EntrEvista Exclusiva com mEndEs ribEiro, ministro
da agricultura, PEcuÁria E abastEcimEnto
PatrimÔnio dE mato grosso do sul
cavalo PantanEiro
gruPo PinEsso invEstE no continEntE africano E Planta soja no sudão
pa
lav
ra
da
pr
es
ide
nte
4 | revista siFeMs
Os servidores púlbicos no Brasil represen-tam a segunda maior categoria em número, se considerar todas as esferas governamentais, per-dendo apenas para a categoria dos comerciários. O grande diferencial entre esses trabalhadores, é que os servidores públicos são altamente espe-cializados e preparados, pois além de assumirem funções mediante aprovação em concurso públi-co, muitos têm anos de preparação e formação para desempenhar suas funções na totalidade que se exige.
dessa forma, os governantes não deve-riam ver esses trabalhadores como um problema, como adversários lutando em lados opostos, mas sim parte da solução para transformação desta sociedade desigual e do modelo econômico in-sustentável, que tende ao fracasso e ao caos.
apesar disso, passamos por um grande mo-mento de mobilizações no qual as entidades sin-dicais de trabalhadores de carreira têm se unido para fortalecer suas lutas. são buscas por me-lhores condições econômicas e sociais para seus representados. por outro lado, não temos visto por parte do Governo disposição para equacio-narmos o binômio direito da população e respeito ao servidor público.
sem essa relação equilibrada tenderemos mais ainda ao sucateamento do serviço público, com a substituição por serviços terceirizados e não qualificados, descompromissados e parciais, onde, cada vez mais, a ação do estado tem sido diminuída e os interesses da sociedade prejudi-cados devido às ações de oportunistas que visam apenas benefícios próprios.
Os sindicatos, como agentes transforma-dores da sociedade, não devem se isolar, mas despertar para a execução de ações que fortale-
çam seus pares, mutuamente, apoiando políticas públicas que favoreçam o serviço público de qua-lidade, com condições de trabalho decente para os trabalhadores que o promovem.
na opinião de Chiquinho pereira, presiden-te do sindicato dos padeiros de são paulo: “Há uma mudança, no mundo e no Brasil, que exige a abertura de um novo ciclo histórico para o movi-mento sindical. temos de ir além do corporativis-mo-economicista e combinar os interesses eco-nômicos e sociais imediatos das trabalhadoras e trabalhadores com os interesses democráticos, libertários e de justiça social do povo brasileiro. O papel do mundo do trabalho, do movimento sindical, é o de lutar sim por melhores salários e condições de trabalho, mas tem que, além disso, fazer avançar a democracia no sentido de cons-truir uma nova civilização, humana, ética, justa socialmente e ambientalmente sustentável”.
se esta parece uma solução aceitável, o que está faltando? talvez, falte iniciativa dos nossos governantes em promover estas transformações, em iniciar um diálogo que coloque fim à queda de braço, onde quem sempre perde é a popula-ção. Ou falta vontade política para acabar com o tiroteio de acusações entre governo e servidores públicos, agravado principalmente pela omissão do estado em cumprir suas obrigações constitu-cionais de fornecer melhores condições de vida para a população. talvez, falte ainda credibilida-de e compromisso político perante a sociedade, que se renova a cada campanha eleitoral.
O servidor público é um agente do desen-volvimento, por isso deve ser levado em conside-ração e respeitado pelos próximos governantes. sem ele, não há excelência e nem qualidade nos serviços prestados ao povo brasileiro.
Os servidores públicos são os agentes executores dos programas de governo
Glaucy da Conceição Ortiz
ex
pe
die
nte
6 | revista siFeMs
diretoria executiva do siFeMs sindicato dos Fiscais estaduais de Mato Grosso do sulPresidente – Glaucy da Conceição OrtizVice-Presidente – Mauro rodrigo rossettiSecretário Geral – luciano ChiochettaDiretora de Administração e Finanças – vera lúcia amaral de Oliveira pereiraDiretora de Publicidade e Eventos – Flavia Queiroz Cusinato da Fonseca Secretária Geral (suplente) – angela nunes Boni Diretora de Administração e Finanças (suplente) – Milena Biasi Ferlin Diretor de Publicidade e Eventos (suplente) – Fábio shiroma de araújo
endereço: rua Otaviano de souza, 254 - Bairro Monte líbanoCampo Grande-Ms Cep: 79004-041
tel: (67) 3201-1760 ou (67) 3201-1761Caixa postal 3515 – agência dos Correios da Costa e silva
e-mail: [email protected] ou [email protected]: www.sifems.org.br
e-mail: [email protected]
Editora FocusCNPJ 04.237.390/0001-79e-mail: [email protected] executiva – Fátima espíndola
Jornalistas responsáveis – suki Ozaki – drt/Ms 9304 ([email protected]) tatiana Martins – drt/Ms 107 ([email protected])
Editoração Eletrônica – W/28 Comunicação, propaganda e Marketing [email protected] – (67) 9958-9000
Foto Capa: Fazenda promissão
Fechamento desta edição 20 de novembro de 2012
ed
itO
ria
l
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
Mais diálogo e flexibilidade
7
passadas as eleições municipais, que foram antecedidas por inumeras gre-ves dos servidores públicos federais, podemos avaliar que está chegando um novo momento político não só em Mato Grosso do sul, mas em todo o Brasil. a renovação demonstra maior amadurecimento por parte do eleitor, que almeja mudanças que de fato impactem sua vida. Neste novo cenário que se configura, esperamos que haja mais diálogo e flexibilidade para que as políticas públicas avancem no sentido de servir verdadeiramente a população.
nesta segunda edição, a revista agronegócio/Ms traz uma entrevista ex-clusiva com o advogado Jorge alberto portanova Mendes ribeiro Filho, ministro da agricultura, pecuária e abastecimento (Mapa), na qual ele fala sobre as ações para combater a febre aftosa no estado, faz uma avaliação positiva do agrone-gócio na região e reafirma a greve como um direito legítimo, mas que deve ser pautada pelo diálogo para a solução das demandas.
traz ainda casos de sucesso, como o do Grupo pinesso, que está plantan-do soja no sudão, no Continente africano e deve expandir seus negócios tam-bém em Moçambique, a do empresário arimar Couto, que investiu na produção de mel e tem trazido inovações para o setor.
você verá ainda a avaliação que a presidente do sifems, Glaucy da Con-ceição Ortiz, faz sobre o plano de Cargos, Carreiras e salários aprovado pelo Governo do Estado não apenas para os fiscais estaduais agropecuários, mas sobretudo o impacto que terá na vida da população e para os produtores rurais.
Boa leitura!
4 | palavra da presidente
7 | editorial
10 | entrevista
14 | agricultura sudão
16 | Canasul
20 | soja
22 | Morcegos
24 | algodão
26 | artigo
27 | política
ex
pe
die
nte
28 | Fiscalização
32 | apicultura
35 | aftosa
36 | suinocultura
40 | agricultura Familiar
44 | agrotóxicos Biológicos
46 | Capacitação48 | Cavalo pantaneiro
50 | pecuária leiteira
52 | extensão rural
55 | artigo
56 | educação ambiental
58 | Fenapec
60 | artigo
64 | escritórios da iagro
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
9
en
tre
vis
ta
10 | revista siFeMs
Quais são as ações do Governo Federal previstas para combater a febre aftosa na re-gião de fronteira?
as ações serão sempre permanentes en-quanto houver qualquer risco de disseminação da aftosa. no último dia 21, o Ministério da agri-cultura, pecuária e abastecimento (Mapa), por meio dos fiscais agropecuários, participou da Operação Ágata 5, abrangendo a fronteira de Mato Grosso do sul e mais os estados do sul. as fazendas consideradas de maior risco, principal-mente aquelas com áreas em ambos os lados da fronteira, serão monitoradas com mais frequência pelos técnicos dos serviços oficiais do Brasil e do Paraguai. Os dois países firmaram um plano de ação cooperado – com ações e prazos determi-nados para execução - para reforçar a sanidade animal na região e evitar a ocorrência de novos focos de febre aftosa como os registrados recen-temente do lado paraguaio. entre as atividades acertadas estão continuar com as supervisões conjuntas da vacinação contra febre aftosa nas fazendas definidas previamente pelas unidades veterinárias de ambos os países, com prioridade nas propriedades de maior risco. Também ficou definido que deverá ser incrementada a atualiza-ção da identificação individual de bovinos, buba-linos, ovinos e caprinos e o fortalecimento do in-tercâmbio de informações de cadastro, desenho de marca dos bovinos, zoosanitárias e de movi-mento de animais entre os serviços em todos os níveis.
Qual a avaliação que o senhor faz sobre o atual desempenho do agronegócio em Mato Grosso do Sul?
Os resultados sempre foram positivos na região. e o produtor rural é o principal respon-sável pelo bom desempenho no campo. e o es-tado ainda pode mais. a soja é o exemplo, que alcança resultados acima do esperado. recen-temente, o Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento (Mapa) alterou o zoneamento agrícola de risco climático em Mato Grosso do Sul. Estas mudanças devem influenciar ainda mais nas solicitações de crédito e seguro agrí-cola e identificar, a partir de uma gestão de ris-cos para minimizar os impactos relacionados aos fenômenos climáticos, a característica de produção com maior exatidão e detalhamento. preocupado com a saúde dos brasileiros e com o meio ambiente, o Mapa tem incentivado cada vez mais o uso de agrotóxicos biológicos.
É possível utilizá-los e manter a cres-cente produtividade?
O Brasil tem um dos melhores modelos re-guladores de defensivos biológicos do mundo. e seguiremos neste sentido para obter maiores resultados também em produtividade. O Minis-tério da agricultura, pecuária e abastecimento (Mapa) incentiva cada vez mais o produtor rural a utilizar os agrotóxicos biológicos e os feromô-nios no combate às pragas nas lavouras. esses tipos de defensivos são menos agressivos à saú-
O Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento incentiva cada vez mais o produtor rural a utilizar os agrotóxicos biológicos e os feromônios no combate às pragas nas lavouras
O advogado Jorge Alberto Portanova Mendes Ribeiro Filho, ministro da agricultura, pecuária e abastecimento (Mapa), é natural de porto alegre (rs) e deputado federal pelo pMdB gaúcho pela quinta legislatura. atuante em sua carreira parlamentar, foi líder do Governo na Câmara dos depu-tados em 2011 e integrou as Comissões de Ciência e tecnologia, Comunicação e informática; Constitui-ção, Justiça e Cidadania; Finanças e tributação. nesta entrevista exclusiva para a revista agronegócio--Ms, ele fala das ações do Mapa para combater a febre aftosa na região de fronteira, faz uma avaliação positiva do agronegócio no Estado e defende o diálogo entre o Mapa e os fiscais federais agropecuários.
Por Suki Ozaki
“O Brasil tem aumentado
constantemente a produção de alimentos, os
desafios ainda são grandes”
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
11
de humana. a meta até 2015 é que 10% do total de defensivos produzidos sejam biológicos. se o produto for eficaz e menos tóxico, o agricultor passará a adotá-lo.
O Brasil tem aumentado a produtividade de alimentos para atender a demanda interna-cional. Há como expandir ainda mais a fron-teira agrícola sem, contudo, causar danos irreversíveis ao meio ambiente?
O Brasil tem aumentado constantemente a produção de alimentos, os desafios ainda são grandes. vamos incentivar a produção de ali-mentos com qualidade. O objetivo é que a pas-ta esteja mais perto do produtor. Com a apro-ximação dos técnicos do ministério, poderemos extrair todo o potencial do agricultor fornecendo orientações, assistência técnica de ponta. assim, verificamos as falhas e necessidades. Temos trabalhado em interação com a empresa Bra-sileira de pesquisa agropecuária (embrapa), o que é fundamental para que a produção cresça. essa é uma atribuição de todos nós. a produção de grãos cresceu 290% no Brasil e o rebanho de
gado 250%, com o acréscimo de área de apenas 39%. somos lí-deres na produ-ção de alimentos, mas também so-mos líderes em áreas de preser-vação ambiental. isso é possível porque estamos na dianteira da tecnologia de produção em áreas tropicais.
Qual a avaliação que o senhor faz so-bre a greve dos fiscais federais agropecuários?
O direito de greve é legítimo. Mas a greve não precisa virar uma
Ca
rlO
sil
va
/ M
ap
a
en
tre
vis
ta
12 | revista siFeMs
“batalha”, já que o país não pode sofrer com a falta de um serviço básico. Ou todos nos trata-mos bem ou teremos problemas na relação. e se eu tiver problema, vou pedir ajuda. não vou deixar que prejudiquem o povo brasileiro. sem-pre estive à disposição de construir uma solução
conciliatória com a categoria e o Mapa traba-lhou desde o início para acolher e encaminhar as questões demandadas pelos fiscais federais. Fizemos nossa parte porque nosso interesse, como instituição é de que a situação sempre vol-te a se normalizar.
