Disciplina: História Ficha 10 7º ano Turma: ___ Data: ___/___/13
O desenvolvimento das Cidades e do Comércio - Séculos XI a XIV
O início do período de crescimento
Foi no século XI que o período de crescimento teve início. Esse processo durou até o século
XII, quando o movimento de urbanização atingiu todo o mundo ocidental.
Uma parte desse desenvolvimento se deveu à retomada do grande comércio (longas rotas para o
Oriente), que favoreceu o enriquecimento dos comerciantes e dos mercadores. Esses se
instalaram perto das cidades, no exterior das muralhas.
O mundo agrícola da Idade Média teve muitas melhorias que permitiram aumentar
sensivelmente a produtividade das terras, e o movimento de urbanização se explica também
por todo o excedente que os camponeses podiam vender. Muitos mercadores eram antigos
camponeses que foram para as cidades, provocando o êxodo rural.
Os desenvolvimentos técnicos na agricultura
* A rotação trienal das terras, permitiu aos camponeses aumentar sua produção em
50% e vender os excedentes.
* Ferramentas foram inventadas para facilitar as numerosas etapas ligadas ao
cultivo da terra: os instrumentos de metal substituem os de madeira; um novo tipo
de arado mais adaptado aos solos húmidos do norte do continente é inventado; os
engates ficam mais eficazes permitindo utilizar os cavalos em quase todos os
trabalhos.
Os subúrbios
Os novos bairros, chamados subúrbios, se situavam perto dos lugares onde se concentravam as
atividades comerciais, ou seja próximo aos mercados e feiras, mas também perto das cidades e
das fortificações - os mercadores aproveitavam assim da proteção dos muros. Mais tarde, esses
novos bairro foram reunidos dentro de novas muralhas, maiores.
Os habitantes dos subúrbios, os burgueses, aproveitavam então das instituições da Comuna.
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COMUNA
Após o início do desenvolvimento urbano e comercial, os habitantes das
cidades começaram a querer defender os seus interesses e a governar as
cidades por eles mesmos. Enquanto eles estavam sujeitos ao poder senhorial,
os citadinos eram considerados como servos do senhor, no mesmo estatuto dos
camponeses.
No entanto, os habitantes das cidades, mais e mais ricos, não queriam se
subemeter às mesmas regras que os camponeses, já que eles não viviam da
mesma maneira. Segundo eles, as regras e o funcionamento da cidade devia
ser decidida por seus habitantes.
Muitas cidade começaram a reclamar direitos ao senhor ou ao rei, entre os
quais o direito de governar de maneira autônoma. O rei e os senhores cederam
às demandas da comunidade citadina, que tornou-se progressivamente mais
importante que os senhores feudais.
Imagem 1. Uma cidade medieval em desenvolvimento
A localização da Cidade
As cidades estavam principalmente situadas perto dos eixos comerciais: mares, rios,
grandes estradas. Algumas estavam mais situadas perto dos territórios agrícolas mais ricos;
assim era mais fácil vender a produção e ter acesso aos produtos agrícolas.
Nesses dois casos, a escolha da localização da cidade era diretamente motivada pelas
atividades comerciais e a eficácia das trocas.
Muitas cidades foram fundadas em volta de lugares importantes, tais como igrejas, monastérios
ou locais fortificados.
O novo papel das cidades
Gradualmente, as cidades cresceram com inúmeras construções e um número cada vez mais
elevado de habitantes. Como eles assumiam um papel econômico de produção de bens e trocas
comerciais, elas rapidamente desenvolveram atividades ligadas aos setores secundários
(transformação das matérias-primas) e terciários (venda, comércio e finanças).
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Os artesãos tinham deixado os domínios senhoriais para vir trabalhar nas cidades. Uma
nova classe social estava nascendo desse movimento dos artesãos e dos mercadores em direção
às cidades: a burguesia. Ainda que os burgueses não representassem mais do que 10% da
população total da cidade, foram eles que asseguraram a vitalidade econômica, política e social.
As cidades não eram somente a sede do poder, eles eram também o símbolo de uma nova
riqueza e o coração da vida artística.
A criação das universidades e dos colégios contribuiu para a transformação da paisagem
urbana. No século XIII, comerciantes, artesãos, condes, padres, estudantes e mendigos
vagavam pelas novas cidades.
Imagem 2. Vista da cidade de Carcassone, na França, e suas fortificações
As grandes cidades eram pouco numerosas, mas suas atividades eram muito variadas:
comércio, artesanato, finanças, bancos. A grande diversidade das atividades das cidades as
tornavam mais ricas e populosas. Desde o fim do século XIII, três cidades tinham mais de 100
mil habitantes na Europa Ocidental - Paris, Veneza e Milão.
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Imagem 3. Mapa da Cidade de Paris, por volta do ano 1225
Anotações sobre a interpretação do mapa da cidade de Paris
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Os comerciantes
O casal Arnolfini. Jan Van Eyck. 1434.
Impactos do crescimento
urbano
Alguns comerciantes
souberam aproveitar das
vantagens dessa
urbanização e tornaram-se
muito ricos e poderosos.
Eles tinham agora novas
condições de vida, muito
mais agradáveis: melhor
alimentação, mais luxo nas
vestimentas, as joias e os
móveis de suas casas.
Os comerciantes controlavam todas as atividades ligadas ao artesanato: eles compravam a
matéria-prima que eles próprios revendiam aos artesãos, e depois eram eles que revendiam o
produto final realizado pelo artesão.
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O marceneiro
Entre as profissões especializadas da época, encontramos: os marceneiros, os forjadores, os
ceramistas, os copistas, os tecelões, os costureiros, os ourives (que faziam as joias), os
boticários, os padeiros, os açougueiros, os doceiros, etc.
