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RevistaBang!9/Fevereirode2011ISBN: 978-989-637-319-1Propriedade: Edies SadadeEmergncia.Todos os direitos (emais alguns)reservados.Directoreescravodas gals: Luis CorteRealEditora(procuradapelaInterpol):SafaaDibDirecodearteecatering:SadadeEmergnciaColaboradores exploradosnestaedio: TiagodaSilva,JooLameiras,PedroMarques,PedroGadan-ho,AntniodeMacedo,JooBarreiros,Ins Botelho,FernandaSemedo,MrioMatosAutores eoutros convidados semvotonamatria:JorgePalinhos,AndersonSantos,R.A.Salvatore,StephenHunt,GeorgeR.R.Martin,DavidSoares,ElizabethBear,CristinaCorreia,AlbertoSimes eAnaMendes Lopes Redacoesalrio:RuaAdelinoMendes,n152,QuintadoChoupal2765-082 S.PedrodoEstoril,PortugalImpresso(gralhas includas): Rainho&Neves Tiragemdereviraros olhinhos:8500 Copyright: Textos propriedadedaeditorae/oudos respectivos autores,etcetal.
PARAMAIS INFORMAESSOBRE ACOLECOBANG!OUA EDITORASADADE EMERGNCIAVISITE-NOSEM: SAIDADEEMERGENCIA.COM
Destaqueilustrador:TiagodaSilva
Os mundos imaginriosdofantsticoportugus.
AntniodeMacedo
1964Oanodosfantasmas edos demnios.SafaaDib
02
Eueafantasiatemos umalongahistria.GeorgeR.R.Martin
Os negros anos-luzdeTerryJames.PedroMarques
06
14
Os livros das minhasvidas.DavidSoares
56
Desenharoirrepresentvel.JooLameiras
Aarquitecturadofuturoeofuturodaarqui-tectura.PedroGadanho
Crticaliterria
AInvaso.AndersonSantos
Memorial.ElizabethBear
Os crisntemosafricanos.JorgePalinhos
EspelhoNegro.R.A.Salvatore
24
36
58
62
69
16
29 21
42
Fico
Vidanoutrosplanetas.StephenHunt34
Tvolaredonda.SafaaDib
66
Num artigo de 18 de Novembro no jornal The Guardian,intitulado Stranger than Science Fiction, o jornalista Damien
G. Walter levantou algumas questes interessantes sobrea incapacidade da literatura realista em compreender um mundocada vez mais dominado pela fico. J. G. Ballard foi quem me-lhor expressou a questo crucial, afirmando que vivemos nummundo governado por fices de todo o tipo.
O mundo respeitado da literatura ainda governado porhistrias que reflectem as vidas cruas de pessoas e famlias dis-funcionais e nada melhor do que a consagrao recente de umromancista como Jonathan Franzen para prov-lo. Mas ao retratarfielmente a nossa sociedade estaremos a reflectir sobre ela daforma certa? Que tipo de servio estaremos a prestar literaturaagarrando-nos a noes literrias ultrapassadas de realismo quan-do na verdade vivemos, como Ballard to bem escreveu, no inte-rior de um grande romance? Estamos hoje todos ligados numavasta rede global que permite despoletar revolues no outro ladodo mundo, permitindo-nos expressar a nossa solidariedade nessemesmo instante em que a revoluo est a ser feita nas ruas.
Vivemos rodeados pelo fantstico que se est a tornar o nossodia-a-dia. E no poderia ser de outro modo. At mesmo a afirma-o do fantstico como fonte de escapismo cada vez mais ques-tionvel, pois todos os leitores deste gnero podem compreendero que solido e ser desprezado pela nossa prpria famlia esociedade atravs da histria do elfo negro Drizzt DoUrden. Po-demos compreender o quo difcil ser uma mulher num mundodominado por homens atravs da fantasia urbana de Patricia
Briggs. Descobrimos o que significa perder a nossa identidade eptria num romance como Tiganade Guy Gavriel Kay.
Por isso, quando folhearem as pginas seguintes da Bang!,devem considerar o fantstico como o melhor instrumento,talvez o nico, capaz de expressar o esbater cada vez maisforte da fronteira entre a fico e a realidade. E descobriroque o design, a arquitectura, a literatura, o cinema, a BD soapenas algumas das formas artsticas que ousam constante-mente construir a grande fico, a mais importante de todas, a
que molda o nosso mundo. BANG!
VIVEMOSNUMMUNDOGOVERNADOPORFICESDE TODOOTIPO
SafaaDibassistenteeditorialdaeditoraSadadeEmergncia.Juntamen-tecomRogrioRibeiro,organizaaconvenoanualdoFrumFantstico.
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1
alho
dez
ram
acta
dade
ado
eno
esen-
iscos
utos
ados.
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eojo-
ada,
sde
or-
tistas
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livro
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produzi
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olhar.
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mateChanges:
Produzido
para
uma
exposio
sobre
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aquecimento
globa
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ilustrao
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publicado
no
livro
Digital
Painters
2(2010).
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[Resum
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R.A.Salvato
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Ondeandamto
dasaquelas
dezenasdemilh
aresdejovens
quelerameado
raramos
livrosdeHarry
Potter?Cer-
tamentequecresceram,e
comelescresceuograude
complexidadeq
ueapreciam
nosenredosep
ersonagens
doslivrosquelem.Apensar
literaturafantsticasempreexistiuesempreexi
cialparaadefiniodoseulugarnaculturapop
emtodososgneros,osmauslivrosempurram
bonslivros.Esta
realidadeaindamaisverdade
Ora,a
literaturafantsticaestavendercomon
remmaisemais
comelairresistvel.Oresulta
soosmelhores
livrosachegaraostops,ogne
menoreseanive
lar-secadavezmaisporbaixo.
deixadevendereamaioriadaseditorasabando
velho,rotoemalcheirosoqueningumquerte
recuperarumaliteraturaquesetenhaafundado
dofantsticocombaterestatendncia.Eaosed
responsabilidade
acrescidadepesarqualidadee
mosdadas)em
cadaedio.NaColecoBan
ro.Porissouma
partedocatlogode2011u
aqualidadeeasvendasnosopreocupao.A
CliveBarker,DanSimmons,ScottLynch,Merv
TimPowers,Ray
BradburyouFrankHerbert.
ajudaradignificarumaliteraturaquemerecea
A
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umviciantevirardepginas,
estaumasrie
quesurpre-
endeosleitores
pelaprofun-
didadeeexcelentecaracteriza-
odepersonagens.
OMago
EspinhodePrata
RaymondE.Feist
Oregressodesteautor
clssicovaiagra
daramuita
gente.Depoisd
eatingiros
topsdevendascomOMago
AprendizeOMagoMestre
noanode2010
,Raymond
E.Feist(umdo
snomesmais
importantesda
fantasiapica
dosltimos30anos)regres-
sacomOMagoEspinhode
Prata.
Este3volume
openlti-
modasagadO
Mago,quea
ColecoBang!prevfechar
aindaduranteo
anode2011.
Comvendaseq
uiparveisa
AsCrnicasdeGeloeFogode
GeorgeR.R.M
artin,esta
sagaestaseru
msucessode
vendasdentrodogneroem
Portugal.Eno
seriadees-
perarmenos,poisRaymond
E.Feistjvendeumaisde15
milhesdelivro
semtodoo
mundo.
dogneroparanormal.Entre
osquejleramecom
enta-
ram,percebe-sequeaautora
conseguiuumaexcelente
recepoemterraslu
sas.
Depoisdeserumbestseller
nosEstadosUnidos,
Melissa
Marrcomeaacimentara
lideranaeprotagonismoque
conseguiunosltimo
sanos.
Publicadaemmaisde20
pasesecomvendasmuito
fortesemtodoseles,
jviu
osdireitosdecinema
dasua
srieseremvendidos
para
Hollywood.Estaumaapos-
tafortedaBang!para2011.
FrgilEternidadeseroprxi-
mottuloaserpublicado.
LaosdeSangue
CharlaineHarris
OoitavolivrodasrieSangue
Frescoestnosprincip
aistops
nacionaishvriasse
manas
-oque,paraumasag
ato
longa,inditoemPortugal.
AsrietelevisivadaH
BO
(baseadanoslivros)a
cabade
renovarpormaisdua
stem-
poradas,continuaaserlder
deaudincias,eagorajse
falanumaversoaraocine-
arigaisoladosnuma
ida.Ohumorest
emcadapgin
a,
fasedados
queosdoisjovens
orcolocarasipr-
ueavida,oque
oqueareligi
o?
atchettnoseum
e-
provadequeal-
osjuvenisdevem
ser
todososadulto
s?
da
ristinCast
(talvezcentenas)
tentaramherdar
esdeCrepsculo.
onseguiramen
e-
obemcomoA
oitedameefilha
jovenssetransformamem
vampyros,asuavidaentra
numaespiraldesegredos,
traiesetambmdeamo-
resimpossveiseamizades
perigosas.Asautorascom-
preenderamtudoaquilo
queapaixonouosjovensna
sagadeStephenieMeyer.
Noscompreenderam
comoconseguiramirainda
maislongenodesenvol-
vimentodaspersonagens,
permitindoquemesmoos
maioresfsdeCrepsculo
VnculodeSangue
PatriciaBriggs
Poucasheronasdafantasia
urbanamostramliteralmente
asgarrascomoMercedes
Thompson,ametamorfa
comacapacidadedesetrans-
formaremcoiote,criao
dePatriciaBriggs.Longeda
figuratradicionaldaadoles-
centedeliceu,Mercyuma
mecnicadeautomveisque
temdeaprenderasobreviver
nummundoondeconvivede
Ser
possvel
ler
romance
paranormal
e
fantasia
urbana
em
que
a
herona
no
seja
uma
tontinha
cad
a
aos
ps
doseu
amor?
Sim,
possvel:Mer
cy
Thmposon
mecnica
e
arreia
pancada
em
qualquer
tip
mais
afoito.
APromessade
JacquelineCare
Esteoquartolivro
sagafantsticadeco
maisliterrio.Depois
DardodeKushiel,A
KushieleAEleitade
verdadequenoa
aostopsdevendas.
sejaumaautorapara
eleitorasmaisexperi
nafantasia,masariq
personagens,omun
asdivindadeseaco
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1
NTSTICO
TUGU
S
ESTA
ASEGUNDAPARTE
NTNIODEM
ACEDO
NAPOBREZA,N
OMELHOR
ENOPIOR,
MORTEVOSSEPARE.
E.S
EMP
RECUMPRIOQU
EASSINEI.
TRANG
ULEIAEFUIME
EMBORA.
UELEIRIA,CONTOSDOGIN
TONIC
QU
E
DO
S
C.
XX
c.X
Xa
literaturafantsticaemPortugal
garoquejvinhadosfinsdosc.X
IX.
pesaeosoevaosaexremosaucna-
trios,porm
nasuacolectneadeno-
velasCuemFogo(1915)queofantstico
deS-Carneiromaisclaramenteserecorta,
sobretudoemAGrandeSombraouem
OFixadorde
Instantes,etalvezmais
aindaemAEstranhaMortedoProf.An-
tena,considera
daaprimeiranovelapor-
tuguesadeFC.
Nestaseabordapelapri-
meiravez,naliteraturaportuguesa,otema
dosmundosparalelos.Numestudoque
publicouem1998,TeresaSousadeAlmei-
danotaoseguin
te:
Paraquemch
egadomainstream,
espantaaquantidadeeaqualida-
dedosautoresqueemPortugal
escrevemFC
ouquedelase
utilizamparaescreveroutrotipo
detextosded
ifcilclassificaoe
quehojeemdiaconhecidopor
F(Fantasia).Trata-sedeumterri-
triosubterr
neo,deumaespcie
dereversoda
literaturaoficial,
comoutroscdigosecomoutras
leis,etalvezcomoutrahistria.
