ENERGIA FOTOVOLTAICA COMO
UMA SOLUÇÃO PARA CRISE
ENERGÉTICA: ANÁLISE DA
VIABILIDADE TÉCNICA DE SUA
IMPLANTAÇÃO EM EDIFÍCIO DE UMA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
NA CIDADE DE ITAPERUNA- RJ
Niander Aguiar Cerqueira
(Faculdade Redentor)
Victor Barbosa de Souza
(Faculdade Redentor)
Resumo Este trabalho tem dois objetivos, primeiro fazer uma revisão
bibliográfica sobre energia solar, abordando temas como sua origem,
desenvolvimento, possíveis utilizações, projetos envolvendo energia
solar, instituições que já empregam e utiliizam essa energia e como a
energia solar poderá vir a ajudar ao combate das futuras demandas
energéticas que estão por vir. O segundo objetivo é fazer o estudo da
viabilidade técnica para a implantação de um sistema fotovoltaico na
Sociedade Universitário Redentor em Itaperuna, RJ. Verificou-se a
viabilidade técnica para instalação de um sistema fotovoltaico na
instituição, que apresentou uma média de radiação solar anual alta
entre 4,5 e 5,10 Kwh/m².dia e uma grande área disponível para
instalação dos módulos fotovoltaicos.
Palavras-chaves: Energia solar; fotovoltaico; energia renovável.
8 e 9 de junho de 2012
ISSN 1984-9354
VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 8 e 9 de junho de 2012
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INTRODUÇÃO
O mundo em alerta. A população mundial cresce em níveis alarmantes, será que existe
estrutura para tal crescimento? Com o passar dos tempos e com o crescimento populacional
há necessidade do avanço e da criação de novas tecnologias para de certa forma suprir as
necessidades como também melhorar o modo de vida da população. Em contrapartida com
esse avanço tecnológico, acarretou num aumento do consumo energético em todo o mundo.
Consumo esse que cresce em passos de gigante. Estima-se que o consumo energético mundial
crescerá um terço nos próximos 25 anos. Sendo o maior consumidor a China, seguido dos
EUA. A China consume 70% a mais de energia que os EUA. Boa parte de aumento do
consumo energético é de responsabilidade da China e Índia. (AIE, 2011)
O Brasil, não fica muito atrás, o consumo energético cresce notavelmente e com os
respectivos eventos que serão realizados no Brasil, que acarretará em um salto ainda maior,
no consumo energético brasileiro, devido às infra-estruturas que demandam tais eventos.
Estima-se que o Brasil será o segundo país do mundo com o mais rápido crescimento no
consumo de energia primária nos próximos 25 anos, perdendo apenas para a Índia que deterá
o primeiro lugar. Estima-se que nas próximas duas décadas o consumo energético no Brasil
aumente cerca de 80%, do consumo atual. Isso levará o Brasil a um salto no ranking dos
países com o maior consumo energético. O Brasil que ocupa a décima primeira posição, com
esse crescimento, deverá saltar para a sétima posição, deixando para trás grandes potências
como Coréia do Sul e Reino Unido. (AIE, 2011).
Esses dados, apresentados pela Agencia Internacional de Energia, são alarmantes para o
Brasil. Apesar da criação de mais uma usina nuclear em Angra dos Reis e outros projetos para
mais algumas usinas nucleares, incentivos para o emprego de PCH’s e a tão discutida Usina
Hidrelétrica de Belo Monte, tais medidas ainda serão insuficientes para suprir essa futura
demanda energética. Existe uma teoria muita pessimista sobre a demanda energética no
Brasil, que cita que dentro de 5 (cinco) anos, caso o Brasil não se estruture de maneira
eficiente, este sofrerá de contínuos apagões, ressuscitando o tão assombroso fantasma do
Racionamento enérgico, vividos na época do governo FHC, que poderiam levar o país a um
caos total. Apesar de ser apenas uma teoria, a mesma liga o sinal de alerta, devendo gerar
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novas iniciativas energéticas, para que no futuro o Brasil possa se tornar uma potência
mundial sustentável.
O Brasil se “prepara” para o futuro a passos de tartaruga, com alguns incentivos para
pesquisas de novas formas e fonte de energia sustentável, sendo que a maioria dessas
pesquisas estão sendo desenvolvidas pelo Centro de Referência para Energia Solar Eólica
Sergio Salvo Brito, CRESEB. No entanto, esses incentivos se limitam apenas a pesquisas.
