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Principais temas para provas

SIC EPIDEMIOLOGIA

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Produção Editorial: Fátima Rodrigues Morais

Coordenação Editorial e de Arte: Martha Nazareth Fernandes Leite

Projeto Gráfico: SONNE - Jorlandi Ribeiro

Diagramação: Diego Cunha Sachito - Jorlandi Ribeiro - Jovani Ribeiro - Paulo Sergio Gualtieri

Criação de Capa: R2 Editorial

Assistência Editorial: Tatiana Takiuti Smerine Del Fiore

Preparação de Originais: Andreza Queiroz

Revisão Final: Henrique Tadeu Malfará de Souza

Revisão de Texto e de Provas: Caroline R. dos Anjos - Marcela Zuchelli Marquisepe

Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida

Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves

Serviços Gráficos: Thaissa Câmara Rodrigues

Abril, 2018Proibida a reprodução total ou parcial.

Os infratores serão processados na forma da legislação vigente.Direitos exclusivos para a língua portuguesa licenciados

à Medcel Editora e Eventos Ltda.Av. Paulista, 1776 - 2º andar - São Paulo - Brasil

www.medcel.com.br(11) 3511 6161

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

O conteúdo deste livro é específico para provas, visando, principalmente, informar o leitor sobre as tendências das avaliações e prepará-lo para elas. Além disso, não é recomendado para a prática médica ou para a formação acadêmica. Acrescente-se que há a probabilidade de discordâncias entre conceitos das diferentes instituições, e que as informações contidas neste material estão de acordo com o regime vigente no momento da publicação, a serem complementadas conforme surgirem novos conhecimentos.

Principais temas em Epidemiologia / Alex Jones Flores Cassenote - Marília Louvison - Aline Gil Alves Guilloux - Augusto César Ferreira de Moraes - Nathalia Carvalho de Andrada - Thaís Minett - Valéria Troncoso Baltar - Marina Gemma - Lucas Primo de Carvalho Alves - 1. ed. -- São Paulo: Medcel, 2018. -- (Principais temas em Epidemiologia)

1. Epidemiologia - Concursos - 2. Residentes (Medicina)

© 2018 by

PRINCIPAIS TEMAS EM EPIDEMIOLOGIAAlex Jones Flores Cassenote - Marília Louvison - Aline Gil Alves Guilloux - Augusto César Ferreira de Moraes -

Nathalia Carvalho de Andrada - Thaís Minett - Valéria Troncoso Baltar - Marina Gemma - Lucas Primo de Carvalho Alves

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Autoria e colaboração

Alex Jones Flores CassenoteGraduado em Biomedicina pelas Faculdades Integradas de Fernandópolis da Fundação Educacional de Fernan-dópolis (FEF). Mestre e doutorando em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Epidemiologista responsável por diversos projetos de pesquisa na FMUSP e na Universi-dade Federal de São Paulo (UNIFESP). Epidemiologista do Centro de Dados e Pesquisas do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Colabora-dor do Laboratório de Epidemiologia e Estatística (LEE) do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

Marília LouvisonGraduada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Medicina Preventiva e Social pela UNIFESP. Mestre e doutora em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Médica da SES/SP - Coordenadora Es-tadual da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa 2008.

Aline Gil Alves GuillouxGraduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre e dou-toranda em Ciências pelo Programa de Epidemiologia Experimental e colaboradora de projetos do Laboratório de Epidemiologia e Bioestatística da Faculdade de Me-dicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP).

Augusto César Ferreira de MoraesGraduado em Educação Física pelo Centro Universitá-rio de Maringá (CESUMAR). Especialista em Fisiologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Ciências pelo Programa de Pediatria e doutorando em Ciências pelo Programa de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Nathalia Carvalho de AndradaGraduada em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Especialista em Cardiologia Clínica pela Real e Benemérita Sociedade de Beneficência Portugue-sa de São Paulo. Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Thaís MinettGraduada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Clínica Médica e em Neurologia e doutora em Neurologia/Neurociências pela UNIFESP, onde é professora adjunta ao Departa-mento de Medicina Preventiva.

Valéria Troncoso BaltarGraduada em Estatística pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Universidade de Campinas (UNICAMP). Especialista em Demografia pelo Centro Latino-Americano e Caribenho de Demografia (CELADE). Mestre em Ciências pelo Instituto de Mate-mática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP). Doutora e pós-doutora em Epidemiologia pela Fa-culdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Professora adjunta do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística do Instituto de Saúde da Comunidade da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Marina GemmaGraduada em Obstetrícia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Mestre em Ciências pela Faculdade de Saúde Pú-blica da Universidade de São Paulo (FSP-USP). Professo-ra assistente junto ao curso de Obstetrícia da EACH-USP.

