amônia no tratamento Açúcar, a partir da 3a
semana do cultivo, permaneceu estável 214
e bem abaixo se comparado com os demais tratamentos com bioflocos. 215
O nitrito é um produto intermediário do processo de nitrificação e desnitrificação, tendo 216
seu acúmulo de maneira comum em sistemas aquícolas intensivos. Durante o cultivo esta 217
variável apresentou valores médios de 1,49; 0,82; 0,74 e 2,30 mg L-1
de N-NO2, nos 218
tratamentos CTL, MEP, MEL e AÇU, respectivamente, não havendo diferença estatística 219
entre os tratamentos (P>0,05).O nitrito permaneceu em níveis baixos, apresentando as 220
maiores concentrações na quarta e oitava semana. O primeiro pico na concentração de nitrito 221
corresponde a 4ª semana em todos os tratamentos (Fig. 1B), o que sugere a ação de bactérias 222
Nitrossomonas que converteram a amônia acumulada na 2ª - 3ª semana. O segundo pico 223
registrado na oitava semana foi um caso isolado em apenas um tanque do tratamento AÇU, 224
devido a elevação da concentração de nitrito em um dos tanques para 48,8 mg L-1
de N-NO2. 225
Deve-se ressaltar que essa concentração máxima equivale a aproximadamente 160,5 mg L-1
226
de NO2, sendo cinco vezes superior a concentração letal estimada para tilápia do Nilo por 227
Yanbo et al. (2006). Estes autores observaram que concentrações acima de 28,1 mg L-1
de 228
NO2 podem causar 50% de mortalidade à alevinos de tilápia após 96 horas de exposição. 229
Figura 1 - Variação dos compostos nitrogenados (A- nitrogênio da amônia total, B- 230
nitrogênio do nitrito, C- nitrato) e do ortofosfato (D) durante 145 dias de cultivo da tilápia O. 231
niloticus em bioflocos com diferentes fontes de carbono 232
0
2
4
6
8
10
12
14
1 3 5 7 9 11 13 15 17 20
Am
ôn
ia t
ota
l (
mg L
-1 N
-NH
3+
N-N
H4)
CTL MEP AÇU MEL
0
25
50
75
100
125
150
175
200
225
250
1 3 5 7 9 11 13 15 17 21
Nit
rato
(m
g L
-1 N
O3)
CTL MEP AÇU MEL
A. C.
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
40
233
De acordo com Azim e Little (2008), o acúmulo de nitrito e nitrato nas primeiras 234
semanas é causado por processos de nitrificação, os quais são muito comuns em sistema de 235
bioflocos. O acúmulo do nitrato iniciou a partir da segunda semana de cultivo nos tanques 236
com biofloco (MEP, AÇU e MEL) estando superior e estatisticamente diferente às 237
concentrações do tratamento CTL (P≤0,05). Ressalta-se que a água dos tanques do tratamento 238
CTL era renovada semanalmente, o que impediu o acúmulo do nitrato (Figura 1C). 239
Estudos sobre a dinâmica do fósforo em sistemas de água doce revelaram que a maior 240
parte do fósforo advindo da alimentação é inutilizável para o peixe e que uma fração 241
relativamente grande (80-90%) é excretada (BARAK et al., 2003). Com o incremento da 242
biomassa, houve o maior acúmulo de ortofosfato no sistema, sendo este incremento 243
aparentemente menor no tratamento CTL, devido às renovações de água. A concentração do 244
ortofosfato variou de 1,1 a 272 mg L-1
de PO4-3
(Figura 1D) e apresentou média de 26,38; 245
60,38; 67,19 e 66,13 mg L-1
de PO4-3
, nos tratamentos CTL, MEP, MEL e AÇU, 246
respectivamente, não apresentando diferença significativa entre eles (P>0,05). 247
As concentrações dos sólidos sedimentáveis e sólidos suspensos totais variaram ao 248
longo dos 145 dias de cultivo e atingiram valores máximos de 120 mL L-1
e 1480 mg L-1
, 249
respectivamente, e não apresentaram diferença significativa entre as fontes de carbono 250
(P>0,05). A concentração média dos sólidos estão de acordo com o sugerido por Avnimelech 251
0
2
4
6
8
10
12
14
1 3 5 7 9 11 13 15 17 20
Nit
rito
(m
g L
-1
N-N
O2)
Semanas de cultivo
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
1 3 5 7 9 11 13 15 17 21
Ort
ofo
sfat
o (
mg L
-1 P
O4-3
)