[]Seolharmosahistriada
literaturafantsticadoladoda
instituiolite
rria,o
bservaremos
aemergncia
deumterritrioque
noespecialmentevalorizadoa
noserquand
oesquecido.No
artigoconsagradoaoMaravilho-
sonoDicionriodeLiteraturaPor-
tuguesa,JacintoPradoCoelhonota
quenosc.X
IXqueseproduz
emPortugalumaliteraturafantstica
econsideraqueestegnerotem,en-
trens,umavogarestrita.
[]Opressu
postodequealitera-
turafantsticatempoucopesoem
Portugaldeve
riaserreanalisado,so-
bretudosese
tiveremcontaquea
prpriahistriadaliteraturaqueatri-
buimaioroumenorimportnciaa
umgnero,in
tegrandoouexcluindo
autoreseobras,seundocritriosue
sc.XIX,
eparamoscomescroreso
mainstream
quefazemincursesno
fantstico
comoporexemploAquilino
Ribeiro,FerreiradeCastro,Jorgede
Sena,NatliaCorreia,
UrbanoTavares
Rodrigues,DavidMouro-Ferreira,Jos
GomesFerreira,
DrdioGuimares,
AnaHath
erly,AlmeidaFaria
Todosestesebastantesoutros
vmrepre
sentadosnavolumosaAntologia
doContoFantsticoPortugusorganizadapor
Fernando
RibeirodeMello,publicadaem
F
ernandoPessoa
(1888
-1935)
eMriodeS
-Carneiro
(1890
-1916)
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1
quereerremosneseargo,ecomesa
notaesperoevitarfuturasedesnecess-
riasrepeties.
Ataosfins
dadcadade70podemos
considerarqu
eseencerraumperodo
dofantstico
portuguscaracterizado
porformassombrias,talvezaindaremi-
niscentesdaevanescenteinflunciado
gtico,maisd
oqueporumapelopuro
livreimagina
o:BranquinhodaFonse-
ca,OBaro(1942);DomingosMonteiro,
HistriasCastelhanas(1955)eHistriasdeste
MundoedoOu
tro(1961);JosRodrigues
Miguis,Lahe
OutrasHistrias(1958);Jor-
gedeSena,OFsicoProdigioso(1977).
OFsicoProdigiosomerecedestaque
especial.Comnovidadescomouma
exuberncia
erticaquenocabia
noRomantismoportuguseliber-
dadesformaisextremamentefelizes
comoodesdobramentodotexto
emduascolunasquerepresentam
duasleiturassimultneaspossveis,
JorgedeSen
aseguealinhadeHer-
culanoaoprocurarinspiraonas
velhaslenda
smedievais,nestecaso
doiscaptulosdeOOrtodoEsposo
[finaisdosc.XIV].Osrequintesde
horroreperversidadeultrapassam
todosostratamentosdospactos
satnicosetornamestecontotalvez
ocasomais
fascinantedaexplorao
dohorrornaliteraturaportuguesa
contempor
nea,porventuramesmo
detodaaliteraturaportuguesa.[24]
Maisadmirvelquetodosestes,porm
emminhahumildeopinio
oex-
traordinrioro
mancedeJosGomesFer-
reiraAsAventu
rasdeJooSemMedo(1963),
aqueoprpr
ioautorchamoupanfleto
mgicoemf
ormaderomance,uma
obra-primade
imaginaodesconcertan-
teeumdosliv
rosfantsticosmaisprovo-
cadoresseno
mesmomaisdelirantesda
nossaliteratura.
onc
;ovosonoso
n
;
CasosdoDireitoGalctico(1975).
Dosegundodestacam-seAK:ATeseeo
Axioma(1959);NolhesFaremosaVontade
(1970);A
Buzina(1972).
Aimp
ortnciadeMrio-HenriqueLei-
riaede
RomeudeMelocomofiguras
tutelaresdamodernatradioportugue-
sadeficescientficasefantsticasficou
testemunhadapelahomenagemquese
lhesprestouporocasiodossegundos
EncontrosdeFicoCientficaeFants-
ticodeCascais,de1997:aantologiade
contos(bilingue)intituladaEfeitosSecund-
rios/SideEffects,quenesseanoaSimetria
FC&Feditouparaassinalaroevento,
antecedidaporumaexpressivadedicat-
riamemriadessesdoisautores,como
razesin
spiradorasdemuitodoquese
lhessegu
iu.
Teresa
SousadeAlmeida,quejcit-
mosanteriormente,referindo-seaRo-
meudeMeloobservaqueesteautor
no
figuranemnashistriasda
literatu
ra,nemnosdicionrioslite-
rrios,
comose,defacto,notivesse
existido.Maisinteressantesdoque
oseuprimeiroromance,AK:ATese
eoAxioma,publicadoem1959em
edio
deautor,soosseuscontos
que,ameuver,rivalizamcomoque
demelhorsetempublicadoentre
ns.[25]
Oseu
romanceABuzinaumastira
desapiedadaacertasimposturasdapoltica
mundial:
oprotagonistaumantropide
queseexprimepormeiodeumabuzina,
vistoquenofala.Acabaporserelevado
aocargo
deSecretrioGeraldasNaes
Unidas,
comorepresentantedospases
subdesen
volvidos;asbuzinadelascomque
procurafazer-seentendertmdeserinter-
pretadas,
oquedorigemaosmaisvariados
comentrios,discussesetentativasdeex-
licao,
criandoumaassustadoradistn-
-
HenriqueLeiria,tradutordeBraveNewWorldede
outroste
xtosdeFCque,em1975,publicaCasosde
DireitoGalctico,pequenaobra-prim
aesquecidapela
literatura
oficial.[
]Anarrativa
constitudapor
umconjuntodecasosexemplaresapresentados
anlise
doCursodeDireitoGal
cticopara
estudantesdafederaomista(humanidadesdo
1.Aglom
eradoEstelar)naUniversidadeRegional
deAldeb
aran3,numastiraevidenteinstituio
universitria,e
funcionam,quasesempre,como
umparadoxocujaresoluoserev
elaarbitrria
eimpossveldeajuizar,nospor
quepem
emcena
seresquefuncionamcom
paradigmas
excntric
os,mastambmporque[]aprpria
funoreferencialdalinguagemse
encontraabalada.
Poucasvezessetercriadonaliteraturaportuguesa
umuniversotosubversivoquenospeem
causaom
undoterrestre,como,em
ltimaanlise,a
prpriap
ossibilidadedecomunica
oededilogo
quedeve
riaserinerenteprprialinguagem.[26]
1993,revistaeacrescentada,
deconsulta
proveitosa
senomesmoimprescindvel
paraquem
queiraficaraconheceratota-
lidadedomaterialqueexisteatessadata.
Aolong
odasdcadasde80e90do
sc.XX,ea
taosfinaisdosculo,o
Fants-
ticoportugusdesenvolveu-seeexpandiu-
sedumaformaquaseexplosiva,fenme-
nodecertomodoassociadoaodesen-
volvimentoeexpansodaFCcriadaem
Portugal:nestasduasdcadas,comonota
lvarode
SousaHolstein,publicaram-se
maislivrosdeautoresnacionaisdeFC&F
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-
(eemlargamed
idaaindaim-
em)sobreaproduodefic-
speculativanacional,entreos
seincluemaacogenerali-
dacrticaliterriaemjornaise
as,que,aspirandoguindar-se
innciasdecrticamainstream,
steemignorarosautorespor-
sesdeFC&F,aindaqueno
osdelesjosten
temumaex-
tequalidadeliterria,preferin-
tovalorizar-seresenhandoos
esestrangeirose
sobretudoos
agradosdocostume,situao
ontinuaaverificar-se,mesmo
isdestesanostodos,como
ataDavidSoare
snoseuen-
sobreoFantstic
oaquejfiz
nciana1.parte:
oproblemanotantoa
adeediesrelacionadas
oFantstico,m
asafalta
umverdadeirodiscursocrtico
epensesobreos
livrose
apresenteaosleitores.[27]
ealcedaminhares
ponsabi-
ade]
ratentarinverterestatendn-
sautoresquese
reuniamem
es-tertlianaprimeirametade
cadade90decidiramprovo-
macontecimen
tomeditico
chamasseaatenoparao
oquevivemoseparaosque
ortugalteimam
emdedicar-
iteraturadeficescientficas
tsticaseassimnasceram
ncontrosInternacionaisde
FdeCascais,iniciadosemSe-
rode1996equ
ederamori-
associaoSim
etriaFC&F.
almdapresenadosautores
guesesjpublicadosnaCa-
oenoutraseditoras,novos
,
portugueseseanglfonos.
Bom,tristereconh
ec-lomas
asdiversasacesem
preendidas
nombitodestesEncontros,que
seprolongaramat2001(workshops,
concursos,espectculos,exposi-
es,conferncias,retrospectivas,
debatescomautores
ecrticos,
etc.),noproduziram
osefeitos
mediticosqueespervamos,a
tendnciadacrticaap
arentemen-
tenoseinflectiu,salvonumou
noutrocasopontualde
artigosso-
breFC&Fportuguesa,
comcurtos
excertosdeentrevistasaosautores,
equeporvezesaparecemnesteou
naquelesuplementocu
lturaldeste
oudaqueleperidico.A
sprincipais
excepesdignasderegisto,que
meocorremeagradeoqueal-
gummaisbeminform
adodoque
euacrescenteoquem
efalha,
soasdeJooBarreiro
snoPblico
enoIndependente,edeP
edroFoyos
noDiriodeNotcias,q
uedurante
algumtempomantiveramseces
deresenhasdeFC&Fnosreferidos
peridicos,almdeVctorQuelhas,
quenoExpresso,temcontinuadoa
darrealce,a
indaquein
termitente-
mente,aobraseevento
sdeFC&F
portugueses
salien
tando-seo
casodarevistaOsMeusLivros,com
acrticaregulareespecializadade
JooSeixas,embora
tantonum
casocomonoutroaesmagadora
incidnciadeobrase
autoreses-
trangeirosacabeporquasediluira
presenadumoudou
trooriginal
portugusquesevaipu
blicando.
Chegoaofimdestasecocom
umroldosprincipaisa
utorespor-
tuguesesquenasdcadasde80e
90dosc.XXmaissed
istinguiram
noFantstico,desdeomaissobre-
naturalaosimplesmentealegrico,
Jos
Saramago,
Mrio
de
Carvalho,
Joo
Barreiros,
Joo
Aguiar
e
David
Soares
,
-
cerammaissalientesdentrodachamada
ficoespecula
tiva:
JosSaramag
o(ObjectoQuase1978,A
JangadadePedra1986,HistriadoCercodoLis-
boa1989,Ensaio
sobreaCegueira1995,Todos
osNomes1997);
MriodeCarvalho(Contos
daStimaEsfera1981,CasosdoBecodasSardi-
nheiras1982,OL
ivroGrandedeTebasNavioe
Mariana1983,A
InauditaGuerradaAvenida
GagoCoutinho1983;posteriormente,M
rio
deCarvalhoabandonouofantsticopara
seinserir,cada
vezmais,nomainstream);
JooAniceto(O
sCaminhosNuncaAcabam
1982,OQuarto
Planeta1986,ODesafio
1987,ALenda1988,ATeia1993);Edu-
ardoBrum(Viviana1983,Romancedeuma
Sereia1985,OBeijoNegro1986,SemCorao
1997);HliaCorreia(Montedemo1983,A
CasaEterna1991,Insnia1996);MariaIsa-
belBarreno(Con
tosAnalgicos1984,OMun-
doSobreoOutroDesbotado1986,OEnviado
1991,OsSensosIncomuns1993,OSenhordas
Ilhas1994,OCrculoVirtuoso1996);Daniel
Trcio(AVocaodoCrculo1984,ODem-
niodeMaxwell1993,PedradeLcifer1998);
JooAguiar(O
HomemSemNome1986);
IsabelCristina
Pires(UniversalLimitada
1987,A
rvored
asMarionetas1989,ACasa
emEspiral1991);IreneAntunes(Contosda
TerceiraMargem1989;AEstreitaSombrade
CatarinaVale1991);LusFilipeSilva(OFu-
turoJanela1991,GalxMenteI:ACidadeda
Carne1993,GalxMenteII:Vinganas1993;
Terrarium[emco
autoria]1996);Antniode
Macedo(OLimitedeRudzky1992,Contosdo
Androthlys1993,Sulphira&Lucyphur1995,
ASonatadeCristal1996,Erotosofia1998);
MariadeMenezes(TrsHistriascomFinal
Feliz1993);Joo
BotelhodaSilva(Bedunos
aGasleo1993,AsHorasdoDeclnio1996);
JooBarreiros
(OCaadordeBrinquedos
1994,Terrarium[emcoautoria]1996);Te-
olindaGerso,A
CasadaCabeadoCavalo
1995,Arvore
dasPalavras1997;Ricar-
doLopesMoura(Phenomenae1996);Ione
Frana(OSculodosAnjos1996,ODomador
.