Ca
rlO
sil
va
/ M
ap
a
Há mais de oitenta anos, a Biogénesis-Bagó dedica-se a desenvolver, fabricar e distribuir produtos voltados para a produtividade e sanidade animal. Uma empresa focada no mercado de bovinos, a Biogéne-sis-Bagó quer contribuir com o desenvolvimento da pecuária em todos os países onde está inserida.
presente no Brasil desde 1998, a empresa vem consolidando ano a ano sua presença no principal mercado da américa latina no segmento de produ-tos veterinários. de forma ativa, vem contribuindo com projetos de erradicação de febre aftosa e demais ame-aças ao desenvolvimento pecuário através de apoio e doações sempre que solicitadas e avaliadas como decisivas para a manutenção e ampliação da qualida-de do setor no Brasil.
para citar algumas ações, em 2010 realizou doação de 50 mil doses de aftogen Óleo ao Fundo emergencial de sanidade animal do estado do Mato Grosso (Fesa) para vacinação dos rebanhos brasilei-ros na fronteira com a Bolívia.
em 2011, foram doadas mais 6 mil doses da va-cina para o instituto Mineiro de agropecuária, de Mi-nas Gerais, para vacinação de rebanhos pertencentes às comunidades indígenas do estado.
atualmente, a Biogénesis-Bagó está entre as quatro maiores empresas de produtos veterinários para bovinos da américa latina e opera sob um sis-tema de Controle de Qualidade que é certificado em conformidade com a norma isO 14.001 e opera sob normas GMp (sigla em inglês para Boas práticas de Fabricação). a partir de 2003, desenvolveu equipe técnica e comercial própria para atender as necessi-dades dos produtores e técnicos em todos os esta-dos brasileiros. seu portifólio de produtos se concen-tra em animais de grande porte com ênfase especial nos bovinos. além da vacina contra febre aftosa estar presente em todos os países da américa do sul com programas oficiais de controle da doença também pro-duz vacinas virais e bacterianas para a prevenção de síndromes respiratórias e reprodutivas, doenças clos-tridiais e anti-rábicas, endectocidas, antiparasitários externos, farmacêuticos e hormônios para programas de reprodução assistida (iatF e tetF). “Como todo início, não foi fácil.
Mas hoje, a Biogénesis-Bagó está consolidada no mercado brasileiro e é uma das principais empre-sas deste mercado. Colhemos os frutos de todo esse esforço”, diz sergio Barros, Gerente de relações ins-
titucionais. dentre seus destaques, o Cronipres Monodose
foi desenvolvido para os programas de inseminação Artificial de Tempo Fixo, técnica que está revolucio-nando a reprodução bovina em todo mundo e especial-mente no Brasil. Outro destaque que tem contribuído para o crescimento da empresa é o ivergen platinum, um endectocida de longa ação à base de ivermectina 3,15%. indicado para o controle de parasitas internos e externos em bovinos e ovinos, sendo já um dos prin-cipais produtos do segmento no Brasil.
ainda, a aftogen é reconhecida e vastamente utilizada no combate à febre aftosa, sendo um dos principais produtos da companhia em todos os mer-cados onde ela atua. segundo raul Moura, diretor Comercial, “a chegada da aftogen foi decisiva para consolidação da empresa no mercado brasileiro, pois além de um produto estratégico no mercado nacional, nos permitiu nos aproximar ainda mais dos pecuaris-tas e elaborar um plano sanitário completo para cada fazenda brasileira”, diz o diretor.
a empresa faz parte do banco de antígenos da argentina desde 2000 e em 2006 a Biogénesis-Bagó marcou mais uma vez sua presença mundial ao tornar--se responsável em prover o Banco de antígenos e vacinas contra febre aftosa para a américa do norte (EUA, México e Canadá). Significa dizer que qualquer foco da doença em um destes países, a Biogénesis--Bagó será responsável pela formulação da vacina, que deverá ser enviada ao país em 72 horas. por isso, em setembro deste ano, obteve o registro da vacina nos eUa, tornando-se a primeira e única vacina contra febre aftosa registrada pelas autoridades americanas.
nesses anos de trabalho e pesquisa, a Biogé-nesis-Bagó se tornou uma empresa líder do setor pe-cuário, que pode demonstrar grandes conquistas na luta contra a febre aftosa. Uma delas é a obtenção de registros e comercialização de sua vacina em diferen-tes países. para o diretor de estratégia para a américa latina, diptenduMohan sen – dee seen – “É um ex-tenso trabalho, mas que os resultados são compensa-dores. estruturamos nossa equipe técnica e de cam-po. Hoje estamos nos principais estados brasileiros, atuando junto aos pecuaristas e profissionais do setor, com eficácia comprovada. Estamos próximos a todos os fatores que compõem o mercado bovino brasileiro”, garante, pois a empresa leva este lema até em seu slogan: “O campo é a nossa vida”.
Biogénesis-Bagó consolida sua atuação no Brasil
ins
titU
CiO
na
l
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
13
aG
riC
Ult
Ur
a s
Ud
ãO
14 | revista siFeMs
para os especialistas em relações interna-cionais, a África é considerada um novo celeiro agrícola no mundo devido a extensão territorial. Falta de mão-de-obra qualificada em alguns pa-íses e recursos financeiros impedem que muitas terras tomadas pelo mato se tornem produtivas, gerando emprego e trazendo prosperidade a um continente marcado por guerras civis e a vida mi-serável do povo. para mudar essa situação, os países africanos têm buscado cada vez mais a iniciativa privada.
Quem atendeu ao apelo e decidiu apostar na agricultura no sudão foi o Grupo pinesso, um dos maiores da atividade agrícola no Centro-Oes-te brasileiro. depois de uma visita das autorida-des sudanesas ao Brasil, que vieram prospectar empresários interessados em investir no país, o grupo se comprometeu em iniciar a produção, mesmo sabendo da falta de infraestrutura agríco-la na região. “O sudão não está provido de uma rede de armazenagem satisfatória tanto para grãos, quanto para algodão. por essa razão, nós tivemos dificuldades em beneficiar este último, pois tivemos de importar máquinas da China”, ex-plica Henrique Brunetta, diretor de novos projetos do Grupo pinesso. segundo ele, a área plantada de soja é menor, pois o foco do grupo é mesmo o algodão.
para a safra 2012/2013, o grupo prevê a instalação de silos bolsa, como se usa em Mato Grosso.
A saga AfricanaO grupo pinesso começou a produzir no su-
dão há três anos. a idéia inicial era cultivar 20 mil hectares, mas por conta de clima apenas 14 mil foram usados. Mesmo assim, o resultado surpre-endeu. O milho plantado em área irrigada rendeu
100 sacas por hectare. Já pela maneira tradicio-nal, foram 80 sacas. de acordo com o grupo, o teor de fósforo e potássio encontrado nas terras do país, que fica ao norte da África, é maior em relação às terras brasileiras. “a surpresa existe. Os primeiros grupos de técnicos que foram para lá ficaram maravilhados com a topografia, maté-ria orgânica e para fechar com chave de ouro, a fertilidade natural do solo” garante Henrique.
Quando deram início aos trabalhos, 52 fun-cionários brasileiros, entre agrônomos e opera-dores de máquinas, foram levados ao sudão, 15 deles, continuam no país. Como a mão de obra qualificada é escassa, 32 técnicos sudaneses vieram fazer um intercâmbio nas fazendas do Grupo aqui no Centro-Oeste brasileiro.
depois do sudão, o próximo país escolhido pelo grupo é Moçambique, que fica no Sudeste da África e que tem a língua portuguesa como ofi-cial. O país conta com três corredores ferroviários e também hidrovia. algodão e milho foram as cul-turas escolhidas para iniciar a produção de 500 hectares no país. ainda de acordo com o grupo, 150 mil hectares de terras são produtivas, o que despertou ainda mais o interesse de investir na região. “O desafio na produção de alimentos no mundo é muito grande. Hoje, 20% da população passa fome. a África, com a fertilidade natural do solo e clima, fez com que o grupo prospectasse a área e a partir dos resultados econômicos e sociais do sudão, os países como Moçambique, angola e Congo, vieram em busca disso. O Gru-po pinesso já se tornou referência em exploração de agricultura na África”, diz, satisfeito, o diretor de novos projetos do Grupo pinesso.
thomas espósito neto, doutor em Ciências sociais e professor no curso de relações inter-nacionais da Universidade Federal da Grande
Grupo pinesso investe na África e já produz soja no sudão
Continente africano, o novo celeiro agrícola
Por Rafael Cozer
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
Dourados (UFGD), confirma que o mundo vê hoje a África como novo celeiro agrícola, mas faz um alerta aos empresários que queiram investir no continente mais pobre do mundo. “Quem deseja investir nos países africanos deve levar em con-sideração não só a instabilidade política, mas as diferenças culturais e outros fatores, como por exemplo epidemias que ocorreram alguns anos
atrás, como o ebola, a aids entre outras doen-ças”, afirma. Segundo ele, é preciso estar aten-to a alguns fatores e aos problemas para fazer a análise muito bem do custo/benefício. “se você olhar os últimos investimentos, os benefícios superam em muito os custos, mas vale a pena analisar cautelosamente se vale ou não o investi-mento”, orienta neto.
div
UlG
aç
ãO
Ca
na
sU
l
16 | revista siFeMs
O 6º Canasul (Congresso da Cana de Mato Grosso do sul) e a 2ª Feira agrometal (Feira do agronegócio e do setor Metalmecânico de Ms), realizados nos dias 22 e 24 de outubro no par-que de exposições João Humberto andrade de Carvalho, em dourados, recebeu mais de quatro
mil visitantes e gerou 637 contatos de negócios entre 115 empresas, gerando em torno de r$ 25 milhões em negócios.
na opinião do prefeito do município, Murilo Zauith, a escolha do setor sucroenergético como um dos pilares da economia para a região foi muito
dourados recebeCanasul e agrometalOs dois eventos movimentaram r$ 25 milhões em negócios
lideraGrOnOMia.COM.Br
feliz: “estamos muito felizes por saber que acerta-mos ao eleger o setor sucroenergético como uma das alavancas da economia de dourados”, come-mora.
Comparados ao ano passado, o Canasul e
agrometal tiveram um crescimento considerável, já que em 2011, os eventos geraram r$ 12 mi-lhões em negócios e este ano dobraram de tama-nho, a gregando novas empresas como as gigan-tes do setor agrícola e metal mecânico, como a
assessOria preFeitUra dOUradOs
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
17
Ca
na
sU
l
18 | revista siFeMs
as
se
ss
Or
ia p
re
Feit
Ur
a d
OU
ra
dO
s
FMC, Bardahl e Mobil.do total de r$ 25 milhões em negócios, r$
10 milhões foram gerados dentro da ‘rodada de negócios’, realizada no dia 24 de outubro pelo se-brae/Ms.
Lançamento O lançamento do 6º Canasul (Congresso da
Cana de Mato Grosso do sul) e da 2ª Feira agro-metal (Feira do agronegócio e do setor Metalme-cânico de Ms) e o 1º Canacentro 2012 ( Congresso do setor sucroenergético do Brasil Central) acon-teceu no dia 17 de julho, na sede da Federação da agricultura e pecuária de Mato Grosso do sul (Famasul), em Campo Grande, fato que destaca a importância do estado para o setor.
durante a cerimônia, que reuniu diversas autoridades e representantes de entidades, o vice-presidente da Federação da agricultura e pecuária de Goiás (Faeg) e coordenador do 1º Canacentro, Bartolomeu Braz pereira, apresentou dados do zoneamento agroecológico do Centro--Oeste, que aponta uma área de 30.284.429 mi-lhões de hectares aptos para o plantio e que atual-mente, 1.379.400 estão sendo utilizados, ou seja, apenas 4,6% de toda a projeção. segundo ele, um dos objetivos do congresso é discutir a sustenta-bilidade da produção sucroenergética, principal-mente nos estados de Mato Grosso do sul, Mato Grosso e Goiás.
O 1º Canacentro aconteceu nos dias 15 e 16 de agosto, em Goiânia.
sO
Ja
20 | revista siFeMs
Brasil se prepara para tomar liderança dos estados Unidos em soja
Com o início das chuvas, produtores bra-sileiros de soja começam o plantio da safra 2012/2013: o Brasil deve tomar a liderança dos estados Unidos como o principal produtor mundial do produto. O presidente da associa-ção Brasileira dos produtores de soja (apro-soja), Glauber silveira, disse que a liderança deve ser conquistada, em grande parte, pela
quebra de aproximadamente 20% da safra de soja americana. além disso, a produção no Brasil deve crescer cerca de 14%, pas-sando de 66,3 milhões de toneladas na safra 2011/2012 para 83 milhões de toneladas na que se inicia.
além da possibilidade de conquistar a liderança mundial na produção de soja, os
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
21
sojicultores brasileiros devem se beneficiar também da quebra da safra americana na ren-tabilidade de suas lavouras. Os preços do ce-real estão em patamares recordes e, segundo o assessor da secretaria de política agrícola do Ministério da agricultura, sávio pereira,
eles se manterão para o próximo ano.“Há uma quebra muito grande nos esta-
dos Unidos e isso beneficia a produção e a ex-pansão da área agrícola no Brasil. Os produ-tores brasileiros terão lucratividade garantida para a safra de 2013”, disse pereira, em nota.
divUlGaçãO
MO
rC
eG
Os
a raiva nos herbívoros em Mato Grosso do sul causa enormes prejuízos à pecuária. Cerca de dois mil animais morrem anualmente em con-seqüência da doença, pois não há cura para esta enfermidade que acomete animais e humanos.
sua ocorrência é favorecida pela posição ge-ográfica de Mato Grosso do Sul, em conseqüência de fatores como topografia e o clima favoráveis ao desenvolvimento de diversas espécies de morce-gos. a serra de Maracajú, que divide o estado, oferece condições propícias de habitação a es-ses mamíferos quirópteros, especificamente os hematófagos (que se alimentam de sangue), em conseqüência da existência de abrigos como as cavernas e a fartura de alimentos, representadas pela população bovina estimada em 22 milhões de cabeças.
