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EDUCAÇÃO BILINGUE EDUCAÇÃO BILINGUE PARA SURDOSPARA SURDOS

Professora: Eliane Oliveira de Professora: Eliane Oliveira de AlmeidaAlmeida

[email protected]

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BILINGUISMOBILINGUISMO

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BILINGUISMOBILINGUISMO

CASO DOS SURDOSCASO DOS SURDOS

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Pauta de trabalhoPauta de trabalho

A situação bilíngue dos surdosA situação bilíngue dos surdos

O surdo e a aquisição da linguagemO surdo e a aquisição da linguagem

O papel da língua materna/natural no O papel da língua materna/natural no

desenvolvimento da pessoa surda.desenvolvimento da pessoa surda.

O direito de ser bilíngueO direito de ser bilíngue

Proposta educacional bilíngueProposta educacional bilíngue

Os diferentes contextos da Educação bilíngue Os diferentes contextos da Educação bilíngue

no Brasilno Brasil

O desafio da inclusãoO desafio da inclusão

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BILINGUISMOBILINGUISMO

• Situação linguística que envolve o uso Situação linguística que envolve o uso de duas línguas distintas na de duas línguas distintas na comunicação.comunicação.

L1- Língua maternaL1- Língua materna

L2- Língua estrangeiraL2- Língua estrangeira

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Quando falamos de bilínguismo no Quando falamos de bilínguismo no campo da educação de surdos, estamos campo da educação de surdos, estamos nos referindo ànos referindo à

existência de duas línguas no ambiente existência de duas línguas no ambiente do surdo do surdo

e estamos, ao mesmo tempo, e estamos, ao mesmo tempo, reconhecendo que os reconhecendo que os surdos vivem surdos vivem em uma situação bilíngüe.em uma situação bilíngüe.

• L1- Língua natural - librasL1- Língua natural - libras

• L2- Língua oficial do país – L. PortuguesaL2- Língua oficial do país – L. Portuguesa

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Por que o português é considerado Por que o português é considerado uma segunda língua para os surdos se uma segunda língua para os surdos se eles nasceram no Brasil?eles nasceram no Brasil?

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A primeira língua da criança, em A primeira língua da criança, em termos psicolingüísticos, é sempre uma termos psicolingüísticos, é sempre uma Língua Natural.Língua Natural.

Língua Natural:Língua Natural: é aquela aprendida é aquela aprendida sem barreiras de qualquer ordem para sem barreiras de qualquer ordem para sua aquisição, são aprendidas sua aquisição, são aprendidas naturalmente, bastando estar em naturalmente, bastando estar em contato com as pessoas que a utilizam.contato com as pessoas que a utilizam.

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– Para crianças ouvintes: línguas orais-Para crianças ouvintes: línguas orais-auditivas.auditivas.

– Para crianças surdas: línguas de modalidade Para crianças surdas: línguas de modalidade visual-espacial.visual-espacial.

Diferença na modalidade de recepção e Diferença na modalidade de recepção e produção de L1 e L2produção de L1 e L2

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L1 L1•Aquisição espontânea;•Ambiente natural;•É adquirida não aprendida;•A aquisição é essencial

L2 L2•Aquisição formal, ambiente artificial;•Requer metodologias de ensino, pois é aprendida;•A aquisição é opcional

DIFERENÇAS ENTRE L1 E L2

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Em função da perda auditiva as crianças Em função da perda auditiva as crianças

surdas não se apropriam de maneira surdas não se apropriam de maneira

natural das linguas de modalidade oral-natural das linguas de modalidade oral-

auditiva.auditiva.

há um impedimento biológico para a há um impedimento biológico para a

aquisição da L. portuguesa pelos aquisição da L. portuguesa pelos

surdossurdos

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A aprendizagem da Língua Portuguesa A aprendizagem da Língua Portuguesa pela criança surda ocorrerá em um pela criança surda ocorrerá em um processo formal com metodologias processo formal com metodologias específicas e professores específicas e professores especializados.especializados.

– LL11 – Língua natural ou materna. – Língua natural ou materna.

– LL22 – Língua Portuguesa: oral, escrita. – Língua Portuguesa: oral, escrita.

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Primeiras experiências Primeiras experiências linguísticas linguísticas

crianças surdas crianças surdas

e ouvintese ouvintes

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Crianças ouvintes:Crianças ouvintes:– Desde o nascimento, recebem informações Desde o nascimento, recebem informações

interagindo em sua língua materna/natural interagindo em sua língua materna/natural na família e em outros espaços de na família e em outros espaços de formação.formação.

– A língua materna/natural lhes permite:A língua materna/natural lhes permite:

• Ter acesso às mais variadas informações;Ter acesso às mais variadas informações;

• A construir hipóteses, categorizações, A construir hipóteses, categorizações, generalizações e conhecimento sobre o generalizações e conhecimento sobre o mundo;mundo;

• Desenvolver juízos de valor;Desenvolver juízos de valor;

• Permite sua identificação cultural com Permite sua identificação cultural com seu grupos de referência.seu grupos de referência.

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Crianças surdas – pais ouvintes:Crianças surdas – pais ouvintes:• Interações limitadas à poucos gestos Interações limitadas à poucos gestos

naturais, que reduzem enormemente as naturais, que reduzem enormemente as trocas simbólicas com o meio.trocas simbólicas com o meio.

• O conhecimento sobre o mundo e as O conhecimento sobre o mundo e as operações cognitivas que se estabelecem operações cognitivas que se estabelecem são limitadas, já que não são significados são limitadas, já que não são significados e mediados por uma língua.e mediados por uma língua.

• O sentimento de identificação com seus O sentimento de identificação com seus pares, tão necessários ao fortalecimento pares, tão necessários ao fortalecimento de sua identidade surda, é inexistente, de sua identidade surda, é inexistente, originando problemas emocionais.originando problemas emocionais.

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A situação de carência de estímulos para A situação de carência de estímulos para o desenvolvimento da linguagem, o desenvolvimento da linguagem, acarretam problemas:acarretam problemas:

•Na formação e interiorização de conceitos, Na formação e interiorização de conceitos, abstração, raciocínio hipotético-dedutivo, abstração, raciocínio hipotético-dedutivo, entre outras funções psicológicas mediadas entre outras funções psicológicas mediadas pela linguagem.pela linguagem.

““É imenso o abismo que separa o universo de É imenso o abismo que separa o universo de vivências e representações entre uma vivências e representações entre uma

criança ouvinte e uma surda, sendo a criança criança ouvinte e uma surda, sendo a criança surda filha de pais ouvintes, para qual não surda filha de pais ouvintes, para qual não foi oportunizado o acesso precoce a uma foi oportunizado o acesso precoce a uma

língua natural”língua natural”

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• Crianças surdas – pais surdos:Crianças surdas – pais surdos:

– Interações significativas com a L.S.;Interações significativas com a L.S.;

– Desenvolvimento lingüístico e cognitivos Desenvolvimento lingüístico e cognitivos seguindo as mesmas etapas com a mesma seguindo as mesmas etapas com a mesma qualidade das crianças ouvintes.qualidade das crianças ouvintes.

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ASSIM…ASSIM…

Pais ouvintes de crianças surdas Pais ouvintes de crianças surdas devem aprender o quando antes, e devem aprender o quando antes, e da melhor maneira possível a língua da melhor maneira possível a língua dos sinais, que lhes permitirá dos sinais, que lhes permitirá comunicar-se com seu filho, comunicar-se com seu filho, ofertando-lhe um ambiente ofertando-lhe um ambiente lingüístico favorável à comunicação.lingüístico favorável à comunicação.

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A criança surda e a aquisição da A criança surda e a aquisição da

linguagemlinguagem

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Período pré -linguísticoPeríodo pré -linguístico

balbuciobalbucio: balbucio manual e oral até por volta : balbucio manual e oral até por volta

de 6 m de 6 m

Balbucio manual: 14mBalbucio manual: 14m

GesticulaçãoGesticulação

((Não apresent a organização interna)Não apresent a organização interna)

Balbucio quirológicoBalbucio quirológico

( ( combinações que fazem parte do sistema articulatório da LS.)combinações que fazem parte do sistema articulatório da LS.)

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• Bebês surdos e ouvintes realizam balbucio Bebês surdos e ouvintes realizam balbucio

oral e manual oral e manual

• Em um determinado estágio desenvolvem Em um determinado estágio desenvolvem

o balbucio em apenas uma das o balbucio em apenas uma das

modalidadesmodalidades..

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As semelhanças encontradas nas duas As semelhanças encontradas nas duas

formas de balbuciar sugerem haver no ser formas de balbuciar sugerem haver no ser

humano uma humano uma capacidade linguística capacidade linguística

que sustenta a aquisição da que sustenta a aquisição da

linguagem linguagem

independente da modalidade da língua independente da modalidade da língua

oral-auditiva ou espacial-visualoral-auditiva ou espacial-visual

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Período LinguísticoPeríodo Linguístico

Estágio de um sinal – 12m a 2aEstágio de um sinal – 12m a 2a

• Crianças surdas produzem as primeiras palavras Crianças surdas produzem as primeiras palavras

entre o 5 a 7 m.entre o 5 a 7 m.

• Começam a nomear as coisasComeçam a nomear as coisas

• Aprendem a relacionar o sinal com os objetosAprendem a relacionar o sinal com os objetos

• Articulam os sinais com erros nos parâmetrosArticulam os sinais com erros nos parâmetros

• Os sinais não são flexionados – formas Os sinais não são flexionados – formas

congeladascongeladas

• Não fazem uso dos dispositivos indicativos em LSNão fazem uso dos dispositivos indicativos em LS

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Período LinguísticoPeríodo Linguístico

Estágio das primeiras combinações Estágio das primeiras combinações 2 a2 a

• forma sentenças simples usando a ordem forma sentenças simples usando a ordem

sv,vo ou svo. sv,vo ou svo.

• começa a usar o sistema pronominal, mas de começa a usar o sistema pronominal, mas de

forma inconsistente (omissão)forma inconsistente (omissão)

• apresenta erros de reversão pronominal ( eu apresenta erros de reversão pronominal ( eu

e você)e você)

• usa verbos sem flexionarusa verbos sem flexionar

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Estágio das Multiplas combinações: Estágio das Multiplas combinações:

3 anos3 anos

• Explosão de vocabulário Explosão de vocabulário

• Diferencia nome de verbosDiferencia nome de verbos

• Empilha os referentes não presentes em um Empilha os referentes não presentes em um

único lugar no espaço.único lugar no espaço.

