Círculo do Graal
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EM BUSCA DA PAZ ESPIRITUAL
O Bem e a Verdade estão protegidos pela graça de Deus numa invulnerabilidade
incorruptível.
Poemas De
Rui Pais
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ÍNDICE
PREFÁCIO
1 - PAZ UM SÍMBOLO DE ESPIRITUALIDADE
2 – UM RIO
3 - UM POEMA CRIATIVO
4 - SOU UMA ALMA
5 - LAMENTO A DEUS
6 – AO ENCONTRO DA VERDADE
7 – TOMADA DE CONSCIÊNCIA
8 – A ATLÂNTIDA QUE SE PERDEU
9 - A BIBLIOTECA DA ETERNIDADE
10 - A RIQUEZA ESPIRITUAL
11 - OS VÍCIOS QUEIMADOS PELO SOL
12 – AS ALMAS DO AMOR
13 - MEUS PENSAMENTOS SENHOR
14 – O CORPO DO POEMA
15 - O PODER DO HOMEM
16 - OCEANO DA VIDA E DA MORTE
17 - DENTRO DE MIM
18 – O HOMEM DO TURBANTE VERMELHO
19 – DINHEIRO SÍMBOLO DE PODER
20 - DAI-NOS A PAZ SENHOR
EPÍLOGO
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Prefácio
Timidamente arrisquei escrever alguns pensamentos e poesia, e não é que para além de
terem sido lidos também foram comentados. As minhas dúvidas quando ocorrem podem
fragilizar a minha mente, mas nunca me impedem de esboçar meus sentimentos através
de qualquer pensamento. A hesitação impediu-me por vezes de cruzar o rio para poder
apreciar na margem oposta a exuberante paisagem da Vida.
Uma cascata precipita-se do alto numa ruidosa e tremenda queda, ela dura apenas um
instante, mas é nela que nos apercebemos dos precipícios sinuosos que abalroam nossas
vidas. Quem escreve com certa convicção acaba por ficar atento à sua intuição. Jamais
alguém leu um livro meu, minha obra escrita são fragmentos dispersos de pouca
amplitude, tal qual o ribombar dum trovão no eclodir da tempestade.
Debato-me numa tomada de consciência entre a utopia em que hoje estamos inseridos,
não a querendo integrar, e uma realidade que há-de chegar... frequentando um espaço
intermédio em formação… é preferível viver o presente consciente da sua degradação, e
agradecer a Deus a bênção que é a Vida e essa prerrogativa que me foi concedida de
poder interpretar que aquilo que parece ser hoje não o é… mas será na nova dimensão
quando ela se instalar!
Há coisas que acontecem dentro de nós e tomam a forma que tomam dentro e fora de
nós porque assim o admitimos, sem analisar a consciência nem as consequências para
separar o trigo do joio. Tudo o que acontece em nossas existências, acontece através da
vida, muitas vezes como um despertar.
Rui Pais
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PAZ UM SÍMBOLO DE ESPIRITUALIDADE
Falo duma Paz que envolva a humanidade
A Paz que rareia e tantas vezes a canto.
A Paz duradoira que traga a estabilidade
Longe do caos do mundo que é pranto!
A Paz de todos pelo direito à Liberdade
A Paz solidária no amor entre os povos.
A Paz o farol da Nova Espiritualidade
Luzindo aos idosos e aos mais novos!
A Paz que é a ilusão no tempo actual
Num espectro que engana a realidade.
A Paz iluminada não a dum condicional…
A do Espírito Divino Luz da imortalidade!
A Paz não sujeita a qualquer chantagem…
Numa firmeza que robusteça o pensamento
A Paz que não se desvaneça com uma miragem…
Nem seja o sonho que cessa quando me levanto!
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UM RIO
Um rio faz seu percurso natural…
Recebe a chuva que cai espaçada…
Depois de deixar a terra encharcada
Ruma para a foz num ciclo imortal.
