TCAG RARA
Fe d e r a ç ã o d a s D o e n ç a s R a r a s d e Po r t u g a l
FEDRAISSN 2182-0082Edição 10 | Fevereiro 2012 | Trimestral | Direcção: Paula Brito e Costa
Artrite Reumatóide
Novas moléculas asseguram eficáciade tratamentos
2012
As propostas da Federação
Dia das Doenças Raras
Órfãs na vanguarda da investigação
04EfemérideDia Internacional de Asperger As particularidades dos aspies que os tornam verdadeiros génios
06CiênciaArtrite ReumatóideConheça os últimos avanços terapêuticos desta doença
08Em FocoAs principais novidades científicas sobre doenças órfãs
10InvestigaçãoCharcot Marie-Tooth: Passadas de esperançaSalomé de Almeida, Geneticista Molecular, explica esta desordem hereditária e avança com as mais recentes descobertas sobre a mesma
14NutriçãoCrianças com Fibrose QuísticaA dieta alimentar das crianças com esta patologia é absolutamente fundamental para o controlo da sua sintomatologia.
16Tema de capaÓrfãs na vanguarda da investigaçãoAssociando-nos às comemoração do dia das doenças raras damos-lhe conta dos principais avanços
efectuados sobre as patologias associadas nesta Federação
22TerapêuticasTratamentos de última geração para doenças orfelinas
24AcessibilidadesAutarquias conscientesO programa SIM-PD permite aproximar as autarquias aos cidadãos
26ActualidadeDegenerescência Macular da IdadeProvoca a cegueira a mais de 250 mil portugueses com mais de 70 anos. As células tronco poderão ser a resposta efectiva para esta patologia
28ComunidadeTodas as notícias das Associações federadas na FEDRA
30DermatologiaHiperidrose: Toxina ajuda doentesFrequentemente associada à eliminação de rugas, a Toxina Botulínica tem resultados eficazes na redução da sudação
32Plano de Actividades e Relatório de Contas
34Última HoraAs últimas notícias…
Doenças Raras, mecenato e filantropia
Paula Brito e Costa, Presidente da FEDRA
O calendário das doenças raras culmina, forçosa-mente, todos os Fevereiros, o mês das doenças Raras por excelência. A data é assinalada em todo o globo, atra-vés de uma série de iniciativas, num elo forte de solida-riedade em prol de milhões de cidadãos portadores deste tipo de patologia. Associações, doentes, familiares, médi-cos e investigadores, unem-se em prol de uma causa úni-ca – as doenças raras. Mas há outros, que discretamente, permitem que o trabalho desenvolvido para os doentes possa ser desenvolvido e a data devidamente assinalada: falo dos filantropos!
A filantropia teve origem na Grécia e é vulgarmente designada pela acção continuada de doação de dinheiro, bens ou tempo, a favor de instituições ou pessoas que de-senvolvam actividades de grande mérito social. Há quem os chame de mecenas, embora não seja exactamente o mesmo. Os mecenas eram pessoas ricas ou poderosas que financiavam e investiam na produção de arte como um meio de obter reconhecimento e prestígio na socieda-de. Ainda hoje o mecenato é visto como um grupo de pa-trocinadores que investe em arte e cultura, distanciando--se assim da filantropia, ou seja daqueles que permitem, efectivamente, que o Terceiro Sector funcione e cresça. A todos os filantropos que abraçam filhos como o meu, bem hajam!
Ficha Técnica Directora Paula Brito e Costa | Projecto Redacção e Edição Paula Simões Design gráfico, infografia e paginação Leonel Sousa Pinto
Propriedade FEDRA - Federação das Doenças Raras de PortugalMorada Rua das Açucenas, Lote 1, Loja Dta, 1300-003 Lisboa Número de Pessoa Colectiva 507 772 466
Impressão Textype Artes Gráficas Lda | Tiragem 3000 exemplares Distribuição gratuita | Depósito legal 298 810/09 | ISSN 2182-0082© Publicação trimestral. Todos os direitos reservados.
editorialFEDRA
Albert Einstein, Amadeus Mo-zart, Charles Darwin, Miche-langelo, Stanley Kubrick, Andy
Warhol ou Tim Burton são apenas al-guns dos génios criativos que tinham em comum esta síndrome. Identificada em 1944 por Hans Asperger, um pedia-tra austríaco, a síndrome de Asperger é uma patologia neuro-biológica, enqua-drada no espectro autista e com maior incidência no sexo masculino. Até 1994, as crianças com esta patologia eram classificadas como autistas. Po-rém, ao atribuir critérios de diagnóstico específicos para a doença, a Associação Americana de Psiquiatria tornou o As-perger cientificamente reconhecido.
Cristopher Gillberg, professor da ca-
Dia Internacional de Asperger
Genialidade patológicaDesconhecido da comunidade científica até há bem pouco tempo, este espectro do autismo parece ser comum a personalidades de excepção. A 18 de Fevereiro lembra-se a sociedade que há meninos diferentes, mas absolutamente geniais
deira de psiquiatria na criança e adoles-cente na Universidade de Gutemburgo, na Suécia e autor do Guia para a síndro-me de Asperger, propõe rigorosos crité-rios de avaliação da doença, e que cap-tam o estilo único destas crianças. Estes critérios incluem isolamento social, com extremo egocentrismo, que pode incluir falta de habilidades para interagir com os pares, apreciação pobre da trança social e respos-tas socialmente inapropriadas.
40 000pessoas em Portugal
têm esta patologia
Tome notaA APSA – Associação Portuguesa
de Síndrome de Asperger, em cola-
boração com a Federacion Asperger
España, realizará nos dias 24, 25
e 26 de Maio, no Auditório da Boa
Nova, Centro Paroquial do Estoril,
o III Congresso Internacional da
Síndrome de Asperger subordina-
do ao tema “O que há de novo
na Síndrome de Asperger!”.
Participe. Inscreva-se em www.
apsa.org.pt/congresso
04FEDRA efeméride
poderão estar na base desta especial apetência por tudo o que não requeira qualquer tipo de interacção social.
Já em 1990, Cohen tinha verificado, através da análise de um grupo de crian-ças com Asperger, que os aspies se mos-tram particularmente atraídos por má-quinas, números, calendários e objectos giratórios, tendo incríveis facilidades na memorização de conteúdos. Estes me-ninos, em vez de brincarem com os apa-relhos que lhes eram fornecidos, “ten-tam descobrir como funciona o leitor de DVD ou o próprio circuito eléctrico da casa”, explica Cohen. Recentemente, James Watson, presidente do Comité Científico da Fundação Champalimaud e Nobel da Medicina, fez uma revelação notável que poderá vir a fundamentar as teorias de Cohen “os genes que predis-põem nas pessoas habilidades intelectu-ais acima da média são os mesmos que provocam o autismo”.
Curiosos em perceber o funciona-mento da doença, os investigadores do Instituto Nacional de Desordens Neu-rológicas (NINDS) nos EUA, estão nes-te momento a desenvolver um estudo a fim de demonstrar a relação entre cer-tas anormalidades em áreas específicas do cérebro e as mudanças nas funções cerebrais que resultam em sintomas de Asperger. Outro estudo efectuado pela
mesma entidade procura comparar as avaliações neuropsicológicas e psiquiátricas de crianças com diagnósticos de Asperger e os seus progenitores. O objectivo é identificar padrões que possam revelar perfis específicos neu-ropsicológicos nestes doentes. Finalmente, o Autism Genome Project está neste momento a tentar identificar, através da análise do DNA de portado-res de Asperger, os genes res-ponsáveis pela patologia e a forma como interagem.
As crianças com esta doença têm, ha-bitualmente, interesses e preocupações limitadas e preferem as rotinas. Os pro-blemas na comunicação não-verbal re-sumem-se ao uso limitado de gestos, lin-guagem corporal desajeitada, expressões faciais limitadas ou impróprias, olhar fixo peculiar e dificuldades de ajuste à proximidade física. Apesar destas su-postas “limitações”, os “aspies” são, ge-ralmente, extremamente inteligentes, podendo ter um Q.I. acima da média. Muitos aspies não diagnosticados são referidos, pela família e professores, como excêntricos, diferentes ou extra-vagantes ou esquisitos. Os casos menos pronunciados, diagnosticados ou não, podem entrar no sistema educativo co-mum e, com o apoio adequado e motiva-ção apropriada, podem fazer excelentes
Saiba mais em www.apsa.org.pt
progressos e ter uma vida de sucesso. Esta teoria é amplamente defendida por Simon Baron-Cohen, professor na Uni-versidade de Cambridge e especialista em psicopatologia do desenvolvimento. Para ele “estas crianças têm uma apti-dão inata para compreender e analisar sistemas baseados em regras, sejam eles matemáticos, informáticos ou outros”. Muitos investigadores acreditam mes-mo que as dificuldades colocadas pela patologia, sociais ou de comunicação,
Em Portugal 4 em cada mil crianças têm síndrome de Asperger
40% das criançascom autismo são vítimas
de bullying na escola
05FEDRAFevereiro 2012
Um estudo do Instituto Nacional de Artrite, Doenças Musculoes-queléticas e de Pele, nos E.U.A.,
identificou uma potencial forma de de-ter a destruição da cartilagem provocada pela artrite reumatóide, sem interferir no sistema imunitário, o que aconte-ce com as actuais terapias. O trabalho foi já publicado na revista americana da Academia Nacional da Ciência. A técnica passa por bloquear uma molé-cula denominada Caderina -11, que se encontra nas células do Sinóvio, uma membrana que reveste as articulações. Habitualmente, esta membrana produz secreções que permitem a lubrificação das articulações. Porém, nos doentes com Artrite Reumatóide, a membrana Sinovial fica inflamada e grossa, acaban-do por destruir a cartilagem. Os inves-tigadores descobriram que a Caderina 11 degrada os Fibroblastos Sinoviais tornando-os mais invasivos, além de obrigar estas células a produzir Metalo-proteinases da Matriz, uma enzima que degrada também a cartilagem. Theodore Bayles, Chefe do Serviço de Reumato-logia, Imunologia e Alergia no Brigham and Women’s Hospital, de Boston, foi o responsável por este trabalho de investi-gação. Ao administrar um anticorpo blo-queador de Caderina -11 em ratinhos,
2012 traznovas terapias
Artrite Reumatóide
Durante os últimos 15 anos, o tratamento da Artrite Reumatóide evoluiu significativamente, fruto de um intenso esforço científico na avaliação da actividade inflamatória. Saiba o que o novo ano poderá trazer em termos de avanços terapêuticos desta patologia altamente debilitante
Bayles verificou que o processo infla-matório foi substancialmente reduzido, bem como o inchaço nas articulações. Este agente bloqueador encontra-se já em fase de desenvolvimento e, caso os ensaios clínicos em humanos provem a sua eficácia, esta terapia poderá ser alta-mente eficaz e permitirá reduzir os efei-tos secundários das actuais terapias ou, em combinação com outras, aumentar a eficácia dos tratamentos, sem aumentar os efeitos secundários.
