XVI I SEMI NARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS
BRASILIA
ACOSTO 1987
USINAS DE JURUMIRIM E XAVANTES
ESTUDO DE REAVALIAQAO DAS VAZOES DE CHEIA E DE DESEMPENHO DAS
ESTRUTIIRAS APES A PASSAGEM DA CHETA EXCEPCIONAL DE 1983
CO"111NICACAO
EngQ Jose Eus taqu io de 0. Filho (*)
Eng9 Jose Renato Cotrim (**)
Eng9 Rafael Mora de " Melo (**)
(*) Companhia Energetica de Sao
Paulo - CESP
(**) ENGEVIX S.A. Estudos e Projetos de Engenharia
USINAS DE JURUMIRIM E XAVANTES
ESTUDO DE REAVALIACAO DAS VAZOES DE
CHEIA E DE DESEMPENHO DAS ESTRUTURAS
APOS A PASSAGEM DA CHEIA EXCEPCIONAL
DE 1983
1. INTRODUCAO
Este trabalho relata os estudos que vem sendo desenvolvidos
de reavaliacao das vazoes de projeto e de desempenho das es
truturas componentes das usinas de Jurumirim e Xavantes, mo
tivados pela passagem da cheia exceptional de 1983 que le
you as duas usinas a operarem em condicoes alem dos limites
previstos nos projetos.
2. CARACTERISTICAS DAS USINAS
As usinas de Jurumirim e Xavantes situam-se no rio Paranapa
nema conforme apresentado no Anexo I e suas caracterTsticas
principais sao listadas
III;.
no quadro a seguir (Ver anexos II e
Localizacao. Municlplo
Area de drenagem
Tipo de barramento
JURUMIRIM
Cerquelra Cesar /Plraju
18.130 kW
8arragem de concreto ti
XAVANTES
Xavantes /Ribeirao Claro
27.500 km'
Barragem de enrocamento
po gravidade a diques de
terra
r,no de conclusao 1962 1970
Desnivel entre a nascente e a barragem 228 m 372 m
Extensio do reservatorio 170 km 50 km
Cola de coroamento 570.00 m 479,60 m
Altura maxima 50,0 m 92,0 m
de terra 230.000 m'
Volume de terra e enrocamento 5.814.000 m'
Volume de concreto 200.000 m' 239.000 m'
Niveis caracteristicos do reservatorio
Nivel d ' igua miximo maximorum 569,50 m 475,50 m
Nivel d' igua nraximo nornial 568,00 m 474.00 m
Nivel d ' igua minimo operational 559,70 m 465,20 m
Condicoes a Jusante
Nivel d ' igua nnximo maximorum 537,60 m 403,50 m
Nivel d'igua miximo normal 536,50 m 398,67 m
Nivel d'agua minimo operational 531,00 m 397,22 m
Organs de descarga
Vertedouro de superficie
n0 vaos x comporta ( larg. x alt.) 3 x 12,50 m x 6,00 m 3 x 14,00 m x 15,50 m
descarga por vao 850 m'/s 1.070 m'/s
cota de crista de soleira 560,00 m 462,15 m
Descarga de fundo
n9 vaos x comporta ( larg. x alt.) 2 x 3,30 m x 5,00 mdescarga por vao 125 m'/s
cota de soleira 526,00 m
Organs de Geracio
n0 de unidades - tipo 2 Kaplan 4 Francis
potencia nominal por unidade 51.590 kW 105.980 kW
tipo - potincia gerador Ihnbrela 48.875 kW Umbrela 103.500 kW
485
I i . - .. --a:-N^ qup^ .y1M . j 4 046 I 41 11 1 4,1 ^ 1 ^ I
3. A CHEIA EXCEPCIONAL DE 1983
As chuvas que no perTodo de maio a junho de 1983 assolaram
a regiao sul do Brasil, atingiram particularmente no estado
de Sao Paulo, o trecho superior do rio Paranapanema onde se
localizam as usinas de Jurumirim e Xavantes. Ambas chegaram
a operar em condicoes al-em dos limites previstos nos proje
tos, com as comportas totalmente abertas, mantendo-se por
varios dias os nTveis de seus reservatorios acima das cotas
maximas normais. Como consequencia, registraram-se danos di
versos nas usinas, principalmente nas margens e instalac6es
de jusante.
0 nucleo da precipitacao localizou-se sobre o reservatorio
da usina Jurumirim sendo registrados os seguintes Indices
pluviometricos:
USINA AREA BACIAPRECIPITACAO ( mm)
km2 28/05 a 31/05 28/05 a 03/06 28/05 a 12/06
JURUMIRIM 17.800 156 210 426
XAVANTES 27.500 150 202 414
Como se observa, verificou-se uma homogeneidade pluviometri
ca ao longo dessa regia'o da bacia.
Comparando-se as vazoes medias observadas nos meses de maio
e junho de 1983 com as medias do perTodo de 1931 a 1980, po
de ser avaliada a magnitude da cheia observada.
VANES MEDIAS MENSAIS (m'/s
U S I N A M A I 0 J U H 0
1931/80 1983 1931/80 1983
JURUMIRIM 166 590 163 1.539
XAVANTES 260 1 .094 250 2.221
No quadro a seguir s-aao apresentados, como referencia, os da
dos basicos da operacao das usinas durante a cheia de 1983
e sua comparacao com os valores de projeto (Ver anexo IV).
486
Nivel d ' agua maximo reservatorio(m)
NTvel d'agua maximo jusante (m)
Vazao afluente maxima (m3/s)
Vazao efluente maxima (m3/s)
Vazao maxima vertedouro (m3/s)
UHE JURUMIRIM UHE XAVANTES
OCORRIDO PROJETO OCORRIDO PROJ ETO
569,05 569,50 475,30 475,50
537,55 537,60 404,70 403,50
2786 2400 3971 3500
2715 2340 3386 3200
2100 2100 3211 3200
4. ESTUDOS DE REAVALIAPO DAS VAZOES DE CHEIA E DE DESEMPENHO
DAS ESTRUTURAS
Visando proceder a reavaliacao das vazoes alfuentes e ao de
sempenho das estruturas das duas usinas facea ocorrencia da
cheia excepcional , foi elaborado um piano de estudos compos
to das seguintes atividades:
• Diagnostico do Estado Atual das Estruturas;
• Estudos de reavaliaCao das vazoes afluentes para as duas
usinas;
• Estudos preliminares de alternativas para a eventual am
pliacao da capacidade de extravasao das usinas;
• ProgramaCao de levantamentos complementares , eventualmen
to necessarios ao desenvolvimento dos estudos.
