Segmentação aquece mercado de coSméticoSEmpresas do setor inovam produtos e modelos de negócio e apostam na retomada do crescimento em 2018
Bahia
indúStriaISSN 1679-2645Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SiStema FieB
aNo XXIv Nº 251 2017
A indústria baiana tem como uma de suas características a resiliência, a capacidade de
se transformar para superar adversidades. É o que acontece com o segmento de cosmé-
ticos e perfumaria. Depois de amargar queda nas vendas durante 2015-2016, o ano de
2017 trouxe a retomada dos investimentos e das vendas, com um crescimento estimado
de 3%, segundo o Sindcosmetic-BA. O ano de 2018 promete ser ainda melhor.
A recessão econômica, agudizada pela
crise política, bem como a alta indiscrimi-
nada dos tributos (a mudança na cobrança
de PIS/Cofins, que passou a incidir também
sobre as distribuidoras, além da elevação
de impostos estaduais sobre vários produ-
tos) impactaram a indústria de cosméticos
e perfumaria. A volta por cima começou a
se desenhar quando a indústria percebeu a
necessidade de se reinventar para atender
a um consumidor que mudou seus hábitos
com a crise, migrando para produtos de
menor valor agregado. Grandes indústrias,
principalmente, passaram a investir em li-
nhas populares, substituindo margem por
quantidade vendida.
Mesmo o consumidor com maior poder
aquisitivo passou a utilizar menos os serviços dos salões de beleza. Percebendo isso,
várias empresas passaram a ofertar produtos profissionais, para que eles cuidem da
aparência em casa. Este foi o caminho trilhado especialmente pelas empresas de me-
nor porte, que precisam oferecer produtos de maior valor agregado, pois não vendem
grandes quantidades. A solução, portanto, é focar em mercados específicos, especiali-
zando-se em nichos. Há uma preocupação, por parte dos empresários em inovar, inves-
tir na qualidade de produtos e em design de embalagem. As redes sociais também são
um meio cada vez mais utilizado para campanhas de divulgação, com o uso, inclusive,
de influenciadores digitais.
As perspectivas desse mercado são altamente promissoras. O Brasil é o quarto maior
mercado consumidor mundial de produtos de higiene pessoal, atrás apenas dos Esta-
dos Unidos, China e Japão. Além disso, é o segundo maior consumidor de perfumes,
desodorantes, produtos de beleza masculinos e de protetor solar. O terceiro maior em
artigos infantis e o quarto em itens para banho, cabelo e higiene oral. Isso mostra que,
para o consumidor brasileiro, estes são itens essenciais ao seu bem-estar e autoestima.
Regionalmente, a indústria baiana de cosméticos ocupa a sexta posição no ranking
nacional e a primeira colocação no Nordeste. Se, até certo tempo atrás, a preocupação
em geral das empresas locais era produzir muito e vender barato, hoje o foco maior
é mirar em mercados específicos e se especializar neles. Com isso, várias empresas
locais estão presentes em outros estados e algumas já estão de olho no mercado inter-
nacional. Para estas, o Sistema FIEB oferece apoio por meio do Centro Internacional de
Negócios, em parceria com a Apex Brasil.
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Segmento de cosméticos se reinventa
indústrias
investem na
qualificação
de produtos e
em design de
embalagem
editorial
Planta deuma indústria de cosméticos
nº 251 nov/dez 2017
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4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEB
Sindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e
tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS Vege-
taiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e
de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de
madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo,
milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de
mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eSta-
do da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-
dúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS
d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de
mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS
induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, gra-
nitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS,
concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sin-
dicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e
tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-
dúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS
hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução
e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do
nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da conStrução e reParação naVal e oFFShore (Sina-
Val) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria do eStado da Bahia, [email protected]
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-PReSiDeNte carlos henrique Jorge Gantois. ViCe-
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que Jorge Gantois; aSSUNtOS FiSCaiS e tRiBUtáRiOS
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meida; meiO amBieNte Jorge emanuel reis cajazei-
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Arandas; ReSPONSaBiLiDaDe SOCiaL emPReSaRiaL
Marconi Andraos oliveira; JOVeNS LiDeRaNçaS iN-
DUStRiaiS Nayana carvalho Pedreira; PetRóLeO,
gáS e NaVaL humberto campos rangel; PORtOS
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ciEBPReSiDeNte Jorge emanuel reis cajazeira. 1° ViCe-
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Bahia
indúStriaeditada pela Gerência
de comunicação Institucional do sistema Fieb
sumário
Sistema que vai gerir os dados
fiscais, tributários e
previdenciários das empresas
passa a ser obrigatório a partir de
janeiro de 2018 e vai exigir que as
organizações aperfeiçoem seus
processos de gestão
Indústria de cosméticos
baiana aperfeiçoa
práticas e ganha
projeção no mercado
26 Portal do IElPotEncIalIza nEgócIos
Com mais de 60 empresas
cadastradas, Portal de Negócios
foi lançado em novembro pelo
Instituto Euvaldo Lodi e vai
aproximar empresas e
fornecedores, além de dar mais
visibilidade às empresas baianas
Revolução digital modificou de
forma profunda o perfil do
formador de opinião e fez surgir
uma legião de ícones da
comunicação no universo on line
12 EmPrEsas dE olho nosInfluEncIadorEs dIgItaIs
LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
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16mErcado dabElEza Em alta
MArceLo cAMArGo/ABr
22 EsocIal Passaa valEr Em 2018
Por patrícia moreira
6 Bahia Indústria
Tramita na Assembleia
Legislativa do Estado da
Bahia projeto de lei que
cria o Código de Direitos,
Garantias e Obrigações do Contri-
buinte. Resultado de uma mobi-
lização que envolve a Federação
das Indústrias do Estado da Bahia
(FIEB), a Federação do Comércio
de Bens, Serviços e Turismo do
Estado da Bahia (Fecomércio-
-BA), a Associação Comercial da
Bahia (ACB) e o Fórum Empresa-
rial da Bahia.
O Projeto de Lei Complementar
(PLC) 127/2017, que está na Co-
missão de Constituição e Justiça
da Assembleia, é de autoria dos
Código vai regular relação enTre FisCo e ConTribuinTeProjeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa da Bahia busca mais transparência e segurança jurídica nas questões tributárias
deputados Nelson Leal (PSL) e
Pablo Barrozo (DEM) e tem como
relator o deputado Luciano Ribei-
ro (DEM), que apresentou parecer
favorável à proposta, por conside-
rá-la um avanço. “O Código che-
ga traçando direitos e obrigações
para as partes, consolidando a re-
lação entre ambos. Entendo que
as relações entre contribuinte e
Fisco devem ser regulamentadas
para que não haja surpresa.”, ex-
plica Ribeiro.
Antes de ser aprovado em ple-
nário, o projeto terá um longo ca-
minho pela frente. Depois da CCJ,
ele terá que ser aprovado em diver-
sas comissões e, até lá, na avalia-
ção do deputado Nelson Leal, será
necessário construir um bom diá-
logo. “O PLC 127/2017 é extrema-
mente importante para a Bahia,
pois dá segurança e tranquilidade
a quem quer de fato investir, gerar
emprego e renda. É uma evolução.
Mas vamos ter que ter capacidade
grande de articulação e de nego-
ciação”, pondera.
Leal explica que é preciso ter
flexibilidade para acatar as pro-
postas de emendas dos deputa-
dos, negociando com todos os en-
volvidos, incluindo as entidades
parceiras que ajudaram a elaborar
a proposta do Código do Contri-
buinte. Apesar da necessária fle-
Sessão da
Comissão de
Constituição
e Justiça da
assembleia
ArquIVo AG. ALBA
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G. ALB
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Bahia Indústria 7
xibilidade, o deputado acredita
que a proposta não enfrentará re-
sistências além do que é natural
na tramitação de um projeto legis-
lativo. “Temos a flexibilidade de
aceitar sugestões e tenho certeza
absoluta de que ninguém é contra
a proposta. Quem quiser poderá
trazer alguma sugestão, desde que
seja algo que não descaracterize
o objetivo maior do projeto, que é
garantir segurança jurídica”, res-
salta o parlamentar.
A expectativa de Nelson Leal é
de que o projeto esteja apto a ser
votado em plenário até o final do
primeiro semestre de 2018. “Esta-
mos fazendo tudo com tranquili-
dade, mostrando as vantagens do
projeto e convencendo os deputa-
dos. Estamos abertos a dar todos
os esclarecimentos”.
Leal acredita ainda que o mo-
mento para aprovar o Código do
Contribuinte é oportuno, pois a
economia começa a sinalizar uma
retomada. “A única forma de o
país voltar a crescer é atraindo in-
vestimentos e, para isso, a gente
tem que criar condições de tran-
quilidade para o empresário fazer
investimentos e o Código vem jus-
tamente para isso”.
Também autor do projeto de lei,
o deputado Pablo Barrozo (DEM)
destaca um ponto fundamental a
ser levado em conta. Para ele, o có-
digo diminui a diferença entre Fis-
co e contribuinte, dando mais tem-
po para este último se defender e
tornando o processo mais justo.
“O prazo para o contribuinte, às
vezes é muito exíguo”, justifica.
Barrozo avalia que a Bahia es-
tá ficando para trás em relação a
outros estados, que já adotaram
a regulamentação, o que traz o
risco de evasão de investimentos.
“Na Bahia, as empresas enfren-
tam maiores dificuldades do que
nos estados onde as regras já são
claras. Em um momento de crise,
qualquer descuido tem reflexos na
manutenção das empresas e todo
incentivo ou regulamentação pa-
ra que a relação fique mais clara
e transparente só vem a somar”,
alerta o deputado.
conSolidaçãoO advogado tributarista Márcio
Duarte, especialista, mestre e
doutor em Direto Civil, lembra
que em São Paulo, Minas Gerais,
Santa Catarina e Ceará, onde o
Código já existe, há reflexos na
atração de investimentos e no de-
senvolvimento regional. Para ele,
a proposta em tramitação na As-
sembleia visa estabelecer normas
gerais com o objetivo de proteger
o contribuinte e promover o enten-
dimento entre as partes.
O Direito Tributário, explica
Duarte, “é um emaranhado de
legislações esparsas e temos que
juntá-las como se fosse uma col-
cha de retalhos. O Código dá re-
gramento, sensação de justiça,
auxilia o trabalho dos advogados.
Além disso, uniformiza os enten-
dimentos fiscais”.
Ainda de acordo com o advoga-
do, a exemplo do que aconteceu
com o Código do Consumidor, a
norma vai permitir uma interpre-
tação da lei mais favorável ao con-
tribuinte. “Tudo isso vem para aju-
dar as empresas a se desenvolve-
rem. Quando se tem regras claras,
isso facilita a entrada de capital no
estado”, arremata. Márcio Duarte
revela ainda que já houve tentati-
vas anteriores de implantar o Có-
digo na Bahia, sem avanço. “Des-
ta vez, o empresariado está mais
unido e a proposta deve avançar”,
conclui.
“O código diminui a diferença entre Fisco e contribuinte, dando mais tempo para este último se defender e tornando o processo mais justo”Pablo Barrozo, deputado e um dos autores do projeto de lei
“PLC 127/2017 é extremamenteimportante para a Bahia,pois dá segurança e tranquilidade a quem quer de fato investir”Nelson Leal, deputado e um dos autores do projeto de lei
8 Bahia Indústria
CaRNe BRaSiLeiRa VOLta a CONqUiStaR meRCaDOSsindicato promoveu encontro para discutir temas que preocupam a indústria de carne no Brasil
Hoje, 95% das restrições à
carne brasileira e seus deri-
vados no mercado interna-
cional, decorrentes da Operação
Carne Fraca, da Polícia Federal,
já foram superadas. A avaliação
é do presidente executivo da As-
sociação Brasileira de Frigoríficos
(Abrafrigo), Péricles Pessoa Sala-
zar, para quem essa recuperação
de espaços foi decorrente do traba-
lho técnico altamente profissional
do Ministério da Agricultura.
