FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM
ADMINISTRAÇÃO – GOVERNANÇA CORPORATIVA
RICARDO GARRIDO SCHWACH
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL UTILIZADOS
PELAS EMPRESAS QUE PRATICAM GOVERNANÇA CORPORATIVA
SÃO PAULO
2015
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RICARDO GARRIDO SCHWACH
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL UTILIZADOS
PELAS EMPRESAS QUE PRATICAM GOVERNANÇA CORPORATIVA
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado
Profissional em Administração - Governança
Corporativa do Centro Universitário das Faculdades
Metropolitanas Unidas como requisito para a obtenção
do título de Mestre em Administração (com ênfase
profissional em Governança Corporativa).
Orientador: Prof. Dr. Celso Machado Júnior
SÃO PAULO
2015
3
RICARDO GARRIDO SCHWACH
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL UTILIZADOS
PELAS EMPRESAS QUE PRATICAM GOVERNANÇA CORPORATIVA
Data de Aprovação: ___ de ____________________ de ______.
Banca Examinadora:
Presidente: Prof. Dr. Celso Machado Júnior
Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU
Membro Externo: Profa. Dra. Raquel da Silva Pereira
Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS
Membro Interno: Profa. Dra. Daielly Melina Nassif Mantovani Ribeiro
Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU
4
Aos meus pais e família, pelo incentivo e apoio em todas as minhas escolhas e decisões;
a minha esposa, parceira de todos os momentos por me incentivar e dar total apoio;
aos meus amigos que me entenderam e apoiaram nesta importante realização.
5
AGRADECIMENTOS
Ao orientador Prof. Dr. Celso Machado Júnior, pela confiança, paciência, incentivo,
profissionalismo e excelente orientação.
As Faculdades Metropolitanas Unidas, pela oportunidade em ingressar no curso de
Mestrado Profissional em Administração em Governança Corporativa, oferecendo condições
para o desenvolvimento do curso.
Aos professores Dr. Celso Machado Júnior, Dr. Angelo Palmisano, Dr. Alessandro
Marco Rosini, Dr. Sérgio Nunes Muritiba, Dra. Patrícia Morilha Muritiba, Dra. Jouliana Nordan
Nohara, Dr. Leonel Cesarino Pessoa e Dr. Mauricio José Serpa Barros de Moura, que no
transcorrer das disciplinas me transmitiram conhecimentos e a confiança necessária para o
desenvolvimento do curso e da minha dissertação.
Aos professores Dra. Raquel da Silva Pereira e Dr. Leonel Mazzali que participaram da
minha banca de qualificação e defesa, pelo tempo, avaliação e dedicação na análise da minha
dissertação. Assim como também agradeço a Profa. Dra. Daielly Melina Nassif Mantovani
Ribeiro pela participação da minha banca de defesa e avaliação da minha dissertação.
Ao Prof. Milton Carlucci da pós-graduação latu senso da FMU que me apoiou e
incentivou a ingressar no curso de mestrado, proporcionando uma das realizações do meu
objetivo profissional.
Aos colegas de sala pelo convívio nas aulas, troca de experiências e conhecimentos, e
pelo apoio e discussão nas apresentações dos trabalhos em todas as disciplinas. Assim como,
pela parceria de colegas e professores no desenvolvimento e publicação de artigos em
congressos e revistas acadêmicas.
A minha esposa, Luciana Segatti Schwach, pelo apoio, paciência, estímulo e
compreensão nas diversas madrugadas, feriados e fins de semana que fiquei trabalhando nesta
dissertação.
6
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS...................................................................................................... i
LISTA DE TABELAS .................................................................................................... ii
LISTA DE QUADROS ................................................................................................... iii
LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................... iv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..................................................................... v
RESUMO ........................................................................................................................ vii
ABSTRACT .................................................................................................................... viii
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 15
1.1 Justificativa e Relevância do Estudo ......................................................................... 20
1.2 Objetivo da Pesquisa .................................................................................................. 21
1.3 Objetivos Específicos .................................................................................................. 22
1.4 Estrutura do Trabalho ............................................................................................... 22
2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 24
2.1. Governança Corporativa .................................................................................. 26
2.2. Governança Corporativa e Sustentabilidade .................................................. 29
2.3. Triple Bottom Line ............................................................................................ 32
2.4. Indicadores de Sustentabilidade ...................................................................... 38
2.4.1. Indicadores Internacionais de Sustentabilidade ...................................................... 42
2.4.2. Balanced Scorecard .................................................................................................... 44
2.4.3. Sustainability Balanced Scorecard - SBSC .............................................................. 48
2.4.4. Global Reporting Initiative – GRI ............................................................................ 51
2.4.4.1. Processo para Definição do Conteúdo do Relatório .......................................... 62
2.4.5. Indicadores Ethos ....................................................................................................... 64
2.4.6. Índice de Sustentabilidade Empresarial - ISE ......................................................... 65
2.4.7. Indicadores Ambientais .............................................................................................. 67
2.4.8. Disclosure na Divulgação das Informações .............................................................. 70
2.4.9. Pesquisas sobre o Disclosure na Divulgação das Informações ............................. 75
2.5. Transparência nos Relatórios de Sustentabilidade ........................................ 77
2.5.1. Relatório Integrado ........................................................................................... 80
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................... 83
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................. 95
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ANALISADOS ................................... 115
6. CONCLUSÃO ................................................................................................. 123
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 119
ANEXOS ................................................................................................................................ 134
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Triple Bottom Line .................................................................................................. 33
Figura 2 – Modelo de Sustentabilidade Empresarial ............................................................... 36
Figura 3 – Sistema Balanced Scorecard .................................................................................. 45
Figura 4 – BSC e DS ................................................................................................................ 46
Figura 5 – BSC baseado no Tripple Bottom Line ..................................................................... 49
Figura 6 – Definição de Aspectos Materiais e Limites – Visão Geral de Processo ................ 63
Figura 7 – Informações Selecionadas e Técnicas de Pesquisa ................................................ 85
Figura 8 – Estratégia de Pesquisa Sequencial e Simultânea .................................................... 91
Figura 9 – Processo das Etapas Desenvolvidas da Pesquisa ................................................... 92
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Triple Bottom Line por Estados ............................................................................. 35
Tabela 2 – Tipos de Indicadores GRI ....................................................................................... 37
Tabela 3 – Intersecções entre o BSC e a sustentabilidade ........................................................ 47
Tabela 4 – Indicadores econômicos GRI G3 e G4 por categorias e aspectos .......................... 53
Tabela 5 – Indicadores ambientais GRI G3 e G4 por categorias e aspectos ............................ 54
Tabela 6 – Indicadores sociais GRI G3 e G4 por categorias e aspectos .................................. 56
Tabela 7 – Níveis de aplicação conforme GRI adotado ........................................................... 62
Tabela 8 – Empresas Grandes Grupos Econômicos ................................................................. 86
Tabela 9 – Relação dos indicadores GRI por Versões de publicação ...................................... 89
Tabela 10 – Ano de publicação dos relatórios divulgados ....................................................... 90
Tabela 11 – Representação das citações dos autores por temas da pesquisa .......................... 94
Tabela 12 – Quantidade de empresas por ramo de atividade e publicação dos relatórios ....... 95
Tabela 13 – Percentual dos indicadores das empresas por aspectos do tripé da sustentabilidade
e aderência GRI ................................................................................................... 96
Tabela 14 – Quantidade de empresas por país de origem e publicação dos relatórios............. 97
Tabela 15 – Aderência aos indicadores econômico, social e ambiental pelas Empresas do
Setor Indústria ..................................................................................................... 98
Tabela 16 – Classificações das empresas que aderiram os indicadores GRI ......................... 100
Tabela 17 – Classificações das empresas que omitiram os indicadores GRI ......................... 100
Tabela 18 – Percentual das empresas x Indicadores Ambientais ........................................... 101
Tabela 19 – Percentual das empresas x Indicadores Econômicos ......................................... 103
Tabela 20 – Percentual das empresas x Indicadores Sociais ................................................. 103
Tabela 21 – Indicadores ambientais por Ramo de Atividade ................................................ 106
Tabela 22 – Indicadores econômicos por Ramo de Atividade .............................................. 109
Tabela 23 – Indicadores sociais por Ramo de Atividade ...................................................... 110
Tabela 24 – Percentual das empresas que aderem os indicadores do GRI ............................. 113
Tabela 25 – Classificação dos indicadores econômicos, sociais e ambientais publicados nos
relatórios ........................................................................................................... 114
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Normativos de qualidade ....................................................................................... 39
Quadro 2 – Sistemas de avaliação internacionais e nacionais .................................................. 43
Quadro 3 – Análise SWOT em modelos BSC sustentável ....................................................... 50
Quadro 4 – Nível de aplicação GRI v.3.................................................................................... 61
Quadro 5 – Tipos de indicadores ambientais GRI .................................................................... 68
Quadro 6 – Pesquisas brasileiras sobre divulgação ambiental ................................................. 74
10
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Indicadores ambientais por empresas e ramo de atividade ................................. 116
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AA – AccountAbility
AAE – Avaliação Ambiental Estratégica
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRAPP – Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar
ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas
ANBID – Associação Nacional dos Bancos de Investimento
APIMEC – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais
BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo
BSC – Balanced Scorecard
CERES – Coalizition for Environmentally Responsible
CNI – Confederação Nacional da Indústria
CNUMAD – Conferência da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento
CSD – Comission on Sustainable Development
DJSI – Dow Jones Sustainability Index
DS – Desenvolvimento Sustentável
EEA – European Environment Agency
EPI – Indicadores de Desempenho Ambiental – Ecoeficiência
ESG – Environmental, Social and Governance
FASB – Financial Accounting Standards Board
FGV – Fundação Getúlio Vargas
GC – Governança Corporativa
GRI – Global Reporting Initiative
IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
ICGN – International Corporate Governance Network
ICO2 – Índice de Carbono Eficiente
IDRC – International Development Research Center
IFC – International Finance Corporation
IGC – Índice de Governança Corporativa
IISD – International Institute for Sustainable Development
IIRC – International Integrated Reporting Council
12
IR – Integrated Reporting
ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial
ISEA – Institute of Social and Ethical Accountability
ISO – International Organization for Standardization
IUCN – World Conservation Unit
OECD – Organisation for Economic Co-Operation and Development
OHSAS – Occupational Health and Assessment Series
PIB – Produto Interno Bruto
RSC – Responsabilidade Social Corporativa
RSE – Responsabilidade Social Empresarial
SA – Social Acountability
SBSC – Sustainability Balanced Scorecard
SRI – Socially Responsible Index
TBL – Triple Bottom Line
USP – Universidade de São Paulo
WCED – World Commission on Environment and Development's
13
RESUMO
A dimensão ambiental da sustentabilidade vem se destacando na sociedade à medida
que a população e o consumo aumentam, demandando, por sua vez, maior participação no
planejamento e na tomada de decisão pelas organizações. A incorporação da sustentabilidade
pela gestão das empresas se expande para um contexto maior ao se incorporar a própria
Governança Corporativa, estabelecendo, assim, sinergia com toda a estrutura organizacional.
Neste contexto as organizações implementam ações socioambientais motivadas por aspectos
ligados à legislação ambiental, a questões de imagem e mercado, e que em muitos casos estão
expressos em seus Relatórios de Sustentabilidade. Uma das formas de se avaliar uma
organização quanto ao seu impacto socioambiental é por meio de indicadores que expressem a
gestão da organização. No entanto, as formas de avaliação de uma organização quanto ao seu
impacto socioambiental podem ser diversas e não há um padrão de sistema de indicadores,
podendo estes estabelecer focos diferenciados de atuação. Assim, este estudo objetivou
identificar indicadores econômicos, sociais e ambientais similares de desempenho sustentável
utilizados pelas organizações que apresentam as boas práticas da Governança Corporativa. A
busca por este objetivo se apoiou em um banco de dados elaborado com as informações das
empresas disponibilizadas em seus relatórios publicados para a sociedade. A investigação foi
realizada nas empresas que possuem Governança Corporativa, e a identificação destas foi
apoiada na relação divulgada pelo Valor Econômico no anuário Grandes Grupos Econômicos.
As informações disponibilizadas nos relatórios das empresas foram utilizadas no levantamento
de um banco de dados, no qual se aplicou a técnica do Data mining. Os dados mostram que de
um universo de 217 empresas relacionadas pelo Valor Econômico no anuário Grandes Grupos
Econômicos, apenas 91 empresas apresentaram relatórios de indicadores de sustentabilidade
segundo o modelo Global Reporting Initiative. Assim, observa-se que 42% das empresas
identificadas como praticantes de Governança Corporativa divulgam seu desempenho por meio
de indicadores em relatórios do modelo Global Reporting Initiative. Assim, as 58% das
empresas pesquisadas apresentaram outros indicadores em modelos diversos não padronizados.
O estudo identificou que as empresas do setor industrial que se destacaram na divulgação de
indicadores de sustentabilidade em relatórios de desempenho baseados no modelo Global
Reporting Initiative foram: Fiat, Unilever, Basf, CNH Industrial e Suzano. Finalmente
analisando os dados é possível determinar que os indicadores econômicos, sociais e ambientais
que se destacaram foram: Emissões, Efluentes e Resíduos, Energia, Água e Biodiversidade,
totalizando um percentual de aderência com 7,5% em relação aos diversos indicadores Global
Reporting Initiative. As empresas que divulgam seus indicadores por meio de relatórios no
modelo Global Reporting Initiative mostram a intenção de transmitir para os stakeholders uma
garantia de que a gestão implementada busca minimizar os impactos na sociedade e meio
ambiente.
Palavras-chave: Governança Corporativa. Sustentabilidade. Indicadores de Sustentabilidade.
Relatórios de Sustentabilidade. Global Reporting Initiative.
14
ABSTRACT
The environmental dimension of sustainability has been highlighted in society as population
and consumerism rise, demanding more participation in planning and decision-making by
organizations. The incorporation of sustainability by enterprises' management expands to a
bigger context as it is incorporated by Corporate Governance, establishing synergy with the
whole organizational structure. In this context organizations implement environmental actions
motivated by aspects connected to socio environmental legislation, image and market issues
that in many cases are expressed in sustainability reports. One way to evaluate an organization
regarding its socio environmental impact is through indicators that express the organization'
management. However, there can be many ways evaluation methods of an organization in
regards to its socio environmental impact and there is no standard system of indicators, and
these could establish different actuation focuses. Likewise, this study aims to identify similar
sustainability performance economic, social and environmental indicators, used by
organizations that present Corporate Governance best practices. The pursuit of this goal was
based in a database developed with information given by companies in their reports released to
society. The investigation was done in companies that have Corporate Governance, and the
identification of these was supported by a list released by Valor Econômico in its yearbook
Grandes Grupos. Information shown in companies’ reports was used in the database
understanding, in which Data mining was applied. In addition, the research is based on a
theoretical references that support the arguments. Data show that from a universe of 217
companies listed by Valor Econômico in its yearbook Grandes Grupos, only 91 companies
published their indicators of sustainability according to the Global Reporting Initiative certified
models. Likewise, it was observed that 42% of companies that practice Corporate Governance
disclose their performance through indicators of Global Reporting Initiative models. So, 58%
of companies surveyed had other indicators in different models not standardized. The study
identified companies in the industrial sector that highlighted sustainability indicators in their
disclosure in performance reports based on the Global Reporting Initiative model: Fiat,
Unilever, BASF, Industrial and CNH Suzano. Finally, by analyzing data, it is possible to
determine which economic, social and environmental indicators have been highlighted:
Emissions, Effluents and Residue, Energy, Water and Biodiversity, summing up to an
adherence percentage of 7,5%. Companies that disclose their indicators through reports in the
Global Reporting Initiative models show their intention to convey to stakeholders a warranty
that the implemented management seeks not to impact the society and the environment.
Key-words: Corporate Governance. Sustainability. Indicators of Sustainability. Sustainability
Reports. Global Reporting Initiative.
15
1. INTRODUÇÃO
A Governança Corporativa (GC) tem a missão de atuar em várias dimensões da
organização, relacionando-se e compreendendo todas as áreas de negócio, para proporcionar
maior transparência e minimizar a assimetria de informações existente entre administradores,
proprietários e todos os envolvidos com a empresa.
Questões legais, financeiras e as relacionadas ao Conselho de Administração, tratam do
direito societário e dos acionistas em relação a criação de valor da empresa e garantia de retorno
do capital aos investidores. Neste contexto, a GC faz com que as questões centrais sejam
complexas nas decisões, devido aos interesses envolvidos que consistem na geração e
maximização de valor para o acionista, podendo ser visto como principais benefícios em
decorrência da adoção de boas práticas de governança.
Pode-se entender GC como atributos de gestão que definem como a autoridade e a
responsabilidade são distribuídas com o objetivo de se alinhar a interesses de investidores de
recursos e gestores.
Diferentes soluções e boas práticas podem ser propostas, dependendo de fatores, como
por exemplo, o ambiente institucional da empresa e aspectos culturais de um país. Assim, os
conjuntos de regras aplicáveis a uma determinada organização, podem diferenciar-se por uma
série de fatores (BECHT et al., 2002).
Diversos estudos no Brasil e em outras regiões do mundo buscam associar mecanismos
de GC ao desempenho econômico-financeiro, mas acontecimentos históricos marcados por
crises mundiais e escândalos fraudulentos como os casos Enron, World Com, Parmalat e outros,
ressaltaram a importância de práticas institucionais que enfatizem a transparência, a ética e a
segregação de funções nas empresas.
Shleifer e Vishny (1997) argumentam que introduzir a GC nas organizações relaciona-
se com as formas pelas quais os investidores têm a certeza do retorno pelos seus investimentos
realizados. Para Gillan e Starks (1998), pode ser definida como o sistema de leis, regras e fatores
que conduzem as operações em uma companhia.
De acordo com os conceitos sobre GC, é possível inferir que aplicar as boas práticas de
gestão na Alta Administração da organização, possibilita um alto nível de controle no
desempenho organizacional. Garantindo aos investidores em situações atuais do mercado, quais
as ações que estão sendo tomadas, não somente pelo histórico que a organização trouxe do
passado, mas em relação ao futuro, com expectativas de desempenho para novos mercados que,
por consequência, trará segurança e maior confiabilidade para os negócios.
16
As boas práticas da GC em relação aos princípios de transparência, prestação de contas,
equidade e responsabilidade corporativa, devem traçar estratégias com alcance em novas áreas
que se relacionam à longevidade da organização, mostrando que poderá ser suficientemente
sustentável ao longo do tempo frente a implantação da responsabilidade econômica, social e
ambiental, projetando assim, melhorias contínuas ao ambiente social do qual faz parte.
Elkington e Zollinger (2004) destacam que a GC, a responsabilidade social empresarial
e a sustentabilidade são temas intrinsecamente relacionados, na medida em que qualquer
negócio enfrenta, cada vez mais, um número crescente de riscos não financeiros. Assim, a
medida do sucesso da introdução de responsabilidades econômica, social e ambiental, a
organização deve ser passível de identificação por meio do desempenho aferido em seus
indicadores. Nesse contexto a empresa muda sua forma de atuar, de tomar decisões, em sua
relação com o mercado e a sociedade.
As empresas passam a se reestruturar para se adequarem a esta nova percepção, e com
isso, surgem as pressões sociais e restrições que são impostas, fazendo com que sejam forçadas
a buscar formas para melhorar sua imagem com a redução de impacto ambiental frente a sua
responsabilidade social (CORAL, 2002).
No âmbito empresarial, utiliza-se o termo sustentabilidade para a designação de
programas e ações em prol do desenvolvimento sustentável (DS), que está fundamentado no
equilíbrio entre as dimensões econômica, social e ambiental (GRI, 2009).
Van Bellen (2006) destaca que, para alcançar o DS é necessário ser transparente perante
a sociedade, tornando mensuráveis os objetivos da organização. A posição do autor ratifica a
afirmação de Bell e Morse (2003) que uma das formas mais simples para avaliar o DS é ter o
controle do desempenho e performance da organização através de indicadores.
Os indicadores servem para mensurar e permitir análise dos dados, dos resultados e gerir
o desempenho, dar embasamento a análises críticas dos resultados obtidos e do processo de
tomada de decisão, contribuem para a melhoria contínua dos processos organizacionais,
facilitam o planejamento e o controle do desempenho e viabilizam análises comparativas do
desempenho da organização.
Assim, no contexto da organização, os indicadores de sustentabilidade são utilizados
para que a organização alinhe seu desempenho com as estratégias, mostrando detalhes
importantes sobre a gestão e valores, programas, projetos e ações da organização. Esses
indicadores foram planejados para permitir à empresa identificar caminhos possíveis para
aprimorar sua gestão e seus processos.
17
A gestão da sustentabilidade corporativa, tendo como aspectos econômico, social e
ambiental da gestão empresarial, controla e demonstra as ações das empresas quanto à
responsabilidade empresarial ao meio ambiente, em cumprimento aos indicadores padrões de
sustentabilidade ou desempenho sustentável em relação às expectativas das partes interessadas
(BHIMANI; SOONAWALLA, 2005).
Desta forma, as perspectivas e problemas que podem surgir de uma avaliação de
desempenho na sustentabilidade corporativa, podem ter níveis diferentes de avaliação de
indicadores de desempenho em relação ao ambiente externo (NEELY, 1993; BELL; MORSE,
1999). Entretanto, com o surgimento do conceito de DS, criou-se a necessidade de adaptar ou
criar novos indicadores, capazes de avaliar de forma integrada as três dimensões da
sustentabilidade nos aspectos econômico, social e ambiental.
Tal conceito, DS, estabelecido no Relatório Brundtland (WCED, 1987), é debatido no
mundo todo, em especial no que se refere à sua operacionalização e mensuração, contexto este
que justifica o estudo de indicadores, como ressaltam Parris e Kates (2003) e a Comission on
Sustainable Development (CSD) (2002).
Sustentabilidade empresarial é o termo mais usado para descrever o papel das empresas
no DS (BM&F BOVESPA, 2010). O princípio da sustentabilidade nas empresas, como
observado por Porter e Kramer (2006), aparece frequentemente invocando o Tripé da
Sustentabilidade, abordando os aspectos econômico, social e ambiental. Conceito este que
busca dar continuidade às atividades e crescimento da organização no mercado a partir de sua
viabilidade econômica, inseridos na coexistência harmônica com o meio ambiente e a
sociedade.
A introdução do conceito Tripé da Sustentabilidade, chamado Triple Bottom Line
(TBL), em uma empresa, pode demandar a necessidade de mudança da cultura da organização
e não apenas criar políticas e processos.
Segundo Elkington (1997), para analisar as várias perspectivas de acréscimo dos valores
econômicos, sociais e ambientais na organização, os indicadores de sustentabilidade tornaram-
se referência diante de especialistas e organizações na contribuição para sustentabilidade e o
aprofundamento das políticas empresariais ao longo de todas as decisões estratégicas.
Para Schaltegger e Wagner (2006) a avaliação do desempenho da sustentabilidade por
indicadores, requer definições de metas e critérios, passíveis de entendimento pelas empresas e
que estabeleçam informações, através de um sistema de relatório, que suporte o processo
decisório da empresa.
18
As definições de metas e critérios ambientais, conduzem as empresas a um processo de
gerar indicadores que avaliem o DS praticado pela organização em relação à sociedade e ao
meio ambiente. Nesse sentido, Keeble, Topiol e Berkeley (2002) argumentam que o
desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade para as empresas não é uma tarefa fácil.
Segundo os autores, o desenvolvimento de indicadores, exige um alto envolvimento dos
responsáveis pela criação destas métricas, fato este associado a condição das organizações
investirem recursos significativos para estabelecer indicadores de sustentabilidade úteis na
tomada das decisões.
Indicadores de sustentabilidade, representam “(...) uma ferramenta de medição
ambiental, com base em comparações. Os indicadores possibilitam identificar até que ponto os
objetivos de sustentabilidade são cumpridos pelas organizações” (RAGAS et al., 1995, p. 123).
Em um cenário empresarial em que as questões de sustentabilidade relativas a fatores
econômicos, sociais e ambientais, se tornam cada vez mais importantes para garantir a
longevidade e saúde das organizações, por exemplo, o Balanced Scorecard (BSC) é utilizado
de forma ampla e crescente pelas empresas, que necessitam de controles através de indicadores,
para monitorar e orientar as tomadas de decisões em seus negócios em favor ao DS.
A publicação do desempenho sustentável de uma empresa busca informar à sociedade
como a sua gestão está sendo realizada. Nesse sentido, a sociedade deve ter condições de avaliar
as informações prestadas, bem como comparar o desempenho de diferentes empresas. Condição
esta, que favorece a adoção de indicadores comuns às diferentes empresas.
Várias propostas de indicadores foram apresentadas para as empresas, e para a sociedade
em geral, com a finalidade de se estabelecer um padrão de referência. Dentre os padrões
existentes, é possível destacar os relatórios do Global Reporting Initiative (GRI), os indicadores
do Instituto Ethos e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), entre outros.
A adequação de se utilizar os indicadores propostos pelo GRI, Ethos e ISE depende de
cada empresa, que pode utilizar todos os indicadores sugeridos ou apenas parte deles. A
utilização dos indicadores propostos pelos relatórios é objeto de várias pesquisas já publicadas.
Em seguida, apresenta-se algumas pesquisas realizadas por autores que tratam sobre
indicadores de desempenho da sustentabilidade socioambiental empresarial.
A pesquisa desenvolvida por Silva, Selig e Van Bellen (2014) analisou os indicadores
de sustentabilidade contidos em 32 processos de Avaliação Ambiental Estratégica (AAE),
produzidos no Brasil entre 1997 e 2011. Portanto, a AAE é considerada como uma ferramenta
que visa apoiar a tomada de decisão ao inserir considerações de sustentabilidade durante a
19
formulação de políticas, planos e programas e ao antever as consequências que tais instrumentos
podem determinar sobre o contexto ambiental, social, econômico e institucional. Os dados
obtidos pelos pesquisadores apontam que os relatórios apresentam falhas na abordagem dos
indicadores de sustentabilidade. Os autores destacam a descrição insuficiente do processo de
seleção dos indicadores, a ausência das referências dos critérios de seleção adotados e a
utilização dos indicadores de forma deficiente e vaga, como as principais deficiências dos
relatórios. No entanto, o estudo identificou nos relatórios o emprego de boas práticas que
podem melhorar a gestão dos indicadores em futuros processos.
O estudo de Schwach et al. (2014) investiga a existência dos indicadores de DS em
instituições financeiras, e a respectiva aderência destes aos modelos de indicadores propostos
pelo GRI. A pesquisa analisa seis empresas do setor bancário, sendo três nacionais e três
multinacionais. Os autores identificaram uma grande diversidade de indicadores de
sustentabilidade utilizados pelas instituições financeiras, no entanto com um baixo índice de
aderência aos indicadores no modelo GRI.
Lugoboni et al. (2013) desenvolveram pesquisa que abarcou as cinco maiores empresas
do segmento de papel e celulose. Os resultados obtidos indicam uma maior utilização dos
indicadores propostos pelo relatório do GRI, e uma redução na divulgação no Balanço Social
utilizando o Modelo IBASE. A análise dos autores incorpora o período de 2008 a 2011.
Segundo Elkington (1997), a análise de indicadores de sustentabilidade se insere dentro
de um amplo contexto organizacional e se materializam em um importante componente da GC,
pois as informações referentes aos aspectos relacionados ao desempenho sustentável devem ser
apresentadas nos Relatórios de Sustentabilidade. Relatórios estes, que devem ser divulgados
pela organização com uma periodicidade definida, apresentando resultados de uma política
clara de comunicação e de relacionamento com os stakeholders, além das informações
econômico-financeiras e das demais exigidas por lei. A premissa é que a divulgação seja
completa, objetiva, tempestiva e igualitária (IBGC, 2009).
As empresas com responsabilidade social e ambiental começam a exigir que seus
fornecedores e parceiros de negócios, possuam comportamento similar, e apresentem ações que
eliminem e reduzam os níveis de agressão ao meio ambiente. Assim, através deste movimento,
diversas organizações independentemente de sua estrutura, e preocupadas com a sua imagem
no âmbito nacional e internacional, são levadas a reflexão sobre o seu processo de produção.
Neste contexto emerge a relevância e a justificativa desta pesquisa, apresentados na
próxima seção.
20
1.1 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO
Os indicadores de sustentabilidade nas empresas se inserem dentro do contexto da GC,
e nesta condição assumem um importante papel da determinação da continuidade das atividades
desempenhadas. Estudos que abarquem os indicadores de sustentabilidade posicionam-se assim
como um importante elemento para a compreensão do desempenho das organizações.
Este estudo apresentou na seção anterior, pesquisas desenvolvidas para estabelecer
melhor entendimento dos indicadores de sustentabilidade utilizados pelas empresas. No
entanto, eles representam uma pequena parcela das pesquisas desenvolvidas na área.
O entendimento pelas análises dos indicadores de sustentabilidade utilizados pelas
empresas se materializa em uma atividade dinâmica, pois o processo de gestão das empresas
pode propor a inadequação de indicadores atuais e demandar a necessidade de novos
indicadores, que melhor orientem as ações a serem realizadas. Desta forma, pesquisas que
envolvam os indicadores de sustentabilidade, bem como o êxito da gestão das empresas em
atingir as metas propostas, se constituem em importante informação para a sociedade, que
poderá distinguir como a empresa está se comportando, economicamente, socialmente e
ambientalmente.
Dentro do conjunto da sociedade se estabelecem grupos sociais que se posicionam como
acionistas das empresas, e nestas condições podem desenvolver maior atenção para o
desempenho de empresas que se materializam, como de interesse, para realizar seus
investimentos. E nesta condição, é possível inferir que estes grupos possuem certos interesses
em interpretar como uma empresa se posiciona em relação ao setor em que atua, e ainda como
um determinado setor se posiciona dentro da economia de forma geral.
Destaca-se ainda que muitas empresas praticam ações de benchmarking para identificar
e adotar práticas que outras empresas estão utilizando para melhorar o processo de gestão. Neste
contexto, estudos que apresentem padrões do mercado, se posicionam como importante
componente para análise e tomada de decisão.
Os indicadores de sustentabilidade abordam os temas relacionados ao econômico, ao
social e ao ambiental. Estes elementos possuem importância tanto na análise individual, como
nas interações que possuem. Frente a diversidade de assuntos e a extensão dos relatórios
apresentados pelas organizações, o presente estudo estabelece como foco de atenção a
componente ambiental para análise, respeitando as interações existentes com as variáveis
21
econômicas e sociais. Nesta proposição, a pesquisa investiga em maior profundidade a questão
ambiental nos relatórios apresentados pelas empresas.
Assim, na contextura de entendimento do conhecimento da sustentabilidade ambiental,
emerge a questão deste estudo: Quais são os indicadores comuns da dimensão de
sustentabilidade socioambiental apresentados em relatórios de sustentabilidade das empresas
que praticam GC, que possibilitem o entendimento, a comparação e a avaliação das dimensões
econômica, social e ambiental da sustentabilidade?
Para atender a esta questão de pesquisa, o estudo estabelece um objetivo principal
apoiado por objetivos específicos, como apresentado na abordagem do tema nas seções que se
seguem.
1.2 OBJETIVO DA PESQUISA
O propósito deste estudo é identificar indicadores econômicos, sociais e ambientais
similares de desempenho sustentável utilizados pelas organizações que apresentam as boas
práticas da GC. Esses indicadores são apresentados em um modelo que as empresas devem
seguir, como forma de padronizar as informações declaradas para que todos os envolvidos
diretamente ou indiretamente, possam entender o desempenho da organização no mercado em
que participam. Os indicadores são apresentados nos relatórios de sustentabilidade, e
disponibilizados para sociedade em seus websites e em muitos casos, também de forma
impressa.
Este estudo se amplia na busca de indicadores de sustentabilidade econômico, social e
ambiental conforme padrão publicado pelo GRI, disponíveis nos relatórios de sustentabilidade
e/ou anuais das empresas do Setor Industrial que praticam as boas práticas de GC.
A busca pelo cumprimento desse objetivo se apoiou inicialmente na construção de um
banco de dados com as informações das empresas, publicadas pela Instituição Valor Econômico
no anuário Grandes Grupos Econômicos, e também na construção de bases com indicadores de
sustentabilidade obtidos através dos relatórios publicados nos websites das empresas. Frente a
possibilidade das empresas interromperem a publicação dos relatórios de desempenho, a
pesquisa utilizou sempre o último relatório disponibilizado. No entanto, com o intuito de
possibilitar a melhor comparação do desempenho entre as empresas empreendeu-se esforços
para a obtenção dos relatórios referentes aos anos 2013 e 2014.
22
Defende-se neste trabalho, a ideia de que as empresas divulgam seus dados em relação
a suas ações com os princípios da sustentabilidade através de indicadores que sejam passíveis
de comparação. No entanto, os indicadores usados devem ser apropriados e padronizados, para
que se possa fazer uma melhor avaliação possível sob as práticas empresariais segundo os
preceitos do DS.
Para o atendimento do objetivo estabelecido a pesquisa se apoiou nos seguintes
objetivos específicos.
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
O objetivo geral desta pesquisa se apoia nos seguintes objetivos específicos:
a) identificar empresas que possuem GC e apresentam relatórios de desempenho
sustentável;
b) identificar empresas que publicam o relatório de sustentabilidade e se posicionam
com destaque no setor Industrial;
c) identificar os indicadores de sustentabilidade ambiental mais utilizados pelas
empresas do setor industrial.
Frente aos objetivos propostos por esta investigação se estabelece o pressuposto, que as
empresas de um mesmo setor apresentem um núcleo restrito de indicadores comuns voltados a
dimensão econômica, social e ambiental da sustentabilidade. Este pressuposto possibilita,
portanto, delinear o núcleo deste estudo e responder à questão de pesquisa apresentada.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho se estrutura em seis capítulos, incluindo esta introdução que apresenta a
questão de pesquisa, o objetivo geral, o pressuposto da pesquisa, a justificativa e a estrutura de
pesquisa. Esta introdução foi estruturada de forma a incorporar importantes conceitos teóricos
aplicáveis ao desenvolvimento da pesquisa. Alguns destes conceitos são resgatados
posteriormente na discussão dos dados.
23
O segundo capítulo contempla os principais conceitos e teorias pertinentes ao constructo
deste estudo. Inicialmente ocorre a caracterização da pesquisa do conhecimento frente às teorias
adotadas na GC, Sustentabilidade e Indicadores de desempenho sustentáveis, como o conceito
TBL. Item este caracterizado por uma medida de desempenho que inclui, além do desempenho
econômico, a performance social e ambiental. Na sequência apresenta-se a proposta de autores
que discutem as informações e dimensões dos indicadores de sustentabilidade ambiental
utilizados nas empresas.
Neste capítulo também são analisados os indicadores, índices e teorias que segundo
avaliação de autores citados neste estudo, apresentam os relacionamentos e os argumentos da
pesquisa.
O terceiro capítulo apresenta os procedimentos metodológicos, com questões
relacionadas à estratégia de pesquisa, identificando critérios para a seleção das empresas no
levantamento e métodos adequados para a coleta das informações, tratamento e a análise dos
dados.
O quarto capítulo está estruturado com os resultados da pesquisa, apresentado os dados
obtidos de acordo com as técnicas propostas nos procedimentos metodológicos e que se propõe
a responder os objetivos estabelecidos.
O quinto capítulo detalha a discussão dos dados, de acordo o referencial teórico
levantado para essa dissertação.
O último capítulo destina-se a apresentar as conclusões alcançadas de acordo com a
pesquisa realizada.
24
2. REVISÃO DA LITERATURA
A Sustentabilidade socioambiental no cerne da GC tornou-se um tema de interesse das
organizações e da academia. Preocupações com a preservação ambiental e ações de
conscientização são temas assíduos nas mais diversas áreas de estudo.
