FACES DA HISTÓRIA: AS NOVAS
ABORDAGENS
Professora Mestra Andreia Regina Moura Mendes
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JANO, DIVINDADE DO TEMPO PASSADO E DO TEMPO FUTURO
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PARADIGMAS PARA A HISTÓRIA:HISTÓRIA ECONÔMICA E HISTÓRIA
SOCIAL A Escola dos AnnalesA Escola dos Annales:
História das mentalidades. História econômica. História total. História narrativa. Conceito de longa e média duração. Uso de categorias: estrutura e conjuntura.
Materialismo históricoMaterialismo histórico: História enquanto processo dinâmico dialético. Caráter científico do conhecimento histórico. Análise das estruturas sociais. História social.
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CRÍTICA AOS PARADIGMAS ANTERIORES
Materialismo histórico: Reducionismo. Mecanicismo. Etapismo evolutivo.
Escola dos Annale: Ambição de uma história total. Vazio teórico. Reduzido poder explicativo.
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A HISTÓRIA HOJE EM DIA A transformação é a essência da História e o
tempo é sua dimensão de análise Deve se evitar a idéia de que o processo
histórico está associado ao progresso. Afirmar que o processo histórico é dinâmico não significa dizer que ele obedece a um desenvolvimento linear.
São os próprios homens, enquanto agentes da história os responsáveis pelas mudanças nestes processos.
Importante fazer uma história que mesmo preocupada com o tempo passado esteja comprometida com a explicação da realidade presente.
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HISTÓRIA CULTURAL História Cultural: A representação como categoria central. Cultura enquanto um conjunto de sentidos
partilhados e elaborados pelos homens para explicar o mundo a sua volta.
Produção de sentidos para a realidade. Encontro da história com a antropologia. Vinculação da micro-história com a macro-
história: do tempo curto dos dados de um arquivo até o tempo macro de uma época.
Utilização de novas fontes: memória oral, lendas, mitos, cultura material, construções etc.
Perspectiva sociocultural. Renovação da história política.
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“O texto do historiador tem a pretensão de ser verdadeiro, mas toda estratégia
narrativa envolve representação e reconstrução”.
PAUL RICOEURPAUL RICOEUR
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MUDANÇAS EPISTEMOLÓGICASA REPRESENTAÇÃO
A representação é a categoria central, ela envolve: Percepção Identificação Reconhecimento Classificação Legitimação Exclusão
As representações são portadoras do simbólico, pois: “carregam sentidos ocultos, que, construídos social e historicamente, se internalizam no inconsciente coletivo e se apresentam como naturais, dispensando a reflexão”.
A História Cultural transforma-se numa representação que resgata as representações, ou seja, procura elaborar uma representação do que já foi representado.
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O IMAGINÁRIO Sistema de idéias e imagens de representação coletiva. Produto construído pelo homem que atribui sentido ao mundo. Conjunto dotado de uma devida coerência e articulação Características de historicidade e abrangência. Saber-fazer que ordena o mundo, provocando a coesão ou o conflito. Tudo o que se considera realidade é o próprio imaginário. Imaginário como uma forma de realidade. Para a antropologia, o imaginário remete às noções de estruturas
mentais, de tendências permanentes de organização do espírito humano. Eles são os arquétipos: Consciência de uma realidade transcendente. Idéia de morte, duplo e de além. Conceitos de alteridade e unidade. Atualização das origens. Decifração do futuro. Necessidade de evasão. Luta ou polarização dos conflitos.
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INFLUÊNCIA DA ANTROPOLOGIA
produção de uma nova narrativa. trabalhos tanto com o individual quanto com o coletivo. associação da análise com à descrição e a descoberta
de novas fontes. o fato do historiador pode ser objeto de várias versões. sensibilidade na percepção e tradução da experiência
humana no mundo. descrição densa: a antropologia indica como tratar as
fontes nas suas possibilidades mais profundas e revelar significados.
Clifford Geertz: defesa da unidade de sentidos. Procurar tecer com a fonte uma gama de relações e observações possíveis, em uma recomposição cuidadosa de toda a trama de significados socialmente estabelecidos.
Marshall Sallins: ênfase na busca da diversidade ou da diferença entre as significações.
busca pelo relativismo.
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ILHAS DE HISTÓRIAMARSHALL SAHLINS
Objetivo da obra: analisar as mudanças culturais provocadas pela chegada da segunda expedição do capitão James Cook nas ilhas havaianas.