Enquanto os ensaios clínicos não avançam, os laboratórios tratam de colo-car no mercado terapêuticas inovadoras que permitam reduzir a dor, altamente incapacitante, nestes doentes. Recente-mente, a entidade americana reguladora do medicamento, FDA, aprovou o To-facitinib, um inibidor da enzima Janus Quinase 3 (JAK3), que interfere com a via de sinalização JAK-STAT, que trans-mite informações para o núcleo da célu-la, influenciando a transcrição do ADN.
Durante o Congresso Anual da As-
sociação de Pro-fissionais de Reumato-logia, realizado em Novembro último em Chicago, Gregg Silverman, professor de Medicina e Patologia na Universidade de Medicina de Nova Iorque, falou justamente desta nova classe de moléculas. “Os inibidores de JAK ligam a região citoplasmática dos receptores das citocinas da transmem-brana. Vários JAK são activados após a interacção dos receptores, resultando na fosforilização da Tirosina do receptor e a subsequente activação dos transduto-res de sinais e activadores de transcri-ção (STATs). Este processo activa os factores de transcrição, o que resulta na produção das Citocinas IL-2, IL-4, IL-7, IL-9, IL-15 e IL-21, implicadas directamente na patogénese da Artrite Reumatóide. O caso específico do Tofa-
A Artrite Reumatóide ocorre mais vulgarmente em mulheres, entre
os e os anos de idade50 70
06FEDRA ciência
de, uma doença reumática inflamatória crónica, de etiologia desconhecida e que pode ocorrer em todas as idades.
O início desta doença é insidioso, com sintomas diversos como febre, mal--estar, hiper-sudorese, perda do apetite, emagrecimento, astenia, angústia e irrita-bilidade. As articulações envolvidas apre-sentam sinais evidentes de inflamação com dor, rigidez matinal, edema, calor, rubor, aumento dos gânglios, anemia e, eventualmente, nódulos subcutâneos.
citinib demonstrou uma redução rápida e significativa dos sinais e sintomas da Artrite, além de melhorar a condição física do doente”, conclui o especialista. Durante o encontro, Silverman chamou ainda a atenção para os novos caminhos que poderão ser trilhados pelos investi-gadores, no sentido de procurar novas e melhores respostas para os portadores de Artrite Reumatóide. “Estamos neste momento a investigar novas abordagens em imunologia e inflamação molecular e celular de forma a podermos desenvol-
ver novas classes de pequenas molécu-las orgânicas. São inibidores específicos, cuja função é justamente sinalizar os ca-minhos envolvidos em tipos específicos de inflamação, associados à doença. Na vanguarda do desenvolvimento clínico está o chamado Fostamatinibe, um com-posto metabólico que actua directamen-te sobre a enzima SYK”, refere o médico.
Em Portugal, existem cerca de 40.000 doentes com Artrite Reumatói-
07FEDRAFevereiro 2012
Saiba mais em www.rheumatology.org
Uma equipa de investigadores
da Universidade de Copenhaga,
na Dinamarca, descobriu que o GLP-1
(peptídeo-1 similar ao glucagon),
uma hormona segregada
pelo intestino, reduz o apetite.
Os dados agora revelados no British
Medical Journal, foram obtidos através
da análise de cerca de 25 ensaios
clínicos, que envolveram mais
de 6000 doentes e a quem foi dada
esta hormona, a fim de verificar
o efeito da substância que potencia
a acção da insulina, na regulação
dos níveis de açúcar no sangue.
Stephan M. Tanner, investigador
da Universidade do Estado de Ohio,
nos EUA, reuniu uma equipa a fim
de desvendar os mistérios da doença
rara mais antiga do mundo – a
síndrome de Imerslund-Gräsbeck,
patologia caracterizada pela
deficiência de vitamina B12 e
que resulta em anemia megaloblástica
e proteinúria assintomática
que se manifesta, geralmente,
nos dois primeiros anos de vida.
Para o especialista em virologia
Investigadores da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, nos Estados
Unidos, realizaram testes em ratinhos com Progeria a fim de demonstrar
a eficácia das células tronco na doença. As células injectadas actuaram sobre
os tecidos envelhecidos dos roedores impedindo o desenvolvimento da doença.
“Isso leva-nos a pensar que as células saudáveis criam um ambiente que ajuda
a corrigir as disfunções do tecido envelhecido”, afirma Laura Niedernhofer,
uma das cientistas envolvidas no projecto.
A Progeria de Hutchinson-Gilford é uma doença caracterizada
por envelhecimento prematuro, de início pós-natal e não tem, até à data,
qualquer cura.
Células tronco ajudam Progeria
Mapeamento possibilita diagnóstico precisomolecular, imunologia e genética
médica “a nossa descoberta permitirá
um diagnóstico genético mais preciso
nos casos suspeitos”. Recorde-se
que esta doença permanece, até aos
dias de hoje, sem cura, pelo que o
diagnóstico precoce é fundamental,
sendo baseado na demonstração
de uma acentuada anemia
megaloblástica, acompanhada
de proteinúria assintomática,
baixo nível sérico de vitamina B12
e nível normal de ácido fólico.
Segundo os autores do estudo,
o GLP-1 “forneceu provas convincentes
de que, quando administrado
a doentes obesos, com ou sem
diabetes, resulta em benefícios
clínicos relevantes, nomeadamente
em termos do peso corporal. Também
podem ser conseguidos benefícios
adicionais ao nível da pressão arterial
e do colesterol”. Esta nova informação
poderá ser a chave para uma série
de doenças raras que tem como
consequência, justamente, a obesidade
mórbida, fruto de um apetite insaciável,
como é o caso do Prader-Willi.
Hormona reduz apetite
08FEDRA em foco
Foi recentemente identificada
por uma equipa de médicos uma
nova delecção cromossómica,
comum a um grupo de 19 pessoas.
Trata-se de uma microdelecção no
cromossoma 15q24 e que, embora
partilhe do mesmo fenótipo que
a síndrome de Prader-Wiili e de
Noonan, possui características
específicas bastante particulares
que incluem atraso no crescimento e
défice intelectual. As características
faciais destes doentes são distintas
e incluem face longa, hipertelorismo,
epicanto, sobrancelhas esparsas
e grandes, ponte nasal ampla e/
ou deprimida, boca pequena e lábio
inferior cheio. Estes doentes poderão
ainda ter anormalidades esqueléticas
e digitais, anormalidades genitais
em homens, hipotonia, problemas de
comportamento, infecções recorrentes
e problemas oculares, entre outros. O
teste genético molecular e/ou a CGH
permitirá o correcto diagnóstico desta
deficiência.
A Tripanossomíase americana ou doença de Chagas poderá vir a ser diagnosticada,
precocemente, graças às mais recentes descobertas de uma equipa de investigadores
do Instituto de Saúde Carlos III, em Espanha. A chave poderá estar nas proteínas re-
combinantes. Segundo estes especialistas, os doentes com Chagas apresentam níveis
significativamente mais altos de anticorpos perante os antígenos KMP11, HSP70,
PFR2 de “T. cruzi”, que o nível detectado em pessoas saudáveis. Esta descoberta
dará aos médicos a oportunidade de identificar biomarcadores que permitirão não só
a detecção precoce da doença como também a avaliação dos níveis de anticorpos,
percebendo desta forma se o tratamento aplicado ao doente está, ou não, a ser eficaz.
Estes biomarcadores poderão ainda detectar uma possível recidiva da doença.
Chama-se PLAID e é caracterizada
por deficiência imunitária, auto-
imunidade, doença inflamatória da
pele induzida pelo frio, vulgarmente
denominada como alergia ao frio.
Os investigadores do Instituto
Nacional de Saúde, nos EUA,
identificaram a mutação genética
quando desenvolviam um estudo
clínico envolvendo 27 pessoas de três
famílias distintas que sofriam de uma
forma hereditária de alergia ao frio.
“Este é um dos poucos exemplos em
que o sintoma de alergia nos levou à
descoberta da síndrome. Ao tentar
Biomarcador para Chagas
Identificada nova doença raraperceber a ligação entre a auto-
imunidade, infecções crónicas e a
alergia ao frio identificámos, não só a
mutação causadora da doença, como
também o mecanismo genético único
e crucial da alergia e a sua defesa
imunitária e auto-tolerância “ afiança
Joshua Milner, responsável pelo
estudo. A mutação agora descoberta
ocorre no gene responsável pela
fosfolipase C-gamma2 (PLCG2), uma
enzima envolvida na activação das
células do sistema imunológico.
Saiba mais em www.niaid.nih.gov
Delecção cromossómica distinguida
09FEDRAFevereiro 2012
A doença de Charcot-Marie--Tooth (CMT) é uma neuropa-tia hereditária caracterizada por
uma degeneração lenta e progressiva dos músculos dos pés, pernas, mãos e antebraços, acompanhada de perda moderada da sensibilidade dos mem-bros e dos dedos das mãos e dos pés.
Foi descrita pela primeira vez em 1886 por Jean Martin Charcot e Pierre Marie, em França, e Howard Henry Tooth no Reino Unido, a quem ficou a dever o seu nome.
É considerada a desordem neurológi-ca hereditária mais comum. Esta doen-ça provoca lesões nos nervos periféricos e raramente afeta o cérebro. A esperan-ça média de vida não é afetada embora possam surgir complicações graves con-dicionantes da qualidade de vida.
A lesão dos nervos, ou neuropatia, que ocorre na doença de Charcot--Marie-Tooth provoca o enfraqueci-mento e atrofia muscular, a perda de sensação nas extremidades do corpo, em especial pés, mãos, pernas e an-tebraços, levando à alteração da pró-pria marcha, sendo também designa-da por neuropatia sensorial e motora hereditária (HMSN – hereditary and motor sensory neuropathy). A causa da
Doença de Charcot-Marie-Tooth
patologia é genética, com uma pre-valência de cerca de 1:2500. Diz-se hereditária porque existe na família, afectando diferentes elementos, de diferentes gerações.