• Usa flexão verbal generalizada, como se Usa flexão verbal generalizada, como se

todos pertencessem a classe dos dos verbos todos pertencessem a classe dos dos verbos

direcionaisdirecionais

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Estágio das Multiplas combinações: Estágio das Multiplas combinações:

4 anos4 anos

• A concordancia verbal ainda não é utilizada A concordancia verbal ainda não é utilizada

corretamentecorretamente

• Deixam de empilhar os referentes não presentes em um Deixam de empilhar os referentes não presentes em um

único ponto , porém, pode estabelecer mais de um ponto único ponto , porém, pode estabelecer mais de um ponto

no espaço para o mesmo referente.no espaço para o mesmo referente.

5 anos5 anos

• Dominio completo dos recursos morfologicos da linguaDominio completo dos recursos morfologicos da lingua

• Uso do verbo flexionado de forma adequadaUso do verbo flexionado de forma adequada

• Coloca e mantem um ponto no espaço para referentes Coloca e mantem um ponto no espaço para referentes

não presentes.não presentes.

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Pode-se concluir então…Pode-se concluir então…

Que o sistema de aquisisão das Língua de Que o sistema de aquisisão das Língua de

Sinais Sinais

são semelhantes ao sistema de aquisição são semelhantes ao sistema de aquisição

das línguas oraisdas línguas orais

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O papel da Linguagem no O papel da Linguagem no desenvolvimento da criança desenvolvimento da criança

surdasurda

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O papel da Linguagem no desenvolvimento O papel da Linguagem no desenvolvimento da criança surdada criança surda

1.1. Comunicar-se com seus pais e familiares o Comunicar-se com seus pais e familiares o mais cedo possível através da linguagem mais cedo possível através da linguagem ocorre grande parte do estabelecimento ocorre grande parte do estabelecimento de vínculos afetivos entre crianças/pais.de vínculos afetivos entre crianças/pais.

2.2. Desenvolver suas capacidades cognitivas Desenvolver suas capacidades cognitivas durante a infância.durante a infância.

3.3. Adquirir conhecimento sobre o mundo.Adquirir conhecimento sobre o mundo.4.4. Comunicar-se integralmente com o mundo Comunicar-se integralmente com o mundo

circundante.circundante.5.5. Pertencer culturalmente a dois mundos.Pertencer culturalmente a dois mundos.

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• Segundo Vygotsky:Segundo Vygotsky:– O desenvolvimento das funções O desenvolvimento das funções

psicológicas superiores, não é algo que psicológicas superiores, não é algo que ocorre “naturalmente” – requer mediação ocorre “naturalmente” – requer mediação cultura e um instrumento cultural. E o cultura e um instrumento cultural. E o mais importante desses instrumentos mais importante desses instrumentos culturais é a língua.culturais é a língua.

– Na educação dos surdos o instrumento Na educação dos surdos o instrumento cultural alternativo é a L.S. – uma língua cultural alternativo é a L.S. – uma língua que foi criada para e por eles.que foi criada para e por eles.

– Educar os surdos na L.S. é respeitar sua Educar os surdos na L.S. é respeitar sua diferença sua singularidade favorecendo diferença sua singularidade favorecendo seu desenvolvimento educacional, seu desenvolvimento educacional, cognitivo e social.cognitivo e social.

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A criança surda e o direito de A criança surda e o direito de crescer bilínguecrescer bilíngue

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A criança surda e o direito A criança surda e o direito de crescer bilingüede crescer bilingüe

• Se a L.S é uma língua natural Se a L.S é uma língua natural adquirida de forma espontânea pela adquirida de forma espontânea pela pessoa surda em contato com pessoa surda em contato com pessoas que usam essa língua e se a pessoas que usam essa língua e se a língua oral é adquirida de forma língua oral é adquirida de forma sistematizada, então as pessoas sistematizada, então as pessoas surdas tem o direito de ser ensinadas surdas tem o direito de ser ensinadas nas línguas de sinais.nas línguas de sinais.

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• Em nosso país, uma política Em nosso país, uma política lingüística para a língua brasileira de lingüística para a língua brasileira de sinais começa a ser instaurada por sinais começa a ser instaurada por meio legal.meio legal.

• A lei 10.436 de 2002 reconhece o A lei 10.436 de 2002 reconhece o estatuto lingüístico da L.S e, ao estatuto lingüístico da L.S e, ao mesmo tempo, assinala que esta não mesmo tempo, assinala que esta não pode substituir o português.pode substituir o português.

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• Recomendação atual do MEC/SEESP – Recomendação atual do MEC/SEESP – Constituição Federal – determina-se o Constituição Federal – determina-se o uso da língua portuguesa nas relações uso da língua portuguesa nas relações sociais, culturais, econômicas, jurídica sociais, culturais, econômicas, jurídica e nas instituições de ensino.e nas instituições de ensino.

• Sendo surdos cidadãos brasileiros tem Sendo surdos cidadãos brasileiros tem o direito de utilizar esta língua oficial o direito de utilizar esta língua oficial tão importante para o exercício de tão importante para o exercício de sua cidadania.sua cidadania.

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• O decreto 5626/2005 assinala que a O decreto 5626/2005 assinala que a Educação dos surdos no Brasil deve Educação dos surdos no Brasil deve ser bilíngüe, garantindo o acesso à ser bilíngüe, garantindo o acesso à Educação por meio da L.S e o ensino Educação por meio da L.S e o ensino da língua portuguesa como segunda da língua portuguesa como segunda língua.língua.

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Dec. 5626/05 - Dispõe ainda sobre:Dec. 5626/05 - Dispõe ainda sobre:

• A inclusão da libras como disciplina A inclusão da libras como disciplina curricular;curricular;

• A formação de professores de libras e A formação de professores de libras e instrutores de libras;instrutores de libras;

• O uso e a difusão da L.S e da L.P para O uso e a difusão da L.S e da L.P para acesso das pessoas surdas à educação;acesso das pessoas surdas à educação;

• A formação do tradutor interprete de A formação do tradutor interprete de libras-língua portuguesa;libras-língua portuguesa;

• A garantia e o direito á educação das A garantia e o direito á educação das pessoas surdas …pessoas surdas …

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• A A necessidade psicolingüística necessidade psicolingüística de de uma proposta bilíngüe está uma proposta bilíngüe está relacionada a concepção da gramática relacionada a concepção da gramática universal (CHOMSKY).universal (CHOMSKY).

• Se há um dispositivo de aquisição Se há um dispositivo de aquisição comum a todos ser humanos que comum a todos ser humanos que precisa ser acionado mediante a precisa ser acionado mediante a experiência lingüística positiva, a experiência lingüística positiva, a criança surda deve ter acesso a criança surda deve ter acesso a LIBRAS o quanto antes para acionar de LIBRAS o quanto antes para acionar de forma natural esse dispositivo.forma natural esse dispositivo.

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• SKUTNABB – KANGAS (1994) afirmam SKUTNABB – KANGAS (1994) afirmam que o nível ótimo de bilingüísmo deve que o nível ótimo de bilingüísmo deve ser o objeto educacional sobre direitos ser o objeto educacional sobre direitos humanos lingüísticos. Tais direitos humanos lingüísticos. Tais direitos devem garantir:devem garantir:

a)a) Que todos os seres humanos têm direito de Que todos os seres humanos têm direito de identificarem-se com uma língua materna e identificarem-se com uma língua materna e de serem aceitos e respeitados por isso;de serem aceitos e respeitados por isso;

b)b) Que todos tem o direito de aprender a língua Que todos tem o direito de aprender a língua materna completamente, nas suas formas materna completamente, nas suas formas oral (quando fisiologicamente possível) e oral (quando fisiologicamente possível) e escrita;escrita;

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c)c) Que todos tem o direito de usar a sua Que todos tem o direito de usar a sua língua materna em todas as situações língua materna em todas as situações oficiais (inclusive na escola);oficiais (inclusive na escola);

d)d) Que qualquer mudança que ocorra na Que qualquer mudança que ocorra na língua materna seja voluntária e nunca língua materna seja voluntária e nunca imposta;imposta;

e)e) Que todos os usuários de uma língua Que todos os usuários de uma língua materna não oficial em um país tem o materna não oficial em um país tem o direito de serem bilíngües.direito de serem bilíngües.

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Garantindo cada um desses Garantindo cada um desses direitos as crianças surdas direitos as crianças surdas brasileiras, ter-se-á o brasileiras, ter-se-á o delineamento de uma proposta delineamento de uma proposta bilíngüe.bilíngüe.

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Proposta Educacional Proposta Educacional BilíngueBilíngue

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Proposta Educacional Proposta Educacional BilingüeBilingüe

• O bilingüismo: língua oral/língua de sinais é O bilingüismo: língua oral/língua de sinais é a única via através da qual a criança surda a única via através da qual a criança surda poderá ser atendida em suas necessidades.poderá ser atendida em suas necessidades.

• Que tipo de bilingüismo:Que tipo de bilingüismo:

– Língua de Sinais-Língua Portuguesa: oral / escritaLíngua de Sinais-Língua Portuguesa: oral / escrita

Simultâneo ou sucessivoSimultâneo ou sucessivo

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Em cada criança as duas línguas Em cada criança as duas línguas exercerão papéis diferentes:exercerão papéis diferentes:

• Em algumas predominará a língua de Em algumas predominará a língua de sinais;sinais;

• Em outras predominará a língua oral;Em outras predominará a língua oral;• Em outras haverá um certo equilíbrio em Em outras haverá um certo equilíbrio em

identificar ambas as línguas.identificar ambas as línguas.

Podemos encontrar então, diferentes Podemos encontrar então, diferentes níveis de bilingüismo e biculturalismo.níveis de bilingüismo e biculturalismo.

Bicultural: significa identificar-se Bicultural: significa identificar-se culturalmente com duas comunidades culturalmente com duas comunidades lingüísticas.lingüísticas.

