Enterocolite Necrosante
Martha Vieira Agosto 2004-Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul /SES/DF
Enterocolite NecrosanteGrave doença gastrintestinal que afeta principalmente o RN prematuro (75 a 90%). É uma doençamultifatorial.
Enterocolite Necrosante
Prematuridade é o maior fator de risco
Enterocolite Necrosante
Incidência:2 a 7% das internações em UTIN:
Maior a incidência quanto menor a idade gestacional
Mortalidade: 20 a 40%Sem preferência por sexo,
raça ou período do ano.
Ocorre de forma isolada ou epidêmica
Enterocolite NecrosanteDoença dos Sobreviventes:
Ocorre com muita frequência nos bebês que sobreviveram a sérias intercorrências no período neonatal e que já se encontravam no período de recuperação.
Enterocolite Necrosante
Início: Entre o 3º e 10º dia de vida (extremos: 24 horas a 3 meses)
Quanto mais prematuro é o bebê maior é o período de risco para o início da doença, chegando até 10 -12 semanas.
Enterocolite Necrosante
Fatores que propiciam ISQUEMIAAsfixia perinatalPolicitemiaAnemiaTrombocitoseHipóxiaChoqueHipotermia
Enterocolite NecrosanteFatores relativos à ALIMENTAÇÃO
Alimentação precoce Progressão rápida da dieta Alimentação nasojejunalFórmulas artificiaisDietas hipertônicasMamadeira
Enterocolite Necrosante
Fatores INFECCIOSOS:
Colonização por bactérias multirresistentesHospitalização durante epidemiaBaixa imunidade
Enterocolite Necrosante
OUTROS :DMHExsanguineotransfusãoPresença de cateteres umbilicaisAnomalias congênitas gastrintestinaisPré-eclâmpsia maternaCardiopatia congênita / PCAPequeno para a Idade Gestacional
Enterocolite Necrosante
Quadro Clínico
Resíduos gástricos/ Vômitos biliososSangue nas fezesLetargia /ToxemiaSinais gerais de sepsesDistensão Abdominal, hiperemia de parede e periumbilical, defesa peritoneal, plastrão.
Enterocolite Necrosante
Enterocolite Necrosante
Insidiosa x Abrupta
Pré-termo TermoEvolui 1-2 dias Deterioração
catastróficaIntolerância Descompensação
alimentarrespiratóriaMudança do Choque / acidose
padrão das fezesDistensão abdominal:
intermitente acentuadaSangue oculto nas fezes hemocultura +
Enterocolite Necrosante
Exames complementares
Plaquetopenia correlaciona-se com gravidade e mau prognóstico
Neutrofilia / neutropeniaAnemiaHemoculturaPesquisa de sangue nas fezesAcidose metabólica persistenteRadiografia do abdome seriada (6/6 h)
Enterocolite Necrosante
Achados Radiológicos
Distensão e edema de alçasPneumatose intestinal Gás na veia portaPneumoperitônioAlça fixa
Enterocolite Necrosante
Tratamento ClínicoDieta zero Descompressão gástricaReposição de fluidos IVSuporte vasoativo (dopamina)Correção de anemiaCorreção de acidoseTratamento com antibiótico de amplo espectro
(anaeróbios)
Enterocolite Necrosante
AntibióticosAmpicilinaGentamicinaMetronidazolCefepimeMeropenemAmicacinaVancomicina
Enterocolite NecrosanteEstágio Clínica Radiologia TratamentoECN suspeita
IA
IB: enterorragia
Distensão abd,
Recusa dieta
Vômitos
Dilatação leve de alças Dieta zero 3 dias
Antibiótico por 3 dias
(dependendo de culturas)
ECN definida
IIA
IIB: + dor com ou sem celulite ou
massa abdominal
Plaquetopenia,
Acidose metabólica
RHA ↓ ou ausente com ou sem dor abdominal
Dilatação de alças, pneumatose
II B : + ascite
Dieta zero 7- 10 dias
Antibiótico 7- 10 dias
(Se exame for normal em 24-48 horas)
______________________
Antibióticos 14 dias
Dieta zero 10 – 14 dias
Correção de acidose
ECN avançada
IIIA
IIIB : pneumoperitônio
+ sinais de peritonite,muita dor, distensão acentuada
Hipotensão, bradicardia, acidose mista, CIVD, anúria
Pneumatose + ascite
definida
IIB: +pneumoperitônio
+ hidratação vigorosa, plasma, hemácias, drogas vasoativas, VM
Sem melhora: cirurgia
Enterocolite Necrosante
Tratamento CirúrgicoIndicações
PneumoperitônioParassíntese positivaAlça fixa em uma série de
radiografiasFleimão na parede abdominalMassa abdominalGás na veia porta
Enterocolite Necrosante
Outros achados indicativos de necrose tecidual:
Defesa peritonealPlaquetopenia persistenteNeutropenia progressivaDeterioração clínicaSangramento gastrintestinal severo
Enterocolite Necrosante
CirurgiaRessecção de tecidos necrosadosO mais conservadora possívelIleostomiaParassíntese de alívio
Casos cirúrgicos : mortalidade 20 a 40%
Enterocolite Necrosante
ComplicaçõesEstenose intestinal pós-cicatricialFístulaAbscessoECN recorrenteSíndrome do intestino curtoSíndrome disabsortivaColestase
Enterocolite Necrosante
PrognósticoBom a longo prazoPior quando há:
BacteremiaBaixo peso de nascimentoBaixa idade gestacionalSeqüelas gastrintestinais
(10 –30%)
Enterocolite Necrosante
Estratégias preventivas
Leite HumanoProgressão criteriosa da dieta
(20 ml /kg/dia)Esteróides pré-nataisProfilaxia da PCA
Enterocolite NecrosanteLeite Humano Leite artificial: incidência de ECN 6-10
maior
PAF acetilhidrolaseFator de crescimento epidérmico (peptídeo)ImunoglobulinasEritropoietinaFator bífido LactoferrinaLactoperoxidaseFatores estimuladores de colônia
(granulócitos/macrófagos)Citocinas (IL-1, IL-8)Leucócitos
Enterocolite Necrosante
Medidas promissorasSuplementação oral com Aminoácidos
(L-arginina)Pré-bióticos (oligofrutose bifidogênica)
Probióticos (Bifidobacterium, Lactobacillus)
Sem efeitoImunoglobulina oral ou intravenosaAntibiótico preventivo via oral
Enterocolite Necrosante
Estratégias preventivasLavagem / Limpeza das mãos
(álcool 70!)
Bom dia e obrigada pela atenção.
ReferênciasReferências Enterocolite Necrosante – Paulo R. Margotto – Assistência ao RN de Risco , 2ª
Edição, 2004 (disponível no site www.medico.org.br na especialidade neonatologia)
Necrotizing Enterocolitis . Teaching files – Division of Neonatology, Cedars –Sinai Medical Center, LA, California ,1996
Long: Principles and Practice of Pediatric Infectious Diseases, 2nd ed., Elsevier, 2003
Reber, Kristina M, Nankervis, Craig , Necrotizing Enterocolitis – preventative strategies , Clinics in Perinatology, Vol 31, nº 1 – March 2004
Kling, Pamela and Hutter John J, Hematologic abnormalities in Severe Neonatal Necrotizing Enterocolitis: 25 years Later, Journal of Perinatology, 2003; 23: 523-530
Grassi, M; Costa, M Teresa, Costa Vaz, F. A; Fatores Imunológicos do Leite Humano. Pediatria São Paulo, 2001,23(3): 258-63
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