Lucas Primo de Carvalho AlvesGraduado em Medicina e doutorando em Psiquiatria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especialista em Psiquiatria pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

Atualização 2018Lucas Primo de Carvalho Alves

Revisão de conteúdoNatália Varago Franchiosi

Revisão técnicaCinthia Ribeiro FrancoDan Yuta NagayaDaniela Andrea Medina MacayaEdivando de Moura BarrosJoão Guilherme Palma UrushimaLuan FortiLucas Kenzo MiyaharaMariana da Silva Vilas BoasMatheus Fischer Severo Cruz HomemNadia Mie Uwagoya TairaPriscila Schuindt de Albuquerque SchilRyo ChibaViviane Aparecida QueirozWilian Martins GuarnieriWilliam Vaz de SousaYuri Yamada

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Apresentação

O ensino médico é desafiador por natureza, e o estudante que se decide pelos fascinantes caminhos da Medicina sabe disso. Fascínio advindo, em grande parte, justamente das inúmeras possibilidades e, até mesmo, obri-gatoriedades que se abrem para esse aluno logo que ele ingressa no ensino superior, a ponto de ser quase impossível determiná-las ou mensurá-las.

Dessa rotina faz parte, por exemplo, um inevitável período de aulas práti-cas e horas em plantões de vários blocos, não só o responsável por grande parte da experiência que determinará a trajetória profissional desse aluno, como também o antecedente imediato do seu ingresso em um programa de Residência Médica que seja referência, no mínimo, em todo o país – o que exigirá dele um preparo minucioso e objetivo.

Esse é o contexto em que toda a equipe de conteúdo da Medcel, forma-da por profissionais das áreas pedagógica e editorial e médicos das mais diferentes especialidades, preparou a Coleção SIC Principais Temas para Provas. O material didático destaca-se pela organização e pelo formato de seus capítulos, inteiramente voltado à interação, com recursos gráficos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamentos, temas frequentes em provas, leituras recomendadas e outros destaques, sem os quais o alu-no não deve prestar nenhum exame. Tudo isso somado às questões ao fi-nal, todas comentadas a partir de uma estrutura que lhe permite identificar o gabarito de imediato.

Com tudo isso, nossa equipe reforça o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa e lhe assegura um excelente estudo.

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Índice

Capítulo 1 - Bioestatística aplicada à análise de estudos epidemiológicos ........................... 15

1. Introdução ...................................................................16

2. Classifi cação de variáveis ....................................... 17

3. Medidas de ocorrência ............................................18

4. Medidas de associação em estudos epidemiológicos ........................................................ 25

5. Variáveis de confusão..............................................33

6. Aplicação da estatística em estudos epidemiológicos ........................................................ 34

7. Erros sistemáticos .................................................... 43

Resumo ............................................................................ 46

Capítulo 2 - Análise de métodos diagnósticos ...................................................... 49

1. Introdução .................................................................. 50

2. Possibilidades diagnósticas ................................. 50

3. Parâmetros ............................................................... 52

4. Curva ROC .................................................................. 54

5. Testes diagnósticos e predições clínicas ........... 56

6. Testes de rastreamento de doenças na população ....................................................................57

Resumo ............................................................................ 62

Capítulo 3 - Estudos epidemiológicos ......... 63

1. Introdução ..................................................................64

2. Classifi cação dos delineamentos ........................64

3. Tipos de delineamentos ..........................................67

4. Estudos qualitativos ............................................... 92

Resumo ............................................................................ 95

Capítulo 4 - Causalidade em Epidemiologia .....99

1. Introdução ................................................................100

2. Postulados de Henle-Koch .................................. 102

3. Critérios de Bradford Hill .................................... 103

4. Postulados de Henle-Koch-Evans .................... 106

5. Amostragem ............................................................ 108

Resumo ...........................................................................110

Capítulo 5 - Medicina baseada em evidências, revisão sistemática e meta-análise .............111

1. Introdução ................................................................. 112

2. Medicina baseada em evidências ...................... 113

3. Revisão sistemática .............................................. 120

4. Meta-análise .............................................................122

5. US Preventive Services Task Force .....................125

Resumo .......................................................................... 128

Questões:Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil.

