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COMPOSIÇÃO VISUAL

Todos os trabalhos de artes visuais são composições, e para compreendê-las é necessário ter conhecimento dos elementos que estruturam a linguagem e os princípios que regem a combinação desses elementos.

A composição é o arranjo dos elementos da arte visual de acordo com os princípios da arte visual.

Elementos da linguagem visual

Os elementos que estruturam a linguagem visual são chamados de elementos formais. Estes elementos fazem parte de objetos de arte visual, como as imagens, esculturas e edifícios, e transmitem muitos sentimentos e sensações. Os elementos formais são:

Ponto Valor

Linha   Forma

Textura   Figura

Cor   Espaço

Princípios da linguagem visual

Podemos organizar os elementos da linguagem seguindo alguns princípios. Os artistas visuais utilizam os elementos a fim de criar um trabalho especial e pessoal, que resulta em expressão.

Os princípios da linguagem visual são:

Equilíbrio Ritmo

Ênfase   Padrão

Proporção   Harmonia

Movimento   Variedade

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PONTO – O ELEMENTO MAIS SIMPLES

O ponto é o elemento mais simples da linguagem visual.

Quando batemos com a ponta do lápis no papel estamos fazendo um registro, uma marca.

Este registro pode ser feito com materiais diferentes em suportes diferentes e, por isso, pode ter características peculiares e ter diversas interpretações.

Por exemplo: um ponto feito com carvão ou giz pastel é mais seco, e deixa registrado o gesto do artista, a intensidade da força de sua mão ao desenhar.

Pontos feitos com bico de pena e nanquim são delicados e suaves, e podem criar texturas.

Pontos feitos com uma goiva na madeira criam texturas que podemos sentir ao tocarmos em relevos entalhados.

Pequenos furos feitos na argila criam texturas nas cerâmicas e podem caracterizar a produção artesanal de um povo.

Observe a pintura corporal deste índio ianomâni. Ela representa sua tribo. Pintura corporal Ianomâmi

Pontos coloridos pintados numa superfície, um ao lado do outro, podem criar uma ilusão de ótica que une as cores para criar outra cor. Essa técnica de pintura é chamada de Pontilhismo, e seu criador foi Georges Seurat, pintor francês pós-impressionista.

“Um domingo de verão na ilha da Grande Jatte” (1884-1886), de Georges Seurat

Pontos feitos com tinta respingada numa tela guardam um momento, uma ação que o artista quis deixar registrada para sempre.

Observe esta tela de Jackson Pollock, artista plástico americano expressionista abstrato. Seu trabalho é chamado de action paint, “pintura de ação”.

“Branco e negro” (1948), de Jackson Pollock

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 LINHA – UNIDADE EXPRESSIVANa linguagem visual, as linhas podem ser usadas literalmente, como na tecelagem, nos bordados ou nas esculturas de arame.

 Um grupo de artesãs guatemaltecas confecciona, em teares tradicionais, mantas e tecidos de colorido brilhante com fibras naturais, em alguns casos previamente tingidas com tinturas naturais.

 

Esta peça, produzida em Nuremberg em princípios do século XVIII, serve como uma aula de bordado. Os diversos tipos de bordado aparecem especificados nos cinco retângulos da parte inferior.

TIPOS DE LINHA

Na linguagem visual, as linhas podem variar de direção, tamanho, espessura e cor.Por exemplo, uma linha reta pode ser inclinada, longa, grossa e amarela.Ou pode ser horizontal, curta, fina e azul.Elas podem ser:• Horizontais;• Diagonais• Onduladas;• Sinuosas;• Quebradas• Espirais• Retas;• Curvas.

     

Linha e expressãoEsses elementos da linguagem visual também podem expressar sentimentos e sensações. Por exemplo:

Linhas horizontais e verticais são estáveis e seguras. Observe esta tela de Piet Mondrian, pintor holandês, criador do movimento da Arte Moderna De

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Stjil. Ele usou linhas retas negras, horizontais e verticais para nos transmitir segurança, estabilidade, solidez.