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O papel das Línguas na O papel das Línguas na Educação BilíngüeEducação Bilíngüe

• Língua de Sinais:Língua de Sinais:– Desempenha um papel importante no Desempenha um papel importante no

desenvolvimento cognitivo e social da desenvolvimento cognitivo e social da criança surda e permite a aquisição de criança surda e permite a aquisição de conhecimento sobre o mundo;conhecimento sobre o mundo;

– Permite à criança surda um Permite à criança surda um desenvolvimento de sua identificação desenvolvimento de sua identificação com o mundo surdo;com o mundo surdo;

– Facilita a aquisição da língua, seja na Facilita a aquisição da língua, seja na modalidade escrita ou falada.modalidade escrita ou falada.

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• Língua Oral:Língua Oral:

– A língua oral, principalmente na sua A língua oral, principalmente na sua modalidade escrita será um meio modalidade escrita será um meio importante para a aquisição de importante para a aquisição de conhecimentos;conhecimentos;

– Permite à criança surda a possibilidade de Permite à criança surda a possibilidade de comunicação com ouvintes que não comunicação com ouvintes que não utilizam a L.S.;utilizam a L.S.;

– Oportuniza maior possibilidade de êxito Oportuniza maior possibilidade de êxito acadêmico e sucesso profissional.acadêmico e sucesso profissional.

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– A criança nasce imersa em relações sociais A criança nasce imersa em relações sociais que se dão na linguagem;que se dão na linguagem;

– Na criança surda esta imersão se torna Na criança surda esta imersão se torna restrita ou impossível, por depender de restrita ou impossível, por depender de recursos da audição;recursos da audição;

– Os problemas tradicionais apontados como Os problemas tradicionais apontados como característicos da pessoa surda são característicos da pessoa surda são produzidos por condições sociais. produzidos por condições sociais.

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Não há limitações cognitivas ou afetivas Não há limitações cognitivas ou afetivas inerentes à surdez, tudo depende das inerentes à surdez, tudo depende das

possibilidades oferecidas pelo grupo social possibilidades oferecidas pelo grupo social para o seu desenvolvimento, em especial para o seu desenvolvimento, em especial para a consolidação da linguagem (GÓES, para a consolidação da linguagem (GÓES,

1996).1996).

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• É nosso dever permitir à criança surda a É nosso dever permitir à criança surda a aquisição de duas línguas – a LS da aquisição de duas línguas – a LS da comunidade surda e língua oral da maioria comunidade surda e língua oral da maioria ouvinte.ouvinte.

• Para isso a criança deve ter contato com as Para isso a criança deve ter contato com as duas comunidades lingüísticas e deve sentir a duas comunidades lingüísticas e deve sentir a necessidade de usar ambas as línguas.necessidade de usar ambas as línguas.

• Optar apenas pela língua oral, devido aos Optar apenas pela língua oral, devido aos recentes avanços tecnológicos, é jogar com o recentes avanços tecnológicos, é jogar com o futuro da criança surda, arriscar seu futuro da criança surda, arriscar seu desenvolvimento cognitivo e negar-lhe a desenvolvimento cognitivo e negar-lhe a possibilidade de se identificar com os dois possibilidade de se identificar com os dois mundos aos quais pertence.mundos aos quais pertence.

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• Uma proposta educacional além de Uma proposta educacional além de ser bilíngüe, deve ser bicultural para ser bilíngüe, deve ser bicultural para permitir o acesso natural da criança permitir o acesso natural da criança surda à comunidade ouvinte e para surda à comunidade ouvinte e para que ela se reconheça como parte de que ela se reconheça como parte de uma comunidade surda.uma comunidade surda.

• Isso somente será possível quando os Isso somente será possível quando os educadores e surdos trabalharem educadores e surdos trabalharem juntos.juntos.

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Considerando o aspecto Considerando o aspecto psicossocial, a criança surdapsicossocial, a criança surda

• irá integrar-se satisfatóriamente a irá integrar-se satisfatóriamente a comunidade ouvinte somente se tiver comunidade ouvinte somente se tiver uma uma identificação bastante sólida identificação bastante sólida com seu grupocom seu grupo, caso contrário, ela , caso contrário, ela terá dificuldade tanto numa terá dificuldade tanto numa comunidade como na outra, comunidade como na outra,

• apresentando limitações sociais e apresentando limitações sociais e lingüísticas, algumas vezes lingüísticas, algumas vezes irreversíveis.irreversíveis.

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Quanto ao ensino da língua Quanto ao ensino da língua portuguesaportuguesa

• baseia-se em técnicas de segundas baseia-se em técnicas de segundas línguas. línguas.

• tais técnicas partem das habilidades tais técnicas partem das habilidades interativas e cognitivas adquiridas interativas e cognitivas adquiridas pelas experiências naturais com a pelas experiências naturais com a LIBRAS.LIBRAS.

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• A criança surda filha de pais ouvintes A criança surda filha de pais ouvintes nasce num ambiente que não nasce num ambiente que não favorece o desenvolvimento de sua favorece o desenvolvimento de sua primeira língua.primeira língua.

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O DESAFIO…O DESAFIO…

Como uma criança surda, filha de Como uma criança surda, filha de pais ouvintes que nunca viram a pais ouvintes que nunca viram a língua de sinais , não conhecem língua de sinais , não conhecem pessoas surdas e nem imaginam o pessoas surdas e nem imaginam o que fazer para comunicar-se com seu que fazer para comunicar-se com seu filho, vai adquirir sua primeira língua?filho, vai adquirir sua primeira língua?

GrGr

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A proposta bilíngüe deve considerar essa A proposta bilíngüe deve considerar essa situaçãosituação

• ofertando ofertando contato com surdos contato com surdos adultos adultos na mais tenra idade no na mais tenra idade no ambiente escolar, com objetivo de ambiente escolar, com objetivo de desenvolver a linguagem e o desenvolver a linguagem e o pensamento da criança surda, pensamento da criança surda,

• assim será possível o ensino de uma assim será possível o ensino de uma segunda língua, caso contrário, não segunda língua, caso contrário, não terá chances de apresentar um domínio terá chances de apresentar um domínio razoável da língua portuguesa.razoável da língua portuguesa.

Page 55: Eliane EducaçãO BilingüE

• Vale ressaltar que o domínio da Vale ressaltar que o domínio da língua natural, apesar de essencial, língua natural, apesar de essencial, não garante o acesso a uma segunda não garante o acesso a uma segunda língua.língua.

• O domínio de LO domínio de L11 apesar de ser apesar de ser pressuposto para o ensino de Lpressuposto para o ensino de L22, não , não parece ser suficiente para o processo parece ser suficiente para o processo de aquisição de Lde aquisição de L22 se concretize. se concretize.

Page 56: Eliane EducaçãO BilingüE

Fatores que podem determinar o Fatores que podem determinar o processo de aquisição de L2:processo de aquisição de L2:

• a idade do diagnóstico;a idade do diagnóstico;

• A metodologia utilizada;A metodologia utilizada;

• A idade de aquisisão de L1 e contato A idade de aquisisão de L1 e contato com L2;com L2;

• Envolvimento familiar;Envolvimento familiar;

• Fatores afetivosFatores afetivos

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Fatores que podem determinar o Fatores que podem determinar o processo de aquisição de L2:processo de aquisição de L2:

• AmbienteAmbiente

• InteraçãoInteração

• Interesse do alunoInteresse do aluno

• Práticas sociaisPráticas sociais

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• Quanto o ensino da língua oral, Quanto o ensino da língua oral, deveria centralizar-se mais na deveria centralizar-se mais na aquisição de conceitos e aquisição de conceitos e desenvolvimento do sistema desenvolvimento do sistema semântico, processo através do qual semântico, processo através do qual a forma seria mais facilmente a forma seria mais facilmente apreendida pelo surdo. apreendida pelo surdo.

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Formas de bilinguismo. Formas de bilinguismo.

• Modelo sucessivoModelo sucessivo: ensino de L2 : ensino de L2 apenas após aquisisão de L1apenas após aquisisão de L1

• Modelo simultâneoModelo simultâneo: L1 e L2 : L1 e L2 apresentadas simultaneamente, em apresentadas simultaneamente, em momentos linguísticos distintosmomentos linguísticos distintos

Page 60: Eliane EducaçãO BilingüE

• O objetivo educacional do enfoque O objetivo educacional do enfoque bilíngue, seria que o indivíduo surdo bilíngue, seria que o indivíduo surdo fosse capaz de comunicar-se através fosse capaz de comunicar-se através das das duas línguas, utilizando-as em duas línguas, utilizando-as em situações linguísticas distintas.situações linguísticas distintas.

• videovideo

Page 61: Eliane EducaçãO BilingüE

O Bilínguismo Praticado O Bilínguismo Praticado no Brasilno Brasil

Page 62: Eliane EducaçãO BilingüE

• Primeiro país a implantar a educação Primeiro país a implantar a educação bilíngüe para surdos – Suécia – início bilíngüe para surdos – Suécia – início dos anos 80.dos anos 80.

• Expandiu-se para: EUA, Alemanha, Expandiu-se para: EUA, Alemanha, Rússia, Bélgica, Dinamarca, Uruguai, Rússia, Bélgica, Dinamarca, Uruguai, Venezuela e Colômbia.Venezuela e Colômbia.

• No Brasil foi instituída na década de No Brasil foi instituída na década de 90, vem se desenvolvendo de forma 90, vem se desenvolvendo de forma incipiente, à partir da introdução de incipiente, à partir da introdução de intérpretes de LIBRAS e educadores intérpretes de LIBRAS e educadores surdos.surdos.

Page 63: Eliane EducaçãO BilingüE

No contexto atual a Educação No contexto atual a Educação Bilíngüe deveria contemplar um Bilíngüe deveria contemplar um projeto educacional projeto educacional que tenha que tenha como princípio norteador como princípio norteador

• a utilização da L.S, em a utilização da L.S, em todos os todos os contextos de aquisição de acesso contextos de aquisição de acesso à informação, à informação,

• seguida da aprendizagem da língua seguida da aprendizagem da língua portuguesa, como segunda língua no portuguesa, como segunda língua no currículo escolar. currículo escolar.