Os municípios localizados nas serras de Maracaju, Bodoquena e Morrarias de Urucum e
amolar, são as áreas enzóoticas (de doenças de rebanho) da raiva Bovina, que nos últimos anos tem avançado dessas regiões endêmicas atingin-do as regiões de surtos esporádicos ou livres da enfermidade. esse avanço da raiva sobre áreas livres ou de surtos esporádicos nos últimos anos, é consequência dos impactos ambientais como, construção de usinas hidrelétricas, mudanças no perfil econômico, tais como retirada da pecuária para plantio de eucalipto, cana e outras culturas.
das três espécies de morcegos hematófagos existentes no Brasil, a espécie desmodus rotun-dus é tida como a principal transmissora da raiva aos herbívoros.
para combater esta praga, foi criado o pro-grama nacional de Controle da raiva dos Herbívo-ros (pnCrH), baseado na vacinação estratégica de espécies susceptíveis e do controle populacio-nal de seu principal transmissor, o desmodus ro-
Controle da raiva, imperativo para a saúde e a economia do estado
Por Ademar Etiro Mori e Fábio Shiroma de Araújo*
div
UlG
aç
ãO
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
23
tundus, associados a outras medidas profiláticas e de vigilância.
para o controle dos morcegos hematófagos existem duas formas:
• Seletiva direta: captura dos morcegos no abrigo (caverna, tapera, bueiro, poço, oco de árvo-re, turbina) ou junto à sua fonte de alimento (curral, pocilga, galinheiro, etc.) e aplicação de vampiricida (varfarina – substância anticoagulante).
• Seletiva indireta: aplicação tópica da vampi-ricida ao redor da sugadura recente dos morcegos.
nos dois casos, ao retornarem ao abrigo os morcegos passarão a vampiricida aos outros mor-cegos através de lambedura e contato, com início das mortes 3 a 4 dias.
Hoje, Mato Grosso do sul tem 665 abrigos cadastrados por Gps, sendo que 236 são habita-dos por desmodus rotundus.
para manter os baixos índices da doença no estado, é necessário:
• Notificação compulsória (obrigatória) do produtor ao Serviço Oficial (Iagro) da ocorrência de animais com sintomatologia nervosa, assim como da existência de abrigos com morcegos e/ou sinais de sugadura nos animais. isso se faz neces-sário, pois com a presença de morcegos sugando os animais existe o risco da colônia de morcegos transmitir a doença aos herbívoros da região e
para o ser humano;• Vistoria periódica dos abrigos já cadastra-
dos e dos abrigos novos pelo Serviço Oficial para controle da população destes morcegos;
• Atendimento pelo Serviço Oficial das sus-peitas nervosas assim como da ocorrência de es-poliação por morcegos;
• Vacinação contra Raiva nas áreas de maior risco para a doença;
• Palestras de orientação a técnicos e produ-tores rurais.
*Fiscais Estaduais Agropecuários
div
UlG
aç
ãO
alG
Od
ãO
de 1º de outubro a 30 de novembro de 2012, este é o período do chamado “vazio sanitá-rio para a cultura de algodão” em Mato Grosso do sul, estabelecido por decreto publicado no dia 4 de setembro de 2012 pela seprotur – secretaria estadual de desenvolvimento agrário, da produ-ção, da indústria, do Comércio e do turismo.
a medida é para prevenir, controlar e erra-dicar a praga denominada anthonomus Grandis, boheman (“Bicudo do algodoeiro”). O período de vazio sanitário vegetal é aplicável aos casos de plantio de algodão, no ano agrícola 2012/2013, nos municípios de Água Clara, alcinópolis, Ca-mapuã, Cassilândia, Chapadão do sul, Costa rica, Coxim, Figueirão, pedro Gomes, rio verde de Mato Grosso, são Gabriel do Oeste e sonora.
de acordo com o decreto, a medida foi to-mada porque “para efeitos de combate e controle da praga anthonomus Grandis, boheman (“Bicu-do do algodoeiro”), a destruição de restos cultu-rais ou materiais inaproveitáveis de algodoeiro só é efetiva, no estado de Mato Grosso do sul, se houver um período de 60 dias entre a destruição dos restos culturais e o estabelecimento do início de plantio da safra seguinte”. além disso, no mu-nicípio de Chapadão do Céu/GO, vizinho aos mu-nicípios produtores de algodão de Chapadão do sul e Costa rica, o período de vazio se estende até 30 de novembro.
Em final de colheita em alguns municípios, a cultura na safra 2011/2012 chegou a 62 mil hec-tares e prevê alcançar uma produção de 241,8 mil toneladas.
Sanidadea praga do “Bicudo do algodoeiro” está pre-
sente nas lavouras do estado e sobrevive dos restos de algodão à espera da nova safra para se multiplicar. porém, nos últimos três anos, a agência estadual de defesa sanitária animal e vegetal (iagro) não registrou, dentro do prazo de vazio sanitário, ocorrências do não cumprimento da destruição de soqueiras.
O não cumprimento leva o produtor a ser
vazio sanitário para o algodão
em Mato Grosso do sul
div
UlG
aç
ãO
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
25
autuado pela iagro e também deixa de receber o Certificado de Destruição de Soqueira, documen-to que permite o recebimento de incentivos atra-vés do programa de desenvolvimento da produ-ção agropecuária de Ms (pdagro).
“só para o controle do bicudo são feitas, em média, 15 aplicações de inseticida nas lavouras”,
destaca o coordenador do programa de Controle do Bicudo do algodoeiro da iagro, Geraldo Gélio, ao chamar a atenção para a importância do con-trole da praga. ainda segundo ele, a iagro man-terá o rigor no prazo de início do vazio sanitário, quando seus técnicos sairão a campo fazendo as fiscalizações nas propriedades.
divUlGaçãO
ar
tiG
O
26 | revista siFeMs
a expressão “commodities ambientais” nas-ceu no Brasil em 1990 na BM&F – Bolsa de Mer-cadorias & de Futuros. segundo o minidicionário Michaelis, “commodity” é artigo ou objeto de utilida-de, mercadoria padronizada para compra e venda, sendo assim, as commodities ambientais são mer-cadorias negociáveis em bolsa que têm sua origem no meio ambiente e são produzidas com base na preservação ambiental e em condições susten-táveis, ou seja, o material utilizado na produção é reposto, como é o caso do reflorestamento – retira--se da natureza a madeira, mas há a preocupação de compensar a perda, plantando-se novas árvo-res. as commodities ambientais podem ser a água, energia, controle de emissão de poluentes (água, solo, ar), madeira, biodiversidade, reciclagem in-cluindo os minérios que são ativos financeiros des-de a idade da pedra, como é o caso do ouro. esta-mos falando da cadeia produtiva, do complexo que envolve todas essas matrizes.
podemos observar o exemplo da cana-de--açúcar: dela deriva o álcool e seu subproduto o bagaço, energia substitutiva de combustíveis fós-seis. assim sendo, a cana pode ser candidata à commodity agroambiental que possibilita a realiza-ção de estratégias e negócios com relações entre--mercados e intra-mercados. Ou seja, o cruzamen-to de produtos agrícolas com produtos ambientais, a troca de insumos agropecuários com insumos in-dustriais. esta commodity estará apta a receber os investimentos necessários para tornar competitiva a operação de gaseificação do subproduto bagaço, desde que os usineiros se enquadrem nas normas e exigências de projetos agro-ambientais, compro-metidos com a geração de empregos e investimen-tos sócioeducacionais.
Como exemplo do potencial de negociação das commodities ambientais, os mecanismos como sequestro de carbono ou redução de emissão de poluentes podem se tornar fontes adicionais de re-cursos para o setor agropecuário, desde que ade-quadamente implementados.
no caso do Brasil, esse mercado emergente é possibilidade concreta de adicionar valor e um plus de remuneração a um enorme leque de atividades agrícolas. some-se a isso o fato de em muitos ca-sos viabilizar o uso sustentado e lucrativo de reser-vas florestais e áreas de proteção que hoje, além de ameaçadas, funcionam como importante fator de desorganização da nossa política agrária e consti-tuem um dos alvos principais das críticas e dos des-gastes que sofremos no âmbito internacional.
entretanto, apesar da importância estratégi-ca dos desdobramentos comerciais resultantes do Mdl – Mecanismos de desenvolvimento limpo e das resoluções do protocolo de Kyoto, nosso país, nosso estado e principalmente as entidades do se-tor agrícola e dos agronegócios ainda se mantêm à margem desse debate, que em países como Malá-sia e austrália, por exemplo, envolve até os princi-pais mandatários.
* Lorivaldo Antonio de Paula é adminis-trador, Membro do Conselho Estadual de Meio Ambiente, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e responde pela Gerência de Desen-
volvimento e Modernização do Instituto de Meio Ambiente do MS – IMASUL
* Elisangela Pazeto Puks é acadêmica de Direito, educadora ambiental e estudiosa da po-
lítica de Resíduos Sólidos e temas ambientais
Commodities ambientais – Contextualização no mercado financeiro
* Lorivaldo Antonio de Paula; * Elisangela Pazeto Puks
O líder do psdB na Câmara, Bruno araújo (pe) e o vice reinaldo azambuja (Ms), protocola-ram um projeto de lei que destina 100% da parti-cipação especial da União sobre a exploração do petróleo ao Ministério da educação.
de acordo com o líder, “o objetivo é garantir que todos os recursos que cabem à União pos-sam ser, de fato, destinados à educação”.
reinaldo se mostrou otimista quanto à acei-tação do projeto. Junto do deputado Bruno, rei-
naldo também devem pedir o apoio dos demais partidos para que seja votado o pedido de urgên-cia para a tramitação do projeto já na próxima semana.
O projeto preserva a parte dos recursos des-tinada aos municípios. “O objetivo é assegurar à área de educação e em benefício das futuras ge-rações recursos suficientes para alcançar metas ambiciosas de investimentos públicos em todos os níveis da educação pública no país”, justifica.
reinaldo quer aplicação de 100%dos recursos da União sobre a exploração do petróleo para educação
Kelly Venturini com Liderança do PSDB
div
UlG
aç
ãO
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
pO
líti
Ca
27
Fis
Ca
liZa
çã
O
tudo que estiver em trânsito – sendo trans-portado – seja animal ou vegetal precisa passar pela vistoria dos fiscais agropecuários, sejam eles estaduais ou federais. em Mato Grosso do sul, há os postos fixos e volantes para que ocorram as fiscalizações, montados pela Iagro – Agência estadual de defesa sanitária animal e vegetal.
A fiscalização do trânsito animal e vegetal busca impedir a proliferação de doenças e pra-gas, além de garantir a saúde dos animais e dos vegetais, preservando a economia e a saúde da comunidade.
no caso do transporte de animal, a impor-tância dos postos aumenta ainda mais por conta da luta constante contra a febre aftosa. “existem regras e normas sanitárias que devem ser cum-pridas para que a movimentação de animais e produtos de origem animal possa ocorrer com segurança. essas regras e normas têm como ob-jetivo impedir a difusão de doenças dos animais e garantir o correto transporte de produtos para o consumo humano”, comenta luciano Chiochetta, gestor de defesa sanitária animal da iagro.
Para exportar é preciso certificarno caso dos animais que irão para abate e a
carne para exportação, é preciso que estejam de-vidamente identificados e registrados através do Sisbov – Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos. segundo Flávia Queiroz Cusinato da Fonseca, coordenadora do sisbov/iagro, esse sistema permite o rastreamento do animal desde o nascimento até o abate. “a ade-são ao sistema é voluntária, mas é obrigatória no caso de comercialização de carne bovina e buba-lina para mercados que exijam a rastreabilidade”, comenta.
porém, esclarece Flávia, existem mercados como a União europeia que só importam carne que venha de propriedades que estejam certifi-cadas e auditadas pelo Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento e pela iagro. “a arroba do boi gordo rastreado já chegou a alcançar um
animal ou vegetal – tudo que estiver em trânsito é fiscalizado
alt
inO
.BlO
Gs
pO
t.C
OM
.Br
aC
ris
sU
l
Por Tatiana Martins
29
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
Fis
Ca
liZa
çã
O
30 | revista siFeMs
valor 10% maior do que o boi sem certificado”.No entanto, atualmente, os frigoríficos não
estão recompensando o produtor pela carne ras-treada e a exportação para a União europeia di-minuiu consideravelmente. “provavelmente, por esta razão, hoje o número de propriedades na lista de espera para serem auditadas pelo serviço oficial caiu drasticamente – menos de dez, mas esse número já chegou a mil propriedades”
apesar disso tudo, Flávia acredita que o sis-bov seja um caminho sem volta, já que a exigên-cia dos mercados compradores só tende a crescer pois é uma questão de segurança alimentar. Hoje, Mato Grosso do sul possui 215 propriedades na lista de aptas a exportar para a União europeia.
Fiscalização também no vooBacalhau português, doce de leite, queijos,
carnes, frutas e flores são exemplos de produtos que os passageiros trazem na bagagem quan-do visitam outros países. Mas o que muitos não sabem é que alguns produtos agropecuários possuem restrições para o trânsito internacional. O Ministério da agricultura, pecuária e abasteci-mento (Mapa) veda a entrada de alimentos que possuem ingredientes de origem animal visando impedir o ingresso de pragas vegetais e agentes de doenças que podem comprometer a sanidade
e a produção agropecuária do Brasil.O servidor do Ministério da agricultura há
mais de 35 anos e coordenador-geral do vigiagro (sistema de vigilância internacional), Marcos va-ladão, explica que o trabalho dos agentes é base-ado na inspeção de mercadorias que ingressam e saem do Brasil. “principalmente nos aeroportos que recebem voos internacionais, o trabalho de inspeção é muito intenso”, conta .
no Brasil, o vigiagro mantém 110 pontos de fiscalização em locais de trânsito internacional de produtos ou insumos agropecuários. são 31 em portos, 26 em aeroportos internacionais, 27 em aduanas especiais e 26 postos de fronteira mo-nitorados por fiscais federais agropecuários, que inspecionam a sanidade dos itens que entram e saem do país.
itens de origem animal e vegetal, como ali-mentos, plantas, sementes, animais vivos ou peles e tabaco não podem ser trazidos e nem levados a outros países sem autorização prévia e certifi-cação fitozoosanitária do Mapa e dos órgãos res-ponsáveis dos países de destino. a regra também vale para vegetal in natura. apenas produtos de origem vegetal com um grau de processamento maior estão liberados para viagens internacionais, tais como: óleos, álcoois, frutos em calda, choco-late, café torrado e moído, gomas açucaradas,
iMaGens.Usp.Br
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
31
sucos, corantes, frutas e hortaliças pré-cozidas, vinagre, picles, polpas, vegetais em conserva, ar-roz, farinha e erva-mate industrializada.