Semanas de cultivo
B. D.
A.
A.
B.
B.
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
41
(2012), em que o nível máximo de sólidos suspensos totais e sedimentáveis para produção de 252
peixes devem ser, respectivamente,1000 mg L-1
e 100 mL L-1
. Houve a necessidade de instalar 253
tanques de decantação, por um período de aproximadamente 8 horas de funcionamento, na 254
sétima e décima quinta semana, para reduzir a concentração dos sólidos. 255
O tratamento controle (sem bioflocos) consumiu 102,4 m3 de água, o equivalente a 25,6 256
m3 por tanque e 8,99 m3 Kg-1 de peixe produzido, enquanto que o tratamento com bioflocos 257
consumiu apenas 0,68 m3 Kg-1 (Tabela 2). Essa relação (m3 Kg-1) do tratamento controle 258
corresponde a 13,2 vezes ao encontrado nos tanques com bioflocos. Esse baixo consumo de 259
água pelos tanques com bioflocos, ou seja, a alta eficiência em se produzir biomassa de forma 260
sustentável, economizando-se água, também foi observado por Luo et al. (2014). Estes 261
autores realizaram um cultivo experimental com tilápias em dois sistemas de cultivo fechados 262
(bioflocos e recirculação), e obtiveram um consumo de água, respectivamente de 1,67 e 1,0 263
m3 Kg-1. 264
Tabela 2 - Relação consumo de água versus biomassa produzida durante 145 dias de cultivo 265
de O. niloticus em bioflocos com diferentes fontes de carbono 266
Itens BFT
CTL BFT1
MEP MEL AÇU
Biomassa produzida (Kg) 9,66 9,3 7,78 11,38 26,74
Consumo de água (m3) 6,5 6,5 5,2 102,4 18,2
Relação (m3 Kg-1) 0,67 0,70 0,67 8,99 0,68
1 - Representa os três tratamentos com bioflocos 267
268
A avaliação do crescimento dos peixes foi realizada por meio das variáveis apresentadas 269
na Tabela 3. O peso final, ganho de peso, ganho de peso diário e taxa de crescimento 270
específico não apresentaram diferenças (P>0,05) entre os tratamentos com bioflocos (MEP, 271
MEL e AÇU), no entanto o tratamento CTL diferiu (P≤0,05) apenas com relação ao MEL. Os 272
peixes do tratamento controle (sem bioflocos) apresentaram maior peso médio final (409,84 273
g) quando comparados àqueles cultivados em bioflocos no tratamento MEL (339,21 g). Este 274
resultado é o oposto daquele encontrado por Azim e Little (2008), onde os peixes do 275
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
42
tratamento com bioflocos cresceram mais (140,72 g) quando comparados ao tratamento sem 276
bioflocos (127,51 g). 277
Tabela 3 - Valores médios ± desvio padrão das variáveis de crescimento da tilápia do Nilo O. 278
niloticus cultivadas em bioflocos com diferentes fontes de carbono 279
Variáveis Tratamentos ANOVA
(valor de F) MEP MEL AÇU CTL
Peso final (g) 350,08±6,6ab 339,21±20,67a 353,26±63,71ab 409,84±23,69b 3,7801*
Ganho de peso (g) 274,6±8,18ab 264,91±17,61a 284,29±58,43ab 340,28±20,25b 8,5807*
GPD (g dia-1) 1,91±0,06ab 1,84±0,12a 1,97±0,41ab 2,36±0,14b 8,5176*
TCE (% dia-1) 1,07±0,08ab 1,05±0,02a 1,13±0,09ab 1,23±0,06b 9,126*
Sobrevivência (%) 98,57±1,96a 97,86±3,19a 80,35±18,78a 99,10±1,79a 8,4897ns
FCA 1,75±0,06a 1,74±0,05a 1,89±0,36a 1,61±0,09a 5,5656ns
Biomassa final (Kg) 9,66±0,27ab 9,3±0,74ab 7,78±1,51a 11,38±0,73b 12,293*
Produtividade (Kg m-³) 12,08±0,33ac 11,63±0,92ab 9,72±1,88b 14,22±0,92c 11,2635*
GPD - Ganho de peso diário; TCE – Taxa de crescimento especifico; FCA – Fator de conversão alimentar. 280 Valores na mesma linha, com letras diferentes apresentam diferença estatística significativa entre os tratamentos 281 (p≤0,05).