Finalme
nte,umabrevenotaparadois
fanzinesque,emboradevidacurta,deixa-
ramdealg
ummodoasuamarca:Eventos,
fanzineonlinedeLuisFilipeSilva,iniciado
em1998e
continuado,comintermitncias,
at2001;Paradoxo(1.srie),editadopela
SimetriaFC&F,iniciadoem1998eter-
minadonomesmoano,aoqualsucedeua
revistaParadoxodequefalaremosaseguir.
EQUANTOAOS
C.XXI?
Ofinaldosc.XX
foidecerto
m
odoassinaladocomumaes-
p
ciededobreafinadosque
felizmente
noteveconsequnciastof-
nebrescomoseriadetemer:refiro-me
curtaexistnciadomagazineParadoxo:Re-
vistadeFC
eFantstico,idealizadoedirigido
porDanielTrcio,quesucedeuaofanzine
atrscitadoeque,entre1999e2000,saiu
trimestralm
entecomfico,ensasmote-
mtico,crtica,crnicas,estudos,etc.,onde
colaboram
,entreoutros,
JooBarreiros,
GersonLodi-Ribeiro,JooSeixas,LusFi-
lipeSilva,JorgeCandeias,MariadeMene-
zes,DanielTrcio,AnaCristinaLuz(a.k.a.
AnaVasco),LusR.deSequeira,Gonalo
Valverde,
AntniodeMacedo,Ricardo
Madeira,e
tc.D
istinguiu-seporbalizarum
relevantep
ontodeviragemnaficoespe-
culativaportuguesaeensasmoassociado,
bemcomopelaspolmicasqueosseus
textossuscitaram.D
igamosqueosupradi-
todobreafinadosencerrousobretudoa
experinciadaSimetriaFC&Fedosseus
EncontrosInternacionais(oltimofoiem
2001),bem
comoocicloqueeclodiracom
osanos80e90.
Outros
fanzineserevistas,empapele
online,tm
vindoasurgirdepoisdoano
2000:DragoQuntico,
fanzineeditado
porRogrioRibeiroonline,aparecidopela
primeirav
ezemFevereirode2002;Bang!,
revistaeditadaempapelporRogrioRi-
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
9/41
1
,
-
sistnciaentu
siasticamenteempenhadas,
oFFdesdeo
seuinciotemconseguido
manterumnveleumaqualidadedepar-
ticipaoquesoderealarelouvar:alm
deautoresportugueses,entreveteranos
erevelaes,trouxessuasediesauto-
resderenomeinternacionalcomoMark
Brake,R
hysH
ughes,EdwardJames,Paul
McAuley,Elia
Bercel,
NickSagan,Zo-
ranZivkovic,
BlancaRiestra,NeilHook,
ChristopherP
riest,
LenArsenal,
C.
B.
Cebulski,etc.
Refira-setambm,noarranquedosc.
XXI,aestreiaem2001deumacolecode
autoresportuguesesantigosemodernos,
nareadofantstico,qualjtiveopor-
tunidadedealudirnoinciodestacrnica:
acolecoBibliothecaPhantastica,publicada
pelaeditoraH
ugineinterrompidaporfa-
lnciadaeditoraem2005.Paraalmda
jconsagrada
MariadeMenezes,nelase
comearamarevelarnovosnomes,como
LusaMarquesdaSilva,PedroLcio,Sr-
gioFranclime
OctviodosSantos,empa-
ralelocomclssicosnovecentistascomo
TefiloBraga,JoodaRochaeEduardo
deFaria.Desteltimo,oromanceAEs-
:Bang!n.3,Janeiro
e.Lisboa:Sadade
ia;p.2
1:
w.saidadeemer-
/uploads/books/
3.pdf
ciaoSimetria
borahmuitotempo
sica,temmantido
egularnaInternet:
g.simetria.org/
mconjuntodeactivida-
tivascontnuas,levadas
umasuaprognie,a
ovem:
g.simetria.org/cate
-
tria-jovem/
/epicapt.wordpress.
eOpinado(lydoeopinado.b
logs-
pot.com/);AsLeiturasdoCorvo
(asleiturasdocorvo.b
logspot.
com/);OsLivros(oslivros.blogs.
sapo.pt/);BadBooksDontExist!
(www.bbde.org/);Tecnofantasia,
deLusFilipeSilva(www.tecno-
fantasia.com/cgi-b
in/tfmaint.
cgi);BladeRunner,deJooSeixas
(www.spaceshipdown.blogspot.
com/);CadernosdeDaath,de
DavidSoares(cadernosdedaath.
blogspot.com/);Chicago1900,
deMiguelGarcia(chicago1900.
blogspot.com/);BelaLugosi
isDead,deRuiPedroBaptista
(belalugosiisdead.b
logspot.com/);
IDreaminInfrared,deRogrio
,
,
-
vros.Duranteoitoanosfoiumbem-v
indo
evastorepositriode(quase)tudooque
seiapu
blicando,
incluindoumaseco
crticaespecializada,regular,nocampoda
FC&F,a
cargodeJooSeixas,cujoconhe-
cimento
ecompetncianamatriadesne-
cessriosetornaenaltecer.EmMarode
2010esteveameaadadeextinoos
bonsmo
rremcedo!masemMaiorecu-
perou,noseiseporefeitodesimultanei-
dadecomaFeiradoLivro,eesperemos
quesejaparacontinuar.
Penso
todaviaquenestemomentoo
queest
acontarcommuitaforaem
termos
decrtica,tantoespecializada
emFC&
Fcomogeneralizada,oque
sepassa
naInterneteaincomensurvel
abundn
cia,semprecrescente,desitese
bloguesque,cadavezmais,substitueme
sesobrepemcrticaliterriaempapel.
Nelestemlugar,porentreasmaisdiver-
sasreflex
escrtico-literrias,umaateno
permane
nteediodelivroseoutras
publicaes,comresenhasecomentrios
diversific
ados,e
bemestimulantesnalguns
casos,
literaturaportuguesanareada
FCedo
Fantstico.[30]
com/);Rascunhos,deCristina
Alves(acrisalves.wordpress.com/);
LmpadaMgica,deJorgeCan-
deias(lampadamagica.blogspot.
com/);DasPalavrasoEspao,de
JooVentura(fromwords.b
logs-
pot.com/).
[31]ComoaInternetnotem
fronteiras,suspeitoqueumaparte
maisquesubstantivadesses30
milsejadefansbrasileirosde
FC&F.Bemsabemosquemuito
difcil,senopraticamenteim-
possvel,umadistribuioregular
delivrosportuguesesnoBrasil;
paraultrapassarestabarreira,os
autoresportuguesesdeFC&F,e
osrespetivoseditores,talvezno
CONCLUS
OPROVISRIA
Poderemo
steresperanadeuma
actividadeautoraleeditorialcont-
nuaede
qualidadenapedregosae
acidentadavere
dadaFC&Fportuguesa?
Nosouprofetanembruxoeporissome
abstenhodeformularsequeromeuvoto
dequeessetransgressivogneroliterrio
floresaeseramifiqueabundantemente
emPortugal.Bom,reconheoquesousu-
ficientementevisionrioparameatrevera
referirahiptes
edetalvoto,mastambm
sousuficientem
enterealistaparasaber
queascondiesautoraiseeditoriais,sal-
voescassasexcepes,n
oautorizamum
optimismopor
aalm.Emtodoocaso,
osnmerosfalamporsiehumacons-
tataofactualquenopodemosignorar:
numartigointituladoMonstros,asvede-
tasdonossotempo,publicadoemprin-
cpiosdeAbrilde2010noDiriodeNot-
cias,podemosle
r:ArevistaBang!,lanada
oficialmenteestasemana,temumataxa
dedownloadsna
ordemdos30milconta
apenasnunstantos
eurosqueolivro
custa,ousequerna
incomodidade
da
deslocaolivra-
ria.Haverdecerto
outrosfactores,in-
cluso
sociocultu-
rais,queimportaria
investigar.[31]
Enquantocre-
brosmaisargutose
analticosdoqueo
meuseentretma
resolveroenigma,
diagnosticando
a
origemdovruse
descobrindoares-
pectivacura,acres-
centomaisumalistasquedeixeilmais
atrs:destavezdeantologiassadasnapre-
sentedcada,daquisaudandoaseditoras
queseabalanaramaoempreendimento:
FicesCientficas&Fantsticas(Chimpanz
Intelectual,2006);ASombraSobreLisboa
(SadadeEmergncia,2
006);ContosdeTer-
rordoHomem-Peixe(ChimpanzIntelectual,
2007);AR
epblicaNuncaExistiu(Sadade
Emergnc
ia,2
008);BrincaComigo!Eoutras
estriasfantsticascombrinquedos(Escritorio,
2009).Acrescente-seaesterolaantologia
PorUniversosNuncaDantesNavegados(edi-
odeLu
sFilipeSilva,2007),quedeixei
paraofim
porserluso-brasileiraeno
exclusivam
entenacional,talcomodei-
xoparao
fimumaoutraantologiaque,
sendomaioritariamentemainstream,
inclui
todaviadoiscontosfantsticos:Playit,
Sam!(Escritorio,2
010).
Noseuconjun-
to,
formamumarazovelcorbeilledeau-
tores,velh
osenovos,queaquienfileiro
porordem
alfabtica(algunstmcontos
emmaisd
eumadasantologias):Alexan-
dreVieira;AntniodeMacedo;Baptista-
Bastos;Br
unoMartinsSoares;ClaraPinto
Correia;D
avidSoares;FernandoRibeiro;
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
10/41
1
M
uitoshoje
conhecem
aforado
cinema
dehorror
japons
graasa
remakes
norte-
american
osnaltimadcada,comoThe
RingouT
heGrudge,adaptadosparaas
sensibilidadesocidentais,emuitossa-
beroqu
emuitadaforadessecinema
sedesenvolveemtornodapresenade
elementossobrenaturaiscomoosfan-
tasmas(yurei),demnios(oni)ouespri-
tosdem
onstros(yokai).