Os produtos apreendidos, por não possuí-rem certificação sanitária de origem nem autoriza-ção, são considerados inaptos ao consumo huma-no e são destruídos.
Os produtos agropecuários que não podem ingressar no país sem prévia autorização do vi-giagro e/ou certificação sanitária são:
• Frutas e hortaliças frescas;• Insetos, caracois, bactérias e fungos;• Flores, plantas ou partes delas;• Bulbos, sementes, mudas e estacas;• Animais de companhia (cães e gatos);• Aves domésticas e silvestres;• Espécies exóticas, peixes e pássaros orna-
mentais e abelhas;• Carne de qualquer espécie animal, in natu-
ra ou industrializada (embutidos, presunto, salga-dos, enlatados);
• Leite e produtos lácteos;• Produtos apícolas (mel, cera, própolis);• Ovos e derivados;• Sêmen, embriões, produtos biológicos, ve-
terinários (soro, vacinas);• Alimentos para animais;• Terras;• Madeiras não tratadas;• Agrotóxicos;• Material biológico para pesquisa científica,
entre outros.
Em 2011, os fiscais federais do Vigiagro apreenderam nos três principais aeroportos do país (Guarulhos, Galeão e Juscelino Kubtschek) 53,4 toneladas de produtos sem autorização para transporte, uma diminuição de 3,9% se compara-do ao resultado de 2010.
(Com informações da Assessoria de Imprensa do Mapa)
reprOdUçãO
ap
iCU
ltU
ra
para quem acha que sanidade animal só envolve gado, ave, porco, entre outros, está muito enganado. as abelhas também precisam passar por minucioso controle sanitário, envolvendo os fiscais estaduais agropecuários e dessa forma ga-rantir a oferta de alimentos seguros e bem-estar animal, segundo informou noirce lopes da silva, coordenadora do pnsap - programa nacional de sanidade apícola/iagro em Mato Grosso do sul.
através deste programa, para prevenir, con-trolar ou erradicar doenças das abelhas, serão realizadas várias atividades, entre elas: cadastra-mento/recadastramento de propriedades apícolas e apicultores; fiscalização e controle do trânsito de abelhas e produtos apícolas; vigilância sanitá-ria em apiários, e educação sanitária. “para atuar nessas ações, 34 fiscais estaduais agropecuários da iagro foram capacitados no i Curso de emer-gência e sanidade apícola e estão aptos para de-senvolver este trabalho”, comenta a coordenadora do pnsap.
Noirce Lopes da Silva ainda afirma que para controlar ou erradicar qualquer tipo de doença em abelhas é necessário a fiscalização de trânsito: “todo o trânsito apícola, independente do desti-no e da finalidade, está condicionado à emissão da Guia de trânsito animal (Gta) e à apresenta-ção dos demais documentos sanitários e fiscais, observadas as legislações vigentes”. além disso, os produtores precisam avisar com urgência o aparecimento ou suspeita de doenças nas abe-lhas como: cria pútrida americana e cria pútrida europeia. “a cria pútrida americana pode provocar sérios prejuízos, pois seu controle é difícil, já que a bactéria é resistente a antibióticos e pode per-manecer no ambiente por muito tempo. por isso, é tão importante a prevenção das enfermidades e quando ocorrer enfermidades, o aviso imediato da suspeita, para que as medidas sanitárias ocorram
abelhas também são fiscalizadas
div
UlG
aç
ãO Por Tatiana Martins
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
33
o mais rápido possível”. “daí o papel fundamental dos apicultores
nesse processo mantendo seu cadastro atualiza-do e em caso de qualquer alteração da condição sanitária do apiário, comunicar imediatamente ao serviço oficial”, cita ainda Noirce. Importante res-saltar que os apicultores precisam utilizar somente insumos agropecuários registrados no Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento, respei-tando as indicações de uso.
para se ter uma ideia da importância do setor de apicultura para a economia, de acordo com o Ministério do desenvolvimento agrário (Mda), há cerca de 16,5 mil apicultores cadastrados no terri-tório brasileiro. Mato Grosso do sul tem aproxima-damente 700 apicultores apenas e produz cerca de 650 toneladas de mel por ano e somente 50% desses apicultores estão cadastrados na iagro, portanto o pnsap precisa avançar para que todos estejam no programa.
divUlGaçãO
Me
l
34 | revista siFeMs
Há 30 anos, arimar Couto resolveu cultivar abelhas para produzir mel para a família. Com o passar do tempo, percebeu que seria uma boa oportunidade de negócio e expandiu a produção. para divulgar o produto, ele procurou ajuda do sebrae. a partir de consultorias, arimar partici-pou de feiras e descobriu que a inovação é uma importante aliada dos empreendedores, indepen-dentemente do segmento de atuação.
inicialmente, seu apiário distribuía mel em pontos específicos da cidade. Mas com dedica-ção e persistência, a produção foi expandida para vários locais de Brasília com vendas regulares dos meses de janeiro a setembro. de outubro a dezembro, a procura do produto diminuía. a par-tir daí, o produtor, com a ajuda da esposa eliane Meireles, buscou um novo nicho para aumentar as vendas: as confraternizações de final de ano.
de olho nesse cenário, o casal resolveu ino-var e desenvolveu uma proposta inusitada para os brindes de fim de ano: uma embalagem arte-sanalmente produzida com vários produtos feitos com mel. “a ideia do Brinde Mel alavancou a em-presa”, comemora eliane. a ideia deu tão certo que o Brinde Mel agora faz parte do portfólio da empresa durante o ano todo. além do produto in natura, o consumidor tem a opção de comprar pão de mel, granola, licor e até mesmo o pólen.
em busca de novas oportunidades, o casal arimar e eliane buscou mais orientações no se-brae e já participou de cursos de gestão e design e até de rodadas de negócios. para o futuro, a expectativa de eliane é ampliar o portfólio da empresa, oferecendo mais produtos, e aproveitar as oportunidades de mercado que devem surgir a partir da Copa do Mundo FiFa 2014. (Fonte: agência sebrae de notícias)
Casal inova no mercadocom brindes à base de mel
Fer
na
nd
O B
iZe
rr
a/B
Gp
re
ss
aFt
Os
a
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
35
a imunização dos bovídeos na região de Fronteira, antiga Zona de alta vigilância (Zav), começou no dia 01 de outubro, obedecendo o calendário de vacinação contra febre aftosa em Mato Grosso do sul. nesta segunda etapa, todo o rebanho deverá ser vacinado na região de Fron-teira, cumprindo o período de 1º de outubro a 15 de novembro. Os servidores da Iagro – fiscais agropecuários e agentes fiscais – estão na região realizando vacinação do rebanho de pequenos produtores e assentados com vacina doada pelo governo estadual, denominada agulha oficial.
Os servidores também estão acompanhan-do a vacinação do rebanho de propriedades de risco e fiscalização da vacinação das demais pro-priedades. só na região de fronteira, a expectati-va é vacinar aproximadamente 400 mil cabeças de bovinos.
Já no planalto, apenas animais com até 24 meses devem receber a vacina contra aftosa, cumprindo o período de 1º a 30 de novembro. no pantanal, para os optantes desta etapa, todo o rebanho deverá ser imunizado, entre os dias 1º de novembro e 15 de dezembro.
em todas as regiões o produtor tem ainda o prazo de 15 dias após o término da campanha para realizar a declaração da vacinação. “nossa meta é manter a aftosa bem longe do estado, esperamos que a segunda etapa também apre-sente resultados positivos”, comentou a diretora--presidente da iagro, Maria Cristina Carrijo.
a campanha do primeiro semestre de 2012 contra a febre aftosa em Mato Grosso do sul atingiu 99,02% dos animais de Mato Grosso do sul, uma vez que do total de 20.777.258 animais, 20.573.344 foram vacinados.
Fiscais agropecuários realizam vacinação contra febre aftosa na região de fronteira
divUlGaçãO
Por Tatiana Martins
sU
inO
CU
ltU
ra
O ano tinha começado bem para a suino-cultura brasileira, depois que os estados Unidos abriram o mercado e começaram a comprar car-ne suína do Brasil. Frigoríficos de Santa Catari-na, estado forte na atividade, foram os primeiros a exportar para os americanos. tudo seguia bem e indicava um ano bom para o setor, mas para surpresa de quem trabalha na atividade, uma má notícia vinda dos nossos vizinhos, trouxe preocu-pação e prejuízo.
em março, a presidente da argentina, Cris-tina Kirchner, impediu as importações de carne suína brasileira, por falta de um acordo sobre o preço. resultado: o valor pago ao produtor caiu reduzindo lucro e deixando suinocultores brasilei-ros em situação crítica.
Mato Grosso do sul foi um dos estados mais prejudicados, já que argentina é a terceira maior importadora de carne suína sul-mato-grossense, ficando atrás apenas da Ucrânia e Rússia. “A cri-se se prolongou demais e muitos suinocultores ti-veram de sair da atividade. então teve uma oferta muito grande de suínos, que puxou o preço para baixo. Muitos produtores anteciparam os abates, para tentar sair mais cedo do prejuízo”, explica Jair Borgmann, presidente da Cooperativa agro-pecuária de são Gabriel do Oeste (Cooasgo), município forte na suinocultura. a atividade ga-rante 70% do lucro da cooperativa, que trabalha há 19 anos no setor.
em são Gabriel, 58 suinocultores são liga-dos à cooperativa, que possui matrizes e depois fornece o leitão ainda filhote para a chamada terminação, quando o animal vai para a granja na fase de engorda e depois segue para o aba-te. este suinocultor, o chamado integrado, não sentiu muito os reflexos da crise, nem mesmo a valorização do preço do milho, um dos principais ingredientes da ração animal.
argentina suspende embargo, volta a comprar carne suína brasileira e preço tem ligeira alta
em altaRafael Cozer
CO
Oa
sG
O
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
37
COOasGO
sU
inO
CU
ltU
ra
38 | revista siFeMs
“possivelmente, quem está com um custo comprometido hoje é a indústria que está pa-gando um alto preço pela ração devido a alta do farelo de soja e milho. O produtor integrado não absorve os custos das commodities. O produtor independente sim, ele traz para o seu custo este valor da ração”, explica adriana Mascarenhas, assessora técnica da Federação de agricultura e pecuária de Mato Grosso do sul (Famasul).
e tem produtor independente abandonando a atividade. depois de três décadas, o ex-suino-cultor e, agora, agricultor, dorival xavier abando-nou a produção dos animais. só no ano passado, ele amargou um prejuízo de r$ 30 mil. “O ano passado foi péssimo e este ano continua no mes-mo caminho. eu não sei o que vai acontecer. se o governo não der uma ajuda, a suinocultura vai morrer”, desabafa xavier.
as exportações brasileiras de carne suína somaram 267 mil toneladas de janeiro a junho deste ano, praticamente o mesmo patamar em relação ao mesmo período do ano passado de acordo com o Ministério da agricultura, pecuá-ria e abastecimento (Mapa). europa e Ásia são nossos maiores mercados. Já aqui no estado, a
situação ficou complicada, por conta do embar-co argentino. de janeiro a junho de 2012, 6,556 mil toneladas de carne suína in natura saíram de Mato Grosso do sul para outros países, o que corresponde a 30% menos, em relação ao mes-mo período do ano passado.
depois de quatro meses suspensas, as ex-portações de carne suína para a argentina foram retomadas em julho e com isso o preço pago ao suinocultor apresentou ligeira alta. em apenas uma semana no mês de agosto, o valor do qui-lo de suíno pulou de r$ 2, para r$ 2,40, o que surpreendeu os suinocultores. Mais ainda está abaixo dos r$ 2,60, o ideal para pagar os custos de produção. Quem trabalha com a atividade, fica na expectativa. “esperamos que esta tendência de crescimento se mantenha para o suinocultor. Com a diminuição do alojamento de frangos no campo, que é um ciclo rápido de 50 dias, começa a diminuir a oferta desses animais, pois o setor estava, também, levando muito prejuízo. Já o se-tor de suínos, com certeza, vai ter uma equaliza-ção na oferta e os preços vão se manter firmes e altos até o fim de 2012”, declara o presidente da Cooasgo.
CO
Oa
sG
O
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
39
COOasGO
aG
riC
Ult
Ur
a F
aM
ilia
r
a chamada agricultura familiar constituída por pequenos e médios produtores representa a imensa maioria de produtores rurais no Brasil. atualmente, a agricultura familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros e ocupa cerca de 75% da mão- de-obra do campo, de acordo com dados do Mi-nistério do desenvolvimento agrário.
sabendo dessa importância, o governo do estado de Mato Grosso do sul instituiu a semana estadual e também o dia da agricultura Familiar a ser comemorada, anualmente, no mês de julho, durante a semana do dia 24, data que oficialmen-te foi criada a lei da agricultura Familiar. além disso, no mês de agosto, foi assinado pelo gover-no do estado um “termo de Cooperação técnica para o Fortalecimento da agricultura Familiar e do turismo”.