ns - não significativo, * - significativo a 5% pelo teste F 282
283
No presente trabalho, o ganho de peso diário variou de 1,84 a 2,36 g dia-1
, sendo estes 284
resultados superiores aos encontrados por Pérez-Fuentes et al. (2016), que obtiveram médias 285
entre 0,95 e 1,24 g dia-1
, estudando os efeitos das relações C:N no cultivo de O. niloticus em 286
bioflocos. A sobrevivência foi superior a 80% em todos os tratamentos e não existiu diferença 287
significativa entre eles (P>0,05). Apesar de não diferir estatisticamente dos demais, ressalta-288
se que o tratamento AÇU apresentou a menor sobrevivência média (80,35%) e um maior 289
desvio padrão porque em uma das quatro parcelas, uma vez que essa variável foi de 53,6%. 290
No entanto, ao desconsiderar essa baixa sobrevivência numa parcela, a média do tratamento 291
AÇU elevar-se-ia para 89,3%. Devido aos constantes aportes de fontes carbono, para controle 292
do nitrogênio amoniacal, ocorreu mortalidade numa repetição do tratamento AÇU, após 293
adição de 125g m-³ de açúcar. Essa quantidade de carbono adicionada ao tanque foi suficiente 294
para consumir quase todo oxigênio dissolvido na água. Consequentemente, foi constatado 295
uma redução brusca do pH (7,6 a 4,5), resultando na acidificação da água de cultivo e 296
contribuindo para a mortalidade total de uma parcela. 297
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
43
De maneira geral as taxas de sobrevivência neste trabalho são semelhantes às 298
encontradas por Luo et al. (2014) (100%), que avaliaram o crescimento, atividade enzimática 299
e bem estar da tilápia do Nilo cultivadas em sistema de recirculação e em bioflocos. Estudos 300
anteriores têm confirmado que o biofloco contribui substancialmente para o crescimento e 301
produção da tilápia, que são conhecidas pela utilização das partículas alimentares in situ, tais 302
como bactérias em suspensão (AVNIMELECH, 2007; AZIM e LITTLE, 2008; LITTLE et 303
al., 2008; YUAN et al., 2010). 304
A biomassa final entre os tratamentos variou de 7,78 a 11,38 Kg, resultando numa 305
produtividade variando entre 9,72 e 14,22 Kg m-3
. O tratamento CTL apresentou uma maior 306
produtividade que os demais tratamentos (MEP, MEL e AÇU), sendo diferente a MEL e AÇU 307
(P≤0,05), mas não a MEP (P>0,05). Porém, ressalta-se que, para obter essa alta produtividade 308
no tratamento CTL (14,22 Kg m-3
) foi utilizado um volume de água 13,2 vezes maior que a 309
dos tanques com bioflocos. Esses resultados corroboram com os de Lima et al. (2015), que 310
encontraram produtividades de 6 a 16,5 Kg m-3
ao estudar os efeitos da densidade de 311
estocagem no cultivo de tilápia em bioflocos, utilizando o melaço liquido como fonte de 312
carbono. 313
Pérez-Fuentes et al. (2016), cultivando tilápias em tanques circulares de 3 m3 com 314
bioflocos, numa biomassa inicial de 2,85 Kg m-3
, obtiveram uma produtividade de 16,28 a 315
18,03 Kg m-3
, semelhante ao encontrado no presente estudo. No entanto, as produtividades 316
obtidas por Luo et al. (2014) de 28,87 (sistema de recirculação) e 36,95 Kg m-3
(sistema de 317
bioflocos), foram bem superiores as do presente estudo. De acordo com Avnimelech (2005), 318
produtividades de 10 a 40 Kg de peixe m-3
podem ser obtidas em tanques com a tecnologia de 319
