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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: A RELAÇÃO ENTRE DOCENTES E
DISCENTES NA EJA NOS CICLOS III E IV
LIDIANE ALVES BEZERRA DE AZEVEDO
CAICÓRN 2016
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LIDIANE ALVES BEZERRA DE AZEVEDO
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: A RELAÇÃO ENTRE DOCENTES E
DISCENTES NA EJA NOS CICLOS III E IV
Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia a Distância do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação do professor Me. Djanní Martinho dos Santos Sobrinho
CAICÓRN 2016
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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: A RELAÇÃO ENTRE DOCENTES E DISCENTES NA EJA NOS CICLOS III E IV
Por
LIDIANE ALVES BEZERRA DE AZEVEDO
Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia a Distância do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.
BANCA EXAMINADORA
Me. Djanní Martinho dos Santos Sobrinho ( Orientador )
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Dr (a). Tânia Cristina Meira Garcia (Examinador (a)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Dr (a). Christianne de Medeiros Cavalcante (Examinador (a)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Educação de Jovens e Adultos: A relação entre Docentes e discentes na EJA nos ciclos III e IV
Lidiane Alves Bezerra de Azevedo¹ Djanní Martinho dos Santos Sobrinho²
RESUMO O presente artigo trata-se de uma pesquisa exploratória com destaque em um estudo de campo a qual foi utilizado observação em uma sala de aula regular da Educação de Jovens e Adultos no nível III e IV na Escola Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel, com objetivo de observar e coletar dados para obtenção de resultados com relação estrutura administrativa e de pessoal da escola e porcentagem de alunos matriculados e faixa etária de alunos matriculados na referida escola no intuito de observar as condições significativas para a aprendizagem e como consequência a permanência do aluno na escola, onde o maior objetivo foi observar como se procedia à relação entre docente e discente em sala de aula. Palavras-chave: EJA, Estratégias metodológicas, Docentes e Discentes.
INTRODUÇÃO
A seguinte pesquisa a ser discutido neste artigo são resultados de uma
investigação sobre a relação entre Docentes e discentes na Educação de
jovens e Adultos. A referida pesquisa buscou abrir caminhos e possibilidades
para discursão sobre um breve relato histórico com relação ao inicio da
educação de jovens e adultos no Brasil.
__________________________ ¹Universidade Federal do Rio Grande do Norte/ Curso de Pedagogia EaD
[email protected] ²Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Curso de Geografia/CERES Caicó [email protected]
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Os descritos da seguinte pesquisa teve o intuito de mostrar um pouco da
historia relacionada à escolarização de jovens e adultos, e mostrar como é na
pratica a realidade no processo de ensino e aprendizagem entre o docente e
discente em sala de aula, diante de uma pesquisa de campo na Escola
Monsenhor Walfredo Gurgel, situada na Rua Manoel Vicente s/n, Bairro
Paraíba, no município de Caicó/RN, para uma melhor compreensão do tema de
Educação de Jovens e Adultos.
Diante do tema discutido o referente artigo cientifico titulado como:
educação de jovens e adultos: a relação entre docentes e discentes na EJA
nos ciclos III e IV, em se tratar de uma pesquisa exploratória, com destaque em
um estudo de campo perante observações na sala dos níveis III e IV. O autor
GIL (2008, p.57) explica que Estudo de Campo:
Estudo de campo procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do ocorrem naquela realidade.
Diante da seguinte orientação, o estudo de campo permitiu adquirir mais
conhecimentos sobre a relação entre docentes e discentes na EJA. Diante
disso foi valoroso para ter m conhecimento mais amplo sobre como estar
sendo na pratica a educação de jovens e adultos no Brasil, mais precisamente
na escola lócus da pesquisa de campo, para um melhor aprofundamento da
pesquisa a ser realizada na Escola Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel.
Conforme observação feita em sala de aula, Segundo GIL (2008, p.57)
um dos elementos fundamentais para a pesquisa é a observação, possuindo
um papel fundamental na fase de coleta de dados. Sua principal vantagem é a
de que os fatos são percebidos diretamente, sem qualquer intermediação, e
como desvantagem temos que a presença do observador pode causar
alterações no comportamento dos observados.
