UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
METODOLOGIA DE ENSINO DE HISTÓRIA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES DISLÉXICOS
POR: VANDER MUNIZ DA SILVA
Orientador
Profª. Mary Sue
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
METODOLOGIA DE ENSINO DE HISTÓRIA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES DISLÉXICOS
Apresentação de monografia ao Instituto A
Vez do Mestre – Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção
do grau de especialista em Especialista em
Educação Inclusiva.
Por: Vander Muniz da Silva
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado paz e conforto nas horas que mais
precisava, a minha família por ter me ajudado no período em que cursei a pós-
graduação, ao professor Edson Borges por mais uma vez ter me ajudado em
outra monografia assim como a Professora Mary Sue por também está
presente nesse projeto, deixo o meu último agradecimento em especial a
Elaine Lage, minha amada namorada, por ter sido a pessoa responsável pela
mudança em minha vida e por sua dedicação, carinho e entusiasmo ao meu
lado.
4
DEDICATÓRIA
A minha Amada Namorada.............
5
RESUMO
Esse trabalho faz uma análise sobre o distúrbio do aprendizado relacionado à
disléxica. Demonstrando as características presentes no aluno disléxico, ao fazer isso
é possível encontrar uma vasta bibliografia relacionada a esse distúrbio, mas nenhuma
das pesquisadas estudava os efeitos da dislexia no ensino de história, por esse motivo
gerou o estimo para pesquisar alguns autores que analisaram o ensino de história no
Brasil e relacionar as dificuldades apresentadas no ensino de historia. O resultado
dessa pesquisa foi o levantamento das dificuldades do disléxico e as possíveis
intervenções, nos quais os professores podem realizar para auxiliar o aluno no
processo de aprendizado.
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METODOLOGIA
O procedimento da pesquisa é uma analise bibliográfica da literatura existente
sobre dislexia apresentar seus efeitos no processo de aprendizagem, depois
fazer uma breve reflexão referente ao ensino de história afim de adequá-los
aos alunos disléxicos
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 8
CAPITULO I - A DISLEXIA ......................................................................................................... 11
CAPITULO II - ENSINO DE HISTÓRIA NO 6º CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL ............. 23
CAPITULO III - ENSINO DE HISTORIA PARA DISLÉXICO ..................................................... 36
CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 42
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 44
WEBGRAFIA ............................................................................................................................... 45
EVENTOS CULTURAIS..............................................................................................................46
INDICE........................................................................................................................................47
FOLHA DE AVALIAÇÃO...........................................................................................................48
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INTRODUÇÃO
Nós últimos anos o sistema educacional brasileiro vem sendo inundado
de estudantes com baixo rendimento escolar, aonde milhares de jovens saem
do primeiro segmento do ensino fundamental com déficit na leitura e na escrita,
mas a maior dificuldade apresentada por estes jovens refere-se a sua
capacidade de interpretação de texto. Oriundo a um ensino de baixa qualidade
ou a um distúrbio no aprendizado (dislexia, a disgrafia e a discalculia).
Os professores que recebem esses alunos no sexto ano do
ensino fundamental, muitas das vezes, não estão preparados para lecionar
para um jovem que sofra de algum distúrbio do aprendizado e acabam
rotulando os portadores como preguiçosos ou como incapazes de aprender.
Comprometendo assim o desenvolvimento escolar do aluno. Mas não cabe o
professor diagnosticar esse distúrbio do aprendizado no aluno, cabe a ele fazer
uma observação no rendimento do aluno em sua disciplina e com ajuda do
coordenador pedagógico encaminhar o aluno para uma avaliação com o
profissional especializado, afim de ajudar o aluno no seu processo de
aprendizado.
Os professores de Ciências Humanas como História, Geografia e
de línguas como Português e línguas estrangeiras acabam sendo os primeiros
a observarem essas dificuldades em seus alunos, pois estas disciplinas
necessitam de uma maior utilização da língua e de uma interpretação de
textos. Como esses alunos disléxicos não conseguem acompanhar o ritmo da
turma acabam sendo prejudicados em sua vida escolar. Tendo um diagnóstico
de um distúrbio cabe ao professor adaptar os seus conteúdos para este aluno,
para que o mesmo não acabe sendo prejudicado e abandone os estudos antes
de completá-los.
9
O sexto ano é um marco na vida escolar do jovem, pois é a série que o
jovem deixa a tutela de um único profissional de educação, na sua maioria das
vezes, e têm o contato com uma diversidade de professores pertinentes as
áreas do ensino básico. Essa mudança de organização das disciplinas acaba
causa no aluno um grande impacto na sua vida escolar e para o portador de
dislexia essa mudança ainda é mais dramática, pois ele não encontra
profissionais especializados ou que conheçam a sua dificuldade que eles
possuem contribuindo assim no processo de evasão escolar.
Esse estudo vem apresentar a dislexia para o professor de
história, pois este necessita que o aluno possa compreender e interpretar os
textos com que eles tenham contato. Quando o profissional se depara com um
aluno disléxico acaba sofrendo um grande impacto, pois mesmo não conhece a
patologia e acaba se frustrando por não conseguir fazer com que o aluno
absorva o conteúdo da disciplina e com isso o professor, por não ter
conhecimento, estigmatiza o aluno disléxico que por esta razão pode sofrer um
grande traumatismo com relação à matéria e, principalmente, contribuindo
ainda mais a para sua baixa auto-estima.
A disciplina História por muitos anos foi lecionada nas escolas
públicas e particulares priorizando o conteúdo histórico, ou seja, uma historia
positivista aonde o fato deveria se analisado somente pelo fato, com a
mudança no paradigma histórico e com a implementação de um Programa
Nacional Curricular o ensino de história passou a ser mais problematizado
fazendo com que o aluno possa interagir com o fato histórico e com isso refletir
e analisar a realidade em que vive. O Objetivo maior do ensino de história nos
primeiros ciclos do ensino fundamental e desenvolver a consciência histórica
para que esse jovem possa utilizar a história em sua vida diária.Tendo como
este o objetivo do ensino de história é necessário que este possa atingir a
todos os jovens em idade escolar, para que estes se tornem cidadãos
conscientes do seu papel na sociedade e no mundo em que vivem, tornando-
10
se atores de sua própria história. Por esse motivo esse estudo vem para suprir
uma deficiência no ensino de graduação em história que na sua maioria das
vezes não abordas possíveis problemas com o aprendizado dos alunos.
O primeiro capitulo procura apresentar a Dislexia aos professores com
as informações básicas para que eles possam conhecer esse distúrbio do
aprendizado, o segundo capitulo analisa o ensino de história com as evoluções
ocorridas no final do século XX no Brasil, o terceiro capitulo procura a Inclusão
do disléxico através de métodos adaptados para o professor de história.
11
CAPITULO I - A DISLEXIA
A dislexia vem sendo estudada desde o século XIX por médicos
europeus que se depararam com alunos possivelmente normais que não
conseguiam aprender a ler. No inicio os médicos a diagnosticaram como uma
Cegueira Verbal1 foi pela primeira vez mencionada nos manuais médicos no
século XVII, por um medico alemão que referia a uma pessoa que teve uma
lesão no celebro e não conseguia mais ler.
Somente no século XIX que o médico inglês Pringle Morgan
diagnosticou as cegueiras verbais congênita, apresentadas por crianças que
não haviam sofrido nenhuma lesão cerebral. No século XX as pesquisas
relacionadas a esse distúrbio da leitura ganharam proporções maiores sendo
possível obter relatos em todo o mundo de pessoas que sofriam dessa
dificuldade.