“Composição em vermelho, azul e amarelo” (1930) de Piet Mondrian.

Linhas quebradas não estão nem na vertical nem na horizontal, e portanto estão em movimento. Elas nos passam uma sensação de raiva e força.

Linhas diagonais são confusas, vibrantes. Nas composições bidimensionais linhas diagonais indicam profundidade, criando uma ilusão de perspectiva.

Linhas curvas e espirais criam movimento, fluidez e passam a sensação de sonho.

Linhas sinuosas são sensuais e suaves, e podem nos transmitir uma sensação de sonho.

Observe este trabalho de Van Gogh, pintor holandês pós-impressionista. Ele usou linhas curvas para desenhar a textura do campo de trigo e das plantas, e também para desenhar as montanhas e as nuvens, transmitindo uma sensação de movimento, de alucinação.

“Campo de trigo e ciprestes” (1889), de Vincent Van Gogh

  

TEXTURA – SENSAÇÃO E SENTIMENTO

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Algumas coisas têm um relevo em sua superfície, a que chamamos de textura. Nós podemos perceber a textura dos objetos ao tocá-los ou apenas observando a sua superfície atentamente.

A textura pode ser macia, áspera, lisa, enrugada etc.

A textura pode nos transmitir sensações e sentimentos, como:

Textura lisa: tranquilidade, suavidade, frio.Textura áspera: raiva, calor.Textura macia: conforto, aconchego.Textura enrugada: tristeza, umidade.

Textura desenhada

Na linguagem visual, a textura pode ser trabalhada de diversas maneiras. Nós podemos desenhar texturas usando pontos, linhas retas, curvas, sinuosas ou quebradas. Observe esta litografia de Honoré Daumier, pintor e caricaturista francês do século XIX. Usando apenas linhas e pontos ele fez uma crítica da sociedade da época.

"Os prazeres da vida no campo", de Honoré Daumier

Outra maneira de desenharmos texturas é fazendo frottage. É uma técnica que foi valorizada por um pintor surrealista chamado Max Ernst. Consiste em rabiscar, com grafite, num papel sobre uma superfície que tenha uma textura característica, como por exemplo um chão de madeira.

Então, como mágica, a textura da madeira passa para o papel, e é justamente essa força do acaso e das infinitas possibilidades de reprodução que encantou os surrealistas. Para eles, a arte tinha a função de representar o inconsciente, o acaso; eles buscavam a arte pura dos loucos e das crianças.

Alguns artistas modernos e contemporâneos trabalham com texturas como tema em si. Suas pinturas e esculturas enfocam a sensação que as texturas causam nos espectadores, seja por meio do olhar ou do tato.

São múltiplas mídias, ideias e suportes. A imagem e seu simbolismo são revalorizados em todas essas linguagens.

 Colagens e relevos

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Para conseguirmos o efeito de textura num desenho, podemos colar objetos texturizados numa superfície ou usar materiais como massa corrida e gesso, que dependendo de como os trabalhamos, quando secam ficam rugosos ou ásperos.

Observe a capa desse manuscrito do século XI, onde foram incrustadas pedras e objetos entalhados:

Nós podemos tocar os relevos e as esculturas e sentir a textura dos materiais com que foram feitos. Podemos criar texturas entalhando a madeira ou a pedra, vincando o metal ou marcando a argila. Observe estes relevos.

A aspereza morna da madeira:

Talha medieval, procedente da porta de uma igreja norueguesa – arte viking.

A suavidade gelada do mármore:

Baixo-relevo em mármore do fim do século VI a.C - arte etrusca.

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Observe nestas esculturas:

A superfície lisa do metal:

O David (1430-1435) de bronze, de Donatello, é o primeiro nu na escultura renascentista.