Um rio é um manancial eterno
Onde as águas fluem serenas.
Um rio é envolvente e fraterno
Um caudal de brancas açucenas.
Um rio quando chora dissimula
Oculta as lágrimas nessas águas.
Um rio não pode parar, circula…
Envia para o fundo suas mágoas.
Um rio é um curso de água pura…
Transporta a vida e seu sustento…
Num trajecto que flui pela planura…
Vezes sem conta e sem lamento!
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UM POEMA CRIATIVO
Um Sol de Outono elevou-se no horizonte
Vi um barco a meio mas nenhum navegante.
A luz penetrava através da densa folhagem
Reflexos e sombras alteravam a paisagem.
De costas apoiadas num banco olhava o céu
Contemplando a natureza que o tempo teceu.
A percepção era limitada nesse espaço vazio…
Pensei no aproximar do Inverno e senti o frio.
O ciclo do tempo controlava a sua marcha
E a pressa diluía-se numa enorme calma.
Como voa tão alto a curiosidade da alma
Nos corações que a Primavera inflama!
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SOU UMA ALMA
Sou uma alma com este corpo…
Tenho no Sol a fonte de energia
Venho para ascender ao Olimpo
E erguer um pedestal à poesia!
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LAMENTO A DEUS
Senhor busco
No Teu aconchego
Algum sossego…
Algum reconforto…
Não sei se Te encontro
Se já chego morto!
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O PODER DO AMOR
Sendo o amor puro e cristalino
Advindo dum poder Supremo forte
Nele é acolhido qualquer ser divino
Na eternidade para além da morte!
Ainda que nos coloquem numa intriga
A chama que nutre o nosso bem-querer
Não nos deixará arrastar para uma briga
O mal no Céu não tem onde se acolher!
Se nos pusessem em direcções opostas
O Espírito é tão poderoso e omnipotente
Não admitiria farpas nas nossas costas
Porque Deus neste amor está presente!
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TOMADA DE CONSCIÊNCIA
É fundamental ampliarmos nossa perspectiva
Entrando na Nova Era com grande expectativa.
Há que glorificar a Terra, ela não tem defeito
Mas o homem desprezou-a sem ter respeito!
Fazemos de nossos sonhos uma veleidade
Este planeta tem servido a nossa vaidade.
A água das suas fontes é pura e cristalina
Dando de beber aquele que a contamina.
Estaremos ainda a tempo de nos redimir
Deste nosso acto de teimar em a agredir…
Teríamos que sarar tantas feridas abertas
Já não temos o tempo para tais resposta!
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A ATLÂNTIDA QUE SE PERDEU
NUM AVISO A QUEM A SUCEDEU
Outrora num tempo assaz recuado
Envolta num mistério que a ofuscou
Existiu uma cultura de seres dotados
Submersa no Atlântico onde se findou.
Lenda, mito, história antiga, enredo…
Os Atlantes já tiveram a sua identidade…
Debaixo do oceano encontra-se o segredo
A história e a arqueologia sabem a verdade.
Por excesso de cegueira e exagerada ambição
Foram seduzidos pelos vícios do corpo material.
A luta do poder, a alta tecnologia turva-lhes a visão
Superados pelas máquinas perdem o senso espiritual.
O passado demonstra antes duma queda um apogeu…
O período de degradação é o percurso dessa decadência
Afundou-se como uma ilha que ao explodir desapareceu
O ciclo finda num tsunami levando os erros da ciência!
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A BIBLIOTECA DA ETERNIDADE
Estando alheado num pólo oposto…
Num momento crucial da humanidade.
Aguardava dados antes do sol-posto
Para a Biblioteca da Eternidade!
Reuni minhas vidas passadas
As mais belas e as complicadas.
A tudo agitei, depois purifiquei
Com bálsamos santos que untei!
Esse era meu dever como escriba,
Anotar cada ocorrência sílaba a sílaba.