Voltan
doatrsnotempo,h
queirem
buscadasrazesdessecinemaedosclssi-
cosqueabrirampassagemparaessami-
tologiae
folclorejaponeses.Doisfilmes
foramessenciaisparadefinirohorror
japonsqueatravessoufronteiras,ambos
comestreianoanode1964.N
ospar-
tilhamo
anodeestreia,masbaseiam-se
emcontoseparbolasqueexistiamno
Japodesdetemposimemoriais.Tanto
podemserhistriasdefantasmasquese
arrastam
nesteplanoexistencialapenas
paraexercervinganaoudemniosque
existemparaatormentarhumanos,mas
naessnciasohistriascujoselementos
sobrenaturaisexpemavulnerabilidade
humanaeaconstantevivnciaaumpas-
sodamo
rte.Adivulgaodestaslendase
mitosno
Ocidentecomeoumuitoantes
docinem
anorte-americano,edeve-seem
parteaoescritordosc.XIXdeorigem
irlandesa
egrega(quetambmdeixoua
-
.
humanoscomfantasmasproduzemum
suspenselentoeumambientedetenso
semviolncia.O
propsitonoassustar
oespectadorcomaexistnciadefan-
tasmas,masmo
strarainterferncia,por
vezescruel,por
vezestrgica,domundo
sobrenaturalna
vidadoshumanos.A
final
osfantasmaseramhomensoumulheres,
masroubadosp
elamorteepresosaemo-
estofortesquedespertamforaspara
almdacompre
ensodosmortais.
NashistriasdeKwaidanencontramosa
perdaeloucura
causadapelavinganade
umfantasma,m
astambmencontramos
pessoasassomb
radasporvisesdeesp-
ritos,enessaveiaahistriamaisnotvel
doquartetoseradomsicocegoHoishi.
Oseutalentoparacantarabaladadeuma
antigaguerrajaponesadespertaosfantas-
masdosherisesoldadosqueeleprprio
evocanassuascanes.Todasasnoites,
omsicocegoconduzidoporummis-
teriososamuraiparaumcemitrioonde
asuacegueirao
impededeveracortede
fantasmascativadapelopoderdasuam-
sicaecanto,num
acenadeenormebeleza
visual.Quandomongesdescobremque
aalmadeHoish
iseencontraemperigo,
tentamsalv-locobrindooseucorpode
escriturassagrad
asbudistas,masosmon-
gescometemumerrocrasso,esquecendo-
sedecobriraso
relhasdeHoishi...
Dovisualmarcadamenteexpressionista
deKwaidan,saltamosparaumretratodo
Japomedievalcruel,apretoebranco.
Baseadonumaparbolabudistaonde
umaraparigasalvapelaforadasuaf
deumamulherquefingeserumdem-
nio,OnibabadeKanetoShindoretrata
umJapodilaceradoporguerracivil
entresamuraisq
ueforamoshomens
aalistarem-senassuaslutasporpoder,
causandoapena
smisriaedestruiono
pas.Oscamponesessodeixadossua
sorte,esfaimado
s,rendidosaodesespero
eaosseusmaisprimitivosinstintosde
aladadav
elhaparaencontrossecretos
ondeserendeluxriaeaodesejo.A
tensoerticadosamantesinfluenciaa
prpriasogra,abraoscomasuafrus-
traosexual.Rejeitadososseusavanos
pelohome
m,e
laimploraparaquenolhe
roubeajovemmulher,semaqualseria
incapazde
sobreviverematarsamurais.
ento
queseiniciaumjogodegato
eratoentreotrio,cominterpretaes
notveisq
ueroamoanimalesco,em
queasogratentaatodoocustotravar
osencontrosdosamantes.Umanoite,
quandose
encontrasozinha,umsamu-
raicomm
scaradedemnioperde-se
nocanavialeobriga-aamostrar-lheo
caminhop
araacidade.Conduzindoo
samuraisuaprpriamorte,avelha
capturaamscaradedemnioeva
suaoportunidadeparainduzirnajovem
mulherum
medosupersticioso.
Aatmos
feraopressivadoscanaviais,
aliadaaum
abanda-sonoraintensadecaos
efrenesim,contribuiparaumcrescendo
detensoqueatingeoseuclmaxnomo-
mentoem
queavelhapunidapelasua
interfernc
ia.O
filmesuspende-senuma
ltimaimagemdasmulheresasaltarem
sobreopo
onegro,apairaremsobrea
mortedomesmomodoqueassuasexis-
tnciasprecriasdesafiamconstantemente
ooblvioe
ofim.Pontuadopormomen-
tosdeeroticismoeplanoslongosdas
personagensasaciaremafomedeforma
voraz,Onibabaumretratorealistaene-
grodoindivduoreduzidosuacondio
maisprimitivaeondeimperaapenasa
necessidadedosexo,doalimento,aneces-
sidadedes
erpredadorenuncapresa,de
matarpara
viver,entreoscanaviaisonde
nohlugarparafalsosmoralismos,e
ondeexisteapenasavontadedesesperante
desobrevivercontratodasasexpectativas.
TantoKwaidaneOnibabaestodispon-
veisnacolecodeDVDdaCriterion
Classicse
soconsideradasobras-
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
11/41
1
oucosacreditaramemns,eagoraposs
ivelmen-
tesejatardedemais.Deixoessesregistro
sparao
casodehaversobreviventes,ouparaque,
sealgum
diaalgumavidainteligentehabitarnovam
enteeste
planeta,etiverasortedeencontrarestemanus-
crito,possamsabercomoenfrentaraam
eaaque
destruiuahumanidade.Nenhumvrus,nenhuma
guerranuclear,nenhumderretimentodascalotas,
buraconacamadadeoznio,e
feitoestu
fa,nada.
Foialgobemm
aisinusitado.
Paracompreenderoquesepassa,preciso,primeiro,quese
faaumexercciodeabstraosimpleserpido.Vocv
aiperder
poucotempo,e
istopodersalv-lo.Respirefundo,concentre-se
emeacompanh
e.
Imagine-seemcasa,sozinho,numanoitedetempes
tadetor-
rencial.Noqualquerchuva.No...
Umtemporal,daquelesem
quenoseconseguevernadadoladodeforadajane
la,ano
serluzespassandolentaseinsegurasnaavenida,brilh
andona
pequenacachoe
iraquesedeitasobreasparedesexternasdacasa,
impedindoaind
amaisovislumbredomundoexterior.Vocest
emseuquarto,sentadosobreaescrivaninhaqueseapo
ianapa-
rededajanelae
ouveumbarulhocomoodaspatasde
umrato
ariscaroassoalhoembuscadefendas,v
indodealgum
lugarna
direooposta.Acuriosidadeofazvirar,assustado.Nohmais
ningumemcasa.Naqueleladodoquartohapenaso
armrio
deroupas.Voclevanta,convencidodequenoirc
onseguir
enxergarnadap
elavidraa,ecaminhaemdireoaoleverudo,
algointeressantenoambiente.Aportadoarmrioestlevemen-
teentreabertae
,semmedododesconhecido,vocterminade
abri-la,sendosurpreendidoporalgocomasfacesto
talmente
plidasemumacabeaquaseesfrica,ovalada.Acria
turatem
grandesorbesnegrosnolugarondedeveriahaverolhos,sem
plpebra,pestana,cliosousobrancelhas,oqueconfereaela
poderparav-lo,independentementedolugarparaondevoc
corra.Olhosqu
etudovem.N
oimportaondevocesteja,e
la
oolha.Umafendaamarela,tambmovalada,centralizaorosto
doserimitando
umnariz.Umnarizovalado,semnarinas,sem
entradaparaar.Acimadacabeaorelhaspontudasou
imitao
deorelhas,algo
comocornosquenoromperamape
le,como
chifresdisfarados.Acriaturanopossuilbios,nenhu
maboca
aparente,eon
icosinaldequepodehaveralgoaliqueseasse-
Foiassimquech
infiltraram-seemno
gatinhosestilizados,
atravsdonegcio
tenimentoinfantil.
pessoasquesedeixa
pelascriaturas,efeito
queramosimunes,
defita.C
hegmosa
Oestudodasocie
forabemfeito.Tom
mofoiumaestratg
emplenaeradatoy
gumaspessoasteria
Empoucotemp
marketingdosinvas
recadassemmilhes.
Roupas,jogos,emai
seguisseminiciarod
o,comeandoaap
sas,adesivos,estamp
seautomveisinspir
cego.Enquantoissoac
reunir.Pessoasque
presentavam,etent
doperigoiminenteq
umdenstentoure
tohipnticadasbo
dadesdaredemun
extinguiramquando
tendonossasconver
semultiplicavamat
quantidadecadavez
animados.Asitua
Temerosos,muito
gir,seesconder.Ten
umgrupodemaisc
casasdosintegrantes
rios,paranocham
entrens.Pareciaqu
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
12/41
1
-
.
quetalveznun
catenhachegado.
Aspessoasagiamdessamaneira.Como
amulherque
possuaoespelho,masna
verdadeerapossudaporele.Comoa
mulherquenoviuqueotempointeiro
oqueoespelhorefletiaeraotempoque
elaperdia,aproximidadedeseufim.Eo
tempotodons,daoposio,ramostes-
tadosemnossaresistncia,tendodeevitar
festasinfantis
ondeaexposiobeiravao
absurdocom
todasaquelasimagenscer-
candooambiente-oquemefaziapen-
saremcultos
fanticosuicidas-,
lojasde
convenincia
ebazar,eposteriormente
shoppings,grandesespaosdemercado,
elocaispblicosdemovimentointenso.
Comosabamosqueseriaimpossvel
descobrirum
meiodeaniquilarapraga
quecresciaexponencialmenteemnos-
sasociedade,
comemosanosprepa-
rarparaarecluso,aproteoouafuga.
Armazenmosenlatadoscomprazosde
validadeamplos,quesubstituamosde
temposemte
mposparatermosalimen-
tonaeventua
lidadedetermosquenos
esconder.Nosarmmoseaprendemos
aatirar,ainda
quetivssemosquetrans-
grediralgumasleisparaconseguirarma-
.
-
sosencontros,Michele,aoutramulherdo
grupo,contou-nosumahistriasurpreen-
dente.Umahistriasobretrsamigos.
aqu
elanoiteeuquasemeapaixonei.
Micheleeradeslumbrantementelin-
da,
equandoterminousuahistria,
quedeixoumuitaspessoascomvontade
deouvir
mais,concluiudizendo:-
Uma
histriaterminaquandotemquetermi-
nar.Nem
antes,nemdepois.
MicheledeviaserfdeStephenKing,
Tolkien,
Bradburyetodososoutrosau-
toresqueeuvenerava.
Eeralinda.
Mas
euresistiaosentimentodepaixo.Seno
tivesseresistido,eutalveznotivessesan-
guefrioparamat-lapoucotempodepois.
Apesardetodootreinamento,poucos
densconseguiramchegaratempoaeste
abrigosubterrneoondeestouagora,e
restama
penasdoissobreviventeseuma
armacommunioparaapenasdoisdis-
paros.Enquantoescrevoestesfatos,meu
ltimoamigovivoemitesonssufocados
pelamordaa,sacudindoocorponacama
ondeo
amarrei,balbuciandopalavras
ininteligveis,clamandopelamorterpida,
descrentedapossibilidadedetornaraver
,
estaremcaminhando,tinhamoltimo
momentodediversoantesdeserem
absorvidaspeloslindosgatinhosmons-
truosidadescomquemtinhamdividido
tantosbonsmomentosjuntos.Osadul-
toslevavamalgumtempoatsedarcon-
tadoqueestavaacontecendo.Oefeito
sugestivotinha
durabilidadevariadade
pessoaparapessoa.Apsoimpactode
ver-sefrentea
frentecomosassassinos
queinstantes
anteseram
inofensivos
brinquedos,chaveiros,emochilas,pou-
cosreagiam.D
epoisqueospretensos
inofensivosgan
havamvida(naverdade,
.
hora,en
sestvamosvivos.Vivoseem
perigo.
Comoseascriaturassoubessemde
nossoard
il,algunsdospequenosos
quehibernavamemformadechaveiros
emsuamaioriacomearamainfiltrar-se
emnossacmarapeloestreitodutodear.