Page 64: Eliane EducaçãO BilingüE

• O Bilinguismo praticado no Brasil no O Bilinguismo praticado no Brasil no caso dos surdos, é incipiente por caso dos surdos, é incipiente por inúmeras razões:inúmeras razões:

a)a) Ausência de uma política lingüística Ausência de uma política lingüística oficial e séria de preservação da LIBRAS;oficial e séria de preservação da LIBRAS;

b)b) Falta de uma política lingüística na Falta de uma política lingüística na escola que atribua à LIBRAS a qualidade escola que atribua à LIBRAS a qualidade de língua principal para o ensino – o que de língua principal para o ensino – o que requer professores surdos e ouvintes requer professores surdos e ouvintes fluentes em LIBRAS;fluentes em LIBRAS;

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c)c) Ausência de educadores surdos Ausência de educadores surdos contribuindo no planejamento e na contribuindo no planejamento e na execução das políticas educacionais;execução das políticas educacionais;

d)d) As fortes pressões exercidas pelos surdo As fortes pressões exercidas pelos surdo para o domínio do português; para o domínio do português;

e)e) Por força da política nacional de inclusão, Por força da política nacional de inclusão, alunos surdos tem que concluir seus alunos surdos tem que concluir seus estudos nas escolas monolíngües;estudos nas escolas monolíngües;

f)f) A confinação da LIBRAS a limitados A confinação da LIBRAS a limitados espaços sociais, contribuindo para seu espaços sociais, contribuindo para seu desconhecimento pela a sociedade.desconhecimento pela a sociedade.

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• Estudantes surdos ainda são Estudantes surdos ainda são discriminados em suas manifestações discriminados em suas manifestações em L.S e marginalizados por em L.S e marginalizados por avaliações arbitrárias em suas avaliações arbitrárias em suas produções escritas na língua produções escritas na língua portuguesa – Lportuguesa – L22..

• Sua diferença lingüística, manifestada Sua diferença lingüística, manifestada por um processo de comunicação por um processo de comunicação visual, que tem na LIBRAS sua visual, que tem na LIBRAS sua representação principal é ignorada.representação principal é ignorada.

Page 67: Eliane EducaçãO BilingüE

• As práticas metodológicas e As práticas metodológicas e avaliativas buscam, para eles os avaliativas buscam, para eles os mesmos resultados ou “desempenho” mesmos resultados ou “desempenho” esperado para os alunos ouvintes, esperado para os alunos ouvintes, desencadeando um processo de desencadeando um processo de expulsão.expulsão.

Page 68: Eliane EducaçãO BilingüE

• Não é apenas a mudança na língua Não é apenas a mudança na língua que são transmitidos os conteúdos, ou que são transmitidos os conteúdos, ou critérios de avaliação mais justos em critérios de avaliação mais justos em relação as diferenças lingüísticas que relação as diferenças lingüísticas que os surdos apresentam, os surdos apresentam,

• o que vai garantir ou orientar uma o que vai garantir ou orientar uma nova abordagem curricular, mas a nova abordagem curricular, mas a compreensão do sujeito surdo em sua compreensão do sujeito surdo em sua totalidade sócio-histórico-cultural e a totalidade sócio-histórico-cultural e a legitimação do seu “lugar” nas legitimação do seu “lugar” nas práticas sociais (FERNANDES, 1998).práticas sociais (FERNANDES, 1998).

Page 69: Eliane EducaçãO BilingüE

Alguns fatores que devem ser Alguns fatores que devem ser considerados na implantação da considerados na implantação da abordagem educacional bilíngüe-abordagem educacional bilíngüe-bicultural:bicultural:• O envolvimento de todos os O envolvimento de todos os

participantes da comunidade escolar e participantes da comunidade escolar e da comunidade surda, inclusive nas da comunidade surda, inclusive nas tomadas de decisão;tomadas de decisão;

• A formação de professores com A formação de professores com competência em Língua de Sinais, de competência em Língua de Sinais, de intérpretes de Línguas de Sinais e de intérpretes de Línguas de Sinais e de profissionais surdos;profissionais surdos;

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• A identificação da situação linguística da A identificação da situação linguística da comunidade escolar e das variantes locais comunidade escolar e das variantes locais das línguas de sinais, o conhecimento da das línguas de sinais, o conhecimento da gramática da língua de sinais e a produção gramática da língua de sinais e a produção de material didático para seu ensino;de material didático para seu ensino;

• A construção de uma metodologia para o A construção de uma metodologia para o ensino de segunda língua, que considere as ensino de segunda língua, que considere as interferências de língua de sinais na escrita interferências de língua de sinais na escrita da língua oral e o papel da interlíngua da língua oral e o papel da interlíngua produzida pelos surdos no processo de produzida pelos surdos no processo de aprendizagem da segunda língua, após a aprendizagem da segunda língua, após a aquisição da primeira língua;aquisição da primeira língua;

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• A problematização dos estereótipos, das A problematização dos estereótipos, das visões sobre os surdos e a surdez e das visões sobre os surdos e a surdez e das questões que envolvem as relações de questões que envolvem as relações de poder existentes entre as duas línguas;poder existentes entre as duas línguas;

• A posição política e ideológica frente a A posição política e ideológica frente a escola inclusiva;escola inclusiva;

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• Estabelecer as concepções de língua / Estabelecer as concepções de língua / linguagem e de ensino aprendizagem linguagem e de ensino aprendizagem presentes nos projetos de educação presentes nos projetos de educação bilíngüe também são fatores bilíngüe também são fatores relevantes:relevantes:

““A escolha da primeira língua de instrução não A escolha da primeira língua de instrução não pode ser encarada como o reconhecimento de pode ser encarada como o reconhecimento de uma deficiência por parte do aprendiz, uma uma deficiência por parte do aprendiz, uma minimização de sua capacidade intelectual, mas minimização de sua capacidade intelectual, mas sim como uma estratégia consciente de como sim como uma estratégia consciente de como alcançar os objetivos estabelecidos, levando-se alcançar os objetivos estabelecidos, levando-se em conta a função social da aprendizagem”.em conta a função social da aprendizagem”.

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O QUE PERCEBEMOS…O QUE PERCEBEMOS…

Continua-se a reproduzir velhas práticas Continua-se a reproduzir velhas práticas oralistas, com os mesmos objetivos e oralistas, com os mesmos objetivos e pressupostos, agregando a língua de pressupostos, agregando a língua de sinais ao processo educacional, sinais ao processo educacional,

a língua de sinais passa a ser tolerada a língua de sinais passa a ser tolerada pelos educadores, encarada como pelos educadores, encarada como panacéia para todos os problemas panacéia para todos os problemas educacionais dos surdos e mais um educacionais dos surdos e mais um “recurso” para o acesso a língua “mais “recurso” para o acesso a língua “mais importante”: a língua portuguesa.importante”: a língua portuguesa.

Page 74: Eliane EducaçãO BilingüE

Nesse sentido temos como Nesse sentido temos como conseqüência um conseqüência um pseudobilinguismopseudobilinguismo, no qual a língua , no qual a língua minoritária é apenas valorizada como minoritária é apenas valorizada como meio de acesso à verdadeira língua.meio de acesso à verdadeira língua.

A maior contradição no processo A maior contradição no processo educacional dos surdos é a “insistência educacional dos surdos é a “insistência metodológica” no aprendizado de Lmetodológica” no aprendizado de L22 sem que a maioria dos alunos surdos sem que a maioria dos alunos surdos tenha vivenciado experiências tenha vivenciado experiências lingüísticas por meio de Llingüísticas por meio de L11..

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Dentre as muitas premissas implicadas na Dentre as muitas premissas implicadas na implementação da educação bilíngüe para implementação da educação bilíngüe para surdos, apontam-se:surdos, apontam-se:

a)a) O reconhecimento político (não a tolerância) O reconhecimento político (não a tolerância) dos surdos como grupo que constrói aspectos dos surdos como grupo que constrói aspectos de sua identidade lingüística e cultural pelo uso de sua identidade lingüística e cultural pelo uso de uma língua natural – a língua de sinais – tal de uma língua natural – a língua de sinais – tal como outros grupos étnicos minoritários;como outros grupos étnicos minoritários;

b)b) O reconhecimento do estudo científico da O reconhecimento do estudo científico da língua de sinais e sua incorporação ao currículo língua de sinais e sua incorporação ao currículo escolar como língua principal na mediação das escolar como língua principal na mediação das atividades pedagógicas.atividades pedagógicas.

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c)c) A superação da perspectiva clínica na educação A superação da perspectiva clínica na educação de surdos, o que os submete a uma pedagogia de surdos, o que os submete a uma pedagogia terapêutica (de correção/normalização) nas terapêutica (de correção/normalização) nas práticas escolares;práticas escolares;

d)d) A ocupação do espaço prioritário dos adultos e A ocupação do espaço prioritário dos adultos e profissionais surdos no processo educacional, profissionais surdos no processo educacional, favorecendo a formação da identidade das favorecendo a formação da identidade das crianças e a vivência de aspectos culturais;crianças e a vivência de aspectos culturais;

e)e) O domínio efetivo da língua de sinais por parte O domínio efetivo da língua de sinais por parte dos professores de surdos, necessário ao dos professores de surdos, necessário ao encaminhamento de questões essenciais à encaminhamento de questões essenciais à prática pedagógica, como é o caso do prática pedagógica, como é o caso do aprendizado da língua portuguesa.aprendizado da língua portuguesa.

Page 77: Eliane EducaçãO BilingüE

• Há inúmeros fatores que devem ser Há inúmeros fatores que devem ser discutidos, repensados e discutidos, repensados e redimensionados no território escolar, redimensionados no território escolar, a fim de que tenhamos programas de a fim de que tenhamos programas de educação bilíngüe que permitam o educação bilíngüe que permitam o desenvolvimento do sujeito surdo desenvolvimento do sujeito surdo enquanto cidadão.enquanto cidadão.

Page 78: Eliane EducaçãO BilingüE

Diferentes Contextos da Diferentes Contextos da Educação BilíngueEducação Bilíngue

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• A educação bilíngüe vai apresentar A educação bilíngüe vai apresentar diferentes contextos dependendo das diferentes contextos dependendo das ações de cada município e de cada ações de cada município e de cada estado brasileiro.estado brasileiro.

• Alguns estados – escolas bilíngües – Alguns estados – escolas bilíngües – língua da instrução é L.S e língua língua da instrução é L.S e língua portuguesa é ensinado como Lportuguesa é ensinado como L22..