Nesse sentido, a pesquisa identificada por estudo de campo serviu para
mostrar a realidade entre discente e docente no processo de ensino e
aprendizagem da Educação de jovens e adultos, a principio foi identificado a
escola lócus com sua caracterização, em seguida uma contextualização
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histórica do referido assunto baseado em pesquisa bibliográfica para um
melhor entendimento. Segundo GIL (2010, p.50) pesquisa bibliográfica: “é
desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos”.
A referente pesquisa exploratória foi voltada a cerca de um estudo de
campo diante, de observações em sala de aula e pesquisa bibliográfica.
2 CARACTERIZAÇÃO ESCOLA ESTADUAL MONSENHOR WALFREDO GURGEL
A Escola Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel (Figura 1) está sediada à
Rua Manoel Vicente s/n, Bairro Paraíba, no município de Caicó- RN. Foi criada
pelo Decreto 5.714 de 22/02/1972 do governo do Estado, tendo sido autorizada
a funcionar pela Portaria nº 331/76 do Conselho Estadual de Educação.
Figura 1: Faixada da Escola Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel
Fonte: Arquivo da Escola, 2016.
Na época de sua fundação, a Escola começou a funcionar no prédio do
Colégio Diocesano Seridoense situado à Praça Dom Jose Delgado S/N.
Conceituada como “Escola Modelo” suas aulas iniciaram-se em 01/03/1972,
com um quadro geral de 34 funcionários, sendo 23 docentes e 11
administrativos, entre eles Monsenhor Ausônio Tercio de Araújo, Maria Marta
de Araújo e Miracy Soares Cunha (primeiros diretores).
A Escola tinha como finalidade oferecer um ensino de primeiro grau,
proporcionando ao educando uma cultura geral e uma formação especial,
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tendo como objetivo a sondagem de aptidões e a iniciativa para o trabalho,
oferecendo as técnicas comerciais, industriais, agrícolas e educação para o lar,
que durante muito tempo representaram um marco na vida dos estudantes que
por ela passaram.
A partir de 01/03/1999, a instituição passou a funcionar em sua sede
própria graças ao esforço do Conselho Diretor e da Associação do Ex- aluno
que se empenharam na luta pela construção da nova escola.
Atualmente a escola oferece para a comunidade Ensino Fundamental I e
II e a modalidade de Educação de Jovens e Adultos, com 08 períodos, e
funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno, sob a direção da Sra. Ilza
da Silva e do Sr. Franklin Wagner de Freitas.
Quanto a estrutura administrativa e de pessoal a escola conta com as
seguintes funções e quantidades como mostra o Quadro 1.
QUADRO 1: Estrutura Administrativa e de pessoal da Escola FUNÇÃO PARTICIPANTES
DIRETORA 1
VICE-DIRETOR 1
COORD. PEDAGOGICO 1
COORD. FINANCEIRA 1
CORPO DOCENTE 27
CONSELHO ESCOLAR 8
CONSELHO DO CAIXA ESCOLAR 6
CONSELHO FISCAL 4
PROFISSIONAIS NÃO DOCENTES 30
Fonte: Elaborado pela autora com base em dados fornecidos pela escola, 2016.
Conforme mostra o Quadro 1, a equipe administrativa da instituição
escolar é constituída por uma equipe de 515 funcionários, onde todos estão
envolvidos direto ou indiretamente no processo ensino e aprendizagem de
todos os alunos mais especificamente dos alunos observados na sala de aula
EJA.
De acordo com o Projeto Politico Pedagógico (PPP) da Escola Estadual
Monsenhor Walfredo Gurgel, o objetivo da instituição é assegurar um ensino de
qualidade e formar cidadãos plenos perante a sociedade.
A referente escola observado, podemos ressaltar que existe um projeto
de aprendizagem, na qual se trata da “Mais educação” (PME) dentre ele,
desenvolvendo as modalidades de letramento, numeramento, teatro, voleibol,
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futsal e Judô.
Nisto, desenvolve atividades passando a garantir a formação básica e
assegurando o conhecimento pratico necessário ao desenvolvimento das
potencialidades do educando.