4.1 - Diagnostico do Estado Atual das Estuturas
UHE JURUMIRIM
A operaCao do vertedouro com as vazoes elevadas obser
vadas durante a cheia, revelou a ocorrencia de pertur
bacoes na lamina vertente a jusante das comportas com
a agua galgando e vertendo sobre os muros laterais e
tambem incidindo na passarela que atravessa por jusan
to a estrutura.
Apesar disso , o vertedouro e principalmente a concha
do salto de esqui funcionaram de forma satisfatoria,
assim como o descarregador de fundo.
0 nTvel d ' agua maximo atingido pelo reservat6rio no
chegou a alcancar o maximo maximorum previsto, regis
trando-se uma folga de 0,45 m e as estruturas de barra
mento no foram , assim, submetidas a cargas acima das
de projeto.
A jusante , um estreitamento da calha do rio, de enro
camento, lancado com finalidade de garantir nTveis
487
d'agua mTnimos para geracao, foi parcialmente destruT
do.
A esquerda da bacia de amortecimento do salto de es
qui, ocorreram os danos mais significativos : observou-
se erosao de grande area do terreno natural da margem
esquerda , assim como a derrubada de muros de conten
Cao, causadas por uma corrente de recirculacao de sen
tido anti-horario , de grande intensidade , que se on
ginava da descarga efluente do vertedouro durante a
cheia ( ver fotos).
Em inspecao efetuada apos a cheia , contatou - se que a
soleira afogadora ao final da bacia de amortecimento
foi destruTda . Contudo , no interior da bacia nao se
observou evolucao significativa das erosoes , enquanto
que a jusante da soleira afogadora a fossa apresentou
desenvolvimento, sem carater regressivo , chegandoa se
observar um aprofundamento da cratera de 1,00m a 2,00
m. A jusante do descarregador de fundo, observou-se
igual tendencia de evolucdo das erosoes . Considera-se
esta evolucao da fossa de erosao perfeitamente compa
tivel com a magnitude da cheia observada.
A superfTcie da calha vertente e do saldo de esqui do
vertedouro se apresentaram em boas condicoes apos a
cheia. Os dentes defletores ao final do saldo de es
qui nao apresentaram sinal de desgaste , observando-se
suas arestas vivas e bem definidas . A soleira verten
to se apresenta rugosa em funcao do seu desgaste natu
ral, no se observando irregularidade maiorou indTcio
de processo de erosao localizado . Reparos emsua super
fTcie efetuados ha bastante tempo, se apresentam em
continuidade superficial com a calha vertente. Nao se
detectou junto as singularidades e inflexoes nos mu
ros laterais , nem nos dentes defletores , qualquer in
dTcio que pudesse sugerir a ocorrencia de cavitacao.
No circuTto hidraulico do descarregador de fundo e na
tomada d'agua e casa de forca nao foram constatados
quaisquer irregularidades em seu funcionamento ou da
nos em sua superficie.
UHE XAVANTES
0 nTvel d'agua maximo atingido pelo reservat6rio ao
488
Longo da cheia , apresentou uma folga de 0,20 m em re
lacao ao maximo maximorum onde as estruturas de barra
mento no estiveram sujeitas a esforcos superiores aos
previstos pelo projeto.
0 vertedouro e a bacia de dissipacao de energia embo
ra tenham trabalhado no limite de sua capacidade,tive
ram desempenho ao Longo da passagem da cheia que pole
ser considerado como satisfatorio.
0 navel d'agua de jusante mais elevado que o previsto,
por outro lado, foi o responsavel pela maior parte dos
transtornos a operacao da usina durante a cheia. Hou
ve extravasamento da vazao descarregada pelo vertedou
ro por sobre os muros da bacia de dissipacao causando
inundacoes . Na casa de foraa, a sobrelevacao do navel
d'agua em relacao ao navel d'agua maximo previsto pe
lo projeto acarretou , em situacao bastantecritica com
a interrupcao cia pinta de acesso, inundacao do patio
da subestaCao e a entrada de agua por diversas passa
gens e aberturas que segundo o projeto , nao seriam al
canCadas pelo navel d'agua. A situacao foi controlada
atraves de bombeamentos e a utilizacao de sacos de
areia e em nenhum momento a geraCao chegou a ser para
lizada.
0 talude da subestacao foi danificado por uma corren
to de recirculacao originada pelo escoamento efluente
do vertedouro ; o lancamento de um espigaode enrocamen
to no local impediu a evoluCao das erosoes ( ver fotos).
InspeCao realizada apos a passagem da cheia revelou
que o vertedouro, a calha vertente e a estrutura de
dissipacao da energia apresentam - se em bom estado. Ob
servou-se , como era de se esperar , o desgaste superfi
cial dos blocos defletores e dissipadores da soleira
terminal . Comparando - se, todavia , estas observacoes
com inspeCao realizada imediatamente antes da cheia,
verifica - se que os danos foram de proporcoes minimas
e de caracteristicas semelhantes aos que vinham sendo
observados ao longo da operacao normal da usina. Foi
mantida a total integridade da bacia de dissipaca'o,
nao se constatando anormalidades que pudessem sugerir
risco para a estabilidade da estrutura.
489
0 rapido do vertedouro se apresenta com o concreto ru
goso em sua superficie, fruto do seu desgaste natural,
no se notanto indicios de processo erosivo localiza
do nem junto a singularidades como a jusante dos pila
res, ranhuras, inflexoes e saidas de tubos de drena
gem. Os desgastes observados na calha assim como na
bacia de dissipacao, sao causados por abrasao, nao su
gerindo a ocorrencia de erosao por cavitacao.
0 circuTto hidraulico do sistema de geracao no apre
sentou qualquer irregularidade.
4.2 - Reavaliacao das Vazoes de Projeto
Considerando-se as afluencias maximas registradas du
rante a cheia de 1983 em Jurumirim de 2786 m3/s e em
Xavantes de 3971 m3/s, procedeu-se a um estudo de rea
valiacao das vazoes de projeto pela verificacao dos
hidrogramas de cheias afluentes consideradas no proje
to das estruturas extravasoras.