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• Em outros estados – LIBRAS –é a Em outros estados – LIBRAS –é a língua de instrução nas séries iniciais língua de instrução nas séries iniciais do ensino fundamental. Nas demais do ensino fundamental. Nas demais séries – a língua portuguesa – língua séries – a língua portuguesa – língua de instrução – presença de de instrução – presença de intérpretes de L.S nas salas de aula – intérpretes de L.S nas salas de aula – ensino da língua portuguesa, como ensino da língua portuguesa, como LL22, realizada em salas de recursos., realizada em salas de recursos.

Page 81: Eliane EducaçãO BilingüE

• Ainda há estados – serviços de Ainda há estados – serviços de intérprete de L.S estão presentes desde intérprete de L.S estão presentes desde o início da escolarização. Séries iniciais – o início da escolarização. Séries iniciais – intérpretes assumem função de intérpretes assumem função de professores – L.S como língua de professores – L.S como língua de instrução.instrução.

• Também, há estado – professores Também, há estado – professores desconhecem LIBRAS e a escola não desconhecem LIBRAS e a escola não tem estrutura ou recursos humanos para tem estrutura ou recursos humanos para garantir ao surdo o direito a educação, a garantir ao surdo o direito a educação, a comunicação e a informação.comunicação e a informação.

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• Independentemente do contexto de Independentemente do contexto de cada estado, a educação bilíngüe cada estado, a educação bilíngüe depende da presença de professores depende da presença de professores bilíngües. bilíngües.

• Assim, pensar em ensinar uma Assim, pensar em ensinar uma segunda língua pressupõe a segunda língua pressupõe a existência de uma primeira língua. existência de uma primeira língua.

• O professor que assumir essa tarefa O professor que assumir essa tarefa estará imbuído da necessidade de estará imbuído da necessidade de aprender a língua brasileira de sinais.aprender a língua brasileira de sinais.

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O que prevê a legislação:O que prevê a legislação:Decreto 5626/05Decreto 5626/05

                Art. 22.  As  instituições federais de Art. 22.  As  instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por meio da ou com deficiência auditiva, por meio da organização de:organização de:

                I - escolas e classes de educação I - escolas e classes de educação bilíngüe, abertas a alunos surdos e bilíngüe, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngües, na ouvintes, com professores bilíngües, na educação infantil e nos anos iniciais do educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental;ensino fundamental;

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Decreto 5626/05Decreto 5626/05

                                II - escolas bilíngües ou escolas II - escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos surdos e ouvintes, para os anos a alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio finais do ensino fundamental, ensino médio ou educação profissional, com docentes ou educação profissional, com docentes das diferentes áreas do conhecimento, das diferentes áreas do conhecimento, cientes da singularidade lingüística dos cientes da singularidade lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença alunos surdos, bem como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras - de tradutores e intérpretes de Libras - Língua Portuguesa.Língua Portuguesa.

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Decreto 5626/05Decreto 5626/05

•                § 1§ 1oo  São denominadas escolas ou classes de   São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe aquelas em que a Libras e a educação bilíngüe aquelas em que a Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no desenvolvimento de todo o de instrução utilizadas no desenvolvimento de todo o processo educativo.processo educativo.

•                 § 2§ 2oo  Os alunos têm o direito à escolarização em um   Os alunos têm o direito à escolarização em um turno diferenciado ao do atendimento educacional turno diferenciado ao do atendimento educacional especializado para o desenvolvimento de especializado para o desenvolvimento de complementação curricular, com utilização de complementação curricular, com utilização de equipamentos e tecnologias de informação.equipamentos e tecnologias de informação.

•                 § 3§ 3oo  As mudanças decorrentes da implementação   As mudanças decorrentes da implementação dos incisos I e II implicam a formalização, pelos pais e dos incisos I e II implicam a formalização, pelos pais e pelos próprios alunos, de sua opção ou preferência pela pelos próprios alunos, de sua opção ou preferência pela educação sem o uso de Libras.educação sem o uso de Libras.

•                 § 4§ 4oo  O disposto no § 2  O disposto no § 2oo deste artigo deve ser deste artigo deve ser garantido também para os alunos não usuários da Libras.garantido também para os alunos não usuários da Libras.

Page 86: Eliane EducaçãO BilingüE

Decreto 5626/05Decreto 5626/05

•                    Art. 23.  As instituições federais de ensino, de Art. 23.  As instituições federais de ensino, de educação básica e superior, devem proporcionar aos alunos educação básica e superior, devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação.educação.

•                 § 1§ 1oo  Deve ser proporcionado aos professores acesso à   Deve ser proporcionado aos professores acesso à literatura e informações sobre a especificidade lingüística do literatura e informações sobre a especificidade lingüística do aluno surdo.aluno surdo.

•                 § 2§ 2oo  As instituições privadas e as públicas dos sistemas   As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação. à educação.

•     

Page 87: Eliane EducaçãO BilingüE

–CLASSE CLASSE

REGULAR APOIO REGULAR APOIO ESCOLA ESCOLA

ESPECIAL e/ou ESPECIAL e/ou INTÉRPRETEINTÉRPRETE

ESCOLA ESCOLA

Especial, Especial,

para/de surdospara/de surdos

–CLASSE CLASSE REGULAR APOIO REGULAR APOIO

CAES e/ou CAES e/ou INTÉRPRETEINTÉRPRETE

–PERAEPERAE

–Programa de Escolaridade Programa de Escolaridade Regular com Atendimento Regular com Atendimento

EspecializadoEspecializado

–(classes bilíngües(classes bilíngües))

–Bilingüismo?Bilingüismo?

–INCLUSÃOINCLUSÃO

–INCLUSÃOINCLUSÃO

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O Desafio da InclusãoO Desafio da Inclusãodo aluno surdo na escola do aluno surdo na escola

comumcomum

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Politica Nacional da Educação Especial Politica Nacional da Educação Especial Perspectiva da Educação Perspectiva da Educação Inclusiva/2008Inclusiva/2008

• Para a inclusão dos alunos surdos, nas escolas comuns, a Para a inclusão dos alunos surdos, nas escolas comuns, a educação bilíngüe – Língua Portuguesa/LIBRAS, desenvolve o educação bilíngüe – Língua Portuguesa/LIBRAS, desenvolve o ensino escolar na ensino escolar na Língua Portuguesa e na língua de Língua Portuguesa e na língua de sinais, sinais, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua de modalidade escrita para alunos surdos, de modalidade escrita para alunos surdos,

• os serviços de tradutor/intérprete de Libras e Língua os serviços de tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino de Libras para os demais alunos da Portuguesa e o ensino de Libras para os demais alunos da escola. escola.

• O O atendimento educacional especializado atendimento educacional especializado é ofertado, é ofertado, tanto na modalidade oral e escrita, quanto na língua de sinais. tanto na modalidade oral e escrita, quanto na língua de sinais. Devido à diferença lingüística, Devido à diferença lingüística,

• na medida do possível, na medida do possível, o aluno surdo deve estar com o aluno surdo deve estar com outros pares surdos em turmas comuns na escola outros pares surdos em turmas comuns na escola regular.regular.

Page 90: Eliane EducaçãO BilingüE

Politica Nacional da Educação Especial Politica Nacional da Educação Especial Perspectiva da Educação Perspectiva da Educação Inclusiva/2008Inclusiva/2008

• O atendimento educacional O atendimento educacional especializadoespecializado é realizado mediante a é realizado mediante a atuação de profissionais com atuação de profissionais com conhecimentos específicos no ensino da conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua...segunda língua...

Page 91: Eliane EducaçãO BilingüE

Politica Nacional da Educação Especial Politica Nacional da Educação Especial Perspectiva da Educação Perspectiva da Educação Inclusiva/2008Inclusiva/2008

• Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na perspectiva da a educação especial na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia de tradutor/intérprete de Libras e guia de intérpreteintérprete,,

Page 92: Eliane EducaçãO BilingüE

Segundo as Diretrizes Nacionais para Segundo as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica.Educação Especial na Educação Básica.

• A oferta de educação especial deve A oferta de educação especial deve ocorrer nas escolas públicas e privadas da ocorrer nas escolas públicas e privadas da rede regular de ensino. rede regular de ensino.

• A escola deve assegurar uma reposta A escola deve assegurar uma reposta educativa adequada as necessidades educativa adequada as necessidades educacionais de todos os seus alunos, em educacionais de todos os seus alunos, em seu processo de aprender, buscando seu processo de aprender, buscando implantar os implantar os

serviços de apoio pedagógico especializados serviços de apoio pedagógico especializados

Page 93: Eliane EducaçãO BilingüE

Serviço de apoio pedagógico Serviço de apoio pedagógico especializado especializado

• trabalho trabalho de de complementaçãocomplementação curricular, que visa curricular, que visa o enriquecimento das atividades desenvolvidas em o enriquecimento das atividades desenvolvidas em sala.sala.

• aquisição de novos conceitos e expansão lexical, aquisição de novos conceitos e expansão lexical, por meio da leitura e interpretação de textos que por meio da leitura e interpretação de textos que tragam à tona a discussão de novas informações e tragam à tona a discussão de novas informações e conceitos.conceitos.

Page 94: Eliane EducaçãO BilingüE

Serviço de apoio pedagógico Serviço de apoio pedagógico especializado especializado

• Salas de RecursosSalas de Recursos

• Profissional InterpreteProfissional Interprete

• Instrutor SurdoInstrutor Surdo

• Professor itinerante Professor itinerante

• Escola Especial Escola Especial

• Equipes multidisciplinaresEquipes multidisciplinares

Page 95: Eliane EducaçãO BilingüE

Atendimento Educacional Atendimento Educacional Especializado Especializado

Considerando a necessidade do desenvolvimento Considerando a necessidade do desenvolvimento da capacidade representativa e lingüística dos da capacidade representativa e lingüística dos alunos com surdezalunos com surdez

a escola comum deve viabilizar sua a escola comum deve viabilizar sua escolarização em um turno e o Atendimento escolarização em um turno e o Atendimento Educacional Especializado em outroEducacional Especializado em outro, , contemplando contemplando

o ensino de libras, o ensino de libras, o ensino em libras e o ensino em libras e o ensino em língua portuguesa.o ensino em língua portuguesa.

