EDUCAÇÃO AMBIENTAL E INTERDISCIPLINARIDADE: QUE CAMINHO É ESSE?
Eliane Oliveira Moreira*
RESUMO
A educação ambiental na escola deve contribuir para a formação de cidadãos conscientes, que visem a construção de uma sociedade mais justa e responsável, que compreendam os problemas decorrentes de alterações ambientais provocadas pelo desenvolvimento humano e reconheçam que atitudes locais podem contribuir com a preservação ambiental do planeta. O presente artigo aborda o tema educação ambiental numa concepção interdisciplinar. Tem como objetivo analisar o processo de implementação de um projeto ambiental interdisciplinar, em escola pública estadual de ensino fundamental, de 5ª a 8ª séries, no norte paranaense, envolvendo professores, alunos e a comunidade escolar. O projeto intitulado “A atitude faz a diferença” foi elaborado pelos professores do corpo docente da escola. O principal desafio dessa abordagem interdisciplinar foi manter uma ligação entre diferentes ciências, sem descaracterizar a disciplina de origem. A análise permitiu conhecer as vantagens e as dificuldades da abordagem interdisciplinar da educação ambiental na realidade local, bem como estimulou a reflexão de professores sobre os procedimentos possíveis de serem adotados.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Educação ambiental. Escola.
* Professora PDE 2007, Licenciatura Plena em Biologia (FAFICOP/PR), Farmacêutico-bioquímico (UEL/PR), Especialista em Meio ambiente e desenvolvimento sustentável (FAFICOP/PR)E-mail: [email protected] orientador – Marcelo de Carvalho - UEL Agradecimentos sinceros a toda equipe de professores e funcionários da Escola Padre Manuel da Nóbrega, Cornélio Procópio/PR, que permitiu a realização deste trabalho.
ABSTRACT
The environmental education at school must contribute to the formation of aware citizens that aim the construction of a more responsible and fair society, that understand the problems that come from the environmental change provoked by the human development and recognize that the local attitudes can contribute to the preservation of the planet’s environment. The present article approaches the theme of environmental education in an inter-disciplinary conception. It has as an objective analyzing the process of implementation of an inter-disciplinary environmental project in a state public elementary school, from 5th grade to 8th grade, in the north of Paraná, involving teachers, students and the school community. The project whose title is “The attitude makes the difference” was elaborated by the teachers of the school where the implementation was carried out. The main challenge of this inter-disciplinary approach was maintaining a connection among different sciences without mischaracterizing the original discipline. The analyses permitted recognizing the advantages and the difficulties of the interdisciplinary approach of the environmental education in the local reality, as well as stimulating the reflection of the teachers about the possible procedures that have to be adopted in the environmental education.
Key words: Inter-disciplinarity. Environmental education. School.
1 INTRODUÇÃO
Os estudos das conseqüências ambientais provocadas pelo
desenvolvimento humano atingiram seu auge em fevereiro de 2007. Nesta
ocasião, as Nações Unidas apresentaram um painel, formado pelos mais
respeitados especialistas em clima do mundo, apresentando uma lista de
acontecimentos lamentáveis, como fome, seca, miséria, furacões e
inundações de cidades inteiras, decorrentes do aquecimento global. Esse
relatório, com repercussão no mundo todo, tem apresentado uma
credibilidade muito grande e remete à reflexão. Tanto que, governos,
empresas e boa parte da população começam a questionar sobre maneiras
e ações que poderiam frear essa agressão cada vez mais acentuada à
natureza em nome do desenvolvimento humano.
2
A educação e a formação ambiental foram concebidas desde a
Conferência de Tbilisi em 1977, como um processo de construção de um
saber interdisciplinar e de novos métodos holísticos para analisar os
complexos processos sócio-ambientais que surgem da mudança global
(Reigota, 2006.p.16). Esse posicionamento foi reforçado em outros dois
grandes acontecimentos promovidos pela UNESCO em 1992 e em 1997, a
saber, respectivamente, na ECO 92, no Rio de Janeiro, cujas metas estão
reunidas na Agenda 21 abordando os problemas em destaque na atualidade
e procurando preparar o mundo para os desafios do século 21 e na
Conferência Internacional de Thessaloniki, na Grécia, vinte anos mais tarde.
A Declaração deste evento complementa a Agenda 21, defendendo que só
através da educação ambiental interdisciplinar e com abordagem holística é
possível atingir a sustentabilidade. (MALHADAS, 2001 p. 17-19)
Frente a esses acontecimentos, a educação ambiental passa a ser
valorizada como instrumento capaz de despertar nas gerações atuais a
responsabilidade individual e social para atingirmos a sustentabilidade.