A delicadeza gelada do mármore:

Coquille baillante (1964-65) é uma escultura realizada pelo escultor e poeta dadaísta francês Jean Arp. Criada em mármore, é uma cópia de um estuque ou gesso original. Arp, que foi um dos primeiros escultores a criar formas deste tipo, as denominou "concreções".

 

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   COR – UM MUNDO EXPRESSIVO

Nós vemos as cores por causa da luz.

Cada coisa neste mundo, quando iluminada, emite ondas que nos fazem ver determinada cor.

Cada pessoa percebe a cor diferentemente de outra pessoa, pois a cor também depende do olho de quem vê.

Muitas vezes uma mesma cor pode mudar quando está perto de uma outra cor, pois a nossa percepção cria uma terceira cor entre elas. Observe como a mesma cor parece diferente dependendo da cor do fundo do desenho:

Os artistas visuais estudam as cores e os efeitos que elas causam umas nas outras quando estão juntas. Eles experimentam várias combinações de cores como forma de estudo e também para escolher a sua paleta.

Algumas cores quando estão juntas criam um conjunto harmonioso, suave, delicado. Observe esta pintura de Gino Severini, pintor italiano fundador do Futurismo, movimento da arte moderna.

“Trem suburbano” (1883-1966), de Gino Severini

Algumas cores quando estão juntas criam um efeito vibrante, contrastante. Observe este quadro de Rosso Fiorentino, pintor italiano maneirista.

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“Descida da cruz” (1521), de Rosso Fiorentino

  Propriedades da corAs cores têm três propriedades:

Tom ou matiz: É o nome da cor.

Amarelo

Intensidade: É a característica de pureza ou de mistura de uma cor.

Amarelo azulado  Amarelo avermelhado

Valor: É a característica de claridade ou escuridão de uma cor, ou a quantidade de preto ou de branco que uma cor tem.

Amarelo escuro  Amarelo claro

Tanto a gradação suave de intensidade quanto a gradação suave de valor de um tom ou matiz nos dão a sensação de luz, de iluminação.

Gradação de intensidade de tom – do amarelo ao azul

Gradação de valor – do amarelo ao preto

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Gradação de tom e de valor

  Cores primárias, secundárias e terciáriasAs cores primárias são três cores que, quando misturadas, criam todas as outras cores.

Existem dois tipos de cor: cor luz e cor pigmento.

Aqui falaremos das cores pigmento.

A partir do final do século XIX o vermelho pigmento aceito como primário é o vermelho magenta, pois esse pigmento puro só foi desenvolvido nessa época.

As cores primárias são: vermelho magenta

azul e

amarelo

Elas são chamadas primárias porque com elas fazemos todas as outras cores.

As cores secundárias são aquelas que conseguimos com a mistura de duas cores primárias em partes iguais:

amarelo + vermelho = laranja

amarelo + azul = verde

vermelho + azul = roxo

O preto é mistura de todas as cores, e o branco é a ausência de cor, de pigmento.

Este é o círculo cromático. Ele auxilia o estudo das cores pois podemos ver o resultado da mistura das cores primárias.

As cores terciárias, que conseguimos com a mistura das cores secundárias entre si, criam o marrom e seus tons e são as chamadas cores terrosas.

+ =

A mistura do preto e do branco cria os mais variados tons de cinza.

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Tintas

Na linguagem visual, de modo geral, para pintar nós precisamos das tintas.

As tintas são formadas pelo pigmento, pelo aglutinante e pelo solvente.

Os pigmentos, que dão a cor às tintas, em geral são encontrados na natureza, como os minerais e as plantas, e são utilizados em pó.

Processo industrial de fabricação de tintas.

O aglutinante é a liga da tinta. Ele une o pó do pigmento, e dá as características da tinta:

- a tinta óleo tem como aglutinante óleo de linhaça,

- a tinta guache tem como aglutinante goma e gesso,

- a tinta aquarela tem como aglutinante água,

- a têmpera tem como aglutinante a gema de ovo.