Neste mesmo (século XX) os estudos sobre a dislexia ganharam uma
dimensão mundial, aonde várias áreas da medicina tentaram explicar os
mecanismos de apropriação da linguagem, mas a neurologia foi à primeira
especialidade médica que categorizou as dificuldades no aprendizado como
distúrbios. Para Orton2 um neurologista americano a dislexia em crianças
deveria se tratadas de maneira diferente daquela apresentada por adultos que
sofreram danos cerebrais, pois a dislexia apresentada pelas crianças era
decorrente de uma falha no desenvolvimento da dominância hemisférica
cerebral.
As pesquisas de Orton3 são questionadas por diversas abordagens que
visam explicar a dislexia de formas diferentes, com o avançar das tecnologias
1 SHAYWITZ, Sally. Entendendo a Dislexia. Porto Alegre: Artmed, 2006 P.25.
2 MASSI, Giselle. A Dislexia em Questão. São Paulo: Plexus Editora, 2007 Pg.31.
3 MASSI, Giselle, 2007, Pg.31.
12
médicas é possível ter outras linhas de pesquisas que visam explicar a dislexia
como fator genético, oftalmológicos, metabólicas e neurológicas. Todas essas
explicações são de origens organicistas que não conseguiram resultados
conclusivos, somente são suposições que se contradizem entre si4.
Outra abordagem5 sobre a dislexia é conhecida como cognitiva ou
instrumental que se desenvolvera a parti da segunda metade do século XX por
volta dos anos 50, mas somente nos final dos anos 80 que essa abordagem
ganha mais enfoque com o desenvolvimento da ciência sobre uma perspectiva
mais humana. Na prática desvincula as teorias organicista e partem para uma
observação mais voltada para o individuo, consegue perceber que as crianças
disléxicas apresentam outros transtornos envolvendo o seu esquema corporal,
também a sua imagem, percepção auditiva, memória e a estruturação espaço-
temporal.
Nos últimos anos uma nova abordagem para explicar a dislexia vem
sendo estudada, enquanto as duas abordagens anteriores procuram observar a
criança pelo lado das ciências naturais a visão psicoafetiva6 se opõe as duas
dando um enfoque mais humano aos transtornos de aprendizagem. Nessa
visão a criança é observada com enfoque em seus possíveis problemas
emocional.
Todas estas visões tentam explicar a sua maneira, as causas e efeitos
da dislexia, essas múltiplas abordagens deram à dislexia a base para ser
considerada pelos órgãos internacionais de saúde como patologia que
proporcionaram ao disléxico maiores informações sobre sua patologia que
resultaram na sua inclusão como portador de necessidades especiais.
4 4 MASSI, Giselle. A Dislexia em Questão. São Paulo: Plexus Editora, 2007 Pg.34.
5 Idem – P. 34.
6 Idem . P. 37
13
1.1 – O que é dislexia
No início deste capitulo procuramos estabelecer as origens do estudo
sobre a dislexia, nesse capitulo será apresentada a definição de dislexia e os
processos que ocorrem no cérebro que causa o distúrbio do aprendizado. Para
definir a dislexia há diversos livros que tentam explicar a sua maneira esse
transtorno do aprendizado, nesse tópico há uma reunião desses conceitos.
A dislexia é um distúrbio do aprendizado7, caracterizado,
principalmente, pelo funcionamento diferenciado do cérebro. Esse
funcionamento peculiar gera uma dificuldade especificadamente no
aprendizado da leitura e da escrita. Essa dificuldade pode apresentar diversos
graus de intensidades: leve, moderado e severo. A criança disléxica possuiu
uma limitação no processamento fonológico que acarreta a dificuldade no
processamento das palavras, ou seja, na associação Fonema e Grafema e
uma limitação na memória de curta duração. O déficit fonológico é o principal
problema que leva o atraso do desenvolvimento do disléxico, já que interfere na
relação entre soletração e som que é um importante passo para aquisição da
leitura. A inabilidade apresentada pelos portadores desse distúrbio em
segmentar as palavras em sons revela o grau de intensidade em que a dislexia
se apresenta.
Ainda em mesmo estudo, os autores indicaram que o déficit fonológico
pode ser causado devido a uma falha na percepção da fala no nível do fonema.
Crianças boas leitoras realizam a percepção categorizada de fonemas da fala,
porém, crianças pobres leitoras ou com a dislexia apresentam uma
categorização fraca ou distorcida e apresentam baixo desempenho em testes
7 GERMANO, Giseli Donadon. Eficácia do Programa de remedição fonológica Play on em escolares com Dislexia de desenvolvimento. 163 (Tese de Mestrado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências Julio Mesquita, Marília, 2008, P.42.
14
de categorização e/ ou discriminação de fonemas da fala. As pistas auditivas8,
em especial fonemas que apresentam contrastes de vozeamento (por exemplo,
/p/ e /b/) ou contrastes articulatórios (por exemplo, /b/ e /g/), não são bem
perceptíveis a essas crianças.
Dislexia do desenvolvimento é uma desordem definida como uma
dificuldade de realizar a leitura, mesmo com inteligência, motivação e educação
normais. A prevalência da dislexia é estimada de 5 a 17% da população9,
sendo caracterizada pela dificuldade no processamento da linguagem,
primeiramente no nível de processamento fonológico da fala, como na
consciência fonológica.
“Dislexia é um distúrbio específico do aprendizado de origem neurológica, é caracterizada pela dificuldade com a fluência correta na leitura e dificuldade na habilidade de decodificação e soletração, resultantes de um déficit no componente fonológico da linguagem. Ainda sobre a definição, é importante reconhecer que há indivíduos com dislexia que apresentam déficits cognitivos e acadêmicos em outras áreas, como a atenção, matemática e/ou soletramento e expressão escrita ou ainda a habilidade de usar informações suprasegmentais (rima e prosódia) na generalização da soletração de sons na correspondência de palavras
Os indivíduos com dislexia apresentam dificuldades em diferenciar mudanças rápidas entre consoante e vogal nas sílabas. Foi realizado um programa de intervenção acusticamente modificado, em que a criança deveria identificar as mudanças rápidas de estímulo sonoro e, assim, melhorar as habilidades auditivas de linguagem. Os estudos concluíram que houve melhora na percepção auditiva dos sons e discriminação sonora nas crianças disléxicas, e que há evidência eletrofisiológica de que
8 GERMANO, Giseli Donadon. Eficácia do Programa de remedição fonológica Play on em escolares com Dislexia de desenvolvimento. 163 (Tese de Mestrado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências Julio Mesquita, Marília, 2008, P.42.
9 Idem. P. 42.
15
crianças com transtorno de leitura apresentam uma representação anormal cortical de mudanças sucessivas de sons breves e rápidos no nível de entrada cortical auditiva de representações sonoras” (GERMANO, Giseli Donadon, 2008, P.43).
. A imagem10 abaixo representa atrás de uma ressonância funcional do
cérebro as principais áreas que são ativadas quando uma pessoa lê uma frase
ou apenas imagina.
10 SinproRio. Apostila sobre Dislexia, Março 2009
16
A dislexia é desconhecida pela maioria dos professores e
principalmente os de história, quando os profissionais de educação utilizarem
os conhecimentos oriundos das ciências médicas em sua formação docente
eles poderão entender ainda mais as particularidades dos seus alunos. No
próximo capitulo iremos estudar como podemos observar os sintomas de
dislexia na sala de aula.
1.2 – Sintomas Típicos de Dislexia na Sala de Aula
No capitulo anterior entendemos o transtorno do aprendizado e as suas
implicações no desenvolvimento cognitivo do jovem no aprendizado da língua.