Com isso, o segmento da agricultura fami-liar terá maior apoio através da elaboração de projetos, pesquisas, capacitação, marketing turís-tico, composição de equipe técnica em extensão rural e turismo rural para produção e industriali-zação dos alimentos. a iniciativa não tem preço para o pequeno produtor, como Jair José Rufino, que tem 76 anos e uma vida inteira dedicada à agricultura do milho e da mandioca. ele lembra que a venda da última produção não foi tão sa-tisfatória. “vendi toda a minha safra e o dinheiro só deu para pagar o frete, que por sinal era bem caro. Cheguei aqui e demorei a vender, tive que baixar o preço. Um prejuízo no fim das contas”, comenta.
a garantia de uma produção segura e com compromisso de compra para industrialização do produto fascinou o agricultor. “Mesmo tendo a carteira rural não tinha garantia de venda da plan-tação. agora, vamos produzir com destino certo. ainda que a rentabilidade seja menor, compensa, pois posso continuar produzindo e não tenho que
a comida que se põe na mesa
div
UlG
aç
ãO
div
UlG
aç
ãO
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
41
aG
riC
Ult
Ur
a F
aM
ilia
r
42 | revista siFeMs
parar todo meu cultivo para sair e vender o produ-to”, comenta Rufino.
“Creio que todos ganham com esta parceria, do produtor à sociedade em geral, pois podemos ter produtos produzidos no nosso município, com melhor qualidade e preço”, afirma o presidente da Coopverde, João nogueira. a Coopverde é uma cooperativa localizada no assentamento Campo verde, em terenos, e atende 1.200 famílias.
O termo foi celebrado pela agência de de-senvolvimento agrário e extensão rural (agraer), Fundação de turismo (Fundtur) e o instituto Bra-sileiro de desenvolvimento de políticas públicas “Zilda arns” (ibradepp).
de acordo com o presidente da ibradepp, João aparecido de almeida, a assinatura do ter-mo representa a concretização de uma parceria sólida na qual cada instituição está comprome-tida com a sua função. “a agraer levantará as demandas e realizará a capacitação através da assistência técnica e extensão rural, a Fundtur divulgará e fará o marketing dos produtos e o instituto - que tem parceria com o Ministério de desenvolvimento agrário - fará a divulgação atra-
vés do programa territórios da Cidadania e o monitoramento das ações. “É a transformação de sonhos em realidade”, concluiu almeida.
em Mato Grosso do sul, são aproximada-mente 70 mil agricultores familiares. (Com infor-mações da assessoria de imprensa do Governo do estado de Ms)
Agricultura Familiar tem R$ 18 bilhões para crédito
O Governo Federal lançou em julho o pla-no safra da agricultura Familiar 2012/2013, que prevê r$ 18 bilhões para crédito de custeio e in-vestimento à agricultura familiar. Outros r$ 4,3 bilhões devem chegar aos agricultores familiares por meio de programas como os de assistência técnica e aquisição de alimentos. a taxa máxima de juros paga pelos agricultores, que antes era 4,5%, agora será 4%. O montante de r$ 18 bi-lhões destinado ao pronaf (programa nacional de Fortalecimento da agricultura Familiar) é r$ 2 bilhões, ou 12,5%, superior ao valor disponibiliza-do no ano passado.
(Fonte: Agência Brasil)
div
UlG
aç
ãO
div
UlG
aç
ãO
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
43
aG
rO
tÓx
iCO
s B
iOlÓ
GiC
Os
44 | revista siFeMs
Combater pragas nas lavouras e otimizar a produção têm sido um dos maiores desafios para os produtores rurais, que normalmente utilizam a aplicação de substâncias químicas nesse controle. além do custo onerar a produção, outras desvan-tagens são os riscos para a saúde dos trabalhado-res rurais, consumidores e para o meio ambiente (com a contaminação do solo e lençóis freáticos). preocupados com o crescimento do uso desses agrotóxicos, o Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento (Mapa) passou a incentivar, nos últimos anos, o uso e registro de agrotóxicos Bio-lógicos e os feromônios no combate às pragas nas lavouras. a meta do ministério é que até 2015, 10% do total de agrotóxicos produzidos no país sejam biológicos, pois são menos nocivos à saúde humana.
Os números nesse sentido apontam para um aumento no setor. atualmente, existem 1.537 marcas de pesticidas no mercado. em 2011, ha-via somente 41 marcas enquanto neste ano já são comercializadas 72, o que representa um cresci-mento de 75%.
para luís eduardo rangel, coordenador de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, o registro de produtos biológicos é prioridade do Governo Federal. “esse incentivo promovido pelo Ministério da agricultura busca ampliar o uso de praguicidas desse tipo e reduzir o prazo para ava-liação dos pedidos de certificação. Se o produto for eficaz e menos tóxico, o agricultor passará a adotá-lo”, explica.
Outro fator que tem contribuído para o cres-cimento de pesticidas biológicos é a produção de alimentos orgânicos, que tem ganho espaço na preferência do consumidor brasileiro.
Saiba maisFeromônios – Os feromônios são subs-
tâncias químicas, captadas por animais de uma mesma espécie (intraespecífica), permitem o re-conhecimento mútuo e sexual dos indivíduos. Os
feromônios excretados são capazes de suscitar reações específicas de tipo fisiológico compor-tamental em outros membros que estejam num determinado raio do espaço físico ocupado pelo excretor.
Agentes biológicos – são organismos vivos, de ocorrência natural ou obtidos por manipulação genética, introduzidos no ambiente para o controle de uma população ou atividades biológicas de ou-tro organismo considerado nocivo.
para registrar um agrotóxico biológico, o mi-nistério oferece facilidades e aprova a legalização em menos tempo que um agroquímico. enquanto o processo de registro convencional pode levar até cinco anos, o de um agente biológico tramita sob prioridade e pode ser finalizado em até 60 dias.
a lista dos agrotóxicos registrados está dispo-nível no endereço eletrônico www.agricultura.gov.br, link serviços – agrotóxicos/Sistema Agrofit. Os interessados em registrar produtos biológicos de-vem enviar e-mail para [email protected].
Caso de sucessoO técnico Jacinto souza vilalba, respon-
sável pela produção da Chácara da seleta, que fica próxima de Campo Grande, tem utilizado os agrotóxicos que ele mesmo fabrica com sucesso. atualmente, a produção de legumes e verduras atende cerca de 250 refeições por dia na institui-ção. “aprendi a controlar as pragas com as comu-nidades tradicionais do estado e fazendo meus próprios experimentos”, explica. Os ingredientes são à base de álcool, água e plantas como arruda, pimentas, que ele deixa repousar por alguns dias, até criar uma espécie de fungo branco. depois, ele dilui o composto e pulveriza normalmente na plantação.
Um dos maiores desafios que já enfrentou foi uma praga de paquinhas, que demorou cerca de três meses para ser controlada. “Como elas ficam enterradas a quase meio metro, comem as raízes
Bom para a saúde,o meio ambiente e para o bolso do produtor
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
45
de todo tipo de hortaliça e legumes. procurei na internet e fui experimentando vários produtos, até funcionar uma mistura de pimentas, água e álco-ol”. Hoje, a praga está quase 100% controlada e as verduras e legumes começaram a crescer nor-malmente.
para ele, os agrotóxicos biológicos podem se tornar uma alternativa econômica muito vantajosa para os produtores rurais, principalmente para os
da agricultura Familiar. “O dinheiro economizado com os agrotóxicos pode servir para investimento em outras culturas ou para melhorar a qualidade de vida dos pequenos produtores”, finaliza.
além disso, ele utiliza na correção do solo da chácara, que é arenoso, adubos orgânicos, pro-venientes de currais da região. “não existe terra ruim, é só saber colocar o adubo certo, que plan-tando, tudo dá”, finaliza.
sU
Ki O
ZaK
i
Ca
pa
Cit
aç
ãO
antigamente, a fazenda era vista somente como um local para se viver e tirar o sustento, mas sem nenhuma dinâmica empresarial ou profissio-nal. Hoje em dia, a realidade é outra. “O consumi-dor hoje está mais exigente, com um poder de con-sumo maior, até em consequência da ampliação da Classe C, o que tem provocado no setor produ-tivo primário a busca pela excelência na produção. A palavra de ordem hoje é a profissionalização, seja ele produtor de hortaliças, de mel, de carnes bovinas, suínas, ovinas ou de aves, ou produtor de grãos”, afirma a gestora de educação profissional do senar/Ms, Maria do rosário de almeida.
e essa realidade já está batendo nas portei-ras das pequenas, médias ou grandes proprieda-des rurais, tanto que os produtores rurais já estão se capacitando, além dos seus trabalhadores. segundo a gestora Maria do rosário, os produto-res rurais já estão conscientes da importância da capacitação profissional. “O mercado de trabalho sempre demandou por profissionais com uma base de conhecimentos mais consistente, mas no setor produtivo rural essa necessidade se faz mais forte a partir do momento em que houve a adoção de técnicas de produção com uma base tecnológi-ca avançada. É o caso, por exemplo, dos agriculto-res que fizeram grandes investimentos em tecno-logia com maquinários, novas técnicas de plantio e colheita, uso de sementes de melhor qualidade etc”, afirma Maria do Rosário.
Outro segmento que vem exigindo tanto dos produtores como dos trabalhadores um conheci-mento técnico mais apurado é o da área de me-canização, que necessita de trabalhadores com domínio das novas tecnologias, como leitura de Gps, utilização de máquinas com comandos au-tomatizados para operação e ainda que esses profissionais venham com uma formação escolar mais consistente, inclusive exigindo o ensino Mé-
A profissionalização do campo
se
na
r/M
s
se
na
r/M
s
Por Tatiana Martins
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
47
dio: “as empresas necessitam de trabalhadores com uma maior escolaridade, em razão das má-quinas atualmente serem dotadas de tecnologias de ponta, que utilizam sistemas informatizados”.
e o senar tem se empenhado em oferecer ao seu público-alvo tanto treinamentos como pro-gramas específicos que venham ao encontro de suas necessidades. É o caso, por exemplo, do programa negócio Certo rural – nCr que objeti-va levar ao pequeno produtor rural conhecimentos específicos sobre custo de produção, controles in-ternos, planejamento da atividade. Mas segundo a gestora de educação profissional do Senar/MS, as mulheres são um destaque no público atendido pela instituição, pois elas procuram complementar a renda da família com atividades que podem ser conciliadas com a atividade produtiva. “É o caso
do artesanato, que é uma atividade que desperta grande interesse nas mesmas. também na área de alimentação as mulheres têm participação ati-va e muitas vezes, após o término do treinamento começam a fornecer produtos alimentícios para a comunidade onde residem e com isso melhoram a renda da família”, comenta.
atualmente, o senar em Mato Grosso do sul oferece 137 cursos com carga-horária variada, de 16 a 40 horas. além disso, conta com 11 progra-mas especiais e somente este ano realizou 2.411 turmas e teve 37.227 participantes nos cursos de Formação Profissional Rural, Promoção Social e programas especiais. e segundo a gestora Maria do rosário, os cursos aliam a teoria com a prática: “a ênfase da metodologia do senar é o ‘aprender fazendo”.
Ca
va
lO p
an
tan
eir
O
Destemido, forte, companheiro, fiel, traba-lhador são apenas algumas das qualidades des-ses valentes animais que foram forjados ao lon-go dos séculos pela natureza pantaneira. nada mais justo do que declará-los patrimônio histó-rico, cultural e genético de Mato Grosso do sul.
a lei nº 4.208, de 18 de junho de 2012, de autoria do deputado estadual Júnior Mochi (pMdB) veio, segundo ele, com o objetivo de zelar pela preservação da raça.
da mesma opinião, o vice-presidente da associação de Criadores do Cavalo pantanei-ro de Mato Grosso do sul (aCCp-Ms), luciano leite de Barros, explica que a lei é muito im-portante pois dá o respaldo legal para que haja mais incentivos nesse sentido. “Caso um gover-nante queira ajudar a raça, ele já tem esse res-paldo, pois o cavalo pantaneiro é a única raça
oriunda do pantanal, muito rústica e resistente e com uma capacidade enorme de adaptação em qualquer lugar do Brasil”. para ele, há sim a necessidade de mais incentivos para que a raça possa se expandir.
segundo leite, esse é um animal feito para a lida em qualquer tipo de ambiente, com uma dureza de casco muito resistente, que se alimenta de capim e que pasta dentro d`água, sem precisar de cuidados especiais, caracterís-ticas que o tornam ímpar. “sou criador e suspei-to para falar, mas eu vejo o Cavalo pantaneiro crescendo no Brasil inteiro como animal que vai prestar um serviço barato ao pecuarista”, fina-liza.
atualmente, o plantel no estado conta com cerca de duas mil éguas registradas e em torno de 30 criadores ativos.
patrimônio histórico, cultural e
genético de Ms
pantanalBraZiltOUrisM.COM
re
pr
Od
Uç
ãO
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
49
de acordo com o pesquisador Corrêa Filho (1973), o Cavalo pantaneiro é provavelmente, oriundo de cruzamentos de eqüinos de origem lu-sitana (Céltico, Barbo e andaluz), do Árabe e do Crioulo argentino que remontam à fundação de Buenos aires, por volta de 1.541. pedro Mendoza trouxe cavalos e éguas, que foram abandonados após o incêndio da vila e seu despovoamento. reaprendendo a viver nas planícies, o rebanho se reproduziu tanto que em 1580, quando da se-gunda fundação de Buenos aires, já havia regis-tro de manadas selvagens nas planícies da ar-
gentina. eram chamados “chimarrões”. Um século depois, essas manadas eram
calculadas em milhares. Já tinham chegado ao paraguai e daí passaram ao Brasil, trazidas pela mão dos índios cavaleiros (GUaiCUrUs, dos quais os KadiWÉUs eram os predominantes) e pelos padres Jesuítas, quando vieram fundar as reduções guaraníticas (sete povos das Missões, Brasil e salto del Guairá, paraguai). essas mana-das se expandiram tanto que alguns animais che-garam ao paraguai e, daí, pelo Chaco, passaram ao pantanal do Mato Grosso.