Entretanto, na prática, a educação ambiental vem sendo descaracterizada
desse enfoque interdisciplinar e de ampla abordagem, tanto na escola
quanto na sociedade em geral.
A educação ambiental desenvolvida em muitas escolas, ainda
permanece preocupada com a transmissão de conhecimentos ecológicos;
por conseqüência, perdem a visão holística proposta pela UNESCO, não
atingindo a tão desejada mudança de costumes que poderia contribuir com
a formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade.
Muitos professores ainda não se sentem estimulados a terem um
comprometimento pessoal com trabalhos que estimulem mudanças de
atitudes, não conseguiram assimilar, que questões relativas ao ambiente e
sustentabilidade devem fazer parte de todas as disciplinas, incluindo as
áreas de Ciências Humanas e Sociais.
3
2 PROBLEMATIZAÇÃO
Como profissional da área de educação me questiono sobre qual
seria o papel da escola na formação de cidadãos responsáveis e sensíveis à
necessidade da conservação de um ambiente saudável para a vida presente
e futura. Afinal, o que estaria impedindo a compreensão do aluno sobre sua
responsabilidade nestas questões ambientais? Estas considerações levam à
seguinte problematização: Como a prática pedagógica do professor de
Ciências, norteada pelos princípios da interdisciplinaridade, pode promover
nos alunos uma melhor compreensão das causas e dos efeitos da
degradação ambiental?
3 OBJETIVOS
Através do processo integrador do ensino baseado teoricamente
nos princípios da interdisciplinaridade, este artigo tem por objetivo
aprofundar as questões relativas ao ensino das relações homem-ambiente,
articulando os conteúdos curriculares do ensino fundamental, segundo as
Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do
Paraná - Ciências (PARANÁ, 2006). O presente trabalho tem por objeto de
estudo valorizar a proposta da UNESCO, que defende uma educação
ambiental integrada em todas as disciplinas com diferentes olhares.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para aplicação e análise de uma proposta interdisciplinar, foi
escolhida uma escola da rede estadual de educação, no município de
Cornélio Procópio. Uma escola de pequeno porte, com aproximadamente 80
alunos, distribuídos em turmas de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental,
localizada em um jardim afastado do centro da cidade.
Esta proposta foi apresentada aos professores e funcionários da
escola em 11 de fevereiro de 2008. Os professores participantes têm
diferentes formações, idades, origens e princípios. Essas diferenças foram
4
mais um estímulo para continuar com os trabalhos interdisciplinares, pois
poderiam propiciar riqueza nas trocas de experiências entre esses
profissionais. A proposta de implementação procurou se basear numa
abordagem interdisciplinar, que além de combater a fragmentação do
conhecimento ambiental, permitisse aos participantes um enriquecimento
mútuo.
4.1 A apresentação da proposta e a adesão dos professores
Num primeiro momento, quando convidados a participarem de um
projeto interdisciplinar voltado para a educação ambiental, os professores
envolvidos tiveram um posicionamento comum e, não se mostraram muito
interessados em participar dos trabalhos, pela preocupação e possibilidade
de terem suas disciplinas prejudicadas para a realização do mesmo. Porém,
num segundo momento, para contornar esta posição dos professores e
conseguir o seu necessário apoio para a execução do projeto, procurou-se
base em referencial teórico. O respaldo foi encontrado em Malhadas (2001,
p. 19 e 20), quando afirma que a educação ambiental deve partir de: “uma
abordagem holística e interdisciplinar que reúna diferentes disciplinas e
instituições e preserve suas identidades distintas”. A concepção de Reigota
(2006, p. 25) sobre a importância da educação ambiental “como
perspectiva educativa”, também ajudou a esclarecer os professores.
Segundo comenta o citado autor, o assunto “pode estar presente em todas
as disciplinas, quando analisa temas que permitem enfocar as relações
entre a humanidade e o meio natural, e as relações sociais, sem deixar de
lado suas especificidades”.
Assim, com a adesão e apoio dos professores e após definição do
que se esperava de uma ação interdisciplinar, foi delineado um projeto
interdisciplinar voltado para a educação ambiental. Esse projeto intitulado
“A atitude faz a diferença” foi elaborado com o apoio de todos os
professores da escola onde ocorreu a implementação (ANEXO I). As
disciplinas envolvidas foram: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências,
História, Geografia, Artes, Ensino Religioso, Inglês e Educação Física. No
5
projeto ficaram detalhados os objetivos gerais e objetivos específicos de
cada disciplina. Esta proposta permitiria a aplicação dos mais diferentes
recursos.