Nesse capitulo iremos estudar como podemos observar os sintomas típicos da
dislexia na sala de aula. Não cabe o profissional de educação diagnosticar o
portador de dislexia, mas sim conhecer o transtorno e encaminhar o jovem para
os profissionais especializados que são o fonoaudiólogo e o neurologista, para
que ele possa usufruir tratamento diferenciado assegurado em lei no seu
desenvolvimento escolar.
Esse trabalho vai analisa criança de 10 a 13 anos que estão cursando
o sexto ano do ensino fundamental iremos apenas trabalhar com os sintomas
específicos dessa idade, apesar de muitos desses sintomas estarem presentes
na vida de um disléxico é possível que eles ocorram em outras.
Os professores do segundo seguimento do ensino fundamental ao ter
o contato com as crianças que recém saíram dos primeiro seguimento,
esperam encontrar crianças que conseguem dominar relativamente bem a sua
língua, pois se acredita que o processo de alfabetização se encerra no sexto do
ensino fundamental, mas sabemos como profissionais de educação que o
processo de alfabetização é por toda a vida sempre em constante atualização.
É nesse momento que o professor de depara com uma criança possivelmente
disléxica que não dominar o seu idioma com fluência.
17
Muitos professores se escondem na sua falta de responsabilidade com
está criança e responsabilizando os professores do primeiro segmento por não
terem cumprido bem o seu papel de alfabetizadores e outros tentam sanar
esse problema aplicando aulas de reforço para os alunos, mas e quando todas
as tentativas acabam e esse profissional se vê em um abismo metodológico,
pois não é capaz de ensinar a sua disciplina ou até mesmo de compreender o
aluno, para isto é necessário que o profissional de educação possuía algum
conhecimento sobre alguns transtornos do aprendizado, para que o mesmo
possa encaminha o jovem para um tratamento diferenciado.
Na sala de aula podemos observar alguns sintomas típicos de uma
criança com um possível transtorno do aprendizado segundo Estil11, mas esses
sintomas podem ser derivados de uma má qualidade de no processo de
alfabetização, espera-se que o aluno no sexto ano do ensino fundamental
esteja dominando a língua, sendo capaz de ler para aprender, tanto a leitura
silenciosa quanto à de voz alta. Mas os alunos com transtorno de
aprendizagem sofrem uma imensa defasagem no processo de aquisição da
leitura se manifestando da deficiência na aquisição dos sons da linguagem e na
habilidade no pensamento e no raciocínio. É muito comum essa criança
apresentarem problemas na memória imediata, ou seja, eles demoram a
aprender e acessar a memória recente. A sua leitura é lenta e silábica ou com
o rendimento abaixo do esperado para sua escolaridade, isso gera um
dificuldade em reconhecimento imediato das palavras, incluído aquelas que
eles têm mais familiaridade. Ocorre também tora nas seqüências de letras,
silabas ou palavras. Acréscimos, omissões e/ou substituições de letras, silabas
ou palavras. Dificuldade em entender o que lê, mas facilidade para
compreender o que ouve. Repetições freqüentes de silabas, palavras ou frases
e o mais comum são as interrupções freqüentes no fluxo de leitura. Essas
11 ESTIL, Clélia Argolo. Dislexia e Leitura: Uma Convivência Possível. In: VALLE, Luiza Elena Leite Ribeiro. SADALLA, Ana Maria Falcão (Organizadoras). Mente e Corpo: Integração Multidisciplinar em Neurologia. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2007,P.78.
18
formas as principais características comuns aos portadores de dislexia
segundo12 Estil.
A seguir temos duas provas de história feita por irmãs gêmeas ambas
cursando a 6º ano do ensino fundamental, com um possível quadro de
dislexia, não tendo o seu diagnostico fechado devido à falta de uma consulta
ao um especialista. Ambas apresentam atrasos na leitura e na escrita. Quando
saíram do primeiro ciclo do ensino fundamental foram prejudicadas por leis que
não visavam o seu desenvolvimento e sim números para o ministério da
educação. Não cabe esse trabalho julgar a “aprovação automática”, mas
demonstrar que esse recurso se não aplicado de forma correta pode causar
gravíssimos problema no desenvolvimento escolar dos alunos. Talvez se estas
meninas fossem reprovadas inúmeras vezes seus familiares procurariam
ajudas especializadas, intervindo precocemente no processo de alfabetização.
12 ESTIL, Clélia Argolo. Dislexia e Leitura: Uma Convivência Possível. In: VALLE, Luiza Elena Leite Ribeiro. SADALLA, Ana Maria Falcão (Organizadoras). Mente e Corpo: Integração Multidisciplinar em Neurologia. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2007,P.78.
19
20
1.3 – Métodos para Vencer a Dislexia
A dislexia resumidamente é um transtorno do aprendizado que
afeta inúmeros estudantes no mundo inteiro. O disléxico possuiu um atraso na
consciência fonológica13 que consiste na capacidade de segmentar as palavras
em silabas, esta habilidade depende da capacidade de realizar analise e
síntese vocabular. Esse atraso causa no estudante uma baixa fluência de
leitura eu prejudica e seu rendimento escolar colocando abaixo das
expectativas relativas a sua idade. Para vencer esse transtorno diversos
centros especializados no mundo inteiro em transtorno do aprendizado
desenvolveram técnicas para que haja um aumento na sua fluência de leitura.
Para que haja uma vitória sobre a dislexia é necessária uma equipe
multidisciplinar envolvida por completo no desenvolvimento do jovem. Esta
deverá ser formada por profissionais especializados em transtornos do
aprendizado como psicólogos, neuropediatras, fonoaudiólogos e
principalmente, a família. Os profissionais envolvidos no processo de educação
do disléxico devem formar uma equipe preparada e interligada capaz de fazer
intervenções corretas nas dificuldades do aprendizado. Quanto mais
precocemente for diagnosticada a dislexia no jovem as chances do mesmo
obter os resultados melhores no seu processo do aprendizado serão maiores
Como estamos estudando jovens adolescestes iremos focalizar
os nossos estudos nos métodos de ensino e intervenção correspondentes a
essa faixa etária. Grande parte dos métodos desenvolvidos aborda as séries
iniciais, atingindo aquelas crianças que foram diagnosticadas portadoras de
dislexia precocemente.
13 ESTIL, Clélia Argolo. Dislexia e Leitura: Uma Convivência Possível. In: VALLE, Luiza Elena Leite Ribeiro. SADALLA, Ana Maria Falcão (Organizadoras). Mente e Corpo: Integração Multidisciplinar em Neurologia. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2007,P.77.
21
Segundo a professora Sally Shaywitz14 ela define alguns
programas que funcionam para ajudar as crianças disléxicas na faixa etária
supracitada são eles: REACH, Orton-Gillingham, Wilson e LiPS.
O programa REACH fora desenvolvido para alunos da 4ª série e series
superiores, basicamente desenvolvidos para aqueles que não dominam os
mecanismos os mecanismos e as ferramentas necessárias para ma boa
manipulação do idioma. O programa tem como foco uma abordagem
ortográfica empregando o ensino de prefixos, sufixos e radicais apresentando
uma estratégia aplicável na formação de milhares de palavras ao mesmo
tempo explicando a sua origem e o seu significado.
Outros programas desenvolvidos para alunos mais velhos
possuem métodos mais diversificados que concentram a ensinar as crianças a
pronunciar e identificar palavras e como soletrá-las, juntamente com a prática
de leitura. O programa desenvolvido na Orton-Gillingham é altamente
estruturado e sistemático, tentando envolver todos os sentidos no
desenvolvimento de uma consciência fonológica a alunos mais velhos. O
método consiste na contagem através dos dedos dos fonemas que compõem
as palavras.
O programa Wilson se concentra no ensino da consciência
fonética, decodificando a ortografia e em menor grau a compreensão.