Origem do Cavalo pantaneiro
pe
CU
Ár
ia l
eit
eir
a
produtores rurais que trabalham com pecuá-ria leiteira devem estar sempre atentos à mastite, doença que atinge as vacas leiteiras, causando a inflamação da glândula mamária e ocasionan-do prejuízos à atividade de produção de leite. de acordo com a pesquisadora da embrapa ron-dônia, Juliana dias, as perdas econômicas de-correm de vários fatores como: diminuição da produção, custos com mão-de-obra, honorários profissionais, gastos com medicamentos, mor-te ou descarte precoce de animais e queda na qualidade do produto final. Além das perdas, a infecção pode representar risco à saúde humana devido à eliminação de microrganismos e toxinas no leite consumido.
a pesquisadora explica que a mastite é cau-sada, principalmente, por bactérias, mas também podem ocorrer casos devido à infecção por fun-gos, algas e vírus. a doença pode se apresentar de duas formas. a forma clínica é caracterizada pela alteração no leite, podendo ocorrer também anormalidades visíveis no úbere, como aumento de temperatura e edema. Já a forma subclínica é caracterizada pela ausência de alterações vi-síveis a olho nu. “a forma subclínica ocorre com mais frequência sendo responsável por cerca de 70% das perdas, e pode diminuir a produção de leite em até 45%”, informa Juliana.
Controlepara o controle da mastite, um conjunto
de medidas pode ser aplicado junto ao rebanho, como a definição da situação da doença, a higie-ne e o conforto no local onde ficam os animais e o manejo adequado de ordenha. Os procedimen-tos que garantem esse manejo adequado são: realização do teste da caneca telada em todas as ordenhas para o diagnóstico de mastite clíni-ca; realização do California Mastitis test (CMt) a cada 15 dias para o diagnóstico da mastite sub-
produtores rurais devem ficar atentos ao controle da mastite bovina
div
UlG
aç
ãO
div
UlG
aç
ãO
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
51
clínica; desinfecção dos tetos antes da ordenha; secagem dos tetos com papel toalha; realização da ordenha manual ou colocação da ordenha-deira mecânica; desinfecção dos tetos após a or-denha e alimentação dos animais para que eles permaneçam em pé até o completo fechamento do esfíncter do teto.
“para evitar a transmissão da mastite, além do manejo de ordenha adequado, recomenda--se a implantação da linha de ordenha, utilizando como base o resultado do CMt. a linha é estrutu-rada de forma que as vacas negativas sejam or-denhadas primeiramente. em seguida, as vacas com mastite subclínica e, por último, os animais com mastite clínica”, explica Juliana.
as medidas para o controle da doença tam-bém incluem o tratamento imediato dos casos clínicos com antibiótico. a indicação do medica-mento deve ser feita por um técnico. O tratamento deve ser realizado por, no mínimo, três dias. a pesquisadora observa que os animais que estão sendo tratados devem ser marcados e o leite de-les descartado durante o tratamento, consideran-
do o período de carência do produto descrito na bula, para evitar a presença de resíduos no leite do tanque ou latão.
Outra medida é a limpeza e manutenção dos equipamentos de ordenha, sendo que esta última deve ser feita a cada seis meses, visando garantir a sanidade da glândula mamária. a lavagem do equipamento deve ser feita imediatamente após a ordenha, seguindo as instruções do fabricante.
durante a secagem, o uso de antibióticos específicos em todos os quartos do animal é fun-damental para o tratamento de casos subclínicos, adquiridos durante a lactação, e também para a prevenção de novas infecções durante o período seco. a recomendação é que o animal seja acom-panhado durante as duas primeiras semanas pós--tratamento.
de acordo com Juliana, devem ser separa-dos e descartados os animais com mastite crôni-ca não curada, devido à diminuição da capacida-de produtiva do teto afetado e potencial fonte de infecção para os animais não infectados. (embra-pa rondônia)
ex
ten
sã
O r
Ur
al
52 | revista siFeMs
Os serviços de assistência técnica e exten-são Rural (Ater) foram iniciados no País no final da década de 40, com a finalidade de promover a melhoria da qualidade de vida da população rural e apoiar o processo de modernização da agricultura no Brasil no pós-guerra. estes serviços se expan-diram em todo o território nacional, executados por empresas estatais, sob a coordenação da empre-sa Brasileira de assistência técnica e extensão rural (embrater), extinta em 1990 no governo Collor. desde então, começou o desmonte desses serviços em efeito cascata, acarretando a inevitá-vel desestruturação dos trabalhos em praticamen-te todos os estados da Federação.
segundo terezinha arantes Bernardes, presidente do sindicato dos trabalhadores em instituições de extensão rural (sinterpa-Ms), esta desestruturação representa até hoje enorme prejuízo às comunidades rurais. “este desmonte afetou principalmente o segmento da agricultura familiar, que justamente a partir da década de 90 passou a contar com políticas públicas de acesso a terra, crédito, fomento à produção e incentivo à comercialização, políticas essas que dependem, essencialmente, de assistência técnica e da ex-tensão rural para obter resultados concretos”, ex-plica. ela cita como exemplos os programas na-cionais para a reforma agrária; de Fortalecimento da agricultura Familiar (prOnaF); de aquisição de alimentos (paa) e programa de alimentação escolar (pnae), entre outros, destinados a apoiar este segmento produtivo.
em Mato Grosso do sul, o desmonte ocorreu em 2000 com a extinção da empresa estadual e criação de uma autarquia para prestar esses ser-viços com redução pela metade da equipe técnica (agrônomos, veterinários, técnicos agrícolas entre outros). “esse processo de sucateamento veio na contramão do crescimento da agricultura no Bra-sil. enquanto o país se projetava no exterior como um dos grandes produtores mundias de alimentos, o estado reduzia a estrutura de apoio na transfe-rência de tecnologia e organização da produção”,
analisa terezinha. segundo ela, na década de 90, o estado dispunha de 800 técnicos para atender 34 mil agricultores familiares. Hoje, a demanda do-brou. são 69 mil agricultores familiares e menos de 300 técnicos na agraer, que depois da reforma do estado agregou, além das funções da empaer, as da agrosul e terrasul.
“Os salários atuais, em média, são de r$ 3 mil para o técnico com graduação superior e r$1.300 para o técnico de nível médio, o que re-presenta a metade do valor pago no passado, sem contar que as condições de trabalho eram outras”, explica terezinha. segundo ela, como empresa, o órgão contava com maior autonomia administrati-va na captação e gestão dos recursos necessários à execução dos serviços. Hoje, além da questão salarial, os servidores nas unidades municipais não contam com condições mínimas de trabalho. “são mais de quatro anos que estas unidades da agraer não recebem um centavo de suprimento de fundo para fazer frente às despesas de rotina. É comum o técnico ter de arcar com consertos de pneus, e outras despesas de manutenção e mate-rial de escritório”, afirma a presidente.
Questiona-se também o fato de o órgão gastar para manter um sistema de rastreamento de veículo, sem dispor dos recursos para a ma-nutenção desses veículos, principal ferramenta de trabalho das equipes técnicas que trabalham nas comunidades rurais.
além da falta de recursos, com o sistema de gestão do Governo do estado centralizado em Campo Grande, fica impossível dispor dos recur-sos a tempo de executar as atividades programa-das nessas unidades. Hoje, compete à Central de Compras na secretaria de administração suprir os órgãos e suas respectivas unidades municipais com materiais e serviços necessários para realizar os trabalhos, inclusive produtos alimentícios pe-recíveis e/ou serviços imprevisíveis, ou seja, para realizar uma capacitação de produtor ou trocar um pneu numa estrada vicinal para acesso a uma co-munidade rural, o técnico depende das providên-
desmonte dos serviços de assistência técnicae extensão rural trava atendimento ao produtor rural
sucateamento e burocracia
sU
Ki O
ZaK
i
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
53
cias da central de compras em Campo Grande. “É comum o técnico ter que vir à Capital buscar ma-terial, inclusive produtos agrícolas para garantir o evento ou programação de trabalho na comunida-de”, desabafa terezinha. ela coloca em questão o atual modelo de gestão, que precisa se adequar à realidade de cada órgão do estado.
O sinterpa visitou recentemente mais de
90% das equipes municipais e constatou com mui-ta preocupação esta realidade, que desmotiva ain-da mais as equipes de trabalho. “a agraer precisa deixar de depender exclusivamente de recursos federais para a sua manutenção. É imprescindível que a classe política estadual defina a política es-tadual de assistência técnica e extensão rural para Mato Grosso do sul”, disse.
terezinha Bernardes, presidente do sinterpa
ex
ten
sã
O r
Ur
al
54 | revista siFeMs
O Governo Federal voltou a investir no res-tabelecimento desses serviços para fazer frente à crescente demanda pela agricultura Familiar, criou o departamento de assistência técnica e extensão rural no Ministério do desenvolvimen-to agrário (Mda), instituiu a lei 12.188/10, que define a Política e o Programa Nacional de Assis-tência técnica e extensão rural e veio também para dar celeridade à liberação de verbas. “ela alterou a forma de repasses financeiros da União para os estados, que até então eram feitos por meio de convênios mais burocráticos”, esclare-ce terezinha. agora, os repasses acontecem via contratos firmados com os órgãos estaduais de ater (assistência técnica e extensão rural) ou da iniciativa privada, credenciados junto ao Mda para executar os serviços, mediante as chama-
das públicas. a grande questão é fazer estes recursos chegarem às unidades municipais res-ponsáveis pela execução das metas previstas nestes contratos.
recentemente, no lançamento do plano safra 2012/2013, a presidenta dilma sinalizou a criação da agência nacional de assistência téc-nica e extensão rural, que poderá representar um grande avanço na consolidação do sistema nacional de assistência técnica e extensão ru-ral (siBrater). “O fortalecimento do sistema permitirá a definição de políticas e papeis nas três esferas de governo, União, estados e mu-nicípios. assim, cada ente envolvido poderá ter clareza do seu papel no processo de desenvol-vimento rural sustentável”, finaliza a presidente do sinterpa.
novos investimentos do Governo Federal
sU
Ki O
ZaK
i
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
55
defesa sanitária e seu papel no agronegócio do estado
Por Glaucy da Conceição Ortiz
a execução da política de defesa sanitária agropecuária é de competência do Governo Federal que delegou aos Estados a sua execução. Classifi-cadas como Carreiras típicas de estado, exercem atribuições relacionadas à expressão do poder es-tatal, não tendo, portanto, correspondência no setor privado. são carreiras que integram o núcleo estraté-gico do estado, requerendo, por isso, maior capaci-tação e responsabilidade, conforme estabelece o ar-tigo 247 da Constituição Federal e o artigo 4º, inciso iii, da lei nº 11.079, de 2004.
além da Carreira de Fiscalização agropecu-ária são também carreiras típicas de estado as re-lacionadas às atividades: tributária, de relação de trabalho, arrecadação, Finanças e Controle, Gestão pública, segurança pública, diplomacia, advocacia pública, defensoria pública, regulação, política Mo-netária, planejamento e Orçamento Federal, Magis-tratura e o Ministério público.
a agência estadual de defesa sanitária ani-mal e vegetal (iaGrO) é a entidade autárquica do estado de Mato Grosso do sul com competência para executar as atividades de promoção e execu-ção da política de defesa sanitária animal e vegetal, de inspeção de produtos de origem animal e vegetal e fiscalização do comércio de insumos para a produ-ção agropecuária.
Os servidores da iaGrO executam serviços de interesse público indelegáveis ao setor privado. Sua competência está assentada na fiscalização do
trânsito de animais para abate, cria/engorda, cria/re-produção, eventos agropecuários, na classificação vegetal e na inspeção e fiscalização dos estabele-cimentos fabricantes de produtos de origem animal, bem como da comercialização de vacinas, agrotóxi-cos e rastreabilidade bovina.