Dentro de um contexto histórico específico, o evento evento introduz a mudança na prática das categorias culturais.
Teoria nativa: reino sagrado sendo fundado a partir da usurpação da dinastia já existente.
Durante o festival Makahiki acontecia a passagem do ano novo e servia para reforçar o poder real. O capitão James Cook aportou na época destas celebrações, e por uma série de fatos foi transformado no deus-rival personificado, que voltou para continuar a luta cósmica e assim, restabelecer o seu poderio.
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“(...) a história havaiana certamente não é a única em demonstrar que a cultura funciona como uma síntese de estabilidade e mudança, de passado e presente, de diacronia e sincronia.”
(Sahlins, 2003, p. 180)
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OBSERVANDO O ISLÃCLIFFORD GEERTZ
Objetivo da obra: realizar um estudo comparativo da religião muçulmana em diferentes contextos históricos.
Oferecer uma explicação sobre os processos de mudanças que marcaram o islamismo em cada área de estudo.
Busca pelo sentido mais geral dos processos de islamização no Marrocos e Indonésia.
Observação das particularidades de cada cultura em análise, como também percepção das diferenças e variações internas.
O Islã encontrou uma sociedade formada em cada país, mas lhe deu novas feições, favorecendo os processos de mudança a partir dos elementos e categorias encontrados dentro da própria sociedade.
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“O fato de que somente um (futuro) foi alcançado não prova que o presente estava implícito no passado, mas que na história, antes de acontecer, os eventos são possibilidades e passam a ser certezas somente depois.”
(Geertz, 2004, p. 71)
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“Representar é, pois, fundamentalmente, estar no lugar de, é presentificação de um ausente, é um apresentar de novo, que dá a ver uma ausência. A idéia central é, pois, a da substituição, que recoloca uma ausência e torna sensível uma presença”.
Sandra Pesavento.
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HISTÓRIA IMEDIATA:HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
Domínio conceitual da história do tempo presentehistória do tempo presente Necessidade de situar a história imediata história imediata dentro
do conceito de contemporâneo Importância da categoria modernidademodernidade Utilização de novos documentos: fontes
audiovisuais, sonoras e orais além de produções da mídia
Equívocos comuns: Anacronismo Desconsideração dos contextos geradores de diferenças
e semelhanças“É impossível compreender seu tempo para quem ignora
todo o passado; ser uma pessoa contemporânea é também ter consciência das heranças, consentidas ou contestadas”
René Rémond
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COTIDIANO E HISTÓRIA LOCAL
Busca pela articulação entre a história individual com a história coletiva.
Associação entre cotidiano e história de vida. Reflexão a respeito dos pressupostos da história
do cotidiano e história local. História do cotidiano: uma história social capaz de
redimensionar a visão política. História da vida privada.
Ligação da história do cotidiano com a história cultural. O queijo e os vermes, Carlo Ginzburg.
História do cotidiano enquanto objeto de estudo da história das mentalidades, ou história nova francesa.
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“ A vida cotidiana é a vida do homem inteiro; ou seja, o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade, de sua personalidade. Nela, colocam-se “em funcionamento” todos os sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, suas paixões, idéias, ideologias .(...) Repetimos: a vida cotidiana não é alienada necessariamente, em conseqüência de sua estrutura, mas apenas em determinadas circunstâncias sociais. Em todas as épocas, existiram personalidades representativas que viveram uma cotidianidade não-alienada; e, dado que a estruturação científica da sociedade possibilita o final da alienação, essa possibilidade encontra-se aberta a qualquer ser humano.”
Agnes Heller
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MEMÓRIA E HISTÓRIA LOCAL Importância da história local para situar os
problemas significativos da história do presente. A memória é fator relevante na elaboração de
uma história local, tanto para historiadores como para os alunos.
A memória impõe-se por ser a base da identidade.
Os estudos de história local remetem aos processos de construção identitária do aluno.
Necessário que os estudos de história local enfoquem a memória familiar, do trabalho, da migração, da festa, etc.
Foco nos “lugares da memória”: monumentos, praças, edifícios públicos ou privados.
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BIBLIOGRAFIA BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de
história: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
BORGES, Vavy Pacheco. O que é história. São Paulo: Brasiliense, 1987.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
_________________ Observando o Islã. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
LURKER, Manfred. Dicionário de simbologia. São Paulo: Martins e Fontes, 2003.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e história cultural. SAHLINS, Marshall. Ilhas de história. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2003.
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