Os professores foram também sensibilizados a reconhecerem no
decorrer de suas atividades, que qualquer projeto em desenvolvimento
apresenta potencialidades que podem desencadear outras ações, que
devem ser valorizadas, desenvolvidas e aprofundadas dentro da disciplina
ou em um novo projeto interdisciplinar, que permita a continuidade da
educação ambiental. Os professores envolvidos no projeto também foram
estimulados a realizar uma comparação entre as metodologias utilizadas
regularmente em suas atividades e as metodologias que podem ser
aplicadas através do processo integrador da interdisciplinaridade. O
intercâmbio de experiências entre professores é rico e pode desenvolver e
estimular outras atividades criativas, que dependerão do tipo de professor e
das características de seus alunos.
4.2 As atividades desenvolvidas em cada disciplina
Os ofícios, convites, organização de entrevistas, elaboração de
perguntas para palestrantes, produção e correção de frases estimulando a
preservação ambiental, elaboração de slogans para combate à dengue,
roteiros para histórias em quadrinhos destinadas ao combate e controle de
viroses transmitidas por vetores, seriam desenvolvidas pela disciplina de
Língua Portuguesa.
A disciplina de Matemática ficou responsável pela produção de
cartazes, os quais através de gráficos permitiriam a interpretação de dados
epidemiológicos sobre doenças decorrentes de alterações ambientais; se
propôs ainda, a valorizar as atividades de reciclagem através de situações
problemas.
A disciplina de História se propôs a fazer um levantamento da
história do bairro, para isso se utilizaria: fotos antigas, fotos atuais de
localidades próximas à escola e locais do bairro com acúmulo de lixo e mal
conservados, entrevistas com moradores antigos para resgatar os velhos
costumes e hábitos daquela localidade, organização de palestra com
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profissionais da Sanepar – Companhia de abastecimento de águas e
esgotos, encerrando com produções de textos relatando a história local.
A disciplina de Geografia com o auxílio de mapa do bairro,
planejou que cada aluno da escola pudesse determinar a localização de sua
própria residência, de prédios locais, Unidade Básica de Saúde (UBS) e da
escola. Esse mesmo material seria utilizado para a localização de áreas, que
pelo acúmulo de lixo, poderiam servir para o desenvolvimento de vetores de
doenças. Com o auxílio da equipe pedagógica, essas informações serviriam
de respaldo para a construção de uma maquete do bairro.
A disciplina de Ciências, utilizando-se do laboratório de
informática, estimularia a produção de histórias em quadrinhos, trabalhando
doenças virais, cujo vetor se aproveita de alterações ambientais e acúmulos
de lixos, nas regiões urbanas para seu desenvolvimento. Através de visita à
Estação de Tratamento de Esgotos, seria possível trabalhar questões
relacionadas ao saneamento básico e suas implicações para a qualidade de
vida humana. Através de uma exposição de rochas, identificação de alguns
minerais, pesquisas de recursos renováveis e não renováveis, valorização
da reciclagem do alumínio e de outros metais seriam confeccionados
cartazes relacionando conhecimentos adquiridos do assunto. A
contaminação dos solos e águas, pelo destino inadequado de materiais que
muitas vezes poderiam ser reciclados, ou de pilhas e baterias, que através
das características químicas dos metais utilizados em sua fabricação, são
responsáveis por graves contaminações do ambiente, seria discutida em
uma mesa redonda, da qual participariam autoridades municipais e
estaduais que apresentariam a importância da reciclagem e da
responsabilidade individual para preservar o planeta. Aproveitando o
levantamento da realidade local, pelas disciplinas de História e Geografia,
seriam trabalhadas as conseqüências do desmatamento, aquecimento
global e queimadas, relacionando esses temas com a importância da
fotossíntese realizada pelas plantas.
A disciplina de Educação Física faria adaptação de algumas
histórias em quadrinhos produzidas pelos próprios alunos e desenvolveria
7
teatro de fantoches, destacando os sintomas da dengue e formas de
controle da doença.
Na disciplina de Inglês, os alunos produziriam alguns animais
domésticos e selvagens, utilizando-se de materiais recicláveis, para nomeá-
los em Inglês, também fariam pinturas em camisetas, com frases
estimulando a preservação ambiental na língua inglesa.
A disciplina de Ensino Religioso, através de pesquisas de
personagens atuais, que desenvolveram trabalhos ambientais em nome da
paz, organizaria um mural tendo o planeta Terra no centro, envolvido por
frases ambientais.
Artes seria a disciplina que auxiliaria as demais nas atividades
que necessitassem de habilidades manuais, como produção de desenhos e
pinturas, produção de dobraduras para compor a maquete e auxílio na
produção de cartazes.
Teoricamente o projeto se mostrou bastante articulado. Definiu-se
que os trabalhos deveriam ser realizados em 60 dias, com encerramento
previsto para o final do 2º bimestre de 2008.