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Atendimento Educacional Atendimento Educacional Especializado Especializado

Atendimento Educacional Especializado Atendimento Educacional Especializado em Librasem Libras

todos os conhecimentos dos diferentes conteúdos todos os conhecimentos dos diferentes conteúdos curriculares, são explicados nessa língua por um curriculares, são explicados nessa língua por um professor, sendo o mesmo preferencialmente surdo. professor, sendo o mesmo preferencialmente surdo. Esse trabalho é realizado todos os dias, e destina-se Esse trabalho é realizado todos os dias, e destina-se aos alunos com surdez.aos alunos com surdez.

Page 97: Eliane EducaçãO BilingüE

Atendimento Educacional Atendimento Educacional Especializado Especializado

Atendimento Educacional Especializado Atendimento Educacional Especializado

para o ensino de Libras para o ensino de Libras

• os alunos com surdez terão aulas de Libras, os alunos com surdez terão aulas de Libras, favorecendo o conhecimento e a aquisição, favorecendo o conhecimento e a aquisição, principalmente de termos científicos. principalmente de termos científicos.

• realizado pelo professor e/ou instrutor de Libras realizado pelo professor e/ou instrutor de Libras (preferencialmente surdo), de acordo com o estágio (preferencialmente surdo), de acordo com o estágio de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o aluno se encontra. aluno se encontra.

• O atendimento deve ser planejado a partir do O atendimento deve ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua de Sinais. respeito da Língua de Sinais.

Page 98: Eliane EducaçãO BilingüE

Atendimento Educacional Atendimento Educacional Especializado Especializado

Atendimento Educacional Especializado Atendimento Educacional Especializado

para o ensino da Língua Portuguesapara o ensino da Língua Portuguesa

• São trabalhadas as especificidades dessa língua São trabalhadas as especificidades dessa língua para pessoas com surdez para pessoas com surdez

• Realizado todos os dias, à parte das aulas da turma Realizado todos os dias, à parte das aulas da turma comum, por uma professora de Língua Portuguesa, comum, por uma professora de Língua Portuguesa, graduada nesta área, preferencialmente. graduada nesta área, preferencialmente.

• O atendimento deve ser planejado a partir do O atendimento deve ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua Portuguesa.respeito da Língua Portuguesa.

Page 99: Eliane EducaçãO BilingüE

Planejando o Atendimento Planejando o Atendimento Educacional Especializado Educacional Especializado

• planejamento coletivoplanejamento coletivo

• Definição de conteúdoDefinição de conteúdo

• Elaboração do plano de ensinoElaboração do plano de ensino

• Preparação do caderno de estudos (conteúdos inter-Preparação do caderno de estudos (conteúdos inter-relacionados)relacionados)

• Seleção e elaboração de recursos didáticosSeleção e elaboração de recursos didáticos

• Observação dos aspectos: sociabilidade,cognição, Observação dos aspectos: sociabilidade,cognição, linguagem(oral,escrita e viso-espacial), afetividade, linguagem(oral,escrita e viso-espacial), afetividade, aptidões e interesses.aptidões e interesses.

• Registro das observações em relatóriosRegistro das observações em relatórios

Page 100: Eliane EducaçãO BilingüE

A surdez não é uma realidade A surdez não é uma realidade homogênea, mas multiculturalhomogênea, mas multicultural..

A escola poderá se deparar com diferentes A escola poderá se deparar com diferentes identidades surdas:identidades surdas:

• Surdos que têm consciência de sua diferença e Surdos que têm consciência de sua diferença e reivindicam recursos essencialmente visuais;reivindicam recursos essencialmente visuais;

• Surdos que nasceram de pais ouvintes e conhecem Surdos que nasceram de pais ouvintes e conhecem a experiência auditiva e o português como primeira a experiência auditiva e o português como primeira língua;língua;

• Surdos que passaram por experiências educacionais Surdos que passaram por experiências educacionais oralistas e desconhecem a língua de sinais;oralistas e desconhecem a língua de sinais;

• Surdos que viveram isolados de toda e qualquer Surdos que viveram isolados de toda e qualquer referencia identificatoria e desconhece sua situação referencia identificatoria e desconhece sua situação de diferença.de diferença.

Page 101: Eliane EducaçãO BilingüE

O intérprete de libras/língua O intérprete de libras/língua portuguesaportuguesa

A atuação do interprete na ótica da inclusão;A atuação do interprete na ótica da inclusão;

• interpretar conteúdos em sala de aula.interpretar conteúdos em sala de aula.

• mediar a comunicação entre professores e alunos, mediar a comunicação entre professores e alunos, alunos e alunos, pais, funcionários e demais pessoas alunos e alunos, pais, funcionários e demais pessoas da comunidade em todo o âmbito da escola e também da comunidade em todo o âmbito da escola e também em seminários, palestras, fóruns, debates, reuniões e em seminários, palestras, fóruns, debates, reuniões e demais eventos de caráter educacionaldemais eventos de caráter educacional..

• agir como difusor dos conhecimentos que tem sobre agir como difusor dos conhecimentos que tem sobre Libras e comunicação entre pessoas com surdez e Libras e comunicação entre pessoas com surdez e ouvintes. ouvintes.

• saber o valor e limites de sua interferência no saber o valor e limites de sua interferência no ambiente escolar, para dar esclarecimentos e ambiente escolar, para dar esclarecimentos e orientação aos que necessitam de seus conhecimentos orientação aos que necessitam de seus conhecimentos específicos.específicos.

Page 102: Eliane EducaçãO BilingüE

O intérprete de libras/língua O intérprete de libras/língua portuguesaportuguesa

• intérprete é apenas um mediador da comunicação e intérprete é apenas um mediador da comunicação e não um facilitador da aprendizagem.não um facilitador da aprendizagem.

• Não cabe ao intérprete a tutoria dos alunos com Não cabe ao intérprete a tutoria dos alunos com surdezsurdez

• O espaço da sala de aula pertence ao professor O espaço da sala de aula pertence ao professor sendo o aluno de sua responsabilidadesendo o aluno de sua responsabilidade

• esses papéis são absolutamente diferentes e esses papéis são absolutamente diferentes e precisam ser devidamente distinguidos e precisam ser devidamente distinguidos e respeitados nas escolas de nível básico e superior.respeitados nas escolas de nível básico e superior.

Page 103: Eliane EducaçãO BilingüE

O intérprete de libras/língua O intérprete de libras/língua portuguesaportuguesa

Conduta profissionalConduta profissional

• responsabilidade, responsabilidade,

• assiduidade, assiduidade,

• pontualidade, pontualidade,

• posicionamento no espaço de interpretação, posicionamento no espaço de interpretação,

• aparência pessoal, aparência pessoal,

• domínio de suas funções, domínio de suas funções,

• interação com os alunos, interação com os alunos,

• postura durante as avaliações. postura durante as avaliações.

Page 104: Eliane EducaçãO BilingüE

Mesmo sendo a presença de interpretes de língua Mesmo sendo a presença de interpretes de língua de sinais o ideal, nos casos em que houver alunos de sinais o ideal, nos casos em que houver alunos surdos estudando nas classes comunssurdos estudando nas classes comuns

• Há o fato de nem todos os alunos serem usuários Há o fato de nem todos os alunos serem usuários da libras e a demanda de interpretes ser mínima da libras e a demanda de interpretes ser mínima geralmente, apenas nos grandes centros urbanos.geralmente, apenas nos grandes centros urbanos.

• Diante disso, o professor deve lançar mão de todos Diante disso, o professor deve lançar mão de todos os recursos e estratégias visuais que acompanhem os recursos e estratégias visuais que acompanhem a oralidade, pois, ao contrário, seu aluno surdo em a oralidade, pois, ao contrário, seu aluno surdo em nada se beneficiará das aulas.nada se beneficiará das aulas.

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Outras Formas de Outras Formas de ComunicaçãoComunicação::

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Outras Formas de Outras Formas de Comunicação:Comunicação:

• Os surdos lançam mão de formas Os surdos lançam mão de formas alternativas de apropriação de alternativas de apropriação de linguagem fazendo uso de processos linguagem fazendo uso de processos cognitivos e simbólicos visuais;cognitivos e simbólicos visuais;

• As práticas pedagógicas baseiam-se As práticas pedagógicas baseiam-se ainda em sua maioria nas exposições ainda em sua maioria nas exposições orais.orais.

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• É fundamental em qualquer ato de É fundamental em qualquer ato de observação e análise de como se observação e análise de como se processa a aprendizagem do aluno processa a aprendizagem do aluno surdo, que o professor de atenção surdo, que o professor de atenção especial a comunicação visual, especial a comunicação visual, estando presentes na sala de aula estando presentes na sala de aula beneficiando a relação entre beneficiando a relação entre professor/alunos surdos e demais professor/alunos surdos e demais alunos.alunos.

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• Alfabeto manual;Alfabeto manual;

• Mímica dramatização;Mímica dramatização;

• Desenhos / ilustrações / fotográficas;Desenhos / ilustrações / fotográficas;

• Recursos tecnológicos (vídeo / TV / Recursos tecnológicos (vídeo / TV / retroprojetor / computador / slides / retroprojetor / computador / slides / entre outros);entre outros);

• Língua portuguesa escrita;Língua portuguesa escrita;

• Língua portuguesa oral / leitura labial.Língua portuguesa oral / leitura labial.

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• Diante disso o professor deve lançar Diante disso o professor deve lançar mão de todos os recursos e mão de todos os recursos e estratégias visuais que acompanhem estratégias visuais que acompanhem a oralidade, pois, ao contrário, seu a oralidade, pois, ao contrário, seu aluno surdo em nada se beneficiará aluno surdo em nada se beneficiará das aulas.das aulas.

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Problematizando a Educação Problematizando a Educação InclusivaInclusiva

para surdospara surdos

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Resolução nº 02/2001Resolução nº 02/2001

““Deve ser assegurada, no processo educativo que Deve ser assegurada, no processo educativo que apresentam dificuldades de comunicação e apresentam dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais educandos, sinalização diferenciadas dos demais educandos, a acessibilidades aos conteúdos curriculares, a acessibilidades aos conteúdos curriculares, mediante a utilização de linguagens e mediante a utilização de linguagens e aprendizado da língua portuguesa, facultando-lhes aprendizado da língua portuguesa, facultando-lhes e às suas famílias a opção pela abordagem e às suas famílias a opção pela abordagem pedagógica que julgarem adequada, ouvidos os pedagógica que julgarem adequada, ouvidos os profissionais especializados em cada caso.”profissionais especializados em cada caso.”