Apesar de ter um conjunto de sin-tomas comuns, esta patologia apre-senta uma grande heterogeneidade de manifestações, com variações na idade de aparecimento dos primeiros sintomas, na severidade e variabili-dade dos sintomas e na progressão do enfraquecimento muscular, perda de sensibilidade e de funcionalidade. Esta heterogeneidade clínica reflete a contribuição de diferentes genes e mu-
Passadas de esperança
Considerada como uma das neuropatias hereditárias mais comuns esta doença tem sido alvo de diversas investigações no sentido de perceber os mecanismos celulares de transmissão do sinal ao longo do axónio
Salomé de Almeida
Geneticista Molecular, no Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
tações, com hereditariedades diversas.Em 1968 esta patologia foi dividida
em dois subtipos principais – CMT1 e CMT2 – conforme o envolvimento era axonal ou da bainha de mielina. Nas formas CMT1, observava-se uma degeneração progressiva da bainha de mielina, em particular na deformação da estrutura, com formação de bolbos e desmielinização. Nas formas CMT2 é a fibra do axónio que fica compro-metida, tornando-se progressivamente mais fina e desorganizada.
Descobrir o gene que provoca uma doença é a etapa mais importante para se encontrar a cura ou a terapia eficaz.
Nos últimos 15 anos foram identi-ficados mais de 30 genes diferentes, envolvidos em diversas funções dos neurónios motores, tendo sido asso-ciadas imensas alterações nesses ge-nes, às diferentes formas de CMT.
Actualmente, as neuropatias de CMT classificam-se em 5 grandes grupos, cada um deles com diversos subgrupos e diferentes tipos de trans-missão hereditária.
Classificação geral da neuropatia de Charcot-Marie-ToothForma Transmissão Tipo de alteração
CMT1: presente Maioritariamente Envolvimento da mielina; PMP22 é o gene responsável por 70-80%em 40-50% AD Desmielinizante; dos casos de CMT1, seguido do gene MPZ,dos casos progressiva alterado em 10-12% dos casos de CMT1
CMT2: Presente AD Envolvimento axonal; Destaca-se o gene MFN2 (mitofusin 2),em 10-15% dos casos Axonopatia alterado em 20% dos casos de CMT2
Forma AD Combinação de Vários genes identificadosintermédia - rara mielinopatia e axonopatia
CMT4 - rara AR Envolve degeneração Vários genes identificados axonal e desmielinização
CMTX: responsável por XLD Axonopatia com alteração A conexina 32 (GJB1) está alterada10 - 15% dos casos secundária da mielina em 90% dos casos de CMTX
10FEDRA investigação
Numa abordagem rápida, o diagnós-tico genético envolvendo o estudo mo-lecular de apenas 3 genes – PMP22, MPZ e GJB1 – permitirá identificar a alteração em cerca de 73% dos casos. Conhecer os mecanismos celulares em que estes genes estão envolvidos tornou-se o passo seguinte.
Recentemente, foi possível perce-ber que o gene PMP22, responsável por 43% dos casos de CMT, se en-contra duplicado (fazendo com que existam 3 cópias do mesmo gene, em vez de duas) em 70% desses casos. Por outro lado, em 11% dos casos de CMT1, o gene PMP22 está dele-cionado (ficando apenas uma cópia) originando uma variante desta neuro-patia – HNPP (Hereditary neuropathy
Perda de sensibilidadenas extremidades do corpo,em especial dos pés, mãos, pernas eantebraços são sintomáticas da doença
Os nervos periféricos organizam-se em redes de feixes nervosos assegurando que as informações chegam. Este conjunto de fibras nervosas liga os músculos e os órgãos sensoriais à medula espinal que reencaminha toda a informação dos membros e extremidades para o cérebro, para processamento
with liability to pressure palsies). Esta descoberta permitiu avançar para uma nova etapa, com vista ao esclare-cimento do efeito de dose deste gene, levando a novas abordagens terapêu-ticas que possam corrigir a falha.
Através de estudos com modelos animais, a investigação ganhou recen-temente novas direções, com a con-firmação de que a proteína Hsp27, já associada à regeneração axonal in vitro, também acelera a regeneração dos axónios nos ratinhos lesionados. Algumas formas de CMT2 apresen-
tam mutações no gene Hsp27, tornando este mecanis-mo um alvo para novas terapias. Num outro es-
11FEDRAFevereiro 2012
tudo, usando um modelo animal de um subtipo de CMT4, foi desvendada a função das proteínas Dlg e PTEN no processo de mielinização/desmie-linização, abrindo perspectivas para estudos envolvendo terapia genica e vectores virais. Numa outra linha, o estudo da dinâmica funcional das mi-tocôndrias (centrais energéticas das células), identificou algumas mitofu-sinas associadas à neurodegeneração e que têm expressão na neuropatia CMT2. Também este grupo de genes se tornou um novo alvo para futuras investigações e aplicações.
Muitas outras proteínas expressas nos neurónios, associadas ou não à mielina ou aos axónios, foram estudadas e en-contradas mutações capazes de causar neuropatias degenerativas hereditárias,
Os neurónios ligam-se entre si através dos terminais nervosos de um e das dentrites de outro, numa conexão designada por sinapse
Representação do funcionamento intracelular do neurónio
Número de ensaios clínicos por região
3617
4
1 11
2
2
2
3
6
ClathrinCoated Pit
Abaxonal Membrane
Schmidt-Lanterman Incisure
LateEndosome
Exocytic Vesicle
Endocytic Vesicle
EarlyEndosome
Aggresome
Compact Myelin
Autophagosome
RecyclingCompartment
RecyclingCompartment
Endoplasmic Reticulum
ClathrinIndependent Endocytosis
DNM2 DNM2
DNM2NEDD4
SIMPLE
SIMPLE
MTMR2
MTMR2
DLG1
Golgi
DNM2
MEN 2
PM22
PMP22
Basal Lamina
Lysosome
Dystroglycan
Dystroglycan
CalnexinGD
AP1
GDAP1
Nucleus
SIMPLE MTMR13TSG101
NDRG1
Sox10
NAB
PRX PRX
Integrin
KIAA 1
985
PMP22
PMP22 PMP22PMP22 PMP22
PMP22
PMP22 PMP22 PMP22
PMP22 PMP22
POEGR2
PO Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
Cx32
DRP2
DRP2
PO
PO PO
PO
PO
PO
PO
PO PO
PO
PO PO
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PO PO
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PO
PO PO
PO
PO
PO
PO
PO PO
PO
PO
PO
PMP22
Ubiquitin
Mitochondrion
MTMR13MTMR13
MTMR2MTMR2
12FEDRA investigação
reforçando a importân-cia que o conhecimen-to dos mecanismos celulares tem na com-preensão da patologia.
Na abordagem te-rapêutica de CMT es-tão em curso diversos ensaios clínicos en-volvendo famílias de diferentes países.
Sem dúvida que os progressos da investigação molecular sobre estes genes, a estrutura dos neurónios e os mecanismos celulares da transmis-são do sinal ao longo do axónio, têm permitido avançar muito no conheci-mento da CMT e na procura de novas formas de terapia.
Também o diagnóstico diferencial tem observado grandes avanços, pois o conhecimento dos diferentes genes envolvidos permite identificar de for-ma mais específica o tipo de CMT, com vantagens no seguimento da pró-pria patologia e na definição de tera-pias direccionadas.
Na realidade, a interpretação dos sintomas à luz dos genes e mutações identificadas é cada vez mais útil na antecipação dos sintomas e na aposta terapêutica de reforço de capacidades que se sabe que irão degenerar mais ra-pidamente. É essa, também, a filosofia
que acompanha a criação de equipamentos para reforço, treino da marcha e reabili-tação, em diferentes etapas do ciclo de vida do doente.
A resposta é multidisci-plinar, e é o conjunto de todas as parti-cipações que a torna realmente eficaz.
Saiba mais em
www.orpha.nethttp://ghr.nlm.nih.gov/ www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/GeneTestswww.nlm.nih.gov/pubmed/www.hnf-cure.org/
A perda de sensibilidade nas mãos é comum nestes doentes porém, os restantes sintomas são bastante variáveis
O axónio está revestido por um conjunto de células que formam a bainha de mielina que detém funções de suporte e protecção
Representação gráfica do Axónio
Dendrites
Recebem os sinais eléctricos
Axónio
Transmite o sinal eléctrico para as dentrites de outra célula ou para uma célula receptora
Núcleo
13FEDRAFevereiro 2012
Nos últimos anos, a Fibrose Quís-tica foi reconhecida como a mais importante doença hereditária,
potencialmente letal. Causada por uma alteração no cromossoma 7, esta patologia tem vindo a ser objecto de es-tudo por diversos especialistas a nível mundial que consideram o diagnóstico precoce e o acompanhamento multi-disciplinar, absolutamente preponde-rantes para a manutenção de uma boa qualidade de vida destes doentes.
A importância do estado nutricional das crianças com esta patologia é funda-mental para o aumento da sua sobrevi-da. Nos Estados Unidos, por exemplo, o peso e a estatura de cerca de 20% das crianças e adolescentes com Fibrose Quística estão abaixo do percentil 5. Por essa razão, a educação alimentar e uma correcta avaliação do crescimento da criança poderão ser fundamentais, não só na detecção precoce do pro-blema, como também no acompanha-mento do mesmo. Conforme explica a Pediatra Virginia Stallings, directora do Centro de Nutrição do Hospital Pediá-trico de Filadélfia e especialista na pa-tologia, “estas crianças necessitam de um maior aporte calórico, uma vez que apresentam uma deficiência de enzimas pancreáticas e, por isso, não absorvem as gorduras da mesma forma que os res-tantes meninos. Essa é a razão pela qual necessitam de suplementos”. Celeste
Calorias precisam-se!Crianças com Fibrose Quística
Os relatórios da OMS alertam para a necessidade de implementação de dietas equilibradas entre as populações. Porém, existem meninos raros para quem as dietas hipercalóricas são uma questão de sobrevivência
cialmente quando as temperaturas são mais elevadas, estes doentes per-dem muito mais sal que uma pessoa saudável, através da transpiração. Em condições normais, é aconselhável o consumo de uma maior quantidade de sal para compensar as perdas”, adverte Virginia Stallings. São efectivamente estas perdas que, muitas vezes, confir-mam as suspeições dos médicos sobre a doença. “A classificação da doença
Bento, coordenadora do Centro Espe-cializado de Fibrose Quística do Hospi-tal de Santa Maria, em Lisboa, salien-ta a importância da implementação precoce de uma dieta hipercalórica a fim de compensar as perdas e gastos calóricos verificados nestes doentes. Para isso “os doentes têm, desde o nascimento, de tomar enzimas pan-
creáticas a todas as refeições”. Porém, a maior conquista destas crianças é, justamente, aprender a comer da forma correcta e a consumir as doses ideais de vitaminas solúveis. “A maior parte dos doentes necessitam de ingerir uma vita-mina sintética, especialmente desenha-da para a patologia, e que contém doses muito mais elevadas (cerca de 4 x mais) que o habitual. São doses que aplicadas a alguém sem a doença tornar-se-iam tóxicas”, aponta Virginia Stallings.