É através da certificação da qualidade dos produtos da área de agricultura e pecuária que a ia-GrO age na proteção da saúde da população, cria e mantém as condições exigidas pela concorrência imposta para a abertura e manutenção dos merca-dos nacional e internacional, para a comercialização da carne produzida no estado.
as atribuições da agência põem em relevância a posição dos servidores da iaGrO no setor agro-pecuário estadual, nacional e internacional e coloca seu corpo funcional no grupo dos servidores respon-sáveis pela inserção econômica do estado de Mato Grosso do sul no circuito nacional e internacional de comercialização de carne bovina, frango e suína com sanidade certificada, além dos produtos da agri-cultura em especial o complexo soja cana-de-açúcar.
a participação dos servidores da iaGrO nesse processo reflete a importância de ter um quadro de pessoal organizado, com profissionais habilitados e adequadamente remunerados pelos trabalhos pres-tados. a atuação dos servidores é indispensável para manter Mato Grosso do sul na vanguarda de exportador de carne bovina, frango e suína e produ-tos da agricultura no Brasil.
ar
tiG
O
ed
UC
aç
ãO
aM
Bie
nta
l
56 | revista siFeMs
nos dias 8 a 9 de agosto, Campo Grande recebeu o primeiro Fórum ambiental de Mato Grosso do sul, iniciativa do Governo do estado, em parceria com a Universidade Católica dom Bosco (UCdB) e Comissão interinstitucional de educação ambiental (Ciea), que teve como ob-jetivo reunir os principais atores, entidades, uni-versidades, instituições públicas, empresas para debaterem e mostrarem as práticas de educação ambiental que estão sendo desenvolvidas no es-tado. para conhecer a realidade brasileira sobre o assunto, foram convidados representantes do Mato Grosso, rio de Janeiro e Ceará, estados que já implantaram práticas de educação am-biental há mais tempo .
além disso, o evento contou com a partici-pação de autoridades de renome como o diretor de educação ambiental do Ministério do Meio ambiente, nilo sérgio diniz, e o diretor das po-líticas nacionais de direitos Humanos e políticas ambientais do Ministério da educação (MeC), José vicente de Freitas, que elogiaram a inicia-tiva. para diniz, a educação ambiental deve ser construída e integrada aos interesses da popu-lação.
antenado a esse direcionamento, o gerente de desenvolvimento e modernização do instituto de Meio ambiente do Mato Grosso do sul (ima-sul), lourivaldo antônio de paula (foto), explicou que o instituto trouxe dois representantes de cada município para participar do fórum, pois a cons-trução das políticas de educação ambiental no estado estão em um processo de consulta públi-ca. “nos últimos dois anos, realizamos também
O caminho da sustentabilidade
Por Suki Ozaki
inédito no estado, Fórum de educação ambiental apontou caminhos para a consolidação de políticas públicas voltadas para a preservação do meio ambiente
sU
Ki O
ZaK
i
sU
Ki O
ZaK
i
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
57
mais de 60 audiências, que contaram com a par-ticipação de mais de duas mil pessoas”, disse.
para ele, o sucesso do Fórum foi graças aos esforços da Comissão interinstitucional de edu-cação ambiental, formada por representantes de vários seguimentos da sociedade civil (universi-dades, governo estadual, instituições de pesqui-sa, entre outros), que vai elaborar um documento que será apresentado à aprovação do secretário de estado de Meio ambiente, Carlos alberto de Menezes, depois passará pela sanção do gover-nador para ser transformado em projeto de lei e apresentado à assembleia legislativa.
Os dois dias de evento contaram com a par-
ticipação de mais de 500 pessoas, que tiveram a oportunidade de assistir a várias palestras, ofi-cinas e minicursos que proporcionaram troca de experiências entre os participantes.
na avaliação do gerente do imasul, o even-to superou as expectativas e atingiu plenamen-te seus objetivos. “O Fórum permitiu uma troca entre todos os agentes operadores da educação ambiental no estado. tivemos contato com as ex-periências de municípios como Glória de doura-dos, Corumbá e Costa rica, por exemplo. vimos que muita coisa está sendo feita em todos os mu-nicípios, o que precisamos é dar mais visibilidade a essas ações”, finalizou.
Fen
ap
eC
58 | revista siFeMs
em solenidade promovida no dia 7 de agos-to, em Brasília, o presidente da acrissul (asso-ciação dos Criadores de Mato Grosso do sul), Francisco Maia, tomou posse oficialmente como presidente da Fenapec (Frente nacional da pe-cuária). A entidade tem 16 associações filiadas e aguarda a filiação de outras cinco de todos os estados brasileiros, passando a representar os interesses da pecuária nacional, hoje, com 200 milhões de cabeças de bovinos de corte. por ser uma entidade de representação nacional sua sede será em Brasília (dF), com representantes em todos os estados.
entre outros, são objetivos estatutários da Fenapec: promover a qualquer condição a defesa dos interesses dos produtores rurais da pecuária em geral; impedir por todos os meios legais as práticas de concentração, monopólios e carteis que eventualmente sejam praticados pelas in-dústrias frigoríficas e congêneres; aplicar regras
específicas entre fornecedor, indústria e varejo para o abate de bovinos, bubalinos, comerciali-zação de carnes em geral, regras e critérios da pesagem de animais (peso vivo e peso morto); e também a criação de um Conselho da Carne, com o objetivo de criar um equilíbrio da cadeia produtiva.
em seu primeiro discurso após a posse oficial, o presidente da Fenapec, Chico Maia, re-afirmou que esta é a primeira vez que a pecu-ária brasileira tem uma representação capaz de congregar todas as entidades ruralistas do país e buscar soluções para os graves problemas que há tempos submetem a pecuária a sacrifícios e que este ano, por conta de toda uma conjuntu-ra de mercado, acabaram arremessando o setor numa crise profunda e sem precedentes. “esta-mos unidos para recuperar a pecuária e recolocá--la no seu lugar de destaque”, arrematou Maia. (Fonte: via livre assessoria/acrissul)
Chico Maia toma posse oficial na presidência da Fenapec
aC
ris
sU
l
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
59
“precisamos de instituições modernas. não podemos tolerar interferências ideológicas se quisermos ser grandes”. A afirmação deu o tom do discurso do presidente da Federação da agricultura e pecuária de Ms (Famasul), edu-ardo riedel, durante a cerimônia de posse da nova diretoria da entidade, no dia 10 de agosto.
riedel assume efetivamente como presi-dente eleito – com 100% dos votos – depois de estar à frente da entidade como presidente interino desde 2010. em seu pronunciamento, fez menção ao progresso do agronegócio bra-sileiro, referindo-se ao crescimento de 247% da produção de grãos nos últimos 35 anos. nesse período, e com o aumento de apenas 31% da área cultivada, o país elevou a produtividade média em 151%. “agora, vamos trabalhar para conquistar um novo campo”, disse, elencando uma agenda de proposições e citando o empe-
nho da Confederação da agricultura e pecuá-ria do Brasil (Cna) em conduzir politicamente as questões relacionadas ao setor, tal como o Código Florestal e a adoção da Área de preser-vação permanente (app) mundial. “Os produ-tores brasileiros têm um ativo e não um passivo ambiental”, sustentou, elencando práticas sus-tentáveis.
O representante da Cna na cerimônia, vice-presidente da entidade e presidente da Federação da agricultura e pecuária da Bahia, João Martins, elogiou a atuação do sindicalismo rural do estado. “Mato Grosso do sul é exemplo de sindicalismo moderno. aqui o sindicalismo se faz com competência e compromisso”, enfa-tizou, destacando que a Riedel cabe um desafio maior que o de seus antecessores pelo papel que o agronegócio brasileiro vem obtendo em âmbito mundial.
eduardo riedel assume a Famasul
as
se
ss
Or
ia F
aM
as
Ul
ar
tiG
O
60 | revista siFeMs
plano de Cargos, Carreiras e salários para os servidoresda iaGrO. O que a sociedade ganha com isso?
defesa sanitária
Por Glaucy da Conceição Ortiz
depois de várias tentativas de diálogo entre o Governo do Estado e os fiscais estaduais agro-pecuários que pleiteavam há anos um plano de Cargos, Carreiras e salários para os servidores da agência estadual de defesa sanitária, animal e vegetal (iaGrO) que correspondesse, de fato, à realidade desses trabalhadores, não houve acordo.
a lei nº 4.196, de 23 de maio de 2012, publicada no Diário Oficial nº 8.198 dispõe so-bre a Carreira, Fiscalização e defesa sanitária e estabelece o quadro de pessoal da iaGrO. tal dispositivo legal deveria ter “considerado a importância da agência e ter organizado a car-reira de maneira justa e condizente com o grau de responsabilidade que seus servidores detêm”, conforme ofício encaminhado ao presidente da assembléia legislativa, Jérson domingos.
Contudo, a aprovação do pCCs para os servidores da iaGrO pouco evoluiu em melho-rias salariais e condições de trabalho para os servidores de carreira e, além disso, enfraque-ce o serviço de defesa sanitária agropecuária no estado e provoca prejuízos para os produtores e a sociedade de um modo geral. prova disso, são os três pontos principais que analisaremos a seguir.
primeiro ponto, os artigos 6º e 22 da lei es-tadual nº 4.196/2012 são claros em instituir e im-por a possibilidade de transferências dos fiscais estaduais conforme conveniência e imposições políticas contrárias aos interesses da sociedade, pois durante as atribuições fiscalizatórias, os ser-vidores são submetidos às pressões inerentes à sua função junto ao fiscalizado, atribuições tais que não têm equivalentes aos de outras funções do quadro geral de servidores do estado.
assim, ao determinar ações preventivas ou corretivas para proteger a sanidade agrope-cuária, existe a possibilidade de ofender alguns fiscalizados, descompromissados com suas res-ponsabilidades, e que aproveitam de seus pres-tígios políticos para prejudicar as autoridades sa-nitárias e impor penalizações que vão além das consequências pessoais de desestabilizações emocional e familiar.
dessa forma, estes artigos ferem princí-pios fundamentais de qualidade do serviço ve-terinário definido pela Organização da Sanidade animal Mundial (Oie), por meio do Código de trânsito de animais terrestres, promovendo as-sim a fragilidade e credibilidade da defesa sani-tária animal perante os demais países, parceiros comerciais.
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
61
1. Julgamento profissional - o pessoal do ser-viço veterinário deve ter a qualificação relevante, ex-periência científica e experiência profissional para se pronunciar.
2. Independência - vai garantir que o pessoal de serviço veterinário não esteja sujeito a quaisquer pressões comerciais, financeiras, hierárquicas e po-líticas, ou outras que possam influenciar seu julga-mento ou decisões.
3. Imparcialidade - o serviço veterinário deve ser imparcial.
4. Integridade – o serviço veterinário deve ga-rantir um nível elevado de integridade no trabalho de cada membro da equipe. Ser capaz de detectar e corrigir qualquer corrupção, fraude ou falsificação.
5. Objetividade – o serviço veterinário deve sempre agir de forma objetiva, transparente e não discriminatória.
Segundo ponto, a Lei Estadual nº 4.196/2012, ao instituir a mudança jurídica do sistema remune-ratório para subsídio absorveu a verba adicional de insalubridade, que diz respeito às condições in-salubres de trabalho, principalmente no que tange às questões das enfermidades infectocontagiosas transmitidas ao homem, como a brucelose, a tuber-
culose e a raiva, que fazem parte da rotina dos fiscais estaduais agropecuários da IAGRO, além da fisca-lização do comércio e uso de produtos agrotóxicos.
Segundo a Norma Regulamentadora nº 15 do Ministério do Trabalho e Emprego, são classificados como insalubridade em grau máximo, trabalhos ou operações, que exponham o servidor ao contato permanente com carnes, glândulas, vísceras, san-gue, ossos, couros, pêlos e dejetos de animais por-tadores de doenças infectocontagiosas (carbúnculo, brucelose, tuberculose etc...).
Mas segundo o governo estadual, não houve perda da verba referente ao adicional de insalubri-dade, mas incorporação ao subsídio sem prejuízo financeiro ao servidor, o que contestamos, pois se havia decisão judicial transitado em julgado em fa-vor de um grupo de servidores que estabelecia que a verba fosse calculada sobre o vencimento base mais a vantagem pessoal, esta base de cálculo de-veria ser estendida aos demais servidores, fato que não ocorre, já que o governo, ao invés de corrigir tais distorções, preferiu “jogar a poeira para debaixo do tapete”.
Com a aprovação da maioria dos deputados estaduais, o governo do Estado impôs com a Lei
O Serviço Veterinário Oficial deve observar os seguintes princípios para garantir a qualidade das suas atividades:
ar
tiG
O
62 | revista siFeMs
4.196 um PCCS aos servidores da IAGRO, que se manifestaram maciçamente contrários, inclusive tendo levado à Assembleia Legislativa um abaixo assinado, formalizando o descontentamento geral contra o Plano proposto, para não dizer “imposto” pelo governo estadual. A Lei Estadual pegou sim-plesmente o salário superdefasado e o transformou em subsídio, penalizando não só os Fiscais como a sociedade, pois promoveu a desvalorização do ser-vidor público e por consequência o serviço de extre-ma importância para a economia do Estado e para a sociedade sul-mato-grossense.
A tabela do Anexo VI da Lei Estadual 4.196/2012, que definiu os valores dos vencimentos para os fiscais não corrigiu as diferenças salariais existentes dentro da Autarquia, muitas em função de decisões judiciais, e gerou mais perdas financeiras do que ganhos.
Os leitores poderão observar o quadro aci-ma que demonstra claramente o que foi realizado. Observem que somente nos campos coloridos que existem, atualmente, servidores recebendo o salário de referência apresentado.
Ao iniciar a tabela com R$ 3.500,00, que equi-vale a cerca de 5,62 salários mínimos e perspecti-va de que, após longos 40 anos, o fiscal chegue ao topo da carreira desde que observados os limites de vagas das classes, pois com o famigerado Plano im-posto, aos Fiscais que hoje fazem jus à promoção funcional por tempo de serviço, não estão podendo exercer este direito, pois o governo do Estado não teve nem o zelo de observar o número de vagas ocu-
padas no momento anterior à publicação da referida lei.
Vejamos o exemplo da classe “B”, que hoje tem 106 cargos ocupados e na qual o governo criou 65 vagas. Isto mostra um misto de incompetência com falta de Razoabilidade, pois todos os servido-res da classe “B” levarão mais de 15 anos para mu-dar para a classe “C”, tendo um efeito dominó, pois com isto os servidores da classe “A” ficarão também cerca de 15 anos para serem promovidos para a classe “B”. E mais, hoje, existem somente 05 vagas disponíveis para servidores da classe “A”, portanto se houver concurso na IAGRO será somente para 05 Fiscais Estaduais Agropecuários, caso o Plano apro-vado não sofra urgente alteração.
É claro que por ser uma carreira distinta e de importância ímpar para a economia do Estado do Mato Grosso do Sul esperava-se que o valor ficasse muito acima disso, pois se fizermos uma compara-ção com os servidores de nível médio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), os quais recebem R$ 7.500,00 de salário inicial e o Fiscal Estadual Agropecuário da IAGRO, com nível de escolaridade superior recebe menos da metade pelos mesmos serviços. E aí perguntamos? O Estado de MS, que se auto intitula como “MS Forte”, por sua vocação no agronegócio, não teria como remunerar melhor seus 260 Fiscais Estaduais Agropecuários?