Os principais países importa-
dores de carne e derivados prove-
nientes do Brasil são China, Irã,
Chile, Rússia, Arábia Saudita e
Argélia. “O ministro Blairo Maggi
e sua equipe muniu-se de dados e
argumentos técnicos e visitou nos-
sos principais compradores para
mostrar que as denúncias decor-
rentes da operação da Polícia Fe-
deral não comprometiam a quali-
dade da carne brasileira”, afirmou
Salazar.
Além disso, opinou, a partir da
Operação Carne Fraca – deflagra-
da em março, para investigar de-
núncias de que empresas estariam
pagando propinas para evitar a
fiscalização de seus produtos – o
governo se viu obrigado a revisar a
fiscalização e a ampliar seus con-
troles de qualidade para preservar
o acesso a mercados importantes.
Já os produtores estão cons-
cientes de que é preciso atender a
todas as recomendações fitossa-
nitárias. “Já passou o tempo em
que se dava um jeitinho para tudo.
Hoje, temos que trabalhar de for-
ma ética, com responsabilidade,
observando todas as negras fitos-
sanitárias, ainda que isso signifi-
que sofrer a concorrência desleal
daqueles que teimam em burlar as
regras, produzindo carne sem pro-
cedência”, afirmou Salazar.
FunruralOutro problema enfrentado pela
indústria da carne no Brasil é a
nova cobrança do Fundo de Assis-
tência do Trabalhador Rural (Fun-
rural). Desde que, por 6 votos a 5,
o Supremo Tribunal Federal (STF)
decidiu, no dia 30 de março, que
é constitucional a União cobrar a
contribuição ao Funrural sobre a
Bet
to Jr. / co
Per
Pho
to / s
Iste
MA F
IeB
encontro realizado na Fieb debateu o cenário para a indústria do setor
receita bruta da comercialização
dos empregadores rurais pessoa fí-
sica, o setor passou a arcar com um
brutal aumento da carga tributária.
O Funrural é usado para auxi-
liar no custeio da aposentadoria
dos trabalhadores rurais, um be-
nefício subsidiado pela União.
Antes, o tributo incidia sobre
a folha salarial do agronegócio.
Agora, representa 2,3% de toda a
receita das empresas do setor. De
acordo com o presidente da As-
sociação Nacional de Defesa dos
Agricultores, Pecuaristas e Produ-
tores de Terra (Andaterra), Sérgio
Pitt, a nova sistemática faz com que
o produtor pague, em média, quase
cinco vezes mais de Funrural.
A decisão ocorreu enquanto
tramitavam na Justiça cerca de
15 mil processos aguardando de-
cisão final do STF sobre o tema.
Segundo Sérgio Pitt, a Andaterra
propôs uma ação coletiva e obteve
liminar, confirmada em tribunal
de segunda instância, para deixar
de recolher a referida cobrança,
com provimento estendido a todos
os associados.
Sendo assim, afirma Sérgio
Pitt, produtores rurais pessoas
físicas, empregadores, pessoas
jurídicas e agroindústrias que re-
colhem ou têm retida a contribui-
ção no momento de comercializar
sua produção, podem aderir a essa
ação coletiva para suspender o re-
colhimento do Funrural e, após o
trânsito em julgado, buscar a de-
volução do que pagaram indevida-
mente nos últimos cinco anos.
Sérgio Pitt e Péricles Salazar es-
tiveram em Salvador para o Semi-
nário Cadeia Produtiva da Carne
– Perspectivas para 2018, realiza-
do pelo Sindicato da Indústria de
Carnes e Derivados, em outubro,
na FIEB.
» poSSeNo dia 18 de outubro, o Sincar realizou a posse da sua diretoria. O presidente Júlio Farias segue à frente da entidade até 2020.
Bahia Indústria 9
circuito Por clEbEr borgEs
“Não importa o quão sereno o dia pode ser, o amanhã é sempre incerto. Mas não deixe esta realidade assustar você.”
Warren Buffet, considerado o mais bem sucedido investidor financeiro das últimas décadas
indústria voltará a crescer
Após a crise dos últimos anos, a economia baiana pode voltar a
crescer a partir de 2018. É o que a FIEB espera que aconteça, ao me-
nos para o setor industrial, no qual os principais segmentos devem
recuperar aos poucos a atividade. No segmento químico/petroquí-
mico, por exemplo, a Braskem deve voltar à plena operação, após in-
vestimentos para o uso de gás etano como matéria-prima; a área de
alimentos e bebidas será beneficiada com a recuperação do consu-
mo; e o segmento de papel e celulose terá mercado global favorável
para celulose de fibra de eucalipto. Outros segmentos, como refino
de petróleo e construção civil também experimentarão crescimento.
Bahia acima da média nacionalNa Bahia, 66,8% dos trabalhadores da indús-
tria têm pelo menos o ensino médio completo. O
percentual está muito acima da média brasileira
(61,9%) e coloca o estado em primeiro lugar nes-
te quesito na região Nordeste e em terceiro lugar
no Brasil, atrás apenas do Amazonas (82,1%) e
de São Paulo (68,5%). A elevada participação de
trabalhadores com escolaridade média do setor
contribui para que a indústria da Bahia tenha o
maior salário do Nordeste e o sétimo do Brasil. No
ano passado, os industriários baianos receberam
R$ 2.471,81 em média. O maior salário industrial,
de R$ R$ 4.065,44, foi o do RJ, informa o Perfil da
Indústria nos Estados, elaborado pela Confedera-
ção Nacional da Indústria.
emprego parou de cairA produção cresceu e o emprego na indústria
brasileira parou de cair. O indicador de evolução
da produção alcançou 52,6 pontos em outubro.
Como ficou acima de 50 pontos, o índice mostra
crescimento da produção industrial na passagem
de setembro para outubro, diferentemente do que
tinha ocorrido nos últimos dois anos. Por sua vez,
o indicador de emprego no setor subiu para 49,7
pontos em outubro, o maior valor desde novembro
de 2013. As informações são da Sondagem Indus-
trial, divulgada pela Confederação Nacional da
Indústria. Os indicadores da pesquisa variam de
zero a cem pontos. Quando ficam acima de 50 pon-
tos mostram aumento da produção e do emprego.
empresário pretende investirMesmo com a elevada ociosidade, a disposição
dos empresários para investir continua crescen-
do. O indicador de intenção de investimentos su-
biu para 50,6 pontos em outubro. Foi o quinto mês
consecutivo sem queda no índice que alcançou,
em outubro, o maior valor desde fevereiro de 2015.
O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto
maior o índice maior é a intenção de investimen-
to dos empresários. O economista da CNI Marcelo
Azevedo explica que o aumento na disposição pa-
ra investir é resultado da melhora das condições
da indústria em geral e das boas expectativas dos
empresários para os próximos seis meses quanto
à demanda e exportações.
10 Bahia Indústria
sindicatos
O presidente do Sindicato das Indústrias de Café do Estado da Bahia
(Sincafé), Antônio Roberto Almeida, participou do 3º Intercâmbio de
Lideranças do Setor da Alimentação e Laticínios, nos dias 9 e 10 de no-
vembro, na CNI. A iniciativa do Programa de Desenvolvimento Associa-
tivo (PDA) reuniu líderes de sindicatos de indústrias dos segmentos de
alimentação e laticínios para discutir os desafios da competitividade e
promover a troca de experiências em gestão sindical.
LiDeRaNçaS Da aLimeNtaçãO DeBatem DeSaFiOS
em Salvador,
costureiras
foram
atendidas no
Condomínio
Bahia têxtil
LúcIo táVorA / coPerPhoto / sIsteMA FIeB
DIV
uLG
Ação
» Minas Trend PreviewEmpresários conheceram as tendências para o inverno 2018 no Minas Trend Preview, um dos principais eventos de moda do país. A missão foi iniciativa dos sindicatos das indústrias de vestuário de Salvador e de Feira de Santana.
Setor da construção civil debate insegurança jurídica
Mais de 150 empresários
e profissionais dos setores
da construção civil e imo-
biliário participaram do II
Seminário Jurídico CBIC,
promovido pela CBIC, em
parceria com Sinduscon-
-BA e Ademi. No evento,
palestrantes discutiram
como minimizar a insegu-
rança jurídica. “Precisa-
mos reduzir as incertezas
para melhorar os negó-
cios”, afirmou Carlos Hen-
rique Passos, presidente
do Sinduscon.
aplicativo facilita mobilização empresarial
Uma ferramenta que
reúne informações sobre
temas de interesse da in-
dústria e facilita a comu-
nicação entre sindicatos
empresariais, federações
estaduais e a CNI, além de
ser um instrumento de mo-
bilização acerca de assun-
tos relevantes para o setor
produtivo. Assim é o apli-
cativo Rede Sindical da
Indústria, lançado pela
CNI. Gratuito, o
app é voltado
para líderes
e executivos
de sindicatos,
além de re-
presentantes do
Sistema Indústria.
O app está disponível na
Apple Store e no Play Store.
SiNDiCatOS eStimULam PReVeNçãO De CâNCeR De mama
Cerca de 280 trabalhadoras do segmento de vestuário realizaram ma-
mografia gratuita na ação Outubro Rosa, promovida pelos sindicatos das
indústrias de vestuário de Salvador e de Feira de Santana, em parceria
com o SESI. A iniciativa teve foco na prevenção e diagnóstico precoce do
câncer de mama. “Muitas vezes, pelas dificuldades, as mulheres não fa-
zem o exame e quando descobrem a doença já está em estágio avançado”,
alerta a vice-presidente do Sindvest Salvador, Eunice Habibe. Em Feira
de Santana, as colaboradoras foram atendidas na unidade do SESI. “Ob-
servamos a satisfação das colaboradoras por participar da campanha”,
ressaltou o presidente do Sindvest Feira, Edison Nogueira.
intercâmbio setorial foi realizado na sede da CNi, em Brasília
Bahia Indústria 11
VALter PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
LúcI
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rA/c
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MA F
IeB
Sindirepa capacita reparadores em novas tecnologias e gestão
O Sindirepa, em parceria com a Ford, realizou em outubro o trei-
namento técnico Freios Avançados, em Salvador e Feira de Santa-
na. Além disso, até o final de novembro, aconteceram os cursos in
company, voltados para as áreas de gestão e produção, em Feira de
Santana. As capacitações integram o Programa Ativos Estratégicos.
Renovado benefício fiscal para corretivo agrícola
As indústrias de calcário co-
memoraram a ampliação da vi-
gência, até 30.04.2019, do Con-
vênio 100/97, que reduz a base
de cálculo do ICMS nas saídas de
alguns insumos agropecuários,
entre eles o calcário corretivo de
solos. A conquista foi publicada
dia 05 de outubro pelo Conselho
Nacional de Politica Fazendária
(Confaz) e é resultado da mobili-
zação dos Sindicatos de Calcário,
a exemplo do Sindical-BA, além
da FIEB, ABRACAL e CNI.
Sindileite participou da FenagroO Sindileite-BA marcou presença na 30ª Fena-
gro, realizada entre os dias 25 de novembro e 03 de
dezembro, no Parque de Exposições de Salvador.
No estande do sindicato, visitantes conheceram
e degustaram produtos lácteos
de indústrias baianas. Já em
outubro, o sindicato pro-
moveu missão técnica
empresarial aos Estados
Unidos, com o objetivo
de conhecer novas práti-
cas e tecnologias, tendên-
cias e centros tecnológicos
do setor leiteiro.
Festival destaca produtos de origemValorizar a história e produção de produtos tipi-
camente baianos foi o objetivo do 1º Festival Origens,
realizado em Cachoeira, entre os dias 30.11 e 02.12. A
programação incluiu workshops de harmonização
do charuto com chocolate, café e cachaça, conduzi-
dos pelo sommelier Cesar Adames. Os participantes
também visitaram fazendas que cultivam a folha do
tabaco e fábricas produtoras de charuto situadas na
região. O festival foi uma iniciativa do Sinditabaco.