A reposição de sais minerais, atra-vés de uma alimentação rica em sódio e cálcio, deve também ser levada em consideração nestes meninos raros. “Estas crianças não absorvem o sal e têm, por isso, níveis de electrólitos extremamente baixos. Assim, espe- Celeste BentoVirginia Stallings
40001 em cada bebésportugueses sofrem desta doença
14FEDRA nutrição
teste do Pezinho, fazer o despiste da patologia, uma solução que é, aliás, apontada pela European Cystic Fibro-sis Society que defende a implemen-tação do rastreio universal. Por outro lado, “a orientação para uma consulta de genética, antes da concepção, é obrigatória”, adverte Celeste Barreto.
A criança fibroquística apresenta frequentemente secreções mucosas espessas e viscosas que obstruem os ductos das glândulas exócrinas e que contribuem para o aparecimento de três características básicas: insuficiên-cia pancreática com má digestão/má absorção e consequente desnutrição secundária, níveis elevados de eletró-litos no suor e doença pulmonar obs-trutiva crónica. Daí que o controlo das
com base nos seus sintomas é efectua-da por meio de uma prova de suor, so-licitada sempre que surjam sintomas da doença e que se caracterizam por infecções respiratórias de repetição e dejecções em maior número e com cheiro fétido, devido à insuficiência pancreática”, esclarece Celeste Bento.
A justificação para o diagnóstico precoce é fundamentada pela inter-venção atempada, feita em fase pré--sintomática. Deste modo é possível prevenir a má-nutrição e fazer um con-trolo mais eficaz da doença pulmonar que caracteriza a doença. Neste mo-mento, é possível através do chamado
infecções respiratórias recorrentes é a estratégia mais eficaz. Neste contexto, “além da terapêutica com antibióticos e outros medicamentos, é fundamental a realização de cinesioterapia respira-tória”, esclarece Celeste Bento. Com um correcto acompanhamento, estas crianças poderão desenvolver-se de for-ma correcta e harmoniosa. “Deve ter-se atenção redobrada na fase da puberda-de para nos certificamos que o doente recebe as calorias suficientes. O desen-volvimento muscular e o fornecimento das gorduras essenciais é também fun-damental para o controlo da doença”, reforça Virginia Stallings que afiança que estas crianças, apesar de terem de ingerir doses elevadas de gordura, rara-mente chegam a ser obesas!
Frango energético1 colher (sopa) de manteiga; 1/2 colher (chá)
de alho picado; 1 colher (sopa) de queijo
cheddar; 1/2 colher de creme de leite fresco; 1/2 colher leite; 1/4 colher quei-
jo parmesão; 3 peitos de frango cozidos, picados; 1 e 1/2 colher de bróculos
cozidos ao vapor; 6 porções de fettuccine cozido
Numa frigideira derreta a manteiga e refogue o alho, por 2 minutos, em
lume brando. Mexa para não queimar o alho. À parte, misture o creme
de leite fresco, o leite e o queijo parmesão. Envolva tudo na frigideira e
deixe ferver. Adicione agora o frango. Deixe cozinhar tapado, em lume
brando, por 5 minutos. Adicione o fettucine e os bróculos, e bom apetite.
Tabela nutricional: 1 prato = a 3 porções. Análise 1 porção: 842 calorias;
69 g de proteínas; 32 g de gordura; 268 mg de cálcio; 1.064 mg de sódio
15% dos doentes portugueses são crianças com menos de 5 anos
300portuguesessão seguidos por especialistas
15FEDRAFevereiro 2012
16FEDRA capa
Órfãs na vanguarda da investigação
Dia das Doenças Raras
A 29 de Fevereiro assinala-se o dia das doenças raras. Ao longo do último ano, muitos foram os cientistas que investiram neste estimulante e misterioso Mundo, procurando descodificar algumas destas enigmáticas doenças. Conheça as últimas descobertas órfãs…
Saiba mais em [email protected]
A Fluoxetina pode aliviar o comportamento obsessivo-compulsivo
dos doentes com Asperger. Segundo um estudo recente-
mente publicado no Jornal Americano de Psiquiatria, os
doentes a quem foi administrada esta substância,
durante cerca de 12 semanas, mostraram uma
redução significativa destes comportamen-
tos, apresentando uma melhoria global.
“Os comportamentos repetitivos são um
dos principais sintomas da patologia. Com
a Fluoxetina os doentes sentiram-se
mais desinibidos quando confron-
tados com situações fora da sua
zona de conforto. Parale-
lamente, conseguiram
resistir mais facilmente à
tendência para hábitos e
rituais de repetição”, conclui o
autor do estudo, Eric Hollander, Di-
rector do Programa de Autismo e
Espectros Obsessivo-Compulsivos, do
Centro Médico de Montefiore, em Nova Iorque.
Asperger
Antidepressivo reduz sintomas
17FEDRAFevereiro 2012
A 29 de Fevereiro assinala-se o dia das doenças raras. Ao longo do último ano, muitos foram os cientistas que investiram neste estimulante e misterioso Mundo, procurando descodificar algumas destas enigmáticas doenças. Conheça as últimas descobertas órfãs…
www.centreforimmunodeficiency.com
http://communications.uwo.ca/western_news/stories/2011/Novem
ber/research_targets_brain_region_affected_by_parkinsons.html
Epidermólise Bolhosa
Enxertos demonstram eficiência
www.debra.org/research-trialsTerapia com Gamaglobulina, transplante
de medula óssea, interferão gama e PEG-
-ADA são tratamentos para as Imunodefi-
ciências Primárias. Porém, a aposta mais
recente passa pela utilização de células
tronco, muito mais duradouras que a habi-
tuais células T. Paralelamente, o Instituto
Nacional Pediátrico e de Desenvolvimento
Humano (membro do Instituto Nacional de
Saúde Americano) está neste momento
a desenvolver um estudo básico, que irá
desenrolar-se ao longo de cinco anos, e que
procura perceber os genes e mecanismos
moleculares que desempenham um papel
fulcral no desenvolvimento do sistema imu-
nitário dos fetos, recém-nascidos e crianças.
Por agora, o maior desafio é identificar
os genes que causam as Imunodeficiências
Primárias, caracterizar cada defeito genético
e identificar o tipo de imunodeficiência as-
sociada. Até ao momento, mais de 70 genes
foram já identificados e caracterizados.
Imunodeficiências Primárias
Terapia Génica
Anna L. Bruckner, dermatologista do Hospital
Pediátrico de Lucile Packard, em Stanford, revelou
recentemente que é possível corrigir as características
clinicas da doença, que incluem bolhas e lesões na der-
me, através da colocação de enxertos de pele, geneti-
camente modificada. Segundo a investigadora, outra
das promissoras formas de tratamento desta doença
inclui o transplante de medula óssea. Para já, e até
confirmação dos resultados a longo prazo deste tipo de
procedimentos, Anna Bruckner deixa o alerta para os
eventuais riscos que os mesmos poderão acarretar.
A Epidermólise Bolhosa (EB) compreende um
grupo heterogéneo de doenças raras, hereditárias
ou adquiridas, que se caracterizam pelo desenvolvimento
de bolhas em resposta ao mínimo trauma mecânico na pele.
Investigadores da Universidade de Western Ontario,
no Canadá, demonstraram, através das mais
avançadas técnicas genéticas de eliminação de
secreção de Acetilcolina, que os neurónios que
utilizam este neurotransmissor têm uma dupla
função. Segundo o responsável pelo estudo, Marco
Prado, “estes neurónios libertam a Acetilcolina e,
paralelamente, segregam Glutamato. Isto pode in-
dicar que esta substância tem uma importante
função cerebral”. Por outro lado, a elimina-
ção da Acetilcolina impulsiona a acção
da Dopamina, eficaz na melhoria dos
sintomas motores em Parkinson.
Parkinson
Acetilcolina influencia patologia
18FEDRA capa
Dia das Doenças Raras
Leucemias e Linfomas Esclerose Lateral Amiotrófica
Droga dá mais vida
www.nature.com/nm/journal/v17/
n12/full/nm.2579.htmlHepatite C
Medicamento trata com sucesso
Saiba mais em www.dana-farber.org/Newsroom/News-Releases/Massi
ve-DNA-search-uncovers-new-mutations-driving-blood-cancer.aspx
O Telaprevir, um inibidor da protease, combinado
com o Interferão Peguilado e a Ribavirina, drogas
de suporte da doença, é extraordinariamente
eficaz no tratamento da Hepatite C, incluindo
os doentes não respondedores. Para David
Bernstein, autor do estudo e responsável pela
unidade de Gastroenterologia, Hepatologia
e Nutrição do North Shore Hospital Acade-
me, em Nova Iorque, “trata-se de um avanço
significativo para o tratamento não só da Hepatite
C, como também para outras doenças que afectem o
fígado, como a cirrose, por exemplo”.
Chama-se Dexpramipexole e promete
retardar a progressão da Esclerose Lateral
Amiotrófica (ELA), uma doença neurode-
generativa.
Segundo Merit Cudkowicz, Directora de
Ensaios Clínicos Neurológicos, do Hospital
de Massachusetts, o Dexpramipexole pro-
tege os neurónios da disfunção mitocondrial
que ocorre durante a evolução da ELA.
“Na primeira fase, os resultados demons-
traram que, segundo a Escala da Avaliação
Funcional da ELA, os doentes que recebe-
ram 300 mg de Dexpramipexole, apresen-
taram uma evolução de sintomas, 30 por
cento mais lenta, do que no grupo placebo.
Nesta segunda fase do ensaio, os resulta-
dos confirmaram-se e verificou-se ainda
um risco reduzido de morte nos participan-
tes que receberam a dose mais elevada da
substância”, esclarece Merit Cudkowicz.