Com a preocupação da sustentabilidade do planeta pela sociedade, a questão passou a
fazer parte das estratégias empresariais, inserida nas posturas proativas e ações que asseguram
a vantagem competitiva das empresas na agregação de valor para os acionistas (CORAL, 2002;
LEFF, 2003; HART; MILSTEIN, 2004).
No contexto competitivo, as empresas utilizam o termo sustentabilidade com o intuito
de apresentar seu comprometimento com uma estrutura social moderna, principalmente no que
diz respeito ao meio ambiente, a questões sociais e a programas que apoiem o DS (NOGUEIRA;
GIACCHETTI; MONKEN, 2013).
O DS pode ser definido de acordo com a performance de uma empresa em todas as
dimensões de negócios, através de um modelo de controle e gestão que possibilite uma ligação
entre as gestões ambiental e social, integrado com as informações econômicas da empresa
(KEEBLE; TOPIOL; BERKELEY, 2002; EPSTEIN; ROY, 2003).
Sachs (1993), na busca do entendimento da amplitude da sustentabilidade, identificou
dimensões de característica sustentáveis e divididas por classes social, econômica, ecológica,
espacial e cultural. Assim, autores como Hardi (1997), Veleva e Ellenbecker (2001), CSD
(2002), Parris e Kates (2003), Becker (2004) e Labuschagne et al. (2005), entre outros,
advertem quanto a necessidade de integração das decisões econômica, social e ambiental, de
forma que possam ser mensuradas por indicadores, possibilitando a compreensão adequada por
parte de todos os stakeholders, contribuindo com a gestão da sustentabilidade empresarial.
Uma das estratégias utilizadas para o planejamento, implantação e controle da
sustentabilidade organizacional é a mensuração por meio do monitoramento de indicadores que
evidenciam evoluções ou involuções, fornecendo fundamentação para a tomada de decisão.
Assim, as empresas concedem, cada vez mais, atenção à mensuração da sustentabilidade.
Entretanto, toda a estrutura empresarial também se atenta para as mudanças que estão
ocorrendo, incorporando condutas voltadas para as preocupações com o meio ambiente. Assim,
torna-se essencial compreender a existência de um contexto em que a organização está ligada à
administração da sustentabilidade (FIGGE et al., 2002).
No contexto estratégico ambiental citado por Porter (1987), as empresas que se
preocupam em compreender os aspectos da sustentabilidade, sabem que a única forma de
25
alcançar o progresso necessário com relação ao TBL é concentrar-se no desempenho de toda a
cadeia de valor. Este modelo desenvolvido e popularizado por Michael Porter, analisa as
operações e os relacionamentos de uma empresa como uma fonte de vantagem competitiva
(ELKINGTON, 2012).
O termo sustentabilidade baseado nos três pilares ou TBL, abrange os aspectos
econômico, social e ambiental. Assim, a proposição deste conceito possibilitou às organizações
o entendimento da sustentabilidade como inovação e geração de valor, e não como um fator de
aumento de custo (ELKINGTON, 1997).
As práticas do TBL revelam que a implementação desse conceito nas organizações
atuais ou a sua adaptação pode gerar vantagem competitiva entre os espaços e disputas no
mercado. Porém, essas práticas, já fazem parte das estratégias empresariais e, por isso, torna-se
essencial compreender a existência de um contexto em que a estratégia empresarial fique ligada
à administração da sustentabilidade (FIGGE et al., 2002).
Neste contexto é possível ponderar que uma empresa considerada estrategicamente
sustentável é aquela que procura considerar em suas ações, as dimensões econômica, social e
ambiental. A empresa continua visando o lucro, que é o seu objetivo primordial, mas passa a
considerar o impacto de suas atividades no meio ambiente procurando amenizá-lo de maneira
eficiente.
Portanto, as empresas e seus comitês, para terem uma melhor administração, terão de
pensar em termos relacionados ao TBL, constituído pela Eficiência Econômica, Equidade
Social e Preservação Ambiental. Diante deste contexto, agentes de governança, que prestam
contas de sua atuação e assumem consequências de seus atos e omissões, devem zelar pela
sustentabilidade das empresas, sempre visando a sua longevidade, incorporando considerações
dos aspectos social e ambiental na definição dos negócios e operações.
Dentre os principais fatores, que influenciam o engajamento das empresas em relação à
nova economia, destacam-se a existência da organização no mercado nacional e internacional,
a obtenção de vantagem competitiva frente a seus concorrentes e a melhoria de sua imagem em
relação à transparência das informações, os quais podem ser alcançados, caso a empresa atue
como uma organização que respeita o meio ambiente. Assim, as empresas precisam expandir
sua estratégia, seja pela conquista de uma boa imagem corporativa ou pela própria
sobrevivência (CNI, 2011).
Uma adequada transparência é investir na boa imagem, pois traz benefícios para
empresas e um clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações externas da empresa.
26
Estas, não devem restringir-se apenas ao desempenho econômico-financeiro, mas contemplar
também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam ações gerenciais e que
conduzem a criação de valor (IBGC, 2009).
Diante do cenário da sustentabilidade empresarial, uma série de fatores vem
contribuindo para a adesão das empresas as boas práticas de GC. Andrade e Rossetti (2006)
destacam que a motivação para o alcance de determinado objetivo baseia-se na expectativa do
retorno ou benefício que ele é capaz de gerar. Seguindo esse raciocínio, ao adotar um bom
sistema de GC, a empresa passa a ter um objetivo específico ou um fator motivador. Assim, um
dos fatores motivadores da adoção de boas práticas de GC é a expectativa de que o retorno ou
os benefícios auferidos sejam superiores ao custo de sua implementação.
2.1. GOVERNANÇA CORPORATIVA
A GC atua no processo decisório na Alta Administração e com os relacionamentos entre
os principais atores dentro das organizações empresariais, notadamente executivos,
conselheiros e acionistas. Define-se o tema GC em um conjunto de mecanismos que fazem com
que as decisões corporativas sejam sempre tomadas com a finalidade de maximizar a geração
de valor de longo prazo para o negócio (SILVEIRA, 2010).
Entretanto, toda discussão sobre GC parte da hipótese de que o tema pode afetar o
desempenho das companhias. Por um lado, presume-se que a adoção de práticas recomendadas
por agentes de mercado impacta positivamente o desempenho empresarial, via tomada de
melhores decisões de negócio, controles mais adequados e/ou diminuição no custo de capital.
Em outro extremo, argumenta-se que companhias com as boas práticas de governança estão
sujeitas a maiores custos decorrentes dos inerentes conflitos de interesse e vieses na alta gestão,
conduzindo em última instância à destruição do seu patrimônio empresarial (SILVEIRA, 2010).
Uma das características da GC que define as empresas modernas é a separação entre
propriedade e gestão. Por tanto, os indivíduos que têm capacidade para gerir negócios não são,
necessariamente, aqueles que possuem os recursos para implementá-los. Nesse contexto, as
empresas, administradas pelos gestores, estão interessadas em captar recursos dos acionistas.
Entretanto, para que um contrato de investimento seja celebrado, será necessário o
estabelecimento de um preço justo estipulado com base em diferentes tipos de informações
sobre as empresas.
27
Segundo John Galbraith (2004), as empresas modernas que detém o poder real não são
os donos do capital, mas, sim, os administradores. Nesse cenário, embora “(...) o gestor deva
contar a verdade, não há como forçá-lo a contar toda a verdade” (SHIN, 2003, p. 105).
Só é possível avaliar a qualidade das boas práticas de GC de uma organização quando
seu propósito é transparente e questões fundamentais precedem a discussão sobre GC. Segundo
Silveira (2010), para responder a questões relacionadas a GC, apresenta-se a teoria da
maximização da riqueza dos acionistas, que defende que as decisões sejam tomadas visando
maximizar o valor das empresas, e a teoria de equilíbrio dos interesses dos stakeholders, que
defende que as decisões sejam tomadas visando equilibrar e satisfazer os interesses de todos os
públicos envolvidos com a companhia.
Esse argumento é corroborado pela maioria dos livros de administração financeira,
conforme Brealey e Myers (2000), que afirmam que o administrador financeiro deve agir em
interesse dos proprietários, que têm por objetivo maximizar a sua própria riqueza. Um
argumento simples, exposto por Sundaram e Inkpen (2001), é que nos últimos 150 anos, essa
abordagem tem sido a predominante, período em que nenhuma outra se mostrou mais eficiente.
A teoria de Equilíbrio dos interesses dos stakeholders segundo Freeman e Mcvea
(2000), defende que a primeira aparição do termo stakeholder no campo da Administração deu-
se em um memorando interno do Instituto de Pesquisa de Stanford, em 1963. A ideia no início
era designar todos os grupos sem os quais a empresa deixaria de existir. Nessa lista estariam,
os acionistas, clientes, fornecedores, empregados, credores e a sociedade. Assim, os gestores
deveriam entender as preocupações e interesses dos stakeholders para desenvolver objetivos a
serem apoiados por eles.
Para explicar e analisar a GC, muitas teorias evoluíram de forma ligeiramente diferente,
usando terminologias a partir de perspectivas, como por exemplo, a Teoria da Agência que
surge a partir das áreas de finanças e economia, enquanto a Teoria dos Custos de Transação
decorre da economia, Teoria da Organização, Teoria dos Stakeholders, Teoria da Mordomia,
entre outras.
Assim, como a Teoria da Firma, que segundo Williamson (1985), a empresa é vista
como um conjunto de contratos, onde cada participante envolvido com trabalho, capital, bens e
outros, recebem em troca benefícios como salários, dividendos e dinheiro. Para Fama (1980), a
firma é um grupo de membros que agem de acordo com seus próprios interesses, mas que estão
cientes de que seus destinos dependem da sobrevivência da empresa.
28
Nesse cenário de interesses, quando um investidor, o principal, estabelece um contrato
com um gestor, o agente, para realizar um serviço de administração da companhia com a
autoridade para tomar decisões, tem-se um relacionamento de agência (JENSEN; MECKLING,
1976). Com este conceito, o investidor é o dono da empresa, pois fornece o capital de risco,
mas a administração dos recursos fica a cargo do gestor. O gestor da empresa tem a
responsabilidade de utilizar, eficientemente, e de maneira rentável, os recursos da companhia
(FASB, 1978).
Na prática, como os contratos entre gestores e provedores de capital são incompletos,
não é possível especificarem todas as ações a serem tomadas em razão da incerteza acerca do
futuro, tendo os gestores, privilégios nas informações da empresa, proporcionando um
comportamento oportunista, o qual dá-se o nome de conflito de agência.
É possível inferir que o papel das empresas na sociedade tem recebido uma atenção
crescente ao longo do tempo, gerando impactos sobre os trabalhadores, o meio ambiente,
comunidades locais, bem como os seus acionistas, tornando-se o foco de debates nos mais
diferentes arranjos sociais. Entretanto, a base para a teoria dos stakeholders é que as empresas
são tão grandes, e seu impacto na sociedade é tão difundido que elas devem cumprir uma
prestação de contas para muitos mais setores da sociedade do que unicamente aos seus
acionistas. Não são apenas as partes interessadas afetadas pelas empresas, mas também todos
que direta ou indiretamente possuam relações ou são afetados pela operação das empresas.
A Teoria dos Stakeholders desenvolveu-se gradualmente desde a década de 1970. Uma
das primeiras exposições sobre a teoria dos stakeholders, redigida na disciplina de gestão, foi
apresentado por Freeman (1984), que propôs uma teoria geral da empresa, incorporando a
prestação de contas para uma ampla gama de partes interessadas. Assim, Freeman (1984, p. 46)
definiu o termo stakeholder “(...) como qualquer grupo ou indivíduo que afeta ou é afetado pelo
alcance dos objetivos da empresa”.
Embora ainda existam diferenças entre vários marcos teóricos, é possível identificar que
eles compartilham semelhanças significativas. Além disso, esses marcos também se sobrepõem
teoricamente.
Os Códigos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (2009),
International Corporate Governance Network (ICGN) (2009), Organisation for Economic Co-
Operation and Development (OECD) (2004), além dos códigos de GC Alemão e Francês,
recomendam que a companhia seja amplamente transparente e que sejam prestadas aos
stakeholders as informações em relação a todos os aspectos relativos à remuneração, estrutura
29
societária, métricas de desempenho, gestão de riscos e boas práticas, além das que são
obrigatórias por lei. Deve-se assegurar que essa comunicação seja feita com clareza e
prevalecendo a substância sobre a forma.
Segundo Tricker (1984), o propósito da governança não está relacionado apenas com a
operação do negócio, mas também em fornecer o direcionamento geral do empreendimento,
com controles e monitoramentos das ações dos gestores, com a satisfação de expectativas
quanto à prestação de contas e regulação dos interesses que vão além dos limites das empresas.
No contexto das boas práticas aplicadas pela GC em prol da sustentabilidade, a
transparência das informações (financeiras e não financeiras), de acordo com IBGC (2009), é
imperativo destacar em todos os documentos, a importância dos executivos divulgarem de
forma clara, para todos os acionistas indistintamente, a posição corrente da companhia e
perspectivas de futuro, incluindo potenciais passivos e direcionamento estratégico (SILVEIRA,
2010).
2.2. GOVERNANÇA CORPORATIVA E SUSTENTABILIDADE
A conexão entre GC e Sustentabilidade fica evidente quando os princípios de
transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade corporativa, norteiam as boas
práticas de governança (IBGC, 2009). Através de boas práticas de GC é que uma companhia
consegue ter credibilidade, atrair capital e se diferenciar no mercado (FERREIRA, 2004).
Conforme a publicação, em 1987, do relatório Brundtland, a GC e a Sustentabilidade
são termos que ganham cada vez mais notoriedade, num mundo em que as expectativas da
sociedade em relação à adoção de boas práticas pelas empresas apresentam uma crescente
evolução para o DS.
A sustentabilidade corporativa é interpretada como uma estratégia empresarial que gera
uma vantagem competitiva a partir da busca de melhores resultados sociais e ambientais. Neste
cenário, as empresas estão procurando inserir o tripé da sustentabilidade na estratégia e na
gestão de seus negócios, e portanto surgem modelos de negócios que visam o equilíbrio entre
o capital natural e o humano (BM&F BOVESPA, 2010).
Assim, surge um conceito novo de empresas orientadas para práticas de
sustentabilidade, cuja principal característica é o esforço para reduzir os impactos sociais e
ambientais, através de adaptação de seus processos, seus produtos e de suas estruturas
organizacionais, tendo em conta as atitudes de diferentes atores para realizar negócios por meio
de atividades que respeitem e não impactem o meio ambiente (SCHALTEGGER et al., 2003).
30
Elkington (2012) afirma que os fatores que influenciam e integram a GC com a
Sustentabilidade estão considerados desde as tradições da GC, com foco na gestão empresarial
e na prestação de contas dos administradores para os proprietários, até em modelos
recentemente introduzidos nas organizações que defendem a transparência das informações.
Alves (2001), diz que o papel da empresa na sociedade não se restringe somente a
produção de bens ou prestação de serviços, assim como não se limita à maximização do lucro
para os acionistas, porém consiste na geração de riqueza em um sentido mais amplo, que pode-
se estender além da maximização do lucro, em benefício para acionistas ou credores, para
geração e manutenção de empregos e para o desenvolvimento de infraestrutura de pesquisa,
desenvolvimento e comunicações. Neste contexto, a geração da riqueza começa também a
incorporar, a preservação dos recursos naturais não renováveis, a promoção de direitos do
trabalhador e a proteção dos interesses do consumidor.
Gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais simultaneamente e de forma
equilibrada não seria contraditório, mas uma resposta às demandas sociais e da transformação
do capitalismo (ELKINGTON, 1997). Um pensamento este, muito próximo dos conceitos de
GC como uma obrigação imposta dos acionistas com relação as responsabilidades sociais da
empresa, de seus conselheiros e de seus diretores quanto a adoção de determinados princípios
éticos de conduta.
Dessa forma, haveria uma causalidade em que investimentos de sustentabilidade
empresarial, gerariam a possibilidade para as empresas desenvolverem melhores projetos no
futuro, os quais estariam sendo refletidos nos preços das ações, criando uma possibilidade de
retornos superiores frente a competidores menos sustentáveis (NOSSA et al., 2009).
Os mecanismos de GC são fundamentais na questão das boas práticas para balancear
resultados econômico, social e ambiental, envolvendo o enfrentamento de dilemas e a tomada
de decisão no longo e curto prazo. É importante que a empresa crie uma estrutura de governança
para a sustentabilidade, que deve abranger os diversos níveis organizacionais (BM&F
BOVESPA, 2010).
Nos estudos por Jensen e Meckling (1976) e Jensen (2001), os gastos com
sustentabilidade empresarial são considerados de forma ampla, de forma semelhante ao
tratamento dado ao conflito de agência. Neste cenário, seria necessário incorrer em custos
adicionais em proteção ambiental, em relação com a comunidade, na qualidade de vida, ao
atendimento de princípios éticos elevados por empregados, nos fornecedores e clientes,
evitando custos econômicos derivados de possíveis desastres ambientais.
31
Outro ponto de vista para análise seria considerar um possível conflito de interesse na
decisão de realizar estes gastos. Tais gastos ou investimentos socioambientais, obrigatórios ou
voluntários, poderiam ser mediados ao se avaliar quanto estes evitariam perdas futuras mais
significativas (LOPEZ; GARCIA; RODRIGUEZ, 2007).
O conflito de interesse na organização, é especialmente preocupante porque o papel de
um comitê de diretores é, por definição, fortemente desafiador (ELKINGTON, 2012). De
acordo com observações de Bob Garratt (1996), os comitês devem, entre outros aspectos,
equilibrar o longo e o curto prazo, ser empreendedor e prudente, ter um dedo no pulso e ter uma
visão racional, agindo com responsabilidade perante os stakeholders enquanto desenvolvem a
empresa comercialmente.
Nesta linha, os pilares econômico, social e ambiental relacionados a sustentabilidade
socioambiental, significam que “(...) os comitês de sucesso precisarão testar continuamente suas
prioridades e desempenho a fim de verificar se elas estão caminhando juntas. O desafio para os
governos nacionais e agências internacionais será avaliar os sistemas de governança das
empresas que os ajudam – e não que os atrapalham – nessa tarefa” (ELKINGTON, 2012, p.
350).
A agenda da sustentabilidade impõe às empresas que aceitem as visões dos stakeholders
mais importantes e integrem a filosofia do TBL em todos os aspectos do negócio da empresa.
Assim, as questões relevantes serão debatidas pelo comitê, que os indicadores apropriados serão
atendidos, que o desempenho será monitorado e que as ações corretivas serão tomadas para o
desempenho e interesses da empresa (ELKINGTON, 2012).
Elkington (1997) considera numa segunda linha de estudos, que os gastos com
sustentabilidade empresarial seriam na realidade investimentos que permitiriam um retorno
maior ao acionista enquanto atende os demais stakeholders ao evitar riscos essenciais da
natureza do negócio de cada empresa, fortalecer a marca perante consumidores cada vez mais
sensíveis a questões ambientais e de ética empresarial.
Outro exemplo é o Índice de Governança Corporativa (IGC), criado para medir o
desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que aderiram a um novo
mercado e segmentos diferenciados. Segundo a BM&F (2009), são segmentos de listagem
destinados à negociação de ações de empresas que se comprometem com a adoção das boas
práticas de GC em relação a transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade
corporativa. Essas práticas ajudam a fiscalizar os atos da administração da companhia e a
32
adoção de regras societárias que equilibram os direitos de todos os acionistas, reduzindo as
incertezas no processo de avaliação e o risco para os investidores e para a sociedade em geral.
Segundo Silveira (2010), é comum a associação entre os temas GC e Responsabilidade
Social, incluindo sua vertente denominada “Sustentabilidade Empresarial”. Assim, muitos
investidores e analistas destacam cada vez mais o Environmental, Social and Governance
(ESG) como um parâmetro a ser utilizado na análise das empresas. Entretanto, tal abordagem
são temas tão próximos e interconectados, que em primeiro lugar, os proponentes do conceito
da Responsabilidade Social Empresarial (RSE) geralmente partem da premissa de que não é
suficiente para uma empresa apenas cumprir suas obrigações contratuais com as partes
interessadas, seguir as leis, fornecer bons produtos e serviços e gerar lucro. Essas empresas
precisam adicionalmente investir em ações de responsabilidade social.
Para inúmeras definições na vertente da RSE, denominada “Sustentabilidade
Empresarial”, ganhou maior espaço nos últimos anos em função da discussão sobre o
aquecimento global. De acordo com essa visão, as companhias deveriam procurar neutralizar
os impactos ao meio ambiente com suas emissões de carbono e todos outros impactos
ambientais decorrentes de suas operações (SILVEIRA, 2010).
Os defensores da RSE argumentam que as empresas conscientes deveriam não apenas
perseguir resultados financeiros, mas também resultados sociais e ambientais com a mesma
intensidade. Em outras palavras, deveriam não apenas criar valor econômico, mas sim uma
linha de resultados tripla, denominada TBL, abrangendo o desempenho econômico, social e
ambiental.
2.3. TRIPLE BOTTOM LINE
O TBL é uma medida de desempenho que trata dos aspectos econômico, social e
ambiental que, influenciadas pelas intersecções dos aspectos econômico e ambiental, geram a
ecoeficiência, que é a representação da correta utilização dos equipamentos de produção,
aplicados à tecnologia, gerando a redução do impacto negativo ao meio ambiente, ou seja, a
diminuição dos custos ambientais (ELKINGTON, 2001).
De acordo com os aspectos econômico e social que geram a ética empresarial e a forma
como as empresas investem e se relacionam com a sociedade, o desempenho do TBL deveria
gerar nas organizações e na sociedade uma reflexão sobre a importância de considerar não
somente o aspecto econômico, mas a questão ambiental e social. Entretanto, esta reflexão
33
permanece ainda como um grande desafio no cenário atual, considerando um grande e possível
avanço na sociedade. A Figura 1 apresenta as intersecções entre os três aspectos do Tripé da
Sustentabilidade ou TBL.
Figura 1 – Triple Bottom Line
Fonte – adaptado de Elkington (1997)
O conceito TBL tornou-se conhecido entre as empresas e pesquisadores, como uma
ferramenta conceitual para interpretar as interações extra empresariais e especialmente para
ilustrar a importância de uma visão da sustentabilidade mais ampla, além de uma mera
sustentabilidade econômica. Emana assim, uma importante ferramenta utilizada para mensurar
a posição das empresas perante a sustentabilidade, que abrangem tanto pela ótica interna,
quando as organizações analisam a sua postura sustentável, com o objetivo de mantê-la ou
corrigi-la, quanto pela ótica externa, sob a análise dos diferentes stakeholders, mostrando a
necessidade e importância das três dimensões da sustentabilidade. Estas dimensões
classificadas como econômico, social e ambiental, que baseadas em uma visão mais ampla dos
compromissos sociais da empresa, orientam-se pela somatória de resultados desses pilares
sustentáveis, em equilíbrio e medidos a partir de métricas específicas, consensuais e verificáveis
(ELKINGTON, 1997).
Considerar essas dimensões torna-se então necessário não só para o gerenciamento e
monitoramento de riscos, mas também para o alinhamento com as partes interessadas e na
inovação em soluções sustentáveis, que são organizações centradas nos conceitos de
transparência e integridade.
Neste contexto, uma empresa sustentável calcularia suas operações de acordo com os
pilares econômico, social e ambiental da sustentabilidade. Assim, no Pilar Econômico o lucro
é representado pela maximização do valor da empresa, em seu termo mais simples, é o valor
34
total do seu ativo menos as suas obrigações (ELKINGTON, 2012). O Pilar Ambiental é o
equilíbrio sustentável entre Empresa e Meio Ambiente e o Pilar Social são os aspectos que
tratam da sociedade.
Os executivos se sentem mais desafiados nas questões ambientais do que nas questões
sociais, porque de certa forma este fato causa um maior impacto nos negócios do mercado à
medida que a agenda da sustentabilidade é definida pelos executivos (ELKINGTON, 2012).
Ainda segundo o autor, uma empresa supostamente sustentável avaliaria se ela é
ambientalmente sustentável de acordo com as suas operações e planejamentos que afetam
diretamente ou indiretamente o capital natural. Evitando assim, que o equilíbrio da natureza e
a sociedade sejam afetados de forma significativa pelas operações da organização.
Com um foco mais abrangente nas condições sociais e de trabalho, a agenda social
possivelmente terá uma história mais longa do que a agenda ambiental. (ELKINGTON, 2012).
Elkington recupera abordagem de Fukuyama (1995) para afirmar que, uma empresa
supostamente sustentável pensaria no capital social como “(...) uma capacidade que surge da
prevalência da confiança em uma sociedade em partes dela” (ELKINGTON, 2012, p. 124). Ela
é uma medida da “(...) capacidade de as pessoas trabalharem juntas, em grupos ou organizações,
para um objetivo comum” (ELKINGTON, 2012, p. 124).
Um dos benefícios centrais é a diminuição do atrito social. Por exemplo, Fukuyama
observa que:
Se as pessoas que trabalham juntas em um empreendimento confiam umas nas outras
porque elas estão de acordo com um conjunto comum de normas éticas, os negócios
custarão menos. Tal sociedade será mais capaz de inovar organizacionalmente, já que
o alto grau de confiança permitirá o surgimento de uma maior variedade de
relacionamento social (FUKUYAMA, 1995, apud ELKINGTON, 2012, p. 124).
Uma consideração importante no trabalho que a SustainAbility fez recentemente, é que
o DS é mais provável - e será lançado a um menor custo para as economias – em que existirem
nas sociedades altos níveis de confiança e outras formas de capital social. Isso depende dos
níveis e da igualdade de investimento em capital humano.
Elkington (2012, p. 124) apresenta a afirmação de Ismail Serageldin, vice-presidente do
Banco Mundial em DS ambiental, que o capital humano exige “(...) investimento em educação,
saúde e nutrição”. O desenvolvimento e divulgação das habilidades e treinamento necessários,
especialmente nas economias emergentes e nos países em desenvolvimento, necessitarão de
novas formas de parcerias público-privadas.
35
Uma característica comum a qualquer organização é obter o maior retorno possível
sobre o capital investido. Por tanto, utiliza-se de mecanismos disponíveis para estar à frente dos
concorrentes, obtendo maiores margens e fatias de mercado. No entanto, além dos importantes
fatores econômicos e estruturais, outros fatores começam a fazer parte da responsabilidade das
empresas, que são tratadas com as questões referentes ao meio ambiente natural e as questões
sociais.
As organizações podem contribuir para a sustentabilidade modificando seus processos
produtivos, quando aplicável, para se tornarem ecologicamente sustentáveis. Isto implica em
desenvolver sistemas de produção que não causem prejuízo e impactos negativos, e ainda
contribuam para a recuperação de áreas degradadas ou ofereçam produtos e serviços que
contribuam para a melhoria da performance ambiental dos consumidores e clientes de uma
indústria (CORAL, 2002).
A Tabela 1 apresenta as três dimensões da TBL distribuídas dentro de um agrupamento
por empresas que atuam nos estados do território brasileiro, essa amostragem possibilita um
entendimento da concentração dos impactos dos aspectos econômico, social e ambiental.
Estado Econômico Social Ambiental
Ceará 2 2 2
Distrito Federal 3 3 3
Espirito Santo 1 1 1
Minas Gerais 7 7 7
Mato Grosso 1 1 1
Paraná 5 5 5
Rio de Janeiro 14 14 14
Rio Grande do Sul 6 6 5
Santa Catarina 2 2 2
São Paulo 49 50 50
Total Geral 90 91 90
Tabela 1 – Triple Bottom Line por Estados
Fonte – dados elaborados com base nos relatórios de sustentabilidade das empresas
A Tabela 1 revela que as empresas distribuídas pelos estados do território nacional
apresentados que possuem foco de atenção semelhante para as variáveis: econômicas, sociais e
ambientais, ratificando assim uma posição de equivalência de atenção para estes diferentes
fatores do TBL.
Assim, percebe-se que as empresas estão passando a compreender que promover a
preservação do meio ambiente não é apenas cumprir as obrigações com os órgãos ambientais,
36
e sim, a questão ambiental no mundo empresarial como fatores de sobrevivência e
competitividade da empresa (ELKINGTON, 2012). A Figura 2 apresenta os três aspectos do
TBL, e suas características dentro do modelo de sustentabilidade empresarial.
Figura 2– Modelo de sustentabilidade empresarial
Fonte – Coral (2002, p. 129).
Quando uma organização é ecologicamente sustentável, ela atua de forma socialmente
responsável, atendendo os interesses dos stakeholders que são afetados diretamente ou
indiretamente por suas atividades.
Em um passado recente, os stakeholders mais importantes estavam interessados
somente na maximização do retorno para os acionistas. Dessa forma, as empresas apenas
prestavam contas aos proprietários e dificilmente tratavam dos objetivos sociais e ambientais
da organização (ELKINGTON, 2012).
Neste contexto segundo Elkington (2012, p. 214), “(...) se as empresas desejarem
satisfazer a crescente demanda de todos os grupos de stakeholders a fim de aprimorar os padrões
e o desempenho na linha dos três pilares, deverão aprender a conduzir o diálogo de forma
radicalmente nova”.
A Tabela 2 apresenta os indicadores de sustentabilidade empresarial por divisão pelos
aspectos econômico, social, ambiental e perfil e governança. Estes indicadores apresentam-se
no modelo GRI, por satisfazer de forma clara e transparente uma estrutura confiável para a
37
elaboração de relatórios de sustentabilidade. E que possa ser usada por organizações de todos
os tamanhos, setores e localidades (GRI, 2006).
Indicadores Econômico Social Ambiental Perfil e
Governança
Total Geral
EC - Econômico 9 9
EN - Ambiental 34 34
G4 - Governança 58 59
HR - Direitos Humanos 12 12
LA – Social / Trabalho 16 16
PR – Social / Produto 9 9
SO – Social / Sociedade 11 11
Total Geral 9 48 34 59 150
Tabela 2 – Tipos de Indicadores GRI
Fonte – dados elaborados pelo pesquisador com base nos relatórios de sustentabilidade
A análise da Tabela 2 possibilita identificar a quantidade de indicadores GRI existentes
nos relatórios de sustentabilidade que são divulgados pelas empresas, e que são divididos e
classificados em desempenho Econômico, Social, Ambiental e Perfil e Governança.
A gestão do desempenho de uma empresa em sustentabilidade requer um modelo ligado
à estratégia organizacional e que reporte ou faça a comunicação dessa sustentabilidade aos
stakeholders (SCHALTEGGER; WAGNER, 2006). Por tanto, na tentativa de facilitar a
convergência e padronização de abordagens de gestão da sustentabilidade corporativa,
Azapagic (2003) criou um modelo de sistema de gestão aplicável a qualquer indústria, servindo
como guia na definição de uma estratégia de sustentabilidade e de um plano de ação para tornar
as empresas mais sustentáveis.
Callado (2010) destaca que a sustentabilidade corporativa utiliza indicadores específicos
para cada uma das dimensões. Indicadores estes utilizados como parâmetro para avaliação de
melhorias do desempenho sustentável corporativo. Para Kardec, Flores e Seixas (2002)
indicadores correspondem a parâmetros capazes de medir a eficácia e a relação entre o
programado e o realizado, e destacam que sem a utilização de indicadores é muito remota a
possibilidade de realizar a avaliação do desempenho da corporação.
Neste contexto, para controlar a corporação, os gestores da Alta Administração utilizam
controles através de indicadores que identificam o posicionamento atual da empresa em seu
mercado, e mostram quais as melhores decisões à serem tomadas de acordo com base nas
informações que são interpretadas em valores ou números, criando visualizações e dashboards
38
que mostram seu posicionamento nos negócios. Portanto, à medida que os controles melhoram,
a operação vai se tornando mais estável, podendo reduzir a periodicidade das medições sem
perder a qualidade.
2.4. INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
Apesar da diversidade de definições existentes, é possível definir, de forma simplista,
indicador como uma medida ou instrumentos de gestão essenciais nas atividades de
monitoramento e avaliação das organizações. Eles servem para apontar um caminho, uma
direção, pois permitem acompanhar metas, melhorias de qualidade, avanços, mudanças,
identificação e correção dos problemas etc.
Para elaborar indicadores, alguns entendimentos são necessários para justificar as
estratégias, na elaboração de um planejamento, identificando os pontos fracos, fortes,
oportunidades e ameaças, servem para medir a performance e alcance das metas. Um indicador,
como o próprio nome diz, deve indicar um parâmetro que pode estar sujeito a uma ação
gerencial.
Não é suficiente apenas medir, mas é importante tratar da qualidade dos indicadores que
serão úteis para um planejamento futuro e gestão do dia-a-dia, que de acordo com o nível de
amadurecimento da organização, consequentemente traz melhoria da performance e
desempenho para a organização. Entretanto, os indicadores devem sofrer julgamentos, porque
existe a sazonalidade, sendo preciso entender as altas e baixas quedas dos valores referentes a
custo, tempo e outros controles que avaliam situações que demandem ações imediatas ou
dependendo da estratégia, ação a longo prazo.
Neste contexto, surgem os sistemas de indicadores que permitem avaliar as atuações
organizacionais nos aspectos econômico, social ou ambiental, adequando-se ao tipo de negócio,
ao tamanho da empresa e aos impactos advindos de suas operações.
Segundo Amaral (2005, p. 20), “(...) sistemas de indicadores são conjuntos de
indicadores que satisfazem princípios específicos aos aspectos econômico, social e ambiental”.
De acordo o tripé da sustentabilidade, TBL, os indicadores que se relacionam com essa teoria
são os indicadores de ecoeficiência, de desempenho ambiental, de desempenho econômico e de
desempenho social (GIACCHETTI; MONKEN, 2013).
Os indicadores de desempenho da sustentabilidade derivaram da Conferência da
Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) ou
Rio 92, em 1992. Surgiram a partir desta conferência estudos sobre a criação de indicadores
39
que fossem utilizados na mensuração da sustentabilidade. No passado, em meados de 1992 e
2000, os estudos dos indicadores econômico, social e ambiental eram isolados, ou seja, não
eram integrados. Neste evento, foi elaborado o texto da Agenda 21 que em conjunto de seus
artigos, descreve as ações e processos na integração do DS, em relação ao meio ambiente para
a tomada de decisões.
A Agenda 21 propõe um consenso mundial voltado para um compromisso político sobre
o desenvolvimento e a cooperação ambiental e leva em consideração os princípios da
Declaração do Rio (CNUMAD, 1992). De acordo com Monteiro, Castro e Prochnik (2003), a
Agenda 21 é de referência mundial na implantação de programas e políticas através de governos
das diversas esferas e corporações.
De acordo com Veiga (2010), a Agenda 21 alavancou a demanda por indicadores de
sustentabilidade propondo uma aceitação maior pela sociedade. Entretanto, Callado (2010)
acrescenta que foi a tentativa para direcionar o mundo aos novos padrões de desenvolvimento
do século XXI, alicerçado na coesão dos aspectos econômico, social e ambiental.
Na gestão das organizações, grande parte do atendimento aos preceitos da Agenda 21,
ocorre por meio da adoção de normas de gestão. Dentre estas normas pode-se destacar:
International Organization for Standardization (ISO) 26000, ISO 14001 (Gestão Ambiental),
Occupational Health and Assessment Series (OHSAS 18000), Social Acountability (SA 8000)
e AccountAbility (AA 1000), normativas utilizadas para a integração do sistema de gestão
ambiental com o desenvolvimento da corporação.
No Quadro 1 apresenta-se as características dos principais normativos de qualidade:
NORMAS CARACTERÍSTICAS
ISO 26000
(International
Organization for
Standardization)
Surge em 2005 para ser a primeira norma internacional de Responsabilidade Social
Empresarial;
Tem como objetivo traçar diretrizes para ajudar empresas de diferentes portes,
origens e localidades na implantação e desenvolvimento de políticas baseadas na
sustentabilidade;
A norma foi construída com a participação de diversos setores da sociedade;
A norma internacional tem a proposta de servir como um importante norte para as
corporações e não como uma certificadora;
Os sete princípios da ISO 26000 são: Responsabilidade, Transparência,
Comportamento Ético, Consideração pelas partes interessadas, Legalidade, Normas
Internacionais e Direitos Humanos.