Sipaceb debate tendências de mercado
Tendências de mercado e es-
tratégias inovadoras para ala-
vancar negócios no setor de pa-
nificação foram apresentadas
pelo empresário, mestre pani-
ficador e consultor técnico, Ro-
gério Shimura, no III Encontro
Técnico de Panificação do Estado
da Bahia. Promovido pelo Sindi-
cato da Indústria de Panificação
(Sipaceb), nos dias 27 e 28.10, no
SENAI de Feira de Santana, no
evento também contou com ofici-
nas técnicas.
FóRUm PROmOViDO PeLO SiNDPaCeL DeBate SUSteNtaBiLiDaDe
Para discutir temas como Reforma Trabalhista,
sustentabilidade e responsabilidade social, o Sin-
dicato da Indústria de Papel e Celulose (Sindpacel)
promoveu, dia 28.11, o II Fórum de Recursos Huma-
nos e Sustentabilidade. O evento contou com pales-
tras sobre o engajamento da indústria com a sus-
tentabilidade, além de exemplos práticos de como
lidar com a sustentabilidade em tempos de crise. O
encontro também discutiu a Reforma Trabalhista e
a cultura do engajamento nas empresas. Na abertu-
ra do evento, o presidente da FIEB, Ricardo Alban,
destacou a importância da iniciativa do sindicato
para as indústrias.
12 Bahia Indústria
o poder do inFluenCiador digiTalA cena digital ampliou o leque de possibilidades para divulgarprodutos e fidelizar clientes
gabriela
martinez
tem mais de
100 mil
seguidores nas
redes sociais
Há 13 anos no mercado, a
empresa de cosméticos
Amazun decidiu lançar
uma nova linha profis-
sional. Ao longo do seu desen-
volvimento, fechou parceria com
blogueiras baianas capazes de
influenciar consumidores do seg-
mento. “Levamos elas à fábrica
para conhecer nosso processo pro-
dutivo, mostramos como é feito
um shampoo, um creme e expli-
camos nossa intenção de lançar
a linha nova”, conta a diretora da
Amazun, Kelly Lima (leia na p. 18).
No processo de criação da nova
linha, as influencers foram testan-
do as amostras e dando feedbacks
sobre os novos produtos, auxi-
liando no seu desenvolvimento.
Segundo Kelly Lima, o uso de in-
fluenciadoras digitais é uma ten-
dência que veio para ficar. “Elas
são hoje as principais formadoras
de opinião em nosso segmento,
um canal aberto entre a empresa e
o consumidor final”, afirma.
Ao propagar uma marca, in-
ro
Ber
to A
Breu
/co
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to/s
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MA F
IeB
Por cleber borges
fluenciadores digitais usam o pro-
duto e o indicam aos seguidores,
o que ajuda a ampliar mercados.
“Com isso, passamos a receber de-
mandas de fora da Bahia, de clien-
tes que queriam saber como adqui-
rir nossos produtos. O investimen-
to necessário para ter essa parceria
compensa”, avalia Kelly Lima.
A estratégia dos departamentos
de marketing das empresas, de
utilizar influenciadores para ven-
der produtos e serviços, é antiga.
No passado, garotos-propaganda
emprestavam voz e imagem para
popularizar marcas. Este é um uso
ainda comum – quem não assistiu
às campanhas de duas empresas
de carnes e derivados, feitas por
um ator e uma apresentadora glo-
bal? –, porém a revolução digital
modificou profundamente o perfil
do formador de opinião.
celeBridadeS virtuaiSHoje, as celebridades televisivas
dividem espaço com as do mundo
virtual – youtubers, instagram-
mers e outros influenciadores –,
na glamorosa tarefa de divulgar
marcas. Enquanto as celebridades
“globais” costumam ser reconhe-
cidas e tietadas nas ruas, os digi-
tal influencers podem até passar
desapercebidos no universo físico,
mas são ícones da comunicação
no universo online.
Boa parte dos grandes anun-
ciantes brasileiros estão apostan-
do forte em mídia online, abrindo
um grande espaço para jovens de
todas as tribos munidos de uma
câmera e de uma boa ideia na ca-
beça. A internet deu voz e cara a
jovens que viram celebridades
instantâneas. Eles desenvolveram
uma audiência cativa com a cria-
ção e veiculação de conteúdo pró-
prio, tocando em assuntos sobre
Danilo Pestana
cita pesquisa
que aponta o
crescente
poder dos
influenciadores
os quais têm afinidade. Seus con-
teúdos são vistos e reproduzidos
por milhares de internautas.
Segundo Danilo Pestana, pla-
nejamento da agência de publici-
dade Morya, uma pesquisa recen-
te divulgou que quase 1/3 das pes-
soas levam mais em consideração
a recomendação de um influencia-
dor digital do que a de qualquer
outra fonte na hora de comprar um
produto. O que explica por que as
agências lançam mão do recurso.
Mas, o que diferencia o garoto
de propaganda tradicional do in-
fluenciador digital? Para Pestana,
é preciso diferenciar fama de in-
fluência. Uma pesquisa do Institu-
to Ipsos, com 2 mil brasileiros, re-
velou que, das cinco celebridades
mais lembradas da TV, nem todas
aparecem no top cinco de influên-
cia. Um influenciador digital pode
ser um garoto propaganda, mas
não necessariamente um garoto
propaganda tem influência para
motivar a compra de um produto
ou serviço. A explicação é que o in-
fluencer geralmente é alguém com
autoridade sobre os assuntos de
que trata e que possui seguidores.
Gabriela Martinez, redatora pu-
blicitária, criou o blog Onde comer
em Salvador, com perfis no Face-
book e no Instagram, com mais de
100 mil seguidores. A ideia surgiu
da afinidade com o mundo digital
e do hábito de visitar restaurantes,
o que significou transformar gasto
Arq
uIV
o P
esso
AL
Bahia Indústria 13
em investimento. O
primeiro desafio foi
conquistar a confian-
ça do público. “Quem
nos define como digital
influencer é o público. Só
influenciamos de verdade as
pessoas que confiam e se identi-
ficam com nosso perfil e opiniões.
Com isso, trazemos credibilidade à
mensagem que as marcas querem
passar, seja por sermos especialis-
tas em determinado tema, seja pe-
lo interesse que despertamos, ou
mesmo pela simpatia”, afirma.
Gabriela afirma que o macete é
sempre trazer informações úteis,
variadas e de interesse dos segui-
dores, com um toque de personali-
dade. “O retorno é geralmente po-
sitivo. Os haters (críticos) existem,
mas são minoria”, explica.
SegmentaçãoPaulatinamente, os jovens estão
migrando dos meios tradicionais
de acesso à informação para as
mídias digitais. Quando se quer
atingir esse público, um bom ca-
minho é o uso dos influenciadores
digitais. Foi o que levou o SENAI
Cimatec a desenvolver, em 2016,
uma campanha para mostrar a
estrutura da unidade, visando di-
vulgar uma campanha de vestibu-
lar. Os resultados foram positivos.
Qual o segredo para que uma
marca se mantenha relevante
diante da revolução digital em
curso? A resposta não é simples,
mas a capacidade de adaptação
às mudanças de mercado e de ati-
tudes é, sem dúvida, o primeiro
passo. Outro aspecto é entender
que um produto ou serviço nunca
está pronto. Sua evolução é funda-
mental para acompanhar as trans-
formações de um mundo cada vez
mais dinâmico e multifacetado.
30%
das pessoas levam mais em consideração a recomendação de um influenciador
digital do que a de qualquer outra fonte na hora de comprar um produto
FoNte: daNIlo PeStaNa
14 Bahia Indústria
“A impressora digital vai mudar o panorama de comunicação na mídia impressa, reduzindo custos e simplificando processos”
Silvio Araújo Netto consultor da ONU para a indústria gráfica da América Latina
hORizONte POSitiVO PaRa a iNDÚStRia gRáFiCaconsultor da oNu estima retomada de 10% a 12% para o segmento no próximo ano
depois de registrar dois anos
de queda, o setor gráfico de-
ve apresentar recuperação
de 10% a 12% em 2018. Esta é a
avaliação do consultor da Orga-
nização das Nações Unidas (ONU)
para a indústria gráfica da Améri-
ca Latina, Silvio Araújo Netto. Ele
foi um dos palestrantes do XVI
Seminário da Indústria Gráfica
do Norte e Nordeste, realizado no
auditório da Federação das Indús-
trias do Estado da Bahia (FIEB),
que discutiu as perspectivas e de-
safios para o segmento industrial.
O consultor apontou a neces-
sidade de melhoria na gestão dos
negócios nas áreas financeira, de
produção e de mercado. “O em-
presário gráfico não tem uma vi-
vência maior na área de gestão de
produção, de melhora de proces-
sos. Por isso existem gargalos que
precisam ser tratados”, pontuou.
Um deles é relacionado ao pro-
cesso produtivo. Silvio Araújo Net-
to observa que o tempo de acerto de
máquina, que é o intervalo entre o
término de um trabalho e o início
de outro, ainda é lento. “Temos má-
quinas com velocidade excelente,
porém o setup compromete a pro-
dutividade. Isso por falta de plane-
jamento e treinamento. Esses pon-
tos comprometem a rentabilidade
do setor”, avalia o consultor.
Segundo ele, um avanço que
deve colaborar para reduzir o tem-
po de setup é a impressão digital.
“A impressora digital comanda
diretamente do computador para
o papel. Este advento vai mudar
profundamente o panorama de
comunicação na mídia impressa,
ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
reduzindo custos e simplificando
processos”, explica.
Outras tendências para o setor
foram apresentadas pelo consul-
tor na área gráfica Hamilton Terni
Costa, que falou sobre a necessi-
dade de as gráficas incorporarem
mais serviços, oferecendo algo
além do produto impresso. Ele ci-
ta como exemplo uma empresa de
São Paulo, voltada para a área de
embalagens, que fornece um con-
junto de serviços para o cliente,
como logística e distribuição.
“Além de fabricar, esta empresa
distribui a embalagem do cliente
em qualquer ponto do Brasil e tem
também um sistema de previsão
de demanda para os clientes”,
conta, lembrando que este tipo
de serviço será cada vez mais co-
mum. “Ás vezes, os gráficos ficam
preocupados essencialmente com
aquilo que têm que produzir, mas
é preciso começar a pensar em ser-
viços que podem agregar aos ma-
teriais impressos”, alerta.
atualizaçãoPromovido pelo Sindicato das
Indústrias Gráficas do Estado da
Bahia (Sigeb), em parceria com
o SENAI Cimatec e o Serviço de
Apoio às Micro e Pequenas Empre-
sas da Bahia (Sebrae-BA), o evento
encerrou o calendário de ações do
Sigeb para 2017. “É uma oportu-
nidade para que os empresários
possam se atualizar sobre temas
relevantes para o setor”, comentou
o presidente do sindicato e vice-
-presidente da FIEB, Josair Bastos,
na abertura do seminário, que
também contou com a presença do
gerente da área gráfica do SENAI,
Sérgio Martins, do diretor técnico
do Sebrae-BA, Franklin Santos, e
do coordenador de Indústria do
Sebrae, Tércio Calmon.
Bahia Indústria 15
eStUDaNte DO SeSi Vai RePReSeNtaR O BRaSiL NOS eUa em eVeNtO De iNiCiaçãO à PeSqUiSaAlunos da escola Djalma Pessoa foram destaque em evento latino-americano de tecnologia, quando conquistaram vagas para feira científica internacional
o Programa de Iniciação Cien-
tífica Júnior da Escola Djal-
ma Pessoa, do SESI Bahia,
conquistou um passaporte inter-
nacional na edição 2017 da Mostra
Internacional de Ciências e Tecno-
logia (Mostratec), maior evento de
iniciação científica internacional
do país. A escola irá representar o
Brasil na Intel-Isef 2018 - Feira In-
ternacional de Ciências e Engenha-
ria (International Science and En-
gineering Fair, na sigla em inglês),
que acontecerá em Pittsburgh-Pen-
sivâlnia, nos Estados Unidos, em
maio de 2018. Este foi o principal
resultado da participação da escola
na Mostratec.