Foi adotada a distribuicaode probabilidade log-normal
resultando na determinacao das vazoes decamilenares de
3020 m3/s Para Jurumirim e 4400 m3/s Para a area in
termediaria entre Jurumirim e Xavantes (Anexo V).
No trabalho de analise de alternativas de ampliacao da
capacidade de extravasao das duas usinas,adotou-se co
mo forma base da cheia afluente ao reservatorio o hi
drograma unitario original de projeto e o pico de va
zao correspondente a recorrencia decamilenar. Os re
sultados estao apresentados no anexo VI.
De posse desses dados procedeu-se ao amortecimento da
cheia para as usinas adotando-se para a afluencia de
Xavantes a concomitancia de pico da defluencia de Ju
rumirim com a afluencia da bacia intermediaria Jurumi
rim/Xavantes.
Quatro casos foram considerados como hipoteses para o
estudo de amortecimento da cheia que considerou como
situacao de partida o reservatorio das usinas em seu
nivel d'agua maximo normal.
Os resultados estao apresentados no quadro a seguir,
tendo sido adotado para o estudo preliminar de alter
nativas o caso correspondente a situacao de operacao
com restricoes conforme as regras atualmente conside
490
radar e as turbinas fora de operacao.
SEM RESTRICOES OPERATIVAS
SEM TURBINAS
USINACHEIA DECAMILENAR
j JURUMIRIMIXAVANTESI
NA maxima atingido 569,09 476,19
NA maxlmo maximorum -NA max . atingido + 0,41 - 0,69
Vazao maxima afluente 3020 6768
Vazao maxima aefluente 2368 3516
CCM TURBINAS
USINA
CHEIA DECAMILENARJURUMIRIMIXAVANTESI
NA maximo atingido 568,93 475,85
NA maximo raximorum-NA max . atingido + 0,57 - 0,35
Vazao maxima afluente 3020 6667
Vazao maxima defluente 2257 3685
COM RESTRICOES OPER ATIVAS
SEM TJ EINAS *
JSINACHEIA DECAMILENAR
JURUMIRIMIXA 'VANTESI
NA maxima atingido 569,38 1 476,58
NA maxima maximorum - NA max . atingida + 0,12 - 1,08
Vazao maxima afluente 3020 6881
Vazao maxima defluente 2481 3665
COM TURBINAS
USINACHEIA DECAMILENAR
JURUMIRIMIXAVANTES
NA maxima atingido 569,24 476,50
NA maxima maximorum -NA max .atingido + 0,26 - 1,00
Vazao maxima afluente 3020 7025
Vazao maxima defluente 2625 3932
io macs critica;ituar
4.3 - Estudo preliminar de SoluCoes Alternativas
UHE JURUMIRIM
Como se observa, os orgaos extravasores da UHE Jurumi
rim tem capacidade de descarga suficiente para aten
der a vazao maxima efluente de 2481 m3/s sem que o ni
vel d'agua no reservatorio exceda ao maximo maximorum
previsto pelo projeto. Torna-se, assim, desnecessaria
a ampliacao de capacidade dos orgaos extravasores da
usina, sendo contudo recomendavel a adoca-o de medidas
visando melhorar as condicoes de escoamento no verte
douro.
0 controle do escoamento exercido pelo bocal de entra
da do vertedouro e inadequado sob o ponto de vista da
seguranca, uma vez que, alem das instabilidades gera
das no escoamento, provoca uma reducao no coeficiente
de vazao da estrutura exigindo nTveis d'agua mais ele
vados do que em condicoes de escoamento com lamina li
vre.
Uma alternativa para solucionar o problema consiste em
eliminar a entrada em forma de bocal remanejando-se a
estrutura superior, apoiando-se a ponte de servico so
bre os pilares do vertedouro. Esta alternativa impli
491
caria na total reforma ou mesmo a troca das comportas
de segmento por outras de maiores dimensoes, cuja co
to da extremidade superior deveria alcancar,nestas no
vas condicoes, o nivel d'agua maximo normal. Alm dis
so, o incremento na altura das comportas exigiria tam
bem o deslocamento do eixo dos munhoes, o que implica
ria em modificacoes de carater estrutural nos pilares.
Uma segunda alternativa compreende a elevacao do teto
do bocal de modo a que a superficie da lamina d'agua
maxima simplesmente faceie a superficie de concreto do
teto. Esta solucao tambem exigiria a amp Iiacaodas com
portas, porem em menor grau, para a sua adaptacao ao
novo bocal.
Como terceira alternativa, cogita-se rebaixar a solei
ra do vertedouro e a adaptar as comportas ao novo bo
cal. Esta solucao requer o ensecamento de cada vao
atraves de uma comporta especial.
Sob o aspecto hidraulico esta alternativa se mostraria
a mais interessante uma vez que o vertedouro teria tam
bem a sua capacidade de vazao ampliada.
Estas alternativas estao sendo presentemente avalia
das e detalhadas construtivamente a fim de serem com
paradas sob o aspecto tecnico e de custos.
UHE XAVANTES
As alternativas preliminarmente aventadas paraa ampli
acao da capacidade de extravasao, com vistasa atender
a nova vazao maxima de 3665 m3/s, contemplam tres ti
pos de solucao, assim grupadas:
• alternativas onde se continua contanto exclusivamen
to com a estrutura extravasora existente e conside
ra-se uma capacidade adicional de amortecimento do
reservatorio, adimitindo-se a sua sobrelevacao aci
ma do nivel maximo maximorum atual e o extravasamen
to de uma descarga pelo vertedouro superior a origi
nalmente prevista pelo projeto.
• alternativas onde se propoe propriamentea ampliacao
da estrutura extravasora existente ou a execucao de
estrutura complementar.
• alternativas que combinam as solucoes acima propos
tas.
492
A hipotese do rebaixamento previo do reservatorio foi
de antemao considerada como descartada , uma vez que o
regime hidrologico do rio Paranapanema no se configu
ra com uma regularidade que permita ident if icarcom se
guranca um periodo predominante de cheias.Considerou-
se como unica hipotese admissive ) para as alternativas
do primeiro grupo, o amortecimento da cheia afluente
a partir da situacao de nivel d'agua maximo normal do
reservatorio.
