COMO É QUE UMA HISTÓRIA PODE MUDAR UMA VIDA?
Manual para Técnicos
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Ficha Técnica
Título do Documento:
Como É Que Uma História Pode Mudar Uma Vida? – Manual para Técnicos
Autores:
PEEP – Educar para Empreender (Associação) & BagaBaga Studios, CRL
Imagens:
PEEP – Todos os direitos reservados
Data:
janeiro, 2016
Nome do Projeto:
exchange – Ativar o Empreendedorismo Feminino
Promotor:
Plataforma para a Educação do Empreendedorismo em Portugal (PEEP)
Parceiros:
BagaBaga Studios; Nordland Research Institute, Fundação Aga Khan
Apoios:
Fundação Millennium bcp; gemte – Grupo Empregabilidade Territorial; Fundação Luso-Americana
Financiador:
EEA Grants – Programa Cidadania Ativa
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Missão do Projeto
Promover o empreendedorismo feminino em Portugal e apoiar organizações locais que trabalham com
mulheres imigrantes ou em situação de exclusão social.
1) Objetivos da Plataforma
‘Desconstruir’ o empreendedorismo a partir de vários vídeos de mulheres empreendedoras que
partilham a sua história de vida e de ação – histórias de vida comuns, feitas de pequenos negócios
que muitas vezes garantem a oportunidade profissional destas mulheres, e, eventualmente, a
concretização de alguns sonhos. Partilha de processos, de dificuldades, e da forma criativa como
muitas vezes arranjaram soluções para ultrapassar determinados obstáculos para pôr em ação as
suas ideias
Inspirar mulheres com potencial empreendedor – Como é que uma história pode mudar uma vida?
Constituir-se como um importante recurso para que outras mulheres se sintam inspiradas a
empreender, e a conquistar iniciativa e autonomia
Apoiar os técnicos no acompanhamento de mulheres com potencial empreendedor
2) Potencial da plataforma no acompanhamento de mulheres com potencial empreendedor
Os inputs sobre o potencial da plataforma resultam de uma reflexão alargada, fruto de vários momentos
do projeto: transferência de boas práticas, focus group sobre o apoio a empreendedores, e reflexões
com técnicos de diferentes organizações a partir da plataforma.
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Ponto de partida
Desconstruir a noção de empreendedorismo e colocar o foco na necessidade de trabalhar as competências
do empreendedor (competências sociais, pessoais e empreendedoras), sendo que os técnicos que
estabelecem um contacto direto (nomeadamente Gabinetes de Inserção Profissional, Gabinetes de
Empregabilidade, Associações Locais) têm um papel relevante neste processo, especialmente na fase a
montante do plano de negócios.
As recentes notícias sobre o empreendedorismo em Portugal não são abonatórias do dito
“empreendedorismo por necessidade”. A verdade é que há casos de sucesso que provam o contrário (com
elevadas taxas de sobrevivência, como é o caso do Glocal), especialmente quando existe todo um suporte
integrado ao potencial empreendedor, desde a fase em que a pessoa equaciona a ideia de criação de uma
atividade própria.
Há vários estudos que chamam à atenção para esta necessidade de apoio integrado, necessidade esta que
se foi perdendo em vários programas de apoio ao empreendedorismo.
O conceito de microcrédito inclui não apenas o seu público-alvo (pessoas excluídas do crédito bancário), os
seus objectivos e montantes (pequenos créditos para a criação de actividades geradoras de rendimento)
mas igualmente uma referência explícita ao facto de ser uma tecnologia intensiva em capital humano,
envolvendo um maior conhecimento das capacidades da pessoa e o estabelecimento de uma relação
estreita, essencial na fase de arranque, através de orientação e apoio relacionados com o negócio
(http://www.apdes.pt/v1/uploads/news_files/336.pdf - Capítulo 1.3.). Ou seja, é muito importante que o
empreendedor reconheça as suas competências (as mais técnicas, mas também as pessoais e as sociais,
fundamentais para a sua iniciativa e para que perceba não só quais as suas mais-valias, mas também os
pontos fracos que tem de gerir para conseguir pôr em prática a sua iniciativa e “sobreviver”.
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Pôr em Prática
A plataforma do Exchange pretende apoiar este trabalho de acompanhamento dos técnicos.
Como?
1) Acompanhamento Individual
Em cada história específica são dadas pistas mais técnicas do que podemos trabalhar individualmente
com cada pessoa. Pontos que não se relacionam exclusivamente com o plano de negócios, mas também
com a fase a montante desse plano, em que a pessoa ainda se encontra a equacionar o seu plano de
integração profissional.
O caminho de criação de uma iniciativa empreendedora é complexo e na maior parte das vezes solitário.
Estas histórias servem como role-models na medida em que muitas das vezes é mais fácil perceber um par
do que o discurso de um técnico. Por outro lado, nos acompanhamentos nem sempre é fácil para os técnicos
conseguirem ajudar a pessoa a ultrapassar obstáculos de uma forma criativa, e alguns destes exemplos
ajudam-nos nesse processo.
Por exemplo, no vídeo da Alexandra Pardal existem alguns tópicos de reflexão logo a seguir ao vídeo:
Como ler tecnicamente esta história?