No projeto Mais Educação, a aprendizagem respeita seu tempo de
desenvolvimento e compreensão, resultando assim, na conquista do
conhecimento, descoberta de talentos após uma avaliação positiva nas
modalidades desempenhadas.
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EJA NO BRASIL
Ao analisar a área educacional do Brasil, pode-se perceber que muitas
modificações já foram realizadas e estas propiciaram grandes avanços nas
diferentes modalidades e níveis de ensino.
Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988 diz que “onde os
cidadãos puderam ter novos acessos no ensino fundamental, podendo assim
aprimorar conhecimentos na nova modalidade de ensino – EJA”, e foi nessa
concepção de ensino em tempos atrás, que a alfabetização era designada
apenas para ler e escrever, porém, hoje ela foca em dar oportunidade para
pessoas que não tiveram acesso a uma educação de qualidade.
Nesse sentido, Arbache (2001, p. 22) entende que:
É necessário superar a ideia de que a EJA se esgota na alfabetização, desligada da escolarização básica de qualidade. É também necessário superar a descontinuidade das ações institucionais e o surgimento de medidas isoladas e pontuais, fragmentando e impedindo a compreensão da problemática. É preciso desafiar o encaminhamento de possíveis resoluções que levem à simplificação do fenômeno do analfabetismo e do processo de alfabetização, reduzindo o problema a uma mera exposição de números e indicadores descritivos. Visualizar a educação de jovens e adultos levando em conta a especificidade e a diversidade cultural dos sujeitos que a ela recorrem torna-se, pois, um caminho renovado e transformador nessa área educacional.
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Com isso, educar jovens e adultos, não é apenas ensiná-los a ler e
escrever seu próprio nome é proporcionar a essas pessoas uma educação
vasta e com mais qualidade. Lembrando sempre, que essa modalidade de
ensino não deve se preocupar apenas em reduzir números e índices de
analfabetismo, e sim, qualifica-los tecnicamente e profissionalmente,
preparando-os para o mercado de trabalho e para vida como previsto nas
diretrizes curriculares da EJA.
Na educação de jovens e adultos é necessário colocar em pratica todas
as ideias existentes destacando o valor educativo do dialogo, a importância do
educando como portador do conhecimento, mas para que isso aconteça o
educador deve estar sempre disposto a reformular suas praticas pedagógicas.
De acordo com a Proposta curricular do 1º seguimento a educação de
jovens e adultos existente na Legislação Educativa Brasileira, destaca e
delimita fundamentos necessários sobre a visão geral educativa pertencente a
essa modalidade de ensino, mais precisamente em seus objetivos limitando os
campos do ensinamento.
Porém, na Proposta Curricular do 2º seguimento da educação de
jovens e adultos, houve algumas mudanças partindo da ideia de que não
ficasse apenas na garantia de vagas para esses alunos nessa modalidade,
mais que fosse oferecido ensino de qualidade, associando e introduzindo
novos ensinamentos nas diferentes áreas de conhecimento, estando sempre
atentos nas interferências existentes no meio escolar. Por isso, existem
orientações construídas diretamente para essa proposta curricular na
educação de jovens e adultos, onde se caracterizam por:
Apresentar a participação da comunidade na escola, objetivando a
interação e compreensão de um mundo escolar para a comunidade.
Esclarecer que esses jovens e adultos têm necessidades, mas que são
capazes de aprender, propondo a construção de novos conhecimentos.
Mostrar que a escola tem autonomia e clareza em seu projeto educativo
para com eles, e entre outros.
Diante das informações retiradas do PPP da Escola Estadual
Monsenhor Walfredo Gurgel foi constatado que a comunidade tem uma
participação ativa perante as decisões do conselho escolar, onde essa atuação
dos pais, alunos e integrantes da instituição colaboram para que haja um
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processo de ensino e aprendizagem de qualidade para com seus educandos,
com isso a escola estabelece para toda sociedade envolvida nesse processo
clareza de seus objetivos.
De acordo com a Secretaria de Educação, as escolas que fazem parte
da educação de jovens e adultos no Rio Grande do Norte vêm diminuindo por
consequência do desinteresse dos alunos.