0 vertedouro existente na usina tem capacidade de ex
travasar a vazao maxima aproximada de 3200 m3/s. E im
portante contudo ressaltar que durante a cheia de1983
quando tal vazao chegou a ser observada, on ivel d'agua
a jusante se mostrou superior ao valor previsto pela
curva - chave utilizada na operacao da usina.Esta sobre
levacao e favoravel ao desempenho da bacia de dissipa
cao aumentando a parcela de energia dissipada do escoa
mento vertente e garantindo uma maior seguranca quan
to a possibilidade de expulsa`o do ressalto. E interes
sante citar que nos testes experimentais efetuados em
modelo reduzido por ocasiao do projeto das obras, foi
u t i l i z a d a a curva-chave com os n i v e i s m a i s baixos a ob
servado o desempenho satisfatorio da bacia de dissipa
cao. Estas analises permitem preliminarmente admitir,
sob o aspecto hidraulico, que o vertedouro possa fun
cionar para vazoes superiores a 3200 m3 / s, maxima ad
mitida pelo projeto original. Estes estudos deverao
ser objeto de analise especifica atraves de estudos
complementares incluindo a verificacaoda estabilidade
da laje da bacia.
Quanto as alternativas do segundo grupo, foram descar
tadas solucoes de ampliacao do vertedouro existente,
visto que as hipoteses de rebaixamento da soleira ou
aumento da extensao da crista se mostram inviaveis.Fo
ram em sequencia pesquisadas alternativas propondo a
execucao de uma estrutura extravasora complementar.
As soluCoes que de antemao se apresentam mais atraen
tes, tendo em conta a configuracao do arranjo da UHE
Xavantes, consistem na implantaCao deuma estrutura ex
travasora comp] ementarem tune lsob re umadas ombreiras.
493
I I ^I II P is q' I $ 4 , W (.^l^l^ i^. .pi Ii^M MM
A ombreira direita, face a localizaCao da subestacao
a jusante, no se mostra adequada, restando portanto a
ombreira esquerda que passou a ser considerada nos es
tudos de alternativas.
Outra alternativa deste grupo em analise se refere a
adocao de vertedouros de emergencia posicionados em se
las no reservat6rio de modo a transferir o complemen
to de vazao a ser extravasada para bacias adjacentes,
aproveitando talvegues e pequenos cursos naturals.
As solucoes do terceiro grupo, em que se pretende con
tar com um aumento da vazao e ser extravasada pel o ver
tedouro existente e descarregar a diferenca por uma es
trutura complementar, somente serao cogitadas apos o
estudo do desempenho da bacia de dissipacao para as
vazoes acima de 3200 m3/s.
5. CONSIDERACOES
Os estudos de detalhamento tecnico- construtivo e de custos
das solucoes alternativas apresentadas, estao em fase de de
senvolvimento. Levantamentos complementares estruturais,geo
logico-geotecnicos e demais eventualmente necessarios, deve
rao ser especificados para a elaboracao do projeto da alter
nativa que se mostrar mais promissora.
6. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao corpo tecnico e administrativo da
CESP, ENGEVIX e a todos que direta ou indiretamente colabo
raram para a elaboracao deste trabalho.
7. REFERENCIAS
- "Relatorio Apreciativo sob re efeito causados por enchentes
em Aproveitamentos da CESP" - CESP, SP, 1984.
"Estudos de Vazao maximas de cheias para Jurumirim / Xavan
tes" - CESP, SP, 1986.
"Relatorio descritivo dos Estudos de Adequacao dos orgaos
de descarga - Bacia do Paranapanema" - CNEC, 1979.
"Estudos de AvaIiacao das condicoes de seguranca das Estru
turas de GeraCao, Extravasao e Dissipacao face as cheias
excepcionais" - ENGEVIX, 1986.
494
USINAS DE JURUMIRIM E XAVANTES
ESTUDO DE REAVALIACAO DAS VAZOES DE
CHEIA E DE DESEMPENHO DAS ESTRUTURAS
APOS A PASSAGEM DA CHEIA EXCEPCIONAL
DE 1983
1. INTRODUCAO
Este trabalho relata os estudos que vem sendo desenvolvidos
de reavaliacao das vazoes de projeto e de desempenho das es
truturas componentes das usinas de Jurumirim e Xavantes, mo
tivados pela passagem da cheia exceptional de 1983 que le
you as duas usinas a operarem em condicoes alem dos limites
previstos nos projetos.
2. CARACTERISTICAS DAS USINAS
As usinas de Jurumirim e Xavantes situam-se no rio Paranapa
nema conforme apresentado no Anexo I e suas caracterTsticas
principais sao listadas
III;.
no quadro a seguir (Ver anexos II e
Localizacao. Municlplo
Area de drenagem
Tipo de barramento
JURUMIRIM
Cerquelra Cesar /Plraju
18.130 kW
8arragem de concreto ti
XAVANTES
Xavantes /Ribeirao Claro
27.500 km'
Barragem de enrocamento
po gravidade a diques de
terra
r,no de conclusao 1962 1970
Desnivel entre a nascente e a barragem 228 m 372 m
Extensio do reservatorio 170 km 50 km
Cola de coroamento 570.00 m 479,60 m
Altura maxima 50,0 m 92,0 m
de terra 230.000 m'
Volume de terra e enrocamento 5.814.000 m'
Volume de concreto 200.000 m' 239.000 m'
Niveis caracteristicos do reservatorio
Nivel d ' igua miximo maximorum 569,50 m 475,50 m
Nivel d' igua nraximo nornial 568,00 m 474.00 m
Nivel d ' igua minimo operational 559,70 m 465,20 m
Condicoes a Jusante
Nivel d ' igua nnximo maximorum 537,60 m 403,50 m
Nivel d'igua miximo normal 536,50 m 398,67 m
Nivel d'agua minimo operational 531,00 m 397,22 m
Organs de descarga
Vertedouro de superficie
n0 vaos x comporta ( larg. x alt.) 3 x 12,50 m x 6,00 m 3 x 14,00 m x 15,50 m
descarga por vao 850 m'/s 1.070 m'/s
cota de crista de soleira 560,00 m 462,15 m
Descarga de fundo
n9 vaos x comporta ( larg. x alt.) 2 x 3,30 m x 5,00 mdescarga por vao 125 m'/s
cota de soleira 526,00 m
Organs de Geracio
n0 de unidades - tipo 2 Kaplan 4 Francis
potencia nominal por unidade 51.590 kW 105.980 kW
tipo - potincia gerador Ihnbrela 48.875 kW Umbrela 103.500 kW
485
I i . - .. --a:-N^ qup^ .y1M . j 4 046 I 41 11 1 4,1 ^ 1 ^ I
3. A CHEIA EXCEPCIONAL DE 1983
As chuvas que no perTodo de maio a junho de 1983 assolaram
a regiao sul do Brasil, atingiram particularmente no estado
de Sao Paulo, o trecho superior do rio Paranapanema onde se
localizam as usinas de Jurumirim e Xavantes. Ambas chegaram
a operar em condicoes al-em dos limites previstos nos proje
tos, com as comportas totalmente abertas, mantendo-se por
varios dias os nTveis de seus reservatorios acima das cotas
maximas normais. Como consequencia, registraram-se danos di
versos nas usinas, principalmente nas margens e instalac6es
de jusante.