Possuindo materiais destinados a um publico mais velho. Esse programa
possui regras básicas que possuem uma característica de trabalhar com a
consciência verbal do aluno e com isso estimular o mesmo a pratica de
exercícios do programa. O método deve ser aplicado por instrutores treinados
para que possa resultar em um melhor aproveitamento do método. O Spell
Read é um programa utilizado em pequenos grupos e tem como método
desenvolver a capacidade da criança em identificar automaticamente os sons
14 SHAYWITZ, Sally. Entendendo a Dislexia. Porto Alegre: Artmed, 2006 P.198 a 200.
22
de combinações de letras cada vez mais complexas e com isso combinar esse
esforço a leitura e a ortografia das palavras.
Existe outro método que se difere totalmente dos programas
citados anteriormente que ensinam as crianças a focalizar a aparência das
palavras e ensinam as crianças a aprenderem os sons específicos de cada
fonema afim de trabalhar com o sentido que cada um expressa. O método
Lindamood Phoneme Sequencing Program15 LiPS desenvolver a capacidade
da criança em aprender as características motoras orais dos sons individuais
da fala, ou seja, ela são capazes de entender como funcionam cada parte do
seus sistema fônico compreendendo assim como o conjunto trabalha para
formar o som produzido durante o processo da fala. Para que essa
compreensão se de uma forma mais fácil para o jovem é utilizado diversas
figuras que representam os fonemas durante o processo de fala. Esse método
foi considerado pelos órgãos americanos de educação como o melhor método
a ser utilizado nas mais diversas faixas etárias, pois e capaz de estimular o
jovem a aprender e com isso a desenvolver a sua consciência fonológica, a
mais importante barreira existente da vida do disléxico.
Esses foram alguns dos programas desenvolvidos para ajudar o
disléxico a compreender a sua dificuldade e com isso superar as adversidades
que a vida colocará em seu caminho. Voltando a ressaltar que o trabalho do
professor se torna uma importante ferramenta para o desenvolvimento do
aluno, mas deve contar com o apoio da família e de uma equipe de
profissionais especializados para ajudar esse aluno a superar esta barreira que
a dislexia impõe sobre o seu ensino.
15 www.lblp.com
23
CAPITULO II - ENSINO DE HISTÓRIA NO 6º CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL
O ensino de história antes de ser analisado para o ensino fundamental é
necessário entender o que é o ensino de história e sua praticas, somente assim
podemos encontrar os caminhos necessários para entender como o ensino se constrói
no país.
2.1 – Ensino de História
A educação está em crise desde os níveis mais fundamentais até
os níveis superiores. Crise formada por um sistema que não se altera a mais
de duzentos anos, isso acaba tendo reflexo na sala de aula e no ensino de
história. Mas acompanhando tal mudança na sociedade brasileira e tentando
combater a crise que assola o mundo inteiro, o governo brasileiro depois de
tantos questionamentos com relação à educação e apelos dos professores,
lançou os Parâmetros Curriculares Nacionais16 que direcionam de maneira
mais heterogenia os estudos a serem abordados na escola esses tentam
atender a um contexto sócio-político cultural de cada região do país.
Muitos autores não chamam a crise do sistema de ensino de
transformação, que está mudando os papeis dos professores e alunos. Ambos
estão vivendo essa transformação que coloca os conceitos da escola
tradicional (onde os alunos são meros consumidores de materiais e valorizando
a concepção reprodutiva da educação que leva o aluno a uma mecanização
dos dados e informações passadas pelo professor) abaixo e começasse a
valorizar o aluno criador e produtor de saberes nessa escola o professor tem
um papel maior que da escola tradicional porque ele que domina não apenas
os métodos de construção do conhecimento, mas um conjunto de saberes que
possibilita sua socialização e sua reconstrução no processo de ensino e
16 Secretaria de Educação Fundamental. . Brasília : MEC /SEF, 1998.
24
aprendizagem (FONSECA, Selva Guimarães, 2008). Nessa concepção o
professor de história não é mais aqueles transmite o conteúdo e sim aquele
que estimula o aluno a produzir junto a ele o conhecimento.
O objetivo primordial do ensino de história é compreender os
processos e os sujeitos envolvidos, descobrindo as relações existentes nos
diversos grupos sociais e suas variações ao longo do tempo. Cabe então ao
professor a apresentar e descobrir junto com o aluno essas singularidades
existentes na história da humanidade, sempre fazendo interligações com do
passado longínquo ao presente imediato, tornando possível ao aluno uma
compreensão mais ampla da sua realidade histórica.
O primeiro objetivo se for seguido de forma correta ele dará um sentido
mais amplo ao segundo objetivo do ensino de história que é o de formar
cidadãos plenos, ou seja, aqueles que indivíduos críticos, atuantes, reflexivos e
agentes transformadores da realidade ao qual estão inseridos, somente com o
ensino de história ressaltando as capacidades do individuo a refletir sobre a
sua história e o seu papel dentro da sociedade é capaz de formar esse cidadão
pleno, que não necessita ser de uma classe econômica superior, basta ter os
recursos necessários para que o professor possa lecionar a sua disciplina.
A Historia vista como processo longo está além da descrição factual e
linear dos eventos, ela se torna à disciplina que busca agrupar as mais
diversas singularidades nas ações do homem e com resultado desse processo
ela dá um sentido a esses fatos, demonstrando-os as sua interligações com o
resto dos eventos que fazem parte da vida do homem. Esse exercício da
problematização da vida social é ponto de partida para uma investigação
produtiva e criativa, buscando identificar as relações sócias de grupos locais,
regionais, nacionais e outros povos, podendo analisar com mais detalhes e
clarezas os conflitos e contradições existentes em cada sociedade.
25
Ao realizar esse processo o professor e o aluno poderão juntos
levantar problemáticas atuais que se interligam a outros momentos históricos.
Esse processo tornará a história uma disciplina além da disciplina, e sim um
veiculo ao qual o aluno embarca para descobrir o seu papel social, segundo
Fonseca17.
“A apropriação de noções, métodos e temas próprios do conhecimento histórico,pelo saber histórico escolar, não significa que se pretende fazer do aluno um pequeno historiador. e nem que ele deve ser capaz de escrever monografias. A intenção é que ele desenvolva a capacidade de observar, de extrair informações e de interpretar algumas características da realidade do seu entorno, de estabelecer algumas relações e confrontações entre informações atuais e históricas, de datar e localizar as suas ações e as de outras pessoas no tempo e no espaço e, em certa medida, poder relativizar questões específicas de sua época” (PCNs – Ensino de História, 1998, Pg 40).
Nessa perspectiva a dimensão da temporalidade é considerada uma
das categorias centrais do conhecimento histórico porque leva o aluno a
perceber as diversas temporalidades no decorrer da História e ter claros a sua
importância nas formas de organização social e seus conflitos. O tempo é um
produto cultural das sociedades logo é necessário relativizar seu significado no
decorrer da história do homem. Por exemplo: o tempo do homem moderno e
diferente do tempo do homem medieval, um é medido pelo badalar dos sinos
da Igreja ou outro pela precisão do relógio. Essa visualização diferenciada do
tempo em cada época da humanidade dará o aluno umas das ferramentas
necessárias para que ele não caia no que Marc Bloch chama de anacronismo18
histórico que é atribuir às sociedades do passado os valores do presente.