Não há quase nada de incentivo para a utilização, comercialização e emprego dessas
tecnologias. Essas pesquisas são baseadas em fontes renováveis de energia e sistemas
híbridos.
O Brasil apresenta grande potencial eólico e solar, potencial esse que viabiliza a utilização de
sistemas de geração de energia eólico, sistema de geração de energia solar e até mesmo de
sistemas híbridos de geração de energia eólico-solar. Talvez esse seja um dos caminhos que o
Brasil necessite percorrer para no futuro não passar por algum tipo de escassez energética,
evitando dessa maneira possíveis apagões, racionamentos energéticos e até mesmo um caos
nacional. Dessa forma, o Brasil caminharia a passos largos para se tornar cada vez mais um
país sustentável, deixando para o mundo um exemplo e uma maneira de como contribuir para
evitar futuras catástrofes climáticas.
Dessa forma, este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão histórica do uso da energia
solar e o seu emprego para o combate a futuras demandas energéticas, bem como demonstrar
como seria a análise da área para a instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica,
identificando itens potencialidade da região de instalação do sistema, área de incidência solar
disponível para a instalação das placas, etc. Este trabalho é parte das conclusões iniciais de
um projeto que objetiva a análise da viabilidade técnica e financeira para a futura instalação
de um sistema fotovoltaico para atender a Biblioteca João Carlos de Almeida Mielli, da
Sociedade Universitária Redentor, sistema este que poderá ser facilmente expandido para todo
o edifício da instituição.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A Energia Solar no Mundo
O mundo passa por um momento de reflexão e reavaliação das fontes energéticas que
historicamente vêm sendo utilizadas. O desastre no Japão colocou em cheque, mais uma vez,
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a segurança e a viabilidade do uso da Energia Nuclear. Há uma crise também no uso do
Petróleo e Carvão, que vêm atingindo as maiores cotações de toda a história (SOUZA, 2011).
A intensa e indiscriminada exploração de reservas não renováveis de combustíveis fósseis
aliados aos prejuízos ambientais decorridos do uso desses recursos energéticos implica num
cenário preocupante. Desta forma, o surgimento de novas fontes de energia alternativas, em
particular de fontes renováveis e não-poluidoras, como a solar e a eólica, acena para um novo
momento.
Por razões econômicas o interesse dos Estados Unidos e da Europa pelo uso de energia solar
cresceu muito nas duas últimas décadas, principalmente após a crise da década de 70 no setor
petrolífero. Atualmente, não se fala apenas na aplicação dessa radiação como fonte de energia
limpa e renovável, mas também no conhecimento do clima e de suas mudanças (Souza, 2011).
A energia solar pode ser dividida em duas categorias, solar fototérmica e solar fotovoltaica
(CRESESB, 2006).
A energia solar fototérmica é baseada na quantidade de energia que um determinado corpo é
capaz de absorver, sob forma de calor, a partir da radiação solar. Esse princípio é utilizado em
tanques solar e destilação de água. Esse método de dessalinização através do sol quando
comparados com outros métodos de dessalinização como: Eletrodiálise, que é a eliminação
dos íons salinos por aplicação de campo elétrico, e o método do congelamento apresenta a
melhor relação custo beneficio e a maior eficiência; A energia solar fototermica também é
utilizado em sistemas de aquecimento de água, podendo este aquecimento ser passivo e ativo.
Sendo o aquecimento passivo utilizados em tanques solar, como citado acima, este
aquecimento direto pela radiação solar, porem apresenta baixa eficiência. (ALDABÓ, 2002).
Em 1839, Edmond Becquerel notou um aparecimento de um diferencial nos extremos de uma
estrutura de material semicondutor, produzido pela absorção da luz, foi a partir dessa
observação que se chegou ao conceito do efeito fotovoltaico. A partir daí passou-se ao
desenvolvimento desse conceito até chegar à utilização da energia solar como meio de
obtenção de energia elétrica. O ápice do desenvolvimento dessa tecnologia se deu na época da
corrida espacial e da utilização de satélites, que tinham como principal fonte de energia a luz
do sol. Assim, essa tecnologia foi um pouco mais lapidada, dentro das limitações da época,
como fonte de energia para as naves espaciais, pois no espaço era a maneira mais fácil de se
obter energia sem sobrecarregar a aeronave com tanques de combustíveis (CRESESB, 2006).
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Com a crise energética de 1973, o desenvolvimento dessa tecnologia ganhou novo impulso.