0 nucleo da precipitacao localizou-se sobre o reservatorio
da usina Jurumirim sendo registrados os seguintes Indices
pluviometricos:
USINA AREA BACIAPRECIPITACAO ( mm)
km2 28/05 a 31/05 28/05 a 03/06 28/05 a 12/06
JURUMIRIM 17.800 156 210 426
XAVANTES 27.500 150 202 414
Como se observa, verificou-se uma homogeneidade pluviometri
ca ao longo dessa regia'o da bacia.
Comparando-se as vazoes medias observadas nos meses de maio
e junho de 1983 com as medias do perTodo de 1931 a 1980, po
de ser avaliada a magnitude da cheia observada.
VANES MEDIAS MENSAIS (m'/s
U S I N A M A I 0 J U H 0
1931/80 1983 1931/80 1983
JURUMIRIM 166 590 163 1.539
XAVANTES 260 1 .094 250 2.221
No quadro a seguir s-aao apresentados, como referencia, os da
dos basicos da operacao das usinas durante a cheia de 1983
e sua comparacao com os valores de projeto (Ver anexo IV).
486
Nivel d ' agua maximo reservatorio(m)
NTvel d'agua maximo jusante (m)
Vazao afluente maxima (m3/s)
Vazao efluente maxima (m3/s)
Vazao maxima vertedouro (m3/s)
UHE JURUMIRIM UHE XAVANTES
OCORRIDO PROJETO OCORRIDO PROJ ETO
569,05 569,50 475,30 475,50
537,55 537,60 404,70 403,50
2786 2400 3971 3500
2715 2340 3386 3200
2100 2100 3211 3200
4. ESTUDOS DE REAVALIAPO DAS VAZOES DE CHEIA E DE DESEMPENHO
DAS ESTRUTURAS
Visando proceder a reavaliacao das vazoes alfuentes e ao de
sempenho das estruturas das duas usinas facea ocorrencia da
cheia excepcional , foi elaborado um piano de estudos compos
to das seguintes atividades:
• Diagnostico do Estado Atual das Estruturas;
• Estudos de reavaliaCao das vazoes afluentes para as duas
usinas;
• Estudos preliminares de alternativas para a eventual am
pliacao da capacidade de extravasao das usinas;
• ProgramaCao de levantamentos complementares , eventualmen
to necessarios ao desenvolvimento dos estudos.
4.1 - Diagnostico do Estado Atual das Estuturas
UHE JURUMIRIM
A operaCao do vertedouro com as vazoes elevadas obser
vadas durante a cheia, revelou a ocorrencia de pertur
bacoes na lamina vertente a jusante das comportas com
a agua galgando e vertendo sobre os muros laterais e
tambem incidindo na passarela que atravessa por jusan
to a estrutura.
Apesar disso , o vertedouro e principalmente a concha
do salto de esqui funcionaram de forma satisfatoria,
assim como o descarregador de fundo.
0 nTvel d ' agua maximo atingido pelo reservat6rio no
chegou a alcancar o maximo maximorum previsto, regis
trando-se uma folga de 0,45 m e as estruturas de barra
mento no foram , assim, submetidas a cargas acima das
de projeto.
A jusante , um estreitamento da calha do rio, de enro
camento, lancado com finalidade de garantir nTveis
487
d'agua mTnimos para geracao, foi parcialmente destruT
do.
A esquerda da bacia de amortecimento do salto de es
qui, ocorreram os danos mais significativos : observou-
se erosao de grande area do terreno natural da margem
esquerda , assim como a derrubada de muros de conten
Cao, causadas por uma corrente de recirculacao de sen
tido anti-horario , de grande intensidade , que se on
ginava da descarga efluente do vertedouro durante a
cheia ( ver fotos).
Em inspecao efetuada apos a cheia , contatou - se que a
soleira afogadora ao final da bacia de amortecimento
foi destruTda . Contudo , no interior da bacia nao se
observou evolucao significativa das erosoes , enquanto
que a jusante da soleira afogadora a fossa apresentou
desenvolvimento, sem carater regressivo , chegandoa se
observar um aprofundamento da cratera de 1,00m a 2,00
m. A jusante do descarregador de fundo, observou-se
igual tendencia de evolucdo das erosoes . Considera-se
esta evolucao da fossa de erosao perfeitamente compa
tivel com a magnitude da cheia observada.
A superfTcie da calha vertente e do saldo de esqui do
vertedouro se apresentaram em boas condicoes apos a
cheia. Os dentes defletores ao final do saldo de es
qui nao apresentaram sinal de desgaste , observando-se
suas arestas vivas e bem definidas . A soleira verten
to se apresenta rugosa em funcao do seu desgaste natu
ral, no se observando irregularidade maiorou indTcio
de processo de erosao localizado . Reparos emsua super
fTcie efetuados ha bastante tempo, se apresentam em
continuidade superficial com a calha vertente. Nao se
detectou junto as singularidades e inflexoes nos mu
ros laterais , nem nos dentes defletores , qualquer in
dTcio que pudesse sugerir a ocorrencia de cavitacao.
No circuTto hidraulico do descarregador de fundo e na
tomada d'agua e casa de forca nao foram constatados
quaisquer irregularidades em seu funcionamento ou da
nos em sua superficie.
UHE XAVANTES
0 nTvel d'agua maximo atingido pelo reservat6rio ao
488
Longo da cheia , apresentou uma folga de 0,20 m em re
lacao ao maximo maximorum onde as estruturas de barra
mento no estiveram sujeitas a esforcos superiores aos
previstos pelo projeto.
0 vertedouro e a bacia de dissipacao de energia embo
ra tenham trabalhado no limite de sua capacidade,tive
ram desempenho ao Longo da passagem da cheia que pole
ser considerado como satisfatorio.