17 FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História. Campinas: SP, 2008, P.89.
18 BLOCH, Marc, Apologia da História ou o Oficio de Historiador. Rio de Janeiro – Zahar, 2001.
26
Não cabe somente ao professor de história desenvolver em seus
alunos a consciência de seu papel como cidadãos e sim a toda a escola,
primeiramente ela deve se conscientizar do seu papel na vida de cada um dos
seus alunos, somente assim poderá formar cidadãos aptos a lutarem por
melhores condições de vida, para que isso ocorra é necessário que a escola
tenha um projeto educacional que vise a transformação político-social do aluno
por um todo é daí a necessidade de um ensino integrado com outras
disciplinas, para que possa formar a capacidade critica do aluno de refletir
sobre o conteúdo ensinado e até mesmo sobre a sua realidade. Não basta
apenas ensinar os conteúdos considerando o aluno como um depositório de
conhecimento e o ideal é que o mesmo possa trabalhar cognitivamente com
esse conteúdo a fim de ter uma opinião pautada em diversas visões.
“Essa relação professor-aluno implica pensar o conhecimento, sobretudo o conhecimento escolar, como algo em permanente estado de reconstrução. Não mais como dado, um fato cristalizado, verdade absoluta imutável. O conhecimento produzido acumulado, historicamente, é apropriado, reproduzido e transformado pela sociedade de diversas maneiras, em diferentes níveis e contextos sociais. A escola como vimos anteriormente, não reproduz um novo conhecimento. Assim, os novos papeis dos professores e alunos pressupõem um relacionamento ativo e critico com os saberes produzidos em diferentes realidades, o que potencializa o desenvolvimento dos educandos e dos professores”. (Fonseca, Selva Guimarães, 2009).
Segundo a professora Selva Fonseca19, a interdisciplinaridade é uma
ferramenta que o professor de história pode se utilizar para que seus alunos
possam construir o seu conhecimento. É impossível nos dias atuais com
diversas inovações tecnológicas e com o advento de meios mais rápidos de
informações que os professores ainda utilizem apenas seus livros didáticos.
19 FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História. Campinas: SP, 2008, P104.
27
Nas escolas já é possível acessar diversas abordagem sobre um determinado
assunto e já fazendo as ligações com outras disciplinas do currículo escolar.
Com essa facilidade o conteúdo se torna cada vez mais elástico, já que é
possível aumentar o grau de complexidade da informação com apenas um
toque, mas se o professor não tiver preparado para essa chuva de informações
eles serão apenas informações, cabe ao professor ser um mediador entre o
conteúdo e o aluno para que o mesmo possa dá um sentindo a essas
informações e com isso melhor aproveitá-las.
“(...) um projeto interdisciplinar de trabalho ou de ensino consegue captar a profundidade das relações conscientes entre as pessoas e entre pessoas e coisas. Nesse sentido, precisa ser um projeto que não se oriente apenas para o produzir, mas que surja espontaneamente, no suceder diário da vida, de um ato de vontade. Nesse sentido, ele nunca poderá ser imposto, mas deverá surgir de uma proposição , de um ato de vontade frente a um projeto que procura conhecer melhor, No projeto interdisciplinar, não se ensina, nem se aprende: vive-se, exerce-se”.(FAZENDA Ivani, 1991. In: Fonseca, 2008).
A Multidisciplinaridade20 é a forma mais tradicional da organização dos
conteúdos na escola, pois ela aborda todos os conhecimentos por disciplina,
individualizando-os de forma independentes e com isso no final formar uma grande
soma de conteúdos que é representado como um todo no seu produto final, o saber. A
interdisciplinaridade pressupõe em uma interligação de todos os conhecimentos e
fazer com o que o todo se sustente através do coletivo, para que isso ocorra é
necessário que as disciplinas trabalhem com temas amplos de abordagem de um
determinado conhecimento para que possa se possível através de todas as disciplinas
explicarem a sua maneira o tema sugerido. Esse processo supera as o conhecimento
interdisciplinar que agora passa a ser chamado de transdiciplinar porque o
conhecimento passar além das fronteiras da disciplina que agora busca um
20 FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História. Campinas: SP, 2008, P.106.
28
conhecimento marcadamente critica, onde a valorização de inúmeras verdades
existentes entre as disciplinas.
“No processo de aprendizagem, o professor é o principal responsável pela criação das situações de trocas, de estímulo na construção de relações entre o estudado e o vivido, de integração com outras áreas de conhecimento, de possibilidade de acesso dos alunos a novas informações, de confrontos de opiniões, de apoio ao estudante na recriação de suas explicações e de transformação de suas concepções históricas” (PCNs, 1998. PG40).
Essa nova estrutura da escola, da sala de aula, do professor e do aluno é o
marco de uma Nova Era de estudantes que cada vez mais exigem de nós professores
essa atitude transdiciplinar que os na escola tradicional não seria possível implementar
uma política multidisciplinar.
2.2 – Livro Didático
O livro didático é uma valiosa ferramenta nas mãos dos professores,
quando utilizado de forma adequada é um ótimo instrumento de trabalho e de
sínteses do conhecimento, mas quando é indevidamente aplicado pode se
tornar uma verdadeira armadilha, pois é capaz de reproduzir as ideologias das
classes dominantes e formar apenas reprodutores de conhecimento. Sabemos
que o livro didático é uma produção cultural aonde os valores da sociedade em
que estão sendo produzidos estão presentes, cabe ao professor trabalhar de
forma que esses valores não sejam apenas os das culturas dominantes.
Estudamos no capitulo anterior como o ensino de história evoluiu nas
últimas décadas o que se espera é que o material didático também tenha
evoluído nas mesmas proporções. Não resultará em grandes avanços no
processo educativo do ensino de história se o livro didático ainda possuir
aquela velha concepção tradicionalista do ensino de historia, visando apenas a
reprodução de conteúdo. Cabe ao professor no processo de escolha do livro
didático selecionar o que melhor represente os valores do grupo em que ele
está lecionando e quando possível envolver toda a escola e a comunidade
29
nesse processo. Envolvendo todos esses agentes será possível tornar o ensino
de história mais igualitário e democrático, fazendo com que o aluno se torne
agente de seu processo de aprendizado.
O que nós presenciamos em nossas escolas é a escolha do livro
didático feito pela direção do colégio, com poucas consultas aos profissionais
de ensino, tratando-se de um colégio publico essa política torna-se mais ainda
segregadora, porque nem sempre os professores têm opção de escolher os
seus livros didáticos, que são distribuídos pelas secretárias de educação dos
seus estados e municípios. Também existe a falta de livros que torna o trabalho
docente ainda mais difícil, já que o professor é obrigado a produzir o seu
próprio material didático.
Para esses profissionais que não possuem a opção de escolha do livro
didático e aqueles que conseguem escolher o seu material didático, ambos os
grupos de profissionais devem usar mais de uma fonte de pesquisa, mesmo
que a comunidade não tenha recursos financeiros esse profissional deve
utilizar outras fontes como: história oral, revistas, quadrinhos, Internet, e outros
meios os quais achem mais adequados para trabalhar com esse determinado
grupo de alunos.
Segundo a professora Margarida Oliveira21 o livro didático não deve ser
a única fonte de informações o professor deve no máximo otimizá-lo como guia
de referencias em sua sala de aula, pois como estudamos no capitulo anterior
o papel do professor de história é de estimular a pesquisa como diversas fontes
de informações estão em uma Era onde a inúmeros meios de pesquisas no
qual o livro didático se enquadra com apenas trinta por cento de todo o material
a ser trabalhado. Segundo a Professora Circe Bitterncourt, quando o livro é
utilizado de maneira errônea, valorizando apenas a reprodução da moral e a
21 OLIVEIRA, Margarida Maria Dias, Livro Didático de História; pesquisa, ensino e novas utilizações deste objeto cultural. Disponível em: www.cchla.ufrn.br/ppgh/docentes/margarida/didaticos.pdf - 05/06/2009.