Segundo Eduardo Colin, Coordenador das Diretorias Regionais de
Educação afirma que, em muitas escolas o número mínimo de alunos por
turma é de 20, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB, esse número não é alcançado e a Secretaria avalia se pode
ou não permanecer. “Dependendo podemos manter remanejar a turma para
outra unidade ou podemos mandar esses alunos para o ensino regular,
dependendo da idade”, explicou.
Porém, mesmo sem números concretos, educadores afirmam que a
evasão desses alunos vem crescendo, e a demanda caindo com o passar dos
anos. Por tanto, é preciso entender que para essa modalidade de ensino tenha
uma aceitação melhor a cada ano precisamos capacitar, aperfeiçoar nossos
professores, para então serem capazes de motivar esses alunos a
aprendizagem incluindo-os no seu método de ensino.
Já na Escola Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel, a realidade da
turma de jovens e adultos não é tão diferente das outras turmas do estado,
pois é possível observar que os discentes nunca estavam todos os alunos
presentes, isso com relação aos alunos mais novos, por outro lado os de mais
idades participavam ativamente das aulas todos os dias.
Diante da realidade da escola onde os alunos geralmente faltam às
aulas, devido os afazeres do dia a dia, o planejamento das aulas deve ser
flexível levando em consideração a realidade de cada aluno.
O planejamento pedagógico ocorre de forma quinzenal e bimestral, o
sistema do planejamento é coletivo, havendo espaço de formação continuada
na escola, sendo coordenado pela direção e supervisão, abrangendo todas as
áreas, principalmente a inclusão de alunos e disciplinas. Com isso, tive o
privilegio de vivenciada a prática pedagógica em uma turma de EJA, contendo
17 alunos, sendo um surdo e um com retardo mental.
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A sua abordagem didática e metodológica utilizada em sala para turma
da educação de jovens e adultos são a partir de sequências didáticas
elaboradas a partir de um livro direcionado ao EJA ou temas educativos.
4 PERFIL DISCENTE E DOCENTE DA EJA NA ESCOLA BASE EMPIRICA DA PESQUISA
A chegada de alunos à educação de jovens e adultos na
maioria das vezes trata-se de um histórico de repetência e evasão em
seu percurso escolar, evasão essa, frequentemente ocorrida por
problemas de trabalho, obrigações familiares sem falar na própria
desmotivação para contemplar seus estudos.
Os alunos da educação de jovens e adultos, mesmo não sendo
alfabetizados eles possuem certo conhecimento adquirido em sua
vivencia, eles conseguem elaborar um aprendizado em condições
cotidianas.
A aprendizagem, ao contrário da maturação envolve uma mudança, duradoura no indivíduo, não marcada por sua herança genética. Pode ser uma mudança de “insight”, de comportamento, de percepção ou de motivação ou ainda combinação desses elementos. (BIGGE, 1977, p. 1).
A maturação para muitos, trata-se de uma grande experiência de vida,
um processo de fundamental importância para o desenvolvimento individual,
onde se controla o crescimento físico e o tempo da chegada das atividades
motoras. Já a aprendizagem está relacionada à educação e desenvolvimento
pessoal, é onde o comportamento ou os valores são adquiridos e modificados,
através de muito de estudo.
São muitas as dificuldades enfrentadas na educação de jovens e
adultos, pois alguns alunos já chegam com alguma noção de alfabetização,
porém outros nunca tiveram a oportunidade de frequentar uma sala de aula.
Dessa forma, torna-se difícil o processo de formação dos discentes, pois gera
um desnivelamento intelectual dentro da sala, onde alguns desses alunos
serão bem mais desenvolvidos que outros.
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O gráfico a seguir retrata a porcentagem de alunos em gênero e faixa
etária matriculados na escola observada.
GRÁFICO 1: Porcentagem de Alunos Matriculados e Faixa Etária de Alunos Matriculados.