ISO 14001
(International
Organization for
Standardization)
Desenvolvida em 1999, fixa condições para o gerenciamento de sistemas de gestão
ambiental;
Fornece ferramentas práticas para as empresas e organizações que buscam
identificar e controlar o seu impacto ambiental e melhorar constantemente o seu
desempenho ambiental;
Permite que a corporação estruture suas próprias metodologias de acordo com as
exigências da norma;
40
Orientam e padronizam a identificação dos aspectos ambientais significativos e a
elaboração de indicadores de desempenho.
OHSAS 18000
(Occupational
Health and Safety
Assessment Series)
Surgiu em 1996 através da norma inglesa BS 8800;
Intuição de realizar auditorias;
Certificar programas de gestão de meio ambiente, segurança e saúde;
Foi denominada de norma da segurança OHSAS 18001;
Seu objetivo é para que as corporações tenham uma referência padrão
internacionalmente válido, perante o risco do surgimento de passivos trabalhistas.
SA 8000
(Social
Acountability)
Desenvolver, manter e executar políticas e procedimentos com o objetivo de
gerenciar temas, os quais ela possa controlar ou influenciar;
Demonstrar para as partes interessadas que as políticas, procedimentos e práticas
estão em conformidade com os requisitos desta norma;
Os requisitos desta norma devem se aplicar universalmente em relação à localização
geográfica, setor da indústria e tamanho da empresa.
AA 1000
(AccountAbility) Lançada em 1999 pelo Institute of Social and Ethical Accountability (ISEA);
Surgiu como resposta à crescente geração de relatórios de sustentabilidade e à
necessidade de mecanismos que assegurassem sua confiabilidade;
É um ótimo instrumento de transparência e GC;
É fundamentada na aprendizagem e desempenho social, ético, ambiental e
econômico das empresas, além de apontar caminhos estratégicos para a
sustentabilidade;
Alguns dos benefícios são: alinhamento das atividades das empresas aos seus
valores, entendimento de como os stakeholders percebem os impactos inerentes ao
negócio, melhor gerenciamento de riscos e até mesmo vantagem competitiva, afinal,
fala-se de pessoas e partes interessadas que podem, simplesmente, inviabilizar um
negócio.
Quadro 1 – Normativos de qualidade
Fonte – PG&C (2015), ECOD (2015) e Administradores (2010)
A definição correta de indicadores deve obedecer algumas regras conforme normas que
apoiam a sustentabilidade na avaliação de desempenho ambiental, dizendo quais os indicadores
que devem ser selecionados e relacionados aos aspectos ambientais significativos a
organização.
Após a CNUMAD, foi realizada a Rio +10 ou Cúpula Mundial sobre DS, em 2002,
Joanesburgo, na África do Sul, dando origem a definição da sustentabilidade e o princípio de
TBL expressão creditada a Elkington (1997).
A Rio +10 é considerada a maior conferência mundial em Gestão Ambiental e DS, no
qual é pactuado o acordo dos países com maior grau de industrialização, utilização de recursos
naturais e geração de poluentes, devendo ter maiores responsabilidades pela ausência de
preservação global nas futuras gerações (ARAÚJO et al., 2006).
A criteriosa seleção, desenvolvimento e utilização de medidas de mensuração e
avaliação da sustentabilidade devem levar em consideração alguns princípios, tais como os
Princípios de Bellagio (BRUNVOLL et al., 2002). São princípios inter-relacionados, que
devem ser aplicados de forma conjunta e podem ser utilizados por empresas ou governos para
41
medir aspectos globalizados. São etapas do processo de desenvolvimento de indicadores com
o estabelecimento de metas viáveis, que foram criados por um grupo de especialistas com o
objetivo de sintetizar a percepção geral sobre os principais aspectos relacionados à avaliação
da sustentabilidade. Tal abordagem sugere a necessidade de definição do conteúdo e do
processo de avaliação, culminando com a necessidade de melhoria contínua do sistema
(BELLEN, 2005).
Amato Neto (2011) alerta sobre a importância de apoiar os indicadores de
sustentabilidade em informações seguras, evitando que certas tomadas decisões sejam baseadas
em indicadores inadequados ou errados. Esta definição deve fazer parte do processo da
empresa, e estes relacionados às características específicas do negócio.
Segundo Beaver e Bellof (2000), identificar e trabalhar com um único indicador, pode
não gerar uma avaliação completa, demandando a necessidade de agregar vários outros
indicadores que se complementem para gerar informações mais precisas.
Um conhecimento mais aprofundado de indicadores de sustentabilidade depende do
entendimento de como essas ferramentas são construídas. De acordo com Babbie (1989), os
indicadores são medidas compostas de variáveis e existem etapas específicas no
desenvolvimento dos indicadores.
Assim, para o desenvolvimento de indicadores é preciso estar atento a seleção dos itens,
avaliação de suas relações empíricas, combinação dos itens e validação do indicador. Segundo
o GRI (2009), o indicador é uma informação qualitativa ou quantitativa sobre resultados ou
consequências associadas à organização, comparável e que pode ser monitorada ao longo do
tempo.
Descobrir um único método, norma ou indicador, com objetivo de avaliar a
sustentabilidade organizacional (econômica, social e ambiental), faz necessário estabelecer
controles e ferramentas de análise para entender o impacto que cada atividade pode causar na
sociedade, assim, definir estruturas de controle eficazes que possam ser aplicadas e
reconhecidas pelas empresas-cliente e pela sociedade como determinantes da real avaliação de
uma empresa em um contexto global.
Entretanto, o uso de indicadores evidencia aos investidores e demais stakeholders quais
empresas estão comprometidas com a responsabilidade socioambiental. Essa tendência iniciou-
se em 1999, quando a Bolsa de Valores de Nova York apresentou o Dow Jones Sustainability
Index (DJSI). Em seguida, vieram o FTSE4good, em 2001, de Londres; o Socially Responsible
Index (SRI), de Johanesburgo, em 2002; e o ISE da BOVESPA, em 2005. Todos eles têm um
42
objetivo comum: servir de guia para que o investidor possa conhecer e escolher as empresas
que não apenas apresentam rentabilidade positiva e geram dividendos, mas que estão à frente
das demais em responsabilidade socioambiental.
As subseções que se seguem apresentam diferentes contextos, que inserem os
indicadores como um importante fator de integração da gestão com os stakeholders.
2.4.1. INDICADORES INTERNACIONAIS DE SUSTENTABILIDADE
A partir da década de 1990, diversos indicadores de sustentabilidade foram
desenvolvidos, testados, validados e utilizados por instituições internacionais e nacionais, como
mostram estudos de: Moldan e Billharz (1997); Meadows (1998); Hardi e Zdan (2000); Allenby
e Graedel (2002); Brunvoll, Hass e Hoie (2002); Deponti (2002); Hilson e Basu (2003); Becker
(2004); McCool e Stankey (2004) e Bellen (2005), entre outros, para aferirem a evolução do
DS. Alguns destes novos indicadores adicionaram as dimensões ambiental, cultural e espacial
aos tradicionais indicadores econômicos e sociais, auxiliando os tomadores de decisões a
avaliar os resultados e planejar programas públicos ou privados, dentro desta nova perspectiva.
Bellen (2005) identificou os indicadores Ecological Footprint, Dashboard of
Sustainability e Barometer of Sustainability como os principais indicadores internacionais de
sustentabilidade. Esses três indicadores buscam mensurar a sustentabilidade de um sistema que
contemple as três dimensões de sustentabilidade, podendo ser usados para comparar nações,
regiões ou áreas urbanas.
O Ecological Footprint desenvolvido por Wackernagel e Rees (1996) é um trabalho
pioneiro na elaboração de indicadores de sustentabilidade. O indicador considera que para
alcançar a sustentabilidade, um sistema precisa levar em consideração o tempo e a capacidade
de regeneração dos ecossistemas. Neste método é calculado a área necessária para manter uma
determinada população ou sistema econômico baseado em energia e recursos naturais, e a
capacidade de absorção de resíduos ou dejetos do sistema. Apesar das críticas, a grande
quantidade de informações que o método consegue manipular e as diversas aplicações do
indicador, o Ecological Footprint tornou-se uma das principais ferramentas de avaliação da
sustentabilidade em diversos países.
Em 1999, o Consultative Group on Sustainable Development Indicators, criado em
1996 para promover a cooperação entre instituições e indivíduos que trabalham com
indicadores de sustentabilidade, aliou-se ao Bellagio Forum for Sustainable Development, e
43
desta parceria surgiu o indicador Dashboard of Sustainability. Este indicador é constituído de
medidas agregadas em três dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
Estas, recebem pesos iguais na elaboração do indicador e todos os índices de cada dimensão
possuem valores iguais, contribuindo equitativamente para o cálculo do índice geral de
sustentabilidade (BELLEN, 2005).
O Barometer of Sustainability foi desenvolvido pelo World Conservation Unit (IUCN)
e o International Development Research Center (IDRC) visando à avaliação da sustentabilidade
de um sistema econômico, para auxiliar agências governamentais e não governamentais que
atuam nos níveis regional ou nacional. Este, mensura os aspectos mais representativos do
sistema por meio de indicadores ambientais e bem-estar da sociedade (PRESCOTT-ALLEN,
1997).
O Quadro 2 apresenta os sistemas de indicadores internacionais e brasileiros mais
utilizados:
Sistema de Avaliação Entidade Ano
Energia y Desarrollo Sustentable Organização Latino Americana para o
desenvolvimento energético
1996
World Development Report (Indicadores de DS –
ambientais e sociais)
Banco Mundial 1996
Estrutura e Metodologia para a criação de indicadores
de DS.
ONU - Organização das Nações Unidas 1996
Indicadores de DS do Reino Unido (United Kington) Departamento de Desenvolvimento do Reino
Unido
1996
Indicadores de Eco eficiência WBCSD - Conselho Mundial de Negócios
para o DS
1999
Relatórios de Sustentabilidade Empresarial CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro
para o DS
1997,
1999,
2001
Indicadores de Desempenho Ambiental – Ecoeficiência
(EPI)
Unctad – United Nations Conference on
Trade and Development
2000
Indicadores de Sustentabilidade do Grupo Dow Jones Instituto Dow Jones 1998
Sustainability Reporting Guidelines on Economic,
Environmental and Social Performance
GRI – Global Reporting Initiative 2000
Índice de Sustentabilidade Empresarial BOVESPA BOVESPA 2005
Indicadores ETHOS Instituto ETHOS 1998
Quadro 2 – Sistemas de Avaliação Internacionais e nacionais
Fonte – adaptado pelo autor de Amaral (2005, p. 21-36) e Amato Neto (2011, p. 167).
Na opinião de Hardi (1997), os indicadores são orientações para uma avaliação
sistêmica, envolvendo o processo de escolha, de interpretação e de definição sobre a forma mais
44
adequada para a comunicação dos resultados. Esta definição remete ao que preconiza o sistema
BSC, desenvolvido por Kaplan e Norton (2000), que considera que os indicadores estratégicos
que irão monitorar o desempenho da entidade em todo seu processo de gestão (planejamento,
execução e controle), deverão ser definidos na etapa do planejamento estratégico.
2.4.2. BALANCED SCORECARD
O BSC, desenvolvido por Kaplan e Norton em 1992, é um método que compõe e
visualiza as medidas de performance que refletem a estratégia dos negócios da empresa. Estas
medidas são compostas por uma rede de indicadores de desempenho que devem atender a todos
os níveis organizacionais, tornando-se, assim, uma ferramenta que promove a comunicação e
entendimento do comprometimento geral com a estratégia da corporação (KAPLAN;
NORTON, 1992).
Para entender a complexidade da performance na organização, em geral, o BSC tem
sido utilizado de forma ampla e crescente pelas organizações que necessitam de controles para
monitorar e orientar as tomadas de decisões em seus negócios (EPSTEIN; MANZONI, 1998).
Hauser e Katz (1998, p. 517) afirmam que, “(...) toda métrica, independente da forma
utilizada, irá afetar ações e decisões. Mas, evidentemente, escolher a certa é crítico para o
sucesso”. Entretanto, cada estratégia deve ter o seu próprio e distinto conjunto de medidas de
performance, as quais precisam ser específicas conforme as características e necessidades de
cada negócio. Essas medidas precisam refletir e materializar a missão e estratégia da empresa
(KAPLAN; NORTON, 1993).
A Figura 3 apresenta a proposta de Kaplan e Norton (2000) que evidencia a proposta do
BSC, onde cada perspectiva apresentada deve ter seu próprio conjunto de indicadores,
formulados para viabilizar o cumprimento da estratégia e da visão da organização. Este método
abrange os indicadores de performance financeira, clientes, processos internos e aprendizado e
crescimento (KAPLAN; NORTON, 1992; 1996).
45
Figura 3 –Sistema Balanced Scorecard
Fonte – adaptado de Kaplan e Norton (2000)
De acordo com a apresentação gráfica na Figura 3, Kaplan e Norton (2000) explicam
que a perspectiva financeira tem a função de monitorar, através dos indicadores, se a estratégia
utilizada pela empresa está contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros. A
perspectiva do cliente pressupõe-se definições quanto ao mercado e segmentos, nos quais a
empresa deseja competir, traduzindo em medidas específicas os fatores importantes para os
clientes. A perspectiva dos processos internos identifica os indicadores de perspectiva dos
clientes e dos acionistas que devem ser apoiados por processos internos, identificando os
processos críticos para a realização dos objetivos das duas perspectivas anteriores. E
completando o ciclo do sistema BSC, a perspectiva do aprendizado e do crescimento
apresentam indicadores que controlam a capacidade das empresas, tornando-as cada vez
melhores por meio dos investimentos em novos equipamentos, em pesquisa e desenvolvimento
de novos produtos, em sistemas e procedimentos e nos recursos humanos da empresa.
Neste contexto, o BSC torna-se um modelo de gestão capaz de traduzir a estratégia. O
seu conteúdo é a própria estratégia que contempla os temas e desafios relevantes para a
organização. Assim, em um cenário em que as questões de sustentabilidade relativas a fatores
econômicos, sociais e ambientais, o chamado TBL, se tornam cada vez mais importantes para
46
garantir a longevidade e saúde das organizações, além de considerá-las, integrá-las à estratégia
da organização. Entretanto, pode-se estabelecer uma relação entre o BSC e as diretrizes
preconizadas pelo GRI, porque o BSC pode ser utilizado como uma ferramenta que possibilita
o monitoramento e gestão dentro da organização, entre todas as diretrizes GRI.
A Figura 4 apresenta a proposta de utilização do BSC conforme os elementos
interligados aos aspectos econômico, social e ambiental.
Figura 4 – BSC e DS
Fonte – adaptado de Amiden (2015)
Para que o BSC seja efetivamente utilizado na empresa, é conveniente que tipos de
indicadores sejam identificados e interpretados para diagnosticar tendências e resultados dos
desdobramentos de suas operações estratégicas. Sendo importante o vínculo com os indicadores
operacionais para que o sistema seja integrado e não se meça coisas que não são importantes.
De acordo com essa afirmação, Moreira (1996), Kaplan e Norton (1996) deixam claro que o
BSC apenas utilizará indicadores estratégicos, mas reconhecem a importância dos indicadores
operacionais para o controle das operações da empresa, como também, para darem suporte aos
indicadores estratégicos.
47
Kaplan e Norton (1997, p. 171) também chamam atenção para a complexidade da escolha
de indicadores, afirmando que “(...) mesmo os melhores objetivos e medidas podem ser alcançados
de forma errada”.
A Tabela 3 apresenta algumas intersecções passíveis de constatação entre o BSC e a
sustentabilidade, que possibilitam uma integração entre questões e diretrizes de sustentabilidade
e responsabilidade social com o BSC.
Pontos Abordagem
Foco A empresa precisa de uma estratégia para determinar quais os resultados querem alcançar na
área da Responsabilidade Social. No entanto, deve priorizar suas ações no tempo, no
relacionamento com os funcionários, respeito aos clientes e princípios éticos até a
responsabilidade sobre os impactos ambientais e relacionamento com fornecedores;
Alinhamento O desdobramento de suas estratégias com as prioridades no campo da Responsabilidade Social;
Flexibilidade Analisando a estrutura padrão do BSC, é possível perceber que acionistas, clientes e
funcionários são contemplados nas perspectivas tradicionais, ou seja, ao construir o BSC a
empresa necessariamente passa por uma reflexão acerca desses stakeholders. Mas como os
próprios criadores da metodologia dizem, o BSC é um modelo flexível e se um determinado
aspecto estratégico for muito relevante para a empresa, pode ser criada outras perspectivas;
Comunicação A empresa pretende comunicar suas intenções no campo da responsabilidade social aos
clientes, comunidade, governo, funcionários, investidores e organizações não governamentais;
Utilização de
indicadores
Os indicadores de desempenho estratégicos possibilitam mensurar o avanço no que se refere a
Responsabilidade Social. Ferramentas como os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social
Empresarial, indicadores GRI e o Balanço Social iBASE estão sendo cada vez mais
reconhecidos pelos stakeholders e podem ser utilizados como indicadores estratégicos do BSC,
integrando-se, assim, à estratégia global da organização;
Tradução
para ações
No caso da Responsabilidade Social fazer parte da estratégia da empresa, ela poderá, assim
como as demais questões estratégicas, ser desdobrada para as áreas da empresa, chegando ao
nível individual, possibilitando dessa forma, sua efetiva implementação;
Criação de
Valor
Para criação de valor no longo prazo, a empresa precisa se preocupar hoje com a
Responsabilidade Social e perceber seus benefícios, para no futuro trazer valor gerado ao
acionista e os demais stakeholders.
Tabela 3 – Intersecções entre o BSC e a sustentabilidade
Fonte – adaptado de Amiden (2015)
Conforme apresentado as intersecções entre o BSC e a sustentabilidade na Tabela 3, os
indicadores tem como objetivo comum, servir de guia para o investidor escolher as empresas
que não apenas apresentam rentabilidade positiva e geram dividendos, mas que também estão
comprometidas com a responsabilidade socioambiental. Assim, o BSC permite selecionar um
conjunto de indicadores relevantes para uso da gestão socioambiental, tratando as relações de
causa e efeito que possibilitam a utilização de mapas estratégicos numa visão de longo prazo.
Desta forma, pode-se considerar o BSC como um instrumento de gestão, formulação e
avaliação de objetivos que direcionam as organizações a percepção na relação de causa e efeito
48
da sustentabilidade nas perspectivas ilustradas por Kaplan e Norton (2000), e não apenas na
perspectiva financeira.
A seção seguinte apresenta o tema sustentabilidade inserida nas quatro perspectivas do
BSC, com objetivo de monitorar as estratégias socioambientais de forma mais eficaz.
2.4.3. SUSTAINABILITY BALANCED SCORECARD - SBSC
O objetivo desta seção é demonstrar o impacto do BSC, como instrumento de
sustentabilidade empresarial, em empresas que praticam políticas e programas socioambientais
voltadas ao DS. Entretanto, foram realizados estudos por diversos pesquisadores sobre a
integração entre aspectos sustentáveis e metodologias que avaliam o desempenho estratégico
das organizações, possibilitando uma visão futura nos negócios, e não somente, o controle
dinâmico das estratégias e coordenação das áreas de responsabilidade da empresa (BANEGAS
et al., 2000).
Assim, a percepção do BSC em relação ao aspecto sustentável foi inicialmente
apresentada por Azzone et al. (1996) e Johnson (1998). Logo após outros autores como, Bieker
e Gminder (2002), Bieker e Waxenberger (2002), Durán e Pluglia (2007), Figge et al. (2002),
Länsiluoto e Järvenpää (2007) e Sidiropoulos et al. (2004) também o abordaram o BSC como
ferramenta gerencial ambiental. Entretanto, muitas obras literárias surgiram e apresentaram
abordagens diferenciadas quanto às terminologias sugeridas para o BSC com a ênfase na
sustentabilidade, tais como Balanced Scorecard Ambiental (JOHNSON, 1998; DURÁN;
PLUGLIA, 2007; QUESADO; RODRIGUES, 2009), Balanced Scorecard Verde
(LÄNSILUOTO; JÄRVENPÄÄ, 2007), Eco Balanced Scorecard (SIDIROPOULOS et al.,
2004), Eco eficiente Balanced Scorecard (ZINGALES; HOCKERTS, 2003) e Balanced
Scorecard Sustentável (BIEKER; WAXENBERGER, 2002; BIEKER; GMINDER, 2002).
De acordo os estudos à época, não houve uma única nomenclatura ou modelos propostos
do BSC associado à gestão ambiental, e nenhum consenso entre os pesquisadores quanto as
terminologias e formação do modelo, mesmo existindo “(...) uma popularidade sobre o conceito
do BSC Sustentável entre grupos de pesquisadores e industriais europeus”, como afirma
Hammer (2005, p. 13).
A Figura 5 apresenta uma proposta de diretrizes de gestão que mostram um alinhamento
entre as três dimensões da sustentabilidade, TBL, e as quatro perspectivas do BSC, que
diretamente se relacionam com as estratégias e objetivos da empresa (OLIVEIRA et al., 2012).
49
Figura 5 – BSC baseado no Tripple Bottom Line
Fonte –adaptado de Oliveira et al. (2012)
Dessa forma, como apresentado na Figura 5, novas perspectivas como ambiental e social
devem ser destacadas na inserção dos três pilares da sustentabilidade em relação a cada
perspectiva do BSC, como Finanças, Clientes, Processos Internos e Aprendizado e
Desenvolvimento. Tais inserções refletem em formulação e desenvolvimento de indicadores
específicos para cada organização.
Segundo Pereira e Barbieri (2011, p. 5), “(...) simpatizantes da sustentabilidade podem
defender maior destaque ao tema, ao nível de uma nova e específica perspectiva no BSC.
Entretanto, parece fazer maior sentido que a sustentabilidade esteja inserida em todas as quatro
perspectivas (ou tantas quantas o BSC vier a criar), haja vista ser assunto de todas as áreas, a
exemplo da qualidade”.
Segundo Frank e Grothe-senf (2006, p. 35), “Figge e outros acrescentam, então, ao BSC,
aspectos ambientais e sociais, para chegar ao Sustainability Balanced Scorecard (SBSC)”. Por
tanto, o SBSC auxilia e propõe direcionamentos para as decisões estratégicas que envolvem a
sustentabilidade, possibilitando um melhor monitoramento das dimensões econômica, social e
ambiental.
Macedo e Queiroz (2007) afirmam que o BSC possibilita a utilização de estratégias
sustentáveis e permite a incorporações de questões sustentáveis através dos ajustes em suas
perspectivas, (MÖLLER; SCHALTEGGER, 2005). Dessa forma, o SBSC surge no sentido de
complementar à visão do BSC tradicional, possibilitando que questões relacionadas à
sustentabilidade possam fazer parte da estratégia global da empresa.
Financeiro
Clientes
Processos internos
Aprendizado e crescimento ambiental
Econômico
Social Ambiental
50
Neste contexto, os mapas estratégicos do BSC são construídos a partir de objetivos que
são transformados em indicadores que pretendem motivar as empresas a adotarem ações
socialmente responsáveis, pois entende-se que, sabendo com exatidão a abrangência de seus
resultados, as empresas possam ser motivadas a adotar ou mesmo ampliar as suas estratégias
de sustentabilidade (MACEDO; QUEIROZ, 2012).
Neste contexto, o Quadro 3 apresenta alguns modelos propostos por autores, que
avaliaram o SBSC quanto a sua aplicabilidade através da análise SWOT, na qual levantaram as
principais forças (Strengths) e fraquezas (Weaknesses), como também as oportunidades
(Opportunities) e ameaças (Threats) dos modelos.
Autores Modelo BSC
Campos e
Selig (2002)
O modelo de Campos e Selig (2002) apresenta forças relacionadas às teorias usadas, a
possibilidade de estruturar o modelo para diferentes atividades e por apresentar resultados da
aplicação do modelo. Este modelo faz o uso de teorias ligadas ao BSC e a gestão ambiental,
através da integração das fases de implantação da gestão ambiental apresentadas na ISO 14001
junto as fases de implantação de um BSC.
Yongvanich
e Guthrie
(2006)
O modelo considera os aspectos financeiros, sociais e ambientais. Isto ocorre, devido a
integração do BSC, capital humano e relatórios sociais e ambientais. O uso destas diferentes
teorias favorece para a adoção da sustentabilidade empresarial, pois valoriza os aspectos sociais,
ambientais e financeiros. Além disto, valorizar os aspectos administrativos, através da
elaboração de relatórios sociais e ambientais, voltados para todos os usuários que necessitam
das informações.
Bonacchi e
Rinaldi
(2007)
O modelo é estruturado com base no BSC, propondo dimensões voltadas para a obtenção da
sustentabilidade empresarial, o que segundo os autores facilita a adoção da sustentabilidade por
parte da empresa. As teorias usadas no modelo favorecem a sua adoção, porque usa não só BSC
para estruturar o modelo, como também faz uso da sustentabilidade. Dessa forma, ele não é
voltado para nenhuma atividade específica e a sua estrutura possibilita que a sustentabilidade
seja mensurada.
Quadro 3 – Análise SWOT em Modelos BSC Sustentável
Fonte: adaptado de Silva e Callado (2013, p. 95-98)
A descrição dos modelos apresentados pelos autores no Quadro 3, mostra uma estrutura
do BSC e Sustentabilidade com uma visão através de uma análise SWOT. Por tanto as relações
entre os pilares da sustentabilidade e as perspectivas do BSC podem ser estrategicamente aplicadas
dentro de uma organização que focam os negócios na gestão ambiental.
Assim, segundo Oliveira et al. (2012), com a importância em apresentar modelos e
estruturas do SBSC, surgem ferramentas que consolidem o tema sustentabilidade como
estratégia de gestão. Com isso, existe o sentimento de encontrar novos recursos gerenciais que
forneçam indicadores que mensuram o impacto dos investimentos sociais e ambientais das
empresas.
O objetivo desta seção, permeou a intenção de responder as lacunas referentes a relação
do BSC com a Sustentabilidade, vistas para as necessidades no âmbito empresarial de
51
maximizar a tangibilidade dos resultados de suas ações dentro da perspectiva da
sustentabilidade.
Para Porter e Kramer (2006), a sustentabilidade socioambiental atua de forma estratégica
na organização a medida que investe em questões sustentáveis. Entretanto, grandes
organizações apresentam seus indicadores corporativos nos relatórios de sustentabilidade, tais
como, apresentados por Warhurst (2002); Sikdar (2003); Krajnc e Glavic (2005); Labuschagne
et al. (2005); Searcy et al. (2005); International Institute for Sustainable Development (IISD)
(2005); GRI (2009).
Os indicadores no modelo GRI, apresentado na seção seguinte, tem como objetivo
contribuir para a melhoria dos relatórios de sustentabilidade publicados pelas organizações,
estimulando a adoção dos indicadores com qualidade, rigor e aplicação global, para tornar tal
prática mais harmonizada internacionalmente.
2.4.4. GLOBAL REPORTING INITIATIVE – GRI
Elaborar relatórios de sustentabilidade é a prática utilizada pelas organizações para
medir, divulgar e prestar contas para os stakeholders sobre o desempenho organizacional
visando o DS (GRI, 2006). No entanto, um dos modelos de relatório de sustentabilidade
amplamente utilizado na atualidade é o do GRI, porque permite um agrupamento adequado de
indicadores, possibilitando uma eficaz forma de comunicação da organização com os
stakeholders sobre o desempenho econômico, social e ambiental (PEREIRA; BARBIERI,
2011).
As publicações dos relatórios de sustentabilidade empresarial são úteis para demonstrar
o desempenho das empresas em iniciativas, resultados, atitudes e investimentos, por meio do
uso de vários indicadores em prol do DS (MARIMON et al., 2012). Estes relatórios são
demonstrativos anuais dos projetos, benefícios e ações sociais dirigidos a todos os stakeholders
que envolvem empregados, investidores, governos, mercado, acionistas e comunidade
(ETHOS, 2009).
Dentre as principais iniciativas para a elaboração e adesão das organizações aos padrões
de publicação dos relatórios de sustentabilidade destaca-se a GRI (BROWN; DE JONG; LEVY,
2009; LEVY; SZEJNWALD-BROWN; DE JONG, 2010), considerado como um dos mais
consistentes esforços na padronização e auditoria para consolidar as iniciativas existentes para
52
chegar a um consenso sobre a avaliação de sustentabilidade empresarial (OLIVEIRA et al.,
2009; BASSETTO, 2010).
Fundada em 1997 por meio de uma ação conjunta da Coalizition for Environmentally
Responsible (CERES) e do PNUMA (GRI, 2006), a GRI é uma organização sem fins lucrativos
baseada no DS que criou uma conceituada estrutura para relatório de resultados das
organizações focando o TBL nos aspectos econômico, social e ambiental (TINOCO, 2010).
O GRI tem o objetivo de contribuir para a padronização e melhoria dos relatórios de
sustentabilidade emitidos pelas organizações, estimulando a adoção voluntária de indicadores
com maior qualidade, rigor e aplicação global. Estes relatórios requerem a elaboração com base
nos princípios da transparência, abrangência, relevância, verificabilidade, neutralidade,
exatidão, objetividade, facilidade de compreensão, dentre outros (GRI, 2006).
Segundo o GRI (2014), o indicador é uma informação qualitativa ou quantitativa sobre
resultados ou consequências associadas à organização, comparável e que pode ser monitorada
ao longo do tempo. Dessa forma, a GRI (2006, p. 5) define indicadores de desempenho como
“(...) informações comparáveis sobre o desempenho econômico, social e ambiental da
organização”.
O relatório de sustentabilidade publicado pela organização deve fornecer uma
declaração equilibrada e razoável do desempenho de sustentabilidade, incluindo as
contribuições positivas e negativas (GRI, 2006). Segundo Nogueira e Faria (2012), estes
divulgam resultados e consequências, que ocorreram durante o período relatado, no contexto
dos compromissos, estratégias e abordagens de gestão adaptados pela organização. Os
relatórios podem ser utilizados para outros objetivos, além dos seguintes:
Benchmarking e avaliação do desempenho de sustentabilidade relativamente a leis,
normas, códigos, padrões de desempenho e iniciativas voluntárias;
Demonstração da forma como a organização influencia, e é influenciada por
expectativas de DS;
Comparação do desempenho da empresa entre diferentes outras empresas do grupo
ou organizações ao longo do tempo.
Estudos sobre os tipos de relatórios e indicadores de sustentabilidade têm sido realizados
pelo mundo (LEVY; SZEJNWALD-BROWN; DE JON, 2010; BROWN; DE JONG; LEVY,
2009). Globalmente, o modelo mais utilizado é o do GRI nas versões G3 com 79 indicadores e
53
G4 com 91 indicadores propostos que envolvem questões sobre desempenho econômico, social
e ambiental (GRI, 2009:2013). Assim, eles são divididos e representados por categorias e siglas
EC (Econômico); EN (Ambiental); LA (Social: Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente); HR
(Social: Direitos Humanos); SO (Social: Sociedade); PR (Social: Responsabilidade pelo
Produto), dentro de suas versões do GRI, conforme apresentam as Tabelas 4, 5 e 6:
A Tabela 4 apresenta os indicadores da dimensão econômica da sustentabilidade,
representados pela sigla EC, distribuídos por categorias e aspectos.
Categorias/Sigla
Aspectos/Descrição dos indicadores econômicos Versão
G3
Versão
G4
Desempenho Econômico
Valor econômico direto gerado e distribuído, incluindo
receitas, custos operacionais, remuneração de empregados,
doações e outros investimentos na comunidade, lucros
acumulados e pagamentos para provedores de capital e
governos.
EC1 EC1
Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para
as atividades da organização devido a mudanças climáticas.
EC2 EC2
Cobertura das obrigações do plano de pensão de benefício
definido que a organização oferece.
EC3 EC3
Ajuda financeira significativa recebida do governo. EC4 EC4
Presença no Mercado
Variação da proporção do salário mais baixo comparado ao
salário mínimo local em unidades operacionais importantes.
EC5 EC5
Políticas, práticas e proporção de gastos com fornecedores
locais em unidades operacionais importantes.
EC6 EC6
Procedimentos para contratação local e proporção de
membros de alta gerência recrutados na comunidade local
em unidades operacionais importantes.
EC7 EC9
Impactos Econômicos Indiretos
Desenvolvimento e impacto de investimentos em
infraestrutura e serviços oferecidos, principalmente para
benefício público, por meio de engajamento comercial, em
espécie ou atividades pro bono.
EC8 EC7
Identificação e descrição de impactos econômicos indiretos
significativos, incluindo a extensão dos impactos.
EC9 EC8
Tabela 4 – Indicadores econômicos GRI G3 e G4 por categorias e aspectos.
Fonte – GRI (2009:2013)
A Tabela 5 apresenta os indicadores da dimensão ambiental da sustentabilidade,
representados pela sigla EN, distribuídos por categorias e aspectos.
54
Categorias/Sigla
Aspectos/Descrição dos indicadores ambientais Versão
G3
Versão
G4
Consumo de Materiais
Materiais usados por peso ou volume. EN1 EN1
Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem. EN2 EN2
Energia
Consumo de energia direta discriminado por fonte de energia
primária.
EN3 EN3
Consumo de energia indireta discriminado por fonte primária. EN4 EN4
Energia economizada devido a melhorias em conservação e
eficiência.
EN5 EN5
Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo
consumo de energia, ou que usem energia gerada por recursos
renováveis, e a redução na necessidade de energia resultante
dessas iniciativas.
EN6 EN6
Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as
reduções obtidas.
EN7 EN7
Água
Total de retirada de água por fonte. EN8 EN8
Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água. EN9 EN9
Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada. EN10 EN10
Biodiversidade
Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou
administrada dentro de áreas protegidas, ou adjacente a elas, e
áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.
EN11 EN11
Descrição de impactos significativos na biodiversidade de
atividades, produtos e serviços em áreas protegidas e em áreas
de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.
EN12 EN12
Habitats protegidos ou restaurados. EN13 EN13
Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de
impactos na biodiversidade.
EN14 -
Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e em listas
nacionais de conservação com habitats em áreas afetadas por
operações, discriminadas pelo nível de risco de extinção.
EN15 EN14
Emissões, Efluentes e Resíduos
Total de emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa,
por peso.
EN16 EN15
EN16
Outras emissões indiretas relevantes de gases de efeito estufa,
por peso.
EN17 EN17
Iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e
as reduções obtidas.
EN18 EN19
Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio, por
peso.
EN19 EN20
55
NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por
tipo e peso.
EN20 EN21
Descarte total de água, por qualidade e destinação. EN21 EN22
Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição. EN22 EN23
Número e volume total de derramamentos significativos. EN23 EN24
Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou
tratados considerados perigosos nos termos da Convenção
daBasiléia13 – Anexos I, II, III e VIII, e percentual de
carregamentos de resíduos transportados internacionalmente.
EN24 EN25
Identificação, tamanho, status de proteção e índice de
biodiversidade de corpos d’água e habitats relacionados
significativamente afetados por descartes de água e drenagem
realizados pela organização relatora.
EN25 EN26
Produtos e Serviços
Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e
serviços e a extensão da redução desses impactos.
EN26 EN27
Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em
relação ao total de produtos vendidos, por categoria de produto.
EN27 EN28
Conformidade
Valor monetário de multas significativas e número total de
sanções não-monetárias resultantes da não-conformidade com
leis e regulamentos ambientais.
EN28 EN29
Transporte
Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e
outros bens e materiais utilizados nas operações da organização,
bem como do transporte de trabalhadores.