Para as crónicas do futuro conhecimento
Em poder do Sol, do tempo e do vento!
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A RIQUEZA ESPIRITUAL
Senti-me dividido no meu pensamento
Parti só em busca da riqueza do espírito.
Decidi ingressar num tibetano convento
Em paz com a alma num silêncio absoluto!
Este arredado lugar convidava à oração
Não se viam almas na longínqua paragem.
Os monges andavam absortos em meditação
O vento guiava o eremita na sua viagem!
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OS VÍCIOS QUEIMADOS PELO SOL
Se eu fosse um sacerdote budista
Habitaria um lugar ermo no Tibete
Escalando-o a passo de eremita…
Um monge compenetrado e vidente!
Teria profundo desempenho espiritual
Tornando-me num conceituado guru
Destacado no estudo do transcendental…
Do meu saber eu faria um grande tabu!
Comunicava-me com o Deus Supremo
Sabendo das divergências da humanidade…
O porquê de se transviarem as igrejas do rumo
E do desapego do homem pela religiosidade!
É preciso que se reencontre o Ser…
No Porto do Amor mora a paz que se reclama
O seu alheamento da Luz só lhe trouxe o prazer…
Deus queima todos os vícios no Sol que é Chama!
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AS ALMAS DO AMOR
As almas genuínas têm mais amor
À flor da pele afloram as emoções…
Há um pulsar que agita o interior
Ocorre ao nível dos corações!
Têm outra forma de se manifestar
Vivem num meio pleno de encanto
Dedicam o seu tempo a devanear
São accionadas pelo sentimento!
Têm energias que não cessam de fluir…
Almas gémeas sorvendo da mesma fonte
Da água cristalina que escorre pelo monte
Almas pensantes que conhecem o porvir!
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MEUS PENSAMENTOS SENHOR
Navegam no corredor do vento
Como animais em plena liberdade.
Tentam confundir-me os sentimentos
Desprezando o respeito à autoridade.
Contêm várias mágoas e enredos
Na sua rebeldia provocam agitação.
Actuam em mim como torpedos
Lembrando um tremendo furacão.
Hoje são viajantes ao encontro da paz
Coloquei ordem e um pouco de sossego
Neste Teu reino onde sou um capataz
Todos vêem mas agem como um cego!
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O CORPO DO POEMA
Um poema é uma arte pura…
É pessoal e inerente a cada ser.
Um poema tem a sua estrutura
Vem da alma e quer crescer.
Todo o poema é uma criação…
As estrofes acomodam a rima…
Os versos desenrolam a acção…
Mas é no final que ele se afirma!
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O PODER DO HOMEM
Certa vez Deus indagou
As distintas espécies que gerou:
Alguém se crê com capacidade
De conduzir a humanidade?
Desejando alcançar o poder…
O homem logo falou sem temer:
Eu através do pensamento
Consigo mover o firmamento…
Estou apto para fazer a guerra
Cá em baixo ou no alto da serra.
Deus que queria a paz escutou…
Viu o homem despoletar as guerras
Sem compaixão para com sua gente
Destruindo casas e queimou as terras.
Deus presenciava esta devastação
Que passava duma para outra geração
E anuiu: serás a vítima desse querer
Nesta Terra que nunca verás fenecer!
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OCEANO DA VIDA E DA MORTE
Sonhei com um imenso lençol de água salgada
Estendido na minha frente sem lhe ver o limite
Mal o dia despontou no sossego da madrugada
Quis mergulhar nesse oceano e saciar o apetite.
À superfície eu percorri imensas milhas de solidão
Em busca da Atlântida submergida noutra ocasião.
O vento agitou as águas mas o calor não o temeu
Existências que levariam quando ninguém lhas deu.
Intensificou-se o vento soprando agora de norte…
Turvam-se as águas para se elevam alterosas ondas
Nesse oceano profundo a vida convive com a morte
Numa fauna entre corais conchas ovais e redondas!