O Programa de Iniciação Cien-
tífica Júnior se qualificou dentre
os quatro melhores nas áreas de
Ciências Ambientais e Bioquímica
e Química, concorrendo com 420
projetos de pesquisa de 20 países.
A mostra internacional aconteceu
em Novo Hamburgo (RS), no final
do mês de outubro.
Na linha de pesquisa Bioquími-
ca e Química, o estudante Gabriel
Negrão Morais conquistou o 2º
lugar na classificação geral, além
do Prêmio Destaque da Mostratec
2017, que o credenciou para repre-
sentar o Brasil na Intel-Isef 2018,
a maior feira de ciências pré-uni-
versitária do mundo. Ele também
recebeu o Prêmio de Incentivo a
Pesquisa em Ciência e Tecnologia
Carlos Armando Koch, que garan-
te passagens e hospedagem para
participar da Intel-Isef. A feira é
realizada desde 1950 e reúne os
melhores projetos de 78 nações.
Gabriel Negrão apresentou o
“Estudo sobre a síntese orgânica
assimétrica do álcool 1-feniletanol
através de processos biocatalítico,
utilizando-se casca de laranja (Ci-
trus sinensis)”. Além de Negrão,
também se destacaram na Mostra-
tec 2017 os estudantes João Vitor
Oliveira e Marcos Felipe Pereira
com o projeto “Redução dos níveis
do CO2 antrópico na atmosfera
utilizando o metabolismo da mi-
croalga Dunaliella salina e apro-
veitamento de sua biomassa para
produção de tensoativos”.
O projeto conquistou o 4º lugar
na categoria Ciências Ambientais
e se credenciou para a Mocinn
2018 (Mostra de Ciência do Norte e
Nordeste). O projeto desenvolvido
por João Oliveira e Marcos Perei-
ra também foi premiado este ano
em 1º lugar no Desafio C02, evento
científico nacional realizado pelo
Instituto Akatu e Dow e também
conquistou o 1º lugar no Encontro
de Jovens Cientistas, promovi-
do pela Universidade Federal da
Bahia, de 21 a 24 de novembro.
Jovem cientiStaNo Encontro de Jovens Cientistas,
o SESI conquistou todas as pre-
miações na categoria ensino mé-
dio. Além do 1º lugar, ficou em 2º
com o projeto Sexualidade e Cur-
rículo; em 3º lugar com o projeto
PET’s em Horta & Teatro Científico
e também recebeu menção honro-
sa com o projeto MOVIE & Quando
elas se declaram mulher?.
Betto Jr/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
João, gabriel
e marcos:
destaques na
mostratec 2017
16 Bahia Indústria
retomada ocorre após dois anos de retração e uma leve retomada em 2017, que lança uma perspectiva positiva para o setor. Por marta erhardt
seTor de
Vitrine com
produtos de
indústrias baianas
COSmétiCObaiano
Se ReiNVeNta
Bahia Indústria 17
ano de 2018 promete ser positivo para
o setor de higiene pessoal, perfuma-
ria e cosméticos. Depois da queda nas
vendas registrada em 2015 e 2016, en-
tidades do setor têm boas perspectivas
para o próximo ano. O Sindicato das
Indústrias de Cosméticos e Perfumaria
do Estado da Bahia (Sindcosmetic-BA)
estima crescimento de até 3% em 2017, comparado ao ano
anterior, e acredita que 2018 terá recuperação ainda maior.
“Será um ano de crescimento tanto para a indústria de
cosméticos, quanto para a indústria em geral. A empresa
que estiver mais preparada vai aproveitar este momento”,
avalia o presidente do sindicato, Raul Menezes.
Já na visão da Associação Brasileira da Indústria de Hi-
giene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), “existe
boa perspectiva para as vendas em datas sazonais, mas
ainda há incertezas quanto ao risco de impactos das tur-
bulências políticas na confiança do consumidor”, destaca
seu presidente executivo, João Carlos Basílio. Ele enumera
alguns fatores que contribuíram para a retração de 2015-
16. “Nos dois últimos anos, o setor brasileiro de higiene
pessoal, perfumaria e cosméticos sofreu com a alta indis-
criminada de tributos e com a recessão econômica. Além
da queda no consumo, também houve elevação de carga
tributária das empresas. Um exemplo é a mudança na co-
brança de PIS/Cofins, que passou a incidir também sobre
as distribuidoras, além de elevação de impostos estaduais
sobre vários produtos”, pontuou.
Apesar deste cenário, dados da Abihpec mostram a rele-
vância do setor: o Brasil é o 4º maior mercado consumidor
do mundo de produtos de higiene pessoal, perfumaria e
cosméticos, atrás dos Estados Unidos, China e Japão, com
19,1%, 11,3% e 8,3% do consumo mundial, respectivamen-
te. O país também é o 2º maior consumidor de desodoran-
tes, perfumes, produtos masculinos, protetor solar e depi-
latórios. O 3º em artigos infantis; o 4º em itens para banho,
cabelo e higiene oral; e o 5º em maquiagem.
LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Tudo isso mostra como os artigos do setor são con-
siderados essenciais. “O consumidor é fiel aos produ-
tos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, por
compreender a sua essencialidade em seu dia a dia,
ou seja, as pessoas não vão deixar de cuidar da sua
higiene e bem-estar”, avalia Basílio.
Mas a crise levou o consumidor a mudar alguns
hábitos, migrando, por exemplo, para produtos de
menor valor agregado. Outra mudança foi em relação
às idas ao salão de beleza. “Com a crise econômica,
desde 2014, as consumidoras passaram a racionali-
zar esse tipo de gasto. A indústria, percebendo essa
retração, vem aumentando a oferta de produtos pro-
fissionais ou ‘tipo salão de beleza’ para aproveitar es-
sa demanda reprimida”, explica o gerente de contas
da Kantar Worldpanel, empresa de pesquisa de mer-
cado, Guilherme Machado.
De olho nesta demanda, a empresa baiana Ama-
zun lançou em 2017 a nova linha profissional Make
Your Beuty (MYB). Há 13 anos no mercado, a micro-
empresa atuava com preços mais competitivos, mas
investiu em produtos de qualidade superior. “Iden-
tificamos que havia oportunidade no mercado para
esta linha com maior valor agregado, com ativos de
última geração, para atender a um público disposto a
gastar um pouco mais para adquirir o produto”, conta
a diretora da empresa, Kelly Lima.
O caminho seguido pela Amazun é a alternativa
para as indústrias de pequeno porte, na avaliação do
presidente do Sindcosmetic-BA, Raul Menezes. “Se
a indústria pequena focar no consumidor que busca
preço, já sai em desvantagem. Oferecer produtos com
mais qualidade e maior performance, mesmo que o
preço seja mais elevado, é a única saída”, destaca.
Menezes avalia que o momento atual da indústria
baiana de cosmético é de reinvenção. “Antes, a pre-
18 Bahia Indústria
Fábrica do
grupo O
Boticário foi
inaugurada na
Bahia em 2014
Amazun investe em nova linha e e-commerceAlém de lançar uma nova linha de produtos, a Amazun também investiu no e-commerce. Em novembro deste ano, entrou no ar o portal de vendas da empresa, desenvolvido em parceria com o Sebrae, através do Sebraetec. A expectativa é incrementar as vendas entre 5% e 10% até o final do primeiro semestre de 2018. “Vamos atender consumidores de outros estados que querem adquirir os nossos produtos, especialmente daqueles estados onde ainda não temos distribuidores”, conta a diretora da empresa, Kelly Lima. Ela explica que a demanda de consumidores de fora da Bahia foi percebida através das redes sociais, um canal de comunicação utilizado pela
empresa para divulgar a marca no mercado.
LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
o BotIcárIo/DIVuLGAção
ocupação era produzir muito e vender mais barato.
Mas quem foi por este caminho está em dificuldade.
Agora, as empresas estão focando em mercados espe-
cíficos, procurando uma especialidade cosmética pa-
ra oferecer ao público”, ressalta, sinalizando que os
empresários também se preocuparam com inovação
e investiram qualidade de produtos e embalagem.
internacionalizaçãoNa Bahia, o setor movimenta anualmente cerca de
R$ 300 milhões, segundo estimativa do sindicato. A
maior parte da produção é consumida aqui no estado,
mas algumas empresas já estão de olho no mercado
internacional. Uma delas é a Acqua Aroma, que ini-
ciou operação nos Estados Unidos neste ano, com a
abertura de uma distribuidora em Orlando, na Flóri-
da. “Nossa expectativa é fechar o ano com mais de
500 pontos de venda no território americano”, revela
a diretora administrativa Nayana Pedreira.
Durante um ano, a empresa fez estudo de merca-
do, verificando as marcas e produtos de maior acei-
tação para definir o mix de exportação. Algumas fra-
grâncias também foram adaptadas para atender às
preferências do consumidor americano. “Mesmo com
planejamento, na prática, estamos aprendendo muito
sobre hábitos e continuamos a fazer adaptações para
melhor atender às necessidades daquele mercado”,
conta. Para internacionalizar, a empresa contou com
o apoio do Centro Internacional de Negócios (CIN) da
DIVuLGAção
Bahia Indústria 19
Rafael
mamede
e Nayana
Pedreira,
da empresa
acqua aroma
Acqua Aroma busca expansãoCom quatro lojas físicas em operação em Salvador e Região Metropolitana, a Acqua Aroma apresenta crescimento de 35% em 2017, frente ao ano de 2016. Além das lojas próprias, a empresa lançou o e-commerce no final do ano passado e, atualmente, está investindo no sistema de franquias. A primeira loja fora da Bahia será inaugurada no final deste ano em São Caetano do Sul, São Paulo. “Em nosso plano de expansão, pretendemos abrir 70 franquias Acqua Aroma nos próximos cinco anos e esse sem dúvida é o nosso maior desafio”, revela a diretora administrativa Nayana Pedreira. Os produtos Acqua Aroma também são vendidos em mais de mil pontos de venda multimarcas em todo o Brasil. A Acqua Aroma é um braço da Aromarketing, empresa de marketing olfativo que desenvolve fragrâncias exclusivas para marcas nacionais.
Amávia investe em franquiasAlém de investir em lojas próprias em shoppings da capital baiana, os
sócios Emerson Ferreira e Carlos Nunes também estão estruturando um novo modelo de negócios, com franquias.
“Acreditamos que 2018 será um ano melhor. Se todos os investimentos derem o retorno esperado, podemos crescer até 30%”, acredita Ferreira.A empresa entrou em operação em 2012, com uma linha de 20 itens direcionados aos cuidados dos cabelos, com produtos premium. “Focamos no público que busca um produto melhor, que dê resultado de tratamento para o fio de cabelo e que tenha um diferencial. É preciso entregar qualidade e benefício. Sem isso, você não permanece no mercado”, relata o sócio
Emerson Ferreira. Atualmente, o portfólio conta com 120 itens, incluindo coloração, pó descolorante, linha de alisamento,
tratamento de selagem gradativa. As vendas começaram no Rio de Janeiro e hoje o principal mercado é o baiano. A empresa também
está presente em outros estados do Norte e Nordeste, como Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco e Paraíba.
LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
20 Bahia Indústria
FIEB e a parceria da Apex Brasil.
A internacionalização também
está nos planos da Amávia. Depois
de participarem como expositores
da feira Expocosmética, na cidade
do Porto, em Portugal, os diretores
da empresa baiana fizeram pes-
quisa de mercado e abriram, com
um sócio português, uma empresa
de distribuição dos produtos Amá-
via em Portugal. “Estamos em pro-
cesso de legalização dos produtos
para iniciar a exportação”, deta-
lha o sócio Emerson Ferreira.