bioflocos. 320
O fator de conversão alimentar (FCA) esteve entre 1,61 e 1,89 e não apresentou 321
diferença (P>0,05) entre os tratamentos, alcançando melhores resultados que Azim & Little 322
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
44
(2008) utilizando, respectivamente, sistema com e sem bioflocos no cultivo de tilápia (3,51 e 323
4,97), e por Rakocy et al. (2004), que encontraram FCA de 1,9 e 2,2 para peixes com peso 324
médio de 678 e 912 g nas densidades de 25 e 20 peixes m-3
, respectivamente. Esses dados 325
corroboram com os estudos de Avnimelech (2007; 2009), que afirma que os bioflocos 326
contribuem positivamente para o crescimento dos peixes, pois os flocos microbianos são 327
constituídos por bactérias, zooplâncton, protozoários e microalgas e contém aproximadamente 328
61% de proteína bruta. 329
A composição centesimal do biofloco pode variar de acordo com a espécie produzida, 330
condições ambientais, hábitos alimentares, tempo de cultivo e presença de microorganismos 331
específicos (AVNIMELECH, 2007; CHAMBERLAIN et al., 2001). De acordo com Azim e 332
Little (2008), bioflocos que contenham mais de 38% de proteína bruta, 3% de lipídio, 6% de 333
fibra e 12% de cinzas (com base na matéria seca) são considerados adequados para a 334
produção de tilápia. A quantidade de proteína encontrada nos bioflocos deste estudo (Tabela 335
4) variou de 31,5 a 33,4% e esteve um pouco abaixo do sugerido por Azim e Little (2008), 336
porém esses valores são superiores aos encontrados (23,7-25,4%) por Elías et al. (2015). 337
A composição química dos filés de tilápia estão apresentados na Tabela 4. Os resultados 338
do presente estudo foram próximos aos dados encontrados por Simões et al. (2007) para filés 339
de O. niloticus, que apresentou 77,13% de umidade, 19,36% de proteína, 2,60% de lipídeos e 340
1,09% de cinzas. Os valores mínimos e máximos da composição centesimal da tilápia do Nilo 341
são umidade (76,8 - 79,1%), proteína (17,0 - 21,0%), lipídeos (0,99 - 2,07%) e cinzas (0,65 -342
1,09%) (GRYSCHEK et al., 2003; MOREIRA, 2005; VILLA NOVA et al., 2005). 343
Tabela 4 - Composição centesimal dos filés de tilápia e dos bioflocos formados durante os 344
145 dias de cultivo de O. niloticus com diferentes fontes de carbono 345
Itens (%) Filés
1 Bioflocos
2
MEP MEL AÇU CTL MEP MEL AÇU
Umidade 79,61 76,47 79,98 79,20 - - -
Proteína 17,3 20,28 17,58 18,13 31,55 33,22 33,42
Lipídeos 1,14 1,24 0,81 0,95 1,16 1,25 1,65
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
45
Cinzas 1,18 1,32 1,31 1,46 19,06 13,68 13,37
Fibras <0,02 <0,02 <0,02 <0,02 3,50 4,84 6,95 1 - 2
Valores expressos na matéria úmida e seca, respectivamente. 346 347
Os resultados da analise sensorial dos filés de tilápia constam na Tabela 5. Em relação 348
aos filés, quando analisado o atributo cor, os provadores preferiram àqueles oriundos do 349
tratamento AÇU, dando-lhe nota 7,57 (gostei moderadamente a gostei muito). De fato, os 350
filés dos peixes cultivados no biofloco com açúcar apresentaram uma cor branca clara, 351
diferente daqueles do melaço líquido e em pó, que tinham uma cor levemente amarronzada. A 352
aparência global revelou a menor nota (5,4) no tratamento MEP e maiores (7,77 e 6,8), 353