EN29 EN30
Geral
Total de investimentos e gastos em proteção ambiental, por tipo. EN30 EN31
Avaliação Ambiental de Fornecedores
Percentual de novos fornecedores selecionados com base em
critérios ambientais
- EN32
Impactos ambientais negativos significativos reais e potenciais
na cadeia de fornecedores e medidas tomadas a esse respeito
- EN33
Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a Impactos
Ambientais
Número de queixas e reclamações relacionadas a impactos
ambientais protocoladas, processadas e solucionadas por meio
de mecanismo formal
- EN34
Tabela 5 – Indicadores ambientais GRI G3 e G4 por categorias e aspectos
Fonte – GRI (2009:2013)
A Tabela 6 apresenta os indicadores da dimensão social da sustentabilidade,
representados pelas siglas LA (Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente); HR (Direitos
Humanos); SO (Sociedade); PR (Responsabilidade pelo Produto), distribuídos por categorias e
aspectos.
56
Categorias/Sigla
Aspectos/Descrição dos indicadores sociais Versão
G3
Versão
G4
Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente
Emprego
Total de trabalhadores, por tipo de emprego, contrato de
trabalho e região.
LA1 LA1
Número total e taxa de rotatividade de empregados, por
faixa etária, gênero e região.
LA2 LA1
Benefícios oferecidos a empregados de tempo integral que
não são oferecidos a empregados temporários ou em
regime de meio período, discriminados pelas principais
operações.
LA3 LA2
Taxas de retorno ao trabalho e retenção após licença
maternidade/paternidade, discriminadas por gênero.
- LA3
Relações entre os trabalhadores e a Governança
Percentual de empregados abrangidos por acordos de
negociação coletiva.
LA4 -
Prazo mínimo para notificação com antecedência referente
a mudanças operacionais, incluindo se esse procedimento
está especificado em acordos de negociação coletiva.
LA5 LA4
Saúde e Segurança no Trabalho
Percentual dos empregados representado sem comitês
formais de segurança e saúde, compostos por gestores e
por trabalhadores, que ajudam no monitoramento e
aconselhamento sobre programas de segurança e saúde
ocupacional.
LA6 LA5
Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos,
absenteísmo e óbitos relacionados ao trabalho, por região.
LA7 LA6
Programas de educação, treinamento, aconselhamento,
prevenção e controle de risco em andamento para dar
assistência a empregados, seus familiares ou membros da
comunidade com relação a doenças graves.
LA8 LA7
Temas relativos a segurança e saúde cobertos por acordos
formais com sindicatos.
LA9 LA8
Treinamento e Educação
Média de horas de treinamento por ano, por funcionário,
discriminadas por categoria funcional.
LA10 LA9
Programas para gestão de competência se aprendizagem
contínua que apoiam a continuidade da empregabilidade
dos funcionários e para gerenciar o fim da carreira.
LA11 LA10
Percentual de empregados que recebem regularmente
análises de desempenho e de desenvolvimento de carreira.
LA12 LA11
Diversidade e Igualdade de Oportunidades
Composição dos grupos responsáveis pela governança
corporativa e discriminação de empregados por categoria,
de acordo com gênero, faixa etária, minorias e outros
indicadores de diversidade.
LA13 LA12
57
Proporção de salário base entre homens e mulheres, por
categoria funcional.
LA14 LA13
Avaliação de Fornecedores em Práticas Trabalhistas
Percentual de novos fornecedores selecionados com base
em critérios relativos a práticas trabalhistas
- LA14
Impactos negativos significativos reais e potenciais para as
práticas trabalhistas na cadeia de fornecedores e medidas
tomadas a esse respeito
- LA15
Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a
Práticas Trabalhistas
Número de queixas e reclamações relacionadas a práticas
trabalhistas registradas, processadas e solucionadas por
meio de mecanismo formal
- LA16
Direitos Humanos
Práticas de Investimento e de Processos de Compra
Percentual e número total de contratos de investimentos
significativos que incluam cláusulas referentes a direitos
humanos ou que foram submetidos a avaliações referentes
a direitos humanos.
HR1 HR1
Percentual de empresas contratadas e fornecedores críticos
que foram submetidos a avaliações referentes a direitos
humanos e as medidas tomadas.
HR2 -
Total de horas de treinamento para empregados em
políticas e procedimentos relativos a aspectos de direitos
humanos relevantes para as operações, incluindo o
percentual de empregados que recebeu treinamento.
HR3 HR2
Não-Discriminação
Número total de casos de discriminação e as medidas
tomadas.
HR4 HR3
Liberdade de Associação e Negociação Coletiva
Operações identificadas em que o direito de exercer a
liberdade de associação e a negociação coletiva pode estar
correndo risco significativo e as medidas tomadas para
apoiar esse direito.
HR5 HR4
Trabalho Infantil
Operações identificadas como de risco significativo de
ocorrência de trabalho infantil e as medidas tomadas para
contribuir para a abolição do trabalho infantil.
HR6 HR5
Trabalho Forçado ou Análogo ao Escravo
Operações identificadas como de risco significativo de
ocorrência de trabalho forçado ou análogo ao escravo e as
medidas tomadas para contribuir para a erradicação do
trabalho forçado ou análogo ao escravo.
HR7 HR6
Práticas de Segurança
Percentual do pessoal de segurança submetido a
treinamento nas políticas ou procedimentos da organização
relativos a aspectos de direitos humanos que sejam
relevantes às operações.
HR8 HR7
58
Direitos Indígenas
Número total de casos de violação de direitos dos povos
indígenas e medidas tomadas.
HR9 HR8
Avaliação
Número total e percentual de operações submetidas a
análises ou avaliações de direitos humanos de impactos
relacionados a direitos humanos
- HR9
Avaliação de Fornecedores em Direitos Humanos
Percentual de novos fornecedores selecionados com base
em critérios relacionados a direitos humanos
- HR10
Impactos negativos significativos reais e potenciais em
direitos humanos na cadeia de fornecedores e medidas
tomadas a esse respeito
- HR11
Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a
Direitos Humanos
Número de queixas e reclamações relacionadas a impactos
em direitos humanos registradas, processadas e
solucionadas por meio de mecanismo formal
- HR12
Comunidade
Natureza, escopo e eficácia de quaisquer programas e
práticas para avaliar e gerir os impactos das operações nas
comunidades, incluindo a entrada, operação e saída.
SO1 SO1
SO2
Corrupção
Percentual e número total de unidades de negócios
submetidas a avaliações de riscos relacionados a
corrupção.
SO2 SO3
Percentual de empregados treinados nas políticas e
procedimentos anticorrupção da organização.
SO3 SO4
Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção. SO4 SO5
Políticas Públicas
Posições quanto a políticas públicas e participação na
elaboração de políticas públicas e lobbies.
SO5 -
Valor total de contribuições financeiras e em espécie para
partidos políticos, políticos ou instituições relacionadas,
discriminadas por país.
SO6 SO6
Concorrência Desleal
Número total de ações judiciais por concorrência desleal,
práticas de truste e monopólio e seus resultados.
SO7 SO7
Conformidade
Valor monetário de multas significativas e número total de
sanções não-monetárias resultantes da não-conformidade
com leis e regulamentos.
SO8 SO8
Avaliação de fornecedores em impactos na sociedade
Percentual de novos fornecedores selecionados com base
em critérios relativos a impactos na sociedade
- SO9
59
Impactos negativos significativos reais e potenciais da
cadeia de fornecedores na sociedade e medidas tomadas a
esse respeito
- SO10
Mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a impactos
na sociedade
Número de queixas e reclamações relacionadas a impactos
na sociedade registradas, processadas e solucionadas por
meio de mecanismo formal
- SO11
Responsabilidade pelo Produto
Saúde e Segurança do Cliente
Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os
impactos na saúde e segurança são avaliados visando
melhoria, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a
esses procedimentos.
PR1 PR1
Número total de casos de não-conformidade com
regulamentos e códigos voluntários relacionados aos
impactos causados por produtos e serviços na saúde e
segurança durante o ciclo de vida, discriminados por tipo
de resultado.
PR2 PR2
Rotulagem de Produtos e Serviços
Tipo de informação sobre produtos e serviços exigida por
procedimentos de rotulagem, e o percentual de produtos e
serviços sujeitos atais exigências.
PR3 PR3
Número total de casos de não-conformidade com
regulamentos e códigos voluntários relacionados a
informações e rotulagem de produtos e serviços,
discriminados por tipo de resultado.
PR4 PR4
Práticas relacionadas à satisfação do cliente, incluindo
resultados de pesquisas que medem essa satisfação.
PR5 PR5
Comunicações de Marketing
Programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários
relacionados a comunicações de marketing, incluindo
publicidade, promoção e patrocínio.
PR6 -
Venda de produtos proibidos ou contestados - PR6
Número total de casos de não-conformidade com
regulamentos e códigos voluntários relativos a
comunicações de marketing, incluindo publicidade,
promoção e patrocínio, discriminados por tipo de resultado.
PR7 PR7
Conformidade
Número total de reclamações comprovadas relativas a
violação de privacidade e perda dedados de clientes.
PR8 PR8
Compliance
Valor monetário de multas (significativas) por não-
conformidade com leis e regulamentos relativos ao
fornecimento e uso de produtos e serviços.
PR9 PR9
Tabela 6 – Indicadores sociais GRI G3 e G4 por categorias e aspectos
Fonte – GRI (2009:2013)
60
As Tabelas 4, 5 e 6 apresentam os indicadores GRI, identificados por uma abordagem
geral entre categorias e aspectos das dimensões econômica, social e ambiental de acordo com
a versão G3 e G4, utilizados pelas empresas em seus relatórios de sustentabilidade.
Para que um relatório seja reconhecido como baseado no GRI, exige-se uma auto
declaração, segundo os critérios dos níveis de aplicação, que qualificam os elementos da
estrutura do relatório e das diretrizes do GRI, que foram aplicados na elaboração do relatório
de sustentabilidade. Os níveis apresentam as avaliações auditadas como um ponto de partida
para organizações que elaboram o relatório de sustentabilidade pela primeira vez e, reforçam a
importância e valor de uma abordagem progressiva para a elaboração de relatórios que se
expande ao longo do tempo (GRI, 2009).
Após a confecção do relatório de sustentabilidade, a empresa pode auto declarar um
nível para seu relatório. Assim, a GRI (2006) possibilita que a empresa relatora realize a sua
própria avaliação conforme ao seu desempenho relatado.
A GRI desenvolveu os níveis de aplicação GRI na versão G3, com a intenção de
proporcionar aos stakeholders um padrão de identificação quanto ao nível de transparência da
utilização das diretrizes GRI aplicadas em um determinado relatório. Para os relatores, este
processo pode servir como um medidor ou mesmo uma referência para expandir o grau de
aplicabilidade da estrutura GRI em seus relatórios.
Os níveis de aplicação da GRI (2006) são avaliados por notas, estas classificadas por A,
B e C, em síntese, para atender o nível C o relator deverá apresentar em sua estruturação do
relatório um perfil organizacional, escopo e limite do relatório contendo o sumário de conteúdo
da GRI e abordagem de GC. A empresa classificada com este nível fica responsável em
responder com um mínimo de 10 indicadores de desempenho, sendo eles pelo menos
relacionados às áreas econômica, social e ambiental. Para atender o nível B, além dos itens
estruturais abordados no nível C, a organização deverá relatar a forma de gestão para cada
categoria de indicador. Neste nível é necessário que a empresa responda com o mínimo de 20
indicadores, sendo estes pelo menos cada uma das seguintes áreas econômica, ambiental,
direitos humanos, práticas trabalhistas, sociedade e responsabilidade pelo produto, etc. Para
atender o nível A, além de todos os níveis estruturais abordados no nível B, a organização
deverá responder aos 49 indicadores essenciais ou respondendo ao indicador ou explicando o
motivo de sua omissão.
61
Os níveis de aplicação da GRI (2006), possibilitam que a empresa apresente um ponto
a mais em sua auto avaliação (+). Isso ocorre se a empresa submeter-se a uma avaliação externa.
Dessa forma, cada nível poderá apresentar-se da seguinte forma: C+, B+ e A+.
O Quadro 4 apresenta os níveis de aplicação GRI representados pela versão G3:
C C+ B B+ A A+
Perfil da G3.1 Responder aos
itens:
1.1;
2.1 a 2.10;
3.1 a 3.8, 3.10 a
3.12;
4.1 a 4.4, 4.14 a
4.15.
Co
m v
erif
icaç
ão e
xte
rna
Responder a todos os
critérios elencados
para o nível C, mais:
1.2;
3.9, 3.13;
4.5 a 4.13;
4.16, 4.17.
Co
m v
erif
icaç
ão e
xte
rna
O mesmo exigido para
o nível B.
Co
m v
erif
icaç
ão e
xte
rna
Informações
sobre a forma de
gestão da G3.1
Não exigido. Informações sobre a
forma de gestão para
cada categoria de
indicador.
Forma de Gestão
divulgada para cada
Categoria de indicador.
Indicadores de
desempenho da
G3.1 e
Indicadores de
desempenho do
suplemento
setorial
Responder a um
mínimo de dez (10)
indicadores de
desempenho,
incluindo pelo
menos um (1) de
cada uma das
seguintes áreas de
desempenho:
econômico, social e
ambiental.
Responder a um
mínimo de vinte (20)
indicadores de
desempenho,
incluindo pelo menos
um (1) de cada uma
das seguintes áreas
de desempenho:
econômico,
ambiental, direitos
humanos, práticas
trabalhistas.
Responder a cada
Indicador essencial da
G3.1 e do suplemento
setorial com a devida
consideração ao
princípio da
materialidade de uma
das seguintes formas:
a) respondendo ao
indicador ou b)
explicando o motivo da
omissão.
Quadro 4 – Nível de Aplicação GRI v.3
Fonte – adaptado de Fibria (2012)
De acordo com a pesquisa para este estudo, 58 das 217 empresas, pesquisadas nos ramos
de atividade Indústria, Comércio, Finanças e Serviços, apresentaram seus indicadores de
sustentabilidade, e que estão listadas no Anexo A. Conforme o levantamento dos dados de
pesquisa, 33 das 217 empresas pesquisadas apresentaram seus relatórios na versão G4 dos
indicadores do GRI. Essa mudança de versão foi proposta para eliminar a estrutura de
classificação representada pela Tabela 9, substituindo o relatório que apresenta simplesmente o
estar "de acordo com" critérios G4 ou não.
A mudança para a nova versão, tem o objetivo de eliminar a confusão em torno do
significado de A, B e C, e portanto, para elaborar esse tipo de relatório, os especialistas no
desenvolvimento dessas informações teriam que abordar por completo todas as divulgações de
62
perfil para todos os aspectos relevantes, determinados pelas partes interessadas das
organizações.
Assim, a Tabela 7 apresenta apenas o extrato das 53 das 217 empresas pesquisadas neste
estudo que apresentaram informações sobre os níveis de aplicação demonstradas pelas
empresas, distribuídas entre os ramos de atividades Indústria, Comércio, Finanças e Serviços,
que sofreram a auditoria.
Nível de Aplicação Versão G3 Versão G4 Total Geral
C 13 14
B+ 11 11
B 10 10
A+ 7 7
C+ 1 1
AA1000 1 1
Abrangente 3 3
Abrangente (A+ anterior) 1 1
Bom-Aceitável 1 1
Essencial 4 4
Total Geral 42 11 53
Tabela 7 – Níveis de aplicação conforme GRI adotado
Fonte – dados de pesquisa
As notas dos níveis de aplicação apresentadas na Tabela 7, representam as avaliações
feitas por auditorias externas que certificaram as 53 empresas pesquisadas neste estudo e que
estão em conformidades aos relatórios de sustentabilidade apresentados. A GRI (2006, p. 39)
usa o termo “verificação externa” para se referir a atividades que visam resultar em conclusões
publicadas sobre a qualidade do relatório e das informações nele contidas. Isso inclui, sem
limitação, consideração a processos subjacentes à preparação dessas informações.
Segundo Elkington (2012), as abordagens que identificam se um relatório de uma
empresa é confiável, consiste na identificação se ele é verificado por uma empresa de auditores
independentes. Mesmo a empresa sendo aderente a uma versão G3 ou G4, elas informam seus
indicadores sem a avaliação por uma auditoria externa.
2.4.4.1. PROCESSO PARA DEFINIÇÃO DO CONTEÚDO DO RELATÓRIO
De acordo com GRI (2013), o processo para definição do conteúdo do relatório é
definido em 4 (quatro) etapas que seguem a ordem sequencial em Identificação, Priorização,
63
Validação e Análise. A Figura 6 apresenta graficamente as etapas dos processos para definição
do conteúdo do relatório.
Figura 6 – Definição de Aspectos materiais e Limites – Visão geral de processo
Fonte – adaptado de GRI G4(2013)
A primeira etapa, Identificação, considera os aspectos abordados pela GRI e outros
tópicos importantes. Nesta fase os princípios de contexto da sustentabilidade e inclusão de
stakeholders são aplicados identificando os aspectos e outros tópicos relevantes com base nos
impactos econômico, social e ambiental, relacionados a todas as atividades, produtos, serviços
e relações da organização ou na sua influência sobre as avaliações e decisões de stakeholders.
Esta fase identifica onde os impactos ocorrem, dentro ou fora da organização, e lista os limites
aos aspectos e outros tópicos considerados relevantes.
A segunda etapa, Priorização, aplica aos princípios de materialidade e inclusão de
stakeholders, a avaliação de cada aspecto e tópico considerados relevantes para identificar os
impactos econômico, social e ambiental da organização e a influência sobre as avaliações e
decisões dos stakeholders. Esta fase identifica os aspectos materiais combinando as avaliações,
definindo e documentando critérios que tornam um aspecto material. Para esses aspectos é
definido o nível de cobertura, a quantidade de dados e o conteúdo narrativo a ser divulgado, e
lista os limites e nível de cobertura aos aspectos materiais a serem incluídos no relatório.
A terceira etapa, Validação, aplica aos princípios de completude e inclusão de
stakeholders, a avaliação de uma lista de aspectos materiais com base em parâmetros como
escopo e tempo, além dos limites impostos para garantir que o relatório ofereça uma descrição
64
razoável e equilibrada dos impactos econômico, social e ambiental significativos da
organização e permita que stakeholders avaliem o desempenho da organização.
A quarta etapa, Análise, aplica-se os princípios de contexto da sustentabilidade e
engajamento de stakeholders, analisando os aspectos considerados materiais no período coberto
pelo relatório anterior. Esta fase utiliza o resultado da análise como subsídio para a primeira
etapa de identificação de acordo com ciclo seguinte de elaboração do relatório.
2.4.5. INDICADORES ETHOS
Os indicadores ETHOS de RSE foram definidos pelo Instituto ETHOS, uma
organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de mobilizar, sensibilizar e ajudar as
empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, justa e sustentável (ETHOS,
2009).
O Instituto Ethos promove a RSE como forma de gestão definida pela relação ética e
transparente da empresa com os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento
de metas empresariais que impulsionem o DS da sociedade. Propõe um conjunto de 40
indicadores organizados em sete temas: Valores, Transparência e Governança; Meio Ambiente;
Público Interno; Fornecedores; Consumidores e Clientes; e Comunidade e Governo e Sociedade
(ETHOS, 2009).
A RSE implica práticas de diálogo e engajamento da empresa com os públicos ligados
a ela, partindo de um relacionamento ético e transparente. Entre essas práticas estão as
iniciativas das grandes empresas em estimular suas cadeias de clientes e fornecedores por
também considerar os princípios da RSE em sua gestão.
A adoção dessas práticas possibilita o controle e gestão dos riscos e oportunidades de
negócio pela empresa, como também em sua cadeia de valor possa utilizar estratégias e
ferramentas rumo a uma gestão socialmente responsável. Ferramentas que contribuam para o
acompanhamento dos resultados na medição de até que ponto seus esforços estão atendendo
seu objetivo de contribuir com o DS.
Por meio do sistema dos indicadores Ethos, as empresas preenchem um questionário e
enviam suas respostas para o Instituto Ethos, onde os dados são processados, transformados em
pontuação e notas e apresentados nos relatórios de diagnóstico. Tal contexto permite a cada
empresa comparar seus indicadores, através de tabelas e gráficos, de acordo com o grupo de
65
benchmarking, as empresas com as melhores notas, e pela média do grupo de empresas que
responderam ao questionário no mesmo período.
No entanto, as organizações que quiserem acompanhar a gestão da responsabilidade
social de seus fornecedores e clientes podem solicitar as informações ao Sistema Ethos desde
que obtenham acesso e consentimento da empresa solicitada.
Os Indicadores Ethos de RSE, representam o esforço do Instituto Ethos em oferecer uma
ferramenta às empresas que auxilie no processo de aprofundamento de seu comprometimento
com a RSE e com o DS. No contínuo desenvolvimento de indicadores para auxiliar as empresas,
destaca-se também o ISE que foi desenvolvido com apoio do Instituto ETHOS e do GRI e tem
se consolidado como uma ferramenta objetiva para comparar o desempenho de empresas
listadas na BM&F BOVESPA. Empresas estas que se destacam por possuírem alinhamento
estratégico com a sustentabilidade, além da adoção de práticas que contribuem para o DS
(BM&F BOVESPA, 2011).
2.4.6. ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL - ISE
Desde a década de 2000, pesquisas em todo o mundo investigaram
(...) o impacto de medidas amplas de qualidade da governança empresarial sobre o
desempenho e valor das empresas. Praticamente todos se baseiam na construção de
índices que procuram capturar em uma única medida a qualidade da governança de
uma determinada companhia, com base no seu grau de adesão às chamadas melhores
práticas de governança. Tais índices de governança possuem sérias limitações, tendo
em vista os potenciais problemas na sua construção e a dificuldade de aferir
externamente quão bem uma companhia é de fato governada (SILVEIRA, 2010, p.
115).
No Brasil, destacaram-se duas pesquisas pioneiras utilizando índices de governança.
Assim, em uma delas, Leal e Carvalhal da Silva (2007) desenvolveram o IGC com 24 questões
e o aplicaram a um painel de 131 empresas entre 1998-2002. Na outra pesquisa, Silveira, Barros
e Famá (2006), por sua vez, propõem um índice de governança, composto por 20 questões
binárias e objetivas, calculando as pontuações de 154 empresas em 2002. Ambas as pesquisas
identificaram uma relação positiva significativa entre governança e o valor de mercado das
empresas, portanto, chegaram a resultados gerais similares: i) a qualidade média da governança
das empresas brasileiras ainda é insatisfatória; ii) existe uma relação positiva entre a qualidade
da governança e o valor de mercado e rentabilidade das companhias.
No ano de 2005, a BM&F BOVESPA em uma parceria entre Fundação Getúlio Vargas
(FGV) lançou ISE aplicado ao mercado de ações com o objetivo de criar um ambiente
66
compatível de acordo com as demandas de DS e estimular a responsabilidade socioambiental
das empresas. Para avaliar a performance das empresas listadas na BOVESPA com relação aos
aspectos de sustentabilidade, parte-se do conceito do TBL, que, de forma integrada avalia os
elementos econômico, social e ambiental.
O ISE foi estruturado em conjunto com as instituições Associação Brasileira das
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP), Associação Nacional dos
Bancos de Investimento (ANBID), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento
do Mercado de Capitais (APIMEC), Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC),
International Finance Corporation (IFC) e Instituto ETHOS, com o propósito de ser um
benchmark de empresas que se destacam pela utilização de boas práticas sustentáveis,
possuindo um comprometimento com Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e
sustentabilidade empresarial (TEIXEIRA; NOSSA; FUNCHAL, 2011).
Porter e Kramer (2006) defendem a ideia de que a RSC faça parte da estratégia utilizada
como fonte de vantagem competitiva no intuito de melhorar o desempenho da empresa. Estudos
de pesquisas apontam evidências em que a RSC traz benefícios de uma forma consistente aos
interesses do acionista em maximizar o valor presente dos fluxos de caixa futuros (MACKEY;
MACKEY; BARNEY, 2007).
A elaboração do ISE, conforme a Bovespa (2009), segue um padrão internacional dos
principais Indicadores de Sustentabilidades do mundo (Dow Jones Sustainability Index, Domini
Social Index, FTSE4Good, Índice Sustentável da Bolsa de Johanesburgo etc.) dentro da
dimensão TBL.
Assim, com o objetivo de atender à crescente demanda por investimentos que fossem
tanto socialmente responsáveis, como rentáveis, o ISE segue a tendência das principais Bolsas
de Valores do mundo, com a premissa de que empresas que se preocupam com a
sustentabilidade, estas por fim, criam valor no longo prazo para o acionista.
De acordo com ISE, as empresas selecionadas para participarem da carteira do ISE
precisam se destacar pelas estratégias e práticas adotadas, promovendo o DS conforme regras
e critérios. Assim, são encaminhados questionários às empresas pré-selecionadas, com as 150
ações mais líquidas.
A estrutura do questionário está dividida nas dimensões tradicionais da sustentabilidade
econômica, social e ambiental, além da GC, natureza do produto e da dimensão geral.
Como critérios de inclusão das empresas, serão integrados a carteira do ISE os ativos
que, além de serem considerados entre os 200 com maior negociação durante o período de
67
vigência das três carteiras anteriores, ter participado das negociações em, pelo menos, 50% dos
pregões realizados neste período. Não ser classificado como Penny Stock, ações com cotações
muito baixas, e atender aos critérios de sustentabilidade que são determinados pelo Conselho
Deliberativo do ISE. Entretanto, os ativos que deixam de pertencer ao ISE são os que não
atenderem a qualquer um dos critérios de inclusão indicados e por algum acontecimento que
deixam de atender os procedimentos dos índices da BM&F Bovespa durante a vigência da
carteira (BOVESPA, 2015).
2.4.7. INDICADORES AMBIENTAIS
Com o crescimento econômico aumenta-se o foco sobre o cuidado para a preservação
ambiental, cuidado que relata e comprova evidências suficientes de que a industrialização, a
expansão da fronteira agrícola e a urbanização são muito significativas para uma economia, seja
pela utilização acelerada de recursos naturais exauríveis nos processos produtivos, seja devido
a geração de poluição que degrada a qualidade ambiental.
Além dessa degradação, outras evidências surgem através de nações, atualmente
consideradas as mais ricas, onde alcançaram níveis satisfatórios de crescimento à custa de
perdas ambientais. Portanto, o crescimento se torna inevitável para aquelas nações que hoje se
encontram ainda em desenvolvimento, e que não medem esforços para o crescimento
econômico, mesmo existindo impactos ambientais consideráveis para o planeta.
Dentro de uma perspectiva econômica de crescimento, observam-se aspectos sobre a
escassez dos recursos naturais e a dos serviços ambientais, que já se encontram em níveis
suficientemente elevados para constituir uma ameaça ao crescimento sustentável.
Diante deste contexto, este capítulo traz uma análise dos indicadores ambientais de
sustentabilidade que podem ajudar a refletir sobre a dimensão da economia corporativa. Não
será mensurado ou indicará níveis e tipos de medição dos indicadores ambientais, mas sim, e
somente, trazer os indicadores utilizados pelas empresas no modelo padrão GRI.
Phillip Jr., Malheiros e Aguiar (2005) descrevem exemplos de indicadores nas diferentes
dimensões econômico, social e ambiental. Entretanto, como os indicadores de sustentabilidade
são compostos por diferentes indicadores, como no caso dos ambientais, estes se tornam parte
integrante da estrutura de informação, avaliação e de decisão sobre sustentabilidade.
No Quadro 5, o modelo GRI apresenta uma lista com 34 indicadores ambientais, todos
utilizados pelas empresas que aderiram ao emprego dessas medições.
68
Tipos de Indicadores Ambientais Indicadores GRI
Água EN8 – EN9 – EN10
Avaliação ambiental de Fornecedores EN32 – EN33 – EN34
Biodiversidade EN11 - EN12 - EN13 -
EN14
Conformidade EN29
Consumo de energia direta discriminado por fonte de energia primária EN3
Consumo de energia indireta discriminado por fonte primária EN4
Descarte total de água, por qualidade e destinação EN21
Descrição de impactos significativos na biodiversidade de atividades, produtos e
serviços em áreas protegidas e em áreas de alto índice de biodiversidade fora
das áreas protegidas
EN12
Efluentes e Resíduos EN22 - EN23 - EN24 -
EN25 - EN26
Emissões EN15 - EN16 - EN17 -
EN18 - EN19 - EN20 -
EN21
Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio, por peso EN19
Energia EN3 - EN4 - EN5 -
EN6 - EN7
Energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência EN5
Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de impactos na
biodiversidade
EN14
Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água EN9
Geral EN31
Habitats protegidos ou restaurados EN13
Identificação, tamanho, status de proteção e índice de biodiversidade de corpos
d’água e habitats relacionados significativamente afetados por descartes de
água e drenagem realizados pela organização relatora
EN25
Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e outros bens e
materiais utilizados nas operações da organização, bem como do transporte de
trabalhadores
EN29
Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo consumo de energia, ou
que usem energia gerada por recursos renováveis, e a redução na necessidade de
energia resultante dessas iniciativas
EN6
Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços e a
extensão da redução desses impactos
EN26
Iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e as reduções
obtidas
EN18
Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções obtidas EN7
Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou administrada dentro de
áreas protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto índice de biodiversidade
fora das áreas protegidas
EN11
Materiais EN1 - EN2
Materiais usados por peso ou volume EN1
69
NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso EN20
Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e em listas nacionais de
conservação com habitats em áreas afetadas por operações, discriminadas pelo
nível de risco de extinção
EN15
Número e volume total de derramamentos significativos EN23
Outras emissões indiretas relevantes de gases de efeito estufa, por peso EN17
Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em relação ao total de
produtos vendidos, por categoria de produto
EN27
Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem EN2
Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada EN10
Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados
considerados perigosos nos termos da Convenção da Basiléia – Anexos I, II, III
e VIII, e percentual de carregamentos de resíduos transportados
internacionalmente
EN24
Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição EN22
Produtos e Serviços EN27 - EN28
Total de emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa, por peso EN16
Total de investimentos e gastos em proteção ambiental, por tipo EN30
Total de retirada de água por fonte EN8
Transporte EN30
Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não-
monetárias resultantes da não-conformidade com leis e regulamentos ambientais
EN28
Quadro 5 – Tipos de Indicadores Ambientais GRI
Fonte – GRI (2013)
A utilização de indicadores ambientais deve permitir a análise das condições e a análise
nas mudanças da qualidade ambiental para suporte no processo de decisão e formulação de
políticas e práticas sustentáveis pelas organizações.
A dimensão ambiental destacada por Gibson et al. (2005), tem grande importância entre
vários princípios que direcionam as mudanças a caminho da sustentabilidade. Neste contexto,
a integridade do sistema sócio ecológico é um dos quais deve ser seguido, discutido e
implantado, considerando a importância da proteção das funções ecológicas que dependem da
qualidade ambiental.
De acordo com a estratégia da empresa, os indicadores ambientais são mensurados e
medidos com a intenção de apresentar ao público que, as boas práticas para o DS estão sendo
sempre aplicadas e avaliadas. Com essa análise, é possível inferir que em muitos casos, as
empresas apenas apresentam esses indicadores como forma de estratégia competitiva para
ganhar o mercado e gerar riquezas. Assim, há empresas que se preocupam com a questão
ambiental, e querem trabalhar de forma prudente, mesmo sabendo sobre o custo de investimento
70
para as ações em prol ao DS, as empresas querem que suas ações se tornem e gerem produtos
melhores para a população, em vista de um futuro melhor e longevidade para seus negócios.
Neste contexto, foram abordados conceitos por diversos autores sobre indicadores e
preservação ambiental, que ajudam a disseminar a informação sobre a aplicação de normas e o
desenvolvimento de indicadores auditados por instituições externas. Assim, as organizações
recebem informações para tomar decisões que irão reduzir e administrar os impactos ambientais
para sua evolução estratégica. Na sequência apresenta-se retrospectiva de definições de
indicadores ambientais realizada por Gomes e Malheiros (2012, p. 155).
Os indicadores ambientais são conceituados como representantes de diversos
elementos-chave (físicos, químicos ou biológicos) de um ecossistema complexo ou
de um problema ambiental (SAUNDERS; MARGULES; HILL, 1998).
Indicadores ambientais comunicam os aspectos considerados críticos ou típicos para
as inter-relações complexas entre as espécies naturais e os componentes abióticos do
sistema ambiental (EEA, 2003).
Os indicadores ambientais servem como uma ferramenta para medir e avaliar as
consequências das atividades antrópicas no sistema biológico (DANZ et al., 2005), e
permitir que as pessoas ajam sobre questões do meio ambiente (EEA, 1999).
Sua função está em diagnosticar a saúde do ecossistema e fornecer uma ferramenta
para monitorar condições ambientais ao longo do tempo (JORGENSEN, 2005).
De acordo com os conceitos supracitados, os indicadores ambientais são ferramentas
que fornecem informações ao longo do tempo, estes são tratados por variáveis que podem
mostrar as tendências e impactos ambientais, sendo cada vez mais usados como uma forma
simples de observar a complexidade do ambiente, avaliar o impacto das atividades e direcionar
as respostas as soluções dos problemas.
Por estes motivos, os indicadores ambientais avaliam esses aspectos relacionados ao
meio ambiente através de ferramentas que mensuram os impactos para o desenvolvimento de
políticas e decisão ambiental, sendo de fundamental importância na especificação,
desenvolvimento e aplicação dos indicadores de sustentabilidade.
Na seção seguinte, o processo disclosure apresenta o estudo da transparência da
organização na divulgação das informações.
2.4.8. DISCLOSURE NA DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
As boas práticas de GC, vem se estabelecendo como uma referência importante para
que os stakeholders tenham informações sobre as empresas, pois proporcionam a confiança dos
71
investidores com as decisões adotadas pela Alta Administração, pelos executivos e conselhos
de administração.
A internet destaca-se com uma tecnologia prática e usual para divulgação das
informações. Dessa forma, as corporações utilizam ao seu dispor, canais de relacionamento
com os investidores através de seus websites, colaborando assim, com o requisito, disclosure,
da boa GC, além de contribuir estrategicamente para a eficiência e transparência das
informações no mercado. Entretanto, autores como Dyck e Zingales (2002) argumentam que o
processo de disclosure ainda tem sido fracamente abordado em modelos econômicos apesar de
cada vez mais as pessoas buscarem informações por meios eletrônicos.
Neste contexto, a disclosure influencia não apenas o comportamento dos investidores
como também dos stakeholders, afetando a sua percepção em relação ao risco da companhia,
assim como a percepção dos gestores da Alta Administração, que decidirão o nível de
evidenciação fornecido e impacto nos negócios pela disponibilização dessas informações
(CRUZ; LIMA, 2010).
O objetivo da transparência, a disclosure, é reduzir a assimetria da informação entre os
stakeholders, evidenciando informações relevantes sobre o valor e o desempenho das
companhias (LANZANA, 2004; PEREIRA et al. 2008, MURCIA; SANTOS, 2009) e fazendo
uma avaliação dos investimentos com maior precisão, com alocação de recursos escassos de
maneira mais eficaz (WEIL, 2002). Entretanto, a obtenção da informação possui custo e ainda
o nível da assimetria da informação é afetado pela ação das empresas e dos indivíduos
(STIGLITZ, 2000). Consequentemente, existem barreiras que impedem o desenvolvimento de
certos mercados de capitais, que é o custo para se tornar bem informado (YOUNG;
GUENTHER, 2003).
As empresas que pertencem a níveis diferenciados de GC da Bovespa assumem o
compromisso de divulgar informações adicionais ao mercado, podendo com isso reduzir os
custos com a divulgação dessas informações. De acordo com Iudícibus (2009), ocultar
informações ou divulgá-las de maneira muito resumida é tão prejudicial quanto fornecê-las em
excesso.
As empresas podem divulgar informações voluntárias que não sejam favoráveis aos seus
negócios, quando acreditarem que poderão sofrer algum tipo de consequência ou impacto
negativo por parte de seus usuários caso não as divulguem, pois, de acordo com Verrecchia
(2001), o investidor interpreta a informação não divulgada como uma informação desfavorável
a respeito da empresa.
72
Para que o disclosure seja implementado de forma a contribuir para o processo decisório
do usuário, os gestores devem ficar atentos ao processo de seleção, escolha e qualidade das
informações, levando em conta a sua relação custo e benefício (VERRECCHIA, 2001).