Observem que a injustiça não parou, analisan-do a Figura 1 que traduz o número de servidores, Fiscais Estaduais Agropecuários da IAGRO, enqua-drados no Plano aprovado pelo Estado. Os valores
Quadro 1: A TABELA A (Revisão geral +índice de correção de distorções) estabelece os valores dos salários dos Fiscais Estaduais Agropecuários da IAGRO, com vigência a partir de 03/05/2012
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
63
Figura 1: Quantitativos de Fiscais Estaduais Agropecuários por classe e níveis de subsídios, maio de 2012
dos subsídios das duas primeiras classes e os três níveis iniciais da tabela da referida Lei, remunera cer-ca de 168 fiscais estaduais agropecuários (FEA’s), isto representa 64,62% dos FEA’s do IAGRO, que não recebem o mínimo profissional e por não terem ganhos judiciais, suas perspectivas de remuneração margeiam uma linha de pobreza vergonhosa, que engloba a maioria absoluta dos Fiscais Estaduais Agropecuários lotados na IAGRO.
Os restantes dos Fiscais Estaduais Agropecu-ários foram enquadrados na referida tabela e como suas remunerações em função de decisões judiciais são superiores ao enquadramento, restou uma ver-ba denominada de PCI (Parcela Constitucional de Irredutibilidade) que garante que ela não seja redu-zida, assim o servidor continua recebendo o mesmo salário recebido antes do enquadramento no novo sistema remuneratório.
A distribuição de frequência de subsídios da Figura 1 mostra que a maior concentração de servi-dores encontra-se posicionado nas classes e níveis iniciais e que a nova sistemática de remuneração beneficiou apenas os servidores da classe inicial “A” um acréscimo em torno de 25% e para os demais
servidores, apenas agregou aos vencimentos de abril o reajuste anual concedido a todos os servido-res do Executivo no valor de 6% e transformou isso em subsídio, não considerando o princípio consti-tucional da isonomia, atribuindo ainda uma pseudo vantagem financeira de 25% para uma minoria, que representa 10% do servidores da IAGRO, às custas de congelamentos e perdas dos 90% dos servidores restantes.
Por todos estes motivos, o plano apresentado pelo Executivo Estadual e aprovado pela maioria dos deputados estaduais não atendeu aos anseios da categoria, pois uma Carreira Típica de Estado como os dos serviços de fiscalização e defesa agropecu-ária deveriam ter uma justa retribuição, com salários decentes para um serviço tão especializado e que não provoque um sucateamento desta importante carreira. Com o achatamento e arrocho salarial pro-vocados com a aprovação deste Plano, teremos no futuro uma iminente falta de servidores, visto que os salários não são atrativos para quem queira ingres-sar na carreira de fiscalização.
Diante do exposto, será que ainda é necessá-rio dizer o que a sociedade perde com isso?
es
Cr
itÓ
riO
s d
a ia
Gr
O
64 | revista siFeMs
Água Claraav. Benevenudo Ottoni, 10 - Centro(67) 3239-1155
Alcinópolisav. adolfo alveas Carneiro, 1271 - Centro(67) 3260-1114
Amambaiav. pedro Manvailler, 3640 - Centro(67) 3481-1634/1011
Amambai Regionalr. Marechal Floriano, 1369 - Centro(67) 3481-3911
Anastácior. João leite ribeiro, 420 - praça Garibaldi Medeiros - (67) 3245-1882/1200
Anaurilândiar. Cassimiro dias, 957 - Centro - (67) 3445-1235
Angélicar. antônio Basilio de lima, 325 - Centro(67) 3446-1205
Antônio Joãor. Genésio Flores vieira, 200 - Centro(67) 3435-1003
Aparecida do Taboador. Marcolino teixeira de Queiroz, 1812 - Jd. vila rica(67) 3565-1391
Aquidauanar. Honório simões pires, 660 - (67) 3241-3604/1510
Aquidauana Regionalr. Candido Mariano, 579 - (67)3241-4832/6466
Aral Moreirar. rui Barbosa, 228 - Centro - (67) 3488-1173
Bandeirantesr. luiz Flores soares pinheiro, 612 - Centro(67) 3261-1147
Bataguassuav. são José, 500 - Jd. são Francisco(67) 3541-1233/2529
Batayporã
av. Brasil, 2022 - (67) 3443-1336
Bela Vistar. Gal Osório, 561 - Centro - (67) 3439-1396
Bodoquenaav. Manoel rodrigues de Oliveira, 90 - Centro(67) 3268-1115
Bonitor. dr. Conrado, 766 - vila donária - (67) 3255-1481
Brasilândiar. ranulpho Marques leal, 920 - (67) 3546-1145
Caarapór. tiradentes, 521 - Centro - (67) 3453-1643
Camapuãr. Cuiabá, s/n - parque de exposições(67) 3286-1565
Campo Grande - Centralav. Filinto Müller, 1146 - vila ipiranga(67) 3901-2716/2717
Campo Grande - Localav. américo Carlos da Costa, 320 - Jardim américa - parque de exposições - (67) 3901-3530/3531
Campo Grande - Regionalr. antônio Maria Coelho, 1836 - Centro(67) 3901-3536/3535
Caracolav. Brasil, s/n - Centro - (67) 3495-1125
Cassilândiaav. presidente dutra, 3686 - Bairro alto izanópolis(67) 3596-1793
Chapadão do Sulav. 16, nº 811 - Centro - (67) 3562-1200/2452
Corguinhor. paulo vieira Barbosa, 207 - Centro(67) 3250-1100
Coronel Sapucaiaav. rachid saldanha derzi, 329 - Centro(67) 3483-1171Corumbár. tiradentes, 460 - Centro - (67) 3231-3001/2565
escritórios da iagroem Mato Grosso do sul
sindicato dos Fiscais estaduais agropecuários do estado de Mato Grosso do sul
65
Costa Ricar. ambrosina paes Coelho, 273 - Centro (67) 3247-1134
Costa Rica Regionalr. domingos augusto Coelho, 331 - (67) 3247-4055
Coximr. viriato Bandeira, 595 - Centro(67) 3291-1814/1825
Coxim Regionalr. MinasGerais, 839 - Centro - (67) 3295-2037
Deodápolisr. pedro augusto de Oliveira, 600(67) 3448-1270
Dois Irmãos do Buritiav. reginaldo lemos da silva, 813 - (67) 3243-1220
Douradinar. João Gomes de lira, 1149 - Centro(67) 3412-1195
DouradosR. Delfino Garrido, 425 - Jd. Ouro Verde(67) 3424-5040/4957
Dourados RegionalR. Delfino Garrido, 425 - Jardim Ouro Verde(67) 3424-5040
Eldoradoav. Brasil, 1330 - (67) 3473-1280
Fátima do Sulr. tenente antônio João, 1800 - Centro(67) 3467-1523
Figueirãoav. Moisés Galvão, 516 – Centro - (67) 3274-1333
Glória de Douradosr. senador tancredo almeida neves, s/nº(67) 3466-1277
Guia Lopes da Lagunar. visconde de taunay, 1743 - (67)3269-1611
Iguatemiav. Jardelino José Moreira, 2015(67) 3471-1018/2720
Inocênciar. duca valadão, 810 - Centro - (67) 3574-1266
Itaporãr. Fernando Correa da Costa, 671- Centro(67) 3451-1640
Itaquirair. santo Caobianco, 659 - Centro - (67) 3476-1316
Ivinhemar. Camilo Cáccia, 161 - Bairro piravevê(67) 3442-1968/1487
Japorãr. Cuiabá, 178 - Centro - (67) 3475-1134
Jaraguarir. Gonçalves luiz Martins, 361 - Centro (67) 3285-1152
Jardimr. Fábio Martins Barbosa, s/nº(67) 3251-2888/2354
Jardim Regionalr. Fábio Martins Barbosa s/n - Centro(67)3251-2354/2888
Jateíav. Bernadete santos leite, 533 – Centro(67) 3465-1168
Jutiav. sérgio Maciel, 1150 - (67) 3463-1163
Laguna Carapãr. Gabriel Cabral, s/nº - (67) 3438-1388
Maracajur. Waltrudes Ferreira Muzzi, s/nº - parque de exposi-ções - (67) 3454-1174
Mirandar. são Benedito, 52 - Centro - (67) 3242-1229
Mundo Novoav. Campo Grande, 814 - Centro - (67) 3474-1273
Naviraír. ilídio nascimbeni, 24 - Jardim progresso(67) 3461-1665
Naviraí Regionalr. elidio nascimbeni, 24 - (67)3461-1665Nioaqueav. visconde de taunay, 503 - Centro(67) 3236-1156
66 | revista siFeMs
Nova Alvorada do Sulav. irineu de souza araújo, 1015 - Jardim eldorado(67) 3456-1202
Nova Andradinaav. eurico soares de andrade, 341 - Centro(67) 3441-1252/8185
Nova Andradina Regionalav. eurico soares andrade, 341(67) 3441-1252/8185
Novo Horizonte do Sulav. airton sena da silva, 260 - Centro(67) 3447-1199
Paraíso das Águasr. valdecir Feltrin, 164 - Centro - (67) 3248-1105
Paranaíbar. visconde de taunay, 685 - (67) 3503-1150/1078
Paranhosr. Marechal dutra, 1854 - (67) 3480-1250
Pedro Gomesr. pernambuco, 450 - (67) 3230-1303
Ponta Porãtravessa dos poderes, s/n- Bairro da saudade(67) 3431-9088/0588
Ponta Porã Regionalav. internacional, 630 - Centro(67)3431-3889/3501
Porto Murtinhoav.laranjeiras s/n - (67) 3287-1166
Ribas do Rio Pardor. Carlos anconi, 1667 - Jd vista alegre(67) 3238-1270/1380
Rio Brilhanter. sidnei Coelho nogueira, 1074 - Centro(67) 3452-7396
Rio Negror. Massato Matsubara, 50 - (67) 3278-1188
Rio Verde de MTr. vitória, 1.131 - Centro - (67) 3292-1131
Rochedor. albino Coimbra, 231 - Centro - (67) 3289-1101
Santa Rita do Pardor. reni Campos de araújo, 684 - Centro(67) 3591-1138
São Gabriel do Oester. Minas Gerais, 839 - Centro - (67) 3295-1001
Selvíriar. vereador adelmo Zambon, 646 - Centro(67) 3579-1291
Sete Quedasr. Monteiro lobato, 555 - Centro - (67) 3479-1211
Sidrolândiar. targino de souza Barbosa, 240 - Centro(67) 3272-1620
Sonorar. da alegria, 136 - (67) 3254-1228
Taquarussuav. Felinto Muller, 685 - Centro - (67) 3444-1111
Terenosr. João egydio Zambelli, 43 - Centro(67) 3246-7222
Três Lagoasav. Capitão Olinto Mancini, 2462 - Bairro Olinto(67) 3521-2379/3522-0860
Três Lagoas Regionalav. Capitão Olinto Mancinni, 2462 - Bairro Olinto(67) 3521-2379/3522-0860
Vicentinar. rainha dos apóstolos, 927 - (67) 3468-1223
es
Cr
itÓ
riO
s d
a ia
Gr
O
Com uma equipe capacitada, a Vyga oferece serviços de conservação, limpeza, controle de pragas e recrutamento de pessoal especializado.
Tudo para garantir um ambiente limpo e agradável, para você ter mais tranquilidade e bem-estar.
Abra as portas da sua empresa para o conforto e a tranquilidade.
Órgãos públicos e privadosEscritóriosHospitaisClínicas médicas
LaboratóriosEscolas e universidadesÁreas industriais e comerciaisShoppings
JardinagemCapinaPoda de árvoresPaisagismo
Áreas externas e internasÁreas públicasFachadasLimpeza de vidrosLimpeza hospitalar
Limpeza urbanaLimpeza de caixa d'águaTratamento de pisosPós-obra
DesinsetizaçãoDesratizaçãoDescupinização
R. Hélio de Castro Maia, 872 | Jd. Tv Morena | (67) 3043-3665 | Campo Grande - [email protected] | www.vyga.com.br
CopaRecepçãoTelefoniaSecretaria DigitaçãoMotorista
Tratorista Manutenção em geral PortariaSegurançaOutros
Áreas de atuação
Limpeza e conservação
Controle de pragas
Áreas verdes
Serviços gerais
Com uma equipe capacitada, a Vyga oferece serviços de conservação, limpeza, controle de pragas e recrutamento de pessoal especializado.
Tudo para garantir um ambiente limpo e agradável, para você ter mais tranquilidade e bem-estar.
Abra as portas da sua empresa para o conforto e a tranquilidade.
Órgãos públicos e privadosEscritóriosHospitaisClínicas médicas
LaboratóriosEscolas e universidadesÁreas industriais e comerciaisShoppings
JardinagemCapinaPoda de árvoresPaisagismo
Áreas externas e internasÁreas públicasFachadasLimpeza de vidrosLimpeza hospitalar
Limpeza urbanaLimpeza de caixa d'águaTratamento de pisosPós-obra
DesinsetizaçãoDesratizaçãoDescupinização
R. Hélio de Castro Maia, 872 | Jd. Tv Morena | (67) 3043-3665 | Campo Grande - [email protected] | www.vyga.com.br
CopaRecepçãoTelefoniaSecretaria DigitaçãoMotorista
Tratorista Manutenção em geral PortariaSegurançaOutros
Áreas de atuação
Limpeza e conservação
Controle de pragas
Áreas verdes
Serviços gerais
Top Related