5 TEORIZAÇÃO
São inúmeras as informações relativas ao ambiente vindas de
diversos meios de comunicação, da escola, da família, dos grupos de
amigos, entre outros. A população, de uma maneira geral sabe dos
problemas decorrentes das alterações ambientais. A sociedade não se
mostra consciente de que essas reações ambientais são decorrentes do
desenvolvimento humano. Esse posicionamento já era mencionado por
Helene e Marcondes (2005) na década passada. Para os citados autores,
A maioria das pessoas, não se vê como participante desse processo de interferência na natureza. Vivendo nas cidades, distantes desses acontecimentos, nos importamos com a biodiversidade apenas de modo teórico ao ouvirmos falar de uma ou outra espécie ameaçada, ou ecossistema alterado. A falta de relação direta com os processos naturais nos torna ignorantes sobre nossa dependência, próxima e direta, da biodiversidade global. Deixamos de nos sentir ligados à terra, aos cursos d’água e aos seres vivos, e não sentimos a necessidade de compreender seus ciclos e inter-relações. Ao invés disso, ‘admiramos’ ou ‘protegemos’ a natureza
8
apenas quando estimulados por campanhas ou datas especiais (HELENE; MARCONDES, 2005, p. 55).
Por outro lado, apesar da falta de sensibilidade da sociedade
nesta questão, de não se ver como parte do processo que interfere na
natureza, muitos ambientalistas têm se mostrado preocupados com a
educação ambiental. Para eles, é a educação ambiental que pode ajudar a
encontrar caminhos para a sustentabilidade do planeta. A preocupação
sobre educação ambiental é reforçada por Reigota (2004, p.11) quando
menciona que,
a educação ambiental deve procurar estabelecer uma ‘nova aliança’ entre a humanidade e a natureza, uma ‘nova razão’ que não seja sinônimo de autodestruição e estimular a ética nas relações econômicas, políticas e sociais. Ela deve se basear no diálogo entre gerações e culturas em busca da tripla cidadania: local, continental e planetária, e da liberdade na sua mais completa tradução, tendo implícita a perspectiva de uma sociedade mais justa tanto em nível nacional quanto internacional.
Como proposta para sensibilizar a sociedade para questões
ambientais, a UNESCO, organismo da Organização das Nações Unidas
(ONU), realizou diversos seminários, nos diferentes continentes do mundo,
para discutir a educação ambiental. A interdisciplinaridade na educação
ambiental e sua implementação, foi citada em muitos deles, como no
Primeiro Congresso Mundial Sobre Educação Ambiental, realizado em Tbilisi,
em 1977.
Em 1992, no Rio de Janeiro, os chefes de estado de 178 nações
participaram da ECO-92, cujo documento resultante é a Agenda 21. Cada
país participante deveria criar uma Agenda 21 nacional. A brasileira destina
um de seus capítulos à educação ambiental. Conforme a Agenda 21 (2002,
p. 239) “todas as disciplinas, incluindo as áreas de ciências humanas e
sociais, necessitam de uma abordagem holística interdisciplinar, que reúna
as diferentes disciplinas e instituições e preserve as suas identidades
distintas...”. Alguns anos mais tarde, na Conferência de Thessaloniki, em
1997 foi elaborada a “Declaração de Thessaloniki”, na qual a UNESCO
reforça que a educação ambiental deve ser interdisciplinar e direcionada
para a sustentabilidade do planeta.
9
Esses movimentos internacionais influenciaram as políticas
nacionais e estaduais em diversos países e também no Brasil. A
Constituição Federal (BRASIL,1988), em seu artigo 225, manifesta a
preocupação com o meio ambiente:
“ Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Outras leis se mostram preocupadas com a preservação
ambiental e estimulam que a educação ambiental deve ser articulada, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo, como por exemplo: A
Política de Educação Ambiental – PNEA ( Lei nº 9.795/99), que regulamenta
a inclusão da educação ambiental em todos os níveis de ensino, permeando
as disciplinas e Os Parâmetros e Diretrizes Curriculares Nacionais, PCNs, Lei
nº 10.172/01, que define a educação ambiental como uma prática
educativa integrada, contínua e permanente.
A Secretaria de Educação do Estado do Paraná, nas Diretrizes
Curriculares da Disciplina de Ciências, aponta direcionamentos para a
interdisciplinaridade, quando se refere à educação ambiental, solicitando
que os professores considerem em seus conteúdos específicos, os aspectos
sociais, políticos, econômicos e éticos intrínsecos aos problemas
ambientais. (PARANÁ, 2006, p.29). Estas mesmas diretrizes também se
mostram direcionadas para a interdisciplinaridade, quando solicitam que os
professores utilizem-se das idéias de Gasparim2 (apud PARANÁ, 2006, p.