Duasdas
criaturaschegaramaentraran-
tesquepudssemosved-lo.Mateusdeu
cincotirosnadireodasfalsasgatinhas
errandoto
dos.Osextotiroreservoupara
si.FoiJon
asquemacertouasminigati-
nhasgastandoquasetodasuamunio
paranosdaracertezadequeelaseram
vulnerveis.Pelomenosaspequenas,que
explodiram
deixandoumagosmadecor
ocreespalhadapelochodoabrigo.As
balasqueatingiamocorpodosinvasores
noosafetavam.
Emumtirodesorte,
Jonasatingiuaprimeiradelasnolaode
fita.Asegundateveomesmofimporde-
duo.Osegredoatirarnolaodefita.
Ligmosotelevisorquehavamosinsta-
ladoaquiembaixo,noquerendopensar
emquantoaraindateramos,evimoso
queterminoudeenlouquecerorestode
ns.Uma
rededeTVnacionalconseguiu,
numfuro
dereportagem,transmitirima-
gensdab
arbrie,efoicomosoubemos
dequemodoelesatacavam,antesqueo
reprtere
ocinegrafistafossemmortos.
Elestm
boca.
No.Aquilonoumaboca.Talveza
expresso
no-bocafossemaisapropria-
da.A
imagemclaradatransmissodeTV
oquememantmacordadoealerta,
mesmodepoisdeMateusterencontrado
emSharonumaseguidora.Sharonsur-
preendeu
Jonastomando-lheaarmadas
mossem
encontrarresistncianenhuma.
Levouocanodapistolacalibre38para
dentroda
boca,puxandoogatilhoem
nguloqu
edirigiriaabaladiretamentea
seucrebro,acabandocomoprprioso-
frimentoecomamuniodaarmado
companheiro.
saamdahibernao)algunsconsegui-
ramdarmeiavoltaecorrer,masnoo
suficiente.
Nodemormosaouvirosprimeiros
gritosaterrorizados.Levmosmenos
tempoparaentenderoqueestavaacon-
tecendo.Havamosprevistoaquilouma
centenadevezes,talvezmais.Havamos
nospreparado,
treinado,prevenido.Den-
trodoprazoestipuladonostreinamentos,
oitodensestvamosfechadosnoabri-
goqueconstru
moseabastecemospara
manterseguros
quinzehomensporum
erodoestimadodesessentadias.Cada
Acriaturatem
grandesorbesnegros
nolugaro
ndedeveria
haver
olhos,sem
plpebra,
pestana,clios
ousobrancelhas,oque
confereaelapoderpara
v
-lo,independentedo
lugarparaondevoc
corra.Olh
osque
tudovem
.
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
13/41
1
-
ambientesubterrneo,e
issofezcomque
saltassedetrsdeondequerqueestives-
seescondidoeatingisseotopodacabea
domonstroantesqueelefizessecomigo
oquefezcomJonasinstantesantes.O
primeirotirofoicerteiro,osegundoum
desperdcioim
pulsivo.A
dmira-me,ainda,
elenoterdescarregadoaarmascegas
sematingirac
riatura.
Permitique
elevoltasseparaacamaa
fimdesereco
mpor,seacalmaredescan-
sar,mastendoemvistaoscomentrios
queelefezantesdeadormecernova-
mente,
fuiim
pulsionadoatomarmedi-
dasdrsticas.
Tobiassugeriuquetalvez,
apenastalvez,
aquelascriaturasestivessem
tentandonos
salvar,nosteletransportan-
doparaoutrolugarnocosmo,umplaneta
commenosdevastaes,maistecnologia,
algumtipode
paraso.Sugeriuque,sea
pseudobocaeraoequivalenteaosstios
dasesponjas,
talvezosculoporonde
sairiamaquele
squeforamsugadosfosse
umlugarmelhor.
Sugeriucomissoque
estvamosmatandoDeuses.Amarrei-o
camacomu
macordaqueencontreino
armriodeferramentas,eoamordacei
comumacam
isa.J
sepassouumasema-
nadepoisdisso.
Tenhotido
sonhosestranhosquan-
doconsigodormir.Nelesmeussentidos
acordamen
osabemquemso.Nada
doqueouom
edizalgo,eavisomediz
apenascuidado.Todosossonssomira-
gens,ecosfantasmagricosdelembran-
asaprisionad
asemmeucorpohmais
tempodoque
existo.Eshocheirodo
passado.
Colocomeussonhosrepetidosnopa-
pelembuscadeautoconhecimento.N
o
osdividocom
Tobiascomoquandocon-
tvamoshist
riasdeterror.E
leviveseu
prprioterror.Euvivoomeu.Nenhuma
criaturaapare
ceunoabrigodesdeque
Tobiasexplod
iuoinvasordemdiopor-
te.Talvezeles
sejamcapazesdefarejaro
.
Doisa
migos,umaarma,duasbalas.Se-
riasimples,masnopossofacilitarassima
vidadessascriaturas.VoudesamarrarTo-
bias,econcederaeleolivrearbtrioque
lhetirei.Seelenoquisersubirsuperfcie
comigo,
permitireiqueelefecheaporta
rapidamentedepoisqueeusair.Duasba-
las.Apostoquenomorroantesdelevar
doismonstrengoscomigo.
Eunoseiparaquemescreviesterelato.
Talvezparamim.Massevocestiverlen-
doissoe
malgumlugardofuturo,umfu-
turoond
eascriaturasjnoestejamsobre
aTerra,poisoquelhesinteressavajhavia
acabado,tenhacuidado.Euacreditoqueo
queelas
queriameranossaforavital.Se
apopulaomundialcomearacrescerde
maneira
semlimitescomoaconteciaat
semanapassada,elaspodemfarejaressa
energiae
voltar.
Seelasaindaestiveremaqui,lembre-se.
Atireno
laodefita.opontofracode-
las.SeelasnoestiveremmaisnaTerra,
cuide-se.
Espalheessamensagempara
evitarumanovacatstrofe.
Esperoque
vocten
haumfuturomelhordoqueo
meupresente.Seeutivertidosorte,ha-
verdua
scriaturasamenosnaprxima
invaso.BANG!
Anders
onSantos
professor
deMatemtica,
poetaeescritor
defico.
Dentresuas
publicaes
recentes
dedestaqueestoo
livroImortal
(Editor
a21),quenarraas
aventuras
deum
clde
caado
res
devampiros
pelas
ruas
dePortoAlegre
edeSoSebastiodoCa
noestadodoRioGrande
doSul,eocontoNano,participantedacoletnea
FCdoB
-PanoramadaFic
oCientficadoBrasil
Terinsniasumacoisaquemeaborrece.
Ejuntamentecomosjantarespesados,as
visitasdequenoseestespera,ostalhe-
reseloiasmallavados,achuvain
esperada
ameiodospasseiospelaquinta
etudoo
restoquemearreliatambmdassituaesmais
recorrentesnaminhavida.Omeufalec
idopap
costumavadizerdearenfadadonorostoecopo
deconhaquenamoquetodasasnossasmaleitas
tmgostoemseacotovelarnossaporta.Foiem
partepormelembrardissoqueomateicomuma
machadinhadecarnenomeiodatesta.Opap
sempreodiouroupamanchadaenomelembrei
demelhorparalhesujaropijamadeflanela.Mas
comoelesempreteveumespritodefi
naironia,
semdvidaqueambosaindanosriremosbastante
destapequenapartidaquelhepreguei.
Masnonosapressemos,poiseu,talcomo
opap,sempreodieigentequeach
aqueo
tempotemprazodevalidade.
Asminhasinsnias.Umincmodo,diziaeu.E
sorarasasnoitesquemerecordoden
oaster.
Deitava-mepontualmente,desdecriana,s22h,
poisosonodepoisdasdozevalemeno
sdoque
bronze,comodiziaamam,paramele
vantars
seteedartrabalhoretrete,a
indanaspa
lavrass-
biasdamam,queasaprenderacoma
suaav,
queasaprenderacomasuame,queasa
prendera
comasuame,queasaprenderacoma
suame,
queasaprenderacomasuatia,numafe
lizcadeia
desaberfemininoqueremontavapelo
menos
esposadotiodeMartimMoniz,MonoM
artins,de
queafamliadamamseorgulhavaded
escender
emlinhaquasedirecta,quasepuraequaseisenta
demordomosemoosdeestrebariamaisvirisdo
queoapropriadonumacasaderespeito.
Salvaguarde-se,porm,quetenhoinformaes
rigorosasdequenotempodeMartim
Monize
seutioasretretesfuncionavamdemodoalgo
diferentedosdiasdehoje.
Eassimemrandeartedasminhasnoiteser-
Umc
onto
deJorgePali
nuncatendoreparad
Enomeiodaquint
teenacamalavadae
tado,deolhosaberto
costasoudelado,es
dorelgiodesalaque
deGoa,o
latirdo
queoprimoRodri
deOxford,ochiar
daestufa,e
svezes
dosAnjos,anossa
friadeinsnias,emb
quarta-feira,felizm
visitavaatiaGraae
Desdecrianaque
vagar,maisdevagard
aler,aestudar,atera
vinhamacasaensin
histria,geografia,f
cristianismoeoutros
tinhamcomoideaisp
deboasfamlias.A
lg
outraseramcomRic
Aminhairm:ain
grandeafeio.Cres
juntosecreioquen
trens,oquegerav
nossospais(irmos
-eraasentenadam
liberdades,comodo
demodadaporen
danossaestufaoub
aolargodanossapr
fundooamorqueno
rodeiososeurostoo
degrandespupilase
negrocadoemtorn
eruditaeespirituosa.
causavadevia-seaos
tica,queporvezess
um
odenodoente
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
14/41
1
oasaqueasormasreomoagoraa
minhanarrativa)sedeixaramexaminarsem
problemas,permitindo-mefazervriasob-
servaessobreestesseresonricos,que
depoistiveoportunidadedeconfirmar
edesmentird
urantealgumaspesquisas
nabibliotecadopap,quemedeixaram
maravilhadocomaexactidoefantasia
damemriah
umana.
Todasasformas,d
isseeu?Engano.O
tioCasimiromostrou-seumpoucoin-
tratvel.F
itou
-mecarrancudoesibilou:
-Paraonde
raioestsaolhar?
(OtioCasim
iroforasempreumpouco
comunista,tratandoarestantefamliaportu.)
Continueiaexamin-losemprestargran-
deatenosu
arudeza,curiosoporperce-
berosefeitosdeumtirodeumaarmaan-
tigadisparadadetograndeproximidade.
-Pradeolharparamim!Nosoune-
nhumaesttua.
Oseuincm
odoeraevidente,peloque,
respeitandoaminhaboaeducao,opas-
seiamirardeformamaisdiscreta,masno
menosinteressada.
-Ests-mea
fazerolhinhos,ouqu?
Destaveznomeconseguicontere
expliquei-lheq
ueseriapreferveljuntaro
pronomepessoalaoverboprincipaleno
aoverboauxiliar,paranoseassemelhara
umcampnio
eeusabiaqueapossibili-
dadedeconfundiremumparenteseucom
umafigurapopulareracoisaparadarum
achaquemam
.
-Nosejas
parvo!Estcertodasduas
maneiras.
Pondereicontra-argumentarqueaminha
propostatornavaoseudiscursomaisclaro
eintuitivo,ma
spareceu-meintilmanter
umapolmicacomumfilamentodaminha
imaginao,ep
rescindidelheresponder.
-Agoraests-meaignorar,?
Poderiaalon
gar-me,mascreioquej
bvioqueanossaprimeiraconversano
foidasmaisauspiciosaseterminoucomigo
atentarignor-loeeleatornar-secadavez
maisaressivo
verbalmente,embora,sea-
avoem
orevoenamcerapropenso
paraassombraroslocaisquehabitaram,
enchendo-osdemelancoliaerevoltapela
suatriste
situaodedefuntos.Comomeu
tioCasim
iropassar-se-iaomesmo,apesar,
outalvez
comaagravante,deaviolnciater
nascidod
oseuprpriopunhoenodopu-
nhodete
rceirapessoa.