Mutações agressivasCientistas do Instituto de Cancro Dana-Farber, nos EUA, descobriram
mutações genéticas que impulsionam o apareci-
mento da Leucemia Linfática Crónica (LLC).
Usando novas técnicas de sequencia-
mento de ADN, as equipas identificaram
nove genes mutantes, cinco dos quais
implicados na doença pela primeira
vez. Segundo a co-autora do estudo,
Catherine J. W, as mutações no SF3B1
poderão ser responsáveis pelas formas
mais agressivas da doença. A investiga-
dora acredita que a alteração deste gene
poderá servir, por isso, como biomarcador.
Este estudo, que aproveitou o sequencia-
mento genético combinado com amostras de ADN
de 91 doentes com LLC, identificou ainda mutações
em cinco genes até agora desconhecidos: F3B1,
FBXW7, DDX3X, MAPK1 e ZMYM3.
19FEDRAFevereiro 2012
Machado-Joseph
Gene apoE modifica curso da doença
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21795129
http://134.147.247.42/han/JAMA/archneur.ama-assn.org/cgi/content/abstract/68/12/1580
Esta patologia é caracterizada por lesões pigmentadas de pele, com um diâ-
metro superior a 20 cm, ocasionadas pela proliferação de melanócitos benignos,
com um risco elevado de malignidade. Por esta razão, a excisão de um Nevo
Congénito Gigante é habitualmente aconselhada pelos especialistas, evitando
desta forma a sua degeneração. Por outro lado, a motivação estética não pode
ser colocada de lado, uma vez que esta doença pode causar graves constran-
gimentos aos seus portadores. Actualmente, várias técnicas de reconstrução
cirúrgica são disponibilizadas aos doentes, como enxertos cutâneos de espes-
sura parcial ou total, rotação de retalhos, expansores teciduais ou ainda o uso
de células de pele autóloga cultivadas. A mais recente técnica de expansão
tecidual chama-se multi-staged expansion/local flap e tem excelentes
resultados estéticos e funcionais já que permite que o organismo produza
pele extra com textura excelente, uma boa cor e menos cicatrizes.
Nevo Melanocítico
Expansores de pele asseguram êxito cirúrgico
Uma equipa de investigadores portugueses está neste
momento a desenvolver um estudo para perceber os efeitos
modeladores do polimorfismo da apolipoproteína E (apoE) no de-
senvolvimento da doença de Machado-Joseph em 192 doentes.
O gene apoE humano, mapeado no braço longo do cromossoma
19 (19q13.2), codifica uma glicoproteína com 317 aminoácidos,
que desempenha um papel fundamental para o catabolismo de
componentes ricos em triglicéridos no corpo humano.
Dos indivíduos analisados, os casos com 2/3 do genótipo têm
manifestações precoces. Nestes doentes, a presença de um
alelo apoE 2 implica um início precoce da doença, em quase cin-
co anos. Além disso, a presença deste alelo foi associada a um
início da doença antes dos 39 anos de idade. Os investigadores
concluíram assim que o polimorfismo no gene apoE desempe-
nha um papel de modificador genético do fenótipo da doença.
20FEDRA capa
Dia das Doenças Raras
Espinha Bífida
Fenilcetonúria
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21967857
Saiba mais em www.healthcompetence.eu/converis/publicweb/project/908?show=Person
Abordagens inovadorasA engenharia de tecidos poderá vir a ser a nova abordagem para
esta doença, do grupo de defeitos do tubo neural. O projecto EUROS-
TEC, da responsabilidade do Centro Médico e Universitário Radboud
Nijmegen, na Holanda, foi concluído em Dezembro último e procurou
demonstrar a eficácia da regeneração de tecidos in-vitro para pos-
terior aplicação em doentes com Espinha Bífida. A equipa de investi-
gadores, dirigida por T. Van Kuppevelt, criou estruturas inteligentes,
feitas à medida, usando moléculas naturais de colageno e elastina
e/ou polímeros artificiais (poli lácticos/ácidos glicólicos) que foram
posteriormente substituídas por moléculas reguladoras tais como,
factores de crescimento e glicosaminoglicanos. Uma variedade de
células, incluindo células-tronco, fibroblastos, células musculares e
uroteliais/epiteliais foram cultivadas in-vitro e colocadas em estrutu-
ras temporárias. O objectivo final será implantar estas estruturas em
modelos animais, com malformações congénitas, de forma a avaliar a
sua capacidade de regeneração dos tecidos. O expectável é que estas
estruturas se degradem com o tempo e sejam substituídas por tecidos
próprios do organismo, assegurando o seu correcto crescimento.
Novas terapêuticas em estudoUm estudo recentemente publicado por uma equipa inter-
nacional (Alemanha, EUA, Itália e Espanha), especialista em
doenças metabólicas, refere que embora os estudos iniciais
tenham comprovado a eficácia do Dicloridrato de Sapropte-
rina nos doentes com Fenilcetonúria (PKU), a sua validade
a longo prazo ainda não está completamente demonstrada.
Encontra-se actualmente em fase de estudo a terapêutica
com Amónialiase Fenilalanina PEGylated que poderá ser uma
alternativa a não respondedores ao Dicloridrato de Sapropte-
rina. Paralelamente, encontra-se em investigação pré-clínica
terapias genéticas e celulares para doentes com PKU.
A Fenilcetonúria resulta da deficiência da enzima fenilalani-
na hidroxilase que converte o aminoácido essencial fenilalani-
na noutro aminoácido, a Tirosina.
21FEDRAFevereiro 2012
Osteogénese Imperfeita
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21106710
Rett
Huntington
Enzima protectora
www.kennedykrieger.org/patient-care/faculty-staff/sakkubai-naidu
www.nature.com/nm/journal/vaop/ncurrent/full/nm.2559.html
Bisfosfonato é eficazUm estudo internacional, efectuado, em
portadores da doença dos ossos de vidro,
veio demonstrar a eficácia e segurança na
administração oral do Alendronato, um
bisfosfonato que actua como um potente
inibidor específico da reabsorção óssea,
mediada pelos osteoclastos. A equipa, lide-
rada por L.M. Ward, do Hospital Pediátrico
Shriners , no Canadá, testou durante dois
anos 139 crianças, com idades entre os 4
e os 19 anos, com Osteogénese Imperfeita.
O investigador constatou que a terapêutica
com esta substância diminuiu, significativa-
mente, a remodelação óssea e aumentou a
densidade mineral óssea na coluna, embora
não tenham sido relatadas melhorias a nível
das fracturas.
A Osteogénese Imperfeita é uma doença
óssea rara, com vários graus de severidade,
causada por mutações nos genes COL1A1
ou COL1A2 que codificam, respectivamente,
as subunidades alfa1 ou alfa2 do colagénio
tipo 1.
Dextrometorfano ajuda doentesDe acordo com uma das maiores especialistas mundiais na doença
o Dextrometorfano pode melhorar a linguagem e capacidade de socia-
lização em doentes com Rett. O ensaio clínico feito com a substância,
vulgarmente presente em antitússicos, foi efectuado depois de ser ter
verificado que a densidade dos receptores de glutamato de N-metil-D-
-aspartato(NMDA) é especialmente elevada em meninas com a síndro-
ma. Segundo SakkuBai
Naidu “o Dextrometorfano
bloqueia os receptores
NMDA”. Outra área promis-
sora do ensaio diz respeito
aos défices colinérgicos.
“Sentimo-nos encorajados a
utilizar os colinérgicos como
terapia, uma vez que eles
modificam, de forma eficaz,
a plasticidade neuronal”,
concluí SakkuBai Naidu.
O aumento da expressão da SIRT1, uma im-
portante enzima reguladora, pode retardar a
perda de células cerebrais, característica da
doença de Huntington e de outros distúrbios
neurodegenerativos. A descoberta, recente-
mente publicada na revista Nature Medicine, foi
relatada por Dimitri Krainc, especialista do Instituto
MassGeneral para Doenças Neurodegenerativas, em Massachusetts.
Segundo o investigador “o SIRT1 pode constituir uma oportunidade
para o desenvolvimento de terapêuticas para a doença de Huntington e,
na generalidade, para as desordens neurodegenerativas relacionadas
com o envelhecimento”.
Nova droga para CushingO Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP), da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), emitiu um parecer positivo para o SOM230 - Pasireotide, uma nova substância que revelou eficácia no tratamento da doença de Cuching.
A opinião da entidade reguladora do medicamento foi emitida após a realização de ensaios clínicos com doentes randomizados que receberam doses de 900μg e 600μg, duas vezes por dia, de SOM230 - Pasireotide, em injecção subcutânea. Nos grupos com a dose mais elevada da substância verificou-se uma normalização de cortisol livre urinário, principal controlo bioquímico da doença. Segundo os responsáveis pela investigação, o Pasireotide suprime a superprodução de cortisol, habitualmente causada por tumor hipofisário, factor crítico e subjacente à doença.
Esperança para doentes com fotosensibilidadeA administração terapêutica da molécula Afamelanotide traz resultados favoráveis a doentes com problemas de fotosensibilidade como é o caso das pessoas que sofrem de Protoporfíria Eritropoiética, uma desordem hereditária caracterizada por manifestações cutâneas de fotossensibilidade dolorosa aguda, com eritema e edema. Hemorragias cutâneas (petéquias), ardor e sensação de queimadura, após exposição à luz solar, fazem também parte da sintomatologia desta doença rara que afecta 1/200 000 pessoas.
Vacina pode provocar PTISean O’Leary, do Hospital Pediátrico do Colorado, analisou a história clínica de milhares de bebés americanos vacinados entre 2000 e 2009, a fim de verificar a associação entre a vacina VASPR (Sarampo-Parotidite Epidémica-Rubéola) e a incidência de Púrpura Trombocitopénica Idiopática (PTI), uma patologia rara caracterizada pela destruição das plaquetas, podendo manifestar-se clinicamente com sinais de sangramento. Segundo o especialista, a incidência da doença em crianças em que foi administrada esta vacina é de 1 para 40.000. Apesar desta evidência, Sean O’Leary afirma: “não acho que os pais tenham que se preocupar até porque, é mais provável que as crianças que venham a contrair Sarampo desenvolvam PTI do que as que foram vacinadas”.
22FEDRA terapêuticas
Nova abordagem para FabryOs investigadores dão-lhe o simpá-tico nome de moléculas “chapero-ne”, ou seja moléculas que “supervisio-nam”, neste caso, as proteínas de forma a assegurarem que as mesmas cum-prem a sua função correcta. São estas mesmas moléculas que poderão vir a dar resposta a diversas doenças raras do depósito do lisossoma, nomeadamente a doença de Fabry.