27), da seguinte forma,
Os conteúdos específicos poderão ser abordados em suas inter-relações com outros conteúdos e disciplinas, considerados seus aspectos conceituais, científicos, históricos, econômicos, políticos e sociais, que devem ficar evidentes no processo de ensino e de aprendizagem da disciplina.
2 GASPARIN, J.L. Uma didática para pedagogia histórico-crítica. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2003.
1
Destacou-se igualmente nas Diretrizes Curriculares Estaduais do
Paraná (DCE), a possibilidade da disciplina de Ciências em “estabelecer
relações e inter-relações entre os conteúdos estruturantes e entre estes e os
específicos e com as diversas áreas de conhecimento, de modo a
proporcionar um ambiente favorável a uma abordagem articulada”
(PARANÁ, 2006, p.35).
Para encontrar caminhos que articulassem os conhecimentos
relativos ao ambiente, procurei fundamentação epistemológica e definições
que me orientassem a um encaminhamento metodológico adequado para
interdisciplinaridade. Muitos autores conceberam a origem e configuraram
interdisciplinaridade de forma semelhante: interdisciplinaridade é
decorrente da necessidade do combate à fragmentação do saber, mas não
chegam a uma teoria única e estável da mesma.
Para Fazenda (2003, p. 11) a interdisciplinaridade é
essencialmente um processo que precisa ser vivido e exercido, portanto
único e diferente para todos que quiserem aplicá-lo. O citado autor ainda
complementa:
Interdisciplinaridade é uma exigência natural e interna das ciências, no sentido de uma melhor compreensão da realidade que elas nos fazem conhecer. Impõe-se tanto à formação do homem como às necessidades de ação, principalmente do educador (FAZENDA, 2003, p. 91).
Ao assumir o compromisso de trabalhar educação ambiental
utilizando-se da interdisciplinaridade, o professor assume um desafio, o qual
é reforçado por Moss3 (apud LEFF, 2001, p. 212): “não existe caminho único
para a atividade interdisciplinar bem-sucedida, não há uma solução única
para conseguir uma integração interdisciplinar”, mas pode ser o caminho
para ajudar a despertar o senso crítico dos futuros cidadãos brasileiros
quanto a questões ambientais.
3 MOSS, R. The integration of teaching on envionmental education. Univesities and Environmental Education. Paris: UNESCO, 1986, P. 75-76.
1
6 RESULTADOS
As atividades do projeto interdisciplinar direcionado ao ambiente,
precisavam de muita flexibilidade para não interferir na rotina da escola.
A disciplina de Ensino Religioso, estimulou a pesquisa sobre
personagens da história atual, que ao promoverem a recuperação e
preservação ambiental em seus locais de origem, conseguiram uma melhor
qualidade de vida aos habitantes do local e por conseqüência estimularam a
paz entre seres humanos e o ambiente onde vivem. O título do projeto:
Ambiente – a atitude faz a diferença, foi escolhido pelos alunos, inspirados
na iniciativa desses personagens. Estimulados, os alunos elaboraram frases
valorizando a vida e o respeito ao próximo através da preservação da
natureza, que foram corrigidas pelos professores de Língua Portuguesa.
Esse material foi exposto no pátio/refeitório da escola, durante todo o
período de desenvolvimento do projeto.
Durante a semana cultural da escola, diferentes oficinas foram
ofertadas e cada aluno teve a liberdade de escolher em qual delas faria
inscrição. A oficina “Histórias em Quadrinhos”, coordenada pelas
professoras de Ciências, Língua Portuguesa, Artes e Educação Física, teve
24 participantes. Para embasar as histórias que seriam produzidas, foi
trabalhado o material pedagógico “Dengue!!! O que podemos fazer para
evitar essa doença???” (ANEXO II), onde os alunos puderam conhecer
características de algumas viroses transmitidas por vetores e como estes se
reproduzem, observaram também que uma história em quadrinhos, pode
trazer muitas informações educativas. Num segundo momento, cada aluno
pôde criar sua história, enfocando as características e formas de controle de
algumas doenças virais. As questões estruturais e gramaticais foram
trabalhadas com o auxílio da professora de Língua Portuguesa. Essas
histórias foram digitadas e impressas. A professora de Artes pôde então
orientar as ilustrações e pinturas das mesmas.
Nas semanas seguintes algumas histórias foram selecionadas e os
demais alunos da escola puderam ilustrá-las e refletir sobre hábitos urbanos
que permitem o desenvolvimento de doenças transmitidas por vetores.