Devoreferirdesdejquenoaceiteiesta
explicaodeboamente.Aminhaatitude
eminente
menteracional,herdadadopap,
levava-meapremcausaasuaexistncia
comofantasmaeainclinar-meantespara
umaexp
licaomaismaterialnomea-
damente
adeque,poralgumefeitobi-
zarro,naquelasconversasnocturnaseu
estariadefactoadormireatervvidos
sonhos,masqueomeuhbitodeinsone
mefazia
crerestaracordado.
Comumacapacidadeargumentativae
racionalqueoseumododeexpressono
fariamsuspeitar,otioCasimiroapontou
algumas
inconsistnciasnaminhateoria,
observan
do,porexemplo,queambospo-
damosc
ontaremunssonoostoquesdo
relgiodotio-avHermnioouoslatidos
dospode
ngosdopap.E,paraconfirmar
arealidad
edasuaexistncia,transmitiu-me
algunsco
nhecimentosdequeeunodispu-
nha,com
oalocalizaodasjiasdefamlia
damam
ouoesconderijodacolecode
pornogra
fiadopap
descobertacomque
pretendo
confrontarestemuitoembreve.
Taisdescobertasabalaramasminhas
convicesracionaiselevaram-mea
outraspesquisas.
Vasculhandoabemfornecidabiblioteca
familiar,c
onsulteivriasobrassobrecincia,
queserevelaramdemasiadomaterialistas
paraomeuproblema.Estandoabiblioteca
desprovidadeestudosdepsicologiaoupsi-
quehumana,estudosque,julgojterrefe-
rido,eram
alvodetotaldesprezoporparte
dopapedamam,entretive-medurante
algumasnoitesafolhearalgunstomosque
encontreinapartemaisaltadasestantes,e
que,segundosabia,teriamvindodoEgipto
umaprme
raeuraenasou-meo
estilorebuscado
erepetitivodostextosea
abundnciaderefernciasdesconhecidas,
masaminhacuriosidadeealgumasdescri-
esqueseaproximavamdaminhaprpria
experincialevaram-meainsistirnaleitura.
Li-osunsatrs
dosoutroseasualgica
estranhamas,d
ealgumaforma,racional,
deixou-mebasta
nteperturbado.
Tomeiconhecimentodeesquecidasci-
vilizaesavanadas,entidadesinteligentes
no-humanas,s
erescolossaisparaquem
araahumana
nopassavadeummero
incmodo,entesdeloucurasurgidosdas
arestasdotempoedofundodainconsci-
nciaequefazemdomundoolugarvil,
cruelebrutalde
queopapeamamtanto
seesforarampormeproteger.
Tiveoportun
idadedeconversarsobre
estasquestescomotioCasimiro,quepa-
reciaconhecerbastantebemoslivrosque
euleraemeco
nfirmougrandepartedas
minhassuspeita
sdequenohaviaespe-
ranapossvelparaestemundo.T
inhasido
essapercepo,
naverdade,queolevaraa
cometeroseuactosuicida,doqual,a
firma-
va,n
osearrependia,poisconsideravaa
imortalidadefan
tasmagricaumacondio
devidamuitom
aisracionaleapetecveldo
queaexistncia
fsicasoboconstanteter-
rordamorte,da
perdaedosofrimento.As
suaspalavrasafectaram-memuitoe,aps
reflectirumpouco,perguntei-lhesenose-
riamelhorqueeuprpriomesuicidasse.O
tioCasimirofoi
bastanteponderadoedis-
se-mequeessaeraumaescolhapessoal,na
qualelepreferia
nointervir.Explicou-me
queserianecessrioterumamorteviolenta
edolorosa,emb
oraarecompensafossea
libertaodadoredetodasasnecessidades
eperigoscorporais.Noentanto,entreou-
traslimitaes,n
oerapossvelsairdecasa
esofria-sedealgumasolido,que,noseu
caso,s
seaten
uaranoconvviocomigo.
Reflectisobreestasobservaeseobservei
quenaverdadeeujmalsaadecasae,de-
poisdeconheceroshorroressobrenaturais
eeumo
rrer.m
am
couapavoraa
equislogochamartodososmdicosao
servioda
famlia.Conseguiconvenc-la
dequefalavaapenasdeformamuitore-
motamentehipottica,masaexperincia
demonstro
ucomoaminhamorteseria
umpesadofardoparaosmeuspais,que
depositava
memmimaesperanadeum
matrimniocomameninaLeonor,a
filha
maisvelha
dos
lvaresPereira,unindoas-
simduasfamliasdegloriosopassado.
Converseisobreesteproblemacomotio
Casimiro,queadmitiuadificuldadeesuge-
riuqueam
elhoroposeriaadeostentar
convencer
dequeestaseriaaminhaescolha
eaquelaquemedeixariamaisfeliz.
Leveiaideiapordiante,d
iscutindocom
opapasvantagensdavidaalm-morte.O
papescutou-meemsilncio,bebeuum
goledeco
nhaque,comocostumavafazer
antesdeemitirumdosseusditosespiri-
tuosos,e
ficoucalado.Umahoradepois
fuivistop
elodoutorFreitasepormais
meiadziademdicosquesconhecia
vagamente,quemedeclararamfisica-
mentebem,masalgodebilitadomental-
mentedevidosinsnias.
Confirm
eiassim,emdefinitivo,quea
minhafam
lianoaceitariadebomgradoa
minhaop
oe,emconversacomotioCa-
simiro,estetambmconsiderouque,sem
evidncias
palpveis,aminhafamliano
levariaabemomeusuicdio.
Reflecti
profundamentesobreestaques-
todasev
idnciaspalpveis.Nessamedi-
taoocorreu-meque,emboraaconversa
comotioCasimirofossedegrandeinteres-
seintelectual,iriasentirafaltadaironiado
pap,doscuidadosdamamedoafectoda
minhairm
.Naverdade,eraestasensao
defaltasaudade,comodiriaograndees-
critorTeixeiradePascoais-quemelevavaa
hesitar,at
mesurgirumaideiamuitosim-
plesquere
solviatodososmeusproblemas.
Aideiaeratoclara,tosensata,toine-
gvelnoseuvalor,eficciaegenerosidade,
quenoe
spereiparaconversarsobreela
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
15/41
1
escrevinadaa
noserfantasiapica.Por
outroladoten
hoamaltaqueleutodoo
meumaterialantigo,enoentantoinsiste
nailusodequeeusouum
escritordeficocientfica
quesevirou
paraafanta-
siaporrazesinquas.
Averdadequetenho
vindoalereescreverfan-
tasia(ehorror,
jagora)
desdeosmeu
stemposde
rapazemBayonne.Apri-
meirahistriaquevendi
podetersidoficocient-
fica,masasegundafoiuma
histriadefantasmas,e
deixemlaquelesmalditos
hovercamies
aandardum
ladoparaoou
tro.
ETheExittoSanBre-
tanofoide
formaalgu-
maaprimeira
fantasiaqueescrevi.Mes-
moantesdeJa
rndeMarteedoseubando
depiratasespaciaisaliengenas,eutinhao
.
quesecompravamnalojadostrezentos,
evinham
compequenasbaciasdeplsti-
co,d
ivididasaomeio,umladoparagua,
ooutroparagravilha.No
meiodabaciahaviauma
palmeirafalsadeplstico.
Tambmtinhaumcas-
telodebrincarqueviera
comosmeuscavaleiros
debrincar(umcastelode
latapintadaMarx,embora
nomelembredomode-
lo).Tinha-oemcimada
mesaquemeserviadese-
cretria,eoseuptiotinha
espaomesmojustapara
duasbaciasparatartarugas
postasladoalado.
Por-
tantoeraaqueasminhas
tartarugasviviameuma
vezqueviviamdentrodum
castelo,deviamserreis,cavaleiroseprnci-
pes.(EutambmtinhaoForteApacheda
Marx,m
astartarugascowboyseriasim-
AGuerradosTronosoprimeirovolume
daquelaqueconsideradapelacrtica
mundialamelhoremaisadultasagade
fantasiapicadaactualidade.
nistraconspira
odoslagartos-de-
chifresedoscamaleesqueviviam
nosreinoscontguos.Atartaruga
quesucedeua
oGrandalhono
tronoerabem
intencionadamas
incapazedepressamorreutam-
bm,masmesmonaalturaem
queascoisaspareciammaisde-
sesperadas,Brin
calhoeAnimado
juraramamizad
eeternaederam
incioaumatvolaredondade
tartarugas.
AnimadoIveioaser
omaiordosre
istar-
taruga,masquando
envelheceu
OCasteloda
sTar-
tarugas
no
tinha
princpionem
fim,
mastevemontesde
meio.Spartesda
histriachegaram
a
serescritas,m
aseu
representavan
aca-
desconcertanted
efugirdocastelo
Marxedeaparecermortosdebai-
xodofrigorfico
,oequivalentea
Mordorparatartarugas.
Portantoatm.
Eusemprefui
escritordefantas
ia.
A
INFLUNCIA
DE
CONAN,O
BRBARO
Nopossodizerquesempretenha
sidoumleitordefantasia,porm,
pela
simplesrazode
que
nohaviamuita
fanta
siaparaserlida
nos
anos50e60.
Osmostruriosgira-
triosdaminhainfn-
ciaeramdominados
por
ficocientfica,
polic
iais,westerns,e
romancesgticose
hist
ricos;podiamser
umalonga
hist
Oautor
deAsCrnicas
deGelo
eFogo
divagaso
b
assuasin
uncias,eostempos
distantesemque
ea
fantasiatin
hamospapistroca
dos
Em
jo
Marti
v
ido
eco
le
desen
(Nove
rev
ist
cont
quee
l
assin
Marti
aten
estac
intere
fanz
in
lhede
tornar
Ma
curta
de70
Prm
i
antes
roman
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
16/41
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
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1
ameiodORegressodoRei
abrandei.
Srestavamal-
gumascentenasdepginas,
edepoisdeacabaremnun-
capoderiavoltaralerOSe-
nhordosAnispelaprimeira
vez.Pormaisquedesejasse
sabercomotudoficaria,
noqueriaqueaexperin-
ciaterminasse.
Foiessaaintensidade
comqueameiesseslivros,
enquantoleitor.
Comoescritor,noentanto,fiqueiseria-
menteintimid
adoporTolkien.Quando
liaRobertE.
Howard,pensava:Umdia
talvezconsigaescrevertobemcomoele.Quan-
doliaLinCar
terouJohnJakes,pensava:
Jsoucapazde
escrevercoisasmelhoresdoque
estas.
Masqua
ndoliTolkien,desesperei.
Nuncasereicapa
zdefazeroqueelefez,pensa-
va.Nuncasereicapazsequerdemeaproximar.
Emborativesseescritofantasianosanos
seguintes,amaiorpartedelamanteveum
tommaisprximododeHowarddoque
dodeTolkien
.Nosepodeteroatrevi-
mentodepisa
roscalcanharesdomestre.
Comeceiu
masegundahistriade
Rhllorduranteomeuanodecaloirona
Northwestern
University,quandoainda
meiludiapen
sandoqueoCortanaesta-
vasatrasado,nomorto,equeDark
GodsofKor-Yubandeviaestarmesmo
quase,quaseasair.Nasequela,omeu
prncipeexiladoencontra-senoImp-
riodeDothrak,ondesejuntaaBarron
daLminaSa
ngrentaparacombateros
demniosaladosquemataramoav,o
ReiBarristan,oOusado.Tinhavintee
trspginasescritasquandoumdiauns
amigosdescobriramahistriaemcima
daminhasecretriaesedivertiramtanto
aleraprosap
retensiosaemvozaltaque
fiqueidemasiadodesgostosoparaconti-
nuar.(
Aindatenhoaspginase,sim,s
o
umbocadinhopresunosas.)