Como não havia escola para aprender essas profissões, os artesãos podiam formar seus
aprendizes, que os ajudavam em suas tarefas ao mesmo tempo que aprendiam uma profissão.
Essas transformações sociais tiveram pouca influência na vida dos camponeses. Eles
trabalhavam tão duro quanto antes, e suas condições de vida permanecia igualmente precárias.
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Os trabalhos dos camponeses na terra
Muitos camponeses se dirigiam para as cidades, onde eles esperavam participar das novas
atividades comerciais tornando-se comerciante ou artesão. A vontade e a possibilidade de fazer
fortuna estimularam muitos camponeses a deixar as terras para se instalar nas periferias das
cidades.
O crescimento urbano e sua consequência mais imediata, as grandes aglomerações de gente,
facilitaram a propagação de doenças contagiosas e devastadoras, como a peste negra. Além
disso, como uma grande parte da sociedade vivia no centro da cidade, eles estavam mais
expostos à fome e à pobreza.
Imagem 4. Uma cidade atingida pela peste. Século XIV.
Uma nova aparência para as cidades
Gradualmente, algumas cidades cresceram em importância. Com a intenção de organizar o
desenvolvimento urbano, os bairros se especializaram, e cada tipo de atividade artesanal tinha
seu setor na cidade. Por exemplo, os açougues ficavam situados longe do centro para evitar que
o sangue da carne se espalhasse pelas ruas.
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A criação das universidade levou a criação dos colégios. Os grupos religiosos, além de fundar
os locais onde era dada a educação, criaram novas igrejas e conventos.
Os riscos de ataques inimigos ainda eram presentes, ainda mais porque alguns habitantes da
cidade eram ricos e despertavam interesse. É por esse motivo que cada cidade tinham a sua
volta uma fortificação de pedra e um bom sistema de defesa.
Representação de uma cidade com sua fortificação
Exercícios
1. Indique os motivos que levaram ao crescimento das cidades entre os séculos XI e XIII.
As Cruzadas levam as pessoas para fora dos feudos e criam novas necessidades para
aqueles que vão combater no Oriente, que serão supridas pelos artesãos que se
instalam fora das muralhas comandadas pelos senhores feudais. Os artesãos
dinamizam o comércio, e o campo pode alimentar a todos porque há inovações
técnicas e um melhor aproveitamento do solo. Aqueles que se instalam fora dos
feudos, nos chamados subúrbios, organizam-se e criam as comunas, aumentando o
comércio e possibilitando o crescimento das cidades.
2. Defina subúrbio na Baixa Idade Média.9
Subúrbios eram os novos bairros que se situavam entre os pequenos comércios que já
existiam e as muralhas dos feudos.
3. Caracterize as Comunas medievais.
As Comunas Medievais eram os governos autônomos das cidades, responsáveis pela
cobrança de impostos dos citadinos e por suprir as suas necessidades. Geralmente, os
governantes das comunas eram os comerciantes mais ricos que nela habitavam.
4. Descreva a imagem 1 e indique ao menos três atividades realizadas nas cidades medievais.
5. Indique as motivações para a escolha da localização das cidades.
As motivações envolvem a eficácia das trocas que se manifestam pela escolha da
proximidade com rios, estradas, mares, para escoar a sua produção e abastecê-la de
matéria-prima; necessitaria ainda estarem próximas ao setor primário da produção.
6. Caracterize o surgimento de um novo tipo social em relação ao crescimento das cidades.
O novo tipo social é o burguês, membro recém-chegado à organização social medieval
cujo aparecimento foi possibilitado pelo renascimento do comércio fora dos feudos,
levando à expansão das cidades e ao aumento do número de comerciantes que obtiveram
sucesso.
7. Identifique na imagem 2 o espaço correspondente ao antigo feudo e o espaço correspondente
ao local de desenvolvimento da cidade na Baixa Idade Média.
8. Identifique no mapa da Imagem 3 os espaços correspondentes ao campo e às aglomerações
urbanas. Justifique a sua resposta.
9. Caracterize o artesão na paisagem urbana da cidade medieval.
O artesão era a peça-chave para o estabelecimento da cidade, uma vez que todas as
atividades urbanas estavam ligadas ao artesanato (produção de bens manufaturados):
compravam a matéria-prima, transformavam-na em outro produto, como armas, roupas,
pães, entre outros, e podiam tanto abastecer diretamente a população, como alimentar o
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setor terciário, responsável somente pelas atividades financeiras e comerciais.
A profissão de artesão podia ser herdada dos pais ou aprendida como ofício servindo por
anos como aprendiz.
10. Descreva a Imagem 4 e identifique os elementos que nos permitem afirmar que esse é um
ambiente urbano. Justifique a sua resposta.
O grande número de construções próximas umas das outras, a aglomeração de pessoas, e
o fato de não haver local de plantio configuram este espaço como uma cidade.
11. Relacione o crescimento das cidades com a propagação de doenças contagiosas.
Nas cidades há grande aglomeração de pessoas vivendo em casas muito próximas umas
das outras, com muralhas em seu entorno, não havia saneamento básico ou condições de
higiene que pudessem conter a rápida propagação de doenças, para além de que havia
muitos pobres nas cidades e estes não conseguiam resistir às doenças levando a mortes
rápidas.
12. Caracterize o sistema defensivo das cidades, e indique o motivo pelo qual ele era
necessário.
As cidades se defendiam com a construção de muralhas que as envolviam onde eram
colocados sentinelas, assim como asseguravam a segurança das estradas e rios que
interligavam as cidades entre si e com os centros produtores. A defesa era necessária para
garantir a eficácia das trocas, protegendo o abastecimento e escoamento da produção das
cidades, bem como para que os comerciantes enriquecidos pudessem viver sem se
preocupar com os assaltantes.
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