respectivamente nos tratamentos AÇU e CTL. 354
Tabela 5 - Valores1 médios ± desvio padrão da analise sensorial dos filés de tilápia de O. 355
niloticus oriundas do cultivo em bioflocos com diferentes fontes de carbono 356
Variáveis Tratamentos ANOVA
(Valor de F) MEP MEL AÇU CTL
Cor 5,30±1,9a 5,87±1,9a 7,57±1,5b 6,50±1,7a 33,3115*
Odor 6,13±1,7a 6,10±2,0a 6,87±1,5a 6,33±1,3a 3,9886ns
Aparência global 5,4±2,0a 6,27±1,8ac 7,77±1,0b 6,80±1,7bc 30,3523* 1- Refere-se à escala hedônica de 9 pontos (1 - desgostei muitíssimo a 9 - gostei muitíssimo). Valores na mesma 357
linha, com letras diferentes apresentam diferença estatística significativa entre os tratamentos (p≤0,05). ns - não 358 significativo, * - significativo a 5% pelo teste F 359
360
CONCLUSÕES 361
1. As fontes de carboidratos utilizadas (melaço em pó, melaço líquido e açúcar) foram 362
eficientes no controle da amônia e na produção dos flocos microbianos. 363
2. O cultivo de tilápia em bioflocos demonstra ser uma atividade sustentável, uma vez que foi 364
possível utilizar 13,2 vezes menos o volume de água quando comparado ao sistema 365
tradicional. 366
3. Produtividades superiores a 9,7 Kg m-3
de O. niloticus e sobrevivências acima de 90% 367
podem ser obtidas utilizando-se o sistema de bioflocos. 368
4. As fontes de carboidratos usadas interferem diretamente no aspecto visual dos filés de 369
tilápia e consequentemente na aceitabilidade dos mesmos pelo mercado consumidor. 370
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
46
AGRADECIMENTOS 371
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela 372
concessão de bolsa de estudo ao primeiro autor e financiamento do projeto (486115/2012-7). 373
À Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) 374
pela doação dos alevinos e à GUABI pelo fornecimento das rações utilizadas na pesquisa. À 375
Estação de Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco, e ao Laboratório de 376
Tecnologia do Pescado (LATPESC) em nome do professor Paulo Roberto Campagnoli de 377
Oliveira Filho. 378
REFERÊNCIAS 379
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Nas citações, quando o sobrenome do autor, a instituição responsável ou título estiverem
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usar Xavier et al. (1997) ou (XAVIER et al., 1997).
VÁRIOS AUTORES CITADOS SIMULTANEAMENTE: havendo citações indiretas de
diversos documentos de vários autores, mencionados simultaneamente, e que expressam a
mesma idéia, separam-se os autores por ponto e vírgula, em ordem alfabética, independente
do ano de publicação.
Ex: (FONSECA, 2007; PAIVA, 2005; SILVA, 2006).
SIGLAS: quando aparecem pela primeira vez no texto, deve-se colocar o nome por extenso,
seguido da sigla entre parênteses.
Ex: De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) [...].
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
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TABELAS: devem ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos na parte
superior. Não usar linhas verticais. As linhas horizontais devem ser usadas para separar o
título do cabeçalho e este do conteúdo, além de uma no final da tabela. Cada dado deve
ocupar uma célula distinta. Usar espaço simples. Não usar negrito ou letra maiúscula no
cabeçalho.