Fonte: Elaborado pela autora com base em dados de pesquisa escolar -2015
De acordo com pesquisa realizada na Escola Estadual Monsenhor
Walfredo Gurgel, percebe-se que relacionado ao gênero de alunos
matriculados na educação de jovens e adultos fica comprovado que 15% dos
alunos são do sexo feminino, e 85% do sexo masculino. Um dos possíveis
motivos seria que, os homens além de trabalharem, estão querendo se
qualificar para então concorrerem a melhores vagas no mercado de trabalho.
Já com relação à faixa etária desses alunos 78% pertence a faixa etária
que varia de 18 a 25 anos a 22% na faixa etária de 26 a 50 anos, ou mais. O
que fica claramente fácil de entender, é que a maioria desses alunos ingressou
na escola, tardiamente.
Importante e compreensível lembrar, que muitos desses jovens preferem
o trabalho aos estudos, mas sabe que atualmente as empresas procuram por
funcionários mais qualificados, por isso a procura quanto a essa modalidade de
ensino, pois acreditam que podem modificar suas vidas.
Com isso, a sociedade deve compreender que alunos que frequentam a
0 2 4 6 8 10
IDADE 18 A 25
IDADE 26 A 50
MULHERES MATRICULADOS
HOMENS MATRICULADOS
IDADE DE ALUNOS
ALUNOS MATRICULADOS
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educação de jovens e adultos, vivenciam o preconceito, a vergonha, e muitas
vezes até críticas dentro do seu convívio familiar e escolar.
Porém, a aprendizagem não é apenas um processo de aquisição de
conhecimentos, e sim uma aprendizagem que irão adquirir por um
processamento de informações muito complexa, para então se tornarem
significativos para a vida de outras pessoas.
Entende-se que o papel do professor é fundamental no processo de
reingresso desses alunos para as turmas de educação de jovens e adultos. E
para trabalhar com esses jovens e adultos primeiramente é necessário formar
esses educadores, para que no mínimo sejam capazes de respeitar as
condições socioculturais desses indivíduos, e que deverão ter um perfil
totalmente flexível, atendendo às dificuldades de cada um em particular,
mantendo sempre o diálogo para possibilitar a organização e o entendimento
entre todos em sala de aula.
Para entender melhor esses jovens e adultos, será necessário contato
direto para então conhecer profundamente buscando os pensamentos com
finalidade de uma aquisição de aprendizagem, pois esses alunos enxergam no
professor um modelo a seguir, devendo ter ciência de sua capacidade no
desenvolvimento do aluno.
A educação de jovens e adultos requer do educador conhecimentos específicos no que diz respeito ao conteúdo, metodologia, avaliação, atendimento, entre outros, para trabalhar com essa clientela heterogênea e tão diversificada culturalmente. (Arbache, 2001, p. 19).
O educador de jovens e adultos deve ter a necessidade de distinguir os
problemas que acercam seus alunos, ou, o ensino ficará restrito a um só
padrão, destinado apenas ensinar a ler e escrever, de forma mecânica. Mas, o
que se pretende mesmo com a educação de jovens e adultos é dar espaço de
aprendizagem a todos.
Devido à preparação que os professores da educação de jovens e
adultos estão tendo, a qualidade de ensino está se superando de tal forma que
vem destacando-se no ambiente escolar, primeiramente pela maneira como
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esses professores recebem na instituição escolar, como conseguem
compreender esses alunos e como eliminam o analfabetismo.
Esse professor deve então, compreender seus alunos como pensantes,
capazes de captar o conhecimento e transmiti-lo da forma mais simples e
espontâneo, pois ele conseguindo tal conquista, fará com que esses alunos se
achem mais interessados e responsáveis no seu processo de aprendizagem.
Para se trabalhar com educação de jovens e adultos é necessário que o
educador proponha a seus alunos conhecimentos específico direcionado ao
conteúdo, a metodologia e a avaliação para então capacita-los.
Com isso é de suma importância para os educadores de jovens e
adultos disponibilizar materiais educativos como: livros, revistas, jornais, vídeos
e cartazes entre outros, pois facilita a aprendizagem, principalmente quando
trabalhados em grupo, favorecendo o sócio educativo da turma através de
fontes de informação de fora da sala de aula. Por esse motivo, deve-se
respeitar esse espaço de interação entre a turma, promovendo trabalhos em
grupos ou até mesmo debates coletivos sobre variados temas, buscando
assim, a motivação e o aproveitamento das experiências vividas.