Diversas empresas americanas do ramo do petróleo diversificaram seus investimentos em
novas formas de obtenção de energia e a energia solar foi a que mais recebeu investimento.
Com a ampliação dos estudos e desenvolvimento de tal tecnologia, descobriu-se que o sol era
fonte riquíssima de energia, cerca de 10.000 vezes a energia consumida na época, algo em
torno de 1,5 x 1018
kWh (PARIDA B, INIYAN S. e GOIC R.,2011).
Foi-se, então, aprimorando os equipamentos e a eficiência dos mesmos, surgindo a célula
fotovoltaica, utilizada na absorção da energia do sol. Com o passar do tempo e com os novos
estudos realizados, percebeu-se no silício as potencialidades de um melhor material para ser
empregado nas células fotovoltaicas, sendo essa conclusão de assaz importância para maiores
investimentos em tal tecnologia, pois o silício é o segundo elemento mais abundante do globo
terrestre (LANDI, 2010).
Em 1993 a produção de energia através do sol atingiu o recorde de 60 Mwp (CRESESB,
2006). Já no ano de 2000, esse número era 3 (três) vezes maior, sendo que diversos países
vêm utilizando esta tecnologia, até mesmo países não muito indicados para a utilização dessa
tecnologia.
Com a crescente demanda por energia, levantou-se outro fator que é o possível fim dos
combustíveis fósseis, podendo gerar um caos energético e com isso eclodir inúmeras guerras e
conflitos para obtenção do tão importante ouro negro (CRESESB, 2006).
Nas próximas décadas todos os países do mundo têm que reduzir pela metade o nível de
emissão dos gases poluentes, mas essa diminuição não deve refletir na produção de energia
elétrica, uma vez que o potencial de energia de um país não pode diminuir, pois com isso
poderiam ocorrer sérios prejuízos e apagões em tais países (CRESESB, 2006).
Por conta desse cenário diversas soluções têm sido propostas, algumas da quais já são
conhecidas por boa parte da população mundial, como: os painéis fotovoltaicos, que têm
grande utilização em países europeus com a Holanda e Alemanha e os aquecedores de água,
que substituem os chuveiros elétricos e os aquecidos por gás natural e têm o seu o uso já bem
mais difundido pelo mundo. Entretanto, existem outros projetos e protótipos que de certa
forma podem estar sendo futuramente aproveitados como: SES (Satélite de Energia Solar),
Solar Two, SSM (Sistema Solar Marítimo) e Phoebus, etc.
Phoebus é um consorcio Europeu que como objetivo instalar na Jordânia uma Usina Termo
Solar de 30 MW utilizando receptores volumétricos. Esses receptores, como o próprio nome
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já diz, recebem calor e servem de meio de transporte para acionar uma turbina geradora de
energia.
O Sistema Solar Marítimo, SSM, que seria utilizado para ajudar na locomoção do navio, tem
seu funcionamento baseado na utilização da eletrólise da água. O Hidrogênio que é um dos
produtos finais da eletrólise seria encaminhado para as caldeiras convencionais, podendo
também se recombinado com o oxigênio em câmaras de combustão, para obter vapor
aquecido e acionar as turbinas.
O Projeto Solar Two é um projeto de geração de energia, com um potencial de 10 MW,
localizado no deserto de Mojave – Califórnia - USA, utilizando uma tecnologia de captação
de energia solar do tipo torre, captação essa que é inovadora, onde a torre é a responsável por
abrigar o receptor. Esta usina está em funcionamento desde 1997, sendo que os números do
Two são muito bons, apresentando uma média mensal de 1633 MWh. A eficiência do
receptor gira em torno de 88%. A maior produção da turbina foi de 11,6 MW. O sistema de
armazenamento tem uma eficiência altíssima de 97% e a maior disponibilidade alcançada foi
de 94%, no ano de 1998.
Contudo, o projeto que mais chama a atenção é o SES, Satélite de Energia Solar. Este projeto
chama atenção devido à grande inovação proposta com relação à captação da energia solar. A
captação de energia solar convencional é aquela que incide sobre a terra. No método pensado
para o SES a captação dessa energia se daria na órbita da terra. O Satélite de Energia Solar
seria colocado na órbita da terra e enviaria a energia gerada através de microondas. Porém,
essa idéia tem causado grandes polêmicas tanto no diz respeita ao ramo técnico, como nas
áreas social e política. No que diz respeito a questões técnicas e políticas são questionados
inúmeros fatores, pois, devido a suas dimensões de aproximadamente 50 Km², peso de 90.000
toneladas e sua capacidade de geração energética de até 10.000 Mw, tal empreendimento
causaria grandes impactos nas matérias primas disponíveis na terra, sendo muito difícil a
colocação de um aparato de tal tamanho na órbita. Porém, a maior polêmica se dá na esfera
social. O grande questionamento suscitado versa sobre os danos causados por uma exposição
de ondas de radiação de baixa freqüência de forma constante.