FIGURAS: gráficos, fotografias ou desenhos levarão a denominação geral de Figura,
sucedida de numeração arábica crescente e legenda na parte superior. Para a preparação dos
gráficos deve-se utilizar “softwares” compatíveis com “Microsoft Windows”. As figuras
devem apresentar 8,2 cm de largura, não sendo superior a 17 cm. A fonte Times New Roman,
corpo 10 e não deve-se usar negrito na identificação dos eixos. A Revista Ciência
Agronômica reserva-se o direito de não aceitar tabelas e/ou figuras com o papel na forma
“paisagem” ou que apresentem mais de 17 cm de largura. Tabelas e Figuras devem ser
inseridas logo após a sua primeira citação.
Obs.: As figuras devem ser também enviadas em arquivos separados e com RESOLUÇÃO de
no mínimo 500 dpi através do campo “Transferir Documentos Suplementares”.
EQUAÇÕES: devem ser digitadas usando o editor de equações do Word, com a fonte Times
New Roman. As equações devem receber uma numeração arábica crescente. O padrão de
tamanho deverá ser:
Inteiro = 12 pt; Subscrito/sobrescrito = 8 pt; Sub-subscrito/sobrescrito = 5 pt; Símbolo = 18
pt; Subsímbolo = 14 pt
ESTATÍSTICA:
1. Caso tenha realizado análise de variância, apresentar o "F" e a sua significância;
2. Dados quantitativos devem ser tratados pela técnica de análise de regressão;
3. Apresentar a significância dos parâmetros da equação de regressão;
4. Dependendo do estudo (ex: função de produção), analisar os sinais associados aos
parâmetros.
5. É requerido, no mínimo, quatro pontos para se efetuar o ajuste das equações de regressão.
6. Os coeficientes do modelo de regressão devem apresentar o seguinte formato: y = a +bx
+cx2+...;
7. O Grau de Liberdade do resíduo deve ser superior a 12.
CONCLUSÕES: quando escritas em mais de um parágrafo devem ser numeradas.
AGRADECIMENTOS: logo após as conclusões poderão vir os agradecimentos
direcionados à pessoas ou instituições, em estilo sóbrio e claro, indicando as razões pelas
quais os faz.
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
54
REFERÊNCIAS: são elaboradas conforme a ABNT NBR 6023/2002. Inicia-se com a
palavra REFERÊNCIAS (escrita em caixa alta, em negrito e centralizada). Devem ser
digitadas em fonte tamanho 12, espaço duplo e justificadas. UM PERCENTUAL DE 60%
DO TOTAL DAS REFERÊNCIAS DEVERÁ SER ORIUNDO DE PERIÓDICOS
CIENTÍFICOS INDEXADOS COM DATA DE PUBLICAÇÃO INFERIOR A 10
ANOS. Não são contabilizadas neste percentual de 60% referências de livros, teses,
anais,... Com relação aos periódicos, é dispensada a informação do local de publicação,
porém os títulos não devem ser abreviados. Recomenda-se um total de 20 a 30 referências.
Alguns exemplos:
- Livro
NEWMANN, A. L.; SNAPP, R. R. Beef catlle. 7. ed. New York: John Willey, 1977. 883 p.
- Capítulo de livro
MALAVOLTA, E.; DANTAS, J. P. Nutrição e adubação do milho. In: PATERNIANI, E.;
VIEGAS, G. P. Melhoramento e produção do milho. 2. ed. Campinas: Fundação Cargil,
1987. cap. 13, p. 539-593.
- Monografia/Dissertação/Tese
EDVAN, R. L. Ação do óleo essencial de alecrim pimenta na germinação do matapasto.
2006. 18 f. Monografia (Graduação em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2006.
SILVA, M. N. da. População de plantas e adubação de nitrogenada em algodoeiro
herbáceo irrigado. 2001. 52 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Centro de Ciências
Agrárias, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2001.