0 navel d'agua de jusante mais elevado que o previsto,
por outro lado, foi o responsavel pela maior parte dos
transtornos a operacao da usina durante a cheia. Hou
ve extravasamento da vazao descarregada pelo vertedou
ro por sobre os muros da bacia de dissipacao causando
inundacoes . Na casa de foraa, a sobrelevacao do navel
d'agua em relacao ao navel d'agua maximo previsto pe
lo projeto acarretou , em situacao bastantecritica com
a interrupcao cia pinta de acesso, inundacao do patio
da subestaCao e a entrada de agua por diversas passa
gens e aberturas que segundo o projeto , nao seriam al
canCadas pelo navel d'agua. A situacao foi controlada
atraves de bombeamentos e a utilizacao de sacos de
areia e em nenhum momento a geraCao chegou a ser para
lizada.
0 talude da subestacao foi danificado por uma corren
to de recirculacao originada pelo escoamento efluente
do vertedouro ; o lancamento de um espigaode enrocamen
to no local impediu a evoluCao das erosoes ( ver fotos).
InspeCao realizada apos a passagem da cheia revelou
que o vertedouro, a calha vertente e a estrutura de
dissipacao da energia apresentam - se em bom estado. Ob
servou-se , como era de se esperar , o desgaste superfi
cial dos blocos defletores e dissipadores da soleira
terminal . Comparando - se, todavia , estas observacoes
com inspeCao realizada imediatamente antes da cheia,
verifica - se que os danos foram de proporcoes minimas
e de caracteristicas semelhantes aos que vinham sendo
observados ao longo da operacao normal da usina. Foi
mantida a total integridade da bacia de dissipaca'o,
nao se constatando anormalidades que pudessem sugerir
risco para a estabilidade da estrutura.
489
0 rapido do vertedouro se apresenta com o concreto ru
goso em sua superficie, fruto do seu desgaste natural,
no se notanto indicios de processo erosivo localiza
do nem junto a singularidades como a jusante dos pila
res, ranhuras, inflexoes e saidas de tubos de drena
gem. Os desgastes observados na calha assim como na
bacia de dissipacao, sao causados por abrasao, nao su
gerindo a ocorrencia de erosao por cavitacao.
0 circuTto hidraulico do sistema de geracao no apre
sentou qualquer irregularidade.
4.2 - Reavaliacao das Vazoes de Projeto
Considerando-se as afluencias maximas registradas du
rante a cheia de 1983 em Jurumirim de 2786 m3/s e em
Xavantes de 3971 m3/s, procedeu-se a um estudo de rea
valiacao das vazoes de projeto pela verificacao dos
hidrogramas de cheias afluentes consideradas no proje
to das estruturas extravasoras.
Foi adotada a distribuicaode probabilidade log-normal
resultando na determinacao das vazoes decamilenares de
3020 m3/s Para Jurumirim e 4400 m3/s Para a area in
termediaria entre Jurumirim e Xavantes (Anexo V).
No trabalho de analise de alternativas de ampliacao da
capacidade de extravasao das duas usinas,adotou-se co
mo forma base da cheia afluente ao reservatorio o hi
drograma unitario original de projeto e o pico de va
zao correspondente a recorrencia decamilenar. Os re
sultados estao apresentados no anexo VI.
De posse desses dados procedeu-se ao amortecimento da
cheia para as usinas adotando-se para a afluencia de
Xavantes a concomitancia de pico da defluencia de Ju
rumirim com a afluencia da bacia intermediaria Jurumi
rim/Xavantes.
Quatro casos foram considerados como hipoteses para o
estudo de amortecimento da cheia que considerou como
situacao de partida o reservatorio das usinas em seu
nivel d'agua maximo normal.
Os resultados estao apresentados no quadro a seguir,
tendo sido adotado para o estudo preliminar de alter
nativas o caso correspondente a situacao de operacao
com restricoes conforme as regras atualmente conside
490
radar e as turbinas fora de operacao.
SEM RESTRICOES OPERATIVAS
SEM TURBINAS
USINACHEIA DECAMILENAR
j JURUMIRIMIXAVANTESI
NA maxima atingido 569,09 476,19
NA maxlmo maximorum -NA max . atingido + 0,41 - 0,69
Vazao maxima afluente 3020 6768
Vazao maxima aefluente 2368 3516
CCM TURBINAS
USINA
CHEIA DECAMILENARJURUMIRIMIXAVANTESI
NA maximo atingido 568,93 475,85
NA maximo raximorum-NA max . atingido + 0,57 - 0,35
Vazao maxima afluente 3020 6667
Vazao maxima defluente 2257 3685
COM RESTRICOES OPER ATIVAS
SEM TJ EINAS *
JSINACHEIA DECAMILENAR
JURUMIRIMIXA 'VANTESI
NA maxima atingido 569,38 1 476,58
NA maxima maximorum - NA max . atingida + 0,12 - 1,08
Vazao maxima afluente 3020 6881
Vazao maxima defluente 2481 3665
COM TURBINAS
USINACHEIA DECAMILENAR
JURUMIRIMIXAVANTES
NA maxima atingido 569,24 476,50
NA maxima maximorum -NA max .atingido + 0,26 - 1,00
Vazao maxima afluente 3020 7025
Vazao maxima defluente 2625 3932
io macs critica;ituar
4.3 - Estudo preliminar de SoluCoes Alternativas
UHE JURUMIRIM
Como se observa, os orgaos extravasores da UHE Jurumi
rim tem capacidade de descarga suficiente para aten
der a vazao maxima efluente de 2481 m3/s sem que o ni
vel d'agua no reservatorio exceda ao maximo maximorum
previsto pelo projeto. Torna-se, assim, desnecessaria
a ampliacao de capacidade dos orgaos extravasores da
usina, sendo contudo recomendavel a adoca-o de medidas
visando melhorar as condicoes de escoamento no verte
douro.
0 controle do escoamento exercido pelo bocal de entra
da do vertedouro e inadequado sob o ponto de vista da
seguranca, uma vez que, alem das instabilidades gera
das no escoamento, provoca uma reducao no coeficiente
de vazao da estrutura exigindo nTveis d'agua mais ele
vados do que em condicoes de escoamento com lamina li
vre.