A grande vantagem desse sistema de geração solar é que, além da grande capacidade de
geração de energia, há uma constância nessa geração, 24 (vinte e quatro) horas, pois o satélite
está na órbita da terra. Todavia, este sistema apresenta grandes desvantagens e dificuldades
tecnológicas. Além das polêmicas já causadas, para a recepção da energia seria necessária a
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construção de uma torre de 50 Km², além da área de proteção contra incidência das
microondas ao redor da antena. O custo de tal projeto equivale ao produto interno bruto dos
EUA e para o transporte de tal estrutura necessitaria de milhares de pessoas e naves de alta
capacidade. Tal investimento teria uma vida útil muito pequena, somente de 10 anos, devido
a uma grande deterioração, cerca de 10%, danos causados nos condutores da superfície
fotovoltaica. (ALDABÓ, 2002).
A Energia Solar no Brasil
Em nível nacional, a tecnologia fototérmica começou de maneira discreta sendo utilizada
apenas em algumas residências e posteriormente em creches e colégios. Hoje, indústrias,
hotéis, pousadas e condomínios vêm adotando a tecnologia e a tendência é que cada vez mais
essa energia seja utilizada, devido aos benefícios ao meio ambiente e principalmente pela
economia para quem a emprega.
A tecnologia fotovoltaica vem ganhando o espaço rapidamente. No ultimo dia 30/06/2011 o
Brasil ganhou a sua primeira usina de energia Solar, que fica localizada em Tauá, a 344 km de
Fortaleza, com a capacidade de geração de 1Mw, que tem expectativa de atender cerca de 1,5
mil famílias, tal investimento é do grupo EBX. (INEE, 2011).
No interior do estado Rio de Janeiro, na cidade de Macaé, cidade esta considerada o coração
do desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, empresas de condicionamento de ar
residencial estão oferecendo aparelhos de ar condicionados com alimentação por painéis
fotovoltaicos. (SOUZA e CERQUEIRA, 2011). A tendência é que esta tecnologia seja
difundia cada vez mais. Alguns parques e lugares públicos já têm suas instalações
fotovoltaicas como a Estação Ecológica Jureia, Parque Ecológico Porto Sauípe, Parque do Rio
de Janeiro. Existe também um programa do governo federal, Luz para todos, que leva energia
solar aos moradores de localidades remotas e o sistema de energia solar fotovoltaica será
utilizado. (TOLMASQUIM, 2003).
Logo a energia solar tem todos os requisitos para combater futuras demandas energéticas
devido a sua disponibilidade, empregabilidade e ser uma fonte renovável.
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ANÁLISE DA ÁREA DISPONÍVEL
Para a definição e levantamento dos dados da área disponível, foram utilizados alguns
recursos, com auxilio do banco de dados da APOLLO 11, CRESESB, Google Earth e outros
instrumentos de auxilio. Na figura 1, está apresentado um mapa do estado do Rio de Janeiro.
Figura 1 - Mapa do Estado do Rio de Janeiro.
Fonte: APOLLO II, 2012.
Delimitada a região da localização da cidade, partiu-se para o levantamento dos dados
geográficos da localidade da Faculdade Redentor utilizando-se o Google Earth (Figuras 2 e
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3).
Figura 2 - Foto da localização da Sociedade Universitária Redentor.
Fonte: Google Earth. (Vista Superior.)
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Figura 3 - Foto da localização da Sociedade Universitária Redentor.
Fonte: Google Earth. (Vista Panorâmica).
Com o auxilio do Google Earth, definiu-se a localização de forma completa. A instituição se
encontra localizada a margem da BR-356, com os seguintes dados:
Latitude: -21º 12’ 18’’ Sul.
Longitude: -41º 53’ 16’’ Oeste.
Altitude: 108 metros.
Além das influências causadas pela localização, há também as influências causadas pelas
características da geometria solar, conforme pode ser observado na Figura 4.
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Figura 4 - Foto da órbita da terra em torno do sol
Fonte: CRESESB.