Esta patologia, caracterizada por uma deficiência genética que se traduz na produção de uma proteína alterada que provoca o mau funcionamento da enzima α-GAL, é apenas tratável, até ao momento, através de terapia de reposição enzimática (TRE) que purifica e substitui a glicoproteína α-GAL danificada. Porém, este é um processo complicado e dispendioso. De acordo com o bioquímico Scott Garman, da Universidade Amherst, de Massachusetts “os resultados de uma investigação exaustiva a nível do átomo da base biofísica e bioquímica de duas pequenas moléculas (Deoxygalactonojirimycin (DGJ) e Galactose) demonstram que é possível a sua utilização, num futuro breve, para esta e outras doenças lisossomais.
www.cell.com/chemistry-biology/abstract/S1074-5521(11)00397-8
Nova substância cura HipofosfatasiaENB-0400 é o nome da nova substância de origem canadiana que tem vindo a demonstrar resultados bastante eficazes, nos ensaios clínicos, no tratamento da Hipofosfatasia, uma doença rara, de origem metabólica que resulta na descalcificação óssea, provocando fracturas várias. Para Cheryl Greenberg, chefe do Departamento de Pediatria e Saúde da Criança, do Centro de Saúde e Ciência, no Canadá, “em todos os casos, temos visto melhorias: radiologicamente, clinicamente e funcionalmente”. O ENB-0400 tem vindo a ser administrado em bebés, sob a forma injectável, três vezes por semana e tem demonstrado, além das melhorias atrás referidas, não ter efeitos secundários de nota.
Retinoblastoma infantil tem tratamentoO Retinoblastoma infantil é um tipo de cancro raro e agres-sivo que pode ser fatal, caso seja tardiamente diagnosticado. Agora, os investigadores do St. Jude Children’s Research Hospital, em Memphis, no Tennesse, descobriram que a expres-são da Tirosina Quinase do proto-on-cogene do baço (SYK) é ultraregulada no Retinoblastoma e é necessária à sobrevivência das células tumorais. A equipa de investigadores demonstrou que a inibição da Tirosina Quinase do baço causou a morte celular nas células do Retinoblastoma, na cul-tura in-vivo. No entanto, as células progenitoras e os neurónios na retina normalmente têm pouca ou nenhu-ma Tirosina Quinase do baço e não é conhecida a função da mesma no desenvolvimento do olho saudável.
Neste momento, estão já em fase de desenvolvimento alguns ensaios clínicos com a aplicação da proteína SYK em adultos com Artrite Reuma-tóide e Leucemia, prevendo-se para breve a sua aplicação no Retinoblas-toma infantil.
Saiba mais em www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/full/nature10733.html
23FEDRAFevereiro 2012
24FEDRA acessibilidades IDRARASEWTKPBSNYTCHA
SGDOENÇASBNCIFEDRAUBSSGDOENÇASBIDRARASEWTNCIFEDRAUBSIDRARASEWTUOWJLKZVXJSGDOENÇASBIDRARASEWTKPBSNYTCHASGDOENÇASBNCIFEDRAUBSSGDOENÇASBIDRARASEWTNCIFEDRAUBSIDRARASEWTUOWJLKZVXJSGDOENÇASB
Autarquias conscientes
Saiba mais em www.inr.pt
As Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia são as entidades que contactam de forma mais directa com o cidadão, tendo uma consciência plena das suas dificuldades. A crescente preocupação com os problemas sociais dos munícipes transformam estas entidades nos seus melhores interlocutores, nomeadamente, no que à deficiência diz respeito.
Seguindo esta linha de raciocínio, o Instituto Nacional de Reabilitação criou o programa SIM-PD - Serviços de Informação e Mediação para Pessoas com Deficiência ou Incapacidade. Trata-se de um serviço destinado a apoiar pessoas com deficiências ou incapacidade e suas famílias, fornecen-do-lhes informação acessível, perso-nalizada, global e integrada sobre os direitos, benefícios e recursos existen-tes, apoiando-as na procura de soluções adequadas à sua situação em concreto.
Este programa poderá ser adoptado por qualquer autarquia podendo inserir-se na área das actividades desenvolvidas em prol do munícipe, devidamente enquadrada através dos Serviços de Acção Social,serviços de atendimento ou de infor-mação que as autarquias actualmente disponibilizam aos seus utentes.
Este serviço, poderá ainda dotar as autarquias de dados que permitirão aos técnicos responsáveis actuar, de forma efectiva, junto da população que representam. Será possível, através da implementação do SIM-PD, desenvolver e valorizar as parcerias locais para encontrar soluções mais eficazes para os problemas, divulgar
boas práticas de atendimento ao cidadão com deficiência ou incapacidade e recolher informação que permita produzir diagnósticos de caracterização local da situação das pessoas com deficiência ou incapacidade, identificar os principais problemas existentes e promover soluções adequadas.
Também os técnicos que intervêm na área da prevenção, habilitação, reabilitação e participação comunitária das pessoas com deficiência ou incapa-cidade e as instituições e serviços que desenvolvam actividade no domínio da deficiência ou reabilitação poderão aceder a este serviço e, desta forma, contribuir de forma plena na constru-ção de um autarquia onde a igualdade e solidariedade sejam estandartes.
IDRARASEWTKPBSNYTCHASGDOENÇASBNCIFEDRAUBSSGDOENÇASBIDRARASEWTNCIFEDRAUBSIDRARASEWTUOWJLKZVXJSGDOENÇASBIDRARASEWTKPBSNYTCHASGDOENÇASBNCIFEDRAUBSSGDOENÇASBIDRARASEWTNCIFEDRAUBSIDRARASEWTUOWJLKZVXJSGDOENÇASB
A FEDRA - Federação das Doenças Raras de Portugal acaba de editar o volume III do livro Doenças Raras de A a Z.41 doenças raras, descritas por 36 dos maiores especialistas, irão servir de base à formação dos jovens estudantes de Medicina, público-alvo deste livro. Prefaciado por Francisco George, Director Geral de Saúde, esta obra de alto valor pedagógico será um instrumento imprescindível para a descodificação de sintomas e na elaboração de diagnósticos precoces, essenciais às doenças raras
FEDERAÇÃODAS DOENÇAS RARASDE PORTUGAL
A Degenerescência Macular da Idade (DMI) é uma doença ocu-lar da retina, mais exactamente
da região macular, que é a parte mais nobre, sensível e importante do olho. De origem degenerativa, a doença afecta sobretudo a visão central e o seu modelo etiopatogénico é baseado no dano oxidativo, que influencia nega-tivamente o metabolismo dos fotorre-ceptores e do epitélio pigmentar da re-tina. Factores como a idade, tabagismo, arteriosclerose e genéticos predispõem à doença. Existem dois tipos de DMI: a exsudativa e a não-exsudativa.
A primeira, é a menos frequente (10% dos casos) mas é, sem dúvida, a mais grave, na medida em que cerca de 90% dos casos evolui para cegueira. A não-exsudativa ou atrófica/seca, embora menos grave e de progressão mais lenta, não tem, até hoje, cura. Foi justamente a procura da cura que levou uma equipa de investigadores japoneses a lançar um estudo clínico com células tronco plu-ripotentes induzidas, num claro desafio aos anteriores ensaios clínicos, realiza-dos com células embrionárias.
Estas células, obtidas a partir de células da pele de doentes adultos po-derão permitir a cura de 15% dos ca-
Células tronco podem curar
Degenerescência Macular da Idade
A Degenerescência Macular da Idade é a principal causa de cegueira nos países desenvolvidos, em pessoas com idade superior a 60 anos. Estima-se que em Portugal a doença atinja mais de 250 mil pessoas com mais de 70 anos. Porém, a cura da forma atrófica da doença está para breve...
sos de DMI não-exsudativa. Masayo Takahashi, oftalmologista do Centro Ri-ken, no Japão, e coordenadora da inves-tigação, desenvolveu com a sua equipa células artificiais do epitélio pigmentar da retina, a partir de células da pele.
A equipa começou por dividir as célu-las em células tronco pluripotentes indu-zidas, a fim de produzir a diferenciação na linha de células da retina. O objectivo é obrigar as células tronco pluripotentes induzidas, derivadas do epitélio pigmen-tar da retina, a formar uma folha celular fina que é depois injectada sob a retina, de forma a substituir o epitélio pigmen-tar de uma só vez. Até ao momento, a equipa tem efectuado a sua pesquisa com sucesso em ratinhos, estando pre-visto o início da administração em doen-tes, em ensaio clínico, daqui a três anos.
Segundo Masayo Takahashi, esta in-vestigação, além de potenciar a identi-ficação de tratamentos de sucesso para
Em três anos as células artificiais do epitélio pigmentar
da retina serão usadas no tratamento da doença
esta forma de Degenerescência Macu-lar da Idade, permite ainda avaliar se as células pluripotentes induzidas po-derão ser utilizadas com outro tipo de finalidade uma vez que, sendo células obtidas a partir da pele do próprio do-ente, poderão estar mais aptas a evitar problemas de imunorejeição.
A forma atrófica da Degenerescência Macular da Idade manifesta-se preco-cemente através do aparecimento de drusens (pequenos depósitos amarelos na retina) na região macular. A área de atrofia central pode ser secundária à co-alescência de drusens (o que ocorre gra-dualmente), ou à evolução espontânea dum descolamento do epitélio pigmen-tar da retina. Existe uma atrofia progres-siva do epitélio pigmentar da retina na mácula, que se traduz por uma dimi-nuição progressiva da acuidade visual e uma alteração do campo visual central.
26FEDRA actualidade
basal do epitélio pigmentar da retina e a camada de colagénio interna da membrana de Bruch. Correspondem aos resíduos duma digestão incomple-ta dos elementos membranares dos fo-toreceptores fagocitados pelas células do epitélio pigmentar da retina.
O diagnóstico desta doença passa sempre por um exame feito por um oftalmologista e que inclui a medição de visões, a oftalmoscopia do fundo ocular, a medição da pressão intra--ocular e exames mais específicos como a Grelha de Amsler, a Retino-grafia, a Angiografia e a Tomografia da retina.
Eliminar factores de riscos cardio-vasculares (hipertensão arterial, obe-sidade, hipercolesterolémia) e usar óculos de sol com protecção ultravio-leta, constituem factores que poderão diminuir o risco da doença.