30
ordem burguesa22, com conteúdos de umas histórias factuais e destinadas
apenas os grandes nomes onde as classes mais baixas nem sempre são
representadas, isso acaba levando a um processo de empobrecimento do
ensino de história. Isso tem acontecido nas escolas publicas do País, onde por
falta de condições materiais e salariais o professor acaba levando para suas
salas de aula apenas o velho livro didático.
Cabe ao professor atual o trabalho de conciliar o uso do livro didático
com os diversos meios de comunicação presentes em nossa sociedade,
construindo com isso uma visão critica no aluno das informações presentes em
cada meio de comunicação e com posse desse material possa construir um
saber histórico voltado a uma reflexão critica do conteúdo proposto e do
material didático. Para isso é necessário que o professor torne junto com seu
aluno um produtor de conhecimento.
Isto significa que os conteúdos a serem trabalhados com os alunos não se restringem unicamente ao estudo de acontecimentos e conceituações históricas. É preciso ensinar procedimentos e incentivar atitudes nos estudantes que sejam coerentes com os objetivos da História (PCNs – Ensino de História – Pg 45).
Sabemos que o uso exclusivo do livro didático em sala de aula não é a
melhor formar de se ensinar história e que o seu não uso também pode tornar
ainda mais difícil o processo pedagógico, também sabemos que o livro é a
ferramenta que adequar os conteúdos produzidos nos meios acadêmicos para
o saber escolar, ou seja, ele é uma ferramenta importante no que consta a da
organização do conteúdo escolar, por esse motivo a sua não utilização torna a
vida do educador ainda mais difícil, já que o mesmo tem que ser a ferramenta
de transposição do conteúdo acadêmico. O papel do professor nesses tempos
22 BITTENCOURT, Circe. Livros Didáticos entre Textos e Imagens. In. O Saber Histórico na Sala de Aula. São Paulo, Contexto, 1998, P72.
31
é torna-se mediador entre o uso do livro didático e os materiais paradidáticos
que auxilia o seu processo de pesquisa e produção de conhecimento com seus
alunos. Podemos concluir que o professor deve utilizar sim o livro didático, mas
também utilizar outras fontes de conhecimentos que ajude o aluno a construir o
seu conhecimento critico da sua realidade.
2.3 - Ensino para 6º Ano
O ensino de história para sexta serie do ensino fundamental
existe uma peculiaridade que o difere do ensino para outras séries é nele que o
estudante recém saído do ensino infantil se depara com uma historia critica,
voltada à leitura e análise de texto. Como o jovem ainda está no estado de
desenvolvimento da pratica da leitura e da interpretação de textos ele encontra
mais dificuldades no aprendizado de historia. Apesar de muitos avanços terem
ocorrido na educação fundamental poucos são os professores que trabalham
com de Eixos Temático, respeitando assim as propostas dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs).
O Eixo temático proposto para o ensino de 6º e 7º Anos é a “Historia
das relações das relações sociais, da cultura e Trabalho”. Esse tema deve
direcionar os trabalhos realizados em sala de aula pelos professores de
história, porque dão conta de desenvolver nos alunos a compreensão dos
processos sociais, culturais, político e econômicos que envolvem as diversas
culturas humanas em seu tempo histórico. Ele possibilita ao aluno a
compreender os diversos modos de vidas nas mais variadas culturas humano,
favorecendo assim a percepção dos conflitos sociais existentes em seu meio.
Os eixos temáticos são dívidos em subtemas que relacionam os
estudos a realidade do aluno segundo a sua analise do passado histórico e o
seu presente imediato, esses subtemas dão ao tema principal mais mobilidade
porque abrange uma gama de possibilidade de trabalhos e estudos que visam
32
estimular o amadurecimento intelectual do aluno, são eles: Sociedade e
Natureza; Sociedade e o Mundo do Trabalho.
O primeiro subtema sugere pesquisas e estudos históricos sobre as relações entre as sociedades e a natureza. Entre muitas possibilidades, podem ser trabalhadas questões pertinentes aos recursos naturais, às matérias-primas e à produção de alimentos, vestimentas, utensílios e ferramentas, aos mitos sobre a origem do mundo e do homem, às relações entre os ciclos naturais e as organizações culturais, às explicações e valores construídos para os elementos da natureza, às representações da natureza na arte, ao tipo de propriedade e uso da terra, aos patrimônios ambientais, às relações entre a natureza e as atividades de lazer (PCNs – Ensino de Historia 1998, pag. 55).
O segundo subtema sugere pesquisas e estudos históricos sobre como as sociedades estruturaram em diferentes épocas suas relações sociais de trabalho, como construíram organizações sociais mais amplas e como cada sociedade organizava a divisão de trabalho entre indivíduos e grupos sociais. Nesse sentido, podem ser pesquisadas, relacionadas, confrontadas e analisadas diferentes formas de trabalho, como o comunitário, o servil, o escravo, o trabalho livre, o trabalho assalariado; a divisão de trabalho no espaço doméstico, no espaço urbano, no rural e na indústria; os tipos de remuneração, as diferenças entre sexos, idades, etnias e formação escolar; e os valores culturais atribuídos ao trabalho manual e criativo (PCNs, 1998 – Ensino de Historia pag. 55).
Tradicionalmente o ensino do 6º anos abrange a História Antiga e
Medieval, não necessariamente o professor dever desenvolver esses temas em
apenas um ano de ensino, poderá ter um período maior para lecionar essas
matérias, mas quando trabalhada com os eixos temáticos e seus subtemas fica
mais fácil a compreensão desses momentos históricos pelos seus alunos.
33
A história Antiga, segundo professor Funari23, é muito pouco estudada
em sala de aula, para alguns alunos só tem o contato com ela na série
estudada, mas com a evolução das praticas de ensino e principalmente dos
meios de comunicação e entretenimento o interesse pela História Antiga foi
renovado. Antigamente o estudo desse período histórico era marcado por datas
e eventos importantes para humanidades, mas com a mudança trazida pela
Escola do Annales essa concepção de eventos isolados sem ligação com a
realidade foi desmitificada é possível trabalhar História Antiga com os alunos
fazendo ponte com a sua realidade. Ensinar história antiga para jovens de
entre nove a onze anos de idade é uma tarefa muito difícil para o professor,
devido a sua distanciação do tempo atual, mas com ajuda de um material
didático apropriado para essa idade é possível tornar essa tarefa mais fácil e
prazerosa.
Nos últimos anos as pesquisas sobre o mundo antigo evoluíram, foram
impulsionadas pelo advento do uso de novas tecnologias que expandiram o
saber acadêmico para o mundo, possibilitando assim as trocas de informações
e com resultado desse processo foi o aumento no número de profissional mais
as universidades e centros de pesquisas no mundo inteiro. Essa expansão do
saber histórico foi refletida em nossas escolas com a melhora nas
especializações dos professores de história além disso houve uma grande
evolução na produção de material didático voltados para jovens do ensino
fundamental, com muitas ilustrações, gráficos, mapas, desenhos, charges,
filmes e outros vêm despertando o interesse do jovem.
Essa revolução no ensino de história antiga acabou gerando novos
temas para estudo em sala de aula com muito mais apoio e interligação com o
tempo presente. O estudo de história antiga é importante na media em que ele
fundamenta a relação entre a nossa sociedade e a Antiguidade. As suas
23 FUNARI, Pedro Paulo. A Renovação da História Antiga. In. KARNAL, Leandro. História da Sala de Aula. São Paulo, Contexto, 2003, P95.
34
relações com o mundo sendo ele material o espiritual estão presentes até hoje
em nosso cotidiano, para isso é necessário que o aluno compreenda as
relações sociais existentes na Antiguidade. Os conceitos de liberdade,
democracia, escravidão e diretos são um produto desse tempo assim como os
de Divindades e as suas relações com o homem.