,
.
fantasia.)Entreasrevistasexistentes,s
a
FantasticeaF&SFcompravamfantasia,
eestaltimapreferiaexcntricasfantasias
modernas,queiambebermaisaThorne
SmitheaGeraldKershdoqueaTolkien
ouHoward.Novasouantigas,asrevistas
deFCtinhamsriasrivaisnascoleces
deantologiasdeoriginais:Orbit,NewDi-
mensions,Universe,Infinity,Quark,Alternities,
Andromeda,Nova,Stellar,Chrysalis.
(No
haviaantologiasdeoriginaisdedicadas
fantasia.)Asrevistasparahomenstam-
bmestavamemexpanso,
depoisde
acabarem
dedescobrirqueasmulheres
tinhamplospbicos;muitasqueriam
histrias
deFCparapreencheraspginas
entreas
imagens.(Tambmcompravam
horror,m
asnemaaltafantasianemafan-
tasiahericaeramaceites.)
Havia
maiseditorasdoquehojeem
dia(aBantamDoubledayDellRandom
HouseB
allantineFawcetteraseisedito-
ras,no
uma,eamaioriadelastinhaco-
lecesdeFC.
Acolecoprincipalde
fantasia
eraaBallantineAdultFantasy
Series,quesededicavaemgrandemedida
areedies.ALancertinhaosseusttu-
losdeRobertE.HowardmasaLancer
erapeixedefundo,umaeditoradepou-
coprestgioquepagavapouco,daqual
amaior
partedosescritoresfugiaassim
queconseguiamvendernoutrosmerca-
dos.)AConvenoMundialdeFantasia
aindanoexistia,eaConvenoMundial
deFicoCientficararamentenomeava
fantasias
paraprmiosHugo,talcomoa
ScienceFictionWritersofAmerica(que
aindanoacrescentaraandFantasyao
nome)poucoasnomeavaparaosNbula.
Emsuma,nosepodiafazercarreira
comoescritordefantasia.
Nessaaltura
no.Aindano.Portantofizoquetodos
osescritoresantesdemimtinhamfeito,
oqueJackWilliamsontinhafeito,e
Poul
Anderso
n,eAndreNorton,eJackVan-
ceeHeinleineKuttnereRussellede
Martinachegars
sfoiSonhoFebril,
ostraopotencialda
ros,quandonasmos
omestredohorror.
por
ELIZA
BETH
chalcedonynoforafeitaparacho-
rar.Eraalgoquenoexistianela,a
noserqueassuaslgrimasfossem
gotculas
devidrofriaseafiadas,
temperadaspelocalorinfernalqueatinha
inutilizado.Lg
rimasassim,escorreriam
pelasuapele,porcimadesensoresderre-
tidos,pararetin
irem,semseremsentidas,
naareia.E,se
issoacontecesse,elahave-
riaderecolh-las,juntamentecomtodas
asoutrasbugig
angasgastas,e
haveriade
acrescent-lasaotesourodejiassem
valorquelevavapenduradasnasredesde
reforodasuacarapaamaltratada.
T-la-iamconsideradoumsalvado,se
restassealgum
paraasalvar.Maselaeraa
ltimadasmquinasdeguerra,umalgri-
maachatadadetrspernas,dotamanho
deumtanque
deguerraprincipal,com
doisgrandesgramposeummanipulador
finodobradoc
omoumpalpodearanha
sobacabeap
ontiagudaqueaencima-
vaasuaarmad
uraolicermicacomum
boleta,desenterradospelasgrandesondas
quedeixav
amapraia,retorciam-senotri-
lhodeareiamolhadadeixadopelaperna
deChalcedony.Eraumadopartraseiro
edavamenosproblemasquandoaareia
estavacom
pacta.Funcionavabemcomo
pive,desdequeelanofosseparaasro-
chas,podiaarrast-losemobstculos.
Enquantoavanavacomesforoao
longodalinhademar-alta,apercebeu-se
dequealgumaobservava.Nolevantou
acabea.Tinhaochassisequipadocom
sensoresd
irigidosquecaptaramautoma-
ticamente
afiguraandrajosaagachada
juntodeumarochagastapelaeroso.
Precisavad
oinputpticoparaexaminaro
emaranhad
odealgasetbuasdevolvidas
pelamar,esferoviteevidrodomarque
traavama
linhadamar-alta.
Eleobservou-aapercorrerapraia,mas
estavadesarmadoeosalgoritmosdela
noocon
sideraramumaameaa.
Tanto
melhor.Elaostavadaestranharochade
Tr
a
d
u
o
d
e
F
e
r
n
a
n
d
a
S
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m
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T
tu
l
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O
r
i
g
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
18/41
1
-
.
pedaodeco
rrentecomalgumascon-
tasbrilhantes
incrustadasvidro,com
pedaosdefo
lhadeouroedeprataem-
bebidosnassuasvoltas.Chalcedonydeu
incioaolaboriosoprocessodeaapanhar,
masdeteve-sequandoBelvederesaltou
diantedela.Pegounacorrentecomuma
mosuja,de
unhaspartidas,eergueu-a.
Chalcedonyficouimvel,quaseperdendo
oequilbrio.Preparava-separaarrebataro
tesourodasm
osdacrianaeatir-laao
marquandoe
lesepsembicosdeps
elhoestendeu,esticando-oporcimada
cabea.Osfocosreflectiramasuasombra
naareia,iluminandocadafiodoseucabe-
loedassobrancelhasnumfortecontraste.
maisfcilseforeuaapanhar
disseele,enquantoofinomanipulador
delasefechavamolementesobreaponta
dacorrente.
Elaergueuotesouroparaoexaminar
luzdosfocos.
Umsegmentobastante
comprido,setecentmetros,quatrocontas
brilhantesdacordepedraspreciosas.A
suacabearan
geuquandoelaaergueu,a
corrosoaesc
orrer-lhedasarticulaes.
Elaprendeu
acorrenteredeenrolada
nasuacarapaa.
D-meoteusaco
disse.
Belvederelevouamoredeenchar-
cada,c
heiade
bivalvescrus,queescorria
paraasuapernanua.
Omeusaco?
,
tarefaparacompletar.
Nodeviamasf-lo.
Ovap
orergueu-sedosseusgrampos
easconchasabriram-se,assandonoseu
prpriomolhoenahumidadedasalgas
comqueeleforraraarede.
Cuidadosa-
mente,eladevolveu-lheosaco,tentando
noentornarolquido.
Cuidadoavisou.
Estquente.
Elepegoucautelosamentenosacoe
sentou-se,depernascruzadas,aosps
dela.Quandoafastouasalgas,osbivalves
jaziam,comojiasminsculas
laran-
ja-p
lido,rosa,amarelo,verdeeazulno
seuninh
odeUlvaverde-erva,aalface
domar.Provouumcomcautela,depois
comeou
asorvercomgrandedeleite,ati-
randoco
nchasemtodasasdireces.
Cometambmasalgasaconse-
lhouCha
lcedony.
Soricasemnutrien-
tesimportantes.
*
Quando
amarsubiu,Chalcedonysubiu
apraiacomosefosseumgrandecaran-
guejoencurvadoecomcincopernasam-
putadas.
Eraumafigurarotundaaoluar,
osseustesourosabanandoerestolhando
narede,tinindounsdeencontroaosou-
troscom
opedrasagitadasnumpunho
fechado.
Acrianaseguiu-a.
Deviasdormir
disseChalcedony,
quandoBelvedereseaquietoujuntodela
gramposeergueu-oporcimadacabe-
a.
Elegritou.
Aoprincpioelatemeu
t-lomagoado,masosgritostransfor-
maram-seemg
argalhadasantesdeelao
colocarnumas
alinciarochosainclinada
queolevariaao
cimodafalsia.
Iluminouasa
linciacomosseusfocos.
Sobe
disse,eelesubiu.
Eregressoudemanh.
*
Belvederecontinuouesfarrapado,mas
comaajudadeChalcedonyficoumaisro-
lio.Elacapturavaeassavapssarosmari-
nhosparaele,e
nsinou-oafazeremanter
fogueiraserebuscouassuasvastasbases
dedados,proc
urandosugestesparao
mantersaudvelenquantocresciapor
vezes,visivelmente,
fracesdemilme-
tropordia.Investigoueanalisouvegetais
marinhoseintimou-oacom-los,eele
ajudou-aareco
lhertesourosqueosma-
nipuladoresdelanoconseguiamagarrar.
Algumasdasco
ntasdosnaufrgioseram
quentesefaziamosdetectoresderadia-
odeChalced
onyfuncionaraoralenti.
Noeramuma
ameaaparaelamas,pela
primeiravez,d
eitou-asfora.
Tinhaum
aliadohumano;oseuprogramaexigia-lhe
queomantivessesaudvel.
Elacontou-lh
ehistrias.Asuabibliote-
caeravastaerepletadehistriasdeguerra
edehistriasac
ercadeveleirosedenaves
aosseus
tesouros.Cortouarameapartir
delatoresgatado,enfiou-lheascontase
fabricouelosqueentrelaounasgrinaldas.
Foiumaexperinciadeaprendizagem.
Aoprincpio,oseusentidoestticono
estavades
envolvidoeelafaziaedesfazia
muitasd
ziasdecombinaesdecon-
tasatencontrarumaquelheagradasse.
Almdeserprecisoqueasformaseas
coresficassemequilibradas,haviadifi-
culdadesestruturais.Primeiro,ospesos
eramdiferentes,eosfiosficavamtortos.
Depois,oselostorciam-seesoltavam-see
tinhamde
serfeitosdenovo.
Trabalhoudurantesemanas.
Osme-
moriaistinhamsidoimportantespara
osaliadoshumanos,emboraelanunca
tivessecompreendidoasualgica.
No
podiacon
struirumtmuloparaosseus
colegas,m
asosmesmosarquivosquelhe
forneciam
ashistriasqueBelvederelam-
biacomoumgatoalamberleite,transmi-
tiam-lheo
conceitodejoalhariadeculto
funerrio.
Elanopossuaqualquerdes-
pojofsicodosseusaliados,nemfiosde
cabelo,ne
mpedaosderoupa,masno
seriamas
jiasdosnaufrgiossuficientes
paraumtesouro?
Onico
dilemaeraquemusariaasjias.
Deviamserparaumherdeiro,a
lgumque
guardasse
memriasgratasdosfalecidos.
EChalced
onypossuaregistosdosparen-
Enterrouoscor
p
osnapra
poisestavaprogr
amadap
trata
r
respeitosamenteosi
mortos,cumprindoosprot
daguerra.
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
19/41
1
-
doemOutubro,quandoosdiascome-
aramaficar
maiscurtos.
Comeouo
41,paraachefeoperacionaldopeloto,
sargentoPatterson,oquelevavaoBuda
cinzento-azuladonofundoantesdo
pr-do-sol.N
oviaBelvederehalguns
dias,masisso
eranormal.N
oacabariao
colarnaquelanoite. *
Avozdele
acordou-adainactividade
comqueaguardavaosol.
Chalcedony?
Algoguinchouquandoelaacordou.Um
beb,
identificou,masaformaquente
nosseusbra
osnoeraadeumbeb.
Eraumco,umcachorrinho,umpastor
alemocomo
osquefaziamequipacom
tratadoresqu
eporvezestrabalhavam
protegeu
oanimalnosbraos.
Est
ferido.
Elareflectiu.
Queresqueotrate?
Elefezquesimeelaconsiderouaideia.