O sol nasce no leste e se põe no Oeste.
A órbita terrestre é uma orbita elíptica em torno do sol e o eixo de rotação da terra
forma um ângulo de 23,5º com a normal ao plano da elipse da órbita da terra.
A declividade Solar varia entre valores: -23,45º 23,45º.
O ângulo Azimutal de Superfície varia entre -180º wa 180º.
Intensidade de radiação Solar que chega a Terra é aproximadamente 1,3 KW/m².
Conhecendo a teoria de Rayleigh e Mie que diz que a massa do ar influencia através dos
efeitos de absorção e dispersão da radiação solar. Relação (simplificada) esta que define que:
SenAM
CosAM
11
Onde:
AM é massa de ar.
e são os ângulos de incidência.
Vale ressaltar que a poluição atmosférica interfere nos resultados.
Definido os dados da localidade, iniciou-se a definição dos dados climáticos que influenciam
no potencial de geração de energia solar (Tabela 1).
Tabela 1 - Climática de Itaperuna-RJ.
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Fonte: INMET, 2012
Com base na tabela climática de Itaperuna (Tabela 1) conclui-se que o mês de Fevereiro
apresenta a maior temperatura, 33ºC, e o mês de Junho apresenta a menor temperatura
mínima, 15ºC e a menor média, 21oC. Os meses de Janeiro e Fevereiro apresentam as
maiores temperaturas mínimas, 22ºC. Já os meses de maior temperatura média são Janeiro,
Fevereiro e Março. O mês de Dezembro foi o mês com o maior índice de precipitação cerca
de 208 mm. A incidência de radiação ultravioleta é muito alta, sendo 9 o nível de UV, numa
escala que vai até o máximo de 14.
O passo seguinte foi definir o potencial de radiação Solar da localidade de Itaperuna-RJ, esse
potencial leva em consideração:
Radiação ao nível do Solo
Radiação Extraterrestre.
Métodos de cálculos Matemáticos.
Localização.
Os dados obtidos no CRESEB estão apresentados na Tabela 2 e no gráfico da Figura 5.
Tabela 2 - Radiação Diária de Itaperuna
Fonte: CRESEB, 2012
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Figura 5 - Gráfico da Radiação Diária de Itaperuna
Fonte: CRESEB, 2012
Na tabela 2, como no gráfico da Figura 5, fica evidente que o mês com maior nível de
radiação solar é o mês de Janeiro, com 6,06 Kwh/m².dia. O mês de Junho apresenta o menor
nível de radiação solar, com 3,53 Kwh/m².dia. A média do nível de radiação foi entre 4,50 e
5,10 Kwh/m².dia. Com isso fica evidente o bom nível de radiação solar, o que viabiliza a sua
utilizando na região.
Esses dados obtidos se tornam confiáveis quando os resultados são comparados com o Atlas
Anual Solarimétrico do Brasil (Figura 6), uma vez que os resultados obtidos no levantamento
batem com os resultados obtidos no Atlas.
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Figura 6 - Mapa da Radiação Solar Global Diária.
Fonte Atlas Solarimétrico do Brasil, 2011.
A próxima etapa foi considerar prováveis níveis de radiação para possíveis inclinações nas
instalações dos módulos fotovoltaicos (Tabela 3).
Tabela 3 - Radiação Diária de Itaperuna com inclinações
Fonte: CRESEB, 2012
No gráfico da Figura 7, são apresentados os dados com relação à radiação solar no plano
inclinado para a cidade de Itaperuna.
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Figura 7 - Gráfico da Radiação Diária de Itaperuna com inclinações.
(Fonte: CRESEB, 2012)
Analisadas as possibilidades de viabilidade de utilização de energia fotovoltaica no município
de Itaperuna, passou-se à tarefa de identificar a melhor inclinação para o projeto, sempre
buscando a melhor solução técnico-econômica. Vale destacar que a média de radiação solar
para planos inclinados foi superior a média dos planos horizontais.
A radiação solar não é constante, ela oscila durante o dia, porém tem sua maior intensidade ao
meio-dia-solar, período do dia que a incidência solar é perpendicular e o sistema fotovoltaico
tem sua geração de energia máxima, que é a denominada hora solar pico. Durante o dia a
radiação solar oscila, porém em determinada parte do dia ela vai do mínimo ao máximo,
retornando no fim do dia para o mínimo ao final da tarde.