Outra época da história também foi impulsionada por essa onda de
informações e interdisciplinaridade existente no ensino de história. A História
Medieval também é estudada no sexto ano, seu estudo é importante porque é
de onde o homem moderno começou a sua longa caminhada para a evolução
dos ideais de liberdade e democracia universais. O seu desenvolvimento e as
novas interpretações levaram velhos paradigmas preconceituosos a serem
revisto e analisados.
A Idade Media24 até antes era vista como Idade das Trevas aonde se
acreditava que o Homem havia sofrido com as crueldades dos nobres e do
clero e não se havia liberdade e nem evolução, acreditava-se que o homem
não tinha desenvolvidos em mil anos, mas esses aspectos foram revisto e a
Idade Média ganhou uma nova dimensão onde os novos estudiosos do período
jamais voltariam retomar os velhos paradigmas existentes no ensino de
história. Essa modificação revelou ao professor que seus conceitos deveriam
ser mudados e com o estudo mais apurado da Idade Média é possível entender
o seu sistema tão peculiar de governabilidade, tanto o temporal quanto o
espiritual. A mudança está presente em nossos PCNs, que procuram ampliar a
capacidade do aluno de questionar o mundo e as relações sociais existentes
nele.
No início deste capitulo foi apresentado que o ensino do sexto ano é o
mais difícil de ser lecionado devido a sua complexibilidade e ao grau de
conceitos históricos a serem trabalhados em sala de aula. Caso o aluno não
24 MACEDO, Jose Rivair. História Medieval. In. KARNAL, Leandro. História da Sala de Aula. São Paulo, Contexto, 2003, P 109.
35
possua uma boa compreensão do seu idioma e não consiga acompanhar a sua
turma é necessário que o professor empenhe-se no desenvolvimento de sua
aula para que o aluno possa compreender e, principalmente, interessar-se pelo
estudo de história. No caso do aluno disléxico que por sua patologia tem um
atraso no domínio do idioma esse processo poderá ser mais difícil e não
impossível, mas é necessário que o professor faça algumas adaptações na sua
metodologia de ensino.
36
CAPITULO III - ENSINO DE HISTORIA PARA DISLÉXICO
3.1 – Inclusão Através da Educação Especial
Durante muito tempo o jovem especial foi tratado de forma
preconceituosa excluindo do convivo com os ditos “normais”, a constituição de
1988 veio em uma época em que o Brasil ansiava por um país mais
democrático e igualitário, onde toda a forma de discriminação e segregação
fosse banida da sociedade brasileira, pelo menos em Lei. Na constituição de
88, os portadores de deficiência são contemplados com atendimento
educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, o que
remete, outros ganhos, a sua integração à vida comunitária e a sua
socialização, já que no passado era comum o isolamento desses indivíduos da
sociedade. Assim a constituição de 1988 torna-se um marco importante para o
ensino para portadores de necessidade especiais e posteriormente é
atualizada as Leis de Diretrizes e Bases (LDB) regulamentando o ensino para
pessoas portadoras de necessidade especial preferencialmente na rede regular
de ensino em seu artigo 58.
Art. 58: Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. (LDB – Art. 58 - 1996)
Entende-se por educação especial a modalidade de educação
destinada para aqueles alunos que necessitam de um atendimento
diferenciado, atendendo as necessidades individuais de cada aluno. Esse
atendimento deve ser feito não apenas por professores especializados, mas
sim por uma equipe multidisciplinar especialista nessa modalidade de
educação. Para isso na LDB no seu artigo 59 define as responsabilidades dos
37
sistemas de ensino, que viabilizam uma melhor adaptação do portador de
necessidade especial ao sistema regular de ensino.
Art. 59º. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bemcomo para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (LDB – Art. 58 - 1996).
A Inclusão Escolar é a modalidade da educação que se propõem
ampliar a acesso ao ensino normal dos portadores de necessidade especiais,
mas não é apenas inserir o aluno em uma sala de aula comum, mas propiciar a
ele condições necessárias para que ele possa, participar, descobrir e aprender
igual ao outro aluno dito normal. Para isso é necessário que haja um
profissional especializando viabilizando essa integração e inclusão. Não basta
apenas colocar o aluno em sala de aula sem que haja um respeito a sua
38
particularidade e singularidade, sempre desenvolvendo no jovem a auto-
estima, mostrando assim que ele é igual aos outros alunos, e com isso mostrar
que ninguém é igual cada um tem as suas dificuldades. O maior desafio para o
educador inclusivo e fazer com que o aluno possa ter uma autonomia na sua
vida diária e para isso ocorra é necessário não só o conhecimento aprendido
na escola, mas sim um trabalho feito por profissionais que possam ensinar
esse jovem a se tornar cada vez mais autônomo.
O programa de educação inclusiva tem como objetivo tornar a educação acessível para todo cidadão e, com isso, atender às exigências de sociedade que vem combatendo preconceitos e a discriminação. A inclusão consiste em ampla ação sobretudo em países onde há diferenças muito grandes, pois propõe uma educação de qualidade para todos.(OLIVEIRA, Ana Lucia Carvalho, 2008 P. 43).
Para a educação inclusiva ter resultados positivos é necessário que a
escola se prepare para receber esses alunos especiais, e não só o professor,
mas todo o corpo docente do colégio, para que essa adaptação seja de forma
suave e tranqüila evitando assim que esse jovem seja excluído dos demais
alunos. Para isso também é necessário que a família participe dessa
integração e não deixe a cargo do colégio todo o processo de educação, ela é
a maior ferramenta que o professor pode utilizar para a inclusão deste jovem.
A educação inclusiva é a tarefa mais difícil para ser executada quando
a sociedade, a escola, a família e o aluno não têm como objetivo a inclusão é
necessário que todos os envolvidos neste processo estejam em comum acordo
para que esse processo se torne cada vez mais fácil e solido. Esse é o
caminho para uma sociedade mais igualitária e justa.
“Para que o disléxico possa receber uma instrução escolar que o habilite a superar ou minimizar suas dificuldades de aprendizado, torna-se necessária a capacitação do educador que deverá dá apoio e supervisão ao trabalho de reeducação da linguagem que um professor treinado irá desenvolver junto a esse aluno em sala de aula, de forma individual ou para
39
pequenos grupos de estudantes que precisem do reforço de uma instrução neuropedagógica assistida”. (LUCZINSKI, Monica, 2009, PG 98).
A inclusão do aluno disléxico para muitos especialista é uma tarefa difícil
devido ao seu diagnostico tardio quando é fechado precocemente torna-se possível
criar toda uma rede de auxilio ao estudante disléxico, em relação ao ensino de historia
quanto mais cedo o professor de história tiver o conhecimento do distúrbio deste
jovem será possível, junto com outros professores desenvolver um trabalho afim de
viabilizar o progresso do jovem diminuindo assim as sua limitações, colaborando com
a professora Monica.
3.2 – Adaptação do Conteúdo para o Aluno Disléxico
Os capítulos anteriores analisaram a importância da educação inclusiva
no desenvolvimento do aluno com necessidades especial, e dentro desse
grupo estão àqueles alunos com distúrbios do aprendizado, esse trabalho se
propôs a estuda a disléxica e suas conseqüências no processo de ensino e
aprendizado do aluno disléxico. Este capítulo irá estudar algumas adaptações
que podem se feitas no processo de ensino de história para o estudante
disléxico.
Cabe nos recapitular que os estudantes disléxicos sofrem de um atraso
no processo de aprendizado da língua e isso tem como conseqüência a sua
dificuldade no domínio da leitura e da escrita. Para o professor de história será
difícil lecionar para um aluno sem que haja uma equipe multidisciplinar que o
auxilie na prática docente, ela deve ser formada por profissionais
especializados como visto no segundo capitulo desse trabalho, mas com uma
simples ajuda do professor de língua portuguesa esse trabalho irar progredir de
forma a desenvolver a capacidade de fluência na leitura e na escrita.