Sarks, especialista na patologia, de-monstrou que a atrofia areolar central resulta da digestão dos drusens serosos pelos macrofagos, com a formação de um tecido fibroso e atrofia progressiva do epitélio pigmentar da retina. A le-são apresenta-se com uma forma ova-lada ou redonda, de bordos nítidos, e centrada sobre a área macular. Na an-
giografia verifica-se, na área cicatricial, um enchimento precoce dos grandes vasos da coroide. A acuidade visual só é afectada quando as zonas de atrofia são de localização justa-macular.
Os drusens encontram-se normal-mente em 30% da população com idade superior a 50 anos de idade e estão localizados entre a membrana
Masayo Takahashi, oftalmologista do Centro Riken, no Japão, descobriu uma possível cura para a DMI
27FEDRAFevereiro 2012
Os sócios da Associação Portuguesa de Osteogénese Imperfeita reuniram-se no passado mês de Janeiro para festejar o dia de Reis.
A aldeia Típica de José Franco, em Mafra, serviu de palco para os festejos que incluíram um convívio onde não faltaram os petiscos, a entrega de prendas e sorteio de rifas.
Os sócios não quiseram faltar ao repto lançado nas redes sociais pela associação e marcaram uma forte presença neste evento que promete repetir-se para o ano!
O conceituado restaurante de Matosinhos, Dom Zeferino, associou-se à causa da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas e doou parte da receita do almoço realizado neste espaço que serviu de pretexto à entrega de prémios aos vencedores do concurso “Neste Natal, pensei em ti...”, organizado pela associação.
Num agradável convívio, pontuado pelo
atendimento familiar e pelos pratos
de peixe fresco directamente da lota, o restaurante Dom Zeferino assumiu
plenamente a sua parceria
com a APLL.
Graças ao apoio solidário do Sporting Clube de Portugal, a Associação Raríssimas teve a oportunidade de realizar no estádio José Alvalade uma campanha de angariação de fundos, com vista à conclusão da sua maior obra - a Casa dos Marcos.
Sob o repto, seja Um Num Milhão os adeptos deste clube desportivo responderam em massa e contribuíram desta forma para agilizar a conclusão desta casa – única no mundo no seu modelo assistencial.
Os meninos raros agradecem a solidariedade leonina!
Osteogénese em festa
Angariação de fundos
Um Num Milhão
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Sp
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28FEDRA comunidade
A Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica acaba de eleger os elementos que integrarão os corpos sociais para o ano que agora começa. Assim, os doentes com Esclerose Lateral Amiotrófica passarão a ser representados pelos seguintes elementos:Presidente: Henrique GonçalvesVice-Presidente: Conceição PereiraTesoureira: Maria da Graça GasparPresidente do Conselho Fiscal : Diamantino Lourenço1ª vogal do Conselho Fiscal: Vanessa Balthazar2ª vogal do Conselho Fiscal: Maria João Coruche.
Realizou-se, no passado mês de Novembro a Assembleia Geral da Asso-ciação Portuguesa de Doentes com Imunodeficiências Primárias. Graças ao apoio da empresa Mister Bus, que assegurou o transporte, os associados puderam assistir a uma palestra com intervenções notáveis. Susana Silva, Imunoalergolo-gista do hospital Santa Maria, falou da composição do sistema imunitário, das suas funções, da Jeffrey Models Foudation, dos cuidados ao doente com IDP, da terapêutica de manutenção, da monitorização das complicações e do diagnóstico precoce. Já a enfermeira Catarina Marques abordou a perspectiva histórica da doença, a segurança, factores de risco, reacções adversas, efeitos secundários e as terapêuticas por via endovenosa e subcutânea. A encerrar este encontro, Johan Prevot, Director Executivo do IPOPI – associação internacional de doentes, falou da posição adoptada recentemente pelos membros da UE.
Despacha-te e Espera é o título da obra de Jimmy Pollard, speaker responsável pela divulgação da doença no mundo, agora disponibilizada pela Associação Portuguesa de Doentes de Huntington.
Despacha-te e Espera explora um conjunto de exercícios que simulam as dificuldades cognitivas que os doentes de Huntington enfrentam e estabelece, desde logo, uma série de dicas com vista à superação dessas mesmas dificuldades.
Esta obra imprescindível está disponível, de forma gratuita, para todos os sócios da APDH. A comunidade interessada na temática poderá adquirir o livro por apenas 5 euros (acresce portes de envio), através do endereço de email [email protected]
Orgãos sociais
Imunodeficiências reúnem-se
Compreendera Huntington
29FEDRAFevereiro 2012
O controle das glândulas su-doríparas é feito pelo siste-ma nervoso autónomo. Na
Hiperidrose parece ocorrer uma hiperestimulação destas glândulas. Este fenómeno pode ocorrer devi-do a variados factores: endocrino-patias, infecção crónica, neopla-sias, medicamentos, menopausa e distúrbios neurológicos, entre outros. Sendo uma doença estig-matizante, muitas pessoas sofrem durante anos com o problema, sem nunca procurar ajuda efectiva para o mesmo. Em casos mais graves, o doente apresenta inclusivamente gotejamento espontâneo na região afectada e a pele pode ficar mace-rada ou mesmo fissurada. O odor fétido pode surgir acompanhado ou não de infecções piogénicas, fúngicas ou dermatites de contac-to, causando grande desconforto.
Durante a última década, a intro-dução da toxina botulínica tipo A no tratamento da Hiperidrose tem-se mostrado bastante eficaz. Mundial-mente conhecida com a introdu-ção do famoso tratamento Botox, a verdade é que esta toxina além de retirar rugas de expressão, consegue também impedir o fenómeno da sudação. Produzida a partir da bactéria anaeróbia Clostridium Botulinum, esta proteína natural bloqueia temporariamente a secreção das substân-cias químicas do sistema nervoso, aglutinando-se nas ter-
Toxina ajuda doentesHiperidrose
Suor excessivo, odor anormal e desconforto. A hiperidrose afecta 178 milhões de pessoas em todo o Mundo sendo, na sua forma primária, considerada uma doença rara. É também um dos quadros presentes em algumas doenças raras como Fabry, Insensibilidade Congénita à Dor e Siringomielia
minações nervosas das fibras simpá-ticas pós-ganglionares. Ao seccionar a proteína de membrana celular SNAP-25, necessária para a liberta-ção de Acetilcolina, a toxina impede a libertação deste neurotransmissor. As glândulas passam, portanto, a não receber o estímulo para a secre-ção. As injecções locais com a toxina botulínica são uma técnica segura e eficaz, especialmente nas axilas, mãos, pés e rosto mas têm um limi-te de duração. Após a aplicação da substância, aguarda-se a redução da sudorese nos próximos três dias e a diminuição ou eliminação do suor na área de aplicação após 20 dias. O efeito do produto pode durar de seis a oito meses e, em alguns pa-cientes, pode ser prolongado por até 12 meses. Estas injecções são dadas por um médico que, através de uma agulha fina, injecta pequenas quan-tidades da toxina sob a pele, próxi-ma às glândulas sudoríparas. São dadas várias injecções, com in-tervalos de 1,5 cm entre elas, dependendo da ava-liação do médico sobre a área a ser tratada.
Nos casos em que a toxina não oferece o tratamento desejado, a cirurgia é indicada para cauterizar o ponto do sistema nervoso que provoca a sudorese possibi-litando assim o alívio dos sintomas.
Tratamentos alternativosNos casos em que a Hiperhidrose é
mais moderada ou, pelo contrário, em
doentes a quem a aplicação da toxina
está contra indicada, existe no mercado
um vastíssimo leque de opções.
Os tratamentos podem ser agrupados
em paliativos e definitivos. Os anti-pers-
pirantes (cloreto de alumínio a 20%) têm
efeitos pouco duradouros, em média
sete dias, mas podem servir a situações
menos severas. Já o uso de iontoforese,
apesar de impedir a sudorese, só tem
resultados efectivos durante a sua apli-
cação. Formas mais graves da doença
podem beneficiar de tratamento sisté-
mico com agentes anticolinérgicos ou
beta-bloqueadores não específicos. No
entanto, este tratamento pode ter reper-
cussões cárdio-vasculares. Finalmente,
a cirurgia de simpatectomia, na qual os
nervos que estimulam a sudorese são
cortados, também pode ser eficaz. A re-
lação custo/risco/ benefício deve sempre
ser levada em consideração.