A disponibilidade de informações ocorre de diversas formas, como, por exemplo, a
evidenciação de relatórios corporativos que podem englobar tanto informações obrigatórias por
dispositivos legais, quanto informações voluntárias, quantitativas ou qualitativas, positivas ou
não.
O disclosure de informações pode ser voluntário ou compulsório, sendo que o primeiro
constitui uma ação proativa da entidade com a divulgação de seu desempenho, enquanto o
segundo decorre de uma ação reativa, oriunda de normativas que obrigam a empresa a divulgar
determinada informação (YAMAMOTO; SALOTTI, 2006).
Segundo a teoria do disclosure voluntário de Verrecchia (2001), os benefícios gerados
pela divulgação das informações ambientais, além de superarem seus custos, maximizam o valor
da empresa por divulgarem somente informações que geram crédito às mesmas.
Meek, Roberts e Gray (1995) argumentam que o disclosure voluntário excede o que é
recomendado por lei, representando uma decisão espontânea dos gestores em divulgar
informações adicionais capazes de subsidiar e envolver no processo decisório dos usuários. De
acordo com Soares (2010), essa decisão da empresa tem o poder em julgar o que é importante
e útil para os stakeholders.
Healy e Palepu (2001) informam que segundo evidências empíricas sobre a
confiabilidade no disclosure voluntário, os investidores confiam nas informações adicionais.
Com base nessa confiança, afirma-se que o disclosure voluntário é capaz de proporcionar
diversos benefícios à empresa. Dentre eles, o monitoramento das atividades dos gestores por
parte dos investidores e a proteção aos acionistas minoritários, que podem ser prejudicados à
medida que há uma redução na assimetria da informação (MURCIA, 2009).
No contexto de informações exigidas por dispositivos legais e não exigidas por lei,
destaca-se a divulgação das informações baseada em julgamento, teoria do disclosure
discricionário, que questiona os motivos sobre a divulgação ou não de informações por parte
da empresa. Assim, a existência de um ponto de equilíbrio é observada por Verrecchia (2001)
devido a compatibilidade entre a percepção do mercado e os incentivos das empresas em reter
informações. Essa teoria analisa as condições em que informações são divulgadas de maneira
voluntária pelas empresas, considerando as relações estratégicas com os agentes externos
(VERRECCHIA, 2001; DOBLER, 2005; HOSSAIN, 2008).
73
Dobler (2005) comenta três possíveis motivos das empresas em não divulgarem certos
tipos de informações: i) não existência da informação; ii) desconhecimento da informação por
parte do gestor; iii) conhecimento da informação por parte do gestor, porém incentivos para não
divulgá-la.
De acordo com este estudo, a elaboração de relatórios socioambientais ou de
sustentabilidade não é obrigatório, sendo assim, é possível inferir que no Brasil o disclosure de
tais informações caracteriza-se como disclosure voluntário. No entanto, há empresas
comprometidas em evidenciar suas ações socialmente responsáveis por motivos econômicos ou
pela simples divulgação de política social. Por outro lado, a não divulgação das informações
pelas empresas, propiciam aos stakeholders uma forma de observar e punir essas empresas que
ocultem ou adotem práticas socialmente irresponsáveis, ao passo que conferem confiança
àquelas que implementam práticas socialmente responsáveis (MACHADO FILHO;
ZYLBERSZAJN, 2004).
Para as empresas permanecerem no mercado, elas necessitam preservar e aprimorar sua
reputação (FOMBRUN; SHANLEY, 1990; ANDRIOF; MCINTOSH, 2001), ou seja, ter o
reconhecimento de suas boas práticas pelos stakeholders. Portanto, o gerenciamento de
reputação corporativa pode ser estrategicamente desenvolvido a partir das ações
socioambientais.
Pesquisas anteriores sobre disclosure relaciona a sua prática pelas empresas com os
incentivos econômicos. Nesta linha de abordagem ressalta-se os estudos de Lanzana (2004),
Malacrida e Yamamoto (2006), Costa, Goldner e Galdi (2007), Lima (2007), Pereira et al.
(2008), Murcia e Santos (2009) e Cruz e Lima (2010). Dentre as variáveis econômicas
abordadas nos referidos estudos, destacam-se as variáveis lucro, rentabilidade, tamanho, custo
de capital, desempenho, endividamento e GC, todas positivamente relacionadas ao disclosure
no citado grupo de pesquisas.
No presente estudo, optou-se por abordar as seguintes variáveis: Indicadores de
Sustentabilidade, Relatórios de Sustentabilidade, Aderência aos Indicadores Sustentáveis,
Ranking de Faturamento, Níveis de Aplicação do GRI, Aspectos Econômico, Social e
Ambiental e Ramos de Atividades. Estabelece-se que a variável indicador de sustentabilidade
possui uma associação positiva com disclosure, na medida em que empresas apresentem
aderência destes aos aspectos econômico, social e ambiental. Tal fato decorre do volume de
informação disponibilizado para os stakeholders. Apesar dessas informações não obrigarem as
74
empresas a publicarem seus relatórios de sustentabilidades para estarem entre as primeiras, em
ranking de faturamento, em relação ao patrimônio e riquezas.
As empresas que aderem as boas práticas da GC tendem a divulgar mais informações
relacionadas ao meio ambiente. Dessa forma, apresenta-se no Quadro 6 a síntese elaborada por
Coelho et al. (2013, p. 116) de algumas pesquisas de empresas brasileiras sobre a divulgação
de suas informações ambientais.
Autor(es) / Ano Síntese da pesquisa
NOSSA, 2002 Analisou o nível de disclosure de informações ambientais de empresas nacionais e
internacionais do setor de papel e celulose, tendo como base as práticas correntes,
relatórios anuais e ambientais. O autor concluiu que as informações ambientais
divulgadas pelas empresas do setor de papel e celulose divergem entre elas com relação
ao tamanho, ao país de localização e ao tipo de relatório (financeiro ou específico),
mostrando-se ainda insatisfatórias com relação ao nível de confiabilidade e
comparabilidade.
CALIXTO, 2007 Examinou as informações ambientais evidenciadas por empresas brasileiras nos
relatórios contábeis divulgados nos sites das empresas, da Comissão de Valores
Mobiliários e da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). A autora conclui que
apesar de não haver um padrão para a divulgação deste tipo de informação, esta ocorre
voluntariamente de forma crescente, mas não necessariamente de forma constante e de
que existem grandes diferenças entre setores e empresas.
MURCIA et al., 2008 Procuraram examinar as informações de caráter ambiental divulgadas voluntariamente
pelas empresas brasileiras. Os autores concluíram que a maioria das informações é
evidenciada na forma declarativa, do tipo positiva e estão em sua maior parte localizadas
no Relatório da Administração e não são auditadas.
ROVER et al., 2009 Procuraram identificar os fatores determinantes da divulgação voluntária ambiental de
57 empresas de capital aberto listadas na Bovespa, pertencentes a setores de alto impacto
ambiental. Os resultados dessa pesquisa sugerem que as variáveis tamanho,
sustentabilidade, empresa de auditoria e publicação do relatório de sustentabilidade são
relevantes para a explicação do disclosure voluntário ambiental.
BRAGA; OLIVEIRA;
SALOTTI, 2009 Avaliaram empiricamente a influência de algumas variáveis sobre o nível de divulgação
ambiental nas demonstrações contábeis de empresas brasileiras. Os autores concluíram
que as variáveis: tamanho, riqueza criada e natureza da atividade exercem influência
direta e significativa sobre o nível de divulgação ambiental.
Quadro 6 – Pesquisas brasileiras sobre divulgação ambiental
Fonte: Coelho et al. (2013, p. 116)
De acordo com as pesquisas apresentadas na Quadro 6, o comprometimento com o
melhor disclosure tende a reduzir a propensão dos gestores a investir em projetos com impactos
negativos no valor da empresa. De acordo com Bens e Monahan (2004), trata-se do chamado
efeito de monitoração do disclosure.
Com conclusão, a transparência faz com que os gestores direcionem suas atividades para
o interesse dos investidores e de seus stakeholders. Segundo Bens e Monahan (2004), o
disclosure de melhor qualidade proporciona um aumento na precisão das informações sobre as
decisões estratégicas direcionadas a empresa pela Alta Administração ou pelos seus gestores.
75
2.4.9. PESQUISAS SOBRE O DISCLOSURE NA DIVULGAÇÃO DAS
INFORMAÇÕES
Vários pesquisadores atuam na identificação de como as empresas apresentam os seus
dados nos relatórios. Na sequência apresenta-se estudos que expressam pesquisas adjacentes
sobre a divulgação das informações pelos relatórios de sustentabilidade.
Para Coelho et al. (2013) as empresas apresentam em seus relatórios de administração
informações ambientais com perfil descritivo por meio de sentença informativas e explicativas.
Ainda segundo os autores, as informações ambientais são apresentadas nos relatórios devido ao
fato destes não possuírem limitações de espaço, possibilitando fazer comparações entre os
dados informados. Entretanto, cabe destacar que a maioria das informações ambientais foram
divulgadas no relatório da administração, pelo fato de não existir um padrão para a divulgação
deste tipo de informação nesse relatório.
Quanto ao tipo de evidenciação, a maioria das
(...) informações relacionadas ao meio ambiente foi divulgada na forma declarativa,
representando 72,7% do total, enquanto que a forma quantitativa monetária e a forma
quantitativa não monetária representavam 14,1% e 11,7%, respectivamente, e a forma
quantitativa monetária e não monetária representava somente 1,4% do total de
sentenças divulgadas sobre o meio ambiente (COELHO et al., 2013, p. 123).
Na pesquisa de Calixto (2013), foram analisadas informações socioambientais nos
relatórios anuais e relatórios de sustentabilidade, através de uma amostra de 226 organizações,
no período de 2004 a 2009, segregadas por país, empresa, setor e ano. Esses dados foram
disponibilizados pelas companhias latino-americanas nos seus websites, que utilizando-se das
diretrizes voluntárias do GRI, permitiu-se analisar o conteúdo dos relatórios.
Na sequência, apresenta-se a análise do estudo de Calixto (2013) sobre a divulgação das
informações das empresas através de seus relatórios.
O Brasil é o país que mais avançou a respeito do assunto na América Latina e, que
apresentou o maior número de organizações que dedicaram grande espaço ao tema
GC nos seus relatórios.
As companhias brasileiras são líderes na divulgação de informações sobre o
desempenho ambiental das suas atividades, e apresentaram um destacado crescimento
na ênfase de informações. Observa-se que, nos demais países analisados, a divulgação
de informações sobre o desempenho ambiental das organizações segue num nível
baixo de aderência às diretrizes GRI e não apresenta grandes destaques ao longo do
período de 2004 a 2009.
Na categoria desempenho social, as companhias brasileiras deram grande destaque às
questões trabalhistas e sociais. Entretanto, informações sobre direitos humanos ainda
76
recebem pouca ênfase. Entre os aspectos que receberam maior atenção das compa-
nhias, citam-se: emprego, saúde e segurança, treinamento e desenvolvimento
profissional dos empregados.
As informações sobre o desempenho econômico no formato recomendado pelos
indicadores GRI foram pouco enfatizadas pelas companhias analisadas. Somente os
riscos econômicos receberam grande atenção das organizações. Em todos os países,
esses riscos referem-se principalmente aos relacionados com as atividades das com-
panhias, situação econômica do país e riscos de maior rigor da legislação ambiental
(CALIXTO, 2013, p. 835).
Os resultados da pesquisa revelaram que a maioria das companhias de capital aberto
sul-americanas não disponibilizam as informações socioambientais nos seus relatórios anuais
ou em relatórios específicos sobre o tema, entretanto, as companhias estabelecidas no Brasil
são as que mais destacam o assunto. Quanto a evolução e a forma de divulgação de informações
socioambientais, verificou-se que o relatório anual é o principal canal utilizado pelas
companhias para destacar tais informações, seguido do relatório de sustentabilidade, divulgado
como parte do relatório anual ou como publicação específica (CALIXTO, 2013).
No estudo de Cardoso et al. (2014), foram analisados os níveis de disclosure de
informações sociais e ambientais disponíveis nos relatórios de sustentabilidade das empresas,
de acordo com a classificação dos indicadores do GRI.
Assim, observou-se que
(...) o disclosure social foi em média de 0,71, ou 71%, superior ao disclosure
ambiental de 0,57, ou 57%. Isso revela que as empresas vêm divulgando mais
intensamente as suas práticas sociais, voltadas para a comunidade local e gestão de
recursos humanos, comparativamente às práticas ambientais, relacionadas à proteção
e preservação do meio ambiente (CARDOSO et al. 2014, p. 36).
O objetivo do estudo, destes autores, foi investigar, nas informações disponibilizadas
pelos relatórios de sustentabilidade, o disclosure socioambiental das empresas brasileiras,
listadas no ISE e no Índice de Carbono Eficiente (ICO2), constituído por empresas que praticam
o uso eficiente quanto a emissão de carbono, da BM&F Bovespa, de capital aberto com melhor
reputação corporativa, em comparação com as demais.
Segundo a pesquisa de Fernandes (2012) desenvolvida com base no conteúdo dos
relatórios da administração, nas notas explicativas e nos relatórios de informações ambientais,
pode-se analisar o nível de disclosure ambiental das empresas brasileiras listadas na BM&F
Bovespa no período de 2006 a 2010. Entretanto, as análises dos resultados da pesquisa
evidenciaram conclusões apresentadas em seguida:
A análise do nível de disclosure ambiental evidenciou que, no período de 2006 a 2010,
foram encontradas 198.670 sentenças nos relatórios analisados, dessas sentenças
apenas 8.244 se referiam a informações ambientais. Os resultados mostraram que
77
51,48% do disclosure ambiental concentram-se nos relatórios de informações
ambientais; 40,06%, nos relatórios da administração e 8,46%, nas notas explicativas
(FERNANDES, 2012, p. 112).
Os dados evidenciados neste estudo, mostraram que 82,47% das informações
ambientais evidenciadas são destinadas a divulgar informações qualitativas e 17,53%
foram distribuídos entre as informações quantitativas não-monetárias e monetárias.
Esses resultados corroboram o estudo de Calixto (2007) que analisou a evidenciação
de informações ambientais no período de 1997 a 2005 e concluiu que a maior parte
das empresas brasileiras evidenciam informações qualitativas e percebeu-se que é
crescente esse tipo de disclosure nos relatórios financeiros (FERNANDES, 2012, p.
112).
As pesquisas citadas nesta seção, foram resultados obtidos por estudos que encontraram
evidências, que corroboram com a crescente divulgação de informações ambientais nos
relatórios de sustentabilidade apresentados pelas organizações. Assim, podendo-se inferir com
base na literatura analisada, que esse tipo de evidenciação pode ser estratégico em auferir
melhores índices, tanto pela redução dos custos quanto pelo aumento do valor da empresa no
mercado. Assim, essa análise demonstrou que, nos relatórios analisados, a informação
ambiental corrobora com estudos e conceito abordados na seção seguinte.
2.5. TRANSPARÊNCIA NOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE
Nas três últimas décadas (1980, 1990 e 2000), a conscientização em relação ao meio
ambiente, devido a fatos que impactaram negativamente a natureza, tornaram os Sistemas de
Gestão Ambiental das empresas mais interativos e mais produtivos devido a evolução e
desenvolvimento da tecnologia da informação. Esses sistemas são capazes de informar através
de indicadores sustentáveis normatizados por uma legislação, o aumento da consciência
ambiental (ELKINGTON, 2012).
Neste contexto, para trabalhar de forma eficiente e efetiva, os mercados precisam de
informações, ou seja, as empresas precisam adquirir informações e passar informações. Assim,
os primeiros relatórios ambientais das empresas, ou relatórios de sustentabilidade ambientais,
foram publicados em 1990 – tendo se multiplicado em centenas de outros. Muitas organizações
publicam os relatórios de sustentabilidade como parte dos relatórios anuais.
O relatório de sustentabilidade publicado pelas organizações é a principal ferramenta de
comunicação do desempenho econômico, social e ambiental para as empresas demonstrarem
seu avanço e aderência às atividades que atuam em prol do DS, que são mensurados e
controlados pelos indicadores de sustentabilidade. No entanto, o relatório segue um modelo
baseado nos padrões do GRI, considerado o mais completo e mundialmente difundido, com o
78
objetivo de mensurar e certificar as empresas com parâmetros que vão além das questões da
transparência e da boa GC.
Os níveis de detalhes nos relatórios variam de empresa para empresa, em parte refletindo
diferentes regimes de contabilidade, opiniões diferentes sobre o que é apropriado ser reportado
e as diferentes necessidades dos usuários do relatório.
Os detalhes das informações divulgadas nos relatórios, e disponibilizadas a partir de
outras fontes são utilizadas para análise de riscos, trabalhando com níveis apropriados de
preços, políticas de bônus de seguros ou segurança para empréstimos. Mesmo atualmente, os
riscos ambientais e sociais não são altos na agenda para muitas das empresas, resultando no
fato de ainda existir um pequeno número de relatórios anuais que contém uma seção sobre o
desempenho social e/ou ambiental. Dessa forma, as empresas se preocupam apenas em
apresentar os riscos e indicadores econômicos nos relatórios.
Assim, quando Stephen Wildstrom, da Business Week, em uma pesquisa pioneira
desenvolvida no ano de 1997, procurou pelos relatórios anuais, ele encontrou grandes
diferenças. Alguns relatórios eram muito ruins, outros pouco legíveis e, às vezes, os relatórios
anuais eram coloridos e até animados com recursos de multimídia.
Elkington (2012) destaca o estudo desenvolvido por Wildstrom (1997) que buscou nos
relatórios ambientais, no qual identifica grandes diferenças de abordagem dos fatores social e
ambiental, apesar de algumas empresas já estarem começando a lidar com esse novo meio, a
fim de oferecer aos usuários um pacote de informações muito mais interessante e interligado.
O estudo de Wildstrom (1997) destaca as abordagens das empresas sobre as quais se
explicam sobre a importância de publicar o relatório de sustentabilidade. Nota as referências
abaixo foram retiradas dos relatórios de sustentabilidade publicados de acordo com as empresas
citadas:
Segundo a Petrobrás o Relatório de Sustentabilidade é produzido anualmente com a
finalidade de oferecer ao público de interesse um relato conciso e confiável sobre o
desempenho, práticas de gestão e visão de futuro (PETROBRÁS, 2013, p. 6).
O relatório de sustentabilidade publicado pelo Bradesco, está em linha com as
melhores práticas de GC e com o compromisso com a transparência, e como parte do
processo evolutivo do relato das atividades para os públicos com os quais se
relacionam e para a sociedade em geral, abrangendo os avanços, iniciativas e
resultados, elaboraram um relatório unificado, que compreende, na mesma
publicação, informações financeiras e não financeiras (negociais, operacionais,
governança e socioambientais) (BRADESCO, 2013, p. 2).
Segundo Banco do Brasil, o relatório de sustentabilidade apresenta um foco na
tendência de integração das informações econômicas e socioambientais, apresenta os
negócios de viés socioambiental desenvolvidos pelo Banco do Brasil dentro da seção
79
Análise por Segmento de Negócio e apresenta como os investidores e analistas
poderão ter uma dimensão abrangente de como a gestão da sustentabilidade é feita de
maneira transversal no Banco do Brasil (BANCO DO BRASIL, 2013, p. 12).
Segundo Itaú, o relatório anual é o relato da estratégia, estrutura, atividades, operações
e principalmente de como gerar valor ao público de interesse, incluindo sociedade,
acionistas, clientes e colaboradores (ITAÚ, 2013, p. 17).
Segundo a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, o relatório de sustentabilidade traz
informações sobre suas principais atividades realizadas e em suas representações no
exterior (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2013, p. 92).
Segundo a JBS, o relatório anual e de sustentabilidade é elaborado de acordo com os
critérios da Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), a
publicação apresenta as práticas de gestão e o desempenho da empresa que teve seu
conteúdo definido a partir de consulta aos públicos de interesse da companhia (JBS,
2013, p. 4).
Para a GPA, relatório anual e de sustentabilidade tem como base, os indicadores da
GRI, modelo internacionalmente utilizado por empresas para reportar os
desempenhos econômico, social e ambiental (GPA, 2013, p. 96).
A Raízen publica seu relatório de sustentabilidade, consolidando as informações sobre
o perfil organizacional e os desempenhos econômico, social e ambiental da empresa
(RAÍZEN, 2013, p. 7).
A Oi apresenta seu relatório anual de sustentabilidade, alinhado às diretrizes da GRI.
O documento reúne as iniciativas e o desempenho da Companhia em suas operações
(OI, 2013, p. 2).
O relatório anual e de sustentabilidade das empresas Eletrobrás é o resultado do
trabalho coletivo de centenas de pessoas e reflete um processo de melhoria contínua
e de aprofundamento das práticas de sustentabilidade. Ele também mostra como a
transparência e a prestação de contas para a sociedade são importantes para manter a
confiança dos stakeholders (ELETROBRÁS, 2013, p. 3).
Conforme propõe Elkington (2012), é válido pensar muito bem antes de se decidir pela
geração de relatórios. Conforme advertido no relatório de 1993 da Coming Clean:
(...) qualquer empresa que se esqueça que o debate da sustentabilidade pode ser um
campo minado, está correndo o risco de perder as suas pernas corporativas. Não espere
por buquês de flores somente porque você decidiu abrir os seus livros”. Em alguns
países, os gerentes de fábricas podem ser presos por falharem no cumprimento dos
controles de emissões. E qualquer empresa que gere relatórios seria aconselhada a ler
o rascunho do relatório final com olhos de inimigos. Caso não o faça, estará correndo
o risco de cair em uma emboscada (ELKINGTON, 2012, p. 213).
Os relatórios mais bem aceitos e mais eficientes têm sido aqueles cujas empresas que os
preparam adotam uma abordagem detalhada. Aqueles que adotaram esse caminho descobriram
que os stakeholders tendem a acreditar muito mais nas boas notícias, em que existe também
uma discussão franca e detalhada sobre os problemas restantes (ELKINGTON, 2012).
80
A medida que mais e mais empresas entram na lista de geradoras de relatórios, os
relatórios ambientais permanecem marcados por um paradoxo. Logicamente, antes das
empresas começarem a emitir relatórios sobre suas políticas ambientais, os esforços terão sido
direcionados no desenvolvimento de metodologias de acompanhamento ambiental, assim como
de indicadores para mensuração do desempenho e, finalmente, a implementação de sistemas
para a auditoria dos mesmos.
Elkington (2012) aponta que no final da década de 1990, já era claro que a maior parte
das empresas que geravam relatórios ainda os viam como veículos de relações públicas,
projetados para oferecer uma reafirmação e para auxiliar na construção de uma imagem de que
“tudo ia bem”. Os usuários dos relatórios e outros stakeholders tinham ideias diferentes. Até
onde estavam interessados, os relatórios eram cada vez mais vistos como ferramentas para
monitorar, medir, filtrar, comparar e fazer benchmarking. Essa tendência na direção da
capacidade de se fazer benchmarking deu origem à delicada questão das comparações.
Inevitavelmente, o enfoque inicial para a geração de relatórios estava centralizado nos
aspectos mais visíveis das atividades de uma empresa: seus projetos, suas instalações e seus
produtos (ELKINGTON, 2012). Assim, a longo prazo as empresas estão identificando a
necessidade de enfocar uma maior gama de questões alicerçadas na linha do TBL, assim como
do desempenho de uma parte a outra na cadeia de valor. Nesse processo, algumas empresas
geradoras de relatórios estão identificando o início como sendo uma atividade pública
exercendo forte influência na estratégia corporativa e na arquitetura dos negócios.
Elkington (2012, p. 234) diz que,
(...) o quão rápido e o quanto as informações estarão abertas para os seus fornecedores,
clientes e, mais importante, para os stakeholders que se mantêm vinculados com os
três pilares. Se as experiências das empresas que produziram as primeiras ondas de
relatórios ambientais e sociais tiverem de ser consideradas, aquelas com a coragem de
se colocar nesse caminho serão, no final, as vencedoras.
2.5.1. RELATÓRIO INTEGRADO
A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, realizada no
Brasil em Junho de 2012, a RIO+20, resultou em um documento final intitulado “The future
We Want”, e o seu parágrafo 47 reconhece a figura do Relato Integrado como uma forma de
comunicação de uma organização perante seus stakeholders, incluindo, mas não se limitando,
aos relatórios financeiro-contábeis (CARVALHO; KASSAI, 2014).
81
We acknowledge the importance of corporate sustainability reporting and encourage
companies, where appropriate, especially publicly listed and large companies, to
consider integrating sustainability information into their reporting cycle. We
encourage industry, interested governments an relevant stakeholders with the support
of the United Nations system, as appropriate, to develop models for best practice and
facilitate action for the integration of sustainability reporting, taking into account
experiences from already existing frameworks and paying particular attention to the
needs of developing countries, including for capacity building. (THE FUTURE WE
WANT. UNITED NATIONS. RIO+20 UNITED NATIONS CONFERENCE ON
SUSTAINABLE DEVELOPMENT, 20-22 JUN 2012).
De acordo com Kassai (2014), a estrutura sobre o Relato Integrado emitido pelo
International Integrated Reporting Council (IIRC) em 09/12/2013 apresenta uma nova
proposta de comunicação corporativa onde as empresas devem reportar de forma concisa como
a sua: estratégia, governança, desempenho e perspectivas futuras, criam valor ao longo do
tempo.
Segundo a definição Integrated Reporting (IR) ou Relato Integrado, é o
(...) processo que resulta na comunicação, por uma organização, mais notoriamente
no relatório integrado periódico, sobre a criação de valor no decorrer do tempo. É a
comunicação concisa sobre como a estratégia, a governança, o desempenho e as
possibilidades de uma organização, no contexto de seu ambiente externo, levam à
criação de valor no curto, médio e longo prazo (IIRC, 2013, p. 8).
Esta comunicação é o resultado final de um processo que considera contexto, modelo
de negócio, materialidade, externalidades negativas e positivas e ativos intangíveis para
explicitar a criação de valor para a própria organização e comunidade onde está inserida. Pelo
estímulo a diferentes formas de pensamento, o processo de IR busca contribuir na direção de
uma economia global mais avançada e sustentável (FERREIRA; CORBAN, 2015).
Neste contexto, segundo Ferreira e Corban (2015), os processos de IR contribuem no
avanço da transparência do desempenho das empresas sobre o impacto socioambiental além
de possibilitar a identificação de ativos intangíveis, externalidades e mecanismos de
governança mais efetivos para processos tidos como não financeiros, possibilitando o encontro
destes com os processos econômico-financeiros. Carvalho e Kassai (2014) explicam que muitas
empresas de capital aberto no Brasil já elaboram algum tipo de relatório de sustentabilidade,
sendo que a versão mais recente do GRI já é uma realidade.
De acordo com IIRC (2013), a finalidade do IR é abordar com mais eficiência os
relatórios corporativos na comunicação com toda a gama de fatores que afetam materialmente
a capacidade de uma organização para criar valor no decorrer do tempo e conjugar outros
padrões de relatórios; Informar a alocação de capital financeiro que suporte à criação de valor
82
no curto, médio e longo prazo; Aprimorar a responsabilidade e a administração com respeito à
ampla base de capitais (financeiros, manufaturados, intelectuais, humanos, sociais e de
relacionamentos e naturais) e promover o entendimento das interdependências entre eles; e
suportar o pensamento integrado, a tomada de decisões e ações que foquem na criação de valor
no curto, médio e longo prazo.
Assim, a estrutura do IR serve para auxiliar as organizações a estabelecer Princípios de
Orientação e Elementos de Conteúdo que regem o conteúdo em geral de um relatório integrado,
ajudando as organizações a determinar como melhor expressar sua história única de criação de
valor de maneira significativa e transparente (IIRC, 2013).
No capítulo seguinte são apresentados os procedimentos metodológicos utilizados nesta
pesquisa para o atendimento do objetivo proposto.
83
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos adotados no contexto das
estratégias de pesquisa, nos métodos e nas técnicas que visam atingir os objetivos deste estudo
que é identificar indicadores similares de desempenho sustentável utilizados pelas organizações
que apresentam as boas práticas da GC, analisando e identificando numa abordagem qualitativa
e quantitativa, os indicadores que se destacam nos aspectos econômico, social e ambiental
apresentados nos Relatórios de Sustentabilidade das Empresas.
As seções seguintes detalham os métodos e técnicas adotados, que viabilizam o presente
trabalho. Inicialmente se discute sobre a definição das etapas e os pressupostos da pesquisa. Na
sequência descreve-se a pesquisa desenvolvida, indicando a abordagem quantitativa que se
configura como principal linha de investigação e a abordagem qualitativa estabelecida em
decorrência da utilização da análise dos dados contidos nos relatórios de sustentabilidade e na
análise do perfil dos indicadores utilizados nos relatórios.
Assim, a abordagem qualitativa teve como preocupação a interpretação da qualidade
dos dados pesquisados e a comparação de indicadores de sustentabilidade entre as empresas
que se destacaram em seus ramos de atividades, com as versões do GRI, e como também entre
os aspectos econômico, social e ambiental. Portanto, foram realizados pesquisas e
levantamentos de cada conjunto de indicadores no modelo GRI com suas respectivas
dimensões, e depois submetidos ao agrupamento e análises entendendo as características
utilizadas por cada grupo para avaliar uma determinada empresa com relação à sustentabilidade.
A pesquisa se pauta nas atividades resultantes do processo de análise de artigos, livros
e documentos que relatam a posição da organização através da transparência da informação de
seus indicadores de sustentabilidade que estão disponibilizados em relatórios de
sustentabilidade das organizações, possibilitando desta forma, identificar a relação dos dados
analisados ao referencial teórico utilizado no estudo. Este enquadramento possibilita o
desenvolvimento desta pesquisa que investiga diferentes abordagens metodológicas
intrinsecamente complementares, com predomínio de técnicas que estruturam e mapeiam as
informações em apresentações ao foco deste estudo, mas que, no entanto, possui a análise dos
dados publicados pelos relatórios de sustentabilidade que se estabelece como quantitativa e
qualitativa. Esta diversidade metodológica se faz necessária tanto para o atendimento do
objetivo geral, que se caracteriza pela amplitude da abordagem, quanto aos objetivos
específicos, componentes necessários ao desenvolvimento do estudo.
84
3.1. TIPOS DE PESQUISAS E MÉTODOS
Os estudos que utilizam e combinam diferentes métodos são denominados como
abordagem de métodos mistos por Creswell (2007). O autor destaca que este procedimento se
ajusta a necessidade do pesquisador trabalhar com dados e análises complexas. De acordo com
Easterby-Smith et al. (1999), a distinção entre as pesquisas qualitativa e quantitativa nem
sempre se apresenta de forma clara.
Neste contexto, esta pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva, com
abordagem quantitativa e qualitativa. É baseado em pesquisa documental, devido a coleta e
utilização de dados secundários constantes na publicação de relatórios de sustentabilidade.
A pesquisa documental pode ser parte integrante de um agrupamento de instrumentos
de um mesmo estudo de pesquisa. Entretanto, se justifica “(...) no momento em que se podem
organizar informações que se encontram dispersas, conferindo-lhe uma nova importância como
fonte de consulta” (LONGARAY et al., 2003, p. 89).
Na visão de Gil (2008, p. 52), a pesquisa documental apresenta as vantagens de que os
“(...) documentos constituem rica fonte de dados; como suscitam ao longo do tempo, torna-se
a mais importante fonte de dados em qualquer pesquisa de natureza histórica e; não exige
contato com o sujeito da pesquisa”. A coleta de dados através desta pesquisa usa informações
que não receberam tratamento analítico, as fontes de coleta são diversificadas e dispersas, sendo
os dados compilados pelo próprio pesquisador (LONGARAY et al., 2003).
A natureza exploratória consistiu na análise e compreensão dos critérios para
participação e seleção dos indicadores de sustentabilidade, enquanto a fase descritiva buscou
descrever os dados coletados na pesquisa através das empresas que disponibilizam os relatórios
de sustentabilidade.
Para Gil (1994), a pesquisa exploratória desenvolve, esclarece e modifica conceitos e
ideias na formulação de novas abordagens para um momento posterior. Cervo e Bervian (2002,
p. 69) afirmam que “(...) os estudos exploratórios não elaboram hipóteses a serem testadas no
trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informações sobre determinado
assunto de estudo”.
De acordo com Andrade (2002), pesquisa descritiva tem a preocupação de observar,
registrar, analisar, classificar e interpretar os fatos, sem realizar nenhuma interferência. Rudio
(2003) salienta que esse tipo de pesquisa envolve atividades como levantamento bibliográfico,
85
pesquisa documental, questionários e entrevistas, com a finalidade de ampliar o conhecimento
sobre o tema e descrever o fenômeno estudado.
Segundo Acevedo e Nohara (2013), a pesquisa descritiva pode ser utilizada pelo
investigador quando o objetivo do estudo descreve as características de um grupo, estima a
proporção dos elementos de uma determinada população e compreende as relações entre os
constructos envolvidos na descrição do fenômeno investigado. Este tipo de pesquisa contribui
com outras pesquisas que visem detalhar e explicar o fenômeno.
Os objetivos específicos deste trabalho possuem técnicas de pesquisa que se ajustam ao
desafio estabelecido. Assim, a conclusão de uma fase desta pesquisa fornece os subsídios
necessários, tanto para responder a pergunta proposta pelo objetivo quanto auxiliar o
desenvolvimento da etapa seguinte. Tal configuração estabelece uma coesão de encadeamento,
tanto dos objetivos específicos propostos, quanto das técnicas utilizadas na pesquisa, resultando
em uma estrutura harmônica e robusta.
3.2. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
A Figura 7 apresenta técnicas de seleção e mineração inicial de dados, que identificaram
os dados dentro de um grupo ou universo de acordo com os objetivos específicos da pesquisa.
Figura 7 – Informações selecionadas e técnicas de pesquisa
Fonte – Próprio autor
A técnica utilizada para a análise do conteúdo, sustenta a verificação e entendimento
das informações investigadas nos relatórios de sustentabilidade. É uma técnica utilizada nas
Aderências aos Indicadores de Sustentabilidade utilizados pelas empresas que praticam Governança Corporativa
3. Indicadores
GRI
2. Relatóriosde
Sustentabilidade
1. Empresas
4.
GC
86
Ciências Sociais Aplicadas nas pesquisas que abordaram o tema desta investigação (BARDIN,
2004).
A fonte de pesquisa mencionada para o levantamento das empresas conforme a Figura
6 foi obtida através da publicação do Valor Econômico (2013, 2014) na qual se identificou 217
empresas que estão representadas dentro dos Grandes Grupos Econômicos. Empresas estas
classificadas por ranking de faturamento dos grupos que atuam no Brasil. Entretanto, esse grupo
reflete uma receita bruta somada de 2013 que alcançou 3.2 trilhões de reais. Os balanços
apresentam um crescimento de 3,2% no lucro líquido somado das grandes corporações, cujo
total alcançou 147,4 bilhões de reais.
Esses 217 maiores grupos destacados nos anos de 2013 e 2014 e que atuam no país
movimentaram em 2013 o equivalente a 66,74% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A
receita bruta total foi 9% maior do que a registrada em 2012 (VALOR ECONÔMICO, 2013,
2014). No entanto, essas empresas selecionadas para este estudo foram baseadas com um
critério em relação ao posicionamento estratégico no mercado brasileiro, que de acordo com o
ranking de faturamento, é possível analisar se estas apresentam um ponto de equilíbrio entre os
aspectos econômico, social e ambiental, estes identificados pelos indicadores no modelo GRI.
Dessa forma, utilizando-se de técnicas de mineração de dados e técnicas de tabulações
dinâmicas em planilhas eletrônicas, foi possível a apresentação e mensuração dos indicadores
de sustentabilidade econômica, social e ambiental qualificadas por ramo, ano, região,
faturamento, aderência ao modelo GRI, níveis de aplicação etc.