1
Slogans, produzidos na disciplina de Língua Portuguesa, ilustraram as
exposições dessas histórias em quadrinhos.
Utilizando-se de todo esse material a professora de Educação
Física adaptou algumas histórias e organizou um teatro de fantoches que foi
apresentado durante o encerramento do projeto e na semana cultural do
SESC, para alunos de diferentes escolas.
A professora de História, para iniciar o resgate histórico proposto,
solicitou que procurassem fotos antigas do bairro. Para compreender a
história de desenvolvimento do local, como os habitantes antigos viviam
quando ainda não existia água tratada, coleta de lixo, esgoto doméstico e
pavimentação com rede pluvial, foram realizadas visitas em casas de
moradores antigos (numa delas foi encontrado um antigo poço d’água ,
ainda utilizada para lavar calçadas), os quais foram entrevistados e
puderam relatar suas experiências, comentando as vantagens de investir
em saneamento básico. A Sanepar foi convidada para fazer uma palestra e
nessa oportunidade lembraram porque o bairro era chamado “Vila Seca” e
numa abordagem cronológica, relataram conquistas locais relacionadas ao
desenvolvimento urbano.
Numa parceria entre as disciplinas de Geografia e História, os
arredores da escola foram visitados e fotografados, foram escolhidas
algumas regiões bem conservadas, outras abandonadas e outras com
acúmulo de lixo.
Com todas essas informações foram possíveis as produções de
textos relatando a história local.
Com o auxílio de mapa do bairro, cada aluno pôde definir
geograficamente a localização de sua residência e de alguns prédios, como
a UBS e a escola. Utilizando-se do levantamento fotográfico e das
características atuais do bairro, puderam também localizar no mapa, áreas
com acúmulo de lixo, que permitem a reprodução de insetos e roedores,
responsáveis pela transmissão de doenças.
A equipe pedagógica da escola reuniu todas essas informações e,
com o auxílio dos alunos e de professores, organizou uma maquete. A
professora de Artes orientou os alunos a confeccionarem réplicas de suas
1
residências, utilizando-se da técnica de dobraduras, as quais foram
instaladas na maquete. A professora de Ciências, através de uma visita à
estação de tratamento de esgotos, trabalhou a importância do saneamento
básico como forma de evitar inúmeras doenças. O responsável pelo setor
destacou a importância da participação da sociedade, para a instalação
correta do escoamento de esgotos. Essa mesma visita permitiu que
reconhecessem que bactérias são utilizadas para decompor material
orgânico, foi possível então, trabalhar a importância da manutenção da
biodiversidade do planeta, mostrando a interligação entre as mais
diferentes espécies de seres vivos. Só depois desse contexto, as ligações de
água tratada, esgoto residencial e rede pluvial puderam ser representados
na maquete.
Nas atividades desenvolvidas no projeto, o lixo foi reconhecido
como problema local e atual. Era preciso encontrar uma solução para esse
problema. Na disciplina de Ciências foram realizados debates entre os
alunos, que definiram como solução retirar esse lixo de locais inadequados
e estimular a reciclagem. A mãe de uma das alunas da escola, trabalhava
com recolhimento de resíduos que podem ser reciclados. Essa aluna soube
relacionar o valor financeiro de alguns produtos recicláveis. Com esse
levantamento, muitos alunos passaram a compreender porque latinhas de
alumínio são tão procuradas pelos profissionais da reciclagem. Uma
pesquisa sobre a origem do alumínio, métodos de exploração, recursos
naturais renováveis e não renováveis e a importância de sua preservação,
estimulou os alunos a praticarem a reciclagem em seu dia-a-dia. Uma
exposição de rochas, organizada pelos alunos, permitiu relacionar minerais
à sua utilização para o desenvolvimento humano.
Como proposta para continuar explorando a reciclagem, foi
organizada uma mesa redonda da qual participaram: um vereador,
envolvido com questões ambientais e a chefe da Vigilância Sanitária
Municipal - VISA. Os convites para a participação da atividade na escola
foram escritos com o auxílio da professora de Língua Portuguesa, que
também orientou sobre o comportamento e a maneira como deveriam ser
elaboradas as perguntas durante a atividade. Esse interesse permitiu a
1
abordagem de questões relativas a metais utilizados em pilhas e baterias,
que ao serem descartados em locais inadequados provocam a
contaminação do solo e das águas. A reciclagem e a contaminação de
águas pela infiltração de chorume, dos muitos lixões a céu aberto que
existem no país também foram assuntos explorados.
Conforme foi se aproximando o dia de encerramento dos
trabalhos, a professora de Matemática procurou alguns dados
epidemiológicos a fim de elaborarem gráficos e apresentá-los em cartazes,
para expor no encerramento do projeto.