O solvente é o líquido que dissolve a tinta. Por exemplo: o solvente da tinta óleo é a terebentina; o solvente do guache, da têmpera e da aquarela é a água.

4Cores complementares

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As cores complementares são aquelas que ocupam lugares opostos no círculo cromático.

A cor primária que não faz parte da mistura da cor secundária é chamada de cor complementar.

As cores complementares são:

Vermelho e verde

Laranja e azul

Amarelo e roxo

Tanto as cores complementares quanto o preto e o branco, quando estão juntos, criam um efeito contrastante, vibrante:

Observe esta tela de Stuart Davis, artista americano expressionista abstrato. Ele usou cores puras, vibrantes, contrastantes, como as cores complementares, o preto e o branco.

“Abstraction” (1937), de Stuart Davis

  

 Cores frias e cores quentes

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Chamamos de cores quentes aquelas que têm amarelo na sua composição.

Chamamos de cores frias aquelas que têm azul na sua composição.

É uma gama muito extensa de cores e tons, portanto o que importa é a sensação que as cores passam para nós e não uma regra específica sobre quais são as cores frias e quais são as quentes.

O conjunto das cores em uma pintura, por exemplo, pode ser mais frio ou mais quente dependendo da maioria das cores do quadro.

As cores frias e quentes também podem estar associadas aos sentimentos, como alegria e tristeza. As cores quentes são cores mais alegres, e as cores frias são cores mais tristes.

Observe esta pintura de Pieter Brueghel, o Velho, pintor renascentista flamengo. As cores desta pintura são predominantemente frias.

“Uma vila de Bruxelas”, de Pieter Brueghel, o Velho

Agora observe esta outra pintura de Pieter Brueghel. Esta tela tem cores quentes.

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“A Torre de Babel” (1563), de Pieter Brueghel, o Velho

  

FORMA - REPRESENTAÇÃO

Na linguagem visual, as formas podem estar nas imagens, como nos desenhos, pinturas, fotografias, vídeos e filmes.

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“Split” (“Divisão”), pintada em 1959, de Kenneth Noland, pintor americano expressionista abstrato.

Ou podem ser construídas, como as esculturas, os objetos, os relevos e os edifícios.

“Coluna – maquete” (1923), de Naum Gabo, artista construtivista russo.

 

  Formas figurativasTanto as imagens das formas quanto as formas construídas podem ser figurativas, representações de coisas conhecidas, verdadeiras cópias da realidade. Observe esta tela de Jan Vermeer, pintor holandês barroco. Ela é quase uma fotografia, e registra um momento do dia-a-dia de uma holandesa do século XII.

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“A leiteira” (1659-1660), de Vermeer

Formas figurativas estilizadas

As formas figurativas podem ser estilizadas, pois o artista pode interpretar as coisas do mundo com seu traço particular. Observe esta tela de Fernand Léger, pintor francês cubista, onde as figuras humanas estão geometrizadas.

"Mulheres em um interior" (1921), de Fernand Léger

  

Formas abstratasAs formas também podem ser abstratas. As formas abstratas podem ser orgânicas, geométricas, ornamentais ou simbólicas.

Formas abstratas orgânicas

Formas orgânicas são formas irregulares e assimétricas. Observe esta obra de Barbara Hepworth, escultora inglesa moderna. Ela usava o espaço vazio em suas obras.

“Hieroglyph”, de Barbara Hepworth

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Formas abstratas geométricas

Formas geométricas são aquelas que correspondem às figuras geométricas como os quadrados, retângulos, triângulos. Observe este exemplo de arquitetura contemporânea.

Finlândia Hall, em Helsinki, Finlândia.

Formas abstratas ornamentais

Formas ornamentais são usadas como padrões ou estampas de tecido, por exemplo. Observe este tapete:

Este tapete foi feito para a mesquita-mausoléu do xá Tahmasp, em Ardabil, Irã. O motivo central, em forma de medalhão, é típico dos tapetes das mesquitas.