A partir destas pistas podemos ajudar outros empreendedores a conseguirem pensar o seu plano de ação
e na sua própria iniciativa:
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A Alexandra parte de uma situação de desemprego (motivação inicial para empreender)
Cruzou uma área com algum potencial de mercado com algo com que se identificava muito
e da qual tinha conhecimento (deteção de oportunidades e a competência do negócio vs
a competência da pessoa)
Tendo em conta a sua situação de desemprego recorreu a sistemas de apoio existentes
(como o microcrédito da Associação Nacional de Direito ao Crédito, que para além do fi-
nanciamento apoiam todo o desenvolvimento da ideia, e garantem o acompanhamento
na fase de arranque da empresa)
A realidade do que é ter uma atividade por conta própria nas rotinas do dia a dia (Especial-
mente para as pessoas perceberem que poderão ter de abdicar de tempo, de espaço com
a família – Conciliação de tempos de vida: O tempo do negócio, a gestão da família)
A Alexandra partilha também no vídeo a forma como conseguiu montar a loja a preços
muito reduzidos com o apoio do marido e com muita criatividade (Não é necessário ter tudo
novo para se abrir instalações - o investimento inicial pode ser reduzido e desta forma re-
duz-se também o risco do negócio)
Um outro exemplo a partir do vídeo da Orlanda
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Como ler tecnicamente esta história?
A partir destas pistas podemos ajudar outros empreendedores a conseguirem pensar o seu plano de ação
e na sua própria iniciativa:
A Tia Orlanda parte de uma vontade de concretizar um sonho antigo, uma paixão: cozi-
nhar e divulgar o seu país (motivação para empreender)
Resolveu criar um restaurante porque gostava de cozinhar, e parte da sua experiência pro-
fissional era na área da cozinha (competências do negócio vs competências da própria
pessoa e paixões)
Não conseguiu empréstimo nem outra fonte de financiamento (obstáculo ao arranque)
As pessoas acreditaram na sua ideia (as redes de suporte são muito importantes para os
micro-negócios, podendo ser accionadas em diferentes fases, e dependem da própria pes-
soa, da sua relação com os outros, e do comprometimento dos outros com o próprio pro-
cesso)
O sucesso do negócio (a importância dos clientes e da empatia com os clientes, ou seja, é
importante que a pessoa tenha competências sociais - não interessa só um plano de negó-
cios bem definido)
Uma das dificuldades prende-se com as burocracias, que são uma componente relevantes
no caso do próprio emprego, em que a pessoa não pode delegar (sejam burocracias de
licenças, pagamentos, gestão de recursos humanos, contabilidade)
2) Formações
Utilizar os vídeos em momentos formativos em projetos ligados com as questões da
empregabilidade, por exemplo no âmbito de sessões de ‘Técnicas de Procura de Emprego’, em que
são abordados diferentes caminhos em termos de plano de emprego. Mostrar o vídeo de uma
empreendedora pode ser interessante para algumas pessoas equacionarem a sua integração. Os
vídeos têm um poder de influência muito grande, porque se trata da partilha de histórias reais
contadas na primeira pessoa.
3) Sessões de reflexão sobre a temática do empreendedorismo, sessões motivacionais
Utilizar os vídeos em termos motivacionais: superação de obstáculos, seguir os nossos sonhos,
concretizar o que planeamos.
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Informação Adicional sobre Empreendedorismo & Apoio a potenciais empreendedores
Existe uma vasta rede de várias organizações de âmbito nacional com informação relevante sobre apoio a
potenciais empreendedores. Partilhamos alguns dos instrumentos de organizações que apoiaram o
desenvolvimento do exchange em diferentes fases, e que identificamos/consideramos também como boas
práticas (clique nas imagens e será redirecionado para o respetivo website):
Iniciativa Glocal – Guia de Apoio ao Empreendedor
Programa +E+I – Programa Governamental para o Empreendedorismo – Guia Prático do
Empreendedor
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Empreendedor.com – Uma plataforma online com notícias, eventos, formações sobre
empreendedorismo, partilha de recursos e ferramentas de diferentes organizações que dinamizam
projetos de apoio ao empreendedorismo
Associação Nacional de Direito ao Crédito – Microcrédito e acompanhamento desde a fase da ideia
até à fase de consolidação
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Alto Comissariado para as Migrações – Programas específicos para emigrantes e imigrantes, e
acompanhamento de empreendedores desde a fase da ideia
Millennium bcp – Microcrédito: Microcrédito e apoio ao desenvolvimento da ideia, plano de
negócios e acompanhamento pós arranque
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Instituto de Emprego e Formação Profissional – Programas de apoio à criação do Próprio Emprego
e redes de suporte locais de apoio ao empreendedor na fase da ideia e da consolidação dos negócios
A3S - Associação para o Empreendedorismo Social e a Sustentabilidade do Terceiro Sector –
Projeto ES SOCIAL - Histórias de iniciativas de empreendedorismo social com pontos específicos de
reflexão e trabalho sobre as organizações sociais (Inspiração para novas iniciativas)
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CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social - Apoio a iniciativas de
empreendedorismo social – Programas de formação, crédito, acompanhamento
CRER – metodologia de apoio à criação de empresas (Resultados, Soluções e Recomendações) -
Metodologia integrada de apoio a potenciais empreendedoras
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