O professor de língua portuguesa segundo a professora Monica
(LUCZINSKI, Monica, 2009, PG 104) tem um papel importante nesse processo
de adequação dos conteúdos, já que caberá a ele desenvolver a consciência
40
fonológica do jovem disléxico, através de métodos que estimulem a
reeducação da linguagem construída dentro dos padrões fonológicos e
lingüísticos, tendo níveis progressivos de dificuldades. Esse processo
preferencialmente deve ser aplicado por um os mais professores
especializados em alfabetização de alunos disléxicos, caso não haja esse
profissional caberá ao professor de língua portuguesa.
O professor de história usufruirá dos avanços conquistados pelo
professor de língua portuguesa que junto com ele irá desenvolver uma
metodologia de ensino que possa incluir o programa reeducação lingüística ao
conteúdo de história. Para o desenvolvimento do aluno da capacidade de
leitura e com isso o seu interesse pelo estudo de história é necessário que o
professor de historia e o de língua portuguesa esteja trabalhando em equipe a
fim de ajudar o aluno a superar essa dificuldade e com isso incluí-lo aos
demais estudantes. O professor de história deve seguir alguns passos para
inclusão do aluno disléxico.
O primeiro passo é reconhecer a dificuldade existente no aluno disléxico,
entendendo com isso os processos pelos quais o aluno desenvolve a sua
capacidade de leitura e escrita. O segundo passo é o reconhecimento que o
seu trabalho não poder ser solitário e sim deve ser multidisciplinar com outros
professores tais como: médicos, fonoaudiólogos, terapeutas, psicopedagogo e
professores especializados. O terceiro passo é a adequação do seu conteúdo
as dificuldades que ele apresenta, isto é procurar de toda forma não usar
apenas em suas aulas fontes didáticas que priorizem o texto, o professor deve
utilizar de todos os meios visuais e auditivos para que suas aulas possam
melhor ser aproveitadas por estes alunos, o uso de gravadores deverá ser
estimulado para que o aluno em sua residência possa repassar as lições e com
isso reforça o conteúdo aprendido. O quarto e último passo dependem da
colaboração da família desse jovem, antes de um determinado conteúdo seja
trabalho em sala de aula o professor deverá disponibilizar um material para que
a família possa fazer uma leitura prévia com o aluno antes da aula, isso
41
facilitará o entendimento do mesmo quando estiver em sala de aula, o aluno
com esse processo dominará algumas palavras chaves que iram ser
trabalhadas pelo professor em sala de aula e com isso os conceitos que estão
presentes em cada uma delas.
Esses passos não são uma regra rígida, pode ser manipulado com
incrementos e exclusão, o que não pode ser modificado é o interesse do
professor em incluir o aluno disléxico a classe normal e muito menos alimentar
a sua baixa estima que é a responsável pelo seu fracasso escolar. Cabe a nós
professores de história demonstrar e desenvolver o interesse do aluno com
isso cumprindo o seu papel na sociedade brasileira.
42
CONCLUSÃO
Este trabalho teve o objetivo de estudar as conseqüências da
dislexia no processo de aprendizagem. Como muitos professores de história
em seu curso de graduação não possuem uma matéria especifica capaz de
capacitá-los a lidar com possíveis patologias que possam ser apresentada
pelos futuros alunos resultando assim em um déficit em sua graduação que
torna ainda mais difícil a prática docente.
A motivação desse trabalho foi encontrar possíveis métodos que
possam ajudar o professor de história a trabalhar com uma patologia bastante
comum em nossas salas de aula, que muitas das vezes passam
desapercebidas pelo corpo docente, no qual se inclui o professor. A dislexia é
um transtorno do aprendizado silencioso que se esconde atrás de tabus,
preconceitos e irresponsabilidades presentes na sociedade. Cabe ao professor
a tarefa difícil de lidar com todos esses “preconceitos” e superá-los para o bem
da educação do aluno.
Os capítulos presentes nesse trabalho mostram que existem maneiras
de reconhecer essas dificuldades e entende-las, mas não cabe o professor
diagnosticar e sim encaminhar para os profissionais especializados afim de
auxiliar o aluno a superar esse déficit em sua alfabetização. O professor de
história sabe que não pode trabalhar sozinho deve contar com ajuda de outros
professores, principalmente, o de português para auxiliar em sua prática
pedagógica. Somente com um trabalho multidisciplinar esse jovem poderá
conseguir mais sucesso em sua vida escolar, transpassando barreiras que a
dislexia coloca em sua vida. Só assim o professor de história poderá fazer do
seu aluno um construtor de sua própria história, capaz de entender os
conceitos de cidadania e do seu papel político que é o único meio de mudar a
sua realidade.
43
Esta pesquisa possuiu material capaz desmistificar e apresentar aos
professores a dislexia, com as peculiaridades existentes em cada aluno
disléxico. Ao entender a dinâmica do processo de aprendizagem do disléxico
ele poderá auxiliá-lo a transpor as barreiras existentes em sua vida escolar.
Mesmo que o trabalho seja direcionado a uma disciplina conseqüentemente
estimula um novo olhar dos professores sobre os alunos que apresentam
dificuldades escolares, como resultado desse amadurecimento melhora o
relacionamento entre professor ó aluno ó sociedade.
Podemos concluir que há uma deficiência no processo de ensino,
devido à falta de capacitação dos professores em relação aos alunos especiais,
principalmente, os de história que tem um papel fundamental de despertar a
consciência sócio-histórica desde as primeiras séries do ensino, caso esse
processo não ocorra de maneira efetiva tornará o ensino de história sem
objetivo. Por esse motivo é importante investir em um ensino de qualidade
desde as primeiras séries do ensino para que o aluno obtenha êxito em sua
vida acadêmica.
44
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EVENTOS CULTURAIS
SINPRORIO – Transtornos da Aprendizagem numa dimensão neurobiológica e sócio-
afetiva. Professora Responsável: Cibele de Oliveira e Cristina Espanha. Março de
2009.
47
INDÍCE
FOLHA DE ROSTOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL2
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... 3
DEDICATÓRIA .............................................................................................................................. 4
RESUMO ....................................................................................................................................... 5
METODOLOGIA............................................................................................................................ 6
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 8
CAPITULO I - A DISLEXIA ......................................................................................................... 11
1.2 – Sintomas Típicos de Dislexia na Sala de Aula ............................................................... 16
1.3 – Métodos para Vencer a Dislexia..................................................................................... 20
CAPITULO II - ENSINO DE HISTÓRIA NO 6º CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL ............. 23
2.1 – Ensino de História .......................................................................................................... 23
2.2 – Livro Didático .................................................................................................................. 28
2.3 - Ensino para 6ª Ano.......................................................................................................... 31
CAPITULO III - ENSINO DE HISTORIA PARA DISLÉXICO ..................................................... 36
3.1 – Inclusão Através da Educação Especial ........................................................................ 36
3.2 – Adaptação do Conteúdo para o Aluno Disléxico ............................................................ 39
CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 42
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 44
WEBGRAFIA ............................................................................................................................... 45
EVENTOS CULTURAIS.............................................................................................................46
INDÍCE ......................................................................................................................................... 47
FOLHA DE AVALIAÇÂO...........................................................................................................48
48
FOLHA DE AVALIAÇÃO
METODOLOGIA DE ENSINO DE HISTÓRIA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES DISLÉXICOS
Vander Muniz da Silva
BANCA EXAMINADORA
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Mary Sue
Professora Orientadora
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