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DENTRO DE MIM
Dentro de mim há um céu
Que um dia Deus me concedeu…
Tem fontes, rios, altas montanhas…
Vales fundos onde voam cegonhas!
Oceanos onde a mão toca o coral…
Lindas festas como Páscoa e Natal!
Peixes luminosos em fartas águas…
Uma catedral imersa em mágoas!
Há um altar a Deus omnipotente
Onde minha alma está presente!
Vejo um firmamento belo e infinito
Abaixo desses céus onde habito!
É um mundo dentro doutro mundo
Com um buraco negro lá no fundo.
Temporais que fustigam o litoral…
E a bonança depois do vendaval!
Neste clima irregular e passageiro
Há sempre um amigo companheiro.
Tem poesia sonhadora em fartura
É sensível e gosta de boa leitura!
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O HOMEM DO TURBANTE VERMELHO
O homem do turbante vermelho
Era um conceituado sábio, um guru…
Queimado pelo Sol parecia mais velho
Habitava a Índia mas não era hindu!
O homem do turbante escarlate
Usava uma túnica de cor azulada
Asceta, filho dum grande magnate
Via-se da erosão uma pele enrugada!
Esse homem do turbante da cor rubra
Era um emissário de Deus um mensageiro…
Com sua flauta punha a bailar uma cobra
Vinha anunciar a Paz e o fim do dinheiro!
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DINHEIRO SÍMBOLO DE PODER
Dinheiro tantas vezes és desgraça…
Por ti maltrata-se, rouba-se, mata-se.
Dinheiro és a falsa alma da humana raça…
Contigo trafica-se, engana-se, rapta-se!
Dinheiro que corrompes o mundo inteiro
Tu és o símbolo da hegemonia no poder…
Dinheiro sem escrúpulos, aventureiro…
Nas mãos dos que te fazem crescer!
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DAI-NOS A PAZ SENHOR
Dai-nos a paz Senhor
A paz que emerge da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz da chamada liberdade
Protegei-nos das garras da injustiça.
A paz sem vencedores ou vencidos
A paz para nossos entes queridos
A paz o alicerce da humanidade
A paz resplandecendo ao Sol
Consolidando-se pela
Eternidade!
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Epílogo
Nasci na orla sul numa faixa onde o oceano quase sempre se vê azul. Portimão é essa
terra algarvia na Pátria Lusa.
Tenho prazer em ler bons livros… considero bons livros todos aqueles que nos fazem
crescer interiormente... Interesso-me pelos temas que vão do científico ao mundo do
oculto em particular! Subo degrau a degrau a escada infinita do mundo Transcendental,
talvez por isso me sinta mais próximo dos caminhos que levam à Espiritualidade. Há em
mim algo de elevado, de poético e de profético que não posso negar perante o evidente.
Como Guia de Turismo iniciei minha actividade laboral em excursões pequenas no
início, mas logo passando aos grandes circuitos, as viagens de Longo Curso no exterior
alcançando por vezes 50 dias no mesmo circuito… nesta área me mantive durante 30
anos... Meu curso Universitário foi frequentado em múltiplas digressões pelo
estrangeiro, ao longo deste período fiz por elevar meu conhecimento nos MUSEUS e
outras organizações de carácter cultural espalhados pelo mundo.
Os Pensamentos irrompem como uma nascente e mantêm-se de forma constante desde
Março de 2003. É a partir desta data que quase em simultâneo começo a esboçar como
aprendiz meus primeiros POEMAS… ambos seguem um percurso evolutivo abraçando
os horizontes da Nova Era e o Universo da Espiritualidade que se avizinham e que estão
no cerne da minha escrita.
Deixei-me seduzir em particular pelos versos de MIGUEL TORGA e o enlevo dos
poemas de SOPHIA DE MELLO BREYNER… e tantos poetas latinos como Alfonsina
Storni que se tornaria enfadonho enumerar nesta Biografia em síntese.
Rui Pais
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