Uma alternativa para solucionar o problema consiste em
eliminar a entrada em forma de bocal remanejando-se a
estrutura superior, apoiando-se a ponte de servico so
bre os pilares do vertedouro. Esta alternativa impli
491
caria na total reforma ou mesmo a troca das comportas
de segmento por outras de maiores dimensoes, cuja co
to da extremidade superior deveria alcancar,nestas no
vas condicoes, o nivel d'agua maximo normal. Alm dis
so, o incremento na altura das comportas exigiria tam
bem o deslocamento do eixo dos munhoes, o que implica
ria em modificacoes de carater estrutural nos pilares.
Uma segunda alternativa compreende a elevacao do teto
do bocal de modo a que a superficie da lamina d'agua
maxima simplesmente faceie a superficie de concreto do
teto. Esta solucao tambem exigiria a amp Iiacaodas com
portas, porem em menor grau, para a sua adaptacao ao
novo bocal.
Como terceira alternativa, cogita-se rebaixar a solei
ra do vertedouro e a adaptar as comportas ao novo bo
cal. Esta solucao requer o ensecamento de cada vao
atraves de uma comporta especial.
Sob o aspecto hidraulico esta alternativa se mostraria
a mais interessante uma vez que o vertedouro teria tam
bem a sua capacidade de vazao ampliada.
Estas alternativas estao sendo presentemente avalia
das e detalhadas construtivamente a fim de serem com
paradas sob o aspecto tecnico e de custos.
UHE XAVANTES
As alternativas preliminarmente aventadas paraa ampli
acao da capacidade de extravasao, com vistasa atender
a nova vazao maxima de 3665 m3/s, contemplam tres ti
pos de solucao, assim grupadas:
• alternativas onde se continua contanto exclusivamen
to com a estrutura extravasora existente e conside
ra-se uma capacidade adicional de amortecimento do
reservatorio, adimitindo-se a sua sobrelevacao aci
ma do nivel maximo maximorum atual e o extravasamen
to de uma descarga pelo vertedouro superior a origi
nalmente prevista pelo projeto.
• alternativas onde se propoe propriamentea ampliacao
da estrutura extravasora existente ou a execucao de
estrutura complementar.
• alternativas que combinam as solucoes acima propos
tas.
492
A hipotese do rebaixamento previo do reservatorio foi
de antemao considerada como descartada , uma vez que o
regime hidrologico do rio Paranapanema no se configu
ra com uma regularidade que permita ident if icarcom se
guranca um periodo predominante de cheias.Considerou-
se como unica hipotese admissive ) para as alternativas
do primeiro grupo, o amortecimento da cheia afluente
a partir da situacao de nivel d'agua maximo normal do
reservatorio.
0 vertedouro existente na usina tem capacidade de ex
travasar a vazao maxima aproximada de 3200 m3/s. E im
portante contudo ressaltar que durante a cheia de1983
quando tal vazao chegou a ser observada, on ivel d'agua
a jusante se mostrou superior ao valor previsto pela
curva - chave utilizada na operacao da usina.Esta sobre
levacao e favoravel ao desempenho da bacia de dissipa
cao aumentando a parcela de energia dissipada do escoa
mento vertente e garantindo uma maior seguranca quan
to a possibilidade de expulsa`o do ressalto. E interes
sante citar que nos testes experimentais efetuados em
modelo reduzido por ocasiao do projeto das obras, foi
u t i l i z a d a a curva-chave com os n i v e i s m a i s baixos a ob
servado o desempenho satisfatorio da bacia de dissipa
cao. Estas analises permitem preliminarmente admitir,
sob o aspecto hidraulico, que o vertedouro possa fun
cionar para vazoes superiores a 3200 m3 / s, maxima ad
mitida pelo projeto original. Estes estudos deverao
ser objeto de analise especifica atraves de estudos
complementares incluindo a verificacaoda estabilidade
da laje da bacia.
Quanto as alternativas do segundo grupo, foram descar
tadas solucoes de ampliacao do vertedouro existente,
visto que as hipoteses de rebaixamento da soleira ou
aumento da extensao da crista se mostram inviaveis.Fo
ram em sequencia pesquisadas alternativas propondo a
execucao de uma estrutura extravasora complementar.
As soluCoes que de antemao se apresentam mais atraen
tes, tendo em conta a configuracao do arranjo da UHE
Xavantes, consistem na implantaCao deuma estrutura ex
travasora comp] ementarem tune lsob re umadas ombreiras.
493
I I ^I II P is q' I $ 4 , W (.^l^l^ i^. .pi Ii^M MM
A ombreira direita, face a localizaCao da subestacao
a jusante, no se mostra adequada, restando portanto a
ombreira esquerda que passou a ser considerada nos es
tudos de alternativas.
Outra alternativa deste grupo em analise se refere a
adocao de vertedouros de emergencia posicionados em se
las no reservat6rio de modo a transferir o complemen
to de vazao a ser extravasada para bacias adjacentes,
aproveitando talvegues e pequenos cursos naturals.
As solucoes do terceiro grupo, em que se pretende con
tar com um aumento da vazao e ser extravasada pel o ver
tedouro existente e descarregar a diferenca por uma es
trutura complementar, somente serao cogitadas apos o
estudo do desempenho da bacia de dissipacao para as
vazoes acima de 3200 m3/s.
5. CONSIDERACOES
Os estudos de detalhamento tecnico- construtivo e de custos
das solucoes alternativas apresentadas, estao em fase de de
senvolvimento. Levantamentos complementares estruturais,geo
logico-geotecnicos e demais eventualmente necessarios, deve
rao ser especificados para a elaboracao do projeto da alter
nativa que se mostrar mais promissora.
6. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao corpo tecnico e administrativo da
CESP, ENGEVIX e a todos que direta ou indiretamente colabo
raram para a elaboracao deste trabalho.
7. REFERENCIAS
- "Relatorio Apreciativo sob re efeito causados por enchentes
em Aproveitamentos da CESP" - CESP, SP, 1984.
"Estudos de Vazao maximas de cheias para Jurumirim / Xavan
tes" - CESP, SP, 1986.
"Relatorio descritivo dos Estudos de Adequacao dos orgaos
de descarga - Bacia do Paranapanema" - CNEC, 1979.
"Estudos de AvaIiacao das condicoes de seguranca das Estru
turas de GeraCao, Extravasao e Dissipacao face as cheias
excepcionais" - ENGEVIX, 1986.