Anote:O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

QuestõesCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospital terciário com intubação traqueal pelo rebaixamento do nível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais de choque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloide até a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC = 140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem: raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografia FAST revela grande quantidade de líquido abdominal. A melhor forma de tratar o choque desse paciente é:a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomiab) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias e encaminhar para laparotomiac) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encaminhar para laparotomiad) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala de Glasgow, que leva em conta:a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e resposta motorab) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundosc) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundosd) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilasb) verificar a pressão arterialc) puncionar veia calibrosad) assegurar boa via aéreae) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG4. Um homem de 56 anos é internado no serviço de emergência após sofrer queda de uma escada. Ele está inconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração e movimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, está com os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, e produz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma de Glasgow é:a) 6b) 7c) 8d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG 5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e em toda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissional de saúde que o atende deve ser:a) aplicar morfinab) promover uma boa hidrataçãoc) perguntar o nomed) lavar a facee) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionado para o atendimento de um acidente automobilístico. Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criança de 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extenso no crânio, após choque frontal com um carro. A criança está com respiração irregular e ECG (Escala de Coma de Glasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

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Comentários:Além do gabarito o�cial divulgado pela instituição, nosso

corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo

contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

ComentáriosCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado, ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode ser otimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em con-ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação da resposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliação do reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial do politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aérea definitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgow está resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4

Ao estímulo verbal 3

Ao estímulo doloroso 2

Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5

Confuso 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6

Localização da dor 5

Flexão normal (retirada) 4

Flexão anormal (decor-ticação) 3

Extensão (descerebração) 2

Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmica de vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a ser tomada. Em caso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois é um tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistema nervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. É usado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas pelo ATLS®, a melhor sequência seria:A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar a infusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tórax esteja normal.D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação e a pressão arterial.E: manter o paciente aquecido.Logo, a melhor alternativa é a “c”. Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®, está descrito na alternativa “a”. Consiste na contenção precoce do sangramento, em uma reposição menos agressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempre garantir uma via aérea pérvia com proteção da coluna cervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e garan-

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Bioestatística aplicada à aná-lise de estudos epidemiológicos

Valéria T. BaltarAlex Jones F. CassenoteMarília Louvison

Neste capítulo, serão tratados temas inerentes ao uso da Estatística em estudos nas áreas de Saúde e Ciên-cias Biológicas. As ferramentas estatísticas envolvem as medidas de tendência central (média, mediana e moda), de dispersão (variância e desvio-padrão) e de associação (razão de prevalência, risco relativo e razão de chances – odds ratio). Além disso, a fi m de tornar mais confi áveis os valores obtidos na análise de um estudo epidemiológico, são estipulados intervalos de confi ança nos quais são delimitados os limites inferior e superior de um conjunto de valores que têm certa probabilidade de conter no seu interior o valor verdadeiro, na população, da medida que se analisa. São feitos testes estatísticos como Z, t de student e kappa, e são feitas seleções/organizações siste-matizadas dos pertencentes a um estudo, a fi m de evitar os mais diferentes tipos de viés (seleção e informação).

1Marina GemmaLucas Primo de Carvalho Alves

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Tabela 6 - Medidas de tendência central e dispersão das variáveis quantitativas presentes na Tabela 3

Moda Média Mediana Variância Desvio-padrão

Idade (anos) 28 36,6 34 84 9,17

Glicose (mg/dL) 124 124,88 120 1.417,44 37,65

Triglicérides (mg/dL) 211 190,14 170,07 4.474,76 66,89

Colesterol (mg/dL) 311 237,16 214 5.679,72 75,36

ImportanteDevido ao fato de

descreverem a posição do conjunto de dados e

indicarem sua varia-bilidade em relação ao

valor central, as medidas de dispersão auxiliam na análise da homoge-neidade dos grupos em

se tratando de variáveis quantitativas, fato rele-vante para a análise das

diferenças estatísticas para os diferentes grupos

considerados em um estudo epidemiológico.

Quando se trata de uma variável contínua cuja frequência de distribui-ção assuma uma curva de Gauss, a média e desvio-padrão são parâ-metros necessários e suficientes para descrever a forma dessa curva. Quando somamos 1 desvio-padrão abaixo e acima da média, isso repre-senta que cerca de 68% da amostra está entre esses valores; quando somamos 1,96 (ou, arredondando, 2) desvios-padrão acima e abaixo da média, isso representa que cerca de 95% da amostra está entre esses valores. As Figuras 2 e 3 representam esses 2 conceitos.