As professoras responsáveis pela disciplina de Inglês, procuraram
desenvolver trabalhos na língua inglesa com a produção de cartazes que
defendiam a natureza e com a identificação de objetos e animais,
produzidos com sucatas.
No decorrer do Projeto, surgiram atividades não previstas que
foram inseridas ao mesmo, como a CIJMA – Conferência Infanto-Juvenil do
Meio Ambiente, que foi realizada alguns dias antes do encerramento do
mesmo e permitiu iniciar a avaliação dos trabalhos desenvolvidos. O
objetivo da CIJMA é despertar nos alunos de todo Brasil, a consciência sobre
questões ambientais, que no ano de 2008, estava direcionada para
aquecimento global. Para tanto são encaminhados às escolas, materiais
como: cartilhas, vídeos, textos, entre outros, estimulando uma análise local
de problemas ambientais, em que a comunidade escolar pode intervir e
colaborar com sua resolução. Após a apresentação de vídeos sobre
aquecimento global e de debates entre alunos, as turmas foram divididas
em equipes para produzir cartazes que apresentassem problemas
ambientais locais que podem contribuir para o aquecimento do planeta.
Para escolha do mais criativo cartaz que estivesse dentro da proposta da
CIJMA, foram convidados representantes do NRE, da SEAB - Secretaria da
Agricultura e do Abastecimento e da Sanepar. As diferentes equipes
precisavam apresentar seus cartazes e explicar o que sabiam sobre o tema
escolhido. As queimadas produzidas pelos moradores do bairro, foi o tema
mais apresentado e, por isso, escolhido como tema da escola para
participar da Conferência Regional Infanto – Juvenil do Meio Ambiente -
1
CRIJMA, a ser realizada no mês de outubro de 2008. A CIJMA ainda
proporcionou uma apresentação das diferentes turmas, com propostas a
serem implantadas na escola e comunidade escolar, para combater e
diminuir as queimadas desnecessárias no bairro. Essa apresentação
permitiu escolher o representante da escola para a CRIJMA.
O encerramento do projeto interdisciplinar, abriu as portas para
toda a comunidade escolar e para algumas autoridades estaduais e
municipais: SEAB, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural –
Emater, Instituto Ambiental do Paraná - IAP, Sanepar, NRE, VISA, órgãos
envolvidos, direta ou indiretamente, com questões ambientais. Nessa
oportunidade todos os trabalhos desenvolvidos no Projeto “Ambiente – A
atitude faz a diferença”, foram expostos e os alunos puderam apresentá-los
e expor suas idéias sobre a importância da conscientização da sociedade
para questões que auxiliem na preservação ambiental.
AVALIAÇÃO
As avaliações aplicadas neste projeto interdisciplinar foram muito
variadas. Para o trabalho coletivo desenvolvido pelos alunos, a forma de
avaliação escolhida pelos professores foi a análise de desenvolvimento do
mesmo, observando se as atividades propostas foram realizadas a contento
e dentro da programação pré-estabelecida.
A maioria dos professores conseguiu desenvolver as atividades
programadas e não relataram dificuldades para seu desenvolvimento. Os
que tiveram dificuldades em participar foram das disciplinas de Inglês, que
alegaram possuir poucas aulas na escola (apenas 1 dia da semana), o que
dificultou a integração ao projeto e ao desenvolvimento dos trabalhos. A de
Matemática, alegou estar muito ocupada com atividades específicas da
disciplina, como a Olimpíada de Matemática, não conseguindo se inserir no
contexto interdisciplinar proposto.
Algumas atividades que dependiam do outros órgãos, não foram
cumpridas dentro do prazo, como a visita ao Museu de História Natural de
Taxidermia e ao tratamento de esgoto industrial da maior fábrica regional,
1
pois não houve tempo hábil para o agendamento dentro do período de
realização do projeto.
Os professores envolvidos estavam cientes que a avaliação
individual dos alunos é sempre difícil, quando se trata de educação
ambiental, cujo objetivo é a mudança de idéias e costumes, a avaliação
passa a ser extremamente difícil, porém necessária.
Seguindo essa idéia, a avaliação surgiu em vários momentos,
inicialmente, antes da realização do projeto, foi realizada uma pesquisa
entre os alunos e seus familiares, sobre os maiores problemas enfrentados
pelos moradores do bairro onde a escola está inserida. As respostas foram
as mais variadas, referiam-se a pavimentação, saneamento, falta de
segurança, drogas, trânsito perigoso e outros. Apenas 46 alunos trouxeram
respostas e em nenhum momento a expressão: problema ambiental foi
citado. O único problema relacionado a ambiente, foi lixo em locais
inadequados.