A Tabela 8 apresenta amostra composta por 91 empresas das 217 analisadas, destacadas
nos ramos do Comércio, Finanças, Indústria e Serviços, que disponibilizaram nos relatórios de
sustentabilidade e/ou anuais, os indicadores no modelo GRI, sobre informações econômicas,
sociais e ambientais disponíveis nos seus websites, 119 não publicaram e sete apresentaram
outros indicadores em seus relatórios.
Empresas Estado Pais/origem Ramo
Abril SP Brasil Serviços
Aço Cearense CE Brasil Indústria
AES Brasil SP EUA Serviços
Alcoa SP EUA Indústria
Algar MG Brasil Serviços
ALL - América Latina Logística PR Brasil Serviços
Alto Alegre SP Brasil Indústria
87
Ambev SP Bélgica/Brasil Indústria
Amil RJ EUA/Brasil Serviços
André Maggi MT Brasil Comércio
Anglo American SP Inglaterra Indústria
Aperam South America MG Luxemburgo Indústria
ArcelorMittal Brasil MG Espanha/França/ Luxemburgo Indústria
Banco do Brasil DF Brasil Finanças
Banrisul RS Brasil Finanças
Basf SP Alemanha Indústria
Bayer SP Alemanha Indústria
BicBanco SP Brasil Finanças
Biosev SP França Indústria
BNB CE Brasil Finanças
Bradesco SP Brasil Finanças
Brasil Kirin SP Japão Indústria
BRF SP Brasil Indústria
Bunge SP Holanda Indústria
Caixa DF Brasil Finanças
Caixa Seguros DF França Finanças
CEEE RS Brasil Serviços
Celesc SC Brasil Serviços
Cielo SP Brasil Serviços
Citi SP EUA Finanças
Claro SP México Serviços
CNH Industrial MG Itália Indústria
Coca-Cola FEMSA SP México Indústria
Copel PR Brasil Serviços
Copersucar SP Brasil Comércio
CPFL Energia SP Brasil Serviços
Dasa SP Brasil Serviços
EcoRodovias SP Brasil Serviços
EDP SP Portugal Serviços
Eletrobras RJ Brasil Serviços
Embratel RJ México Serviços
Endesa Brasil RJ Itália Serviços
Estácio Participações RJ EUA/Irlanda/Luxemburgo/ Brasil Serviços
Fiat MG Itália Indústria
Fleury SP Brasil Serviços
Gafisa SP Brasil Serviços
88
Galvão SP Brasil Serviços
GDF Suez RJ França/Bélgica Serviços
GOL SP Brasil Serviços
GPA SP França Comércio
Grupo Segurador BB e Mapfre SP Espanha/Brasil Finanças
Heringer ES Brasil Finanças
HSBC PR Inglaterra Finanças
Itaú Unibanco SP Brasil Finanças
JBS SP Brasil Indústria
Klabin SP Brasil Indústria
Lojas Americanas RJ Brasil Comércio
Lojas Renner RS Brasil Comércio
Magazine Luiza SP Brasil Comércio
Marcopolo RS Brasil Indústria
Minerva SP Brasil Indústria
MRV Engenharia MG Brasil Serviços
Natura SP Brasil Comércio
Neoenergia RJ Brasil/Espanha Serviços
OAS SP Brasil Serviços
OI RJ Brasil Serviços
Petrobras RJ Brasil Indústria
Porto Seguro SP Brasil Finanças
Portugal Telecom SP Portugal Serviços
Positivo PR Brasil Indústria
Queiroz Galvão RJ Brasil Indústria
Raizen SP Inglaterra/Holanda/Brasil Comércio
Renault PR França Indústria
Santander SP Espanha Finanças
São Martinho SP Brasil Indústria
Sicredi RS Brasil Finanças
Siemens SP Alemanha Indústria
Solvi SP França Serviços
SulAmérica RJ Brasil Finanças
Suzano SP Brasil Indústria
TAM SP Brasil Serviços
Tecnisa SP Brasil Serviços
TIM Brasil RJ Itália Serviços
Unilever SP Inglaterra/Holanda Indústria
Usiminas MG Japão/Argentina/Brasil Indústria
89
UTC SP Brasil Serviços
Vale RJ Brasil Indústria
Vonpar RS Brasil Indústria
Votorantim SP Brasil Indústria
WEG SC Brasil Indústria
Whirlpool SP EUA Indústria
Tabela 8 – Empresas Grandes Grupos Econômicos
Fonte – Valor Econômico (2013, 2014)
As empresas apresentadas na Tabela 8 disponibilizaram em seus relatórios de
sustentabilidade, os indicadores nas versões G3 e G4 do modelo GRI. De acordo com as
versões, das 91 empresas que disponibilizaram os relatórios sustentabilidade nos padrões GRI,
58 empresas apresentaram indicadores na versão G3 do GRI e 33 empresas mostraram
indicadores na versão G4 do GRI.
Os relatórios de sustentabilidade foram adquiridos através dos websites de cada
empresa, sendo necessário o acesso e localização de cada documento. Como não há uma
padronização e local determinado para cada relatório dentro do site, foi preciso interpretar cada
site da organização para consulta e obtenção do documento. Que em muitos casos estavam
disponíveis somente por meio digital, impossibilitando a cópia do documento devido aos
controles de segurança aplicados ao site da organização.
Para o tratamento dos indicadores de sustentabilidade coletados através dos relatórios
de sustentabilidade, foi utilizado o modelo GRI que trouxe para este estudo uma certa facilidade
para a pesquisa. O padrão do GRI apresenta o total de indicadores nas versões G3 e G4, como
observado na Tabela 9:
Indicador Versão G3 Versão G4
G4 - Perfil de Governança 17 59
EC - Econômico 9 9
EN - Ambiental 30 34
LA - Social: Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente 14 16
HR - Social: Direitos Humanos 9 12
SO - Social: Sociedade 8 11
PR - Social: Responsabilidade pelo Produto 9 9
Total 96 150
Tabela 9 – Relação dos indicadores GRI por Versões de publicação
Fonte: GRI (2009:2013)
90
Apesar do modelo GRI fornecer diretrizes para divulgação do desempenho das
empresas, o nível de detalhamento dos relatórios gerados pode variar de empresa para empresa,
pois as informações fornecidas refletem diferentes modelos de gestão e opiniões sobre o que é
apropriado ser reportado.
Em relação ao Ano de referência da publicação dos relatórios de sustentabilidade, a
Tabela 10 apresenta a quantidade de empresas em relação aos seus anos de publicação.
Ano de Publicação Empresas
2008 1
2010 3
2011 2
2012 10
2013 68
2014 7
Total Geral 91
Tabela 10 – Ano de publicação dos relatórios divulgados
Fonte – dados da pesquisa.
As quantidades de empresas apresentadas na Tabela 10, referem-se as 91 das 217
empresas que estão representadas nos Grandes Grupos do Valor Econômico e que tem seus
relatórios de sustentabilidade publicados em seus websites.
A metodologia utilizada nesta pesquisa apresentou formas diferentes de análise
quantitativa, qualitativa ou misto. Tal contexto é resultante da adequação das estratégias de
investigação, que por sua vez, possuem inúmeras técnicas que podem ser utilizadas
separadamente, ou juntas, assumindo assim uma perspectiva mista.
3.3. TIPOS DE TÉCNICAS DE PESQUISAS
O processo de consubstanciar a técnica quantitativa e qualitativa em uma mesma
pesquisa é apontado como tendência nas investigações sociais, frente à possibilidade de somar
as vantagens de cada uma das técnicas. Sampieri et al. (2006) mostram que a combinação das
técnicas quantitativa e qualitativa favorecem o desenvolvimento do conhecimento e a
elaboração de teorias.
Adicionalmente, Creswell (2007) aponta a adequação do método misto para as
pesquisas envolvidas na necessidade tanto de explorar quanto de explicar os fenômenos em
estudo. Para efeito de desenvolvimento desta pesquisa se faz necessária a utilização do método
91
misto, por demandar inicialmente o entendimento da construção do campo para na sequência o
conhecimento legitimado.
Este estudo adota uma combinação de estratégias a exploratória sequencial e simultânea,
apresentado em três etapas sequenciais de investigação, apresentando-se simultaneamente a
coleta e análise de dados.
Figura 8 – Estratégia de pesquisa sequencial e simultânea
Fonte – Próprio autor
A Figura 8 apresenta a estratégia de pesquisa que foi adotada de forma sequencial e
simultânea, abordando os temas do estudo entre GC, Sustentabilidade e Indicadores de
desempenho.
As Empresas selecionadas para pesquisa estão contidas dentro dos grandes grupos
econômicos de 2013 e 2014, classificadas por ramos de atividade e ranking de faturamento.
Nesta pesquisa, foram extraídos os indicadores GRI apresentados em seus relatórios de
sustentabilidade, que estão disponibilizados em seus websites.
Para o tratamento das informações, esta pesquisa utilizou ferramentas de análise pelo
Sistema de Data Mining e Sistema de tabulação eletrônica por planilhas e tabelas dinâmicas.
Utilizou-se inicialmente a ferramenta Tableau, que ofereceu a capacidade de criar diferentes
exibições dos dados e alterá-los conforme as necessidades evoluíam. O Tableau é uma solução
de análise de dados e desenvolvido com base em uma tecnologia inovadora que transforma
imagens de dados em consultas de banco de dados otimizadas. Essas ferramentas proporcionam,
após o tratamento dos dados, uma apresentação em formatos gráficos que, conforme Creswell
(2007) é uma maneira adequada de se apresentar o modelo gráfico da estratégia do projeto de
pesquisa a se desenvolver. A Figura 9, mostra a sequência utilizada para a obtenção e tratamento
dos dados.
Teorias
- Governança Corporativa
- Sustentabilidade
- Indicadores
Empresas
- Base Valor Econômico 2013 e
2014, apresentadas no anúario Grandes
Grupos Econômicos
Indicadores
- Relatórios de Sustentabilidade
- GRI
92
Figura 9 – Processo das etapas desenvolvidas da pesquisa
Fonte – Próprio autor
A análise da Figura 9 possibilita identificar as seguintes etapas: A primeira etapa deste
processo de pesquisa apresenta os temas relacionados as teorias de Governança e
Sustentabilidade com ênfase nos indicadores de sustentabilidade. Buscou-se nesta etapa a
93
origem das informações para a pesquisa, tais como, as bases para extração das empresas, dos
artigos e indicadores de sustentabilidade nos padrões do GRI.
A segunda etapa apresenta o entendimento do universo de empresas que atuam no
Brasil, destacadas dentro dos grandes grupos econômicos e publicadas pela sua atuação nos
ramos Comércio, Indústria, Serviço e Finanças. Nesta etapa identificou-se também, os
indicadores de sustentabilidade apresentados pelo documento de diretrizes do GRI nas versões
G3 e G4, fazendo um entendimento dos indicadores por aspectos econômico, social, ambiental,
governança e setorial.
A terceira etapa apresenta uma pesquisa seletiva por relatórios de sustentabilidade nos
websites das organizações que fazem parte deste estudo. A busca por esses documentos deu-se
através do processo de navegação pelos websites das empresas, sendo analisados com o
propósito de identificação do documento através de um link relacionado com as questões
socioambientais das suas atividades. Assim, esse processo proporcionou o entendimento de
como e onde as empresas disponibilizam seus relatórios anuais e de sustentabilidade e os
relatórios específicos, que foram baixados e organizados para codificação e posterior análise.
A quarta etapa foi a análise dos relatórios e entendimento dos indicadores de
sustentabilidades apresentados por cada organização. Nesta etapa, as empresas selecionadas
para o estudo, são apenas as que apresentaram os indicadores GRI, sendo estes identificados e
inseridos manualmente dentro de uma estrutura preparada nas planilhas eletrônicas. Esta
estrutura permitiu a manipulação das informações através de indexações, relacionamentos
dinâmicos entre tabelas e registros de dados para executarem cálculos de forma consistente,
medidos em valor quantitativo e percentual para posteriores interpretações.
A quinta etapa do estudo, apresenta os dados tratados por bases e tabelas dinâmicas,
proporcionando o cruzamento entre diversas variáveis obtidas pelas quantidades dos resultados
dos indicadores por empresas e por ramos, aderindo ou não aos padrões publicados do GRI.
Assim, esta etapa refere-se à interpretação dos dados através de um software para análise dos
dados codificados, apresentando os resultados em formatos gráficos por tabelas e figuras que
identificam as mensurações, em valores e percentuais, obtidos por essas análises.
A sexta etapa o trabalho apresenta as conclusões e limitações da pesquisa dos
indicadores por empresas e segmentos.
94
3.4. RELAÇÕES DOS AUTORES POR TEMAS
Os processos das pesquisas quantitativa alinham-se as pesquisas qualitativas através das
teorias de autores que abordam os temas GC, TBL com os aspectos econômico, social e
ambiental, DS, estratégias empresariais, indicadores de desempenho e sustentabilidade, BSC e
SBSC, normativas, relatórios de sustentabilidade, responsabilidade social e stakeholders. Entre
os autores, a Tabela 11 abaixo apresenta as quantidades de citações e seus autores em relação
aos temas abordados neste trabalho.
Temas Quantidade de Autores %
BSC 10 5%
SBSC 9 4%
Desenvolvimento Sustentável 25 12%
Disclosure 31 15%
Estratégias Empresariais 6 3%
Governança 23 11%
Indicadores 54 26%
Metodologia 12 6%
Normativas 7 3%
Relatórios de Sustentabilidade 17 8%
Responsabilidade Social 3 1%
Stakeholders 4 2%
TBL 10 5%
Total Geral 211 100%
Tabela 11 – Representação das citações dos autores por temas da pesquisa
Fonte: Próprio autor
A coleta destes estudos foi possível por meio da obtenção do material em acervos
disponibilizados em meio eletrônico, a saber: Scielo, Redalyc, Spell, Anpad, Google
Acadêmico, Universidade de São Paulo (USP) e outras Instituições Acadêmicas, Instituições
específicas do estudo como IBGC, GRI e ETHOS.
Assim, de acordo com estes conjuntos de fatores, foi possível o desenvolvimento da
presente pesquisa, atendendo aos objetivos estabelecidos, bem como a tentativa de elaborar o
constructo final que represente uma proposição deste estudo. A apresentação dos dados seguirá
a mesma sequência delineada na metodologia.
95
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Este capítulo destaca resultados das análises quantitativas e qualitativas, de forma a
atender os objetivos específicos e geral de pesquisa, conforme os procedimentos metodológicos
descritos no capítulo anterior.
Conforme estudado na plataforma teórica, os relatórios de sustentabilidade das empresas
devem apresentar indicadores de cunho econômico, social e ambiental. De acordo com o
propósito da pesquisa, nos tópicos a seguir serão descritos e analisados os resultados da
pesquisa documental. Dessa forma, das 217 empresas analisadas, apenas 98 relatórios foram
encontrados, sendo que destes, identificou-se que 91 relatórios apresentaram indicadores de
sustentabilidade conforme padrão GRI, restando sete empresas deste grupo que não
apresentaram os relatórios nos padrões GRI. Entretanto, as outras 119 empresas da relação total
não disponibilizaram seus relatórios, ou a investigação desenvolvida não localizou as
informações em seus websites.
As seções apresentadas neste capítulo estão subdivididas conforme as análises
realizadas nas coletas de dados utilizando-se das técnicas de mineração de dados (Data mining)
e tabulação dinâmica das informações.
A Tabela 12 apresenta a quantidade das empresas por ramo de atividade que publicaram
seus relatórios de sustentabilidade em seus websites.
Ramo de Atividade Publicou
Relatório
Relatório fora
do padrão GRI
Não
localizado
Total
Geral
%
Comércio 8 1 24 33 15,2%
Finanças 16 17 33 15,2%
Indústria 34 3 50 87 40,1%
Serviços 33 3 28 64 29,5%
Total Geral 91 7 119 217 100%
Tabela 12 – Quantidade de empresas por ramo de atividade e publicação dos relatórios
Fonte – dados da pesquisa
96
A Tabela 12 mostra um predomínio de empresas no setor industrial que corresponde a
40,1% do total das empresas pesquisadas neste estudo, que apresentaram seus relatórios de
sustentabilidade, em seguida se destacam com 29,5% as empresas do setor de serviços e com
15,2% as empresas dos setores de comércio e finanças. A análise dos dados indica que há um
predomínio do ramo da industrial com a divulgação dos relatórios de sustentabilidade para a
sociedade.
A Tabela 13 apresenta o percentual de indicadores dos aspectos econômico, social e
ambiental por ramo de atividade, das empresas que aderiram ao modelo GRI em seus relatórios
de sustentabilidade. Assim, é possível observar que, das amostras apontadas em relação aos
indicadores essenciais da GRI, foram apresentados indicadores classificados nos ramos de
Finanças, Comércio, Indústria e Serviços das organizações nacionais e multinacionais que
atuam no mercado nacional.
Ambiental Econômico Social
Ramo Sim Não Omitiram Sim Não Omitiram Sim Não Omitiram % Geral
Comércio 2,5% 0,1% 1,3% 0,8% 0,1% 0,3% 3,7% 0,4% 1,5% 10,7%
Finanças 2,3% 0,9% 3,1% 1,0% 0,2% 0,6% 5,7% 0,9% 3,1% 17,8%
Indústria 10,7% 2,2% 0,9% 2,9% 0,4% 0,4% 13,1% 3,7% 2,3% 36,6%
Serviços 8,8% 2,1% 1,7% 3,0% 0,5% 0,3% 12,9% 3,5% 2,1% 34,9%
Total 24,3% 5,3% 7,0% 7,7% 1,2% 1,6% 35,4% 8,5% 9,0% 100,0%
Tabela 13 – Percentual dos indicadores das empresas por aspectos do tripé da sustentabilidade e aderência GRI
Fonte – dados da pesquisa
Na Tabela 13, são apresentados os indicadores de sustentabilidade nos aspectos
econômico, social e ambiental, qualificados pelas empresas que aderem ou não e que também
não apresentaram os indicadores indicados e qualificados pelo GRI.
De acordo com as análises, todos os ramos de atividade apresentaram indicadores nos
aspectos econômico, social e ambiental, apresentando um total de 67,4% de aderência entre os
aspectos do TBL e o total de 32,6% informando a não aderência em alguns indicadores de
desempenho sustentável referente aos três aspectos. Nesta mesma análise, o ramo Comércio
apresentou um percentual total de 7% de aderência entre os aspectos do TBL e o total de 3,7%
em indicadores que não foram aderidos ou apresentados nos relatórios. O ramo Finanças
apresentou o total de 9% de aderência entre os aspectos do TBL e o total de 8,8% de indicadores
não apresentados ou aderidos. O ramo Indústria apresentou um percentual de 26,7% de
aderência entre os aspectos do TBL e o total de 9,9% de indicadores não apresentados ou
97
aderidos. O ramo Serviços apresentou um percentual total de 24,7% de aderência entre os
aspectos do TBL e o total de 10,2% de indicadores não apresentados ou aderidos.
A síntese da análise dos dados da Tabela 18 indica para os indicadores de desempenho
econômico, 7,7% das empresas apresentaram os indicadores, 1,2% apresentaram os indicadores
que não possuem aderência ao GRI e 1,6% omitiram alguns dos indicadores. Para os
indicadores de desempenho social, 35,4% das empresas apresentaram os indicadores, 8,5%
apresentaram os indicadores que não possuem aderência ao GRI e 9% omitiram alguns dos
indicadores. Para os indicadores de desempenho ambiental, 24,3% das empresas apresentaram
os indicadores, 5,3% apresentaram os indicadores que não possuem aderência ao GRI e 7%
omitiram alguns dos indicadores.
As nacionalidades das empresas que atuam no território nacional são apresentadas na
Tabela 14. Vale destacar que as 87 empresas apontadas na Tabela 14 representam 40,1% das
217 empresas pesquisadas. Entretanto, o percentual apresentado na última coluna na Tabela 14
está relacionado ao total de empresas, ou seja, as 217 identificadas inicialmente.
País de Origem Publicou Outros Não
localizado
Total
Geral
%
Alemanha 3 3 6 2,8%
Argentina/Brasil/Japão 1 1 0,5%
Bélgica 1 1 0,5%
Bélgica/Brasil 1 1 0,5%
Brasil 16 3 23 42 19,4%
Brasil/Holanda 1 1 0,5%
Brasil/México 1 1 0,5%
Espanha 1 1 0,5%
Espanha/França/Luxemburgo 1 1 0,5%
Estados Unidos 2 4 6 2,8%
Estados Unidos/Luxemburgo 1 1 0,5%
França 2 4 6 2,8%
Holanda 1 2 3 1,4%
Holanda/Inglaterra 1 1 0,5%
Inglaterra 1 1 2 0,9%
Itália 2 2 4 1,8%
Japão 1 1 2 0,9%
Luxemburgo 1 1 2 0,9%
México 1 1 0,5%
Noruega 1 1 0,5%
98
Suécia 2 2 0,9%
Suíça 1 1 0,5%
Total Geral 34 3 50 87 40,1%
Tabela 14 – Quantidade de empresas por país de origem e publicação dos relatórios
Fonte – dados da pesquisa
No entanto, apesar do foco da pesquisa ser em empresas que atuam no Brasil, a Tabela
14 apresenta um percentual de empresas estrangeiras no setor industrial, representadas por
percentuais iguais a 2,8% para as empresas de origem francesa, americana e alemã, em seguida
com 1,8% as italianas e logo após com 1,4% as holandesas. As empresas estrangeiras restantes
são representadas com percentuais inferiores a 1%. Diante desses dados apresentados, é
possível observar que as empresas de outras origens que atuam no território nacional, não
representam uma preocupação com a transparência das informações através de seus relatórios,
que conforme os dados, apenas 18 empresas das 217 disponibilizaram os relatórios de
sustentabilidade no padrão GRI, um percentual de 8,3% em relação ao total de empresas desta
pesquisa.
Neste contexto, a Tabela 15 apresenta a distribuição das empresas pelo setor industrial
que aderiram, não aderiram e omitiram os indicadores GRI nos aspectos econômico, social e
ambiental, com a publicação dos relatórios de sustentabilidade em seus websites. Conforme a
Tabela 15 as empresas que aderiram a publicação dos indicadores GRI estão sinalizadas na
coluna “Sim”, já as empresas que declaram que não aderem e justificaram o motivo de
apresentar o indicador no relatório estão sinalizadas na coluna “Não” e as empresas que
omitiram alguns ou todos indicadores do GRI em seus relatórios estão representados na coluna
“Omitiram”. Desta forma é possível uma empresa estar identificada com até três opções para
cada um dos critérios analisados.
Econômico Social Ambiental
Empresas Sim Não Omitiram Sim Não Omitiram Sim Não Omitiram
Aço Cearense X X X X X
Alcoa X X X X
Alto Alegre X X X
Ambev X X X X X X
Anglo American X X X X X
Aperam South
America
X X X
Arcelormittal Brasil X X X X X X X
99
Basf X X X X X
Bayer X X X X X X X
Biosev X X X X X X
Brasil kirin X X X X X X
BRF X X X X X X
Bunge X X X X X X
CNH Industrial X X X
Coca-Cola Femsa X X X X X X
Fiat X X X X
JBS X X X X X X
klabin X X X X
Marcopolo X X X X X
Minerva X X X X X X
Petrobras X X X X X X X X
Positivo X X X X
Queiroz Galvão X X X X X X
Renault X X X X X X X X
São Martinho X X X X
Siemens X X X X X X
Suzano X X X X
Unilever X X X X X
Usiminas X X X X X
Vale X X X X X
Vonpar X X X
Votorantim X X X X X X
Weg X X X X X X X
Whirlpool X X X X X X
Total Geral 33 9 8 34 23 10 34 21 8
% Aderência por
Empresa
15,2% 15,7% 15,7%
Tabela 15 – Aderência aos indicadores econômico, social e ambiental pelas Empresas do Setor Indústria
Fonte – dados da pesquisa
De acordo com a Tabela 15, as empresas apresentaram os relatórios de sustentabilidade
em seus websites, informando os indicadores do GRI aderentes aos processos da empresa, os
indicadores que não foram aderidos, explicando o motivo, e os indicadores omitidos em relação
aos aspectos econômico, social e ambiental. Assim, nas análises dos indicadores de
desempenho ambiental, 34 empresas apresentaram aderência aos indicadores, 21 empresas
apresentaram os indicadores não aderentes e oito empresas omitiram os indicadores. Nesta
100
análise, observa-se que apenas 15,7% das 217 empresas pesquisadas apresentaram indicadores
do setor ambiental. Assim, nas análises dos indicadores de desempenho econômico, 33
empresas apresentaram aderências aos indicadores, nove empresas apresentaram os indicadores
não aderentes e oito empresas omitiram os indicadores. Nesta análise, observa-se que apenas
15,2,0% das 217 empresas pesquisadas apresentaram indicadores do setor econômico. Portanto,
nas análises dos indicadores de desempenho social, 34 empresas apresentaram aderência aos
indicadores, 23 empresas apresentaram os indicadores não aderentes e 10 empresas omitiram
os indicadores. Nesta análise, observar-se que apenas 15,7% das 217 empresas pesquisadas
apresentaram indicadores do setor social.
A Tabela 16 destaca as cinco primeiras classificações das empresas que aderiram aos
indicadores GRI nos aspectos econômico, social e ambiental.
Empresas Ambiental Econômico Social Total Geral
Fiat 0,80% 0,21% 1,11% 2,12%
Unilever 0,71% 0,14% 1,04% 1,89%
Basf 0,66% 0,21% 0,90% 1,77%
CNH Industrial 0,66% 0,12% 0,97% 1,75%
Suzano 0,52% 0,21% 0,94% 1,68%
Tabela 16 – Classificações das empresas que aderiram os indicadores GRI
Fonte – dados da pesquisa
A Tabela 16 apresenta um comparativo entre as cinco primeiras classificações das 91
empresas que apresentaram seus indicadores nos aspectos econômico, social e ambiental
qualificados pelo GRI. Destaca-se o percentual de 2,12% da Fiat, e em segundo lugar a Empresa
Unilever com 1,89%, e em terceiro a Basf com 1,77%, seguida pela CNH Industrial com 1,75%
e Suzano com 1,68% que aderiram aos indicadores GRI.
A Tabela 17 destaca as cinco primeiras classificações das empresas que omitiram os
indicadores GRI nos aspectos econômico, social e ambiental.
Empresas Ambiental Econômico Social Total Geral
Votorantim 1,36% 0,40% 2,16% 3,92%
Petrobras 0,40% 0,40% 2,88% 3,68%
WEG 1,44% 0,08% 1,92% 3,44%
Bunge 1,44% 0,40% 1,44% 3,28%
Renault 0,24% 0,40% 1,76% 2,40%
Tabela 17 – Classificações das empresas que omitiram os indicadores GRI
Fonte – dados da pesquisa
101
A Tabela 17 apresenta a classificação das cinco primeiras empresas que omitiram os
indicadores, em relação as 91 empresas que apresentaram os indicadores do GRI. Nesta
classificação, as empresas que se destacam são: a Votorantim com 3,92%, a Petrobrás com
3,68%, WEG com 3,44%, Bunge com 3,28% e Renault com 2,40%.
A Tabela 18 apresenta os tipos de indicadores ambientais classificados pelas empresas
que aderiram ou não aos padrões do modelo GRI, e pelas empresas que omitiram os indicadores
em seus relatórios de sustentabilidade.
Indicadores Ambientais Sim Não Omitiram % Geral
Água 3,1% 0,1% 0,2% 3,4%
Avaliação ambiental de Fornecedores 2,3% 0,2% 0,6% 3,1%
Biodiversidade 3,0% 0,0% 0,8% 3,8%
Conformidade 0,7% 0,1% 0,1% 0,9%
Consumo de energia direta discriminado por fonte de energia
primária.
2,4% 0,0% 0,0% 2,4%
Consumo de energia indireta discriminado por fonte primária. 2,3% 0,1% 0,1% 2,5%
Descarte total de água, por qualidade e destinação. 2,3% 0,2% 0,0% 2,5%
Descrição de impactos significativos na biodiversidade de
atividades, produtos e serviços em áreas protegidas e em áreas de
alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.
1,3% 0,6% 0,2% 2,1%
Efluentes e Resíduos 4,0% 0,3% 0,7% 5,0%
Emissões 6,2% 0,3% 0,6% 7,1%
Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio, por
peso.
1,1% 0,6% 0,2% 1,9%
Energia 3,6% 1,0% 0,3% 4,9%
Energia economizada devido a melhorias em conservação e
eficiência.
1,6% 0,3% 0,1% 2,1%
Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de
impactos na biodiversidade.
1,5% 0,3% 0,2% 2,1%
Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água. 1,3% 0,8% 0,1% 2,2%
Geral 1,1% 0,0% 0,0% 1,1%
Habitats protegidos ou restaurados. 1,7% 0,2% 0,3% 2,3%
Identificação, tamanho, status de proteção e índice de
biodiversidade de corpos d’água e habitats relacionados
significativamente afetados por descartes de água e drenagem
realizados pela organização relatora.
1,0% 0,6% 0,3% 1,9%
Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e
outros bens e materiais utilizados nas operações da organização,
bem como do transporte de trabalhadores.
1,4% 0,3% 0,1% 1,8%
Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo consumo de
energia, ou que usem energia gerada por recursos renováveis, e a
redução na necessidade de energia resultante dessas iniciativas.
1,5% 0,6% 0,0% 2,1%
Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e
serviços e a extensão da redução desses impactos.
2,2% 0,1% 0,1% 2,4%
Iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e as
reduções obtidas.
2,2% 0,2% 0,0% 2,4%
Iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções
obtidas.
1,1% 0,6% 0,2% 1,9%
102
Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou administrada
dentro de áreas protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto
índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.
1,5% 0,5% 0,2% 2,2%
Materiais 0,6% 0,5% 0,3% 1,4%
Materiais usados por peso ou volume. 1,7% 0,3% 0,2% 2,3%
NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e
peso.
1,6% 0,5% 0,0% 2,1%
Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e em listas
nacionais de conservação com habitats em áreas afetadas por
operações, discriminadas pelo nível de risco de extinção.
0,7% 0,7% 0,6% 1,9%
Número e volume total de derramamentos significativos. 1,5% 0,9% 0,0% 2,4%
Outras emissões indiretas relevantes de gases de efeito estufa, por
peso.
1,8% 0,1% 0,2% 2,2%
Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em relação
ao total de produtos vendidos, por categoria de produto.
0,9% 0,9% 0,2% 2,1%
Percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem. 1,1% 0,7% 0,1% 1,9%
Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada. 1,9% 0,3% 0,1% 2,4%
Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados
considerados perigosos nos termos da Convenção da Basiléia –
Anexos I, II, III e VIII, e percentual de carregamentos de resíduos
transportados internacionalmente.
1,1% 0,7% 0,2% 2,1%
Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição. 2,4% 0,2% 0,0% 2,6%
Produtos e Serviços 1,0% 0,2% 0,6% 1,8%
Total de emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa, por
peso.
2,4% 0,1% 0,0% 2,5%
Total de investimentos e gastos em proteção ambiental, por tipo. 2,1% 0,3% 0,1% 2,5%
Total de retirada de água por fonte. 2,3% 0,2% 0,0% 2,5%
Transporte 0,6% 0,0% 0,3% 0,9%
Valor monetário de multas significativas e número total de sanções
não-monetárias resultantes da não-conformidade com leis e
regulamentos ambientais.
1,1% 0,7% 0,2% 2,1%
Tabela 18 – Percentual das empresas x Indicadores Ambientais
Fonte – dados da pesquisa
Na Tabela 18, observa-se os indicadores de desempenho ambiental com equilíbrio entre
as empresas, dessa forma o indicador “Emissões” se destaca com 6,2% de aderência pelas
empresas e com um baixo percentual em 0,6%, estão os indicadores sobre “Materiais” e
“Transporte”. Assim, conforme os dados apresentados, 75,3% os indicadores ambientais são
apresentados pelas empresas e 24,7% não aderem ou omitem os indicadores em seus relatórios
de sustentabilidade.
A Tabela 19 apresenta os tipos de indicadores econômicos classificados pelas empresas
que aderiram ou não aos padrões do modelo GRI, e pelas empresas que omitiram os indicadores
em seus relatórios de sustentabilidade.
103
Indicadores Econômicos Sim Não Omitiram % Geral
Ajuda financeira significativa recebida do governo. 4,6% 1,3% 0,8% 6,7%
Cobertura das obrigações do plano de pensão de benefício definido
que a organização oferece.
6,7% 0,8% 0,0% 7,5%
Desempenho Econômico 10,9% 0,4% 2,1% 13,4%
Desenvolvimento e impacto de investimentos em infraestrutura e
serviços oferecidos, principalmente para benefício público, por meio
de engajamento comercial, em espécie ou atividades pro bono.
5,9% 1,3% 0,8% 7,9%
Identificação e descrição de impactos econômicos indiretos
significativos, incluindo a extensão dos impactos.
3,3% 2,1% 1,7% 7,1%
Impactos Econômicos Indiretos 4,2% 0,8% 1,3% 6,3%
Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para as
atividades da organização devido a mudanças climáticas.
6,3% 0,8% 0,0% 7,1%
Políticas, práticas e proporção de gastos com fornecedores locais em
unidades operacionais importantes.
6,7% 0,8% 0,4% 7,9%
Práticas de Compra 2,9% 0,4% 0,8% 4,2%
Presença no Mercado 3,8% 0,8% 2,1% 6,7%
Procedimentos para contratação local e proporção de membros de
alta gerência recrutados na comunidade local em unidades
operacionais importantes.
6,7% 0,8% 0,8% 8,4%
Valor econômico direto gerado e distribuído, incluindo receitas,
custos operacionais, remuneração de empregados, doações e outros
investimentos na comunidade, lucros acumulados e pagamentos para
provedores de capital e governos.
8,8% 0,4% 0,0% 9,2%
Variação da proporção do salário mais baixo comparado ao salário
mínimo local em unidades operacionais importantes.
5,9% 0,4% 1,3% 7,5%
Tabela 19 – Percentual das empresas x Indicadores Econômicos
Fonte – dados da pesquisa
Na Tabela 19, observa-se os indicadores de desempenho econômico com equilíbrio
entre as empresas, dessa forma o indicador “Desempenho Econômico” se destaca com 10,9%
de aderência pelas empresas e com um baixo percentual em 2,9%, estão os indicadores sobre
“Práticas de Compra”. Assim, conforme os dados apresentados, 76,6% os indicadores
econômicos são apresentados pelas empresas e 23,4% não aderem ou omitem os indicadores
em seus relatórios de sustentabilidade.
A Tabela 20 apresenta os tipos de indicadores sociais classificados pelas empresas que
aderiram ou não aos padrões do modelo GRI, e pelas empresas que omitiram os indicadores em
seus relatórios de sustentabilidade.
Indicadores Sociais Sim Não Omitiram % Geral
Avaliação 0,3% 0,1% 0,3% 0,7%
Avaliação de fornecedores em Direitos Humanos 1,2% 0,0% 0,3% 1,4%
Avaliação de Fornecedores em Impactos na Sociedade 0,9% 0,0% 0,4% 1,4%
Avaliação de Fornecedores em Práticas Trabalhistas 1,0% 0,3% 0,3% 1,5%
Benefícios oferecidos a empregados de tempo integral que não são
oferecidos a empregados temporários ou em regime de meio
período, discriminados pelas principais operações.
1,3% 0,3% 0,2% 1,8%
104
Combate à Corrupção 1,2% 0,3% 0,5% 2,0%
Composição dos grupos responsáveis pela governança corporativa e
discriminação de empregados por categoria, de acordo com gênero,
faixa etária, minorias e outros indicadores de diversidade.