Precisariadosseusarmazenamentosin-
substituveisdeluzedeenergia.Antibi-
ticos,coagulanteseprovisescirrgicas,
eoanim
alpodia,mesmoassim,morrer.
Masosceseramvaliosos;elasabiaque
ostratadoresostinhamemgrandeestima,
aindamaiorqueaestimadosargentoPat-
tersonporChalcedony.Nasuabiblioteca,
haviaficheirosdemedicinaveterinria.
Acendeu
osfocoseprocurouosfichei-
ros.
*
Acabo
uantesdeamanhnascerede
assuasc
lulasseesgotarem.Porpouco.
Quando
oSolselevantoueocachor-
rinhorespiravaconfortavelmente,com
ocorte
aolongodaancacosidoea
hemorra
giasaturadacomantibiticos,
elavolto
uadedicar-seaoltimocolar.
Teriade
trabalharrapidamente,eoco-
lardos
argentoPattersoncontinhaas
contasm
aisfrgeisebelas,aquelasque
Chalcedonytiveramaismedodepartir
eporissoguardaraparaofim,quando
tivessem
aisexperincia.
Osseu
smovimentostornaram-semais
lentos,maislaboriosos,medidaque
odiapassava.Osolnoaalimentavao
suficienteparasubstituirosgastosda
noiteanterior.Mas,contaapsconta,o
colarcre
sceupedacinhosdepeltre,de
cermica
,devidroedemadreprola.
E
oBudadecalcednia,porqueosargento
PattersonforaooperadordeChalcedony.
QuandooSolseaproximavadoznite,
Chalcedonycomeouatrabalharmaisde-
pressa,aproveitandoummpetodeener-
gia.Oc
achorrodormiasuasombra,
depoisd
edevorarosrestosdeaveque
Belvederelhedera,quandoBelvederesu-
biuaroc
haeseagachouaoladodapilha
decolare
sterminados.
Ten
sde
ofazer
porm
im.
Encontrar
pesso
aspara
recor
daras
hist
rias.
Encontrar
pesso
aspara
lhesfalardo
meu
peloto.
.
aqui.Inseriuoutra
contanacorrente,fechou
oeloeendureceuometalcomomanipu-
ladorfino.
Nopodessairdapraia.Nosca-
pazdesubir.
Ociosamente
,elepegounumcolar,o
deRodale,eestendeu-oentreasmos,de
maneiraqueascontasapanhassemluz.
Oselostiniram
suavemente.
BelvedereficoucomelaenquantooSol
desciaeosmov
imentosdelaficavammais
lentos.Nessem
omento,trabalhavaquase
completamente
aenergiasolar.Coma
noite,voltariaa
ficarquiescente.Quando
chegassemastempestades,asondasrola-
riamsobreelaenemmesmooSolvolta-
riaaacord-la.
Tensdeir
disseela,
comosgramposimveissobreocolar
quasepronto.D
epois,mentiu:Note
queroaqui.
Esteparaquem?perguntouele.
Lembaixo,napraia,ocachorroergueu
acabeaelatiu.
Garner
respon-
deuela,edepo
isfalou-lhedeGarner,e
Antony,edeJavez,Rodriguez,Patterson,
WhiteeWosczyna,atestartoescuro
queasuavoze
visofalharam.
*
Demanh,elepsocolaracabadode
Pattersonnos
gramposdeChalcedony.
Deviaterestadoatrabalhardurantea
noite,
luzdafogueira.
Noconsegui
endureceroselos
disse,quandooco-
locousobreosseusgrampos.
Silenciosamente,elaf-lo,umaum.O
cachorrinhoestavadep,acoxear,
fa-
rejandoemtornodabasedarochaela-
drandosondas,saves,aumcaranguejo
apressado.Qua
ndoChalcedonyacabou,
colocouocola
remtornodosombros
deBelvedereeeleficoumuitoquieto.T
i-
nhaplosmaciosnasfaces.OsMarines
homensbarbea
vam-sesemprebemeas
mulheresnotinhamplosnorosto.
Dissesteq
ueeraparaSirKay.
-
-
.
Resplande
ciam.
Conta-meahistriadeRodale
pediu
ela,percorrendoocolarsua-
vementecomogrampo.
Elecontou-a,
maisoum
enos,commetadedahistria
deRoland
oedeOlivermisturadas.De
qualquermaneira,comoeleacontou,
eraumah
istriabastanteboa.Pelome-
nos,naop
iniodela.
Levaoscolares
disseela.
Leva-os.S
ojoalhariafnebre.D-osao
povoeco
nta-lhesassuashistrias.De-
vemserentreguessgentes,querecorda-
roehonraroosmortos.
Eon
dequeeuencontroessagen-
te?perguntouele,carrancudo,cruzan-
doosbra
os.
Noestonapraia.
No
concordouela.
Noes-
to.Tersdeosprocurar.
*
Masele
noqueriadeix-la.E
leeoco
percorrera
mapraiaparaafrenteepara
trsmedidaquearrefecia.Eladormia
cadavezmaistempoemaisprofunda-
mente,po
isongulobaixodoSolno
erasuficie
nteparaaacordar,exceptoao
meio-dia.Vieramastempestadese,como
amesaderochacortavaapulverizao,
aguasalgadaendureceu-lheasarticu-
laes,em
bora,porenquanto,nolhe
tivessecorrodooprocessador.Jnose
mexiae,m
esmoluzdodia,raramente
falava,eB
elvedereeocachorrousavam
asuacarapaaearochacomoabrigo,o
fumodas
suasfogueirasenegrecendo-lhe
abarriga.
Elaestavaaacumularenergia.
Emme
adosdeNovembro,tinhasu-
ficiente.E
sperouefaloucomBelvedere
quandoelevoltoucomocodosseus
passeios.
Tensdeir
disse-lhe,e
quandoeleabriuabocaparaprotestar,
acrescento
u,
Estnahoradepartires
natuaerrncia.
Estende
uamoparaocolardePat-
terson,queeleusavacomduasvoltasem
7/23/2019 Elfo Negro.pdf
20/41
1
inhadescobertadofandom
daficocientficano
Reino
ou,literalmente,em
casa.Omeupaium
grand
efde
ocientfica,ecrescirodeadodeumabibliotecam
assiva
grandementeem
ficocientfica,
fantasiaeromancesde
dealgumpolicialnasmargens.Foiumaeduca
obas-
oriadaspessoas,osclssicossoShakespeareeC
harles
sa,
foram
H.G.Wells,
JulesVerne,E.E.DocS
mithe
ualquermodo,euculpoomeupaiporteracabadocomo
tstico.Elecu
lpaosamericanosquandoeleain
daera
iavam
naviosdeliberdadecheiosdearmas,munies
m
aGr
-BretanhaalutarnaIIGuerraMundial.Tam-
ualmenteperigosonosporesdecarga.Milhare
semi-
aserviremdelastro,quetinham
queser
descarr
egadas
gem
devolta
acasarodeadosdesubmarinosalemes.
gStorieseAstoundingScienceFictioneram
oferecidas
aosmidosinglesesnasdocas,recrutandoumnovop-
coaindaantesdopcausadopelosataquesdos
msseis
rraverdejant
eeprazenteira.
GR
A
F
O
DE
M
IC
HA
E
L
M
O
O
R
C
O
C
K
ipararsconvenesdeficocientficasquaisera
levado
NOUTRO
S
N
ETA
S
iste
vidan
outros
planetas
e
quere
mos
que
h
par
a
sabersobreela
.
Aquidamos
mbros
activos
de
fandoms
internacionais
privilgio
de
partilharconnosco
as
suas
como
edit
ores
,
autores
,
fs
,
blogg
ersou
res
.
Neste
nmero:StephenHunt*
comumaespad
avivaemalvola.
Desdeento
tenhoassistidoa
todasasWorld
conrealizadasno
ReinoUnido.
Imensosamerica-
nosecanadianostambmpartici-
pam,bemcomoumnmerosau-
dveldeeuropeuscontinentais,
elevandoosnmerosparadoisou
trsmil.Tambmtentoassistir
maioriadasEasterConacon-
venodeficocientficadoRei-
noUnido.Esta
frequentadapor
cercademilpes
soas,seincluirmos
osvisitantesde
passagem.
M
E
GA
-HIP
E
R
-S
UP
E
R
C
O
NV
E
N
E
S
Detodososgnerosliterrios,a
fantasiaefico
cientficadeu-me
aimpressode
teracomunidade
defsmaisac
tivanoquecon-
cerneorganizaodeeventos
eencontros.Apenasognero
docrimeseaproximanoReino
Unido,emesm
oento,afico
cientficanoe
ncontrarivalpela
extensoediv
ersidadedassuas
convenes.D
eumlado,temos
eventosprofissionais,comoo
SFX
Weeken
der,organizado
pelasofisticad
arevistadesci-
fi,
SFX.
Esteumeventoque
contacomapresenademuitas
estrelasdecinemaeteleviso,
bemcomode
zenasdeautores
best-sellersdentrodognero.
Depoistemososeventosanuais
geridosporfs,comoEasterCon
eassuasequivalentesregionais,
comoporexem
plo,oPicoconde
LondresnoIm
perialCollege.Po-
demosencontrartambmoutro
tipodeeventosmaisespecficos,
comooWadfestemNottingham,
sistncianaCom
icContambm
podealcanarestesnmerosar-
rasadores.Muito
sfsbritnicos
aproveitamasd
atasdestesdois
eventos,para,ahem,t
irarumasf-
riasnosEUA(bo
m,
dessaforma
quenosjustificamosperanteas
nossasmulheres,
maridosecrian-
as).
Attemos
anossaprpria
cerimniadescares,osprmios
ArthurC.
Clarke,queserealiza
todosanosnum
cinemaluxuoso
deLondresem
paralelocomo
SciFiLondonFilmFestival.Aqui,
osactoresdeHollywoodconvida-
dosparaoeventosentam-selado
aladocomedito
resdogneroe
autoresparaassistiraoprmio
quegalardoaanualmenteome-
lhorromancede
ficocientfica
naGr-Bretanha.Quemelembre,
estedospoucoseventosdealto
nvelondealgum
aspessoasusam
smokings,enquantooutrasusama
armaduracompletadeumImperial
Stormtrooper!
O
P
ON
TO
DE
V
IS
TA
D
O
A
UTO
R
Comoautoratrabalharnoseu
sextoromance
paraaHarper-
Collins,tenhoagoraaoportunida-
dedeassistiramuitosdesteseven-
tosdoladodopalco.O
ladoner-
voso,ondedoupormimprprioa
piscarosolhosn
asemi-escurido
perantecentenas
deleitoressenta-
dos,quesededic
amtradiode
lanarperguntasaoautornofinal
dasesso.Omaispreocupante
ofactodeamaioriadosinterro-
gadoreslembrar-sedoslivrosme-
lhordoqueoprprioescritor,e
nohesitaroem
empalaroautor
Stephen
asminhas
edo-meu
paraentrar
suoreinter
aumaaudi
valhaapen
F
Seofando
nossogner
semdvida,
vidoaofact
lnguaingles
comunidade
amantesde
fantasiacom
americanos,
lianoseneo
osmesmos
Facebook,se
dosoutros,
nasmesmas
mosaosm
(Dr.Who,
MadMax,e
mosromanc
orgeR.R.M
esperoeu,eu
Tendoob
balhoquea
tuguesa,Sa
temfeitop
loucurapel
leitoresport
vepresente
2010),ser
detempoa
sociedaded
regularesse
bonenseso
asestranhas
Hunt.
bo
*
TraduodeSafaaDib
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3
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rescomo
ewg
one,
uer
msou
r.
orazam
um
confrontosemanalcomum
imaginrioapreto-e-branco,e
emdetalhesdosseusgenricos
podemosencontrarumperfeito
contextovisualparaalgumasdas
capasdeJames,comumpendor
paraaabstracoq
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