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Declaração de Salamanca – art. 21Declaração de Salamanca – art. 21 “ “As políticas educativas deverão levar em conta as As políticas educativas deverão levar em conta as

diferenças individuais e as diversas situações. diferenças individuais e as diversas situações. Deve ser levada em consideração, por exemplo, a Deve ser levada em consideração, por exemplo, a importância da linguagem dos sinais como meio importância da linguagem dos sinais como meio de comunicação para os surdos, e ser assegurado de comunicação para os surdos, e ser assegurado a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem a todos os surdos acesso ao ensino da linguagem dos sinais de seus país. dos sinais de seus país.

Face às necessidade específicas de comunicação Face às necessidade específicas de comunicação de surdos e de surdos-cegos, seria mais de surdos e de surdos-cegos, seria mais conveniente que a educação lhe fosse ministrada conveniente que a educação lhe fosse ministrada em escolas especiais ou em classes ou unidades em escolas especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns.” especiais nas escolas comuns.”

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Embora os discursos e as políticas reconheçam a Embora os discursos e as políticas reconheçam a importância da Língua de Sinais teórica e importância da Língua de Sinais teórica e textualmente, na prática, a escola inclusiva não textualmente, na prática, a escola inclusiva não consegue responder as duas contradições consegue responder as duas contradições fundamentais: fundamentais:

Como os surdos, em sua maioria, Como os surdos, em sua maioria, provenientes de família de ouvintes, sem contato provenientes de família de ouvintes, sem contato com a comunidade surda, poderão adquirir e se com a comunidade surda, poderão adquirir e se desenvolver na Língua de Sinais? desenvolver na Língua de Sinais?

Como a escola inclusiva sem garantir a Como a escola inclusiva sem garantir a aquisição da língua de sinais vai ensinar a Língua aquisição da língua de sinais vai ensinar a Língua Portuguesa como segunda língua, como os Portuguesa como segunda língua, como os documentos oficiais recomendam?documentos oficiais recomendam?

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Esses são, sem dúvida, paradoxos da Esses são, sem dúvida, paradoxos da escola inclusiva, mesmo naquelas que escola inclusiva, mesmo naquelas que utilizam utilizam intérpretes de LIBRAS na intérpretes de LIBRAS na sala de aulasala de aula, uma vez que a presença , uma vez que a presença desse profissional não garante a desse profissional não garante a aquisição de Língua de Sinais.aquisição de Língua de Sinais.

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Implicações da política Implicações da política inclusiva no inclusiva no

desenvolvimento das desenvolvimento das potencialidades dos alunos potencialidades dos alunos surdos e na defesa de seus surdos e na defesa de seus

direitos lingüísticos.direitos lingüísticos.

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Implicações lingüísticasImplicações lingüísticas Aquisição da LS - Aquisição da LS - Como a escola inclusiva Como a escola inclusiva

garante a aquisição e aprendizagem da Língua garante a aquisição e aprendizagem da Língua de Sinais e com quem as crianças surdas de Sinais e com quem as crianças surdas conversam na escolar regular?conversam na escolar regular?

LS como língua de instrução LS como língua de instrução – Como a – Como a escola inclusiva se organiza para ensinar os escola inclusiva se organiza para ensinar os conteúdos em língua de sinais de forma conteúdos em língua de sinais de forma equânime aos ouvintes?equânime aos ouvintes?

Escola monolíngueEscola monolíngue Aprendizagem de Língua Portuguesa - Aprendizagem de Língua Portuguesa -

como segunda língua – como nas salas de aula como segunda língua – como nas salas de aula inclusivas, a Língua Portuguesa será ensinada, inclusivas, a Língua Portuguesa será ensinada, simultaneamente, como a segunda língua para simultaneamente, como a segunda língua para os surdos e como primeira língua para os os surdos e como primeira língua para os ouvintes?ouvintes?

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Implicações sócio-políticas:- Implicações sócio-políticas:-

Constituição das identidades sociais e Constituição das identidades sociais e culturais culturais –a maioria das crianças surdas crescem –a maioria das crianças surdas crescem na fronteira surdo-ouvinte sem referências de na fronteira surdo-ouvinte sem referências de adultos surdos, sentindo-se como uma estrangeira adultos surdos, sentindo-se como uma estrangeira e muitas vezes discriminados. e muitas vezes discriminados.

• Não é rara a incidência de problemas psicossociais, Não é rara a incidência de problemas psicossociais, provenientes da incomunicabilidade nas relações provenientes da incomunicabilidade nas relações afetivas e sociais e da ausência do encontro surdo-afetivas e sociais e da ausência do encontro surdo-surdo. surdo.

Como as escolas inclusivas pensam as Como as escolas inclusivas pensam as repercussões de suas práticas na repercussões de suas práticas na

constituição das identidades dos alunos constituição das identidades dos alunos surdos?surdos?

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Implicações sócio-políticas:- Implicações sócio-políticas:-

• - - Desarticulação da comunidade surdaDesarticulação da comunidade surda – Se a – Se a inclusão escolar implica na dispersão dos surdos inclusão escolar implica na dispersão dos surdos em escolas regulares. em escolas regulares. como as escolas inclusivas se organizam como as escolas inclusivas se organizam

para incluir a participação da comunidade para incluir a participação da comunidade surda nas atividades escolares, de forma surda nas atividades escolares, de forma

não episódica e folclóricanão episódica e folclórica??

• - - Desigualdade de oportunidadesDesigualdade de oportunidades – Em – Em decorrência das questões anteriores, as decorrência das questões anteriores, as atividades nas escolares regulares são voltadas atividades nas escolares regulares são voltadas majoritariamente para os ouvintes. majoritariamente para os ouvintes.

como a escola inclusiva garante a como a escola inclusiva garante a participação efetiva dos alunos surdos em participação efetiva dos alunos surdos em

todas as atividades propostas? todas as atividades propostas?

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c) c) Implicações CulturaisImplicações Culturais:: - -

• Não participação da comunidade surdaNão participação da comunidade surda – Diante – Diante da tendência à homogeneização da produção da tendência à homogeneização da produção cultural, cultural, Como a escola inclusiva pode garantir o Como a escola inclusiva pode garantir o

desenvolvimento de diferentes desenvolvimento de diferentes manifestações culturais? e, em particular, manifestações culturais? e, em particular, como os surdos podem desenvolver suas como os surdos podem desenvolver suas

manifestações culturais? manifestações culturais?

• As expressões culturais dos surdos são As expressões culturais dos surdos são silenciadas ou, então, obrigados a se silenciadas ou, então, obrigados a se manifestarem de forma não significativa, em manifestarem de forma não significativa, em representações que dependem do som e da representações que dependem do som e da audição. O sentimento de incapacidade e de audição. O sentimento de incapacidade e de inferioridade por não conseguirem se expressar inferioridade por não conseguirem se expressar acentuam a existência de uma cultura do silêncio.acentuam a existência de uma cultura do silêncio.

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Implicações Educacionais: Implicações Educacionais:

• - - Fracasso escolarFracasso escolar – Na medida que as escolas – Na medida que as escolas inclusivas direcionam todo o processo inclusivas direcionam todo o processo educacional no desenvolvimento do Português educacional no desenvolvimento do Português oral e escrito, esta passa a ser fator que justifica oral e escrito, esta passa a ser fator que justifica todo o fracasso escolar, sem que se pense em todo o fracasso escolar, sem que se pense em outros fatores e em novas propostas de trabalho.outros fatores e em novas propostas de trabalho.

• Desigualdade no acesso aos conhecimentosDesigualdade no acesso aos conhecimentos – – Sem resolver a questão da transmissão dos Sem resolver a questão da transmissão dos conhecimentos em Língua de Sinais e sem conhecimentos em Língua de Sinais e sem abordar no currículo aspectos diretamente abordar no currículo aspectos diretamente relacionados aos interesses dos surdos, a escola relacionados aos interesses dos surdos, a escola inclusiva, de modo geral, oferece aos alunos inclusiva, de modo geral, oferece aos alunos surdos conhecimentos, em termos qualitativos e surdos conhecimentos, em termos qualitativos e quantitativos, de forma restrita e fragmentada.quantitativos, de forma restrita e fragmentada.

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Então as questões são…Então as questões são…

Como a escola inclusiva garante a aquisição e Como a escola inclusiva garante a aquisição e aprendizagem da Língua de Sinais?aprendizagem da Língua de Sinais?

Como a escola inclusiva se organiza para ensinar Como a escola inclusiva se organiza para ensinar os conteúdos em língua de sinais de forma os conteúdos em língua de sinais de forma equânime aos ouvintes?equânime aos ouvintes?

Como nas salas de aula inclusivas, a L P será Como nas salas de aula inclusivas, a L P será ensinada, simultaneamente, como a L2 para os ensinada, simultaneamente, como a L2 para os surdos e como L1 para os ouvintes?surdos e como L1 para os ouvintes?

Como as escolas inclusivas pensam as Como as escolas inclusivas pensam as repercussões de suas práticas na constituição das repercussões de suas práticas na constituição das identidades dos alunos surdos?identidades dos alunos surdos?

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Como as escolas inclusivas se organizam para incluir a Como as escolas inclusivas se organizam para incluir a participação da comunidade surda nas atividades escolares, participação da comunidade surda nas atividades escolares, de forma não episódica e folclórica?de forma não episódica e folclórica?

Como a escola inclusiva garante a participação efetiva dos Como a escola inclusiva garante a participação efetiva dos alunos surdos em todas as atividades propostas? alunos surdos em todas as atividades propostas?

Como a escola inclusiva pode garantir o Como a escola inclusiva pode garantir o desenvolvimento de diferentes manifestações desenvolvimento de diferentes manifestações culturais? e, em particular, como os surdos podem culturais? e, em particular, como os surdos podem desenvolver suas manifestações culturais? desenvolver suas manifestações culturais?