- Artigo de revista
XAVIER, D. F.; CARVALHO, M. M.; BOTREL, M. A. Resposta de Cratylia argentea à
aplicação em um solo ácido. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 27, n. 1, p. 14-18, 1997.
ANDRADE, E. M. et al. Mapa de vulnerabilidade da bacia do Acaraú, Ceará, à qualidade das
águas de irrigação, pelo emprego do GIS. Revista Ciência Agronômica, v. 37, n. 3, p. 280-
287, 2006.
- Resumo de trabalho de congresso
SOUZA, F. X.; MEDEIROS FILHO, S.; FREITAS, J. B. S. Germinação de sementes de
cajazeira (Spondias mombin L.) com pré-embebição em água e hipoclorito de sódio. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE SEMENTES, 11., 1999, Foz do Iguaçu. Resumos... Foz do
Iguaçu: ABRATES, 1999. p. 158.
- Trabalho publicado em anais de congresso
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
55
BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD orientado a
objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9., 1994, São Paulo.
Anais... São Paulo: USP, 1994. p. 16-29.
- Trabalho de congresso em formatos eletrônicos
SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total na
educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife.
Anais eletrônicos...
Recife: UFPe, 1996. Disponível em:
<http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais/educ/ce04.htm>. Acesso em: 21 jan. 1997.
GUNCHO, M. R. A educação à distância e a biblioteca universitária. In: SEMINÁRIO DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 10., 1998, Fortaleza. Anais... Fortaleza: Tec Treina,
1998. 1 CD-ROM.
UNIDADES e SÍMBOLOS: As unidades e símbolos do Sistema Internacional adotados pela
Revista Ciência Agronômica.
Grandezas básicas Unidades Símbolos Exemplos
Comprimento metro M
Massa quilograma Kg
Tempo segundo s
Corrente elétrica amper A
Temperatura
termodinâmica Kelvin
K
Quantidade de substância mol mol
Unidades derivadas
Velocidade - m s-1
343 m s-1
Aceleração - m s-2
9,8 m s-2
Volume metro cúbico, litro m3, L 1 m
3, 1000 L
Frequência Hertz Hz 10 Hz
Massa especifica - Kg m-3
1.000 Kg m-3
Força newton N 15 N
Pressão pascal Pa 1,013.105 Pa
Energia joule J 4 J
Potência watt W 500 W
Calor especifico - J (Kg ºC)-1
4186 J (Kg ºC)-1
Calor latente - J Kg-1
2,26.106 J Kg
-1
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
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Carga elétrica coulomb C 1 C
Potencial elétrico volt V 25 V
Resistência elétrica ohm Ω 29 Ω
Intensidade de energia Watts/metros quadrado W m-2
1.372 W m-2
Concentração mol/metro cúbico mol m-3
500 mol m-3
Condutância elétrica siemens S 300 S
Condutividade elétrica desiemens/metro dS m-1
5 dS m-1
Temperatura grau Celsius ºC 25 ºC
Ângulo grau º 30º
Percentagem - % 45%
Números mencionados em sequência devem ser separados por ponto e vírgula (;). Ex:
2,5; 4,8; 25,3.
4. Lista de verificação - Revista Ciência Agronômica
Visando a maior agilidade no processo de submissão de seu artigo, o Comitê Editorial da
Revista Ciência Agronômica elaborou uma lista de verificação para que o autor possa conferir
toda a formatação do manuscrito de sua autoria, antes de submetê-lo para publicação. A lista
foi elaborada de acordo com as normas da Revista Ciência Agronômica. Respostas
NEGATIVAS significam que seu artigo ainda deve ser adaptado às normas da revista, e a
submissão de tais artigos, implicará na sua devolução e retardo na tramitação. Respostas
POSITIVAS significam que seu artigo está em concordância com as normas, implicando em
maior rapidez na tramitação.