Formas abstratas simbólicas

Outro tipo de formas são as simbólicas. São formas figurativas que perdem seu significado original porque o artista lhes deu outro significado. Observe esta instalação de George Segal, escultor americano contemporâneo. Ele utilizou elementos do cotidiano para expressar solidão.

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Instalação “A cortina” (1974), de George Segal

  

 FIGURA – POSITIVO NEGATIVO

Na linguagem visual, quando pensamos em formas, imaginamos que elas existem em relação a um fundo, um espaço, que pode ser o plano do papel ou mesmo o espaço real, no caso de uma escultura.

Formas positivas e negativas – figura e fundo

A relação entre a figura e o fundo nos traz uma outra definição de forma:

Forma positiva: é a figura.

Forma negativa: é o fundo.

Observe esta tela de Franz Kline, pintor americano expressionista abstrato. Ele pintava grandes formas de cor negra que parecem flutuar sobre a brancura da tela.

“Meryon” (1960-1961), de Franz Kline

O reconhecimento do que é figura e do que é fundo é um grande passo no aprendizado da linguagem visual.

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A percepção de figura e fundo está condicionada por nosso instinto de colocar ordem e significado nas informações visuais.

Quando olhamos para uma imagem tendemos a finalizar uma conclusão sobre o significado, e ignoramos as outras possibilidades. É difícil perceber as outras imagens. Treinar o olho a perceber depois da primeira impressão é um desenvolvimento crucial na alfabetização visual.

Observe este desenho que utiliza formas bidimensionais:

Afinal, o que é figura e o que é fundo neste desenho?

  

ESPAÇO – ARTE EM TRÊS DIMENSÕES

O espaço, na linguagem visual, pode ser definido como:

Tridimensional: É o espaço real, onde as obras de arte tridimensionais estão situadas.

"Trowel" (1971-1976), de Claes Oldenburg

Bidimensional: É a representação do espaço tridimensional em uma superfície bidimensional, como a superfície do papel ou a tela da pintura.

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"Cenas urbanas", de Debret

Num desenho, quando a figura e o fundo se separam, temos a impressão de que existem vários planos e de que as formas são tridimensionais. Por exemplo: pinturas, imagens de fotografias, imagens da tv, do cinema, dos cartazes, das revistas e dos livros estão em superfícies bidimensionais e mesmo assim representam formas tridimensionais.

 Espaço tridimensional

No espaço tridimensional, as formas têm altura, largura e profundidade. Elas ocupam lugar no espaço. Elas são usadas na arquitetura, nas esculturas e nos objetos utilitários.

Observe este exemplo de arquitetura Zulu, da costa oriental da África.

Casa colmeia - África do Sul

Essas formas têm o ar como elemento circundante, como fundo. Nós podemos acrescentar ou retirar partes desses objetos, de todos os lados.

As formas tridimensionais podem ser uma unidade que foi escavada ou entalhada, como nas esculturas de argila e pedra.

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Artesão modelando a argila.

Artista entalhando a pedra.

As formas tridimensionais podem ser formadas por partes interligadas, como nas esculturas de metal soldado.

Artista soldando o metal para construir uma escultura.

  

Formas côncavas, convexas, planas e vazadas

As formas tridimensionais podem ser convexas. Por exemplo: nosso corpo tem formas convexas, e as esculturas figurativas realistas utilizam formas tridimensionais convexas.

A Vênus de Milo (150?-100 a.C.), descoberta em Milo em 1820, é a escultura clássica produzida em mármore mais conhecida do mundo antigo. Mede 2,05 metros de altura e representa Afrodite (Vênus, na mitologia romana), a deusa grega do amor e da beleza.

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As formas tridimensionais podem ser côncavas, como nos objetos utilitários de cerâmica.

Artesão trabalhando a argila no torno.

Podem ter espaços vazios ou serem furadas. Observe esta escultura de Henry Moore, escultor inglês moderno. Ele usava o espaço vazio em suas obras.

