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Page 1: Fichamento - Cibercultura - LÉVY, 2007

1. Indicação bibliográfica

Lévy, Pierre – Cibercultura. São Paulo, Companhia das Letras, 2007.

Primeira Parte - Capítulo V – O ciberespaço ou a virtualização da comunicação - páginas 85 a 107.

2. Tópicos principais

� O melhor guia para a Web é a própria Web. Ainda que seja preciso ter a paciência de explorá-la, arriscar-se a ficar perdido, aceitar a perda de tempo para familiarizar-se.

� A primeira fase da navegação é a “caçada” – procuramos uma informação precisa, que desejamos obter o mais rápido possível. Mesmo quando não é possível conseguir o que procuramos diretamente na Internet, pode-se ao menos contatar pessoas ou instituições que podem fornecer dados ou pistas do que desejamos.

� O virtual não substitui o real; ele multiplica as oportunidades para atualizá-lo. � A segunda fase é a “pilhagem” – que pode ser apenas comparada com o vagar em uma imensa

biblioteca/discoteca ilustrada, com o acréscimo da facilidade de acesso, do tempo real, do caráter interativo, participativo, impertinente e lúdico.

� O termo “ciberespaço” foi criado em 1984 por William Gibson em seu romance “Neuromante”. No livro de ficção científica a palavra designa o universo das redes digitais, descrito como campo de batalha entre multinacionais, palco de conflitos mundiais, a nova fronteira econômica e cultural. Em “Neuromante”, a exploração do ciberespaço é focada nas fortalezas de informações secretas protegidas.

� O ciberespaço de Gibson torna sensível a geografia móvel da informação, normalmente invisível. � Uma das principais funções do ciberespaço é o acesso à distância aos diversos recursos de um

computador. � Uma vez que a informação pública se encontra no ciberespaço, ela está virtual e imediatamente à

nossa disposição, independentemente das coordenadas espaciais de seu suporte físico. � Comunidades dispersas podem comunicar-se por meio do compartilhamento de uma memória na

qual cada membro lê e escreve qualquer que seja sua posição geográfica. � Outra função importante do ciberespaço é a transferência de dados ou “upload”, na qual transferir um

arquivo significa copiar um pacote de informações de uma memória digital para outra. � Os arquivos só poderão ser copiados se estiverem classificados como de domínio público pelos

administradores do computador. � O correio eletrônico é capaz de enviar, ao mesmo tempo, uma mesma mensagem a uma lista (longa

ou não) de correspondentes. Ele substitui o trabalho de tirar várias cópias do documento e de digitar números de telefone. É a comunicação de coletivo para coletivo: cada um sabe que o outro também recebeu a mensagem que ele lê.

� O sistema de conferência eletrônica, mais complexo que o correio eletrônico, permite que grupos de pessoas discutam em conjunto, e em tempo real, sobre temas específicos.

� As conferências eletrônicas virtuais são conhecidas como “newsgroups” ou “news”. Ao dar uma visibilidade de a estes grupos de discussão, que são feitos e desfeitos o tempo todo, o ciberespaço torna-se uma forma de contatar pessoas não mais em função de seu nome ou posição geográfica, mas a partir de seus interesses.

� Das conferências obtém-se bases de dados “vivas”, alimentadas permanentemente por coletivos de pessoas interessadas pelos mesmos temas e confrontadas umas às outras. É um hiperdocumento enriquecido e reestruturado constantemente por uma comunidade de autores e leitores em rede.

� Os dispositivos de ensino em grupo permitem a discussão coletiva, a divisão de conhecimentos, as trocas de saberes entre indivíduos, os hiperdocumentos e simulações.

� Os programas e sistemas a serviço do trabalho cooperativo chamam-se “groupware”. � Sob o nome de Intranet, são cada vez mais usadas as ferramentas da Internet (correio, news, Web)

para a organização interna das empresas. � Pessoas sem conhecimento de programação podem usar o e-mail ou as conferências eletrônicas ou

consultar um hiperdocumento a distância em uma mesma rede.

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� Os sistemas operacionais dos aparelhos eletrônicos (telefones móveis, TVs digitais) tendem a possuir instrumentos de navegação cada vez mais transparentes.

� A Web permite o acesso por palavras-chave a diversos documentos através do mundo, como se esses documentos fizessem parte do mesmo banco de dados ou disco rígido.

� Virtualmente, todos os textos formam um hipertexto; as imagens, um hiperícone; as músicas, que crescem dos bancos de efeitos sonoros, formam uma polifonia inaudível, como uma sinfonia de Babel.

� O ciberespaço é transformado em um mundo único, virtual, infinitamente variado e eternamente mutante.

3. Citações

� “Eu defino o ciberespaço como o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores.” Pág. 92.

� “A codificação digital condiciona o caráter plástico, fluído, calculável com precisão e tratável em tempo real, hipertextual, interativo e, resumindo, virtual da informação que é a marca distintiva do ciberespaço.” Pág. 93.

� “A perspectiva da digitalização geral das informações provavelmente tornará o ciberespaço o principal canal de comunicação e suporte de memória da humanidade a partir do início do próximo século.” Pág. 93.

4. Comentários

Com uma linguagem simples e texto fluído, Pierre Lévy faz um ensaio sobre as implicações culturais do desenvolvimento do ciberespaço. É uma obra voltada aos não-especialistas que tentam entender as novas tecnologias, suas implicações culturais, seu uso e suas questões. O autor explica como o ciberespaço permite a combinação de vários modos de comunicação. Por exemplo, estão em graus de complexidade crescente: o correio e as conferências eletrônicos, o hiperdocumento compartilhado, os sistemas avançados de aprendizagem ou de trabalho cooperativo e os mundos virtuais multiusuários. As realidades virtuais compartilhadas, que permitem a comunicação entre milhões de pessoas, devem ser consideradas como dispositivos de comunicação todos-todos, típicos da cibercultura.