Figura 2 - Gráfico da função de Gauss: representação da curva, conforme modifica-ção das variáveis µ e σ

Figura 3 - Curva de Gauss: em laranja, 1 desvio-padrão; em azul, 2 desvios-padrão

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Causalidade em Epidemiologia

Alex Jones F. CassenoteMarina GemmaLucas Primo de Carvalho Alves

A identifi cação de causas é uma das maneiras do pen-samento científi co de abordar a explicação das origens de um fenômeno, e, sabendo-se a causa, tem-se um conhecimento maior a respeito do fenômeno estudado, na medida em que é possível intervir sobre um efeito quando se remonta à sua causa. Para tanto, foram feitos postulados com o objetivo de determinar os geradores de diferentes doenças, e o mais aceito atualmente é o postulado de Henle-Koch-Evans, pois considera exposi-ções infecciosas e não infecciosas (agentes químicos, por exemplo) prévias como causas para as diversas doenças.

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Pergunta2015 - IFF 2. O estudo da causalidade das doenças é uma das principais atribuições da Epidemiologia, e os critérios de Hill se consti-tuem como uma das alternativas para a interpretação dos achados científicos nessa área. Qual das seguintes alternativas não repre-senta um desses critérios? a) temporalidade b) geografia c) plausibilidade biológica d) força da associaçãoResposta no final do capítulo

5. AmostragemOutra variável importante para ser avaliada na hora de inferir a causali-dade de uma associação é a maneira como os dados foram coletados. De maneira geral, podemos dizer que uma amostra é adequada quando ela é representativa da população de origem; ou seja, estima-se que a propor-ção das múltiplas variáveis encontradas na população seja semelhante à proporção dessas mesmas variáveis na amostra. Não existe método per-feito para que isso seja alcançado; porém, a maneira mais precisa é por meio de uma seleção probabilística de participantes na população, espe-cialmente quando a amostra é muito grande e aleatória (Figura 3). Dessa forma, os pacientes deveriam ser selecionados aleatoriamente de uma população imaginária. Quanto mais a amostra se aproximar desse ideal, maior é a capacidade de o estudo poder inferir causalidade.

Figura 3 - Tipos de amostragem

A - Amostragem probabilística aleatória simplesA amostra probabilística aleatória simples é realizada quando cada in-divíduo da população tem a mesma probabilidade de ser selecionado (Figura 4). Quando esse procedimento é feito em um grande tamanho amostral, de modo que subgrupos minoritários da população consigam ser selecionados, é teoricamente o padrão-ouro das amostragens. En-tretanto, quando a amostra é pequena, indivíduos de subgrupos pe-quenos têm pouca probabilidade de entrar na amostra, tornando o estudo deficitário. Esse tipo de amostragem é realizado, por exemplo, em pesquisas de campanhas eleitorais.

Figura 4 - Amostragens probabilísticas esquematizadas

B - Amostragem probabilística estratificadaA amostra probabilística estratificada (Figura 4) é realizada quando a população é dividida em diferentes estratos de subgrupos e os indi-

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õesQuestões

Epidemiologia

Bioestatística aplicada à análise de estudos epidemiológicos

2017 - FMABC1. Sobre os desenhos de estudos epidemiológicos, assi-nale a alternativa correta:a) o estudo caso-controle é classifi cado como transversal b) são exemplos de estudos analíticos observacionais:

coorte, caso-controle e transversal c) são exemplos de estudos experimentais: coorte, des-

critivo e ensaio clínico d) estudos descritivos são os estudos mais apropriados

para testar hipóteses de associação

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - UERJ 2. Para avaliar a efetividade de medidas de tratamento, o médico de família precisa se familiarizar com alguns conceitos da Medicina Baseada em Evidências. Em estu-dos de tratamento experimental, a medida associada ao aumento da probabilidade de desfecho negativo é: a) RAR b) AAR c) NNH d) NNT

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - SES-RJ3. Em um estudo clínico, quando o enfoque é o diagnósti-co, o tipo de delineamento que deve ser utilizado é:a) coorteb) acuráciac) caso-controled) ensaio clínico randomizado

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - INCA4. A análise estatística utilizada para combinar e sin-tetizar os resultados de uma revisão sistemática deno-mina-se:a) meta-análise b) nível de signifi cância

c) valor preditivo d) acurácia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - UNIRIO5. Em 1957, Doll e Hill iniciaram o estudo clássico sobre o efeito do tabaco em médicos ingleses. Trata-se do se-guinte tipo de estudo:a) coorteb) caso-controlec) transversald) ensaio clínicoe) ensaio de campo