"Figura reclinada no. 2" (1963), de Henry Moore

As formas tridimensionais podem ser planas.

Observe este detalhe de uma escultura de Anthony Caro, escultor minimalista inglês. Ele utilizou formas planas em sua obra.

Detalhe "Early One Morning" (1962), de Anthony Caro

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Espaço bidimensional - formas desenhadasPodemos desenhar as formas no espaço bidimensional com pontos, linhas retas, linhas curvas, linhas sinuosas, linhas quebradas, com cores, com texturas, com todos esses elementos juntos ou com cada um separadamente.

Num desenho, quando unimos as linhas, criamos as formas. As linhas fechadas criam formas. Observe esta tela de Roy Lichtenstein, pintor americano da Pop Art. Seus desenhos têm uma linha de contorno bem marcada, pois têm inspiração nas histórias em quadrinhos.

"Whaam!" (1963), de Roy Lichtenstein

Já nesta tela de Pierre Bonnard, pintor francês impressionista, as formas são feitas com massa de cor, sem linha de contorno, criando uma atmosfera cheia de luz e tranquilidade.

"Café da manhã", de Pierre Bonnard

Nesta tela de Gustav Klimt, pintor austríaco que pertenceu ao grupo dos Nabis, as formas são definidas pelas texturas e padrões criados pelo artista.

"O beijo" (1907-1908), de Gustav Klimt

    Ilusão de três dimensões no espaço bidimensionalAs formas desenhadas em superfícies bidimensionais podem criar a ilusão de ter três dimensões. Para isso podemos usar os seguintes recursos:

Sobreposição

Quando duas formas estão sobrepostas em um desenho, aquela que tem o contorno completo é a que está na frente, e isso nos dá a impressão de existirem vários planos.

Observe esta pintura de René Magritte, pintor belga surrealista. Sabemos que o homem está atrás da maçã porque seu rosto está incompleto, e sabemos que o homem está na frente do muro de pedras, porque o desenho do muro está interrompido, incompleto.

"O filho do homem", de Magritte

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Tamanho das formas

Em um desenho, as formas maiores parecem estar mais perto de nós e as menores, mais distantes. Observe esta gravura de Toulouse-Lautrec, pintor francês pós-impressionista. As pessoas maiores parecem estar mais próximas de nós e as menores mais distantes, criando uma ilusão de profundidade.

"La Goulue entrando no Moulin Rouge", de Toulouse-Lautrec

Perspectiva linear

Refere-se à ilusão na qual os objetos parecem convergir para um ponto de fuga (PF) em relação à linha do horizonte (LH).

O ponto de convergência pode estar em diversos lugares no plano, dependendo do ponto de vista do observador, e ele pode ser visível ou imaginário.

Observe esta tela de Rafael, pintor renascentista. O ponto de fuga está no centro do quadro, e a convergência nos dá a impressão de profundidade.

Perspectiva atmosférica

Na perspectiva atmosférica o que está mais perto tem mais detalhes, contraste, textura e está desenhado na metade inferior do desenho. Normalmente a maioria dessas qualidades são usadas em combinação e nos dão a impressão de profundidade, de três dimensões.

Observe esta paisagem do pintor romântico espanhol Carlos de Haes.

"Los picos de Europa" (1876), de Carlos de Haes

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Registro da luz e da sombra

Para ressaltar o volume de um objeto retratado e dar-lhe tridimensionalidade precisamos criar uma atmosfera de luz incidente usando a gradação de tons e valores, para ressaltar suas sombras. Observe este retrato feito por Lucian Freud, pintor alemão contemporâneo.

"Francis Bacon" (1952), de Lucian Freud

Transparência

O uso de formas transparentes em desenhos ou pinturas é um recurso para criar a ilusão de vários planos. Em geral, as formas transparentes parecem estar na frente de formas opacas. Observe como o círculo parece estar mais próximo de nós.