1,5% 0,1% 0,2% 1,8%
Comunicações de Marketing 0,5% 0,2% 0,6% 1,3%
Comunidades Locais 1,4% 0,0% 0,1% 1,4%
Concorrência Desleal 0,3% 0,2% 0,3% 0,8%
Conformidade 0,8% 0,3% 0,3% 1,3%
Direitos Indígenas 0,4% 0,0% 0,2% 0,6%
Diversidade e Igualdade de Oportunidades 0,6% 0,0% 0,2% 0,8%
Emprego 1,9% 0,1% 0,5% 2,5%
Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os impactos
na saúde e segurança são avaliados visando melhoria, e o
percentual de produtos e serviços sujeitos a esses procedimentos.
1,3% 0,3% 0,1% 1,7%
Igualdade de Remuneração entre Mulheres e Homens 0,3% 0,1% 0,2% 0,6%
Investimentos 0,5% 0,1% 0,6% 1,2%
Liberdade de Associação e Negociação Coletiva 0,3% 0,2% 0,3% 0,8%
Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a Direitos
Humanos
0,5% 0,1% 0,1% 0,7%
Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a Impactos
na Sociedade
0,4% 0,1% 0,2% 0,7%
Mecanismos de Queixas e Reclamações Relacionadas a Práticas
Trabalhistas
0,3% 0,2% 0,2% 0,7%
Média de horas de treinamento por ano, por funcionário,
discriminadas por categoria funcional.
1,8% 0,0% 0,1% 1,9%
Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção. 1,2% 0,3% 0,2% 1,7%
Não Discriminação 0,4% 0,1% 0,3% 0,8%
Natureza, escopo e eficácia de quaisquer programas e práticas para
avaliar e gerir os impactos das operações nas comunidades,
incluindo a entrada, operação e saída.
1,2% 0,4% 0,2% 1,8%
Número total de ações judiciais por concorrência desleal, práticas
de truste e monopólio e seus resultados.
0,4% 0,9% 0,3% 1,7%
Número total de casos de discriminação e as medidas tomadas. 1,0% 0,4% 0,3% 1,7%
Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e
códigos voluntários relacionados a informações e rotulagem de
produtos e serviços, discriminados por tipo de resultado.
0,7% 0,4% 0,4% 1,5%
Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e
códigos voluntários relacionados aos impactos causados por
produtos e serviços na saúde e segurança durante o ciclo de vida,
discriminados por tipo de resultado.
0,6% 0,7% 0,4% 1,7%
Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e
códigos voluntários relativos a comunicações de marketing,
incluindo publicidade, promoção e patrocínio, discriminados por
tipo de resultado.
0,8% 0,4% 0,4% 1,7%
Número total de casos de violação de direitos dos povos indígenas e
medidas tomadas.
0,8% 0,5% 0,3% 1,6%
Número total de reclamações comprovadas relativas a violação de
privacidade e perda de dados de clientes.
0,7% 0,7% 0,4% 1,8%
Número total e taxa de rotatividade de empregados, por faixa etária,
gênero e região.
1,6% 0,3% 0,1% 1,9%
Operações identificadas como de risco significativo de ocorrência
de trabalho forçado ou análogo ao escravo e as medidas tomadas
para contribuir para a erradicação do trabalho forçado ou análogo
ao escravo.
1,4% 0,3% 0,3% 1,9%
105
Operações identificadas como de risco significativo de ocorrência
de trabalho infantil e as medidas tomadas para contribuir para a
abolição do trabalho infantil.
1,2% 0,4% 0,2% 1,8%
Operações identificadas em que o direito de exercer a liberdade de
associação e a negociação coletiva pode estar correndo risco
significativo e as medidas tomadas para apoiar esse direito.
1,0% 0,5% 0,3% 1,8%
Percentual de empregados abrangidos por acordos de negociação
coletiva.
1,6% 0,2% 0,1% 1,9%
Percentual de empregados que recebem regularmente análises de
desempenho e de desenvolvimento de carreira.
1,6% 0,0% 0,0% 1,6%
Percentual de empregados treinados nas políticas e procedimentos
anticorrupção da organização.
1,0% 0,3% 0,2% 1,5%
Percentual de empresas contratadas e fornecedores críticos que
foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos e as
medidas tomadas.
1,0% 0,5% 0,2% 1,7%
Percentual do pessoal de segurança submetido a treinamento nas
políticas ou procedimentos da organização relativos a aspectos de
direitos humanos que sejam relevantes às operações.
0,7% 0,5% 0,3% 1,5%
Percentual dos empregados representados em comitês formais de
segurança e saúde, compostos por gestores e por trabalhadores, que
ajudam no monitoramento e aconselhamento sobre programas de
segurança e saúde ocupacional.
1,4% 0,2% 0,1% 1,7%
Percentual e número total de contratos de investimentos
significativos que incluam cláusulas referentes a direitos humanos
ou que foram submetidos a avaliações referentes a direitos
humanos.
1,0% 0,3% 0,1% 1,4%
Percentual e número total de unidades de negócios submetidas a
avaliações de riscos relacionados a corrupção.
0,9% 0,4% 0,3% 1,6%
Políticas Públicas 0,6% 0,1% 0,0% 0,7%
Posições quanto a políticas públicas e participação na elaboração de
políticas públicas e lobbies.
1,3% 0,2% 0,0% 1,4%
Práticas de Segurança 0,2% 0,1% 0,3% 0,6%
Práticas relacionadas à satisfação do cliente, incluindo resultados de
pesquisas que medem essa satisfação.
1,6% 0,3% 0,0% 1,9%
Prazo mínimo para notificação com antecedência referente a
mudanças operacionais, incluindo se esse procedimento está
especificado em acordos de negociação coletiva.
1,0% 0,3% 0,3% 1,5%
Privacidade do Cliente 0,2% 0,2% 0,3% 0,7%
Programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários
relacionados a comunicações de marketing, incluindo publicidade,
promoção e patrocínio.
1,0% 0,5% 0,2% 1,7%
Programas de educação, treinamento, aconselhamento, prevenção e
controle de risco em andamento para dar assistência a empregados,
seus familiares ou membros da comunidade com relação a doenças
graves.
1,4% 0,2% 0,0% 1,6%
Programas para gestão de competências e aprendizagem contínua
que apoiam a continuidade da empregabilidade dos funcionários e
para gerenciar o fim da carreira.
1,4% 0,2% 0,0% 1,6%
Proporção de salário base entre homens e mulheres, por categoria
funcional.
0,9% 0,3% 0,2% 1,4%
Relações Trabalhistas 0,2% 0,2% 0,3% 0,7%
Rotulagem de Produtos e Serviços 1,7% 0,1% 0,5% 2,3%
Saúde e Segurança do Cliente 0,8% 0,2% 0,3% 1,4%
Segurança e Saúde no Trabalho 1,9% 0,4% 0,3% 2,6%
Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos, absenteísmo
e óbitos relacionados ao trabalho, por região.
1,5% 0,2% 0,0% 1,7%
Temas relativos a segurança e saúde cobertos por acordos formais
com sindicatos.
1,2% 0,5% 0,1% 1,8%
106
Tipo de informação sobre produtos e serviços exigida por
procedimentos de rotulagem, e o percentual de produtos e serviços
sujeitos a tais exigências.
1,1% 0,2% 0,3% 1,5%
Total de horas de treinamento para empregados em políticas e
procedimentos relativos a aspectos de direitos humanos relevantes
para as operações, incluindo o percentual de empregados que
recebeu treinamento.
0,9% 0,4% 0,1% 1,4%
Total de trabalhadores, por tipo de emprego, contrato de trabalho e
região.
1,8% 0,1% 0,0% 1,9%
Trabalho Forçado ou Análogo ao Escravo 0,5% 0,2% 0,1% 0,8%
Trabalho Infantil 0,5% 0,2% 0,1% 0,8%
Treinamento e Educação 1,7% 0,0% 0,5% 2,2%
Valor monetário de multas (significativas) por não-conformidade
com leis e regulamentos relativos ao fornecimento e uso de
produtos e serviços.
0,9% 0,4% 0,3% 1,6%
Valor monetário de multas significativas e número total de sanções
não-monetárias resultantes da não-conformidade com leis e
regulamentos.
0,8% 0,4% 0,3% 1,5%
Valor total de contribuições financeiras e em espécie para partidos
políticos, políticos ou instituições relacionadas, discriminadas por
país.
0,6% 0,6% 0,3% 1,5%
Tabela 20 – Percentual das empresas x Indicadores Sociais
Fonte – dados da pesquisa
Na Tabela 20, observa-se os indicadores de desempenho social com equilíbrio entre as
empresas, dessa forma o indicador “Empreso” e “Segurança e Saúde no Trabalho” se destacam
com 1,9% de aderência pelas empresas e com um baixo percentual em 0,2%, estão os
indicadores sobre “Práticas de Segurança”, “Privacidade do Cliente” e “Relações Trabalhistas”.
Assim, conforme os dados apresentados, 66,7% os indicadores sociais são apresentados pelas
empresas e 33,3% não aderem ou omitem os indicadores em seus relatórios de sustentabilidade.
A Tabela 21 destaca os indicadores ambientais de sustentabilidade que são aplicados e
auditados pelo modelo GRI. A Tabela 21 apresenta ainda o percentual dos indicadores
ambientais aderentes por ramo de atividade das empresas que são estudo desta pesquisa.
Indicadores Ambientais Comércio Finanças Indústria Serviços % Geral
Água 0,4% 1,0% 1,2% 1,0% 3,5%
Avaliação ambiental de fornecedores 0,4% 1,0% 1,2% 0,8% 3,4%
Biodiversidade 0,6% 1,3% 1,5% 1,3% 4,6%
Conformidade 0,1% 0,3% 0,4% 0,3% 1,2%
Consumo de energia direta discriminado por fonte
de energia primária.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Consumo de energia indireta discriminado por
fonte primária.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Descarte total de água, por qualidade e destinação. 0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Descrição de impactos significativos na
biodiversidade de atividades, produtos e serviços
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
107
em áreas protegidas e em áreas de alto índice de
biodiversidade fora das áreas protegidas.
Efluentes e Resíduos 0,7% 1,6% 1,9% 1,6% 5,8%
Emissões 1,0% 2,2% 2,7% 2,2% 8,1%
Emissões de substâncias destruidoras da camada
de ozônio, por peso.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Energia 0,7% 1,6% 1,9% 1,6% 5,8%
Energia economizada devido a melhorias em
conservação e eficiência.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Estratégias, medidas em vigor e planos futuros
para a gestão de impactos na biodiversidade.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Fontes hídricas significativamente afetadas por
retirada de água.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Geral 0,1% 0,3% 0,4% 0,3% 1,1%
Habitats protegidos ou restaurados. 0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Identificação, tamanho, status de proteção e índice
de biodiversidade de corpos d’água e habitats
relacionados significativamente afetados por
descartes de água e drenagem realizados pela
organização relatora.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Impactos ambientais significativos do transporte
de produtos e outros bens e materiais utilizados
nas operações da organização, bem como do
transporte de trabalhadores.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Iniciativas para fornecer produtos e serviços com
baixo consumo de energia, ou que usem energia
gerada por recursos renováveis, e a redução na
necessidade de energia resultante dessas
iniciativas.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de
produtos e serviços e a extensão da redução desses
impactos.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Iniciativas para reduzir as emissões de gases de
efeito estufa e as reduções obtidas.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Iniciativas para reduzir o consumo de energia
indireta e as reduções obtidas.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Localização e tamanho da área possuída,
arrendada ou administrada dentro de áreas
protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto
índice de biodiversidade fora das áreas protegidas.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Materiais 0,3% 0,6% 0,8% 0,6% 2,3%
Materiais usados por peso ou volume. 0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
NOx, SOx e outras emissões atmosféricas
significativas, por tipo e peso.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e
em listas nacionais de conservação com habitats
em áreas afetadas por operações, discriminadas
pelo nível de risco de extinção.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
108
Número e volume total de derramamentos
significativos.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Outras emissões indiretas relevantes de gases de
efeito estufa, por peso.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Percentual de produtos e suas embalagens
recuperados em relação ao total de produtos
vendidos, por categoria de produto.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Percentual dos materiais usados provenientes de
reciclagem.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Percentual e volume total de água reciclada e
reutilizada.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Peso de resíduos transportados, importados,
exportados ou tratados considerados perigosos nos
termos da Convenção da Basiléia – Anexos I, II,
III e VIII, e percentual de carregamentos de
resíduos transportados internacionalmente.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Peso total de resíduos, por tipo e método de
disposição.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Produtos e Serviços 0,3% 0,6% 0,8% 0,6% 2,3%
Total de emissões diretas e indiretas de gases de
efeito estufa, por peso.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Total de investimentos e gastos em proteção
ambiental, por tipo.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Total de retirada de água por fonte. 0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Transporte 0,1% 0,3% 0,4% 0,3% 1,2%
Valor monetário de multas significativas e número
total de sanções não-monetárias resultantes da
não-conformidade com leis e regulamentos
ambientais.
0,1% 0,2% 0,8% 0,8% 2,0%
Tabela 21 – Indicadores ambientais por Ramo de Atividade
Fonte – dados da pesquisa
De acordo com os dados na Tabela 21, os indicadores ambientais que mais se destacam
entre as empresas por ramo de atividade são: em primeiro lugar o indicador “Emissões” com
8,1%, em seguida posicionando-se em segundo lugar ambos com 5,8%, os indicadores
“Efluentes e Resíduos” e “Energia”, a seguida em 4º lugar o indicador “Biodiversidade” com
4,6% e em quinto lugar o indicador “Água” com 3,5%. O ramo de atividade que apresenta o
maior percentual de aderência entre todos os ramos e empresas foi o Ramo Indústria com
36,9%. Entretanto, os ramos com menor destaque na questão ambiental são o Comércio com
9%, Finanças com 18,1% e Serviços com 36%.
A Tabela 22 destaca os indicadores econômicos de sustentabilidade que são aplicados e
auditados pelo modelo GRI. A Tabela 22 apresenta ainda o percentual dos indicadores
econômicos aderentes por ramo de atividade das empresas que são estudo desta pesquisa.
109
Indicadores Econômicos Comércio Finanças Industria Serviços % Geral
Ajuda financeira significativa recebida do governo. 0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%
Cobertura das obrigações do plano de pensão de
benefício definido que a organização oferece.
0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%
Desempenho Econômico 2,0% 4,4% 5,4% 4,4% 16,2%
Desenvolvimento e impacto de investimentos em
infraestrutura e serviços oferecidos, principalmente
para benefício público, por meio de engajamento
comercial, em espécie ou atividades pro bono.
0,5% 0,9% 2,8% 3,0% 7,1%
Identificação e descrição de impactos econômicos
indiretos significativos, incluindo a extensão dos
impactos.
0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%
Impactos Econômicos Indiretos 1,0% 2,2% 2,7% 2,2% 8,1%
Implicações financeiras e outros riscos e
oportunidades para as atividades da organização
devido a mudanças climáticas.
0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%
Políticas, práticas e proporção de gastos com
fornecedores locais em unidades operacionais
importantes.
0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%
Práticas de Compra 0,5% 1,1% 1,4% 1,1% 4,1%
Presença no Mercado 1,0% 2,2% 2,7% 2,2% 8,1%
Procedimentos para contratação local e proporção de
membros de alta gerência recrutados na comunidade
local em unidades operacionais importantes.
0,5% 0,9% 2,8% 3,0% 7,1%
Valor econômico direto gerado e distribuído,
incluindo receitas, custos operacionais, remuneração
de empregados, doações e outros investimentos na
comunidade, lucros acumulados e pagamentos para
provedores de capital e governos.
0,5% 0,9% 2,8% 3,0% 7,1%
Variação da proporção do salário mais baixo
comparado ao salário mínimo local em unidades
operacionais importantes.
0,5% 0,9% 2,7% 3,0% 7,0%
Tabela 22 – Indicadores econômicos por Ramo de Atividade
Fonte – dados da pesquisa
De acordo com os dados na Tabela 22, os indicadores econômicos que mais se destacam
entre as empresas por ramo de atividade são: em primeiro lugar o indicador “Desempenho
Econômico” com 16,2%, em seguida posicionando-se em segundo lugar ambos com 8,1%, os
indicadores “Impactos Econômicos Indiretos” e “Presença no Mercado”. O ramo de atividade
que apresenta o maior percentual de aderência entre todos os ramos e empresas foi o Ramo
Indústria com 36,9%. Entretanto, os ramos com menor destaque na questão econômica são o
Comércio com 8,9% , Finanças com 17,7% e Serviços com 36,5%.
110
A Tabela 23 destaca os indicadores sociais de sustentabilidade que são aplicados e
auditados pelo modelo GRI. A Tabela 23 apresenta ainda o percentual dos indicadores sociais
aderentes por ramo de atividade das empresas que são estudo desta pesquisa.
Indicadores Sociais Comércio Finanças Indústria Serviços % Geral
Avaliação 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Avaliação de fornecedores em Direitos Humanos 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%
Avaliação de Fornecedores em Impactos na
Sociedade
0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%
Avaliação de Fornecedores em Práticas
Trabalhistas
0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%
Benefícios oferecidos a empregados de tempo
integral que não são oferecidos a empregados
temporários ou em regime de meio período,
discriminados pelas principais operações.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Combate à Corrupção 0,3% 0,7% 0,8% 0,7% 2,5%
Composição dos grupos responsáveis pela
governança corporativa e discriminação de
empregados por categoria, de acordo com gênero,
faixa etária, minorias e outros indicadores de
diversidade.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Comunicações de Marketing 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%
Comunidades Locais 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%
Concorrência Desleal 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Conformidade 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%
Direitos Indígenas 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Diversidade e Igualdade de Oportunidades 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Emprego 0,3% 0,7% 0,8% 0,7% 2,5%
Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em
que os impactos na saúde e segurança são
avaliados visando melhoria, e o percentual de
produtos e serviços sujeitos a esses
procedimentos.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Igualdade de Remuneração entre Mulheres e
Homens
0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Investimentos 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%
Liberdade de Associação e Negociação Coletiva 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Mecanismos de Queixas e Reclamações
Relacionadas a Direitos Humanos
0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Mecanismos de Queixas e Reclamações
Relacionadas a Impactos na Sociedade
0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Mecanismos de Queixas e Reclamações
Relacionadas a Práticas Trabalhistas
0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Média de horas de treinamento por ano, por
funcionário, discriminadas por categoria
funcional.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Medidas tomadas em resposta a casos de
corrupção.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Não Discriminação 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Natureza, escopo e eficácia de quaisquer
programas e práticas para avaliar e gerir os
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
111
impactos das operações nas comunidades,
incluindo a entrada, operação e saída.
Número total de ações judiciais por concorrência
desleal, práticas de truste e monopólio e seus
resultados.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Número total de casos de discriminação e as
medidas tomadas.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Número total de casos de não-conformidade com
regulamentos e códigos voluntários relacionados
a informações e rotulagem de produtos e serviços,
discriminados por tipo de resultado.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Número total de casos de não-conformidade com
regulamentos e códigos voluntários relacionados
aos impactos causados por produtos e serviços na
saúde e segurança durante o ciclo de vida,
discriminados por tipo de resultado.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Número total de casos de não-conformidade com
regulamentos e códigos voluntários relativos a
comunicações de marketing, incluindo
publicidade, promoção e patrocínio,
discriminados por tipo de resultado.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Número total de casos de violação de direitos dos
povos indígenas e medidas tomadas.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Número total de reclamações comprovadas
relativas a violação de privacidade e perda de
dados de clientes.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Número total e taxa de rotatividade de
empregados, por faixa etária, gênero e região.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Operações identificadas como de risco
significativo de ocorrência de trabalho forçado ou
análogo ao escravo e as medidas tomadas para
contribuir para a erradicação do trabalho forçado
ou análogo ao escravo.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Operações identificadas como de risco
significativo de ocorrência de trabalho infantil e
as medidas tomadas para contribuir para a
abolição do trabalho infantil.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Operações identificadas em que o direito de
exercer a liberdade de associação e a negociação
coletiva pode estar correndo risco significativo e
as medidas tomadas para apoiar esse direito.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Percentual de empregados abrangidos por acordos
de negociação coletiva.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Percentual de empregados que recebem
regularmente análises de desempenho e de
desenvolvimento de carreira.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Percentual de empregados treinados nas políticas
e procedimentos anticorrupção da organização.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Percentual de empresas contratadas e
fornecedores críticos que foram submetidos a
avaliações referentes a direitos humanos e as
medidas tomadas.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Percentual do pessoal de segurança submetido a
treinamento nas políticas ou procedimentos da
organização relativos a aspectos de direitos
humanos que sejam relevantes às operações.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Percentual dos empregados representados em
comitês formais de segurança e saúde, compostos
por gestores e por trabalhadores, que ajudam no
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
112
monitoramento e aconselhamento sobre
programas de segurança e saúde ocupacional.
Percentual e número total de contratos de
investimentos significativos que incluam
cláusulas referentes a direitos humanos ou que
foram submetidos a avaliações referentes a
direitos humanos.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Percentual e número total de unidades de
negócios submetidas a avaliações de riscos
relacionados a corrupção.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Políticas Públicas 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Posições quanto a políticas públicas e
participação na elaboração de políticas públicas e
lobbies.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Práticas de Segurança 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Práticas relacionadas à satisfação do cliente,
incluindo resultados de pesquisas que medem essa
satisfação.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Prazo mínimo para notificação com antecedência
referente a mudanças operacionais, incluindo se
esse procedimento está especificado em acordos
de negociação coletiva.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Privacidade do Cliente 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Programas de adesão às leis, normas e códigos
voluntários relacionados a comunicações de
marketing, incluindo publicidade, promoção e
patrocínio.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Programas de educação, treinamento,
aconselhamento, prevenção e controle de risco em
andamento para dar assistência a empregados,
seus familiares ou membros da comunidade com
relação a doenças graves.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Programas para gestão de competências e
aprendizagem contínua que apoiam a
continuidade da empregabilidade dos funcionários
e para gerenciar o fim da carreira.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Proporção de salário base entre homens e
mulheres, por categoria funcional.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Relações Trabalhistas 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Rotulagem de Produtos e Serviços 0,3% 0,7% 0,8% 0,7% 2,5%
Saúde e Segurança do Cliente 0,2% 0,5% 0,6% 0,5% 1,7%
Segurança e Saúde no Trabalho 0,4% 0,9% 1,1% 0,9% 3,4%
Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias
perdidos, absenteísmo e óbitos relacionados ao
trabalho, por região.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Temas relativos a segurança e saúde cobertos por
acordos formais com sindicatos.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Tipo de informação sobre produtos e serviços
exigida por procedimentos de rotulagem, e o
percentual de produtos e serviços sujeitos a tais
exigências.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Total de horas de treinamento para empregados
em políticas e procedimentos relativos a aspectos
de direitos humanos relevantes para as operações,
incluindo o percentual de empregados que
recebeu treinamento.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Total de trabalhadores, por tipo de emprego,
contrato de trabalho e região.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
113
Trabalho Forçado ou Análogo ao Escravo 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Trabalho Infantil 0,1% 0,2% 0,3% 0,2% 0,8%
Treinamento e Educação 0,3% 0,7% 0,8% 0,7% 2,5%
Valor monetário de multas (significativas) por
não-conformidade com leis e regulamentos
relativos ao fornecimento e uso de produtos e
serviços.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Valor monetário de multas significativas e
número total de sanções não-monetárias
resultantes da não-conformidade com leis e
regulamentos.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Valor total de contribuições financeiras e em
espécie para partidos políticos, políticos ou
instituições relacionadas, discriminadas por país.
0,1% 0,2% 0,6% 0,6% 1,5%
Tabela 23 – Indicadores sociais por Ramo de Atividade
Fonte – dados da pesquisa
De acordo com os dados na Tabela 23, os indicadores sociais que mais se destacam entre
as empresas por ramo de atividade são: em primeiro lugar o indicador “Segurança e Saúde no
Trabalho” com 3,4%, em seguida posicionando-se em segundo lugar ambos com 2,5%, os
indicadores “Combate à Corrupção”, “Emprego”, “Rotulagem de Produtos e Serviços” e
“Treinamento e Educação”. O ramo de atividade que apresenta o maior percentual de aderência
entre todos os ramos e empresas foi o Ramo Indústria com 36,8%. Entretanto, os ramos com
menor destaque na questão social são o Comércio com 9,1%, Finanças com 18,3% e Serviços
com 35,8%.
A Tabela 24 apresenta o percentual de empresas que aderem aos indicadores econômico,
social e ambiental, de acordo com o modelo GRI.
Indicadores Ambientais Econômicos Sociais
% Empresas 35,9% 11,6% 52,5%
Tabela 24 – Percentual das empresas que aderem os indicadores do GRI
Fonte – dados da pesquisa
Diante dos dados apresentados pela Tabela 24, um item importante a ser destacado, é o
fato dos indicadores sociais apresentarem um alto percentual com 52,5% de aderência entre os
indicadores ambientais e econômicos. Assim, outros indicadores com aspectos diferentes do
setor, apoiam a transparência das informações apresentadas por essas organizações.
Vale ainda destacar que os indicadores ambientais apresentam percentual com 35,9%
de aderência dentre os indicadores econômicos e sociais. Assim, observa-se uma evolução com
a preocupação ambiental em relação a vários segmentos, que apoiam a transparência das
114
informações, e existe uma grande evolução desses indicadores que alimentam fatos importantes
para o DS global.
A Tabela 25 apresenta a classificação dos dez primeiros indicadores econômicos, sócias
e ambientais que as empresas aderem em seus relatórios de sustentabilidade.
Aspecto Indicador Sim Não Omitiram Total
Geral
Ambiental Emissões 2,2% 0,3% 0,5% 3,0%
Econômico Desempenho Econômico 1,3% 0,1% 0,3% 1,8%
Ambiental Energia 1,2% 0,4% 0,4% 2,0%
Social Treinamento e Educação 1,2% 0,0% 0,1% 1,4%
Ambiental Efluentes e Resíduos 1,2% 0,2% 0,7% 2,1%
Social Emprego 1,1% 0,1% 0,2% 1,4%
Social Segurança e Saúde no Trabalho 1,0% 0,2% 0,4% 1,6%
Ambiental Biodiversidade 0,9% 0,2% 0,6% 1,7%
Ambiental Água 0,9% 0,1% 0,4% 1,3%
Econômico Valor econômico direto gerado e distribuído,
incluindo receitas, custos operacionais,
remuneração de empregados, doações e outros
investimentos na comunidade, lucros acumulados e
pagamentos para provedores de capital e governos. 0,9% 0,0% 0,0% 0,9%
Tabela 25 – Classificação dos indicadores econômicos, sociais e ambientais publicados nos relatórios
Fonte – dados da pesquisa
A Tabela 25 destaca a classificação dos dez primeiros tipos de indicadores econômicos,
sociais e ambientais publicados nos relatórios de sustentabilidade das empresas, estes
totalizando um percentual de aderência com 11,8% dentre os demais indicadores apresentados
na Tabela 25 que totalizam um percentual restante em 54,4%. Os percentuais restantes em
33,8% estão relacionados aos demais indicadores e não aderentes ou omitidos pelas empresas
em seus relatórios de sustentabilidade.
Esta seção apresentou a análise dos dados pertinentes para este estudo, permitindo
identificar as aderências aos indicadores de sustentabilidade aos aspectos econômico, social e
ambiental, praticados pelas empresas. Os indicadores que não estão representados nos aspectos
econômicos, sociais e ambientais, apresentam indicadores de perfil e governança e outros
setoriais que contribuem para o GRI, apresentado dados e preocupações com a transparências
das informações.
115
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ANALISADOS
Neste capítulo é realizada a discussão dos resultados apresentados no capítulo anterior
frente ao referencial teórico construído para suportar a necessária contextualização reflexiva. A
discussão ocorre seguindo o sequenciamento estabelecido pela apresentação dos dados que, por
sua vez, foram definidos para atender aos objetivos específicos propostos na pesquisa. As
discussões realizadas ao longo deste capítulo exigiram a retomada dos objetivos específicos
deste trabalho, para que fosse possível conceder respostas ao objetivo geral.
A análise da validade teórica proposta para a compreensão dos indicadores de
sustentabilidade em relação a GC e Sustentabilidade ocorreu ao longo de todo o referencial
teórico apresentado neste trabalho. Entretanto, o Capítulo 4 apresenta os dados conforme o
levantamento dos indicadores GRI que estão publicados ou não nos relatórios de
sustentabilidade das empresas pesquisadas deste estudo. Assim, apresenta-se a discussão desses
dados formatados e mostrados em tabelas após os cruzamentos e relações entre os indicadores
por tipos, negócios, regiões, aderentes ao modelo GRI, publicados ou não nos relatórios e
identificados por aspectos econômico, social e ambiental. Independente da aderência das
empresas aos indicadores de sustentabilidade, identifica-se que em sua grande maioria os
relatórios se aproximam do modelo do GRI, ratificando assim o entendimento de Brown, De
Jong e Levy (2009) e Levy, Szejnwald-Brown e De Jong (2010) que o modelo GRI tende a ser
um padrão.
Neste contexto, este capítulo apresenta a explicação entre os dados e teorias que
argumentam a validade deste estudo, onde autores defendem os ideais praticados pelas
organizações na publicação dos indicadores de sustentabilidade para maximizar o valor das
empresas e contribuir com as propostas no DS.
A construção teórica, ocorrida a partir do refinamento do arcabouço teórico dos temas
GC e Sustentabilidade, foi estabelecida na busca de indicadores que represente a justificativa
da validade teórica buscada por meio deste trabalho. A abordagem disponível no terceiro
capítulo, apresenta as orientações metodológicas deste estudo, e propõe o caminho
hermenêutico a se desenvolver. Admite-se que a validade teórica se dá por meio das relações
estabelecidas entre o arcabouço teórico, a organização sistêmica de conceitos e os indicadores.
A análise da validade teórica dos estilos de raciocínio propostos para a compreensão dos
indicadores de sustentabilidade está diretamente relacionada com a etapa teórica da pesquisa
apresentada por meio deste trabalho. Portanto, o Gráfico 1 apresenta um modelo comparativo
116
entre os ramos de atividades que publicaram os indicadores de sustentabilidade, como também
a quantidade de empresas que, através de seus relatórios de sustentabilidade, apresentaram os
indicadores sustentáveis.
Gráfico 1 – Indicadores de sustentabilidade por empresas e ramo de atividade
Fonte – dados de pesquisa
De acordo com os dados apresentados no Gráfico 1, o setor industrial se destaca com o
maior número de empresas que publicam os indicadores de sustentabilidade em seus relatórios
anuais ou sustentáveis. Assim, o uso de indicadores para medir a sustentabilidade, pode servir
para comparar o desempenho do indicador ao longo do tempo e de verificar tendências,
comparar o indicador com metas fixadas pela própria organização e usar o indicador para efeitos
de benchmarking com outras empresas do mesmo setor ou não. A maior presença do setor
industrial, na divulgação de indicadores de sustentabilidade provavelmente está relacionada ao
maior impacto de suas atividades no meio ambiente. Comportamento este identificado por
Silveira (2010) que atribui ao aquecimento global a maior preocupação das organizações para
com a “Sustentabilidade Empresarial”.
A discussão sobre os dados apresentados e defendidos neste estudo, e expresso Tabela
12 apresenta a pesquisa com 217 empresas distribuídas pelos ramos de atividades Comércio,
que representa 15,2% do total das empresas, o ramo Finanças que representa 15,2%, o ramo
Indústria que apresenta um percentual expressivo com 40,1% e o ramo Serviços com 29,5% em
relação ao total das empresas foco desta pesquisa. No entanto, apenas 91 das 217 empresas
apresentaram indicadores em suas publicações nos relatórios de sustentabilidade, que conforme
o estudo de Wildstrom (1997), traz uma abordagem sobre a importância das empresas em
117
publicar o relatório de sustentabilidade, mesmo que as informações apresentem diferenças na
abordagem dos fatores social e ambiental. Vale destacar, que apesar de algumas empresas
optarem por essa nova forma e meio para oferecer aos stakeholders um pacote de informações
muito mais interessante, elas preferem a divulgação do nome da empresa associada as boas
notícias. Contexto este, que se insere na abordagem de Elkington (2012) que propõe uma
discussão franca e detalhada sobre os problemas apresentados em relatórios mais bem aceitos
e mais eficientes do mercado.
De acordo com esta abordagem, os indicadores de sustentabilidade apresentados nos
relatórios de sustentabilidade são divididos entre os aspectos econômico, social e ambiental,
que seguem a estrutura do modelo GRI. E destinam-se a satisfazer de forma clara e transparente
uma estrutura confiável para a elaboração de relatórios de sustentabilidade que atenda as
organizações de todos os tamanhos, setores e localidades (GRI, 2006). Assim, a Tabela 13
apresenta o percentual dos indicadores, que conforme Pereira e Barbieri (2011) explicam, o
agrupamento adequado desses indicadores, possibilitando uma eficaz forma de comunicação
da organização com os stakeholders. Marimon et al. (2012) defendem também, que por meio
do uso de vários indicadores em prol do DS, é possível demonstrar o desempenho das empresas
em iniciativas, resultados, atitudes e investimentos. Dessa forma, o ramo que mais se destacou
foi a Indústria com 26,7%, distribuídos no aspecto ambiental com 10,7%, no aspecto econômico
com 2,9% e 13,1% no aspecto social. Os outros ramos apresentaram um percentual de aderência
aos indicadores de sustentabilidade abaixo da Indústria, ou seja, o Comércio com 7%, Finanças
com 9% e Serviços com 24,7%. Portanto, o estudo discutiu e focou a pesquisa no Ramo de
Atividade Indústria apresentando os indicadores de sustentabilidade face ao maior destaque e
influência para o DS. O não engajamento total das empresas na divulgação de relatórios e
indicadores, provavelmente se explica pela inferência de Elkington (2012) que adverte dos
riscos envolvidos na divulgação dos indicadores. Segundo este autor há países em que o não
cumprimento dos controles de emissões pode resultar na prisão dos gestores.
Assim, autores como Hardi (1997), Veleva e Ellenbecker (2001), Parris e Kates (2003),
Becker (2004), CSD (2002) e Labuschagne et al. (2005), entre outros, explicam sobre a
necessidade de integração das decisões econômica, social e ambiental nas organizações, que
mensuradas por indicadores, possibilitam uma melhor a compreensão por parte de todos os
stakeholders, contribuindo com a gestão da sustentabilidade empresarial. Neste contexto,
Kardec, Flores e Seixas (2002) defendem que os indicadores são capazes de medir a eficácia e
a relação entre o programado e o realizado, e destacam que sem a utilização de indicadores é
118
muito remota a possibilidade de realizar a avaliação do desempenho da corporação. No entanto,
fica evidente que princípios de transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade
corporativa, norteiam as boas práticas de governança e que as empresas se preocupam em
apresentar os indicadores com o objetivo de maximização de seu valor. A Tabela 15 evidencia
a preocupação das empresas pertencentes ao setor industrial, na apresentação de indicadores
que abarcam os aspectos econômico, social e ambiental com um percentual médio de 15% de
aderência aos indicadores no modelo GRI.
Assim pode-se destacar a valoração dos aspectos relativos ao DS, considerando a eco
eficiência das operações e minimizando os impactos locais adversos inerentes às atividades da
indústria.
Conforme as Tabelas 21, 22 e 23, os indicadores de sustentabilidade do setor industrial,
e a média percentual apresentados em relação as quantidades de indicadores que as empresas
apresentam em seus relatórios de sustentabilidade, fica evidente a condição de que os outros
setores precisam adotar ações que permitam mitigar, atenuar, compensar os impactos
resultantes das atividades empresariais que fortalecem o DS. Neste contexto, este estudo avança
na proposição de uma sequência itens que visam o desdobramento e a complementação dos
elementos para o DS:
Articular ações e iniciativas da empresa, voltadas a sustentabilidade de suas
operações, bem como nos novos empreendimentos, a fim de consolidar e reportar tais
ações;
Utilizar indicadores de sustentabilidade visando o monitoramento da evolução das
atividades da empresa na direção do DS;
Fomentar e acompanhar ações, projetos e tecnologias que visem compensar o
impacto socioambiental das atividades da empresa ou prepará-la para o atendimento
sustentável às futuras demandas de energia convencional ou renovável, inclusive
identificando possibilidades e promovendo parcerias ou alianças com outras entidades;
Desenvolver programas de capacitação e treinamento que visem à incorporação dos
valores e práticas de DS à cultura da empresa;
Avaliar a sustentabilidade e a adequação aos interesses da empresa, de projetos ou
ações propostas por outros agentes sociais, visando subsidiar a decisão quanto ao
eventual apoio aos mesmos;
119
Estabelecer e aplicar metodologia que permita valorar a sustentabilidade de projetos
ou empreendimentos da empresa, considerando os aspectos econômico, tecnológico,
social e ambiental;
Representar a Empresa em fóruns e eventos ligados ao DS, divulgando a Política e
Diretrizes de Sustentabilidade contribuindo para a visibilidade da mesma, como
entidade eticamente comprometida com os valores ambientais, sociais e econômicos.