Como a escola inclusiva pode garantir a Como a escola inclusiva pode garantir a igualdade no acesso aos conhecimentos?igualdade no acesso aos conhecimentos?

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Devemos considerar a forma excludente que tem Devemos considerar a forma excludente que tem caracterizado o atual modelo de inclusão escolar caracterizado o atual modelo de inclusão escolar de surdos.de surdos.

No mundo da História, da cultura e da política No mundo da História, da cultura e da política ‘constato’ não para me ‘adaptar’ mas para ‘constato’ não para me ‘adaptar’ mas para

‘mudar’‘mudar’

Paulo FreirePaulo Freire

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REMOVENDO BARREIRAS À REMOVENDO BARREIRAS À APRENDIZAGEM E À APRENDIZAGEM E À

PARTICIPAÇÃO DE ALUNOS PARTICIPAÇÃO DE ALUNOS SURDOSSURDOS..

FernandesFernandes

SEED/DEESEED/DEE

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Criando culturas inclusivas (sociedade em geral Criando culturas inclusivas (sociedade em geral e comunidade escolar)e comunidade escolar)

•     Oportunizar diferentes situações que informem a Oportunizar diferentes situações que informem a comunidade escolar sobre a surdez e suas comunidade escolar sobre a surdez e suas implicações para o desenvolvimento e implicações para o desenvolvimento e aprendizagem das pessoas surdas.aprendizagem das pessoas surdas.

•   Conhecer a língua brasileira de sinais e sua Conhecer a língua brasileira de sinais e sua importância nos processos de interação e importância nos processos de interação e comunicação com pessoas surdas.comunicação com pessoas surdas.

• Divulgar, na comunidade escolar, especificidades Divulgar, na comunidade escolar, especificidades culturais das comunidades surdas relacionadas a culturais das comunidades surdas relacionadas a sua produção lingüística, literária, artística e sua produção lingüística, literária, artística e tecnológica. tecnológica. 

• Viabilizar a presença de adultos surdos na escola, Viabilizar a presença de adultos surdos na escola, por meio de relações com associações de surdos ou por meio de relações com associações de surdos ou outras referências comunitárias, favorecendo a outras referências comunitárias, favorecendo a experiência bilíngue e as trocas culturais.experiência bilíngue e as trocas culturais.

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Produzindo Políticas Inclusivas ( Poder Produzindo Políticas Inclusivas ( Poder Público/Órgão gestor da educação)Público/Órgão gestor da educação)

•   Assegurar o desenvolvimento da proposta de Assegurar o desenvolvimento da proposta de educação bilíngue para surdos, Libras e Língua educação bilíngue para surdos, Libras e Língua Portuguesa, desde a Educação Infantil. Portuguesa, desde a Educação Infantil. 

• Viabilizar formas para aquisição e Viabilizar formas para aquisição e desenvolvimento da libras, como primeira língua, desenvolvimento da libras, como primeira língua, pelas pessoas surdas, preferencialmente de 0 à 3 pelas pessoas surdas, preferencialmente de 0 à 3 anos.anos.

• Assegurar espaços e profissionais capacitados Assegurar espaços e profissionais capacitados para o desenvolvimento da proposta de ensino de para o desenvolvimento da proposta de ensino de português – modalidade escrita - como segunda português – modalidade escrita - como segunda língua para os surdos, no currículo escolar.língua para os surdos, no currículo escolar.

Page 128: Eliane EducaçãO BilingüE

Produzindo Políticas Inclusivas ( Poder Produzindo Políticas Inclusivas ( Poder Público/Órgão gestor da educação)Público/Órgão gestor da educação)

• Oportunizar a aprendizagem da língua de sinais Oportunizar a aprendizagem da língua de sinais por todos os integrantes da comunidade escolar, por todos os integrantes da comunidade escolar, com ênfase aos pais, professores do aluno e com ênfase aos pais, professores do aluno e colegas de sala de aula. colegas de sala de aula. 

• Prever estratégias de formação continuada dos Prever estratégias de formação continuada dos professores de alunos surdos, destacando-se o professores de alunos surdos, destacando-se o aprendizado da língua de sinais e o trabalho com aprendizado da língua de sinais e o trabalho com o português como segunda língua. o português como segunda língua. 

• Introduzir libras como disciplina, na parte Introduzir libras como disciplina, na parte diversificada da grade curricular, favorecendo sua diversificada da grade curricular, favorecendo sua aprendizagem por todos os alunos.aprendizagem por todos os alunos.

Page 129: Eliane EducaçãO BilingüE

Produzindo Políticas Inclusivas ( Poder Produzindo Políticas Inclusivas ( Poder Público/Órgão gestor da educação)Público/Órgão gestor da educação)

• Prever a atuação de educadores surdos Prever a atuação de educadores surdos (monitores, instrutores e/ou professores) no (monitores, instrutores e/ou professores) no contexto escolar, atuando como modelos para a contexto escolar, atuando como modelos para a identificação lingüístico-cultural das crianças identificação lingüístico-cultural das crianças surdas e sendo responsáveis pela difusão e surdas e sendo responsáveis pela difusão e ensino da libras na escola e na comunidade.ensino da libras na escola e na comunidade.

• Oferecer o tipo de apoio pedagógico Oferecer o tipo de apoio pedagógico especializado mais adequado ás necessidades especializado mais adequado ás necessidades dos alunos: profissionais intérpretes de dos alunos: profissionais intérpretes de libras/língua portuguesa, atendimento libras/língua portuguesa, atendimento especializado, escolas especiais.especializado, escolas especiais.

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c) Desenvolvendo Práticas Inclusivas c) Desenvolvendo Práticas Inclusivas ( Professores e Equipe técnico-pedagógica)( Professores e Equipe técnico-pedagógica)

  

• Utilizar a língua de sinais na mediação do Utilizar a língua de sinais na mediação do processo ensino/aprendizagem e processo ensino/aprendizagem e desenvolvimento das atividades escolares, desenvolvimento das atividades escolares, quando estiverem presentes alunos surdos.quando estiverem presentes alunos surdos.

  

• Desenvolver, desde a educação Infantil, Desenvolver, desde a educação Infantil, estratégias para o ensino da modalidade escrita estratégias para o ensino da modalidade escrita do português, como segunda língua.do português, como segunda língua.

Page 131: Eliane EducaçãO BilingüE

c) Desenvolvendo Práticas Inclusivas c) Desenvolvendo Práticas Inclusivas ( Professores e Equipe técnico-pedagógica)( Professores e Equipe técnico-pedagógica)

•   Introduzir métodos e estratégias visuais, complementares Introduzir métodos e estratégias visuais, complementares ou alternativas (língua de sinais, alfabeto manual, gestos ou alternativas (língua de sinais, alfabeto manual, gestos naturais, dramatizações, mímica, ilustrações, vídeo/TV, naturais, dramatizações, mímica, ilustrações, vídeo/TV, retroprojetor, data show etc.) no desenvolvimento das retroprojetor, data show etc.) no desenvolvimento das atividades curriculares, a fim de facilitar a comunicação e a atividades curriculares, a fim de facilitar a comunicação e a aprendizagem dos alunos surdos.aprendizagem dos alunos surdos.

  

• Flexibilizar os critérios de avaliação nas diferentes áreas do Flexibilizar os critérios de avaliação nas diferentes áreas do conhecimento, valorizando o conteúdo apresentado, ainda conhecimento, valorizando o conteúdo apresentado, ainda que a escrita não corresponda aos padrões exigidos para que a escrita não corresponda aos padrões exigidos para nível/série em que o aluno se encontra matriculado nível/série em que o aluno se encontra matriculado (palavras inadequadas, omissão ou trocas no uso de (palavras inadequadas, omissão ou trocas no uso de elementos de ligação, verbos...), decorrentes da elementos de ligação, verbos...), decorrentes da interferência da libras, ou da pouca fluência em língua interferência da libras, ou da pouca fluência em língua portuguesa.portuguesa.

  

Page 132: Eliane EducaçãO BilingüE

c) Desenvolvendo Práticas Inclusivas c) Desenvolvendo Práticas Inclusivas ( Professores e Equipe técnico-pedagógica)( Professores e Equipe técnico-pedagógica)

•   Utilizar estratégias de avaliação que permitam o Utilizar estratégias de avaliação que permitam o uso de diferentes linguagens como é o caso da uso de diferentes linguagens como é o caso da libras, das artes plásticas (desenho, libras, das artes plásticas (desenho, pintura,escultura, murais, maquetes, etc.) e pintura,escultura, murais, maquetes, etc.) e cênicas (teatro,dramatização, mímica, etc.)cênicas (teatro,dramatização, mímica, etc.)

  

• Eliminar critérios de avaliação que tenham como Eliminar critérios de avaliação que tenham como pré-requisitos a oralidade ou a percepção auditiva pré-requisitos a oralidade ou a percepção auditiva para a perfeita compreensão (acentuação tônica, para a perfeita compreensão (acentuação tônica, tonicidade, pontuação, ditados e exercícios tonicidade, pontuação, ditados e exercícios ortográficos, discriminação de fonemas...)ortográficos, discriminação de fonemas...)

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c) Desenvolvendo Práticas Inclusivas c) Desenvolvendo Práticas Inclusivas ( Professores e Equipe técnico-pedagógica)( Professores e Equipe técnico-pedagógica)

• Planejar atividades com diferentes graus de Planejar atividades com diferentes graus de dificuldades e que permitam diferentes dificuldades e que permitam diferentes possibilidades de execução (pesquisa, possibilidades de execução (pesquisa, questionário, entrevista, etc.) e expressão questionário, entrevista, etc.) e expressão ( apresentação escrita, desenho, dramatização ( apresentação escrita, desenho, dramatização maquetes,etc.).maquetes,etc.).

  

• Combinar diferentes tipos de agrupamentos de Combinar diferentes tipos de agrupamentos de alunos, facilitando a visualização dos alunos alunos, facilitando a visualização dos alunos surdos e sua conseqüente interação com surdos e sua conseqüente interação com professores e os colegas (círculos, duplas grupos, professores e os colegas (círculos, duplas grupos, etc.)etc.)

  

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““Não é a surdez que define o destino das pessoas, Não é a surdez que define o destino das pessoas,

mas o resultado do olhar da sociedade sobre a mas o resultado do olhar da sociedade sobre a surdez.”surdez.”

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