30FEDRA dermatologia
51% das pessoas com Hiperidrose afirmam trocar de roupa, pelo menos, 2 vezes ao dia
das pessoas com excesso de suor
sentem-se infelizes ou deprimidas
63%
Estima-se que milhões
de pessoas no mundo sofram com Hiperidrose
176
31FEDRAFevereiro 2012
Plano de actividades para 2012Para este ano, a Direcção da FEDRA propõe-se realizar as seguintes actividades:
135
246
1Revista FEDRA
2Livro “Doenças Raras de A a Z”, vol. III
3Implementação do projecto financiado pelo ACS: “Doenças Raras - o impacto da doença”
4Continuação da execução do registo de doentes raros
5Livro “Doenças Raras de A a Z”, vol. I, edição para o Brasil
6Fundo de comparticipação dos medicamentos órfãos
a) Continuação da edição trimestral b) Apresentação da candidatura ao INR para seu financiamento
a) Angariação de fundos para o financiamento desta ediçãob) Conclusão da produção e distribuiçãoc) Lançamento oficial da publicaçãod) Distribuição nacional nas faculdades de medicina e clínicos gerais
a) Identificar possíveis mecenas que co-financiem o projectob) Seleccionar recursos humanos afectos ao projectoc) Aquisição de equipamento necessário, de acordo com a candidaturad) Conclusão do estudo: Março de 2012
a) Apresentação anual do relatório de execução à Merck Sharp & Dohme e à Fundação Calouste Gulbenkian
b) Acompanhamento da sua eficaz execução
a) Assinatura do Protocolo de colaboração entre a FEDRA e a APMPS Brasil (Associação Paulista de Mucopolissacaridose) com vista à edição deste livro
b) Contactar todos os médicos que nele participarãoc) Colectar informação, trabalhar design, produção e distribuição
Apresentação e discussão de projecto com o Ministério da Saúde para possívelimplementação do Fundo de Comparticipação de Medicamentos Órfãos
32FEDRA estratégia 2012
OrçamentoConta de exploração previsional
(a) 62 - (621 + 6253) + 63 - (63 Custo das vendas e dos serviços prestados) + 64 - 641 + 65 - 653 + 664 + 67 + 683 + 684 + 6853(b) Estes valores serão deduzidos aos valores das rubricas normalmente consideradas em “gastos administrativos” ou em “outros gastos”(c.) 641 + 653 + 66 - 664 + 681 + 682 + 6851 + 6852 + 6858 + 686 + 687 + 688 + 689
(a título exemplificativo)
Código das contas Designação Notas Orçamento ano N
Código das contas Designação Autofinanciamento Subsídios OSS Subsídios outras entidades Outros financiamentos Totais
71 + 72 Vendas e serviços prestados 1 1.500,0061 + 621 + 63 + 63 G. Adm Custo das vendas e dos serviços prestados 0,0061 Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas 2621 Subcontratos63 - 63 G. Admin. Gastos com pessoal excepto administrativos
Resultado bruto 1.500,00
Outros rendimentos 123.395,007511 .. ISS, IP - Centro Distrital
7 - (71 + 72 + 7511) .. Outros 4 123.395,0073 Variação nos inventários da produção74 Trabalhos para a própria Entidade75 - 7511 Subsídios, doações e legados à exploração 123.095,0076 Reversões77 Ganhos por aumentos de justo valor78 Outros rendimentos e ganhos79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares 300,006253 . Gastos de distribuição(a) Gastos administrativos 5 149.823,76622 Serviços especializados 113.084,96623 Materiais 2.850,00624 Energia e fluídos 0,00625-6253 Deslocações, estadas e transportes 11.750,00626 Serviços diversos 7.000,0063 Gastos com pessoal (administrativo) 15.006,8064 - 641 Gastos de depreciação e de amortização 132,0065 - 653 Perdas por imparidade664 Em activos biológicos67 Provisões do período683 Dívidas incobráveis684 Perdas em inventários6853 Alienações(b) Gastos de investigação e desenvolvimento(c.) Outros gastos 0,00641 Propriedades de investimento653 Em investimentos financeiros66 - 664 Perdas por reduções de justo valor681 Impostos682 Descontos de pronto pagamento concedidos6851 Cobertura de prejuízos6852 Aplicação do método da equivalência patrimonial6858 Outros gastos e perdas686 Gastos e perdas nos restantes investimentos financeiros687 Gastos e perdas em investimentos não financeiros688 Outros689 Custos com apoios financeiros concedidos a associados ou utentes
Resultado Operacional (antes de gastos de financiam. e imp.) -24.928,7669 Gastos de financiamento (líquidos)
Resultado antes de impostos -24.928,76812 Imposto sobre rendimento do período
Resultado líquido do período -24.926,76
43 + 453 + 455 - 459 Activos fixos tangíveis 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00432 Bens do património histórico e cultural 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0042 + 452 + 455 - 459 Propriedades de investimento 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0044 + 454 + 455 - 459 Activos intangíveis 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0041 Investimentos financeiros 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0026 Fundadores/beneméritos/patrocinadores/doadores/associados/membros 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Totais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
33FEDRAFevereiro 2012
29.2.2012 | Aula Magna da Faculdade de Medicina de Lisboa
Programa
Patrocinadores oficiais Apoio Media Partner
O doente no centro do sistema
Dia das Doenças Raras - II Conferência
Médicos autores dos textos Alice Lopes, Anabela Bandeira, António Almeida, António Capelo, Carlos Vasconcelos, Clara Barbot, Elisa Leão Teles, Esmeralda Martins, Eduardo Silva, Fernando Barata, Gilberto Costa, Guiomar Oliveira, Inez Azevedo, Isabel Almeida, Isabel Gaspar, Joana Guimarães, João Marcelino, João Paulo Oliveira, João Silva, José Alberto Pereira da Silva, José Barbot, Laura Marques, Luis Campos, Luis Negrão, Luís Nunes, Mafalda Barbosa, Manuel Fontoura, Maria Purificação Tavares, Margarida Reis Lima, Maximina Pinto, Miguel Coutinho, Miguel Rocha, Paula Vaz e Teresa Coelho.
9h/9h30 Abertura da Conferência
10h30 Coffee-Break
11h45/12h Discussão Aberta
AlexandreDinizDirector do Departamento da Qualidade da Direcção-Geral da Saúde, em representação do Ministro da Saúde
João ÁlvaroCorreia da CunhaPresidente do Conselhode Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, E.P.E.
AntónioVaz CarneiroPresidente do Conselho Científicoda FEDRA-Federaçãodas Doenças Rarasde Portugal
PaulaBrito e CostaPresidenteda FEDRA
Paula Brito e CostaPresidente da FEDRA
Francisco GeorgeDirector Geral da Saúde
José Manuel SilvaBastonário da Ordem dos Médicos
I Parte 9h30/10h30 Mesa I - Doenças Raras e a Sustentabilidade do SNS
OradoresAntónio Vaz Carneiro Manuel Delgado Paula Brito e Costa Alberto Inez
12h10/13h Apresentação do Livro Doenças Raras de A a Z - volume III
II Parte 12h/12h10 Tomada de posse de Maria do Carmo Fonseca, directora do Instituto de Medicina Molecular como membro do Conselho Científico da FEDRA
Moderadora Sofia Morais, jornalista na TSF
10h45/11h45 Mesa II - Política da Saúde e do Medicamento Órfão
OradoresPita Barros
ModeradoraSofia MoraisFrancisco Ramos Francisco Batel Marques Luís Quaresma
Investigadores do Centro de Doenças Raras e Negligenciadas da Univer-sidade Notre Dame e da Escola de Medicina da Universidade de India-na, nos Estados Unidos, identifi-caram a forma como o parasita da malária consegue infectar os glóbulos vermelhos. Segundo esta equipa o parasita cola-se à membrana da célula humana através de um lipídio chamado fosfatidilinositol 3-fosfato. Este lipídio permite ao pro-tozoário ter acesso ao retículo endoplasmático da célula. Até agora, pensava-se que a enzima Plasmepsin V era o alvo do protozoário porém, esta investigação veio demonstrar que a participação dessa enzima é posterior à infecção do lipídio. A equipa está neste momento a tentar descobrir as formas de bloquear o acesso do protozoário ao lipídio.
Transmitida pela picada de mosquitos do género Anopheles, transfusão de sangue contaminado ou compartilhamento de seringas infectadas, a malária é uma das mais graves doenças tropicais.
Investigadores britânicos da Universidade de Newcastle desenvolveram uma técnica de fertilização in-vitro que permite substituir o material genético defeituoso no óvulo a fim de impedir que o feto desenvolva doença mitocondrial. A técnica consiste no uso de dois óvulos - um da mãe e outro de uma doadora através de manipulação genética.
A ONG Wellcome Trust que irá financiar as investigações defende que a técnica poderá ser útil na prevenção de muitas doenças raras incuráveis. “Achamos que este procedimento é essencial para darmos às famílias afectadas por doenças mitocondriais a oportunidade de terem filhos saudáveis”, afirmou o responsável da instituição.
Em média, um em cada 5 mil bebés nasce com problemas a nível da mitocondria, cujos efeitos podem ser graves ou até mesmo fatais, dependendo de células afectadas.
O prémio L`Oreal Mulheres na Ciência distinguiu, pelo oitavo ano consecutivo, as maiores investigado-ras portuguesas. Na edição de 2011 foram apresentadas 80 candidaturas e atribuídos três prémios, no valor de 20 mil euros cada.
Adelaide Fernandes, Inês Sousa e Ana Barbas, foram as três jovens cientistas dis-tinguidas graças aos trabalhos desenvolvidos na área do Cancro da mama, Esclerose Múltipla e Pneumotórax Espontâneo Primário.
Ana Barbas, investigadora do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, em Oeiras, focou--se nas vias de sinalização para o Cancro de Mama. Já Inês Sousa, do Instituto de Medicina Molecu-lar, em Lisboa, está a identificar as variantes genéticas de susceptibili-dade e recorrência do Pneumotórax Espontâneo Primário. Finalmente Adelaide Fernandes, professora auxiliar da Faculdade de Farmácia, apresentou um projecto em que pre-tende identificar um alvo terapêutico na Esclerose Múltipla.
Estima-se que cerca de
portugueses sofram de Epidermólise Bulhosa e aguardam pela comparticipação das suas terapêuticas
150
34FEDRA última hora
29.2.2012 | Aula Magna da Faculdade de Medicina de Lisboa
Programa
Patrocinadores oficiais Apoio Media Partner
O doente no centro do sistema
Dia das Doenças Raras - II Conferência
Médicos autores dos textos Alice Lopes, Anabela Bandeira, António Almeida, António Capelo, Carlos Vasconcelos, Clara Barbot, Elisa Leão Teles, Esmeralda Martins, Eduardo Silva, Fernando Barata, Gilberto Costa, Guiomar Oliveira, Inez Azevedo, Isabel Almeida, Isabel Gaspar, Joana Guimarães, João Marcelino, João Paulo Oliveira, João Silva, José Alberto Pereira da Silva, José Barbot, Laura Marques, Luis Campos, Luis Negrão, Luís Nunes, Mafalda Barbosa, Manuel Fontoura, Maria Purificação Tavares, Margarida Reis Lima, Maximina Pinto, Miguel Coutinho, Miguel Rocha, Paula Vaz e Teresa Coelho.
9h/9h30 Abertura da Conferência
10h30 Coffee-Break
11h45/12h Discussão Aberta
AlexandreDinizDirector do Departamento da Qualidade da Direcção-Geral da Saúde, em representação do Ministro da Saúde
João ÁlvaroCorreia da CunhaPresidente do Conselhode Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, E.P.E.
AntónioVaz CarneiroPresidente do Conselho Científicoda FEDRA-Federaçãodas Doenças Rarasde Portugal
PaulaBrito e CostaPresidenteda FEDRA
Paula Brito e CostaPresidente da FEDRA
Francisco GeorgeDirector Geral da Saúde
José Manuel SilvaBastonário da Ordem dos Médicos
I Parte 9h30/10h30 Mesa I - Doenças Raras e a Sustentabilidade do SNS
OradoresAntónio Vaz Carneiro Manuel Delgado Paula Brito e Costa Alberto Inez
12h10/13h Apresentação do Livro Doenças Raras de A a Z - volume III
II Parte 12h/12h10 Tomada de posse de Maria do Carmo Fonseca, directora do Instituto de Medicina Molecular como membro do Conselho Científico da FEDRA
Moderadora Sofia Morais, jornalista na TSF
10h45/11h45 Mesa II - Política da Saúde e do Medicamento Órfão
OradoresPita Barros
ModeradoraSofia MoraisFrancisco Ramos Francisco Batel Marques Luís Quaresma
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rutie
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conc
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