Para 2017, ele projeta crescimen-
to de 10%, em comparação ao ano
de 2016, resultado de investimen-
tos em lojas próprias localizadas
ANGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Avatim comemora 15 anosSituada em Ilhéus, a Avatim conta com mais de 120 lojas em 24 estados, 210 colaboradores diretos, além de mil revendedores porta a porta. A empresa, que comemora 15 anos em 2017, inicialmente focou no ramo do marketing olfativo, produzindo perfumes para ambientes e desenvolvendo fragrâncias exclusivas para lojas como Água de Coco e Ellus do Brasil, além do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.“Comemorar 15 anos de Avatim é como debutar. É o momento de celebração da passagem para uma nova etapa em que o propósito da marca e o compromisso com parceiros e consumidores se fortalece”, pontua a empresária Mônica Burgos.Atualmente o portfólio conta com mais de 450 produtos. Um deles é o perfume Gigi, que ganhou o troféu Atualidade Cosmética de melhor perfume feminino da América Latina em 2017. A empresa já cresceu 36% neste ano e almeja incremento de 40% para 2018. O mercado externo também está no foco da Avatim, que já começou a expandir para Espanha.
DIVuLGAção
em shoppings da capital baiana e
também na ampliação da planta
para fabricação de tintura capilar.
empregoSA indústria baiana de cosméticos
ocupa a 6ª posição no ranking na-
cional e a 1ª colocação no Nordeste
quanto ao número de empregos e
à quantidade de empresas instala-
das. São 83 indústrias, a maior par-
te de micro e pequeno portes, que
empregam mais de 1.400 trabalha-
dores, segundo dados do Ministé-
rio do Trabalho e Emprego (2015).
Mais de 750 empregos diretos
foram gerados com a chegada do
Grupo O Boticário, presente no es-
tado desde 2014, quando inaugu-
rou uma fábrica de cosméticos e
perfumes em Camaçari e um cen-
tro de distribuição em São Gonça-
lo dos Campos, com investimentos
de R$ 732 milhões.
A localização estratégica foi
um dos fatores para a escolha da
Bahia, segundo o gerente indus-
trial da fábrica de Camaçari, Le-
andro Balena. “Com a fábrica em
Camaçari, foi possível melhorar a
vazão logística e agilizar o aten-
dimento aos consumidores da re-
gião. Atualmente, as regiões Norte
e Nordeste representam, juntas,
37,3% do consumo do mercado de
cosméticos do Brasil e 47,6% do
mercado de perfumaria”, explica.
Em 2017, a fábrica de Camaça-
ri completou três anos de opera-
ção, com mais de 125 milhões de
frascos de perfume e quase 75
milhões de potes de cremes en-
vasados. E ainda há condições de
crescer. “A planta foi projetada
para produzir até 150 milhões de
itens/ano e expandir sua capaci-
dade sem a necessidade de novos
investimentos em obras e edifica-
ções”, destaca Balena.
“será um ano de crescimento para a indústria de cosméticos. a empresa que estiver mais preparada vai aproveitar este momento”Raul Menezespresidente Sindcosmetic
Bahia Indústria 21
mUDaNçaS DiSRUPtiVaS mOVimeNtam CeNáRiO iNDUStRiaL
O homem levou milênios para avançar do estágio de caça-
dor para o de agricultor; levou centenas de anos para avan-
çar da produção artesanal para a industrial. Mas, bastaram
pouco mais de 30 anos, desde a introdução da internet, para
que a evolução do conhecimento e o surgimento de inovações
na área industrial tomassem uma nova dinâmica, avaliou Lu-
ciano Coutinho, executivo da Dow, no Fórum Técnico Desen-
volvimento Sustentável: Desafios da Gestão e da Indústria Dis-
ruptiva, que aconteceu em novembro, na FIEB. O executivo
citou a aposta no uso de dados da internet em novos negócios
por grandes empresas, como Uber e AirBNB. Já Herman Lepi-
kson, pesquisador do SENAI Cimatec, afirmou que as novas
tecnologias estão revolucionando os modelos de negócios.
Segundo observou, nas manufaturas avançadas, 30%
dos empregos atuais não existiam há dez anos. A geren-
te de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da FIEB,
Arlinda Coelho, lembrou que em um cenário marcado por
mudanças disruptivas, é imperativo atentar para a ques-
tão da sustentabilidade: atenção às oportunidades; aos re-
quisitos legais; buscar formas de integração com as partes
interessadas no negócio; e agregar valor à marca. O evento
foi realizado pelo Conselho de Responsabilidade Social da
FIEB, coordenado por Marcone Andraos.
conSelhoS
ANGeLo PoNtes/ coPerPhoto/sIsteMA FIeB
Sucessão familiarna pauta do CJLi
Visando capacitar jovens para
a sucessão familiar em empresas,
o Conselho de Jovens Lideranças
da Indústria, em parceria com a
Câmara Portuguesa de Comércio
da Bahia e a Fecomércio, realizou,
em novembro, um Talk Show sobre
o tema. No evento, cases de suces-
so foram apresentados por Thiago
Andrade, diretor da Petrobahia, e
Claudio Carvalho, presidente da
Morya Comunicação. “Esta inicia-
tiva contempla um pilar estraté-
gico do CJLI, que é o de preparar
sucessores de indústrias baianas.
Porém, as discussões foram muito
ricas e o evento superou nossas
expectativas”, contou Braulio Bar-
reto, coordenador do Conselho.
investimentos em Portugal
O programa de incentivos
Portugal 2020 foi apresentado a
jovens empresários em palestra
realizada na FIEB, em novembro,
numa iniciativa do Conselho de
Comércio Exterior (Comex), em
parceria com o Conselho de Jo-
vens Lideranças da Indústria e a
Câmara Portuguesa de Comércio
da Bahia. O programa dispõe de
cinco Fundos Europeus Estrutu-
rais e de Investimento até 2020, no
valor de € 25 bilhões de euros. De
acordo com Alexandre Jaleco, CEO
da Warmhole - Partner Globalse-
ven, empresa que dá consultoria
a interessados em se submeter
aos apoios financeiros da UE, é
mais fácil uma empresa sediada
em Portugal exportar para a Itália
e a Polônia, por exemplo, do que
vender um produto da Bahia para
São Paulo, dadas a burocracia a os
impostos exigidos no Brasil.
evento reuniu
especialistas
no auditório
da FieB
MArceLo cAMArGo / AGêNcIA BrAsIL
sistema passa a ser obrigatório a partir de janeiro de 2018 e exigirá que as empresas adaptem seus processos de gestão
Por patrícia moreira
empresas ingressam numa nova era Com o esoCial
adiada a entrada em vigor em pelo menos duas
ocasiões, a implantação do Sistema de Escri-
turação Digital das Obrigações Fiscais, Pre-
videnciárias e Trabalhistas, mais conhecido
como eSocial, agora será para valer. O cronograma de
implantação, que ocorrerá em cinco fases a partir do
primeiro semestre de 2018, foi anunciado no final do
mês de novembro pelo Governo Federal. Em um pri-
meiro momento, as empresas com faturamento supe-
rior a R$ 78 milhões anuais passam a ser obrigadas
a utilizar o programa a partir de 8 de janeiro de 2018.
Esse grupo representa 13.707 empresas e cerca de 15
milhões de trabalhadores, o que equivale a aproxima-
damente um terço do total de trabalhadores do país.
22 Bahia Indústria
Bahia Indústria 23
O QUE É
Plataforma digital em que haverá o registro contínuo do que acontece com o trabalhador – desde sua admissão até seu desligamento. Determina a integração de informações de diversas áreas – em especial da Segurança e Saúde no Trabalho, da Folha e dos Recursos Humanos
foi lançada pelo Governo Federal.
“Temos o compromisso de prover
soluções completas em Segurança
e Saúde no Trabalho (SST) para a
indústria”, frisa Maria Fernanda
Faiçal, engenheira de segurança e
gerente de Negócio no SESI Bahia.
orientaçãoSomente em 2017, o SESI realizou
mais de seis eventos, na capital e
no interior, levando especialistas
para orientar as indústrias para o
novo cenário com relação às obri-
gações fiscais, previdenciárias e
trabalhistas. Apesar disso, Maria
Fernanda explica que ainda há
muito a ser feito. “Ainda há um
caminho a percorrer e será neces-
sário que as indústrias adotem
vários aperfeiçoamentos para a
implantação completa do eSocial,
pela abrangência e impacto que
ele representa nos processos da
empresa”, reforça a engenheira.
Maria Fernanda Lins esclarece
que o eSocial não traz nenhuma
mudança de legislação, porém
requer um melhor gerenciamento
das informações pelas empresas.
Neste sentido, o SESI disponibi-
liza uma consultoria para ajudar
as organizações no atendimento
ao programa nas questões de SST,
bem como fez adaptações no seu
portfólio para estar afinado com
as novas diretrizes.
Para o gerente de Saúde e Segu-
rança na Indústria do SESI Bahia,
Amélio Miranda, o eSocial deve
ser visto como oportunidade e não
como entrave. “É uma oportunida-
de para as empresas reverem seus
processos e se ajustarem às exigên-
cias em SST, proporcionando um
ambiente de trabalho produtivo,
seguro e saudável. O eSocial deve
ser visto como investimento para
que as empresas evitem problemas
judiciais no futuro, servindo como
evidência no cumprimento das
obrigações legais”, acrescenta.
As empresas que descumpri-
rem o envio de informações por
meio do eSocial estarão sujeitas à
aplicação de penalidades e multa.
Do ponto de vista da administra-
ção pública, o programa amplia
a capacidade de fiscalização do
Estado. Para conhecer melhor o
programa, a Confederação Nacio-
nal da Indústria, o SESI e o IEL
elaboraram uma cartilha que está
disponível para consulta no Portal
da Indústria.
A cartilha detalha as obriga-
ções que poderão ser substituídas
pelo novo sistema, a qualificação
cadastral exigida, como funciona
e os pontos que as empresas de-
vem ficar atentas em relação ao
eSocial. O documento também
contextualiza os principais desa-
fios que as empresas terão pela
frente e dá dicas de como fazer a
adaptação para o novo sistema.
A implantação em cinco fases também será ado-
tada para as demais empresas de capital privado,
incluindo micros e pequenas empresas e MEIs que
possuam empregados. Para estes, o eSocial torna-se
obrigatório a partir de 16 de julho do ano que vem.
Já para os órgãos públicos, a obrigatoriedade será a
partir de 14 de janeiro de 2019. Quando estiver con-
solidado na sua implantação, o eSocial reunirá infor-
mações de mais de 44 milhões de trabalhadores do
setor público e privado do país em um único sistema.
Com o papel de oferecer informações e soluções
qualificadas para a indústria, o Serviço Social da In-
dústria (SESI) vem fazendo o seu dever de casa des-
de que a proposta de mudanças dos procedimentos
encontro
com traders
estrangeiros
realizado
na FieB
Conhecer mercados de consumo de outros paí-
ses e preparar-se para exportar contribui para
a melhoria dos produtos e processos e aumen-
ta a competitividade das empresas. É o que o
Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEB cons-
tata a cada participação de empresários em missões,
rodadas de negócios e outros eventos de promoção
comercial. Além de resultar em vendas, estas ações
ajudam a se adaptar às “intempéries”, principalmen-
te em tempos de incerteza no cenário nacional.
“Participar destas ações faz com que o empresá-
rio profissionalize mais o seu negócio, passando a ter
maior abrangência de atuação, o que amplia as possi-
bilidades de sucesso”, afirma a gerente do CIN, Patrícia
Orrico. Os números confirmam a avaliação de Patrícia.
De agosto e dezembro, as atividades promovidas pelo
CIN e parceiros geraram U$ 6,3 milhões em negócios já
concretizados e quase U$ 30 milhões em vendas para
os próximos 12 meses (ver quadro na página ao lado).