Diante da pesquisa realizada foi possível identificar algumas estratégias
metodológicas utilizadas pelas professoras na busca de envolver os discentes
nas aulas, entre elas:
Agregar trabalhos com melhores condições de desempenho e exigir
colaboração e participação dos alunos;
Incluir o cotidiano do aluno na elaboração das atividades propostas;
Respeitar o tempo de aprendizagem de cada aluno;
Aumentar a autoestima, estimulando e valorizando a confiança na sua
capacidade de aprendizagem.
Diante de algumas estratégias utilizadas pelo docente da modalidade de
EJA, fica claro que o incentivo e motivação utilizada pelo docente através de
uma investigação com relação à vivência sócio cultural de cada aluno ajudam
no desenvolvimento no processo de aprendizagem do discente, levando em
consideração que a compreensão dos conteúdos através de seu cotidiano
torna-se uma aprendizagem facilitada.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa obteve informações para o seguinte artigo
cientifico, mediante observação em uma sala de aula do ensino regular da
modalidade EJA na Escola Estadual Monsenhor Walfredo Gurgel relacionada a
um estudo de campo, onde foi observado como se procedia a relação entre
discente e docente na educação de jovens e adultos e um breve relato histórico
sobre a educação de jovens e adultos no Brasil, sendo de grande valia para o
aprendizado para a aluna Lidiane Alves Bezerra de Azevedo do curso de
Pedagogia da UFRN / Caicó-RN.
Para conclusão dos seguintes objetivos foi necessário a observação
durante o Estágio III em uma sala de aula de EJA níveis III e IV, caracterizado
como estudo de campo, com isso foi possível um melhor entendimento de
como é a relação entre docente e discente e diante de pesquisa exploratória,
bibliográfica obter uma visão mais clara do processo histórico do ensino EJA.
Diante da observação foi notório que a motivação é um ponto de suma
importância para compreensão e garantir a permanência desse aluno em sala
de aula, onde eram utilizadas praticas facilitadoras diante da vivencia cotidiana
de cada aluno facilitando assim seu aprendizado.
Conforme visto em sala de aula, pude perceber que as dificuldades são
inúmeras da permanência dos alunos na modalidade EJA, devido as falta de
tempo e principalmente o preconceito existente na sua própria família, na
sociedade e na escola devido a busca de querer aprender tardio.
Desta forma, pude concluir que o aluno da Educação de Jovens e
Adultos sente a esperança e vontade de aprender, juntamente com a amizade
existente entre a turma e a paciência e disposição da professora. Dessa
maneira, favorece um ambiente de ensino e aprendizagem muito mais
saudável e propicio para conseguirem se identificar como cidadãos capazes e
autoconfiantes em si próprios.
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REFERENCIAS:
Arbache, Ana Paula Bastos. A formação do educador de pessoas jovens e
adultas numa perspectiva multicultural crítica. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro. Papel Virtual Editora, 2001.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. 174 p. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf.
____. Ministério da Educação. (LDB) Secretaria de Educação Fundamental
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=293&Itemid=358
____. Proposta Curricular para a Educação de Jovens e Adultos: Segundo
Segmento do ensino fundamental: 5a a 8ª série: introdução / Secretaria de Educação Fundamental, 2002. 148 p.: il.: v. 1
Didática e formação de professores: percursos e perspectivas no Brasil e em
Portugal. /Selma Garrido Pimenta (Org.) – 2. Ed.- São Paulo, Cortez, 2000.
Educação para jovens e adultos: ensino fundamental: proposta curricular –
Primeiro Segmento / coordenação e texto final (de) Vera Maria Masagão Ribeiro; — São Paulo: Ação Educativa; Brasília: MEC, 2001. 239p.
Educação para jovens e adultos: teoria pratica e proposta/ Moacir Gadotti e
Jose E. Romão (Orgs.) – 2. Ed. rev. – São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000. – (Guia da escola cidadã; v. 5).
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2008. ____. Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São
Paulo: Atlas 2010.
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