494
I I ^I II P is q' I $ 4 , W (.^l^l^ i^. .pi Ii^M MM
A ombreira direita, face a localizaCao da subestacao
a jusante, no se mostra adequada, restando portanto a
ombreira esquerda que passou a ser considerada nos es
tudos de alternativas.
Outra alternativa deste grupo em analise se refere a
adocao de vertedouros de emergencia posicionados em se
las no reservat6rio de modo a transferir o complemen
to de vazao a ser extravasada para bacias adjacentes,
aproveitando talvegues e pequenos cursos naturals.
As solucoes do terceiro grupo, em que se pretende con
tar com um aumento da vazao e ser extravasada pel o ver
tedouro existente e descarregar a diferenca por uma es
trutura complementar, somente serao cogitadas apos o
estudo do desempenho da bacia de dissipacao para as
vazoes acima de 3200 m3/s.
5. CONSIDERACOES
Os estudos de detalhamento tecnico- construtivo e de custos
das solucoes alternativas apresentadas, estao em fase de de
senvolvimento. Levantamentos complementares estruturais,geo
logico-geotecnicos e demais eventualmente necessarios, deve
rao ser especificados para a elaboracao do projeto da alter
nativa que se mostrar mais promissora.
6. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao corpo tecnico e administrativo da
CESP, ENGEVIX e a todos que direta ou indiretamente colabo
raram para a elaboracao deste trabalho.
7. REFERENCIAS
- "Relatorio Apreciativo sob re efeito causados por enchentes
em Aproveitamentos da CESP" - CESP, SP, 1984.
"Estudos de Vazao maximas de cheias para Jurumirim / Xavan
tes" - CESP, SP, 1986.
"Relatorio descritivo dos Estudos de Adequacao dos orgaos
de descarga - Bacia do Paranapanema" - CNEC, 1979.
"Estudos de AvaIiacao das condicoes de seguranca das Estru
turas de GeraCao, Extravasao e Dissipacao face as cheias
excepcionais" - ENGEVIX, 1986.
494
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495
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•^- - i - - ^^^ 1^^
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LE GENDA'^- -•-•- NNEL O'AGUA
- ^- -^ _ -_ /--+- - ---- VAZAO OEFLUENTE
VAZAO AFLUENTE
-FTTTF F ELI
-
I
I 475 30
XAVANTES
,
i f 391 X13At
3386m3%n
II
LEGENDA:
I l ---• / : -^ - -•-•- NIVEL D•4G Ai
- ^- - -^ -
.
-
U
---- VAZAO DEFLUENTE -- - -
/ - - --*-
I
AO AF TEA E-- '^ V LU NZ
JUNNO/83
ANEXOIV
VALORES MEDIOS DIARIOS OBSERVADOS EM JURUMIRIM E XAVANTES
DURANTE 0 EVENTO HIDROLOGICO DE MAIO E JUNHO DE 1983
498
rRINP440u;...l I I . ,,,` "-"1'P
PROBABILIDADE (%)
99,99 99 ,9 99,8 99 ,5 99 98 95 90 80 70 60 50 40 50 20 10 5 2 1 0,5 0,2 0,1 0,15 0.01 10000
J U R U M I R I M
5000
4000
3 000 3 020
2000 n^
Q
f 1000
IO
X 00
a 600 - - o W
500
400
300
200
100 IT- 2 10 100 1000 10000
TEMPO DE RECORRE' NCIA (onof)
PROBABILIDADE (%)
99,99 99,9 99 ,8 99,5 99 98 95 90 80 70 60 50 40 30 20 10 5 2 1 0 , 5 0,2 0,1 0,05 0,01
BACIA INTERMEDIARIA JURUMIRIM /XAVANTES
5000 4400
4000
3000
2000
E
a
= 1000
iiII
X-0 i
3 BooO
H
600 i
500 4 00
300 I _ ao° i
200 ^--^ -
2 10 100 1000 10000
TEMPO OE RECORRCNCIA (onosI
ANEXO V
CHEIA MAXIMAS - DISTRIBUIcAO DE FREQUE'NCIA LOG-NORMAL
499
3000
2 000
O
1500
1000
500
Qp. 30201n3/s (TR= 10000 onos)JURUMIRIM
I
II HIOR06 RAIIA DE PRnJETO
AII
f _A
I^ I
I; I CHEIA DE 1983
I 1 1
^I II `I
I ' 11
A/1 1 f
10
4 QQP
20 30
TEMPO (dias )50
OD n 44001n3/s (TR. 10oo0anos)ABACIA INTERMEDI RIA
JURUMIRIM / XAVANTES
HIDROGRAMA OE PROJET0
CMEIA DE 19 83
I I Il
,J \I \ I 1 j \
15 20
TEMPO (dios )ANEXO V I
HIDROGRAMA DA CHEIA DE 1983 E HIDROGRAMA DEPROJETO EM JURUMIRIM E BACIA INTERMED ( 4RIA A XtVANTES
500
""T"'"""'11 -11 1 1 11ll 1 I „+,r.gpR is•.., I I I. I
UHE JURUMURIM - Vista de jusante do vertedouro.
UHE JURUMIRIM - Erosa'o na margem esquerda a jusante do verte
douro causada pela passagem da cheia de 1983.
501
UHE XAVANTES - Vista do rapido do vertedouro.
mUHE XAVANTES - Canal de fuga da usina e subestacao cujo talude
foi parcialmente danificadona passagem da cheia
de 1983.
502
I
RESUMO
As usinas de Jurumirim e Xavantes, no rio Paranapanema, foram
construidas para vazoes de extravasao maximas de 2.700 e 3,200
m3 /s, respectivamente. 0 evento hidrologico de 1983, quando a
regiao sul/sudeste do Brasil registrou ocorrencia de chuvas ex
cepcionais sem precedentes, ensejou a reavaliacio daquelas va
zoes resultando novos valores maximos afluentes aos reservato
rios. Face a estas vazoes, procurou-se analisar as estruturas
das usinas referidas, em presenca das descargas resultantes e
dos esforcos consequentes e, portanto , sob condicoesnao previs
tas nos projetos originais. Verificou -se o desempenho dos or
gaos de descarga para situacoes operacionais com e sem restri
toes, conjugadas as elevacoes dos niveis d'agua nos reservato
rios, em comparacao com os projetos originais, devido a borda
livre existents. Ue r ificou -se aindd, o comportamento teoricodas bacias de dissipacao e as possiveis implicacoes em termos
de N.A.'s, ressaltos e reparos necessarios.
503
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