Mas a experiência vai além do que se pode conta-
bilizar. Para Bráulio Barreto, proprietário da marca
de pipocas gourmet Las Palomitas, que participou do
de olHo nos merCados esTrangeirosInvestimento em ações para a internacionalização de produtos brasileiros gera negócios imediatos e futuros
Por carolina mendonça
Encontro Internacional de Negócios (Projeto Compra-
dor), em novembro, estar com compradores e traders
internacionais foi uma oportunidade de aprendiza-
do. “Aqui, numa manhã, ainda que não feche negó-
cio, você recebe muita informação valiosa, passando
a conhecer mercados, a realidade daquele país. Você
fica sabendo o que precisa fazer para adequar o pro-
duto àquele mercado”, definiu.
Este foi o segundo encontro do ano realizado pela
rede de parceiros (CNI – Confederação Nacional da
Indústria, Rede CIN – Rede Brasileira de Centros In-
ternacionais de Negócios e APEX Brasil - Agencia Bra-
sileira de Promoção de Exportações e Investimentos)
com o objetivo de estimular a internacionalização de
empresas. O primeiro foi a Rodada de Negócios Brasil
Trade, que aconteceu em agosto, na Federação, e ge-
rou mais de US$ 3 milhões em vendas.
“Tivemos (no Encontro Internacional) compradores
da Espanha, Suriname, Equador, Guatemala, Costa
Rica, Guianas e Colômbia. Eles foram selecionados a
partir de indicações das empresas dos segmentos es-
colhidos e também dos sindicatos filiados à Federa-
ção”, conta a analista de Comércio Exterior da FIEB,
Lila Ribeiro. Ruben Mantilla, trader da distribuidora
de produtos Fhalconfood, do Equador, viu no evento
a chance de concretizar boas compras para o seu país.
“Já estivemos no Brasil, em 2016, participando deste ti-
po de evento. Nossa expectativa é conhecer novos pro-
dutos para introduzir no mercado equatoriano”, disse.
SuporteA fabricante de granola e biscoitos Tia Sônia, de Vitó-
ria da Conquista, – que ficou em 6º lugar do ranking
no Nordeste e o 59º no Brasil na12a. edição da pesqui-
sa As Pequenas e Médias Empresas Que Mais Cres-
cem, realizada pela consultoria Deloitte em parceria
com EXAME – também aposta em ações de promoção Betto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB
24 Bahia Indústria
Produtos
baianos têm
mais chances
no exterior
participando
de rodadas
Betto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB
ROdAdA BRASiL TRAdEParticipação de 25 empresas da Bahia, 5 Tradings e 3 compradores internacionais
AçõES dO CiN
ENCONTRO iNTERNACiONAL dE NEgóCiOS (PROjETO COMPRAdOR)Participaram 20 empresas baianas e traders, e compradores do Equador, Guatemala, Guiana, Costa Rica, Panamá, Angola e Espanha
FiHAV/CUBAA ação contou com 20 empresas e 32 participantes do Brasil; não houve participantes da Bahia
SALON dU CHOCOLAT PARiS, FRANçAParticiparam da missão 33 empresas, das quais 16 baianas. A ação já gerou U$ 6,3 milhões em negócios
comercial voltadas para a internacionalização. Re-
presentantes da empresa estiveram na Rodada Brasil
Trade, realizada, em agosto, na FIEB, e que teve como
objetivo promover a cultura exportadora nas empre-
sas. “Para a Tia Sônia foi de extrema importância a
participação, pois foi nosso primeiro contato, desde
o momento em que decidimos iniciar o Projeto de Ex-
portação. Pudemos observar as diferenças entre as
culturas e as tendências de cada país”, conta Tatiane
Moraes, responsável pela área de Exportação.
Na visão de Rogério Kamei, proprietário da Mesti-
ço Chocolates, que esteve presente no Salon du Cho-
colat, na França, o suporte da equipe do CIN fez dife-
rença na prospecção de parceiros comerciais. “Desde
a organização do stand até a articulação com os tra-
ders para as rodadas de negócios, o apoio de pesso-
as especializadas na área foi fundamental para criar
oportunidades”, disse.
O CIN ainda vem atuando em visitas, como a da
delegação de embaixadores e cônsules europeus,
realizada em outubro, para os quais foi organizada
uma agenda de encontro com empresários baianos,
além de palestra sobre as possibilidades de coopera-
ção econômica e investimentos.
eStimativa de negócioS para oS
próximoS 12 meSeS
u$12,6milhões
u$8,3milhões
u$5milhões
u$3,5milhões
Bahia Indústria 25
26 Bahia Indústria
NegóCiOS eNtRe emPReSaSLançado em novembro, portal busca aproximar compradores e fornecedores
um ambiente virtual volta-
do para o setor industrial,
onde é possível identificar
clientes e fornecedores. Assim é
o Portal de Negócios da Indústria
(www.portaldenegociosbahia.
com.br), iniciativa da Federação
das Indústrias do Estado da Bahia
(FIEB), em parceria com o IEL, de-
senvolvida para aproximar com-
pradores e fornecedores.
Na nova plataforma é possível
anunciar o produto ou serviço
que se deseja comprar ou contra-
tar. Os usuários também podem
localizar fornecedores no estado,
entrar em contato, solicitar orça-
mento, cadastrar cotações e se in-
formar sobre eventos de negócios
realizados pelo IEL e entidades
parceiras. Além disso, o portal
também dará visibilidade para as
empresas baianas.
Mais de 80 empresas estão ca-
dastradas no Portal de Negócios
da Indústria. O perfil delas conta
com portfólio, serviços oferta-
dos e também as demandas para
fornecimento. “A ideia é que as
empresas se conectem com mais
agilidade”, destaca a gerente de
Desenvolvimento Empresarial do
IEL, Fabiana Carvalho, ressaltan-
do que o portal atende a uma de-
manda de empresários.
encontroO portal foi lançado em novembro
no VII Encontro de Compradores
e Fornecedores, que contou com
rodada de negócios envolvendo
73 empresas e tem expectativa
de movimentação de mais de R$
15 milhões em negócios futuros.
O encontro foi Promovido pelo
IEL, em parceria com o Serviço de
Apoio às Micro e Pequenas Empre-
sas da Bahia (Sebrae-BA).
O superintendente do IEL,
Evandro Mazo, alertou que as em-
presas precisam estar atentas aos
desafios que a digitalização dos
LúcIo táVorA / coPerPhoto / sIsteMA FIeB
Fabiana Carvalho, do ieL, apresenta a nova ferramenta
modelos de negócios apresenta.
“A tendência é que o fornecedor
entregue cada vez mais valor e
mais serviços. Para isso, a compe-
titividade e a busca pela eficiência
são fundamentais”, destacou.
Já o diretor técnico do Sebrae,
Franklin Santos, falou sobre a
importância do encontro para a
aproximação comercial. “Esta-
mos felizes por apoiar ações co-
mo esta, que viabilizam o contato
entre empresários, promovendo
a aproximação comercial”, disse,
reforçando a necessidade de as
micro e pequenas empresas se
adequarem aos pré-requisitos das
grandes corporações instaladas
no estado.
inovaçãoA programação do evento também
incluiu palestra sobre inovação e
competitividade, com o consultor
Cláudio Forner, especialista em
varejo internacional e empreen-
dedorismo. Segundo ele, o Brasil
passa por uma crise de envelhe-
cimento dos modelos de negócios
que implica na queda da compe-
titividade. Ele destacou que as
empresas precisam modernizar
seus processos, com foco nas ten-
dências de mercado. “É preciso
estar atento às oportunidades, ter
flexibilidade e estar aberto para as
mudanças”, aconselhou.
O encontro também contou com
experiências de sucesso na área
de suprimentos, apresentadas pe-
lo diretor de Suprimentos do Gru-
po Boticário, Fábio Miguel, e pelo
diretor da planta da Faurecia na
Bahia, Leandro Perroni.
» qualiFicarCom o Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), o IEL qualifica micro, pequenas e médias empresas baianas, auxiliando na implantação de práticas de excelência. Neste ano, 14 empresas participantes do PQF foram certificadas.
Bahia Indústria 27
theOPRax gaRaNte FORmaçãO DiFeReNCiaDa PaRa O meRCaDOMetodologia adotada nos cursos técnicos do seNAI Bahia está entre as 10 melhores práticas do sistema Indústria
a metodologia alemã TheoPrax, adotada pelo
SENAI Bahia há 11 anos, foi escolhida uma das
10 práticas do Sistema Indústria. A seleção, fei-
ta por consultores e dirigentes do SENAI Nacional,
analisou mais de 800 práticas enviadas, consideran-
do suas contribuições para os desafios do plano es-
tratégico integrado SESI/SENAI/IEL.
Pelo método, que alia teoria e prática e é aplica-
do para todos os estudantes dos cursos técnicos do
SENAI Bahia, o aluno precisa desenvolver soluções
criativas para produtos ou processos da indústria.
Com isso, ele aprende a desenvolver projetos, de for-
ma estruturada, no mundo real.
“Soluções que, muitas vezes, são inviáveis para as
indústrias, principalmente as micro e pequenas, tor-
nam-se possíveis, por meio do TheoPrax. A metodo-
logia permite a execução de projetos muito baratos,
que geram impacto nas empresas”, afirma o gerente
do SENAI Bahia, Luís Breda Mascarenhas.
A qualidade dos projetos vem aumentando e já
tem o reconhecimento dos criadores do método. Em
novembro, o coordenador do TheoPrax no SENAI-
-BA, Augusto Araújo, e a técnica em Automação In-
dustrial, Joilma Batista, formada pelo SENAI Cetind,
em Lauro de Freitas, estiveram na sede do Instituto
Fraunhofer de Química (Fraunhofer ICT), na Alema-
nha, para receber o Prêmio TheoPrax Internacional
2017, um feito inédito no Brasil. O projeto Medição
Assertiva da Vazão do Processo do Refino Eletrolítico
do Cobre, elaborado para a empresa Paranapanema
S.A., levou o segundo lugar. “Foi muito importante
para nós, é o indicativo de que estamos no caminho
certo” diz Araújo.
O “pai” e a “mãe” da metodologia, os representan-
tes do Instituto Fraunhofer, Peter Eyerer e Doerthe
Krause, também estiveram em Salvador para uma
semana de imersão durante ações de planejamento e
escolha de projetos com as equipes do SENAI Bahia.
“Para nós, é fantástico ver como Theoprax se desen-
volveu na Bahia e, agora, começa a ser disseminado
em outras partes do Brasil. É um exemplo para a Ale-
manha”, disse Peter Eyerer.
Eyerer e Doerthe participaram ainda da premiação
anual que escolhe três entre os 20 melhores projetos
dos alunos baianos, selecionados nas dez unidades
do SENAI no estado. Eles se surpreenderam com
a variedade de trabalhos, que revelaram soluções
inovadores, de impacto na indústria e na sociedade.
“Como o nível de todos os projetos finalistas é alto, a
disputa é acirrada, fica difícil escolher”, orgulha-se
Mascarenhas. Os trabalhos apresentados pelos estu-
dantes, entre os quais uma tabela periódica interati-
va, uma mão mecânica feita em impressora 3D e uma
máquina descascadora de amêndoa de cacau 60%
mais barata que as disponíveis no mercado, têm cri-
térios exigentes de avaliação, como caráter inovador
e viabilidade econômica. Conheça e solicite projetos
no portal http://www.fieb.org.br/senai.
ÂNGeLo PoNtes/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
equipe
vencedora
do Prêmio
theoprax
posa com a
"mãe" da
metodologia,
Doerthe
Krause (dir.)
“Soluções que, muitas vezes, são inviáveis para asindústrias, principalmente as micro e pequenas, tornam-se possíveis por meio do método TheoPrax”
Luís Breda Mascarenhas, diretor regional do SENAI Bahia
28 Bahia Indústria
NúmeroS da INdúStrIa
PRODUçãO Cai, maS O tOmBO é meNORqueda na produção física alcançou 3,8% em 12 meses até setembro
a indústria de transformação da Bahia apre-
sentou queda de 3,8% da produção física
no acumulado de 12 meses até setembro de
2017 (uma evolução, comparando-se com
o resultado negativo de 4,7% do mês anterior), ocu-
pando a penúltima posição no ranking dos 14 esta-
dos que participam da Pesquisa Industrial Mensal
– Produção Física, à frente somente do Pará. Além da
Bahia, registraram resultados negativos os seguintes
estados: Pará (-4,8%), Minas Gerais (-1,3%), Goiás
(-0,6%), Mato Grosso (-0,3%) e Pernambuco (-0,1%).