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - UFES6. Em um estudo caso-controle, foi avaliada a associa-ção entre presença de fumantes em casa e doenças res-piratórias em crianças. Entre 120 casos, 90 tinham pelo menos 1 pessoa fumante em casa, ao passo que, entre 360 controles, tal presença foi evidenciada para 120. A medida de efeito, nesta situação, é de:a) risco 60% maior nos expostosb) risco 38,6 maior nos expostosc) risco 6 vezes maior nos expostosd) risco 3,86% vezes maior nos expostose) risco 40% a 4 vezes maior de acordo com a força da

exposição

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - SES-GO7. Em um estudo de seguimento para avaliar a asso-ciação entre etilismo e icterícia, 200 indivíduos foram acompanhados durante 5 anos. Cem participantes eram etilistas e, dentre estes, 80 apresentaram icte-rícia. Entre os participantes não etilistas, 10 apresen-taram icterícia. O valor do risco atribuível percentual nesse estudo foi:a) 27,5%b) 47,5%c) 67,5%d) 87,5%

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Bioestatística aplicada à análise de estudos epidemiológicos

Questão 1. Analisando as alternativas:a) Incorreta. Estudos de caso-controle e estudos trans-versais são 2 tipos de delineamentos diferentes. b) Correta. Os estudos analíticos testam hipóteses de associações e correspondem aos delineamentos: trans-versal, coorte e caso-controle. c) Incorreta. O ensaio clínico consiste em um estudo ex-perimental. Estudos descritivos e de coorte são estudos observacionais. d) Incorreta. Os estudos descritivos (relato ou série de casos, estudos transversais e estudos ecológicos) não realizam, em geral, comparação analítica. Usualmente, esses estudos consistem na simples descrição do esta-do de saúde de uma população a partir de dados roti-neiramente coletados (dados secundários) ou coletados diretamente através de questionários específi cos (dados primários).Gabarito = B

Questão 2. Analisando as alternativas:a) Incorreta. A medida RAR (Redução Absoluta do Risco) expressa a magnitude da redução absoluta do risco, por meio da subtração do risco observado no grupo controle pelo risco observado no grupo intervenção. b) Incorreta. A medida AAR (Aumento Absoluto do Ris-co) é utilizada quando se consideram fatores de risco. É calculada pela subtração do risco nos expostos ao fator pelo risco nos não expostos. c) Correta. O NNH (Number Needed to Harm) expres-sa o número de pacientes com determinada patologia tratados até que um deles tenha um desfecho ruim, como complicações terapêuticas. Quanto menor o NNH, menor o número de pacientes que terão male-fícios.d) Incorreta. O NNT (Number Needed to Treat) quanti-fi ca o grau de benefício do tratamento: quanto menor este número, maior o benefício. O ideal é um NNT = 1, que signifi ca que todo paciente tratado se benefi cia com a terapia. Gabarito = C

Questão 3. Analisando as alternativas: a) Incorreta. Coorte é um tipo de delineamento, em ge-ral, utilizado em estudo clínico com enfoque etiológico ou prognóstico. b) Correta. O Ensaio Clínico Randomizado (ECR) tem delineamento apropriado para gerar resultados com a melhor força de evidência e usualmente é requerido para decisões sobre terapêutica. No entanto, depen-dendo do enfoque epidemiológico, o estudo pode ser inviável eticamente, sendo esse fato mais comum em ensaios clínicos, uma vez que o fator intervenção está sob controle do pesquisador. Dessa forma, para cada um dos diferentes enfoques (preventivo, diagnóstico, etiológico, terapêutico, prognóstico etc.), existe um delineamento mais adequado. Neste caso, em um estudo clínico com enfoque diagnóstico, é geralmen-te utilizado um estudo de acurácia, que consiste em uma medida de validade de testes diagnósticos que determina a precisão do teste e é calculada pela pro-porção de acertos (total de verdadeiramente positivos e verdadeiramente negativos) com relação à amostra estudada.c) Incorreta. Caso-controle é, em geral, utilizado em es-tudo clínico com enfoque etiológico.d) Incorreta. Ensaio clínico é, em geral, utilizado em es-tudo clínico com enfoque etiológico terapêutico ou pre-ventivo.Gabarito = B

Questão 4. Analisando as alternativas:a) Correta. É possível afi rmar que a revisão sistemática se refere ao delineamento do estudo e a meta-análise ao processo estatístico que pode ser realizado com base nos dados da revisão. A meta-análise é um procedimen-to em que os resultados de vários estudos independen-tes são combinados e sintetizados por meio de proce-dimentos estatísticos, de modo a produzir uma única estimativa que caracterize o efeito de determinada in-tervenção. O resultado fi nal da meta-análise é geralmen-te representado por um gráfi co chamado forest plot, e a sua interpretação é a mesma que aquela realizada para as medidas de associação.b) Incorreta. O nível de signifi cância consiste em um con-ceito estatístico relacionado ao nível de confi ança do erro alfa (probabilidade de rejeitar H0 quando H0 for verdadeira ser mínimo).

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