Os itens acima apresentados, posicionam-se na qualidade de pontos a serem discutidos,
e não como resultado deste estudo. No entanto, destaca-se que a origem desta proposta reflexiva
são os dados observados na pesquisa.
A justificativa para a seleção dos indicadores ambientais, sociais e econômicos
apresentados no estudo, levou em consideração as atividades desenvolvidas na indústria e
respectivas interações com o meio ambiente e a sociedade. Foram selecionados indicadores que
refletem os impactos à sociedade e ao meio ambiente associados às atividades características
do setor de industrial. Segundo a publicação do GRI (2006), existe no contexto mundial uma
tendência das organizações reportarem publicamente em primeiro lugar seus indicadores
ambientais, seguido dos indicadores sociais, depois dos econômicos e finalmente dos
indicadores integrados de desempenho.
As Tabelas 18, 19 e 20 apresentam os tipos de indicadores de sustentabilidade que as
empresas relacionadas na Tabela 15 aderiram ou não aos padrões do modelo GRI. Assim, o
percentual que mais se destacou foi o indicador “Emissões” com 2,35%, seguido do indicador
“Efluentes e Resíduos” com 1,52% e “Energia” com 1,35%. Entretanto, de acordo com Beaver
e Bellof (2000), identificar e trabalhar com apenas um único indicador, pode não gerar uma
avaliação completa, demandando a necessidade de agregar vários outros indicadores que se
complementem para gerar informações mais precisas. Dessa forma, as Tabelas 18, 19 e 20
expressam uma lista com os indicadores econômicos, sociais e ambientais, que são utilizados
pelas empresas em seus relatórios de sustentabilidade, identificados por: i) aderência; ii) não
aderiu ou iii) omitiram os indicadores. Esse conjunto e características de indicadores fornece
resultados para as empresas tomarem suas decisões. Há empresas que utilizam-se de métodos e
recursos como a ferramenta SBSC, que auxilia e propõe direcionamento para as decisões
estratégicas que envolvem a sustentabilidade. Possibilitando assim, melhor monitoramento das
dimensões econômica, social e ambiental.
120
Adicionalmente, considera-se mais efetivo para as empresas o uso de indicadores de
sustentabilidade, conjuntamente com outras ferramentas convencionais de avaliação de
projetos, para que as decisões da empresa tenham um caráter mais sustentável. Posição esta
consonante com a de Pereira e Barbieri (2011) na qual defendem que a sustentabilidade esteja
inserida em todas as quatro perspectivas do BSC como um instrumento de gestão, formulação
e avaliação de objetivos que direcionam as organizações a percepção na relação de causa e
efeito da sustentabilidade conforme as perspectivas de Kaplan e Norton (2000).
Surge então pelos autores Schaltegger et al. (2003) o conceito de empresas orientadas
para práticas de sustentabilidade, cuja principal característica é o esforço para reduzir os
impactos sociais e ambientais, através de adaptação de seus processos, seus produtos e de suas
estruturas organizacionais. Assim é possível inferir que as empresas que divulgam seus
resultados possuem maior potencial para incorporar as práticas de sustentabilidade, pois são
estas que proporcionaram subsídios para o processo de melhoria contínua.
A Tabela 14 apresenta a quantidade de empresas por país de origem e publicação dos
relatórios de sustentabilidade. Apesar do foco da pesquisa ser em empresas que atuam no Brasil.
A Tabela 14 apresenta uma participação significativa de empresas estrangeiras que atuam no
setor industrial e divulgam seu desempenho por meio dos relatórios de sustentabilidade, com
destaque para: 2,8% para as empresas de origem francesa, americana e alemã, em seguida com
1,8% para as empresas italianas e logo após com 1,4% as empresas holandesas. As empresas
estrangeiras restantes são representadas com percentuais inferiores a 1%. A não divulgação de
indicadores de sustentabilidade por empresas nacionais e estrangeiras pode ser explicada pela
abordagem de Dobler (2005) que aponta três possíveis motivos para as empresas em não
divulgarem certos tipos de informações: i) não existência da informação; ii) desconhecimento
da informação por parte do gestor; iii) conhecimento da informação por parte do gestor, porém
incentivos para não divulgá-la. Destaca-se que a não divulgação das informações pelas
empresas, propicia aos stakeholders estabelecerem a perspectiva de observar negativamente e
se distanciarem de suas ações em prol de empresas que adotem práticas socialmente
responsáveis (MACHADO FILHO; ZYLBERSZAJN, 2004). Assim, diante deste cenário, é
possível inferir que no Brasil o disclosure de tais informações caracteriza-se como disclosure
voluntário.
Vale destacar, que as empresas estrangeiras que exercem suas atividades no Brasil,
podem não divulgar o desempenho de suas atividades locais, mas, no entanto, divulgarem estas
informações nos países em que possuem a matriz, por meio de relatórios que permeiem sua
121
atividade global. Neste sentido vale destacar o entendimento de Young e Guenther (2003) que
a divulgação de indicadores está relacionada a maturidade do mercado de capitais, e que a
existência de custos envolvidos na divulgação dos indicadores pode ser fator inibitivo.
A análise dos dados apresentados na Tabela 24 mostra que 52,9% das empresas
apresentam indicadores sociais, 35,9% das empresas apresentam indicadores ambientais e
11,6% das empresas apresentam indicadores econômicos. A hierarquia de participação dos
indicadores nos relatórios se aproxima das observadas por Cardoso et al. (2014) que identificou
a dimensão social com 71%, a ambiental com 57%. Vale destacar que o estudo desenvolvido
por Cardoso et al. (2014) apresenta empresas que realizam divulgação de seus indicadores. Os
dados analisados não possibilitam identificar o motivo envolvido na não divulgação plena dos
indicadores, mas retornando a proposta de Dobler (2005) é possível inferir que um, ou mais de
três fatores foram determinantes para a não divulgação das informações. Destaca-se que a não
divulgação dos indicadores não se materializa em irregularidade da empresa, pois conforme
apontado por Yamamoto e Salotti (2006) as informações se configuram como voluntárias e não
como compulsórias. Assim a divulgação se constitui em uma ação proativa da entidade, e não
uma obrigação. No entanto, a não divulgação dos resultados estabelece uma condição de
assimetria da informação conforme propõe Lanzana, (2004), Pereira et al. (2008) e Murcia e
Santos (2009). Condição esta que pode possibilitar ao investidor interpretar a informação não
divulgada como uma informação desfavorável a respeito da empresa conforme aponta
Verrecchia (2001). Vale destacar que este cenário se aproxima da argumentação de Dyck e
Zingales (2002) em que o processo de disclosure ainda é fracamente abordado em modelos
econômicos.
A ausência de divulgação e a assimetria de indicadores se distanciam do tripé da
sustentabilidade conforme aponta Amaral (2005). Contexto este, que pode coibir o
estabelecimento de benefícios econômicos, sociais e ambientais de forma simultânea e
equilibrada conforme aponta Elkington (1997). Ainda conforme aponta Elkington (2012)
fatores que impactam na sustentabilidade também afetam a GC, com prejuízos na prestação de
contas dos administradores para os proprietários. Conforme aponta Tricker (1984) a omissão
de indicadores não afeta apenas a operação do negócio, mas também em fornecer o
direcionamento geral do empreendimento, com controles e monitoramentos das ações dos
gestores, com a satisfação de expectativas quanto à prestação de contas e regulação dos
interesses, que vão além dos limites das empresas. Conforme aponta Silveira (2010) menor
volume de informações podem impactar nas decisões corporativas tomadas com a finalidade de
122
maximizar a geração de valor de longo prazo para o negócio. Destaca-se ainda que a omissão
de informações pode comprometer o esforço da empresa em se mostrar engajada em uma
estrutura social moderna, principalmente no que diz respeito ao meio ambiente, a questões
sociais e programas que apoiem o desenvolvimento sustentável conforme abordagem de
Nogueira, Giacchetti e Monken (2013).
Assim, os indicadores de sustentabilidade apresentados na pesquisa, são uma
combinação dos indicadores já utilizados no Setor Industrial. Estes indicadores reportados
segundo o modelo GRI, representam um conjunto balanceado de indicadores de DS que podem
ser utilizados para que se obtenha uma série histórica de análises a evolução no tempo, e que
os mesmos sejam apresentados em conjunto com outros indicadores da Organização.
O capítulo seguinte apresenta as conclusões desta pesquisa, suas limitações e a
possibilidade de estudos futuros.
123
6. CONCLUSÃO
Após a organização e sistematização dos conceitos extraídos do arcabouço teórico
pesquisado sobre teoria da GC, Sustentabilidade e Indicadores, passou-se para o desafio de
identificar indicadores a partir das abordagens de estudo selecionados em cada um destes temas.
A construção conceitual de indicadores se estabelece como um passo que intermedia a validade
teórica e a validade empírica no caminho hermenêutico.
A utilização de indicadores de sustentabilidade viabiliza a compreensão do
desenvolvimento sustentável nas organizações, fundamentando possíveis caminhos que
caracterizam as ações praticadas pelas empresas em questão da sustentabilidade. Desse modo
para se medir sustentabilidade, de uma maneira geral, é desejável que sejam usadas estratégias
integradas de processos através de indicadores. Entretanto, os objetivos de responsabilidade
social e ambiental são integrados ao planejamento das organizações, que apresentam
indicadores corporativos desenvolvidos e alinhados com os objetivos empresariais para avaliar
o desempenho da companhia como um todo.
Neste contexto, parte do arcabouço teórico sobre teoria da GC, Sustentabilidade e
Indicadores, são comprovados a partir dos autores e obras citados conforme os objetivos
específicos em identificar empresas que possuem GC e apresentam relatórios de desempenho
sustentável, identificar empresas que publicam o relatório de sustentabilidade e se posicionam
com destaque do setor da Industrial e identificar os indicadores de sustentabilidade mais
utilizados pelas empresas, estas questões são a seguir, analisadas e concluídas em relação aos
dados e suas teorias.
O primeiro objetivo especifico apresentado por este estudo é o de identificar empresas
que possuem GC e apresentam relatórios de desempenho sustentável. Os dados mostram que
de um universo de 217 empresas relacionadas pelo Valor Econômico no anuário Grandes
Grupos Econômicos, apenas 91 empresas apresentaram relatórios de indicadores de
sustentabilidade segundo o modelo GRI. Desta forma apenas 42% das empresas identificadas
como praticantes de GC divulgam seu desempenho por meio de indicadores em relatórios do
modelo GRI. Este desempenho mostra que parcela significativa das empresas que possuem GC
não possuem a boa prática de Disclosure, ou seja, de divulgação de seu desempenho. Vale
destacar que esta pesquisa buscou os relatórios disponibilizados pela internet, assim é possível
que existam empresas que elaboram os relatórios no modelo GRI e não os divulguem. As
124
empresas nesta condição não tiveram seus dados coletados nesta pesquisa, em decorrência da
metodologia de investigação adotada.
Destaca-se na abordagem de Elkington (2012), que a sustentabilidade empresarial está
intrinsicamente relacionada a GC. No entanto, esta questão está ligada a uma ideia bastante
difundida nas organizações de que as boas práticas de GC transparecem nos relatórios de
sustentabilidade, identificando-se então, como consequência de um processo maduro na
organização, incorporando a sustentabilidade a gestão do negócio. As empresas que criam
estruturas formais na organização, evidenciando a importância de uma atuação responsável
socialmente, são as que apresentam a sociedade o conceito de sustentabilidade de forma mais
transparente e acessível.
O segundo objetivo está relacionado a identificar empresas que publicam o relatório de
sustentabilidade e se posicionam com destaque do setor da Industrial. Neste estudo analisou-se
as empresas em quatro categorias, tendo como destaque as empresas do setor Industrial que
representam um percentual e 40,1% em relação as outras categorias, como Comércio em 15,2%,
Finanças em 15,2% e Serviços com 29,5%, de acordo com o relato apresentado na discussão
dos dados. O objetivo especifico se restringiu ao setor industrial, pela sua posição de destaque
frente aos outros setores. As empresas que se destacaram por apresentarem relatórios de
desempenho baseados no modelo GRI foram: Fiat, Unilever, Basf, CNH Industrial e Suzano.
Estas empresas expressaram em seus relatórios, indicadores de sustentabilidade que atenderam
de forma minimamente as dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
O terceiro objetivo específico de identificar os indicadores de sustentabilidade
ambiental mais utilizados pelas empresas do setor industrial posiciona-se na discussão sobre a
existência de diversos tipos de indicadores que podem ser apresentados através dos relatórios
publicados nos websites das organizações. Entretanto, as organizações do setor industrial
possuem um número representativo de indicadores devido pela própria natureza do negócio.
Atividades industriais possuem um impacto ambiental mais significativo por utilizarem
recursos naturais na produção do produto final.
Neste contexto, as conclusões oriundas dos objetivos específicos possibilitam responder
o objetivo geral de identificar indicadores de sustentabilidade similares de desempenho
sustentável utilizados pelas organizações que apresentam as boas práticas da GC. Analisando
os indicadores de sustentabilidade de uma forma global é possível determinar que os
indicadores que se destacaram foram: Emissões, Efluentes e Resíduos, Energia, Água e
Biodiversidade, totalizando um percentual de aderência com 7,5% conforme relato na seção de
125
discussão dos dados. Percebe-se então, que o estudo relatou um acompanhamento na
monitoração de indicadores importantes que expressam riscos a sociedade e ao meio ambiente.
Os dados referentes aos indicadores de sustentabilidade pesquisados e analisados
mostram a intenção das empresas em transmitir para os stakeholders uma garantia de que seus
negócios não representam impactos a sociedade e ao meio ambiente. Por tanto, as organizações
que investem em recursos e aderem as boas práticas de GC, elevam e maximizam seus valores
perante a sociedade.
O trabalho analisou a quantidade de empresas por ramo de atividade que publicaram os
relatórios de sustentabilidade em seus websites, sendo que os percentuais dos indicadores
apresentados por empresas estavam relacionados aos aspectos do tripé da sustentabilidade, e
aderentes ao modelo GRI. Assim a pesquisa confirmou que as organizações estão inserindo a
sustentabilidade em suas estratégias e portanto, a quantidade de empresas que se destacam no
Brasil publicam os indicadores em seus relatórios, com a preocupação econômica, social e
ambiental no país que atuam.
Os dados apresentados possibilitaram ter classificações das empresas que aderiram e
omitiram os indicadores GRI, identificando em números percentuais os tipos econômicos,
sociais e ambientais apresentados por Ramo de Atividade, permitindo o entendimento das
empresas que aderem os indicadores do GRI publicados nos relatórios de sustentabilidade.
Assim, como conclusão deste estudo foram observados pontos que limitaram o avanço
da pesquisa, em particular a não publicação de relatórios de sustentabilidade por todas as
empresas que exercem GC. Identificou-se ainda muitas empresas publicando indicadores com
padrões próprios. E finalmente uma parcela de empresas que não apresentam os indicadores de
sustentabilidade e não seguem o modelo GRI defendido neste estudo. A pesquisa identificou
que, existem empresas que publicam relatórios de sustentabilidade com a versão anterior do
GRI (versão G3 e G4) e também empresas que não atualizaram a publicação de seus relatórios
há sete anos. Entretanto, apresentar indicadores de sustentabilidade não significa que a empresa
está entre as primeiras posições classificadas por ranking de maior rentabilidade, de estrutura
ou de ações. Mas apresentar relatórios de sustentabilidade com seus indicadores, baseando-se
no modelo GRI e seus aspectos econômico, social e ambiental, faz com que a organização fique
posicionada a frente de seus concorrentes devido a transparência das informações aos seus
stakeholders. Vale destacar, que apresentar os indicadores de sustentabilidade estabelece uma
proposição por parte da empresa de estar fazendo o seu papel perante o DS, estabelecendo um
benefício próprio, que a auxilia no relacionamento com seus acionistas, e com a sociedade na
126
medida em que esta adquirir informações passiveis de analisar o comportamento da gestão
organizacional.
De acordo com as presentes limitações na pesquisa, como a não divulgação de
indicadores, ou relatórios, e a utilização de diferentes modelos de relatórios adotados pelas
empresas, identificou-se um maior grau de dificuldade no processo de comparar os dados
divulgados. No entanto, estas dificuldades não se materializaram em empecilho para o profícuo
desenvolvimento da pesquisa.
Interpreta-se como possibilidade de estudos futuros, derivados desta pesquisa, a análise
individualizada de cada um dos setores: Comércio, Finanças, Industria e Serviços. Análise esta
que busque particularidades setoriais, que possibilitem o estabelecimento de padrões de
conduta. O desenvolvimento desta análise pode indicar que empresas com atividades menos
impactantes no meio ambiente, direcionem maior atenção para aspectos sociais e ou
econômicos.
127
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142
ANEXO A
Relação das 217 empresas divulgadas pelo Valor Econômico no anuário Grandes
Grupos Econômicos 2013 e 2014, classificadas por ranking de faturamento dos grupos que
atuam no Brasil.
Empresas Cidade UF País de Origem Ramo Receita Ano
Petrobras Rio de Janeiro RJ Brasil Indústria
370.652,0
2013/2014
Bradesco São Paulo SP Brasil Finanças
168.794,2
2013/2014
Banco do Brasil Brasília DF Brasil Finanças
150.291,4
2013/2014
Itaú Unibanco São Paulo SP Brasil Finanças
143.875,0
2013/2014
Vale Rio de Janeiro RJ Brasil Indústria
106.274,0
2013/2014
J & F Investimentos São Paulo SP Brasil Indústria
102.318,1
2014
Caixa Brasília DF Brasil Finanças
99.985,2
2013/2014
Odebrecht Bahia BA Brasil Indústria
96.930,0
2013/2014
JBS São Paulo SP Brasil Indústria
78.297,7
2013
Ambev São Paulo SP Bélgica, Brasil Indústria
69.354,8
2013/2014
Santander São Paulo SP Espanha Finanças
67.089,3
2013/2014
GPA São Paulo SP França Comércio
64.405,5
2013/2014
Ultra São Paulo SP Brasil Comércio
62.601,0
2013/2014
Raizen São Paulo SP Brasil, Holanda,
Inglaterra
Comércio
60.673,8
2013/2014
Telefônica São Paulo SP Brasil, Espanha Serviços
51.965,6
2013/2014
Gerdau Rio Grande do
Sul
RS Brasil Indústria
45.716,6
2013/2014
OI Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços
45.252,6
2013/2014
Fiat Minas Gerais MG Itália Indústria
40.359,6
2013/2014
Bunge São Paulo SP Holanda Indústria
38.140,5
2013/2014
Cosan São Paulo SP Brasil Comércio
36.165,2
2013/2014
BRF São Paulo SP Brasil Indústria
34.851,6
2013/2014
Águia Branca Espírito santo ES Brasil Serviços
34.468,0
2013/2014
Volkswagem do
Brasil
São Paulo SP Alemanha Indústria
31.808,0
2013/2014
143
Votorantim São Paulo SP Brasil Indústria
31.284,0
2013/2014
TIM Brasil Rio de Janeiro RJ Itália Serviços
29.661,8
2013/2014
Eletrobras Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços
28.186,4
2013/2014
Cargill São Paulo SP Estados Unidos Comércio
26.110,3
2013/2014
J P Morgan São Paulo SP Estados Unidos Finanças
24.430,0
2013/2014
Copersucar São Paulo SP Brasil Comércio
23.702,3
2013/2014
ArcelorMittal Brasil Minas Gerais MG Espanha,
França,
Luxemburgo
Indústria
21.933,1
2013/2014
HSBC Paraná PR Inglaterra Finanças
21.856,6
2013/2014
Camargo Correa São Paulo SP Brasil Indústria
21.553,5
2013/2014
Embratel Rio de Janeiro RJ México Serviços
21.212,2
2013/2014
CSN Rio de Janeiro RJ Brasil Indústria
20.778,9
2013/2014
Andrade Gutierrez Minas Gerais MG Brasil Serviços
20.776,1
2013/2014
Honda São Paulo SP Japão Indústria
20.494,6
2013/2014
Cemig Minas Gerais MG Brasil Serviços
19.389,6
2013/2014
CPFL Energia São Paulo SP Brasil Serviços
19.339,4
2013/2014
Marfrig São Paulo SP Brasil Indústria
19.320,8
2013/2014
AES Brasil São Paulo SP Estados Unidos Serviços
18.133,4
2013/2014
Claro São Paulo SP México Serviços
17.988,8
2013/2014
Organizações Globo Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços
17.332,3
2013/2014
Usiminas Minas Gerais MG Argentina,
Brasil, Japão
Indústria
17.163,4
2013/2014
Lojas Americanas Rio de Janeiro RJ Brasil Comércio
16.301,8
2013/2014
Souza Cruz Rio de Janeiro RJ Inglaterra Indústria
16.118,9
2013/2014
TAM São Paulo SP Brasil Serviços
15.805,8
2013/2014
Unilever São Paulo SP Holanda,
Inglaterra
Indústria
15.300,0
2013/2014
CNH Industrial Minas Gerais MG Itália Indústria
15.295,5
2014
Renault Paraná PR França Indústria
14.701,0
2013/2014
Neoenergia Rio de Janeiro RJ Brasil, Espanha Serviços
14.406,6
2013/2014
Louis Dreyfus
Commodities
São Paulo SP França Comércio
14.257,2
2013/2014
Grupo Segurador BB
e Mapfre
São Paulo SP Brasil, Espanha Finanças
14.038,0
2013/2014
144
Porto Seguro São Paulo SP Brasil Finanças
13.977,6
2013/2014
Embraer São Paulo SP Brasil Indústria
13.635,8
2013/2014
Safra São Paulo SP Brasil Finanças
12.922,1
2013/2014
BTG Pactual Rio de Janeiro RJ Brasil Finanças
12.834,1
2013/2014
Portugal Telecom São Paulo SP Portugal Serviços
12.735,0
2013/2014
Copel Paraná PR Brasil Serviços
12.669,2
2013/2014
SulAmérica Rio de Janeiro RJ Brasil Finanças
12.445,0
2013/2014
Amil Rio de Janeiro RJ Brasil, Estados
Unidos
Serviços
12.284,0
2013/2014
Whirlpool São Paulo SP Estados Unidos Indústria
11.406,5
2013/2014
Light Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços
10.783,3
2013/2014
Jereissati São Paulo São Paulo SP Brasil Serviços
10.547,8
2013/2014
ALE Natal RN Brasil Comércio
10.512,1
2013/2014
Citi São Paulo SP Estados Unidos Finanças
10.049,0
2013/2014
Endesa Brasil Rio de Janeiro RJ Itália Serviços
9.999,0
2013/2014
Magazine Luiza São Paulo SP Brasil Comércio
9.692,4
2013/2014
EDP São Paulo SP Portugal Serviços
9.658,0
2013/2014
Cencosud Aracajú SE Chile Comércio
9.611,4
2013/2014
Queiroz Galvão Rio de Janeiro RJ Brasil Indústria
9.571,7
2013/2014
GOL São Paulo SP Brasil Serviços
9.480,3
2013/2014
Natura São Paulo SP Brasil Comércio
9.451,7
2013/2014
Caixa Seguros Brasília DF França Finanças
9.195,2
2013/2014
Basf São Paulo SP Alemanha Indústria
9.191,4
2013/2014
André Maggi Mato Grosso MT Brasil Comércio
8.933,7
2013/2014
Saint-Gobain São Paulo SP França Indústria
8.900,0
2013/2014
OAS São Paulo SP Brasil Serviços
8.877,1
2013/2014
Suzano São Paulo SP Brasil Indústria
8.433,5
2013/2014
GVT Paraná PR França Serviços
8.408,2
2013/2014
Tereos Internacional São Paulo SP França Indústria
8.339,0
2013/2014
WEG Santa Catarina SC Brasil Indústria
8.146,9
2013/2014
Brookfield Rio de Janeiro RJ Canáda Serviços
7.925,0
2013/2014
145
Banrisul Rio Grande do
Sul
RS Brasil Finanças
7.812,1
2013/2014
Bayer São Paulo SP Alemanha Indústria
7.618,8
2013/2014
Makro São Paulo SP Holanda Comércio
7.536,5
2013/2014
Brasil Kirin São Paulo SP Japão Indústria
7.448,9
2013/2014
Cielo São Paulo SP Brasil Serviços
7.416,9
2013/2014
Nextel São Paulo SP Estados Unidos Serviços
7.059,8
2013/2014
Electrolux São Paulo SP Suécia Indústria
7.018,3
2013/2014
Coca-Cola FEMSA São Paulo SP México Indústria
6.868,3
2013/2014
Gas Natural Fenosa Rio de Janeiro RJ Espanha Serviços
6.760,3
2013/2014
Celesc Santa Catarina SC Brasil Serviços
6.727,9
2013/2014
Iochpe-Maxion São Paulo SP Brasil Indústria
6.619,9
2013/2014
Yara Brasil Rio Grande do
Sul
RS Noruega Indústria
6.442,5
2013/2014
Paranapanema São Paulo SP Brasil Indústria
6.397,7
2013/2014
Dupont São Paulo SP Estados Unidos Indústria
6.265,7
2013/2014
Equatorial Energia Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços
6.225,2
2013/2014
Arthur Lundgren São Paulo SP Brasil Comércio
6.002,6
2013/2014
Minerva São Paulo SP Brasil Indústria
5.792,9
2013/2014
Lojas Renner Rio Grande do
Sul
RS Brasil Comércio
5.705,5
2013/2014
CCR São Paulo SP Brasil Serviços
5.697,9
2013/2014
Sotreq Rio de Janeiro RJ Brasil Comércio
5.658,9
2013/2014
Siemens São Paulo SP Alemanha Indústria
5.646,1
2013/2014
Guararapes Natal RN Brasil Comércio
5.642,8
2013/2014
GDF Suez Rio de Janeiro RJ Bélgica, França Serviços
5.568,7
2013/2014
Klabin São Paulo SP Brasil Indústria
5.554,3
2013/2014
Bosch São Paulo SP Holanda Indústria
5.514,1
2013/2014
PDG Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços
5.500,7
2013/2014
Cyrela Brasil Realty São Paulo SP Brasil Serviços
5.448,0
2013/2014
Heringer Espírito santo ES Brasil Finanças
5.394,7
2013
Fertipar Paraná PR Brasil Indústria
5.393,5
2013/2014
Randon Rio Grande do
Sul
RS Brasil Indústria
5.383,3
2013/2014
146
Simpar São Paulo SP Brasil Serviços
5.244,3
2013/2014
Empresas Rodobens São Paulo SP Brasil Comércio
5.077,5
2013/2014
M Dias Branco Fortaleza CE Brasil Indústria
5.075,8
2013/2014
Novartis São Paulo SP Suíça Indústria
5.063,6
2014
Sicredi Rio Grande do
Sul
RS Brasil Finanças
5.027,4
2013/2014
Alfa São Paulo SP Brasil Finanças
5.000,0
2013/2014
Hypermarcas São Paulo SP Brasil, México Indústria
4.959,4
2013/2014
Martins Minas Gerais MG Brasil Comércio
4.859,3
2013/2014
Rede D'Or Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços
4.570,1
2013/2014
Biosev São Paulo SP França Indústria
4.480,2
2013/2014
Algar Minas Gerais MG Brasil Serviços
4.477,0
2013/2014
Marcopolo Rio Grande do
Sul
RS Brasil Indústria
4.464,3
2013/2014
UTC São Paulo SP Brasil Serviços
4.423,6
2013/2014
Galvão São Paulo SP Brasil Serviços
4.387,2
2013/2014
Vallourec &
Mannesmann
Minas Gerais MG França Indústria
4.387,1
2013/2014
ALL - América
Latina Logistica
Paraná PR Brasil Serviços
4.351,7
2013/2014
DOW São Paulo SP Estados Unidos Indústria
4.118,4
2013
Mosaic São Paulo SP Estados Unidos Indústria
4.099,8
2013/2014
Camil São Paulo SP Brasil Indústria
4.085,3
2014
Allianz Seguros São Paulo SP Alemanha Finanças
4.079,9
2013/2014
Marisa São Paulo SP Brasil Comércio
4.066,4
2013/2014
Profarma Rio de Janeiro RJ Brasil Comércio
3.997,5
2013/2014
Flagrill Mato Grosso MT Brasil Comércio
3.963,4
2014
MRV Engenharia Minas Gerais MG Brasil Serviços
3.932,8
2013/2014
Contax Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços
3.925,2
2013/2014
Energisa Minas Gerais MG Brasil Serviços
3.894,5
2013/2014
Aché São Paulo SP Brasil Indústria
3.793,9
2013/2014
CEEE Rio Grande do
Sul
RS Brasil Serviços
3.777,2
2013/2014
Aperam South
America
Minas Gerais MG Luxemburgo Indústria
3.769,3
2013/2014
Positivo Paraná PR Brasil Indústria
3.684,6
2013/2014
147
Arteris São Paulo SP Espanha Serviços
3.602,2
2013/2014
Localiza Minas Gerais MG Brasil Serviços
3.595,1
2013/2014
Brasil Pharma São Paulo SP Brasil Comércio
3.545,0
2013/2014
Ericsson São Paulo SP Suécia Indústria
3.511,6
2013/2014
BMG Minas Gerais MG Brasil Finanças
3.472,3
2013/2014
Prosegur Minas Gerais MG Espanha Serviços
3.438,4
2013/2014
Tupy Santa Catarina SC Brasil Indústria
3.422,4
2013/2014
Rhodia São Paulo SP Bélgica Indústria
3.398,1
2013/2014
Alcoa São Paulo SP Estados Unidos Indústria
3.387,0
2013/2014
EcoRodovias São Paulo SP Brasil Serviços
3.241,3
2013/2014
Tigre Santa Catarina SC Brasil Indústria
3.212,7
2013/2014
Saga Goiânia GO Brasil Comércio
3.106,6
2013/2014
Cotia São Paulo SP Brasil Comércio
3.096,0
2013/2014
Unigel São Paulo SP Brasil Indústria
3.081,0
2013/2014
Caramuru Goiânia GO Brasil Indústria
3.033,8
2013
Magnesita
Refratários
Minas Gerais MG Estados Unidos,
Luxemburgo
Indústria
2.999,1
2013/2014
Coteminas São Paulo SP Brasil Indústria
2.959,1
2013/2014
Spalpa Coca-Cola Paraná PR Brasil Comércio
2.912,8
2013
Autometal São Paulo SP Espanha Indústria
2.895,0
2013/2014
Coimex Espírito santo ES Brasil Serviços
2.849,0
2014
Abril São Paulo SP Brasil Serviços
2.832,9
2013/2014
Alusa São Paulo SP Brasil Serviços
2.816,9
2013
Mercantil do Brasil Minas Gerais MG Brasil Finanças
2.791,4
2013/2014
ZF América do Sul São Paulo SP Alemanha Indústria
2.783,2
2013/2014
Granol São Paulo SP Brasil Indústria
2.781,4
2013/2014
Icatu Seguros Rio de Janeiro RJ Brasil Finanças
2.767,5
2013
Dasa São Paulo SP Brasil Serviços
2.744,4
2013/2014
Grendene Rio Grande do
Sul
RS Brasil Indústria
2.711,4
2013/2014
Gafisa São Paulo SP Brasil Serviços
2.699,9
2013/2014
BNB Fortaleza CE Brasil Finanças
2.675,7
2013/2014
148
Credit Suisse São Paulo SP Suíça Finanças
2.669,2
2013/2014
Daycoval São Paulo SP Brasil Finanças
2.658,3
2013/2014
SLC Rio Grande do
Sul
RS Brasil Comércio
2.620,7
2013/2014
Zurich Seguros São Paulo SP Suíça Finanças
2.598,4
2014
Aço Cearense Fortaleza CE Brasil Indústria
2.595,0
2013/2014
EMSSigma Pharma São Paulo SP Brasil Indústria
2.583,4
2013/2014
Anhanguera São Paulo SP Brasil Serviços
2.547,1
2013
Vonpar Rio Grande do
Sul
RS Brasil Indústria
2.491,7
2013/2014
Estácio Participações Rio de Janeiro RJ Brasil, Estados
Unidos, Irlanda,
Luxemburgo
Serviços
2.491,0
2013/2014
Solvi São Paulo SP França Serviços
2.453,1
2013/2014
BicBanco São Paulo SP Brasil Finanças
2.448,9
2013/2014
Kroton São Paulo SP Brasil Serviços
2.443,0
2014
HDI Seguros São Paulo SP Alemanha Finanças
2.439,8
2014
Akzo Nobel São Paulo SP Holanda Indústria
2.414,5
2013
Carioca Engenharia Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços
2.409,7
2014
Lafarge Rio de Janeiro RJ França Indústria
2.397,7
2013/2014
3Corações Fortaleza CE Brasil, Holanda Indústria
2.395,2
2013/2014
Saraiva São Paulo SP Brasil Comércio
2.363,1
2013/2014
Tenaris Confab São Paulo SP Luxemburgo Indústria
2.277,6
2013/2014
CEB Brasília DF Brasil Serviços
2.211,5
2013/2014
Alto Alegre São Paulo SP Brasil Indústria
2.128,5
2013/2014
Dixie Toga São Paulo SP Estados Unidos Indústria
2.122,0
2013/2014
Hering Santa Catarina SC Brasil Comércio
2.077,9
2013/2014
São Martinho São Paulo SP Brasil Indústria
2.047,2
2013/2014
Anglo American São Paulo SP Inglaterra Indústria
2.044,3
2013
Inepar São Paulo SP Brasil Indústria
2.009,6
2013
Yasuda Maritima São Paulo SP Japão Finanças
1.985,9
2014
Mossi & Ghisolfi São Paulo SP Itália Indústria
1.972,6
2013/2014
Panvel Rio Grande do
Sul
RS Brasil Comércio
1.885,8
2013/2014
149
Banco Fibra São Paulo SP Brasil Finanças
1.868,1
2013
Fleury São Paulo SP Brasil Serviços
1.856,2
2013/2014
Ideiasnet Rio de Janeiro RJ Brasil Serviços
1.854,9
2013/2014
Tecnisa São Paulo SP Brasil Serviços
1.832,2
2014
ABC Brasil (Arab
Banking Corporation)
São Paulo SP Bahrein Finanças
1.816,2
2014
Banestes Espírito santo ES Brasil Finanças
1.800,1
2014
Direcional
engenharia
Minas Gerais MG Brasil Serviços
1.791,7
2014
Lanxess São Paulo SP Alemanha Indústria
1.784,5
2014
Vulcabras Azaleia São Paulo SP Brasil Indústria
1.778,1
2013
Totvs São Paulo SP Brasil, Estados
Unidos
Serviços
1.774,6
2014
Vipal Rio Grande do
Sul
RS Brasil Indústria
1.744,3
2013
Évora Rio Grande do
Sul
RS Brasil Indústria
1.719,2
2013/2014
Société Générale São Paulo SP França Finanças
1.707,8
2013/2014
Prysmian São Paulo SP Itália Indústria
1.643,9
2013
Marítima Seguros São Paulo SP Brasil Comércio
1.635,0
2013
Lojas Colombo Rio Grande do
Sul
RS Brasil Comércio
1.625,3
2013
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