O conhecimento das horas pico da localidade onde se pretende instalar um sistema
fotovoltaico é de grande relevância, pois é nessas horas de sol pico que o painel fotovoltaico
estará gerando o máximo de energia durante o dia. Esse período geralmente é compreendido
entre duas ou três horas antes e depois do meio dia solar, que é diferente de meio dia (12 h)
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das horas. O meio dia Solar é quando os raios solares estão projetando na direção norte-sul,
no meridiano local, isso varia de localidade para localidade e também do período do ano.
Logo, em Itaperuna, tem-se um período de insolação de aproximadamente 8 (oito) horas e 4
(quatro) horas de horas pico.
Torna-se evidente o período das horas pico no gráfico Irradiação X Horas (Figura 8).
(CRESESB, 2012).
Figura 8 - Gráfico de Horas Solar Pico.
Fonte: HM Sistemas, 2011.
Já o mapa da figura 9 apresenta os dados de insolação anual.
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Figura 9 - Mapa da Radiação Insolação Diária.
Fonte: CRESESB, 2011.
Definido os dados geográficos, dados climáticos e o potencial solar, o passo seguinte é a
análise da área disponível na instituição para a futura instalação de um sistema fotovoltaico.
Visto as possibilidades, duas foram levadas em consideração. Uma foi a fachada principal do
edifício que abriga as instalações da instituição (Figura 10) e outra foi a parte superior -
cobertura (Figura 11).
Figura 10 - Desenho da fachada.
Fonte: Sociedade Universitária Redentor, 2011.
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Figura 11 - Desenho da parte superior.
Fonte: Sociedade Universitária Redentor, 2011.
Levantadas as possibilidades, identificou-se uma área aproximada de 950 m² de fachada e de
2700 m² de área superior (cobertura) disponíveis para a implantação de um grande sistema
fotovoltaico. Como a proposta do projeto primeiramente visa atender a Biblioteca, mas poderá
facilmente ser expandida futuramente para as demais instalações da faculdade para tornar a
faculdade energeticamente sustentável, dependendo da ambição do projeto, a parte superior
atenderia plenamente. No entanto, não há empecilhos técnicos que descartem a utilização da
fachada, sendo a área para sua utilização bem menor quando comparada com a parte superior.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos da análise de área disponível, analisando a região onde está
localizado o Campus da Sociedade Universitária Redentor, conclui-se que essa área tem um
grande potencial para receber um sistema fotovoltaico on/off. A temperatura média anual de
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33ºC, com clima estável e grande incidência de radiação solar, sendo seu nível mais alto em
Janeiro, de aproximadamente 6,1 Kwh/m².dia e o menor 3,6 Kwh/m².dia em Junho, com uma
média de radiação solar anual entre 5,10 e 4,5 Kwh/m².dia.
Quando comparado com outros países que são muito mais dependentes da energia solar como
Holanda, Alemanha e Japão, Itaperuna apresenta um excelente nível de radiação solar, com
aproximadamente o do dobro da incidência solar anual média daqueles países.
Outro fator primordial em dimensionamentos de sistemas fotovoltaicos são as horas picos da
localidade onde se pretende instalar o sistema. Na análise da localidade concluiu-se que a
disponibilidade é de aproximadamente 4 (quatro) horas de pico, que é excelente, sem contar
que são aproximadamente 8 horas de radiação solar.
Outra constatação a que se chegou foi a de que as inclinações futuras das instalações dos
painéis devem estar próximas a 23º em relação ao nível do solo, melhorando com isso seu
rendimento.
Um dado determinante para garantir a viabilidade de uso da energia fotovoltaica nas
instalações da Sociedade Universitária Redentor foi à área disponível apresentada, cerca de
2700 m² na parte superior e 950 m2 na fachada principal. Portanto, tem-se uma viabilidade
Técnica para uma futura instalação de um sistema fotovoltaico na Sociedade Universitária
Redentor, sendo a instalação do mesmo limitado apenas a questões de estudo da viabilidade
econômica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Acessado em14 de julho de 2011.
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SOUZA, M. N. A Crise Energética e a Radiação Solar. Disponível em
http://mauriciosnovaes.blogspot.com/2008/12/crise-energtica-e-radiao-solar.html. Acessado
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SOUZA, V. B. de; CERQUEIRA, N. A. Estudo da Viabilidade do Uso de Energia Solar
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Iniciação Científica da Faculdade Redentor. Itaperuna, 2011.
TOLMASQUIM, M. T. Fontes Renováveis de Energia no Brasil. CENERGIA, 2003.
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