Os estados que apresentaram crescimento foram:
Paraná (4,6%), Santa Catarina (2,5%), Amazonas
(2,3%), Rio de Janeiro (1,7%), Espírito Santo (1,4%),
São Paulo (0,9%), Ceará (0,5%) e Rio Grande do Sul
(0,4%). Na média, a indústria de transformação na-
cional apresentou ligeira queda de 0,2% no período
em análise.
Em relação à indústria de transformação baiana,
cinco dos 11 segmentos analisados apresentaram cres-
cimento em termos anualizados: Veículos automoto-
res (19,5;Couro e Calçados (10,7%); Borracha e Plástico
(3,2%); Celulose e Papel (2,5%) e Alimentos (1,2%).
Por outro lado, os seis segmentos restantes re-
duziram a produção: Equipamentos de Informática
(-49,7%); Metalurgia (-27,4%, em virtude de uma pa-
rada para manutenção da Paranapanema iniciada no
fim de março); Refino de petróleo e biocombustíveis,
setor que representa 29,0% do VTI da indústria de
transformação (-10,8%, devido a uma parada progra-
mada nos meses de janeiro e fevereiro, nas unidades
U-09 e U-18 da RLAM, além do crescimento da con-
corrência dos combustíveis importados); Minerais
não metálicos (-4,1%); Bebidas (-3,8%) e Produtos
Químicos (-1,9%).
No acumulado do ano até setembro de 2017, a pro-
dução física da indústria de transformação baiana
apresentou retração de 3,0% (ante -3,9% no mês pas-
sado), enquanto a indústria nacional contabilizou
indicadoreS
Bahia Indústria 29
FONTE: IBGE; ELABORAÇÃO FIEB/SDI. NOTA: EXCLUSIVE A INDÚSTRIA EXTRATIVA MINERAL; BASE = 100 (MÉDIA 2012)
JAN
JUL
FEV
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
AG
O
SET
OU
T
NO
V
DEZ
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
2016
20152017
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2015-2017)
FoNte: IBGe; elaboração FIeB/SdI
Indústria de Transformação 4,2 -3,0 -3,8
Refino de petróleo e biocombustíveis 2,8 -7,8 -10,8
Produtos químicos -7,2 -1,4 -1,9
Veículos automotores 30,6 19,2 19,5
Alimentos 2,6 1,4 1,2
Celulose e papel -4,8 0,6 2,5
Borracha e plástico 8,9 6,0 3,2
Metalurgia 19,7 -30,5 -27,4
Couro e Calçados -5,6 9,3 10,7
Minerais não metálicos -5,2 -0,5 -4,1
Equipamentos de Informática -73,1 -67,8 -49,7
Bebidas 10,7 -2,7 -3,8
Extrativa Mineral 14,0 -2,5 -9,8
VArIAção (%)
SetOReS Set17/Set16 JaN-Set17/ OUt16-Set17/ JaN-Set16 OUt15-Set16
bahia: pim-pf de setembro 2017
FoNte: IBGe; elaboração FIeB/SdI. Nota: exclusive a Indústria extrativa Mineral; BaSe = 100 (Média 2012)
crescimento de 0,9%. Seis seg-
mentos industriais da Bahia apre-
sentaram queda: Equipamentos
de Informática (-67,8%); Metalur-
gia (-30,5%, menor fabricação de
barras, perfis e vergalhões de co-
bre e de ligas de cobre); Refino de
Petróleo e Biocombustíveis (-7,8%,
redução na produção de óleo die-
sel, naftas para petroquímica
e óleos combustíveis); Bebidas
(-2,7%); Produtos Químicos (-1,4%)
e Minerais não Metálicos (-0,5%).
Por outro lado, cinco segmentos
apresentaram crescimento: Veícu-
los Automotores (19,2%, aumento
na produção de automóveis); Cou-
ro e Calçados (9,3%); Borracha e
(8,9%, crescimento da produção
pneus novos usados em automó-
veis, ônibus e caminhões e filmes
de material plástico para embala-
gem); Refino de petróleo e biocom-
bustíveis (2,8%, maior produção
de gasolina automotiva e óleo die-
sel) e Alimentos (2,6%).
Em sentido contrário, cinco seg-
mentos registraram queda: Equi-
pamentos de Informática (-73,1%,
menor produção de gravador ou
reprodutor de sinais de áudio e ví-
deo (DVDs)); Produtos Químicos
(-7,2%); Couro e Calçados (-5,6%,
menor produção de calçados de
material sintético e de couro fe-
mininos); Minerais não metálicos
(-5,2%) e Celulose e Papel (-4,8%).
A indústria baiana registra si-
nais de lenta recuperação de sua
produção no ranking nacional
anualizado. A produção industrial
local tem sido bastante impactada
pelos resultados do setor de refi-
no, já que detém 29% do VTI da
indústria; e o de Metalurgia (4,3%
do VTI). Ambos têm registrado
expressivas quedas na produção.
A indústria nacional vem se recu-
perando a passos mais céleres e
a expectativa é positiva para o fe-
chamento de 2017.
O aspecto político vem dificul-
tando a retomada efetiva da eco-
nomia brasileira e, especialmente,
o cumprimento de toda uma agen-
da de competitividade e reformas
estruturais até então previstas.
De acordo com as informações do
Banco Central (relatório Focus, 03
de novembro), as perspectivas pa-
ra 2017 são: (i) inflação (IPCA) de
3,08%; (ii) crescimento de 2,0% na
produção industrial; (iii) queda da
taxa Selic para 7,00% no final do
ano; e (iv) crescimento de 0,73%
no PIB brasileiro.
Plástico (6,0%); Alimentos (1,4%)
e Celulose e Papel (0,6%).
alta em SetemBro Na comparação de setembro de
2017 com igual mês do ano ante-
rior, a produção física da indústria
de transformação baiana cres-
ceu 4,2%, enquanto a indústria
nacional registrou alta de 2,7%.
Seis segmentos apresentaram in-
cremento: Veículos Automotores
(30,6%, maior produção de auto-
móveis e painéis para instrumen-
tos dos veículos automotores);
Metalurgia (19,7%, num possí-
vel sinal de recuperação); Bebi-
das (10,7%); Borracha e Plástico
30 Bahia Indústria
iNVeStimeNtOS PaRa O NORDeSte Com o objetivo de divulgar incentivos fiscais, linhas de financia-
mento e outros instrumentos de fomento ao setor produtivo, a Sudene
e Associação Nordeste Forte (que reúne as federações das indústrias do
Nordeste) realizaram, em novembro, o Roadshow “Investimento e De-
senvolvimento do Nordeste”. O evento, que aconteceu na FIEB, contou
com a presença do vice-governador da Bahia, João Leão, e de dirigen-
tes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(Apex-Brasil), Sebrae, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES), Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Confederação na-
cional da Indústria (CNI), Federação das Indústrias do Rio Grande do
Norte, Desenbahia e Frente Parlamentar da Indústria da Alba.
Betto Jr./coPerPhoto/sIsteMA FIeB
MIGueL ÂNGeLo/cNI
Roadshow
divulgou
instrumentos
de fomento
produtivo
encontro foi
aberto pelo
presidente
da FieB,
Ricardo alban
Licenciamento ambiental
Com o objetivo de disse-
minar informações sobre
as etapas do Licenciamento
Ambiental na Bahia, a FIEB
- por meio da sua gerência
de Meio Ambiente e Respon-
sabilidade Social (Gmars)
– promoveu um workshop,
em outubro. No evento, es-
pecialistas do Instituto do
Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (Inema) realizaram
palestras sobre os procedi-
mentos e atos administra-
tivos exigidos pelo órgão.
Para a gerente da Gmars,
Arlinda Coelho, o workshop
“configurou-se como exce-
lente estratégia de defesa de
Interesses, pois otimizou o
atendimento de 19 demandas
levantadas pelas empresas
participantes, as quais fo-
ram discutidas diretamente
com os técnicos do Inema”.
painel
Bahia ReCeBe aDVOgaDOS DO SiStema iNDÚStRiaA capital baiana sediou o 15° Encontro Nacional dos Advogados do Sistema Indústria (Enasi). O even-
to reuniu especialistas em relações do trabalho para tratar de temas como o futuro dos sindicatos,
negociação coletiva, processos do trabalho e terceirização. Entre os palestrantes, o professor da Uni-
versidade de São Paulo (USP) José Pastore, o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI,
Alexandre Furlan, e o juiz do Trabalho Rodolfo Pamplona. Na abertura do encontro, o presidente da
FIEB, Ricardo Alban, criticou o excesso de processos jurídicos. “Num país onde a judicialização virou
a primeira opção, temos que ter proatividade. E temos a convicção que nós, do Sistema Indústria, rea-
lizamos um bom serviço”, disse.
Bahia Indústria 31
Fotos LúcIo táVorA/coPerPhoto/sIsteMA FIeB
hOmeNagem àS LetRaSNO CiRCO LiteRáRiO
Campanha incentiva associativismo
Para estimular a união dos empresários, por meio
da participação nos sindicatos empresariais da in-
dústria, a Confederação Nacional da Indústria (CNI),
em parceria com as Federações de Indústrias, lançou
uma campanha que destaca a importância dos sin-
dicatos empresariais para o fortalecimento do setor.
A campanha tem como foco mostrar a importância
do empresário para a sociedade e os benefícios de
participar de um sindicato empresarial. O site www.
industriaforte.com.br reúne mais informações.
Bahia está entre vencedores do Prêmio ieL de estágio
A empresa Kordsa Brasil, multinacional do ramo
têxtil sediada em Camaçari/BA, foi vencedora da eta-
pa nacional do Prêmio IEL de Estágio 2017, na catego-
ria média empresa. Também se destacaram na premia-
ção as empresas Tecon Salvador e Lacerta Consultoria
Projetos e Assessoria Ambiental Ltda, que ficaram em
terceiro lugar nas categorias grande e micro/pequena
empresa, respectivamente. Já a instituição de ensino
Sete Serviços Empresariais Trabalho e Educação ficou
na terceira colocação entre as instituições de ensino
técnico. A cerimônia de entrega da premiação foi rea-
lizada em outubro, em Curitiba.
Rede de Prevenção da incapacidade se reuniu em Salvador
Representantes de 22 Departamentos Regionais
do Serviço Social da Indústria (SESI) de todo o país,
além de médicos do trabalho e gestores de Recursos
Humanos de indústrias parceiras, participaram, no
dia 27 de novembro, de Reunião Presencial da Rede
SESI de Prevenção da Incapacidade. O encontro foi
uma iniciativa do Centro de Inovação SESI, que visa
desenvolver e oferecer à indústria brasileira novas
soluções para gerir o afastamento e a incapacidade
de seus funcionários no ambiente laboral. O diretor
do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, Kari-
-Pekka Martimo fez a palestra de abertura e chamou
a atenção para a importância de uma nova aborda-
gem na gestão dos afastamentos. Para ele, é neces-
sário envolver todos os atores, incluindo o médico do
trabalho, equipe de recursos humanos e os supervi-
sores. Kari-Pekka destaca que investir na saúde ocu-
pacional do trabalhador aumenta a produtividade,
dando mais robustez à economia.
espetáculo
uniu dança,
literatura,
e música
Os estudantes da Escola SESI Reitor Miguel
Calmon, localizada no bairro do Retiro, encer-
raram o ano letivo com um espetáculo emocio-
nante, apresentado no Teatro Jorge Amado.Eles
revisitaram grandes nomes da literatura de lín-
gua portuguesa em O Grande Circo Literário, co-
mo José de Alencar, Jorge Amado, Monteiro Lo-
bato, Carlos Drummond de Andrade, mas sem
deixar de contemplar poetas da Música Popular
Brasileira, como Chico Buarque e Cazuza, den-
tre muitos outros. No programa do espetáculo,
as diversas expressões artísticas – dança, tea-
tro, música e canto – reafirmaram o sucesso da
5ª edição do Multart. Como fio condutor, a nar-
rativa do espetáculo ficou a cargo da bailarina
da história do Soldadinho de Chumbo, interpre-
tada pela estudante Catarina Leite.