A. Referente ao trabalho
1. O trabalho é original?
2. O trabalho representa uma contribuição científica para a área de Ciências Agrárias?
3. O trabalho está sendo enviado com exclusividade para a Revista Ciência Agronômica?
B. Referente à formatação
4. O trabalho pronto para ser submetido online está omitindo os nomes dos autores na versão
Word?
5. O trabalho contém no máximo 20 páginas, está no formato A4, digitado em espaço duplo,
incluindo as referências; fonte Times New Roman tamanho 12, incluindo títulos e subtítulos?
6. As margens foram colocadas a 2,5 cm, a numeração de páginas foi colocada na margem
superior, à direita e as linhas foram numeradas de forma contínua?
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
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7. O recuo do parágrafo de 1 cm foi definido na formatação do parágrafo? Lembre-se que a
revista não aceita recuo de parágrafo usando a tecla “TAB” ou a “barra de espaço”.
8. A estrutura do trabalho está de acordo com as normas, ou seja, segue a seguinte ordem:
título, título em inglês, autores, resumo, palavras-chave, abstract, key words, introdução,
material e métodos, resultados e discussão, conclusões, agradecimentos (opcional) e
referências?
9. O título contém no máximo 15 palavras?
10. O resumo e o abstract apresentam no máximo 250 palavras?
11. As palavras-chave (key words) contêm entre três e cinco termos, iniciam com letra
maiúscula e são seguidas de ponto?
12. A introdução contém citações atuais que apresentam relação com o assunto abordado na
pesquisa e apresenta no máximo 550 palavras?
13. As citações apresentadas na introdução foram empregadas para fundamentar a discussão
dos resultados?
14. As citações estão de acordo com as normas da revista?
15. As tabelas e figuras estão formatadas de acordo com as normas da revista e estão inseridas
logo em seguida à sua primeira citação? Lembre-se: não é permitido usar “enter” nas células
que compõem a(s) tabela(s).
16. As tabelas estão no formato retrato?
17. As figuras apresentam boa qualidade visual?
18. As unidades e símbolos utilizados no seu trabalho encontram-se dentro das normas do
Sistema Internacional adotado pela Revista Ciência Agronômica?
19. Os números estão separados por ponto e vírgula? As unidades estão separadas do número
por um espaço? Lembre-se, não existe espaço entre o número e o símbolo de %.
20. O seu trabalho apresenta entre 20 e 30 referências, sendo 60% destas publicadas com
menos de 10 anos em periódicos indexados?
21. Todas as referências estão citadas ao longo do texto?
22. Todas as referências citadas ao longo do texto estão corretamente descritas, conforme as
normas da revista, e aparecem listadas?
C. Observações:
1. Lembre-se que SE as normas da revista não forem seguidas rigorosamente, seu trabalho
não irá tramitar. Portanto, é melhor retardar o envio por mais alguns dias e conferir todas as
normas. A consulta de um trabalho já publicado na sua área pode lhe ajudar a sanar algumas
LIMA, E. C. R. Diferentes fontes de carbono no cultivo intensivo da tilápia...
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dúvidas e pode servir como um modelo (acesse aos periódicos no site
http://www.ccarevista.ufc.br/busca).
2. Caso suas respostas sejam todas AFIRMATIVAS seu trabalho será enviado com maior
segurança. Caso tenha ainda respostas NEGATIVAS, seu trabalho irá retornar, retardando o
processo de tramitação.
Lembre-se: A partir da segunda devolução, por irregularidade normativa, principalmente em
se tratando das referências, o mesmo terá a submissão cancelada e não haverá devolução da
taxa de submissão. Portanto, é muito importante que os autores verifiquem, cuidadosamente,
as normas requeridas pela Revista Ciência Agronômica.
3. Procure SEMPRE acompanhar a situação de seu trabalho pela página da revista
(http://ccarevista.ufc.br) no sistema online de gerenciamento de artigos.
4. Esta lista de verificação não substitui a revisão técnica da revista, a qual todos os artigos
enviados serão submetidos.
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