Ao final do projeto, essa avaliação foi refeita e as respostas de 71
alunos foram as seguintes: 51 alunos se mostraram preocupados com
queimadas, 19 alunos expressaram preocupação com o lixo disposto em
locais inadequados e 10 alunos ou menos, demonstraram preocupação com
bueiros entupidos/sem tampa, ruas esburacadas, poluição do ar, poluição
dos rios, destruição de árvores, esgoto a céu aberto e destino inadequado
de pilhas e baterias. É preciso ressaltar que cada aluno poderia citar mais
de um problema que considerasse relevante. Percebe-se aí o impacto do
trabalho realizado, pois problemas que não faziam parte das preocupações
dos alunos ou mesmo não eram associados a ambiente, passaram a ser
relacionados como problemas ambientais importantes para eles.
A análise do material produzido pelos alunos, também foi
utilizada para avaliar a participação e interesse de cada um. Durante o
projeto, os alunos se mostraram estimulados a realizarem as atividades
propostas, tinham orgulho de apresentar e mostrar seus trabalhos a outros
professores, familiares e diferentes profissionais que compareceram à
escola como avaliadores. O que demonstrou interesse pelas atividades
desenvolvidas.
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Questionários de auto-avaliação foram aplicados para todos os
alunos que participaram do projeto, posicionamento estimulado por Reigota
(2006, p. 45) “para evitar a avaliação equivocada e estimular a auto-
reflexão e o diálogo, o professor deve solicitar aos alunos a auto-avaliação”
Foram avaliados 71 alunos através desse processo de auto-
avaliação, em que atribuíram valores de 0 a 10 para seu
interesse/preocupação sobre os seguintes temas: reciclagem, destino
adequado para pilhas e baterias, queimadas, dengue, preservação de
recursos não renováveis e biodiversidade. Essa avaliação deveria ser
referenciada para o período anterior ao projeto e para o período posterior a
ele. Em quase todos os itens pudemos observar um maior valor atribuído
para depois do projeto, apenas na avaliação que se referia a dengue, os
valores ficaram muito próximos para antes e depois do projeto, o que nos
permite dizer, que dengue é um assunto teoricamente conhecido dos alunos
em seu dia-a-dia.
Outra forma de avaliação foi, a escolha das disciplinas com que
os alunos mais se identificaram, as mais citadas foram: Ciências, seguida de
Geografia e Língua Portuguesa. A menos citada foi a Matemática, que
apresentou apenas trabalhos pontuais, não se inserindo nas atividades
interdisciplinares. Um aluno apenas relacionou essa disciplina.
A expectativa da escola participar do “Fera Com Ciência”, uma
exposição regional promovida pelo Governo do Estado do Paraná, gerou
uma grande polêmica entre os alunos. Grande parte deles desejavam ser
escolhidos para participarem desse evento e apresentarem os trabalhos
desenvolvidos na escola durante o projeto Ambiente – A atitude faz a
diferença. Essa postura mostrou que, de maneira geral, os alunos gostaram
da forma como foram produzidos e apresentados os trabalhos, pois queriam
expor aos alunos de outras escolas o que eles tinham produzido no projeto.
Uma avaliação muito negativa desse projeto foi a falta de
participação da comunidade escolar. No encerramento, todos os alunos da
escola estavam envolvidos no projeto, todos os alunos tinham trabalhos
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expostos e todos os pais de alunos tinham sido convidados a participar
dessa comemoração. Porém foram poucos os pais que estiveram presentes,
o que indica que nossos trabalhos não ultrapassaram as fronteiras da
escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Buscamos desenvolver algumas atividades interdisciplinares
voltadas à educação ambiental por meio de projeto, observamos que de
maneira geral, essa implementação apresentou aspectos positivos.
Sabemos, contudo, que não é um processo simples e nem instantâneo.
Entendemos que a interdisciplinaridade aplicada na educação ambiental
oferece uma perspectiva positiva. Nesta implementação, o fato de a maioria
dos alunos citar problemas locais, como queimadas e saber relacioná-los a
problemas globais, como o aquecimento do planeta, nos estimulou a
continuar nossos trabalhos. Reigota (2006), lembra que “ ’pensar
globalmente e atuar localmente’ pode guiar a avaliação de atitudes e
comportamentos, sendo fundamental que o aluno consiga perceber os
problemas da humanidade acima dos seus interesses individuais”.
Como último ponto para reflexão, gostaríamos de lembrar que
este trabalho interdisciplinar, foi apenas um passo em direção à Educação
Ambiental que queremos e que essa caminhada não deve se encerrar aqui.
A Educação Ambiental precisa acompanhar cada um de nossos alunos por
toda sua vida para que possamos acreditar nessa vida futura.
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