32 Bahia Indústria
governo regulamenta o sistema de logistica reversaFoi publicado, em 24.10.17, o Decreto Federal
nº 9.177, que, dentre outros, regulamenta o
art. 33 da Lei nº 12.305, de 02.08.10, que insti-
tuiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O Decreto estabelece normas para assegu-
rar a isonomia na fiscalização e no cumpri-
mento das obrigações imputadas aos fabri-
cantes, aos importadores, aos distribuidores
e aos comerciantes de produtos, seus resídu-
os e suas embalagens sujeitos à logística re-
versa obrigatória.
Namir mangabeira integra a equipe da Gerência Jurídica da FIEB
a reforma trabalhista entrou em vigor. e agora?
No dia 11/11/2017 a Reforma Traba-
lhista entrou em vigor. A moder-
nização das leis trabalhistas re-
presenta importante avanço, seja
pela adequação da lei à realidade
social, seja pela valorização da
negociação coletiva ou pela acla-
mada segurança jurídica, que visa
reestabelecer a confiabilidade no
ordenamento jurídico.
O Poder Executivo editou a
Medida Provisória 808/2017, que
passou a valer na data da sua pu-
blicação (14/11/2017), para alterar
e esclarecer pontos da Reforma.
Dentre outras modificações, esta-
beleceu que a Lei nº 13.467/17 se
aplica, na integralidade, aos con-
tratos de trabalho vigentes.
A discussão sobre a aplicabi-
lidade da nova Lei, mesmo após
a publicação da MP, permanece
acirrada em razão da resistência
daqueles que insistem em afirmar
que a nova legislação é inconsti-
tucional e se configura como um
retrocesso social.
Por namir mangabeira Diante desse cenário, o certo é
que muitos se perguntam, de for-
ma genérica, o que será possível
modificar nos processos judiciais
e contratos de trabalho em curso.
Os questionamentos são pertinen-
tes, mas carecem de análise em
concreto.
Avaliar abstratamente o que foi
alterado nas leis trabalhistas para
concluir quais mudanças possuem
ou não aplicabilidade imediata é
uma tarefa árdua e pouco segura,
além de resultar em trabalho des-
necessário, já que muito do que foi
modificado não necessariamente
se aplicará à realidade de todas as
empresas.
E agora, o que fazer? Adotar
uma postura conservadora e não
aplicar as melhorias trazidas pela
Reforma, decerto, não é a solução.
Não se pode permitir que a nova
legislação se torne “letra morta”
e a modernização não produza os
efeitos positivos na retomada do
crescimento econômico e desen-
volvimento social do país.
A Lei nº 13.467/17 deve ser apli-
Jurídico
Programa de conversão de multas ambientais é instituídoAtravés do Decreto Federal nº 9.179, publicado em
24.10.17, foi alterado o Decreto nº 6.514/08, o qual dis-
põe sobre as infrações e sanções administrativas ao
meio ambiente e estabelece o processo administrati-
vo federal para apuração destas infrações.
Dentre as alterações, foi instituído o Programa de
Conversão de Multas Ambientais emitidas por órgãos
e entidades da União integrantes do Sisnama, que
possibilita a conversão da multa simples em serviços
de preservação, melhoria e recuperação da qualidade
do meio ambiente.
cada, inclusive aos contratos em
curso, de forma responsável, ob-
servada a realidade/necessidade
de cada empresa, cada segmento.
Não cabe analisar as mudanças de
forma geral. É preciso se pergun-
tar quais alterações impactam no
seu negócio e auxiliam no cres-
cimento econômico, competitivi-
dade e geração de emprego. Após
esse filtro, caberá verificar se a al-
teração não fere direito adquirido,
ato jurídico perfeito e coisa julga-
da, bem como se não gera prejuízo
ao trabalhador, vez que o art. 468
da CLT, que proíbe alteração con-
tratual lesiva, não foi revogado.
A modernização das leis tra-
balhistas representa significativo
avanço para as relações de traba-
lho e, com efeito, se aplicada com
seriedade, figura como importante
marco na superação da crise e re-
tomada do desenvolvimento eco-
nômico e social, afinal, confere
maior previsibilidade às relações,
privilegia o diálogo e valoriza a
negociação em detrimento do con-
flito judicial.
Bahia Indústria 33
Por agenor sampaio neto
O gênio de Orlando Gomes já pro-
clamou que a “Economia é a maté-
ria prima do Direito”. De fato, tem
razão o Mestre Orlando já que a
Economia exerce uma forte e ins-
tigante relação no campo jurídico,
a ponto de dizer que os influxos
econômicos têm um papel de for-
mação e o Direito exerce um logos
de conformação, ou seja, recorren-
do a uma metáfora, a economia é o
quadro, a tela, e o direito é a mol-
dura dessa tela, o direito, como
dito, exerce aí um papel de (con)
formar o que vem do mercado.
Não podemos esquecer que
um importante princípio jurídico
no mundo moderno é o da fun-
ção social da empresa, na medida
em que os empresários, princi-
palmente os pequenos e médios,
exercem relevante função social,
ao pagarem tributos de variadas
ordens, que contribuem para sus-
tentar a pesada máquina estatal.
Também, essas empresas pagam
e remuneram os seus empregados/
colaboradores. Nesse sentido, já
afirmou Grazielle Benediti Santos,
para quem: “(...) é indubitável a
partir desse prisma[função social
A eMPreSA é O FeNôMeNO MAiS iMPOrTANTe dO Breve SéCuLO XX, A erA dAS (iN)CerTezAS e dO eXTreMO, uM TeMA que, APeSAr de MuiTO viSiTAdO, AiNdA MereCe ALguMAS iNCurSõeS – uMA rOuPAgeM NOvA eM uM veLhO ArTiSTA
agenor Sampaio Neto é consultor jurídico e professor de Direito do Consumidor e Teoria do Direito da Uefs
a instigante relação entre a economia e o direitoda empresa] que a empresa passa a representar uma atividade comer-
cial e social e não apenas uma entidade destinada somente à obtenção
de lucros”.
A empresa é o fenômeno mais importante do breve século XX, a era
das (in)certezas e do extremo, um tema que, apesar de muito visitado,
ainda merece algumas incursões – uma roupagem nova em um velho
artista. Deste modo, ainda é possível construir um novo figurino, afi-
nal, o direito se cria e se regenera, não é dádiva natural. Assim, a Eco-
nomia “full time” contribui para a formação e mudanças do Direito.
Mas, por outro lado, como numa relação de retroalimentação, o Di-
reito não legisla tudo, portanto, não absorve tudo que vem da econo-
mia, exercendo aí o papel de uma espécie de “esponja” para amortecer
os excessos que vêm do campo eco-
nômico. É aí que o Direito tem a ver
com que o doutrinador francês La-
chance chama de sua face protetora,
de evitar o arbítrio e de proteger os
mais fracos frente ao mercado.
Com efeito, segundo o ministro
Eros Roberto Grau, “ordem econô-
mica”, aliás, deve ser entendida co-
mo parcela da ordem jurídica. Grau chama ainda a atenção para o fato
de que, no pretérito, já se encontrava nas Constituições escritas, no bo-
jo de suas ordens jurídicas (como parcelas delas), “normas institucio-
nalizadoras das ordens econômicas (mundo do ser) nelas praticadas”.
Ou seja, a economia define a ação (ser) e o direito institucionaliza tal
proposta (mundo do ser), daí que segundo citado autor a ordem jurídi-
ca está voltada à regulação da ordem econômica (mundo do ser).
Portanto, o direito ocupa o papel relevante de acomodação do mun-
do do ser econômico, ou, como prefere Grau, a conformação do proces-
so econômico. Para ele, o direito é a instância de um todo complexo
(estrutura social global), daí ser um equívoco entender que o papel do
direito é reduzido ao “conformar” o processo econômico, já que este é
elemento constitutivo do modo de produção. Assim, tais relações não
se reproduzem sem a atuação do direito.
Desta forma, fica evidente a importância do direito na institucio-
nalização (conformação) da ordem econômica, devendo também es-
te ser entendido como “técnica de acomodação pacífica socialmente
sentida”, naquele clássico conceito do saudoso professor Washington
Trindade, percebendo-se, assim, a imbricação entre o ser e o dever-ser
(sein/sollen), daí reafirmarmos, não por outro motivo, a lição de Orlan-
do Gomes no sentido que “a economia é a matéria prima do direito”.
ideiaS
leitura&entretenimento
livros música
múSica
história em cartas Intrigas, confissões, ameaças, es-
tratégias, declarações de amor. O livro
traz a correspondência de personagens
marcantes da história do Brasil, em
uma seleção espirituosa e diversificada
de oitenta cartas brasileiras inesque-
cíveis, fartamente ilustrada por fac-
-símiles das cartas originais e dezenas
de fotos. São mensagens recebidas ou
enviadas por escritores, artistas e po-
líticos, que conduzem o leitor por um
deleitoso passeio pelos grandes mo-
mentos de nossa trajetória.
Por trás da h Stern Ao articular pesquisa histórica
profunda a fotos, cartas e documentos
inéditos, a jornalista Consuelo Die-
guez capta o espírito dos tempos, as
dúvidas, anseios e desafios de Hans
Stern desde a fuga da Alemanha na-
zista até seus últimos dias no Brasil,
onde construiu o que viria a se tornar
uma das empresas brasileiras mais
bem-sucedidas. Além da valorização
das pedras brasileiras e das estraté-
gias inovadoras no treinamento dos
vendedores e no trato com os clientes,
ele fez da H.Stern uma companhia de
prestígio internacional.
Cartas Brasileiras, Sérgio rodrigues (org), Companhia das Letras, 232 p.R$ 99,90
H Stern: A história do homem e da empresa, Consuelo Dieguez, record272 p. R$ 77,90
34 Bahia Indústria
DIVuLGAção
João A
LVArez
/co
Per
Pho
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Iste
MA F
IeB
Bit: experimentando a arte do improviso A Batalha de Improvisação Teatral - “BIT", está em nova tem-
porada na programação do Teatro SESI Rio Vermelho, às quintas-
-feiras de dezembro e aos domingos do mês de janeiro, sempre
às 20 horas. Tendo como mote principal a arte do improviso, o
espetáculo/batalha explora dos atores a capacidade de pronti-
dão, inventividade e sagacidade. No palco, jogos e participações
especiais de atores renomados da cena baiana levam o improviso
ao seu mais alto grau, com a performance de duas equipes. Jun-
tas, elas criam cenas a partir da provocação vinda do público,
deixando para a plateia o poder de decidir “o baba”, votando no
grupo que teve o melhor desempenho.
matita Perê reverencia ritmos da terra
O grupo Matita Perê apresenta
o show do disco Reino dos Encou-
rados, lançado em abril deste ano.
Formado pelos músicos e composi-
tores Borega, Rafael Galeffi e Lucia-
no Aguiar, o grupo traz no repertó-
rio canções autorais. A obra é uma
reverência aos ritmos de grande
apreço ao nordestino e a Feira de
Santana, antigamente conhecida
como Santana dos Olhos d’Água,
por conta das lagoas que abaste-
ciam tropeiros e boiadas. O disco
também é uma homenagem ao ar-
tista Giberval Melo (1939-2006).
Não perca Teatro SESI Rio Vermelho, às quintas, 20h. R$ 20 e R$ 10 (meia). Informações (71) 3616-7064
Não perca Teatro SESI Rio Vermelho, 17.1, às 20h. R$ 30 e R$ 15 (meia). Informações 3616-7064
livroS teatro
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